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Guia de posicionamento para cuidadores de pessoas acometidas por Acidente Vascular Encefálico (AVE) Cartilha Informativa

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Guia de posicionamento

para cuidadores de pessoas

acometidas por

Acidente Vascular Encefálico

(AVE)

Cartilha Informativa

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2017

Itajaí – SC

Elaboração:

Projeto de Extensão – Grupo de Apoio aos

Profissionais que Compõem a Rede de

Atenção à Pessoa com Deficiência.

Apoio:

Vice-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa,

Extensão e Cultura

Autores:

Alexsandra Marinho Dias

Ana Paula Marcelino de Aquino

Simone Beatriz Pedrozzo Viana

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FICHA CATALOGRÁFICA

D543g

Dias, Alexsandra Marino,

Guia de posicionamento para cuidadores de pessoas

acometidas por acidente vascular encefálico (AVE): cartilha

informativa / Alexsandra Marinho Dias, Ana Paula Marcelino,

Simone Beatriz Pedrozo Viana – Itajaí, SC. : Univali, 2017.

21 p. ; il. ; 22 cm.

Projeto de Extensão – Grupo de apoio aos profissionais que

compõem a Rede de Atenção à Pessoa com Deficiência.

Apoio Vice-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e

Cultura.

1. Acidente vascular cerebral. 2. Material didática

(Cartilha). I. Marcelino, Ana Paula, Viana, Simone

Beatriz Pedrozo. II. Título.

CDU: 616.831-005.1

Ficha elaborada pela Universidade do vale do Itajaí

SUMÁRIO

1. Acidente vascular encefálico.......................................... 6

2. Fase flácida..................................................................... 7

3. Fase crônica.................................................................... 8

4. Atenção! ........................................................................ 9

5. Orientações fundamentais............................................. 10

6. Pontos de pressão .......................................................... 12

7. Tipos de posicionamento............................................... 13

8. A importância de um bom posicionamento no leito..... 14

9. Decúbito dorsal/barriga para cima................................. 15

10. Decúbito lateral/de lado................................................. 16

11. Sentado........................................................................... 17

12. Equipe Multidisciplinar.................................................. 19

Referências..................................................................... 20

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ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

O O Acidente Vascular Cerebral (AVC), também

conhecido como Acidente Vascular Encefálico

(AVE), ou ainda, popularmente como “derrame” se

caracteriza principalmente pela perda de função

neurológica, decorrente de uma interrupção do

fornecimento de oxigênio e sangue numa parte do

cérebro. Causada por um entupimento ou

rompimento de um vaso sanguíneo. Podem ser de

dois tipos:

O Hemorrágico: quando um vaso sanguíneo se rompe,

causando um sangramento numa área do cérebro.

O Isquêmico: quando há uma obstrução (por coágulo

ou placa de gordura) ou uma diminuição do fluxo

sanguíneo numa determinada área do cérebro.

O As pessoas acometidas por derrame tendem a perder

movimentos no lado do corpo, contrário ao da lesão

cerebral. Por exemplo: Se a lesão foi do lado

esquerdo do cérebro, esta pessoa perderá função de

todo o lado direito do corpo.

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Autor da imagem: TAVARES, Arnold Henrique

FASE AGUDA/FLÁCIDA

Logo após o AVC, a pessoa fica com uma fraqueza

muscular, não conseguindo movimentar o lado do corpo

acometido, também chamado de fase flácida.

O O que acontece?

Os músculos responsáveis por sustentar o ombro

enfraquecem, fazendo com que o braço se desloque para

baixo, gerando muita dor, inchaço, comprometendo a

vascularização e podendo gerar mão fria. Já na parte

inferior do lado do corpo acometido também há

fraqueza e flacidez.

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PADRÃO HIPOTÔNICO

O lado afetado fica flácido ,

onde a pessoa não consegue

movimentar o corpo por

conta própria.

Autor da imagem: TAVARES, Arnold Henrique

PADRÃO ESPÁSTICO

o A espasticidade é uma alteração no tônus muscular

(rigidez do músculo).

o Geralmente resulta em padrão flexor (dobrar) do

braço e padrão extensor (estender) da perna.

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ESPASTICIDADE/FASE CRÔNICA

Nesta fase há presença de rigidez muscular de uma ou

mais parte do corpo.

A rigidez leva a incapacidade de controlar os

músculos.

Braço dobrado e

perna estendida-

padrão da

patologia

Autor da imagem: TAVARES, Arnold Henrique

ATENÇÃO !

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O uso de bolinhas para a realização

de exercícios pode ser realizado

durante a fase flácida (hipotônico),

porém durante a fase espástica

(rígido) é contraindicado, pois o

exercício pode favorecer o aumento

do padrão flexor (dobrar) de dedos,

mão e punho.

Autor da imagem: TAVARES, Arnold Henrique

ORIENTAÇÕES FUNDAMENTAIS

o O paciente deve permanecer no máximo 2 horas na

mesma posição.

o O tamanho de travesseiro deve ser adequado,

posicionando completamente entre o espaço da

cabeça e do colchão.

o Ter cuidado ao mudar a pessoa de lugar ou de

posição, evitando que a pele friccione no lençol ou na

cadeira, pois a pele é muito fina e frágil e pode abrir

feridas.

o Os lençóis da cama devem ser trocados

frequentemente, devem estar sempre secos e

esticados, pois isto pode aumentar a pressão na pele e

associado ao suor da pessoa pode deixar a pele frágil

e suscetível a lesões por pressão.

o Quando a alimentação for realiada no leito,

posicionar a pessoa sentada recostada com

travesseiros ou almofadas para não se engasgar.

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o Se a pessoa cuidada fica a maior parte dotempo em cadeira de rodas ou poltrona, épreciso ajudá-la a aliviar o peso do corpo sobreas nádegas, da seguinte maneira:

o Caso a pessoa tenha força nos braços: oriente apessoa cuidada a sustentar o peso do corpo orasobre uma nádega, ora sobre a outra, durantepelo menos 1 minuto a cada 15 ou 20 minutosde intervalo.

o Se a pessoa não consegue se apoiar nos braços:o cuidador deve ajudá-la a se movimentar. Paraisso, você deve conversar com sua equipe desaúde (Unidade Básica de Saúde) sobre omelhor procedimento para o caso específico doindividuo sob seu cuidado.

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Fonte: Google imagem

PONTOS DE PRESSÃO

o Conforme o posicionamento, recomenda-se a

permanência do mesmo durante 2 horas no

máximo, pois conforme a ilustração abaixo,

existem pontos no corpo que recebem maior

pressão, essas áreas tem diminuição de irrigação

sanguínea que por tempo prolongado levam a

morte tecidual (feridas), também conhecidas como

escaras.

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Autor da imagem: TAVARES, Arnold Henrique

TIPOS DE POSICIONAMENTO

o DECÚBITO DORSAL/

BARRIGA PARA CIMA

o DECÚBITO LATERAL/

DEITADO DE LADO

o DECÚBITO VENTRAL/

BARRIGA PARA BAIXO

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Autor da imagem: TAVARES, Arnold Henrique

Posicionamento

correto

A IMPORTÂNCIA DE UM BOM

POSICIONAMENTO NO LEITO

o Previne contraturas (rigidez) musculares e

deformidades;

o Estimula a circulação, ajudando a prevenir trombo

flebites (veia entupida), úlceras de pressão e edema

(inchaço) de extremidades;

o Melhora a respiração, prevenindo complicações;

o Alivia a pressão sobre uma área corporal.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE

o Durante a fase flácida, o posicionamento do lado

acometido é fundamental para diminuir o padrão

espástico (rígido) que irá se instalar.

o Isso pode ser feito adotando posições contrária ao

padrão como ilustra a figura abaixo.

o Por exemplo: Se o braço vai ficar dobrado, deve-se

colocar ele estendido e a perna que ficará estendida

deve-se colocá-la dobrada na posição deitada.

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Padrão

espástico

Fonte: Google imagem

DECÚBITO DORSAL/

BARRIGA PARA CIMA

o Neste posicionamento, o cuidador deve procurar

apoiar o braço acometido de forma que a palma da

mão fique virada para cima, com cotovelo e dedos

esticados. Entretanto, nada deve ser apoiado sobre a

mão, pois isto gera estímulo constante na superfície

palmar que poderá estimular a palma da mão a se

contrair e “fechar”.

o Para as pernas, o cuidador deve apoiar a coxa da

pessoa sob um travesseiro, de modo que o quadril e

joelho fiquem o mais dobrado possível. E para o

tornozelo pode-se fazer um rolinho com toalha ou

cachecol e colocar em baixo do calcanhar.

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Autor da imagem: TAVARES, Arnold Henrique

Rolinho apoiado

embaixo do tornozelo,

sem entrar em

contato com a sola do

Palma da mão

virada para

cima

Decúbito lateral/de lado

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o Ao deitar a pessoa de lado com a parte acometida

voltado para cima, deve-se posicionar o braço da

seguinte maneira: estender o braço por cima do

travesseiro e a palma da mão virada para cima, a

fim de evitar o padrão de rigidez muscular que irá

se instalar. Conforme figura abaixo.

o A perna afetada fica a frente do corpo, dobrada e

apoiada sobre um travesseiro. A perna em contato

com a cama deve ficar esticada e joelho levemente

dobrado.

Autor da imagem: TAVARES, Arnold Henrique

Fonte: Google imagem

SENTADO.

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o Antes de sentar a pessoa, coloque uma cadeira ao

lado da cama para que não haja necessidade de sair

de perto e deixá-lo sozinho, pois as chances de haver

tonturas, desequilíbrio e mal estar podem ser grandes

podendo levar a queda.

o Atenção: sempre deixe a cadeira virada para o lado

do corpo que não foi afetado. Além disso, tenha

certeza que o freio da cadeira de rodas esteja ativado.

o Com a pessoa deitada de lado, traga as pernas para

fora da cama, e com ajuda do lado não

comprometido, solicite que a pessoa faça

movimentos de apoiar o braço e esticá-lo para

auxiliar você a colocá-la sentada na cama.

Autor da imagem: TAVARES, Arnold Henrique

o Para ter uma boa base de apoio, o cuidador deve

manter seus pés um pouco afastados: um

apontando para a cama e o outro para a cadeira de

rodas;

o Apoie os braços dele sobre a cama; e peça para

ele dobrar um pouco a perna não acometida, para

que na hora em que você for tirá-lo da cama, ele

possa te auxiliar com a impulsão do corpo do lado

não comprometido.

o Quando for transferir para a cadeira, peça para a

pessoa inclinar mais o seu corpo para frente e girar

o corpo em direção à cadeira, após sentar, deve-se

verificar se está bem posicionado na cadeira, com

as costas, pernas e braço bem apoiadas.

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Autor da imagem: TAVARES, Arnold Henrique

Equipe Multidisciplinar

A equipe multidisciplinar é formada por um grupo

de profissionais que trabalham em conjunto, a fim

de chegar a um objetivo comum.

Na área da saúde a equipe multidisciplinar pode ser

formada por médico, enfermeiro, fisioterapeuta,

psicólogo, fonoaudiólogo, nutricionista, entre

outros. Que reúnem-se para decidir quais serão os

objetivos de tratamento para um determinado

paciente, um exemplo disso são de pessoas

acamadas no leito após um AVE que necessitam de

acompanhamento médico para intervenção

farmacológica; fisioterapeuta para orientações,

mudanças de decúbitos e exercícios para

recuperação funcional; enfermeiros para auxilio de

higiene e outros cuidados, nutricionista para a

prescrição de uma alimentação saudável e

equilibrada; psicólogos afim auxiliar nas possíveis

dificuldade de ordem psicológica que as sequelas

do AVE podem gerar e fonoaudiólogos para

minimizar as disfunções de linguagem, mastigação

e deglutição, entres outros cuidados que só são

efetivos quando a família e o cuidador trabalham

em conjunto afim de proporcionar uma melhor

qualidade de vida para estas pessoas.

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Referências

o Guia do cuidador de pacientes acamados. nstituto Nacional

de. Câncer. Rio de Janeiro: INCA, 2010. 16 p.: il. color. -

(Orientações aos Pacientes).

o CHAVES, Márcia L. F.. Acidente vascular encefálico::

conceituação e fatores de risco. Rev Bras Hipertens

Vol, Porto Alegre, RS, v. 7, n. 4, p.373-382, out. 2000.

o VENDRAMI, Daniele; COSMANN, Maria do Carmo.

AVALIAÇÃO DO GRAU DE CONHECIMENTO DOS

ESTAGIÁRIOS DO CURSO DE FISIOTERIA SOBRE O

POSICIONAMENTO NO LEITO NA HEMIPLEGIA. 2005.

64 f. Monografia (graduação) - Curso de Fisioterapia,

Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí (sc), 2005.

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Cartilha informativa sobre o posicionamento correto no leito para

cuidadores de pessoas acometidas por AVE

2017