História do Mobiliário e da...
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História da Habitação e Mobiliário
Antonio Castelnou
AULA 02
Evolução Histórica
A história da casa está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento dos materiais e técnicas construtivas, assim como da evolução das
relações humanas e da vida doméstica, em que incidiram valores políticos, sociais e culturais.
Em vários momentos, a história da ARQUITETURA DOMÉSTICA foi distinta da
teoria oficial dos estilos artísticos, que aconteceu sempre sem ou contra aquela, muitas vezes menosprezando o mobiliário e a decoração.
Em cada um dos períodos históricos, houve o
predomínio de determinados princípios estéticos ou
ESTILOS, que guiaram as
soluções dos espaços interiores, expressando os
ideais de beleza e bem-estar da sociedade, assim como sua estrutura sociopolítica,
econômica, filosófica e religiosa.
Denomina-se ESTILO a síntese das forças, fatores, técnicas e intenções estéticas que
predominaram em dado momento histórico para a unificação ou integração das decisões em uma
obra de arte, inclusive arquitetônica.
Todo ESTILO é uma
adaptação das formas artísticas ao espírito ou gosto de uma época,
através de um conjunto de elementos significantes – signos ou chaves visuais – , que são
portadores de informação estética e expressam perspectivas sociais,
políticas e ideológicas.
A definição de um
ESTILO pelo historiador
ou crítico de arte é uma tentativa de estabelecer
uma unidade aparentemente onde esta
não existe, ou seja, buscar certa coerência
artística das obras envolvidas, identificando
a presença de certos princípios e elementos
comuns, com suas prováveis combinações.
De acordo com os conceitos e as formas predominantes
de tratamento dos espaços internos, é possível
identificar na história 04 (quatro) etapas do
interiorismo:
PERÍODO ANTIGO (Da Antiguidade ao Renascimento)
PERÍODO CLÁSSICO (Do Humanismo até a Industrialização)
PERÍODO MODERNO (Do Maquinismo ao Segundo Pós-Guerra)
PERÍODO ATUAL (Do Modernismo até as tendências atuais)
Período Antigo:
Ênfase em questões técnicas (condições construtivas)
Busca de interiores práticos e seguros
Forte relação entre decoração e religião
Escassez de mobiliário
Valorização de superfícies (tetos, pisos e paredes)
Materiais naturais e técnicas artesanais
Período Clássico:
Ênfase em questões estéticas
Busca de interiores belos e luxuosos
Forte relação entre decoração e poder econômico (status)
Valorização de ornatos e destaque do mobiliário
(especialização crescente)
Integração entre artes aplicadas e plásticas (decoradores e ebanistas)
Emprego de materiais naturais manipulados e técnicas semi-
artesanais
Período Moderno:
Ênfase em questões funcionais (valores utilitários)
Busca de interiores úteis e originais
Valorização dos aspectos de higiene e conforto
Surgimento do design
Universalismo e anti- ornamentalismo crescentes
Materiais artificiais e técnicas industriais
Período Atual:
Ênfase em questões conceituais
Busca de interiores provocantes e criativos
Valorização de aspectos particulares e culturais
Internacionalização e valorização profissional
Novas fontes de troca e inspiração artística
Materiais e tecnologias mistas(experimentação)
Interiorismo Antigo
O homem começou a habitar cavernas quando abandonou a vida nômade, sendo que estes
abrigos naturais já demonstravam seu desejo de DECORAR (adornar; enfeitar) o ambiente natural e embelezar seu local de moradia.
Embora condicionado pelos recursos materiais de seu habitat e se adaptando a várias
limitações físicas, cada povo desenvolveu determinados padrões de vida diária que
evoluíram até atingir altos níveis de sofisticação.
As primeiras manifestações de arte e decoração do homem primitivo corresponderam às
PINTURAS RUPESTRES
que possuíam conteúdos simbólicos e também marcavam o próprio território, enfeitando o
ambiente e conferindo-lhes valores mágicos.
As primeiras populações que construíram seus próprios
abrigos, usaram os materiais que encontravam ao seu redor, priorizando abrigo e sobrevivência.
As CHOÇAS eram simples
construções cônicas ou hemisféricas, feitas de
galhos, folhas e pedras, além de ossos, peles e argila apenas para dormir e guardar ferramentas.
Variando de lugar para
lugar, as CASAS PRIMITIVAS
possuíam, em seus interiores, pedras planas e polidas que serviam de leito e assento, estando sua decoração restrita à presença de utensílios
práticos e demais objetos para uso cotidiano e
coletivo.
Casa Neolítica em Çatal Hüyük
(7000 aC, Anatolia - Turquia)
Até hoje sobrevivem povos primitivos, em seus respectivos
ambientes, à margem de progressos materiais, e
seguindo a mesma rotina de gerações sucessivas de
ancestrais.
Vivendo a maior parte do tempo ao ar livre, suas casas
têm formatos variáveis e espaços unitários, geralmente sem mobiliário e baseados em
relações comunitárias.
Povo !Kung (Botswana)
Yanomamis (Amazônia)
Casa Celeiro Cerca Árvore
LUHYA (POVO LUO, QUÊNIA)
Viver
Dormir
Comer