Hoje Macau • 2010.08.17 #2190

Medicina chinesa

Macau preparanova lei• P.6

Democracia na RAEM

Académico de HK prevê futuro• Última

Chan Meng Kam

Lutar por tudoe quase nada• P.5

Columbário

Moradoresvencem causa• P.7

Futebol

Braga ataca Ligados Campeões• P.11

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Pequim | RuMoR de MudAnçA no GABinete de ReLAções CoM HK e MACAu

Pensamento positivo

hojeAgênciA comerciAl pico • 28721006

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moP$10macau

diReCtoR carlos morais josé • terça-feira 17 de agosto de 2010 • ANO IX • Nº 2189

Zsa Zsa gabor | divA pede eXtremA-uNçãO AOs 93 ANOs, MAs A fotoGRAfiA é outRA CEntRAis

dAvid CHow pAGA 125 milhões de dóLARes A CRedoRes dA doCA dos pesCAdoRes

A confirmar-se a mudança num dos órgãos fulcrais no relacionamento de Pequim com as duas Regiões Espe-ciais, tal poderá significar alguma distensão em questões importantes como a implementação da democracia. Ou assim o esperam, em Hong Kong e Macau, os que pretendem alargar o espectro eleitoral. >Página 4

Página 6

creative macau | sete Anosdepois o GoveRno ACoRdoupARA As indústRiAs CRiAtivAsCEntRAis

temPo Possibilidade de trovoadas Min 25 MAx 30 huMiDADE 65-95% Câmbios euro 10.2 baht 0.25 yuAn 1.19

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actualterça-feira 17.8.2010

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anhui corta energia a fábricas poluentesAs autoridades de uma província da Chi-na cortaram durante um mês a energia eléctrica de mais de 500 fábricas, por considerar que estas não cumpriram as metas de redução de emissão de gases poluentes, informa o jornal China Daily. As 506 fábricas ficam em oito cidades da província de Anhui e operam em sec-tores que gastam muita energia, como carvão, química e metalurgia, destaca o jornal. Na semana passada, as autorida-des chinesas pediram a mais de 2.000 empresas que gastam muita energia que deixem de usar certas máquinas ou instalações poluentes que são conside-radas antiquadas, sob pena de recusa de pedidos de empréstimos nos bancos, da execução de novos projectos ou do fornecimento de energia eléctrica.

cereais Preço fixo, garante governoO aumento dos preços de cereais no mercado internacional não elevará os preços internos da China e o forneci-mento doméstico conseguirá satisfazer a procura este ano, informou a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Refor-ma, regulador económico máximo da China. “Actualmente os preços globais dos cereais são muito mais baixos do que os internos. Mesmo que os preços internacionais subam muito, não devem influenciar significativamente os preços domésticos”, indicou um relatório pu-blicado no portal do órgão. Em Julho, os preços do trigo no mercado internacional subiram significativamente depois da Rússia, um dos produtores de trigo mais importantes do mundo, ter registado uma redução considerável na produção devido à mais devastadora seca do país em cem anos.

Dirigente da aIEa visita chinaA China e a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) deverão assinar um acordo sobre segurança nuclear, aproveitando a visita ao país asiático do chefe da agência, Yukiya Amano. Os dois lados promoverão a cooperação na área do treino de pessoal e segurança nuclear na Ásia Oriental e no mundo, de acordo com a versão preliminar do acordo. O vice-primeiro-ministro chinês, Zhang Dejiang, disse depois da reunião com Amano na manhã desta segunda-feira que o seu país atribui grande impor-tância ao uso pacífico e à segurança da energia nuclear. “A China tem reforçado o seu trabalho sobre segurança nuclear e concretizado os seus compromissos concernentes à não-proliferação nuclear durante a participação activa nas me-didas internacionais sobre os temas”, afirmou. Zhang e Amano, um diplomata japonês que assumiu o cargo da AIEA em Dezembro de 2009, prometeram promover a comunicação e cooperação entre a China e a AIEA.

Um livro que promete ser uma pedra no sapato do Partido Co-munista da China, e em especial do primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, chegou ontem às livrarias de Hong Kong.

Traduzido livremente como “Wen Jiabao, o Melhor Actor da China”, a obra do dissidente Yu Jie procura desfazer a imagem de Wen como um líder reformista, uma ideia corrente e reforçada pelo carisma e o apoio que o primeiro-ministro tem entre a população chinesa.

“Não sou o primeiro a descre-

Livro de dissidente acusa Wen Jiabao de não ser reformista

O teatro da política

ver Wen Jiabao como um actor. Acompanho o seu comporta-mento há muito tempo. Muitas das políticas do seu governo são diferentes da maneira como ele se comporta publicamente ou perante a imprensa. Muitas vezes, são até contraditórias”, disse Yu em entrevista à BBC.

“Muitos são enganados pelos seus actos e gostam dele, acham que ele é um reformista - eu não acho.”

Wen ganhou simpatia ao longo dos seus sete anos como primeiro-

ministro demonstrando simpatia por chineses comuns e reagindo rapidamente a situações de emer-gência, como desastres naturais e caos no sector dos transportes.

O correspondente da BBC em Pequim, Michael Bristow, disse que o líder goza de uma “imagem fantástica” na China e que, nas ruas da capital, “é difícil encontrar alguém que não goste” dele.

Yu, entretanto, acusa o pri-meiro-ministro de não promover reformas liberalizantes no mo-mento em que a China avança

no cenário mundial e procura encontrar maneiras de se adaptar a essa nova ordem.

“A China está num momento de mudança, numa perigosa encruzilhada histórica”, diz. “Se Wen fosse realmente um grande líder, com a coragem de um grande líder, tentaria promover reformas, mas não o fez.”

Na China, segundo o corres-pondente da BBC, não somente os políticos não estão acostumados a serem criticados em público, como em geral são louvados nas obras que chegam às prateleiras das livrarias.

Desde 2004, os livros de Yu são proibidos na China continental, que opera uma rigorosa censura à circulação de ideias.

No mês passado, o autor foi brevemente detido pela polícia quando contou aos amigos através da internet que a obra estava no prelo. Foi aconselhado a não pu-blicar. Ainda assim, o dissidente decidiu trazer o livro para a cena pública, afirmando que é preciso “desenvolver a ideia de liberdade de expressão” no país.

“Uma porta abriu-se ligei-ramente na China (em relação à liberdade de ideias), mas precisa-mos que todos dêem um empurrão para permitir que entre a luz do sol”, disse o autor. “A porta não vai se abrir automaticamente se ninguém fizer nada.”

Um antigo executivo da Apple na direcção de compras da tecno-lógica foi preso na semana passada sob acusação de corrupção por alegadamente ter vendido segredos industriais à China, Singapura e Coreia do Sul.

De acordo com um artigo do Wall Street Journal (WSJ), Paul Shine Devine recebeu dinheiro de seis empresários asiáticos, mais de um milhão de dólares desde 2006, em troca de informação confidencial retirada da Apple e cedida a forne-

cedores daqueles países. Segundo foi revelado, após investigação aos e-mails que Devine trocava através do computador portátil da empresa, o ex-colaborador da Apple foi dan-do instruções para transferências parcelares de dinheiro em contas abertas no estrangeiro em nome da sua mulher.

A Apple desconfiou e denunciou o caso às autoridades. O alegado funcionário corrupto foi mandado para prisão na semana passada, se-gundo o WSJ.

ex-quadro da appLe acusado de vender segredos

Uma maçã podre

terça-feira 17.8.2010

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o jornal South China Morning Post noticiou ontem que o Presidente do Zimbabué esteve em Hong Kong no sábado para fazer compras, depois de se ter reunido na sexta-feira, em Pequim, com líderes chineses.

Robert Mugabe, 86 anos, comprou fatos e sapatos na zona de Tsim Sha Tsui, em Hong Kong, rodeado de agentes da unidade de proteção especial da polícia da antiga colónia britânica.

De acordo com o mesmo jornal, um porta-voz do executivo de Hong Kong defendeu que o líder do Zim-babué, há 30 anos no poder, não se encontrava em visita oficial à região. Mugabe tem uma casa em Hong Kong, onde a filha Bona estuda con-tabilidade na City University.

Em Janeiro de 2009, as autori-dades de Hong Kong concederam imunidade diplomática à mulher de Mugabe, Grace, perante as acusações de agressão a um fotógrafo britânico, residente na região, que a tentou foto-grafar quando fazia compras.

O Presidente do Zimbabué deslo-

cou-se na sexta-feira a Pequim, para encontros com o homólogo chinês, Hu Jintao, e com o vice-presidente da China, Xi Jinping, depois de ter mar-cado presença em diversos eventos na Expo 2010, em Xangai.

o agricUltUral Bank of China (AgriBank) colocou mais 3,34 mil milhões de acções no mercado em Xangai e fixou as-sim a maior entrada em bolsa da história. O banco chinês passou a estar cotado em bolsa depois de ter colocado acções nas bolsas de Xangai e de Hong Kong no mês passado e exerceu agora uma opção que lhe permitiu aumentar o número de acções colocadas em bolsa. Assim, a dimensão da oferta pública de venda de acções (OPV), através da qual o banco passou a estar cotado em bolsa, cresceu para o valor recorde de 22,1 mil milhões de dólares.

Através do exercício da op-ção, o banco colocou mais 3,34 mil milhões de acções, ao preço de 2,68 yuans cada, em Xangai. Esta é a segunda vez que um banco chinês utiliza esta opção, sendo que o primeiro foi o In-dustrial and Commercial Bank of China, que também fixou a maior operação de entrada em

BOlsa | agricuLturaL bank of china bate recorde

Muita acção para um banco sóHOng KOng | mugabe fez compras na cidade

Ditador de sacos na mão

a revelação surgiu ontem no Japão, quando foram divulgados os dados dos seu PIB nominal no segundo trimestre do ano – 1,2883 biliões (milhões de milhões) de dó-lares, face a 1,3369 biliões da China. O valor do PIB (produto interno bruto) japonês apresentou assim um crescimento real de apenas 0,1 por cento e, atendendo a que as taxas de crescimento na China têm sido muito superiores às japo-

pib da china uLtrapassou o do Japão no segundo trimestre

a segunda economia do mundo

Quando acontece os políticos profissionais instalados na governança, por vaidade, por tentativa de sobrevivência preguiçosa ou por carência de capacidades, quase não falarem outra coisa a não ser que se vive no melhor dos mundos, com o melhor dos governos e que todos devem estar gratos e não criticar, quando assim se passa, alguma coisa vai muito mal. A utopia é válida, mas não é isto. Helder Fernando P.15

a dimensão da economia chinesa, medida pelo pib, ultrapassou no segundo trimestre ligeiramente a do Japão e pequim está bem posicionada para no final do ano ter a segunda maior economia do planeta, mas ainda a grande distância dos eua, que lideram esta tabela.

neses, é natural que no final deste ano ultrapasse de vez a dimensão da economia japonesa, como nota The Wall Street Journal.

O PIB da China já tinha ultrapas-sado o do Japão no último trimestre de 2009, mas isso deveu-se em parte as aspectos sazonais, pois a sua eco-nomia tende a acelerar no final do ano. Depois foi ultrapassada de novo pelo Japão no primeiro trimestre

deste ano, que mesmo com os dados decepcionantes entre Abril e Junho se manteve como a segunda maior economia do mundo no primeiro semestre do ano.

A ultrapassagem do Japão pela China em termos de dimensão económica expressa em dólares americanos vem na sequência de um processo que se iniciou há 30 anos e em que o país tem apresentado taxas

bolsa, quando da sua OPV em 2006.

Na primeira fase da opera-ção, o AgriBank, angariou 20,8 mil milhões de dólares, após um período em que as acções do índice de referência para a China (Shangai Composite) desceram para mínimos de 15 meses.

“Em retrospectiva, eu diria que esta foi uma operação com-pletada com suavidade num mercado turbulento, por isso

os gestores e quem conduziu a operação merecem uma palmada nas costas”, disse o analista do Haitong Securities, She Minhua à Bloomberg. “No futuro, as pre-ocupações relativas ao abranda-mento da economia e a qualidade dos activos podem pressionar as acções dos bancos”. Ontem, as acções do banco avançaram 0,7% para 2,71 yuans em Xangai, en-quanto o índice progrediu 2,11% para 2661,7 pontos.

de crescimento anuais da ordem dos dez por cento há pelo menos uma década, tendo sido o seu crescimento determinante para fazer o mundo sair da recessão global que viveu no ano passado, na sequência da crise financeira declarada no Ocidente no final de 2008. O PIB anual da China, que ronda os cinco biliões (milhões de milhões) de dólares americanos, está no entanto ainda muito atrás do

dos EUA, que roça os 15 biliões. Mas, com as taxas de crescimento actuais nos dois países (que poderão não se manter), alcançaria o dos EUA em menos de década e meia.

A posição exacta da China no ranking da dimensão económica depende do critério adoptado e a utilização do PIB como medida da economia tem sido crescentemente questionada, mas continua a preva-lecer. Por exemplo, se se considerar o PIB em paridades de poder de compra, a dimensão da economia da China fica já bastante acima da do Japão, o qual ultrapassou há muito, apesar de o rendimento (PIB…) por habitante ser cerca de um décimo, também segundo The Wall Street Journal. Outro aspecto que não costuma ser tido em conta é o da substancial subavaliação da moeda chinesa, de que se queixam muito os EUA, que se for corrigida poderá dar um novo empurrão que apro-xime substancialmente a dimensão da economia chinesa da americana, quando expressa em dólares.

políticaterça-feira 17.8.2010

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Kahon [email protected]

Liao Hui, de 68 anos, tem sido o director do Conselho de Estado desde a transição de poderes em Hong Kong e, de acordo com um jornal local, o “Ming Pao”, que começou por publicar um relato não confirmado, o sucessor será o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros,

Macau ainda eM silêncio sobre ruMor substituição oficial eM PequiM

O sucessor do rei Liao

Wang Guangya. O “Hong Kong Daily News” acrescen-tou ontem, também citando fonte anónima, que a nomea-ção de Wang era uma decisão definitiva e que o anúncio oficial estaria para breve, sendo aguardado dentro de “algumas semanas”.

O Gabinete de Relações com Hong Kong e Macau é a unidade estrutural no âmbito da administração

central que se dedica aos assuntos das duas RAE, mas as decisões definitivas são feitas pelo grupo de coordenação encabeçado pelo vice-Presidente, Xi Jinping. Partindo do prin-cípio que Liao ficaria como vice-presidente do comité nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), permane-ceria assim no interior do

grupo de coordenação e a influência sobre as duas RAE provavelmente também se manteria.

A idade de reforma para os altos funcionários chine-ses, fixada nos 65 anos, tem sido estrictamente seguida no passado a todos os níveis e a isenção de Liao acredita-se que esteja relacionada com o seguimento próximo de eventos políticos signi-ficativos nos últimos anos, incluindo as duas eleições que tiveram lugar em Macau em 2009. De acordo com um artigo de “fofoca” polí-tica publicado pelo “Apple Daily” em Maio de 2009, Liao foi dado como tendo sido um dos apoiantes de estimação de Chui Sai On na corrida para o cargo de chefe do Executivo, a par de Edmund Ho e Stanley Ho. O jornal “Ming Pao” noticiou também que quando Donald Tsang foi escolhido para substituir Tung Chee Hua em 2005, Liao tem desem-penhado um papel notável para convencer os líderes de Pequim a confiarem num funcionário veterano.

As ligações familiares de Liao têm raízes em Hong Kong, o que, da acordo com o “Apple Daily” da última sexta-feira, terá servido para torná-lo um parceiro próximo dos magnatas e moldado a sua abordagem conservadora no lidar com os Democratas. O papel de ponte do Gabinete de Rela-ções com Hong Kong e Ma-cau tem sido alegadamente ignorado na negociação do pacote de compromisso de reforma constitucional de Hong Kong e políticos não identificados acreditam que Wang Guangyi optaria por uma abordagem mais di-

plomática para lidar com as diferentes facções na política de Hong Kong.

As próximas missões do gabinete deverão incluir as eleições para o Conselho Dis-trital (2011), para o Conselho Legislativo (2012) and the Ce para chefe do Executivo (2012) em Hong Kong.

Os deputados da As-sembleia Popular Nacional (APN) de Macau estão em digressão pela Mongólia Interior e não responderam à tentativa de recolha de re-acções ao rumor. Ieong Wan Chong, director do Centro de Um-País-Dois-Sistemas do Instituto Politécnico de Macau, disse ao Hoje Macau

no domingo que apenas tomou conhecimento das notícias através da imprensa e que não via uma necessi-dade premente na reforma de Liao. Como os líderes de Pequim tomam decisões colectivamente, o Ieong não acredita que uma alteração pessoal possa vir a afectar a condução e abordagem nas políticas envolvendo Macau. Leong Heng Teng, membro da CCPPC nacional, disse nunca ter sido informado do rumor entre os políticos locais. Leong crê que o acor-do está em consonância com a política de reforma e que uma decisão colectiva não deverá ser afectada.

a imprensa de Hong Kong noticiou na semana passada que o actual chefe do Gabinete de relações com Hong Kong e Macau e sob a alçada do conselho de estado será substituído por um vice-ministro dos negócios estrangeiros, o que pode ser o sinal de uma mudança-chave na abordagem de Pequim à política para Macau e Hong Kong, já que o gabinete é o órgão de topo em Pequim para lidar com as duas regiões administrativas especiais (rae), embora o rumor esteja ainda pendente de confirmação oficial.

Políticos não identificados acreditam que Wang Guangyi optaria por uma abordagem mais diplomática para lidar com as diferentes facções na políticade Hong Kong.


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o deputado da Assembleia Legislativa (AL) Chan Meng Kam apelou a certos líderes de opinião e associações para lutarem por legislação para todos os problemas sociais por pequenos que sejam, e instou o Governo a dar à Assem-bleia tempo suficiente para discutir leis que têm potencial para causar controvérsia.

Chan prometeu também não se tornar um político que se perde em críticas por tudo e por nada para parecer que está a trabalhar no duro.

Os deputados Chan Meng Kam e Ung Choi Kun passaram em re-vista o último ano na Assembleia, uma semana antes da conferência de imprensa programada sobre o mesmo tema por parte do presi-dente Lau Cheuk Va.

Chan foi nomeado membro do Conselho Executivo há oito meses e considerou essa experiência um bom processo de aprendizagem, com um “certo” contributo para

dePutado Pede teMPo ao Governo e ProMete ser PraGMático

Com os pés bem assentes no Chana sua posição na AL. O depu-tado explicou também como as propostas de lei acordadas pelo Conselho Executivo podem acabar por ser polémicas e impopulares na AL, como a do apoio jurídico para funcionários públicos. “Isso é normal. As leis são esboçadas com boas intenções e a AL levanta opiniões para as tornar melhores. Esperamos que as leis possam ser feitas de forma melhor e mais adequada a Macau.”

Chan sublinhou que, uma vez que o Governo é inteiramente responsável por estabelecer uma agenda e cronograma para a legis-lação, o que está para lá do controlo do Conselho Executivo, deve ter-se em conta que as propostas de lei têm sido recentemente enviadas à AL para discussão com prazos apertados, sobretudo no caso das propostas de regime de carreiras

envolvendo os trabalhadores da área médica, que foram aprovadas apesar de um claro desacordo.

O deputado acha ainda que alguns líderes de opinião ou “associações” têm de “mobilizar recursos”, especialmente na ex-pressão de opiniões, para exigir legislação para cada problema social. “Quando um casal começa a brigar, as pessoas elevaram isso a problema de violência doméstica. Recentemente, há mesmo quem exija que se faça uma lei para os cemitérios públicos, após o escân-dalo”. Chan concorda que as leis para os reparadores de automóveis, reserva financeira, terras e planos de orçamento são de necessidade premente e que a busca de um sistema legal melhor é legítima, mas discorda de que a criação de leis por si só irá resolver todos os problemas de Macau.

Chui Sai On fala sobre saúde com directora-geral da OMSO Chefe do Executivo reuniu-se, ontem, com a directora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan, em Santa Sancha, para fazer um balanço geral do estado da saúde em Macau. Durante a conversa, Chui Sai On lembrou que Macau foi um dos primeiros membros da Aliança Mundial de Cidades Saudáveis, reconhecida pela OMS, em 2004, para criar uma cidade mais saudável. Margaret Chan elogiou os esforços e acredita que estão abertas as portas para reforçar os laços de cooperação.

“Como figura pública, tenho tido o cuidado de não evoluir para tornar-me um político que apenas fala o que os eleitores querem ouvir... nem um político que critica tudo todos os dias para sentir que está a trabalhar”, afirmou. “Como deputado da AL, se sempre trago a minha emoção pessoal para o trabalho e critico uma pessoa a cada oportunidade só por ter um mau sentimento pessoal, isso não é bom”. Chan sublinhou que, no que toca à fiscalização, a análise debe ser feita como quando um médico examina um paciente.

Ung Choi Kun, por sua vez, observou que os pedidos de ajuda das pessoas têm evoluído de tare-fas simples como “escrever cartas jurídicas” para desafios complexos como lidar com um processo, o que parece ser o resultado da crescente expectativa do povo contra a administração incapaz. No futuro, afirma Ung, serão feitos mais esforços na legislação para ajudar a sociedade no seu todo com melhores leis e novos pontos de serviço apenas serão acrescentados quando necessários.


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Vanessa [email protected]

Em DEzEmbro, 80% dos medicamentos tradicio-nais chineses vendidos em Hong Kong vão perder o seu certificado científico de qualidade e eficácia, com a entrada em vigor de novas regulações que visam aca-bar com os produtos não registados e sem normas de segurança. Em Macau, a situação permanece incerta, mas os Serviços de Saúde (SS) disseram ontem ao Hoje Macau que já está a trabalhar numa legislação específica para resolver o impasse, já que a maioria dos medica-mentos chineses é importada da região vizinha.

Actualmente, a lei que regula os produtos da me-dicina tradicional chinesa data de 1994 e prevê que a importação depende de au-torização prévia do director dos SS. Os importadores têm de apresentar certificados de registo ou de análise emitidos pelas autoridades administrativas de outras jurisdições da onde são pro-

o EmprEsário David Chow conse-guiu pôr um ponto final numa batalha com investidores estrangeiros que durava há dois anos. O homem-forte da Doca dos Pescadores pagou 125 mi-lhões de dólares norte-americanos a um grupo de investidores que injectou, em Janeiro de 2007, 390 milhões de dólares em negócios da empresa Macau Legend, avançou o jornal South China Morning Post, na sua edição de ontem.

O grupo, que incluía investidores como o banco Merryll Lynch e as em-presas norte-americanas Och-Ziff e TPG-Axon, comprou 45% da Macau Legend, de David Chow, que além da Doca dos Pescadores também engloba o hotel Landmark e o casino Pharaos, a contar ter lucros rápidos e fáceis ao elevar as suas acções na Bolsa de Hong Kong.

No Outono de 2008, os investidores

pediram a Chow para voltar a comprar as acções a um preço abaixo daquele que pagaram. Agora, no final do mês de Julho, o empresário avançou com o pagamento de 125 milhões de dólares, o que representa 32 centavos por cada dólar investido no negócio. Inicialmen-te, David Chow havia concordado em pagar 200 milhões de dólares em Abril do ano passado, mas depois acabou por adiar o acordo para cinco meses depois.

David Chow teve de recorrer a um empréstimo de parte dos 125 milhões a Cheng Yu-tung, o quarto homem mais rico de Hong Kong e proprietário da rede de joalharias Chow Tai Fook. Segundo o South China, a transacção foi feita em dinheiro, com a deputada Melinda Chan encarregue de fazer a ligação entre os dois empresários.

O jornal tentou obter comentários a ambos, mas nenhum mostrou-se dis-ponível a falar.

Além do Merrill, várias individuali-dades endinheiradas viram a oportuni-dade de ganhar muito dinheiro com o investimento na Doca dos Pescadores, como David Ross, co-fundador da em-presa britânica Carphone Warehouse; Siger, um fundo de investimento ligado ao rei de Marrocos, ou Sean Fitzpatri-ck, um empresário irlandês do ramo da construção. Quando a Doca dos Pescadores apareceu, em 2006, foi o primeiro empreendimento em Macau fora da área dos casinos. Em 2007, quando o Venetian abriu as portas, o fluxo de turistas na mini-cidade caiu vertiginosamente, fazendo com que uma reestruturação do empreendimen-to ficasse no frigorífico.

cedentes os medicamentos. Apesar desse procedi-

mento, são constantes os alertas emitidos pelos Ser-viços de Saúde a informar o público que não devem consumir este ou aquele produto, seguindo reco-mendações das autoridades de Hong Kong. Em Março deste ano, por exemplo, o popular remédio Po Chai, para males do estômago, teve de ser retirado das prateleiras de Macau quan-do autoridades da região vizinha detectaram que o fabricante tentou encobrir

um caso de “contaminação” com substâncias proibidas ocorrida em Janeiro.

Em Junho, um labora-tório local descobriu que uma proporção considerá-vel das plantas medicinais processadas e derivados à venda em Macau e Cantão contém níveis inadequados de químicos activos. Os especialistas advertiram o Governo para que proceda à regulamentação e realização de testes para salvaguardar a qualidade dos medicamen-tos botânicos em nome da se-gurança e saúde públicas.

O Governo reconhece o problema e está a deitar mãos à obra para actualizar a legislação com 16 anos, mas tem adiado os planos desde 2008. Há três anos, os SS revelaram que “em 2008 será lançada legislação me-lhorada sobre o controlo de medicamentos, que incluirá a supervisão de medicamen-tos tradicionais chineses e produtos de medicina natural”.

A porta-voz dos SS, Ken-die Pun, afirmou ao Hoje Macau que “já existe uma legislação (a nº 53/94/M)

a regular a supervisão dos medicamentos tradicionais chineses”. “No entanto, os Serviços de Saúde estão a tra-balhar no texto de um novo diploma para determinar o registo desses produtos”, informou.

Multas e até prisãoA partir de 1 de Dezembro, em Hong Kong, qualquer venda, importação ou posse de remédios tradicionais chineses sem licença pode levar a uma multa de 100 mil dólares e dois anos de prisão. Embora os 11 mil produtos

sociedade

125 milhões de dólares pagos a investidores da doca dos pescadores

David Chow salda dívida

macau trabalha em nova lei para medicamentos chineses na mesma linha de hong Kong

Segurança sim, eficácia nem tantopossam continuar à venda, quando a lei entrar em vigor terão de ser realizados testes de segurança, mas não de qualidade ou eficácia. Isso quer dizer que já não serão levadas em consideração os ingredientes, a data de vali-dade, o método de fabrico e a eficácia em tratar o propósito a que se destinam.

Até Junho, o Conselho de Medicamentos Tradicionais Chineses de Hong Kong re-cebeu 16.560 pedidos de re-gisto, mas só 11.260 licenças foram atribuídas de forma temporária. Os produtos que vão continuar à venda passaram em três testes de segurança independentes, não tendo sido encontrados vestígios de substâncias tóxicas, como pesticidas. Os próprios fabricantes têm de entregar ao governo vizinho informação sobre a qualidade e a eficácia, mas, até ao momento, apenas 1600 o fizeram, permitindo-lhes uma licença por tempo indeterminado. Quando a lei entrar em vigor, 85% dos remédios vão manter dados importantes em segredo.


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Kah

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an

Mais de vinte mil boletins recebidos no concurso de nomes para os pandas A fase de votação da “Actividade de nomes atribuídos aos pandas gigantes” começou há duas semanas e, desde então, o Instituto para os As-suntos Cívicos e Municipais (IASM) já recebeu mais de 20 mil formulários de participação. Para reunir ainda mais participantes, o IACM irá erguer tendas por toda a cidade e irá convencer o público a votar no par de nomes preferido. Os cinco pares de nomes seleccionados pela Comissão de Avaliação são Hoi Hoi, Sam Sam, Hou Hou, Lin Lin, Ieong Kuong, Mun Mun, Ou Cheong, Ou Mio, A Hou, Lin Mui.

www. iacm.gov.mo

AvisoFaz-se público que, por deliberação do Conselho de Administração do IACM, tomada em

sessão de 30 de Julho de 2010, se acha aberta a consulta pública para o “Arrendamento, com vista à exploração, do snack-bar sito no Parque de Seac Pai Van”.

O programa de consulta e o caderno de encargos podem ser obtidos antes da data limite para a entrega das propostas, todos os dias úteis e dentro do horário normal de expediente, no Núcleo de Expediente e Arquivo do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), sito na Avenida de Almeida Ribeiro nº 163, r/c, Macau.

Os concorrentes devem prestar uma caução provisória no valor de MOP$1.000,00 (mil patacas). A caução provisória pode ser efectuada na Tesouraria da Divisão de Contabilidade e Assuntos Financeiros do IACM, sita na Avenida de Almeida Ribeiro nº 163, r/c, Macau, por depósito em dinheiro, cheque ou garantia bancária, em nome do “Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais”.

O IACM realizará a respeito do snack-bar acima mencionado uma sessão de esclareci-mentos sobre esta consulta, pelas 10:00 horas do dia 19 de Agosto de 2010, no auditório da Divisão de Formação e Documentação. (Avenida da Praia Grande nº 804, Edf. China Plaza 6º andar, Macau)

Os concorrentes devem entregar as propostas, dentro do horário normal de expediente, no Núcleo de Expediente e Arquivo deste Instituto. O prazo para a entrega das propostas termina às 17:00 do dia 31 de Agosto de 2010. O acto público de abertura das propostas realizar-se-á no auditório da Divisão de Formação e Documentação do IACM, sito na Avenida da Praia Grande nº 804, Edf. China Plaza 6º andar, pelas 10:00 do dia 1 de Setembro de 2010.

Aos 10 de Agosto de 2010.

O Presidente do Conselhode Administração, Substituto

Lei Wai Nong

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125 milhões de dólares pagos a investidores da doca dos pescadores

David Chow salda dívida


os moraDorEs do edi-fício U Wa, na Areia Preta, fizeram o deputado Chan Meng Kam assinar uma declaração a prometer que nenhum columbário irá abrir no rés-do-chão das suas casas. No entanto, a Companhia de Parques de Macau admitiu que alugou dois dos espaços comerciais envolvidos na controvérsia do columbário secreto.

A confusão sobre um possível columbário num prédio residencial da Areia Preta adensou-se na noite de domingo, quando centenas de moradores cercaram uma mulher à entrada de um dos espaços suspeitos, sob o argumento de que esta havia contratado um trabalhador ilegal para re-mover evidências de que ali funcionaria um armazém de urnas funerárias.

Quando os deputados Chan Meng Kam e Ung Choi Kun chegaram ao edi-fício para negociar, foram engolidos pela multidão, que reteve-os por mais de uma hora. Os dois só foram “dispensados” ao prometer que encontrariam os pro-prietários dos dois espaços comerciais e que os morado-res poderiam inspeccionar o local. A confusão só acabou depois da uma da manhã de segunda-feira.

Porém, descobriu-se ontem que as duas lojas do edifício U Wa com gra-

moradores da areia preta forçam deputado a assinar carta de comprometimento

Era uma vez um columbárioBaixa na MelcoA Melco Crown Entertain-ment anunciou ontem que Simon Dewhurst, vice-pre-sidente executivo e director financeiro, apresentou a sua demissão após uma reunião com os quadros executivos da empresa. “Numa fase de reestruturação para o desen-volvimento da Melco Crown, focado basicamente na sua rentabilidade operacional, o passo lógico era identificar um director financeiro que, além de sólida experiência operacional e financeira, também possuísse habi-lidades para lidar com a situação actual da empresa”, fez saber a concessionária do jogo em comunicado. Leanne Palmer, vice-director financeiro, assume interina-mente o cargo deixado em aberto no departamento de contabilidade, enquanto a Melco conduz “uma busca global para encontrar o candidato ideal e de calibre excepcional para ocupar o cargo”. Além desta mexida, Geoffrey Davis foi promovido a vice-director financeiro e tesoureiro e trabalhará a partir de Macau.

MGM também quer cotaiO presidente do MGM Macau, Grant Bowie, reafirmou o de-sejo da empresa de expandir a sua presença no território e para isso conta com uma parcela para construir um mega-resort no Cotai. “Já deixamos claro que quere-mos ter uma oportunidade no Cotai”, disse ontem à imprensa. “Também já dei-xamos claro que queremos crescer em Macau e estamos a trabalhar com o governo nessa direcção.” O execu-tivo garante que a situação do MGM é “financeiramente segura”, o que significa a existência de capital para investir no Cotai. Há duas semanas Lau Si Io, director das Obras Públicas, anunciou na Assembleia Legislativa que havia três projectos de concessionárias de jogo para o Cotai sob avaliação do governo. O responsável não quis revelar quem eram os candidatos e Grant Bowie adoptou a mesma postura, sem querer confirmar se seria uma das partes inte-ressadas. No entanto, o pre-sidente do MGM confirmou que, em 2007, submeteu um pedido de concessão de terra no Cotai. Nenhuma parcela do Macau Studio City está debaixo do seu olho. “Não vejo esses terrenos como uma opção, já que a terra está atribuída a outro investidor.”

Reservas cambiais voltam a subira autoriDaDE Monetária de Macau (AMCM) divulgou ontem que as estimativas preliminares das reservas cambiais cifraram-se em 165,7 mil milhões de patacas no final de Julho, tendo aumentado 1,2% relativamente aos dados do mês anterior (163,7 mil milhões de patacas). Em comparação com os valores em Julho de 2009, as reservas tiveram um acréscimo de 25 mil milhões, ou seja, um aumento de 17,7%. A taxa de câmbio efectiva da pataca, que mede as paridades cambiais contra as divisas dos principais parceiros comer-ciais, ponderadas pelas suas quotas relativas do comércio, foi de 91,25 em Julho, uma redução de 1,04 pontos relativo ao mês anterior, mas um acréscimo de 0,81 pontos quando comparado a Julho de 2009.

des de ferro à porta foram alugadas pela Companhia de Parques de Macau, onde funcionaria um escritório operacional dos parquí-metros da zona norte, já que a empresa conseguiu o contrato de serviços em Abril. Os deputados e a administração da empre-sa abriram as portas do seu espaço na tarde de ontem, sob o olhar atento dos moradores. Alguns aceitaram a explicação, outros, no entanto, per-manecem cépticos quanto à remoção da “decoração” do columbário.

Aline Lee, a coordenado-ra operacional da empresa dos parques, disse que as obras de remodelação do local começaram há duas semanas e que essa infor-mação já tinha sido prestada aos moradores do U Wa, sem a presença dos deputados ou de jornalista. Quando questionada sobre o porquê das obras não terem obtido licença, Lee justificou que a empresa encarregue da remodelação encarregou-se

de toda a burocracia. Por isso, não estavam a par da situação real, até a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DS-SOPT) ter fixado uma noti-ficação à porta. A DSSOPT reiterou ontem que as obras nos espaços de 120 metros

quadrados ainda não estão aprovadas.

Por outro lado, o grande forno de tijolos numa outra loja no mesmo edifício, e que pertence à Associação dos Conterrâneos da Fokkin Ha Tim de Macau, foi demolido na manhã de ontem, mas

vestígios do “crime” foram deixados. A chaminé tam-bém foi removida.

Testemunhas contaram ao Hoje Macau que cerca de uma centena de moradores forçou Chan Meng Kam a assinar uma espécie de declaração a prometer que nenhum colum-bário seria instalado na zona da sua residência. Um dos mo-radores disse que a promessa do deputado e a abertura das lojas para fiscalização do público esfriaram as preocu-pações de estarem a dormir em cima de um cemitério. Outros residentes mantêm-se incrédulos e só acreditam que nenhum columbário será construído no bairro quando já não houver evidências de fornos e afins.

culturaterça-feira 17.8.2010

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António Falcã[email protected]

Foi no limiar do mês de Agosto de 2003 que o Creative Macau abriu as suas portas com a iniciativa pioneira de conceber um centro para as indústrias criativas em Ma-cau, levando para a frente este novo sector da economia que faz parte de todas as cidades modernas e cosmopolitas. Sete anos depois o governo parece ter acordado final-mente para o assunto, como se todo esse período, só para dar o exemplo, não tivesse feito parte do calendário, surgindo agora com a ideia de ter descoberto uma mina de ouro, revelando finalmente a intenção de construir um caminho para as indústrias culturais. Nomeados estão 43 cavaleiros que levarão a sua intenta a bom porto. O futuro o dirá. Mas o tempo urge.

Há um paradoxo nesta história das indústrias cul-turais e do seu significado na sociedade, com a ideia de massificar a cultura no mercado de consumo. Levando, de certo modo, a

A Actriz húngara Zsa Zsa Gabor, de 93 anos, estrela icónica do cinema mundial des-de os anos 1950, pediu ontem que lhe fosse ministrada a extrema-unção na sequência de semanas de problemas médicos e dois dias depois de ter regressado ao hospital na sequência de complicações relacionadas com uma cirurgia à anca. Aos 93 anos, a actriz está internada no UCLA Ronald Reagan Medical Center, em Los Angeles.

Após uma cirurgia para remover dois coágulos sanguíneos da zona do tronco, resultantes da cirurgia à anca, que partiu dia 17 de Julho após uma queda da sua cama. A actriz já foi visitada por um padre a seu pedido, informou o seu marido, Frederick Prinz von Anhalt, à Reuters. O relações públicas da actriz referiu que a situação é “muito triste”. Gabor está consciente mas só consegue falar “muito pouco” depois

de ter dado entrada no hospital. Desde a queda da cama, em Julho, “a saúde dela tem andado com altos e baixos”, indicou ainda a mesma porta-voz à Reuters.

Zsa Zsa Gabor é uma figura icónica de uma era de Hollywood e do cinema mundial, pela sua postura sensual e brincalhona, pelo seu sotaque húngaro, pelos nove casamentos, dos quais tem uma filha, e por uma carreira pontuada por mais de 30 filmes e séries de televisão. Participou, com um pequeno papel, em “A Sede do Mal”, de Orson Welles (1958), protagonizou “Moulin Rouge” (1952), de John Huston, ou “Lili” (1952). Tendo começado a sua carreira como participante em concursos de beleza e socialite - acompanhada pelas irmãs Eva e Magda -, os seus mais recentes papéis foram nos filmes “Happily Ever After” - animação a que emprestou a voz - e em “The Naked Truth”, ambos em 1993. - in Público

Ícone de Hollywood às portas da morte

Última cena de Zsa Zsa Gaborcreative macau comemora sétimo aniversário

Esperando pelo amanhã

que a cultura e esse objecto definido como “artístico”, de carácter singular que vincula a produção do criador en-quanto peça única e original, facto pelo qual a sua obra é relevante, se multiplique e se venda como pãezinhos quentes sob variadas fór-mulas, criando um novo mercado, puxando todo um novo sector da economia e revelando o seu autor.

Cunhado pelos filósofos e sociólogos alemães Theodor Adorno e Max Horkheimer na sua obra de 1947, Dialé-tica do Esclarecimento, os autores criaram o conceito de Indústria Cultural para enunciar a transformação da cultura em mercadoria, ar-rastando a produção cultural e intelectual para que passe a ser guiada por essa possi-bilidade de consumo, com um retorno financeiro que

envolve os agentes presentes no processo. Facto que tem causado discussão Há duas grandes tendências, quando se trata de saber se a indústria cultural provoca a alienação ou produz a revelação. A res-posta pode ser dada através da análise do conteúdo veiculado pelos meios de que se serve a indústria cultural. Acima de tudo leva-se a criação e a produção “artística”, que em teoria perde esse estatuto ao tornar-se indústria, a um público mais vasto, com a fronteira muitas vezes difícil de estabelecer entre o bom e o mau, entre o marketing e a decepção do mercado. O que é certo é que a indústria cul-tural passa por um consumo desenfreado da oferta criativa, que para além do design, como melhor exemplo, e da criação de produtos baseados nas artes plásticas, também


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pub

65º aniversário do massacre de Nanjing6830 pares de sapatos de pano foram ontem colocados na praça do Museu do Massacre de Nanjing, na cidade chinesa com o mesmo nome, numa homenagem às mais de 300 mil pessoas que em 1937 foram massacradas pelas tropas japonesas. Desde que foi fundado, em 1985, o museu assinala todos os anos, a 15 de Agosto, o aniversário da rendição japonesa na Segunda Guerra Mundial. “Para que não se permita que a história se repita”, afirmou o curador do Museu, Zhu Chengshan. Mais de 25 milhões de pessoas já visitaram este museu, em Nanjing, entre as quais mais de dois milhões oriundos de mais de 80 países.

creative macau comemora sétimo aniversário

Esperando pelo amanhã

passa pela música, pelo livro, pelo cinema, pelo teatro, entre muitos outros.

Patamar sustentávelLúcia Lemos, responsável pelo Creative Macau, define a “indústria” como o processo de “proliferação e massifica-ção de uma ideia que a torna rentável”, incluindo-a num círculo comercial. A ideia do projecto, lançado pelo Institu-to dos Estudos Europeus de Macau (IEEM), foi construído em paralelo com a prometida massificação da indústria do jogo, “criando uma expec-tativa de um novo mercado para onde os talentos de Macau pudessem convergir potenciando a tão esperada economia criativa.” Desde então o PIB de Macau, com base nessa vertente do jogo, triplicou e as receitas saídas dos casinos para os cofres

do governo aumentaram vertiginosamente, superando todas as expectativas, com um incremento entre 1999 a 2010 a rondar os 1000%.

Por seu lado o engenho cultural mantém-se estático, com laivos de alguma mu-dança a surgirem no pano-rama nos últimos meses. O envolvimento dos locais nessa indústria e a procura de criati-vos foi parca, o investimento na sua formação foi quase nula. O orçamento de 600 mil patacas para as actividades do centro do IEEM permanece intacto, sem mais um avo. Que é metade da totalidade anual para todas as despesas recorrentes, com salários e custos de manutenção. Facto que requer sempre alguma ginástica para cumprir os objectivos ano após ano.

Lúcia Lemos acredita fi-nalmente na reviravolta e crê

que o executivo via finalmente agarrar o boi pelos cornos. “Macau está muito rico, agora há condições para fazer mais”, afirma. E sugere: “o governo deve investir às cegas e fazer muito muito, apostando nesta economia de verdade.” É isso que se espera. Mas não deve ser uma aposta insustentável, deve apostar na consistência das suas fundações com uns alicerces fortes. Para Lúcia Le-mos a jogada deve concentrar-se em centros de criação, com uma aposta forte na educação, que partirá tanto do governo como da iniciativa privada.

A qualidade de Macau no campo das artes é evidente. “Os nossos criadores são bons e provocam reacções positivas lá fora, quer seja na Ásia ou no mercado internacional”, essa é a visão de Lúcia Lemos. “É preciso que haja confrontação, sendo necessário que se traba-

lhe em continuidade” para a validade de toda a empreitada. “Para o governo dar a volta é preciso montar estruturas, não só para informação e produção, mas também com a criação de um verdadeiro centro de ideias, com um centro de design que congregue todos os esforços”, refere a directora do Creative Macau, “e que se vá experi-mentando vários projectos e que se abra um centro de negócios.” E isso tudo passa pela “internacionalização de Macau” que proporcionará a criação de empresas criativas e de empregos criativos que transformará qualitativamente a imagem da cidade.

O Centro, localizado no rés-do-chão do Centro Cultural de Macau, para a comemoração do seu sétimo aniversário vai inaugurar a exposição “TO DAY TOMORROW”, com a presença de vinte participantes membros numa exposição colectiva e um fim de tarde agradável com uma banda musical, os Blade-mark, e dois grupos de jovens

de brake-dance e hip-hop. A ideia do evento partiu da “ideia aparentemente tangível sobre a estabilidade do presente mas perspectivando a prosperidade do futuro.” Convidando os artistas a criarem um objecto que caracterizasse a sua visão de futuro para Macau numa perspectiva de economia cul-tural dentro dos vários sectores das indústrias criativas.

Lúcia Lemos acredita que esta ideia de levar Macau no fluxo da cultura tem de partir de um esforço conjunto, com as várias entidades e asso-ciações que se estabeleceram nesta área a fazer força numa unidade. “Todos juntos somos uma massa”, afirma. “Sozinho não se pode caminhar, não há força motora para pôr o carro a trabalhar. É preciso muito trabalho, muita energia, muita boa vontade.” E os objectivos mantém-se “no desejo de cons-truir uma sociedade justa de grande bem-estar para todos”, procurando oportunidades , as razões para motivação

dos criadores surgem natu-ralmente, dinamizando o seu potencial. E só há um caminho para que o retorno funcione: a educação, a coordenação e a criação de um directório que centralize todas as coordena-das. “Não se pode cruzar os braços”, avisa Lúcia. “Pôr as mãos ao trabalho sem obs-truir a liberdade de criação”, ajudará a viabilizar todo os objectivos.

Primeiro é tempo para feste-jar. A exposição comemorativa de mais um aniversário abre no próximo dia 28 de Agosto e vai trazer à galeria do Creative Macau as obras de Wu Lusheng, Vénus Chan, Rita Ferreira, Ondina Oliveira, Nuno Veloso, Nair Cardoso, Menn Chow, Mel Cheong, Lúcia Lemos, Lampo Leong, Kit Kelen, John Tsui, José Drummond, Gigi Lee, Fortes Pakeong Sequeira, Cristina Vinhas. Daqui, o Hoje Macau deseja um feliz aniversário e muitos anos de vida para o centro pioneiro das indústrias criativas em Macau.

Prédio em mau estado de conservaçãoEtidal n.º : 219/E/2010

Chan Pou Ha, Subdirectora da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, em uso das competências delegadas pelo n.º 8 do artigo 1.º do Despacho n.º 09/SOTDIR/2009, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 16, II Série, de 22 de Abril de 2009, faz saber por este meio aos proprietários /condóminos, inquilinos ou demais ocupantes do prédio acima indicado no seguinte impresso, conforme o parecer e o estado avaliado da Comissão de Vistoria constante do processo em curso nesta Direcção de Serviços, pelo que, nos termos do artigo 54.º do Decreto-Lei n.º 79/85/M de 21 de Agosto e por meu despacho de 06/08/2010, devem proceder à indicação do cumprimento no seguinte:

Para o efeito, deverão apresentar previamente nestes Serviços o projecto de obra respactivo, de acordo com o Decreto-Lei n.º 79/85/M de 21 de Agosto.

Caso não seja dado cumprimento ao teor do presente edital, esta Direcção de Serviços, sem prejuízo da aplicação da multa estabelecida no artigo 67.º do citado diploma legal, executará, nos termos do disposto no artigo 56.º, demolição dos trabalhos acima mencionados a partir do termo do prazo atrás referido, a expensas dos seus condóminos.

Na falta de pagamento voluntário da despesa, proceder-se-á à cobrança coerciva da quantia em dívida pela Repartição das Execuções Fiscais da Direcção dos Serviços de Finanças.

Da minha decisão cabe recurso hierárquico para o Chefe do Executivo, a interpor no prazo de 15 dias contados a partir da data de publicação do presente edital, nos termos do artigo 59.º do referido diploma legal.

RAEM, aos 06 de Agosto de 2010.

A Subdirectora dos ServiçosChan Pou Ha

EDITAL

Local Estado avaliado Indicação cumpridaEncontra-se em muito mau estado de reparação e conservação

O edifício encontra-se em mau estado de reparação e conservação

Devem proceder no prazo de 20 dias contados a partir da data de publicação do presente edital, à reparação do edifício acima indicado, bem como demolição da barraca metálica no tel-hodo do edifício acima indicado.

Devem proceder no prazo de 30 dias contados a partir da data de publicação do presente edital, à reparação do edifício acima indicado

Rua de Cincode Outubro, Macau

Rua do Bispo Medeiros 7 – 9, Edf. Seng Yuen, Macau

56/RP/2010/F

83/2005/R

Processo n.º


10www.hojemacau.com desporto

O avançadO do Real Madrid considera normal o facto de Mouri-nho querer mais um ponta de lança no plantel. Para a próxima época, o francês garante que vai lutar muito para agarrar um lugar na equipa.

Depois de uma época para es-quecer, o avançado promete fazer de tudo para ganhar a confiança de José Mourinho.

“O ano passado passado foi muito difícil porque era a primeira vez que jogava fora de França. Agora estou aqui com toda a minha família e quero apagar da minha cabeça tudo o que se passou na época passada”, afirmou Karim Benzema.

Quanto ao facto de o treinador do Real Madrid pretender mais um avançado, Benzema considera algo natural: “É normal que o Real quei-ra mais um avançado porque é um grande clube. Agora temos apenas

dois, portanto falta mais um. Higuaín é um bom jogador e está tudo bem com ele, quanto a mim, vou trabalhar para jogar”.

O internacional gaulês tem ob-jectivos bem definidos na sua cabeça no que diz respeito à próxima época: “Primeiro, jogar muito; segundo, marcar golos e, por último, ganhar muitos títulos”.

O Real Madrid defrontará o hoje o Standard Liège num jogo particular.

O presidente do Bayern Munique insurgiu-se contra a pretensão da Federação Francesa de Futebol, em re-querer a presença de Franck Ribéry para depor no âmbito da actuação da selecção gaulesa no Campeonato do Mundo da África do Sul.

“Mas onde é que pensam que estão?”, questiona Uli Hoeness, numa entrevista publicada ontem no jornal “Bild”. “Não vamos man-dar o jogador para França quando estamos a ultimar os preparativos da nova época só porque os franceses que-rem”, afiançou o dirigente bávaro.

Para Uli Hoeness, a fe-deração francesa “não tem qualquer respeito” pelo

Bayern Munique, que não irá autorizar a deslocação de Ribéry a Paris a quatro dias da jornada inaugural da Bundesliga.

“Se querem alguma coi-sa que venham cá”, defende o presidente do campeão bávaro, que acredita seria-mente que o internacional francês terá “um desempe-nho excepcional na nova época e que a todos deixará feliz”.

Ainda no decorrer da entrevista, Hoeness tece duras críticas à Federação Holandesa de Futebol por ter permitido que o jogador Arjen Robben disputasse o Mundial de 2010 e, dessa forma, tivesse agravado uma lesão.

internacional francês diz que vai “jogar muito”

Benzema prometeBayern não autoriza ida riBéry a Paris

Falta de respeito

JOsé MOurinhO considera Cristiano Ronaldo “um fenómeno” e admite que “não teria problema nenhum” em nomeá-lo “capitão”, mas frisa que o Real Madrid dá a braçadeira aos futebolistas mais antigos e Iker Casillas é “perfeito” na função.

Depois de o seleccionador na-cional, Carlos Queiroz, ter afirma-do, numa entrevista ao semanário “Expresso”, que Cristiano Ronaldo se tornou “capitão” da selecção “muito cedo”, José Mourinho disse à agência Lusa que “os grandes jogadores são os grandes líderes”. “Cristiano é um fenómeno. Não vou perder mais tempo a falar dele, basta dizer que é um fenómeno”, salientou, considerando que o brasileiro Luiz Felipe Scolari, o antecessor de Carlos Queiroz, é “a pessoa indicada para comentar as afirmações do seleccionador português acerca do capitão da equipa nacional”.

O novo técnico do Real Madrid recusa comentar o assunto com o argumento de que a selecção por-tuguesa é “um espaço de trabalho” que não conhece, mas aceita falar do que são as suas “realidades”, “necessidades” e “opções”. “Eu,

josé mourinho considera ronaldo um “fenómeno”

Os prós e contras do capitão

como treinador, preciso de um líder em campo e não fora dele, porque fora de campo o líder sou eu. Onde preciso de líderes é em competição e num período onde a minha intervenção directa se reves-te muitas vezes de dificuldades de comunicação”, refere.

Por esta razão, os líderes que José Mourinho quer ter em campo “são aqueles que fazem a diferença, que carregam a equipa de ambição e coragem, de motiva-ção e vontade de vencer, que são o suporte da mesma pelas suas qualidades diferenciadas”. “E,

neste sentido, os grandes jogadores são os grandes lideres”, afirmou, adiantando: “Por isso posso dizer que não teria problema nenhum em fazer de Cristiano capitão do Real, porque lhe reconheço todas estas qualidades”.

Mas, como recorda, no Real Madrid “a tradição e a cultura decidem que são os jogadores mais antigos a levar a braçadeira” de “capitão”. “E, por sorte, temos em Iker Casillas um capitão com todas estas características que explicitei. Aliás, considero-o o capitão per-feito e espero que o seja por mui-tos anos. Mas, sublinho, falo de mim e das minhas experiências”, disse. Segundo Mourinho, “Ca-sillas, com 29 anos, Alonso e Pepe, com 27, e Cristiano, com 25, são os veteranos de uma equipa toda ela muito jovem e o Ricardo Car-valho, que já jovem vivia do seu sentido posicional, da sua leitura do jogo, da sua tranquilidade, está inteiro fisicamente e tem todas as suas qualidades apuradas”. Para o técnico, Ricardo Carvalho, que já tinha orientado no FC Porto e no Chelsea, “é um grande jogador”, que fala o seu “idioma futebolísti-co”, pelo que a adaptação “é fácil”

tanto para o defesa como para o treinador. O treinador adiantou que o também defesa internacional português Pepe “está óptimo” e “é um rapaz sério”, recordando que o quis quando orientava a equipa do FC Porto e o jogador ainda estava no Marítimo. “Pepe está óptimo. Parece-me feliz. Quis Pepe para o FC Porto, mas, como fui para o Chelsea, nunca trabalhei com ele. Chegou agora o momento e estou a gostar muito. É um rapaz sério, que trabalha muito bem e vai melhorar connosco e o nosso método”, afirmou. Afirmando-se “feliz no Real Madrid” e “ansioso por começar a competir a sério”, disse que, após ter ganho tudo no Inter de Milão em 2009-10, quando levou o clube italiano ao título europeu, precisava de “procurar novos desafios, construir nova equipa, enfrentar novos adversá-rios”. “Podia estar no Inter a viver dos louros, a preparar-me para ga-nhar três títulos em quatro jogos, uma Supertaça italiana, uma Su-pertaça Europeia e o Campeonato do Mundo de Clubes, mas estou muito contente com a decisão de vir para o Real Madrid. Acho que precisava disto”, rematou.


11www.hojemacau.comTénis | Clijsters venceu Shaparova em torneio de Cincinnati

A belga Kim Clijsters triunfou no torneio WTA de Cincinnati (EUA), ao derrotar a russa Maria Sharapova, numa partida que chegou a ser interrompida pela chuva. A final, que durou duas horas e meia, começou mal para a belga, tendo perdido para a russa o primeiro set por 2-6. Mas a sétima do ranking mundial conseguiu a reviravolta de forma agressiva, com um set vencido por 7-6 (7/4) e outro por 6-2.

na priMeira jornada da época 2010/11, a Acadé-mica de Coimbra de Jorge Costa impôs uma derrota ao campeão Benfica. Tam-bém o Sporting chumbou no arranque da Liga, ao contrário do FC Porto e do Sporting de Braga que en-traram com o pé direito.

2-1 foi o resultado final do jogo de domingo no Estádio da Luz, onde a Aca-démica de Coimbra, agora treinada por Jorge Costa, entrou com muita garra, tendo chegado ao golo aos 26 minutos, através de Miguel Fidalgo.

O Benfica, a jogar contra dez a partir dos 50 minutos, ainda conseguiu empatar o encontro, mas foi um incrível chapéu de Laionel a Roberto que fixou o re-sultado. De salientar que os encarnados já não sofriam uma derrota na Luz há 16 meses.

Também o Sporting teve

O selecciOnadOr nacional português considera que Cristiano Ronaldo recebeu a braçadeira muito cedo na carreira e revelou uma conversa privada com Ronaldo.

Queiroz admite que o internacional português “foi capitão cedo de mais”, mas manteve a decisão do antecessor, Luiz Felipe Scolari. Aliás, a questão começou mesmo aí, sobre se Ronaldo foi a escolha acertada para capitão. O seleccionador português remeteu para o brasileiro.

“Devem perguntar a quem tomou a decisão, o antigo seleccionador”, respondeu Queiroz. A pergunta seguinte impunha-se, uma vez que o técnico português manteve a decisão. Eis a explicação: “Há muita gente que não está de acordo, e muitos não esta-vam de acordo na altura. Acho que não foi bom para o próprio Cristiano. Foi cedo de mais. Não digo que não possa vir a ser um grande capitão.”

Depois, a confissão do diálogo com o jogador do Real Madrid. “Não gosto de revelar conversas privadas, mas vou contar uma: Disse-lhe: já tivemos o desafio de fazer de ti o melhor jogador do mundo; agora temos uma nova etapa pela frente: a de saber se podes ser o melhor capitão para a selecção. Estou convencido de que vamos lá chegar.”

O spOrting de Braga inicia na quarta-feira a discussão pelo acesso à Liga dos Campeões em futebol, quando receber os espanhóis do Se-vilha FC, em jogo da primeira mão do "play-off" final de apuramento. Os bracarenses procuram não só fazer história – nunca marcaram presença na Liga dos Campeões -, mas reforçar, frente a uma das mais valiosas equipas espanholas, a qualidade que têm mostrado e a possibilidade de terem um grande encaixe financeiro.

O segundo lugar na Liga portu-guesa colocou desde logo o Braga na terceira pré-eliminatória da “Champions”, com a equipa a ter um sorteio pouco favorável, mas a contrariar (3-0 em casa, derrota 2-1 fora) os escoceses Celtic Glasgow.

Entre as equipas possíveis calhou, então, a teoricamente mais difícil, situação que se viria a repetir no sorteio do "play-off", com o melhor cotado e quarto

Braga tenta ser quinta equiPa Portuguesa a chegar à chamPions

Ver Sevilha por um canudo

sPorting e Benfica Perdem Primeiros jogos

Norte vai à frentecarlos queiroz critica decisão de scolari

Capitão antes do tempoum mau início de época, com uma derrota na Mata Real, frente ao Paços de Ferreira, por 1-0 . Uma nota a ter em conta é que os “leões” já não perdiam na abertura da Liga há 15 anos, quando sucumbiram nas Antas, ao minuto 89.

Já os adversários direc-tos, Sporting de Braga e FC Porto entraram com o pé direito no campeonato, com triunfos na recepção

ao Portimonense (3-1, sexta feira) e na visita à Naval 1.º de Maio (1-0, sábado).

Contas feitas, o Benfica encontra-se, para já, no 11.º lugar da tabela classifica-tiva, sem qualquer ponto, tal como Rio Ave, Sporting, Marítimo, Naval 1.º de Maio e Portimonense. A jornada encerra esta segunda-feira no Algarve, com o encontro entre Vitória de Guimarães e Olhanense.

Na mesma parte da entrevista, Carlos Queiroz revelou que ainda não falou “pesso-almente” com Ronaldo, depois do desabafo do capitão português, após a eliminação do Mundial-2010, frente à Espanha. “Mas mantemos contacto”, adiantou.

classificado da Liga espanhola, o Sevilha, no caminho do Sporting de Braga.

A equipa de Domingos Paciên-cia chega a este "play-off" morali-zada, depois de ter iniciado a Liga portuguesa com uma vitória (3-1 frente ao Portimonense), enquanto o Sevilha vem de um triunfo, tam-bém por 3-1, na primeira mão da Supertaça espanhola.

Os andaluzes venceram o campeão FC Barcelona, num jogo em que os catalães se apre-sentaram sem grande parte dos jogadores titulares – os que ven-ceram o Mundial2010 – e com o argentino Lionel Messi no banco de suplentes.

As grandes figuras do Sevilha são os avançados Frédéric Kanouté, o maliano marcou dois golos no jogo da supertaça, e o brasileiro Luís Fabiano, secundados pelo espanhol Álvaro Negredo.

Para esta época, em que o

defesa/médio Adriano saiu para o FC Barcelona, o defesa francês Mouhamadou Dabo (ex-Saint-Étienne) e os médios italianos Tibério Guarente (ex-Atalanta) e Luca Cigarini (ex-Nápoles) são as principais contratações.

Ao contrário do Braga, o Sevilha

já marcou por duas vezes presença na “Champions” – eliminado nos oitavos em 2007/08 e 2009/10, enquanto que a equipa minhota procura ser a quinta portuguesa a consegui-lo, num historial em que apenas Benfica, FC Porto, Sporting e Boavista o conseguiram.

O encaixe financeiro é outro aspecto a ter em conta: caso se apure para a fase de grupos, o Braga amealha 7,1 milhões de euros, sem contar com a fatia de direitos televisivos, que repartirá com o Benfica.

Nos jogos dos "play-off" estarão outros portugueses em acção, mas em equipas estrangeiras, como são os casos de Bruno Alves, Fernando Meira e Danny, na equipa russa do Zenit, que na terça feira defronta os franceses do Auxerre.

Esta fase de acesso apresenta dois caminhos, de um lado jogos que opõe não campeões – de países teoricamente com melhor “ranking” – e de outro um trajeto para campeões, de países menos cotados no futebol europeu.

Na terça feira disputam-se cinco jogos, com os mais inte-ressantes a oporem os russos do Zenit aos franceses do Auxerre e os ucranianos do Dínamo Kiev aos holandeses do Ajax.

No dia seguinte, além de Braga-Sevilha, a jornada oferece um Werder Bremen-Sampdória, num momento em que se fala que o avançado português Hugo Almeida, da equipa alemã, poderá rumar a Itália, à Lázio.

o H o j e [ r ] e c o m e n d a

Su doku [ ] Cruzadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

Solução do pRoblEmAdo dIA AntERIoR

www.mAcAucAblEtv.com[ Te l e ] v i s ã o

(MCTV 83) TVB Pearl22:35 24

InforMação MaCau CaBle TV

‘Salt’, de PhilliP NoyceEra para ser Tom Cruise mas Phillip Noyce acabou por apostar em Angelina Jolie para protagonizar ‘Salt’, um filme de (muita) acção sobre espionagem. Ao tornar-se agente da norte-americana CIA, ‘Evelyn Salt’ (Jolie) fez um juramento ao seu país: honrá-lo e defendê-lo a qualquer preço. Mas tudo será posto em causa quando um desertor russo do FSB, o sucessor do KGB, a acusa de ser uma espia russa.

HorIZonTaIS:1-nome de homem. Importuna, maçadora. 2-benéfica. A casa de habitação. ninho. 3-trabalha, funciona. Abaladas. 4-passada através de filtro. nome de mulher. 5-dia da semana (pl.). 6-A pessoa com quem se fala. parte do vestuário que cinge o pescoço (pl.). Ermo, solitário. 7-doença. 8-desisti em favor de outrem. ciência da moral. 9-nome de homem. missa anual para sufrágio (Ant.). 10-nome de mulher. Acusado. doei. 11-Hora de descanso. tece, entrelaça.

VerTICaIS:1-Fruto do abacateiro. procedimento rápido (Interj.). 2-o último numa série de nove. concorda, dá de si. 3-Atribuidas. mulheres atrevidas, brejeiras (Gír.). 4-Golpe de adaga. 5-o (Ant.). Extingui, revoguei. Regimento de Artilharia (abrev.). 6-Gemido. vamos!. Igreja patriarcal. 7-cromo (s.q.). Anos. nome antigo da actual nota musical dó. 8-Açúcar produzido pelas fibras mus-culares. 9-caminhes. também, apesar. 10-titias. Abatem-se. 11-preposição e artigo (pl.). nome de mulher.

HoRIZontAIS:1-AndRE. cHAtA. 2-boA. lAR. nIo. 3-AndA. I. IdAS. 4-coAdA. InES. 5-A. SAbAdoS. R. 6-tu. GolAS. So. 7.E. mAlAdIA. S. 8-cEdI. EtIcA. 9-ZEcA. S. AnAl. 10-AdA. REu. dEI. 11-SEStA. tRAmA.vERtIcAIS:1-AbAcAtE. ZAS. 2-nono. u. cEdE. 3-dAdAS. mEcAS. 4-R. AdAGAdA. t. 5-El. AbolI. RA. 6-AI. AlA. SE. 7-cR. IdAdE. ut. 8-H. InoSItA. R. 9-AndES. AIndA. 10-tIAS. S. cAEm. 11-AoS. RoSAlIA.

TDM13:00 tdm news - Repetição13:20 Jornal das 24h14:30 Rtpi directo17:35 liga Zon Sagres 2010/2011: benfica vs Académica

(Repetição)19:00 tdm desporto (Repetição)19:30 olhos de Água20:28 Acontecimentos Históricos20:30 telejornal21:00 Jornal da tarde da Rtpi22:15 novela: o clone22:58 Acontecimentos Históricos23:00 tdm news23:30 Around the world In 80 treasures00:30 Rtpi directo

InFoRmAção tdm

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19:30 news At Seven-thirty19:50 weather Report19:55 Earth live20:00 world cafe Asia20:30 three Rivers21:30 life22:30 marketplace22:35 2423:30 life on location23:45 world market update23:50 news Roundup00:05 Earth live00:10 House01:00 the pearl Report01:30 transworld Sport02:00 bloomberg television05:00 tvbS news05:30 cctv news

SoluçõeS do problema

[ f ] u t i l i d a d e s

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[ O ] b j e c t i v a

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Saí do trabalho decidida a comprar uma ventoinha. Não dormia há três noites com o calor e continuava sem arran-jar companhia para beber uma bebida fresca ou comer um gelado numa esplanada. Entrei na loja de electrodo-mésticos e as opções já não eram muitas. Havia várias prateleiras com um placa que dizia “artigo esgotado” e ao meu lado dois casais discutiam sobre a última ventoinha com suporte. “Mas por que razão não vão à esplanada?”, pensei eu enquanto esboçava um sorriso. Foi nesta altura que apareceu o empregado e me acon-selhou um modelo cujo preço até era bastante acessível. Depois de lhe dizer que sim, que aceitava a sugestão, ele pegou na caixa e deu-ma assim... fechadinha. “Não entregam o artigo pronto a usar?”, disse eu com um ar de cachorro abandonado na berma da estrada, embora não suficientemente convincente. “Não, mas é muito fácil montar a ventoinha. Só tem de ler as instruções”, soltou ele entre risos. Ainda bem que não me voltei a cruzar com o “simpáti-co” empregado, porque a minha vontade é de lhe bater. Cheguei a casa e deitei mãos à obra. Tirei as peças todas da caixa e abri o livro do passo-a-passo que, convenha-mos, com tanto termo técnico há-de ter sido escrito por um homem. Minutos depois, e ainda a olhar para aquele conjunto de peças que mais parecia saído de uma nave espacial, percebi que jamais poderia aperaltar o aparelho porque não tinha, imagine-se, uma chave de fendas. O “simpático” empregado, a quem ainda tenho vontade de bater, esqueceu-se de mencionar esse pormenor. Fui ao supermercado, a uma dessas grandes superfícies, e parei em perfeito estado de choque em frente ao mostruário das chaves de fendas. Petrifiquei! Diante de mim havia uma parafernália tal de objectos que me fez suspirar. Portanto, chave de fendas é uma definição básica para um conjunto infindável de cabos com cabeças das mais varia-das formas que só se adaptam a determinados parafusos. Há chaves de fendas para parafusos de cabeça achatada, com fenda, em cruz, em estrela, e com uns nomes estra-nhíssimos que sinceramente não decorei. E para ajudar à confusão há ainda outro instrumento ma-ravilhoso chamado busca-pólos, que é exactamente igual à chave de fendas mas que serve para detectar corrente eléctrica. Mas por que é que complicam tanto?! Ai as sau-dades que eu tenho de um prego e de um martelo! Depois de puxar pela memória, lá me decidi por uma das chaves e, surpresa das surpresas, era a certa para os parafusos da ventoinha. Montei a dita e ela cá está a rodar as pás e a soltar ar frio. Mas confesso que, para já, está a uma distância segura, pelo menos até ser vista por um exemplar masculino. A falta que faz um homem...

R a i o[ X ]

[Maria Diná, uma solteirona de 30 anos, procura um homem que possa lhe montar ventoinhas e afins]

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InCePTIon [ ] C i n e m aCIneTeaTro | pub

THe laST aIrBenDer

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SAlA 2The SoRCeReR’SaPPrenTICe [B]um filme de: Jon turteltaubcom: nicolas cage, Jay baruchel14.15, 18.00, 20.00, 22.00

ToY SToRY 3 [a]FAlAdo Em cAntonêS

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SAlA 3THe laSTaIrBenDer [B]um filme de: m. night Shyamalancom: noah Ringer, nicola peltz14.15, 18.00, 20.00, 22.00

doRaemon: noBiTa’S GReaT BaTTle of The meRmaid kinG [a]FAlAdo Em cAntonêS

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terça-feira 17.8.2010www.hojemacau.com

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opiniãoterça-feira 17.8.2010

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cartoonpor Steff

birmânia 2

caderno diárioPedro Correia

SEGUNDA, 9 Os desígnios da fama são insondáveis. Boa reputação, má reputação – estes juízos de valor funcionam como concei-tos operacionais, mas têm prazo de validade. Alguns dos ditadores mais sanguinários de todos os tempos são conhecidos universal-mente. As novíssimas gerações ouvem os seus nomes repetidos até à exaustão, muitas vezes destituídos de qualquer valoração crí-tica. As últimas estátuas de Franco – quase sempre em pose heróica, sobre um cavalo, como se fosse herdeiro de El Cid – só muito recentemente desapareceram das praças das cidades de Espanha, por decisão do Execu-tivo socialista de Rodríguez Zapatero. E até há dias uma estátua de Estaline ornamentava a praça central de Gori, sua cidade natal, na Geórgia. Tarde e a más horas, o Governo de Tbilissi decidiu removê-la. E não faltou quem protestasse.

Mas não é só na política que as coisas se passam assim. Pensemos no mundo do crime, por exemplo. Elmore Leonard lem-bra justamente no seu mais recente policial (Road Dogs, 2009, “Unha com Carne” na versão portuguesa, da Teorema, lançada há poucos dias), o caso de John Dillinger, o mais célebre assaltante de bancos de todos os tempos, comparando-o com o polícia que chefiava a brigada que o prendeu. Chamava-se Melvin Purvis – ninguém recorda o seu nome, enquanto Dillinger se foi mitificando na cultura popular, designadamente no cinema.

“É só o tipo que disse ao John Dillinger quando ele ia a sair do cinema ‘Mãos ao ar, Johnny, estás cercado’. Aí o Dilinger sacou. O Melvin Purvis não disparou. Três agentes que estavam lá dispararam sobre o Dillinger e ele foi-se de vez. Nunca revelaram quem foi ao certo o agente que o matou”, lembra Leonard – que muitos consideram o melhor autor policial contemporâneo – pela boca de uma personagem.

Nesse mesmo ano de 1934 Melvin Purvis tornou-se o homem mais popular dos EUA. A tal ponto que o director do FBI, J. Edgar Hoover, começou a sentir ciúmes dessa fama. Sem vontade de dividir os louros por um dos seus agentes, acabou por forçar Melvin a demitir-se. “Os parceiros do Melvin Purvis deram-lhe uma .45 cromada como presente de despedida, a mesma pistola que em 1960 o Melvin Purvis usou para rebentar os miolos”, escreve Leonard.

Hoje é um nome que nada diz a ninguém. A fama evapora-se com facilidade. Quem é capaz de vaticinar, entre as celebridades do presente, quais resistirão à erosão do tempo, para além dos conceitos de bem e de mal?

TERÇA, 10 Pode existir um código de conduta equiparado ao cavalheirismo entre os mais duros presidiários, aqueles que entendem que “quando se cai do cavalo há que voltar logo a montar”? Esta é uma das interrogações que servem de base à

trama do mais recente policial de Elmore Leonard, por muitos considerado o maior autor vivo do género. É um policial tenso, sem contemplações de qualquer espécie, à margem de toda a correcção política. Aqui os maus são péssimos, não beneficiam de atenuantes de ordem psicológica ou socio-lógica. Roubam porque querem, matam porque têm instintos assassinos. São ma-chistas, racistas, destituídos de qualquer principio moral. Unha com Carne (Teorema, 2010) foi considerado um dos melhores policiais da década ao ser lançado em 2009 (sob o título Road Dogs). O Washington Post considera Elmore Leonard – autor de obras que originaram filmes tão diversos como 3:10 to Yuma e Jackie Brown – um “tesouro nacional” dos Estados Unidos. E o Philadelphia Inquirer foi ao ponto de sugerir que lhe seja atribuído o Prémio Nobel. É um escritor de 84 anos que se pode gabar de ter renovado o género que teve Raymond Chandler e James M. Cain entre outros autores de culto. Talvez por gostar tanto das suas personagens: quanto piores são, melhor ele as trata. Talvez porque “os tipos bons caem no esquecimento e os gajos

maus dão no goto do público e tornam-se celebridades”.

QUARTA, 11 Ministro das Finanças em 1980, destacado membro da oposição in-terna a Francisco Pinto Balsemão nos anos seguintes, líder do PSD e primeiro-ministro entre 1985 e 1995, candidato presidencial derrotado em 1996, chefe do Estado eleito uma década mais tarde, Aníbal Cavaco Silva ocupa um lugar central na política portugue-sa há 30 anos exactos, tendo condicionado a estratégia de sucessivos líderes sociais-democratas por acções e omissões de vária ordem. É tempo de escrever o terceiro volume da sua Autobiografia Política, dedicado aos anos decorridos no palácio de Belém, e dar lugar a outras personalidades no espaço político em que se insere. Para evitar ficar permanentemente associado à imagem do eucalipto, que seca tudo em seu redor.

QUINTA, 12 Começa só amanhã mais um campeonato nacional de futebol, mas as televisões portuguesas já andam há vários dias num verdadeiro frenesim, cheias de programas desportivos em que se repetem os

lugares-comuns de sempre. Não é de esperar outra coisa: debates infindáveis que pretendem atribuir invariavelmente aos árbitros as respon-sabilidades por tudo quanto está mal. Falar-se-á muito em “culpa”, o que é natural num povo impregnado da milenar tradição judaico-cristã. E todos aludirão à “justiça” ou à “injustiça” dos resultados, como se uma competição des-portiva – aleatória por natureza – pudesse ser comparada a uma sala de tribunal.

Tudo isto só pode causar bocejos. Mas há um facto que me suscita indignação: em todos os painéis de comentários futebolísticos mantém-se ausente a cadeira que devia estar reservada a um adepto do Sporting de Braga, o que é absolutamente incompreensível. Os bracarenses são vice-campeões nacionais, fica-ram à frente do FC Porto e do Sporting, e nem assim merecem ter um representante nestes painéis. Mais grave é o caso da RTP, que por ter obrigações de serviço público devia cumprir escrupulosamente as elementares regras de pluralismo de opinião. Devia, mas não o faz. O que é duplamente lamentável.

SEXTA, 13 Leio o seguinte num despacho da France-Presse dedicado ao 24º aniver-sário de Fidel Castro, que hoje se assinala: «Comandante. Ex-presidente. “Rebelde” desde criança… “Ditador” (com aspas)... Em grande actividade pública... Com energia impensável... Coroada com a sua presença no Parlamento... Obcecado em alertar contra o risco de uma guerra nuclear... Derrotou Batista, ditador (sem aspas).»

Castro continua a ser retratado desta forma por olhares só na aparência isentos. Fazem-me lembrar uma fabulosa frase de Millôr Fernandes: “Jamais diga uma mentira que não possa provar.”

Nestas coisas há que ter um mínimo de memória para evitar escrever disparates em excesso. O “comandante” que agora surge tão preocupado com a “guerra nuclear” foi o mesmo que em plena crise dos mísseis em Outubro de 1962 - que pôs o mundo à beira da III Guerra Mundial - escreveu ao então líder soviético, Nikita Kruchtchov, dizendo-lhe que se os americanos invadissem Cuba Moscovo deveria retaliar lançando mísseis sobre os Estados Unidos, “ainda que a ilha desaparecesse do mapa”.

Sabe-se hoje qual foi a resposta lapidar de Kruchtchov: “Nós lutamos contra o imperia-lismo não para morrer mas para conseguir a vitória do comunismo.” Uma mensagem que enfureceu Castro, déspota sem aspas. Ao ponto de autorizar manifestações de rua em Havana onde se gritou: “Nikita, mariquita, lo que se da no se quita.”

São assim alguns auto-intitulados “liber-tadores do povo”, ainda tão venerados em certa escrita idolátrica dos nossos dias. O mí-nimo que lhes devemos chamar é ditadores. Sem aspas. A primeira linha de combate a qualquer tirania ocorre no vocabulário que escolhemos. E não há palavras inocentes neste combate.

Em todos os painéis de comentários futebolísticos mantém-se ausente a cadeira que devia estar reservada a um adepto do Sporting de Braga, o que é absolutamente

incompreensível. Os bracarenses são vice-campeões nacionais, ficaram à frente do FC Porto e do Sporting, e nem

assim merecem ter um representante nestes painéis.

à flor da peleHelder Fernando


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Pretendia-se fazer num dia o que não se fez num ano. Falhanço completo.Padre Manuel teixeira [1912-2003]

UANDO acontece os políticos pro-fissionais instalados na governan-ça, por vaidade, por tentativa de sobrevivência preguiçosa ou por carência de capacidades, quase não falarem outra coisa a não ser que se vive no melhor dos mundos, com o melhor dos governos e que todos devem estar gratos e não criticar, quando assim se passa, alguma coisa vai muito mal. A utopia é válida, mas não é isto.

O inventor do místico “El-dorado”, acabou por desmis-tificar isso tudo, essas ilusões

das propagandas oficiais sem imaginação, a começar por esse local de riquezas sem fim, afinal só encontrado, também imaginaria-mente, em Istambul, e depois desistido, claro. A ser verdade que foi Voltaire o verdadeiro autor de “Cândido, ou o Optimismo”, honra lhe seja sempre prestada, por isso e por muito mais que este francês foi dizendo, hilariante em muitas ocasiões, mas com o mais certeiro ou mesmo dilacerante dos sarcasmos. E já lá vão dois séculos e meio. E cá continuamos, pelo planeta, a ficar de orelhas cheias com tanto “tudo está bem” dito pelos instalados que destestam ouvir os gemidos dos que sofrem, dos que têm velhices humilhantes, mesmo iluminadas de perto pelos novos néons. Os instalados, mal disfarçam a into-lerância para com as críticas.

O que será que andam lendo os políticos que conhecemos de longe ou de perto? Sabe-mos os seus gostos musicais, literários, artís-ticos? Sabemos pouco ou mesmo nada. Será que não haveria utilidade sabermos alguma coisa do seu pensamento, da sua cultura, dos seus ideiais? Não os entenderíamos melhor, não nos entenderíamos melhor? Ou será que, vezes demais, não existe mesmo nada que se veja para sabermos? Nem mesmo uma grande ideia?

IIDo mesmo modo como há anos me venho insurgindo contra a inexplicável nojice das pensões ilegais em Macau, impestando edifí-cios de habitação inteiros, devo congratular-me com a mais recente atitude das autorida-des em encerrarem, há dias, sete locais de alojamento ilegal, através duma operação

Vamos ouvir abbey Lincoln

As cidades civilizadas também se medem pelo modo como se comportam os seus habitantes, quando circulam

ao volante ou a pé; quando a respeitam ou quando a emporcalham; quando têm, de facto, vaidade nela ou

quando a põem constantemente em perigo.

conjunta entre forças policiais e funcionários dos Serviços de Turismo. Julga-se que as autoridades apenas estavam aguardando a entrada em vigor duma denominada lei de “proibição de prestação legal de alojamento”. Quantos e quantos anos de atraso! Aplauso também para a promessa de que essas acções vão prosseguir. Aguardemos a consequência prática destas acções.

IIIA situação do trânsito automóvel em Ma-cau fica mais grave todos os dias; há anos que é assim. Ao mesmo tempo que cresce o comércio automobilístico como se nada se passasse. Soluções reais não se conhecem. O metro não é criado para isso, os aterros em

profusão muito menos, e a cultura rodoviária instalada não ajuda nada.

No entanto, fazem-se umas breves pes-quisas e fica-se sabendo que a psicologia do trânsito há muito que é estudada ao pormenor em muitos locais, e quando não se sabe chama-se alguém que saiba para nos ensinar. Psicologia do trânsito, o seu estudo, é uma das alternativas mais válidas quando verdadeiramente existe interesse consequen-te em resolver o drama do quotidiano que é o caos rodoviário cada vez mais frequente entre nós.

As cidades civilizadas também se medem pelo modo como se comportam os seus habitantes, quando circulam ao volante ou a pé; quando a respeitam ou quando a em-

porcalham; quando têm, de facto, vaidade nela ou quando a põem constantemente em perigo.

O trânsito, para funcionar, tem uma ex-tensa lista de normas que existem para serem cumpridas. E quem vigia esse cumprimento deve entender na perfeição todas essas nor-mas e não apenas algumas. Para existir um trânsito seguro, organizado, é necessário não apenas espaço, mas também vias bem traçadas, não excesso de viaturas, e ainda engenharia, educação cívica, competente vigilância. Quase tudo isto pode começar a ser aprendido em casa e nas escolas, não em sessões avulsas para a fotografia, mas de forma pedagógica organizada. Devia.

IVAos 80 anos e muito, muito jazz, foi-se em-bora Abbey Lincoln, farol duma certa cultura que o jazz vem esquecendo com o passar dos anos. Ela foi quase sempre intransigente nas várias épocas, modas e estéticas da música que sempre abraçou. Começou por ser Anna Marie - era assim que se apresentava em clubes da Califórnia e no Hawai; depois optou por ser Gaby Lee, até entrar no cinema, penso que pela primeira vez, ao lado, veja-se só, da bomba erótica Jayne Mansfield, em “The Girl Can`t Help it”. A primeira grande mudança foi quando mudou o nome para Abbey Lincoln, uma sugestão do então seu manager Bob Russel que a põe logo a gravar o segundo disco, “That`s Him” em 1957. Com um enorme baterista de jazz, Max Roach, que pelos anos 60 foi seu companheiro, e um grande saxofonista, Sonny Rollins, fez coisas fantásticas. Foi talvez a partir dessa aliança, e com a participação em filmes com Sidney Poitier, que Abbey Lincoln passou a abraçar causas sociais que, a espaços, ía reflectindo no que cantava.

Há pelo menos 20 anos que ela se de-dicava bastante à composição, ao ensino e a gravar discos. Um excelente trabalho, “Mo`Better Blues”, de Spike Lee, fez com que recuperasse o grande reconhecimento públi-co. Sempre a influenciou Billie Holiday; não gostava nada das constantes transformações de Michael Jackson. Uma memória cultural que partiu no passado fim de semana. O que Abbey Lincoln nos deixa nunca partirá, vamos ouvi-la.

Q

a fecharterça-feira 17.8.2010www.hojemacau.com

O que será de Hong Kong depois da con-troversa reforma polémica? E o que seria de Macau se enveredasse pelo mesmo caminho? O académico da Universidade Chinesa de Hong Kong Ivan Choy Chi Keung vai estar em Macau no próximo domingo, para res-ponder a essas e a mais questões, durante um seminário promovido pela Associação Poder Cívico.

O professor universitário tem vários livros lançados sobre reforma política, é um colunista crítico muito conhecido na região vizinha e faz ainda parte da Aliança para o Sufrágio Universal. A intervenção de Ivan Choy Chi Keung vai centrar-se, sobretudo, numa análise da experiência que Macau poderia retirar da reforma política de Hong Kong. O seminário acontece às 15h na galeria de arte AFA.

O sufrágio universal em 2012 era um ideal democrata nas eleições para o LegCo de 2008, mas os democratas estavam cien-tes dos obstáculos realistas colocados por Pequim. A proposta de compromisso tirou assim vantagem das “zonas de cinzento” numa tentativa de conseguir mais legis-ladores eleitos directamente pelo público em geral.

As eleições para o chefe do Executivo e para o LegCo a serem realizadas em 2012 deverão marcar uma mudança em relação às anteriores. Os assentos totais no LegCo vão aumentar de 60 para 70, mas uma vez que o comité permanente da APN estabeleceu

Novo ceNso iNclui HK, Macau e TaiwaNA China, o país mais povoado do mundo com cerca de 1329 milhões de habitantes, fará um novo recenseamento a partir de Novembro, incluindo pela primeira vez os residentes em Hong Kong, Macau e Taiwan. De acordo com o regulamento do censo divulgado em Maio passado pelo Conselho de Estado e pelo Gabinete Nacional de Estatísticas, este ano serão recenseados pela primeira vez os residentes em Hong Kong, Macau e Taiwan. Fonte do gabinete de estatística esclareceu que até 15 de Setembro, cerca de 100 mil inquiridores farão os inquéritos, actualizando a informação residencial de cada família. Desde a fundação da República Popular da China, em 1949, este país realizou recenseamentos em 1953, 1964, 1982, 1990 3 2000. O último censo estabeleceu a população da China em 1295,33 milhões de habitantes, mas calcula-se que em finais de 2008 eram mais de 1320 milhões, 2,5 vezes mais do que a massa demográfica na fundação do país. Dados oficiais apontam que antes de 2015 o gigante asiático tenha atingido os 1390 milhões de habitantes.

Rússia Metade do PiB para corruptosMetade do Produto Interno Bruto da Rússia vai parar às mãos dos funcionários corruptos, afirma a organização não-governamental Associação de Advogados pelos Direitos Humanos num relatório ontem publicado. Esta organização, citando dados do Departamento da Segurança Económica do Ministério do Interior da Rússia, escreve que o “suborno médio” na Rússia na primeira metade de 2010 foi de 44 mil rublos (cerca de 1500 euros), o dobro do registado no ano passado. A compra de um cargo na polícia de trânsito pode custar 40 000 euros e uma decisão favorável da justiça 26 mil, lê-se no relatório, realizado entre 02 de julho de 2009 e 30 de julho de 2010 com base em 6589 queixas. “Segundo os nossos cálculos, cerca de 50 por cento da economia da Rússia está sob o domínio da corrupção, ou seja, ela constitui cerca de metade do PIB. Os nossos dados coinci-dem com os do Banco Mundial, que calcula que 48 por cento do PIB da Rússia está sob o domínio da corrupção”, considera a ONG.

ueFa Ronaldo forados melhores do ano Cristiano Ronaldo é a ausência mais notada na lista dos nomeados para os prémios relativos aos melhores jogadores da Europa na temporada passada elaborada pela UEFA e anunciada esta segunda-feira. O Inter de Milão, que conquistou a Liga dos Campeões sob o comando de José Mourinho, coloca cinco jogadores entre os no-meados. O Barcelona é o segundo clube mais representado, com quatro nomeados, enquanto o Bayern Munique, finalista vencido na Champions apenas conta com Robben entre os candidatos. Os vencedores serão conhecidos a 26 de Agosto, durante a cerimónia do sorteio da fase de grupos da Liga dos Campeões, que terá lugar no Mónaco. Nomeados para os prémios UEFA: Melhor guarda-redes: Júlio César (Inter Milão), Hugo Lloris (Lyon), Víctor Valdés (Barcelona) Melhor defesa: Lúcio (Inter Milão), Maicon (Inter Milão) Gerard Piqué (Barcelona) Melhor médio: Xavi Hernández (Bar-celona), Arjen Robben (Bayern Munique), Wesley Sneijder (Inter Milão) Melhor avançado: Lionel Messi (Barcelona), Diego Milito (Inter Milão), Wayne Rooney (Manchester United).

sexta-feira 13 Rapaz atingido por raio Um rapaz de 13 anos foi atingido por um raio em Inglaterra exactamente às 13:13 da passada sexta-feira 13, dando razão à superstição rela-tiva às sexta-feiras 13, noticia o jornal britânico Daily Telegraph. O rapaz sofreu queimaduras ligeiras no ombro. O adolescente encontrava-se a assistir a um festival aéreo em Lowestoft, em Suffolk. Outro jovem e uma mulher também foram atingidos pelo raio, mas não necessitaram de tratamento hospitalar.

académico de hong Kong vem a macau falar do que seria da democracia por cá

Uma lição sobre reforma política

um rácio de um-para-um entre os assentos geográficos e indigitados para o mandato do LegCo que começa em 2012, os 10 lugares extra terão de ser partilhados entre os dois círculos eleitorais.

Os assentos nomeados em Hong Kong funcionam praticamente como as eleições indirectas em Macau, em que 30 assentos são alocados a diferentes indústrias ou sectores e os eleitores desses lugares limitam-se apenas aos profissionais e associações do sector respectivo.

Aqui tAmbém queremosMais de três terços dos residentes locais querem o sufrágio universal tanto nas eleições para a Assembleia Legislativa como para Chefe do Executivo, enquanto mais de 70% concordam que é necessário o Governo traçar um roteiro com vista às eleições directas duplas, segundo os re-sultados de uma sondagem divulgada há

duas semanas, em que participaram 1240 pessoas. Em todas as questões, um quarto dos inquiridos respondeu “não sei”, o que parece indicar um certo desinteresse pelo desenvolvimento democrático entre alguns residentes de Macau.

Realizado pela Associação de Nova Visão de Macau, a sondagem inspirou-se na disputa que teve lugar em Hong Kong no âmbito da aprovação do pacote de reformas constitu-cionais em Junho. O estudo de opinião foi o primeiro a focar-se apenas nas reformas democráticas e eleitorais em Macau desde que Chui Sai On foi empossado. A secretária para a Administração e Finanças, Florinda Chan, contudo, já revelou publicamente que “seria irresponsável” o Governo o fazer, já que “as condições ainda estão por amadurecer, não havendo, portanto, alicerce ou consenso sociais suficientes”. Sem nunca se referir ao termo “consulta pública”, Florinda Chan não quis especificar, durante uma sessão na Assembleia Legislativa no início deste mês, de que forma um consenso sobre o sufrágio universal seria alcançado. Programas, datas ou planos também estão, para já, fora de questão. “Por existirem opiniões diferentes na sociedade civil, obrigam-nos a estudar e ponderar a questão com maior prudência possível. Nestes termos, o Governo da RAEM não tem condições suficientes para apresentar qualquer programa ou proposta concreta, antes de convergir um consenso por meio de discussões de modo racional”, referiu.

O chefe de uma célula da Al Qaeda que supostamente treinava homens-bomba morreu num bombardeamento aéreo no fim de semana no norte do Afeganistão, disseram ontem as forças sob comando da NATO.

Embora seja praticamente consen-so que a rede de Osama bin Laden financie e treine militantes dos talibãs no Afeganistão, a prisão ou morte de algum dirigente da Al Qaeda é relati-vamente rara no país.

A Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf, a força sob coman-do da NATO) disse que Abu Baquir, subcomandante dos talibãs e líder de um grupo da Al Qaeda, foi morto com outro militante no ataque a um camião na província de Kunduz (norte).

Segundo a Isaf, o bombardeamento foi uma resposta a um ataque contra uma esquadra na localidade de Aliabad. «A equipa de armamento aéreo monitorou os insurrectos a partir da esquadra e, quando concluiu que não havia civis na área, abordou (alvejou) o camião», afir-

mou a Isaf em comunicado. «A equipa matou dois insurrectos, inclusive Baqir, que estaria a abrigar quatro potenciais homens-bomba para futuros ataques na cidade de Kunduz», acrescentou.

Kunduz, uma região outrora calma, tem sido nos últimos meses envolvida na insurreição, à medida que os talibãs se vai espalhando a partir dos seus tradicionais redutos nas províncias sulistas de Kandahar e Helmand.

Em Outubro do ano passado, o assessor de segurança nacional da Casa Branca, James Jones, estimou que houvesse menos de 100 militantes da Al Qaeda a operar no Afeganistão e classificou de «hipotética» uma per-gunta sobre o eventual regresso da Al Qaeda aos seus refúgios afegãos.

Além de treinar e financiar os ta-libãs a Al Qaeda também tem fortes ligações com a rede Haqqani, que opera principalmente no leste afegão e tem realizado ataques importantes, como um frustrado atentado contra o presidente Hamid Karzai em 2008.

chefe de célula da al qaeda morto

Dia santo na lojaAngOlA já formou cerca de 14 mil militares da República Democrática do Congo (RDC) desde 2001, informou ontem em Luanda o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (CEMGFAA), general Francisco Furtado. Os militares congoleses formados por instru-tores angolanos integram os três ramos das Forças Armadas da

RDC (Marinha, Exército e Força Aérea), adiantou ain-da o CEMGFA angolano. "Estamos comprometidos com este processo desde 2001 e até agora ajudámos as forças armadas da RDC a formarem três brigadas. Está agendado para o dia 18 deste mês o encerra-mento de mais um curso, no centro de instrução de Kintona", acrescentou Francisco Pereira Furtado. De acordo com o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, Angola tem estado a "desempe-nhar um papel importante", ajudando a República Democrática do Congo a "manter a estabilidade do país". Angola reconhece apenas a cooperação na área da formação militar, mas é apontada como um dos países que mantém militares a apoiar o regime de Joseph Kabila, nomeadamente no corpo de guarda presidencial.

Angolanos já formaram14 mil militares da RD Congo

Hoje Macau • 2010.08.17 #2190

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