Heschel 01

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1.Crise das Ideologias da Modernidade

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1.Crise das

Ideologias

da Modernidade

Ideologia da modernidade, no sentido

de ser o sistema de idéias e valores

característico das sociedades

modernas:

No centro de tudo, está o sujeito

O reducionismo da razão combate a

fé e declara a morte de Deus

1. Ideologia do Capitalismo Avançado

A ciência e a técnica tornam-se-lhe

instâncias legitimadoras sem

referência ética

Essa ideologia oferece uma definição

tecnicista da vida humana

fazendo-a girar em torno de ganhar

mais dinheiro

para desfrutar mais tempo livre,

prescindindo das relações de justiça,

das conseqüências ecológicas

E, no fundo, gera profunda e

constante insatisfação

2. Ideologia do Socialismo

Sonhos de uma sociedade alternativa

apareceu o horror do que se fez com

e do socialismo

surgiu certo desânimo e até mesmo

ceticismo diante do ideário socialista

3. Ideologia do Progresso

Mostrou-se incapaz de resolver o

problema dos pobres, da miséria

Alimenta-se crescente insensibilidade

diante das injustiça sociais e

estruturais

No máximo, apresenta soluções

assistencialistas ocasionais

A política internacional serve ao jogo

de interesses dos grandes grupos

políticos e econômicos

As descobertas científicas em relação

à saúde não chegam a quem mais

necessita delas.

A reação ao fracasso dessas

ideologias manifesta-se numa luta

acirrada contra seus ídolos:

progresso, racionalidade instrumental,

mulher-mito, amor-slogan, ciência

onipotente, técnica milagrosa,

empenho revolucionário etc.

Às ideologias contrapõe-se a

melancolia, o desencanto, a poluição,

o ecocídio etc.

Segue-se uma atitude de ceticismo,

de dúvida, até mesmo de niilismo

perante à modernidade

2. Surto do Sagrado

Ao anúncio de um arrefecimento da

dimensão religiosa por parte da

modernidade extremamente técnica

brota um desejo incontido de

manifestações religiosas

Busca-se saciar os desejos

espirituais, viver momentos de

gratuidade lúdica e festiva em

ambiente religioso

como verdadeira terapia e desafogo

do stress imposto pela sociedade

moderna

Há um retorno ao sagrado em vez da

total secularização prevista

Mas o sagrado já não é a instância

normativa, de referência, que integra

as outras experiências e lhes dá

sentido. É uma entre outras

experiências.

Com isso, os sistemas tradicionais de

valores e de normas, religiosos e

morais, perdem sua influência em

detrimento das experiências pessoais

qualquer pessoa, grupo ou instituição

tem o direito de criar seu sistema de

valores morais e religiosos e propô-lo

aos que o desejarem

Os sistemas tradicionais perdem o

monopólio e entram em verdadeira

concorrência de propostas

alternativas

As igrejas tendem a tornar-se reduto

privado, oferecido à escolha dos seus

fregueses

Deixam de ser instâncias normativas

na e da sociedade, para ser lugar de

escolha das pessoas a fim de

satisfazerem suas necessidades

espirituais