HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA FISIOTERAPIA - FMRPUSP PAULO EVORA.
Hipertensão arterial sistêmica tutoria 1
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HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA – TUTORIA 1
Conceito: condição clinica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial. Associa-se frequentemente à alteração funcionais e/ou estruturais dos órgãos alvos (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e alterações metabólicas.
Fatores de risco: o Idade avançadao Prevalência no gênero masculino até os 50 anos e invertendo-se para o gênero feminino a partir dessa idade.o 2 vezes mais prevalente em indivíduos de cor não branca.o Pré-disposição genéticao Menor escolaridadeo Excesso de pesoo Ingestão de sal excessivao Ingestão de álcool por períodos pronlongadoso Sedentarismoo Estilo de vida
Diagnóstico: A HAS é diagnosticada pela detecção de níveis elevados e sustentados de pressão arterial pela medida casual.
Como é realizar a aferição?o A aferição é realizada em ambos os braços. o Em cada consulta é mandatório realiza no mínimo 3 medidas, com intervalo de 1 min entre elas, a média das 2
ultimas aferições é considerada a PA real.o A primeira avaliação deve ser nas posições: sentada, ortostática e supina em todos pacientes.o O indivíduo deverá ser investigado para doenças arteriais se apresentar diferenças de pressão entre os membros
superiores maiores de 20-10 mmHg para a as pressões sistólica- diastólica respectivamente.o Caso as pressões sistólicas-diastolica obtidas apresentem diferença maior que 4 mmHg, deverão ser realizadas
novas medidas ate que se obtenham medidas com diferença de inferior.
Observação: Conceitos:1. AMPA: automedida da PA. É uma fonte de informação adicional. A principal vantagem é a possibilidade
de obter uma estimativa mais real da PA. Na suspeita de HAB ou HM sugeridas pelas medidas da AMPA, recomenda-se a realização de MAPA ou MRPA para confirmar ou excluir diagnóstico. Valores superiores a 130 x 85 mmHg devem ser considerados alterados.
2. MRPA: Monitorização residencial para PA. São registros da PA realizados obtendo-se 3 medidas pela manha e 3 medidas a noite, durante 5 dias ou duas medidas em cada consulta durante 7 dias, realizada por uma pessoa capacitada, durante a vigília, no domicilio ou no trabalho com equipamentos validados. Não há protocolos universalmente aceitos. Contribui para diagnostico e acompanhamento. São considerados anormais medidas de PA > 130 x 85 mmHg.
3. MAPA: monitorização ambulatorial da PA de 24 horas. Registro indireto, intermitente da PA durante 24 horas ou mais e em atividades habituais durante vigília e sono. Permite identificar alterações do ciclo circadiano da PA. São considerados anormais as médias de PA 24horas > 125 x 75 mmHg; vigília > 130 x 85 mmHg e; sono > 110 x 70 mmHg.
4. Efeito avental branco: é a diferença de pressão obtida entre a aferição no consultório e fora dele maior ou igual 20 mmHg na PAS e/ou 10 mmHg na PAD. Tem prevalência em pacientes hipertensos não tratados, mais frequente em brancos, mulheres, idosos e pacientes com sobrepeso.
5. Hipertensão: pressão arterial maior ou igual 140 x 90 mmHg em 3 medidas.6. Normotensão verdadeira: aferição no consultório normal e medida de pressão no MRPA < 130 x 85
mmHg.7. Hipertensão arterial sistólica isolada: definida como comportamento anormal da pressão arterial
sistólica com pressão diastólica normal.
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8. Hipertensão do avental branco (HAB): quando o paciente apresenta medidas de PA persistentemente elevadas no consultório e medidas de PA consideradas normais seja na residência, na MRPA ou MAPA.
9. Hipertensão mascarada (HM): caracterizada por valores normais de PA no consultório, porém com PA elevada pela MAPA durante o período de vigília ou na MRPA. Estes pacientes com HM devem ser identificados e acompanhados, pois apresentam risco de desenvolver lesões de órgãos-alvo de forma semelhante a pacientes hipertensos.
10. Crise hipertensiva: classificada como qualquer elevação da PAD acima de 120 mmHg acompanhada de sintomas relacionados.
11. Emergência hipertensiva: quadro clinico grave com progressiva lesão de órgãos-alvo e risco de morte eminente. Exige redução da PA imediata.
12. Urgência hipertensiva: confere estabilidade clinica, ausência de comprometimento de órgãos-alvo e sem risco emergente de vida.
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Avaliação clínica:
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A avaliação complementar tem como objetivo a estratificação do risco CV indicada na presença de elementos indicativos de DCV e doenças associadas, em pacientes com 2 ou mais fatores de risco, e em pacientes acima de 40 anos com diabetes.
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Observação: Marcadores de risco adicionais:o Glicemia de jejum 100-125 ml/dlo Hemoglobina glicada > 7o Obesidade abdominal (homens CA> 102 cm; mulheres CA> 88 cm)o Pressão de pulso > 65 mmHg em idososo Historia de pré-eclampsia na gestaçãoo HF de HAS (em hipertensos limítrofes)
Exame físico: o Fundo de olhoo Índice de tornozelo braquial:
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Decisão terapêutica:
1. Tratamento não-medicamentoso a) Controle de peso:
o IMC < 25 Kg/m²o CA < 102 cm para homens e < 88 cm para mulheres
b) Redução do consumo de sal: é recomendado uso de apenas 2g/dia.
c) Redução da ingesta de álcool: não ultrapassando 30g/dia para homens e metade para mulheres.
d) Atividade física: exercícios aeróbios promovem reduções de PA estando indicados para prevenção e tratamento da HAS. É recomendado 30 min/dia de forma continua ou acumulada, e o paciente deve ter condições para realiza-la.
e) Controle do estresse psicossocial
f) Cessação do tabagismo.
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g) Estilo alimentar: padrão dietético DASH: Essa dieta potencializa o efeito de orientações nutricionais para emagrecimento além de reduzir biomarcadores de risco CV.
2. Tratamento medicamentoso: O objetivo primordial do tratamento é a redução da morbidade e da mortalidade cardiovascular.
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HIPERTENSÃO ARTERIAL SECUNDÁRIA:
A hipertensão arterial sistêmica secundária (HAS-S) tem prevalência de 3% a 5%. Antes de se investigarem causas secundárias de HAS deve-se excluir:
o Medida inadequada da PA;o Hipertensão do avental branco;o Tratamento inadequado;o Não-adesão ao tratamento;o Progressão das lesões nos órgãos-alvos da hipertensão;o Presença de comorbidades;o Interação com medicamentos.
Por: Amanda Velten e Lívia Rioja – Módulo de AC2