Histórico das Organizações Reconhecidas pelo Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ)

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Histórico das Organizações Reconhecidas pelo Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) Márcio Moreira da Silva (FACP) [email protected] RESUMO Este trabalho apresenta uma síntese histórica das organizações reconhecidas pelo Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ), um prêmio de valor que reconhece à excelência da gestão das organizações sediadas no Brasil. Promovido anualmente pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) desde 1992, o PNQ é um reconhecimento, sob a forma de um troféu, à excelência na gestão das organizações submetidas a um processo de avaliação. Onde, a organização que se candidata ao PNQ submete-se a um processo de avaliação, onde objetiva-se atender de forma harmônica e balanceada a todos os Fundamentos da Excelência, avaliados pelos Critérios de Excelência, destacando-se a adoção do Modelo de Excelência da Gestão (MEG), disseminado pela FNQ, que vem demonstrando excepcionais resultados no desempenho da gestão das organizações que o adotam. Desta forma, objetiva-se neste trabalho demonstrar os perfis históricos das quatro (4) organizações reconhecidas na categoria premiadas na edição 2011 do PNQ, assim como apresentar os resultados expressivos das organizações que utilizam o Modelo de Excelência da Gestão (MEG). Palavras-chave: Prêmio Nacional da Qualidade, Fundamentos da Excelência, Modelo de Excelência da Gestão. ABSTRACT This paper presents a historical overview of the organizations recognized by the National Quality Award (NQA), a prize that recognizes excellence in the management of organizations based in Brazil. Sponsored annually by the National Quality Foundation (NQF) since 1992, the NQA is a recognition in the form of a trophy for excellence in the management of organizations under an evaluation process. Where the organization applying for the NQA undergoes a review process where the objective is to meet in a harmonious and balanced to all the Foundations of Excellence, the Excellence Criteria evaluated, especially the adoption of the Management Excellence Model (MEM), disseminated by NQF, who has demonstrated exceptional performance results in the management of organizations that adopt it. Thus, this paper aims to demonstrate the historical profiles of four (4) organizations recognized in the category prize in the 2011 edition of the NQA, and present the significant results of the organization using the Management Excellence Model (MEM). Keywords: National Quality Award, Foundations of Excellence, Management Excellence Model.

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Este trabalho apresenta uma síntese histórica das organizações reconhecidas pelo Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ), um prêmio de valor que reconhece à excelência da gestão das organizações sediadas no Brasil. Promovido anualmente pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) desde 1992, o PNQ é um reconhecimento, sob a forma de um troféu, à excelência na gestão das organizações submetidas a um processo de avaliação. Onde, a organização que se candidata ao PNQ submete-se a um processo de avaliação, onde objetiva-se atender de forma harmônica e balanceada a todos os Fundamentos da Excelência, avaliados pelos Critérios de Excelência, destacando-se a adoção do Modelo de Excelência da Gestão (MEG), disseminado pela FNQ, que vem demonstrando excepcionais resultados no desempenho da gestão das organizações que o adotam. Desta forma, objetiva-se neste trabalho demonstrar os perfis históricos das quatro (4) organizações reconhecidas na categoria premiadas na edição 2011 do PNQ, assim como apresentar os resultados expressivos das organizações que utilizam o Modelo de Excelência da Gestão (MEG).

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  • Histrico das Organizaes Reconhecidas pelo Prmio Nacional da Qualidade (PNQ)

    Mrcio Moreira da Silva (FACP) [email protected]

    RESUMO

    Este trabalho apresenta uma sntese histrica das organizaes reconhecidas pelo Prmio Nacional da

    Qualidade (PNQ), um prmio de valor que reconhece excelncia da gesto das organizaes

    sediadas no Brasil. Promovido anualmente pela Fundao Nacional da Qualidade (FNQ) desde 1992,

    o PNQ um reconhecimento, sob a forma de um trofu, excelncia na gesto das organizaes

    submetidas a um processo de avaliao. Onde, a organizao que se candidata ao PNQ submete-se a

    um processo de avaliao, onde objetiva-se atender de forma harmnica e balanceada a todos os

    Fundamentos da Excelncia, avaliados pelos Critrios de Excelncia, destacando-se a adoo do

    Modelo de Excelncia da Gesto (MEG), disseminado pela FNQ, que vem demonstrando excepcionais

    resultados no desempenho da gesto das organizaes que o adotam. Desta forma, objetiva-se neste

    trabalho demonstrar os perfis histricos das quatro (4) organizaes reconhecidas na categoria

    premiadas na edio 2011 do PNQ, assim como apresentar os resultados expressivos das organizaes

    que utilizam o Modelo de Excelncia da Gesto (MEG).

    Palavras-chave: Prmio Nacional da Qualidade, Fundamentos da Excelncia, Modelo de Excelncia

    da Gesto.

    ABSTRACT

    This paper presents a historical overview of the organizations recognized by the National Quality

    Award (NQA), a prize that recognizes excellence in the management of organizations based in Brazil.

    Sponsored annually by the National Quality Foundation (NQF) since 1992, the NQA is a recognition

    in the form of a trophy for excellence in the management of organizations under an evaluation process.

    Where the organization applying for the NQA undergoes a review process where the objective is to

    meet in a harmonious and balanced to all the Foundations of Excellence, the Excellence Criteria

    evaluated, especially the adoption of the Management Excellence Model (MEM), disseminated by

    NQF, who has demonstrated exceptional performance results in the management of organizations that

    adopt it. Thus, this paper aims to demonstrate the historical profiles of four (4) organizations

    recognized in the category prize in the 2011 edition of the NQA, and present the significant results of

    the organization using the Management Excellence Model (MEM).

    Keywords: National Quality Award, Foundations of Excellence, Management Excellence Model.

    mailto:[email protected]
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    INTRODUO

    As mudanas na gesto empresarial nos ltimos 20 anos e o momento complexo da globalizao que

    vivenciava o Brasil no incio da dcada de 90 impulsionaram a criao do Prmio Nacional da

    Qualidade (PNQ), poca em que foram criados os prmios Malcolm Baldrige, nos Estados Unidos, e

    EFQM, na Europa. Momento aquele que nas palavras de Jairo Martins (2011), comparavam nossos

    carros com carroas. Esse foi o momento da reao. (BRASIL ECONMICO, 2011)

    Desde o ano de 1992, onde foi realizada a primeira edio do PNQ, so realizados anualmente pela

    FNQ, o ciclo de avaliao do PNQ, que reconhece as organizaes que praticam a Excelncia em

    Gesto no Brasil.

    O PNQ reconhece empresas de nvel Classe Mundial e ocupa uma posio central dentro dos esforos

    da FNQ de ser um Centro de Referncia de Classe Mundial sobre Excelncia em Gesto. O prmio

    ganhou fora para tocar suas atividades desde sua concepo em 1991, ano da criao da FNQ, onde o

    PNQ representa um momento singular para o empresariado brasileiro, quando as empresas lderes em

    qualidade, produtividade, competitividade e gesto so devidamente reconhecidas.

    Com o objetivo de disseminar os Fundamentos da Excelncia em Gesto, a FNQ uma instituio

    sem fins lucrativos, fundada por 39 organizaes, privadas e pblicas, contribuindo desde sua

    fundao para o aperfeioamento da gesto, o aumento da competitividade das organizaes e,

    conseqentemente, para a melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro. (FNQ, 2011)

    Considerado o maior reconhecimento excelncia na gesto das organizaes sediadas no Brasil. O

    processo de premiao do PNQ visa estimular o desenvolvimento cultural, poltico, cientfico,

    tecnolgico, econmico e social do Brasil, fornecer as organizaes, apresentar como um referencial

    para um contnuo aperfeioamento, concedendo o reconhecimento pblico e notrio excelncia da

    qualidade da gesto para organizaes Classe Mundial, divulgando as prticas de gesto bem-

    sucedidas, com vistas ao benchmarking. Para tanto, candidatar-se ao PNQ representa, de uma forma

    geral, submeter a organizao a uma anlise aprofundada de sua gesto, efetuada por examinadores

    treinados pela FNQ, guiados por um rigoroso cdigo de tica, obtendo-se ao final do processo um

    amplo Relatrio de Avaliao da gesto. (FNQ, 2011)

    O reconhecimento pblico e notrio do PNQ, dar-se anualmente sob a forma de um trofu,

    excelncia na gesto das organizaes sediadas no Brasil. Para isso, so adotas trs formas de

    reconhecimento, que so elas:

    Premiada Prmio mximo organizao que se candidatou ao PNQ e, conseqentemente, atendeu

    de forma harmnica e balanceada todos os Fundamentos da Excelncia, avaliados no pelos Critrios

    de Excelncias, demonstrando excepcionais resultados no desempenho de sua gesto, podendo ser

    considerada como referencial de excelncia em quase todas as prticas e resultados.

    Finalista - Conseqentemente, reconhece aquelas organizaes que atendero, atendendo de forma

    harmnica e balanceada maioria dos Fundamentos da Excelncia avaliados pelos Critrios de

  • 3

    Excelncia, demonstrando bons resultados no desempenho de sua gesto, podendo ser considerada

    como referencial de excelncia em muitas prticas e resultados.

    Destaque por Critrio Concedido aquelas organizaes que apresentaram-se como destaque no

    atendimento a um determinado critrio, evidenciado por meio da pontuao e do atendimento

    harmnico e balanceado daqueles itens. (FNQ, 2011)

    Percebe-se junto as organizaes que so avaliadas no ciclo do PNQ, que o envolvimento da

    organizao em busca de satisfazer a medio da gesto de forma abrangente e sistmica, promove um

    ambiente onde cria-se a cultura de aprendizado e melhoria continua. Com base no Relatrio da Gesto

    (RG) elaborado pela organizao candidata ao PNQ, gerado ao final do processo o Relatrio de

    Avaliao (RA), que constitui uma rica fonte de informaes, a partir da qual a organizao poder

    fazer os ajustes necessrios. Se alcanar a etapa de visita s instalaes, a organizao receber os

    examinadores para comprovao e complementao das informaes descritas no RG.

    Histrico das Organizaes Reconhecidas pelo Prmio Nacional da Qualidade (PNQ)

    A busca e necessidade de atender cada vez mais prontamente as demandas do consumidor fomentado

    pelo aquecimento da economia brasileira tem promovido nas organizaes que desejam aumentar seu

    nvel de qualidade, um corrida em busca por ferramentas de gesto, visando o aumento de sua

    competitividade e a diferenciao do mercado. Desta forma, as organizaes que buscam a Excelncia

    tem se submetido a prtica peridica de avaliaes, por mostrar-se como ferramenta eficaz ao medir o

    grau de maturidade de sua gesto, permitindo diagnsticos mais precisos, bem como a implantao de

    um programa de excelncia da gesto.

    A crescente participao das organizaes no PNQ comprova que ao submeter sua gesto avaliaes

    em busca da Excelncia tem por conseqncia a melhoria daquele negcio, promovendo o

    aperfeioamento da gesto com vistas aos resultados cada vez mais expressivos, consolidando a

    sustentabilidade do negcio. (FNQ, 2011)

    Para Cerqueira (2010) as organizaes produtoras de bens e servios esto cada vez mais preocupadas

    em atender s necessidades das partes interessadas e para isso buscam identificar os modos potenciais

    de falhas relativos a suas atividades, que podem ocorrer e trazer impactos negativos em suas relaes

    de negcio. As organizaes de normalizao, no mundo inteiro tm se preocupado em estabelecer

    modelos ou especificaes de sistemas de gesto, que, quando implementados, sejam capazes de

    atender quelas necessidades de maneira preventiva. Essas normas compartilham requisitos comuns,

    permitindo sua implementao de forma isolada ou integrada qualidade, meio ambiente, segurana e

    sade ocupacional.

    Em busca da adequao da gesto aos critrios do PNQ e as demandas do mercado, as organizaes

    esto priorizando a busca por certificaes.

  • 4

    As normas propem requisitos ou especificaes para sistemas de gesto documentados, incluindo

    padres mnimos relacionados com a necessidade de preveno de problemas assegurando cada vez

    mais a sustentabilidade do negcio. A tabela 1 - a seguir apresenta algumas destas normas:

    Tabela 1. Normas

    Entidades Especificaes Diretrizes

    ISO -

    International

    Organization for

    Standardization

    e

    ABNT -

    Associao Brasileira

    de Normas Tcnicas

    NBR ISO 9001 -

    Sistemas de Gesto da

    Qualidade - Requisitos

    NBR ISO 9004 -

    Sistemas de Gesto da Qualidade

    Diretrizes para Melhoria de Desempenho

    NBR ISO 14001 -

    Sistemas de Gesto

    Ambiental Requisitos

    com Orientao para Uso

    NBR ISO 14004 -

    Sistemas de Gesto Ambiental

    Requisitos com Diretrizes para Uso

    BSI -

    Britsh Standads

    Institution

    OHSAS 18001 -

    Occupational Health and

    Safety Assessment Series

    Specifications

    OHSAS 18002 -

    Occupational Health and Safety Assessment

    Series Guidelines - Diretrizes para

    Aplicao da OHSAS 18001

    SAI -

    Social Accountabilitty

    International

    SA 8000 -

    Social Accountability

    AS 8000

    Guidance Document

    ABNT -

    Associao Brasileira

    de Normas Tcnicas

    NBR 16001 -

    Responsabilidade Social -

    Sistemas de Gesto -

    Requisitos

    NBR 16002 -

    Responsabilidade Social

    Diretrizes para Qualificao de Auditores

    (CERQUEIRA, 2010)

    Imprescindvel para o sucesso de uma organizao, as pessoas so parte fundamental da gesto voltada

    para a Excelncia. Neste Contexto, as percepes quanto motivao para altos ndices de

    produtividade so tratadas por inmeros autores, especialmente tratando da Qualidade de Vida no

    Trabalho (QVT), assim, para Limongi-Frana (2010) a anlise de fenmenos especficos do trabalho,

    como sade, segurana, motivao, adaptao de expectativas e condicionantes gerais, entre inmeros

    outros, limita a compreenso da investigao. A rigor, Qualidade de Vida no Trabalho envolve uma

    dimenso especfica do local onde as relaes de produo ocorrem, Trata-se de reconhecer que

    grande parte das relaes de trabalho, de suas praticas e seus valores nasce de experincias no cho de

    fbrica, dos processos de controle da produo, dos tempos e movimentos, evoluindo para qualidade

    total e critrios de excelncia.

    Na ltima dcada, compreenso do ser humano dentro das organizaes quanto o desenvolvimento de

    suas potencialidades em um ambiente organizacional saudvel, ascendeu de forma gradativa o

    aculturamento organizacional com foco no desenvolvimento e capacitao de pessoas nos mais

    diversos tipos de programas.

    Para Limongi-Frana (2010) o desafio reconstruir, com bem-estar, o ambiente competitivo,

    altamente tecnolgico, de alta produtividade do trabalho, e garantir ritmos e situaes

    ecologicamente corretas. O bem-estar considera para a qualidade de vida no trabalho, refere-se as

  • 5

    dimenses biolgica, psicolgica, social e organizacional de cada pessoa e no, simplesmente, o

    atendimento a doenas e outros sintomas de stress que emergem ou potencializam-se no trabalho.

    Trata-se do bem-estar no sentido de manter-se ntegro como pessoa, cidado e profissional. A meta

    catalisar experincia e vises avanadas dessa poderosa relao entre Produtividade e Qualidade

    de vida no trabalho.

    Conforme define o autor, os programas de Qualidade de Vida no Trabalho so:

    Um dos fatores mais essenciais para assegurar a produtividade dos Recursos

    Humanos, sem dvida alguma, a garantia da plena sade e vitalidade. Os

    programas de qualidade de vida mudam o comportamento, atuam

    preventivamente, reduzem custos e contribuem para atrair ou reter colaboradores.

    Ao elegermos Sade e Vitalidade como fatores essenciais para a produtividade,

    tnhamos em mente que a chave do desenvolvimento e o crescimento das

    organizaes, e indiretamente da produtividade, esta na capacidade cerebral dos

    recursos humanos. Em outras palavras, a capacidade de iniciativa, a competncia

    profissional, a inventividade, a auto disciplina e o pensamento estratgico o

    habito de agir no presente, tendo em vista o futuro esto diretamente ligados as

    condies de sade e educao de cada um.(Marques, 1996, p. 197).

    O desenvolvimento do mercado, da economia e as demandas do consumidor cada vez mais exigente

    por produtos e servios que atendam suas necessidades, impulsionaram a gesto volta para a

    Excelncia, assim como tornaram a poltica da qualidade fundamental para o fortalecimento da gesto

    com foco na Excelncia e a busca de melhores resultados. Portanto, aspecto essencial para o sucesso

    do negcio a implementao da poltica de qualidade, cabendo a alta administrao essa

    responsabilidade, conforme define a Norma ISO 9000.

    A responsabilidade pela poltica da qualidade e o comprometimento com a

    mesma cabem ao mais alto nvel da administrao. A Gesto da Qualidade o

    aspecto da funo gerencial global que determina e implementa a poltica da

    Qualidade (Item 4. Responsabilidades da administrao, 4.1 Generalidades,

    ISO 9000).

    Os objetivos das avaliaes para a obteno do PNQ so: identificar e entender, de forma sistemtica,

    os pontos fortes e as oportunidades para melhoria; promover a cooperao interna entre os setores, os

    processos e as pessoas da fora de trabalho. Essas atitudes, expressas por iniciativas do governo e de

    empresas, revelam a busca de aumento de produtividade com a qualidade requerida pela competio

    globalizada, dentro de padres de desempenho fixado pela nova economia.

  • 6

    A modernizao foi um imperativo s exigncias crescentes do mercado em

    matria de evoluo tecnolgica, com modificaes introduzidas nos motores,

    presso dos consumidores para reduo de custo, exigncia de aumento de

    produtividade, exigncia de resposta mais rpida s solicitaes de soluo de

    problemas tcnicos, de modo que no dava para continuar o trabalho de rotina;

    tnhamos de acompanhar a evoluo do mercado e, para isso foi bsico o papel da

    pesquisa e desenvolvimento. Confesso que certa vaidade tambm temos, pela

    mentalidade tecnolgica sempre presente na empresa. Comeamos preocupados

    com qualidade e, depois, com a racionalizao e inovao na busca de novos

    processos e materiais. (Mindlin, 1994, p. 102)

    De acordo com FNQ (2011) o Modelo de Excelncia da Gesto (MEG) disseminado pela FNQ

    baseado em 11 fundamentos e oito critrios. Como fundamentos pode-se definir os pilares, a base

    terica de uma boa gesto. Sendo os fundamentos: Pensamento Sistmico, Aprendizado

    Organizacional, Cultura de Inovao, Liderana e Constncia de Propsitos, Orientao por Processos

    e Informaes, Viso de Futuro, Gerao de Valor, Valorizao das Pessoas, Conhecimento sobre o

    Cliente e o Mercado, Desenvolvimento de Parcerias, Responsabilidade Social.

    A imagem 1 a seguir, apresenta os oito critrios de Excelncia subdivididos em 23 itens para a

    prtica dos fundamentos. Destes, 17 representam os aspectos de enfoque e aplicao, e 6, os

    resultados.

    Figura 1. Modelo de Excelncia da Gesto - Fonte: (Adaptado de FNQ, 2011)

  • 7

    Conforme FNQ (2011) a figura representativa do MEG simboliza a organizao, considerada como

    um sistema orgnico e adaptvel ao ambiente externo. O MEG representado pelo diagrama acima,

    que utiliza o conceito de aprendizado segundo o ciclo de PDCA (Plan, Do, Check, Action).

    O sucesso de uma organizao est diretamente relacionado sua capacidade de atender s

    necessidades e expectativas de seus clientes. Elas devem ser identificadas, entendidas e utilizadas para

    que se crie o valor necessrio para conquistar e reter esses clientes. (FNQ, 2011)

    Para que haja continuidade em suas operaes, a empresa tambm deve identificar, entender e

    satisfazer as necessidades e expectativas da sociedade e das comunidades com as quais interage

    sempre de forma tica, cumprindo as leis e preservando o ambiente. (FNQ, 2011)

    De posse de todas essas informaes, a liderana estabelece os princpios da organizao, pratica e

    vivencia os fundamentos da excelncia, impulsionando, com seu exemplo, a cultura da excelncia na

    organizao. Os lderes analisam o desempenho e executam, sempre que necessrio, as aes

    requeridas, consolidando o aprendizado organizacional. (FNQ, 2011)

    As estratgias so formuladas pelos lderes para direcionar a organizao e o seu desempenho,

    determinando sua posio competitiva. Elas so desdobradas em todos os nveis da organizao, com

    planos de ao de curto e longo prazos. Recursos adequados so alocados para assegurar sua

    implementao. A organizao avalia permanentemente a implementao das estratgias e monitora os

    respectivos planos e responde rapidamente s mudanas nos ambientes interno e externo.

    Considerando os quatro critrios apresentados, tem-se a etapa de planejamento (P) do ciclo PDCA.

    As pessoas que compem a fora de trabalho devem estar capacitadas e satisfeitas, atuando em um

    ambiente propcio consolidao da cultura da excelncia.

    Com isso, possvel executar e gerenciar adequadamente os processos, criando valor para os clientes e

    aperfeioando o relacionamento com os fornecedores. A organizao planeja e controla os seus custos

    e investimentos. Os riscos financeiros so quantificados e monitorados.

    Conclui-se, neste momento, a etapa referente execuo (D) no PDCA.

    Para efetivar a etapa do Controle (C), so mensurados os resultados em relao a: situao econmico-

    financeira, clientes e mercado, pessoas, sociedade, processos principais do negcio e processos de

    apoio, e fornecedores.

    Os efeitos gerados pela implementao sinrgica das prticas de gesto e pela dinmica externa

    organizao podem ser comparados s metas estabelecidas para eventuais correes de rumo ou

    reforos das aes implementadas.

    Esses resultados, apresentados sob a forma de informaes e conhecimento, retornam a toda a

    organizao, complementando o ciclo PDCA com a etapa referente ao (A).

    Essas informaes representam a inteligncia da organizao, viabilizando a anlise do desempenho e

    a execuo das aes necessrias em todos os nveis. A gesto das informaes e dos ativos

    intangveis um elemento essencial jornada em busca da excelncia. (FNQ, 2011)

  • 8

    A implementao do MEG respalda-se pelos expressivos resultados alcanados pelas organizaes

    que o adotam, principalmente quando comparados com as demais organizaes do mesmo setor que

    no utilizam o modelo, conforme pode-se observar a seguir na pesquisa divulgada pela Serasa

    Experian (2011), com uma amostra de 202 organizaes avaliadas nas reas de indstria, comrcio e

    servios, no perodo de 2000 a 2010.

    O faturamento das organizaes que utilizam o MEG tiveram uma evoluo expressiva em relao as

    demais, denomina de SETOR que no utilizam este modelo, como pode-se perceber no Grfico 1.

    Grfico 1. Faturamento % (2000 2010) Fonte: (Adaptado de SERASA EXPERIAN, 2011)

    No aspecto do endividamento calculado sobre o patrimnio lquido, nos setores de comrcio, servios

    e indstria as empresas que adotam o MEG apresentaram a seguinte evoluo demonstrada no Grfico

    2 - se comparadas as demais que no utilizam o modelo.

    Endividamento % (2000 - 2010)

    Grfico 2. Endividamento % (2000 2010) Fonte: (Adaptado de SERASA EXPERIAN, 2011)

  • 9

    Conforme o Grfico 3 - a anlise da margem de lucro que considera juros, impostos, depreciao e

    amortizao, demonstra evoluo entre as empresas que adotam o MEG em relao as demais que no

    adotam o modelo.

    Grfico 3. Lucro % (2000 2010) Fonte: (Adaptado de SERASA EXPERIAN, 2011)

    Analisando a evoluo de cada setor individualmente, em servios, indstria e comrcio o lucro subiu

    entre as empresas que utilizam o MEG em comparao com demais empresas do mesmo setor que no

    utilizam o modelo, conforme pode-se conferir a seguir no Grfico 4.

    Lucro % (2000 2010)

    Grfico 4. Lucro % (2000 2010) Fonte: (Adaptado de SERASA EXPERIAN, 2011)

  • 10

    Os Relatrios da Gesto apresentam as prticas de gesto das empresas premiadas com o PNQ e seus

    respectivos resultados, refletindo organizao no ano de sua candidatura ao Prmio Nacional da

    Qualidade, preservando o sigilo das informaes consideradas confidenciais.

    Essas publicaes objetivam disseminar prticas bem-sucedidas, alm de ser um referencial para que

    outras organizaes possam trilhar o caminho da busca pela excelncia.

    A tabela 2 a seguir apresenta as organizaes finalistas e premiadas no PNQ desde sua primeira

    edio em 1992 at a edio 2011.

    Tabela 2. Histrico das Organizaes Finalistas e Premiadas no PNQ

    EDIO FINALISTAS PREMIADAS

    2011

    Ampla COELCE - Companhia Energtica

    do Cear

    Energisa Paraba CPFL Paulista

    Ita Private Bank CPH Eletrobras Eletronorte

    Tucuru

    Suspensys Rio Grande Energia (RGE)

    Randon Implementos

    2010

    CEMIG Distribuio S.A AES SUL

    COELCE - Companhia Energtica do Cear

    Rio Grande Energia (RGE), do grupo CPFL

    Energia ELEKTRO

    2009 Rio Grande Energia (RGE), do grupo CPFL

    Energia

    AES Eletropaulo

    Brasal Refrigerantes

    CPFL Piratininga

    Volvo Caminhes

    2008

    AES Eletropaulo

    categoria Grandes Empresas CPFL Paulista categoria Grandes Empresas Gerdau Aonorte

    categoria Grandes Empresas

    4 Regimento de Carros de Combate do

    Exrcito

    categoria Administrao Pblica

    Suzano Papel e Celulose

    categoria Grandes Empresas

    2007 Ita Private Bank

    categoria Grandes Empresas

    Albras Alumnio Brasileiro S.A.

    categoria Grandes Empresas

    Gerdau Aos Longos S.A. -

    Unidade Gerdau Riograndense

    categoria Grandes Empresas

    Promon S.A.

    categoria Grandes Empresas

    Fras-le S.A.

    categoria Grandes Empresas

    Petrleo Brasileiro S.A. - rea de

    Negcio Abastecimento

    categoria Grandes Empresas

    2006 Eaton Ltda. - Diviso Transmisses

    categoria Grandes Empresas Belgo Siderurgia S.A. - Usina de

    Monlevade

  • 11

    EDIO FINALISTAS PREMIADAS

    Fras-le S.A.

    categoria Grandes Empresas

    categoria Grandes Empresas

    Promon S.A.

    categoria Grandes Empresas

    2005 Albras Alumnio Brasileira S.A

    categoria Grandes Empresas

    Companhia Paulista de Fora e

    Luz

    categoria Grandes Empresas

    Petroqumica Unio S.A.

    categoria Grandes Empresas

    Serasa S.A.

    categoria Grandes Empresas

    Suzano Petroqumica S.A.

    categoria Mdias Empresas

    2004

    CPFL - companhia Paulista de Fora e Luz

    categoria Grandes Empresas

    Belgo Juiz de Fora

    categoria Grandes Empresas

    Senai - SC

    categoria Organizaes sem fins lucrativos

    SESI - BA

    categoria Organizaes sem fins lucrativos

    2003

    Dana Indstrias - Diviso de Eixos

    Diferenciais

    categoria Grandes Empresas

    Dana Albarus - Diviso de

    Cardans, Gravata

    categoria Grandes Empresas

    Polibrasil Resinas S/A

    categoria Grandes Empresas

    SEBRAE - MS

    categoria Organizaes sem fins lucrativos Escritrio de Engenharia Joal

    Teitelbaum

    categoria Mdias Empresas SESI - BA

    categoria Organizaes sem fins lucrativos

    2002

    Caraba Metais S/A

    categoria Grandes Empresas

    Gerdau Aos Finos Piratini

    categoria Grandes Empresas

    Dana - Diviso de Tecnologias de Trao

    categoria Grandes Empresas

    Irmandade da Santa Casa de

    Misericrdia de Porto Alegre

    categoria Organizaes sem Fins

    Lucrativos

    Pellegrino Distribuidora de Autopeas Ltda.

    categoria Grandes Empresas Politeno Indstria e Comrcio S.A.

    categoria Mdias Empresas SEBRAE - MS

    categoria Organizaes sem fins lucrativos

    2001

    Eaton Ltda. Diviso Transmisses

    categoria Grandes Empresas Bahia Sul Celulose S.A.

    categoria Grandes Empresas Politeno Indstria e Comrcio S/A

    categoria Grandes Empresas

    2000 guas de Limeira S.A Serasa S.A.

    categoria Grandes Empresas Politeno Indstria e Comrcio S.A

  • 12

    EDIO FINALISTAS PREMIADAS

    1999

    Elevadores Atlas S/A

    categoria Manufaturas

    Caterpillar Brasil Ltda.

    categoria Manufaturas

    Usiminas - Usiminas Siderrgicas de Minas

    Gerais S/A

    categoria Manufaturas

    Cetrel S.A. - Empresa de Proteo

    Ambiental

    categoria Mdias Empresas Alcoa Alumnio S/A - Poos de Caldas

    categoria Manufaturas

    1998

    Andreas Stihl Moto-Serras Ltda.

    categoria Manufaturas Siemens - Unidade de

    Telecomunicaes

    categoria Manufaturas

    Cetrel S/A - Empresa de Proteo Ambiental

    categoria Mdias Empresas

    Petrobras - Refinaria Gabriel Passos

    categoria Manufaturas

    1997 Promon Engenharia de Telecomunicaes

    categoria Mdias Empresas

    Citibank - Unidade Corporate

    Banking

    categoria Prestadoras de Servios

    Copesul Companhia Petroqumica

    do Sul

    categoria Manufaturas

    Weg - Unidade Motores

    categoria Manufaturas

    1996 --- Alcoa - Unidade Poos de Caldas

    categoria Manufaturas

    1995

    Alcoa Alumnio S/A - Poos de Caldas

    categoria Manufaturas

    Serasa S.A.

    categoria Prestadoras de Servios

    USIMINAS - Usinas Siderrgicas de Minas

    Gerais S/A

    categoria Manufaturas

    1994

    Serasa - Centralizao de Servios dos Bancos

    S/A

    categoria Prestadoras de Servios

    Citibank - Unidade Global

    Consumer Bank

    categoria Prestadoras de Servios

    1993 Weg Motores Ltda.

    categoria Manufaturas

    Xerox do Brasil

    categoria Manufaturas

    1992

    ADP Systems - Empresa de Computao S/A

    categoria Prestadoras de Servios

    IBM - Unidade de Sumar

    categoria Manufaturas

    Alcoa Alumnio S/A - diviso de Condutores

    Eltricos

    categoria Manufaturas

    Credicard S/A - Administradora de Cartes

    de Crdito

    categoria Prestadoras de Servios

    Cia. Siderrgica de Tubaro - CST

    categoria Manufaturas

  • 13

    EDIO FINALISTAS PREMIADAS

    Ford Indstrias e Comrcio Ltda. - Diviso

    Eltrica e Eletrnica

    categoria Manufaturas

    General Motors do Brasil - Diviso Delco

    Remy

    categoria Pequenas Empresas

    Lord Industrial Ltda.

    categoria Pequenas Empresas

    Metal Leve S/A Indstria e Comrcio

    categoria Manufaturas

    Promon Eletrnica Ltda. - Comunicao

    Digital

    categoria Manufaturas

    Fonte: (Adaptado de FNQ, 2011)

    Desde a primeira edio do PNQ no ano de 1992, promovido pela a FNQ, o prmio contou com

    grande adeso do empresariado instalado no pas, principalmente daquelas organizaes que j

    promoviam instrumentos e ferramentas da qualidade voltadas para a gesto com foco na excelncia.

    Em sua primeira edio no ano de 1992, foram reconhecidas dez (10) organizaes nas categorias

    Finalistas e Premiadas, sendo destas, nove (9) organizaes reconhecidas na categoria Finalistas e uma

    (1) fazendo consagrar-se na categoria Premiadas, a multinacional IBM - Unidade de Sumar, que foi

    ento reconhecida com o premio mximo a excelncia.

    Entre as edies do PNQ 2005 e 2011, o setor energtico colocou-se em evidencia, onde durante o

    intervalo de 7 (sete) o setor esteve 5 (cinco) vezes entre as premiadas.

    Finalmente na edio 2011 do PNQ, o setor energtico consagrou sua participao no premio, onde as

    4 (quatro) grandes premiadas com o prmio mximo do reconhecimento a excelncia foram entregues

    ao setor energtico, sendo as organizaes premiadas: COELCE Companhia Energtica do Cear;

    CPFL Paulista Companhia Paulista de Fora e Luz; CPH - Eletrobrs Eletronorte Tucuru; RGE -

    Rio Grande Energia.

    O aumento da adeso das organizaes pblicas e privadas que participam do PNQ, demonstra a

    consolidao do prmio como importante vitrine, que torna pblica e notria a excelncia da gesto

    das organizaes reconhecidas pelo PNQ.

  • 14

    Na tabela 3 abaixo observa-se as quatro (4) organizaes premiadas no PNQ edio 2011, todas do

    setor energtico, destacando-se a evoluo histrica da CPFL Paulista, reconhecida no PNQ nos anos

    de 2005, 2008 e 2011 na categoria premiadas.

    Tabela 3. Caractersticas das Organizaes Finalistas e Premiadas no PNQ edio 2011

    COELCE

    Companhia

    Energtica do Cear

    CPFL Paulista

    Companhia

    Paulista de Fora e

    Luz

    CPH - Eletrobras

    Eletronorte Tucuru

    RGE - Rio

    Grande Energia

    Constituio

    (Ano) 1971 1912 1975 1997

    Origem da

    Controladora Espanha Brasil Brasil Brasil

    Estado onde

    atua Cear So Paulo Par

    Rio Grande do

    Sul

    Setor Energtico Energtico Energtico Energtico

    Porte Grande Grande Grande Grande

    Principal

    Produto Energia eltrica Energia eltrica Energia eltrica Energia eltrica

    Certificaes

    ISO 9001, ISO

    14001, OSHAS

    18001

    ISO 9001, ISO

    14001, OHSAS

    18001, SA 8000

    ISO 9001, ISO

    14001

    ISO 9001, ISO

    14001 OHSAS

    18001, SA 8000

    Colaboradores (quadro prprio,

    estagirios e prestadores de

    servios internos)

    8.561 (2009) 3.140 3.852 (Eletronorte 2010) 2.832

    Histrico no

    PNQ

    Finalista em 2010 e

    premiada em 2011

    Finalista em 2004,

    Premiada no PNQ

    2005, 2008 e 2011

    Destaque nos

    critrios Sociedade

    e Pessoas no PNQ

    2010 e Premiada em

    2011

    Finalista em

    2009, 2010 e

    Premiada em

    2011

    Fonte: (Empresas Estudadas, 2009, 2010 e 2011)

    Sendo o setor energtico fundamental para o mantimento da soberania nacional e estratgico para as

    pretenses de um pas, as privatizaes ocorridas no setor ao fim da dcada de 90 provocaram repudio

    da mdia e de parte da populao, foi neste momento, no ano de 1997 onde a Companhia Paulista de

    Fora e Luz - CPFL Paulista, foi adquirida pelo consrcio DOC4 Participaes AS., formado pela

    VBC Energia S.A., 521 Participaes S.A. e Bonaire Participaes S.A. uma concessionria de

    distribuio de energia eltrica de capital aberto.

    Desde sua constituio, a CPFL Energia incorporou normas e diretrizes diferenciadas de Governana

    Corporativa, baseadas nos princpios da transparncia, eqidade, prestao de contas e

    responsabilidade corporativa. Em funo destas prticas, listada no Novo Mercado da BOVESPA.

    O cenrio brasileiro em 2002, com incertezas naturais frente transio do Governo Federal e s

    perspectivas de mudanas no modelo institucional do setor eltrico, levou a CPFL Paulista conforme

  • 15

    diretrizes da CPFL Energia a criar uma agenda corporativa que superasse seus principais desafios

    estratgicos.

    Ao final de 2003, a estratgia j trazia resultados altamente favorveis: o reposicionamento tarifrio

    provisrio foi de 21,1%, permitindo que a CPFL Paulista mantivesse seu programa de investimentos, a

    qualidade dos servios e a sustentabilidade dos seus negcios. Tal fato se deve ao modelo de gesto

    adotado pela CPFL Energia em suas controladas, que unifica padres e compartilha as melhores

    prticas. Tambm graas ao foco na excelncia em gesto, a CPFL foi vencedora do Prmio Nacional

    da Qualidade (PNQ) 2005, na categoria Grandes Empresas.

    A CPFL Paulista se relaciona com a sociedade e comunidade atravs de organizaes, instituies e

    entidades da sociedade civil que representam a cidadania, clientes, segmentos empresariais, rgos de

    comunicao, institutos de pesquisa e organizaes de promoo e desenvolvimento social. Para

    atender as necessidades destes diferentes pblicos, mantm investimentos em programas sociais, com

    destaque para aes de apoio cultura, arte, educao, meio ambiente e iniciativas relacionadas

    liderana e influncia social. Seu objetivo mobilizar a sociedade para estimular o processo de

    transformao social do Brasil. (FNQ, 2011)

    CONCLUSO

    No intervalo entre as edies 1992 e 2011 do PNQ, houveram organizaes reconhecidas pelo PNQ

    dos mais variados seguimentos de mercado, como a indstria automobilstica, indstrias da

    transformao, indstrias da tecnologia, informtica e telecomunicaes, agentes financeiros e

    concessionrias de energia. Neste ambiente, principalmente nos primeiros anos do PNQ as grandes

    premiadas em sua maioria eram organizaes vindas de outros pases e com sede no Brasil, fato que

    no podia ser diferente, pois naquele momento histrico, o Brasil abria as portas para os investimentos

    estrangeiros, tais polticas permitiam ao pas defasado tecnologicamente ter acesso relativo ao

    desenvolvimento de sua indstria e tecnologia. Tambm neste momento iniciava-se com mais vigor

    pelas organizaes brasileiras o incremento daqueles conceitos de qualidade e inovao difundidos por

    essas grandes multinacionais sediadas no Brasil, sendo esse um perodo transitrio em que a barganha

    entre as grandes organizaes e o Brasil fortaleceram ambas.

    Ao fim da primeira dcada do sculo 21 muitas coisas mudaram entre as grandes premiadas no PNQ,

    dentre essas mudanas destaca-se adeso de instituies pblicas premiadas com o prmio mximo de

    reconhecimento a excelncia. Tambm cabe destacar o impulso promovido pelas polticas de

    privatizaes ocorridas ao fim dos anos 90, em que os resultados destas polticas podem ser

    mensurados atravs do desenvolvimento macio destas organizaes, que promoveram no somente o

    desenvolvimento econmico das companhias adquiridas, mas tambm introduziram a estas os

    conceitos fundamentais da qualidade e em muitas os fundamentos da gesto focada na excelncia.

  • 16

    Finalmente pode-se afirmar que o Modelo de Excelncia da Gesto (MEG) disseminado pela FNQ

    demonstra favorecer o desenvolvimento da gesto voltada para a excelncia, em que mostra-se

    complementar as normas e certificaes que promovem a padronizao e o desenvolvimento do

    aculturamento dos colaboradores junto ao ambiente e aos processos internos, alem de promover a

    maior capacitao dos profissionais, o monitoramento do ambiente de trabalho, a verificao da

    satisfao dos clientes, dos profissionais e dos fornecedores, em um processo contnuo de

    aprimoramento do sistema de gesto da qualidade.

    Cabe salientar o notrio engajamento nos ltimos anos das organizaes reconhecidas pelo PNQ

    quanto s polticas de gesto do meio ambiente, principalmente no atendimento da legislao

    ambiental em vigor, quanto busca de cerificaes que atestem o desempenho e o comprometimento

    da organizao junto a sociedade, integrando o meio ambiente aos bons resultados do negcio.

    Portanto, o histrico e engajamento das organizaes reconhecidas no PNQ, somados ao continuo

    desenvolvimento do prmio, demonstra ser um fiel instrumento do fortalecimento das organizaes

    sediadas no Brasil, em uma vitrine anual proposta pelo prmio onde reconhece a excelncia, promove

    referencias ao mercado, onde empresas de classe mundial podem buscar tal modelo de gesto e

    desempenho como referencia e adoo daquele nvel de desempenho e excelncia.

    REFERNCIAS

    BRASIL ECONMICO. O grande desafio da gesto aliar rapidez com adaptao.

    http://www.brasileconomico.com.br/ Acesso: 14/11/2011.

    CERQUEIRA, Jorge Pedreira de. Sistemas de Gesto Integrados: ISO 9001, NBR 16001, OHSAS

    18001, AS 8000: Conceitos e aplicaes. Jorge P. Cerqueira Rio de Janeiro : Qualitymark, 2010.

    536p.

    CPFL ENERGIA. Prmios e Certificaes. www.cpfl.com.br. Acesso em: 27/11/2011.

    COELCE - COMPNHIA ENERGTICA DO CEAR. Relatrio Anual de Sustentabilidade 2009.

    www.endesabrasil.com.br. Acesso em: 27/11/11.

    COELCE - COMPNHIA ENERGTICA DO CEAR. Relatrio da Administrao 2010.

    www.coelce.com.br. Acesso em: 27/11/11.

    ELETROBRAS-ELETRONORTE. Relatrio da Administrao 2010. www.eln.gov.br. Acesso em:

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    FUNDAO NACIONAL DA QUALIDADE, Modelo de Excelncia da Gesto. www.fnq.org.br

    Acesso: 19/11/2011.

    FUNDAO NACIONAL DA QUALIDADE. ARTIGOS: O processo de avaliao do PNQ e a

    melhoria da gesto das empresas. www.fnq.org.br. Acesso: 19/11/2011.

  • 17

    FUNDAO NACIONAL DA QUALIDADE. Relatrio da Gesto CPFL. www.fnq.org.br Acesso:

    19/11/2011.

    LIMONGI-FRANA, Ana Cristina. Qualidade de Vida no Trabalho QVT: conceitos e prticas

    nas empresas da sociedade ps-industrial / Ana Cristina Limongi-Frana. 2. ed. 6. reimpr. So

    Paulo: Atlas, 2010.

    MARQUES, L.F. (1996) - Qualidade de Vida, uma aproximao conceitual. Psico. Porto

    Alegre,V.27, n.2:49-62.

    MINDLIN, Jos. Competitividade tecnolgica e internacionalizao. Revista de Administrao da

    USP (RAUSP). v.27, Coletiva de Depoimentos, 1992.

    RIO GRANDE ENERGIA RGE. Relatrio da Administrao 2010. www.rge-rs.com.br. Acesso

    em: 27/11/11.