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Grau de AprendizMaçom

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INSTRUÇÃO 01 – A Câmara deReflexão

Como todos sabem, nós, maçons, no dia da nossa recepção na Ordem, passamos por uma série crescente de eventos durante a cerimônia de Iniciação, que têm por finalidade excitar nossa imaginação e sentidos predispondo-os para a recepção de conhecimentos não acessíveis ao comum dos homens. Para tanto, é necessário que nosso ser interior seja preparado adequadamente para poder entrar em contato com outro nível derealidade. O primeiro passo dessa preparação é ser introduzido na Câmara das Reflexões. A Câmara, com seu isolamento, obscuridade e negras paredes, cercada de emblemas representativos da morte, permite, a quem nela adentra uma pausa silenciosa no tumulto da vida e, meditando sobre os símbolos ali expostos, dar-se conta da finitude da vida e como são sem sentido as vaidades e as paixões humanas. É por esta razão que se encontram, em suas paredes, inscrições destinadas a pôr à prova do postulante a sua firmeza de propósitos e a vontade de progredir, que têm de ser seladas num testamento. Ao ingressar nesse recinto, o candidato é despojado dos metais que porta consigo e que o Irmão Experto recolhe cuidadosamente. Representa ao postulante o retorno ao seu estado de pureza original - a nudez adâmica - despojando-se voluntariamente de todas aquelas aquisições que lhe foram úteis para chegar até o seu estado atual, mas que constituem outros tantos obstáculos para seu progresso interior. É o cessar de depositar sua confiança e cobiça nos valores puramente exteriores do mundo, para poder encontrar em si mesmo, realizar e tornar efetivos os verdadeiros valores, que são os morais e espirituais. É o cessar de aceitar passivamente as falsas crenças e as opiniões exteriores, com o objetivo de abrir seu próprio caminho para a verdade. Isto não significa, absolutamente, que deva abrir mão de tudo o que lhe pertence e adquiriu como resultado de seus esforços e prêmio de seu trabalho, mas, unicamente, que deve deixar de dar a estas coisas a importância primária que pode torná-lo escravo ou servidor delas, e que deve pôr, sempre em primeiro lugar, sobre toda a consideração material ou utilitária, a fidelidade aos Princípios e às razões espirituais. Esse despojamento tem por objetivo tornar-nos livres dos laços que, de outra forma, impediriam todo nosso progresso futuro. A entrega dosmetais simboliza, assim, o despojo voluntário das qualidades inferiores, dos vícios e paixões, dos apegos materiais que turvam a pura Luz do Espírito. Isso é “ser livre e de bons costumes”. Como o maçom deve aprender a pensar por si mesmo e, pelo seu esforço pessoal, ter a certeza de ter atingindo o conhecimento direto da Verdade, o despojamento terá que ser total e, portanto, deverá se estender às crenças, superstições, preconceitos e prejulgados, tanto científicos, como filosóficos e religiosos, pois estes brilham com luz ilusória na inteligência e impede a visão da Luz Maior, a Realidade que sustenta o Universo e o constrói incessantemente.

SIGNIFICADO DA CÂMARA A Câmara de reflexão, como o seu nome o indica, representa, antes de tudo, aquele estado de isolamento do mundo exterior que é necessário para a concentração ou reflexão íntima, com a qual nasce o pensamento independente e é encontrada a Verdade. Aquele

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mundo interior para o qual devem dirigir-se nossos esforços e nossas análises para chegar, pela abstração, a conhecer o mundo transcendente da Realidade. É o "gnosthi seautón" ou o "conhece-te ati mesmo" dos iniciados gregos, como único meio direto e individual para poder chegar a conhecer o Grande Mistério que nos circunda e envolve nosso próprio ser.

INSTRUÇÃO 02 – Elementos daCâmara de Reflexão

A Cor NegraO negro simboliza as trevas, a ausência da luz. O lugar de perpétuo esquecimento para onde nos conduz as paixões, os vícios e a ignorância. Jung considera a cor negra como o lado sombrio da personalidade.

Crânio e Esqueleto

Ambos simbolizam o ciclo iniciático: a brevidade da vida e a morte corporal, prelúdio do renascimento em um nível de vida superior, e condição do reino do espírito. Símbolo da morte física, o crânio corresponde à putrefação alquímica, assim como a tumba corresponde à fornalha: o homem novo sai do cadinho onde o homemvelho se extingue para transformar-se. Crânio e Esqueleto representam não uma morte estática, definitiva, mas, sim, uma mortedinâmica, anunciadora e instrumento de uma nova forma de vida. O crânio, com seu sorriso irônico e seu ar pensativo, simboliza o conhecimento daquele que atravessou a fronteira do desconhecido, daquele que, pela morte, penetrou no segredo do além. O crânio é muitas vezes representado entre duas tíbias cruzadas em x, formandouma cruz de Santo André, símbolo das oposições dentro da natureza sob a influência predominante do espírito. Ambos significam, em uma palavra, Transformação.

AmpulhetaSimboliza o escoamento inexorável do tempo que se conclui, no ciclo humano, pela morte. A forma da ampulheta, com os seus dois compartimentos, mostram a analogia entre o alto e o baixo, assim como a necessidade, para que o escoamento se dê para cima, de virar a ampulheta. Assim, a atração se exerce para baixo, a menos que mudemos a nossa maneira de ver e de agir. O vazio e o pleno devem suceder-se; há, portanto, uma passagem do superior ao inferior, isto é, do celeste ao terrestre e, em seguida, através da inversão, do terrestre ao celeste. O filete de areia, que corre de um para outro compartimento, representa as trocas entre o Céu e a Terra:a manifestação das possibilidades celestes e a reintegração da

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manifestação na Fonte divina. O estrangulamento no meio é a porta estreita por onde se efetuam as trocas.A ampulheta está presente na Câmara como que sugerindo ao postulante, que não relegue para o amanhã o abandono das paixões, nem a procura da virtude, pois talvez não venha a ter mais tempo, já que o tempo é agora.

V.I.T.R.I.O.L.

Iniciais de uma fórmula célebre entre os alquimistas e que condensava a sua doutrina: Visita Iteriorem Terrae Rectificando Invenies Occultum Lapidem, ou seja, Visita ou Explora o interior da terra. Retificando, encontrarás a pedra oculta...o que significa dizer: Desce ao mais profundo de ti mesmo, bem além das aparências exteriores, e encontrará a pedra oculta (ou o núcleo indivisível), sobreo qual poderás construir uma nova personalidade, um homem novo. Trata-se da reconstrução de si próprio a partir dos vários graus de inconsciência, de ignorância e de preconceitos, em direção à incontestável consciência do ser, o que permite ao homem descobrir a presença imanente e transformadora de Deus nele.

O Grão de Trigo

O quarto de reflexões constitui a prova da terra - a primeira das quatro provas simbólicas dos elementos - e, através de sua analogia, somos conduzidos aos Mistérios de Elêusis, nos quais o iniciado era simbolizado pelo grão de trigo atirado e sepultado no solo, para que germinasse; abrisse, por seu próprio esforço, um caminho para a luz.A semente, na qual se encontra em estado latente ou potencial toda aplanta, representa muito bem as possibilidades latentes do indivíduo que devem ser despertadas e manifestadas à luz do dia, no mundo dos efeitos. Todo ser humano é, efetivamente, um potencial espiritual ou divino, idêntico ao potencial latente da semente, que deve ser desenvolvido ou reduzido à sua mais plena e perfeita expressão, e este desenvolvimento é comparável, em todos os sentidos, ao desenvolvimento natural e progressivo de uma planta.Assim como a semente, para poder germinar e produzir a planta deveser abandonada ao solo, onde morre como semente, enquanto o germe da futura planta começa a crescer, assim também, o homem, para manifestar as possibilidades espirituais que nele se encontram em estado latente, deve aprender a concentrar-se no silêncio de sua alma, isolando-se de todas as influências externas, morrendo para seus defeitos e imperfeições a fim de que o germe da Nova Vida possa crescer e manifestar-se.Uma vez que o Germe espiritual, a Divina Semente de nosso ser, é imortal e incorruptível, esta morte - como toda forma de morte, sob um ponto de vista mais profundo - é simplesmente o despojo de uma forma imperfeita e a superação de um estado de imperfeição, que foram no passado um degrau indispensável ao nosso progresso, mas que na atualidade transformaram-se numa limitação e ao mesmo tempo numa necessidade; na oportunidade e na base para um novo passo adiante.

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Essa imperfeição ou limitação que deve ser superada - os estreitos limites em que se acha enclausurado nosso pensamento e nosso ser espiritual pelos erros e falsas crenças assimiladas na educação e na vida profana - é o que simboliza a casca da semente, produzida por esta como proteção necessária em seu período de crescimento, e inteiramente análoga à casca mental de nosso próprio caráter e personalidade.

O Pão e a Água

O pão é, evidentemente, símbolo do alimento essencial. Se for verdade que o homem não vive só de pão, apesar disso, é o nome de pão que se dá à sua alimentação espiritual. Entre os cristãos, o Cristo eucarístico é o pão da vida. Os pães da proposição dos hebreus também têm o mesmo significado. Esse pão representa a presença deDeus no íntimo de cada um de nós.A água representa: fonte de vida; meio de purificação e centro de regeneração. As águas, massa indiferenciada, representando a infinidade dos possíveis, contêm todo o virtual, todo o informal, o germe dos germes, todas as promessas de desenvolvimento. Mergulhar nas águas, para delas sair sem se dissolver totalmente, salvo por uma morte simbólica, é retornar às origens, carregar-se de novo, num imenso reservatório de energia e nele beber uma força nova. A água é símbolo da Mãe Natureza, geradora de Vida material, mas, também, da vida espiritual e do Espírito, oferecidos por Deus e muitas vezes recusados pelos homens.

O Sal, o Enxofre e o MercúrioO sal é, ao mesmo tempo, conservador de alimentos e destruidor pelacorrosão. O alimento sal, condimento essencial e fisiologicamente necessário, é evocado na liturgia batismal; é sal da sabedoria, símbolo do alimento espiritual. O sal era, para os hebreus, um elemento importante de ritual: toda vítima tinha de ser consagrada pelo sal. O consumo do sal em comum toma, às vezes, o valor de uma comunhão, de um laço de fraternidade. Compartilha-se o sal como o pão. Consumir com alguém o pão e o sal significa uma amizade indestrutível. O sal simboliza também a incorruptibilidade. É por isso que a aliança do sal designa uma aliança que Deus não pode romper (Números 18,11; Crônicas, 13,5).O sal pode, também, ter outro sentido simbólico e opor-se à fertilidade. Nesse caso, a terra salgada significa terra árida, endurecida. Os romanos jogavam sal nasterras que destruíam para tornar o solo para sempre estéril. Os místicos às vezes comparam a alma a uma terra salgada que deverá ser fertilizada pelo orvalho da graça. Tudo que é salgado é amargo, a água salgada é, portanto, uma água de amargura que se opõe à águadoce fertilizadora. Por fim, o sal é símbolo da palavra empenhada, porque o seu sabor é indestrutível.O enxofre é o princípio ativo da alquimia, aquele que age sobre o mercúrio inerte e o fecunda, ou o mata. O enxofre corresponde ao fogo, como o mercúrio à água. É o princípio gerador masculino (yang).Manifesta a vontade celeste e a atividade do Espírito (ex.: chuva de

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enxofre sobre Sodoma). Para os alquimistas, o enxofre está para o corpo como o sol está para o universo. Sua cor amarela querendo comparar-se a do ouro dá-lhe um sentido de engodo, de falsidade, próprio do senhor das trevas. A chama amarela esfumaçada com enxofre é, para a Bíblia, a antiluz atribuída ao orgulho de Lúcifer. É a luz transformada em trevas. É um símbolo de culpa e punição.O mercúrio é o símbolo alquímico universal e do princípio passivo, úmido (yin). Corresponde aos humores corporais, o sangue, o sêmen, aos rins, ao elemento Água. Segundo as tradições ocidentais, o mercúrio é a semente feminina e o enxofre, a masculina: sua união produz os metais. Astrologicamente, Mercúrio vem imediatamente após o Sol, astro da vida, e a Lua, astro da geração, isto é, da manifestação da vida no nosso mundo transitório. Se o Sol é o Pai Celeste, e a Lua, a Mãe Universal, Mercúrio se apresenta como o filho deles, o Mediador, o princípio da Inteligência e da Sabedoria. Mercúrio, o deus da mitologia, diligente e provido de asas nos pés, tinha o ofício de mensageiro do Olimpo. Tendo herdado característicastanto de seu Pai, como de sua Mãe, apresenta natureza dualista, na qual se confrontam os princípios contrários e complementares: trevas-luz, baixo-alto, esquerda-direita, feminino-masculino, certo-errado, etc. O pensamento em todos seus aspectos nasce naturalmente no indivíduo, da ação e relação entre as tendências ativas e passivas, entre o amor e o ódio, a atração e a repulsão, a simpatia e a antipatia, o desejo e o temor. Cresce e adquire sempre maior força, independência e vigor quando lutam entre si o instinto e a razão, à vontade e a paixão, o entusiasmo e a desilusão. Eleva-se e floresce sempre mais livre, claro e luminoso, conforme aprende a seguir seus ideais e aspirações mais elevadas, e quando estas conseguem sobrepor-se à sua ignorância, erros e temores, assim como às demais tendências passionais e instintivas. Mercúrio é o agente harmonizador dos contrários, que procura colocar a ordem no caos. Em cada um de nós, o processo mercuriano é o auxiliar do Ego, encarregado de nos desviar da subjetividade obscurecedora. Diante da dupla pressão dos impulsos interiores, ele é o melhor agente de adaptação à vida.

O GaloÉ, universalmente, símbolo solar, porque seu canto anuncia o nascimento do Sol e, por extensão, do surgimento da Luz. Representaa vigilância, pois com seu canto avisa a todos a boa nova, ou seja, que um novo dia está surgindo. Assim, todo o maçom, qual galo de vigília, deve estar atento para perceber, na dissipação das trevas da noite que morre (as paixões e os vícios), os primeiros clarões (as virtudes) do espírito que se levanta. O galo é, portanto, a representação esotérica do despertar da consciência e da ressurreição do candidato, que, devendo morrer para a vida “profana”, ressurge num plano mais elevado de espiritualidade.

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INSTRUÇÃO 03 – O TestamentoO novo nascimento ou regeneração ideal que indica, em todos seusaspectos, a câmara de reflexões, tem finalmente o seu selo econcretiza-se por um testamento, que é fundamentalmente umatestado ou reconhecimento de seus "deveres", ou seja, de suatríplice relação construtiva: com o princípio interior (individual euniversal) da vida, consigo mesmo como expressão individual da VidaUna, e com seus semelhantes, como expressão exterior da própriaVida Cósmica.Trata-se de um testamento iniciático bem diferente do testamentoordinário ou profano. Enquanto este último é uma preparação para amorte, o testamento simbólico pedido ao recipiendário, antes de suaadmissão às provas, é uma preparação para a vida - para a nova vidado Espírito para a qual deve renascer.Morte e nascimento são, na realidade, dois aspectos intimamenteentrelaçados e inseparáveis de toda mudança que se verifica naforma e na expressão, interior e exterior, da Vida Eterna do Ser. Na

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economia cósmica, e da mesma forma na vida individual, a morte,cessação ou destruição de um aspecto determinado da existênciasubjetiva e objetiva, é constantemente acompanhada de uma formade nascimento. Assim, pois, só em aparência os consideramos comoaspectos opostos da Vida, ou como seu princípio e fim, enquantoindicar simplesmente, uma alteração ou transformação, e o meio noqual se efetua um progresso sempre necessário, ainda que adestruição da forma não seja sempre sua condição indispensável. Como emblema da morte do homem profano, indispensável para onascimento do iniciado, o testamento que faz o candidato é umtestamento do qual ele mesmo será posteriormente chamado aconverter-se em executor, é um Programa de Vida que deverá realizarcom uma compreensão mais luminosa de suas relações com todas ascoisas.A primeira relação ou "dever" do testamento é a do próprio indivíduocom o Princípio Universal da Vida, uma relação que tem dereconhecer-se e estabelecer-se interiormente, e não sobre a base dascrenças ou prejuízos, sejam positivos ou negativos. Não se perguntaao candidato se crê ou não em Deus, nem qual é seu credo religiosoou filosófico; para a Maçonaria todas as "crenças" são equivalentes,como outras tantas máscaras da Verdade que se encontram atrás ousob a superfície delas e somente à qual aspira a conduzir-nos.O que é de importância vital é nossa íntima e direta relação com oPrincípio da Vida, qualquer que seja o nome que lhe dê externamente,e o conceito mental que cada um possa ter formado ou dele venha aformar, uma relação que é estabelecida na consciência, além doplano da inteligência ou mentalidade ordinária.A consciência desta relação, que é Unidade e Individualidade, traduz-se no sentido da primeira pergunta do testamento: "Quais são osvossos deveres para com Deus?" A segunda: "Quais são os vossosdeveres para com vós mesmos?" nada mais é do que a conseqüênciada primeira. Tendo-se reconhecido, no íntimo de seu próprio ser,naquela solidão da consciência que está simbolizada pela câmara dereflexões como uma manifestação ou expressão individual doPrincípio Universal da Vida, o candidato é chamado a reconhecer omodo pelo qual sua vida exterior se encontra intimamenterelacionada com o que ele mesmo é interiormente, e como acompreensão desta relação tem em si o poder de dominá-la e dirigi-laconstrutivamente.O homem é como manifestação concreta, o que ele mesmo se fez efaz constantemente, com seus pensamentos conscientes esubconscientes, sua maneira de ser e sua atividade. Seu primeirodever para consigo mesmo é realizar-se e chegar sempre a ser a maisperfeita expressão do Princípio de Vida que nele busca, e encontrauma especial, diferente e necessária manifestação, deduzindo oufazendo aflorar à luz do dia, as possibilidades latentes do Espírito,aquela Perfeição que existe imanente, mas que só se manifesta notempo e no espaço, na medida do íntimo reconhecimento individual.Quanto aos deveres para com a humanidade, estes representam umsucessivo reconhecimento íntimo que é complemento necessário dos

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dois primeiros: tendo-se reconhecido como a manifestação individualdo Princípio Único da Vida, e sabendo que ele é por fora o que realizapor dentro, deve acostumar-se a ver em todos os seres outras tantasmanifestações do próprio Princípio. Deste reconhecimento, brotacomo conseqüência necessária o seu dever ou relação para com ahumanidade, que não pode ser outra coisa que a própria fraternidade.A compreensão desta tríplice relação é o princípio da iniciação, oinício efetivo de uma nova vida, o testamento ou doação que é feitapara si próprio, preparando-se para executá-lo. É a preparaçãonecessária para as viagens ou etapas sucessivas do progresso que oaguardam.

INSTRUÇÃO 04 – Descida aosinfernos

Para distinguir-se da multidão que permanece supérflua em sua maneira de pensar, convém aprender a meditar profundamente. Para esse efeito, o isolamento silencioso impõe-se, porque nós não podemos seguir o curso de nossos pensamentos, senão evitando aquilo que nos distrai;

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retirar-se para a solidão foi, pois, outrora, o primeiro ato do aspirante à sabedoria. Fugir do tumulto dos vivos para refugiar-se perto dos mortos, a fim de inspirar-se naquilo que eles sabem melhor do que nós, tal nos parece haver sido o instinto dos mais antigos adeptos da Arte de pensar. A deusa da Vida, a grande Ishtar, instruía os sábios por seu exemplo, quando, voltando seu rosto na direção do país sem retorno, ela renuncia aos esplendores do mundo exterior para penetrar nas trevasde Aralou. É preciso descer a si para iniciar-se. Os heróis mitológicos, cujas explorações subterrâneas nos são poeticamente contadas, foram Iniciados vitoriosos do ciclo das provas inelutáveis. Na realidade, o Inferno dos filósofos não é outro senão o mundo interior que trazemos em nós. É o interior da terra, ao qual se reporta o preceito alquímico: Visita Interioria Terrae, Rectificando Invenies Occultum Lapidem, frase cujas palavras têm por inicial as sete letras de Vitriol. Esta substância devia levar o Hermetista a visitar seu próprio interior, a fim de aí descobrir, em retificando, a Pedra escondida dos Sábios. Trata-se de uma pedra cúbica que se forma no centro do ser pensante, quando ele toma consciência da certeza fundamental em torno da qual se realizará a cristalização construtiva do Templo de suas convicções.Ao despojamento maçônico dos metais corresponde, em Alquimia, a limpeza do indivíduo, ao qual nada deve aderir que seja estranho à sua substância. Tomada tal precaução, o indivíduo é introduzido no Ovo filosófico, onde ele será incubado até sua eclosão. Em Maçonaria, o Ovo hermeticamente fechado, onde o indivíduo é chamado a morrer e a decompor-se, toma o aspecto de uma cripta funerária dita Câmara de Reflexões. É de ordinário um espaço reduzido, organizado num porão, cujas paredes negras trazem, em branco, inscrições do gênero das seguintes: Se é a curiosidade que aqui te conduz, vai-te. Se temes ser esclarecido sobre teus defeitos, estarás mal entre nós. E és capaz de dissimulação, treme, serás descoberto. Se te aténs às distinções humanas, sai; aqui não se reconhece nenhuma delas. Se tua alma sente pavor, não vá mais longe. Se perseverares, serás purificado pelos elementos, sairás do abismo

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das trevas, verás a luz. Encerrado nesse lugar, o recipiendário despojado de seus metais senta-se diante de uma pequena mesa, em em face de uma caveira cercada por duas taças, uma delas contendo sal e outra, enxofre. Um pão, um cântaro com água e material necessário à escrita completam as ferramentas do in pace, onde o prisioneiro deve preparar-se para morrer voluntariamente. As frases que pode ler e os objetos que surpreendem sua visão à luz de uma lâmpada funerária levam ao recolhimento. Se o recipiendário entra no espírito da mise em scène ritualística, ele esquecerá o mundo exterior para voltar-se sobre si mesmo. Tudo aquilo que é ilusório e vão apaga-se diante da realidade viva que o indivíduo traz dentro de si. No fundo denós reside a consciência; escutemo-la. Que responde ela às três questões que se colocam ao futuro iniciado? Quais são os deveres do homem em relação a Deus, a ele mesmo e a seus semelhantes? Deus é uma palavra que não poderia ser retirada da linguagem dos sábios, porque a inteligência humana se consome em esforços constantes para conceber o divino. Representações grosseiras tem tido lugar, no decorrer de inumeráveis séculos, chegaram idéias mais sutis, mas o enigma do Ser permanece sem solução. Nenhum pensador adivinhou a palavra daquele que é, e, quando hierogramas nos são propostos como solução, esses não são senão símbolos de um indecifrável Desconhecido. Deus permanece o “x” de uma irredutível equação. O aspirante à luz aí verá a tradução da homenagem rendida pelo homem àquilo que sente acima dele. Seria razoável atribuirmo-nos o mais alto lugar na escala dos seres, a nós, miseráveis parasitas de um globo ínfimo perdido da imensidão cósmica? Somos menos que o grão de areia arrastado pelo vento que sopra numa praia. Se existimos, é em razão daquilo que repercute em nós: forças que estão tão pouco sob nosso controle que nem mesmo as conhecemos. Perguntemo-nos, pois, comtoda humildade, o que devemos àquilo que está acima de nós? O simbolismo maçônico sugere que tudo se constrói e que a tarefa dos seres é construtiva. Um imenso trabalho realiza-se no universo e o gênero humano dele participa à sua maneira. O dever do homem é, pois,

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trabalhar humanamente, cumprindo a tarefa que lhe é assinada. Isso equivale dizer, em linguagem mística: meu dever em relação a Deus é o de conformar-me à sua vontade, em vista de associar-me à sua obra de criação que é eterna. Eu desejo ser o agente dócil, enérgico e inteligente do Arquiteto que dirige a evolução e assegura o progresso. Tenho, em relação a mim mesmo, o dever de desenvolver-me pela instrução e aplicação ao trabalho; enfim, eu devo a meus semelhantes ajudá-los a instruir-se e a bem trabalhar. Quando o recipiendário está assim orientado, ele liquida seu passado profano, redigindo seu testamento. Despojado de seus metais, ele não possui mais nada que possa legar. De que pode dispor então, a não ser dele mesmo e de sua energia ativa? Ele testa, renunciando aos erros passados, tomando irrevogáveis resoluções para o amanhã. O sal e o enxofre da câmara de reflexões têm por que intrigar ao recipiendário entranho à Alquimia. Essas substâncias fazem parte de um ternário que se completa pelo mercúrio. Tudo, segundo o Hermetismo,compõe-se de enxofre, mercúrio e sal, mas estes três princípios fazemalusão: 1º. À energia expansiva inerente a toda individualidade; 2º. À esta mesma energia proveniente de influências ambientais que se concentram sobre a individualidade; 3º. À esfera de equilíbrio resultante da neutralização da ação sulforosa centrípeta penetrante e compressiva. O isolamento, a subtração às influências exteriores condenam à morte o indivíduo privado do enxofre mercurial que mantém a vida. Quando o enxofre queima num invólucro de sal tornado impenetrável ao ar que mantém o fogo vital, tende a extinguir-se, reduzido a incubar-se sob as cinzas salinas. Tal é precisamente o estado do recipiendário que sofre a prova da Terra; ele é enterrado no solo, como o grão chamado a germinar. É preciso que seu núcleo espiritual desdobre-se interiormente, tomando posse de sua caverna sulforosa. Comecemos por reinar sobre nosso Inferno, se quisermos sair para conquistar o céu e a terra.

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INSTRUÇÃO 05 – O Cálice daAmargura

A vida não é cruel para quem a começa entre os vivos. Mimada porsua mãe, a criança não manifesta senão a alegria de viver; do instinto, elareivindica seu direito à vida, que parece não lhe ser dada senão parapermitir que goze dela sem reservas. A juventude ensina, todavia, que nemtudo é encanto na vida que está longe de nos ser outorgada gratuitamente.A necessidade, para cada um, de ganhar sua vida não tarda a se impor. Adespreocupação infantil não dura senão um tempo, porque, rapidamente, avida nos instrui de suas rudezas e, desde que nos tornemos fortes, elaexige que aprendamos a suportar as durezas da existência: mostrar-secovarde diante da dor é confessar-se indigno de viver.A Iniciação, — ensinando a Arte de Viver, — concebeu torturas

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infligidas a título de provas no curso das iniciações primitivas. A resistênciaà dor física não se impõe mais no mesmo grau na vida civilizada, pois omístico moderno não está mais exposto ao menor tratamento cruel;todavia, ele deve esvaziar certo cálice que lhe é apresentado.Ele não contém nem veneno nem droga que provoque perturbaçõespsicofisiológicas, mas água fresca e pura, reconfortante para o neófitoqueacaba de sofrer a prova do fogo. É a beberagem da vida, doce como oleitematerno para quem experimenta seus primeiros goles. Mas de quemaneira tal líquido se torna subitamente amargo, para voltar depois àsuaprimitiva doçura, quando o bebedor se decide a esvaziar até o fim o cálicefatal? Beber malgrado a amargura é aceitar estoicamente os rigores davida. O hábito nos alivia as penas e as dores que aprendemos a suportar.Quando o sofrimento nos torna fortes, a amargura se nos faz doce, poisque ela nos confere vigor e saúde, temperando nosso caráter.Os ritualistas superficiais imaginaram uma sorte de julgamento deDeus relacionado ao juramento do Iniciado, a amargura a fazer alusãoao remorso que dilaceraria seu coração, se ele se tornasse perjuro. Outros secontentam em dizer: “Essa bebida, por sua amargura, é o emblema dasaflições inseparáveis da vida humana; a resignação aos decretos daProvidência unicamente pode abrandá-las”.A lição é menos elementar. O místico purificado leva aos seus lábios o cálice do Saber Iniciático, no qual sua inteligência abebera-se de umanova vida, isenta das brutalidades profanas. Concebendo uma existênciade doçura em meio a irmãos que sonham apenas em ajudá-lo em todas ascoisas, o neófito sente-se feliz e satisfaz-se com uma água deliciosa; areflexão, porém, revela-lhe as responsabilidades que ele assume em razãode seu avanço espiritual. O ignorante, que não compreende o sentido davida, pode abandonar-se ao egoísmo; vivendo apenas para si, ele não secoloca a serviço da Grande Obra, e nada há a se lhe reprovar, se,respeitando os outros, ele leva uma honesta existência profana. De outro

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modo exigente mostra-se a vida iniciática: ele impõe o devotamento, oesquecimento de si, a constante preocupação com o bem geral. Apreocupação com o outro angustia a alma generosa que sofre as misériashumanas; querendo aliviá-las, o filantropo expõe-se a não sercompreendido. Seus Conselhos são mal interpretados; a multidão imputa-lhe todas as calamidades. Ele é então maldito, perseguido, no mínimo, cruelmente desprezado: é a amargura que ele bebeu a grandes goles.A ingratidão incompreensiva não saberia, porém, desencorajar oIniciado; ele a prevê e nem por isso prossegue menos com sua obra deabnegação. A calúnia não o alcança; ele se fixa com perseverança narealização do bem. Que lhe importam as gritarias maldosas e as críticasinjustas? Sem cessar preocupado em fazer o melhor, ele aperfeiçoa seusmétodos, tudo isso tirando partido da ingratidão de sua tarefa. Seuheroísmo encontra sua recompensa: vivendo para o bem, o sábio vivenobem. A cólera dos maldosos não o atinge mais, porque ele se eleva acimado mal cometido por outrem.

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INSTRUÇÃO 06 – O Avental doAprendiz

O Avental, símbolo do trabalho construtor, em seus primórdios tinha como finalidade preservar as vestimentas dos operários, e também servia como uma proteção ao indivíduo que o usava, e apresentava formas variadas, conforme a função exercida pelo artífice naquela época. De certa forma, devido à escassez de matéria-prima barata, este era produzido com material abundante, como por exemplo, a pele de carneiro ou de ovelha, que por sua natureza prevaleciam na cor branca, e por possuir finalidade para o trabalho, não era costume levar atributos decorativos, pois deveriam ser simples e barato.Com a transição da Maçonaria Operativa para a Maçonaria Especulativa, houve uma mudança em sua razão de uso, inicialmente visto como um adereço sobreposto à roupa, para protegê-la no trabalho diário, transformou-se em uma grandiosidade simbólica, sendo assim, deve-se mantê-lo limpo para representar a pureza de caráter, cujo aquele que o usa deve ter.Ao ser iniciado, o Aprendiz Maçom recebe um Avental, sob palavras expressas que referenciam sua importância no âmbito Maçônico, tratando-se de honrosa insígnia daquele que é Maçom, sendo o Avental um símbolo do trabalho em constante evolução na construçãode sólidos alicerces na representação de uma sociedade harmoniosa. Esta idéia, é confirmada no trecho a seguir: “recebei este Avental, é a mais honrosa insígnia do Maçom, pois é o emblema do trabalho a nos indicar que deveremos ser sempre ativos e laboriosos. Deveis usá-lo ehonrá-lo, porque jamais ele vos desonrará. Sem ele não podereis comparecer às nossas Sessões”. (GRANDE LOJA DE SANTA CATARINA, 2008, p. 112).Tal indumentária Maçônica não tem seu propósito atribuído única e exclusivamente ao uso em Loja, pois todo Maçom deve carregar o atributo do Avental mesmo após externar-se à loja, levando a prática do labor ao seu cotidiano. Desta forma, irá honrá-lo e aplicar seu propósito, a participação, enquanto indivíduo, da construção de uma sociedade justa e perfeita, que dignifica o indivíduo enquanto ser vivente.O Aprendiz Maçom faz uso, em loja, de um Avental totalmente branco, sem adornos, no formato retangular, com 35cm de altura e 40cm de largura, circundando a cintura por intermédio de uma fita

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branca, com sua aba triangular sempre voltada para cima, lembrandoum pentagrama, “que tem como significado o domínio da razão sobreos sentidos, do espírito sobre a matéria”. (LIMA; CONCEIÇÃO, 2012, p.55). A brancura, por sua vez, representa a pureza e a inocência; sua aba levantada representa a necessidade de maior esforço e proteção no desbaste da pedra bruta enquanto indivíduo em plena evolução. Destaca-se que o seu uso é obrigatório em Loja, e sua retirada só deve ser feita após o encerramento da sessão. Ainda sobre o significado da aba levantada, vale mencionar sua explicação esotérica projetada na antiguidade, onde, o centro das emoções humanas se dava no epigástrio e, pelo fato de que o Aprendiz ainda não domina suas emoções com primazia, faz-se necessário cobrir estaregião a fim de se proteger para que tais emoções não atrapalhem os trabalhos em loja.Para o Maçom, o Avental tem como significado ativo, a representatividade do trabalho desprendido para o aperfeiçoamento dos indivíduos e da sociedade, fazendo-o refletir sobre as Virtudes da Honra, Sabedoria e Trabalho que requerem predominar sobre todas ascoisas.Dando destaque ao Avental do Aprendiz Maçom, ele nos faz pensar sobre a oportunidade que nos foi dada em aprimorar, enquanto construtores de uma sociedade dotada de qualidades morais e com base nos princípios Maçônicos. Temos a obrigação de aprender e por em prática tudo aquilo que nos foi e será ensinado.

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INSTRUÇÃO 07 – A pedra brutaO simbolismo das Pedras e dos metais em geral, é do reino mineral. São riquíssimos em significados, já que elas são consideradas por todas as tradições como a expressão terrestre das energias celestes. Na Maçonaria as pedras têm um simbolismo construtivo, pode-se citarque o malhete é simbolicamente é o martelo (arma) de Thor. Pode-se também citar o simbolismo construtivo, pois a Maçonaria Operativa, era de trabalhadores de canteiros, trabalhadores e forjadores de templos que eram construídos em pedras. A pedra é o objeto do trabalho inicial de qualquer construção. Cada pedra é única e liberta-se da sua forma tosca através de um árduo trabalho de aperfeiçoamento, polindo as suas faces, alisando as suas arestas, para que possa ser uma das peças do edifício. Esse trabalho de aperfeiçoamento não dilui a sua individualidade, pois consoante a matéria que a constitui terá um papel diferente no edifício construído.A Pedra Bruta pode ser comparada à “Rocha Mãe”, termo que designado ponto de vista pedológico, a rocha bruta que serve de base para a transformação do solo. A “Rocha Mãe”, por virtude de vários tipos de ações, vai se fragmentando em pedaços toscos mais pequenos, que se vão modificando, refinando e polindo até que o pedaço do pedaço possam construir um solo fértil onde germinem as sementes. Também há pedras de diferentes materiais e o trabalhar da Pedra Bruta também significa aprender a conjugar os diferentes tipos de materiais no verbo “construir”. Cada Maçom é considerado como umadas pedras que compõem o Templo, e cada uma dessas pedras representa o Templo todo. Os Obreiros, há de polir cada um a sua pedra, pois basta apenas procurar sua perfeição, construindo seu Templo interno e encontrando sua própria essência.

A Pedra Bruta é o símbolo das imperfeições do espírito que o Maçom deve procurar corrigir. Não porque se menospreze, considerando-se imperfeito, mas porque

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ambiciona a uma perfeição. Essa perfeição não é apenas a Pedra Polida mas também a participação dessa pedra na construção do Templo. A superfície de Pedra Bruta érugosa e áspera. A Luz, ao incidir numa superfície deste tipo é absorvida, assim como o Aprendiz ainda não reflete a Luz que recebe da Maçonaria. Apenas quando a Pedra Bruta é trabalhada, transformando-se em Pedra Polida, as suas faces lisas passam a refletir a luz que nela incide. Por tanto, pode-se afirmar a quem esta dispostos a trabalhar a bem de todos que a Maçonaria esta aberta para os valentes, que estão dispostos a desbastar a Pedra Bruta.

INSTRUÇÃO 08 – As Ferramentasdo Aprendiz

O GADU em sua imensurável bondade concedeu ao Homem primitivo uma inteligência capaz de construir, modificar e destruir componentes dos três reinos da natureza ao longo dos tempos. Mas, para que o homem pudesse manipulá-los, necessário se fez que ele inventasse ferramentas que o ajudasse em seu objetivo. A Maçonaria através de sua simbologia concebeu no ferramental de pedreiros umaforma inteligente de difundir sua doutrina filosófica, de tal modo que cada um dos Maçons pudesse entender suas metas, tirar suas conclusões e usar esses instrumentos de trabalho na construção de seu Templo interior. No primeiro Grau simbólico encontramos o Esquadro, a Régua, o Compasso, o Nível, o Prumo, o Malho e o Cinzel, utensílios fundamentais ao Maçom no seu trabalho de lavrar, esquadrejar, medir e polir a Pedra Bruta com a finalidade de transformá-la em Pedra Polida ou Cúbica.O Esquadro é o Símbolo da Justiça e da Gratidão, seu ângulo reto simboliza a conduta irrepreensível que o Maçom sempre deverá manter perante a sociedade, pautando todos os seus atos e decisões dentro da mais absoluta retidão e equidade no trato de seus semelhantes. Em conjunto com o Compasso representa o "Escudo Maçônico", signo mais conhecido da Maçonaria. É composto de dois ramos de comprimento igual e provém da metade de um quadrado que é o Símbolo da Terra onde se desencadeiam as paixões humanas e, o verdadeiro Maçom encontrando-se entre o Esquadro e o Compasso

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está entre o Céu e a Terra, ou ainda, entre a matéria e o espírito. Sendo o Esquadro o instrumento que se destina a

dar forma regular a todo material, serve simbolicamente, para indicar ao Maçom que sob o ponto de vista moral, deve ser empregado para corrigir as falhas e as desigualdades do caráter humano. Como Símbolo da justeza que conduz o homem à perfeição, o Esquadro torna-se o Emblema da Sabedoria e, como tal, além de figurar sobre o Alt dos JJur figura também no Colar do V. M. para indicar que ele deve ter como sentimentos os Estatutos da Ordem e agir de uma única forma que é a retidão. Na posição da Ordem do Grau de Apr. a qual ostenta quatro Esquadros e cuja interpretação é astronômica, porque nesta forma está contida quatro vezes no ponto onde se cortam os diâmetros do círculo zodiacal, que os dividem em quatro partes, correspondendo cada uma à estação do ano respectiva, de conformidade com a inclinação do Sol em sua carreira.O Compasso quase que inseparável do Esquadro é o Compasso. Enquanto aquele serve para regular as nossas ações, este deve traçaros justos limites a conservar em nossa conduta para com os nossos semelhantes. É o Compasso um instrumento de dois ramos de madeira ou metal, reunidos por uma desuas extremidades de maneira a poder afastar-se ou aproximar-se uma da outra para medir ângulos, traçar círculos de dimensões diferentes. Estes diversos círculos nos dão a idéia do pensamento nos vários círculos de raciocínio que podem atingir, ora largas e abundantes posições, ora a raras e estreitas conclusões, mas todas elas sempre claras e positivas. O Compasso da Justiça é a própria razão que determina, não só a origem, mas ainda a legitimidade do direito. Representa as radiações da inteligência e da consciência do homem.

No Grau de Apr. tem suas pontas voltadas para o Oc e colocadas sob os ramos do Esquadro que são voltados para o Or. ., simbolizando assim que o Apr só trabalha na Pedra Bruta e, então dela não poderá fazer uso enquanto não estiver perfeitamente polida e esquadrejada.

Podendo-se abrir em diversos ângulos ele passa a ser um instrumento valiosíssimo na simbologia maçônica, assim, a 60° a espiritualidade vai dar no cosmos, a 9O Graus torna-se o Esquadro indicando que, com esta abertura máxima os limites de espírito humano não poderiam ser transpostos.A Régua como ferramenta usada para medir e delinear os trabalhos, assim como, para traçar linhas retas, deve servir como utensílio de meditação, de consciência, de inteligência e de cautela ao Maçom na execução de seus afazeres, ou na tomada de decisões, que o permitam traçar na Pedra Bruta, retas que a tornem Cúbica. Antigo Símbolo da retidão, do método e da lei, a Régua é considerada o emblema do aperfeiçoamento e, como a reta não tem começo nem fim, ela também é vista como Símbolo do Infinito. Significa ainda o meio de assegurar o cumprimento das normas do comportamento

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humano -sem as quais não pode haver ordem. Estas normas constituem o equilíbrio de todas as ações, assim, elas consubstanciam uma medida que pode ser avaliada pelos módulos daRégua.Em Maçonaria utiliza-se a Régua de 24 polegadas significando as 24 horas do dia, as quais devem ser divididas pelo Mestr de CCer. que porta a insígnia da Régua, em espaços iguais destinados ao trabalho, ao repouso, aos exercícios físicos e mentais e à recreação, ou seja, as horas não devem ser mal empregadas na ociosidade e em ocupações egoísticas. O Nível, como Jóia do 1º Vig. é o emblema da igualdade entre os Maçons. Ele lembra aos OObr. da Ordem que todas as coisas devem ser consideradas com serenidade igual e que o seu Símbolo tem como corolário noções de medida, imparcialidade, tolerância, igualdade, além do correto emprego dos conhecimentos. Prima pelo ideal de que ninguém entre nós deve procurar dominar os outros.

Para Ragon é o Símbolo de igualdade social, base do Direito Natural, ao passo que para Plantagenet corresponde aigualdade original, embora sem nivelamento de valores. No simbolismo o Nível é considerado como uma ferramenta passiva, é o "Símbolo da nossa submissão à Lei, que impôs a todos e perante à qual somos todos iguais" (NicoIa Aslan).

O Prumo ou a Perpendicular é a insígnia do 2º Vig. e representa a retidão da consciência e procedimento de um Irm da Igualdade e da profundeza na observação. Para os Antigos é o emblema do equilíbrio que simboliza, ao mesmo tempo, a escada sobre a qual se encontram repartidos, desigualmente, os seres da Natureza. Para Frau Abrines o Prumo é o Símbolo da estabilidade, da ordem, da justiça e da equidade. Mackey analisa esta ferramenta do ponto de vista geométrico como aquilo que é vertical e ereto, sem inclinação nem para um lado nem para outro, ou seja, em sentido figurado significa:Justiça - é a que não inclina para qualquer lado a não ser a verdade. Fortaleza - aquela que não cede ao desfavorável ataque.

Prudência - aquela que segue sempre o caminho da integridade.

Temperança - que não se desvia por apetites e paixões.

O Malho ou Maço junto com o Cinzel e a Régua são as ferramentas imprescindíveis ao Apr. de Maçom pois, sem o concurso delas o trabalho de desbaste da Pedra Bruta seria impossível.

O Malho representa a vontade, a energia, a força física, o aspecto ativo da consciência, necessários para vencer os obstáculos, e seu emprego seria nulo se não existisse o Cinzel, instrumento passivo que produz a beleza final de toda a obra e determina a justa aplicaçãoda sabedoria.

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O Malho representa a inteligência que permite ao homem distinguir o Bem do Mal e avaliar o que é justo do que é injusto, mas para tanto necessário se torna que o trabalho seja dirigido e consciente, daí a importância da Régua no planejamento e do Cinzel no corte e embelezamento da Pedra Bruta.

Sem esta integração o Malho apenas quebraria, pulverizaria ou esmagaria a Pedra ao invés de lapidá-la.

Ferramenta cortante o Cinzel representa a perseverança e o agente espiritual da vontade celeste que pode penetrar a matéria. Movido pelo Malho ele tem por missão fazer desaparecer as asperidades, os preconceitos e os erros. Assim, nenhuma obra poderá ser produzida na pedra sem a ação bemorientada do Cinzel, com a Força do Malho, após o traçado de linhas retas e perfeitas pela Régua.

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INSTRUÇÃO 09 – A corda de 81nós

Inicialmente, vamos definir a corda. Esta é um elemento que pode sercomposto pelos mais diferentes materiais e que tem a finalidade de prender, separar, demarcar ou unir. Sua resistência, salvo casos especiais, está diretamente ligada ao número de fios de que é composta e de como é feito o seu entrelaçamento. Já na antiga Grécia, os cabelos longos das mulheres eram usados para fazerem as cordas necessárias para utilização na defesa das cidades. Encontramos no Antigo Testamento, em Eclesiastes 4:12: "Se alguémprevalecer contra um, dois lhe resistirão: o cordão de três dobras não se arrebenta com facilidade". Os agrimensores egípcios usavam cordas com nós para delinearem os terrenos a serem edificados, sendo que os nós demarcavam pontos específicos das construções, onde deveriam ser necessárias aplicações de travas, colunas, encaixes, etc. Na Idade Média, os construtores da Maçonaria Operativa usavam uma corda com alguns nós feitos a determinadas distâncias uns dos outros, amarrando esta corda entre dois pilares com distância estudada, deixando-a formar uma "barriga" em ângulo desejado. Feitoisto, era colocada uma luz (velas) a distância e altura calculadas, ocasião em que a "barriga" mostrava no extremo oposto, através de sua sombra, as dimensões exatas da cúpula que se desejava construir, mercê da figura invertida e aumentada nas proporções. Como exemplo, citamos Thales de Milleto, que instado pelo Faraó a medir a altura de uma pirâmide sem o uso de instrumentos e sem tocar na construção, colocou uma vara fincada no chão, na vertical, com 2m de altura. Quando o sol levou a sombra desta vara a ser projetada com um comprimento exato de 2m, ele mediu a sombra da pirâmide projetada no solo, que era a própria altura da pirâmide. Avançando mais no tempo, encontramos na Sociedade dos Construtores, embrião da Maçonaria atual, a herança da corda com nós, não necessariamente 81, mas 3, 5, 7 ou 12, que era desenhada no chão com giz ou carvão, alegoricamente fazendo parte de um Painel representativo dos instrumentos usados pelos Pedreiros Livres. Uma das possíveis origens da corda de 81 nós é datada de 23 de agosto de 1773, por ocasião da instituição da primeira palavra semestral em cadeia da união, quando, na casa "Folie-Titon" em Paris, tomou posse Louis Phillipe de Orleans, como Grão-mestre da Ordem Maçônica na França.Naquela solenidade estavam presentes 81 irmãos, e a decoração da abóbada celeste apresentava 81 estrelas. Quando queremos fazer uma reunião importante, tomamos cuidado para que não haja interrupção ou intromissão de estranhos no recinto.Fazemos isto, colocando vigias e fechando as portas. Em suma,

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cercamos o local e estabelecemos o que podemos chamar de cordão de isolamento. Quando fazemos uma "sessão espírita", antes de se iniciarem os trabalhos, é feita uma preparação na parte externa do local, ocasião em que "sentinelas espirituais" estabelecem um "cordão fluídico", que impede a entrada de entidades que possam pertubar os trabalhos com sua baixa vibração, provocando quadros de obsessão ou de discórdia. Nas reuniões maçônicas, seguindo o ritual, é pedido ao Irmão Guarda do Templo que verifique se o Templo está "a coberto" das indiscrições profanas, somente iniciando os trabalhos após a sua confirmação. A protetora Corda Maçônica, inicialmente riscada do chão, elevou-se depois para junto dos tetos dos Templos, significando a elevação espiritual dos Irmãos, que deixaram de trabalhar no chão com o cimento físico e passaram a trabalhar no plano superior com o cimento místico, que é a argamassa da Espiritualidade. Esta corda oferece-nos a proteção pela "Emanação Fluídica" que abriga e sustenta a "Egrégora" formada durante os trabalhos em Templo, através da concentração mental dos Irmãos, evitando que nenhuma energia negativa esteja presente no recinto. As borlas separadas na entrada do Templo funcionam como captores da energia pesada dos Irmãos que entram, devolvendo-lhes esta energia sob forma leve e sutil quando de sua saída. Ë como a camada de Ozônio impedindo a passagem dos raios ultravioleta, favorecendo apenas a penetração dofluído vital para a energização dos nossos chakras, que giram com seus elétrons em torno do núcleo, como micro-universos internos. Encontramos ainda, na estrutura dos laços (não chamamos de nós) o símbolo do infinito e a perpetuação da espécie, simbolizada na penetração macho/fêmea, determinando que a obra de renovação é duradoura e infinita. Este é um dos motivos pelos quais os laços são chamados "Laços de Amor", para demonstrar a dinâmica Universal doAmor na continuidade da vida. Os laços da corda, em forma de oito deitado, ou infinito, lembram ao Maçom que estes laços não podem ser apertados, pois isto significaria a interrupção e o estrangulamento da fraternidade que deve existir entre os Irmãos. Os 81 laços, por serem em forma de infinito, simbolizam também, cada um deles, o Grande Arquiteto do Universo. A expressão algébrica 00 x 0 = 1 - o infinito multiplicado pelo zero é igual a um - significa que Deus, em sua forma dinâmica, o Infinito, agindo sobre si mesmo, o Zero - isto é, Deus em seu estado de inércia - produziu o Um, ou seja, o Universo. Nos Templos maçônicos, o número 81 simboliza também os princípios místicos de todas as tradições esotéricas, por ser o 81 o quadrado de 9, que por sua vez é o quadrado de 3, número perfeito e símbolo da Divindade.

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No Oriente, a corda é colocada de modo a que fiquem 40 laços à direita e outros tantos à esquerda do dossel, ficando o laço central exatamente sobre o dossel, representando o número UM, a unidade indivisível. O número 40 é apresentado inúmeras vezes no Antigo Testamento, em Gênesis 7:4; Êxodo 34:28; Mateus 4:2; Atos dos Apóstolos 1:3, etc. O laço central, por simbolizar também o Criador, é duplamente sagrado. Voltando ainda às laterais com 40 laços, lembramos que este número marca a realização de um ciclo que leva a mudanças radicais. A Quaresma dura 40 dias. Ainda hoje temos o hábito medicinal de colocar pessoas ou locais sob "quarentena" com se nela estivesse a purificação dos males antes existentes. Jesus jejuou por 40 dias no deserto, e permaneceu na Terra 40 dias após a sua Ressurreição. Os Hebreus vagaram 40 anos no deserto. Na Cosmogonia dos Druídas, as Tríades dos antigos Bardos eram em número de 81 e os três círculos fundamentais de que trata esta doutrina têm como valor numérico o 9, o 27 e o 81, todos múltiplos de 3. Ragon, em seu livro "A Maçonaria Hermética", no rodapé da página 37, diz em uma nota, que segundo o Escocês Trinitário, o 81 é o número misterioso de adoração dos anjos. Segundo Oswaldo Ortega, à luz do Esoterismo, os 81 laços que estão no teto, portanto, próximosdo céu, têm ligação com os 81 anjos que visitam diariamente a Terra, como mostram as Clavículas de Salomão, e se baseiam nos 72 pontosexistenciais (os 72 nomes de Deus), da Cabalah Hebraica modificada. A cada 20 minutos, um anjo desce à Terra e dá sua mensagem aos homens. São 72 visitas no curso do dia, se levarmos em conta que a cada hora teremos 3 anjos, em 24 horas, teremos 72 anjos. Agora, somando 72 anjos aos nove planetas conhecidos na antiguidade, e que nos influenciam diariamente, chegamos ao número 81. Sabemos que estes anjos podem nos ajudar se os chamarmos pelos nomes no espaço de tempo que nos visitam. E eles estão representados no teto do Templo, através dos 81 laços. No Centro Esotérico da Comunhão do Pensamento é apresentada esta corda, mas sem delimitação do número de laços, já que é considerada sem começo e nem fim, envolvendo o Planeta Terra. Ali ela chama-se Cadeia Áurea de Amor. Jules Boucher assim se referiu à Corda de 81 Laços: “Pode-se pensar, razoavelmente, que os Maçons especulativos, tendo substituído o “cordel” operativo por um cordão ornamental, deram muito naturalmente a este cordão nós em forma de “laços de amor”. Esta espécie de laços, figurando nos brasões o Painel ou Tapete da Loja, enfeixa os símbolos essenciais da Maçonaria, e podem ser considerados como o armorial maçônico”.

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INSTRUÇÃO 10 – A AbobadaCeleste

citadinos, cercados por horizontes edificados, dificilmente olhamospara o alto: esquecemos o firmamento! Ninguém mais tem ócio paracontemplar. Olvidamos os mitos celestes de antanho, e o céu passoua texto e vivência da tecnologia. A abóbada celeste, palco outrora dosdeuses e dos heróis míticos, nada mais tem a dizer ao homemurbano, pois esse cedeu seu lugar aos especialistas. Vênus? TrêsMarias? Sirius? Poucos são aqueles que aprenderam a identificá-los, esequer pensam em apontá-los aos filhos.

Hoje, conhecer os planetas e as constelações, seus mitos e estórias, étão útil, ou inútil, quanto saber o que significaram na História. Assimpensa a maioria, seja ela citadina ou maçônica, e poucos cultuam aceleste tradição de milênios...

Deploravelmente, isso levou a deformações na Abóbada Celesteescocesa. Em alguns templos, as modificações foram tantas que o"painel celeste" desapareceu! E, absurdamente, o substituíram porum simulacro do céu astronômico - pretensiosamente atualizado,enxameado de ene pontos luminosos distribuídos a esmo. Assim,embora artisticamente embelezado e provido de recursos técnicos,como se fora um planetário, ele nada aponta e nada acrescenta àbusca do Iniciado, a não ser mostrar seu faiscante mutismo.

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Por outro lado, naquelas Lojas que conservaram os cânones celestesdo Rito, a sóbria abóbada também está emudecendo - calada porfalta de intérpretes!...

Na verdade, aquém e além do Pórtico, a cobertura celeste estádissociada de nossa vivência, seja ela maçônica ou profana.

Segundo Carl Sagan, em "Cosmos", os homens são "filhos dasestrelas". Infelizmente, não enxergamos isso no dossel estrelado. OsAugustos Mistérios que lá estão, jazem no dizer ritualístico, letra-morta, pois não tentamos decifrá-los nem buscamos suas mensagensna Abóbada Celeste!

Exagero? Talvez! Mas cultuamos o respeito à Tradição. E essa diz queo teto estrelado das lojas escocesas é uma reminiscência do AntigoEgito que cultuou sobremodo tal conhecimento, acolhido enormatizado no texto inicial do ritual. Daí o nosso inconformismo commudanças e amnésias ao texto-padrão da cobertura estelar, umatradição que nenhum maçom - não importando seus títulos ouposição hierárquica - pode mudar, alterar ou esquecer. Quando vemosisso acontecer, seja em reformas ou na construção de templos,ficamos em dúvida sobre o apodo cabível a tais iconoclastas: perjurosou ignorantes! Pois, ou eles têm conhecimento do texto que regula oassunto, e se colocam acima disso, ou o desconhecem, e, no caso,não estão à altura do cargo ou encargo que exercem nem dosconhecimentos que aparentam ter.

- Querem outra abóbada, céu ou teto? É fácil: troquem de rito!...

Feita a inserção de nossa inconformidade - e veemente repúdio - como descumprimento da norma que regula o teto do Templo (páginasiniciais do Ritual de Aprendiz do REAA - praticado pelas GGLLBrasileiras), retornemos ao tema em estudo para mostrá-lo a luz deoutros enfoques, quiçá mais amenos.

Estórias egípcias contam que Osíris, para presidir o tribunal dasalmas, diariamente viajava do Oriente para Ocidente em sua"barca solar", tripulada por fiéis vassalos - os glorificados(simbolizados nas estrelas pintadas no teto da Câmara do SarcófagoReal). Por analogia, identificamos os "reais companheiros" de entãocom os exaltados de hoje, pois, seja há milênios ou nos dias atuais,neles e em nós, por extensão e herança, continua perene o espírito eo trabalho de guardiães da Tradição...

Neste trabalho, com o arcaico "proêmio", forma em desuso paraintrodução, buscamos realçar o nosso antagonismo às mudanças naabóbada, embora conheçamos outros enfoques, não tão tradicionaisquanto o nosso, dentre eles os lavrados pelos renomados irmãos:

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Hiran L. Zoccoli, autor da obra "A Abóbada Celeste na Maçonaria", naqual diz que após examinar divergentes estampas do céu maçônico,confrontando-as com a diversidade dos tetos existentes, estudou osfundamentos da Astronomia, concluindo pela incompatibilidade dapresença concomitante de tais aspectos na abóbada do templomaçônico. Daí apresentar e postular, calcadas em padrões daAstronomia, duas novas abóbadas: uma para as lojas do HemisférioNorte, e outra para as do Sul. Nelas insere todas as constelaçõeszodiacais e todos os planetas conhecidos do Sistema Solar,acrescentando na boreal a Estrela Polar e na austral a constelação doCruzeiro do Sul.

Evidentemente, não concordamos com tal posicionamento. Os nossosfundamentos celestes colidem. Enxergamos a perenidade da Tradiçãonas "figuras" rejeitadas por Zocolli, enquanto ele, com os olhos daCiência, buscou a mutabilidade temporal e espacial do firmamento.Donde, a nossa mútua exclusão de tetos...

José Castellani, em diversas de suas obras, e nas revistas "A Trolha" e"O Prumo", diz ser suficiente para Simbologia Maçônica que somenteo Sol, a Lua e as nuanças de cor Dia/Noite estejam na AbóbadaCeleste, não sendo essencial a presença dos planetas e estrelas,acrescentando que no passado o teto das lojas ostentavam arepresentação (pentáculos) das doze constelações zodiacais (Rev. "AAcácia" nº 29/1995).

Castellani, conceituado pesquisador, parece preferir um modelo maisantigo da Abóbada Celeste (similar à descrição feita por Prichard em1730), mas que entendemos válido só em outros Ritos ou, talvez, noEscocês de Obediências não cingidas ao ritual de 1928 das GGLL.

E mais, Castellani, quando mostra o céu maçônico - que diz conter asconstelações zodiacais - apresenta uma das "antigas estampas". Mascomete aí um deslize! Aquela gravura, e outras similares, contêmasterismos austrais, boreais, equatorial e somente quatro zodiacais:Virgem, Touro, Leão e Escorpião! Constelações essas que foram osprimeiros "marcos" da estrada solar dos deuses celestes, onde maistarde se agregaram outros quatro e, finalmente, no século VI a.C. oduodenário círculo ficou completo. Portanto, é importante frisar, aTradição não contempla o céu maçônico escocês com todo o zodíaco,mas sim e somente com a representação daquelas que a antigaMesopotâmia formatou.

Concluindo, é gratificante constatar que Castellani assevera sercorreta a decoração celeste que siga um padrão (e descreve o nosso),dizendo-o sem estrelas a esmo e sem o Cruzeiro do Sul, que apontacomo presente em Templos irregulares (Cad. Est. Maç. nº 2 -J.Castellani - pág. 65).

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Todo prólogo busca cativar o leitor, predispondo-o em favor da obraque apresenta. Propositadamente, fizemos o contrário: ressaltamos aignorância que paira sobre o tema em exame, a fim de motivar àação de conhecer e de restaurar a nossa tradicional abóbada celeste.Nessa missão, nos lançamos à condição de palestrante e dearticulista. Agora, transcorrido um tempo razoável, constatamos quea palavra ecoou, mas com pouca eficácia na comunicação escrita;faltou um texto convincente para ativar a imaginação escocesa,fazendo-a recordar os porquês de sua ancestral cobertura. Tal insighté um dos propósitos deste proêmio, quiçá - a bem do Rito -, tenhamosêxito.

Até aqui, de diferentes modos, expressamos a idéia de um painelpresente no teto do templo, realmente é isso que lá está, um grandemural ou um enorme afresco. Como tal, não pode espelhar ummomento específico ou único do firmamento, mas sim, esimultaneamente, diversos. No mínimo, tantos quantos são os astrospresentes na simbólica e alegórica abóbada arquitetada por ignotosmestres e deixada à decifração da posteridade escocesa.

Ouvindo amortecidos ecos da linguagem perdida da Tradição -traduzimos:- meu sobrecéu - com os luzeiros do Dia e da Noite,nuvens, planetas e poucas estrelas -, cobre do Setentrião ao Vale dosReis ao Meio-Dia, de Albion ao Ocaso ao mundo de Zoroastro noNascente. Sob tal dossel vi nascer as duas primeiras lojas míticas: aOperativa e a Escocesa! A primeira em Jerusalém, no átrio do Temploem construção - a segunda na Escócia, na Montanha de Heredon emKilwinning. Acompanhei a construção dos "Castelos de Mil Anos" noAntigo Egito, o Partenon grego, o Coliseu romano e os trabalhos delevantar Catedrais na Europa. Presenciei a recepção dos Aceitos, aIniciação dos primeiros Especulativos e os magnos eventos maçônicosde 1717. Dou voz à Astréia, Osíris, Cronos, Orion e a muitos outros...Meus asterismos, isoladamente ou no conjunto de suas constelações,evocam o trabalho feito em prol da Humanidade por todos os grandesavatares, filósofos e líderes do Bem, e também simbolizam o Direito,a Justiça, a Paz e a Fraternidade... Em síntese, com meus astros e emsuas recíprocas relações físicas e esotéricas, apresento oconhecimento das estruturas míticas, espirituais, históricas e culturaisdo mundo maçônico.

Duas afirmações da "fala do teto" são basilares, portanto devem serimediatamente elucidadas (as demais ficam para trabalhossubsidiários), são elas: a dos limites de cobertura e a do númerorestrito de estrelas. Para a melhor compreensão, vamos vê-lasseparadamente:

a primeira - quando declaramos que a loja tem a forma de umquadrilongo, repetimos o conceito medieval de que o mundoconhecido não ia muito além da bacia do Mediterrâneo ("o meio daterra"). Conhecimento que, embora bem mais amplo, ainda perdurava

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entre os Operativos (séc. XI), pois eles, e a maioria dos europeus deentão, ainda entendiam a Terra como plana e centrada em Jerusalém.Seus limites refletiam-se sideralmente: ao Norte, a região da ignota efrígida Ursa Maior, ao Sul, as ensoloradas paragens do Egito, comFomalhaut tangenciando o horizonte, e, longitudinalmente, o curso doSol, dos páramos dos Reis Magos aos abismos do ignoto Atlântico.

a segunda - do quartado céu das estrelas reais do Mundo Antigo(Mesopotâmia e adjacências), emergem as zodiacais Fomalhaut,Aldebaran, Régulus e Antares, quando, há mais de 4000 a.C.,sinalizavam o início das estações. Saber celeste, e mágico, essencialaos ritos religiosos e às atividades agrícolas de então. Conhecimentoque Hesíodo, contemporâneo de Homero, aponta como não casual emOs Trabalhos e Dias, mas sábia combinação, pois, na fase primitiva daagricultura, toda regra era uma observância religiosa e moral, cujasleis tinham uma base prática para fazer crescer as colheitas.

Os Antigos, já vimos, tinham somente quatro estrelas reais, noentanto, o texto escocês inclui, no noroeste do teto, mais uma em talconjunto, e a realça em vermelho - Arcturus, a mais brilhante estrelaboreal. A motivação de tal "realeza" explanamos noutro trabalho,contudo, convém relembrar que tal asterismo por seuposicionamento, brilho e cor, tanto pode simbolizar o R.'.E.'.A.'.A.'.quanto a primeira Grande Loja-Mãe do Mundo...

Também postas à reflexão escocesa, temos ainda as quinze estrelas"principais" agrupadas em três conjuntos (3+5+7), acrescidas demais sete da Ursa Maior, totalizando 22. Curiosamente (?) tantosquantos são os cabalísticos "Caminhos da Árvore da Vida"...

Completando a totalidade de nossas poucas estrelas, sucintamentereferenciadas, falta mencionar que, com a Spica, estão todos osMistérios gregos, com o Sol (estrela de 5ª grandeza), todas ashierofonias, e - fechando o conjunto estelar - com a estrela de cincopontas, Sírio, está a magna estrela do Egito.

Concluído o exame, e totalizando-o, alcançamos o restrito número detrinta estrelas! Por que tão poucas? Não seria mais lógico, condizentecom o Rito, se fossem 33 asterismos? Qual o significado dessainconcludente série?

Existem algumas possíveis respostas, dentre elas, duas talvezcorrespondam à idéia-mater dos longínquos mestres da abóbada.Uma decorre das trinta dinastias egípcias, permitindo até acomodar aexclusão dos faraós não autóctones; a outra, apontando a presençade estrelas binárias em Sírius, Régulus e Antares (ocultas à visãodesarmada), conclui: 30+3=33...

Zoroastro, no Avesta, assim expressa a abóbada: "há as estrelas, quesão os bons pensamentos; as boas palavras são a Lua; e o Sol é as

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boas ações..." Nós, sem tal expressividade poética, vamos darcontinuidade ao nosso périplo celeste, agora enfocando o SistemaSolar presente em nosso teto. De chofre, uma descoberta: não é o donosso tempo! É o do século XVII, o dos primeiros "aceitos"! Pois aindanão contempla Urano, Netuno e Plutão, mas já conhece anéis esatélites, através da luneta de Galileu, e os faz representar emSaturno e não em Júpiter, embora tenham sido descobertos 45 anosantes nesse do que naquele planeta. Paradoxo? Não! Somente maisuma prova de que a Abóbada escocesa é solidária à Tradição e não àAstronomia, pois em torno de Saturno - a jóia do céu - tais "adornos"têm conotações esotéricas, o que não ocorre com os de Júpiter, daí apresença de uns e a ausência de outros.

Além disso, tal conformidade se reafirma, e se faz inequívoca, com aexclusão de Marte (Ares) e a presença do seu antônimo, o anti-ares(Antares), pois, repelindo aquele astro e acolhendo este,enfaticamente expressa sua repulsa ao simbolismo do ferro e deirrestrita adesão ao fundamental princípio de não-violência no Temploda Paz.

Diz um provérbio hebraico ensinar o antigo é mais difícil que ensinarcoisas novas. Repelimos tal assertiva. Ela espelha e propaga aerrônea idéia de que a Tradição seja algo estagnado, ultrapassado esem liames com o presente. Neste trabalho, buscamos desmentiraquela máxima, reafirmar a perenidade da Tradição e tornar fácil arecepção das informações atinentes ao tema em pauta. Moveu-nos opropósito de mostrar que é possível o "re-conhecimento" da Abóbada,da qual fizemos um inacabado esboço, onde alguns astros sequerforam mencionados, uns já publicados e outros em andamento, taiscomo:

- o neófito - em Aldebaran, no Olho Rutilante do Touro;

- a Torre de Babel, a Iniciação e a tríade egípcia - em Orion;

- o Caos, Zoroastro e o féretro de Osíris - na Ursa Maior;

- Cronos e a Idade do Ouro - em Saturno;

- a régua dos céus, Hiran de Tiro e Éracles - em Régulus;

- o tabu do ferro - em Antares;

- a estrela de cinco pontas - em Sirius;

- os Mistérios gregos - na constelação da Virgem;

- os utensílios do arquiteto, o labirinto e Dédalo - em Arcturus.

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Esses títulos e outros abrem os trabalhos complementares em tornoda Abóbada Celeste. Portanto, ainda temos muito a navegar noscaminhos de nossa jornada intelectual, que também será de auto-reconhecimento, através dos arquétipos evocados...

Finalizando, há uma indagação que já deveríamos ter elucidadoquando buscamos conciliar a quantidade de estrelas com os graus doRito, ou com a seqüência dinástica egípcia, pois ali estava o contextopertinente para mostrar por que só duas constelações são vistas naíntegra em nosso teto. Ou seja, todas as constelações estãoincompletas, com exceção da Ursa Maior e Taurus. Por quê?

Evidentemente, a resposta não cabe no espaço restrito do fechodeste prólogo. Porém devemos - tal como já fizemos em antecedentespassagens -, deixá-la, no mínimo, expressa de uma forma tal quepermita o sumário entendimento do seu arrazoado, o que implica nacompreensão, segundo a ótica dos Sarcófagos, de "elevação até oprincípio" que entra, através do hieróglifo "SBA"=estrela=porta, nacomposição de palavras como educar, instruir, ensinamento...

A Astronomia, a Religião e a Antropologia concordam em situar napré-história a formatação das duas primeiras constelações, a da UrsaMaior e a de Taurus. Também lhes atribuem a mesma motivação aonome que ganharam - o das grandes feras que povoaram os terroresdos homens -, os quais então, para exorcismá-las, as cultuaram.Coube à Grande Ursa o primeiro destaque: o frio glacial, as grandestempestades, a deificação do Mal e do Caos... Posteriormente,avançando para as primeiras manifestações da históriamesopotâmica, quando o pavor já fora amainado em temor, surge emsubstituição a "astrolatria" o que alguns especialistas do Sagrado(Cirlot, dentre eles) denominam de "astrobiologia", ou seja, apenetração recíproca da lei astronômica e da vida vegetal e animal.Tudo é, ao mesmo tempo, organismo e ordem exata. A agricultura e apecuária obrigam a reprodução regular de espécies nitidamentedeterminadas e o conhecimento de seu ritmo anual de crescimentoque está em relação direta e constante com o calendário, quer dizer,com a posição de alguns astros. É o momento do grande Touro - omítico reprodutor que brama na voz do trovão -, anunciar a Primaverae o "renascimento"...

Tais símbolos arquétipos, como diria C. G. Jung, ficaram impressos noinconsciente coletivo. Portanto, para simbolizar os primeiros passosno sentido da compreensão dos Augustos Mistérios, o Rito Escocêsacolheu com destaque no conjunto de suas estrelas "principais" arepresentação integral da Ursa Maior e de Taurus. Esotericamente éum realce encobrir cânones - assim, o texto normativo ao expressartais constelações de modo velado, as salienta: a primeira não é ditacom quantos asterismos se compõe, e a segunda vem supressa desua denominação estelar...

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Concluindo, em nossa abóbada escondem-se os princípios morais, asleis naturais, os grandes contrastes e transformações que regem otranscurso da vida cósmica e humana. Há em seu contexto umpensamento orientado. um eco da Tradição esotérica que nos diz oTranscendente e o Imanente, enquanto nos passa o sentido dos MitosSagrados dos alvores da humanidade. Mas também nos reforça aconvicção de que esse "vir e passar" vai além: perpassa!... Alcança nocentro do teto, na incompleta representação de Orion, a atual e aindaparcial consecução da religiosidade mosaico-judáico-cristã. Por fim,aponta o futuro, um ponto: Fomalhaut, referência astronáutica,estrela alfa da Constelação do Peixe Austral que, no mítico passado,pertencia ao signo de Aquário... Enfim, Portais e Ciclos que um dia nosconduzirão à Fraternidade Universal!

Uma oração do Avesta diz: Anuncie, Zoroastro, que aqueles queamam as coisas do céu obterão uma excelente recompensa. E nóscomplementamos: desde que os "inventivos" não modifiquem o textoe o contexto da Abóbada Celeste!

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INSTRUÇÃO 11 – A aclamaçãoExistem momentos fortemente marcantes na Iniciação e nas sessões maçônicas normais. Um deles é a aclamação: “Huzzé, Huzzé, Huzzé”, firmemente pronunciada e três vezes repetida. Aclamação e não exclamação de alegria entre os Maçons usual no R.E.A.A., cuja origem é considerada obscura. Aclamar = aplaudir, aprovar bradando, saudar, proclamar, ovacionar. Exclamar = bradar, gritar. Pesquisas feitas a esse respeito pelo historiador Albert Lantoine, declara em 1815: “Acrescenta-se a triplice aclamação Huzzé que deve ser escrita Huzza, palavra inglesa que significa Viva o Rei e substitui o Vivat dos latinos”. Aclamada por trêsvezes, Huzza! (pronunciar huzzé). Eis a causa da diferença entre a ortografia e a pronúncia: é empregada em sinal de alegria. Citando o mesmo Albert Lantoine, a palavra Huzza (Huzzé!) é simplesmente sinônimo de Hurrah! , aclamação muito conhecida dos antigos torcedores das partidas de futebol, com o Hip! Hip! Hurra!...

Existe mesmo na língua inglesa o verbo to huzza, que significa aclamar. A bateria de alegria era sempre feita em honra a um acontecimento feliz para uma Loja ou para um Irmão. Era natural que os Maçons escoceses usassem esta aclamação. O dicionário “Michaelis” diz: huzza, interj. (de alegria) – v. gritar hurra, aclamar. Traduzindo corretamente do árabe “Huzzah” (Viva), significa Força e Vigor.

Huzzé era também o nome dado a uma espécie de Acácia consagradaao Sol, como símbolo da imortalidade.

Huzzé, Huzzé, Huzzé” por constituir uma aclamação, é pronunciada com voz forte. Ela é feita apenas por duas vezes em cada reunião, porocasião da abertura e do encerramento. Alivia tensões que eventualmente possam ter surgido entre os Irmãos.

Trazemos às Sessões as preocupações de ordem material que podem criar correntes vibratórias que põem obstáculos e restringem nossas percepções. Ao contrário, no decorrer dos trabalhos, o esforço

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constante para o bem e o belo, forma correntes que estabelecem as relações com os planos superiores. Nesse sentido, a aclamação na abertura do trabalho oferece passagem à energia habilitando-nos a benefícios (saúde, força e vigor) bem mais consistentes e duradouros.O importante é que, ao iniciar a Sessão, tenhamos presente que, em Loja, tudo, verdadeiramente tudo, tem uma razão para sua existência. Nada, absolutamente nada, se faz no interior de um Templo por acaso.

Ao se aproximar do objeto mais sagrado, existente no Templo Maçônico – o Livro da Lei -, os maçons lembram pelo nome de Huzzé, expressando com essa aclamação alegria e contentamento, por crerem que o Grande Arquiteto do Universo se faz presente a cada sessão de nossos trabalhos.

E é a ELE que os Maçons rendem graças pelos benefícios advindos de Sua infinita bondade e de Sua presença que, iluminando e espargindobênçãos em todos aqueles que ali vão imbuídos do Espírito Fraterno, intencionados a praticar a Tolerância, subjugar as suas Intransigências, combater a Vaidade e, crentes que assim procedendo, estarão caminhando rumo a evolução espiritual do Homem, meta do maçom.

A Maçonaria é uma Obra de Luz; a prática da saudação está arraigadanos ensinamentos maçônicos. A consideração da saudação Huzzé na abertura dos trabalhos está relacionada ao meio-dia, hora de grande esplendor de iluminação, quando o sol a pino subentende que não há sombra, tornando-se um momento de extrema igualdade – ninguém faz sombra a ninguém. Lembra também as benesses da Sabedoria, representada pelo nascer do sol, cujos raios vivificantes espalham luz e calor, ou seja, a Sabedoria e seus efeitos. Quando do encerramento dos trabalhos, a saudação está relacionada à meia-noite, nos dando oalento de que um novo dia irá raiar, pois quanto mais escura é a madrugada, mais próximo está o nascer de um novo dia. A aclamaçãoao sol no seu ocaso, lembra que a Luz da Sabedoria irradiou os trabalhos, agora prestes a terminar, em alusão ao fim da nossa vida (meia-noite) quando devemos estar certos de que nossa passagem pelo plano terrreno fora pautada por atos de Sabedoria.

No Rito Moderno a aclamação é “Igualdade, Liberdade e Fraternidade”; no Adoniramita é “Vivat, Vivat, sempre Vivat”; no Brasileiro “Glória, Glória, Glória!” E nos ritos de York (Emulation) e Schroeder não existe aclamação.

Huzzé! é, pois, a reiteração que os Irmãos fazem de sua fé no Grande Criador, que tudo pode e tudo governa. E só através DELE encontram o caminho para a ascensão.

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A primeira reflexão, portanto, em torno da aclamação sugere que analisemos nossa vida e verifiquemos se sustentamos os propósitos de paz ou espalhamos a agitação.

O Mahatma Gandhi dizia que alguém capaz de realizar a plenitude do amor neutralizará o ódio de milhões. Certamente estamos distanciados de suas realizações. Não obstante, podemos promover a paz evitando que ressentimentos e mágoas fermentem no coração dos que conosco congregam e se transformem nesse sentimento desajustante que é o ódio.

Certa feita o Obreiro de uma Loja queixava-se do Mestre de Cerimônias ao Venerável por sempre lhe oferecer, na falta dos titulares, os cargos que, segundo ele, eram de mais dificil desempenho ou de menor evidência. O Venerável, um semeador da paz o desarmou.

- Está enganado, meu Irmão, quanto ao nosso Mestre de Cerimônias. Ele o admira muito, sabe que é eficiente e digno de confiança. Por isso o tem encaminhado para desempenho das funções e encargos onde há problemas, consciente de que sabe desempenhá-los e resolvê-los melhor que qualquer outro Obreiro do quadro da Loja.

Desnecessário dizer que com sua intervenção pacificou o Irmão que passou a ver com simpatia as iniciativas a seu respeito. Desarmou, assim, o possível desafeto passando a idéia de que o Mestre de Cerimônias não tinha a mesma opinião a seu respeito, fazendo prevalecer a sugestão de Francisco de Assis: “Onde houver ódio que eu semeie o Amor”.

Existem aqueles que entendem huzzé como força poderosa, ou seja, um mantra, que deve ser com a consciência de quem a emprega direcionada no sentido do bem. Seria essa a razão e significação da palavra Huzzé como proposta na ritualística maçônica?

Devemos acrescer, ainda, que Cristo, em várias oportunidades, saudava os Apóstolos com um “Adonai Ze” (O Senhor esteja entre vós). Essa aclamação os deixava mais alegres e confiantes, formando uma corrente de otimismo. Na Idade Média quando um católico encontrava-se com outro, dizia: DOMINUS VOBISCUM (O Senhor estejaconvosco); PAX TECUM (A paz esteja contigo).

Até pelo exemplo citado, façamos tudo ao nosso alcance para que reine em nossa Loja uma atmosfera de carinho, afeição, tranqüilidade, paz, amor e harmonia para nossa constante elevação eglória do Grande Arquiteto do Universo.

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O emprego da aclamação Huzzé na Maçonaria tem também o sentido esotérico numa indução moral a que se busque o prazer no que se pratica, para o bem da humanidade (isto no começo) e, no final, a mesma alegria pelo bem praticado, não sem também invocar particularmente o duplo sentido do “Ele é ou ele está...” (com todos, evidentemente).

O importante é que, no momento exato, gritemos de alegria sempre que pudermos estar reunidos em Templo e rendermos graças por estarmos juntos mais uma vez!

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INSTRUÇÃO 12 – A Escada de JacóEncontramos no Painel da Loja de Aprendizes uma escada, denominada Escada de Jacó que simbolicamente representa a ligaçãoentre a Terra e os Céus. A origem da introdução do simbolismo da Escada de Jacó na Maçonaria Especulativa deve-se à visão de Jacó, registrada no Velho Testamento, Gênesis 28 vers.10,11,12, 17 e 18.Gênesis 28 - 10: " E Jacó seguiu o caminho desde Bersba e dirigiu-se aHarã". Gênesis 11: "Com o tempo atingiu certo lugar e se preparou para ali pernoitar , visto que o Sol já se tinha posto. Tomou, pois, uma das pedras do lugar e a pôs como apoio para a sua cabeça e deitou-se naquele lugar ". Gênesis 12: "E começou a sonhar, e eis que havia uma escada posta da terra e seu topo tocava nos céus; e eis que anjos de Deus subiam e desciam por ela". Gênesis 17: "Jacó acordou do sono e disse "Verdadeiramente, Jeová está neste lugar e eu mesmo não o sabia" ". Gênesis 18: "E ficou temeroso e acrescentou; "Quão aterrorizante é este lugar" Não é senão a casa de Deus e este é seu portão de entrada" ".

Simbolismo da Escada de Jacó

Erguendo-se a partir do Altar dos Juramentos, sustentada pelo L.'. L.'. vai em direção ao paraiso. Na base da escada, centro e topo encontramos três símbolos: a cruz - que representa a FÉ, a âncora que representa a ESPERANÇA e um braço estendido em direção a um cálice que representa a CARIDADE e no seu ápice uma estrela de setepontas. No dicionário encontramos um dos significados de estrela = destino, sorte, fado, fadário. A estrela de Davi, símbolo judaico tem 6 pontas, formada pela interposição, entrelaçamento ou superposição de dois triângulos eqüiláteros. No painel do aprendiz, ao lado da estrela de 7 pontas encontramos à direita a Lua rodeada de 7 estrelas e à esquerda o Sol. O número 7, na simbologia mística nos esclarece do porque uma estrela incomum de 7 pontas no ápice da escada de Jacó

Simbologia do número 7

Principio neutro dominando os elementos da natureza, aliança da idéia e da forma; a unidade em equilíbrio; paciência desenvolvendo a inteligência. Vitória: ligada à natureza e ao amor, simboliza o triunfo do iniciado ao fim da sua busca ( entendimento, compreensão e conhecimento)Poder espiritual vivificante, o aconselhamento fornecido ao iniciado por Deus. Poder final do espírito sobre a matéria. Reintegração da matéria no espírito e do tempo na eternidade. Número de poder

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mágico com sua força plena, onde estão compreendidos os estados de evolução física e espiritual que se completam; poder adquirido pelo iniciante nos dois mundos (material e espiritual). Misterioso. Profundo. Estranho e indefinível aos olhos do profano. Número que representa a energia mais perfeita que Deus concedeu para utilização dos iniciados nos rituais. O sete, diz os seguidores de Pitágoras, era assim chamado em função do verbo grego "sebo", - venerar e deriva do hebraico Shbo, set, ou satisfeito, abundância, sendo Septos, em grego "santo, divino, de mãe virgem"

Assim como a Escada de Jacó está envolvida nos mistérios e instituições que a tradição nos dá conhecer, temos a árvore da vida, no jardim do Éden nos mostrando caminhos entre um estágio inferior para um estágio superior. O verso da carta do tarô - o arcanjo maior - O julgamento - aonde vemos uma escada de sete degraus um arcanjocom sua trombeta , tendo à sua volta uma serpente que engole seu rabo com uma árvore ao seu redor. Além de figuras humanas na base da escada.Esta carta mostra a ressurreição sob influência do Verbo. A Arvore da Vida carrega a seiva para Ourobus, a serpente que morde sua própria cauda, que é o símbolo da eternidade. A misteriosa escada dourada (escada de Jacó) que é o veículo para o homem ascender a um plano superior, atendendo ao chamado do arcanjo. A compreensão desta linguagem simbólica implica o conhecimento de questões que estão diretamente ligadas ao estudo e análise do nosso subconsciente, dos arquétipos e do nosso inconsciente coletivo descrito por Carl Gustav Jung.È a Escada de Jacó um símbolo religioso nos mostrando que só chegaremos à morada de Deus se galgarmos degrau por degrau a escada da vida. È o símbolo do caminho para a perfeição. Sua colocação no painel do aprendiz indica que o neófito colocou o pé no primeiro degrau da escada, iniciando sua busca para o aperfeiçoamento moral. Outra visão - a esotérica - da escada de Jacó, onde anjos subiam e desciam por ela, nos mostra, simbolicamente os ciclos evolutivos e involutivos da vida num perpétuo fluxo e refluxo através dos sucessivos nascimentos e mortes.A citação bíblica "a casa de meu pai tem muitas moradas também nos reporta ao seu sentido esotérico, dizendo-nos que há muitos níveis para as criaturas dentro do seu grau de evolução e progresso. Que possamos, na nossa ignorância, atinar para a grande inteligência do Plano de Evolução da Vida, que nos é sugerido no painel da Loja deAprendiz, pois após a estrela de sete pontas, que simboliza a verdadeira sabedoria e a perfeição moral, ainda poderemos transcender rumo às nuvens, Lua, Sol e demais estrelas do firmamento, incorporando-nos no grande e glorioso Céu, contido na abóbada celeste, para verdadeiramente nos reencontramos com o G.`.A.`.D.´.U.´.

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INSTRUÇÃO 13 – O SilencioMaçonico

Silêncio, no que se refere à Ordem, está intimamente relacionado aos segredos e simbolismos maçônicos (boa parte destes públicos atualmente, revelados em páginas e páginas da Internet). É uma pena que a maioria dos indivíduos que as constroem sejam pessoas que, um dia, mereceram a confiança de irmãos em Loja e que, além de não assimilarem a filosofia embutida em tantas alegorias, não foram merecedores do respeito um dia neles depositado. As convicções adquiridas, no entanto, me fazem crer que muito do que constitui os segredos maçônicos são impossíveis de se revelar, posto que estão na alma do iniciado na arte real.Lembranças que vem à mente reportam-me aos meus primeiros contatos com a Sublime Instituição, onde somos recebidos por advertência contida na frase "TUDO QUE AQUI OUVIRES, TUDO QUE AQUI SOUBERES, QUANDO DAQUI SAÍRES DEIXE QUE FIQUE AQUI" . Naprogressão das instruções, fica claramente estabelecido ao aprendiz que seu papel será principalmente de ouvinte, que a Ordem espera que ele saiba muito mais escutar do que falar; palavras sempre com significado semelhante... manter o silêncio como sua virtude maior.Desde cedo aprendemos que, em Maçonaria, o silêncio tem um rico significado, que incita ao neófito perscrutar os mistérios do seu íntimo, buscar dentro de si mesmo as suas verdades absolutas, com as quais trabalhará de hora em diante. Ficamos sabendo que o significado simbólico do desbastar a pedra bruta significa lapidar nosso interior, buscando cepilhar rudezas e asperezas para que, polidos, sejamos virtuosos e justos.

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A necessidade da exaltação do silêncio, na Maçonaria, remete aos mais antigos conhecimentos da humanidade, sendo utilizado por várias religiões, congregações filosóficas e outras entidades afim. Desde as primeiras civilizações, notadamente as que tinham sociedades iniciáticas, o silêncio é um importante elemento cultural, imposto drasticamente para salvaguardar seus segredos.São exemplos para nós os egípcios que, entre magos e sacerdotes, aoserem iniciados assumiam um estado de silêncio total, a fim de se manterem os segredos e incitá-los à meditação. Igualmente, o budismo também valorizava o silêncio como condição para a contemplação. Os essênios tinham como principais símbolos um triângulo contendo uma orelha e outro contendo um olho, significandoque a tudo viam e ouviam, mas não podiam falar, por não terem boca. Para os talhadores de pedras, o segredo e o silêncio sobre sua arte eram uma questão de sobrevivência, constituindo-se inclusive num salvo-conduto.Quando da unificação, a G.'. L.'. U.'. da Inglaterra adotou a legenda "audi, vide, tace" (ouça, veja, cale). Elementos não faltam na literatura maçônica para salientar a importância do silêncio: as "Old Charges" (Antigas Obrigações), pregavam o silêncio, a circunspeção ea compostura durante os trabalhos. A constituição de Anderson pregava a prudência e o silêncio, notadamente em relação aos profanos. E, nos landmarks de Mackey, o de nº 23 se refere ao sigilo que o Maçom deve conservar sobre todos os conhecimentos que lhe são transmitidos e dos trabalhos em Loja, sendo que as cartas constitutivas de todas as Obediências contêm referências com o mesmo sentido.A Lei do Silêncio é a origem de todas as verdadeiras iniciações. Segundo Wirth, o ensino deve ser pelo silêncio, nada de palavras que podem faltar com a verdade. Nada mais é do que um perpétuo exercício do pensamento. Calar não consiste somente em nada dizer, mas também em deixar de fazer qualquer reflexão dentro de si, quando se escuta alguém falar. Não se deve confundir silêncio com mutismo. Segundo Aslan, o primeiro é um prelúdio de abertura para arevelação, o segundo é o encerramento da mesma. O silêncio envolveos grandes acontecimentos, o mutismo os esconde. Um assinala o progresso, o outro a regressão.Dizem as regras monásticas que o silêncio é uma grande cerimônia, pois Deus chega na alma que nela faz reinar o silêncio, mas torna mudo a que se distrai em tagarelices. Os mistérios na Maçonaria devem ser velados em silêncio, pois em relação ao mundo profano nossos segredos existem com o objetivo de não poluí-los pelos que não se encontram preparados para entendê-los, e nada mais perigosodo que a verdade mal compreendida. Somente o homem capaz de guardar o silêncio será disciplinado em todos os outros aspectos de seu ser, e assim poderá se entregar à meditação. Enfim, o silêncio é avirtude maçônica que desenvolve a discrição, corrige os defeitos, permite usar a prudência e a tolerância em relação aos defeitos e faltas dos semelhantes.

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A leitura de textos e obras de sapientes irmãos mostra que mesmo que algumas coisas sejam ditas, o profano nunca saberá o real significado da filosofia maçônica, uma vez que ela está alicerçada no interior de cada maçom. Entre os próprios irmãos nota-se que a linha divisória do entendimento das bases filosóficas e do simbolismo que rege o processo ritualístico é muito sutil. O ambiente que criamos, nos compenetrando, antes de iniciarmos os trabalhos em Loja nos cria uma condição especial, essencial para que a energia emanada doritual e dos próprios irmãos sirva de cinzel e nos ajude a polir nossa pedra bruta interior. As transformações que obtemos, são essencialmente nossas, íntimas, adquiridas através do incessante desbastar.O silêncio maçônico foi entendido durante muito tempo como uma arma de arremesso social: nada se sabia do que se passava ou do que passava pelas lojas maçônicas. Mas, apesar do temor das sociedades esse silêncio era diretamente correlacionado com a prática ritualística. O silêncio, maçônico, certamente, está na base do entendimento do conceito de segredo. Na maçonaria, o segredo é, antes de qualquer coisa, uma prática de humildade. Diferentemente do que entenderam muitos governos totalitários, e mesmo maçons, especialmente alguns que se tornaram irregulares, o segredo (e o silêncio) nunca foi uma forma conspiratória, ou instrumento de sabotagem. É, isso sim, um mecanismo, um instrumento de aprendizagem. Na verdade, é muito mais do que isso: é um ato de humildade, que o homem iniciado se permite trazer de volta depois de tê-la perdido em algum momento de seu crescimento pessoal.O exercício do silêncio, e da plena consciência de que é preciso manter a boca fechada, deve ser uma das metas de aprendizado maiscaras do iniciado, porque quem ostenta publicamente uma regra qualquer de educação e só por isso se sente diferente dos demais, então é porque considera todos os outros inferiores a si, o que foge totalmente do que se procura ensinar em maçonaria. Até porque na maçonaria não deve existir espaço para aqueles que se ostentam diferentes. Deve existir espaço para os que, pela diferença e no silêncio dos seus trabalhos, fazem o progresso da sociedade. Ou seja, ao revelar ao profano o que só compete aos iniciados discutir e absorver, nos mostra que não aprendemos nada e que, portanto, não estamos verdadeiramente revelando o que significa ser um maçom verdadeiro. É por isso que palavras, na grande maioria dos casos, são inúteis para revelar nossas conquistas interiores. Isso é bom, porque mostra e comprova que a discrição e o silêncio continuarão sendo virtudes marcantes para o iniciado. Por outro lado, apresenta alguma dificuldade porque não podemos mostrar aos próprios irmãos toda a magnitude de nossas conquistas interiores. Podemos, isso sim, mostrar que somos indivíduos melhores e mais justos em função do que aprendemos desta arte real.Acredito, hoje, que a preservação dos segredos maçônicos transpassaa simples explicação de que não devemos revelar nossos mistérios. Os mistérios serão sempre revelados aos iniciados, pelo simples fato de que a busca interior que temos que fazer só funciona bem quando

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estamos respaldados pelo ambiente altamente energizado de uma sessão ritualística. Tal como nos ensina o ritual, os espíritos desatentos encaram as instituições como expedientes imaginados pelo interesse ou pelo capricho de um homem ou grupo de homens. Não dão contas de que o segredo da Maçonaria consiste apenas na existência indispensável de um sistema iniciático, que somente se revela (ao iniciado) quando o desejo deste, de aprender e de se aperfeiçoar, fará com que busque a verdadeira concepção das verdades que regem sua força espiritual, e que estará sempre dentro de si mesmo.

INSTRUÇÃO 14 – Os Cargos e SuasJoias

Veneravel Mestre: É o símbolo da sabedoria; por conseqüência, tal condição promove-o ao mais alto dirigente da Oficina, tornando-se o responsável pela administração geral da Loja, por isso é o portador doPrimeiro Malhete, senta-se no Oriente, na cadeira do centro da mesa,

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denominado de “Trono de Salomão”. A sua Jóia é o Esquadro, pois representa a retidão nas decisões. O Irmão que assume este cargo passa por uma cerimônia denominada Sessão Magna de Instalação e Posse de Veneravel Mestre, recebendo o tratamento desde então de Mestre Instalado. O Irmão que deixa o cargo de Venerável Mestre recebe o título de Past Master ( ex mestre) e usa como insígnia, a jóia abaixo. O Esquadro, com ramos desiguais (triângulo pitagórico), é uma das Jóias da Loja, ele figura em todos os graus da maçonaria como um dos emblemas mais expressivos. Sendo o Esquadro o Símbolo da Retidão, como Jóia Distintiva do cargode Venerável, indica que ele deve ser o Maçom mais reto e mais justoda Loja que preside. Como símbolo da Retidão, todo maçom deve subordinar suas ações. Como símbolo da virtude, devemos retificar nossos corações. O Esquadro é, materialmente, o instrumento empregado nas construções. No plano intelectual e espiritual seu simbolismo é abrangente, rico, belíssimo. Sozinho, isoladamente, é a Jóia do Venerável, a simbolizar a grandeza, a sabedoria de seus julgamentos e ensinamentos aos membros da Oficina. É dessa sabedoria e discernimento da Justiça que devem brotar seus julgamentos e suas sentenças. O Esquadro é formado pela junção da Horizontal com a Vertical formando um ângulo de 90 graus. Esse ângulo representa a Quarta parte do círculo. O centro do Circulo é o lugar do maçom; a circunferência marca e delimita o campo onde impera a Lei e a Virtude. O Esquadro é, também, a representação do Nível (Primeiro Vigilante) e do Prumo (Segundo Vigilante) e, do equilíbrio resultante dessa uniãode linhas, temos o pluralismo universal o do movimento da dinâmica e o da inércia, da estática. Enfim, deve o Esquadro ser confiado àquele que tem a missão de criar Maçons perfeitos. O Venerável-Mestre,tem as seguintes competências. I – presidir os trabalhos da Loja, encaminhando o expediente, mantendo a ordem e não influindo nas discussões; II – nomear as dignidades e os oficiais da Loja; III – nomear os membros das comissões da Loja; IV – representar a Loja ativa e passivamente, em Juízo e fora dele, podendo, para tanto, contratar procuradores; V – convocar reuniões da Loja e das comissões instituídas; VI – exercer fiscalização e supervisão sobre todas as atividades da Loja, podendo avocar e examinar quaisquer livros e documentos para consulta, em qualquer ocasião; VII – conferir os graus simbólicos, solicitados pelos Vigilantes em suas respectivas colunas e satisfeito o seu tesouro; se necessário for, depois de deliberação da Loja VIII – proceder à apuração dos votos, proclamando os resultados das deliberações; IX – ler todas as peças recolhidas pelo saco de propostas e

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informações, ou pelo modo que o rito determinar, dando-lhes o destino devido; X – deixar sob malhete, quando julgar conveniente, pelo prazo de até um mês, os expedientes recebidos pela Loja, exceto os originários da Grande Loja (GLUSA) do Delegado Regional; XI – conceder a palavra aos Maçons ou retirá-la, segundo o Rito adotado; XII – decidir questões de ordem, devidamente embasadas e citados nos landmarks, antigas leis, Constituições, Old Charges, Atos e Decretos do Grão Mestre e/ou do Estatuto ou Regimento Interno da Loja, ouvindo o representante do Ministério Público ( Orador), quando julgar necessário; XIII – suspender ou encerrar os trabalhos sem as formalidades do Ritual quando não lhe seja possível manter a ordem; XIV – distribuir, sigilosamente, as sindicâncias a Mestres Maçons de sua Loja; XV – exercer autoridade disciplinar sobre todos os Maçons presentes às sessões; XVI – encerrar o livro de presença da Loja; XVII – assinar, juntamente com o Tesoureiro, os documentos e papéis relacionados com a administração financeira, contábil, econômica e patrimonial da Loja e os demais documentos com o Secretário; XVIII – autorizar despesas de caráter urgente, não consignadas no orçamento, ad referendum da Loja, até o limite estabelecido em seu Estatuto ou Regimento Interno; XIX – admitir, dispensar e aplicar penalidades aos empregados da Loja; XX – encaminhar para a Grande Secretaria Geral da Guarda dos Selos até 01de março de cada ano, o Quadro de Obreiros, assinado por ele, pelo Secretário e pelo Tesoureiro; XXI – encaminhar, até 01 de março de cada ano, o relatório-geral das atividades do ano anterior, assinado por ele, pelo Secretário e pelo Tesoureiro, para a Grande Secretaria Geral da Grande Loja; XXII – recolher, na forma estabelecida na Lei orçamentária, as contribuições ordinárias e extraordinárias, bem como as taxas de atividade dos Maçons da Loja que dirige; XXIII – fiscalizar e supervisionar a movimentação financeira, zelando para que os emolumentos e taxas devidos a Grande Loja sejam arrecadados e repassados dentro dos prazos legais.Primeiro Vigilante: Portador do segundo Malhete, simboliza a Força,do qual se exsurge a energia positiva e o vigor que impulsiona à continuidade dos Trabalhos da Loja. Sua Jóia é o Nível Maçônico, representa a igualdade social. Seu lugar em Loja é no Ocidente ao Norte. É a jóia usada pelo Primeiro Vigilante das lojas Maçônicas Simbólicas.O 1º Vigilante é o assessor direto do Venerável-Mestre, a quem solicita a palavra diretamente por um golpe de malhete e a recebe deigual modo. Tem o dever de dirigir e orientar a Coluna dos Companheiros. Essa ferramenta é formada por um esquadro justo, com ângulo no

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ápice de 90°, utilizada tanto para traçar linhas paralelas na horizontal, como para se verificar a horizontalidade de um plano. É um instrumento menos completo que o Esquadro, porém mais que o Prumo, e, por tal razão, é conferido ao 1° Vigilante, aquele que naturalmente pode assumir o lugar do Venerável-Mestre, em caso de sua ausência. Objetivamente o Nível é o instrumento destinado a determinar a horizontalidade de um plano. Ao inseri-lo na ordem simbólica provoca a reflexão acerca da igualdade, base do direito natural. Não permite aos Maçons deixar esquecer que todos somos irmãos - filhos da mesma Natureza e que devemos nos interagir com igualdade fraterna. Todos são dignos de igual respeito e carinho, seja aquele que ocupa o mais elevado grau da Ordem, seja o que se acha iniciando sua vida maçônica. O Nível lembra que ninguém deve dominar os outros. A exemplo da morte, que é a maior e inevitável niveladora de todas as efêmeras grandezas humanas, reduzindo todos ao mesmo estado, o Nível nos faz lembrar que a fraternidade deve ser praticada entre osirmãos com igualdade, sem distinções, ainda que estas existam dentro da organização hierárquica da Ordem. O 1º Vigilante as seguintes competências. I – substituir o Venerável Mestre; II – instruir os Companheiros Maçons sob sua responsabilidade de acordo com o Ritual. Compete-lhe, ainda: • anunciar as ordens do Venerável; • autorizar os Obreiros de sua Coluna a falarem nos devidos momentos; • comunicar ao Venerável que reina silêncio em ambas as Colunas; • manter a ordem e o silêncio em sua Coluna; • instruir os Obreiros de sua Coluna , propondo o aumento de seus salários; • impedir que os Obreiros saiam de sua Coluna ou transitem pelo Templo, sem autorização e sem observar as prescrições legais, auxiliar o Venerável no acendimento e amortização das Luzes; • pedir o retorno da Palavra diretamente ao Venerável quando solicitado por Obreiros de ambas as Colunas. Segundo Vigilante: Simboliza a beleza, o amor, visando reger a harmonia, o prazer, a alegria refletindo a união dos Irmãos, buscando assim, instruir e examinar os Aprendizes que ambicionam passar da Perpendicular ao Nível. A sua Jóia é o Prumo que representa a independência, a dignidade, a altivez e imparcialidade dos justos, poisa perpendicular não pende, como acontece com as oblíquas. No Ocidente ao Sul é onde tem assento, em paralelo ao 1º Vigilante. O 2º Vigilante é a Dignidade responsável pela direção e orientação daColuna de Aprendizes, assim como é encarregado de substituir o 1º Vigilante em sua ausência e de transmitir as ordens do Venerável-Mestre em sua Coluna por intermediação do 1° Vigilante. Este instrumento é composto de um peso, geralmente de chumbo,

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suspenso por um barbante que forma a perpendicular. Serve para se verificar a verticalidade de objetos. Na Maçonaria é fixado no centro de um arco de abóbada. Este artefato simboliza a profundidade do Conhecimento e da retidão da conduta humana, segundo o critério da moral e da verdade. Incita o espírito a subir e a descer, já que leva à introspecção que nos permite descobrir nossos próprios defeitos, e nos eleva acima do caráter ordinário. Com isso, ensina-nos a marchar com firmeza, sem desviar da estrada da virtude, condenando e não deixando se dominar pela avareza, injustiça, inveja e perversidade e valorizando a retidão do julgamento e a tolerância. É considerado como o emblema da estabilidade da Ordem. O 2º Vigilante as seguintes competências.

I – substituir o Primeiro Vigilante; II – instruir os Maçons sob sua responsabilidade de acordo com o Ritual. Compete-lhe, ainda: • anunciar as ordens do Venerável em sua coluna; • autorizar os Obreiros de sua Coluna a falarem nos devidos momentos; • comunicar ao 1º Vigilante que reina silêncio em sua Coluna; • manter a ordem e o silêncio em sua Coluna; • instruir os Obreiros de sua Coluna (Aprendizes), propondo o aumento de seus salários; • impedir que os Obreiros saiam de sua Coluna ou transitem pelo Templo, sem autorização e sem observar as prescrições legais, • auxiliar o Venerável no acendimento e amortização das Luzes. • pedir o retorno da Palavra ao 1º Vigilante quando solicitado por Obreiros de sua Coluna.Orador: É o guardião da lei e, ainda, responsável pela expressão da Verdade, pois é orientado pelo G∴A∴D∴U∴para ser o porta-voz das boas-vindas e o dominador das escritas, com escopo de fiscalizar a Justa e Perfeita aplicabilidade das Normas Maçônicas. Sua Jóia é um livro aberto. Deve possuir muita experiência maçônica para tecer opiniões sobre a legalidade de atos e fatos jurídicos que seapresentam diante da Oficina. O Orador ou Guarda da Lei é investido no dever de zelar e fiscalizar o cumprimento rigoroso das Leis Maçônicas e dos Rituais. Daí ser a única Dignidade que, na ordem administrativa da Loja Maçônica, não compõe o Poder Executivo, sendo, um Membro do Ministério Público da Potência. A atribuição desse Título implica no conhecimento profundo das leis, regulamentos e dos particulares do ofício, e, como assessor do Venerável-Mestre, pode a este solicitar diretamente a palavra. Como Guarda da Lei e tendo como uma de suas atribuições "trazer luzes" para uma dúvida de ordem legal, não é sem razão que o Sol, simbolicamente, está do lado do Orador. O Livro Aberto é a sua Jóia, que nos faz lembrar de que nada estará

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escondido ou em dúvida. Simboliza o conhecedor da tradição do espírito maçônico, o guardião da Lei Magna Maçônica, dos Regulamentos e dos Ritos. Compete ao Orador. I – observar, promover e fiscalizar o rigoroso cumprimento das Leis Maçônicas e dos Rituais; II – cumprir e fazer cumprir os deveres e obrigações a que se comprometeram os Membros da Loja, à qual comunicará qualquer infração e promoverá a denúncia do infrator; III – ler os textos de leis e decretos, permanecendo todos sentados; IV – verificar a regularidade dos documentos maçônicos que lhe foremapresentados; V – apresentar suas conclusões no encerramento das discussões, sob o ponto de vista legal, qualquer que seja a matéria; VI – opor-se, de ofício, a qualquer deliberação contrária à lei e, em caso de insistência na matéria, formalizar denúncia ao Grão Mestradodiretamente ou ao poder competente; VII – manter arquivo atualizado de toda a legislação maçônica; VIII – assinar as atas da Loja, tão logo sejam aprovadas; IX – acatar ou rejeitar denúncias formuladas à Loja, representando aos Poderes constituídos. Em caso de rejeição, recorrer de ofício a Instancia Competente. Secretario: É o que reflete as conclusões legais do Orador, responsabilizando-se para gravar à eternidade dos fatos acontecidos em Loja, de forma fria e exata, controlando com rigidez a ordem dos processos e zelando pela documentação dentro das Normas Maçônicas. Sua Jóia simbólica é Duas Penas Cruzadas, pois é o escrivão da Loja. O Secretário, auxiliar direto do Venerável Mestre, é o responsável pelos registros dos trabalhos em loja, para assegurar que serão passadas à posteridade todas as ocorrências; por essa razão lhe ser confiado o dever de lavrar as atas das sessões da Loja nos respectivos livros, manter atualizados os arquivos, além de outras atribuições próprias do cargo, que são em grande número. Assim como a lua, um símbolo desse cargo, deverá refletir o que ocorre em loja. A Jóia do Secretário é representada por Duas Penas Cruzadas, sabendo todos da utilidade antiga da pena como instrumento de escrita e, sendo duas penas cruzadas, asseguram quehaja a ligação do passado com o presente, a tradição que registrará a "memória" da loja para a posteridade. O Secretário registra a HISTÓRIA DA MAÇONARIA. Acontecimentos e decisões que ocorrem em Loja ficam consignados com objetividade e clareza em seus balaústres, todas as ocorrências dos trabalhos de sua Loja, para a sua Memória e da Maçonaria. Ele é o espelho de uma Loja; reflete o passado e o presente. E o futuro? O futuro é o topo da Coluna do Norte, onde tomam assento os Irmãos Aprendizes. Uma Coluna do Norte cheia de Aprendizes nos da a perfeita noção de como uma loja está se comportanto, progredindo ou ruindo. Também por meio destes aprendizes podemos adivinhar o futuro de

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uma Loja Maçônica e profetizar sobre seus destinos. E observando-os podemos pressentir, ver e profetizar para a Loja, um futuro risonho e feliz, alegre e fraterno. É um cargo de confiança do Venerável Mestre, de sua livre escolha, eminentemente administrativa e com ele deve manter estrita sintonia. O Secretário pede a palavra ao Venenerável do seu próprio local. É o irmão autorizado a receber, abrir e responder toda a correspondência da Oficina. Toda vez que não possa comparecer aos Trabalhos, deverá enviar o Livro das Atas e Expediente a fim de que, evitados os atrasos, não sejam por sua causa embaraçadas as soluções de problemas. Planejamento das atividades – Numa Loja com administração planejada, coordenada e controlada, nenhum membro terá mais nem menos trabalho físico ou intelectual que outro, assim como não haverá trabalho mais nem menos importante que outro, que enalteça ou desmereça mais ou menos seus executores. Cada setor é tão importante quanto o conjunto deles todos e a falha em qualquer dos setores compromete este conjunto. É o redator dos balaústres pranchas e colunas gravadas da Loja. Devesaber sintetizar tudo em bom vernáculo. Dele depende o bom e rápido andamento de todos os expedientes acerca de correspondência e dos trabalhos litúrgicos. Deve possuir qualidades imprescindíveis como: assiduidade, competência, responsabilidade, discrição e organização.Ata ou Balaústre – designa a narração, por escrito, de tudo aquilo que ocorreu em uma sessão, em uma assembléia, em uma reunião, em uma cerimônia. Todas as Sessões Maçônicas são registradas em ata, que, em Maçonaria, é chamada de balaústre. Citando o caríssimo e iluminado Irmão Sérgio Quirino Guimarães: “Os registros do Secretário são “frios” não cabem sentimentos, é simplesmente a realidade do que ocorreu. O outro aspecto é o tal do “Por unanimidade”, este, talvez, seja o único pleonasmo maçônico. A Subl∴Ordem é uma Inst∴ onde todos estão impregnados do mesmo espírito e trabalham juntos como um todo indiferenciado. Não há na Maçonaria o MAIS ou MENOS. A concordância dos Irmãos em permanecer juntos é a aprovação, não há “mais que aprovado” ou“menos que aprovado”. Finalizando, peço a atenção dos Irmãos sobre a frase: “assinado por quem de direito”; os documentos oficiais devem ter a assinatura e rubrica, de quem teve a obrigação de presidir a sessão, ou seja, documentos devem ser assinados “por quem tem o dever”. Ordem do Dia – Compete-lhe juntamente com o Venerável Mestre, prepará-la de tal forma que a Sessão transcorra dentro do tempo previsto. Símbolo – Seu símbolo dentre os existentes em Loja é a Lua, haja a vista não possuir luz própria, dependendo da luz dos outros Irmãos para brilhar. Todos os maçons, em geral, devem acatar e prestigiar aqueles que ocupam cargos, por que de tais procedimentos é que resulta o

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esplendor e aprazimento dos trabalhos. O desempenho de qualquer cargo constitui um relevante serviço prestado à Loja ou à Ordem. Compete ao Secretário. I – lavrar as atas das sessões da Loja e assiná-las tão logo sejam aprovadas; II – manter atualizados os arquivos de: a) atos e decretos do Grão Mestre e das Grandes Secretarias, atos administrativos e notícias de interesse da Loja; b) correspondência recebida e expedida; c) membros do quadro da Loja, com os dados necessários à sua perfeita e exata qualificação e identificação; III – receber, distribuir e expedir a correspondência da Loja; IV – manter atualizados os Livros Negro e Amarelo da Potencia e da Loja; V – preparar, organizar, assinar junto com o Venerável Mestre e remeter, até 1º de março de cada ano, à Grande Loja e à Delegacia Regional, o Quadro de Maçons da Loja; VI – comunicar a Grande Loja ou à Delegacia Regional, conforme a subordinação, no prazo de 15 dias, as informações sobre: a) iniciações, filiações, regularizações e colações de graus; b) expedição de quite placet ou placet ex officio; c) suspensão de direitos maçônicos; d) outras alterações cadastrais. Tesoureiro: É o que simboliza a riqueza, tendo como atividade primordial receber os metais e organizar o movimento financeiro da Oficina. É um cargo de extrema responsabilidade à vida da Loja. Sua Jóia é representada por uma ou duas chaves cruzadas. A sua Jóia é representada por duas Chaves Cruzadas, símbolo maior da sua atribuição de zelar pelo numerário da Loja. Compete ao Tesoureiro: I – arrecadar a receita e pagar as despesas; II – assinar os papéis e documentos relacionados com a administraçãofinanceira, contábil, econômica e patrimonial da Loja; III – manter a escrituração contábil da Loja sempre atualizada; IV – apresentar à Loja os balancetes trimestrais conforme normas e padrões oficiais; V – apresentar à Loja, até a última sessão do mês de fevereiro, o balanço geral do ano financeiro anterior, conforme normas e padrões oficiais; VI – apresentar, no mês de Novembro, o orçamento da Loja para o ano seguinte; VII – depositar, em banco determinado pela Loja, o numerário a ela pertencente; VIII – cobrar dos Maçons suas contribuições em atraso e remeter prancha com aviso de recebimento, ao obreiro inadimplente há mais de 2 (dois) meses, comunicar a sua irregularidade e cientificar a Loja e a Potência; IX – receber e encaminhar à Grande Secretaria Geral e a Grande Tesouraria da GLUSA ou a que estiver jurisdicionada a Loja, as taxas, emolumentos e contribuições ordinárias e extraordinárias legalmente

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estabelecidos pela tabela de emolumentos; X – responsabilizar-se pela conferência, guarda e liberação dos valores arrecadados pela Loja. Chanceler: Também denominado de “Guarda dos Selos”, é o depositário do timbre e do Selo da Loja. Tem como dever manter atualizados todos os dados e registros dos Obreiros, bem como controlar as faltas excedentes do permitido nos regulamentos. A jóia simbólica do cargo é o “Timbre da Loja”. Ao Chanceler é confiada à condição de depositário do Timbre e do Selo da Loja, motivo pejo qual assume a obrigação principal de timbrar e selar os papéis e documentos expedidos pela Loja. A Jóia fixada em sua fita é o Timbre da loja ou Chancela, a representarseu papel de Guarda-Selo da loja. Este artefato não possui nenhum significado esotérico, representandoapenas o símbolo alusivo ao título. Compete ao Chanceler: I – ter a seu cargo o controle de presenças (livro), mantendo sempre atualizado o índice de freqüência; II – comunicar à Loja: a) a quantidade de Irmãos presentes à sessão; b) os Irmãos aptos a votarem e serem votados; c) os Irmãos cujas faltas excedam o limite permitido pela lei maçônica(40%). III – expedir certificados de presença dos Irmãos visitantes; IV – anunciar os aniversariantes; V – manter atualizado os registros de controle da identificação e qualificação dos Irmãos do quadro, cônjuges e dependentes; VI – remeter prancha ao Maçom cujas faltas excedam o limite permitido por lei e solicitando justificativa por escrito.Hospitaleiro: É o nome dado ao Oficial da Loja Maçônica, que é o encarregado não só da arrecadação dos metais por meio de seu giro litúrgico, como também de atender aos necessitados. O Hospitaleiro recebe atribuições diretamente relacionadas à organização dos atos de beneficência e solidariedade maçônicas em defesa dos irmãos menos favorecidos, passando desde a obrigação de fazer circular o Tronco de Beneficência durante as sessões até presidir a Comissão de Beneficência. A Jóia do Cargo do Irmão Hospitaleiro simboliza do o Farnel do Peregrino, do Viajante, do Pedinte. Dentro da hierarquia dos cargos de uma Loja, em dos de mais elevada importância é o do Hospitaleiro da Oficina. A escolha do Hospitaleiro deverá recair sobre um Irmão dinâmico, de moral ilibada, sem mácula, que conheça bem todos os Irmãos. – Deverá gozar da simpatia de todos para poder imiscuir-se nos problemas de cada um como se fora um parente de sangue, um filho da casa. Seu trabalho dentro do Templo é irrelevante. Qualquer Mestre poderá substituí-lo à altura. Fazer girar o Tronco é muito fácil. Seu trabalho, sua missão fora das quatro paredes do Templo é que é importante muito importante e requer muito carinho, muita dedicação, muito desprendimento.

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Concretiza o verdadeiro símbolo do mensageiro do amor fraterno, sendo-lhe confiada a Jóia representada por uma Bolsa, artefato que bem representa o ato de coleta dos óbolos da beneficência. Ao Hospitaleiro compete: I - fazer circular o Tronco de Beneficência; II - exercer pleno controle sobre o produto arrecadado pelo Tronco de Beneficência, o qual se destina, exclusivamente, às obras beneficentes da Loja; III - visitar os Obreiros e seus dependentes que estejam enfermos e ounecessitados, dando conhecimento à Loja, de seu estado e propor, se for o caso, os auxílios que se fizerem necessários. IV - propor a manutenção, alteração ou exclusão de qualquer auxílio beneficente que estiver sendo fornecido pela Loja; V - manter sempre atualizados os registros de controle da movimentação dos recursos do Tronco de Beneficência; VI - apresentar à Loja, até a última sessão dos meses de fevereiro, maio, agosto e novembro, as prestações de contas alusivas aos trimestres imediatamente anteriores. VII - prestar esclarecimentos relacionados com as suas atividades; VIII - presidir a Comissão de Beneficência. Mestre de Cerimônias:É o cargo da astúcia, pois deve circular pela Loja discretamente, sem perturbar os trabalhos, sendo o elemento de ligação entre os Irmãos. É considerado o mensageiro dos dirigentes da Loja. Seu distintivo é uma Régua, Dois Bastões Cruzados ou um Triângulo, dependendo do Rito. É o único oficial que pode circular em Loja sem prévia autorização. O Mestre de Cerimônias deve ser o encarregado por todo cerimonial da loja, devendo, portanto, ser um profundo conhecedor da ritualística. A perfeição dos trabalhos em loja, tendo como conseqüência a Paz e aHarmonia depende muito de uma boa atuação do Mestre de Cerimônias. Ao Mestre de Cerimônias, como encarregado da execução de todo o cerimonial da Loja, compete: I - realizar e fazer realizar de acordo com a liturgia do Rito Escocês Antigo e Aceito, todo o cerimonial das sessões da Loja; II – apresentar aos Obreiros a urna com esferas brancas e pretas nas votações secretas, e, nas nominais, contar os votos, anunciando o resultado; III - recolher as sobras no Escrutínio Secreto; IV - acompanhar os Obreiros que circulem no Templo, exceto os que fizerem por dever de ofício; V - dar entrada ao Templo aos Obreiros do Quadro ou visitantes (estesapós averiguada sua regularidade e dignidade pelo 1º Experto) quando forem dar entrada após iniciado os trabalhos conforme contido no Ritual. Diaconos : Tem a missão de comunicar as ordens das Luzes aos Irmãos, com objetivo de que os Trabalhos transcorram com ordem e perfeição. Também transmitem a Palavra Sagrada, entre o Venerável

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e os Vigilantes. Destaca-se, ainda, que nos Cargos em tela ambos apresentam como Jóia uma Pomba, sendo a Joía do 1º Diácono a que está dentro de um triangulo. A palavra Diácono deriva do grego e significa servidor. Os Diáconos, em número de dois no Rito Escocês Antigo e Aceito, exercem a função de verdadeiros mensageiros. O 1º Diácono é encarregado de transmitir as ordens do Venerável-Mestre ao 1º Vigilante e a todas as Dignidades e Oficiais, de sorte queos trabalhos se executem com ordem e perfeição; O 2°. Diácono deve executar a mesma tarefa, sendo que as ordens partirão do 1º Vigilante e serão transmitidas ao 2°. Vigilante, zelando para que os Irmãos se conservem nas Colunas com respeito, disciplina e ordem. A Jóia confiada aos Diáconos é a Pomba, uma alusão à simbologia de mensageira inerente a essa ave. Expertos: O 1º Experto na classificação hierárquica, é o sexto oficial e o primeiro depois das “Cinco Dignidades”, sendo também conhecidocomo “Irmão Terrível”. É o substituto do 1º e 2º Vigilante, nos eventuais impedimentos ou ausências. Seu lugar em Loja é na Colunado norte, próximo do 1º Vigilante. Sua Jóia é representada por um punhal. OS EXPERTOS SÃO OS OFICIAIS DE JUSTIÇA DE UMA LOJA MAÇÔNICA, CABENDO A ELES A ENTREGA DE INTIMAÇÕES E COMUNICAÇÕES EXTERNAS DE UMA LOJA. Os Expertos são os Oficiais encarregados, dentre outras funções, de proceder ao Telhamento dos visitantes antes de ingressarem no Templo, e, como "Irmão Terrível", de acompanhar e preparar os candidatos à Iniciação, inclusive durante as provas às quais são submetidos. São também responsáveis pelo recolhimento dos escrutínios secretos.O Punhal é a sua respectiva Jóia, e simboliza o castigo e o arrependimento reservados aos perjuros. Também representa uma arma a ser usada na defesa da liberdade de expressão, tendo, ao invés do tradicional significado de traição, uma simbologia ligada à fortaleza. Compete ao 1º Experto: I - Verificar se os Obreiros visitantes conhecidos ou não, que desejarem entrar no Templo, após o início dos trabalhos, estão trajados regularmente; II - fazer o devido telhamento conforme contido no ritual; III - fazer o devido Exame à Irmãos Conhecidos ou Desconhecidos, conforme contido no Ritual, antes ou após o início dos trabalhos; IV - encaminhar os documentos para a devida averiguação pelo Orador; V - apresentar o Livro de Presença de Visitantes para ser assinado antes da entrada no Templo pelos Irmãos visitantes, encaminhar para averiguação da regularidade, os documentos ao Orador, no caso de visitantes não conhecidos. As autoridades também assinarão o Livro de Presença antes de entrarem no Templo, com exceção do Grão-Mestre Geral e Grão-Mestre Estadual que assinarão após o Venerável

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no Livro de Presença de Obreiros do Quadro; VI - Informar aos visitantes que a chamada para ingresso no Templo será feita pelo Mestre de Cerimonias. VII – Levar e entregar as intimações, convocações extraordinárias e todo tipo de correspondência designadas pelo Venerável Mestre aos membros de sua Loja; Ao 2º Experto compete: I - auxiliar o 1º Experto nas tarefas inerentes ao cargo; Sua Jóia é representada por um punhal tal qual o 1º Experto.

Cobridor: É considerado o Sétimo Oficial e tem como função primordial de evitar à entrada no Templo, Profanos e Maçons irregulares, sendo a sentinela que monta guarda armada em defesa da Loja, a exemplo dos Querubins que guarnecem as portas do Céu. Este cargo deve e tem de ser exercido pelo Mestre mais antigo ou experiente da loja, se possível com o Grau mais alto dentro do Rito Escocês Antigo e Aceito, pois é por ele que chegarão todos os visitantes de uma loja quando ela já estiver iniciado os seus trabalhos, e é dever dele saber, conhecer e identificar quem chega e reconhecê-los em todos os graus se necessário for. (recomenda-se umirmão investido no grau 33º para o cargo). Possui as mesmas funções do guarda do templo, é o guarda contra osmaus pensamentos que podem querer invadir a Loja. A Jóia do cobridor externo, é um alfanje, para proteção contra aproximação dos indiscretos e curiosos. Guarda do Templo: Ou cobridor externo, na maçonaria operativa, quando um edifício em construção chegava ao seu final, cobria-se portelhas, por analogia, quando se fecha a porta do templo, ele está coberto. É a terceira e última ponta do triângulo com o vértice para baixo. O venerável e os vigilantes formam o primeiro triângulo com o vértice para cima, o orador secretário e guarda do templo, formam o segundotriângulo com o vértice para baixo, quando sobre postos, forma o Hexágono, estrela de seis pontas ou Selo de Salomão. O guarda do templo, é o zelador de nossos pensamentos, este cargo também deve e tem de ser exercido pelo Mestre mais antigo ou experiente da loja, se possível com o Grau mais alto dentro do R∴E∴A∴A∴. É por ele que passarão todos os membros, visitantes, autoridades de uma Loja ou Potência ao adentrarem uma sessão, e ele tem o dever ea obrigação de verificar logo na entrada se todos estão devidamente paramentados, e vestidos corretamente e assim sendo, entrando de forma ritualística e correta. Caso não estejam cumprindo um destes requisitos, ele deve de imediato interromper o ingresso no templo e pedir com cordialidade que, seja corrigido o erro ou tomada as providencia necessárias para a permição do ingresso. É ele quem permite que se saia do templo, neste caso, por determinação e ordem do Venerável Mestre e dos Vigilantes.

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Bibliotecario: Responsável pela parte cultural da Loja e, pelos livros de registros. Simboliza a luz interior.

É um serviço de auxílio ao desenvolvimento intelectual dos Irmãos, cooperando para com esses na procura do progresso cultural e moral dos Maçons. Sua Jóia é simbolizada por um “Livro”. Mestre de Banquetes: É o Oitavo Oficial e sua função é cuidar dos “Ágapes”, bem como providenciar que as festividades quais quer que sejam, e que é de sua responsabilidade organizá-las, transcorram na melhor ordem possível e que seja de agrado geral. Sua Jóia do cargo é simbolizada por uma “Taça” ou “Cornucópia”.Mestre de Harmonia: É o sonoplasta da Loja, ou seja, responsável para selecionar com qualidade os temas musicais e adequar a cada instante da ritualística. Este cargo e de suma importância para uma Loja Maçônica e a realização de suas sessões. O Mestre de Harmonia é quem vai dar à sessão o ambiente agradável e solene ou não. Este cargo deve ser rigorosamente analisado e o maçom escolhido para o cargo tem que ter o dom para desempenhá-lo, além de ter a sensibilidade necessáriapara organizar sua discoteca e a percepção de temas musicas a serem escolhidos para os momentos certos. Se considerarmos os efeitos dos sons musicais durante as nossas Sessões, preparando o ambiente, tomando-o mais harmônico, mais solene, inspirador e belo,compreenderemos que a execução de uma seleção musical será o complemento indispensável para uma boa sessão. Porta Bandeira: A Jóia do cargo, é o Pavilhão Nacional. Não possui nenhum simbolismo maçônico. É uma prática profana introduzida nos Templos, para ativar o sentimento de cada Irmão. E uma jóia simples, destituída de qual quer interpretação que não seja aquela feita pêlos profanos, ou seja, a representação da Pátria, o mais elevado símbolo de uma Nação. A vibração da alma de um povo, tanto na Paz como naguerra. Tal encargo foi oficializado na maçonaria brasileira somente a partir de 02 de abril de 1959. Porta Espadas: Responsável, pela guarda e manutenção das espadas da Loja. Tem seus trabalhos acentuados nas ocasiões especiais, como nas Sessões Magnas. Como auxiliar do Venerável Mestre, apenas carrega a Espada Flamejante sobre uma almofada sem, contudo, poder ou ter o direito de tocar ou pegá-la, pois ela somente pode ser manuseada pelo Venerável Mestre ou Mestre Instalado. Pode-se tolerar que o Porta Espada, calçado de luvas brancas, a toquepara levá-la até o Venerável Mestre ou ao Grão Mestre, porém nesta ocasião ele a carregará como se estivesse levando-a sobre uma almofada. A Jóia do porta espadas, é uma espada, símbolo da força. Porta Estandarte: Estandarte é a insígnia de uma corporação, seja militar, religiosa, esportiva ou filosófica, sendo no caso da maçonaria, conhecida e utilizada como uma continuação da tradição das antigas confrarias e corporações profissionais medievais, que tinham pôr seu Estandarte a maior veneração e respeito.

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A humanidade sempre necessitou de símbolo. Desde os mais remotostempos ela vem usando para representar sua crença ou ideal, partido ou família, dignidade ou função, agremiação ou qualidade, cidade ou pais, enfim, símbolos de forma e denominação várias. Responsável pela condução do estandarte da Loja em todas as cerimônias. Compete o alto encargo de Guardar e Transportar o Estandarte da Loja e as condecorações que lhe forem atribuídas, conservando-os emlugar apropriado. A sua Jóia simbólica é um Colar com um “Estandarte”. Arquiteto: É o encarregado de tudo quanto se refere à decoração e ornamentação e conservação dos Utensílios da Loja. Deverá sempre conservar o Templo Ornado e Preparado, de acordo com as Sessões celebradas. É o único membro de uma loja que tem acesso livre no templo antes das sessões, e a qualquer dia ou momento pois para o desempenho de seu cargo ele terá que sempre estar indo ao templo e preparando-o com antecipação para as sessões e comemorações futuras. A Trolhaserve para mexer a massa destinada a cimentar as pedras do Edifício realizando assim, a Unidade. A Trolha reúne, mistura, unifica. É, portanto o símbolo da Benevolência esclarecida, Fraternidade Universal e profunda Tolerância que distinguem o verdadeiro Maçom. Um cargo que parece de pouca importância, mas que na realidade é tão ou mais importante que muitos outros tidos como tal. Suas ocupações não são vistas durante a reunião, ou melhor, são vistas, mas não lhe são atribuídas já que seu trabalho consiste, alem, de outros, na ornamentação da Loja, colocando cada coisa em seu devido lugar. Ao Arquiteto está o sublime encargo de cuidar, e bem, de tudo quanto pertence às decorações e ornamentações do Templo. O seu trabalho é feito antes de começar as Sessões, tornando-se durante a mesma um privilegiado espectador.

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INSTRUÇÃO 15 – Os Numeros e aMaçonaria

Os números 1, 2, e 3, além do valor intrínseco, representam verdadesmisteriosas e profundas, ligadas intimamente à própria Simbologia das alegorias e emblemas que em nossos Templos, se patenteiam a nossa vista.Podemos notar que o número três é marcante no Grau de Aprendiz, está presente na Bateria, na Marcha e na Idade do Aprendiz. E por tanto devemos estudá-lo cuidadosamente as suas propriedades, para isso é recomendado as obras de Pitágoras, as Cabalas numérica, ou ainda, nas obras de arquitetura e arqueologia iniciática da Vitrúvio, Ramée e outros. Desde a mais antigas civilizações, o emprego dos números é muito frequente, e neste ponto a História vem em nosso auxílio, mostrando-nos que todos os povos da antiguidade fizeram uso emblemático e simbólico dos números e das fórmulas, em geral do número e das medidas.Podemos encontrar informações no livro “A ciência misteriosa dos Faraós” escrito pôr um sábio francês de nome Abade Moreaux, que nos conta de um modo absoluto. Provando à evidencia que as dimensões, orientação e forma das Pirâmides obedeceram a razões poderosíssimas , pois que ela encerram além de outras verdades (provavelmente ainda não encontradas), a direção do Meridiano Terrestre, o valor entre a circunferência e seu raio, a medida de peso racional (libras inglesas) etc. e, até a distância aproximada da Terra ao Sol.Para os povos da antiguidade, ai tiveram um sistema numérico, ligado intimamente a religião e ao culto. Resultando a idéia de que a matéria é inseparável do espírito, do qual exprime a imagem e também a revelação.Há, no entanto alguns números que parecerem predominar na estrutura do mundo, no tempo e no espaço que formam, mais ou menos, a base fundamental de todo os fenômenos da Natureza, representando a expressão da ordem e da inteligência das coisas, e como exprimindo mesmo a própria Divindade.A Ciência dos números tem no simbolismo de algumas civilizações, mesmo antes de Pitágoras, um papel de destaque como na China, Índia e a Grécia.

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O Simbolismo do número 1- (O UNO)

Suponhamos o UM abstrato, como sempre, mas independente, primário e total e não como unidade-medida ou como princípios de contagem das quantidades descontinuam de corpos separados e da mesma espécie. Então teremos uma idéia do UM em todos os números, ou da centelha da Essência em cada corpo, se é que os corpos são números como sustentou a escola pitagórica ou itálica. A formula, contudo, não impede considerar o UM inefável como a PESSOA da qual propaga o sopro da vida e da alma vivente (Gêneses,2/7: pois ele é o CRIADOR, Causa primaria e o indivíduo - Adão - é criatura. ELE é que pratica o ato - criação - de sua vontade).Para facilitar os estudos dos números a Maçonaria faz uso de emblemas para atrair a atenção sobre suas propriedades essenciais. Partindo do principio de que a unidade esta em nós e não no meio exterior, seja impossível a sua representação, mas a condensação do ideal do Justo, no Belo e no verdadeiro, expressa o mais valioso talismã que um iniciado pode possuir.

O Simbolismo do número 2 - (O BINÁRIO OU A DÍADA)

Ao aprendiz se ensina que o DOIS pode representar a dúvida, a insegurança de afirmação ou negação. Há instruções que começam a simbolizar a dúvida pelo raciocínio 2 + 2 = 4 ou 2 x 2 = 4, isto é, de como a soma pode ser igual ao produto, embora uma e outra não sejam definidos como a mesma relação aritmética, ao que se acresce o fato de potência, soma e produto se igualarem, quando o dois é parcela, fator, base e expoente. A filosofia do símbolo assim apresentado comera no grua de companheiro, no qual se definirão as aparências, a ambigüidade a que pode chegar o raciocínio., a duplicidade de atitudes de certos indivíduos par alcançar um só resultado, além de outros ensinamento esotéricos.No Ritual prega restrições ao estudo profundo do binário porque sendo o binário símbolo dos contrários, da divisão, seria combater uma luta sem fim, à oposição cega. Ficando escravo do principio da divisão, que a Antigüidade batizou com o nome de inimigos. (Agrarmaniu, Cheetan, Satan, Mara, etc). Juntando–se ao binário o principio (a unidade), formamos o ternário e esta e a maneira de neutralizar a ambigüidade do número DOIS.

O Simbolismo do número 3 - (O TERNÁRIO)

A “constância do ternário”, desde as primeiras crenças e até na ciência, é apontada pela TRIMURTI – CRIAÇÃO DESTRUIÇÃO E CONSERVAÇÃO – ou Brahma, Shiva e Vishnu, e do fato de Lavoisier, haver formulado a LEI DA CONSERVAÇÃO DA MATÉRIA, cujo enunciado“NA NATUREZA NADA SE CRIA (um), NADA SE PERDE (dois), TUDO SE TRANSFORMA (Três)

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A instabilidade da divisão ou da diferença, aniquilada pelo acréscimo de uma terceira unidade, faz com que, simbolicamente, o número se converta também em unidade. A nova unidade, porém, não é vaga, indeterminada na qual não houve intervenção alguma, não uma unidade idêntica com o próprio número, como se da com a primitiva, é uma unidade que absorveu e eliminou a primitiva, verdadeira, definida e perfeita. Foi assim que se formou o número TRÊS, que e tornou a unidade da vida, do que existe por si próprio, do que é perfeito.O Triângulo lembra o ternário, a começar de suas relações com os trêspontos que chegam a constar tradicionalmente nas abreviaturas maçônicas e no fim das assinaturas dos maçons, a lembrarem o AMOR (ou sabedoria), VONTADE e INTELIGÊNCIA bem como os três pontos dos vértices do Delta. Entende-se o Triângulo como o principal dos símbolos maçônicos, pôr varias razões, quando tratamos das inscrições do Tetragrama hebraico, da letra “G”(gott ou god) e do “Olho Que Tudo Vê” ao que se acresce o fato histórico e universal de se encontra o ternário ou uniternário em quase todas as religiões dos povos que constituíram civilizações. No Bramanismo encontramos Brama, Visnu, e Civa e Sat, Chit e Amanda, no antigo Egito, Re (ou Râ-Deus-Sol, Sol no Zênite), Horo (filho, nascimento, nascer do Sol) e Osiris (esposo, pai, sol), Íris, (esposa, mãe, lua), e Horo (filho), entre os antigos Caldeus Luz, Fogo e Chama (Ulomo, Olosuro e Elium). Entreos cristãos, Pai, Filho e Espírito Santo, na religião mosaica, Aquele queÉ, Foi e Será.Das instruções de Aprendiz Maçom ainda constam: Presente, Passado e Futuro; Nascer, Viver e Morrer, Juventude, Maturidade e Velhice. Pai Mãe e Filho. Além das observações exposta, lembra-se que pela Geometria, se aprende que o Triângulo constrói e compõe todos os polígonos e que pela Trigonometria, quanto aos triângulos retângulo há relações binárias e opostas, denominada seno e cosseno, tangentee co-tangente, secante e co-secante, pelas quais se conseguem cálculos importantes, inclusive de altura e distancias imensas.Finalmente o triângulo é uma figura plana que representa as três dimensões cumprimento, largura e altura.Nas Lojas Maçônicas uma das mais profundas representações do Ternário, e o Delta Sagrado, e ainda podemos encontra em Loja os ternários; os três Grandes Pilares - (Sabedoria, Força e Beleza), as trêsGrandes Luzes (o Venerável Mestre, o Primeiro Vigilante e o Segundo Vigilante) e as três portas do Templo de Salomão.No centro do DELTA podemos observar a s letras IOD, inicial do Tetragrama IEVE, símbolo da Grande Evolução, ou do que existiu, do que existe e do que existira.O Tetragrama sagrado YOD – HE – VAU – HE simboliza as três dimensões do corpo: cumprimento, largura e altura ou profundidade, uma vez que é formado pôr apenas três diferentes letras, YOD-HE-VAU; VAU cujo valor numérico é 6 indica as 6 faces do corpo. O Tetragrama com suas quatro letras tem afinidade com a Unidade., pois 4 e 1 são quadrados perfeitos, e pôr fim o Tetragrama lembra ao

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Aprendiz que ele passo pelas quatros provas dos Elementos da Natureza: TERRA, AR, ÁGUA e FOGO.