História da Política Externa Brasileira · PEB no governo JK (1956-1961) • Em termos de...
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História da Política Externa Brasileira
DAESHR024-14SB/NAESHR024-14SB
(4-0-4)
Professor Dr. Demétrio G. C. de Toledo – BRI
UFABC – 2018.II
(Ano 3 do Golpe)
Aula 15
3ª-feira, 24 de julho
Aula 15 (3a-feira, 24 de julho): JK e a OPA
Texto base
VIZENTINI, P. F. (2004) “JK: o desenvolvimento associado e a Operação Pan-americana (1956-1961)”, p. 97-121.
Texto complementar
CERVO, A. L., BUENO, C. (2017) “Juscelino Kubitschek: rumo à diplomacia brasileira contemporânea”. P. 308-329.
Interregno Café Filho (1954-1955)
• “Depois da morte de Vargas, Café Filho assumira,
promovendo mudanças significativas nos campos
interno e externo. O novo presidente baseou-se num
capitalismo associado internacionalmente, dentro da
perspectiva da concepção de Segurança e
Desenvolvimento da ESG [Escola Superior de Guerra]”.
(Visentini 2004: 97)
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Interregno Café Filho (1954-1955)
• “O hiato representado pelo governo Café Filho
significou, em termos de política exterior,
principalmente no que tange às relações com os
Estados Unidos, um retorno ao período Dutra”. (Cervo e
Bueno 2017: 308)
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PEB no governo JK (1956-1961)
• “A essa fase, seguiu-se a primeira parte do Governo
Juscelino Kubitschek (JK), cujo nacional-
desenvolvimentismo fundamentava-se também na
associação estreita com o capitalismo internacional”.
(Visentini 2004: 97)
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PEB no governo JK (1956-1961)
O governo JK inaugura um novo padrão de acumulação capitalista
no Brasil, com ampla associação a capitais externos
Nova forma de inserção internacional da economia brasileira,
atualização da estrutura centro-periferia
O novo padrão de acumulação industrial representou o advento de
novas tecnologias, formas de gestão empresarial e estruturas
industriais (grande empresa multinacional monopolista/oligopolista
voltada pro mercado interno)
Problema do financiamento do processo de industrialização
continuou posto
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PEB no governo JK (1956-1961)
Plano de Metas pode ser considerado o auge do período da
ISI brasileira
Segundo Carlos Lessa, foi a “mais sólida decisão consciente
em prol da industrialização na história econômica do país”
O plano conferia prioridade absoluta à construção dos
estágios superiores da pirâmide industrial verticalmente
integrada e do capital social básico de apoio à esta estrutura,
daria continuidade ao processo de SI que vinha se
desenrolando nas duas décadas anteriores
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PEB no governo JK (1956-1961)
O Plano de Metas tinha 30 metas, incluindo a meta-
síntese, Brasília: do total de investimentos, 43,3% para
energia; 29,6% transportes; 20,4% indústria de base;
3,2% alimentos; 3,4% educação
O setor secundário, de equipamentos e insumos com alta
intensidade de capital, seriam subsidiados e estimulados
também pelo governo, mas levados a cabo pelo setor
privado
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PEB no governo JK (1956-1961)
• “Em termos de política externa, o período de 1954 a
1958 caracterizou-se por um nítido retrocesso quanto
à perspectiva de autonomia e barganha ativa face aos
Estados Unidos, contrariando as linhas básicas da
diplomacia dos anos 1950 e início dos 1960”. (Visentini
2004: 97)
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PEB no governo JK (1956-1961)
• “Mas já em 1958, devido às dificuldades de atração de
investimentos e à desaceleração do crescimento
econômico, o Governo Kubitschek voltou a adotar a
barganha nacionalista frente aos Estados Unidos.
Nesse ano, lança a Operação Pan-Americana, uma
iniciativa multilateral que apontava para a emergência
de uma nova fase na política externa brasileira, que
atingiria seu apogeu com a Política Externa
Independente”. (Visentini 2004: 97-98)
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Contexto mundial
• “O contexto mundial na metade dos anos 1950
diferenciava-se progressivamente do existente no
início da década, o que viria a propiciar sensível
alteração nas possibilidades de atuação da diplomacia
brasileira, e se intensificaria em seguida”. (Visentini
2004: 98)
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Contexto mundial
• “Emergência do nacionalismo e do neutralismo na
esteira de descolonização afro-asiática”. (Visentini 2004:
98)
• Recuperação econômica da Europa Ocidental e do Japão
• Disseminação do american-way-of-life
• Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (1951)
• Comunidade Econômica Europeia (Tratado de Roma,
1957: RFA, França, Itália e Benelux – Bélgica, Holanda,
Nederland e Luxemburgo)
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Contexto mundial
• Morte de Stálin (1953), Krushov assume. “Krushov vai
inaugurar uma diplomacia realmente mundial,
desenvolvendo programas de ajuda econômica e
ampliando o comércio externo, aproveitando melhor
os espaços multilaterais, e buscando uma aliança com
o emergente nacionalismo dos países do Terceiro
Mundo”. (Visentini 2004: 99)
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Contexto mundial
• Armistício na Guerra da Coreia (1953)
• Emergência do terceiro-mundismo
• Relativo equilíbrio nuclear entre EUA e URSS
• Estes elementos todos “contribuíram para o
estabelecimento de uma conjuntura de coexistência
pacífica. Esta era resultado do início de um processo de
multilateralização das relações internacionais que
atenuava a bipolaridade existente na passagem dos
anos 1940 aos 1950”. (Visentini 2004: 99) 14
PEB no governo JK (1956-1961)
• “O contexto interno e externo no qual Juscelino
Kubitschek inicia seu governo não seria nada fácil”
(Visentini 2004: 99): conflitos de classe no Brasil,
disputa nacionalistas versus entreguistas, crise
econômica, descontentamento popular, mobilização
política nas regiões urbanas e rurais. “Era necessário
retomar o projeto de desenvolvimento industrial de
substituição de importações, a partir do ponto em que
fora abandonado com o suicídio de Vargas”. (Visentini
2004: 99-100) 15
PEB no governo JK (1956-1961)
• “O novo presidente estava consciente dos problemas
enfrentados por Vargas e procurou alterar seu projeto de
desenvolvimento e a base de sustentação política interna.
O populismo trabalhista, com sua retórica distributiva, foi
substituído pelo discurso desenvolvimentista e
modernizador dos 50 anos em 5. O seu projeto econômico
foi estruturado através do Plano Nacional de
Desenvolvimento, ou Plano de Metas. Este baseava-se
numa estratégia diferente da de Vargas, pois privilegiava os
bens de consumo sofisticados: automóvel, geladeira,
televisão, eletrônica, etc.”. (Visentini 2004: 100) 16
PEB no governo JK (1956-1961)
• “(...) Sucesso inicial de seu plano. Este baseou-se numa
associação estreita ao capital estrangeiro e num
alinhamento automático com os Estados Unidos no
âmbito estratégico, tendo à frente do Itamaraty
Macedo Soares. A industrialização impulsionada por
JK, neste sentido, fazia de seu ‘nacional-
desenvolvimentismo’ muito mais um
desenvolvimentismo-associado”. (Visentini 2004: 100-
101)
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PEB no governo JK (1956-1961)
• “Essa ativa política de atração de capitais estrangeiros
(...). O sucesso logrado com a obtenção de capitais,
tecnologias e a instalação de empresas estrangeiras
não se deveu apenas às características do modelo de
desenvolvimento adotado por JK e às amplas
facilidades oferecidas pela legislação brasileira, mas
também à concorrência que se iniciava entre os
Estados Unidos e os países europeus”. Visentini 2004:
101)
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PEB no governo JK (1956-1961)
• “No plano estritamente político-diplomático, o Brasil de JK
alinhou-se plenamente aos parâmetros do bloco Ocidental
até 1958. A barganha de Vargas foi abandonada, assim
como uma política externa minimamente autônoma e
ativa como instrumento do desenvolvimento econômico.
Em nível mundial, o Brasil distanciou-se dos movimentos de
libertação nacional do Terceiro Mundo e acentuou seu
afastamento em relação ao campo socialista. Em troca do
apoio interno da comunidade portuguesa a seu Governo, JK
sustentava na ONU e em outros organismos internacionais a
posição colonialista lusitana (...)”. Visentini 2004: 101-102)
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PEB no governo JK (1956-1961)
• “Quanto ao campo socialista, não apenas desaparecem
completamente as referências a qualquer possibilidade
de reatamento diplomático, como até mesmo as
relações comerciais conhecem um violento recuo. (...)
Na América Latina (...) o período é essencialmente
marcado por um crescente afastamento, enfatizando-
se somente a cooperação com os Estados Unidos”.
Visentini 2004: 102)
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PEB no governo JK (1956-1961)
• “(...) Tanto nas diversas áreas de atuação político-
diplomática como nas relações econômicas externas, o
período que se estende do suicídio de Vargas em agosto de
1954 até a formulação da Operação Pan-Americana (OPA)
de Kubitschek em 1958 caracterizou-se como uma espécie
de hiato dentro do conjunto da política externa brasileira.
A busca de uma maior autonomia da politica exterior frente
aos Estados Unidos e a utilização dinâmica da política
exterior como instrumento do desenvolvimento econômico
nacional tornaram-se elementos secundários nessa fase”.
(Visentini 2004: 103) 21
PEB no governo JK (1956-1961)
• “Entretanto, a evolução da situação interna e externa
fará o próprio JK retomar este caminho, depois de uma
grande abertura da economia brasileira à economia
mundial. Tal situação colocará para a diplomacia do
Itamaraty tarefas ainda mais complexas”. (Visentini
2004: 103)
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PEB no governo JK (1956-1961)
• “A partir de meados de 1958, a conjugação de fatores
internos e externos levou o Governo Juscelino
Kubitschek a retomar uma ativa política externa de
barganha face aos Estados Unidos, bem como um
discurso diplomático de tom nacionalista”. (Visentini
2004: 103-104)
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PEB no governo JK (1956-1961)
• “O fim do ‘milagre’ desenvolvimentista do biênio 1956-
1957, as pressões do capital estrangeiro, a crise e a
transformação da sociedade brasileira, a radicalização do
debate interno sobre as relações exteriores, por um lado, e
os crescentes antagonismos sociopolíticos latino-
americanos, a Revolução Cubana, a emergência do campo
socialista na cena internacional, o incremento da
descolonização e a criação da Comunidade Econômica
Europeia, por outro, encontram-se na raiz desta mudança
de atitude”. (Visentini 2004: 104)
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PEB no governo JK (1956-1961) - a OPA
• “A OPA representou um ponto de inflexão diplomático
e o fato mais importante da conjuntura que se abria.
Tratava-se de uma significativa mudança na política
externa, da retomada da barganha pragmática de
Vargas num novo contexto, ou constituía apenas uma
medida de curto prazo destinada a superar certos
aspectos da crise?”. (Visentini 2004: 104)
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PEB no governo JK (1956-1961) - a OPA
• “Seja como for, a diplomacia brasileira volta a ganhar
cores nacionalistas, e o tema readquire sua
importância estratégica, empolgando e mobilizando
grande parte da sociedade. A política exterior voltava a
constituir um instrumento fundamental das
necessidades do desenvolvimento brasileiro, apesar
de o governo não ultrapassar determinados limites”.
(Visentini 2004: 104)
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PEB no governo JK (1956-1961) - a OPA
• “O ponto alto na alteração política externa de
Kubitschek foi o desencadeamento da OPA em 1958. A
Operação passa a ocupar um lugar dominante no
discurso diplomático brasileiro (...). Mas, afinal, qual
era o real significado e o alcance da OPA?”. (Visentini
2004: 106-107)
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PEB no governo JK (1956-1961) - a OPA
• “O início do segundo mandato do Republicano
Eisenhower aprofundava o perfil de subordinação da
América Latina aos Estados Unidos, percebido pela
primeira como ‘descaso’. Os perfis políticos e
econômicos que caracterizavam as relações de
Washington com o resto do continente acentuaram-se
a partir de 1957, aliados a fatores já abordados e ao
fracasso da Conferência Econômica da OEA (Buenos
Aires, 1957)”. (Visentini 2004: 107-108)
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PEB no governo JK (1956-1961) - a OPA
• “Só que a crise do desenvolvimento latino-americano
havia se acentuado, e a exaltação nacionalista e
antiamericana crescia com a radicalização do
populismo. (...) Além disso, os Estados Unidos tinham
agora que fazer frente a uma política externa soviética
no Terceiro Mundo. Essa nova dimensão das relações
internacionais traduzia-se na América Latina numa
incipiente competição entre o Kremlin e a Casa
Branca”. (Visentini 2004: 109)
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PEB no governo JK (1956-1961) - a OPA
• “No plano doméstico, JK necessitava de respaldo
político e recursos econômicos para enfrentar a crise
que se avolumava, e as relações exteriores
representavam um campo vital para contrapor-se a
esses problemas. (...) Aproveitando o momento
favorável, Juscelino tenta capitalizar o
descontentamento para com a política norte-
americana”. (Visentini 2004: 109)
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PEB no governo JK (1956-1961) - a OPA
• “A reação de Eisenhower e do governo americano à
OPA foi de frieza. (...) Porém, neste contexto, não havia
como os Estados Unidos ignorarem o apela da OPA (...)
os princípios da OPA são reconhecidos pelos Estados
Unidos, que aceitam a criação de uma entidade
financeira continental (o Banco Interamericano de
Desenvolvimento/BID). (...) Houve, portanto, um certo
clima de euforia após o desencadeamento da OPA de
JK”. (Visentini 2004: 111-112)
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PEB no governo JK (1956-1961) - a OPA
• “Embora o objetivo mais visível da OPA fosse colocar o
Brasil numa posição melhor dentro da aliança com os
Estados Unidos, as necessidades econômicas, o
acirramento da disputa nacionalistas versus
entreguistas e a evolução do contexto regional e
mundial, levaram a política externa do Governo JK a
esboçar um perfil bem mais elevado. O
restabelecimento das relações comerciais com a
Rússia foi defendido pelo presidente em discurso na
ESG em novembro de 1958”. (Visentini 2004: 112-113) 32
PEB no governo JK (1956-1961) - a OPA
• “Esta atitude visa tanto encontrar uma alternativa aos
excedentes primários não exportados e a obtenção de
tecnologias e produtos industriais, como exercer uma
barganha mais efetiva em face dos Estados Unidos,
numa esfera particularmente sensível para os
interesses deste país”. (Visentini 2004: 104)
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PEB no governo JK (1956-1961) - a OPA
• “Os termos em que se dava esse acercamento
assemelhavam-se bastante ao que Vargas esboçara em
1953-1954. Frente ao estrangulamento do setor
externo da economia, ao perfil desfavorável imposto
pelos Estados Unidos nas relações bilaterais e à
economia interna, o governo busca aproximar-se no
plano comercial dos países socialistas”. (Visentini 2004:
113)
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PEB no governo JK (1956-1961) - a OPA
• “A questão do reatamento com a Rússia provocou
fortes reações e uma acentuada e crescente
politização em torno da diplomacia brasileira. (...)
Paralelamente a isto, não se deve esquecer a
permanência e o aprofundamento da penetração dos
capitais e empresas estrangeiras na economia que se
internacionalizava rapidamente sob o Governo JK”.
(Visentini 2004: 114)
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PEB no governo JK (1956-1961) - a OPA
• “Ou seja, a política externa da segunda metade do
Governo JK não se concentrava apenas na barganha
regional da OPA. Abarcava também a dimensão de um
ensaio multilateral. De forma vacilante, certamente, o
Brasil buscava abrir novos espaços, como visto com
relação ao campo socialista. Além disso, a Europa
Ocidental o Japão e o mundo afro-asiático em
descolonização também estavam na mira da nova
diplomacia brasileira”. (Visentini 2004: 114-115)
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PEB no governo JK (1956-1961) - a OPA
• “Outras áreas de investimento crescente foram a Ásia e
a África. A descolonização aprofundava-se e inúmeras
vozes importantes levantavam-se chamando a atenção
do Itamaraty para as amplas possibilidades político-
econômicas que se abriam para a política externa
brasileira. Entretanto, a ação governamental ficou
muito abaixo das possibilidades que se ofereciam.
Uma das razões foi a aliança com Portugal e mesmo a
oposição dos grupos pró-americanos”. (Visentini 2004:
115) 37
PEB no governo JK (1956-1961) - a OPA
• “Entre 1958 e 1960 o Brasil reconheceu os países
recentemente independentizados, sempre que esta
política emancipatória estivesse de acordo com as ex-
metrópoles”. (Visentini 2004: 115)
38
PEB no governo JK (1956-1961) - a OPA
• “(...) Kubitschek realizou o gesto mais espetacular de seu
governo, rompendo com o FMI em junho de 1959. O
presidente revestiu a medida de cores nacionalistas e
conquistou um forte apoio. (...) A medida e o tom do
discurso visavam não só obter apoio interno, como
desafiar Washington a reagir de forma mais positiva, pois
os Estados Unidos recusavam créditos demandados pelo
Brasil e esvaziavam a OPA. Como de costume, os
americanos desejavam apenas discutir projetos específicos
por país, recusando a discussão de um plano econômico
para a região”. (Visentini 2004: 116) 39
PEB no governo JK (1956-1961) - a OPA
• “O contexto durante o ano de 1959 agravara-se
drasticamente. Em 1º de janeiro, Fidel Castro e seus
guerrilheiros conquistam o poder em Cuba. (...) Entretanto,
a atitude dos Estados Unidos não se prestava facilmente a
um aprofundamento da barganha de JK. A maior atenção
de Eisenhower para com a América Latina, onde a Guerra
Fria se instalara, era acompanhada de um endurecimento
político visando ao isolamento de Cuba. A OPA assistia ao
esgotamento progressivo de suas possibilidades ”. (Visentini
2004: 117) 40
PEB no governo JK (1956-1961) - a OPA
• “Em fevereiro de 1960, Eisenhower visita Brasília (que
seria inaugurada em 21 de abril), Rio de Janeiro e São
Paulo, e mantém conversações com Kubitschek. Os
Estados Unidos tentavam conter os efeitos da
Revolução Cubana sobre as relações hemisféricas, e
tratavam de fazer algumas concessões. (...) Era, sem
dúvida, uma razoável mudança no discurso
diplomático americano”. (Visentini 2004: 118)
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PEB no governo JK (1956-1961) - a OPA
• “A política externa de barganha nacionalista de JK,
esboçada a partir de 1958, não representava mera
improvisação conjuntural. O desenvolvimentismo
trazia determinadas tensões e alternativas: o
nacionalismo e a política externa pautada pelo
‘interesse nacional’ autonomamente expresso eram
debatidos e estudados pelo Instituto Superior de
Estudos Brasileiros [ISEB]”. (Visentini 2004: 119)
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PEB no governo JK (1956-1961) - a OPA
• “Enfim, que conclusões podem ser tiradas da OPA e da
tentativa limitada de multilateralização das relações
exteriores do Brasil na segunda metade do Governo
JK? Qual a real dimensão do retorno da barganha
nacionalista? Apesar das limitações estruturais da OPA
e de sua concentração no eixo hemisférico visando a
barganha com os Estados Unidos, ela levantou
problemas novos e elevou o perfil de nossas relações
exteriores ensaiando a multilateralização”. (Visentini
2004: 120-121) 43
PEB no governo JK (1956-1961) - a OPA
• “Da mesma forma, diante de um cenário interno em
crise e transformação, retomou-se o discurso do
nacionalismo e do desenvolvimento. Assim, a mudança
na política exterior era inegável. Porém, seu
aprofundamento só ocorreria com a PEI, uma vez que
Kubitschek não possuía apoio suficiente e não estava
disposto a pagar o preço da profunda alteração
necessária, postergando os problemas para seu
sucessor”. (Visentini 2004: 121)
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