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HEMORREDE SUSTENTÁVEL HEMOCENTRO DO ESTADO DO AMAZONAS HEMOAM LaSUS POLÍTICA NACIONAL DE SANGUE E HEMODERIVADOS Ministério da Saúde SUS

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HEMORREDE SUSTENTÁVEL

HEMOCENTRO DO ESTADO DO AMAZONAS

HEMOAM

LaSUS

POLÍTICA NACIONAL DESANGUE E HEMODERIVADOS

Ministério daSaúde

SUS

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

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RELATÓRIO TÉCNICO

PROJETO DE PESQUISA PARA REABILITAÇÃO AMBIENTAL SUSTENTÁVEL DE

TRÊS EDIFÍCIOS DA REDE DE HEMOCENTROS COORDENADORES

PROJETO: 00038.1740001/12-055

Profa. Dra. Marta Adriana Bustos Romero

Coordenadora Geral

Brasília, Outubro de 2014

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EQUIPE TÉCNICA

Coordenação Universidade de Brasília

Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética Marta Adriana Bustos Romero (Coordenação) Caio Frederico e Silva (Prof. FAU/UnB) Marcos Thadeu Queiroz Magalhães (Prof. FAU/UnB) José Marcelo Medeiros (Prof. FAU/UFAP) Ederson Oliveira Teixeira (Arq.) Gustavo de Luna Sales (Arq.) Ana Carolina C. Correia Lima (Arq.) Aline Curvello da Costa Nemer (Arq.) Humberto Dias Xavier (Arq.) Bianca Leite Gregório (Est. Arq.) Jeferson Carlos da Silva Santos (Est. Arq.) Moira Nunes Costa Neves (Est. Arq.) Nathália Lemes Jorge dos Santos (Est. Arq.) Yves Luan Antunes de Amorim (Est. Info) Fase Retrofit Marco Antonio Saidel (Coordenação) Eduardo Kanashiro Fase Projeto de Pesquisa Marta Adriana Bustos Romero (Coordenação) Márcio Augusto Roma Buzar Caio Frederico e Silva Ederson Oliveira Teixeira Gustavo de Luna Sales Ana Carolina C. Correia Lima Aline Curvello da Costa Nemer

Fase Análise e Consolidação de parâmetros de saúde e qualidade de vida Humberto Dias Xavier e Equipe Apoio Técnico Operacional ao Projeto de Pesquisa Valmor Cerqueira Pazos (Coordenação) Flávio Rocha de Souza Britoaldo Martins do Vale Junior Diego Macedo Dantas Soemes Barbosa de Sousa Imelda Mendes Santos Ministério da Saúde Coordenação Geral - Sangue e Hemoderivados / CGSH/SAS / MS ) Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas - HEMOAM

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ....................................................................... 11

1. INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO ................................... 12

1.1. Objetivos .......................................................................... 16

1.2. Procedimentos Metodológicos ........................................ 17

1.3. Dados gerais de Manaus/AM........................................... 18

1.3.1. Plano Diretor ........................................................... 18

1.3.2. Infraestrutura para grandes eventos ....................... 19

1.3.3. Arquitetura Bioclimática e Caracterização do Clima 22

1.3.4. Caracterização das Normais Climatológicas ............ 26

2. AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO (APO) ...................................... 30

2.1. Objetivo e objeto da avaliação ........................................ 30

2.2. Caracterização do Entorno .............................................. 31

2.3. Método para Avaliação de Desempenho Ambiental ....... 32

2.3.1. Projeto Arquitetônico .............................................. 32

2.3.2. Procedimentos para Medições in loco .................... 34

2.3.3. Avaliação bioclimática do Edifício ........................... 35

2.3.4. Iluminação Natural .................................................. 39

2.3.5. Velocidade e incidência da ventilação natural ........ 41

2.3.6. Análise dos questionários aplicados aos usuários ... 49

2.4. Considerações específicas ............................................... 53

3. ETIQUETAGEM DO NÍVEL DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA .......... 54

3.1. A Etiquetagem de Edificações no Brasil ........................... 54

3.2. Objetivo da Avaliação do Nível de Eficiência Energética . 55

3.3. Método Utilizado ............................................................. 55

3.4. Etiquetagem da Envoltória ............................................... 57

3.4.1. Caracterização do Edifício para a Etiquetagem ........ 57

3.4.2. Extração dos dados .................................................. 58

3.4.3. Resultado da Etiqueta .............................................. 58

4. RETROFIT ............................................................................. 63

4.1. Objetivos........................................................................... 63

4.2. Método ............................................................................. 64

4.3. Análise da Instalação ........................................................ 66

4.3.1. Introdução ................................................................ 66

4.3.2. Medições de Energia ................................................ 66

4.4. Medições e Consumo Desagregado ................................. 68

4.5. Simulação Energética da Edificação.................................. 71

4.6.1. Climatização ............................................................. 74

4.6.2. Sistemas de Refrigeração ......................................... 74

4.6.3. Sistemas Motrizes .................................................... 74

4.7. Sistemas de Bombeamento .............................................. 76

4.8.1. Estrutura Tarifária do Grupo A ................................. 78

4.8.2. Estrutura tarifária do Grupo B .................................. 79

4.8.3. Avaliação .................................................................. 79

4.9. Perturbações elétricas ...................................................... 80

4.10. Considerações específicas .............................................. 83

5. PROJETO e reabilitação ........................................................ 84

5.1. Introdução ........................................................................ 84

5.2. Estudos de Repertório ...................................................... 85

5.2.1. Elementos da cultura local ....................................... 86

5.2.2. Módulos sombreadores ........................................... 87

5.2.3. Pele dupla ................................................................. 88

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5.2.4. Coberturas leves e ventiladas.................................. 90

5.2.5. Parede verde ........................................................... 91

5.2.6. Acessibilidade – Integração de usos ........................ 92

5.2.7. Materiais permeáveis .............................................. 94

5.2.8. Humanização de áreas verdes ................................. 95

5.2.9. Inovações Tecnológicas ........................................... 96

5.3. Diretrizes da Avaliação Ambiental Integrada ................... 99

5.3.1. Diretrizes da APO .................................................... 99

5.3.2. Diretrizes da Etiquetagem da Envoltória ............... 101

5.3.3. Diretrizes do Retrofit Energético: .......................... 101

5.4. Projeto e Diretrizes ........................................................ 102

5.4.1. Implantação........................................................... 103

5.4.2. Abertura do Bloco E .............................................. 112

5.4.3. Membrana têxtil .................................................... 113

Especificações Técnicas do Fabricante: ........................... 115

5.4.4. Módulos Sombreadores ........................................ 119

5.4.5. Estudo das coberturas ........................................... 121

5.4.6. Parede Verde ......................................................... 123

5.4.7. Humanização do Talude ........................................ 126

5.4.8. Passagem de acesso ao Hospital do Sangue.......... 127

5.4.9. Acesso pela Passarela ............................................ 128

5.4.10. Banco de Cordão ................................................. 130

5.4.11. Espaço de Convivência ........................................ 133

5.4.12. Reaproveitamento de Águas Pluviais .................. 135

5.4.13. Estudo de Esquadrias .......................................... 136

5.4.14. Estudo de pavimentações ................................... 137

5.4.15. Painel de LED ....................................................... 138

6. RESULTADOS FINAIS ........................................................... 139

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................... 149

REFERÊNCIAS ......................................................................... 151

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Imagem de satélite da Cidade de Manaus com destaque

para Zona 18. ................................................................................ 19

Figura 2 – Arena da Amazônia com destaque para a proximidade

do Hemocentro. ............................................................................ 20

Figura 3 – Imagem aérea da Arena Amazônia e seu entorno. ...... 20

Figura 4 – Projeto do monotrilho no sentido Norte-Centro. ........ 21

Figura 5 – Memorial Encontro das Águas. .................................... 21

Figura 6 – A Carta Bioclimática de Givoni relaciona a temperatura

seca do ar (A), razão de umidade (B) e a temperatura úmida do ar

(C). ................................................................................................ 22

Figura 7 – Zoneamento Bioclimático brasileiro. ........................... 23

Figura 8 – Zona Bioclimática 8 e a Carta Bioclimática

representando as cidades desta zona (Bélem – PA). .................... 24

Figura 9 – Carta solar de Manaus ................................................. 25

Figura 10 – Distribuição da Radiação Solar ao longo do ano na

cidade de Manaus. ........................................................................ 25

Figura 15– Av. Constantino Ney e acesso de pedestres,

automóveis e ponto de ônibus. .................................................... 31

Figura 16 – Av. Pedro Teixeira – Passarela pública, acesso e

estacionamento lateral. ................................................................ 31

Figura 17 – Perspectiva do complexo edificado. ........................... 32

Figura 18 – Fachada Leste. ............................................................ 32

Figura 19 – Fachada Oeste. ........................................................... 32

Figura 20 – Planta Baixa do Salão de Espera dos Doadores. ......... 33

Figura 21 – Planta de Locação. ..................................................... 33

Figura 22 – Exemplo APO Recepção Doadores (Bloco C). ............. 33

Figura 23 – Equipamentos de medição dos parâmetros

ambientais. ................................................................................... 34

Figura 24 – Resultados da Simulações Computacionais. .............. 37

Figura 25 – Análise de sombreamento. ........................................ 38

Figura 26 – Percurso aparente do sol em carta solar

tridimensional. .............................................................................. 38

Figura 27 – Velocidade dos ventos predominantes. ..................... 41

Figura 28 – Frequência de ocorrência dos ventos. ....................... 41

Figura 29 – Análise da incidência de radiação solar por orientação

(média mensal em Wh)................................................................. 41

Figura 30 – Análise com o Círculo Bioclimático LaSUS. ................. 42

Figura 31 – Análise do fluxo dos ventos predominantes - Leste

(planta e corte). ............................................................................ 43

Figura 32 – Análise do fluxo dos ventos predominantes - Norte

(planta e corte). ............................................................................ 43

Figura 33 – Simulação de Incidência de Carga Térmica por

radiação solar direta – Valores anuais acumulados (Wh/m²). ...... 44

Figura 34 – Simulação de Incidência de Carga Térmica por

radiação solar direta – Valores anuais acumulados – Em planta

(Wh/m²). ....................................................................................... 44

Figura 35 – Maquete eletrônica do Edifício – Destaque para os

brises. ........................................................................................... 45

Figura 36 – Fachadas Leste com brises do HemoAM. ................... 45

Figura 37 – Fachadas Oeste com brises do HemoAM. .................. 45

Figura 38 – Estudo da geometria solar nas fachadas oeste e leste –

maior incidência de carga térmica. ............................................... 46

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Figura 39 – Destaque para a biodeterioração nas platibandas. .... 47

Figura 40 – Destaque para a o manchamento nas paredes e muro.

...................................................................................................... 48

Figura 41 – Presença de biofilmes da cobertura. .......................... 48

Figura 42 – Presença de biofilmes nas paredes. ........................... 48

Gráfico 12 – Perfil dos Usuários – Temperatura ambiente –

Inverno. ......................................................................................... 50

Gráfico 16 – Perfil dos usuários – Problema respiratório devido a

qualidade do ar. ............................................................................ 51

Gráfico 17 – Perfil dos usuários – Qualidade do ar. ...................... 51

Figura 43 – Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE).

...................................................................................................... 54

Figura 44 – Intervalos de eficiência a partir do indicador de

consumo da envoltória do edifício................................................ 56

Figura 45 – Elevação do Bloco A. .................................................. 57

Figura 46 – Elevação do Bloco E. ................................................... 57

Figura 47 – Fachadas Leste e Norte dos Blocos C e D. .................. 57

Figura 48 – Determinação das orientações das fachadas do

HemoAM, segundo o RTQ-C. ........................................................ 58

Figura 49 – Imagem dos dados do bloco A para a etiquetagem no

programa Webprescritivo. ............................................................ 59

Figura 50 – Imagem dos dados do bloco B para a etiquetagem no

programa Webprescritivo. ............................................................ 60

Figura 51 – Imagem dos dados dos blocos C e D para a

etiquetagem no programa Webprescritivo. ................................. 61

Figura 52 – Imagem dos dados do bloco E para a etiquetagem no

programa Webprescritivo. ............................................................ 62

Figura 53 – Medição de um dos transformadores do sistema

elétrico do Hemocentro de Manaus. ............................................ 65

Figura 54 – Analisador MARH-21. ................................................. 66

Figura 55 – Locais de medições de parâmetros elétricos. ............ 67

Figura 56 – Medição no transformador que alimenta os blocos A,

B, C e D.......................................................................................... 67

Figura 58 – Medição no transformador que alimenta o bloco E. . 67

Figura 59 – Modelo virtual do Hemocentro.................................. 71

Figura 60 – Exemplo de relatório de saída de dados da simulação

realizada pelo EnergyPlus. ............................................................ 72

Figura 61 – Comparação entre motores do tipo padrão e alto

rendimento. .................................................................................. 75

Figura 62 – Curva de rendimento em função da vazão. ............... 77

Figura 63 – Vista aérea do encontro dos rios. .............................. 86

Figura 64 – Pintura em cerâmica e Cestaria em fibra tingida. ...... 86

Figura 65 – Cestos fundos de fibra tingida, desenhos geométricos.

...................................................................................................... 86

Figura 66 – Módulos sombreadores com membranas têxteis em

estrutura metálica. ....................................................................... 87

Figura 67 – Edifício envolto por estrutura modular – pele dupla. 88

Figura 68 – Pele dupla com fachada sinuosa iluminada e uso da

cor da iluminação na edificação. .................................................. 88

Figura 69 – Sede CONFEA - Brasília - Membrana têxtil na fachada.

...................................................................................................... 89

Figura 70 – Esquerda: Hospital Sarah - Destaque para a abertura

de ventilação em madeira; Direita: cobertura na cor branca, cor

refletora da radiação. ................................................................... 90

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Figura 71 – Referência de coberturas curvas, também refletoras.

...................................................................................................... 90

Figura 72 – Beijódromo - Brasília - Ventilação auxiliada pelo

espelho d'água .............................................................................. 90

Figura 73 – Parede verde como textura de fachada. .................... 91

Figura 74 – Uso diversificado de espécies em parede verde. ....... 91

Figura 75 – Parque linear elevado em Nova Iorque - High Line. ... 92

Figura 76 – High Line, NY - Novo uso para trilho de trem

desativado. ................................................................................... 92

Figura 77 – Praça em níveis e diferentes usos de vegetação. ....... 93

Figura 78 –Usos de escada intercalada por rampa diagonal ......... 93

Figura 79 – Usos de escada intercalada por rampa diagonal. ....... 93

Figura 80 – Piso integrado com vegetação. .................................. 94

Figura 81 – Piso intertravado de formato não retilíneo. ............... 94

Figura 82 – Direita: Piso intertravado retangular; Esquerda:

Esquema de sistema de drenagem. .............................................. 94

Figura 83 – Percurso com vegetação diversificada. ...................... 95

Figura 84 – Jardim em sistema de degraus. .................................. 95

Figura 85 – Fachada de Hospital na Cidade do Mexico, placas de

dióxido de Titânio. ........................................................................ 96

Figura 86 – Detalhe dos módulos de dióxido de titânio ............... 96

Figura 87 – Sistema fotovoltaico maleável e seu uso em

edificações. ................................................................................... 97

Figura 88 – Células fotovoltaicas e seu uso em fachadas. ............ 97

Figura 89 – Geradores eólicos em cobertura de edifício. ............. 97

Figura 90 – Sistema eólico de fachadas e o aproveitamento dos

ventos rápidos nas coberturas. ..................................................... 98

Figura 91 – Painel de sistema eólico e estrutura com geradores

eólicos. .......................................................................................... 98

Figura 92 – Estudo preliminar da implantação (perspectiva). .... 103

Figura 93 – Estudo dos volumes (3D).......................................... 103

Figura 94 – Croqui do primeiro estudo da implantação. ............ 104

Figura 95 – Evolução do estudo da implantação. ....................... 104

Figura 97 – Estudo preliminar da implantação (perspectiva). .... 105

Figura 96 – Estudo preliminar da implantação – Estacionamento

perspectiva). ............................................................................... 105

Figura 98 – Estudo preliminar da implantação – Sistema de

calçadas (perspectiva). ............................................................... 105

Figura 99 – Situação atual da implantação geral (perspectiva). . 106

Figura 100 – Evolução do estudo da implantação geral com o

acréscimo da área do Centro Psiquiátrico. ................................. 106

Figura 101 – Estudo preliminar da implantação geral (perspectiva).

.................................................................................................... 107

Figura 102 – Estudo preliminar da implantação geral. ............... 107

Figura 103 – Estudo preliminar da implantação geral –

Preservação da vegetação existente. ......................................... 108

Figura 104 – Estudo preliminar da implantação geral –

Infraestrutura verde – Localização das biovaletas. ..................... 109

Figura 105 – Localização da Praça Pública e delimitação do

gradil(perspectiva). ..................................................................... 110

Figura 106 – Novo estudo de implantação sem a preservação da

vegetação existente. ................................................................... 111

Figura 107 – Abertura do Bloco E (perspectiva). ........................ 112

Figura 108 – Membrana Têxtil (perspectiva). ............................. 113

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Figura 109 – Estruturas curvas do primeiro, segundo e terceiro

pavimento respectivamente. ...................................................... 114

Figura 110 – Estruturas de fixação afastadas a cada 5m

(perspectiva). .............................................................................. 114

Figura 111 – Estrutura de fixação com membrana têxtil

(perspectiva). .............................................................................. 114

Figura 112 – Especificações técnicas do fabricante da membrana

têxtil ............................................................................................ 115

Figura 113 – Membrana têxtil fachada oeste (perspectiva). ...... 116

Figura 114 – Sede do CONFEA na cidade de Brasília. .................. 117

Figura 116 – Arena Pantanal na cidade de Cuiabá. ..................... 118

Figura 117 – Projeto da Sede do Clube Curitibano, na cidade de

Curitiba. ...................................................................................... 118

Figura 118 – Módulos Sombreadores (perspectiva). .................. 119

Figura 119 – Módulos Sombreadores agrupados (perspectiva). 119

Figura 120 – Módulos Sombreadores com tirantes tensionados

(perspectiva). .............................................................................. 120

Figura 121 – Módulos Sombreadores com membranas

sobrepostas (perspectiva). .......................................................... 120

Figura 122 – Diferentes coberturas nos blocos (perspectiva). .... 121

Figura 123 – Parede verde fachada leste (perspectiva). ............. 123

Figura 124 – Parede verde fachada oeste (perspectiva). ............ 123

Figura 125 – Humanização do talude (perspectiva conceitual). . 126

Figura 126 – Humanização do talude e detalhe do sistema de

infiltração de águas pluviais (perspectiva conceitual). ............... 126

Figura 127 – Passagem de acesso ao Hospital do Sangue

(perspectiva). .............................................................................. 127

Figura 128 – Acesso pela passarela (perspectiva). ...................... 128

Figura 129 – Acesso pela passarela (perspectiva). ...................... 128

Figura 130 – Acesso pela passarela à passagem do Hospital do

Sangue (perspectiva). ................................................................. 128

Figura 131 – Atual localização do BSCUP (demarcado no retângulo

vermelho). .................................................................................. 130

Figura 132 – Proposta de localização do Banco de Cordão

(perspectiva). .............................................................................. 130

Figura 133 – Estudo inicial do BSCUP.......................................... 131

Figura 134 – Proposta BSCUP. .................................................... 132

Figura 135 – Espaço de Convivência (perspectiva). .................... 133

Figura 136 – Estudo inicial do Espaço de Convivência. ............... 134

Figura 137 – Proposta Espaço de Convivência. ........................... 134

Figura 138 – Localização dos reservatórios para reaproveitamento

das águas pluviais (demarcado nos quadrados vermelhos). ...... 135

Figura 139 – Estudo de esquadrias (perspectiva). ...................... 136

Figura 140 – Estudo de ventilação das esquadrias (perspectiva).

.................................................................................................... 136

Figura 141 – Estudo de pavimentações (exemplo de instalação:

blocos intertravados drenantes). ................................................ 137

Figura 142 – Painel de LED (perspectiva). ................................... 138

Figura 143 – União das intervenções: fachada leste (perspectiva).

.................................................................................................... 139

Figura 144 – União das intervenções: fachada leste (perspectiva).

.................................................................................................... 139

Figura 145 – União das intervenções: fachada oeste (perspectiva).

.................................................................................................... 139

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Figura 146 – Imagem conceitual – Nova proposta do HemoAM:

Vista aérea. ................................................................................. 140

Figura 147 – Imagem conceitual – Nova proposta do HemoAM:

Vista aérea fachada leste. ........................................................... 141

Figura 148 – Imagem conceitual – Nova proposta do HemoAM:

Vista aérea fachada leste. ........................................................... 142

Figura 149 – Imagem conceitual – Nova proposta do HemoAM:

Vista aérea fachada oeste. .......................................................... 143

Figura 150 – Imagem conceitual – Nova proposta do HemoAM:

Vista aérea do cruzamento da Avenida Constantino Ney e da

Avenida Pedro Teixeira. .............................................................. 144

Figura 151 – Imagem conceitual – Nova proposta do HemoAM:

Vista da praça pública. ................................................................ 145

Figura 152 – Imagem conceitual – Nova proposta do HemoAM:

Vista do estacionamento interno. .............................................. 146

Figura 153 – Imagem conceitual – Nova proposta do HemoAM:

Vista do acesso ao estacionamento, banco de cordão e acesso

pela passarela existente. ............................................................ 147

Figura 154 – Imagem conceitual – Nova proposta do HemoAM:

Vista aérea da praça pública. ...................................................... 148

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Comparação entre temperaturas: Máx., Mín. e Médias

e umidades relativas médias mensais. ] ....................................... 26

Tabela 2 – Dados extraídos dos blocos do HemoAM. ................... 58

Tabela 3 – Etiquetas e considerações para o bloco A. .................. 59

Tabela 4 – Etiquetas e considerações para o bloco B. .................. 60

Tabela 5 – Etiquetas e considerações para os blocosC e D. .......... 61

Tabela 6 – Etiquetas e considerações para o bloco E. .................. 62

Tabela 7 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável –

Estudo da Implantação. .............................................................. 104

Tabela 8 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável –

Abertura do Bloco E. ................................................................... 112

Tabela 9 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável –

Membrana Têxtil. ....................................................................... 116

Tabela 10 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável –

Módulos Sombreadores. ............................................................ 120

Tabela 11 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável –

Estudo das Coberturas. ............................................................... 122

Tabela 12 – Espécies Vegetais para Cobertura e Parede Verde do

HemoAM..................................................................................... 124

Tabela 13 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável –

Parede Verde. ............................................................................. 125

Tabela 14 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável –

Humanização do Talude. ............................................................ 126

Tabela 15 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável –

Passarela de acesso ao Hospital do Sangue. ............................... 127

Tabela 16 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável –

Acesso pela Passarela. ................................................................ 129

Tabela 17 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável –

Banco de Cordão......................................................................... 132

Tabela 18 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável –

Espaço de Convivência. ............................................................... 133

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Tabela 19 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável –

Espaço de Convivência. ............................................................... 135

Tabela 20 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável –

Estudo de Esquadrias. ................................................................. 136

Tabela 21 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável –

Estudo de Esquadrias. ................................................................. 137

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Normais climatológicas: pressão ao nível da estação. 26

Gráfico 2 – Normais climatológicas: pressão máxima. ................. 26

Gráfico 3 – Normais climatológicas: temperatura do ar (ºC). ....... 27

Gráfico 4 – Normais climatológicas: Umidade do ar média (%). ... 27

Gráfico 5 – Normais climatológicas: evaporação (mm). ............... 28

Gráfico 6 – Normais climatológicas: precipitação (mm). .............. 28

Gráfico 7 – Normais climatológicas: insolação (H). ....................... 29

Gráfico 8 – Normais climatológicas: nebulosidade (déc). ............. 29

Gráfico 9 – Perfil dos usuários – Sexo. .......................................... 49

Gráfico 10 – Perfil dos usuários – Idade. ....................................... 49

Gráfico 11 – Perfil dos usuários – Temperatura ambiente – Verão.

...................................................................................................... 50

Gráfico 13 – Conforto ambiental (Temperatura, Iluminação e Nível

de Ruído em percentual total %). ................................................. 50

Gráfico 14 – Perfil dos usuários – Iluminação Artificial. ................ 50

Gráfico 15 – Perfil dos usuários – Iluminação Natural. ................. 51

. ..................................................................................................... 51

Gráfico 19 – Perfil dos usuários – Áreas de lazer. ......................... 52

Gráfico 20 – Perfil dos usuários – Refeitório dos funcionários. .... 52

Gráfico 21 – Perfil dos usuários – Repouso dos funcionários. ...... 52

Gráfico 22 – Curva de Carga do Transformador 1......................... 68

Gráfico 23 – Curva de Carga do Transformador 2......................... 68

Gráfico 24 – Curva de carga do período diurno. ........................... 69

Gráfico 25 – Curva de carga do período diurno. ........................... 69

Gráfico 26 – Matriz de consumo desagregado do Hemocentro. .. 70

Gráfico 27 – Potencial de redução das estratégias propostas. ..... 73

Gráfico 28 – Consumo mensal de energia do HEMOAM. ............. 79

Gráfico 29 – Demanda de energia mensal máxima do HEMOAM.79

Gráfico 30 – Medição do transformador 1 – Tensões AB, BC e CA.

...................................................................................................... 80

Gráfico 31 – Medição do Transformador 1 – Correntes A, B e C. . 81

Gráfico 32 – Medição Transformador 2 – Correntes das fases A, B

e C. ................................................................................................ 81

Gráfico 33 – Medição do disjuntor A – Harmônicos de tensão. ... 82

Gráfico 34 – Valores calculados para o fator de potência do

HEMOAM. ..................................................................................... 82

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APRESENTAÇÃO

Este Relatório Técnico apresenta a Avaliação Ambiental Integrada

do Edifício do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Estado do

Amazonas. As atividades foram desenvolvidas no âmbito do

projeto Hemorrede Sustentável - Ministério da Saúde pelo

Laboratório de Sustentabilidade Aplicada a Arquitetura e ao

Urbanismo – LaSUS da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da

Universidade de Brasília e parte do diagnóstico pelo

Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas

da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).

Este documento é composto de duas partes, que, por sua vez,

estão subdivididas em tópicos.

A Parte I do Relatório aborda os procedimentos de trabalho

utilizados para o diagnóstico ambiental e reabilitação do edifício

do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas -

HEMOAM. Desta forma, este volume foi organizado em tópicos

referentes às etapas da pesquisa: Introdução, Procedimentos

metodológicos e contextualização de Manaus; Avaliação Pós-

Ocupação (APO); Etiquetagem de Eficiência Energética e

Diagnóstico Energético.

A Parte II é composta pelo estudo preliminar para o edifício,

repertório de projeto e diretrizes gerais. O estudo apresentado na

parte II é resultante dos indicativos encontrados por meio da

aplicação de cada método. Aqui, são apresentadas diretrizes de

projeto visando a humanização, sustentabilidade e eficiência

energética do espaço construído, assim como, o conforto

ambiental dos usuários do edifício. Esta parte também está

subdividida em tópicos: Estudos de repertório e propostas

antecedentes e as diretrizes gerais que são contempladas na

proposta final.

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1. INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO

Em 2001, o Brasil vivenciou uma crise de abastecimento no setor

elétrico. Duas consequências positivas sobressaíram desta crise: a

forte participação da sociedade na busca da sua solução e a

valorização da eficiência no uso de energia.

Em decorrência desse processo involuntário de aprendizagem,

vem se formando uma consciência de que a eficiência energética

não pode estar vinculada apenas a questões conjunturais. Deve,

sim, fazer parte, de forma definitiva, da política energética

nacional, mediante a promoção de medidas que permitam

agregar valor às iniciativas já em andamento, como o

desenvolvimento de produtos e processos mais eficientes e a

intensificação de programas que levem à mudança de hábitos de

consumo.

Sendo assim, de modo geral, as edificações públicas apresentam

oportunidades significativas de redução do consumo de energia e,

portanto, de custos operacionais por meio do aprimoramento do

projeto, de um melhor gerenciamento da instalação, da adoção

de equipamentos tecnologicamente mais eficientes e alterações

dos hábitos dos usuários.

Muitas vezes, oportunidades interessantes de ganhos de

eficiência não são possíveis, pois ferem compromissos assumidos

no projeto da edificação. Assim, a possibilidade de avaliar as

soluções adotadas, ainda na etapa de projeto, apresenta-se como

uma excelente oportunidade de seu refinamento.

Cabe destacar que muitos refinamentos de projeto, que buscam a

eficiência energética, já são contemplados nos projetos atuais,

tornando-os mais aderentes às necessidades da sociedade. A

análise aqui desenvolvida compreende uma revisão dos conceitos

utilizados buscando identificar ganhos adicionais de eficiência.

Combater o desperdício de energia é vantajoso para todos os

envolvidos. Ganha o consumidor, neste caso a sociedade, que

passa a comprometer menor parcela de seus custos e ganha o

setor elétrico, que posterga investimentos necessários ao

atendimento de novos clientes e a sociedade como um todo, pois

além dos recursos economizados, as atividades de eficiência

energética contribuem para a conservação do meio ambiente

evitando agressões inerentes à construção de usinas hidrelétricas

ou térmicas.

Neste contexto, defende-se uma abordagem de análise mais

sistêmica, que aborde o edifício e a cidade em todas as suas

complexidades. A abordagem energética não deve priorizar a

análise tecnicista dos equipamentos, assim como a análise do

grau da sustentabilidade não pode abrir mão das estratégias

tecnológicas que visam a eficiência energética. Defende-se,

portanto, uma análise integrada no que se referem os problemas

de ordem ambiental.

A Avaliação Ambiental Integrada compreende uma visão

bioclimática da arquitetura, e do urbanismo, fundamentais para

uma conformação mais sustentável dos lugares, segundo

premissas de Romero (2001). Neste estudo, a integração soma os

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saberes da Avaliação Pós-Ocupação – APO, Retrofit e Etiquetagem

de Eficiência Energética em Edifícios.

A APO é composta pela caracterização climática do local e demais

atributos do microclima onde a edificação está inserida; avaliação

sensorial dos ambientes; aplicação de questionários e realização

de entrevistas com usuários do edifício; avaliação da qualidade

ambiental dos recintos considerando o conforto térmico,

luminoso e sonoro. Nesta fase também foram realizadas

simulações computacionais nos programas ENVI-met e Ecotect

Analisys 2011, destinados à avaliação ambiental tanto na escala

urbana como ao nível dos ambientes.

Após a realização das avaliações e análise dos dados obtidos,

foram estabelecidas diretrizes tendo como enfoque o aumento da

sustentabilidade e qualidade ambiental do espaço construído.

O trabalho de APO teve diferentes etapas, agrupadas da seguinte

forma:

Planejamento: levantamento de normas; definição dos

equipamentos para medições in loco; definição dos

programas computacionais a serem utilizados; definição

de ambientes-tipo analisados na APO; levantamento e

definição de indicadores de desempenho ambiental;

condicionantes bioclimáticas locais; logística e

planejamento para a execução do trabalho.

Diagnóstico: análise dos resultados obtidos e

elaboração das diretrizes de projeto.

Projeto: proposições técnicas em formato de estudo

preliminar de arquitetura.

Retrofit é levantar e analisar informações sobre o consumo de

energia elétrica, hábitos de consumo, características

ocupacionais, situação operacional das instalações e

equipamentos de usos finais, identificando oportunidades de

melhoria na eficiência do uso da energia elétrica e de redução do

seu custo.

O Retrofit é importante devido ao constante desenvolvimento

tecnológico em que nossa sociedade está inserida. Afirma-se que

o Retrofit deve ser realizado periodicamente, para manter-se o

mais eficiente possível e com melhor qualidade de conforto.

Podem-se organizar as etapas de avaliação do Retrofit em:

Levantamentos de Dados: Medição de consumo

individualizada; contas de energia, etc;

Aplicação do método de Retrofit: Simulação

computacional, análise do perfil de consumo, etc;

Diagnóstico energético do edifício: Medidas possíveis e

impactos em relação ao consumo anual.

A Etiquetagem do nível de eficiência energética é obtido por meio

do método prescritivo, que consiste em uma série de parâmetros

predefinidos ou a calcular que indicam a eficiência do sistema.

Neste caso, os procedimentos de etiquetagem podem ser

organizados em:

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Levantamento e Organização do Projeto: Dados da área

útil; área de vidro; área opaca; etc;

Cálculo da Eficiência Energética da Envoltória:

Aplicação das fórmulas do RTQ-C;

Identificação de Possíveis Melhorias: Cenários de

possíveis etiquetas.

Para a aplicação da avaliação ambiental integrada, tem-se como o

objeto de estudo o edifício sede do Centro de Hemoterapia e

Hematologia do Estado do Amazonas - HEMOAM, localizado na

cidade de Manaus, capital do estado do Amazonas, tem

população estimada para quase dois milhões de habitantes em

2013 (IBGE, 2012). Tem um dos cinco mais baixos IDHs entre as

capitais brasileiras, no valor de 0,737, ficando abaixo de Rio

Branco, Macapá, Porto Velho – na região Norte, e Maceió, na

região Nordeste.

A avaliação ambiental integrada é de fundamental importância

para a redução dos impactos ambientais que o ambiente

construído promove na sua implantação e manutenção.

Atualmente, as questões ambientais em geral têm sido colocadas

como preponderantes e direcionadoras para quase todas as áreas

de conhecimento. Na arquitetura, o meio ambiente, o contexto

onde se constrói e os condicionantes locais, historicamente,

sempre foram considerados pelos projetistas na criação dos

espaços construídos, uma vez que para existir conforto e

segurança era imprescindível a correta adaptação ao clima. Sendo

assim, quando não se podia contar com o condicionamento de ar

e iluminação artificial, as únicas opções para as edificações eram a

ventilação natural, a iluminação natural, o correto uso dos

materiais de construção para o condicionamento passivo.

Neste sentido, as facilidades proporcionadas pelo uso da energia,

principalmente a possibilidade de construir padrões

arquitetônicos independentes do clima local, rapidamente

causaram um gradativo e elevado crescimento de consumo

energético. O grande aporte de energia necessário para

manutenção desse modelo de edificação, extremamente

dependente de mecanismos artificiais de energia para garantia do

conforto ambiental, só passou a ser reconhecido como

problemático com a crise do petróleo, em 1973. Até esta época,

as questões energéticas e ambientais não eram entendidas como

urgentes, porque o custo da energia era irrisório e não havia uma

conscientização consolidada sobre a poluição ambiental gerada

pela produção da energia (PNEF, 2010).

A construção de uma edificação que se insere no contexto de

desenvolvimento sustentável é aquela que modifica o ambiente

natural de maneira a produzir um ambiente confortável,

adequado ao clima local, energeticamente eficiente e com baixo

custo de manutenção. Conforto ambiental e eficiência energética

são, portanto, premissas do novo modelo construtivo.

Com a finalidade de aprofundar a articulação com a Hemorrede

Pública Nacional, o Ministério da Saúde, por meio da

Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados – CGSH definiu a

“Atenção aos Pacientes Portadores de Doenças Hematológicas”

em parceria com a “Qualificação dos Serviços Públicos de

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Hemoterapia e Hematologia”, como um dos eixos prioritários de

gestão, a ser continuado, para o período de 2011/2014.

A situação encontrada junto à hemorrede pública do país, ainda

persiste na necessidade de avançarmos em grandes desafios, tais

como: a integração e articulação entre os serviços de

hemoterapia; a racionalização de procedimentos, investimentos,

compras e demais procedimentos inerentes ao processo de

trabalho.

A Qualificação dos Serviços envolve processos de trabalho que

agregam qualidade ao ciclo do sangue e a atenção aos pacientes

portadores de doenças hematológicas, permitindo avanços e

melhoria significativa dos serviços e produtos ofertados pela

hemorrede.

O resultado do trabalho inicial de diagnóstico da Hemorrede,

realizado por meio do Programa Nacional de Qualificação – PNQH,

voltado aos Hemocentros Coordenadores, demonstra a

necessidade da continuidade de ações de melhoria e a

implantação de alguns processos, dentre eles: a elaboração de

projeto de estudo e pesquisa com vistas à adequação da estrutura

física do conjunto de edifícios que compõem a HEMOREDE

NACIONAL, cujos resultados transportamos para a ação de

“Atenção aos Pacientes Portadores de Doenças Hematológicas”.

Tendo em vista os estudos já desenvolvidos até o presente

momento, a reabilitação ambiental sustentável dos edifícios dos

Hemocentros Coordenadores representa propostas para a

melhoria das condições da oferta de serviço, aumento da

qualidade de trabalho dos funcionários, otimização dos processos

desenvolvidos, o conforto ambiental dos usuários e ocupantes da

edificação e a redução dos impactos ambientais por meio da

eficientização dos sistemas componentes do espaço construído.

Recursos Humanos necessários à execução do projeto:

Nível Nacional, com equipe composta por profissionais

técnicos e de nível superior com experiência nas

respectivas áreas, com ênfase nos processos a serem

trabalhados durante o período de vigência do projeto;

Nível Médio e Estagiários com experiência nas

respectivas áreas objeto do estudo e para apoio das

atividades de Administração, webdesigner, desenho

técnico, simulação computacional, programação visual e

diagramação dos relatórios para publicação.

Preferencialmente utilizaremos nesse projeto, os

profissionais selecionados por meio do edital LaSUS-

FAU-UnB 01/2010 que atuaram no Projeto intitulado:

“Segurança Transfusional e qualidade do sangue e

hemoderivados/aperfeiçoamento e avaliação de

serviços de hemoterapia e hematologia” - “Projeto de

Estudo e Pesquisa para Adequação do Edifício de

Serviço de Hemocentro Público, apoiadas nas premissas

de APO/Retrofit, Etiquetagem Predial e Procel”, por

terem experiência e know-how adquiridos durante o

projeto de pesquisa realizado. Se necessário, caso o

banco de profissionais do LaSUS-FAU-UnB não seja

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suficiente para o projeto em questão, faremos nova

seleção pública para contratação de novos profissionais.

1.1. Objetivos

O objetivo geral deste trabalho é apresentar os procedimentos

metodológicos e diretrizes gerais no contexto da avaliação

ambiental integrada do edifício do HEMOAM. As diretrizes

propostas neste estudo foram desenvolvidas dentro da fase de

estudo preliminar de arquitetura; após a incorporação das

contribuições identificadas nas etapas de Diagnóstico Energético -

Retrofit e Etiquetagem de Eficiência Energética. Estas duas etapas

serão abordadas ao longo deste relatório.

Aplicar o modelo de projeto de estudo e pesquisa de referência

para três edificações da rede de saúde, com vistas à reabilitação

ambiental sustentável tendo como base a aplicação dos métodos

Suporte técnico-científico para resultados de saúde e qualidade

de vida, Avaliação Pós-Ocupação – APO, Retrofit Energética, e

Etiquetagem de Eficiência Energética PROCEL.

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1.2. Procedimentos Metodológicos

Para a realização deste trabalho foram aplicados os métodos da

Avaliação Pós-Ocupação (APO); Diagnóstico Energético – Retrofit;

e Etiquetagem do Nível de Eficiência Energética de Edifícios;

compondo um importante instrumento de avaliação ambiental

integrada.

A utilização deste instrumento se justifica tendo em vista a

redução dos impactos sociais, econômicos e ambientais inerentes

ao ciclo de vida de edifícios. Os métodos empregados para a

realização deste trabalho são pautados, principalmente, pela

avaliação de variáveis do projeto arquitetônico. Neste sentido,

toda a análise se inicia a partir dos impactos deste desde a sua

implantação no sítio. Quanto aos aspectos arquitetônicos,

podemos citar que a análise foi feita a partir da adequação quanto

à orientação das fachadas, materiais superficiais, componentes

construtivos e suas relações com as condições climáticas locais.

Na dimensão climática, ressalta-se a peculiaridade climática da

cidade de Manaus, locus do projeto em questão.

Em decorrência da interação entre os elementos do edifício e o

clima local, surgem importantes balizadores da qualidade do

espaço; por exemplo: a percepção dos usuários (física, emocional

e sensorial). Desta forma, os métodos de avaliação escolhidos

para o desenvolvimento do trabalho se caracterizam como

importantes ferramentas de identificação dos aspectos

mencionados.

De um modo didático, estão listadas as atividades e metas

alcançadas com a finalização deste projeto de pesquisa:

Elaboração de roteiro de avaliação das características

dos edifícios com base em parâmetros de

sustentabilidade;

Seleção das Hemorredes Estaduais a serem classificadas

para o estudo/pesquisa com base nos resultados do 1º e

2º ciclos de visitas do PNQH e que atendam a

metodologia desenvolvida em conjunto pela CGSH e

pelo LaSUS-FAU-UnB;

Assessoramento e visitas técnicas aos estados pré-

classificados, para identificação do edifício objeto do

projeto;

Levantamento, consolidação e análise de dados

referentes às visitas técnicas, realizados aos edifícios

dos Hemocentros Públicos Coordenadores identificados;

Elaboração, aplicação e análise dos dados coletados por

meio de formulário modelo para pesquisa de Suporte

técnico-científico para resultados de saúde e qualidade

de vida.

Elaboração, aplicação e análise dos dados coletados por

meio de formulário modelo para pesquisa de “Análise

Pós Ocupação - APO” dos edifícios identificados.

Elaboração, aplicação e análise dos dados técnicos sobre

a estrutura física desses edifícios, com foco nas

premissas de um RETROFIT;

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Elaboração, aplicação e análise dos dados técnicos sobre

a estrutura física dos edifícios, com foco nas premissas

da Etiquetagem Predial;

Elaboração de modelo de adequação final aos princípios

da reabilitação ambiental sustentável, nos edifícios de

HEMOCENTROS PÚBLICOS COORDENADORES

selecionados.

1.3. Dados gerais de Manaus/AM

Neste tópico, será detalhado o plano diretor da cidade de

Manaus, com destaque para a zona 18 (dezoito), onde está

inserido o HEMOAM, objeto de estudo desta pesquisa aplicada. A

cidade de Manaus será abordada em seus aspectos de

infraestrutura, com o novo panorama como cidade sede da Copa

do Mundo, e em seus aspectos mais técnicos, em relação aos

dados ambientais e climáticos.

1.3.1. Plano Diretor

Destaca-se o Plano Diretor Urbano e Ambiental de Manaus e sua

relação com o edifício de saúde em questão. O Plano Diretor está

regulamentado por meio da Lei 671/2002. Nele, pode-se destacar

as estratégias de uso e ocupação do solo:

Instituir, consolidar e revitalizar centros urbanos dinâmicos;

Incentivar a adoção de padrões urbanísticos e arquitetônicos

condizentes com as características climáticas e culturais de

Manaus, com a intenção de melhorar as condições ambientais das

edificações e criar uma nova identidade urbanística para a cidade.

O edifício do HemoAM está localizando na zona de estruturação

urbana (UES) 18. Esta zona caracteriza-se pela disponibilidade de

infraestrutura e serviços urbanos e pela presença de imóveis não

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utilizados e subutilizados; destinando-se à intensificações e

dinamização do uso do solo. (Figura 1).

Para esta zona, o Plano Diretor amplia os níveis de adensamento

construtivo, condicionadas à possibilidade de infraestrutura e

serviços e à sustentabilidade urbanística e ambiental;

Também pretende prever a ampliação da disponibilidade e

recuperação de equipamentos e espaços públicos. E, como

estratégias de construção da cidade: pode-se afirmar que o Plano

Diretor tem também pretende prevenir e/ou corrigir efeitos de

degradação do ambiente urbano que comprometam a qualidade

de vida da população.

1.3.2. Infraestrutura para grandes eventos

A cidade de Manaus, Amazonas, foi escolhida como a sede

representante da região amazônica na copa do mundo. Para que a

cidade fosse escolhida como sede, a FIFA exigiu o envio de um

caderno de encargos contendo suas propostas para o estádio

(adequado em nível mundial pela entidade), infraestrutura,

mobilidade urbana, aeroportos, segurança, rede hoteleira,

equipamentos esportivos entre outros. Neste sentido, destaca-se

as medidas de sustentabilidade urbana que a cidade de Manaus

teve que se submeter.

Diversas firmas de consultoria do mundo trabalharam para a

criação do projeto Manaus Copa 2014 de modo a associar

desenvolvimento econômico à conservação ambiental,

relacionando um evento de massa e suas exigências a um

ambiente ecologicamente correto a curto prazo. A proposta é que

os edifícios construídos estejam adequados aos sistemas de

economia de água, aproveitamento de ventilação e refrigeração

natural, reuso de águas pluviais e soluções de iluminação tanto

natural quanto artificial mais rentáveis. O mesmo se aplicaria às

soluções de paisagismo e mobilidade. Com esta empreitada, o

Governo do estado do Amazonas previu que pudessem ser

gerados em torno de 50 mil empregos diretos e 120 mil indiretos.

Figura 1 – Imagem de satélite da Cidade de Manaus com destaque para Zona 18. Adaptado de Google Maps, 2014.

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A Arena Amazônia1 foi instalada no local do antigo Estádio Vivaldo

Lia, foi inaugurado no dia 9 de março de 2014, fica ao lado do

sambódromo de Manaus, do novo Centro de Convenções do

Amazonas, da arena poliesportiva e ao Centro de Hematologia e

Hemoterapia do Amazonas (Figura 2 e Figura 3). Esta região de

dinamização econômica está a uma distância de

aproximadamente 6 km do centro histórico da cidade e da orla do

Rio Negro.

Baseado nas metas sustentáveis de toda a proposta da cidade

como sede da copa do mundo, a obra adotou medidas para obter

certificações de sustentabilidade2. Componentes do antigo

estádio foram reutilizados em diversos outros municípios do

estado.

1 Projeto do escritório alemão Gerkan Marg und Partner (GMP),

destacando os traços inspirados em um cesto de palha indígena, representados pela fachada e cobertura única em estrutura metálica. Área construída: 170.000 m²; 2 A Arena da Amazônia possui os certificados ISO 9001 (Qualidade), ISO

14001 (Meio Ambiente) e OHSAS 18001. E também submeteu o projeto aos procedimentos do LEED.

Figura 2 – Arena da Amazônia com destaque para a proximidade do Hemocentro. Fonte: AMAZONAS, 2014.

Figura 3 – Imagem aérea da Arena Amazônia e seu entorno. Fonte: BRASIL 2013.

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O governo do estado do Amazonas apresentou algumas obras de

infraestrutura e mobilidade urbana para o evento, como a

requalificação urbana do Largo do Sebastião - Centro histórico; a

ampliação do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes; a

revitalização da estação hidroviária do Porto de Manaus, a criação

do BRT - Bus Rapid Transit. Monotrilho e o memorial Encontro das

Águas (Figura 4 e Figura 5).

Entretanto apesar da boa quantidade de propostas, pouco será

aproveitado para o período da copa, sendo as únicas garantidas a

Arena da Amazônia e o Aeroporto. Ainda assim a Arena não

atenderá a curto prazo toda sua proposta sustentável por

problemas de liberação de verbas. A criação do BRT enfrenta um

problema assim como o Monotrilho sendo que ambos não haviam

iniciado suas obras até o final de 2013, e sua previsão de

conclusão pode chegar até 2020, 6 anos depois do esperado. A

revitalização do porto também não havia começado em dezembro

de 2013. O Memorial Encontro das Águas foi um projeto assinado

por Oscar Niemeyer e o local escolhido pela FIFA para a realização

do Fun Festival, como um ponto turístico entre os rios Negro e

Solimões, mas os 9 mil metros quadrados que seriam construídos

no Mirante da Embratel enfrenta problemas de licença ambiental

e questões jurídicas de tombamento, já que o local escolhido é

patrimônio histórico.

Dessa forma, o governo local buscou soluções para tentar

amenizar esses problemas e os futuros para o evento. Como

alternativa a curto prazo para o BRT, decidiu-se por criar um

corredor de faixas exclusivas no mesmo trajeto que transitaria o

BRT, uma das faixas é a avenida que margeia o terreno do

HEMOAM, portanto, dotando a região da cidade de melhores

condições de mobilidade urbana.

Figura 4 – Projeto do monotrilho no sentido Norte-Centro. Fonte: MANAUS, 2014.

Figura 5 – Memorial Encontro das Águas. Fonte: MANAUS, 2014.

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1.3.3. Arquitetura Bioclimática e Caracterização do Clima

A arquitetura bioclimática baseia-se na correta aplicação dos

elementos arquitetônicos com o objetivo de fornecer ao

ambiente construído um alto grau de conforto higrotérmico com

baixo consumo de energia. O conforto higrotérmico está

relacionado à produção de calor pelo corpo humano relativo ao

metabolismo. Esse calor é dissipado continuamente para o

ambiente. Quando a velocidade de produção de calor é

exatamente igual à velocidade de perda, diz-se que a pessoa está

em equilíbrio térmico (ROMERO, 2011: 242).

Quando essa troca de calor entre o corpo humano e o meio

acontece de forma equilibrada, diz-se que o indivíduo encontra-se

na Zona de Conforto. É definida por um intervalo nos valores de

umidade (30% e 70%) e temperatura (entre 23°C – 27°C),

podendo variar, dependendo de outros fatores como, por

exemplo, o efeito resfriativo do vento, região, sexo, idade,

vestimenta.

As Cartas Bioclimáticas, principalmente a desenvolvida por Givoni

(1994), associam informações sobre a zona de conforto térmico,

clima local e as estratégias de projeto indicadas para cada período

do ano (Figura 6). São enumeradas 9 (nove) zonas onde são

lançadas estratégias bioclimáticas que podem ser classificadas em

naturais (sistemas passivos) e artificiais (sistemas ativos). As zonas

naturais são as que não gastam energia para seu funcionamento:

ventilação natural, resfriamento evaporativo, massa térmica (que

aumenta inércia térmica da construção), aquecimento solar

passivo, etc. Os sistemas artificiais de uso mais comum na

arquitetura são ventilação mecânica, aquecimento e refrigeração.

Figura 6 – A Carta Bioclimática de Givoni relaciona a temperatura seca do ar (A), razão de umidade (B) e a temperatura úmida do ar (C). Fonte: NBR 15220 – Desempenho térmico de edificações - Parte 3.

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23

A norma brasileira para o Desempenho Térmico de Edificações

(NBR 15220), em sua parte 3, propõe um Zoneamento

Bioclimático para o Brasil que contêm oito zonas. Cada Zona

Bioclimática (ZB) apresenta diferentes características climáticas

das regiões brasileiras (Figura 7).

Além disso, para cada ZB são indicadas estratégias para melhorar

as condições de conforto térmico no ambiente construído. Essas

recomendações baseiam-se justamente na Carta Bioclimática de

Givoni (1994) adaptada para as características climáticas

brasileiras. As estratégias sugeridas na NBR 15220-3 estão dividias

em: aquecimento artificial (calefação), aquecimento solar, massa

térmica para aquecimento, desumidificação, resfriamento

evaporativo, massa térmica para resfriamento, ventilação,

refrigeração artificial e umidificação do ar.

Segunda esta metodologia, a cidade de Manaus encontra-se

presente na ZB 8, na qual NBR 15220-3 estabelece as seguintes

estratégias:

Ventilação cruzada permanente;

Sombreamento de fachadas;

Paredes leves e refletoras;

Coberturas leves e refletoras.

Figura 7 – Zoneamento Bioclimático brasileiro. Fonte: NBR 15220 – Desempenho térmico de edificações - Parte 3.

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24

A ventilação cruzada permanente é essencial para a promoção do

efeito de resfriamento evaporativo e desumidificação do ar no

interior dos ambientes. É importante destacar que o

condicionamento passivo será insuficiente durante as horas mais

quentes do ano (Figura 8). Além disso, o sombreamento das

aberturas, principalmente as áreas envidraçadas, utilização de

superfícies leves e refletoras são estratégias fundamentais para as

edificações na ZB 83.

Manaus encontra-se a 3°S do Equador, na zona de máxima

radiação solar. Takeda (2005) afirma que não são observadas, em

Manaus, flutuações na duração dos dias e noites ao longo do ano

e das estações, a não ser pela presença de um período chuvoso

(“inverno”) um período seco (“verão”). Os dados oficiais do

INMET – Instituto Nacional de Meteorologia indicam que o total

pluviométrico anual da região varia de 1600 a 3000 mm, sendo

que em Manaus a média anual é cerca de 2291,8 mm. O mês de

março é o mais chuvoso com 14,5% (332,7 mm) e o de agosto o

mais seco com 2,3% (52,4 mm).

Loureiro et al (2002) interpretam a carta bioclimática de Manaus

que indica necessidade do uso de condicionamento do ar, mas, de

acordo com a análise de freqüências de temperaturas, 74% dos

pontos estão sobrepostos sobre a área abaixo de 28°C, na zona 2

(ventilação), indicando sua grande necessidade para a cidade.

3Manaus e Belém pertencem a Zona Bioclimática 8, onde as diretrizes bioclimáticas para projetos são agrupadas. No documento da norma, a cidade de Belém é escolhida para representar a Zona 8.

Os autores ainda destacam que, na cidade de Manaus, as horas de

conforto são quase zero, de acordo com os parâmetros

estabelecidos por Givoni. As estratégias indicadas para

proporcionar condições de conforto são a ventilação, a utilização

de sistemas mecânicos de resfriamento e sombreamento em todo

o ano. O uso de inércia térmica associado ao sombreamento

também pode ser indicado, sendo porém, passível de estudos e

medições em campo que confirmem sua eficiência para o clima da

cidade.

Takeda (2005) destaca três fatores fundamentais a serem

considerados para o clima de Manaus: o sol, o vento e as chuvas.

Diante desses fatores, enumera estratégias a serem perseguidas:

Figura 8 – Zona Bioclimática 8 e a Carta Bioclimática representando as cidades desta zona (Bélem – PA). Fonte: NBR 15220 – Desempenho térmico de edificações - Parte 3.

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25

Figura 10 – Distribuição da Radiação Solar ao longo do ano na cidade de Manaus. Fonte: Software Ecotect, 2014.

Quadro de Estratégias

Diminuição da condução do calor

através do envelope (parede, piso e

cobertura)

Com o uso de parede dupla isolada por ventilação permanente e de baixa inércia térmica. Parede interna feita com placa estrutural OSB (Oriented Stand Board), composto de tiras de madeira e resina e baixo custo. Externamente tábuas de madeiras serradas. As coberturas serão aceitas coberturas com transmitância térmicas acima dos valores tabelados desde que atendam às seguintes exigências: a) Contenham aberturas para ventilação em, no mínimo, dois beiras opostos; b) As aberturas para ventilação ocupem toda a extensão das fachadas respectivas.

Otimização da

Ventilação

Criação de captador de vento que promova a circulação de ar interno através da diferença de pressão atmosférica, criando o efeito chaminé. Ventilação cruzada e permanente em áreas de uso comum.

Controle da Radiação

Solar Incidente

Por meio de sombreamento de janelas e beirais largos e Quebra Sol / Quebra Chuva

Utilização de

vegetação

Com o plantio de árvores, arbustos e forrações. As áreas vegetadas tendem à estabilizar a temperatura e evitar os extremos por serem bons absorventes de calor. Plantar árvores na fachada leste/oeste, a fim de diminuir a incidência solar.

Diretrizes de

sustentabilidade

Utilização de material de Baixo Impacto Ambiental com ênfase na Tecnologia Apropriada como: Placas de OSB: de Impacto Ambiental Reduzido, onde não são utilizadas árvores adultas no fabrico da placa. A sua matéria-prima é constituída unicamente por madeira de pequena dimensão, proveniente de florestas geridas de forma sustentável. Além disso, é totalmente reciclável. Madeira proveniente de floresta de manejo da própria região.

Reutilização da Água

da Chuva,

Criação de captação de calha, passando por filtragem e armazenamento em cisternas próprias.

Reuso de águas

servidas (água cinza):

Deve ser dado um novo uso às águas provenientes de chuveiro e lavatório e tanque, filtradas, armazenadas e reutilizadas para lavagem de calçadas, carros, irrigação de horta e manutenção do jardim.

Fonte: Adaptado de Takeda (2005, p. 01).

Para o início da Avaliação Pós-Ocupação com vistas à melhoria

ambiental e energética da edificação, é fundamental a

caracterização do clima do local. Para tanto, será apresentada a

Carta Solar para a cidade de Manaus.

Observa-se nas Figura 9 e Figura 10 a distribuição dos níveis de

radiação ao longo do dia, mesmo com as pequenas diferenças

entre as cidades, a distribuição dos extremos climáticos ao longo

do dia são equivalentes, pois tratam-se de cidades com o clima

tropical.

Figura 9 – Carta solar de Manaus Fonte: Software Ecotect, 2014.

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26

1.3.4. Caracterização das Normais Climatológicas

A cidade de Manaus possui clima tropical quente e úmido.

Apresenta duas estações distintas ao longo do ano, em relação às

temperaturas médias e umidade do ar (Tabela 1).

Em relação a pressão atmosférica estudada, é possível observar

que no mês de Novembro obteve-se o valor mínimo encontrado

de 1002,3 hPa. E no mês de Julho, o valor máximo (1005,4 hPa).

Tabela 1 – Comparação entre temperaturas: Máx., Mín. e Médias e umidades relativas médias mensais.

Gráfico 2 – Normais climatológicas: pressão máxima.

Gráfico 1 – Normais climatológicas: pressão ao nível da estação.

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27

A partir das informações estudadas sobre a temperatura do ar de

Manaus. Obteve-se: em relação a temperatura máxima, o maior

valor foi encontrado no mês de Setembro (32,9 C°) já o menor

valor, no mês de Fevereiro (30,4 C°). Em relação a temperatura do

ar mínima, o maior valor foi encontrado entre os meses de

Outubro e Novembro (23,7 C°) já o menor valor, no mês de Julho

(22,7 C°). Já os valores de temperatura máxima absoluta

encontrados, o mês de Novembro apresenta o maior valor

encontrado (38,25 C°) enquanto o mês de Junho o menor valor

(33,75 C°). Em relação aos valores de temperatura do ar mínima

absoluta encontrados, o mês de Novembro apresenta o maior

valor encontrado (38,25 C°) enquanto o mês de Junho o menor

valor (33,75 C°) (Gráfico 3).

Sobre as informações sobre os valores sobre a umidade relativa

do ar ao decorrer do ano, a média do mês de Março é a maior

encontrada (88 %), enquanto entre os meses de Agosto e

Setembro, apresenta-se o menor valor (77 %) (Gráfico 4).

Gráfico 3 – Normais climatológicas: temperatura do ar (ºC).

Gráfico 4 – Normais climatológicas: Umidade do ar média (%).

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28

Em relação a informação sobre os valores de evaporação ao

decorrer do ano, Agosto é o mês com a maior taxa de evaporação

(102,5 mm), e o mês de Fevereiro apresenta o menor valor

encontrado (45 mm) (Gráfico 5).

Já em relação ao nível de precipitação, o mês com o maior valor

foi Março (340 mm) e o mês de Agosto, com o valor mínimo (50

mm). De acordo com o estudo da precipitação máxima, o mês

com o maior valor encontrado foi Abril (180 mm) e o de menor

valor foi Agosto (60 mm) (Gráfico 6).

Gráfico 5 – Normais climatológicas: evaporação (mm).

Gráfico 6 – Normais climatológicas: precipitação (mm).

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29

Em relação aos níveis de insolação, o mês de Agosto é o que

apresenta o maior valor encontrado (220h) já o mês de Fevereiro,

o menor valor (85 h) (Gráfico 7).

Com relação a nebulosidade, destaca-se que o valor máximo

encontrado o maior valor encontrado (220 h) já o mês de

Fevereiro, o menor valor (0,70 déc.) se estende entre os meses de

Novembro a início de Maio, com queda no valor até junho se

estabilizando no valor mínimo (0,50 déc.) entre Julho e Setembro

(Gráfico 8).

A partir da análise das normais climatológicas da cidade, pode-se

afirmar que as estratégias bioclimáticas para Manaus, se

resumem em estratégias para o período de Verão, são elas:

Ventilação Cruzada;

Refrigeração artificial;

Sombreamento das aberturas.

Gráfico 7 – Normais climatológicas: insolação (H).

Gráfico 8 – Normais climatológicas: nebulosidade (déc).

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30

2. AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO (APO)

A Avaliação Pós-Ocupação (APO) consiste na avaliação do

desempenho físico/ambiental e da satisfação do usuário. Os

métodos e técnicas de APO, aplicados originalmente em

habitações de interesse social, foram desenvolvidos por Roméro e

Ornstein (2003). Diagnosticam fatores positivos e negativos no

decorrer do uso da edificação. Na APO são avaliados aspectos

socioeconômicos, infraestrutura, satisfação dos usuários, sistemas

construtivos, funcionalidade, consumo energético e conforto

ambiental.

2.1. Objetivo e objeto da avaliação

O objetivo da APO é avaliar o desempenho do edifício após o seu

uso regular, neste relatório, a APO terá ênfase ambiental, com

foco energético e sustentável.

O objeto de avaliação deste estudo é o edifício sede do Centro de

Hematologia e Hemoterapia do Estado do Amazonas - HEMOAM.

O edifício está localizado na Avenida Constantino Nery, número

4397, Bairro da Chapada. O complexo edificado apresenta área

construída de 8.000 m².

Durante o desenvolvimento das atividades de pesquisa, foi

discutida a possibilidade de integração deste edifício ao Centro

Psiquiátrico Eduardo Ribeiro e ao novo Hospital do Sangue que

ocupam os terrenos vizinhos, a sul e a oeste do Hemocentro,

respectivamente (Figura 11). Neste sentido, as imagens finais que

apresentam o estudo preliminar realizado, já incorporam esta

diretriz de unificação das áreas comuns, o que proporcionou a

criação de um espaço público entre os edifícios de saúde com

mais qualidade.

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Figura 11 - Localização do HEMOAM próximo ao Estádio Arena Amazônica.

Fonte: Adaptado de Google Maps, 2014.

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31

2.2. Caracterização do Entorno

O Complexo HemoAM está situado entre em uma esquina com

avenidas de grande fluxo automotivo, sendo vias de grande

acesso de veículos da região, a Avenida Constantino Ney e a

Avenida Pedro Teixeira. Há também um acesso em cada uma das

avenidas (Figuras 15 e 16).

Figura 14

Figura 13

[Digite uma citação do

documento ou o

resumo de uma

questão interessante.

Você pode posicionar a

caixa de texto em

qualquer lugar do

documento. Use a guia

Ferramentas de Caixa

de Texto para alterar a

formatação da caixa de

texto da citação.]

Figura 15– Av. Constantino Ney e acesso de pedestres, automóveis e ponto de ônibus.

Figura 16 – Av. Pedro Teixeira – Passarela pública, acesso e estacionamento lateral.

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32

2.3. Método para Avaliação de Desempenho Ambiental

2.3.1. Projeto Arquitetônico

Na primeira fase da APO foi fundamental a análise das plantas

arquitetônicas da edificação. Destaca-se que foi necessário um

levantamento in loco de uma série de dados de projeto tendo em

vista informações desatualizadas, ou inexistentes, nas plantas

fornecidas inicialmente. Desta forma, foram verificadas e

complementadas as informações necessárias para viabilizar a

aplicação da APO.

O edifício do HEMOAM é composto morfologicamente por um

complexo construído com 5 volumes interligados, e, ao mesmo

tempo, independentes. Os blocos levam as letras: A, B, C, D e E.

Apresenta-se, inicialmente a perspectiva do complexo edificado

avaliado nesta análise ambiental integrada. Os blocos podem ser

identificados por cores diferenciadas. O bloco A – azul. Blocos B, C

e D, verde; e o bloco E, amarelo. (Figura 17).

Pode-se observar as fachadas Leste e Oeste (Figura 18 e Figura

19).

Figura 18 – Fachada Leste.

Figura 19 – Fachada Oeste.

Figura 17 – Perspectiva do complexo edificado.

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33

Para início das atividades das medições dos aspectos

de conforto térmico, luminoso e sonoro, foram

estabelecidos ambientes-tipo com base nas plantas

arquitetônicas. Ambientes-tipo são recintos escolhidos

na avaliação pós-ocupação para representar as

condições gerais (ambientais) da edificação, tendo em

vista a impossibilidade ou a limitação de realização das

medições na totalidade dos recintos. As similaridades

em termos de orientação, área, atividade

desenvolvida, entre outros; foram fatores

determinantes para a escolha dos ambientes-tipo.

No caso do Hemocentro do Amazonas, com a finalidade

de compreender melhor a qualidade dos ambientes do

edifício, foram identificados ambientes

representativos, onde foram entrevistados os usuários.

Como, por exemplo, o ambiente: Sala de Espera dos

Doadores (Figura 20, Figura 21 e Figura 22).

Figura 20 – Planta Baixa do Salão de Espera dos Doadores.

Figura 21 – Planta de Locação.

Figura 22 – Exemplo APO Recepção Doadores (Bloco C).

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34

2.3.2. Procedimentos para Medições in loco

Foram realizadas algumas atividades relacionadas com os

procedimentos que antecedem as medições da análise ambiental.

Primeiramente foram levantados os equipamentos necessários

para a coleta de dados de temperatura e umidade do ar (termo-

higrômetro); níveis de iluminânicias (luxímetro); e níveis de ruído

(decibelímetro). A Figura 23 apresenta os equipamentos utilizados

nas medições.

Foram levantadas as principais normas nacionais e internacionais

para a realização das medições in loco dos dados relativos ao

conforto térmico, luminoso e sonoro na edificação. Este

levantamento é importante para a correta coleta de dados, tendo

em vista a aplicação da metodologia prevista nas normas. Além

dos equipamentos e procedimentos que devem ser adotados nas

medições, as normas também estabelecem níveis adequados de

conforto (térmico, sonoro e luminoso) que servem de parâmetros

para os dados coletados. Desta forma, listam-se algumas normas

de referência:

ISO/DIS 7726/96 – Ambientes Térmicos – Instrumentos

e métodos para medição dos parâmetros físicos;

NBR 5382 – Verificação da iluminância de interiores;

NBR 5413 – Iluminância de Interiores;

NBR 15215-2 – Procedimentos de cálculo para a

determinação da iluminação natural em ambientes

internos;

NBR 10151 – Acústica – Avaliação de ruído em áreas

habitadas visando o conforto da comunidade –

procedimentos;

NBR 10152 – Níveis de ruído para o conforto acústico.

Este trabalho técnico foi desenvolvido a partir dos procedimentos

metodológicos de medição de parâmetros de conforto térmico,

luminoso e sonoro. No entanto, não foram feitas as medições em

todos os ambientes-tipo previamente selecionados. Essas

medições não ocorreram conforme previsto pelo fato de que

parte dos ambientes escolhidos encontravam-se reforma ou já

tinham projeto de reforma aprovado nas instâncias

administrativas, o que tornaria dispensável uma avaliação da sua

qualidade ambiental atual, uma vez que brevemente seria

alterada sua conformação ou uso. Neste sentido, foram feitas

algumas medições de ambientes de maior uso, além dos espaços

externos e nas áreas comuns do edifício. Para isso, lista-se as

referências normatizadas considerada nos estudos de medição.

Figura 23 – Equipamentos de medição dos parâmetros ambientais.

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35

a) Medição de Conforto Térmico

Com relação ao conforto térmico, aplica-se a norma do

MINISTÉRIO DO TRABALHO, NR17/1990 – Ergonomia: item 17.5 –

que trata das condições de conforto aplicado a ambientes de

trabalho dependendo do tipo de atividade executada. Para as

atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constante

como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de

desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros,

lembramos que são recomendadas as seguintes condições de

conforto: a. níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR

10152; b. índice de temperatura efetiva entre 20ºC e 23ºC; c.

velocidade do ar não superior a 0,75m/s; d) umidade relativa do

ar não inferior a 40%.

b) Medição de Conforto Luminoso – Iluminação Natural e

Artificial

Para uma primeira percepção de iluminação natural e artificial dos

ambientes-tipo, foi utilizado luxímetro digital para coletar dados

unitários da iluminância do espaço. Seguindo a Norma ABNT NBR

5382 – Verificação de Iluminância de Interiores, o aparelho foi

posicionado em um plano horizontal a uma distância de 80cm do

piso, conforme instruções, sob temperatura ambiente entre 15ºC

e 50ºC. O método utilizado para a obtenção dos dados de um

ambiente foi desenvolver uma malha de pontos, coletando o nível

de iluminância (lux) de cada ponto, podendo dessa forma criar

uma malha de ISOlux.

c) Medição de Conforto Sonoro

Para realizar as medições de conforto sonoro nos espaços tipos

selecionados nos blocos do edifício, foi necessário dividir os

ambientes segundo suas tipologias arquitetônicas a partir da

utilização do espaço. Desta forma, os ambientes divididos foram:

salas de escritório, salas com uso de máquinas, ambientes de uso

comum, sala de aula, biblioteca e sala de projeção. O método

utilizado para as medições foram:

Medição decibelimétrica, que serve para medir a

intensidade de ruído existente no local;

Medições de tempo de reverberação, que determinam

o decaimento de intensidade de determinadas

freqüências num espaço de tempo, em uma

determinada sala;

Estudo da forma arquitetônica, para verificar o

comportamento das ondas sonoras no ambiente a partir

do local, material e tipo de fonte. Este estudo verifica

efeitos indesejáveis, como ressonância, reverberação,

entre outros.

2.3.3. Avaliação bioclimática do Edifício

A avaliação bioclimática do HemoAM foi desenvolvida por meio

de Simulações Computacionais. Para essas simulações

computacionais foram utilizados três programas tanto para

análise ambiental urbana quanto para a análise ambiental de

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edifícios, são eles: ENVI-met 3.1, Ecotect Analysis 2011 e ANSYS

(CFD), de ventilação natural. Para as análises referentes à escala

urbana da edificação em estudo, foi desenvolvido um modelo

computacional tridimensional no programa ENVI-met

representando as condições ambientais (características do clima

da cidade de Manaus), composição da superfície do solo; e

características dos volumes edificados presentes no recorte do

entorno imediato. Após a definição do recorte urbano a ser

simulado e construção do modelo, foram simulados os aspectos

de temperatura do ar, velocidade dos ventos, e umidade relativa

do ar.

Para as análises de percursos aparente do sol, incidência de

radiação e iluminação natural no edifício, foi utilizado o programa

Ecotect 2011. Desta forma, com base no levantamento

arquitetônico realizado, foi desenvolvido o modelo virtual do

edifício para a verificação dos níveis de radiação solar direta

incidente das fachadas, dimensionamento das proteções solares

(verificação da eficiência dos elementos propostos), e verificação

do potencial de aproveitamento da iluminação natural em

determinados ambientes. A verificação do potencial de

aproveitamento da iluminação natural se deu no âmbito da

análise da Autonomia de Lux do Dia – DA; que representa (em

porcentagens de horas ao longo do ano) a manutenção de um

determinado nível de iluminação natural. A Figura 27 apresenta os

resultados do modelo computacional desenvolvido, onde os

parâmetros analisados no software ENVI-met foram: temperatura

do ar, umidade relativa do ar e a velocidade do vento.

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a) Análise dos parâmetros microclimáticos

Os mapas apresentados aqui foram gerados para os horários das

9h, 12h e 15h para o período de Verão da cidade de Manaus. No

parâmetro temperatura do ar, os valores alcançam as mínimas de

25ºC e as máximas de 28ºC. No parâmetro umidade relativa do ar,

os valores variam entre 71 e 80%. No parâmetro ventilação

predominante, é possível observar que o bloco A é uma barreira

importante à mais adequada distribuição dos ventos no local.

A temperatura do ar na área analisada variou de 25°C a 28°C,

apontando uma baixa amplitude térmica ao longo do dia. A

variação se deve, principalmente, aos seguintes fatores:

incidência de radiação direta; materiais que compõe as

superfícies; e a vegetação.

Pela manhã (9 horas) foram encontrados os maiores trechos da

área onde a temperatura do ar é mais amena.

A umidade relativa na área analisada variou de 71.43% a 79.96%

em relação aos materiais superficiais. Ou seja, manteve-se estável

devido ao comportamento climático típico da cidade de Manaus.

A ventilação na área analisada variou de 0,25 m/s a 2,16 m/s em

relação à disposição dos elementos urbanos do entorno. Essa

variação ocorre devido aos diferentes efeitos que a velocidade

inicial do vento sofre ao encontrar com as edificações.

Temperatura do ar (K)

9h

12h

15h

Umidade Relativa do Ar (%)

9h

12h

15h

Velocidade do Vento (m/s)

9h

12h

15h

Figura 24 – Resultados da Simulações Computacionais. Fonte: Análise no Software ENVImet, 2014.

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38

b) Percurso Aparente do sol

A análise do percurso aparente do sol foi possível com a utilização

do software Ecotect. A partir da análise do sombreamento é

possível afirmar que o bloco A projeta sombra aos outros edifícios

de modo positivo, reduzindo a carga térmica que incidiria sobre

suas coberturas. Porém, é possível visualizar que grande parte do

estacionamento descoberto recebe toda a insolação. A grande

área do estacionamento é composta por asfalto, poucas áreas

vegetadas e nenhuma área sombreada, o que significa dizer que o

acumulo de carga térmica nesta área é prejudicial ao conforto dos

usuários do edifício bem como ao aumento dos custos

energéticos com o consumo excessivo dos aparelhos

condicionadores de ar. (Figura 26).

Figura 25 – Análise de sombreamento. Fonte: Ecotect Analysis – Autodesk.

Figura 26 – Percurso aparente do sol em carta solar tridimensional. Fonte: Ecotect Analysis – Autodesk.

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39

2.3.4. Iluminação Natural

A luz natural possui grande importância nos ambientes, não

apenas por possibilitar a economia de energia, mas por

proporcionar uma série de vantagens aos usuários:

Confere senso de especialidade.

Propicia vivacidade ao edifício.

Propicia um bom ambiente visual, por ser a melhor

reprodutora de cores.

A presença de aberturas também é importante por possibilitar o

contato visual com o exterior e desta forma informar as condições

adversas do mesmo.

É importante observar que, ao se falar em luz natural ou

aproveitamento da iluminação natural, faz-se referência apenas à

luz natural difusa, sem a presença da radiação direta.

Desta forma, o uso de elementos externos nas fachadas é sempre

recomendado, pois propiciam proteção solar reduzindo a carga

térmica interna, diminuindo o contraste de níveis de iluminância

internos e externos.

Os brises são vantajosos também, pois direcionam luz natural

difusa para o interior do edifício.

Analisando a configuração espacial, orientação solar e os

elementos externos de proteção dos Edifícios do Hemocentro,

nota-se potencial para o aproveitamento de iluminação natural

nas áreas periféricas do mesmo.

Durante a visita notou-se que, apesar do potencial para

aproveitamento da iluminação natural nas áreas periféricas, os

ambientes apresentam acionamento inadequado das luminárias,

pois não existe segmentação de circuitos para as luminárias

próximas às janelas.

Assim, diante do potencial para aproveitamento da iluminação

natural, sugerem-se algumas medidas para racionalização do

sistema de iluminação artificial:

Segmentar o sistema elétrico das luminárias próximas às

janelas e disponibilizar interruptores para estas

luminárias, permitindo que fiquem apagadas quando

existir iluminação natural suficiente.

Implantar sistemas de controle de iluminação com

sensores de luminosidade e reatores eletrônicos

dimerizáveis nas luminárias próximas às janelas.

Caso sejam adotados sensores de luminosidade e reatores

eletrônicos dimerizáveis, o controle da iluminação artificial deve

ser automático e gradual, conforme os níveis de iluminância

provenientes da luz natural. Neste caso, o sistema de controle

utiliza a iluminação natural disponível, mantendo a iluminância

requerida para cada atividade no plano de trabalho constante.

Além dos sistemas de controle mencionados, estão disponíveis no

mercado sistemas mais complexos, que integram todos os

recursos citados a um sistema de gerenciamento predial. Esses

sistemas permitem:

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

40

Controle automático dos horários de acionamento /

desligamento.

Controle automático e individual das funções do

ambiente.

Criação de cenários apropriados para diversas situações

de uso do ambiente, inclusive para economia de

energia.

Facilidade de operação.

Controle dinâmico da iluminação.

A mudança de layout entre as salas do Hemocentro posicionou

uma divisória na mesma posição de uma luminária já instalada,

sem que esta fosse removida, obstruindo parte de seu fluxo

luminoso, reduzindo sua eficiência energética. Este cenário deve

ser alterado, para isso, seguem algumas recomendações:

Prosseguir na substituição gradativamente o sistema de

iluminação fluorescente atual (40W) pelos sistemas que utilizam

lâmpadas de 32 e 28 W.

Segmentar os circuitos em grupos menores de

luminárias, principalmente em ambientes amplos,

dividindo-os por linhas de luminárias próximas e

afastadas das janelas e de forma a criar pequenos

grupos independentes de trabalho.

Segmentar o sistema elétrico das luminárias próximas às

janelas, permitindo que estas fiquem apagadas quando

os níveis de iluminância forem aceitáveis.

Disponibilizar aos usuários acesso aos interruptores a

todas as salas que não o possuem ou sistemas de

controle de iluminação por meio de sensores de

presença.

Alterar o layout das estações de trabalho de modo que

as telas dos computadores fiquem sempre que possível

em posição lateral às janelas, evitando-se ofuscamentos

nestas áreas de trabalho, permitindo a utilização da

iluminação natural.

Adotar programas para conscientização e educação dos

funcionários sobre a importância de se conservar

energia e de que forma podem-se evitar desperdícios.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

41

2.3.5. Velocidade e incidência da ventilação natural

São apresentados neste sub-tópicos os gráficos de incidência de

ventilação gerados com auxílio do software Ecotect. Após análise

dos dados levantados é possível afirmar que a velocidade do ar no

local aumenta no horário da tarde, após às 15h e que a fonte de

ventilação predominante advém do leste e, em segundo lugar, no

nordeste (Figuras 27 e 28).

a) Análise da carta solar

A partir da análise da carta solar, é possível compreender que o

edifício denominado bloco A tem implantação adequada, uma vez

que possui as menores fachadas voltadas para as direções leste e

oeste. No entanto, suas grandes fachadas voltadas para o norte e

para o sul também recebem significativa radiação durante ao

longo do dia. Estas fachadas necessitam de proteção solar

especial, que evitem o superaquecimento dos ambientes, ou

ainda, que reduzam o consumo de condicionamento de ar com a

redução da carga térmica incidente (Figura 29).

Figura 29 – Análise da incidência de radiação solar por orientação (média mensal em Wh). Fonte: Ecotect Analysis – Autodesk.

Figura 27 – Velocidade dos ventos predominantes. Fonte: Ecotect Analysis – Autodesk.

Figura 28 – Frequência de ocorrência dos ventos. Fonte: Ecotect Analysis – Autodesk.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

42

b) Análise do círculo bioclimático

Na Figura 30 – Análise com o Círculo Bioclimático LaSUS. é feita

uma análise em algumas das condicionantes bioclimáticas

presentes no edifício: incidência da ventilação natural, visuais e

ruídos, em cada uma das orientações.

Figura 30 – Análise com o Círculo Bioclimático LaSUS.

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43

c) Análise do comportamento da ventilação no edifício

Foram feitas simulações computacionais do desempenho da

ventilação natural com auxílio do programa ANSYS / CFX. Esses

resultados podem ser apresentados em planta e corte

esquemático do edifício. As cores frias (azul e verde) representam

valores de calmaria de ventos, já as cores quentes (amarelo e

laranja) representam valores de canalização e velocidade elevada

dos ventos dominantes.

Figura 31 – Análise do fluxo dos ventos predominantes - Leste (planta e corte).

Figura 32 – Análise do fluxo dos ventos predominantes - Norte (planta e corte).

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44

d) Análise da radiação solar

Foram feitas simulações de radiação solar com o auxílio do

programa ECOTECT, dessa forma, verifica-se valores inferiores a

540 W/h dos edifícios, valores da ordem de 3.600 W/h no entorno

imediato entre os edifícios e valores superiores a 5.000 W/h nas

áreas do entorno com melhor influência do sombreamento dos

edifícios.

Figura 34 – Simulação de Incidência de Carga Térmica por radiação solar direta – Valores anuais acumulados – Em planta (Wh/m²).

Figura 33 – Simulação de Incidência de Carga Térmica por radiação solar direta – Valores anuais acumulados (Wh/m²).

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45

e) Análise da eficiência dos brises

A partir do modelo tridimensional desenvolvido em software livre

SketchUp, foram representados os brises de proteção solar. Os

mesmos brises foram também modelados no software ECOTECT,

onde, a Figura 38 apresenta a máscara de sombra, na cor cinza,

para o mascaramento de sombra da fachada noroeste do edifício,

cuja radiação apresenta-se mais intensa.

Figura 35 – Maquete eletrônica do Edifício – Destaque para os brises.

Figura 36 – Fachadas Leste com brises do HemoAM.

Figura 37 – Fachadas Oeste com brises do HemoAM.

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46

Verificação da Eficiência dos Brises

Os brises na fachada oeste cumprem um bom desempenho quando fechados. Além deles, há um sombreamento do entorno, a partir das 16h.

Na fachada leste, o grande grau de fechamento proporcionado pelos brises criam um escurecimento dos ambientes, impedindo o adequado uso da luz natural.

Figura 38 – Estudo da geometria solar nas fachadas oeste e leste – maior incidência de carga térmica.

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47

f) Análise da biodeterioração

Em várias partes do edifício, é possível perceber áreas que

comprovam a biodeteriozação, por meio de manchamento

escurecido. A biodeteriozação é um mecanismo de degradação

gerado pela atividade vital de organismos sobre os materiais,

provocando a alteração indesejável nas propriedades dos mesmos

(PEREIRA, 2012).

Figura 39 – Destaque para a biodeterioração nas platibandas.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

48

Em outros casos é possível perceber a forte presença de

biofilmes. O biofilme é o principal indicador da ocorrência da

biodeterioração em revestimentos – é uma camada limosa que se

forma no substrato pela secreção das substâncias no metabolismo

de microrganismos (SOUZA, 2012).

Figura 40 – Destaque para a o manchamento nas paredes e muro.

Figura 41 – Presença de biofilmes da cobertura.

Figura 42 – Presença de biofilmes nas paredes.

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49

2.3.6. Análise dos questionários aplicados aos usuários

O método ideal para a aplicação de questionários para a Avaliação

Pós-Ocupação é, segundo Roméro e Ornstein (2003), verificar o

universo de usuários do edifício em questão. Nesse caso, a

aplicação dos questionários se deu individualmente, a partir da

escolha das salas tipo. Dessa forma, o resultado passou a ser

analisado particularmente em virtude da quantidade mínima de

usuários por ambiente analisado. Aponta-se que em cada

ambiente analisado, pelo menos dois usuários foram

questionados sobre a qualidade ambiental daquele recinto. A

interpretação dos dados dos questionários permitiu concluir que

os ambientes necessitam principalmente de tratamento contra o

ruído e para melhorar os níveis de iluminâncias.

A partir do Gráfico 13 até o Gráfico 25 são apresentados dados

obtidos por meio do tratamento das informações coletadas dos

questionários aplicados a cerca de 100 funcionários do edifício, de

ambientes representativos ou de grande uso.

79%

21%

Sexo

Feminino

Masculino

7%

59%

27%

7%

Idade

Até 25

26 - 45

46 - 59

Acima de 59

Gráfico 9 – Perfil dos usuários – Sexo.

Gráfico 10 – Perfil dos usuários – Idade.

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50

48%

45%

4% 3%

Temperatura ambiente - Verão

Desagradável (quente)

Agradável

Desagradável (frio)

Não Respondeu

86%

4%

0% 3%

7%

Frequência de uso - ar condicionado

Durante todo o ano

Durante parte do ano (verão)

Nunca

Não tem ar condicionado no ambiente

10%

73%

10%

7%

Temperatura ambiente - Inverno

Desagradável (quente)

Agradável

Desagradável (frio)

Não Respondeu

31%

66%

3%

Iluminação Artificial

Escura

Adequada

Muito Clara

Gráfico 11 – Perfil dos usuários – Temperatura ambiente – Verão.

Gráfico 12 – Perfil dos Usuários – Temperatura ambiente – Inverno.

Gráfico 13 – Conforto ambiental (Temperatura, Iluminação e Nível de Ruído em percentual total %).

Gráfico 14 – Perfil dos usuários – Iluminação Artificial.

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51

76%

7%

14%

3%

Iluminação Natural

Adequada

Excessiva

Não existe - gostaria que existisse Não existe - atividade não possibilita

31%

66%

3%

Qualidade do ar

Ruim

Boa

Não Respondeu

0%

34%

7%

59%

Problema respiratório devido a qualidade do ar

Sim - raramente

Sim - algumas vezes

Sim - frequentemente

Não

34%

59%

7%

Refeitório dos doadores

Adequado

Não atende a demanda

Não Respondeu

Gráfico 15 – Perfil dos usuários – Iluminação Natural. Gráfico 16 – Perfil dos usuários – Problema respiratório devido a qualidade do ar.

Gráfico 17 – Perfil dos usuários – Qualidade do ar.

Gráfico 18 – Perfil dos usuários – Refeitório dos doadores

.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

52

Os gráficos alertam para problemas de conforto ambiental no

edifício. Dentre os dados mais relevantes, lista-se: a temperatura

do ar no período de verão é desagradável para mais de 40% dos

usuários, neste sentido, quase 100% dos ambientes usam ar-

condicionado para reduzir as altas temperaturas da cidade de

Manaus. Não há problemas relevantes de iluminação natural ou

artificial, mas há graves problemas no quesito qualidade do ar, ou

seja, mais de 40% dos funcionários já sofreu ou sofre problemas

respiratórios, ponto que deve ser considerado nas propostas de

reabilitação.

Os gráficos ainda destacam que os refeitórios não atendem às

demandas dos doadores e dos funcionários do edifício,

denunciam a ausência de áreas de lazer para os funcionários do

edifício, destacam que não existe espaço apropriado de repouso

para os funcionários.

Desta forma, deve-se considerar diversos fatores influenciadores

nas respostas dos usuários, fato comum neste tipo de

levantamento, tais como temor de perder o emprego; problemas

particulares; falta de maior tempo para a assinalação das

respostas, dentre outros.

0%

28%

65%

7%

Áreas de lazer

Suficientes

Insuficientes

Não existem

Não Respondeu

7%

62%

28%

3%

Refeitório dos funcionários Adequado

Não atende a demanda

Não existe

Não Respondeu

0% 7%

93%

Repouso dos funcionários

Adequado

Inadequado

Não existe

Gráfico 19 – Perfil dos usuários – Áreas de lazer.

Gráfico 20 – Perfil dos usuários – Refeitório dos funcionários.

Gráfico 21 – Perfil dos usuários – Repouso dos funcionários.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

53

2.4. Considerações específicas

O método de avaliação APO desenvolvido para este trabalho

mostrou-se adequado para aplicação em edificações singulares,

como o objeto de estudo, tanto pelas características do edifício

em si, quanto pela necessidade de proporcionar respostas

imediatas à administração que gerencia o uso e a ocupação do

HemoAM.

Assim, após a aplicação do método de trabalho obteve-se

informações suficientes para gerar as Diretrizes de Adequação

Ambiental. As diretrizes geradas, por sua vez, serão

transformadas em proposições técnicas de projeto preliminar de

arquitetura mantendo assim o foco na melhoria da qualidade

ambiental integrada do edifício: ambiência, conforto e eficiência

energética conjugadas num estudo sólido e prospectivo.

A partir da avaliação sensorial realizada foi possível perceber

algumas inadequações dos ambientes, como a elevada carga

térmica em algumas orientações, pela excessiva exposição à

radiação solar; deficiência da luz natural, abaixo do recomendado

para as atividades desenvolvidas; e ambientes expostos a

excessivos ruídos externos devido ao isolamento insuficiente e

equipamentos defasados. As visitas técnicas in loco reforçaram os

registros da avaliação sensorial, mostrando a valiosa contribuição

da pesquisa com o usuário – fruto da APO – para a requalificação

ambiental do edifício. Nesse sentido, as intervenções nas fachadas

visarão também uma melhoria das condicionantes internas.

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54

3. ETIQUETAGEM DO NÍVEL DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

3.1. A Etiquetagem de Edificações no Brasil

O Regulamento Técnico da Qualidade do Nível de Eficiência

Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos (RTQ-C)

(BRASIL, 2009), foi publicado em 2009, em sua primeira versão, de

caráter voluntário e apresenta dois métodos para a determinação

da eficiência: método prescritivo e método de simulação. O

método prescritivo consiste em uma série de parâmetros

predefinidos ou a calcular que indicam a eficiência do sistema. O

método de simulação define parâmetros para modelagem e

simulação, mas permite mais flexibilidade na concepção do

edifício.

Os edifícios de serviços, comerciais e públicos elegíveis para a

etiquetagem devem ter área mínima de 500 m2 e/ou tensão de

abastecimento maior que 2,3 Kv. É possível etiquetar o projeto de

um edifício, sendo a etiqueta válida por 3 anos, ou um edifício

construído, cuja etiqueta tem validade de 5 anos. Os

procedimentos para etiquetagem de projeto e edifício são

distintos, tendo a etiquetagem do edifício construído que passar

por uma inspeção. A diferença de consumo entre as etiquetas A e

E (melhor e pior classificação, respectivamente), pode representar

uma economia de mais de 35% (SINDUSCON/MA, 2010). Em

edificações novas, a economia de energia elétrica pode chegar a

50% quando a mesma tiver etiqueta A. No caso de um Retrofit, ou

seja, aqueles prédios que fizerem uma reforma que contemplem

os conceitos de eficiência energética em edificações, a economia

pode ser de 30%.

Figura 43 – Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE). Fonte: INMETRO, 2014.

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55

No RTQ-C, o edifício é avaliado em 3 quesitos, com pesos

diferenciados na classificação geral do edifício: envoltória (30%),

sistema de iluminação (30%) e sistema de condicionamento de ar

(40%). O edifício pode receber a Etiqueta Nacional de

Conservação de Energia para o edifício completo, contemplando

os três sistemas, ou etiquetas parciais para avaliações dos

sistemas de iluminação e condicionamento. No entanto, a

etiquetagem da envoltória é sempre obrigatória e deve ser feita

primeiramente. Isto porque o desempenho da envoltória

influencia as necessidades de iluminação e condicionamento

artificiais.

3.2. Objetivo da Avaliação do Nível de Eficiência

Energética

O objetivo desta etapa é desenvolver a análise e extração dos

dados do projeto de arquitetura da edificação para o cálculo do

seu nível da eficiência energética. É feita também uma verificação

das propriedades térmicas dos materiais e sistemas construtivos

das fachadas e coberturas, definidas nas especificações do projeto

ou visitas in loco.

3.3. Método Utilizado

Para a realização dos cálculos do Nível de Eficiência Energética da

Envoltória HEMOAM foram seguidos os seguintes passos:

Visitas in loco para registro fotográfico e levantamento

dos dados;

Atualização dos projetos arquitetônicos (plantas, cortes

e fachadas);

Determinação da orientação do edifício segundo o RTQ-

C;

Extração dados dos projetos a edificação necessários

para o método prescritivo do RTQ-C;

Preenchimento da planilha (webprescritivo) para cálculo

do nível de eficiência energética da envoltória o método

prescritivo do RTQ-C;

Verificação dos pré-requisitos estimados relativos à

transmitância térmica e absortância das paredes e

cobertura para a obtenção da classificação de eficiência

energética definitiva;

Diretrizes para otimização da classificação do nível de

eficiência energética da envoltória do edifício HEMOAM.

O método prescritivo para classificação do nível de eficiência

energética da envoltória de edifícios, segundo o RTQ-C (BRASIL,

2009), faz-se a partir da determinação de um conjunto de índices

referentes às características físicas do edifício. Estes compõem a

envoltória da edificação (cobertura, fachadas e aberturas), e são

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

56

complementados pelo volume, pela área de piso do edifício e pela

orientação das fachadas.

Na avaliação da envoltória, os valores de Absortância (α) e

Transmitância (U) dos componentes opacos são pré-requisitos, e

as seguintes variáveis da edificação são utilizadas em equações:

AVS: Ângulo Vertical de Sombreamento (em graus)

AHS: Ângulo Horizontal de Sombreamento (em graus)

Ape: Área de projeção horizontal do edifício (m2)

Apcob: Área de projeção da cobertura (m2)

Atotal: Área total de piso (m2)

Fator de Altura (FA): Ape/Atot

Fator de Forma (FF): Aenv/Vtot

Fator Solar (superfícies transparentes ou translúcidas)

(em %)

PAFt: Percentual de Aberturas na Fachada (%)

O método prescritivo calcula o Indicador de Consumo da

Envoltória (IC), que é um parâmetro adimensional para avaliação

comparativa de eficiência energética da envoltória. As equações

que determinam o IC são equações de regressão multivariada

específicas, para cada uma das 8 zonas bioclimáticas brasileiras.

O Indicador de Consumo estabelece o comportamento da

envoltória quanto ao consumo energia da edificação. A avaliação

do edifício é feita comparando o IC da envoltória (ICenv) em

relação ao ICmin e ICmax do próprio edifício, ou seja, o edifício é

comparado com ele mesmo (o máximo e o mínimo de eficiência

que ele poderia ter). A partir da definição do IC env, do ICmin e do

ICmax, são estabelecidos os intervalos de classificação das

etiquetas de eficiência energética (Figura 44).

Após a identificação do Indicador de Consumo da Envoltória do

Edifício, enquadra-se o mesmo em uma das classificações

possíveis correspondente a uma etiqueta de eficiência energética,

de A (mais eficiente) a E (menos eficiente). A etiqueta parcial da

Envoltória é então apresentada, conforme a figura 52.

Neste contexto insere-se esta parte do trabalho, que tem como

objetivo geral a avaliação do desempenho energético da

envoltória dos blocos do Hemocentro de Manaus, por meio da

classificação do nível de eficiência energética pelo método

prescritivo do RTQ-C.

De forma específica busca-se:

Avaliar as variáveis arquitetônicas da edificação que

mais influenciam no desempenho energético da

envoltória dos blocos;

Gerar diretrizes para retrofit da envoltória, com

propostas de alteração que possibilitem a otimização do

nível de eficiência energética, buscando o nível A para a

Etiqueta de Eficiência Energética em cada bloco.

Figura 44 – Intervalos de eficiência a partir do indicador de consumo da envoltória do edifício.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

57

3.4. Etiquetagem da Envoltória

3.4.1. Caracterização do Edifício para a Etiquetagem

O edifício do HEMOAM é composto morfologicamente por um

complexo construído com 5 volumes interligados, e, ao mesmo

tempo, independentes. Os blocos levam as letras: A, B, C, D e E.

(Figuras 45, 46 e 47).

Para o desenvolvimento do processo de etiquetagem, foram

avaliados os blocos A, B, C e D por representarem o maior volume

edificado. Assim, por representar o maior volume edificado, foi

feita a avaliação do nível de etiquetagem dos Blocos A, B, C e D do

edifício do HEMOAM, com a intenção de diagnosticar o

desempenho da envoltória. Os principais aspectos da envoltória

que serão considerados na análise do edifício são:

Aberturas: serão analisados a quantidade de abertura

(PAF), e em especial a quantidade com orientação Oeste

(PFo) e característica dos vidros, pelo Fator Solar.

Proteções Solares: serão estudados os ângulos de

proteção (AVS e AHS) que os brises e o próprio edifício

provocam sobre as aberturas.

Fechamentos Opacos: serão observados os índices de

absortância e transmitância dos materiais da envoltória.

Por tratar-se de um edifício existente, alguns parâmetros

relacionados às especificações de materiais foram estimados, pela

inviabilidade de levantamento in loco, que exigiria quebra de

paredes e cobertura. Assim, para o Fator Solar dos vidros,

transmitância térmica e absortância de paredes e coberturas

foram usados dados de norma ou catálogo de fabricantes.

Figura 45 – Elevação do Bloco A.

Figura 46 – Elevação do Bloco E.

Figura 47 – Fachadas Leste e Norte dos Blocos C e D.

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58

3.4.2. Extração dos dados

Na extração dos dados, primeiramente deve-se determinar a

orientação das fachadas segundo o RTQ-C, que classifica nas

quatro principais orientações: norte, sul, leste e oeste. Assim, o

edifício do HEMOAM, segundo sua implantação, passa a ter as

orientações de fachada conforme indicado na Figura 48.

A extração dos dados do projeto arquitetônico do edifício

HemoAM relevantes para a classificação do nível de eficiência

energética da envoltória foram organizadas na Tabela 2 ao lado,

que resume os dados extraídos.

3.4.3. Resultado da Etiqueta

A partir da extração de todos os dados da envoltória, foi avaliado

seu desempenho utilizando a ferramenta Webprescritivo, para

cálculo da etiqueta:

http://www.labeee.ufsc.br/sites/default/files/webpresc

ritivo/index.html)

Foram feitas quatro avaliações, uma para cada bloco. Apesar de

ter cinco blocos, o bloco C e D serão reformados e integrados.

Desta forma, foi analisado apenas como um único bloco.

Tabela 2 – Dados extraídos dos blocos do HemoAM.

Parâmetro HemoAM Bloco A

Asp

ecto

s M

orf

oló

gico

s

Ape 529,762m²

Apcob 806,431m²

Atot 1589,287m²

Aenv 2346,955m²

Vtot 6174,270m³

PAFt 14,67%

PAFo 3,50%

AVS 5,26°

AHS 1,62°

FS * 0

Mat

eria

is d

a

Envo

ltó

ria

Absortância Paredes * 31%

Absortância Coberturas * 40%

Transmitância Paredes * 1,39W/(m²K)

Transmitância Coberturas * 2,288W/(m²K)

Figura 48 – Determinação das orientações das fachadas do HemoAM, segundo o RTQ-C.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

59

a) Bloco A

O edifício do bloco A obteve a etiqueta E, logo, o nível mais baixo

da qualidade o nível de eficiência energética. As diretrizes para a

eficientização energética do edifício visam a melhoria do nível de

etiqueta com o atendimento dos pré-requisitos, ou seja, alteração

dos materiais da cobertura.

Tabela 3 – Etiquetas e considerações para o bloco A.

Avaliação Etiqueta Considerações

Avaliação 1A: Situação 1 (todo o edifício), sem pré-requisitos

A O edifício atende ao nível A de etiqueta, sem os pré-requisitos.

Avaliação 1B: Situação 2 (todo o edifício), com pré-requisitos

E

O edifício não atende aos pré-requisitos para o nível A (transmitância da cobertura alta)

Figura 49 – Imagem dos dados do bloco A para a etiquetagem no programa Webprescritivo.

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b) Bloco B

Tabela 4 – Etiquetas e considerações para o bloco B.

Avaliação Etiqueta Considerações

Avaliação 1A: Situação 1 (todo o edifício), sem pré-requisitos

A O edifício atende ao nível A de etiqueta, sem os pré-requisitos.

Avaliação 1B: Situação 2 (todo o edifício), com pré-requisitos

C

O edifício não atende aos pré-requisitos para o nível A (transmitância da cobertura alta)

Figura 50 – Imagem dos dados do bloco B para a etiquetagem no programa Webprescritivo.

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c) Blocos C e D

Tabela 5 – Etiquetas e considerações para os blocosC e D.

Avaliação Etiqueta Considerações

Avaliação 1A: Situação 1 (todo o edifício), sem pré-requisitos

A O edifício atende ao nível A de etiqueta, sem os pré-requisitos.

Avaliação 1B: Situação 2 (todo o edifício), com pré-requisitos

E

O edifício não atende aos pré-requisitos para o nível A (transmitância da cobertura alta)

Figura 51 – Imagem dos dados dos blocos C e D para a etiquetagem no programa Webprescritivo.

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d) Bloco E

Tabela 6 – Etiquetas e considerações para o bloco E.

Avaliação Etiqueta Considerações

Avaliação 1A: Situação 1 (todo o edifício), sem pré-requisitos

A O edifício atende ao nível A de etiqueta, sem os pré-requisitos.

Avaliação 1B: Situação 2 (todo o edifício), com pré-requisitos

E

O edifício não atende aos pré-requisitos para o nível A (transmitância da cobertura alta)

Figura 52 – Imagem dos dados do bloco E para a etiquetagem no programa Webprescritivo.

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63

4. RETROFIT

Para o diagnóstico energético o grupo de pesquisadores se apoiou

na metodologia do retrofit energético. Neste relatório, foram

registrados todos os procedimentos seguidos, fotografias dos

sistemas do edifício, e, ao final, foram elencados cenários de

possíveis intervenções do ponto de vista energético do edifício.

Vale destacar que todas os procedimentos, bem como todos os

cenários de intervenção propostos foram consonantes com as

intervenções indicadas na APO e Eficiência Energética.

4.1. Objetivos

Este trabalho tem por objetivo levantar e analisar informações

sobre o consumo de energia elétrica, hábitos de consumo,

características ocupacionais, situação operacional das instalações

e equipamentos de usos finais do Hemocentro de Manaus,

identificando oportunidades de melhoria na eficiência do uso da

energia elétrica e de redução do seu custo.

Desta forma, aplicou-se uma metodologia de diagnóstico

energético específica, ressaltando que cada instalação apresenta

peculiaridades próprias e que merecem, muitas vezes, tratamento

específico.

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64

4.2. Método

A realização de diagnósticos energéticos envolve um conjunto

bastante diversificado de atividades, variáveis conforme a

finalidade e o tipo de ocupação da instalação. Tal fato implica na

existência de diversas metodologias de análise energética, cada

qual com suas peculiaridades necessárias à determinação correta

dos potenciais de conservação daquela instalação (Saidel, 2007 e

2010).

No caso da instalação em questão, com todas as suas

peculiaridades, incluindo também diversos ambientes de

escritórios e atendimento ao público, a metodologia aplicada

pode ser dividida nas seguintes etapas:

Visita de inspeção preliminar.

Planejamento das atividades de levantamento de dados.

Levantamento de dados, documentos, plantas e

cadastro dos equipamentos da instalação.

Medições de grandezas elétricas utilizando-se

analisadores de energia.

Análise e tabulação dos dados e informações

levantadas.

Estudo de viabilidade técnica e econômica de

alternativas para os usos finais encontrados e

determinação dos respectivos potenciais de

conservação de energia.

A visita de inspeção foi realizada com o objetivo de ter contato

com a instalação e de conhecer o pessoal encarregado de dar

apoio à equipe técnica no que diz respeito à locomoção, ao

fornecimento de documentos e demais informações durante todo

o processo de diagnóstico energético.

A partir da visita de inspeção, foi possível ter uma visão

macroscópica da instalação, fato que permitiu traçar a estratégia

de levantamento de dados, através da escolha dos pontos de

medição no sistema elétrico.

Entre todas as etapas do processo de diagnóstico energético, o

levantamento de dados é, sem dúvida, um dos mais importantes,

uma vez que todos os resultados e conclusões obtidos estão

baseados nas informações levantadas nessa fase. Dessa forma,

todos os dados devem ser obtidos e tratados com o maior rigor

possível, desconsiderando as informações mais duvidosas. Devido

à extensão e à importância dessa fase, foi conveniente a sua

segmentação em duas etapas:

Medições das grandezas elétricas de interesse.

Inspeção de ambientes segundo os usos finais de

energia.

As medições das grandezas elétricas de interesse foram realizadas

utilizando-se equipamentos analisadores de energia com

memória de massa, instalados em pontos importantes do sistema

elétrico da instalação, mais especificamente nos transformadores

da cabine primária (Figura 53).

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65

Os analisadores de energia correspondem a equipamentos digitais

microprocessados capazes de realizar medições monofásicas e

trifásicas com precisão de todas as grandezas elétricas relevantes

em diagnósticos energéticos, como por exemplo: tensão,

corrente, potências ativa e reativa, consumos de energia ativa e

de reativa com período de integração programável, fator de

potência e distorção harmônica. Além disso, eles possuem

considerável capacidade de armazenamento de dados em sua

memória de massa interna, registrando, inclusive, períodos de

falta de energia, uma vez que eles também são dotados de

baterias internas recarregáveis.

As informações fornecidas pelos analisadores de energia são

essenciais e indispensáveis para a realização de diagnósticos

energéticos precisos. A partir dessas informações, também é

possível determinar irregularidades na operação de sistemas e

equipamentos, por meio da detecção de baixos fatores de

potência, de altas distorções harmônicas e de desequilíbrios entre

fases.

Por outro lado, a inspeção de ambientes tem por objetivo

levantar as características mais particulares dos usos finais

presentes na instalação, complementando as informações obtidas

através da medição direta de grandezas elétricas. Dessa forma,

foram vistoriados todos os ambientes da instalação, onde foram

anotados todos os dados relevantes para a análise de cada uso

final.

No caso do sistema de iluminação, foram verificadas e anotadas

as tecnologias atualmente utilizadas. Além disso, também foram

levantados os tempos de utilização do sistema em cada ambiente

(horário de expediente, utilização no período noturno), de forma

a permitir uma estimativa do consumo de energia elétrica desse

uso final.

Os dados levantados foram analisados e tratados de forma a

determinar as características de consumo do Hemocentro.

As visitas de inspeção ocorreram nos dias 24, 25 e 26 de Julho de

2013. Neste mesmo período, foram realizadas as medições de

grandezas elétricas utilizando-se os analisadores de energia.

Figura 53 – Medição de um dos transformadores do sistema elétrico do Hemocentro de Manaus.

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66

4.3. Análise da Instalação

4.3.1. Introdução

As instalações elétricas do Hemocentro encontram-se em bom

estado de conservação, durante as visitas constatou-se a

preocupação com a manutenção de painéis elétricos, bem como

de equipamentos em geral, mantendo-se um bom nível de

atendimento aos usuários.

4.3.2. Medições de Energia

As medições das grandezas elétricas foram realizadas por meio de

equipamentos analisadores de energia instalados em pontos

importantes do sistema elétrico da instalação.

O analisador de energia, harmônicos e oscilografia de

perturbações fabricado pela RMS Sistemas Eletrônicos MARH-21,

utilizado neste diagnóstico, é um registrador portátil, trifásico,

programável, destinado ao registro de tensões, correntes,

potências, energias, harmônicos e oscilografia de perturbações

em sistemas de geração, consumo e distribuição, bem como

circuitos que alimentam motores elétricos em geral.

O MARH-21 possui mostrador e teclado alfanumérico permitindo

efetuar a programação diretamente no equipamento.

O equipamento registra os dados de medição em sua memória

interna do tipo RAM e possui também porta serial para a

transferência dos dados registrados para um computador. O

software denominado ANAWIN possibilita a análise dos dados em

forma de gráficos e relatórios.

A Figura 54 apresenta o analisador MARH-21.

O equipamento MARH-21 possui as seguintes aplicações:

Registro das formas de onda das tensões e correntes,

distorções harmônicas e variações de freqüência.

Análise dos harmônicos.

Estudos de demanda e otimização do uso de energia.

Simulações para estudos de correção do fator de

potência.

Figura 54 – Analisador MARH-21.

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67

Monitoramento de processos visando à obtenção de

curvas de temperatura, pressão e vazão, juntamente

com as grandezas elétricas como tensão, corrente,

demanda e energia.

Análise de desligamentos e falhas causados por

variações nas características da tensão.

Obtenção de curvas de partida de motores elétricos.

As medições das grandezas elétricas foram realizadas nos dois

transformadores do Hemocentro de Manaus:

Medição 1: Transformador 1 (alimentação dos blocos A,

B, C e D).

Medição 2: Transformador 2 (alimentação do bloco E).

A Figura 55 ilustra os pontos onde foram realizadas medições de

parâmetros elétricos nas instalações elétricas do Hemocentro.

Concessionária

Concessionária

Transformador 1

Transformador 1

Blocos A, B, C e D

Blocos A, B, C e D

Transformador2

Transformador2

Bloco E

Bloco E

Medição 2

Medição 2

Medição 1

Figura 57 – Medição

no transforma

dor que alimenta os blocos A, B,

C e D.Medição

1

Figura 55 – Locais de medições de parâmetros elétricos.

Figura 56 – Medição no transformador que alimenta os blocos A, B, C e D.

Figura 58 – Medição no transformador que alimenta o bloco E.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

68

4.4. Medições e Consumo Desagregado

O Gráfico 22 apresenta a curva de carga no transformador 1 e o

Gráfico 23 a curva do transformador 2, ambas no período de

24/07/2013 – 18h 10m a 26/07/2013 – 16h 55m.

O transformador 1 apresentou, em um intervalo de 24 horas, uma

demanda média de 155 kW e o transformador 2, 157 kW

totalizando uma demanda média diária de 312 kW.

Cabe observar que o sistema de alimentação de energia elétrica

do HEMOAM possui uma programação na qual, mensalmente, o

grupo gerador é acionado para que suas baterias sejam

recarregadas. Por essa razão, há uma interrupção na curva de

carga do transformador 2, que foi suprida pelo grupo gerador. Os

efeitos dessa lacuna na curva de carga do transformador 2 foram

compensados nos cálculos de consumo e demanda média deste

Hemocentro.

Gráfico 22 – Curva de Carga do Transformador 1.

Gráfico 23 – Curva de Carga do Transformador 2.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

69

Para estimar o consumo mensal e anual do HEMOAM, foram

somadas as curvas dos dois transformadores que o alimentam e a

curva resultante foi dividida em dois períodos: diurno e noturno.

Diurno: corresponde ao período entre 7h00 e 18h00. É

neste intervalo que as atividades desenvolvidas pelo

HEMOAM são realizadas. O Gráfico 24 apresenta a curva

resultante do período diurno e a demanda média

calculada foi de 384 kW.

Noturno: corresponde aos períodos entre a meia-noite e

as 7h00 e após as 18h00 até as 23h59.

Alternativamente, neste relatório foi utilizado o período

entre as 18h00 e as 7h00 do dia seguinte, a fim de

adotar um intervalo contínuo, facilitando a medição e a

manipulação gráfica desta curva. Neste período, o

consumo de energia é menor, operando apenas os

sistemas independentes em relação a uma atividade

específica do HEMOAM como o de refrigeração, o de

climatização em ambientes onde há a necessidade de

manter uma temperatura adequada para

armazenamento de materiais e o de vigilância, que

inclui câmeras, monitores e eventuais sistemas de

iluminação parcial.

O Gráfico 25 apresenta a curva de carga deste período e a

demanda média calculada foi de 250 kW.

Com base nesses dados, estimou-se um consumo médio mensal

de acordo com as seguintes informações:

21 dias úteis com 11 horas de consumo diurno e 13

horas de consumo noturno;

4 sábados com 5 horas equivalentes ao consumo diurno

e 19 horas equivalentes ao consumo noturno; e

6 dias com as 24 horas equivalentes ao consumo

noturno representando os domingos e feriados do mês.

Assim, o consumo médio diário foi estimado em:

7.474 kWh para um dia útil (11h x 384 kW + 13h x 250

kW);

6.670 kWh para um sábado (5h x 384 kW + 19h x 250

kW); e

6.000 kWh para um domingo ou feriado (24h x 250 kW).

Gráfico 24 – Curva de carga do período diurno.

Gráfico 25 – Curva de carga do período noturno.

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70

Multiplicando esses valores pelas quantidades de dias no mês (21

dias úteis, 4 sábados e 6 domingos ou feriados) obtemos um

consumo mensal estimado em aproximadamente 220.000 kWh,

portanto, um consumo anual de 2.640.000 kWh.

Foram realizados também, um levantamento dos equipamentos

existentes no Hemocentro e seus respectivos períodos de

utilização e assim, foi possível construir a matriz de consumo

desagregado do Hemocentro, conforme apresenta o Gráfico 26.

Gráfico 26 – Matriz de consumo desagregado do Hemocentro.

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71

4.5. Simulação Energética da Edificação

Com base nas medições realizadas e nos levantamentos de dados

durante as visitas técnicas, desenvolveu-se um modelo virtual da

edificação do Hemocentro (Figura 59), onde foi possível inserir

dados relativos à envoltória e usos finais dos diversos blocos do

Hemocentro. Este modelo adotou algumas hipóteses

simplificadoras visando fornecer uma estimativa preliminar do

desempenho energético da edificação em análise.

Utilizando a ferramenta de simulação EnergyPlus®, simulou-se o

modelo virtual do Hemocentro para as condições climáticas de

Manaus. Foram utilizados dados típicos para os materiais da

edificação, a saber:

Paredes externas: painéis wall e acabamento com

espessura total de 100 mm.

Paredes internas: divisórias de madeira ou dry wall.

Cobertura: forro com espaço de ar, telha canalete e

platibandas com telha de fibrocimento.

Vidros: vidro simples de 3 mm.

Portas: madeira com 40 mm de espessura.

Foi definido que o perfil de ocupação da edificação seria das 7:00h

às 18:00h de segunda a sexta, das 7:00h às 12:00h no sábado e

sem expediente no domingo. Estes perfis foram utilizados para a

presença de pessoas, iluminação e equipamentos e calibrados

com base nas avaliações feitas nas visitas técnicas realizadas. A

potência das câmaras frigoríficas foi definida com base nos

levantamentos feitos e o seu funcionamento foi estipulado como

ininterrupto. Para os sistemas de climatização unitários, foi

definido o valor médio de COP de 2,8 e o seu perfil de operação

foi estipulado como sendo o mesmo definido para a ocupação das

pessoas na edificação. Para os ambientes servidos por self-

contained foi estimado um COP de 3,2 e para o sistema central do

bloco E definiu-se um COP de 3,5. Foi definida como temperatura

de controle de todos os sistemas de climatização o valor de 23°C.

A edificação assim simulada será considerada para fins deste

relatório como a edificação de referência.

Figura 59 – Modelo virtual do Hemocentro.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

72

Com base nos relatórios de saída do EnergyPlus, como os

mostrados na Figura 60, podemos avaliar a contribuição de cada

uso final no consumo total da edificação ao longo de um ano de

operação.

Os sistemas de climatização e de refrigeração correspondem a

70% do consumo total da edificação e portanto ações para a

redução do consumo de energia destes sistemas podem ter um

impacto razoável no perfil de consumo total da edificação.

Nesse sentido, foram simuladas as seguintes estratégias visando a

redução do consumo de energia dos sistemas de climatização:

Estratégia 1 (EST_01): Modificação da temperatura de

controle dos sistemas de climatização de 23°C para

25°C: esta estratégia foi sugerida para mostrar o

potencial de redução, caso os usuários da edificação

modifiquem o seu comportamento quanto a definição

da temperatura de controle do sistema de climatização.

Esta modificação só deve ser realizada nos setores em

que a demanda de climatização seja apenas para

conforto térmico e não seja necessário controle de

temperatura para conservação do sangue e demais

produtos manipulados no Hemocentro.

Estratégia 2 (EST_02): Retrofit dos sistemas de

climatização para equipamentos com selo PROCEL A:

esta ação visa mostrar o impacto da redução se os

equipamentos a serem instalados adotassem níveis de

eficiência de equipamentos etiquetados com selo

PROCEL A (COP=3,1).

Estratégia 3(EST_03): retrofit no sistema de

resfriamento do bloco E para condensação a água com a

implantação de torre de resfriamento para rejeição de

calor.

Estratégia 4 (EST_04): aplicação das estratégias 1, 2 e 3:

a simulação desta estratégia visa verificar o impacto

conjunto das estratégias anterioremente propostas.

Estratégia 5 (EST_05): aplicação das estratégias 1 e 2: a

simulação desta estratégia visa verificar o impacto

conjunto das estratégias anterioremente propostas.

Figura 60 – Exemplo de relatório de saída de dados da simulação realizada pelo EnergyPlus.

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73

Após a simulação de cada uma destas estratégias, podem-se

verificar no Gráfico 27 as reduções do consumo anual obtidas por

cada estratégia e que podem ser comparadas com a situação

atual.

Pode-se concluir que:

A estratégia EST_01 apresenta uma redução pequena e

cuja implementação demandaria uma conscientização

por parte do usuário, podendo ser aplicada de imediato.

As estratégias EST_02 e EST_03 implicam em um

investimento maior da instituição e com intervenções

mais significativas na edificação sendo que o maior

impacto é conseguido com a estratégia EST_2 na

redução do seu consumo de energia. A estratégia

EST_03 tem um impacto pequeno e terá um custo alto

para sua implantação, de forma que não se torna

atrativa para esta edificação

As estratégias EST_04 e EST_05 foram avaliadas para

verificar a combinação das estratégias individuais

propostas. Em função do alto custo da implantação da

estratégia EST_04, a estratégia EST_05 torna-se mais

atrativa pela relação custo/benefício.

16,4

16,6

16,8

17,0

17,2

17,4

17,6

17,8

18,0

REF EST_01 EST_02 EST_03 EST_04 EST_05

Co

nsu

mo

de

en

erg

ia e

létr

ica

anu

al

[MW

h]

1,1%

3,4%

0,3%

4,9%4,5%

Gráfico 27 – Potencial de redução das estratégias propostas.

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74

4.6. Sistemas de Climatização e Refrigeração

4.6.1. Climatização

Os sistemas de climatização utilizados no Hemocentro são

basicamente compostos de unidades autônomas denominadas,

“splits” e “self-contained” de diferentes capacidades, para os

blocos A, B, C e D. No bloco E, há um sistema central, composto

de dois chillers resfriados a ar, para climatizar todo o edifício em

torno de 23°C e em algumas salas há um complemento através de

unidades “split”. Porém, em muitos setores, não houve a

preocupação de adquirir equipamentos eficientes (selo A do

PROCEL), deixando de explorar um grande potencial de economia

na maior carga existente no Hemocentro.

Algumas recomendações são:

Mudança da temperatura de controle dos ambientes de

23°C para 25°C.

Aquisição de novos equipamentos tipo split com selo A

do Procel.

4.6.2. Sistemas de Refrigeração

Verificou-se no HemoAM a existência de diversas unidades de

refrigeração com temperaturas de controle variando de +6°C a -

80°C com capacidades de armazenamento e de consumo de

energia também diversas. Estas unidades estão distribuídas pelos

diversos setores do Hemocentro. Constatou-se também que a

vida útil das unidades é bem diversa, sendo o uso final de maior

importância para o Hemocentro. Verificou-se também que o

compressor da câmara fria foi trocado recentemente e representa

em torno de 50% do consumo dos sistemas de refrigeração, já

promovendo um uso mais racional da energia elétrica para este

uso final.

Neste quesito, algumas recomendações são:

Manutenção preventiva dos sistemas.

Retrofit das unidades de resfriamento com vida útil

maior que 20 anos, sempre visando a aquisição de

equipamentos com selo A do Procel, quando couber.

4.6.3. Sistemas Motrizes

Há mais de uma década os fabricantes de motores elétricos

desenvolvem equipamentos mais eficientes, de forma que, além

de fabricarem motores do tipo padrão, apresenta também uma

linha de produtos denominada alto rendimento.

Aumentando os custos de fabricação, foi possível desenvolver

equipamentos mais eficientes (diminuindo as perdas no motor

elétrico), de forma que, um motor de alto rendimento gasta

menos energia elétrica do que um motor do tipo padrão, para a

mesma aplicação industrial, desde que bem dimensionado à

carga.

Desta forma, o custo adicional de aquisição é compensado pelo

menor custo operacional, sendo que, em muitos casos, o Tempo

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75

de Retorno do Investimento possui valor atrativo, considerando

que um motor pode durar mais de 12 anos.

A Figura 61 apresenta uma comparação entre motores do tipo

padrão e alto rendimento.

Uma das causas mais comuns de operação ineficiente é o

superdimensionamento de motores elétricos. Os motivos mais

freqüentes para essa ocorrência são:

Desconhecimento das características da carga.

Desconhecimento de métodos para dimensionamento

adequado.

Expectativa de aumento de carga.

Não especificação de fator de serviço maior que 1 para

motores que trabalham esporadicamente

sobrecarregados.

Aplicação de sucessivos fatores de segurança.

Os motores da linha de alto rendimento lançados no mercado

interno pelos maiores fabricantes nacionais de motores elétricos

são, em média, 35 a 50 % mais caros que os da linha padrão, fato

este que deve ser considerado no estudo de viabilidade para a

substituição de tecnologias.

Estudos mostram que, quando comparado ao motor padrão, o

motor de alto rendimento pode apresentar um rendimento

superior, da ordem de 2 a 6 %, sendo este aumento devido a

menor quantidade de perdas, para a mesma potência mecânica.

A decisão em se escolher motores mais caros com custos de

operação mais baixos e motores mais baratos com maior

consumo de energia pode ser baseada em um critério financeiro

de retorno do capital. Este critério considera como principal

parâmetro, o número de horas por ano de funcionamento do

motor.

Porém, deve-se salientar que não existe vantagem nenhuma na

utilização de um motor de alto rendimento e acoplá-lo a um

equipamento ineficiente ou trabalhar sobredimensionado,

provocando maiores gastos com energia, tendência esta muito

comum, propositalmente ou por desconhecimento, sob a

alegação de se manter uma potência reserva que poderia

aumentar a confiabilidade do acionamento.

Verificou-se no Hemocentro a existência de motores para

acionamento de elevadores.

Figura 61 – Comparação entre motores do tipo padrão e alto rendimento.

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76

Pode-se citar com recomendações:

Substituição gradativa por motores de alto rendimento,

corretamente dimensionados.

Aquisição de equipamentos com motores de alto

rendimento.

Realização permanente de serviços de manutenção.

Observação dos aspectos de qualidade de energia e das

instalações elétricas para o bom funcionamento dos

motores.

4.7. Sistemas de Bombeamento

Geralmente, os acionamentos das bombas são feitos por motores

elétricos de indução. A explicação para o uso deste tipo de motor

está na sua construção robusta, onde não há o uso de escovas,

sendo indicados para sistemas de acionamento contínuo.

Dentre os fatores que contribuem para o custo de energia elétrica

em sistemas de bombamento, podem-se destacar:

Ultrapassagem da demanda contratada.

Baixo fator de potência.

Consumo elevado em horários de ponta.

Equipamentos antigos, nos quais ocorre dificuldade de

manutenção e adaptação às normas tecnológicas atuais.

Baixo rendimento das instalações de bombeamento,

ocasionando maior consumo de energia elétrica.

A bomba é um dispositivo que tem a função de transformar a

energia mecânica no seu eixo em energia hidráulica cedida ao

fluído. Como em todo processo de transformação energética

existem perdas, o rendimento da bomba pode ser determinado

pela relação entre a potência mecânica, fornecida a bomba pelo

motor, e a potência hidráulica cedida ao fluído.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

77

A Figura 62 apresenta a curva de rendimento em função da vazão

da bomba.

Assim, nota-se a ocorrência de um rendimento máximo, a partir

do qual o aumente o da vazão decresce o rendimento, ou seja, a

partir deste ponto a energia mecânica cedida à bomba é cada vez

menos transformada em energia hidráulica e as perdas

aumentam.

Verificou-se a existência de bombas, algumas antigas, para

armazenamento da água nos reservatórios que abastecem o

Hemocentro. Neste sentido, recomenda-se a aquisição de

conjunto moto-bomba de alto rendimento, corretamente

dimensionado para abastecer o reservatório de água do

Hemocentro.

Figura 62 – Curva de rendimento em função da vazão.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

78

4.8. Estudo Tarifário

A partir da Resolução 414/2010 da ANEEL e com o início da

vigência do terceiro Ciclo de Revisão Tarifária Periódica (CRTP)

para a Amazonas Energia, ocorrido em novembro de 2013, a

estrutura tarifária de seus consumidores sofrerá algumas

alterações em suas modalidades, explicadas a seguir.

4.8.1. Estrutura Tarifária do Grupo A

a) Tarifa Convencional

Aplicada em unidades consumidoras atendidas em tensão inferior

a 69 kV e demanda contratada menor que 300 kW. Entretanto,

esta modalidade será gradualmente extinta ao longo do terceiro

CRTP, inicialmente para os consumidores com demanda

contratada maior ou igual a 150 kW, que deverão optar por uma

das modalidades horárias, azul ou verde, até o final do primeiro

ano de vigência do terceiro CRTP. Ao final deste Ciclo, os demais

consumidores também deverão optar por uma das modalidades

horárias.

A modalidade tarifária convencional considera os seguintes

critérios:

Demanda de potência [kW]: tarifa única sem distinção

horária.

Consumo de energia [kWh]: tarifa única sem distinção

horária.

b) Tarifa Horária Verde

Aplicada em unidades consumidoras atendidas em tensão inferior

a 69 kV, com demanda contratada até 2.500 kW. A modalidade

tarifária horária verde considera os seguintes critérios:

Demanda de potência [kW]: tarifa única sem distinção

horária.

Consumo de energia [kWh]: uma tarifa para o posto

horário ponta; uma tarifa para o posto horário fora de

ponta.

c) Tarifa Horária Azul

Aplicada compulsoriamente às unidades consumidoras atendidas

em tensão igual ou superior a 69 kV e opcionalmente para as

demais unidades. A modalidade tarifária horária azul considera os

seguintes critérios:

Demanda [kW]: uma tarifa para o posto horário ponta;

uma tarifa para o posto horário fora de ponta.

Consumo de energia [kWh]: uma tarifa para o posto

horário ponta; uma tarifa para o posto horário fora de

ponta.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

79

4.8.2. Estrutura tarifária do Grupo B

a) Tarifa Convencional

Aplicado de forma compulsória e automática às unidades

consumidoras atendidas em tensão inferior a 2,3 kV, com tarifa

que considera o seguinte critério:

Consumo de energia [kWh]: tarifa única, sem distinção

horária.

b) Tarifa Branca

Aplicado conforme opção do consumidor, somente após a

publicação da resolução específica e considera o seguinte critério:

Consumo de energia [kWh]: uma tarifa para o posto horário de

ponta, uma tarifa para o posto horário intermediário e uma tarifa

para o posto horário fora de ponta.

4.8.3. Avaliação

O Hemocentro de Manaus é alimentado em média tensão e a

modalidade tarifária aplicada é a Convencional, com demanda

contratada de 600 kW. Uma análise das despesas simuladas nas

demais modalidades, as horárias verde e azul, apontou que a

tarifa horária verde é mais adequada ao perfil de consumo do

HEMOAM, que possui baixo consumo de energia no horário de

ponta.

O Gráfico 28 representa o consumo mensal de energia do

HEMOAM. Pode-se observar que o consumo foi elevado no início

do ano de 2012, mas que após esse período o consumo se

estabilizou e alterou pouco mês a mês.

Observa-se no Gráfico 29 que apesar da demanda contratada ser

de 600 kW, os valores registrados poucas vezes alcançaram 550

kW, e o máximo registrado foi de 553 kW. Uma redução da

demanda contratada em 50 kW, pode gerar uma economia de até

R$ 1.846,00 mensais, totalizando aproximadamente R$ 22 mil

anuais, nos valores da tarifa atual.

Consumo de Energia [kWh]

-

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

2012

2013

Demanda de Energia [kW]

-

100

200

300

400

500

600

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

2012

2013

Gráfico 28 – Consumo mensal de energia do HEMOAM.

Gráfico 29 – Demanda de energia mensal máxima do HEMOAM.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

80

Entretanto, com o início do Terceiro Ciclo de Revisão Tarifária da

Amazonas Energia, esses valores serão reavaliados, alterando o

valor final da economia, e de acordo com a resolução 414/2010

da ANEEL esta modalidade deverá ser substituída após 12 meses

de vigência desse Ciclo. Entre as opções possíveis, apesar da

diferença ser pequena, a aplicação da tarifa horária verde

mostrou-se melhor adequada ao perfil de consumo do HEMOAM.

Como recomendações, sugere-se:

A alteração do enquadramento tarifário para a tarifa

horária verde. E a alteração da demanda contratada

para 550 kW.

4.9. Perturbações elétricas

Em todas as áreas, muito se discute sobre qualidade de energia

elétrica.

Esta pode ser definida em função de quatro perturbações

elétricas em um sinal de tensão ou de corrente, em uma

instalação elétrica:

Perturbações na amplitude da tensão.

Perturbações na freqüência do sinal.

Desequilíbrios de tensão ou de corrente em sistemas

trifásicos.

Perturbações na forma de onda do sinal.

Para a concessionária, é muito importante a ausência de variações

de tensão, bem como de desligamentos.

Para o consumidor, a qualidade de energia elétrica está

relacionada à ausência relativa de variações de tensão no ponto

de entrega de energia.

Muitas vezes, as perturbações podem ser causadas pelo próprio

consumidor, por meio da utilização de equipamentos com

tecnologia moderna ou por cargas não lineares, que possuem

funcionamento baseado em eletrônica de potência.

A partir da década de 90, com o aumento da utilização de

equipamentos eletrônicos nos setores residencial, comercial e

industrial, a situação tornou-se ainda mais grave.

Na medida em que estes equipamentos exigem uma rede elétrica

de boa qualidade para seu correto funcionamento, também são

os principais causadores de perturbações.

O Gráfico 30 apresenta as tensões medidas no transformador 1.

Os valores encontram-se dentro dos limites permitidos.

Tensão de Alimentação dos Blocos A ~ D

215,0

220,0

225,0

230,0

235,0

18:0

0

20:0

0

22:0

0

00:0

0

02:0

0

04:0

0

06:0

0

08:0

0

10:0

0

12:0

0

14:0

0

16:0

0

18:0

0

20:0

0

22:0

0

00:0

0

02:0

0

04:0

0

06:0

0

08:0

0

10:0

0

12:0

0

14:0

0

16:0

0

Ten

são

de

linh

a [V

]

Vab Vbc Vca

Gráfico 30 – Medição do transformador 1 – Tensões AB, BC e CA.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

81

Nos dois transformadores do Hemocentro de Manaus (1 e 2),

determinou-se o valor do Grau de Desequilíbrio de Tensão menor

que 0,5%, de forma que se considera um sistema equilibrado.

O Gráfico 31 apresenta as correntes medidas no Transformador 1.

Já o Gráfico 32 apresenta as correntes medidas no Transformador

2. Nota-se que há um certo desequilíbrio das correntes, em

conseqüência das cargas monofásicas não distribuídas

uniformemente, entretanto, sem comprometer o equilíbrio das

tensões, conforme visto anteriormente.

As perturbações ocasionadas por harmônicos tornaram-se

importantes na década de 80, quando se iniciou a substituição de

equipamentos elétricos e eletromecânicos por equipamentos

eletrônicos. As cargas chamadas lineares, como motores elétricos

e iluminação incandescente, possuem corrente proporcional a

tensão, ou seja, senoidais, mesmo estando defasadas ou não, em

função de sua natureza: resistiva, indutiva ou capacitiva. Nas

cargas não lineares, essa proporcionalidade não existe, pois se

pode conduzir corrente durante apenas uma parte do ciclo, e

mesmo que a tensão seja senoidal, a corrente não será.

As correntes harmônicas são responsáveis por elevar a

temperatura dos condutores, dos rotores de motores elétricos, e

também provocarem sobretensões em locais onde estão

instalados capacitores, através do efeito de ressonância.

Os harmônicos são expressos em termos de seu valor eficaz, pois

o aquecimento produzido pela onda distorcida está relacionado

ao mesmo. Harmônicos de quinta ordem produzem um conjugado

de sentido oposto ao de rotação do motor, reduzindo o

conjugado resultante e a capacidade de acionamento da carga

mecânica. Neste caso, ocorre um acréscimo na corrente de

alimentação, podendo ocasionar a queima do motor, uma vez que

o aumento das perdas Joule no estator provoca a estabilização da

temperatura em um valor superior à classe térmica do

enrolamento.

Corrente dos Blocos A ~ D

0,0

100,0

200,0

300,0

400,0

500,0

600,0

700,0

800,0

900,0

18:0

0

20:0

0

22:0

0

00:0

0

02:0

0

04:0

0

06:0

0

08:0

0

10:0

0

12:0

0

14:0

0

16:0

0

18:0

0

20:0

0

22:0

0

00:0

0

02:0

0

04:0

0

06:0

0

08:0

0

10:0

0

12:0

0

14:0

0

16:0

0

Co

rren

te [

A]

IaIbIc

Corrente do Bloco E

0,0

100,0

200,0

300,0

400,0

500,0

600,0

700,0

800,0

900,0

18:0

0

20:0

0

22:0

0

00:0

0

02:0

0

04:0

0

06:0

0

08:0

0

10:0

0

12:0

0

14:0

0

16:0

0

18:0

0

20:0

0

22:0

0

00:0

0

02:0

0

04:0

0

06:0

0

08:0

0

10:0

0

12:0

0

14:0

0

16:0

0

Co

rren

te [

A]

IaIbIc

Gráfico 31 – Medição do Transformador 1 – Correntes A, B e C.

Gráfico 32 – Medição Transformador 2 – Correntes das fases A, B e C.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

82

O Gráfico 33 apresenta os valores dos harmônicos de tensão

medidos na saída do transformador. Valores encontram-se dentro

dos limites permitidos.

Neste caso, em nenhum momento os valores ultrapassaram 5%,

de forma que o Hemocentro não possui problemas de qualidade

de energia relacionados aos harmônicos. Os valores de fator de

potência também foram verificados por meio das medições

realizadas.

O Fator de Potência (FP) de um sistema elétrico qualquer, que

está operando em corrente alternada, é definido pela razão da

potência real ou potência ativa pela potência total ou potência

aparente.

De acordo com a Resolução Normativa ANEEL 414/2010, que

estabelece as condições gerais de fornecimento de energia

elétrica, o fator de potência da unidade consumidora, para efeito

de faturamento, deve ser verificado pela distribuidora por meio

de medição permanente, de forma obrigatória para clientes do

Grupo A. De acordo com a Resolução, o fator de potência de

referência, indutivo ou capacitivo, tem como limite mínimo

permitido, para as unidades consumidoras, o valor de 0,92.

O Gráfico 34 apresenta os valores de fator de potência calculados

para toda a carga do Hemocentro. Esses valores encontram-se

fora dos limites permitidos, pois um dos conjuntos de banco de

capacitores encontra-se danificado, aguardando reparo.

Algumas recomendações são:

Atentar para os desequilíbrios de corrente nos painéis

elétricos do Hemocentro, procurando sempre manter as

correntes de fase equilibradas (melhor distribuição de

cargas).

Utilização de equipamentos eletrônicos com fator de

potência dentro dos limites normalizados (> 0,92).

Avaliação do dimensionamento do banco de capacitores

existente no Hemocentro de Manaus.

Realizar manutenção adequada no banco de capacitores

existentes no Hemocentro de Manaus.

Harmônicos de Tensão dos Blocos A ~ D

0,00,51,01,52,02,53,03,54,04,55,0

18:0

0

20:0

0

22:0

0

00:0

0

02:0

0

04:0

0

06:0

0

08:0

0

10:0

0

12:0

0

14:0

0

16:0

0

18:0

0

20:0

0

22:0

0

00:0

0

02:0

0

04:0

0

06:0

0

08:0

0

10:0

0

12:0

0

14:0

0

16:0

0Dis

torç

ão H

arm

ôn

ica

de

Ten

são

[%]

hVa

hVb

hVc

0,80

0,84

0,88

0,92

0,96

1,00

18:0

0

20:0

0

22:0

0

00:0

0

02:0

0

04:0

0

06:0

0

08:0

0

10:0

0

12:0

0

14:0

0

16:0

0

18:0

0

20:0

0

22:0

0

00:0

0

02:0

0

04:0

0

06:0

0

08:0

0

10:0

0

12:0

0

14:0

0

16:0

0

Fat

or

de

po

tên

cia

Gráfico 33 – Medição do disjuntor A – Harmônicos de tensão.

Gráfico 34 – Valores calculados para o fator de potência do HEMOAM.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

83

4.10. Considerações específicas

As instalações do Hemocentro encontram-se em bom estado de

conservação, sendo que durante as visitas constatou-se a

preocupação com a manutenção de painéis elétricos, bem como

de equipamentos em geral, mantendo-se um bom nível de

atendimento aos usuários.

Foram realizadas 2 medições utilizando-se equipamentos

analisadores de energia instalados em pontos importantes do

sistema elétrico do Hemocentro. Com essas medições e com o

levantamento dos equipamentos utilizados no HEMOAM, foi

possível determinar os valores de consumo diário e mensal,

possibilitando construir a matriz de consumo desagregado.

Foi possível também, desenvolver um modelo virtual da

edificação utilizando-se o software de simulação EnergyPlus, onde

foram simuladas as seguintes estratégias visando a redução do

consumo de energia:

Estratégia 1: Modificação da temperatura de controle

dos sistemas de climatização de 23°C para 25°C.

Estratégia 2: Retrofit dos sistemas de climatização tipo

split para equipamentos com selo Procel A.

Estratégia 3: retrofit no sistema de resfriamento do

bloco E para condensação a água com a implantação de

torre de resfriamento para rejeição de calor.

Estratégia 4: aplicação das estratégias 1, 2 e 3

Estratégia 5: aplicação das estratégias 1 e 2

No tocante aos sistemas de iluminação, recomenda-se prosseguir

a substituição gradativa do sistema fluorescente atual (40W)

pelos sistemas que utilizam lâmpadas de 32 e 28W.

Verificou-se também a necessidade de segmentar os circuitos em

grupos menores de luminárias, principalmente em ambientes

amplos, bem como segmentar o sistema elétrico das luminárias

próximas às janelas permitindo que estas fiquem apagadas

quando os níveis de iluminância forem aceitáveis.

Quanto aos sistemas de climatização, recomenda-se que quando

novas aquisições forem realizadas, que o aspecto selo energético

seja considerado e sejam adquiridos apenas equipamentos nível

A.

No tocante aos sistemas de refrigeração, recomenda-se a

manutenção preventiva dos equipamentos e o retrofit progressivo

das unidades que tenham acima de 20 anos de vida útil.

Quanto ao estudo tarifário, atualmente o Hemocentro é tarifado

em média tensão na modalidade Convencional. Recomenda-se

alteração do enquadramento tarifário para a Tarifa Horária Verde

e da demanda contratada de 600 kW para 550 kW.

Para os aspectos de qualidade de energia elétrica, recomenda-se

atentar para os desequilíbrios de corrente nos painéis elétricos,

procurando sempre manter as correntes de fase equilibradas

(melhor distribuição de cargas). Recomenda-se também a

utilização de equipamentos eletrônicos com fator de potência

dentro dos limites normalizados (> 0,92).

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

84

5. PROJETO E REABILITAÇÃO

5.1. Introdução

A partir da união de todas as análises das etapas anteriores, que

consistem nos Antecedentes (dados gerais da cidade, localização

do edifício, plantas técnicas, condicionantes bioclimáticos, dentre

outros), na Avaliação Pós-Ocupação, no Retrofit e na Etiquetagem

do Nível Energético, foi possível definir as Diretrizes para

Reabilitação Ambiental Sustentável, que consiste principalmente

em propor soluções de intervenção para as áreas específicas.

Na busca por soluções para o diagnóstico elaborado, foram

selecionados exemplos para o estudo de intervenção do

HemoAM, agrupados em 12 (doze) Diretrizes para Reabilitação,

criadas a partir da junção de elementos de sustentabilidade e de

humanização, sendo elas:

1. Inserção urbana: Praças, estar, feira.

2. Inserção social: Acessos, elementos da cultura local, elementos

de fachada.

3. Identidade: Elementos de fachada, módulos sombreadores.

4. Comunicação Visual: Passarela, painel em LED, elementos de

fachada

5. Segurança: Gradil, controle de fluxos, guaritas.

6. Acessibilidade: Passeios cobertos, passarela, praças.

7. Priorização do Pedestre: Pavimentação, passeios cobertos.

8. Humanização: Áreas verdes, cores, módulos sombreadores.

9. Conforto Ambiental: Pavimentação verde, parede verde,

módulos sombreadores.

10. Aproveitamento dos Recursos Naturais: Placas fotovoltaicas,

biovaletas.

11. Revitalização das Áreas Verdes: Talude, praças, parede verde.

12. Otimização dos Fluxos: Passeios, passarela, pavimentação,

cores.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

85

5.2. Estudos de Repertório

Os estudos de repertório para a reabilitação do HemoAM incluem

uma gama vasta de propostas arquitetônicas, urbanísticas,

baseadas em tecnologias atuais ou mesmo técnicas vernáculas e

ícones da cultura local como elementos que influenciam o projeto

em questão.

Destaca-se a dimensão ambiental do estudo de repertório, que foi

incorporada neste relatório motivada pela complexidade que é

projetar num contexto amazônico. No Hemocentro de Manaus,

pretende-se modificar o impacto gerado pelo edifício a partir de

elementos que contribuam para a preservação do ambiente

natural. Neste sentido, indica-se como possíveis soluções

intervenções que visem a purificação do ar, sobretudo no

contexto de edifícios de saúde. Assim, a principal diretriz deste

estudo de repertório é o uso de dióxido de titânio4 na cobertura

dos módulos sombreadores.

4O uso do elemento dióxido de titânio promove a fotossíntese artificial, alinhado a diretriz de redução da emissão dos gases do efeito estufa. (PAULINO, SALIM e RESENDE, 2011).

De modo didático, agrupamos as pesquisas de repertório em

alguns sub-grupos, os quais serão facilmente relacionados às

ações projetuais.

Os grupos são:

Elementos da cultura local

Módulos sombreadores

Pele dupla

Coberturas leves e ventiladas

Parede verde

Acessibilidade – Integração de usos

Materiais permeáveis

Humanização de áreas verdes

Inovações tecnológicas

Cada um destes grupos foi pesquisado visando atender às

Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável, adotando

como princípios elementos utilizáveis no HemoAM.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

86

5.2.1. Elementos da cultura local

A água (Figura 63) e o legado indígena (Figura 64 e Figura 65) são

os dois símbolos fortes da Amazônia. Neste sentido, o artesanato

indígena e os movimentos e cores dos rios da região foram

interpretados para orientar as intervenções de projeto.

Figura 64 – Pintura em cerâmica e Cestaria em fibra tingida. Fonte: TAPAJÓS, Leandro. Cultura: expectativas dos artistas e produtores do cenário amazônico. Disponível em: <http://acritica.uol.com.br/vida/ Cultura-expectativas-artistas-produtores_0_399560054.html>

Figura 63 – Vista aérea do encontro dos rios. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

Figura 65 – Cestos fundos de fibra tingida, desenhos geométricos. Fonte: TAPAJÓS, Leandro. Cultura: expectativas dos artistas e produtores do cenário amazônico. Disponível em: <http://acritica.uol.com.br/vida/ Cultura-expectativas-artistas-produtores_0_399560054.html>

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

87

5.2.2. Módulos sombreadores

Módulos sombreadores (Figura 66) são estruturas de

sombreamento moduladas. Foram pesquisados tecidos especiais,

e estruturas leves, que permitam o tensionamento de malhas

próprias para coberturas de espaços abertos. A proposta é criar

módulos de sombra que protejam o pedestre dos percursos nas

áreas livres próximas aos edifícios. Estas estruturas caracterizam-

se também pela leveza e pela transitoriedade de sua instalação.

Figura 66 – Módulos sombreadores com membranas têxteis em estrutura metálica. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

88

5.2.3. Pele dupla

Destacam-se exemplos de membranas especiais que criam uma

pele dupla (Figura 67) ao edifício, reduzindo a carga térmica

incidente.

Além da utilização da pele dupla nos exemplos, buscou-se a

utilização de cores específicas para relembrar a cultura local,

nesta mesma forma de utilização (Figuras 68 e 69). Assim foram

trazidas as cores azuis e verdes.

Figura 67 – Edifício envolto por estrutura modular – pele dupla. Fonte: LOMHOLT, Isabelle, Santa Lucía General University Hospital Murcia, Disponível em: <http://www.e-architect.co.uk/spain/santa-lucia-general-university-hospital>.

Figura 68 – Pele dupla com fachada sinuosa iluminada e uso da cor da iluminação na edificação. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

89

Figura 69 – Sede CONFEA - Brasília - Membrana têxtil na fachada. Fonte: SARAIVA, Pedro Paulo de Melo. Edifício Sede do Confea – Brasília DF. Disponível em<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/proj etos/11. 125/ 3882>.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

90

5.2.4. Coberturas leves e ventiladas

Foram destacados exemplos de proteções solares proporcionadas

pelas coberturas leves e moduladas, que apresentam estratégias

de ventilação.

Figura 70 – Esquerda: Hospital Sarah - Destaque para a abertura de ventilação em madeira; Direita: cobertura na cor branca, cor refletora da radiação. Fonte: FRACALOSSI, Igor. Clássicos da Arquitetura: Hospital Sarah Kubitschek Salvador / João Filgueiras Lima (Lelé). Disponível em: < http://www.archdaily.com.br/br/01-36653/classicos-da-arquitetura-hospital-sarah-kubitschek-salvador-joao-filgueiras-lima-lele>.

Figura 71 – Referência de coberturas curvas, também refletoras. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

Figura 72 – Beijódromo - Brasília - Ventilação auxiliada pelo espelho d'água Fonte: : MELENDEZ, Adilson. Taba do Antropólogo ganha memorial. Disponível em: < http://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/joao-filgueiras-lima-centro-cultural-20-07-2011>.

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91

5.2.5. Parede verde

O uso de paredes verdes elimina o excesso do uso de materiais

artificiais no ambiente urbano e ao mesmo tempo auxilia no

contato com a natureza, criando identidade, promovendo ainda

um isolamento térmico nos edifícios e com isso uma redução nos

gastos energéticos. Podem também proteger dos ventos, reduzir

as temperaturas internas e os ruídos do ambiente externo.

Além disso, algumas plantas tem a capacidade de captar o CO2,

transformando-o em oxigênio, filtrando o ar.

Figura 73 – Parede verde como textura de fachada. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

Figura 74 – Uso diversificado de espécies em parede verde. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

92

5.2.6. Acessibilidade – Integração de usos

A acessibilidade permite o direito de ir e vir de todos os usuários,

sem interferências do espaço construído. Desta forma, busca uma

integração de usos a partir da utilização de escadas, rampas,

passeios cobertos, dentre outros espaços, sem que existam

obstáculos de nenhuma espécie para nenhuma incapacidade

funcional. Mostra-se (Figura 75 e Figura 76) o parque criado a

partir de um trilho elevado em Nova York. Aqui a vegetação foi

utilizada num solo artificial criado a 12m de altura.

Figura 75 – Parque linear elevado em Nova Iorque - High Line. Fonte: HIGUTI, André. The High Line Park. Disponivel em: < http://arktetonix.com.br/2011/12/urbano-2-the-high-line-park/>.

Figura 76 – High Line, NY - Novo uso para trilho de trem desativado. Fonte: HIGUTI, André. The High Line Park. Disponivel em: < http://arktetonix.com.br/2011/12/urbano-2-the-high-line-park/>.

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93

Mostra-se também (Figura 77, Figura 79 e Figura 78) a mistura de

rampa e escada num mesmo conjunto, eliminando dessa forma a

separação às vezes constrangedora dos diferentes usuários.

Figura 77 – Praça em níveis e diferentes usos de vegetação. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

Figura 78 –Usos de escada intercalada por rampa diagonal Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

Figura 79 – Usos de escada intercalada por rampa diagonal. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

94

5.2.7. Materiais permeáveis

Os materiais permeáveis estão cada vez mais sendo utilizados nos

espaços de pavimentação. Seu uso indica que nessa área deve ser

prevista a declividade necessária para que as águas superficiais

sejam coletadas e armazenadas se assim desejar (Figura 80, Figura

81 e Figura 82).

Figura 80 – Piso integrado com vegetação. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

Figura 81 – Piso intertravado de formato não retilíneo. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

Figura 82 – Direita: Piso intertravado retangular; Esquerda: Esquema de sistema de drenagem. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

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95

5.2.8. Humanização de áreas verdes

Encontram-se exemplos de percurso com vegetação em sistema

de degraus que oferecem variados ambientes para o

deslocamento e o estar de forma diversificada (Figura 83 e Figura

85).

Figura 83 – Percurso com vegetação diversificada. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

Figura 84 – Jardim em sistema de degraus. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

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96

5.2.9. Inovações Tecnológicas

Entre as inovações de interesse destacamos os materiais

superficiais, especificamente, os que podem ser utilizados nas

paredes como forma de painéis.

Os painéis compostos de dióxido de titânio são responsáveis pela

promoção da purificação do ar, uma vez que a partir da radiação

solar desempenham o papel das árvores quanto ao processo de

fotossíntese (Figura 85 e Figura 86).

Figura 85 – Fachada de Hospital na Cidade do Mexico, placas de dióxido de Titânio. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

Figura 86 – Detalhe dos módulos de dióxido de titânio Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

97

Algumas estratégias de inovações tecnológicas são facilmente

incorporadas ao edifício. Como bons exemplos dessas estratégias

têm-se sistemas fotovoltaicos e microeólicos. (Figura 87 a Figura

91).

Figura 87 – Sistema fotovoltaico maleável e seu uso em edificações. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

Figura 88 – Células fotovoltaicas e seu uso em fachadas. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

Figura 89 – Geradores eólicos em cobertura de edifício. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

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98

Figura 90 – Sistema eólico de fachadas e o aproveitamento dos ventos rápidos nas coberturas. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

Figura 91 – Painel de sistema eólico e estrutura com geradores eólicos. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

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99

5.3. Diretrizes da Avaliação Ambiental Integrada

A Avaliação Ambiental Integrada que inclui a Avaliação Pós-

Ocupação - APO, a Eficiência Energética e o Retrofit, deu origem

ao Diagnóstico consubstanciado dos elementos avaliados, do qual

foram extraídas Diretrizes pautadas na avaliação dos aspectos

funcionais e humanizadores avaliados in loco. Tendo como base

essas Diretrizes, foram realizadas propostas de intervenção para a

Reabilitação Sustentável do HemoAM.

5.3.1. Diretrizes da APO

A partir das análises da APO, com foco no conforto térmico

efetuadas, bem como as ferramentas de trabalho utilizadas na

avaliação pós-ocupação buscaram coerência com o diagnóstico

energético, assim foi possível elaborar uma única proposta de

projeto preliminar de arquitetura que englobasse todas as

definições propostas. De modo resumido, o foco do projeto

esteve nos seguintes eixos temáticos:

Protetores solares para as fachadas;

Desenvolvimento de módulos sombreadores para

grande área pública descoberta;

Criação de jardins verticais para a proteção solar das

paredes;

Taludes vegetados;

Microbacias de retenção de água, contribuindo com a

drenagem natural sustentável,

Abertura no bloco A, promovendo a ventilação natural;

criação de espaço de integração entre o Hospital

Psiquiátrico e Hospital do Sangue, promovendo uma

interação saudável entre os usuários do edifício.

Da análise dos resultados da Avaliação Pós-Ocupação – APO são

obtidas diretrizes gerais para o edifício Hemocentro do Amazonas,

que foram divididas nos aspectos térmico, luminoso, sonoro e

ambiental.

a) Térmico

Reduzir os ganhos de carga térmica pelas fachadas, com

proteções solares adequadas às orientações (estudos de

ângulo de incidência solar)

Reduzir os ganhos de carga térmica através da

cobertura (alteração de materiais, vegetação, cores

claras e alta capacidade refletora);

Promover o resfriamento evaporativo (água e/ou

vegetação)

Buscar, sempre que possível, o aproveitamento da

ventilação natural;

Buscar a uniformidade dos níveis de temperatura e

umidade do ar nos ambientes condicionados

artificialmente por meio do Retrofit dos equipamentos

atuais (que estejam obsoletos ou defasados) tendo em

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

100

vista os níveis de conforto estabelecidos nas normas

que regem o assunto;

Criar sombreamentos nas áreas comuns, reduzindo a

carga térmica radiante das superfícies externas.

b) Luminoso

Melhorar a uniformidade da iluminação artificial do

edifício tendo em vista os valores de iluminâncias

estabelecidos para cada atividade na norma NBR 5413 -

Iluminâncias;

Melhorar a distribuição das luminárias (malha);

Buscar, sempre que possível, o correto aproveitamento

da iluminação natural;

Utilizar vidros seletivos (luz visível, sem ofuscamento e

calor);

Buscar a iluminação no plano de trabalho otimizando a

qualidade da luz, e a eficiência energética;

Estudar a integração com a iluminação artificial

(acendimento paralelo à janela e controle

individualizado)

Garantir vista agradável para o exterior;

Implantar sistemas de automação da iluminação

artificial, a fim de integrar o sistema mecânico à luz

natural.

c) Sonoro

Reduzir os níveis de ruído em ambientes críticos;

Tratar acusticamente os ambientes onde existe a

interferência de ruídos indesejados que cerceiem o

desempenho de tarefas;

Reduzir os níveis de ruídos dos equipamentos externos;

Aumentar o fator de rugosidade do meio externo, a fim

de recolher ruídos indesejáveis, reduzindo o seu nível ao

acessar o edifício.

d) Ambiental:

Integrar o edifício do Hemocentro aos hospitais

vizinhos;

Criar ambientes de convivência;

Reabilitar espaços insalubres;

Implantar vegetação como elemento de requalificação

ambiental e humanização;

Implantar microbacias de contenção de água das

chuvas, promovendo uma maior eficiência à drenagem

natural;

Tornar os espaços acessíveis (especificação de pisos, uso

de rampas, etc.);

Tratar os espaços internos e externos do edifício

visando à humanização e otimização das atividades;

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

101

Garantir a ambiência urbana harmônica eliminando

barreiras na forma de muros e outros elementos

opacos.

5.3.2. Diretrizes da Etiquetagem da Envoltória

A partir da etiquetagem de eficiência energética da envoltória do

edifício do HemoAM, que teve desempenho “E”, gerou-se as

seguintes diretrizes para atingir o nível A:

Cumprir os pré-requisitos para os fechamentos opacos

das fachadas e cobertura para ser nível A (transmitância

e absortância das paredes e cobertura), quais sejam

superiores aos limites recomendados;

Para os demais edifícios, reduzir o percentual de

abertura de Fachada (PAFT) por meio de elementos

sombreadores fixos e;

Substituir o tipo de vidro das esquadrias para um de

melhor eficiência (fator solar abaixo de 0,5).

5.3.3. Diretrizes do Retrofit Energético:

A partir do diagnóstico energético, gerou-se as seguintes

diretrizes:

As diretrizes gerais para o retrofit foram separadas em 3 grupos:

a) Sistema de Iluminação Artificial

Retrofit da iluminação artificial utilizando sistemas mais

eficientes;

Segmentar os circuitos em grupos menores de

luminárias próximas às janelas;

Alterar o layout das estações de trabalho, para evitar o

ofuscamento dos usuários;

Adotar programas para conscientização e educação dos

funcionários.

b) Climatização e Refrigeração

Quando da aquisição de novos equipamentos, procurar

aqueles com selo A do Procel, tanto para climatização,

quanto para refrigeração;

Realizar manutenções periódicas nos equipamentos,

garantindo seu pleno funcionamento;

Limpar os filtros dos condicionadores de ar;

Verificar a vedação das portas dos refrigeradores.

c) Sistemas Motrizes

Substituição gradativa por motores de alto rendimento;

Aquisição de equipamentos com motores de alto

rendimento;

Realização permanente de serviços de manutenção;

Observação dos aspectos de qualidade de energia e das

instalações elétricas para o bom funcionamento dos

motores.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

102

5.4. Projeto e Diretrizes

As inovações tecnológicas foram trazidas para o HemoAM de

diferentes modos. Foram desenhados dispositivos bioclimáticos

especiais que visam à incorporação de novas estratégias

ambientais para o edifício, promovendo um uso eficiente das

energias renováveis, assim como um aumento do nível de

conforto ambiental.

Para o desenvolvimento correto do estudo preliminar, faz-se

necessário realizar estudos iniciais de todas as etapas que

envolvam as Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável

do HemoAM. Desta forma, tomando como base Romero (2001),

traçam-se como princípios iniciais de desenho, três análises

ambientais da edificação. São elas:

Características do Entorno: orientação (sol, ventos,

som), continuidade da massa, grau de

adjacência/compacidade, altura do espaço cotado,

condução dos ventos do entorno imediato;

Características da Base: equilíbrio da radiação e luz

natural, natureza dos elementos superficiais, albedo

(reflexão e absorção da radiação incidente), elementos

componentes do espaço público (coberturas,

pavimentos, vegetação, mobiliário, água);

Características da Superfície Fronteira: convexidade,

continuidade da superfície, grau de adjacência,

porosidade, detalhes edificatórios que afetam as

condições externas, textura, propriedades físicas dos

materiais, aberturas, tensão/progressão/regressão da

fachada, tipologia arquitetônica, cores, transparência,

opalescência, céu, número de lados do espaço, grau de

confinamento.

Com estas características definidas, desenvolveu-se o estudo para

o projeto do HemoAM. Foram desenvolvidas quinze (15)

Intervenções específicas, seguindo todo o diagnóstico realizado

pela união dos Antecedentes, Avaliação Pós-Ocupação, Retrofit e

Etiquetagem do Nível Energético. Aliando este diagnóstico com as

doze (12) Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável, têm-

se como intervenções:

1. Implantação

2. Abertura do Bloco E

3. Membrana têxtil

4. Módulos Sombreadores

5. Coberturas

6. Parede Verde

7. Humanização do Talude

8. Passarela de acesso ao Hospital do Sangue

9. Acesso pela Passarela

10. Banco de Cordão

11. Espaço de Convivência

12. Reaproveitamento de Águas Pluviais

13. Estudo de Esquadrias

14. Estudo de pavimentações

15. Painel de LED.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

103

O resultado final destas quinze (15) intervenções podem ser

observados na Figura 92, porém, serão melhor descritos em cada

um dos seus respectivos tópicos. Vale ressaltar que estas figuras

apresentam as diretrizes de intervenção no HemoAM.

5.4.1. Implantação

Encontramos a situação da implantação atual do HemoAM,

demonstrando as áreas edificadas (35% da área do terreno), as

áreas de passeio (8%), as áreas de estacionamento (22%) e as

áreas verdes (35%). (Figura 93).

Iniciando com os estudos de implantação, percebe-se a evolução

da proposta de acordo com as necessidades, principalmente, de

aperfeiçoamento da priorização do pedestre, humanização dos

espaços públicos, conforto ambiental e otimização dos fluxos. A

evolução da proposta pode ser observada nas figuras que se

seguem.

Figura 92 – Estudo preliminar da implantação (perspectiva).

Figura 93 – Estudo dos volumes (3D).

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

104

Estes estudos iniciais têm como fundamento as características

entorno, base e superfície fronteira para a definição das novas

zonas de ocupação. Percebe-se com isso, que as doze (12)

Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável foram

analisadas e implementadas no estudo, conforme observado na

Tabela 7 e na Figura 94.

Tabela 7 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável – Estudo da Implantação.

1. Inserção Urbana 7. Priorização do Pedestre

2. Inserção Social 8. Humanização

3. Identidade 9. Conforto Ambiental

4. Comunicação Visual 10. Aproveitamento dos Recursos Naturais

5. Segurança 11. Revitalização das Áreas Verdes

6. Acessibilidade 12. Otimização dos Fluxos

Figura 94 – Croqui do primeiro estudo da implantação.

Figura 95 – Evolução do estudo da implantação.

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

105

Além disto, dois itens de grande importância para o estudo da

implantação foram definidos. O primeiro se refere ao sistema de

calçadas, que busca dar prioridade ao pedestre. O usuário, tanto

externo quanto interno, tem liberdade no seu passeio pelo

HemoAM, sendo possível circular e acessar aos blocos sem ter

conflito com outros tipos de fluxos, como por exemplo, o

automóvel, conforme observado na Figura 96.

Figura 96 – Estudo preliminar da implantação (perspectiva).

Figura 98 – Estudo preliminar da implantação – Sistema de calçadas (perspectiva).

Figura 97 – Estudo preliminar da implantação – Estacionamento perspectiva).

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

106

O segundo item foi o estudo do estacionamento. Percebe-se que

grande parte da área existente foi reduzida, porém o mesmo foi

otimizado, permitindo ainda uma grande quantidade de vagas

automotivas. Além disto, outra área do HemoAM foi reservada

para a implementação do estacionamento, conforme pode ser

observado na Figura 99.

Posteriormente a este estudo inicial, foi acrescentado ao terreno

do HemoAM o terreno que compreende o Centro Psiquiátrico.

Desta forma, observa-se na Figura 100 à Figura 103, a evolução da

proposta da implantação geral, mantendo sempre os conceitos

adotados nas diretrizes para reabilitação.

Figura 99 – Situação atual da implantação geral (perspectiva).

Figura 100 – Evolução do estudo da implantação geral com o acréscimo da área do Centro Psiquiátrico.

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Figura 102 – Estudo preliminar da implantação geral.

Figura 101 – Estudo preliminar da implantação geral (perspectiva).

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108

Neste estudo preliminar da implantação, houve um aumento de

88 vagas de estacionamento na situação existente, para 123 vagas

(Figura 102). Além disto, houve uma grande preocupação na

preservação de todas as árvores existentes, perdendo apenas

uma única árvore de pequeno porte, por estar situada no meio do

novo estudo de implantação, conforme observado na Figura 103.

Figura 103 – Estudo preliminar da implantação geral – Preservação da vegetação existente.

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109

Outro fato importante deste estudo foi a revitalização das áreas

verdes a partir de uma infraestrutura verde por biovaletas que

canalizará as águas pluviais e infiltrará de forma adequada. A

localização deste sistema pode ser observado na Figura 104.

Figura 104 – Estudo preliminar da implantação geral – Infraestrutura verde – Localização das biovaletas.

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110

Outro ponto importante do estudo da implantação geral foi a

demarcação de uma área destinada ao espaço público, definida

como Praça Pública. Este espaço tem como objetivo uma inserção

urbana e social que acrescentará valor aos usuários do entorno no

uso do edifício do HemoAM, conforme observado na Figura 105.

Percebe-se também nesta, a delimitação do gradil de segurança

do HemoAM, e a separação deste espaço com a praça pública.

Além das propostas apresentadas que visam uma boa qualidade

ambiental no espaço construído, preservando a grande maioria da

vegetação existente, foi desenvolvida uma outra proposta. Tal

proposta foi solicitada pelo diretor do Hemocentro do Amazonas,

visando um aumento no número de vagas de estacionamento.

Esta proposta não está inserida nos princípios de sustentabilidade

apresentados neste estudo, servindo como base de comparação

para uma ocupação geral da área como estacionamento para o

usuário.

Figura 105 – Localização da Praça Pública e delimitação do gradil(perspectiva).

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111

Este novo estudo teve um aumento no número de 123 para 212

vagas de estacionamento, inclusive vagas para ônibus. No

entanto, vale ressaltar, que mais de 70% da vegetação existente

(árvores de grande porte) foi retirada para esta ocupação.

Figura 106 – Novo estudo de implantação sem a preservação da vegetação existente.

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112

5.4.2. Abertura do Bloco E

O Bloco E possui, atualmente 4 pavimentos, sendo definidos pelo

pavimento térreo e três pavimentos superiores.

Com a construção do Hospital do Sangue na área adjacente ao

HemoAM, grande parte da área ocupada do Bloco E será relocada

para este novo edifício, deixando-o com grandes áreas vazias para

futuras ocupações.

Baseado nisto, e buscando um melhor aproveitamento da

ventilação natural a partir das análises e simulações realizadas no

edifício, optou-se pela criação de um vão aberto que abrange o

primeiro e o segundo pavimento do Bloco E, deixando o térreo e o

terceiro pavimento ocupados.

Assim, além de aproveitar a ventilação natural, criará a

possibilidade de abrir visuais para o talude e para o edifício do

HemoAM, humanizando os espaços e melhorando as condições

de habitabilidade para os seus usuários, além de permitir aos

mesmos um acesso rápido ao novo Hospital do Sangue, localizado

ao sul do terreno (Figura 107).

Na Tabela 8 observam-se as Diretrizes para Reabilitação

analisadas a partir desta intervenção.

Tabela 8 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável – Abertura do Bloco E.

1. Inserção Urbana 7. Priorização do Pedestre

2. Inserção Social 8. Humanização

3. Identidade 9. Conforto Ambiental

4. Comunicação Visual 10. Aproveitamento dos Recursos Naturais

5. Segurança 11. Revitalização das Áreas Verdes

6. Acessibilidade 12. Otimização dos Fluxos

Figura 107 – Abertura do Bloco E (perspectiva).

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113

5.4.3. Membrana têxtil

A Membrana Têxtil é um sombreamento em estruturas leves,

instaladas paralelamente às fachadas do edifício. Recomenda-se o

uso das membranas (Marca de referência: Soltis) de alto

desempenho térmico, uma vez que reduzem até 70% (setenta por

cento) da radiação solar direta, e permitem grande visibilidade do

exterior por parte dos usuários do edifício. Além disso,

proporcionam o aproveitamento da iluminação natural nos

ambientes sem, por outro lado, permitir a entrada da alta

incidência de radiação solar. Atuam, portanto, como proteção e

como um filtro de equilíbrio na relação do edifício com o clima. As

membranas também podem ser incorporadas às fachadas com

uso de cores, trazendo o componente lúdico ao projeto. Neste

caso, recomenda-se o uso de tons de azul turquesa e verde água –

fazendo referência à marcante presença da água para a cultura

local.

Foram propostos 3 tipos de Membrana Têxtil, conforme

observado na Figura 108.

Figura 108 – Membrana Têxtil (perspectiva).

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114

As Membranas Têxteis são constituídas de perfis metálicos

divididos em módulos curvos a cada 5m, compondo uma

estrutura sinuosa por toda a extensão da fachada

(aproximadamente 70 m).

Cada membrana possui uma curvatura específica, com altura de

3,5m e estruturas de fixação a cada 5m (Figura 109 à Figura 111).

Como especificação das membranas têxteis, sugere-se:

Soltis 86

Tecnologia: Précontraint

Peso: 380 g/m²

Espessura: 0,43 mm

Largura: 177 ou 267 cm

Resistência à ruptura: 230/160 daN/5cm

Resistência ao rasgo: 45/20 daN

Figura 109 – Estruturas curvas do primeiro, segundo e terceiro pavimento respectivamente.

Figura 110 – Estruturas de fixação afastadas a cada 5m (perspectiva).

Figura 111 – Estrutura de fixação com membrana têxtil (perspectiva).

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115

Especificações Técnicas do Fabricante:

As membranas têxteis possuem características de flexibilidade

(material leve aplicável à edificações existentes sem necessidade

de reforço estrutural), durabilidade (garantia no mercado nacional

de 5 anos), alta eficiência (proteção contra raios UV, possibilidade

de aproveitamento da ventilação e iluminação natural), além de

ser 100% reciclável (atendendo as demandas mundiais por

sustentabilidade na construção). O material é impermeável à

água, resistente ao vento, com durabilidade testada em

laboratório (ISO 9001 e ISO 14001) (STAMISOL, 2001). Quanto à

limpeza, o material é auto-limpante. Em determinados casos já

construídos, a limpeza ocorreu após 11 anos da aplicação da

membrana (FERRARI, 2008)

Além disso, no Brasil, existem revendedores em todos os estados,

disponibilizando o produto e sua manutenção. Não havendo,

portanto, impactos ambientais significativos relacionados ao

transporte (importação) do produto ao local de destino. A

membrana foi desenvolvida para ser aplicada em qualquer clima,

possuindo uma garantia de 5 anos no Brasil, e caso seja solicitado,

poderão ser desenvolvidas análises específicas de resistência do

material em testes nos laboratórios do fornecedor.

Figura 112 – Especificações técnicas do fabricante da membrana têxtil

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116

Os módulos das fachadas Leste e Oeste seguem os quatro tipos

fixos de estrutura especificados na pesquisa. Os módulos

aplicados na fachada Leste são espalhados para a fachada Oeste

com posicionamento diferenciado, observando o intervalo

destinado ao posicionamento da passarela de ligação proposta

para a fachada Oeste (Figura 113). Esta composição visa atribuir

um aspecto de fluidez no conjunto.

Na Tabela 9 observam-se as Diretrizes para Reabilitação

analisadas a partir desta intervenção.

Tabela 9 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável – Membrana Têxtil.

1. Inserção Urbana 7. Priorização do Pedestre

2. Inserção Social 8. Humanização

3. Identidade 9. Conforto Ambiental

4. Comunicação Visual 10. Aproveitamento dos Recursos Naturais

5. Segurança 11. Revitalização das Áreas Verdes

6. Acessibilidade 12. Otimização dos Fluxos

Figura 113 – Membrana têxtil fachada oeste (perspectiva).

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

117

Antecedentes de obras que já utilizam esse material:

O edifício sede do CONFEA, em Brasília, construído em 2010,

utilizou o sistema de membrana têxtil perfurada para criar um

filtro entre o meio externo e os ambientes internos. Permite a

utilização da iluminação natural dos ambientes sem a incidência

direta da radiação solar nas superfícies envidraçadas. Além disso,

o sistema de membrana compõe uma segunda pele à envoltória

do edifício, reduzindo o impacto calorífico e tornando o sistema

de climatização mais eficiente. A utilização da membra têxtil foi

devidamente calculada, sendo considerado o percentual de

abertura (permeabilidade) do material.

Figura 114 – Sede do CONFEA na cidade de Brasília. Fonte: www.vitruvius.com.br.

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118

A arena Pantanal, na cidade de Cuiabá-MT, utiliza 25.300 m² de

membrana têxtil perfurada em sua fachada. A membrana atende

as necessidades do projeto que prevê o aproveitamento da

ventilação natural das suas áreas internas e a máxima

permeabilidade da estrutura visando evitar o acúmulo de calor no

local. O material é composto de 50% PVC e 50% de fibra têxtil,

sendo aplicada tecnologia anti-chamas.

A nova Sede do Clube Curitibano, em Curitiba-PR, utiliza

membrana têxtil micro-perfurada, na cor branco gelo, visando o

aproveitamento da ventilação natural e a adequação do edifício

ao processo de certificação ambiental – buscando a maior

eficiência energética.

Figura 115 – Arena Pantanal na cidade de Cuiabá. Fonte: www.brasil.gov.br

Figura 116 – Projeto da Sede do Clube Curitibano, na cidade de Curitiba. Fonte: www.revistaarqdesign.com.br

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

119

5.4.4. Módulos Sombreadores

Os Módulos Sombreadores são elementos de composição

arquitetônica utilizados para a promoção de sombra no espaço

aberto.

Possuem estrutura metálica com pintura eletrostática (cor clara) e

membrana escura com valor máximo de 70% de opacidade. Este

valor máximo de referência deve ser seguido para que a cobertura

seja um pouco translúcida, permitindo que os caminhos sejam

iluminados naturalmente.

A área de passeio dos pedestres está sombreada pela presença

desses módulos, formando um percurso contínuo com desenho

não convencional, curvo, inspirado nos encontros dos rios

amazônicos. (Figura 117).

Os módulos devem ter tirantes tensionados em aço para

estabilizar a estrutura. A estrutura modular deve ser aparente e

autoportante, facilitando a instalação e manutenção das peças.

Figura 117 – Módulos Sombreadores (perspectiva).

Figura 118 – Módulos Sombreadores agrupados (perspectiva).

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120

Suas membranas têxteis devem ser sobrepostas a fim de criar

uma cobertura mais eficiente.

Como especificação, sugere-se:

Cor de referência: 2011 Cinza Polar (Marca de

referência: Soltis 86)

Tecnologia: Précontraint

Peso: 380 g/m²

Espessura: 0,43 mm

Largura: 177 ou 267 cm

Resistência à ruptura: 230/160 daN/5cm

Resistência ao rasgo: 45/20 daN

Reação ao fogo: M1 - B1

Qualidade: ISO 9001.

Na Tabela 10 observam-se as Diretrizes para Reabilitação

analisadas a partir desta intervenção.

Tabela 10 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável – Módulos Sombreadores.

1. Inserção Urbana 7. Priorização do Pedestre

2. Inserção Social 8. Humanização

3. Identidade 9. Conforto Ambiental

4. Comunicação Visual 10. Aproveitamento dos Recursos Naturais

5. Segurança 11. Revitalização das Áreas Verdes

6. Acessibilidade 12. Otimização dos Fluxos

Figura 119 – Módulos Sombreadores com tirantes tensionados (perspectiva).

Figura 120 – Módulos Sombreadores com membranas sobrepostas (perspectiva).

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

121

5.4.5. Estudo das coberturas

Nas análises realizadas nos edifícios, foi possível identificar que

grande parte da perda da qualidade ambiental dos ambientes

internos diz relação ao uso de materiais inadequados na

cobertura. Desta forma, foram propostos novos materiais nas

coberturas de todos os blocos, conforme observado na Figura

116.

Nos blocos mais altos (Blocos A e Bloco E), foram propostas placas

fotovoltaicas para captar energia solar e fornecer elétrica aos

blocos A e E. As placas fotovoltaicas poderão gerar energia capaz

de promover a iluminação dos ambientes comuns dos edifícios,

reduzindo assim o consumo energético a partir da utilização de

energia por meios renováveis. Aliado a geração e energia, a

implantação das placas na cobertura protege ainda contra a

excessiva carga térmica, promovendo uma redução no acúmulo

de calor dos ambientes nos pavimentos superiores nos blocos A e

E.

Nos edifícios mais baixos, Blocos B, C e D (cobertura cor cinza), foi

proposto uma mudança nas telhas existentes por telhas

termoacústicas, promovendo uma redução da carga térmica e um

conforto acústico-ambiental nos ambientes internos. Vale

ressaltar, que nestes blocos não há laje construída, e com isso,

também deverão ser previstas soluções para permitir uma

ventilação na camada de ar entre o forro e a cobertura, auxiliando

ainda mais no conforto ambiental.

Figura 121 – Diferentes coberturas nos blocos (perspectiva).

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122

Nos blocos anexos (cobertura cor verde), sugere-se a mudança da

cobertura existente por telhado verde. O telhado verde

proporciona um ambiente muito mais fresco do que outros tipos

de cobertura, mantendo o edifício protegido de temperaturas

extremas, especialmente no verão, reduzindo em até 3°C a

temperatura dos ambientes internos. Existem dois tipos de teto

verde, os “extensivos” (mais leves, com substratos mais rasos) e

os “intensivos” (maior quantidade de substrato, maior diversidade

de espécies, acessível a visitantes diariamente). Por ser mais leve

e não requerer muita manutenção, o teto verde para o HEMOAM

será do tipo extensivo.

Na Tabela 11 observam-se as Diretrizes para Reabilitação

analisadas a partir desta intervenção.

Tabela 11 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável – Estudo das Coberturas.

1. Inserção Urbana 7. Priorização do Pedestre

2. Inserção Social 8. Humanização

3. Identidade 9. Conforto Ambiental

4. Comunicação Visual 10. Aproveitamento dos Recursos Naturais

5. Segurança 11. Revitalização das Áreas Verdes

6. Acessibilidade 12. Otimização dos Fluxos

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

123

5.4.6. Parede Verde

As paredes verdes do HemoAM foram utilizadas para reduzir a

carga térmica recebida dos horários do dia com a maior incidência

de radiação solar direta. O paisagismo incorporado na parede

verde conta com espécies próprias do clima amazônico, reduzindo

assim os eventuais custos de manutenção. As paredes verdes são

verticais e utilizam uma técnica de sustentação por meio de

estrutura independente à do edifício, promovendo a criação de

uma câmara de ar ventilada entre a estrutura e o edifício, o que é

fundamental para evitar a infiltração e umidade das estruturas de

vedação do edifício, ao tempo em que cria uma camada dupla de

proteção solar, e embeleza a praça central do HemoAM com a

incorporação da vegetação também na estrutura vertical do

edifício.

As localizações destas paredes podem ser observadas na Figura

122 e na Figura 123 (fachadas leste e oeste, respectivamente).

Figura 122 – Parede verde fachada leste (perspectiva).

Figura 123 – Parede verde fachada oeste (perspectiva).

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RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O A M

124

A proximidade com a natureza tende a diminuir estresses

psicológicos de pacientes, porém é preciso ter cuidado e muita

atenção na escolha das espécies vegetais que serão utilizadas nos

jardins de edificações de saúde. Os pacientes muitas vezes são

sensíveis ao pólen e perfumes liberados por algumas flores, que

podem causar alergias. Também é preciso estar atento ao excesso

de umidade em jarros e canteiros, que pode facilitar a

proliferação de fungos, sendo que um bom projeto de drenagem

é essencial neste tipo de edificação.

Além de outorgar beleza e produzir admiração, as paredes verdes

apresentam diversos benefícios tanto para as pessoas quanto

para o ecossistema. O projeto paisagístico de um jardim vertical

em um edifício de saúde deve propiciar esse relacionamento. As

novas técnicas permitem que os jardins verticais se apresentem

como uma alternativa a falta de espaços e a necessidade de

aumentar as áreas verdes em um espaço.

Na Tabela 12 está uma sugestão das espécies que são adequadas

ao clima amazônico e poderão ser utilizadas tanto na parede

verde como no teto verde do HemoAM.

Tabela 12 – Espécies Vegetais para Cobertura e Parede Verde do HemoAM.

Imagem da espécie Nome e Características

Dinheiro-em-Penca(Callisiarepens)

Planta pendente muito ramificada com folhagem ornamental. As folhas são cerosas, adensadas ao longo da ramagem, formando um tapete denso, as flores são pequenas e brancas, apresentando importância ornamental secundaria. Pouco tolerante a baixas temperaturas.

Jibóia(Epipremnumpinnatum)

Semi-herbacea de folhagem muito ornamental. Folhas espessas, coriáceas, variegadas de amarelo ou branco, grandes nas plantas idosas nas jovens a ramagem é fina e as folhas pequenas, sem variegação. É pouco tolerante a baixas temperaturas

Lambari(Tradescancia Spp.)

Herbácea suculenta de folhagem ornamental. Folhas verde-arroxeadas, com duas faixas prateadas brilhantes na face de cima e roxas na face de baixo. As flores são de cor rosa-arroxeadas pequenas e pouco vistosas.

Anturio(Anthuriumandraeanum)

Planta de folhagem ornamental. As flores são brancas, cremes ou esverdeadas, formadas na primavera e verão e ornada por espatas sulcadas em diversas cores: vermelha, rosa, branca, vermelho-sanguínea.

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125

(Maranthaleuconeura)

Planta de grande efeito ornamental. Folhas elípticas, verde-pardas quando novas e depois verde-escuras comlinhas finas vermelhas. A face de baixo da folha é avermelhada.

Iresine Rasteira Vermelha (Iresineherbstii “PurpleLady”)

Planta de aspecto suculento, com folhas ovaladas vermelho-arroxeadas e com nervuras vermelhas. Inflorescências terminais, eretas e ramificadas, surgidas no verão e de importância ornamental secundaria.

Peperomia (Peperomiassp.)

Herbácea de folhagem decorativa, com caule suculento não ramificado, firme. Folhas ovaladas, suculentas, ocorrem diversas variedades, com variegação branca, amarela e creme em disposição variegada nas folhas. Inflorescência cilíndrica, sem importância ornamental.

Singonio (Syngoniumangustatum)

Folhagem decorativa, quando jovem apresenta variegação branca e nervação estriada nas folhas.Plantabastante ornamental.

Maranta-variegata (Ctenantheoppenheimiana)

Herbácea vigorosa, perene, nativa, com folhagem ornamental. Folhas eretas, compactas, coriáceas, lisas, verde-escurascom faixas laterais prateadas, arroxeadas na face de baixo. Inflorescências eventuais, com

flores pouco significativas

Alocasia Amazonica (Alocasia x amazonica A.)

Planta muito exótica que se destaca pela beleza da forma e desenho de suas folhas.

Na Tabela 13 observam-se as Diretrizes para Reabilitação

analisadas a partir desta intervenção.

Tabela 13 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável – Parede Verde.

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3. Identidade 9. Conforto Ambiental

4. Comunicação Visual 10. Aproveitamento dos Recursos Naturais

5. Segurança 11. Revitalização das Áreas Verdes

6. Acessibilidade 12. Otimização dos Fluxos

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126

5.4.7. Humanização do Talude

O talude presente em toda a porção oeste do terreno apresenta

um desnível de aproximadamente 8m em relação ao térreo do

Bloco E, dividindo quaisquer uso e relação harmônica entre o

edifício e o entorno imediato. Desta forma, por não ter condições

de existir uma rampa (estaria fora dos padrões de acessibilidade

universal), foi proposto uma humanização a partir de um

paisagismo e um muro de contenção com sistema de infiltração

adequada das águas pluviais, conforme observado nas Figura 124

Figura 125. Ao mesmo tempo foi proposta uma forma de

vegetação em forma de pequenos terraços escalonados

sobrepostos que galgam com vegetações diferentes as alturas

encontradas. Foram propostas também pequenas áreas de estar,

com coberturas semi translúcidas para abrigar atividades de

descanso e lazer ao ar livre. Todas elas permeadas pela vegetação

adequada aos taludes projetados.

Entende-se que esta proposta serve de base para um estudo

paisagístico mais detalhado, e que este deverá ser desenvolvido

por uma equipe especializada para atender as necessidades do

partido proposto.

Na Tabela 14 observam-se as Diretrizes para Reabilitação

analisadas a partir desta intervenção.

Tabela 14 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável – Humanização do Talude.

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6. Acessibilidade 12. Otimização dos Fluxos

Figura 124 – Humanização do talude (perspectiva conceitual).

Figura 125 – Humanização do talude e detalhe do sistema de infiltração de águas pluviais (perspectiva conceitual).

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127

5.4.8. Passagem de acesso ao Hospital do Sangue

Buscando integrar a estrutura do HemoAM existente com a nova

construção do Hospital do Sangue na parte oeste do terreno, foi

proposta uma passagem de acesso a partir do segundo pavimento

(térreo+2) do bloco E com a parte superior do talude (Figura 126),

onde estará situado o terreno do hospital. Desta forma, têm-se

um acesso direto dos usuários pela parte interna da edificação,

sem a necessidade da sua saída para a via externa, cria-se

também uma acessibilidade a todos os usuários, além de uma

integração mais plena, juntando as diversas categorias e os

diversos afazeres.

A proposta surge com a ideia de se tornar uma passagem

marcante, a partir do uso da cor amarela criando uma identidade

na edificação.

Na Tabela 15 observam-se as Diretrizes para Reabilitação

analisadas a partir desta intervenção.

Tabela 15 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável – Passarela de acesso ao Hospital do Sangue.

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6. Acessibilidade 12. Otimização dos Fluxos

Figura 126 – Passagem de acesso ao Hospital do Sangue (perspectiva).

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128

5.4.9. Acesso pela Passarela

Em visitas técnicas realizadas ao HemoAM, percebemos que

apesar da existência de uma passarela que cruza a Av. Pedro

Teixeira, ela dificilmente era utilizada, sendo esse uso em função

de questões culturais ou em questões funcionais.

Amparados por esta última e buscando uma integração com a

sociedade, para melhorar a acessibilidade e a segurança da

região, principalmente no cruzamento desta avenida, foi proposta

uma integração da passarela existente com a parte superior do

Bloco E, onde fica a restaurante, dando acesso direto a parte

interna do 1º pavimento do mesmo bloco (Figura 127 e Figura

128).

Além disto, foi proposta uma ligação direta com a nova passagem

de acesso ao Hospital de Sangue, totalmente acessível, seguindo

as normas de acessibilidade, facilitando aos usuários este acesso

ao hospital por dentro do HemoAM, sem a necessidade da

utilização da Av. Pedro Teixeira (Figura 129). Criando assim uma

nova forma de comunicação, mesmo quando ele se realize a 3

metros do térreo, mas com todas as possibilidades que o solo

oferece, com percursos lógicos e passeios.

Figura 127 – Acesso pela passarela (perspectiva).

Figura 128 – Acesso pela passarela (perspectiva).

Figura 129 – Acesso pela passarela à passagem do Hospital do Sangue (perspectiva).

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129

Tabela 16 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável – Acesso pela Passarela.

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6. Acessibilidade 12. Otimização dos Fluxos

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130

5.4.10. Banco de Cordão

A proposta de um novo estudo para a área definida como Banco

de Cordão surgiu a partir de uma intervenção na atual localização

deste espaço e sua implantação no HemoAM. Conforme

observado na Figura 130, a atual implantação do BSCUP prejudica

diretamente a ambiência e em especial o conforto ambiental,

dada a proximidade das edificações que não permitem que se

processe a ventilação e renovação do ar.

Recomendamos que, se a localização for mantida, esta seja

deslocada, no mínimo, cinco (05) metros no sentido sul.

Por este motivo, foi proposto um estudo preliminar de uma nova

localização do Banco de Cordão e um novo estudo de layout, sem

prejudicar as diretrizes recebidas no projeto anterior. Esta

localização, por sua vez, foi definida na parte superior do

restaurante (Bloco E), por se tratar de um espaço que já terá um

novo acesso devido à nova proposta de acesso pela passarela

existente. A evolução da proposta pode ser observada na Figura

131 à Figura 133.

Figura 130 – Atual localização do BSCUP (demarcado no retângulo vermelho).

Figura 131 – Proposta de localização do Banco de Cordão (perspectiva).

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131

Figura 132 – Estudo inicial do BSCUP.

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132

Percebe-se neste estudo a utilização do mesmo layout e áreas de

acordo com o projeto do BSCUP recebido. A parte administrativa

(único acesso de usuários) está centralizada no espaço, com a sala

da chefia apenas pela administração. A ante-câmara separa a

parte administrativa da laboratorial/armazenamento. Há um

acesso externo para a entrada e manutenção de equipamentos, a

partir da via interna do HemoAM; assim como para o espaço

reservado ao cilindro do nitrogênio e a casa de máquinas/ar-

condicionado. Toda a área externa foi humanizada para permitir

um melhor conforto visual e ambiental para os seus usuários.

Na Tabela 17 observam-se as Diretrizes para Reabilitação

analisadas a partir desta intervenção.

Tabela 17 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável – Banco de Cordão.

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6. Acessibilidade 12. Otimização dos Fluxos

Figura 133 – Proposta BSCUP.

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133

5.4.11. Espaço de Convivência

O espaço de convivência foi proposto visando criar uma área

destinada especificamente aos funcionários, uma área de

descanso durante os intervalos do horário de trabalho. Buscando

promover condições de estar e habitabilidade, com uma

humanização e um adequado conforto ambiental, foi definido

como área para esta ocupação uma parcela da cobertura do Bloco

E, conforme observado na Figura 134.

Na Tabela 18 observam-se as Diretrizes para Reabilitação

analisadas a partir desta intervenção.

Tabela 18 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável – Espaço de Convivência.

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6. Acessibilidade 12. Otimização dos Fluxos

Figura 134 – Espaço de Convivência (perspectiva).

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134

Nas Figuras 135 e 136 é possível observar, respectivamente, os

estudos iniciais do espaço de convivência e uma representação

técnica deste espaço. Nota-se inicialmente, uma área destinada

para atividades laborais, uma área para descanso com redes, uma

copa para lanches rápidos, e vários vazios verdes para humanizar

o espaço e garantir um melhor conforto ambiental aos seus

usuários.

O acesso se dará pela continuação (existente) do jogo de escadas

do Bloco E, assim como por um elevador tipo plataforma para

acessibilidade das pessoas portadoras de necessidades especiais.

Figura 135 – Estudo inicial do Espaço de Convivência.

Figura 136 – Proposta Espaço de Convivência.

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135

5.4.12. Reaproveitamento de Águas Pluviais

O reaproveitamento de águas pluviais foi uma das tecnologias

adotadas no HemoAM. Entende-se, além disto, da importância do

uso consciente da água, a partir de ações de economia a partir do

uso de aparelhos economizadores em banheiros e outras áreas

molhadas, de reuso de águas servidas e do aproveitamento

eficiente da água das chuvas. Neste estudo, foi elaborado uma

memória de cálculo para o correto dimensionamento das águas

pluviais (Anexo: Memória de cálculo do reaproveitamento de

águas pluviais), apresentando aqui apenas um resumo do que foi

definido como diretriz.

O sistema básico de aproveitamento de água da chuva prevê a

captação Recarga de aquíferos em calhas do telhado, uma pré-

filtragem na calha para impedir o acúmulo de resíduos nos canos

e conexões, a filtragem e o armazenamento final.A partir do

índice de precipitação anual e do balanço hídrico climatológico da

região de Manaus, foram definidos dois tipos de reservatórios: um

reservatório para consumo diário, com capacidade aproximada de

450m³ de água, e outros dois reservatórios para armazenamento

em meses mais secos, com capacidade aproximada de 500m³. A

localização dos mesmos pode ser observada na Figura 137.

Na Tabela 19 observam-se as Diretrizes para Reabilitação

analisadas a partir desta intervenção.

Tabela 19 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável – Espaço de Convivência.

1. Inserção Urbana 7. Priorização do Pedestre

2. Inserção Social 8. Humanização

3. Identidade 9. Conforto Ambiental

4. Comunicação Visual 10. Aproveitamento dos Recursos Naturais

5. Segurança 11. Revitalização das Áreas Verdes

6. Acessibilidade 12. Otimização dos Fluxos

Figura 137 – Localização dos reservatórios para reaproveitamento das águas pluviais (demarcado nos quadrados vermelhos).

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136

5.4.13. Estudo de Esquadrias

O estudo de esquadrias se deu a partir da análise e diagnóstico de

todas as etapas anteriores e simulações computacionais,

principalmente visando o aproveitamento da ventilação natural.

A proposta teve como princípio a utilização de módulos, que

pudessem ser repetidos em todos os blocos, substituindo as

esquadrias existentes. Os módulos teriam dimensões de

1,00x1,70m, com três janelas tipo basculante, possuindo abertura

individual de até 90° (Figura 138).

Este estudo teve como prioridade promover a ventilação natural,

que quando os climatizadores de ar não estiverem em uso, será

possível permitir o uso da ventilação para a troca do ar,

melhorando a qualidade do ambiente interno (Figura 139). As

aberturas independentes permitem uma adequada ventilação nos

espaços internos.

Os materiais adotados seriam:

PVC: Custo inicial elevado, porém o custo de instalação

e manutenção após 5 anos, supera os gastos de

esquadrias de Madeira e esquadrias de Alumínio. Além

disso, possui pouca perda de refrigeração entre

ambientes internos e externos;

Vidro Insulado: Vidros de baixa emissividade que

impedem a transferência térmica entre dois ambientes.

Na Tabela 20 observam-se as Diretrizes para Reabilitação

analisadas a partir desta intervenção.

Tabela 20 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável – Estudo de Esquadrias.

1. Inserção Urbana 7. Priorização do Pedestre

2. Inserção Social 8. Humanização

3. Identidade 9. Conforto Ambiental

4. Comunicação Visual 10. Aproveitamento dos Recursos Naturais

5. Segurança 11. Revitalização das Áreas Verdes

6. Acessibilidade 12. Otimização dos Fluxos

Figura 138 – Estudo de esquadrias (perspectiva).

Figura 139 – Estudo de ventilação das esquadrias (perspectiva).

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5.4.14. Estudo de pavimentações

O estudo de pavimentação tem como prioridade, a

permeabilidade do solo. Desta forma, opta-se por sistemas

intertravados drenantes e contínuos, que permitam a

acessibilidade universal, além de possuírem uma fácil aplicação,

75% da permeabilidade do solo e vários modelos e cores,

humanizando os espaços e garantindo maior conforto ambiental.

Um exemplo de instalação pode ser observado na Figura 140.

Na Tabela 21 observam-se as Diretrizes para Reabilitação

analisadas a partir desta intervenção.

Tabela 21 – Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável – Estudo de Esquadrias.

1. Inserção Urbana 7. Priorização do Pedestre

2. Inserção Social 8. Humanização

3. Identidade 9. Conforto Ambiental

4. Comunicação Visual 10. Aproveitamento dos Recursos Naturais

5. Segurança 11. Revitalização das Áreas Verdes

6. Acessibilidade 12. Otimização dos Fluxos

Figura 140 – Estudo de pavimentações (exemplo de instalação: blocos intertravados drenantes).

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138

5.4.15. Painel de LED

O painel de LED aqui adotado tem como principal objetivo,

promover o HemoAM quanto a comunicação visual. Sua

localização está delimitada na interseção das duas avenidas que

cortam o terreno, a Av. Constantino Ney e a Av. Pedro Teixeira

(Figura 141). Esta intervenção tem como grande importância a

divulgação de campanhas de doação do sangue, tendo como

objetivo atrair um público maior para a coleta de bolsas de

sangue administradas pelo HemoAM.

Figura 141 – Painel de LED (perspectiva).

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6. RESULTADOS FINAIS

Neste capítulo serão apresentadas as imagens que melhor

interpretam o estudo proposto, seguindo todas as premissas

apresentadas. Vale ressaltar que todas as imagens aqui

apresentadas são conceituais, ou seja, o motivo pela sua

apresentação é para facilitar a compreensão dos conceitos

propostos adotados no estudo preliminar. Desta forma, devem

ser melhor elaborados em um futuro projeto executivo, para a

correta implantação do estudo preliminar.

Figura 143 – União das intervenções: fachada leste (perspectiva).

Figura 144 – União das intervenções: fachada oeste (perspectiva).

Figura 142 – União das intervenções: fachada leste (perspectiva).

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Figura 145 – Imagem conceitual – Nova proposta do HemoAM: Vista aérea.

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141

Figura 146 – Imagem conceitual – Nova proposta do HemoAM: Vista aérea fachada leste.

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142

Figura 147 – Imagem conceitual – Nova proposta do HemoAM: Vista aérea fachada leste.

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143

Figura 148 – Imagem conceitual – Nova proposta do HemoAM: Vista aérea fachada oeste.

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Figura 149 – Imagem conceitual – Nova proposta do HemoAM: Vista aérea do cruzamento da Avenida Constantino Ney e da Avenida Pedro Teixeira.

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Figura 150 – Imagem conceitual – Nova proposta do HemoAM: Vista da praça pública.

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Figura 151 – Imagem conceitual – Nova proposta do HemoAM: Vista do estacionamento interno.

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Figura 152 – Imagem conceitual – Nova proposta do HemoAM: Vista do acesso ao estacionamento, banco de cordão e acesso pela passarela existente.

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Figura 153 – Imagem conceitual – Nova proposta do HemoAM: Vista aérea da praça pública.

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149

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Introduzimos um elemento novo no sistema para a Hemorrede

Pública: ampliamos o conceito de Humanização dos espaços de

saúde, elemento que está sendo trabalhado e em breve será

objeto de discussão em eventos acadêmicos. A política de

humanização do SUS, aliada à necessidade de diminuir a ação dos

agentes infecciosos nos estabelecimentos assistenciais de saúde,

e o impacto que estes ambientes imprimem aos seus usuários e

ao meio ambiente, vêm requerendo instalações cada vez mais

eficientes. Edifício eficiente é aquele que, pensado e executado

sob estratégias bioclimáticas, tais como a utilização de sistemas

passivos de condicionamento ambiental, de energias renováveis e

de construção com materiais adequados ao clima, desempenha

suas funções maximizando as condições de segurança e conforto

de seus usuários, poupando energia e reduzindo o impacto sobre

o meio ambiente.

O nível de detalhamento que alcançamos neste estudo preliminar

é muito grande, inclusive com manual da metodologia, uso de

simulação computacional e propostas arquitetônicas sempre

apresentadas de modo tridimensional, com a finalidade de

facilitar a compreensão das diretrizes propostas para o edifício.

Critérios climatológicos guiam a construção de módulos

sombreadores para amenizar a forte carga térmica incidente, mas

também contribuem critérios de humanização dos

estabelecimentos de saúde, criando uma ambiência propícia ao

usuário. Foram criados também jardins verticais e microbacias de

contenção das águas pluviais. Assim, o verde e a água, elementos

ambientais valiosos, aparecem nas visuais cotidianas e também

nos espaços criados para o lazer e amenidades laborais e nos

espaços de integração entre os edifícios.

Para isso, destacamos dois itens de extrema importância como

resultado final da reabilitação do HemoAM: a implantação e o

verde.

DA IMPLANTAÇÃO: Destacamos o caráter complexo e

independente de seu conteúdo, quando supera a

monofuncionalidade (passeio, praça, estar, estacionamento etc.),

mescla usos, usuários, ritmos temporais e orientações visuais.

Reinterpreta o público e outorga à cidade um espaço público

independente, dando um caráter urbano, público, aos edifícios. A

reinterpretação dos lugares coincide com a atenção aos traçados

viários como instrumentos formalizadores. A circulação de

pedestres através das volumetrias compactas e a superposição de

itinerários diários locais (até o transporte público e as amenidades

do bairro, notadamente a arena Manaus) com movimentos de

escala cidadã e metropolitana enriquecem o esquema que toma

por espinha dorsal o Hemocentro e a avenida Constantino Nery.

As infraestruturas principais já estão traçadas e também o

protagonismo da praça aberta escalonada e arborizada, assim

como o alinhamento das árvores de porte soberbo pré-existentes.

DO VERDE: O conceito chave da ocupação proposta é a

permeabilidade, social e ambiental. A primeira é dada pelos

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conceitos humanizadores e a segunda pela forma de ocupação do

solo prevista. Para manter o máximo de permeabilidade

recomendamos, de modo correlacionado com o caimento natural

do terreno, o uso da pavimentação permeável nos

estacionamentos e vias, dentro do que denominamos Plano de

Drenagem para o HemoAM, conformado por biovaletas

conectadas ao sistema de calçadas e por canteiros pluviais e

jardins de chuva, localizados estrategicamente em pontos de

retenção de água. A drenagem sustentável tem a finalidade fazer

uma integração com o sistema de drenagem convencional,

diminuindo os impactos ambientais do mesmo e aumentando as

áreas permeáveis. O uso dos tipos de infraestrutura verde

também impede que, o desnível natural do terreno conduza as

águas para as proximidades das edificações aumentando a

umidade existente. Para a Eficiência do uso da água, propomos a

Manutenção do ciclo da água: aumento da capacidade de

infiltração do solo por meio de canais de infiltração, captação e

armazenamento de água da chuva e Técnicas de infraestrutura

verde aplicada ao desenho urbano: biovaletas, grades verdes,

cisternas de armazenamento e tratamento de águas residuais.

Para o alcance de alto nível de qualidade, o MS vem orientando a

Hemorrede Pública Nacional a buscar a Certificação dos seus

serviços, como forma de garantir qualidade. Nisto consiste o

desafio: avançar nas questões de gestão da qualidade, permitindo

a busca da excelência dos serviços e a garantia da segurança

transfusional aos usuários do SUS. Para tanto, a Coordenação

Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, vem

desenvolvendo o Programa Nacional de Qualificação da

Hemorrede– PNQH. O desenvolvimento deste trabalho visa à

melhoria contínua dos serviços, bem como a possibilidade de

colaborar efetivamente com o processo de certificação externa

dos mesmos. O escopo deste projeto, evidencia as ações a serem

desenvolvidas junto a Hemorrede Pública Nacional com o objetivo

de ampliar e melhorar a cobertura Hemoterápica e Hematológica

e garantir a segurança transfusional à população usuária do

Sistema Único de Saúde.

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