Hoje Macau 2 AGO 2013 #2906

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PUB • ÚLTIMA HORA Snowden deixa aeroporto e está em parte incerta PÁGINA 16 • FÁBRICA DE PANCHÕES Especialistas criticam posição do Instituto Cultural ÚLTIMA PRIMEIRA DAMA CHINESA ENTRE AS 10 MAIS BEM VESTIDAS DO MUNDO CENTRAIS CHARME AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEXTA-FEIRA 2 DE AGOSTO DE 2013 • ANO XII • Nº 2906 PUB MOP$10 PUB Ter para ler PUB • FÁTIMA CHOI “Governo devia usar melhor o dinheiro” PÁGINA 3 PROCESSO PENAL Deputados insatisfeitos A discussão das alterações ao Código do Processo Penal em sede de comissão não satisfez os deputados. O problema são os prazos de duração dos inquéritos. Segundo afirmam, até podem estar causa “direitos humanos”. O diploma segue para o plenário. PÁGINA 2 A lei não parte um prazo

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Edição do jornal Hoje Macau N.º 2906 de 2 de Agosto de 2013

Transcript of Hoje Macau 2 AGO 2013 #2906

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• ÚLTIMA HORA

Snowden deixa aeroporto e está em parte incerta

PÁGINA 16

• FÁBRICA DE PANCHÕES

Especialistas criticam posição do Instituto Cultural

ÚLTIMA

PRIMEIRA DAMA CHINESA ENTRE AS 10 MAIS BEM VESTIDAS DO MUNDO CENTRAISCHARME

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEXTA-FE IRA 2 DE AGOSTO DE 20 13 • ANO X I I • Nº 2906

PUB

MOP$10

PUB

Ter para ler

PUB

• FÁTIMA CHOI

“Governo devia usar melhor o dinheiro”

PÁGINA 3

PROCESSO PENAL Deputados insatisfeitos

A discussão das alterações ao Código do Processo Penal em sede de comissão não satisfez os deputados. O problema são os prazos de duração dos inquéritos. Segundo afirmam, até podem estar causa “direitos humanos”. O diploma segue para o plenário.

PÁGINA 2

A lei não parte um prazo

2 hoje macau sexta-feira 2.8.2013POLÍTICA

RITA MARQUES [email protected]

A análise da revisão do Código de Processo Penal em sede de co-missão foi concluída

em 18 meses. Na generalidade, os deputados conseguiram atingir certos “objectivos” com as no-vas alterações mas, diz Cheang Chi Keong, precisavam de uma “legislatura com mais 3 anos” para evoluir em questões “menos amadurecidas”.

Ainda assim, o presidente da 3ª Comissão Permanente da Assem-bleia Legislativa entende que a não alteração dos prazos de duração máxima do inquérito, depois de negadas todas as propostas dos deputados e da Associação dos Advogados de Macau (AAM), é o que lesa mais a “garantia dos direitos dos intervenientes pro-cessuais”, um dos objectivos da alteração do CPP, e até mesmo “direitos humanos”. “Existem dificuldades em toda esta matéria, é uma pena”, referiu ontem, na 27ª e última reunião da comissão que estudou o novo diploma.

Portanto, tudo fica tal como está. O Ministério Público (MP) encerra o inquérito, arquivando-o ou deduzindo acusação, no prazo máximo de seis meses, se houver arguidos detidos, ou de 8 meses, não havendo presos. Ou não. Porque, segundo opinião da AAM apresentada à comissão, a prática judicial demonstra inexistência de cumprimento de prazos até porque o MP entende “que a lei é meramente indica-tiva”, explana o parecer assinado ontem pelos nove deputados.

A morosidade do jul-gamento de certos casos

3anos é

quando o

deputado

Cheang

Chi Keong

entende ser

necessário

para estudar

a sério este

diploma

Diploma sobre alterações ao CPP segue para votação na especialidade sem a total “garantia dos direitos dos intervenientes processuais” já que o prazo de duração de inquérito se mantém e sem penalizações no caso de incumprimentos pelo MP

PROCESSO PENAL GOVERNO FERE DIREITOS, DIZEM DEPUTADOS

Prazos fora de prazo

deve-se ao nível de complexidade dos processos, defendeu então o MP, assumindo o incumprimento. A AAM acredita que “o arguido é objectivamente prejudicado com a morosidade do inquérito”, por isso pediram que os prazos fossem estendidos por oito e dez meses, com e sem detidos, respectiva-mente, algo que a comissão tentou levar avante, munida ainda com “o arquivamento quase automático do inquérito por decurso desses prazos”, explica o parecer. Mas o Governo não comprou a ideia.

“O proponente considerou que seria excessivo [...] Isso poderia conduzir a que a descoberta da verdade material e a realização da justiça - valores que constituem a

própria função do direito processual penal - pudes-sem ser postas em causa em virtude da impossi-bilidade de cumprir um determinado prazo”, frisa o documento.

A comissão apresen-tou ainda outras soluções que serviam, no entanto, como “estímulo para o cumprimento dos prazos de inquérito do MP”, que envolviam, nomeada-mente, “o reforço da res-ponsabilidade disciplinar pelo incumprimento dos prazos; a supervisão

hierárquica do magistrado do titular do processo; a necessi-dade de fundamentação para o incumprimento do prazo; a previsão de prorrogação do prazo; a suspensão do prazo em

PATRIMÓNIO DISCUSSÃO TERMINA TERÇA-FEIRAA discussão da proposta de lei de salvaguarda do património estará concluída na próxima terça-feira. A garantia foi de Cheang Chi Keong, presidente da 3ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, que também estuda este diploma na especialidade. “O parecer será assinado na próxima terça-feira [6 de Agosto] e contém mais de duzentas páginas”, avançou. A lei de terras e de planeamento urbanístico também estará pronta a tempo do fim da legislatura, a 15 de Agosto, já que o deputado antecipou também que os pareceres serão ainda mais volumosos.

Portanto, tudo fica tal como está. O Ministério Público (MP) encerra o inquérito, arquivando-o ou deduzindo acusação, no prazo máximo de seis meses, se houver arguidos detidos, ou de 8 meses, não havendo presos. Ou não. Porque, segundo opinião da AAM apresentada à comissão, a prática judicial demonstra inexistência de cumprimento de prazos até porque o MP entende “que a lei é meramente indicativa”, explana o parecer assinado ontem pelos nove deputados

caso de incidentes processuais, nomeadamente da cooperação”.

O Governo vetou mais uma vez. “Considerou que os actuais mecanismos de controlo hierár-quico e disciplinar são suficientes

para garantir o equilíbrio entre o exercício efectivo da acção penal e o direito dos arguidos a um limite temporal na duração do inquérito”, revela o parecer.

A Comissão vê pouca razoa-bilidade nesta postura porque se generaliza e banaliza a ideia que os prazos máximos de inquérito podem ser incumpridos sem que tal implique as “necessárias con-sequências disciplinares”.

INVESTIMENTO NA TRADUÇÃO,PEDEM DEPUTADOSUma das matérias em estudo foi também a tradução nos tribunais, devido ao funcionamento bilingue do sistema judicial de Macau, é um entrave à “eficiência judicial” que “é ferida de moras”, disse ontem o re-presentante dos deputados. Por isso, a comissão apresentou ao Governo a possibilidade de, tal como no direito processual civil em que o tribunal permite a prorrogação dos prazos para a prática de certos actos, quando seja necessário proceder à tradução para uma das línguas oficiais e a complexidade da matéria o justifique, seja aplicado também no campo do processo penal.

A solução foi aceite pelo Gover-no. No entanto, o Executivo mostrou receio que pudesse constituir um entrave à celeridade processual, por isso “não foi adoptada uma solução que passasse pela possibilidade de prorrogação de todos os prazos pro-cessuais penais”, explica o parecer. Neste caso cabe ao juiz decidir “com grande rapidez” no prazo de 24 horas sobre o pedido de prorrogação.

A comissão pediu ainda que o sistema judicial fosse dotado de “tradutores e intérpretes com co-nhecimentos jurídicos, em número suficiente, que assegurem o funcio-namento do sistema com qualida-de” e exorta o Governo a apostar mais na “formação” e a “adoptar as medidas necessárias para tornar mais atractivas as suas perspectivas de carreira profissional”.

“Só com um investimento sério nestas duas vertentes será possível, crê-se, criar uma base sólida para o funcionamento bilingue do sistema judicial local, sem que as insuficiên-cias ao nível dos recursos humanos tenham impacto na celeridade pro-cessual”, salienta o parecer.

Do rol de alterações, que satisfi-zeram as propostas dos deputados, por exemplo, Chenag Chi Keong salientou a excepção da gravação das audiências em “casos sensí-veis” - por exemplo, crimes que envolvam menores ou contra a liberdade e autodeterminação se-xual -, quando o juiz entenda que pode causar lesões às vítimas. Isto porque as declarações prestadas oralmente na audiência passam a ser “regra geral” documentadas por gravação áudio ou audiovisual.

Tal como já tinha anunciado a comissão, a lei depois de aprovada em plenário entrará em vigor a 1 de Janeiro de 2014.

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CECÍLIA L IN*[email protected]

F ÁTIMA Choi foi a única directora que não ficou no Governo aquando da mudança de Executivo, em

2009. Contudo, passados três anos e meio, a ex-directora do Comissa-riado de Auditoria (CA) ainda tem voz na sociedade.

Numa entrevista dada ao jornal ‘All About Macau’, em Julho, Fáti-ma Choi falou o que pensa sobre o actual Governo e o seu trabalho no CA, onde ficou durante dez anos. A ex-directora admitiu ao jornal que o trabalho de comissária é duro, devido à necessidade de ter de interferir nas operações internas financeiras dos departamentos governamentais. “Quando tentá-vamos procurar informações nos departamentos, [os funcionários] não nos ligavam muito e tinham um certo pensamento de nos evi-tar, porque desconheciam porque precisávamos de obter tantas informações e tinham medo que as informações que procurávamos fossem desvantajosas para eles”, começou por dizer na entrevista. “Mas, também arranjei alguns amigos que trabalhavam nos depar-tamentos onde fizemos auditoria e esses amigos, verdadeiros, enten-dem o nosso trabalho.”

Fátima Choi foi convidada pelo primeiro Chefe do Executivo, Ed-mund Ho, para ser directora do CA em 1999. Antes disso, foi a primeira secretária chinesa em Macau em 1997, ainda na administração por-tuguesa, ocupando o lugar da então existente Secretaria de Estatística e Censos. “Tive sorte”, comenta Fátima Choi, que tem mestrado em estatística. “Quando fui convidada por Edmund Ho, não conhecia muito bem o trabalho na área de auditoria. Além disso, Macau tam-bém não tinha base nesta área, na época de Governo português apenas existia o Tribunal de Contas.”

Relembrando a época da ad-ministração portuguesa, Fátima Choi recorda a situação financeira “restrita” do governo. “Tínhamos sempre de pensar como usar o mínimo dinheiro para completar o máximo possível o nosso trabalho. O governador ainda nos cortava o orçamento, mas tínhamos sempre de lhe explicar que precisávamos de mais orçamento.” Ainda assim, diz, naquela época estava satisfeita. “Conseguíamos usar pouco dinhei-ro para completar uma tarefa.”

O DINHEIROFace ao facto de os cofres públicos estarem agora repletos de dinheiro,

Fátima Choi, ex-comissária de Auditoria, faz uma retrospectiva do seu trabalho no Governo e avalia a forma como este actua hoje em dia

FÁTIMA CHOI EM ENTREVISTA AO JORNAL MENSAL “ALL ABOUT MACAU”

“Se o Governo precisasse teria ficado”

Fátima Choi foi questionada sobre o assunto. Ao ‘All About Macau’, a ex-comissária lamenta a utiliza-ção do erário público pelo actual Governo.

“Foi confiada ao Governo a gestão do dinheiro público e o este deveria poupá-lo com mais restrição.” Fátima Choi admite que não fica satisfeita quando vê a forma como o Governo de agora

está a gastar o dinheiro. “Deveria usá-lo melhor, mas não o faz, o que me deixa muito triste. Alguns deputados acusam que o Governo é estúpido e apenas tem muito dinheiro e eu concordo. Como cidadã que também sou, não gos-to da política de hoje em dia em Macau. Mas ainda tenho confiança na sociedade.”

Sem faltar na entrevista, a polé-

mica em torno da derrapagem para a organização dos Jogos da Ásia Oriental. Fátima Choi, recorde-se, estava à frente do Comissariado de Auditoria quando foram publica-dos relatórios agressivos sobre a forma como o Comité Organizador dos Jogos da Ásia Oriental gastou o erário público – é que o orça-mento inicial de dois mil milhões de patacas teve uma derrapagem

que chegou aos 4,3 mil milhões. na altura, era Chui Sai On quem comandava a tutela do desporto, sendo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. Fátima Choi terá revelado nomes nos seus relatórios, o que gerou uma onda de pedidos de explicações ao agora Chefe do Executivo e fez surgir as especulações de que Chui Sai On não a manteve no cargo por causa disso. Fátima Choi não faz muitos comentários. “Em 2009, se o Governo precisasse de mim, não me teria importado de ficar mais alguns anos.”

Sobre o actual Governo, a ex-comissária tem uma opinião. “Os funcionários principais do Governo devem ter uma moral mais alta, que é mais importante do que a sua profissão e talento. Para manter uma boa gestão do dinheiro público, os altos cargos têm que ser um modelo para os outros aprenderem”, confessou Choi ao ‘All About Macau’.

POUCAS RESOLUÇÕES Ainda hoje, e após anos no Gover-no, Fátima Choi admite na entre-vista que a sua maior resistência ainda é face ao que aconteceu devido aos Jogos da Ásia Oriental. “As pressões eram enormes e eu derramei algumas lágrimas. Além disso, quando os auditores do sexo feminino tinham dificuldades ou eram tratadas injustamente por outros [colegas] de departamentos vinham chorar para mim. Tinha de ser também uma conselheira.”

Olhando para trás, a ex--comissária assegura não sentir nenhum pesar face ao trabalho que desempenhou enquanto secretária da Estatística e Censos e Comis-sária do CA. Mas não se confor-ma. “Fizemos tantas auditorias e apresentámos tantos problemas, afinal quantos foram resolvidos? Lamento que o Governo não use bem os relatórios do CA, como a ferramenta de monitorização do trabalho. Considero que não foi dada muita atenção aos relatórios. Temos a Lei, mas também preci-samos do ser humano para que ele a implemente. Foi o que eu disse já, precisamos de dirigentes com uma moral alta.” - * com Joana Freitas

“Em 2009, se o Governo precisasse de mim, não me teria importado de ficar mais alguns anos.”

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ANDREIA SOFIA SILVA*[email protected]

A cooperação re-gional marcou a agenda de ontem do secretário

para a Economia e Finan-ças, Francis Tam, que esteve na Doca dos Pescadores a inaugurar mais uma edição da Feira de Marcas Guangdong--Macau. Este ano são cerca de 200 empresas locais e da região vizinha a mostrarem aquilo que comercializam e que pretendem expandir além das pequenas fronteiras da RAEM.

À margem da cerimónia, Francis Tam falou aos jorna-listas sobre as relações co-merciais com o continente.

“Estamos confiantes de que vamos atingir o objecti-vo da liberalização geral dos serviços de comércio entre Macau e Guangdong dentro de três anos, por forma a res-

É mais um membro do hemiciclo a apontar o dedo aos projectos

que estão sob gestão do Executivo. Isto porque a deputada Melinda Chan entregou uma interpelação escrita ao Governo onde questiona a qualidade de projectos como a habitação públi-ca, entre outros.

A deputada apresentou inúmeros exemplos, como a queda de blocos de cimento das paredes do merca-do de são Lourenço ou o caso dos tubos enferrujados na habitação pública de Seac Pai Van. Tudo para defender que a baixa qualidade das

obras não compensa o valor pago pelos residentes. “Actualmente está a ser construído o novo campus da Universidade de Macau (UMAC), o Metro Ligeiro, as habitações públi-cas e a ponte Macau-Zhuhai-Hong Kong. Se houverem problemas de qualidade adjacentes podem pôr em risco a vida dos cidadãos.” Melin-da Chan propõe ao Governo que acompanhe os problemas ocorridos recentemente, reforce a fiscalização da qualidade das obras públicas e impute responsabilidades aos res-pectivos departamentos.

180 mil patacas foi o valor da multa aplicada a um emprei-teiro ligado ao projecto de

construção do Metro Ligeiro, no segmento da Taipa. Segun-do um comunicado divulgado ontem, o Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT) decidiu punir, “de acordo com as disposições contratuais” o empreiteiro em questão por não ter cumprido “as obrigações contratuais para executar bem o trabalho de gestão, tendo sido afectado consequentemente o progresso do trabalho”. Houve ainda outro empreiteiro a ser punido por não “ter tomado me-didas de segurança ocupacional adequadas”.

“O GIT está atento a esta situação, salientando que caso o trabalho de construção seja afectado por parte dos empreiteiros, devido ao seu incumprimento das funções,

SECRETÁRIO INAUGUROU MAIS UMA FEIRA GUANGDONG-MACAU

O dinheiro mora ao lado

METRO LIGEIRO GIT VOLTA A ASSUMIR ATRASOS

Empreiteiros punidos

“Estamos confiantes de que vamos atingir o objectivo da liberalização geral dos serviços de comércio entre Macau e Guangdong dentro de três anos, por forma a responder à meta de cinco anos do 12º Plano Quinquenal”

As palavras de Francis Tam deram início a mais uma feira que espelha a cooperação com a região vizinha, onde não faltaram os deputados Ung Choi Kun, Chan Chak Mo ou Ho Sio Kam. O Secretário deixou ainda um aviso para os jovens

ponder à meta de cinco anos do 12º Plano Quinquenal”, disse aos media.

No que diz respeito a Macau, o secretário lembrou que “as indústrias do jogo e do turismo continuam a desenvolver-se a um ritmo acelerado, enquanto que os sectores de convenções e exposições, vendas a retalho, finanças e serviços comerciais e culturais têm mantido um desenvolvimen-to dinâmico”.

Sobre este ponto, o secre-tário lembrou que não basta olhar para o subsídio conce-dido aos jovens empresários.

“O Governo não quer ver daqui a uns anos os jovens com dívidas con-traídas com o programa de empreendedorismo. Muitos já pensam quando o empréstimo chegar ao fim ou quando as lojas fecharem, mas espero que os cidadãos compreendam

que quando o Governo usa o dinheiro público é para ter um equilíbrio. Não se deve pensar logo no início de que o negócio vai acabar e que o empréstimo vai ter que ser devolvido. Deve-se primeiro pensar em como se pode aumentar o sucesso do negócio.”

DEPUTADOS FIZERAM VISITAOs deputados da Assem-bleia Legislativa (AL) também aproveitaram para visitar os stands da feira, nomeadamente a deputada nomeada Ho Sio Kam ou o indirecto Chan Chak Mo, que não só é empresário como presidente a uma associação do sector. Ung Choi Kun fez mesmo ques-tão de travar diálogo com alguns comerciantes e ver de perto alguns produtos.

Este ano a feira de marcas conta novamente com um stand exclusivamente de-

dicado aos produtos “Made in Macau”, onde podem encontrar-se muitas marcas de bolachas tradicionais e outros produtos de paste-laria. O português Café Ou Mun também se encontra representado, à semelhança de anos anteriores.

Para além dos produtos alimentares, podem também ser encontrados artigos electrónicos ou peças de artesanato.

Logo no primeiro dia foram assinados nove pro-tocolos de cooperação, com seis empresas de Macau e empresas de Zhuhai, Foshan e Dongguan. Um dos acor-dos foi estabelecido entre o Instituto de Promoção para o Investimento e Comércio de Macau (IPIM) e a entidade homóloga de Guangdong. Tudo para que, no próximo ano, aconteça a “Feira de Produtos Famosos Macau Guangzhou”. - *com Cecília Lin

Deputada questiona qualidade de obras públicas

(o caso) vai ser tratado de acordo com as disposições contratuais”, aponta ainda o comunicado.

O GIT volta a referir a existência de atrasos nas obras do Metro Ligeiro, tal como o secretário da tutela já tinha dito há semanas.

Contudo, apesar de Lau Si Io ter revelado incerteza quanto ao cumprimento do calendário do projecto, o GIT garante que mantém-se, para já, os planos iniciais.

“O progresso de constru-ção do segmento da Taipa encontra-se muito intenso, e verifica-se um atraso devido à coordenação entre as enti-dades na fase preliminar da empreitada. Contudo, ainda existem condições para recu-perar os trabalhos segundo o calendário previsto.” “Mau tempo e ambiente complicado das infra-estruturas subter-râneas” são as causas apon-tadas para os atrasos acima referidos.Melinda Chan

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5hoje macau sexta-feira 2.8.2013 SOCIEDADEUma das empresas pertencentes ao consórcio envolvido no caso das ETAR – a ser julgada no Tribunal Judicial de Base – perdeu ontem um recurso no Tribunal de Última Instância (TUI)

JOANA [email protected]

A Companhia de Engenha-ria e Construção China (Macau) – CCECC, em inglês – foi a primeira a

ser alvo de um recurso interposto por um consórcio de três empresas – a Companhia de Construção e Enge-nharia Omas, a Paul Y. Construction Company e a Engenharia Shing Lung. Estas tinham como intenção anular uma decisão de Chui Sai On, feita no ano passado, que adjudicou as obras para a construção de dois lotes da habitação pública no Bairro da Ilha Verde à empresa.

O Tribunal de Segunda Ins-tância deu razão ao consórcio, também concorrente ao concurso, que alegava erro na avaliação das propostas apresentadas pelas empresas para ficarem com a ad-judicação das obras.

A CCECC – que fazia parelha com a Companhia de Construção de Obras Portuárias Zhen Hwa - recorreu, então, ao TUI, onde alegou que o acto do Chefe do Executivo não deveria ser anula-do por não ser possível recorrer dele e onde diz que o tribunal não especificou os factos que levaram à decisão de anular o que decidiu Chui Sai On.

ATÉ 30 de Julho, houve um total de 11539 reclamações de cida-

dãos por estarem excluídos da lista de contas individuais de previdência, incluídas no Sistema de Segurança So-cial. O organismo revela que 3798 pessoas foram incluídas novamente neste programa mas, até ao momento, ainda permanecem as restantes con-tas reclamadas em avaliação.

O Fundo de Segurança Social (FSS) tem até ao momento 326189 contas abertas. Só este ano, 40 mil titulares revelaram-se em condições para levantar os montantes disponíveis.

SEGURANÇA SOCIAL CERCA DE 12 MIL RECLAMAÇÕES SOBRE EXCLUSÃO DA LISTA DE CONTAS DE PREVIDÊNCIA

Mais de 300 mil activas

EMPRESA ENVOLVIDA NO CASO DAS ETAR PERDE RECURSO POR CAUSA DE HABITAÇÃO PÚBLICA DA ILHA VERDE

O que está dito, está dito

O TUI dá razão ao consórcio no aspecto em que, diz, “não há falta de fundamentos dos factos que justifiquem a decisão” do Tribunal de Segunda Instância, quando este decidiu anular a decisão do Chefe do Executivo.

Chefe do Executivo. “Não foram impugnados nem o acto de admis-são das propostas, nem o acto de classificação das propostas cuja irrecorribilidade foi invocada pela [CECC]”, pode ler-se no acórdão analisado pelo HM.

Foi em Junho do ano passado que foi anunciado o concurso públi-co para a empreitada de construção dos lotes 1 e 2 da habitação pública do Bairro da Ilha Verde, que levou 14 concorrentes a serem admitidos.

O consórcio da CCECC com a Companhia de Construção de Obras Portuárias Zhen Hwa ficou em primeiro lugar, tendo recebido a adjudicação em Agosto do ano passado, e o consórcio formado pelas três empresas ficou em terceiro lugar.

Membros da CCECC, recorde--se, estão a ser julgados no Tribu-nal Judicial de Base por fazerem aprte do consórcio com a ATAL Engineering e a Waterleau Global que conseguiram a adjudicação da construção, operação e gestão das ETAR do Parque Industrial Transfronteiriço e da segunda fase de Coloane. Alegadamente, segundo o Ministério Público, conseguiram a adjudicação por terem subornado Ao Man Long, ex-secretário para as Obras Públi-cas e Transportes.

Esta não é a primeira vez que a empresa – que tem a sede principal no continente - fica com obras de habitação pública. Já em 2006, foi-lhe adjudicada a empreitada de construção do Complexo de Habitação Social na Ilha Verde – bloco B e C.

Já a empresa do outro consórcio – a Companhia de Construção e Engenharia Omas – recebeu a ad-judicação da construção do parque de estacionamento subterrâneo e zona comercial do Terminal Ma-rítimo da Taipa, em 2006, a cons-trução de habitação económica no Lote TN27 da Taipa, em 2008 e , mais recentemente, em finais do ano passado, a construção da empreitada da zona A dos novos aterros urbanos no valor de 1,87 mil milhões de patacas.

Mas, o consórcio das três em-presas contra atacou, dizendo que o que está a ser recorrido não é a decisão em si do Chefe do Execu-tivo, mas o acto que homologou a classificação final do procedi-mento com base no relatório final de avaliação. Avaliação, essa, das propostas técnicas da CCECC para concorrer ao concurso.

“Não é possível entender-se que o Projecto de Execução das Fun-

dações tem de ser avaliado como um dos atributos das propostas e depois não se avalia os processos de escavação, entivação e estabilidade que materializam esse Plano de Execução das Fundações”, atira o consórcio. “A Administração não tinha outra alternativa antes de avaliar [esse plano], senão verifi-car se os processos dentro [dele] cumpriam legalidade técnica e só depois avançar para a avaliação

das propostas.” O consórcio acusa o Governo de não ter feito os pro-cedimentos desta forma, dizendo que “violou a lei”.

CCECC PERDEO TUI dá razão ao consórcio no aspecto em que, diz, “não há falta de fundamentos dos factos que justifiquem a decisão” do Tribu-nal de Segunda Instância, quando este decidiu anular a decisão do

O FSS autoriza, desde já, os idosos com 75 anos ou mais e residentes que rece-bam pensão de invalidez há mais de um ano ou subsídio de invalidez especial do Instituto de Acção Social a apresentarem os seus requerimentos para levan-tamento. Por sua vez, os idosos entre 65 e 74 anos podem requerer a autori-zação de levantamento a

partir de Setembro. As ver-bas serão depois creditadas em Outubro e Novembro a cada grupo etário, respecti-vamente, após deferimento do requerimento.

O FSS indica ainda que os titulares de contas indivi-duais de previdência que não tenham completado 65 anos mas incorram em despesas elevadas para diagnóstico e tratamento médico, próprias

ou dos seus parentes em li-nha directa, também podem requerer o levantamento de verba.

A verba só poderá ser le-vantada uma vez por ano. As contas contam com um total de cerca de 7 mil milhões de patacas, depois de o Governo ter injectado 2,9 mil milhões em 2010, outros 2,3 mil mi-lhões em 2011 e ainda 2,3 mil milhões no último ano. - R.M.R.

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C ONTINUA o deba-te entre a Direcção dos Serviços para a Regulação de

Telecomunicações (DSRT), a TV Cabo e as companhias de antena, vulgo anteneiros, sem que haja, para já, um fim à vista. Isto porque num co-municado ontem divulgado ficou a saber-se que, afinal, ainda não há consenso.

“Após várias negocia-ções, e uma vez que existe uma distância entre as opiniões apresentadas pela TV Cabo e a solução do Governo, ainda não se pode chegar completamente ao consenso, nesta fase, do acordo de cooperação.”

Segundo a DSRT, a origem do atraso para a decisão final estará na TV Cabo, a grande vencedora no caso que ficou decidido no Tribunal de Segunda Instância (TSI).

LAO Mui Kuai, presidente da Associação dos Familiares

Encarregados dos Deficientes Mentais de Macau (AFEDMM), falou à imprensa chinesa e condenou os actos de violência sexual a portadores de defici-ência, pedindo que o Governo “endureça as punições, reforce a educação civil e preste mais atenção aos deficientes mentais”.

Estas declarações surgem

depois da notícia divulgada esta semana sobre um homem, do interior da China, que terá violado uma rapariga com 25 anos portadora de uma ligeira deficiência mental. O caso, descoberto por uma assistente social, foi de imediato comuni-cado às autoridades.

Lao Mui Kuai considera que a violência sexual deste tipo “tem tido uma tendência de cresci-

mento nos últimos anos, consti-tuindo uma lesão grave tanto para as pessoas comuns como para quem é portador de deficiência. A educação cívica precisa de ser reforçada e as pessoas com deficiência mental necessitam de ter mais assistência e atenção por parte da sociedade”. A res-ponsável apelou ainda aos pais para aumentarem a comunicação com os seus filhos.

Aulas de gastronomia portuguesa abertas em SetembroO Centro de Actividades Juvenis do Porto Exterior, órgão subsidiário da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, vai realizar, durante Setembro e Outubro, aulas de gastronomia portuguesa. O objetivo é ensinar os interessados a cozinhar pratos típicos portugueses, bem como conhecimentos gastronómicos de Portugal. Segundo um comunicado da DSEJ, as aulas são grátis e os participantes apenas precisam de pagar 300 patacas pelos materiais. A população-alvo são os jovens locais com idades entre os 13 e os 29 anos. As inscrições já estão abertas.

Pedidas medidas mais duras contra violência sexual

TV CABO, ANTENEIROS E GOVERNO AINDA SEM CONSENSO

“Existe uma distância entreas opiniões apresentadas”

“Neste momento apenas esperamos pelas opiniões claras da TV Cabo relativas aos problemas expressos, de modo a concretizar a solução.” Do lado dos an-teneiros, parece haver, pelo menos, um acordo maio-ritário, uma vez que já foi noticiada a recusa de seis empresas.

“As companhias de an-tenas comuns que parti-ciparam nas negociações concordam geralmente com

o conteúdo do acordo e os respectivos planeamentos das técnicas”, aponta a DSRT, que volta a frisar que tudo tem feito para chegar a um bom entendimento.

“O Governo procedeu de forma compacta às ne-gociações com a TV Cabo e as companhias de antenas comuns, esperando que possa fazer o máximo para equilibrar as exigências de todas as partes.”

Depois da longa batalha

travada no tribunal entre a TV Cabo e os anteneiros, pela exclusividade dos direitos de transmissão, a decisão final do TSI tem sido analisada no último mês. A solução avançada, em nome do “direito públi-co de ver televisão”, passou pela partilha dos sinais televisivos.

“O Governo lançou uma solução que implica a pres-tação dos sinais televisivos por parte da TV Cabo, sendo

que, os sinais serão trans-mitidos para as residências através das redes dos forne-cedores do serviço de antena comum (adiante designada por companhias de antenas comuns), a fim de resolver o problema em questão.”

“DIFICULDADES” À VISTAA DSRT prossegue o co-municado a avisar que os próximos tempos de negociações poderão não ser fáceis. “Uma vez que

a solução envolve sem dúvida opiniões distintas apresentadas no processo de negociação entre as duas partes, o Governo já previu a dificuldade de execução da solução, tendo procedido à avaliação e à preparação relativa a vários casos.”

Para já o debate continua, com a promessa de mais encontros.

“A DSRT realizará ac-tivamente reuniões com as duas partes, esperando que se concretizem as medidas de resolução do problema o mais rapidamente possível sob os princípios do respeito pela lei, da protecção do interesse do público e da melhor utilização do fundos públicos.” Há ainda a aten-ção para com a “viabilidade operacional e da protecção do direito da população a receber canais televisivos abertos.”

7 sociedadehoje macau sexta-feira 2.8.2013

CAM organiza conferência lusófona de aeroportos

Lam Heong Sang preocupadocom a drogaO deputado Lam Heong Sang apresentou uma interpelação ao Governo, de forma a incentivar o Governo a promover um combate mais rigoroso ao consumo e tráfico de droga, “a fim de proteger a saúde física e psicológica dos cidadãos e manter a ordem social”.Lam Heong Sang considera os viciados em estupefacientes como um grupo de “pessoas especiais”, dado que “são violadores da lei, mas também vítimas e, do ponto de vista médico, são doentes”. Em suma, diz, “têm uma identificação dupla”. O abuso de droga entre os jovens é uma das preocupações do deputado, que lembra que os jovens “são mais fáceis de ser manipulados” para o consumo de droga, devido à sua curiosidade excessiva e também às características da adolescência. Por isso, a educação contra as drogas é “o trabalho mais importante entre todos”, diz. Lam Heong Sang lembra ainda que, em Macau, não existe tratamento obrigatório para os toxicodependentes e considera que a punição para os consumidores de droga também não é rigorosa o suficiente, pelo que o efeito de impedir mais pessoas de consumirem - ou voltarem a consumir droga – não satisfaz. “O tratamento obrigatório é uma medida de que todos estão a falar e a pedir, mas o Governo está sempre a adiar com a desculpa de que falta o consenso social. Como sabemos, o abuso de droga já é cada vez mais comum na nossa sociedade, isto comprova que o Governo não cumpriu bem o seu dever”, reclama. ”As autoridades têm que orientar a sociedade, têm que completar as legislações, só assim é que podemos minimizar o consumo de droga na região.”O deputado questiona os futuros planos sobre a concretização do tratamento obrigatório, pedindo novas medidas específicas para os jovens. “De que forma é que o Governo vai abranger os mais jovens na luta contra a droga? Quais são as medidas concretas para as vítimas de droga não voltarem a consumir? Qual é o plano para ajudá-los a viver uma vida nova?” - Z.X.

A Shun Tak Holdings, fundada pelo magna-ta do jogo Stanley Ho

e liderada pela filha Pansy Ho, anunciou ter adquirido um “terreno estratégico” na ilha da Montanha, para desenvolver um complexo integrado.

Em comunicado, a em-presa, sedeada em Hong Kong, indicou que ganhou a licitação de um terreno de 23.834 metros quadrados em Hengqin pelo valor de 721 milhões de yuan. Um plano de desenvolvimento está em curso e inclui um empreendimento integrado com escritório, hotel e apar-tamentos, estando o início das obras previsto para o final do ano, de acordo com o comunicado.

A parcela de terreno situa-se “numa localização privilegiada”, com acesso directo às facilidades portuá-rias e comerciais na fronteira entre Hengqin e Macau”, indicou a Shun Tak Holdin-gs. “A localização e o valor estratégico deste projecto em Hengqin, naturalmente complementam o nosso ne-gócio de hotelaria em Macau e combinam com a estratégia do grupo de construir a sua base de activos na China”, disse Pansy Ho, directora da Shun Tak, no comunicado.

Pansy Ho observou que as autoridades de Hengqin estão empenhadas “em criar um turismo de classe mun-dial e centro de comércio” naquela área estratégica da China. “Estamos honrados

por fazer parte deste plano visionário”, acrescentou.

A Shun Tak tem interes-ses no transporte marítimo e aéreo, hotelaria e imobi-liário.

Hengqin foi considerada como a terceira área estra-tégica da China no âmbito da sua política de reforma e abertura, depois de Pudong, em Xangai, e Binhai, em Tianjin.

Até 2020, Pequim prevê que a ilha da Montanha, com 106 quilómetros quadrados - o triplo da área de Macau -, tenha uma população de 280 mil pessoas com um Produ-to Interno Bruto (PIB) per capita de 200 mil yuan face aos atuais 4.000 habitantes e um PIB per capita de menos de 8.000 yuan. - Lusa

OS casinos de Macau encer-raram o mês de

Julho com receitas bru-tas de 29.485 milhões de patacas, mais 20% do que no período ho-mólogo do ano passado, indicam dados oficiais ontem divulgados.

Com os valores de Julho, o terceiro me-lhor mês de sempre na história dos casinos de Macau, as receitas acumuladas dos pri-meiros sete meses do ano totalizaram 200.932 milhões de patacas, mais 15,9% do que entre Janeiro e Julho de 2012, de acordo com os dados divulgados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ).

As receitas de Julho reflectem uma subida anual de 20%, a terceira maior subida em termos homólogos de 2013 depois de em Março, mês que se traduziu num recorde de receitas com 31.336 milhões de patacas, se ter registado um aumento de 25,4%.

Dados compilados pela agência Lusa indi-

cam que a Sociedade de Jogos de Macau (SJM), fundada por Stanley Ho, se manteve na liderança, apesar de seguida de perto pela Sands China, cuja quota de mercado foi de cerca de 23%.

Os três principais operadores granjeavam mais de dois terços das receitas brutas em Julho.

O sector do jogo em casino é a principal fonte de receitas da adminis-tração de Macau tendo encerrado 2012 com um recorde global de cerca de 305.235 milhões de patacas (29.325,2 milhões de euros ao câmbio da altura).

Além de um imposto indirecto de cerca de 4% e de um conjunto de taxas e licenças, a Administração de Macau cobra aos seis operadores de jogo de Macau um imposto directo de 35% sobre as receitas brutas do sector, pago no mês seguinte ao de referência e que, em termos orçamentais, é contabilizado entre Dezembro de um ano até Novembro do ano seguinte. - Lusa

SHUN TAK ADQUIRE “TERRENO ESTRATÉGICO” PARA RESORT

Pansy Ho em Hengqin

JOGO LUCROS EM JULHO AUMENTAM 16%

O terceiro melhor de sempre

MACAU vai voltar a acolher, em me-ados de Setembro, mais uma edição

da Conferência de Aeroportos da China e dos Países de Língua Portuguesa, anunciou hoje a organização do evento, que espera ter cerca de 200 participantes.

Organizada pela CAM - Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau - a 4.ª Conferência de Aeroportos da China e dos Países de Língua Portuguesa, a decorrer entre os dias 24 e 26 de Setembro, dará con-tinuidade às edições de 2004, 2007 e 2010 e, à semelhança do passado, granjeando a participação de representação de entidades aeroportuárias e autoridades da aviação civil da China e dos Países de Língua Portuguesa.

O evento vai contar com aproximadamen-te 200 participantes, entre os quais líderes de aeroportos da China (incluindo Macau e Hong Kong), Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e Timor Leste.

Segundo informações disponíveis no por-tal dedicado ao evento, dirigentes da Aviação Civil, aeroportos e companhias aéreas, ACI (Conselho Internacional de Aeroportos), IATA (Associação Internacional dos Trans-porte Aéreos) e ICAO (Organização Inter-nacional de Aviação Civil), representantes diplomáticos e outras entidades da indústria vão também marcar presença.

“Esta iniciativa tem como objectivo o de-senvolvimento da interacção entre aeroportos na China e nos países de língua portuguesa, a partilha de experiências e intercâmbio de

informação, de modo a fortalecer os canais de cooperação na indústria da aviação civil e dos aeroportos”, lê-se no portal.

“Promover a cooperação e relação co-mercial entre as entidades envolvidas na regulação, desenvolvimento sustentável e operação de actividades aeroportuárias e de transporte aéreo” é outro dos propósitos.

Antes do evento de três dias, realizar-se-á um seminário técnico que “proporcionará a representantes de aeroportos de países de língua portuguesa formação especializada em gestão aeroportuária e aviação civil, lançando as bases para o desenvolvimento de Macau como um centro de formação técnica de gestão aeroportuária, implementando a política de desenvolvimento da diversifica-ção da indústria local”, refere-se no portal.

8 hoje macau sexta-feira 2.8.2013CHINA

U M estudo feito pelo Centro de Estudos de Planeamento Familiar da Universidade de Pequim revela que a

sociedade chinesa está mais desigual, ao contrário do que as estatísticas oficiais divulgam. Segundo a sonda-gem, os 5% mais ricos do país detêm 23% da riqueza nacional, ao passo que os 5% mais pobres contam com apenas 0,1% de dos rendimentos.

O estudo atribuiu à China um coeficiente de Gini de 0,49, apro-ximando-o ao de países onde há grandes índices de desigualdade, como os da África Subsaariana e da América Latina. O coeficiente de Gini mede o grau de desigual-dade na distribuição do rendimento familiar per capita e vai de zero a um. Quanto mais perto zero, menos desigual o país é.

A Eslovénia, país com a menor desigualdade social do mundo, tem um coeficiente Gini de 0,24, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

O indicador conferido pelo estudo à China (0,49) é pior do que o divulgado em Janeiro pelo

ESTUDO CHINÊS CONTRARIA GOVERNO E INDICA QUE PAÍS ESTÁ MAIS DESIGUAL

Um fosso duro de roerInstituto Nacional de Estatísticas chinês (0,47).

ARREFECIMENTO DA ECONOMIANo que toca ao rendimento da po-pulação, a investigação revelou que, em cidades costeiras, como a gigante Xangai, o rendimento média anual foi de US$ 4,1 mil, enquanto em regiões mais pobres, como a província de Gansu, no noroeste da China, não chegou aos US$ 2 mil. Nas zonas rurais, os rendimentos descem ainda mais: US$ 1,6 mil.

Os resultados da investiga-ção aparecem num momento de alguma tensão acerca do arrefe-cimento da economia chinesa. Alguns economistas estão mais pessimistas em relação ao poder do crescimento chinês, e os mais cépticos estimam que o país deverá avançar apenas entre 3% e 4% em 2013, uma queda acentuada em relação aos 7,8% de 2012.

“A chave para resolver o pro-blema seria reequilibrar o modelo económico para que este se con-centrar mais no consumo interno do que nas exportações”, afirma à BBC Brasil Michael Pettis, es-

pecialista em mercado financeiro chinês e professor da Universidade de Pequim.

Entre as razões para a desi-gualdade social, a mais provável é a reforma económica de 1979, a mesma que acabou por levar a China ao segundo lugar na lista das maiores economias do mundo.

Ancorado nas exportações, o modelo económico conseguiu re-tirar 30% da população de Pequim de uma situação de miséria abso-luta entre 1981 e 2010, gerando emprego em massa na chamadas “indústrias baratas”, que produzem para os mercados têxtil, de retalho e de plásticos. Mas são os 25% do topo da pirâmide social, muitos deles ligados ao governo e às fir-mas estatais, que hoje detêm 59% da riqueza nacional e continuam a ver as suas fortunas crescer.

Foi esta lógica económica, criada por Deng Xiaoping, que pos-sibilitou à China um crescimento médio do PIB de 9,7% entre 2005 e o ano passado.

Ainda que as previsões optimis-tas continuem a acreditar na fór-mula de Deng e num crescimento médio anual de 7%, economistas mais cépticos, como Pettis, calcu-lam que os avanços da economia não devem passar dos 4%.

“Para que o PIB aumente a tal velocidade (7%), precisamos que o consumo cresça 11% acima do PIB, o que não parece possível”, opina o economista.

“Assim sendo, ou temos de dar mais dinheiro aos ricos para que eles gastem pelos pobres, aumen-tando assim a diferença social já alarmante, ou o governo aparece com uma medida extraordinária

que garanta que o rendimento dos mais pobres suba 6%”, acrescenta.

DESCONFIADOSOs resultados mais pessimistas do estudo da Universidade de Pequim em comparação com as estatísticas oficiais não ficam só no coeficiente de Gini.

Os dados do Ministério dos Recursos Humanos e Segurança Social da China afirmam que a taxa de desemprego se manteve em 4,1%, o mesmo índice de 2012. Já o recente estudo aponta que os de-sempregados chineses sejam 4,4%.

Para o coordenador do estudo, o professor Xie Yu, apesar de apontar um índice de desemprego maior do que as estatísticas oficiais, a inves-tigação avalia que o cenário não é tão alarmante como na Europa.

“Na China tivemos o acréscimo dos salários nas indústrias, o que é um sinal de que a situação não é crítica”, afirma Yu.

ECONOMIA MUNDIALO estudo pondera que, se compara-da à realidade económica mundial, a China está numa posição vanta-josa, com um crescimento de 7,5% no segundo trimestre deste ano, 0,3% abaixo do mesmo período do ano anterior.

E ainda que as previsões in-diquem um ano mais pobre para a China, Pettis aponta que o PIB chinês tem um papel importante no crescimento global.

“Se a China conseguir diminuir o seu superavit e ao mesmo tempo aumentar o rendimento das famí-lias de classe média e baixa em 6%, o país continuará a exercer o seu papel como a mais potente variável aritmética na equação do crescimento global”, explica, ponderando que a China “não é o motor” da economia mundial.

“É o factor mais forte da equação, mas não é o motivo do crescimento global”.

Para que Pequim continue a vi-ver o “sonho chinês” dentro de uma sociedade harmoniosa, o equilíbrio económico nacional terá de se voltar, segundo Pettis, ao poder de compra do mercado interno, o que pode ser uma tarefa difícil numa fase de crise económica mundial.

“Nem mesmo quando os Esta-dos Unidos e a Europa estavam em boas condições económicas a Chi-na conseguiu manter o crescimento do seu consumo suficientemente alto para garantir o avanço da sua economia. Por isso é muito difícil pensar que agora, num período de retrocesso, Pequim consiga fazer o mesmo para manter o crescimento registado no ano passado”, alerta.

São os 25% do topo da pirâmide social, muitos deles ligados ao governo e às firmas estatais, que hoje detêm 59% da riqueza nacional e continuam a ver as suas fortunas crescer

4100dólares por ano é o rendimento médio em cidades como Xangai

9 chinahoje macau sexta-feira 2.8.2013

China felicitae apoia retomado diálogoentre Israele PalestinaA China felicitou e apoia a retoma do diálogo directo entre Israel e a Palestina, depois de ambos terem concordado em alcançar um acordo de paz no prazo de nove meses, informou a agência oficial chinesa Xinhua.Em comunicado, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Hong Lei, disse que a China apoia Israel e a Palestina para que “superem os obstáculos e trabalhem juntos para conseguirem progressos nas conversações de paz”.“A China compromete-se a promover as negociações de paz entre Israel e a Palestina e trabalhará com a comunidade internacional para contribuir para o processo de paz, assim como para a segurança e estabilidade do Médio Oriente”, acrescentou o porta-voz chinês.Negociadores israelitas e palestinianos acordaram na terça-feira em Washington um plano de trabalho depois de dois dias de reuniões mediadas pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry. Estas são as primeiras negociações de paz entre as duas partes desde 2010.

A actividade indus-trial da China foi levemente mais forte do que o

esperado em Julho, revelou uma pesquisa do governo esta quinta-feira, mas os analistas alertaram para que não se tire a conclusão de que a segunda maior economia do mundo controlou a sua desaceleração.

Em contraste com o relatório oficial, uma inves-tigação privada focada em pequenas empresas sugere que a indústria permanece sob pressão numa economia que desacelerou em nove dos últimos 10 trimestres.

O governo tem tentado suavizar as preocupações de que a economia desacelerou mais do que o esperado enquanto procura avançar com reformas, anunciando recentemente uma série de medidas de suporte e expres-sando confiança em cumprir o objectivo de crescimento deste ano, de 7,5 por cento.

O PMI oficial, que se centra nas grandes empresas e nas estatais, publicado pela Agência Nacional de Esta-tísticas, subiu para 50,3 em Julho face aos 50,1 em Junho. Os economistas previam uma descida para os 49,9.

Por outro lado, o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do HSBC compilado pelo Markit Economics Resear-ch, indica que a actividade encolheu pelo terceiro mês consecutivo ao cair para um mínimo de 11 meses de 47,7, igualando os dados preliminares divulgados na semana passada.

Uma leitura acima de 50 indica expansão da activi-dade, enquanto um número abaixo deste nível aponta para uma contração.

“O PMI do HSBC con-centra-se nas pequenas empresas, por isso podemos concluir que estas empresas são aparentemente as mais afectadas pela tensão de liquidez”, disse Wei Yao, economista do Société Générale.

“Acho que o relatório oficial oferece uma pequena esperança de que a economia pelo menos está a estabilizar, mas ainda é um pouco cedo para concluir que as coisas mudaram decisivamente.”

China volta a pedir aos seus turistas que tenham um comportamento civilizado

A China International Travel Service (CITS), a maior agência tu-rística do país, fez um apelo à população chinesa para que tenha

atenção ao seu comportamento quando viajar para fora do país. No ano passado, o número total de turistas chineses que viajou para o exterior superou os 83 milhões. A Organização Mundial do Turismo prevê que este número possa chegar aos 100 milhões até 2020. Segundo a proposta da CITS, os profissionais do sector turístico devem cumprir com as suas responsabilidades de guias qualificados. Os turistas chineses devem ter um comportamento civilizado e saber respeitar os costumes culturais do destino turístico, realçou ainda a CITS.

Mais de 240 mil produtos electrónicos piratas apreendidos Mais de 240 mil produtos electrónicos piratas foram apreendidos pelas autoridades dos Estados Unidos e da China. A Agência de Fiscalização de Alfândega e Protecção de Fronteiras dos EUA (CBP, na sigla inglesa) e os órgãos de alfândega da China realizaram pela primeira vez uma operação conjunta de protecção da propriedade intelectual. Segundo a CBP, entre os produtos electrónicos apreendidos, encontram-se marcas como a Apple, Samsung, Blackberry e Sony. Um cidadão norte-americano foi preso durante a operação. Ainda segundo a CBP, a acção conjunta faz parte de um acordo entre as alfândegas da China e dos EUA, assinado em Junho durante a 5ª ronda de Diálogo Estratégico e Econômico China-EUA.

ACTIVIDADE ACELERA EM GRANDES FÁBRICAS DA CHINA

Economistas enganados

10 hoje macau sexta-feira 2.8.2013PERSONALIDADEPUB

A esposa do presi-dente da China, Xi Jinping, a sopra-no Peng Liyuan,

entrou na lista das mulheres mais bem vestidas do mundo elaborada anualmente pela revista “Vanity Fair”, uma honra que não era alcançada por uma chinesa desde 1943.

Peng, cujo estilo chamou atenção da imprensa durante as viagens oficiais do marido,

PRIMEIRA-DAMA CHINESA ENTRA NA LISTA DAS MULHERES MAIS BEM VESTIDAS DO MUNDO

O charme discreto da nova tiaaparece na lista deste ano ao lado de mulheres como Victo-ria Beckham, Dita Von Teese e Kate Middleton - a Duquesa de Cambridge -, entre outras.

A lista é elaborada desde 1940 (desde 2004 pela re-vista “Vanity Fair”) e, numa das suas primeiras edições, chegou a incluir Soong Mai--ling, esposa do então líder máximo da República da China, Chiang Kai-shek, com

quem compartilharia exílio em Taiwan anos mais tarde.

A actual primeira-dama chinesa é famosa no gigante asiático muito antes do seu marido ter assumido a Presi-dência, já que Peng realizou diversos concertos e aparições televisivas já nos anos 80, quando Xi ainda ocupava cargos locais no regime.

Peng, de 50 anos, combi-na a carreira musical com a

11 personalidadehoje macau sexta-feira 2.8.2013

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PRIMEIRA-DAMA CHINESA ENTRA NA LISTA DAS MULHERES MAIS BEM VESTIDAS DO MUNDO

O charme discreto da nova tia

Até 2007, Xi Jinping era apenas “o marido de Peng Liyuan”. Famosa na televisão chinesa desde a década de 80 no papel de cantora folclórica que fazia questão de actuar com uniforme militar

militar (é oficial do Exército de Libertação Popular) num país onde a instituição mili-tar ainda tem um importante papel no mundo da cultura, do desporto e dos negócios, entre outros muitos sectores.

Embora tenha se afastado da carreira musical desde que se transformou em primeira--dama, Peng marca sempre presença em cerimónias ofi-ciais - acompanhando Xi em todas as viagens oficiais e nas reuniões com líderes estran-geiros em Pequim - ganhando ainda mais notoriedade.

A PRIMEIRA IMPRESSÃOLogo a primeira impressão de Peng causou grande im-pacto. Foi ela que fez muitos dos cabeçalhos das peças jornalísticas sobre a Cimeira

de Chefes de Estado ou de Governo dos BRICS, em Durban, na África do Sul. Da The Economist ao Finan-cial Times ou New York Times.

E muitos foram os novos apelidos dados pela comuni-cação social a Peng Liyuan, a esposa do novo Presidente Chinês. Para alguns a nova Michelle Obama. Para outros, a nova Carla Bruni-Sarkozy. Na Espanha, a porta de entrada da revista Hola na China.

Já no primeiro contacto com África, numa primeira aterragem na Tanzânia, todos as câmaras e flashes regista-ram com ávida atenção como o novo Presidente e a primeira dama desciam de forma ca-rinhosa as escadas do avião presidencial.

Peng Liyuan, de 50 anos,

era já uma celebridade na China. Até 2007, Xi Jinping era apenas “o marido de Peng Liyuan”. Famosa na televisão chinesa desde a década de 80 no papel de cantora folclórica que fazia questão de actuar com uniforme militar.

Hoje em dia, após a primei-ra aparição internacional da primeira-dama, as imitações dos seus casacos, cachecóis, malas e sapatos (apenas de marcas chinesas, outro facto que lhe tem valido muitos elo-gios aquém fronteiras) têm-se multiplicado exponencialmen-te por todo o país.

Muito embora a censura continue a tentar limitar os muitos comentários ao guarda--roupa da primeira dama no Sina Weibo, o Facebook chi-nês, Peng Liyuan começa a ser vista nos corredores do poder em Pequim como o principal chamariz para aproximar a China do público internacional e, no caminho, mudar muitos dos pré-conceitos existentes sobre o seu país.

Os primeiros sinais desta estratégia orquestrada são claros. Nomeada “embaixa-dora de boa vontade” na luta

contra o SIDA e a tuberculose pela Organização Mundial da Saúde em 2011, Peng Liyuan aproveitou o encontro bilateral em Moscovo entre Vladimir Putin e Xi Jinping para visitar orfanatos na capital russa. Claro, rodeada de câmaras.

Muito diferente dos perfis modestos e cinzentos das es-posas dos antecessores de Xi Jinping, com a única excepção de Soong May-ling, a esposa do arqui-rival de Mao, Chiang Kai-shek. Educada nos EUA, fluente em inglês, descrita pela revista Life como a mulher mais poderosa do mundo e o primeiro cidadão chinês (e a segunda mulher!) a proferir um discurso às duas câmaras do Congresso norte-americano, em 1941. Tão charmosa que Franklin Roosevelt terá soli-citado, quando a recebeu na Sala Oval da Casa Branca, que colocassem uma mesinha entre eles, não fosse o diabo tecê-las.

Algo está a mudar em Pequim. Como um utilizador da rede Weibo escrevia há uns dias segundo a The Econo-mist: “Finally, we have a real first lady.”

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O AL

CÂNT

ARA

12 hoje macau sexta-feira 2.8.2013VIDA

O S Serviços de Saúde (SS) garantem que não houve

qualquer registo de raiva em seres humanos ou animais em Macau nos últimos 30 anos. “Tendo em conside-ração a situação epidémica ocorrida recentemente nas regiões vizinhas, os SS já procederam à actualização completa das orientações sobre a prevenção contra a raiva, bem como das respectivas orientações da vacinação desde o ano de 2007, estabelecendo em colaboração com o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, um mecanismo de notificação de animais que ataquem humanos. Até ao presente momento, a aplicação das orientações e mecanismo acima referidos encontra-se em bom funcio-namento.”

O Governo alerta os donos de cães a registarem e colocaram chips nos animais, de forma a que lhes seja administrada pe-riodicamente a vacina con-tra a raiva. “Actualmente, encontram-se disponíveis e suficientes nos SS vacinas contra raiva, assim como a RIG destinadas para ad-ministração aos cidadãos. Em caso de necessidade de injecção, a vacina é gratuita para os cidadãos de Macau.”

Os SS alertam aos cida-

FORAM cerca de 55 aves, no-meadamente a raça colhereiros de cara preta, que passaram o

Inverno no mangal da Taipa, na última estação de aves migratórias. Mesmo depois de todas as polémi-cas e mudanças nas infra-estruturas do mangal junto às casas-museu, a Direcção dos Serviços de Protec-ção Ambiental (DSPA) garante, em comunicado, que foi “estável a quantidade e as espécies de aves nas Zonas Ecológicas do COTAI”.

EPIDEMIA EM TAIWAN OBRIGA A ALERTA DOS SERVIÇOS DE SAÚDE

Metes-me cá uma raiva

DSPA PROMETE MELHORAR INSTALAÇÕES PARA AVES

Mangal recebeu colhereiros de cara pretaPara as próximas estações

migratórias de aves, o organismo planeia reforçar uma série de ac-tividades “de optimização”, por forma a garantir uma boa “educa-ção ecológica e a observação das aves”, sem esquecer o objectivo de “proporcionar às aves um melhor ambiente de repouso”.

Mais do que melhorar as condi-ções, a DSPA pretende desenvolver “a função de educação ecológica das zonas”. Os dois observatórios

Com a ajuda da Direcção dos Serviços dos Assuntos Marítimos e da Água e os Serviços de Alfân-dega, a DSPA pretende “prestar atenção à questão dos barcos não licenciados que se encontram na Zona Ecológica II”. Estes barcos possuem “gaiolas para pescar caranguejo e redes de pesca” que podem perturbar o ambiente natu-ral das aves migratórias.

No que diz respeito à fisca-lização, a DSPA garante ainda que vai continuar a analisar “o estado dos canais e os respectivos procedimentos de recuperação do ambiente ecológico da Zona Ecológica II”, depois da conclusão das obras do túnel do novo campus da Universidade de Macau, por forma a manter “a estabilidade das funções ecológicas da zona ecológica”.

OPERÁRIOS PROMOVEM “PONTOS VERDES”Segundo o mesmo comunicado, a DSPA promete continuar a dar atenção ao programa de reciclagem. Em conjunto com a Federação das Associações dos Operários de Macau, vai ser desenvolvida a segunda fase do “Programa Pontos Verdes”, onde se inclui a formação de estagiários e de grupos de visita, para “divulgar mais amplamente o conceito de conservação ecológica”.

uma instituição profissional para proceder ao planeamento concep-tual da Zona Ecológica I”, para “elevar a função de divulgação e educação das zonas ecológicas e conectar de forma razoável as duas zonas”.

Depois de ter promovido a ar-borização da zona, ainda este ano, a DSPA pretende remodelar o rés--do-chão do observatório de aves e construir uma Sala de Espécimes.

Deverá ser ainda plantado o “mangal kandelia candel” na Zona Ecológica II, por forma a “optimi-zar a visão paisagística das terras húmidas”.

de aves, inaugurados em 2012, receberam mais de 2300 visitas de estudo, “sendo os alunos mais de metade dos visitantes”, diz o comunicado. Anteriormente uma “zona fechada”, a Zona Ecológi-ca I “transformou-se numa área aberta condicionada, disponível para receber visitas de escolas, associações e instituições com visitas marcadas”.

Foi ainda criado um trilho de estudo com a plantação de mais de 130 plantas e 119 espécies focadas para terem uma ligação com “o ensino da disciplina de biologia e de conhecimentos gerais”. A DSPA garante que 60 dessas “raras” plan-tas são de Macau e do continente.

ZONA ECOLÓGICA COM PLANEAMENTOPara este ano, a DSPA promete não baixar os braços no que diz respei-to ao fomento da ligação entre o espaço ecológico do mangal e as escolas. Por isso, um dos projectos previstos passa por “encarregar

Foi encontrado um caso de raiva num furão-texugo chinês, em Taiwan, e num musaranho, também na Formosa e o incidente tem agitado a população de Macau

dãos que evitem o contacto com animais desconhecidos – incluindo cães, gatos, ma-cacos e animais selvagens. “No caso de ser mordido ou agarrado por animais, deve proceder de imediato à lim-peza das feridas com sabão e água, de modo repetido e completo, recorrendo o mais rápido possível a hospital para tratamento.”

Actualmente, há muitos lugares no mundo com epidemia da raiva e, apesar de Macau não ter registado casos, ainda não é livre da doença.

A raiva é uma doença infecciosa aguda que afecta o sistema nervoso central e existe em ampla escala por todos os lugares do mun-do. Em geral, nos países desenvolvidos, sobretudo os da América do Norte e Europa Ocidental, a fonte da infecção é proveniente principalmente de animais

selvagens, enquanto que nas regiões em desenvolvimen-to, por exemplo, na Ásia, a sua fonte essencial é o cão doméstico e o macaco, que também constitui uma fonte de transmissão para viajantes.

Há vários anos, no in-terior da China, que o número dos casos da raiva tem registado um aumento significativo e que constituiu a principal causa de morte de entre as doenças transmissí-veis. No passado, a região de Taiwan não foi considerada como uma área epidémica da raiva, no entanto, de acordo com os dados recolhidos recentemente pelos serviços de saúde no local, foram detectados respectivamente, 14 casos e um caso de furão--texugo chinês e murganho portadores do vírus da raiva.

O vírus existe na saliva dos animais infectados e a maioria dos animais – como têm o hábito de lamber as garras ou patas – podem infectar os seres humanos através do contacto com a sa-liva por mordedura, lambida em feridas abertas e mucosas. O período de incubação pode variar entre 2 semanas a 6 anos (em média, 2 a 3 meses). Os sintomas incluem confu-são do estado de consciência, espasmos musculares da garganta, paralisia, coma e morte, atingindo 100% da taxa de mortalidade.

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13 vidahoje macau sexta-feira 2.8.2013

A LÉM dos trabalhos anuais de promoção de prevenção da Febre Dengue, a RAEM

tem prevista a realização de uma campanha, em conjunto com as associações cívicas, nos próximos quatro sábados, com actividades de sensibilização e informação sobre a prevenção da doença transmitida pelos mosquitos.

Com isto, as autoridades fa-zem votos de que seja possível uma participação mais activa da sociedade na luta contra a Dengue e desejam relembrar a população para a necessidade de dar aten-ção à higiene ambiental, ou seja, os cidadãos porem em prática certas medidas que contribuam para uma menor probabilidade de ocorrência e propagação da doença em Macau.

Desde o grande surto da febre de Dengue no território em 2001, Macau não voltou a ter uma situa-ção idêntica, “em grande parte de-vido ao apoio e esforços conjuntos de toda a sociedade”.

DEVIDO à aproxima-ção do tufão Jebi,

o estado do tempo deve agravar-se nas próximas horas, com chuva e vento, que devem continuar du-rante amanhã e domingo.

Segundo informações

prestadas à Rádio Macau, ontem, os serviços mete-orológicos e geofísicos admitiram içar o sinal número 3 de tufão, apesar de, até à hora do fecho desta edição, o sinal se manter no número 1.

Em declarações à Rádio Macau, o director, Fong Soi Kun, explicou que o Jebi tem trajectória apontada à Ilha de Hainão, não devendo aproximar-se de Macau a uma distância inferior a 400 quilómetros.

DENGUE GOVERNO AUMENTA CAMPANHAS DE SENSIBILIZAÇÃO DEVIDO A SURTOS

Um trabalho de todos

Mau tempo no fim-de-semana por causa do Jebi

“Aprevenção contra a Febre de Dengue é um trabalho a longo prazo, “que não depende somente do Governo, mas também do apoio e participação de toda a população”, diz a Administração. Ou seja, os cidadãos devem fazer os trabalhos de prevenção em casa, especialmente a limpeza regular de águas estagnadas e a eliminação da proliferação de mosquitos”

Nos últimos anos, através de uma série de medidas, nomeadamente a limpeza de locais com mais queixas de falta de higiene, desinfestação de mosquitos, campanhas de infor-mação e sensibilização, o Grupo de Trabalho de Prevenção Contra a Febre de Dengue viu surgirem alguns resultados dos seus trabalhos, leva-dos a cabo em estreita colaboração e coordenação com os habitantes.

No entanto, a prevenção contra a Febre de Dengue é um trabalho a

longo prazo, “que não depende so-mente do Governo, mas também do apoio e participação de toda a população”, diz a Administração. Ou seja, os cidadãos devem fazer os trabalhos de prevenção em casa, especialmente a limpeza regular de águas estagnadas e a eliminação da proliferação de mosquitos.

Face aos nove casos confirma-dos de febre de dengue no país, nas regiões vizinhas da RAEM,

e no sudeste asiático, o Governo tenciona, neste período de férias do Verão e de viagens para o exterior, reforçar os trabalhos de limpeza, exterminação de mosquitos e sen-sibilização da população.

No segundo semestre de 2013, serviços do Governo e associações cívicas realizam um conjunto de actividades de luta contra a Dengue, de modo a sensibilizar e informar o maior número possível de pessoas sobre as medidas mais correctas de prevenção.

Em Agosto, o Grupo de Traba-lho de Prevenção Contra a Febre de Dengue tem programadas quatro actividades de campanha ao ar livre, respectivamente nos pró-

ximos quatro sábados, nas zonas norte e centro da cidade e na ilha da Taipa, para chamar mais uma vez à atenção da população sobre a higiene ambiental, bem como a forma de melhorar as medidas de prevenção, através de exposições, jogos e espectáculos.

Na Zona de Lazer de Edifício Lok Yeong Fa Yuen, entre as 14h00 e as 17h30, no dia 3 de Agosto, no Largo Do Pagode Da Barra, entre as15h00 e as 18h00, no dia 10 de Agosto, na Rotunda Carlos da Maia, entre 15h00 e18h00, no dia 17 de Agosto e no Espaço Lateral do Jardim Cidade das Flores, entre as 14h00 e 17h30, no dia 24 de Agosto.

14 hoje macau sexta-feira 2.8.2013CULTURA

A vida e o legado do missionário e explo-rador escocês David

Livingstone e sua a relação com África são temas de refle-xão da obra que a portuguesa Ângela Ferreira mostra pela primeira vez na sexta-feira, em Edimburgo.

Inspirada pelos escritos que Livingstone deixou, assim como pelos relatos dos nativos africanos que o acompanharam nas viagens e transportaram o corpo do explorador, após a sua morte,

O XXVII Festival Internacional de Música de Macau (FIMM), organizado pelo Instituto Cul-

tural (IC) entre os dias 2 de Outubro e 3 de Novembro, inclui um programa de extensão constituído por várias ac-tividades, entre as quais os workshops “Jazz-it-up!”, orientado por músicos de jazz de renome e co-organizados pelo Jazz Club de Macau e pela Associação de Promoção de Jazz de Macau. As ins-crições para os workshops estão abertas até ao dia 6 de Agosto, sendo as vagas limitadas, informa o comunicado de imprensa da organização.

U M grupo de arqueólogos descobriram uma série de relíquias que provam que seres humanos pré-

-históricos viveram ao longo da Rota da Seda, muito antes desta se impor há cerca de 2 mil anos, como uma fundamental rede de comércio euro-asiático.

O projecto de escavações, iniciado em 2010 nas ruínas da Província de Gansu, noroeste da China, forneceu provas da exis-tência de seres humanos a viver na margem oeste do Rio Heihe, entre 4.100 e 3.600 anos atrás. Esta comunidade era capaz de cultivar produtos e fundir cobre, informa-ram os investigadores.

Acredita-se que o local pode remontar à Dinastia Han (202 a.C. - 220 d.C.). Durante os últimos três anos, os arqueólogos descobriram uma variedade de artigos de cobre, e equipamentos utilizados para fundir metais, disse Chen Guoke, um dos investigadores do Instituto de Arqueologia de Gansu.

DESCOBERTAS ARQUEOLÓGICAS REVELAM CIVILIZAÇÃO PRÉ-HISTÓRICA AO LONGO DA ROTA DA SEDA

Achado sem precedentes

FIMM COM INSCRIÇÕES ABERTAS PARA WORKSHOPS DE JAZZ ATÉ 6 DE AGOSTO

Vagas limitadasEXPOSIÇÃO DE ÂNGELA FERREIRA EM EDIMBURGO EVOCA EXPLORADOR DAVID LIVINGSTONE

Para escocês ver

“As pessoas daquela época lidavam principalmente com metal vermelho, mas também começa-ram a produzir ligas”. informou Chen, director do projecto.

Chen acrescentou que uma fundição de cobre muito rara foi também encontrada nas ruínas.

“É a mais antiga deste tipo que já foi escavada. Será de grande utilidade para o estudo da história da arte chinesa”, disse Zhang Liangren, professor da Universi-dade Noroeste em Xi’an, capital provincial de Shaanxi.

Os investigadores encontra-ram ainda cevada carbonizada e sementes de trigo, para além de enxadas e facas de pedra utilizadas na agricultura, informou Zhang, acrescentando que algumas das casas de argila foram também encontradas este ano.

As descobertas indicam que os intercâmbios entre o leste e o oeste começaram antes da Dinastia Han, já que a arquitectura com argila, cevada carbonizada e trigo é ori-

ginária da região central e oeste da Ásia, de acordo com Zhang.

Uma série de descobertas an-teriores durante a última década forneceram também provas da existência de uma civilização pré-histórica ao longo da Rota da Seda.

De 2003 até 2005, os arqueólo-gos escavaram as ruínas de Xihetan na cidade de Jiuquan na Província de Gansu.

“Ficamos surpreendidos por encontrar um curral, preservado nas ruínas, utilizado para bois e carneiros. A descoberta não tem precedentes,” disse Zhao Cong-cang, outro professor na Univer-sidade Noroeste.

Foram ainda encontradas pega-das e esqueletos de gado no local.

Em 2005, investigadores da China e do Japão concluíram um projecto de escavações que durou três anos nas ruínas de Mozuizi na cidade de Wuwei na Província de Gansu, onde foram encontrados vestígios de uma

tribo primitiva que ali viveu há cerca de 4.500 anos.

A antiga Rota da Seda, que começava na antiga cidade de Chang’an, conhecida agora como Xi’an , estendia-se até à região do Mediterrâneo no oeste e ao sub--continente indiano no sul. Possuía

um comprimento total de mais de 10 mil quilómetros, dos quais qua-tro mil eram no território chinês.

Em Janeiro, a China, o Caza-quistão e o Quirguistão fizeram um pedido à UNESCO para incluir a antiga Rota da Seda na Lista do Património Mundial em 2014.

De modo a potenciar o Festival como plataforma de intercâmbio e dar formação a um maior número de músicos locais, este ano o Festival convidou os músicos do grupo Iberian Jazz All Stars , os quais, para além de se apresentarem num concerto em Outubro, irão ainda orientar uma série de workshops sob o nome “Jazz-it-up!”, acrescenta a nota de imprensa.

Os workshops compreendem três níveis – introdutório, principiante e avançado – realizando-se entre os dias 8 e 31 de Agosto e ainda de 5 a 11 de Outubro, sendo efectuados em inglês com interpretação para cantonense. Os candidatos aos níveis principiante e avançado só serão aceites mediante entrevista prévia a realizar no dia 8 de Agosto, devendo os candidatos ao nível principiante preparar uma peça musical com duração entre 1 e 3 mi-nutos, enquanto os candidatos ao nível avançado deverão escolher dois temas Jazz Standard em estilos diferentes e tocá-los dentro do período designado. Os formandos do nível avançado que mais se destacarem serão convidados para integrar a Macau Big Band e tocar com o Iberian Jazz All Stars, em Outubro, na Fortaleza do Monte, num concerto integrado no Festival, finaliza a nota.

ao longo de mais de 1500 qui-lómetros, a artista produziu uma escultura, à qual juntou documentos, incluindo notas e fotografias.

Intitulada “Mount Mabu”, a obra adopta também o nome de uma floresta perdida, “descoberta” por cientistas britânicos na década passada, através do Google Earth, onde encontraram novas espécies animais.

Ângela Ferreira represen-tou Portugal na 52.ª Exposição Internacional de Arte da Bienal

de Veneza, em 2007, com a obra “Maison Tripicale” e, juntamente com Vasco Araújo, na 28.ª Bienal de Artes de São Paulo, no Brasil, em 2008.

A exposição na galeria Stills, em Edimburgo, pre-cursora, na Escócia, em fo-tografia contemporânea, fica patente entre 02 de Agosto e 27 de Outubro, numa altura em que a cidade acolhe dife-rentes festivais de teatro, mú-sica, dança e de outras artes, sendo visitada por dezenas de milhares de pessoas.

15 culturahoje macau sexta-feira 2.8.2013

POUCOS recordarão o nome ou o rosto de Eile-en Brennan, falecida no

passado domingo aos 80 anos de idade. Mas a actriz ameri-cana participou em alguns dos mais importantes filmes dos anos 1970, a década da “nova Hollywood” que revelou Cop-pola, Lucas ou Spielberg.

Eileen Brennan rodou por quatro vezes com Peter Bog-danovich – nomeadamente no mítico A Última Sessão (1971) e na sua “sequela” Texasville (1990), mas também em Daisy Miller (1974) e At Long Last Love (1975) - e contracenou com Paul Newman e Robert Re-dford num dos grandes êxitos da década, a comédia de vigarices A Golpada (1973).

U M motel na americana Route 66, a capital do Azerbeijão no início do século XX, uma enorme

pedra com as cabeças de históricos comunistas esculpidas. Estes fo-ram os cenários das três primeiras partes da tetralogia O Anel de Nibelungo, encenada num palco rotativo por Frank Castorf no fes-tival de Bayreuth, e que nada têm a ver com os que Richard Wagner criou originalmente. O público já aplaudiu mas também já vaiou. Esta quarta-feira estreiou-se a última parte, O Crepúsculo dos Deuses.

Quando Richard Wagner (1813-1883) escreveu o libreto d’O Anel de Nibelungo, a sua inspiração era a mitologia germânica e nór-dica. Duzentos anos depois do nascimento do compositor alemão, o festival que o próprio fundou em Bayreuth quer tornar a encenação de Frank Castorf d’O Anel de Nibelungo o ponto alto das come-morações do bicentenário.

O Anel de Frank Castrof, po-rém, substitui as figuras mitológi-cas por personagens e ambientes contemporâneos e o ouro que no texto original confere poder, riqueza e destruição é, nesta abor-dagem, o petróleo, diz o crítico Martin Kettle, do Guardian. Os cenários de Aleksander Denic permitem a construção de uma história sobre a globalização, segundo a agência AFP.

As reacções têm sido extremas: na estreia d’O Ouro do Reno, na

Joaquim Leitão no Festival des Films du Monde no CanadáO filme “Quarta Divisão”, de Joaquim Leitão, foi seleccionado para o Festival des Films du Monde, que decorre entre os dias 22 de Agosto e 02 de Setembro, em Montreal, no Canadá, informou o Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA). “Quarta divisão” vai ser exibido no festival de Montreal, na secção “Focus on World Cinema”. Produzido por Tino Navarro, que também assina o argumento, o filme tem, como ponto de partida, o desaparecimento de um rapaz de nove anos de um colégio privado. A actriz Carla Chambel interpreta o papel da agente da Polícia que lidera a investigação do caso. Joaquim Leitão, 56 anos, é o realizador de filmes como “Duma vez por todas” (1987), “Adão e Eva” (1995), “Inferno” (1999), “20,13” (2006) e “A esperança está onde menos se espera” (2009).

FESTIVAL DE BAYREUTH APRESENTA VERSÃO CONTROVERSA D’OANEL DO NIBELUNGO

Móteis, crocodilos a copular e kalashnikovs

EILEEN BRENNAN (1933-2013) MORREU UMA DAS ACTRIZES DA “NOVA HOLLYWOOD”

Carreira dourada nos anos 1970

a AFP, “uma interpretação atenta, transparente e sensível da obra de culto de Wagner”.

O que incomoda a audiência pa-rece ter sido a encenação arrojada do alemão Frank Castorf: a AFP escreve que, embora A Valquíria tenha tido uma aceitação “mais favorável” do público wagneriano de Bayreuth, O Ouro do Reno e Siegfried foram vaiados e, na es-treia de Siegfried, um espectador desmaiou enquanto o herói do libreto mata o seu adversário com uma arma de fogo. O espectador teve mesmo que ser assistido du-rante o espectáculo.

Nesta encenação há ainda crocodilos a copular e kalashni-kovs, armas automáticas russas que são disparadas com cartuchos e não com balas, mas produzindo o verdadeiro som e clarão de uma arma.

A escolha de Frank Castorf foi controversa, segundo a AFP: o encenador alemão não tem muita experiência na direcção de óperas e O Anel de Nibelungo é tido como uma tarefa difícil, até mesmo para os mais experientes. Apesar da expectativa de apresentar a obra de Wagner nas comemorações do bicentenário do nascimento do compositor na mesma sala em que ele estreou pela primeira vez O Anel do Nibelungo, Castorf tenta diminuir a pressão: “Não quero apresentar o Anel do século. Já me chega se apresentar o Anel do ano.”

sexta-feira, o público assobiou o espectáculo quando caiu o pano, e Castorf recusou-se a subir ao palco para encarar o auditório. No entanto, os cantores e o maestro Kirill Petrenko foram “caloro-samente aplaudidos”, diz a AFP,

como voltou a acontecer nas estreias d’A Valquíria, no sábado, e de Siegfried, na segunda-feira. O crítico do New York Times, Anthony Tommasini, escreve que estas são as boas notícias em relação a’ O Anel do Nibelungo:

“Petrenko, maestro russo de 41 anos, está a ter uma estreia em Bayreuth triunfante” e a orquestra soa “magnificamente neste lugar de uma acústica mágica [Bayreuth Festivalspielhaus]. A condução da Bayreuth Festival Orchestra é, para

Não foi nenhum destes filmes que lhe trouxe o re-conhecimento, contudo, mas sim Loucuras de uma Recruta (1980), comédia-veículo para Goldie Hawn, que lhe valeu em 1981 a nomeação para o Óscar de Melhor Actriz Secundária. Ao ponto de Brennan retomar o seu papel – de uma oficial a braços com uma herdeira mi-mada que se alista no exército – numa série televisiva, antes de um grave acidente de via-ção interromper a sua carreira durante largos meses.

A sua carreira no grande ecrã acabaria por ficar praticamente restrita aos anos 1970. No cine-ma, vimo-la pela última vez ao lado de Sandra Bullock em Miss Detective 2 (2005).

16 hoje macau sexta-feira 2.8.2013

O ex-colaborador dos ser-viços secretos norte--americanos Edward Snowden já saiu do ae-

roporto moscovita de Sheremetievo, onde estava há mais de um mês, de-pois de ter recebido das autoridades russas os documentos necessários, anunciou o seu advogado, Anatoli Kutcherena.

“Acabei de lhe entregar os documentos do Serviço Federal de Migração russo. Eles permitem-lhe sair do aeroporto”, disse o advo-gado russo, citado pela agência Interfax.

“Edward Snowden foi bem--sucedido em obter estatuto de refugiado na Rússia”, confirmou a organização Wikileaks, que também ajuda Snowden, em sua conta no Twitter.

O advogado de Snowden, Anatoly Kucherena, disse à uma emissora estatal: “Acabei de vê-lo sair. Ele foi para um local seguro... Segurança é uma questão muito importante para ele.”

Ainda não se sabe exatamente onde Snowden ficará após deixar o aeroporto, mas o próprio espião já havia dito anteriormente que deveria permanecer um tempo na Rússia até tentar asilo político em algum país da América Latina. Pelo menos três países latinos - Venezuela, Bolívia e Nicarágua – ofereceram-lhe asilo.

No entanto, alguns dias de-pois, Kucherena disse que ele pretendia ficar na Rússia e estu-dar a cultura local. O advogado também disse a uma televisão local que levou vários livros a Snowden, incluindo o clássico russo “Crime e Castigo”, do escritor Fiódor Dostoiévski.

A 16 de Julho, o ex-analista informático da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) pediu asilo temporário à Rússia. Segundo o advogado, o pedido foi aceite, permitindo a Snowden permanecer no país pelo prazo de um ano.

Acusado de espionagem pelos Estados Unidos, Snowden estava desde 23 de Junho no aeroporto moscovita, onde chegou prove-niente de Hong Kong, para onde tinha viajado depois de abandonar o emprego na NSA no Havai.

Em Hong Kong, numa entrevis-ta ao jornal britânico The Guardian, revelou um programa de vigilância em massa de comunicações tele-fónicas e via internet (ver caixa nesta página).

Uma fonte do Kremlin disse após Snowden sair do aeroporto que os laços entre a Rússia e os Estados Unidos não serão afec-tados pelo caso “insignificante”. “O nosso presidente (Vladimir Putin)... expressou esperança muitas vezes que isso não afectará o carácter de nossas relações”, disse Yuri Ushakov a repórteres, acrescentando que não há sinal de que o presidente dos EUA, Barack

EUA PODEM VIGIAR “QUASE TUDO” O QUE UM INTERNAUTA FAZ

SNOWDEN JÁ SAIU DO AEROPORTO DE MOSCOVO

O espião que chegou ao frio

Obama, cancelará uma visita pro-gramada a Moscovo em Setembro.

Kucherena, que actua como uma espécie de assessor jurídico do fugitivo americano, disse à rede de televisão Russia Today que a segurança de Snowden é a prioridade e que ele está pronto para falar à imprensa, mas precisa de um dia para se adaptar. “Ele é a pessoa mais procurada no mundo e a sua segurança será uma prio-ridade. Ele agora vai lidar com

questões de segurança pessoal e de alojamento”, disse o advogado.

O assessor presidencial russo Yuri Ushakov disse que a Rússia está confiante de que o caso não afe-tará a visita do presidente americano ao país, marcada para setembro. “Estamos cientes da atmosfera que está sendo criada nos EUA por causa de Snowden, mas não recebemos qualquer sinal que indicasse um possível cancelamento por parte das autoridades americanas”, afirmou

Ushakov à agência russa de notícias RIA Novosti.

O site WikiLeaks, que assessora Snowden desde que ele revelou sua identidade como o responsável pelo fornecimento de informações sobre programas de vigilância dos Estados Unidos, usou o Twitter para dizer que ele deixou o aeropor-to com a assessora da organização, Sarah Harrison.

“Edward Snowden recebeu asilo temporário na Rússia por um

ÚLTIMA HORA

Um sistema de vigilância secreto conhecido como XKeyscore permite aos serviços de inteligência dos Estados Unidos monitorar “quase tudo o que um usuário típico faz na internet”, de acordo com documentos divulgados nesta quarta-feira pelo jornal britânico The Guardian.Citando documentos secretos fornecidos pelo ex-consultor de inteligência Edward Snowden, o Guardian observa que o programa é o de maior alcance operado pela Agência Nacional de Segurança (NSA).O jornal indica que a existência do XKeyscore corrobora a afirmação de Snowden, rejeitada pelas autoridades americanas, de que a NSA poderia realizar “qualquer monitoramento, consigo ou seu contabilista, com um juiz federal ou mesmo o presidente”.As informações podem ser obtidas através dos IPs (endereços de rede), telefones, nomes

completos, apelidos de utentes e palavras-chave em diversas redes sociais e provedores de e-mail.No seu site, o Guardian publicou uma série de slides sobre o que parece ser um treino interno da inteligência americana, mostrando recursos do programa XKeyscore. O jornal indicou ter omitido 32 imagens, porque “revelam detalhes específicos das operações da NSA”.Os slides estão marcados como “Top Secret” e o acesso é restrito a funcionários autorizados dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Este material foi produzido em 2007, e não poderia ser desclassificado antes de 2032.De acordo com esses slides, o XKeyscore permite aos Estados Unidos monitorar em tempo real e-mails, pesquisas na web, acesso a sites, redes sociais e praticamente qualquer actividade de um determinado utente.

ano e agora deixou o aeroporto de Moscou sob os cuidados de Sarah Harrison, do WikiLeaks”, disse a organização no Twitter. “Gostarí-amos de agradecer ao povo russo e a todos que ajudaram a proteger Snowden. Nós vencemos a batalha – não a guerra”, dizia outro tweet. “Podemos agora confirmar que o bem-estar de Edward Snowden foi monitorado pela equipe do WikiLeaks desde sua presença em Hong Kong”, afirmou.

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Há coisas muito incómodas em Macau. A falta de passeios com dimensão suficiente para não nos sentirmos encurralados entre transeuntes, o excesso de poluição nos cruzamentos ou bifurcações onde os carros (ligeiros e pesados) nos atingem com um lufada de dióxido de carbono, o tempo que se espera em qualquer serviço público ou entidade bancária para se ser atendido, enfim... um rol inumerável de tarefas que compõem o nosso dia-a-dia e às quais não temos escapatória. Agora dizerem-me que há situações que autorizam a que os monumentos patrimoniais sejam transladados, essa é difícil de comprar. Ainda que me venham falar em situações “de relevante interesse público” , “motivos de força maior” ou “situações de risco”. Falamos de quê, ao certo? Quando discutido em Assembleia Legislativa, o deputado Cheang Chi Keong falava no exemplo de vias de acesso inevitáveis. Um exemplo, convínhamos, muito absurdo já que, com certeza, altamente contornável. Mas agora temos o exemplo materializado. A possibilidade é real e está em aberto, ainda antes da lei ter sido votada e da possibilidade aprovada pelos deputados. O traçado do metro ligeiro pode implicar que o Arco das Portas do Cerco possa ser retirado do sítio de onde nasceu. Onde só lá fazia sentido estar. Onde, ainda hoje, não faz sentido estar noutro lugar. O lugar de destaque foi-lhe dado quando, já sem qualquer utilidade, depois de construída a nova infra-estrutura do posto fronteiriço, a não ser eternizar memórias de uma terra de pescadores onde, naquele espaço, o verde era predominante e a avenida de acesso a Gongbei larga, sombria e arejada. O que estão a querer dizer é que o monumento se coloca agora como um obstáculo à construção de uma linha de metro que ligue Macau a Zhuhai? Não pode passar uns metros à direita ou à esquerda? Não, afastar o monumento-empata dali é a opção! Espero que os deputados atentem a esta questão, antes de fazerem o jeitinho ao Governo que pode já estar a ver uma brecha para ajeitar o património a seu bel-prazer.

hoje macau sexta-feira 2.8.2013 FUTILIDADES 17

TEMPO 3 AGUACEIROS MIN 25 MAX 28 HUM 80-98% • EURO 10 .5 BAHT 0 .2 YUAN 1 .2

POR MIM

FALO

O monumento--empata

[ ]

EXPANDIR O CONCEITO Foto: Hoje Macau

• Não nos espanta, numa terra de filósofos como esta, que alguém se entretenha a expandir conceitos. No caso vertente, trata-se de aplicar “deficiente” a vários sítios e mesmo objectos. Aqui temos o já famoso “Lavatório deficiente”, cuja deficiência começa na placa e sabe-se lá onde termina...

SALA 1DORAEMON THE MOVIE:NOBITA IN THE SECRETGADGET MUSEUM [A](FALADO EM CANTONÊS)14.00, 17.45

R.I.P.D. [B]Um filme de: Robert SchwentkeCom: Ryan Reynolds, Jeff Bridges, Kevin Bacon15.55, 21.45, 23.30

THE WOLVERINE [C]Um filme de: James Mangoldcom: Hugh Jackman19.30

Sala 2 THE WOLVERINE [C]Um filme de: James Mangoldcom: Hugh Jackman14.30, 21.30

THE WOLVERINE [3D] [C]Um filme de: James Mangoldcom: Hugh Jackman16.45

R.I.P.D. 3D [B]Um filme de: Robert SchwentkeCom: Ryan Reynolds, Jeff Bridges, Kevin Bacon19.30

Sala 3THE SMURFS [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Raja Gosnell14.00, 15.55, 17.50

THE SMURFS [3D] [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Raja Gosnell19.45

MONSTERSUNIVERSITY [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Dan Scanlon21.45

PELA ESTRADA FORA • Jack Kerouac«Para as adolescentes, ele foi o poeta louco, o primeiro amor que nunca esqueceram, com a sua conversa sobre boleias em comboios de carga e carros, estrada fora. Kerouac criou um herói de estilo moderno em “Pela Estrada Fora”; inventou a Geração Beat, originou um estilo de viver e um estilo de escrever.» The Guardian.

O LIVRO NEGRO • Hilary MantelVencedor do Man Booker Prize 2012Estamos na corte de Henrique VIII para testemunhar a ascensão de Thomas Cromwell enquanto planeia a destruição de Ana Bolena. Um incrível feito literário, “O Livro Negro” é o relato deste terrível acontecimento da História, por uma das melhores romancistas da atualidade. Hilary Mantel tornou-se o primeiro autor britânico e a primeira mulher a receber dois prémios Booker, além de ser o primeiro autor a consegui-lo com dois romances consecutivos. Para Peter Stothard, Júri do Man Booker Prize, é «a melhor autora de prosa inglesa moderna da atualidade.»

UM REI NA MANGA DE HITLER • José GoulãoVerão de 1940. A Inglaterra resistia ao fogo cerrado da aviação nazi. Portugal vivia a chamada neutralidade salazarista, através da qual a elite da ditadura tirava proveito da tragédia alheia. O retrato escondido de uma época dramática, num país vigiado e subjugado, mas em que muita gente lutou inconformada e corajosamente pela liberdade.

O FUNDAMENTALISTA RELUTANTE • Mohsin HamidChangez está a viver o sonho americano. À frente da sua turma em Princeton, é contratado por uma firma de “avaliação” de elite, a Underwood Samson. Ele prospera na energia de Nova Iorque e a sua paixão pela bonita e elegante Erica é uma promessa de entrada na alta sociedade de Manhattan. Mas após o 11 de Setembro, a situação de Changez na sua cidade adotiva altera-se subitamente e a sua relação com Erica é eclipsada pelo despertar dos fantasmas do passado desta. A própria identidade de Changez sofre também uma enorme mudança, revelando fidelidades mais fundamentais do que o dinheiro, o poder e talvez até mesmo o amor.

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Telejornal + 360° (Diferido)14:40 RTPi DIRECTO16:00 Caminho das Índias (Repetição) 17:00 Grande Prémio Mundial de Voleibol da FIVB, apresentado pelo Grupo Galaxy Entertainment - Cuba - Holanda (Directo)19:30 Grande Prémio Mundial de Voleibol da FIVB, apresentado pelo Grupo Galaxy Entertainment - Cerimónia de Abertura (Directo)20:30 Telejornal21:00 Grande Prémio Mundial de Voleibol da FIVB, apresentado pelo Grupo Galaxy Entertainment - China vs Bulgária (Directo)23:00 TDM News23:30 Grande Prémio Mundial de Voleibol da FIVB, apresentado pelo Grupo Galaxy Entertainment (Resumo)23:45 Portugueses Pelo Mundo00:40 Telejornal (Repetição)01:10 RTPi DIRECTO

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:35 A História dos Açores15:30 Novos Descobridores15:50 Ler +, Ler Melhor16:00 Bom Dia Portugal17:00 Cenário Natural17:25 Feitos ao Bife19:00 Almas Penadas20:00 Jornal da Tarde 21:15 O Preço Certo22:05 Portugal Low Cost22:30 Verão Total

30 - FOX Sport13:00 American Le Mans Series14:00 (Delay) MLB Regular Season 2013 Houston Astros vs. Baltimore Orioles17:00 Bridgestone Invitational 2013 Daily Highlights19:00 (Delay) The World Games 2013 - Highlight Show19:30 (LIVE) FOX SPORTS Central20:00 (LIVE) Ricoh Women’s British Open 2013 Day 2

31 - STAR Sports13:00 Asian Festival Of Speed 201313:30 Total Rugby14:00 GP3 Series 201316:00 X Games Los Angeles18:00 2013 FIFA Beach Soccer World Cup Qualification Paraguay vs. Argentina19:00 Asian Festival Of Speed 201319:30 V8 Supercars C’ship Series 2013 - Highlights21:30 (LIVE) Score Tonight 201322:00 Football Asia 2013/1422:30 Premier League Darts 2013

40 - FOX Movies11:50 Armageddon14:20 Once Upon A Time15:10 Air Force One Is Down - Part 1 Of 216:45 Skyfall19:10 What’S Your Number?21:00 Intouchables22:55 Rise Of The Planet Of The Apes00:40 Killing Them Softly

41 - HBO11:20 Batman Begins13:40 Jack And Jill15:10 Star Trek First Contact17:05 The Man18:30 Peter Pan20:20 Paul22:00 Green Lantern00:00 The Last Exorcism

42 - Cinemax13:00 Beavis And Butt-Head Do America14:30 D.C. Sniper16:00 Queen Of Outer Space17:20 Cold Steel18:50 Police Academy: Mission To Moscow20:10 The Salton Sea22:00 Spartacus: War Of The Damned23:00 Epad On Max23:15 The Raven

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18 OPINIÃOperspect ivasJORGE RODRIGUES SIMÃO

hoje macau sexta-feira 2.8.2013

“The Great War was the single most important event of the twentieth century, shaping the world that we live in today. Yet it is often regarded as a pointless war; a catastrophic mistake fought for little or no reason. Historians, politicians and economists may testify to its over-arching importance, but somehow the popular belief remains that it was all for nothing.”

The Great War: A Combat History of the First World War

Peter Hart

O indescritível horror e sofri-mento que causou a primeira grande guerra mundial, mereceu no seu auge uma acusação terrível por parte do filósofo francês Alain, aliás, Emile Chartier, ao afirmar que a mesma era um erro de pensamento. Ao contrário das guerras

do período da Revolução Francesa, onde batalhas como as de Verdun de 1792 ser-viam, mesmo aos olhos de inimigos privi-legiados dos republicanos gauleses, como Goethe, para dividir a história em duas idades, em que o sangue vertido e as vidas dissipadas pareciam estar ao serviço de um propósito válido, o terrível massacre das trincheiras, opondo sobretudo franceses e alemães, aparecia como uma automutilação, mesmo um suicídio da cultura europeia.

Alain, coberto pela lama vermelha dos campos de batalha, não hesitava em de-nunciar que o holocausto dos dois povos decisivos para o futuro da Europa consti-tuía “uma luta contra aquele que é mais semelhante, contra o outro, que sente e pensa do mesmo modo”. Sem ter imediata consciência, Alain acabava por identificar a I Grande Guerra como a realização de uma profecia de Nietzsche, que quatro décadas antes da eclosão do conflito, escreveu “Mas, tal como os gregos se enfureciam no sangue grego, assim o fazem agora os europeus no sangue europeu…”.

A meditação de Alain expressa uma das posições centrais da filosofia em relação à guerra; esse fenómeno de aparente desme-sura tem uma relação com o pensamento. A aparente destruição categorial que, para as testemunhas e participantes na empresa bélica, acompanha a destruição sistemática dos corpos não é a última palavra dos filó-sofos sobre os desafios colocados à razão pela guerra. Na mesma altura em que Alain experimentava as suas dolorosas experi-ências de homem de meia-idade, aos qua-renta e seis anos a envergar o uniforme de artilharia, o grande estratega inglês Liddel Hart parecia chegar à mesma conclusão, de que a primeira guerra mundial significava um erro intelectual.

Mais precisamente, para Liddel Hart alguns dos milhões de combatentes mortos nas trincheiras teriam sido poupados se os chefes militares europeus não tivessem cometido o erro teórico de conceder um

A guerra: um erro do pensamento

valor absoluto aos ensinamentos do gene-ral, estratega e teórico da guerra prussiano, Carl von Clausevitz, que através do seu incontornável tratado “Da Guerra”, seduziu os Estados-Maiores para a necessidade de mobilizar todos os recursos dos países num esforço imoderado e incessante para apressar o momento de confronto decisivo, da decisão pelas armas. Apesar da diferença entre Alain, para quem a noção de pensa-mento possui uma dimensão e uma amplitu-de que não é confundível com a orientação técnica, de cariz estratégico e táctico, e Liddel Hart, ambos estão de acordo, na tese, cujo núcleo considera que a guerra, na sua malévola explosão de sangue e destruição, manifesta uma estrutura conceptual, um fio condutor, tanto no sentido teleológico mais profundo como na condução operacional dos homens e das armas.

A guerra não é a manifestação convul-siva da violência, e eclosão espontânea da agressividade. A guerra é o oposto de tudo. Implica organização, controlo e autocon-trolo, planeamento sistemático, disciplina sem limites, educação dos homens e dos povos para resistir a doses aparentemente intoleráveis de sofrimento ou, pelo menos, a aprendizagem do adiamento temporal do trauma e do luto. As semelhanças entre Alain e Liddel Hart terminam neste pon-to. As consequências do erro de que fala Alain não são do mesmo tipo das do militar inglês. O erro que Alain descobre não é de ordem simples do cálculo estratégico. É de uma ordem muito superior, tão elevada que talvez nos conduza a duvidar se existe

actualmente algum sentido, para se conti-nuar a falar na racionalidade do fenómeno bélico. Será que pensar a guerra não será pensar o impensável?

A primeira deficiência de apreciação em que alguém pode incorrer ao pensar a guerra é ignorar a sua labiríntica comple-xidade. A segunda consistirá em ignorar a necessidade de um caminho de saída. A urgência de um princípio unificador de interrogação e compreensão das questões da guerra, e consequentemente, também da paz. A “polemologia” constitui um esforço relativamente recente e interessante para assumir o desafio desse labirinto.

O seu saldo, nomeadamente aquele que podemos descortinar em alguns textos de Gaston Bouthoul, sociólogo francês, especialista no fenómeno da guerra e fun-dador e promotor dessa nova disciplina, é de nos prevenir contra o risco de teorias que aparentam virtualidades explicativas e partir de um quadro redutor e unilateral de princípios, mas fica todavia, a impressão de que o esquema de tratamento conceptual está montado sobre um modelo de estrutura eclética que o labirinto das representações integráveis no interior da “polemologia” corre o risco de ser tão interminável como paralisante, no que respeita à necessidade de decisões teóricas fundamentais.

A “etologia”, de acordo com o etólogo austríaco e Prémio Nobel da Fisiologia/ Medicina de 1973, Konrad Lorenz, insiste na necessidade de compreender, simulta-neamente, a relação e a diferença entre a agressividade e a guerra. As pulsões

agressivas foram essenciais na evolução da espécie humana. A selecção natural privi-legiou os indivíduos agressivos na medida em que aumentavam as possibilidades de sobrevivência da espécie num horizonte de dura competição em ambientes hostis. To-davia, a guerra não é redutível às tendências agressivas filogenéticas. A guerra implica uma elaboração e apropriação culturais dos impulsos agressivos. A mensagem de Konrad Lorenz aponta no sentido de uma inversão do papel desempenhado pela com-binação agressividade – guerra no interior da economia de sobrevivência, que durante longo período contribuiu para a viabilidade do frágil ser humano, animal desprovido de defesas naturais ostensivas, tornou-se um elemento destrutivo, um obstáculo à conti-nuidade da marcha histórica da cultura, um pecado mortal civilizacional de dimensões apocalípticas como apelidou, o sociólogo e filósofo francês Edgar Morin, ainda que noutro contexto.

Os enigmas da guerra e a premonição dos perigos mortais para a cultura por si representados foram, certamente, um dos factores decisivos na elaboração da segunda teoria das pulsões de 1920, pelo médico aus-tríaco e fundador da psicanálise, Sigmund Freud, quando as sombras ameaçadoras da guerra mundial ainda se estendiam pela Europa Central em convulsão. A tensão entre as pulsões da vida e da morte, entre “Eros” e “Tanatos”, como as denominou, implicou o alargamento da esfera de aplica-ção da psicanálise, a deslocação do fulcro da sua análise do domínio estritamente

A filosofia moderna caracteriza-se pela crítica das possibilidades, métodos e limites do conhecimento como condição para assegurar o sucesso da expansão da cultura europeia pelo mundo, não é menos verdade a estreita correspondência que se estabelece entre a categoria relativa aos fundamentos do conhecimento do indivíduo e a categoria política de cidadão

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana de Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos; Zhou Xuefei [estagiária] Colaboradores Amélia Vieira; Ana Cristina Alves; António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Vinhais Guedes; Helder Fernando; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Tiago Alcântara; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

edi tor ia lCARLOS MORAIS JOSÉ

RicaRdo Pinhotwitter.com/ricardo

O cansaço cognitivo da insónia desinibe-nos a criatividade, mas a mesma razão impede-nos normalmente de a aproveitar.

disse-me um passarinho...

hoje macau sexta-feira 2.8.2013

clínico e individual para o plano social e civilizacional. É correcto considerar, mais do que qualquer outro motivo, ter sido o impacto da guerra que transformou Freud num pensador dos destinos da cultura e da história.

O ser humano no instinto agressivo que o caracteriza nunca deixou apagar as brasas da guerra, sempre assoprando com equipamentos bélicos mais modernos e estratégias mais aperfeiçoadas, que como faixa olímpica vão percorrendo o mundo e pegando fogo, desde a Síria, passando pelo Egipto e Tunísia que se presumia estarem a viver momentos calmos de transição de-mocrática, até às demonstrações de terror psicológico protagonizado pelas paradas militares na comemoração do sexagésimo aniversário do armistício na Coreia do Norte, sem desconsiderar muitos outros focos como os do Iraque, Afeganistão, Palestina e Paquistão.

A tarefa de questionamento filosófico em torno da guerra e da paz, a respos-ta filosófica às tentações do labirinto clarificam-se desde a tematização nos alvores da modernidade, da categoria de Estado, descrita no “Leviatã”, essa obra genial do matemático, cientista político e filósofo inglês, Thomas Hobbes, na qual tem sentido procurar a pista da guerra e da paz. Assim, neste domínio, a ética, a filosofia da educação e a antropologia filosófica são saberes sobre determinados pela estrela mais brilhante da constelação, que é constituída pela necessidade de de-senvolver uma teoria do Estado que integre a possibilidade difícil do exercício dos direitos e deveres de cidadania, ou seja, de uma filosofia política que não reduza a acção política à esfera de intervenção majestática do “Leviatã”.

A filosofia moderna caracteriza-se pela crítica das possibilidades, métodos e limi-tes do conhecimento como condição para assegurar o sucesso da expansão da cultura europeia pelo mundo, não é menos verdade a estreita correspondência que se estabelece entre a categoria relativa aos fundamentos do conhecimento do indivíduo e a categoria política de cidadão; essa correspondência, em muitos casos, mesmo de analogia funcional, permite compreender o modo como a filosofia da guerra se transforma em filosofia da construção e da manutenção da paz. A guerra deixa de ser um objecto permanente e enigmático, um sinal inevitá-vel da infinitude e imperfeição da natureza humana para se tornar um problema, cuja solução depende da identificação da paz, não como uma esperança transcendente mas como uma tarefa possível de ser realizada no quadro da mobilização dos recursos políticos de uma sociedade.

HÁ uma questão que perpassa na mente de muitos residen-tes de Macau, sejam eles chineses ou portugueses. É uma questão silenciosa, rastejante, que aos poucos vai tomando forma e cujos contornos são mesmo ca-pazes de assustar muito boa e muito má gente. À

partida não será óbvia mas acontecimentos recentes levam a pensar que a sua ino-portunidade se transforma rapidamente em evidência. Acutilante é certo mas não descabida. Pelo contrário, cada vez mais à superfície, cada vez mais horizonte de reflexão. E a pergunta é, pensando na RAEM: “É este regime sustentável?”

Em primeiro lugar, teremos de dizer, de uma forma sintética, que vivemos desde 1999 sob aquilo a que chamaria de oligarquia. Ou seja, com o advento da RAEM e a fórmula “Macau governado pelas suas gentes”, solidificou-se o poder de alguns senhores ricos e poderosos desta terra que, desde então, terão dividido entre si a principal fatia do bolo.

Para a manutenção da necessária har-monia, o poder tem, internamente, dado algumas migalhas ao povo com uma mão (os cheques), enquanto retira com outra (inflação galopante da habitação e dos bens essenciais). Por outro lado, as associações são generosamente brindadas, em muitos casos para iniciativas de contornos duvido-sos que ninguém fiscaliza. Só que, de uma forma ou de outra, o dinheiro acaba por cair nas mãos dos mesmos, cujos tentáculos se alastram por toda a cidade, das obras ao comércio, passando pela educação (MUST) e a saúde (Kiang Wu).

Exteriormente, a grande preocupação é Pequim. Ao que se diz por aí, o Governo Central não tem razões de queixa da genero-sidade da RAEM. Esta pequena região terá cumprido escrupulosamente o seu papel de fornecedor financeiro, mais visivelmente quando ocorrem tragédias (como foi o caso de Sichuan), mais discretamente quando se trata de apoiar outros programas (militares, espaço, investigação, etc.). O problema é que Pequim sabe cada vez melhor o que se passa por Macau e a ninguém interessa que

Em Macau a revolta política não surge por causa dos direitos civis (nomeadamente, o sufrágio directo) mas pelas fundamentais injustiças sociais a que a população diariamente assiste e que afectam as suas próprias vidas. Este facto — da revolta partir do social para o político — é bem diverso do que se passa em Hong Kong

A sustentabilidade do regimeum regime caia de podre, sob a acção de uma população progressivamente descontente.

Ainda por cima, o que qualquer analista da capital rapidamente verificará é que em Macau a revolta política não surge por causa dos direitos civis (nomeadamente, o sufrágio directo) mas pelas fundamen-tais injustiças sociais a que a população diariamente assiste e que afectam as suas próprias vidas. Este facto — da revolta partir do social para o político — é bem diverso do que se passa em Hong Kong e Pequim deverá julgá-lo perfeitamente escusado e

facilmente evitável. Para qualquer gestor, mas não para esta oligarquia.

Resta pois saber quanto tempo poderá ainda este modelo resistir. Claro que a permanência de Chui Sai On na cadeira do poder por mais cinco anos, deixa entender que, uma vez mais, as coisas não serão resolvidas à pressa. Mas as vozes, cada vez mais audíveis, que esperam por um Chefe do Executivo que não esteja ligado aos interesses comerciais da terra, ou são sinais de Pequim ou são sinais para Pequim.

Quando até uma deputada como Angela Leong, ligada ao sector do jogo, já percebeu que Macau tem de apostar na “diversifica-ção económica” — conceito que já se tornou uma ladainha do Governo Central —, isto significa que o nosso Executivo tem neste plano um desempenho fatal. E tal acontece porque aos oligarcas pouco interessa essa diversificação e é com maus olhos que assistem a erupção de novos valores no tecido empresarial de Macau.

É notório, por outro lado, como os mais jovens, quando interrogados sobre a sua apetência pela política, rapidamente escla-recem que não fazendo parte das famílias consagradas é muito difícil, quando não impossível, pensar em lugares de poder. Fará então sentido esperar que este sentido de resignação se transforme em revolta, mais ou menos explícita, ou deverá o regime mudar sem que seja necessária uma extensa e aborrecida pressão popular?

Será possível aos oligarcas continuarem a pôr e dispor a seu bel-prazer dos recursos de Macau, enquanto áreas como a Saúde, a Educação, a Habitação, o Ambiente e os Transportes são preteridas pelos interesses instalados?

Não nos parece que este regime tenha muitas hipóteses de prosseguir como tem feito até aqui. Nem sequer com outra face que represente o mesmo. Uma década de-pois da transferência de soberania, Macau sofreu as suas dores de crescimento mas tal deveria ser agora uma boa notícia para todos os cidadãos e não apenas para alguns. Poderão existir factores, que confesso desconhecer, que poderão manter este regime. Mas, olhando o futuro, existem grandes e sérias razões para duvidar da sua sustentabilidade.

cartoonpor Stephff

KERRY NO PAQUISTÃO

hoje macau sexta-feira 2.8.2013

Topless Activistas invadem embaixadaDuas activistas do FEMEN em topless invadiram esta quinta-feira a embaixada russa em Estocolmo, na Suécia, em protesto contra as leis anti-homossexuais aprovadas por Moscovo. As duas mulheres foram detidas e expulsas do recinto da embaixada. O protesto contou com quatro activistas do movimento FEMEN, duas das quais permaneceram no exterior da embaixada. Frente à embaixada concentraram-se cerca de duas centenas de pessoas numa manifestação pacífica contra a lei russa. As duas mulheres foram libertadas após admitirem serem culpadas de invasão de propriedade. Uma das activistas, Jenny Wenhammar, disse que o grupo estava a protestar contra uma lei recentemente aprovada pela Rússia que prevê pesadas multas para desfiles de orgulho gay ou para quem forneça informações sobre a comunidade gay a menores. O protesto coincide com o Festival Orgulho de Estocolmo, que se celebra esta semana na capital sueca.

Strauss-Kahn Sérvia oferece assessoriaO vice-primeiro-ministro sérvio, Aleksandar Vucic, indicou que havia conversado com o ex-director-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), o francês Dominique Strauss-Kahn, sobre a possibilidade de que seja contratado como assessor do governo sérvio. «Falamos muito brevemente sobre uma possibilidade de cooperação», disse Vucic. Strauss-Kahn «não será ministro, é certo, mas pode ser um assessor» que ajudaria o governo a «administrar a dívida pública» e a resolver outros problemas económicos, disse Vucic sem dar mais detalhes. Strauss-Kahn, de 64 anos, foi obrigado a renunciar ao seu cargo no FMI depois de ser acusado, em Maio de 2011, de ter agredido sexualmente uma camareira guineana no seu quarto do hotel Sofitel em Nova Iorque.

50 oficiais protegem príncipe GeorgeA duquesa de Cambridge e o filho serão protegidos por uma força constituída por 50 oficiais armados, enquanto o príncipe William estiver de serviço, foi revelado. Segundo a imprensa britânica, os oficiais estão a ser recrutados pela família Real para vigiar Kate Middleton e o príncipe George. Os oficiais, que serão colocados na nova residência dos duques, Anmer Hall, farão rotatividade para estarem presentes 24 horas por dia. As candidaturas para o recrutamento ainda não terminaram.

Japão Ser ou não ser... naziO vice-primeiro-ministro japonês, Taro Aso, retirou ontem as declarações que proferiu esta semana que sugeriam que o seu governo se inspirasse na Alemanha nazi para reformar a sua Constituição. O centro Simon Wiesenthal, com sede nos Estados Unidos, apelou a Aso para clarificar as suas declarações, considerando que “as únicas lições que se poderá retirar do regime nazi são coisas a não fazer”. “É lamentável que os meus comentários sobre a administração nazi tenham gerado um mal-entendido, não era a minha intenção”, refere Aso em comunicado. Na nota, o vice-primeiro-ministro japonês e também ministro das Finanças explica que os seus comentários “carregam um julgamento extremamente negativo sobre os nazis”. “Como este exemplo gerou um mal-entendido, gostaria de retirar a referência ao regime nazi”, acrescentou. “A Constituição de Weimar foi discretamente substituída pela Constituição da Alemanha nazi: porque é que não nos inspiramos na sua táctica?”, disse Aso na segunda-feira. A Coreia do Sul reagiu, considerando que as declarações de Aso “magoam muita gente”.

Maputo Director do “Notícias” exonerado O director-editorial do Notícias, o principal diário moçambicano, foi exonerado do cargo, numa medida vista pela impressa como consequência da insatisfação do partido no poder com a sua presença numa conferência de imprensa do líder da oposição, Afonso Dhlakama. A presidente do Conselho de Administração do grupo proprietário do jornal, detido maioritariamente pelo Banco Central, Esselina Macome, justificou o afastamento com a necessidade de “imprimir uma nova dinâmica” no diário. Instado pela imprensa para se pronunciar sobre as razões da sua exoneração, Rogério Sitoe tem declinado falar a respeito do tema.

Paulo Portas no Palácio das LaranjeirasA procura por um novo espaço para exercer as suas novas funções de vice-primeiro-ministro terminou. Paulo Portas já escolheu a sede para o seu novo departamento governamental, revela esta quinta-feira o jornal Público. O espaço escolhido é o Palácio das Laranjeiras, na zona de Sete Rios, em Lisboa, que, alegadamente por uma contenção de custos, será partilhado com o secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes. Segundo o Público, as instalações já estão abastecidas de todo o material necessário para que o novo departamento de Portas possa funcionar. Ali está-se bem!

DEFENDIDO VALOR HISTÓRICO DA FÁBRICA DE PANCHÕES

“Kun Iek é 100% património industrial”ZHOU [email protected]

D EPOIS do director do Instituto Cultural (IC), Ung Vai Meng, ter dito que a fábrica

de panchões Kun Iek não possui valor histórico que faça valer a sua preservação, eis que diver-sos especialistas da área vêm contradizer o responsável do Governo e dizer que o espaço é “100% património industrial”. Recorde-se que Ung Vai Meng disse que o edifício em questão “não é património porque é um armazém e não uma fábrica”.

Entrevistado pela imprensa chinesa, Lam Iet Chit, que traba-lha na área do planeamento ur-banístico, citou o “The Nizhny Tagil Charter for the Industrial Heritage”, uma organização mundial criada em 2003 e fo-cada para a preservação dos edifícios industriais com valor histórico.

“Fiquei boquiaberto com a situação e acho ridículo que se decida demolir um edifício, que se situa numa zona que é património mundial, e de forma repentina.”

Lam Iet Chit disse ainda que o espaço “criou todo o estilo arqui-tectónico que existe na rua e é um foco de atracção para os turistas que passam por ali”. “O estilo do edifício já é raro de encontrar em Macau, porque representa a arqui-tectura dos anos 40. Uma cidade

com cultura é aquela onde convi-vem edifícios de todas as épocas, sejam novos ou antigos. Só assim se pode manter viva a sua história”, acrescentou o responsável.

PATRIMÓNIO E DISNEYLÂNDIALei Hoi Ian, outro especialista na área, lembrou ainda a “protecção insuficiente” dada pelo Governo aos edifícios que datam do sécu-lo passado, tendo manifestado “preocupação” face aos padrões de avaliação dos edifícios com valor imobiliário.

“Compreendo que o Governo quer mais espaços para desenvol-ver a cidade, mas a memória e o

afecto trazidos pelo passado não são menos importantes. Kun Iek é um edifício que representa o sector industrial e transmite-nos a imensidão da história.”

Sobre o plano já revelado pelo IC, de colocar nos novos aterros uma rua com cópias dos edifícios históricos de Macau, Lei Hoi Ian faz mais um comentário negativo.

“Os edifícios antigos e as lojas estão intimamente relacio-nados com o ambiente que está em seu redor. Juntá-los numa rua vai ser como estar numa Dis-neylândia, não tem valor como património histórico.”