Heimtal- O passado e o presente no vale dos alemães

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HEIMTAL: o PASSADO E O PRESENTE - NO VALE DOS ALEMAES

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HEIMTAL:o PASSADO E O PRESENTE

-NO VALE DOS ALEMAES

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HEIMTAL:o PASSADO E O PRESENTE

-NO VALE DOS ALEMAES

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INVENTÁRIO E PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE LONDRINA.IPAC/LDA.OS Caminhos do Café no Paraná. Heimtal, o passado e o presente no vale dos alemães .. Londrina: GRAFMAN, 1993 (Cadernos do Patrimônio Cultural, Série Estudos n° 2).

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Trazer à cena a memória coletiva de um território de

Londrina, o Heimtal, o antigo 'Vale dos Alemães", representou

investigar e interpretar atos microscópicos, considerando gente,

espaço e tempo como dimensões indissociàveis. Embora essa

localidade faça parte de um processo mais amplo de colonização da

região norteparanaense foi possível descortinar particularidades de

um "jeito de ser e de viver", no passado e no presente, em que

atores sociais construíram a sua identidade, reconhecendo-se

semelhantes e se percebendo diferentes de tantos outros

protagonistas da região. Do Heimtal "falam de si, para si" e da

cidade, vivenciando uma cotidianidade específica marcada por

determinados laços de interação, fundamentados na família, no

parentesco, na vizinhança e no entrelaçamento de valores étnicos.

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SumárlO

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Apresentação 05

o "Patrimônio" do Heimtal - O "Vale dos Alemães". 14

A Formação do "Patrimônio" do Heimtal - a chegada de novos imigrantes. . 29

O Heimtal e a cidade nos anos 70 e 80. 45

Bibliografia de apoio. 61

índice de fotos (F), CrÇlquis(C) e Mapas (M). 64

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Apresentaçãoo Inventário e Proteção do

Acervo Cultural de Londrina, IPAC/Lda,surgiu em 1985 como um projeto de pes-quisa e extensão voltado à coletividade.Procurou encaminhar ações de políticacultural, estabelecendo relações de aliançacom a população, a fim de reconstituir amemória coletiva de grupos sociais no"Paraná Moderno."

Propôs, neste sentido, uma"política de conhecimento" ao reunir váriosprofissionais1 que, com diferentes ângulosde observação e análise, bem como pro-cedimentos de pesquisa, preocuparam-seem compreender as representações devalores e tradições "coladas" às práticassociais de diferentes protagonistas sociais,para implementar ações de intervenção ereconhecer bens materiais e simbólicos queconstituem o Patrimônio Cultural da regiãonorteparanaense.

Num primeiro momento, oIPAC/Lda voltou a atenção para um espaçourbano londrinense considerado como umdos núcleos mais antigos: a Vila Casoni.Esta última evoca, ora aspectos de Lon-drina antiga, ora expressa a fisionomia deum bairro de camadas populares. Sua

paisagem apresenta a persistência do planohorizontal, em contraste com o núcleocentral e o processo de verticalização; umaexpressiva quantidade de exemplares decasas de madeira no alinhamento dascalçadas, um traçado urbano relativamenteinforme e interações sociais fundamentadasem laços de família, de vizinhança e deparentesco.

Um olhar mais atento paraaquele espaço e o envolvimento com osmoradores permitiram interpretações de umimaginário da cidade concebido como"abaixo da linha", que traduz um modo deser e de viver "abaixo", em termos geográfi-cos e no mapa social.

Isso revela uma lógica dosistema de interações sociais que mantémvivas as tradições, baseadas numa matrizsimbólica construída no meio rural e rede-finida no dia-a-dia do convívio com novomeio, e que, também, faz parte do tecidourbano londrinense. São significadosatribuídos à cidade, por atores que fazemuma "leitura" de Londrina a partir dasvilas e do bairro Casoni. manifestandoas aspirações de participação do processode urbanização e de um tipo específico de

1 A equipe interdisciplinar é constituída por profissionais docentes da UEL. e acadêmicos. das dterentes áreas do.;onheclmento: Antropologia. Arquitetura. Ciência Politica. História. Sociologia e Serviço Social

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2 No decorrer desta pesquisa - 1987 - o IPAClLda lançou uma publicação semanal no jornal Folha de Londrina."Memória e Cotidiano". para estabelecer um contato direto com a população, registrar e divulgar infonnações arespeito da memória coletiva da região. Como produto desta pesquisa o IPAClLda lançou duas publicações. VerINVENTÁRIO E PROTEÇÃO DO ACERVO CULTURAL DE LONDRINA. Vila Casoni: retratos de um bairrolondrinense. Londrina. UEL. 1988; Onde o bairro é a casa. Londrina, UELlARU. Cademos do Patrimõnio Cultural,Série Estudos na 1. 1989. Vila Casoni: memória e cotidiano. Curitiba: MIS, vídeo 14, 1989. Também cabe realçarque esta pesquisa subsidiou uma dissertação de mestrado Ver: MAIA, Deise. "Abaixo da Linha: Casoni uma vila dacidade Londrina". Dissertação de mestrado apresentada ao Departamento de Antropologia da Universidade de SãoPaulo, 1993.

modernização 2.

Para começar a explicar adinâmica da região norteparanaense énecessário evocar a Companhia de TerrasNorte do Paraná e o projeto dos inglesesque planejaram tanto o meio rural comopropuseram diretrizes urbanísticas. Alémdisso, é preciso estar atento às apropria-ções e usos dos espaços, quer no pas-sado, em que atores sociais reconstruírammapas rurais e urbanos, quer no presente,na medida em que esses espaços sofre-ram alterações ao serem reutilizados poroutros agentes que expressam outrossignificados aos mesmos.

Em continuidade a estetrabalho a respeito do Patrimônio Cultura',em 1989, os pesquisadores deste Projetoprocuraram interpretar as marcas deixadas

pela cafeicultura noNorte do Paraná, conside-rando tanto os processos decolonização espontânea, quantodirigida (no campo e na cidade).

Elaboraram, assim, umsubprojeto: "Os Caminhos do Café noParaná,,3. a fim de descortinar os suportesmateriais e as teias de relações sociais eseus signific;:adospara diversos grupamen-tos sociais.

Desta maneira, a escolha emtrabalhar com o "Patrimônio do Heimtal"permitiu ao mesmo tempo revelar aspec-

tos importantes das relações com a ocu-pação da região e a economia do café edescobrir um território que foi colonizadopor alemães e por italianos, os quais

3 As várias ações elaboradas estão sendo aesenvolvidas, tais como: Espaços e Marcas das sedes e casas defazenda: a arqurtetura de madeira: Rolândia-PR. 1989: Ribeirão Claro: Espacialização e Memória Ativa, 1989; oIPAC vai á escola do Heimtal. 1990: Os Signos de Nova Dantzig e a Memória Coletiva em Cambé. 1992 e OCotidiano da Warta: o passado e o presente.

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deixaram marcas impres-sas na paisagem e no modo

de vida.Atualmente, redefinido na sua

fisionomia e relações sociais, as análisessobre este local proporcionaram, por umlado, o entendimento da construcão de umespaço e de uma sociabilidade específica,por outro forneceram indicativos impor-tantes acerca das experiências dos diferen-tes grupos étnicos e dos modos peculiaresde existir socialmente na região.

A maneira de se registrar a

memória coletiva do Heimtal4 difere

daquela organizada por grupos he-

gemônicos que privilegiam "grandes acon-

tecimentos" e "personagens "notáveis". Otrabalho do IPAC, ao dar ênfase à históriacontada pelos personagens coadjuvantesdo processo de formação do município deLondrina descortina micro-relações eespaços "intersticiais" criados no cotidiano,apesar de processos sociais mais amplos,exprimindo a história "circunstancial". Aooptar por este caminho os pesquisadoresentendem estar interpretando redefinições

de espaços e a sua lógica interna, reve-

lando, assim, pistas para a compreensãoda existência de diferentes modos de vida

na cidade de Londrina e região.Trazer à cena a memona

coletiva de um território de Londrina, oHeimtal, o antigo "Vale do Alemães",representou investigar e entender atos"microscópicos", considerando gente,espaço e tempo como dimensões indisso-

ciáveis. Embora essa localidade faça partede um processo mais amplo de colonizaçãoda região norteparanaense foi possíveldescortinar particularidades de um "jeito deser e de viver", no passado e no presenteem que atores sociais constuíram a suaidentidade, reconhecendo-se semelhantese se percebendo diferentes de tantosoutros protagonistas da região. Do Heimtal"falam de si, para si" e da cidade, viven-

ciando uma cotidianidade específica mar-

cada por determinados laços de interação,fundamentados na família, no parentesco,na vizinhança e no entrelaçamento devalores étnicos.

4 o "Patrimônio"do Heimtal e seus moradores estão sendo objeto de investigação e análises da doutoranda Ana MariaChiarolli de Almeida pela Universidade de São Paulo, Departamento de Sociologia. Tese intitulada: "A Morada do Vale":as famílias pioneiras do Heimtal - Sociapilidade e representações.

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"0 nome Heimtal ... Foi um vendedor de terras da Companhiaque era da Rússia (...) Lá tinha uma cidadezinha quechamava Heimtal. Então eles deram esse nome aqui,Heimtal: "casa no vale".

"Eu sou roxo por este lugar. Para mim aqUi é a raiz,mesmo. Acho que o pessoal mais velho que veio paracá são os heróis do lugar. Como se diz: "ganheidinheiro neste lugar, quase que deixo o couro. mas tireio ouro"".

(Napoleão Cantagalli)

(Olga Strass)

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"0 Heimtàl é a minha vida, faz parte da minha história porqueeu nasci aqui, estudei naquela escola e hoje estou dandoaulas na escola em que meus pais estudaram. Então já crieiraízes (...). A gente se adapta naquele modo de vida daspessoas que é de certa maneira uma amizade".

(Sandra Strass)

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LonDrina Antiga

F.2.

F.3.

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Os PrimeirosmoraDores DeLonDrina

F.5.

10

F.4.

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Esse sistema de ocu~çãoconferiu aos "patrimônios" uma fUnçãosócio-econômica muito importante,- ouseja, ao mesmo tempo em que se cOnsti-tuíam como elos de ligação do meiõ ruralcom o meio urbano, eram centros deabastecimento da população dos sftios eos espaços em torno dos quais esseshabitantes se organizavam socialmente.Nesses locais localizavam-se a "venda", aEscola, a Igreja, o salão de festas e ocampo de futebol onde, nos finais desemana, as famílias participavam dasatividades lúdico-religiosas. '

Com a intensificação-dp pro-cesso de ocupaç'ão da região, muitosdesses "patrimônios" tornaram-se em-briões de cidades. Alguns transf~rma-ram-se em sedes distritais, outros emsedes municipais e até sedes de comar-cas. Porém, existem aque~s que foramplanejados para serem "patrimônios" econtinuaram como tal. É neste último casoque se enquadra o Heimtal, atualmenteum "patrimônio" localizado na GlebaJacutinga ao norte do município de Lon-drina e administrativamente ligada aoDistrito da warta.

o Projeto dos" Patrimônios" e a ação daCompanhia de Terras Norte do Paraná - CTNP.

o Norte Novo do Paraná5 foiincorporado à economia brasileira, do tipocapitalista, pela expansão de uma fron-teira agrícola. A principal promotora desseprocesso foi a Companhia de Terras Nortedo Paraná, um empreendimento empre-sarial-imobiliário baseado na venda depequenos e médios lotes rurais. A CTNPestabeleceu, também, um plano de ur-banização para a região. Entre o meiorural e os núcleos urbanos, projetadospara serem pólos regionais como Lon-drina, Maringá, Cianorte e Umuarama, aCTNP planejou pequenos núcleos popu-lacionais denominados "patrimônios", como objetivo de estabelecer uma ligação docampo com as cidades, através de umacomplexa rede viária composta por es-tradas secundárias, as quais, por sua vez,se integravam a um tronco central rodo-viário e ferroviário, em comunicação diretacom o Estado de São Paulo.

Através desse plano, acolonizadora tinha como meta garantir aoimigrante, que chegava à região, ascondições necessárias de fixação e umarede de prestação de serviços quegarantisse o desenvolvimento da pro-dução agrícola e a sua comercialização.

5 Vet: M,I. e M.2.

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Fi

M.1.

ESTADO DO PARANÁ

»

REGIÃO NORTE

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ÁREA ADQUIRIDA PELA CIA. DE TERRAS NORTE DO PARANÁ - CTNP

I

CURITIBA

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o "Patrimônio" 00 Heimtalo "vale DOS Alemães"."

F.7.

Distante 8 km do centro da cidade de Londrina6, oHeimtal foi o primeiro núcleo rural implantado pela CNTP em suaação colonizadora.

6 VerM.3.

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PREFEITURA DO MUNiCíPIO DE LONDRINA

Wilson Rodrigues Moreira

ESCALA 1 200 000ÁREA 2.119 Km2

MUNICfplO DE LONDRINA

SERViÇO DE CADASTRO

SECRETÁRIA DE URBANISMO OBRAS E VIAÇÃO~.~:>u

LEGENDA

• SEDE DISTRITALO LUGAREJOIPATRIMÔNIO

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Quando essa Companhiaadquire do Governo do Estado as terraspara implantar seu projeto no Norte Novodo Paraná, ao mesmo tempo em queestabelece um sistema de venda de terrasatravés de agenciadores, ta"1bém contratapessoas encarregadas das demarcaçõesdos lotes agrícolas e urbanos, dos leitosdas estradas e da ferrovia. O imigrantealemão Carlos João Strass, que já possuía

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expenencia com esse tipo de trabalho,toma-se um desses agenciadores da CTNP.Além de intermediar a vinda de imigrantesinteressados em se fixarem na região,vende lotes agrícolas e contrata homenspara formar as "turmas de picadeiros" querealizavam as primeiras derrubadas dasmatas e. posteriormente, o trabalho dedemarcação.

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Carlos João Strass

idealiza a implantação

de uma colônia de imigran-

tes alemães, adquire da CTNP um lote para

a instalação de um pequeno armazém nolocal, em torno do qual. mais tarde, seformaria o povoado e, também, compra

terras para o desenvolvimento de atividades

agrícolas.Esse estabelecimento comer-

ciai abastecia os primeiros habitantes quechegaram na Gleba Jacutinga. Localizadonum pequeno vale, o rancho de palmito

onde funcionava a "venda", também setornou a moradia da família Strass após o

pioneiro ter contraído matrimônio com Sra.Olga Schwertel, dando início ao que seria,na década de 30, conhecido pela população

como o "Vale dos Alemães".

Os primeiros imigrantes do

Heimtal eram predominantemente alemães-

luteranos havendo, também teuto-russos,

alguns austríacos, romenos, ucranianos.

suíços, húngaros, italianos e espanhóis,

que se instalaram nas imediações do vale.

A maioria, de origem camponesa, já pos-

suía alguma experiência com as atividadesagrícolas no Brasil, nas fazendas de café.de São Paulo, ou ainda em colônias do suldo país, especialmente as de Santa

Catarina.Todos eles foram atraídos pela

propaganda da Companhia, através deseus agenciadores, que divulgavam o Nortedo Paraná como o "eldorado", prometendofacilidades na aquisição de terras e agarantia de rápidos lucros com a atividadeagrícola.

Como consequência. talpol ítica desenvolveu no imigrante umimaginário sobre a região, como sendo asaída da crise econômica enfrentada naEuropa e a conquista de segurança, tantono que diz respeito à alimentação quanto àmoradia: enfim a sobrevivência. Sobre-

vivência esta que vai propiciar a formaçãode um grupo e criar uma identidade SÓCIO,

cultural.

"Um alemão veio e falou para o pai: - 'Você não está a fim deterra? Você não queria comprar terra? 'Ele falou: - 'Queria, mas estouvendo que isso aí é lá no Paraná e é longe. É uma distância enorme. É ofim do mundo".

O alemão respondeu: - 'Mas lá tem uma companhia inglesaque está abrindo uma terra virgem e de uma fertilidade fenomenal. Porque você não dá uma olhada lá? Tem uma colônia alemã lá"

(Peter Schimidt)

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E9.

"... uma vez que a Alemanha estava em guerracom a Rússia, então era uma desordem. Foi uma épocamuito difícil. Então,a família saiu deixando tudo.

Com a roupa do corpo foram embora, deixando tudoo que tinham construído na Rússia. Na Alemanha, estava difícil,tinham que trabalhar com fazendas. Depois, meu pai melhorando umpouco (a situação econômica), em 27, e saindo propaganda do Brasil,veio como imigrante. Afinal, precisava-se de mão-de-obra. Em 27viemos para o Brasil':

(DIga Strass)

Quando os primeiros imigran-tes alemães chegaram a Londrina, para sefixarem no Heimtal, depararam com umaregião onde tudo ainda estava para serfeito: a derrubada das matas, a demarca-ção e abertura das piOpriedades, a con-strução de moradias e as plantações paragarantir alimentos e a sobrevivência dasfamílias. Havia uma distãncia entre o queesses protagonistas aspiravam e o que onúcleo planejado pela Companhia ofereciaa eles em termos de infra-estrutura.econdições de subsistência. Enfim, alémdas dificuldades iniciais de sobrevivênciaeconômica e de adaptação ao meio físicoe geográfico (matas e clima) era ne-

cessário construir uma nova maneira deviver.

Ao invés da cafeicultura,esses moradores, após a derrubada dasmatas e a construção dos primeiros ran-chos de palmito (planta nativa do local)para abrigar as famílias, dedicaram-se aocultivo de produtos de subsistência, taiscomo: milho, mandioca, batata, feijão e acriação de aves e suínos. Até as primeirascolheitas, mantinham-se da caça e dosganhos provenientes da venda da madeiraretirada dos sítios. Assim, podiam compraralimentos dos "caboclos" que moravamnos arredores.

"Então havia esse relacionamento mútuo entre as famílias, osvizinhos. Todo mundo se ajudava porque ninguém tinha nada, todo mundoveio sem dinheiro. Era ajuda na roça e na doença. Todos unidos, uma família

só" (DIga Strass)

"Além de cuidar da casa, eu cuidava do quintal. Era o cuidadocom os porcos, galinhas, patos e vacas. Tirava leite todos os dias. Quando acriação aumentava, a gente juntava uma remessa de criação, vamos supor:vaca, boi, garrotes. A gente vendia e isso era o "ganha pão". Juntava-sequantidades de ovos e os compradores vinham ao sítio, nem precisava ir àcidade. Ali se negociava ... ". (Júlia Brummer Cantagalli)

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Para completar seusrendimentos muitos mem-

bros das famílias vincula-vam-se às "turmas de picadeiros"

que abriam e demarcavam os outrospovoados, a exemplo de Rolândia. Dessaforma, tinham condições de se abaste-cerem na "venda" do imigrante Strass,garantindo a sobrevivência do grupo e aamortização da dívida contraida com aCNTP,quando compraram seus sítios.

Os primeiros ranchos constru-idos no "patrimônio" possuiam piso de"chão batido", recoberto por uma misturade arefa com cinza, com a função de

conter a umidade e oferecer maior du-rabilidade. Essas moradias precárias eramdivididas ao meio, com um cômodo des-tinado à intimidade da família e o outro erautilizado tanto para as atividades domésti-cas. quanto para receber vizinhos e visi-tas. Nesse espaço ficavam o fogão alenha, os utensílios domésticos e a mesaem torno da qual a família se reunia du-rante as refeições, compartilhando assituações vivenciadas no dia-a-dia.

As folhas de paimito quecobriam esses pequenos ranchos tambémeram utilizadas para forrar as camas,substituindo os colchões.

"Quando chegamos,tinha uma coberturapara abrigar aqueles

que iam chegando (...)Depois, construímosranchos de palmito.Era limpinho, meio

esverdeado. A gentemisturava o estrume de

vaca com cinza ecobria o chão batido.

Isso era comum!Ficava como um

cimento. Um par de vezpor dia, tinha que regar

e varrer. Tambémjogava-se água".

(Olga Strass)F.10.

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F.11.

se organizando ecriando as condições sócio--econômicas necessárias àsobrevivência do grupo e consolida-ção da "colônia alemã".

F.12.

A precariedade da vida noInicIo da ocupação, somada às doençaspróprias do clima tropical (tifo e malária) ea falta de assistência médica adequada,resultavam muitas vezes em óbitos entreesses primeiros moradores. Tal problemalevou a Companhia a tomar a iniciativa decriar o primeiro cemitério de toda a áreacolonizada, que ficou situado próximo aolocal onde estava surgindo o "Vale dosAlemães".

A criação deste "camposanto" permitiu aos imigrantes sepultaremseus amigos e familiares no próprio lugaronde moravam, não havendo mais anecessidade de cumprirem este ritual nacidade vizinha de "Jatahy".

Aos poucos as famíliasalemãs, que chegaram ao Heimtal, foram

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..

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F.13.

Uma das primeiras iniciativastomadas pelo grupo foi a construção deuma escola com a intenção de proporcionaro ensino às crianças e, também, um espaçode sociabilidade para os jovens e adultos.Concebida e construída pelos própriosmoradores em um terreno doado pelaCTNP, quando completaram seu telhado,realizaram a "festa da cumeeira", práticamuito difundida na época entre pessoasque trabalhavam na construção das casas eoutros estabelecimentos. Tendo sido esta,

em especial, o 1° acontecimento festivoregistrado no Heimtal; sobretudo porque foiregada a cerveja produzida no próprio local.

A inauguração oficial da"Escola Alemã" aconteceu no dia 26 dejulho de 1931, com a presença derepresentantes da Companhia e dapopulação local, que festejou comapresentação de peças teatrais, desfiles emtrajes típicos e outras manifestaçõescívicas, próprias da cultura alemã.

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..,

"Para chegar à escola a gente caminhava 2 quilômetros. A escola erauma casa de madeira (...) era grande, não tinha salas de aula, era uma sala só, umsalão só. Na inauguraçãe estava até o sr. Arthur Thomas. Ela foi construida pelaspessoas que moravam aqui. Numa mesma sala estudavam todas as crianças. oprofessor dava lição, por exemplo, primeiro ao 1° ano, depois para o 2°, depoispara 3°. As aulas eram principalmente em alemão e português também. Era bomestudar mas quando o professor se zangava, era o tempo da vara de marmelo, agente apanhava porque não estudava. Tamhém ficava ajoelhado em cima do grãosde milho.

(Arthur Patzer)

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(Jorge Strass)

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A escola foi fundada em 26 de julho de 1931. Feita pelosimigrantes alemães, tinha uma biblioteca e a casa do professor ao lado. Apreocupação dos alemães era a de construir uma escola, pois eles vieram deuma região onde era obrigatório estudar (...) era também na Escola que serealizavam os cultos.

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.~ .

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Os professores que leciona-vam em alemão e português eram recruta-dos em colônias do sul do Brasil, espe-cialmente Santa Catarina. A manutençãodestes e de todos os membros de suasfamilias ficava sob a responsabilidade dospróprios habitantes (remuneração, mora-dia e parte da alimentação). A remunera-ção correspondia a uma parte da produçãode certa área, cultivada com a ajuda detodos os moradores do local.

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No início da colonização, aEscola Alemã representou o espaço emtorno do qual a população do Heimtal seorganizava sócio-culturalmente. Além deuma biblioteca com publicações vindas daAlemanha e dirigidas tanto aos adultosquanto aos jovens e crianças, ali eramrealizados, em per iodos alternados, oscultos luteranos e as missas, as festas eos bailes ao som das valsas e "polkas"executadas pela banda dos jovensalemães.

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Quando os músicos pa-ravam de tocar seus ins-

trumentos, tarde da noite,os participantes retornavam para seus

sítios, iluminando os caminhos com seuslampiões de querosene.

Paraielamente a essas ativi-

F.17.

dades, o grupo incentivava as práticasesportivas entre os jovens, tais como: oboxe, o "handball" e a ginástica. Comsaudosismo os moradores falam de umgrupo de ginastas que realizava apresen-tações na região, formando torres epirâmides humanas.

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Todas estas práticas SOCiaISse constituiam, na época,. em estratégiasmuito importantes para a preservação dastradições e aspectos da cultura alemã, bemcomo para o desenvolvimento de um sen-timento de solidariedade entre os membrosdo grupo

As diferenças étnicas, religio-sas, políticas e econômicas, que se mani-festavam, traduziam a estruturação de umaidentidade grupal. marcada pela existência

26

social de um tipo específico de relações,com a valorização de tradições alemãs.Entretanto, as dificuldades em viver ocotidiano mostraram que, apesar dessadiversidade, houve um entrelaça- mentocom outros moradores e costumes, aexemplo dos italianos, que também com-puseram a paisagem do Heimtal e con-struíram aquele "pedaço" de Londrina,concebido, porém, como o "Vale dosAlemães".

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(Rita Violin Clivatti)

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fIOS alemães tinham orgulho. Para viver pessoalmente, eram

bons. Nós italianos, ficávamos com os alemães. A gente até aprendeu a falaralgumas palavras. Participávamos de festas de casamento e com elesaprendemos a apreciar batatinha cozida. Quando passávamos roupas,

emprestávamos o ferro de Dona Olga Strass".

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F.20.

C.2.

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A Formacão ôo"

"Patrimônio" ôo Heimta[-a cbegaDa De novos imigrantes.

Quando, em meados dos anos 3D, os descendentes de italianos vindosdas grandes fazendas de café dos Estados de São Paulo e Minas Gerais chegaram ao"patrimônio", atraídos pela propaganda da CTNP e com a intenção de desenvolver aagricultura do café, encontraram no pequeno vale a Escola Alemã. a casa do professor.o armazém dos Strass. o cemitério e algumas moradias ainda de palmito. Subindo asencostas, os pequenos sítios encontravam-se em processo de formação e estruturação.

Como esses novosmigrantes eram ligados à fécatólica, unem-se aos alemães damesma religião e iniciam aconstrução da Capela de SãoMiguel Arcanjo, concomitante-mente à edificação da IgrejaLuterana. Os recursos para ostemplos religiosos foram coleta-dos junto ao consulado alemão eatravés das festas realizadas naescola.

F.21.

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"Nós italianos,quando chegamosaqui, a Capela erapequena e de madeira.Isso no final dos trinta. Aospoucos foi se fazendo a dematerial, desmanchando ade madeira, até esseacabamento que está aí. Aigrejinha de madeira foiconstrúida pelo finadoGiácomo Violin, o finadoJoão Lerhbaun, o finadoJoão Salomão e outros quenão me lembro agora".

(Napoleão Cantagalli)

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"Tinha a igreja luterana e a católica. Muftos eram alemãescatólicos. Todos os segundos domingos do mês tinha a missa católica e oculto luterano depois. Era tudo no mesmo lugar: num barracão velho. Depoistinha também baile e até filme.

Foi em 37 ou 38 que construíram a igreja de madeira, a católica,porque antes de construir a igreja, nós rezávamos no barracão. Depois aassociação (da igreja Católica) fazia quermesse. Os luteranos faziam (oscultos) num dia, os católicos faziam no outro.

Os luteranos davam muito apoio à Igreja Católica.Dona alga, nossa ... ela ajudava com prendas.A associação da Igreja Católica formou-se pelos sftiantes

ftalianos e também por alemães".

(Rfta Violin Clivatti e Marcelina Violin Sificani)

31

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F.25.

atividades econômicas dopatrimônio, através do maiordesenvolvimento da agricultura.do café.

As famílias recém-chegadas.acostumadas com esta atividade agrícola,passaram a trabalhar como "formadores decafé" nas propriedades daqueles que nãopossuíam a experiência necessária com omanejo da cafeicultura, resultando na con-

solidação da cultura cafeeira nos sítios do

Heimtal, ao lado da produção de gênerosalimentícios voltados para o abastecimentointerno das propriedades e, até da cidade deLondrina.

Nesse sentido, acompanhandoa tendência de desenvolvimento da regiãonorteparanaense, o "Patrimônio" amplia suas

funçôes. incorporando-se aos mercadosregional, nacional e internacional.

No final da década de 30, opioneiro Carlos João Strass constrói maispróximo à escola, um armazém novo emaior e, ao lado uma máquina de benefi-

ciamento de arroz e um salão de festas.

Dessa forma. há uma separação entre as

atividades sagradas e profanas no Heim-tal. As festas, os bailes e

rituais religiosos, antesrealizados no mesmo local

das atividades pedagó-

gicas. passam a ter seusespaçosespecfficos.

Ao mesmotempo em que emergeuma nova organização só-cio-cultural no vale, emdecorrência da chegadade migrantes nacionaisdescendentes de italianos,há uma reorientação das

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"Aqui eram 120 famíliasfalando em alemão no Vale".

(Johannes Schilling)

constantemente através da língua alemã.Esse fato toma-se mais agravante emfunção do decreto govemamental deGetúlio Vargas em que as escolasestrangeirasno Brasil são fechadas.

Durante a década dequarenta, com o conflito da SegundaGuerra Mundial, o Heimtal sofre algumastransformações. A exemplo de tantosoutros grupos de imigrantes estrangeiros,os alemães do Vale são impelidos aenfrentar uma nova situação: passaram autilizar o idioma português quando, nocotidiano, o usual era comunicarem-se

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Desta forma, as tarefaspedagógicas e os ribJais religiosos passama ser realizados obrigatoriamentena línguaoficial do país. Como consequência, háuma redefinição na rede de relações do"patrimônio". É o momento de umaco-participação mais intensa entre os

moradores, resultando na ampliação delaços entre nacionais descendentes deitalianos e alemães. Ocorrem casamentosintergrupais, mutirões para festas,trabalhos, ajuda a doentes e parturientes,entre outros.

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Esse momento polítfcovivenciado pelo pais afeta a vida de algunslíderes alemães do Heimtal, especialmentedo sr. Carlos João Strass que, juntamentecom outros pioneiros da região, tem ocerceamento de suas liberdades indivi-duais, resultando na prisão de váriosdele:;.

Essas circunstâncias, soma-das á crise da cafeicultura pelos baixospreços do mercado internacional,

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provocam a saída de muitas famíliasalemãs do Heimtal. Com seus sítiosformados e valorizados, preferemvendê-los àqueles que chegavam(mineiros e paulistas), adquirindoextensões de terras mais à frente doprojeto colonizador (Maringá, Paranavaí,entre outros) ofertadas a preços maisbaixos ou, então, mudando-se para outrascidades e integrando-se em funçõesurbanas.

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suas propriedades e, nos finais de semana.ruma para o vale a fim de se abastecer na"venda" do Strass e para participar dos

bailes que ocorriam no salão de proprie-

dade dessa família e das festas organi-zadas pela Capela de São Miguel Arcanjocomo também pela Escola Municipal Pe.

Anchieta.Estas comemorações passam

a ser animadas por conjuntos musicaislocais, destacando-se a famosa "Trinca daMeia Noite", conjunto liderado por Na-poleão Cantagalli.

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(Napoleão Cantagalli)

"Eu tenho o meu cavaquinho, tenho violão, tenho bandolin. Hojeainda toco com amigos. Estes dias fomos tocar lá perto do 5° Batalhão (bairroda cidade) e ficamos até as 2:30 da madrugada.

Foi o dono do "fuscão preto" que falou com a gente e lá fomosnós, como nos velhos tempos ... "

"Nós andávamosfazendo barulho com

instrumentos.Nós éramos fãs deserenata. Eu e dois

amigos.Tocávamos em bailes,

direto. Tocávamosviolão e cavaquinho.

Um sanfoneiro tambémnos ajudava. Com um

utro de bebida, umpacote de paçoquinha

e instrumentos, nósfazíamos a nossa

festa ... ".

(Napoleão Cantagalli)

Vencidas essas crises,as décadas de 50 e 60

representaram um períodoem que essa localidade vivencia

um grande dinamismo, marcada pelaheterogeneidade sócio-cultural de suapopulação, aliada à ascensão dos preçosdo café. O modo de vida do Heimtal setoma semelhante ao de outros bairrosrurais que surgiram espontaneamente naregião.

Durante os dias da semana apopulação se dedica ao trabalho árduo nas

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Orientados por um forte sen-timento de pertençaà localidade,alemães escendentes de italianos, paulistas e mi-mineiros intensificam suas relações devizinhança e ajuda mútua, fortalecendo oslaços de lealdade, garantindo com isso acontinuidade da vida social. Dessa forma,as famílias que vão chegando ao Heimtal,atraídas pelo "boom" cafeeiro, encontramuma rede de sociabilidade em que pre-

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dominam as relaçõesinterpessoais (parentesco,ajuda mútua).

Nessamesmaépoca o "patrimõnio" passou por algumastransformações. São construídas maísalgumas moradias, surgem 3 campos debocha, frequentados por homens adultosque apostavam bebidas e almoços de finaisde semana.

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"A comunidade era mufto unida. Em dias de festa as comadrestrabalhavam mufto. Faziam bolos, confeftavam, recheavam. Também tinha muftomutirão nas propriedades quando alguém precisava. Quando eu casei com o filhodos Cantagalli do sítio em frente ao nosso, na época de colheita, vinham todos osirmãos ajudar e a dona da casa é que fazia comida".

(Júlia Brummer Cantaga/li)

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.,,',.,,

A Capela de São Miguel Ar-canjo, construção de madeira, aos poucosé substituída por outra maior, de alvenaria.Fortaleceram-se os grupos religiosos co-mo: Filhas de Maria, a Cruzada, Congre-gação de Marianos. Por duas vezes o"patrimônio" recebeu a visita de Missio-nários - Padres Capuchinhos - que ergue-ram o Cruzeiro, construído com madeira dopróprio local e que foi transportado peloshomens, com seus pés descalços, ritualcatólico comum na época.

A igreja Luterana, além doscultos e profissão de fé dos jovens, orga-organizava comemorações com peçasteatrais. cujos temas seguiam os preceitos

religiosos e morais da

educação luterana.

Todo esse dina-

mismo resulta na intensificação

dos contatos com a cidade de Londrina.Além da necessidade de comercializaçãoda produção agrícola e compra dos artigosde consumo não encontrados no Heimtal, apopulação começa a freqüentar festas ereuniões da cidade.

As comemorações organiza-das na Capela de São Miguel Arcanjo e osbailes do salão dos Strass, além deatraírem a população das imediações do"patrimônio", contavam com a participaçãode famílias de Londrina.

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Os antigos lampiões a querosene, que testemunhavam osrituais religiosos e festivos do "patrimônio", cedem lugar à instalação daenergia elétrica que se estendeu da cidade ao pequeno povoado. Dessaforma, as famílias passaram a incorporar nas suas atividades rotineiras objetosdo mundo urbano, substituindo o ferro a carvão, o chuveiro "tiradentes", o fogão a lenha,a água do poço, entre outros.

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No novo campo defutebol, em terreno doado

pelos Strass, aconteciam ostorneios entre as equipes das

fazendas, distritos e "patrimônios" vizinhos.

O Heimtal Esporte Clube era constituído por

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jovens atletas das famílias da localidadeEntre eles destacavam-se Reinhold Strasse Elpídio Cantagalli. Geralmente, elegiamuma jovem do local como rainha do evento,que ficava responsável pela entrega dapremiação ao time vencedor.

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Como consequênciado deslocamento de muitas famíliasalemãs para outras regiões, aantiga Igreja Luterana, construídana década de 3D, é substiituída pela"Casa Luterana", uma pequenachácara onde os alemães quepermanceram no Heimtal sereuniam para atividades culturais,religiosas e de lazer, tais comoformação de jovens, preleções,representações teatrais e práticasesporti lias.

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de melhorias de vida no Norte do Paraná.Foi durante esse período, especialmentenos anos 60, que as familias de pequenossitiantes do HeimtaJ conseguiram expandirseu patrimônio econômico, investindo naprópria agricultura e também na aquisiçãode terrenos e casas nos bairros quesurgiam na cidade.

o Heimta[ e a ciàaàe nosanos 70 e 80.

As mudanças que ocorreramno Heimtal, nas décadas de cinquenta esessenta, estavam relacionadas não só àsaída dos alemães, mas também. à novafase de preços ascendentes do café econsequente consolidação de Londrinaenquanto pólo urbano regional, bem como àintensificação dos fluxos migratóriospaulistas, mineiros e nordestinos à procura

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Embora cada vez mais apopulação do pequeno vale estreitasseseus contatos com a cidade de Londrina,até a década de 60, o Heimtal ainda con-servava aqueles elementos característicosde um bairro rural.

Somente durante as décadasde 70 e 80, com a substituição doscafezais pelas culturas temporárias (soja etrigo) é que este "patrimônio" sofreu pro-fundas alterações em sua dinâmica sócio-econômica. Tanto o antigo colono quanto oparceiro do café são substituídos pelamão-de-obra assalariada, bóias-frias,novos tipos de parceria e o arrendatário.

Conseqüentemente,um grande contingentede trabalhadores rurais, subs-tituídos pelas máquinas, busca as cidades,provocando um crescimento dos centrosurbanos, especialmente daqueles pólosregionais, a exemplo de Londrina.

Essas transformações atingi-ramos sitiantes do Heimtal, provocandoalterações em suasvidas. Alguns optarampela hortifruticultura (uvas, pepinos, to-mates, maracujás). Aqueles que haviamconseguidt;>expandir suas propriedadesdedicaram-se à plantação da soja e do

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"A gente entra com o pa"eiral já formado e daí a família entra com amão- de-obra e depois no final a gente faz assim: 50% de cada; da parte deinsumos, defensivos e na parte da comercialização, do lucro". (José Dela Coleta)

funções urbanas (pedreiros. mecânicos.carpinteiros. etc).

Apesar de todas essas mu-danças, as famílias pioneiras que per-maneceram ligadas às atividades agrícolase morando no "patrimônio" ou em seussítios, continuaram a organizar a produçãoem torno da unidade doméstica e atravésdo trabalho coletivo. É muito comum, hoje,a utilização de estratégias como, porexemplo, a sociedade entre irmãos, aparceria entre genro e sogro, pai e filho oumesmo entre cunhados.

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habitacionais pela COHAB-LD, com oobjetivo de abrigar esses trabalhadores quemigravam do meio rural. Uma vasta área depequenos sítios foi desapropriada eadquirida para formar o que se denominoua região dos "5 Conjuntos" (na verdademais de 20). atingindo, desse modo, os

trigo e, em sua maio-

ria, foram morar na ci-

cidade administrando asterras com a ajuda de as-

salariados. Os que aliaram outras ativi-

dades como o comércio, paralelamente àagricultura, continuaram com o café àespera de uma boa oportunidade paravender o sítio. Finalmente, aqueles cujosmembros trabalhavam como colonos docafé, tiveram que se adaptar às novasrelações de trabalho. Tornaram-se arren-datários, parceiros de uva, ou assumiram

"Se separar não dá para trabalhar (...) Trabalhar todos juntos é maisfácil, um faz uma coisa, outro faz outra. Se se separar cada um tem que ter ummaquinário e isso é difícil. Estando todos da família juntos, com pouca coisa se fazbastante". (José Dela Coleta)

"Quando era comércio do açougue, era eu, meu pai e a família ... todavida levamos juntos. Quando me interessei em cuidar das coisas melhoroubastante.

Até hoje eu tomo conta de tudo. Temos conta conjunta no Banco".(Elpídio Cantagalli)

Toda essa reordenação dasatividades econômicas da população doHeimtal é acompanhada por uma intensaurbanização de Londrina, que recebe apopulação que deixava o campo. Assimcom a iniciativa da administração municipal,foram constuídos vários conjuntos

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limites do Heimtal.Enquanto até o final da

década de 60, a maioria das pessoas quefrequentava esse povoado vinha dossitios, a partir da década de 70, quando seiniciaram as transformações no campo,este núcleo passa também a ser pro-curado por uma população composta deex-trabalhadores do café e do meio urba-nos

Dessa forma, começam aconstruir casas nas pequenas ruas la-terais, ainda sem asfalto. Abrem-se maisdois bares onde, nos finais-de-semana, ostrabalhadores passaram a se reunir paraum bate-papo, a pinguinha, a sinuca e ojogo de truco.

No final da década de 70, osStrass fecharam o armazém em função dafalta de clientela. A população dos sitios,mais rarefeita, e os moradores do "pa-trimõnio" começaram a fazer compras noscentros comerciais dos Conjuntos Habi-tacionais mais próximos ou diretamente nacidade.

O último salão de festas dosStrass foi vendido e transformou-se em

um "forró", atraindo pessoas de todas as

redondezas.Em meados

da década de 80, a Prefeitura

inaugurou e asfaltou a Rodovia CarlosJoão Strass que dá acesso ao "pa-

trimônio", tornando-se uma das vias deligação com o Estado de São Paulo.

Nessa mesma época o Heimtal passa a teruma linha de ônibus urbano, que hojfunciona de hora em hora.

Com a morte do pioneiroalemão Carlos João Strass e a saida damaioria dos alemães do Heimtal (atual-mente vivem nas imediações 12 famíliasde origem alemã) a Casa Luterana foidesativada e adquirida por José Arrabalque transformou seu vasto terreno numapequena chácara preservando, entretanto,as características originais da casa e partede seu mobilíário.

Além da Capela de SãoMiguel Arcanjo, surgiu a Igreja Congrega-ção Cristã do Brasil, construída na entradado "patrimônio". Além desses dois templosreligíosos, existem também hoje no Heim-tal grupos ligados a outras crenças religio-sas.

(Hortência Dela Coleta)

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"Se fosse para eu saír daqui. eu acho que não ia. A vida na cidade éperturbada e mais irritada, eu não gosto não. Eu vou quando a gente precisa dascoisas. Comprar roupa, pagar água, luz, telefone e o estudo das crianças ... Passearé difícil.

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Nos últimos anos, emuma das ruas secundárias

da vila, começou a funcionaruma pequena fábrica de armários

e de artefatos de madeira. No único

sobrado de alvenaria, onde morava o Sr."Carlito" (filho mais velho do pioneiroStrass) foi aberta uma serralheria; a Escola

F.44.

Municipal Pe. Anchieta, a antiga EscolaAlemã, passou a oferecer o ensino de 53 a83 séries; o antigo açougue da FamíliaCantagalli, fechado há mais de 10 anos, foinovamente reativado; foi construi da umaquadra de esportes ao lado da escola,utilizada pelas crianças para práticasdesportivas e de lazer.

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arrendatários), enquantoque 21,6% desenvolvem

atividades urbanas (operáriosda construção civil, empregadasdomésticas, tarefeiros, etc). O restantedos habitantes (53,5%) são estudantes,crianças e donas-de-casa.

Esses dados demonstramque apesar de muitos trabalhadores aindaestarem ligados às atividades rurais,desenvolvidas ao redor do "patrimônio",quase a mesma proporção está vinculadaao mercado de trabalho urbano. Por isso, émuito comum, durante o dia, o trânsito pelo"povoado" de pessoas portando enxadas,colheitadeiras, tratores, carroças e cami-

nhões destinados ao trato com a terra,misturando-se ao tráfego de motos, bicicle-

tas, ônibus urbano e carros, utilizadoscomo transporte dos trabalhadores dacidade, especialmente no ínicio da manhãe no final da tarde, horários de entrada esaída do trabalho.

De segunda a sexta-feira,durante o dia, o pequeno povoado ficaquase vazio, marcado pelo "sossego",apenas quebrado pelo barulho dos carrosque passam pela Rodovia Carlos JoãoStrass e Avenida Ludwig Ernest, pelomovimento dos alunos da Escola e pelospequenos grupos esparsos de crianças,que correm soltas pelas ruas secundárias,brincando de bola, pega-pega, caçandopassarinhos e treinando futebol na quadrade esportes construída pela Prefeitura.

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Hoje, quem chega ao Heimtalpela Rodovia Carlos João Strass e desce aAvenida Ludwig Ernest que corta o antigo"Vale dos Alemães" e observa seu cenário,pensa estar diante de mais uma pequenavila de trabalhadores de Londrina. Entre-

tanto. para aquele que percorre as suas

ruas e vive o seu dia-a-dia. surgem deta-lhes que não são comuns em outros bair-

ros e vilas urbanas da cidade, ou seja, asatividades rurais desenvolvidas a menosde 100 metros de sua via principal comoprolongamento do próprio "patrimônio" eaté mesmo dos quintais das casas, apresença expressiva de um contingente detrabalhadores rurais convivendo com as-salariados urbanos e a presença de fa-

milias pioneiras que permaneceram mo-

rando no local e que, até hoje, mantêmrelações de trabalho, laços de parentesco,amizade e ajuda mútua.

De acordo com um levanta-

mento efetuado em 1990 pelos pesquisa-dores do IPAC, o "patrimônio" possuiaproximadamente 400 habitantes. Destes,cerca de 75% são de procedência rural echegaram ao Heimtal nas décadas de 70 e80. Apesar de muitos dos entrevistadosterem nascido no próprio Estado doParaná, a maioria é de orgiem mineira epaulista.

Do total da população, 24,9%continuam exercendo as funções no meiorural (bóias-frias, assalariados, parceiros,

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7 O inventário da primeira Escola de Londrina foi realizado através de um subprojeto: "O IPAC vai àEscola" e da ação "O IPAC vai à Escola do Heimta/" sob a supeNisão das professoras e pesquisadorasEunilda Kemmer Cemev e Maria Regina Clivatti Capelo na Escola Pe. Anchieta, juntamente com alunosde 3~ 48 e 58 séries e a colaboração de dois professores: Sandra Strass e Milton Ferres. Buscou-sesensibilizar escolares, ex-alunos, ex-docentes e a "comunidade". a fim de registrar e reconhecer amemória coletiva do seu bairro através de atividades lúdicas e pedagógicas. Desenvolveu-se uma açãode política cultural que possibilitou o encaminhamento de uma metodologia de ensino aliada à pesquisaque permitiu desvendar o cotidiano no passsado e no presente, isto é, a história "circunstancial" dos"pequenos atos". paralela aos "grandes acontecimentos". Privilegiou-se. assim, os fatos considerados"banais" e procurou-se compreender os significados atribuídos aos suportes materiais e não materiaisdo "patrimônio" do Heimtal e da cidade de Londrina. Constituiu-se numa experiência que fundamentouum Programa que pretende se estender a outras localidades. por intermédio das escolas. paraInventariar e reçJlstrar modos de viver no passado e no presente. A intenção. assim. é a de conscientizara populaçllo para a importância do seu Patrim6nio CultUral.

"patrimônios",distritose fazendas, para as dis-putas e torneios organizadospelos moradores do local. A pra-ça constitui-se também como um espaçode entretenimento de crianças,adolescen-tes e adultos, de apresentação de festivaisde música, das festas juninas e outroseventos.

Até hoje, seus moradoresmais antigos procuram manter acesasalgumas daquelas tradições cultivadas nopassado, tais como: as festas do PadroeiroSão Miguel Arcanjo em setembro, aCoroação de Nossa Senhora, o grupo dejovens marianos, a procissão no dia deFinados, a primeira comunhão, as festasjuninas, os bingos e o mutirão de homens emulheres para a organização e preparaçãodas festas e rituais que acontecem naIgreja e na Escola 7.

Nos finais das tardes, osônibus chegam com os trabalhadores dacidade e é também quando termina a rotinado trabalho nos sítios Os três bares doHeimtal ficê;lmmovimentados por homensque, antes de irem para suas casas, parampara bater um papo com os amigos, jogar"sinuca"e tomar uma "pinguinha". A partirdas 22 horas, as ruas da pequena vila, semiluminação adequada, ficam vazias e oúnico movimento é o dos alunos queestudam à noite na Escola.

Nos finais de semana, carac-terizados pelo descanso dos traba-lhadores, o bairro "ferve", segundo aexpressão de um morador. Além da missaaos sábados no final da tarde, os baresficam lotados, de manhã até meia-noite. O"forró" atrai pessoas dos Conjuntos Habi-tacionais e o campo de futebol recebe ostimesda periferia de Londrina e de outros

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(Lucéfia Dela Coleta)

"Na festa da igreja a gente chega a fazer 1.200frangos. Se não somos eu, a Hortência, a Rosa, a Hilda e aDona Nega, ninguém faz... Quem ajuda assar os frangos e asleitoas das 5 da manhã até as 3 horas da tarde somos nós.No sábado, nós chegamos em casa às 2 horas da manhã eàs 5 horas temos que voltar lá e encher os frangos para às7:30 começar a assar. Quando começa a Missa às 9:00 horastem que estar tudo pronto".

"Desde criança eu tenho participadodesta igreja. Nas festas tive participação desdecriança, nos teatros nas "coroações". Eu sempre mededico, acho que a parte espiritual é mais importanteque tudo. Nas festas a gente sempre ajuda porque éuma obrigação. É um dever que a gente tem comomorador do lugar. "

(Hilda Cantagal/i)

Organizados em torno dessas instituições e da Associação de Moradores, apopulação local tem conseguido manter um canal sempre aberto de comunicação e diálogocom o Poder Público Municipal, conseguindo melhorias para o povoado como, por exemplo,limpeza e iluminação das ruas, linhas de ônibus, entre outras.

"Eu' fui o 1° presidente da Associação. Quandoeu fui eleito, o povo que quis. Eu nem aqui estava, estavajogando bola. Eu fui eleito sem mais nem menos! Quandopeguei a Associação me esforcei bastante, meu carro nãoparava. Levava um doente, levava outro e dava socorro.Gastei até do meu bolso".

(Elpídio Canfagalli)

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(Sandra Strass)

(Antonio Caponi)

(Napoleão Cantagalli)

(Rubens Dela Coleta)

Apesar de vivenciarem um momento de redefinição deseu espaço fisico e geográfico e de suas, relações interativas, com aproximidade dos Conjuntos Habitacionais e a presença de umapopulação sócio-economicamente heterogênea, o cotidiano da vila émarcado por um profundo sentimento de pertença ao local.

"Aqui no Heimtal a gente conhece a maioria das pessoas.Temos aquele laço de amizade, de um ír na casa do outro, de entrar umpouquinho para poder conversar (...). É gostoso conversar; esse costumeque é um pouco raro na cidade. Então para mudar para outro lugar vaíser difícil me adaptar".

"Nós aqui estamos vivos, moramos no que é nosso. Nossosfilhos e,~tãoperlinho. Ninguém vai sair daqui. Não me acostumo em outrolugar ....

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"Aqui no Heimtal nós somos heróis mesmo. Naquele tempoera no escuro mesmo, na base do lampião. Eu comecei solteiro com acompanheira da. Depois casei e fiquei tocando o sítio. De lá viemos moraraqui no que é nosso. Aqui a gente se enraizou, continuamos com as,10ssas coisas até hoje. Q/Jando eu vejo um caminhão de bois passandona rua me sai água dos olhos".

"Aqui é menos perigoso que na cidade. Podemos sair ahora que queremos ... A gente conhece todo mundo. Moramos aqui e écomo uma família, somos todos amigos.

Penso que aqui é um lugar que a gente fundou e se sairacha falta ... ".

Para a população que vive o dia-a-dia do pequeno povoado, o Heimtalsignifica o espaço do reconhecimento, da diferenciação, da estruturação de papéis, daconstrução de identidades. Enfim, da realização de um "modo de vida" específico.

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Acima dasdiferenças sociais, econômicase culturais existentes entre oshabitantes (alemães, descendentesde italianos, luteranos, católicos,proprietários rurais, parceiros, assalariadosurbanos e rurais), compartilham valores edesenvolvem uma sociabilidade baseada emrelações interpessoais, de vizinhança e de ajudamútua.

F.54.F.53.

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COMPOSiÇÃO INTERNA DO CADERNO:F.1. - Vista da Avenida Ludwig Emest e.a

Capela de São Miguel Arcanjo.(IPAC/Lda.).

C.1. - Desenho da Avenida Ludwig Emest eda Capela de São Miguel Arcanjo(IPAC/Lda.).

F.2. - Desbravando a mata de Londrina.Anos 20 (Museu).

F.3. Ranchos Pioneiros de Londrinaantiga. 1929 (Museu).

F.4. - Vista parcial do centro de Londrina.1934 (Museu).

F.5. - Familia Kemkamp: Guilherme e Annecom os filhos Herta e Erwin. Ao lado oBarão de Drakenfeld. agenciador daCTNP. HEIMTAL. Anos 30.

M.1. - Mapa do Paraná e a delimitação daregião Norte do Paraná.

M.2. - Delimitação da área adquirida pelaCompanhia de Terras Norte doParaná.

F.6. Moradores do HEIMTAL em frenteao escritório da Companhia deTerras Norte do Paraná em 1935.(Museu).

CAPA:F.a.- Capela de São Miguel Arcanjo.

Anos 60 (IPAC/Lda).F.b.- Avenida Principal do HEIMTAL.

Ludwig Emest e ao fundo a Capelade São Miguel Arcanjo. 1993(IPAC/Lda.).

índice de Fotos (F.) Croquis (C.)e Mapas (M.)

CONTRACAPAPioneiros do HeimtalF.c. - Olga Schwertel e Carlos João Strass.

o primeiro casamento de moradoresde Londrina. Final do anos 20.(Museu).

F.d. - Palmiro Mangille. Final dos.anos 80.(IPAC/Lda.).

F.e. - Peter Schimith. Final dos anos 80.(IPAC/Lda.).

F.j. - Johannes Schilling. Final dos anos 80.- (IPAC(Lda.)

F.g. - Otávio Mangille. Final dos anos 80.(IPAC/Lda.).

F.h. - Ignácio Salomón. Final dos anos 80(IPAC/Lda.).

F.i. - Antonio Caponi. Final dos anos 80.(IPAC/Lda.).

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F.7. - Cenas docotidiano da vida

do HEIMTAL, na atualAvenida Ludwig Ernest, no

final dos anos 80 (IPAC/Lda.).M.3. - Mapa do Município de Londrina e a

localização do "Patrimônio doHEIMTAL".

F.8. - Vista parcial da Avenida LudwigErnest. Ao fundo a Capela de SãoMiguel Arcanjo. Anos 90 (lPAC/Lda.).

F.9. - Sra. Olga Strass na varanda do"sitio Pioneiros", no HEIMTAL, nosanos 90. Acervo (IPAC/Lda.)

F.10. Rancho de Palmito e ademonstração das primeirasmoradias em Londrina. Anos 30(Museu).

F 11. Vista parcial do cemitéiro do Heimtale a localização do cruzeiro. onde seencontram os símbolos de um ritualde oferenda de uma religiãoafro-brasileira. Anos 90 (IPAC/Lda.).

F 12. Construção da Escola Alemã pelosmoradores do HEIMTAL commadeira - cedro - da própria locali-dade. registrando a festa da cu-meeira. em 1931 (IPAC/Lda).

F 13. Alunos da Escola Padre Anchietadurante realização do trabalhopedagógico de registro da memória."O IPAC vai a Escola do HEIMTAL" ,nos anos 90. (IPAC/Lda.).

F 14 Desfile dos alunos da Escola Alemãdo HEIMTAL. portando bandeiras, na

festa de sua inauguração em 26 dejulho de 1931. (IPAC/Lda).

F.15. Família Strass no Museu Históricode Londrina no dia da MostraFotográfica do HEIMTAL. Anos 90.(IPAC/Lda.).

F.16. Alunos da Escola Alemã com oprofessor Richard Blumberg.Anos 30. (IPAC/Lda.).

F.17. Grupo de ginastas do HEIMTALnos anos 40, cujo treinador era oSr. Antonio Tremmer. Os ginastasda direita para a esquerda: CarlosStrass, Günter Kirchnick, PeterSchimith, Roberto Loose, MartinLoose, Edgar Kirchnick, ManoelWagenheimer, Fritz Harder, AntonioGerbach e Arnaldo. (IPAC/Lda.).

F.18. 13 Escola do HEIMTAL - 23 fila debaixo para cima, 2° da direita paraesquerda Sr. Carlos Strass (Carlito)filho do Sr. Carlos João Strass.Anos 40. (IPAC/Lda.).

F.19. Irmãs Violin, filhas do Sr. GiácomoViolin, morador do HEIMTAL.Da esquerda para direita estão:Tereza, Rosa, Rita, Angelina eMarcelina Violin. (IPAC/Lda.).

C.2. Desenho de fiéis da Capela de SãoMiguel Arcanjo. Anos 90. IPAC/Lda).

F.20. Interior da Capela de São MiguelArcanjo. Anos 90 (IPAC/Lda.).

F.21. Sr. Giácomo Violin, pioneiro quechegou a Londrina em 1934,morador do sítio Caviúna, noHEIMTAL. (IPAC/Lda.).

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'l-I

F.22. Primeira Igreja Luterana construída um cavalo da raçapelos moradores alemães do percheron, nos anosHEIMTAL, em meados dos anos 30, 40. (IPAC/Lda.).no local onde hoje está localizada F.30. Festa de casamento de Reinholda Praça. (IPACIILda.). Strass e Nilda Cantagalli no sítio

F.23. Vista da 13 Capela Católica da família Cantagalli. Anos 50.construída pelos moradores (IPAC/Lda.).alemães e italianos do HEIMTAL, F.31. Vista de Londrina no~ ••,10S 50.em meados dos anos 30. (Museu).

(IPAC/Lda.). F.32. Napoleão Cantagalli na carroça

F.24. Segundo armazém de secos e carregada de café que estava

molhados da família Strass sendo transportado para secar

inaugurado em 1936. no terreiro, no HEI MTAL. Anos 60.

Posteriormente foram construídos,(IPAC/Lda.).

F.33. O grupo de "Filhas de Maria", junto:=Jnexoao armazém, um salão de aos padres Missionáriosbailes, o moinho de fubá e a Capuchinhos nos anos 50.máquina de benefício de arroz. (IPAC/Lda.).ambos movidos a vapor. F.34. Meninas participando da "CerimôniaO edificado localizava-se na atual de Coroação de Nossa Senhora",Avenida Lud"Vig Ernest. (IPAC/Lda.). realizada na Igreja do HEIMTAL,

F.25. Sra. Olga Strass no cafezal da junto ao "Frei Angelo" nos anos 9e.

propriedade da família. (IPAC/Lda.). (IPAC/Lda.).

F.26. Jorge Strass, Imaculada. Célia F.35. Vista lateral da Igreja de São MiguelArcanjo e o grupo de Congregados

Candido e Edith Strass no quintal Marianos e Padres Missionáriosda família Strass. Anos 40. Capuchinhos. Anos 50. (IPAC/Lda.).(IPAC/Lda.). F.36. Crianças participantes da cruzada

F.27 Avenida Paraná no início dos da Igreja de São Miguel Arcanjoanos 40. (Museu). nos anos 60. Ao fundo Maria

F.28. Vista parcial de Londrina em 1945. Cantagalli. Neide Gonçalves,(Museu). Elizabete Tiossi, Maria Lúcia Sassi,

F.29. O pioneiro Johannes Schilling, Geni Palmaghani, Aparecida

morador do HEIMTAL. montando Cantagalli, Vinicius Pereira da

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Silva. À frente, Vera demolição da catedral. (Museu).Clivatti. Aparecida e F.43. Vista aérea de Londrina nos

Terezinha Canhoto, Selma anos 80. (Museu).Kitsberg, Ademar Clivatti e Elpídio F.44. Cancha de Esporte do Heimtal,

Cantagalli. (I PAC/Lda.). aparecendo ao fundo a EscolaF.37. Confirmação religiosa dos jovens Padre Anchieta. em 1989.

luteranos do Heimtal. Anos 30. (I PAC/Lçla.).(I PAC/Ltda.). C.3. Desenho da Escola Padre Anchieta

F.38. Atividades de lazer nos anos 90. (IPAC/Lda.)das crianças da Escola Pe F.45. Crianças participando das atividadesAnchieta no campo de futebol do do projeto "O IPAC vai à Escola doHEI MTAL. Final dos anos 80. HEIMTAL". nos anos 90.(IPAC/Lda.). F.46. Atividades com escolares, no projeto

F.39. Equipe de Futebol do "Esporte "O IPAC vai à Escola do HEIMTAL",Clube Heimtal" nos anos 50.

no final dos anos 80. (I PAC/Lda.).Da esquerda para direita F.47. Escola do Heimtal, sala da"Veludo". "Pedro Cabreira". professora Mirtes Laforga,Reinhold Strass. José Baldoino.

em 1958. (IPAC/Lda.).Reinhold Konrad. Nelson Valério, F.48. Alunos da professora EneidaEvaristo, João Cabreira,

Carrilho, no Heimtal, em 1958.Jair, Manoel de Oliveira Branco (I PAC/Lda.)(Nelão) e José Caponi (Zizi). F.49. Parte da platéia e "barraquinha de(I PAC/Lda.). comes e bebes" do 10 Concerto

F.40. Apresentação de peça teatral na Rural realizado durante o IX Festival"Casa Luterana" pelos jovens de de Música, na "Praça do HEIMTAL".origem alemã, nos anos 70. Entre os presentes estavam(I PAC/Lda.) Francisco Brito, Napoleão

F.41. No início da colonização, segundo o Cantagalli, Fidelcino de Freitasdepoimento de Johannes Schilling, e Carlos João Strass (Carlito).o HEIMTAL mantinha um time de Final dos anos 80.Handball, denominado (lPAC/Lda.)."HEIMTAL Sport Club". (IPAC/Lda.) F.50. Vista Parcial da "Praça do

F.42. Centro de Londrina em 1969 com a HEIMTAL" nos anos 90.(IPAC/Lda.).

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F.51. Festa Junina realizada no barracãoao lado da Capela de São MiguelArcanjo - final dos anos 80 - com apresença das famílias do"Patrimônio do HEIMTAL".(IPAC/Lda.).

F.52. Apresentação da "Quadrilha" pelosalunos da Escola Pe. Anchieta, emfesta junina realizada no barração daIgreja, no final dos anos 80. Entre osparticipantes, o primeiro da esquerdapara a direita, está AJlanCantagalli,neto do pioneiro NapoleãoCantagalli. (IPAC/Lda.).

F.53. Antonio Pedro Mangille, na épocapresidente da Capela de ?ão

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Miguel Arcanjoparticipando do pre-paro da paçoca, docemuito apreciado pelosmoradores da localidade.Anos 90. (IPAC/Lda.).

F.54. A utilização do torrador manualno preparo da paçoca para asfestas da Igreja Católrca - Anos.90 -no quintal da família Dela Coleta.(IPAC/Lda.).

F.55. Mutirão no preparo da paçoca paraas festas da Capela de São MiguelArcanjo, no momento em que oamendoim torrado está sendodescascado. Anos 90. (IPAC/Lda.).

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Inventário e Proteção do AcervoCultural de Londrina. IPAC/Lda.

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Alexandre Andriolo - curso de HistóriaAntonio Augusto Del Rio - curso deArquiteturaEliana Barreto de Menezes Lopes -curso de Ciências SociaisFernando Franzói da Silva - curso deCiências Sociais.Isabel Jeanine Ely - curso deHistória.Isabel Pires da Silveira Loureiro daSilva - curso de Ciências SociaisLuiz Carlos Mapelli da Silva - cursode HistóriaMarcelo da Silva - curso de HistóriaPaulo Henrique de Carvalho - cursode HistóriaPaulo Roberto de Morais - curso deCiências SociaisPaulo Roberto Moreira Monteiro -curso de ArquiteturaRoselaine Martins Pisconti - curso deArquiteturaSilvia Maria Regiani - curso deCiências Sociais

Responsáveis pela pesquisaDocentesAna Maria Chirotti de AlmeidaDeise MaiaEunilda Kemmer CernevGetúlio Couto RibeiroGertrudes FringsJorge CernevMara Rejane Alves Nunes RibeiroMaria Regina Clivatti Capelo

Coordenação do Projeto IPAC/Lda.Deise Maia

Supervisão do Subprojeto: "Os Caminhosdo Café no Paraná" - Heimtal: opassado e o presente no vale dosalemães.Ana Maria Chiarotti de AlmeidaEunilda Kemmer Cernev.

Supervisão do subprojeto: O IPAC Vai àEscola do Heimtal.Eunilda Kemmer CernevMaria Regina Clivatti Capelo.

Colaboradores da Escola: Pe. Anchietado Heimtal - Sandra Strass;Milton Ferres.

Grupo de pesquisadores do IPAC/Lda.Alaertes Karoleski - arquitetoAna Cleide Chiarotti Cesário -sociólogaAna Maria Chiarotti de Almeida -sociólogaAntonio Carlos Zani - arquitetoDeise Maia - antropólogaEunilda Kemmer Cernev - histori-adoraGertrudes Frings - sociólogaGetúlio Couto Ribeiro - assistentesocialHumberto Marques de CarvalhoarquitetoJorge Cernev - historiadorMara Rejane Alves Nunes Ribeiro -assistente social

Estag iários

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Estagiários:Alexandre AndrioloFernando Franzói da SilvaPaulo Roberto de Morais

Responsáveis pela redação:Ana Maria Chiarotti de AlmeidaAna Cleide Chiarotti CesárioDeise MaiaEunilda Kemmer Cernev

Fotos:Gertrudes Frings, Maria FernandaVilela Magalhães, Rui Frias Cabral,Jorge Cemev, Femando Franzói daSilva, Luiz Carlos Mapelli aa Silva.

Arquivo FotograTlco:Luiz Cartos Mapelli da Silva - esta-giário do curso de História

Revisão de Texto:Ivone Dias Ayres

Revisão da Bibliógrafia:Rosângela Ricieri Haddad

Apoio Administrativo:Maria de Fátima Serra - secretáriado IPAC/Lda.

ApoIo para edição:Secretaria de Estado da CulturaConcitecSecretaria deCultura do Municí-

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pio de LondrinaUniversidade Esta-dual de Londrina - Co-ordenadoria de Extensãoà Comunidade, Núcleo de Tecnologia Educacional e Museu Históricode Londrina "Pe. Carlos Weiss".

Agradecimentos Especiais:ConsultoriaProf. Dr. José Guilherme CantorMagnani - Antropólogo do Departa-mento de Antropologia da USP/SP.Prof'J Ora. M~ria Helena OlivaAugusto - Socióloga do Departa-mento de Sociologia da USP/SP.Prof'J Ora. Maria Lúcia Montes - An.tropóloga do Departamento de An-tropologia da USP/SP.

Assessoria Técnica:Antônio Carlos Zani - Arquiteto (UEL)Marcos Fagundes Bamabé - Arqui-teto (UEL)Rosina Coeli Parchen - Arquiteta Se-cretaria de Estado da Cultura.Humberto Marques de Carvalho -Responsável pelos croquis - esta-giário graduado.

Patrocínio de Edição:

MEC/SESU

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HEIMTAL

Aos moradores do

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atenciosamente, deram seus depoimen-tos, forneceram informações, fotos edocumentos do cotidiano do passado e dopresente do HEIMTAL. Permitiram, assim,que docentes e estagiários invadissem aintimidade dos seus lares e do mundopúblico restrito da localidade para co-;>articiparemdo cotidiano do trabalho, dasfestas, dos rituais religiosos, oferecendosempre um lugar à mesa aos "estranhosvisitantes", quando provaram inúmerasvezes dos "quitutes" de recepção,. numritual que sinalizava às relações de cum-plicidade e de aliança.

Com a preocupaçãú em nãoomitir nomes de famílias que construíramo patrimônio do HEIMTAL. bem comodaqueles personagens que moram evivenciam o dia-a-dia do antigo "Vale dosAlemães". o grupo de pesquisadores doIPAC/Lda. agradece a todos que se en-volveram no processo de reconstituiçãoda memória coletiva dessa pequena "vila".

Reconhece que a concreti-zação deste trabalho só foi possívelatravés da participação dos moradores,que sensibilizados para a importância doregistro e da divulgação de sua história.

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