Guia de Historia Do Pensam Economico VFF 16.08

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Universidade Politécnica A POLITÉCNICA Escola Superior Aberta GUIA DE ESTUDOS HISTÓRIA DAS IDEIAS ECONÓMICAS E DO PENSAMENTO CONTEMPORÂNEO Curso de Gestão de Recursos Humanos & Gestão de Empresas (2 º Semestre) Moçambique

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Universidade Politécnica A POLITÉCNICA Escola Superior Aberta

GUIA DE ESTUDOS

HISTÓRIA DAS IDEIAS ECONÓMICAS E DO PENSAMENTO CONTEMPORÂNEO

Curso de Gestão de Recursos Humanos & Gestão de Empresas

(2 º Semestre)

Moçambique

FICHA TÉCNICA

Maputo, Agosto 2011

© Série de Guias de Estudo para o Curso de Gestão de

Recursos Humanos e Gestão de Empresas (Ensino a

Distância).

Todos os direitos reservados à Universidade Politécnica

Título: Guia de Estudo de História das Ideias Económicas e

do Pensamento Contemporâneo

Edição: 1ª

Organização e Edição Escola Superior Aberta (ESA)

Elaboração Irene Tomás Boane (Conteúdo)

Benedito Marime (Revisão Textual)

Gestão de R H e G E – Historia das Ideias Económicas e do Pensamento Contemporâneo – Semestre 2

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UNIDADES TEMÁTICAS 

Fundamentação teórica - História do Pensamento Económico ………….…………. 06

O Mercantilismo.....................................................................................….….……… 11

A Fisiocracia............................................................................................................... 20

Escola Clássica ........................................................................................................ 25

Reações Anti- Liberais............................................................................................... 31

Marginalismo e Neoclassicísmo................................................................................ 38

Keynesianismo.......................................................................................................... 43

Neoliberalismo.......................................................................................................... 49

Chave de Respostas das Actividades……………………………………………………….. 59

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APRESENTAÇÃO

Caro(a) estudante

Está nas suas mãos o Guia de Estudo da disciplina de História das Ideias Económicas e do Pensamento Contemporâneo, que integra a grelha curricular do Curso de Gestão de Recursos Humanos e de Gestão de Empresas, oferecido pela Universidade Politécnica, na modalidade de Educação à Distância. Este guia tem por finalidade orientar os seus estudos individuais, neste semestre do curso. A disciplina pretende fazer compreender as grandes questões das correntes de pensamento económico, as origens, o seu impacto no desenvovimento e evolução das sociedades bem como, compreender o fenómeno da globalização. Este Guia de Estudo contempla textos introdutórios, para situar o assunto que será estudado; os objectivos específicos a serem alcançados, ao término de cada unidade temática; a indicação de textos, como leituras obrigatórias que você deve realizar; as diversas actividades, que favorecem a compreensão dos textos lidos; e a chave de correcção das actividades, o que lhe permite verificar se você está a compreender o que está a estudar. Vai, também, encontrar no guia a indicação de leituras complementares, isto é, indicações de outros textos, livros e materiais relacionados ao tema em estudo, para ampliar as suas possibilidades de reflectir, investigar e dialogar sobre aspectos do seu interesse.

Esta é a nossa proposta para o estudo de cada disciplina deste curso. Ao recebê-la, sinta-se como um actor que se apropria de um texto para construir o saber, expressar a sua inteligência, sensibilidade e emoção, pois você é também o(a) autor(a) no processo da sua formação em Gestão de Recursos Humanos, bem como de Gestão de Empresas. Os seus estudos individuais, a partir destes guias, nos conduzirão a muitos diálogos e a novos encontros e ao reencontro da História.

A professora que se dedicou à elaboração, e organização deste guia sente-se honrada em tê-lo como interlocutor(a) em constantes diálogos, motivados por um interesse comum: a educação de pessoas e a melhoria contínua da competência e capacidade de análise e interpretação e resolução de problemas actuais, com base no conhecimento da História pois, segundo Karl Marx, “A Historia se repete” e, desta forma, contribuir para o desenvolvimento deste país.

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso convívio.

A Equipa da ESA

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Nota Introdutória

Caro estudante, saiba que este Guia de Estudo constitui um instrumento que lhe

oferece ferramentas para conhecer e dominar a História do pensamento económico;

descrever as características de cada corrente; a sua influência na conjuntura

económico-social da época; conhecer os precursores de cada corrente de

pensamento, bem como o seu impacto e a sua aplicação para a gestão das

sociedades actuais.

A abordagem da História do Pensamento Económico nos cursos de Gestão de

Recursos Humanos e Gestão de Empresas reside no facto de a disciplina oferecer

ferramentas de percepção e análise dos fenómenos económicos, com vista a

permitir que o futuro gestor adopte as melhores estratégias de acção no mercado,

sem cometer os erros do passado.

Este Guia está estruturado por oito unidades temáticas e cada uma composta por

lições. Propomos esta estrutura convictos de que irá auxiliá-lo(a) na planificação

dos seus estudos.

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UNIDADE TEMÁTICA 1

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA - História do Pensamento Económico

Elaborado por: Irene T. Boane

Objectivos

No final desta unidade, você deverá ser capaz de: • Definir o conceito de História do Pensamento Económico; • Explicar e descrever os diferentes períodos da evolução do pensamento

económica; • Descrever a evolução da economia como ciência.

Lição nº 1 CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS Esta lição pretende fazer uma abordagem conceitual acerca da História do

pensamento económico, bem como as suas características e terá a duração de 2

horas.

A História do pensamento económico pode ser definida como sendo o ramo da

ciência que estuda as principais correntes de pensamento que dominaram a marcha

da Humanidade e contribuíram para a evolução da abordagem económica, na sua

perspectiva científica, bem como da sociedade ao longo do tempo.

A História do Pensamento Económico é um estudo da herança deixada pelos que

escreveram sobre assuntos económicos, no decurso de muitos anos.

A especulação do homem quanto ao meio vem já desde os tempos antigos, mas, o

desenvolvimento da Análise Económica é de origem relativamente recente (a partir

do século XVIII).

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O estudo do pensamento económico concentra-se em três principais épocas

históricas, a destacar:

1. Pré-moderno (grego, romano, árabe),

2. Idade Média (fase de recuo, dominada pela religião cristã católica)

3. Moderno (mercantilismo, fisiocracia)

4. Contemporâneo (a partir de Adam Smith, no final do século XVIII).

A análise económica sistemática tem-se desenvolvido, principalmente, a partir do

surgimento da Modernidade.

1. Pré-Modernismo

O pré-modernismo é uma época dominada pelo filósofo Aristóteles (provavelmente

o mais importante em toda época). Os árabes medievais também trouxeram

contribuições para a compreensão da economia e o destaque vai para Ibn Khaldun

de Tunis (1332-1406), que escreveu uma teoria política e económica em seu

Prolegómenos, mostrando como a densidade da população está relacionada com a

divisão do trabalho e com o crescimento económico que, por sua vez, conduz a

uma população maior, formando um círculo virtuoso.

2. Idade Média

Na idade Média, o debate foi dominado pelos teólogos da corrente escolástica, os

quais, dentre os varios tópicos, discutiram a determinação do preço justo de um

bem. Nas guerras religiosas, seguindo a Reforma protestante do século XVI,

apareceram ideias sobre livre comércio, mais tarde formuladas em termos legais

por Hugo de Groot ou Grotius.

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3. Idade Moderna

A idade Moderna foi marcada pelo aparecimento da escola do pensamento

económico, a Escola Fisiocrática. Liderada por François Quesnay, pregou que a

terra e a natureza representam o fator económico produtivo; a ordem natural ou

governo da natureza conduzem a vida económica e só a terra tinha a capacidade

de multiplicar a riqueza.

Para os fisiocratas, a riqueza consistia em bens produzidos com a ajuda da

natureza, em actividades económicas, como a lavoura, a pesca e a mineração.

Quesnay dividiu a economia em sectores e mostrou a relação entre eles.

4. Idade Contemporânea

A Idade Contemporânea foi marcada pelo aparecimento da escola de pensamento

económico:

a) Clássico ou Liberal: liberada por Adam Smith (1723-1790) e David Ricardo

(1772-1823), a qual estabeleceu que a verdadeira fonte de riqueza é o

trabalho; que a produtividade decorre da divisão do trabalho, que esta

decorre da tendência de troca, estimulada pela ampliação dos mercados; que

o papel do Estado na economia corresponde à proteção da sociedade e que

a iniciativa individual deveria ser incentivada.

b) Socialista: Surgido na Alemanha (1872), e o termo sido empregue, pela

primeira vez, em 1827, por Roberto Owen. O Socialismo estabeleceu que o

Estado deve ter em suas mãos a propriedade e os meios de produção, deve

regular a distribuição de riquezas económicas (bens e/ou serviços) e

promover reformas em busca do bem-estar social e de justiça social e

igualitária na distribuição de recursos pelos cidadãos.

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A idade contemporânea foi, igualmente, marcada pelas recomendações de John

Keynes (1883-1946), através da “Teoria Geral do Emprego, Juros e Moeda”, que

objectivou explicar as causas das variações que ocorrem na produção e no nível de

emprego.

Segundo Keynes, as variações do sistema económico dependem: da qualidade da

moeda disponível no mercado; da preferência pela liquidez ou velocidade de troca

da moeda em relação à sua garantia ou lastro (riqueza económica existente); do

incitamento ao investimento; da propensão ao consumo.

Mais sublinhamos que, no presente módulo, falaremos das Escolas de

Pensamento Económico que mais influenciaram a economia do mundo durante os

periodos em análise, nomeadamente, a Mercantilista, Fisiocrata, Clássica,

Neoclássica, Keynesiana e o Neoliberalismo.

Leituras Obrigatórias

Texto de Apoio de NHABINDA, História Económica, Faculdade de Economia - UEM, Maputo, 1992.

www.pensamentoeconomico.ecn.br

pt.wikipedia.org/wiki/História_do_pensamento_económico

Actividade 1 Coloque (x) na resposta que considerar certa. 1. O objecto de estudo da disciplina de História de Pensamento Económico é a) Os factos históricos b) As teorias ou ideias económicas c) A actividade humana d) O homem no tempo e no espaço.

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2. Fale da importância e relação entre a disciplina de História de Pensamento Económico para o seu curso.

3. A Ciência Histórica é uma área de saber não acabada e interdisciplinar. Argumente esta afirmação.

Referências Bibliográficas

• ARAÚJO, V., História do Pensamento Económico: Uma abordagem

introdutória. São Paulo, Atlas, 1992.

• BURNS, E., História da Civilização Ocidental, Vol. II, Porto Alegre, Editora

Globo, 1993.

• NHABINDA, História Económica, UEM, Maputo 1992

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UNIDADE TEMÁTICA 2 O MERCANTILISMO

Elaborado por: Irene Boane

Objectivos

No final desta unidade, você deverá ser capaz de:

• Discutir os conceitos e a génese do mercantilismo;

• Conhecer os princípios básicos do Mercantilismo;

• Identificar e caracterizar as fases do desenvolvimento da corrente mercantilista, bem como o seu impacto na sociedade ocidental e no resto do mundo.

Introdução

Nesta unidade temática, você irá estudar uma lição, durante a qual procuraremos,

para além de definir o conceito, conhecer a sua génese e evolução. Iremos destacar

o Metalista, a Industrialização, o Proteccionismo Alfandegário, o Pacto Colonial e a

Balança Comercial Favorável como características do sistema económico

mercantilista.

Lição nº 2

Durante esta lição, você vai estudar o conceito, a origem e evolução do

Mercantilismo e terá a duração de 2 horas.

1. Conceito, Génese e Evolução do Mercantilismo

Mercantilismo é o nome dado a um conjunto de práticas económicas, desenvolvidas

na Europa, na Idade Moderna, entre o século XV e o final do século XVIII, que se

caracterizou-se por uma forte intervenção do Estado na economia, através de

medidas tendentes a unificar o mercado interno e tinha como finalidade a formação

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de Estados nacionais fortes, os quais eram medidos pela quantidade da sua

riqueza.

Por outro lado, o mercantilismo pode ser concebido como uma política

económica adoptada na Europa durante o Antigo Regime, durante a vigência

dos governos absolutistas, os quais interferiam na economia do país, com o

objectivo de alcançar o máximo possível de desenvolvimento económico,

através da acumulação de riquezas.

Neste período histórico, a riqueza das nações era medida pela quantidade de

ouro e prata existente no território; isto é, partilhava-se a crença de que a

riqueza de uma nação residia na acumulação de metais preciosos, os quais

deviam ser atraídos através do incremento das exportações e da restrição das

importações (procura de uma balança comercial favorável). Esta crença era

conhecida como Bulionísmo ou Metalísmo.

Alguns autores referem, ainda, que a corrente mercantilista surge como

consequência de diversas transformações intelectuais, tais como: a) religiosas,

marcadas pela exaltação do individualismo e pela actividade económica, busca do

bem-estar; b) políticas, pelo surgimento do Estado Moderno; c) geográficas, pela

ampliação do campo de actuação dos Estados, buscando a exploração de novas

terras, espaços navegáveis, de mercados comerciais e d) económicas, pela

mudança do eixo económico mundial e a criação da moeda baseada no ouro e na

prata.

A necessidade de conquista de novas zonas de influência leva o Ocidente, através

da navegação, aos grandes descobrimentos - final do Século XV até ao início do

XVI, impulsionadas pelas teorias filosóficas que defendiam o fortalecimento do

poder do Estado no exterior, subordinando a actividade económica ao interesse

pela riqueza preciosa e ao meio.

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Os pensadores mercantilistas preconizam o desenvolvimento económico por meio

do enriquecimento das nações graças ao comércio exterior, o que permite encontrar

saída dos excedentes de produção. O Estado, por sua vez, adquire um papel

primordial, ao adoptar políticas proteccionistas, barreiras tarifárias, medidas de

apoio à exportação, controlo do consumo interno de determinados produtos,

melhoramento das infra-estruturas e promoção da colonização de novos territórios

(monopólio), entendidos como forma de garantir o acesso à matéria-prima e ao

escoamento de produtos manufacturados.

A confiança no mercantilismo começou a decair em finais do século XVIII, quando

as teorias de Adam Smith e de outros economistas clássicos foram ganhando

prestígio no Império Britânico e, em menor grau, no resto da Europa (excepto na

Alemanha, onde a Escola Histórica de Economia foi a mais importante durante todo

o século XIX e começo do XX).

Os princípios do mercantilismo podem ser resumidos em:

a) Metalísmo ou Bulionísmo

Do inglês bullion "ouro em lingotes" onde o capital é representado por metais

preciosos que o Estado tem em seu poder. Com esta crença, procurava-se evitar a

saída de metais preciosos do país.

Com o evoluir da corrente, surgiram outras escolas, como o Colbertismo (ou

"mercantilismo francês") que se inclina para a industrialização; e o comercialismo

(ou "mercantilismo britânico"), que vê no comércio exterior a fonte da riqueza de um

país.

b) Incentivos às manufacturas

Os governos estimulavam o desenvolvimento de manufacturas em seus territórios.

Como o produto manufacturado era mais caro que as matérias-primas, ou géneros

agrícolas, a sua exportação gerava bons rendimentos.

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c) Proteccionismo alfandegário

O governo de uma nação deve aplicar uma política proteccionista sobre a sua

economia, favorecendo a exportação e desfavorecendo a importação, sobretudo

mediante a imposição de tarifas alfandegárias, com vista a incentivar a balança

comercial positiva com outras nações. Eram criados impostos e taxas, para evitar

ao máximo a entrada de produtos vindos do exterior, com vista a estimular a

indústria e manufacturas nacionais, bem como para evitar a saída de moedas para

outros países.

d) Balança comercial favorável

O esforço era para exportar mais do que importar; desta forma, os ingressos da

moeda seriam superiores às saídas.

e) Soma zero Acredita que o volume global do comércio mundial é inalterável. Os mercantilistas

viam o sistema económico como um jogo de soma zero, no qual, o lucro de uma

das partes implica a perda da outra.

f) Colónias de exploração A riqueza de um país está directamente ligada à quantidade de colónias de que

dispunha para exploração.

Como se pode depreender, o mercantilismo, indirectamente, impulsionou muitas

das guerras europeias do período e, serviu como causa e fundamento do

imperialismo europeu, dado que as grandes potências da Europa lutavam pelo

controlo dos mercados disponíveis no mundo.

Sobre este aspecto, vale salientar que, nas expansões marítimas e comerciais das

nações, um país não poderia invadir o caminho percorrido constantemente por

outro, como no caso da procura pelas Índias Ocidentais. Isto perdurou até que,

após o descobrimento da América, a Inglaterra decidiu "trilhar" o seu próprio

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caminho. Portugal e Espanha se mostraram insatisfeitos com o facto, o que motivou

a célebre frase do rei da Inglaterra:

O sol brilha para todos! E eu desconheço a cláusula do testamento de Adão que

dividiu a terra entre portugueses e espanhóis.

g) Comércio colonial monopolizado pela metrópole

As colónias europeias deveriam comercializar exclusivamente com as suas

respectivas metrópoles. Para as metrópoles, tratava-se de vender caro e comprar

barato. Dentro desse contexto, ocorreu o ciclo do açúcar no Brasil Colonial, do ouro

do Império do Mwenemuthapa e do Zimbabwe de Manhiquene, com os

navegadores Europeus.

2. Precursores do Mercantilismo

Os principais precursores sonantes da corrente Mercantilista foram Jean Baptist

Colbert (1619 – 1683), Jean Bodin (1566), John Locke (1632-1704), William Petty

(1623 – 1687), David Hume (1711-1776) e John Law (1716).

3. O mercantilismo sua relação com o conjunto de ideias económicas

O mercantilismo, em si, não pode ser considerado como uma teoria unificada de

economia. Os mercantilistas tendiam a concentrar a sua atenção numa área

específica da economia e pode se depreender que os escritos da época têm o

Mercantilismo como um sistema de poder político e, simultaneamente como um

sistema de regulamentação da actividade económica, proteccionista e um sistema

monetário com a teoria da balança comercial.

Contudo, alguns teóricos recusam a ideia de uma teoria mercantilista, alegando

que esta dá "uma falsa unidade a factos díspares; e esta doutrina tornava

impossível a existência de uma teoria geral da economia. Os mercantilistas viam o

sistema económico como um jogo de soma zero, onde a ganância de uma das

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partes supunha a perda da outra ou, seguindo a famosa máxima de Jean Bodin,

"não há nada que alguém ganhe e que outrem não perca".

Assim, qualquer sistema político que beneficiasse a um grupo causaria dano a outro

(ou a outros), não existindo a possibilidade de a economia servir para maximizar a

riqueza comum ou para o bem comum.

Os escritos mercantilistas tomaram como critério justificar as práticas, do que

avaliar o impacto dessas práticas e determinar o melhor modo de implementá-las.

O mercantilismo é, portanto, uma doutrina ou política económica que aparece num

período intervencionista e descreve um credo económico que prevaleceu à época

de nascimento do capitalismo, antes da Revolução Industrial.

As primeiras teorias mercantilistas desenvolvidas em princípios do Século XVI

estiveram pontuadas pelo bullionismo. A esse respeito, Adam Smith descrevia:

"Durante esse período, importantes quantidades de ouro e prata fluíam desde as

colónias espanholas do Novo Mundo para a Europa. Para os escritores bullionistas,

a riqueza e o poder do Estado medem-se pela quantidade de ouro que possui.

Cada nação deve, pois, acrescentar as suas reservas de ouro à custa das demais

nações, para fazer crescer o seu poder. A prosperidade de um Estado mede-se,

segundo os bullionistas, pela riqueza acumulada pelo governo, sem mencionar a

Renda Nacional.

Isto levou os mercantilistas a propor como objectivo económico de ter um excedente

comercial. Era estritamente proibida a exportação de ouro. Os bullionistas também

eram partidários de altas taxas de juros para animar os investidores a investirem o

seu dinheiro no país".

No Século XVIII, foi desenvolvida uma versão mais elaborada das ideias

mercantilistas, que recusava a visão simplista do bullionismo. Embora considerasse

que o ouro era a riqueza principal, admitia a existência de outras fontes de riqueza.

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Muitas foram as críticas focalizadas ao sistema mercantilista. Como principais,

pode-se citar o apego demasiado ao lucro, pois o país buscava intermitentemente a

riqueza, mesmo que o outro país tivesse prejuízo; segundo Montaigne "o lucro de

um país é o prejuízo de outro"; a produção existia em função do desenvolvimento

do Estado e não do bem-estar dos indivíduos. A exploração, ao máximo, da colónia

e o impedimento de qualquer desenvolvimento económico desta evitava a possível

concorrência entre os estados.

Embora não seja bastante significativa a contribuição do mercantilismo à ciência

económica, foram difundidas algumas ideias importantes, que acabaram

influenciando a nova fase da evolução do pensamento económico, a fase científica

da economia inaugurada por Adam Smith.

4. Consequências do Mercantilismo

Tal como já foi mencionado, a corrente mercantilista foi caracterizada e dominada

pela procura de metais preciosos (o ouro e a prata), pois a riqueza e robustez da

nação era medida em função da quantidade destes metais, existentes no território.

Importa relembrar que, porque muitos destes países não detinham reservas destes

minérios, impunha-se a necessidade de identificação de colónias em África, Ásia e

América e, consequentemente, a corrida colonial.

Outro aspecto prendia-se com a necessidade de mercados para colocação de

produtos manufacturados, bem como as fontes para exploração da matéria-prima.

O mercantilismo pode se considerar a primeira corrente económica capitalista, isto

é, lançou os fundamentos de uma nova ideologia que viria a dominar o Mundo

das ideias económicas, bem como a se assumir como modelo de desenvolvimento

das economias padrão –o Capitalismo.

Tal, como se referiu anteriormente, o Mercantilismo teve como impacto na

intensificação comercial e alargamento das redes de troca mundiais de comércio,

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onde as colónias se tornaram o mercado dos produtos manufacturados da

indústrias europeias.

Tambem pode se referir que o mercantilismo permitiu o desenvolvimento e

consolidaçao do sistema de colonização dos povos de outros continentes, como a

Africa, o que veio a culminar com a partilha do mundo por zonas de influência e, por

regra, mercado restrito aos detentores da colónia; daí o eclodir de novos conflitos

entre potências, pela conquista de espaço.

Leituras Obrigatórias

1. Texto de apoio 1. A (pág. 1 – 2)

2. Texto de apoio 1.B, sobre DOUTRINA MERCANTILISTA1 (pág. 1 – 17)

Actividade 2

1. Que condições económicas e politicas ditaram o surgimento da corrente mercantilista de pensamento?

2. Fale dos princípios do Mercantilismo

3. Indique as principais críticas à corrente mercantilista de pensamento.

4. Comente a seguinte afirmação:

“ Os mercantilistas fazem da riqueza o fim da vida social, mas não entendem

atacar frontalmente a ideia da primazia do Estado. Pelo contrário, esforçam-se

por mostrar que uma tal concepção está em perfeita harmonia com a que vê no

poder do Estado o fim supremo da actividade humana”.

5. Mostre a relação do Mercantilismo e a Partilha de África saída da Conferência

de Berlim, em 1885.

1 Texto adaptado para apoiar os estudantes do módulo de HPE

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Referências Bibliográficas • ARAÚJO, V., História do Pensamento Económico: Uma abordagem introdutória.

São Paulo, Atlas, 1992.

• BURNS, E., História da Civilização Ocidental, Vol. II, Porto Alegre, Editora

Globo, 1993.

• DINIS, Henri. História do Pensamento Económico. Editora Livros Horizonte. S/d

• FURTADO, C. O Mito do Desenvolvimento Económico. São Paulo, Circulo do

Livro, 1974.

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UNIDADE TEMÁTICA 3

O FISIOCRATISMO Elaborado por: Irene T.Boane

OBJECTIVOS

No final desta unidade, você deverá ser capaz de:

• Explicar o conceito e descrever a origem da corrente Fisiocrática;

• Explicar as características do fisiocratismo como corrente de Pensamento económico;

• Conhecer a sua contribuição e impacto na evolução histórica do pensamento económico.

Introdução

Na presente unidade desta disciplina, iremos estudar o fisiocratismo, o conceito,

princípios, características e sua contribuição na evolução histórica da Economia. A

presente unidade temática terá uma lição com a duração de 2 horas.

LIÇÃO Nº 3

1. A Fisiocracia

A chamada escola fisiocrática surgiu no século XVIII. É considerada a primeira

escola de economia científica, e foi fundada por François Quesnay (1694-1774), o

qual escreveu a obra Tableau Économique, que marcou a primeira fase científica da

economia.

Quesnay defendeu, na sua tese, que é preciso obter a máxima satisfação, com

um mínimo de esforço, na harmonia. Não obstante a existência do antagonismo de

classes sociais, acreditava na compatibilidade ou complementaridade dos

interesses pessoais, numa sociedade competitiva.

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A palavra fisiocracia significa governo da natureza, pois, de acordo com o

pensamento fisiocrático, as actividades económicas não deveriam ser reguladas de

modo excessivo, nem guiadas por forças "anti-naturais", mas, sim, conceder maior

liberdade porque uma ordem imposta pela natureza é regida pelas leis naturais, que

governaria o mercado e tudo se acomodaria conforme esse princípio.

O fisiocratismo considera o sistema económico como um "organismo" regido por

leis intrínsecas (pela ordem natural das coisas), sendo elas, assim, cientificamente

relevantes.

Na fisiocracia, a base económica é a produção agrícola, ou seja, um liberalismo

agrário, onde a sociedade é dividida em três classes: produtiva, proprietários de

terra e as demais classes.

O papel do Estado deve se limitar a guardião da propriedade e garante de liberdade

económica e, não deveria intervir no mercado ("laissez-faire, laissez-passer"), pois

existe uma "ordem natural" que rege as actividades económicas.

Em sua obra, François Quesnay retratou um esquema de fluxo de bens e despesas

entre as diferentes classes sociais, onde evidenciou a interdependência entre as

actividades económicas e as agrícolas, estas últimas fornecendo um "produto

líquido", que é repartido na sociedade.

Com o advento da fisiocracia, surgiram duas grandes ideias de alta relevância para

o desenvolvimento do pensamento econômico, a destacar: a) “A ordem natural

rege todas as actividades económicas, e inútil é criar leis à organização económica”

e advogou igualmente a importância da agricultura sobre o comércio e a indústria,

ou seja, b) “ a terra é a fonte de todas as riquezas que, mais tarde, farão parte

destes dois campos económicos”

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2. Princípios Básicos

Para melhor compreensão dos princípios básicos da corrente fisiocrata, importa,

antes, reter que os fisiocratas desenvolvem a analogia com a natureza física do

mundo, em oposição ao mercantilismo pois as suas ideias surgem na época

dominada por actividades apenas ligadas ao sector primário, a agricultura.

Ao contrário das leis da natureza, que não podem ser quebradas, as sociedades

podem distanciar-se da ordem natural que deveria reger os sistemas económicos.

Assim, o discurso fisiocrático aponta para uma crença teórica natural da economia,

onde quem se opuser, fatalmente cairá em erro.

É uma teoria baseada na economia agrária, identificando a terra como fonte única

de riqueza: ‘uma semente é capaz de gerar mil, os recursos nela se reproduzem’.

Para os fisiocratas, o comércio consiste na tornada do excedente como fenómeno

da agricultura; para o intercâmbio e a troca por outros bens valiosos (capitalismo) se

apresentaria com uma ordem para o garante de troca deste em produtos valiosos.

Para os fisiocratas, toda riqueza provém da terra, a indústria apenas diversifica o

produto e o comércio distribui-o. São anti-intervencionistas anti-proteccionistas e

consequentemente anti-mercantilistas.

3. O Impacto da corrente Fisiocrática na evolução da História do Pensamento Económico

Na perspectiva fisiocrata, o trabalho agrícola é a única forma de trabalho produtivo.

Apesar das limitações surgidas a partir da tomada do conceito, o mérito da corrente

reside na individualização no processo produtivo, o lugar de origem do produto

líquido (excedente) e pregou a existência de uma ordem natural, onde o estado não

deveria intervir (laissez – faire, Laissez – Passer) nas relações económicas.

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4. Os equívocos dos fisiocratas

O grande erro dos fisiocratas consistiu em pensar que a economia política trata de

riquezas, como bens materiais (por isso que, para estes, a única classe produtiva

estava ligada à agricultura, pois esta "cria" bens materiais) e é por esse motivo que

a Economia Política tem na agricultura uma actividade fecunda, e a Indústria não,

mas ela, como ciência, estuda produtos vistos com um valor económico. E o

Quadro Económico de Quesnay (QEQ) trata da formação, circulação e distribuição

dos valores sem, contudo, explicar o que é o valor.

Há, porém, que dar mérito ao trabalho de Quesnay, pois, constitui uma primeira

tentativa de quantificação da vida Económica.

Em conclusão, a Fisiocracia contribuiu para a gestação do moderno pensamento

Económico, valorizando a terra, mas exagerou ao afirmar que só os produtos

retirados da terra é que proporcionam riqueza e Quesnay criou um Quadro que

alerta para a circulação do Capital nos sectores da Economia.

Leituras Obrigatórias

1. Texto de Apoio 1. A, - Fisiocracia, (página. 2-6). 2. Texto de Apoio 2.A - QUESNAY E A FISIOCRACIA (paginas 1-14)

ACTIVIDADES 3

1. Aponte dois princípios da corrente fisiocrática e comente.

2. Comente a seguinte afirmação:

“ O direito natural de cada homem reduz, na realidade, à porção que pode

alcançar pelo seu Trabalho”.

3. Enumere os principais constrangimentos da corrente Fisiocrata.

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4. Debruce-se sobre a contribuição e impacto na evolução do Fisiocratismo

como corrente de pensamento económico.

REFERÊNCIAS

• ARAÚJO, V., História do Pensamento Económico: Uma abordagem

introdutória. São Paulo, Atlas, 1992.

• BURNS, E., História da Civilização Ocidental, Vol. II, Porto Alegre, Editora

Globo, 1993.

• DINIS, Henri. História do Pensamento Económico. Editora Livros Horizonte.

S/d

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UNIDADE TEMÁTICA 4

ESCOLA CLÁSSICA

Elaborado por: Irene T.Boane

OBJECTIVOS

No final desta unidade, você deverá ser capaz de:

• Explicar o conceito e descrever a origem da corrente Económica Clássica;

• Explicar as características do classicismo e conhecer os precursores;

• Conhecer a sua contribuição e impacto no desenvolvimento das teorias cientifícas que regem as sociedades modernas e contemporâneas.

INTRODUÇÃO A presente unidade vai falar da Escola Clássica do Pensamento Económico,

surgida nos finais do séc.XVIII, em contraposição ao mercantilismo e à

consolidação da teoria fisiocrática. A unidade será composta por uma lição.

Lição 4

A ESCOLA CLÁSSICA

INTRODUÇÃO

Na primeira lição da presente unidade, você conhecerá o pensamento da Escola

Clássica, o conceito, princípios e seus precursores.

Contextualização

A Escola Clássica é uma corrente de pensamento económico que vigorou nos finais

do século XVIII até ao início do séc. XIX, cujo princípio é o liberalismo económico,

defendido pelos fisiocratas.

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O seu principal expoente foi Adams Smith (1723 a 1790), que contestou a

regulamentação comercial do sistema mercantilista, pois, segundo ele, a

concorrência implusiona o mercado e dinamiza a economia, gerando o

desenvolvimento.

A teoria clássica surgiu da tentativa de interpretação da ordem económica,

procurando o equilibrio do mercado (procura e oferta), o ajuste dos preços, a

satisfação das necessidades humanas, através da divisão do trabalho e do

liberalismo, influenciado pelas inovações tecnólogicas desenvolvidas durante a

revolução industrial.

Princípios da Escola Clássica

O princípio da economia clássica é a concorrência, onde os individuos agem em

proveito próprio; num mercado em que vigora a concorrência, aqueles funcionam

espontaneamente, de modo a garantir, por mecanismo abstrato e impessoal (da

mão invisível), a alocação mais eficiente dos recursos e da produção, sem que

haja excesso de lucros. Neste contexto, o único papel económico do governo

(além de garantir a lei e a ordem) é a intervenção na economia quando o

mercado deixa de funcionar de maneira satisfatória, ou seja, quando não há livre

concorrência

Segundo a teoria clássica, numa economia concorencial, a oferta de cada bem

e de cada factor de produção tende, sempre, a igualar a procura e o que determina

o equilibrio entre a oferta e a procura é o preço (do trabalho, o salário).

De acordo com Adam Smith, a economia não se deveria limitar ao armazenamento

dos metais preciosos e ao eriquecimento da nação (anti-Mercantilista).

Em sua obra, Smith estabeleceu princiíios para análise do valor dos lucros, dos

juros, da divisão do trabalho, da renda da terra, bem como a teoria sobre o

crescimento económico, a causa da riqueza das nações, a intervenção estatal,

distribuição da renda, formação e aplicação do capital”.

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Precursores do Pensamento Clássico

A economia clássica foi elaborada e sistematizada nas obras dos economistas politicos, nomeadamente:

a) Adam Smith.

Adam Smith, (1723-1790) filósofo de formação, é o pai da Economia

Política. É com ele que a Economia nasce, enquanto ciência. A sua

obra “ O Inquérito sobre a Natureza e as Causas da Riqueza da

Nações”, foi publicada em 1776 e é considerada a obra fundadora da

Economia Política.

Adam Smith escreveu numa época em que a indústria conhecia um

crescimento sem precedentes, configurando-se como a verdadeira

fonte da riqueza das nações. Adam Smith opunha-se à intervenção

do Estado na economia. Ficou célebre o seu conceito de mão

invisível, segundo o qual, se os homens actuassem livremente em

busca do seu próprio benefício, existiria uma "mão invisível" que

transformaria os seus esforços em benefícios para todos.

Hoje sabemos que o conceito de Mão Invisível de Adam Smith é muito semelhante

ao conceito de mercado e defende a liberdade absoluta do comércio, que levaria a

sociedade à perfeição

b) Jhon. S Mill (1806-1873)

Filósofo e economista nascido na Inglaterra. Foi defensor do utilitarismo e introduziu

na economia o conceito de Justiça Social.

c) Jean Baptiste Say (1767 – 1832),

Filósofo francês, criou a lei dos mercados, segundo a qual (a oferta cria a sua

própria procura), pois a super produção é impossível, por que as forças do mercado

operam de maneira que a produção crie a sua própria procura.

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d) David Ricardo (1772-1823)

Homem de negócios de sucesso, é outro grande vulto na história do

pensamento económico. A sua principal obra chama-se "Princípios

da Economia Política e da Tributação" e foi escrita em 1817.

Ricardo focou a sua atenção na tendência para a baixa dos lucros,

que ameaçaria a economia inglesa. Essa tendência poderia ser

neutralizada com o desenvolvimento do comércio externo.

É muito conhecida a sua Teoria das vantagens comparativas no

comercio internacional em que comparava as vantagens de

Portugal e da Inglaterra, no comércio entre si.

De acordo com os estudos de Ricardo, Portugal retiraria vantagens no comércio

com a Inglaterra, se se especializasse na produção e exportação de vinhos,

enquanto que a Inglaterra se deveria especializar na produção e exportação de

trigo.

Um dos principais teóricos da economia política clássica, exerceu influência sobre

os neoclássicos e os maxistas. Desenvolveu a teoria do valor do trabalho e da sua

relação com o valor monetário; elaborou sobre a teoria da distribuição, da sua

relação com o lucro e os salários, bem como sobre o comércio internacional e

temas monetários.

e) Thomas Malthus (1766 – 1834).

Este pensador procurou colocar a economia em bases empíricas e defendeu que o

excesso da população era a causa de todos os males, teoria descrita no seu livro (O

Ensaio Populacional), fundada no principio segundo o qual as populações crescem

em progressão geométrica e os meios de subsistência em progressão artimética;

daí a necessidade do aumento da mortalidade e das restrições ao nascimento.

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O Declíneo do Liberalísmo Clássico

O declínio do liberalismo clássico remonta ao final do Séc. XVIII e inicio do século

XIX com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929 e a subsequente

Grande Depressão e a queda vertiginosa da economia o que veio a desenvolver

um sentimento de descrédito da teoria liberal, e o reforço das teorias de intervenção

do Estado na economia, notadamente as ideias de Keynes, aplicadas, quase

simultaneamente, pelo plano New Deal, do presidente norte-americano Franklin

Roosevelt, e pelo governo Nacional Socialista da Alemanha de Hitler que, em três

anos, enquanto o resto do mundo agravava a recessão, conseguiu acabar com o

desemprego na Alemanha Nazista, sem provocar inflação, adoptando um déficit

orçamental que chegou a atingir 5% do PIB alemão.

Keynes( 1936) publicou sua obra magna, The General Theory of Employment,

Interest and Money, que veio a dar o suporte teórico à intervenção governamental

na economia, que já vinha sendo adoptada, intuitivamente, anos antes da

publicação do livro de Keynes.

Durante a década 40, os países ricos criaram os acordos de Bretton Woods e

estabeleceram regras intervencionistas para a economia mundial. Entre outras

medidas, surgiu o FMI. Com a adopção das metas dos acordos de Bretton Woods e

a adoção de políticas keynesianas, os 30 anos seguintes foram de rápido

crescimento nos países europeus e no Japão, que viveram sua Era de Ouro.

A Europa, por sua vez, renasceu com apoio financeiro conseguido por meio do

Plano Marshall, e o Japão teve o período de maior progresso da sua História. O

período de pós-guerra, até o início da década de 1960, foram os "anos dourados"

das economias capitalistas.

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Leituras Obrigatórias 1. Anexo 1 (O Esquema da Economia Liberal) 2. Texto de Apoio 1.A, Economia Clássica, pág. 6 -12. 3. TEXTO DE APOIO 3. A, ADAM SMITH2, PÁG. 1-19 4. TEXTO DE APOIO 3. B THOMAS MALTHUS, PAG. ???

Actividade 4

1. Identifique os princípios básicos do Pensamento Liberal

2. Debruce-se sobre o pensamento defendido pelos teóricos David Ricardo (1772-1823) e Thomas Malthus (1766 – 1834).

3. Mostre a relação do pensamento de Adam Smith “ A riqueza das Nações e a

Teoria do valor de troca”. (leitura recomendada: o texto 3.A).

4. Mostre a relação da Crise de Super Produção (1929) com o declínio do

Pensamento Clássico.

Referência Bibliográfica

• ARAÚJO, V., História do Pensamento Económico: Uma abordagem

introdutória. São Paulo, Atlas, 1992.

• BURNS, E., História da Civilização Ocidental, Vol. II, Porto Alegre, Editora

Globo, 1993.

• DINIS, Henri. História do Pensamento Económico. Editora Livros Horizonte.

S/d

• FURTADO, C. O Mito do Desenvolvimento Económico. São Paulo, Circulo do

Livro, 1974.

2 Texto de apoio adaptado para os estudantes de GT.

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UNIDADE TEMÁTICA 5

REAÇÕES ANTI-LIBERAIS

Elaborado por: Irene T.Boane OBJECTIVOS

No final desta unidade, você deverá ser capaz de:

• Conhecer os principais presupostos Anti-Liberais que dominaram a segunda

metade do sec.XIX;

• Conhecer os principais pensadores anti-liberais ( precursores).

• Descrever o pensamento Socialista Anti-Liberal e as divergências nele

existentes.

INTRODUÇÃO

A presente unidade vai debruçar-se sobre as principais formas de reação Anti-

Liberal, isto é, contrárias ao pensamento clássico, discutido pelos impulsionadores

do Anti-Liberalismo.

A presente unidade temática será composta por uma lição de duas horas.

LIÇÃO Nº 5

REACÇÕES ANTI-LIBERAIS

1. Contextualizacao das Reacções anti- Liberais

Apesar do domínio do pensamento económico da Escola Clássica Liberal, a

realidade económica e social da primeira metade do séc.XIX mostrou-se contrária

aos seus princípios, pois assiste-se à emergência de teorias que advogam a

necessidade de intervenção do Estado na economia nacional, fazendo apologia à

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Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância 32

protecção do mercado nacional e da concorrência estrangeira, e passamos a

destacar :

Friedrich List (1789-1846) impulsionador da reunificação, considera que a doutrina

da Escola Clássica está em desacordo com a natureza das coisas e com a

evolução histórica da Humanidade, pelo que considerou a doutrina clássica

abstracta e estática.

Segundo List, a finalidade da economia nacional é o desenvolvimento das forças

produtivas do país, pelo que, o que um país perde em riqueza-valor de troca, ganha

largamente no futuro em riqueza-produtiva.

Henry Carey (1793-1879) – primeiramente, liberal optimista. Por consequência da

crise de 1837, converteu-se ao proteccionismo, em defesa da protecção aduaneira

e da política de livre-câmbio, como regime de longa duração aplicável à agricultura.

Carey apoiou-se em David Ricardo e Malthus, expondo o seu proteccionismo

nacional, sobretudo para o sector agrário.

Jean Sismondi (1773-1842), adepto do liberalismo económico, veio a opor-se,

após sucessivas crises económicas que abalaram a França, de 1815 a 1825 e

defende que a distribuição deve merecer igual atenção, pois relaciona-se com a

felicidade dos homens, em crítica à super produção da concorrência, porque o

equilíbrio económico se estabelece à custa do sacrifício das classes pobres (os

operários), dependentes do salário magro.

O Socialismo Escola Socialista: Surgiu na Alemanha (1872) e o termo foi empregue, pela primeira

vez, em 1827, por Roberto Owen. Esta estabeleceu que o Estado deve ter em suas

mãos a propriedade e os meios de produção, regular a distribuição de riquezas

económicas (bens e/ou serviços) e promover reformas em busca do bem-estar

social.

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A corrente socialista apresenta no seu conjunto, uma reacção anti-individualista,

anti - livre concorrência e é pela intervenção do Estado na vida económica, na

gestão dos meios de produção e distribuição equitativa da riqueza pelo povo

Esta corrente propôs-se estabelecer uma doutrina do estado na vida económica,

uma estrutura igualitária de produção e de distribuição da riqueza, assim como

combater ou restringir a propriedade privada.

A Escola Socialista é dividida em três segmentos, classificados conforme a

estrutura do pensamento de seus autores:

a) Socialismo Utópico – Constituído pelos pensadores idealistas, liderados por

Thomas Malthus. A sua grande obra “A Utopia” (1516), era uma crítica

consistente ao capitalismo nascente e ao feudalismo decadente. “A Utopia”

ficou, na história do socialismo, como a primeira tentativa teórica de

formação de uma sociedade sem propriedade privada, sem trabalho

assalariado e sem supérfluos.

b) Socialismo Científico foi constituído por pensadores cujos trabalhos

estruturaram o materialismo dialéctico e histórico. O socialismo científico foi

liderado por Karl Marx (1818-1883), e a sua principal obra foi “O Capital”

(1867). Dentre os vários aspectos da sua obra, destacam-se os estudos

sobre a mais-valia, acumulação capitalista e o exército industrial de reserva.

- Materialismo dialéctico – doutrina cuja ideia central é que o mundo não

pode ser acabado, mas é um conjunto de processos; em incessante

movimento.

- Materialismo histórico – doutrina do Marxismo, que afirma que o modo de

produção da vida material condiciona o conjunto de todos os processos da

vida social, política e espiritual.

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c) Neo-Marxismo – Conhecido como reformador do Marxismo ou integrante

da nova esquerda (Neo-Esquerdista). O Neo-Marxismo foi liderado por

António Gramsci (1891-1937), que discordou de Marx, ao afirmar que

nenhuma classe poderia dominar com base em factores económicos, mas

também entendia que a classe operária deveria atingir o poder através do

esforço político e intelectual.

Entre os principais defensores do pensamento socialista, destacamos:

a) Saint Simon

As suas ideias resumem-se à importância da solidariedade e da igualdade

entre os seres humanos. Para Simon, a organização social do futuro implica

o desaparecimento das classes, onde não haverá ricos nem pobres, a

igualdade industrial consiste em cada um receber da sociedade benefícios

exactos e proporcionais à sua posição social. Esta doutrina estava destinada

a substituir tanto os ideais do liberalismo como os preceitos religiosos do

catolicismo.

b) Robert Owen

Defensor do socialismo associativista. Considera que um indivíduo isolado

encontra na associação a força e a protecção de que necessita. Introduziu o

conceito de cooperativas e comunas como um processo com vista à

colocação da sociedade em harmonia com a natureza.

Defendeu ideais como: “o lucro é injusto, o preço do custo era o justo

preço…concluiu que era necessário substituir a moeda por senhas de

trabalho, com vista a permitir que o trabalhador tenha a capacidade de

compra ou de consumo equivalente ao que produziu”.

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c) Charles Fourier

Segundo o autor, a concorrência livre é um estado anárquico, em que todos

abusos são possíveis; daí que defenda a criação de um novo meio social, no

qual o homem não é vítima da liberdade económica mas, sim, a favor de um

regime de propriedade individual em sociedades onde, pela convivência, os

homens melhorariam o sentimento recíproco e se converteria o trabalho

assalariado em associado.

d) Karl Marx Karl Marx é um vulto importante da história do pensamento económico.

A sua obra económica principal chama-se "O Capital". Viveu as

primeiras grandes crises do capitalismo industrial e procurou dar uma

explicação para essas profundas convulsões. Na sua teoria, prevê a

evolução do sistema socioeconómico e a substituição do capitalismo

por um outro sistema social a que chama socialismo que, por sua vez,

dará lugar a outro, chamado comunismo. Foi defensor dos ideais do manifesto comunista, originalmente denominado

Manifesto do Partido Comunista, escrito por Karl Marx e Friederich Engels, teóricos

fundadores do socialismo científico.

Marx e Engels partem de uma análise histórica distinguindo várias formas de

operação social e situam a burguesia moderna como a nova classe opressora.

Neste contexto, o papel revolucionário é o de destruir o poder monárquico e o

religioso, o de valorização da liberdade económica extremamente competitiva, com

um sistema monetário frio em detrimento das relações sociais, que torna o operário

uma simples peça de trabalho.

Marx analisa, ainda, o desenvolvimento das novas necessidades tecnológicas e de

consumo impostas ao mercado, bem como o proletariado.

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Segundo a teoria socialista de Marx, o desenvolvimento do socialismo pressupõe o

desaparecimento da divisão de classes sociais de poder público. No entanto, seria

instaurada uma Sociedade Comunista (sociedade igualitária, sem classes sociais,

baseada na propriedade comum, no controlo dos meios de produção e da

propriedade em geral).

Para Karl Marx, o comunismo seria a fase final da sociedade humana, alcançável

através de uma revolução proletária

Leituras Obrigatórias

1. Texto de Apoio 1.A , pág. 12 -20 2. Texto de Apoio 8.A 3. http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_keynesiana

Actividade 5

1. O que entende por corrente de pensamento Anti-Liberal?

2. Quais os principais pressupostos Anti-Liberais que dominaram a segunda

metade do Séc. XIX?

3. Descreva e compare o pensamento de Henry Carey (1793-1879) e Jean

Sismondi (1773-1842), destacando as semelhanças e as diferenças neles

existentes.

4. Descreva o pensamento Socialista Anti-Liberal e as divergências nele

existentes.

5. Fale da célebre obra de Karl Marx “ O Capital” (300 palavras).

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Referência Bibliográficas

• LENINE, V. I. O imperialismo, fase superior do capitalismo. Pequim, Ensaio

Popular, 1972.

• KEN, Tom. A Revolução Industrial na Europa do século XIX. Lisboa, Edições

70, s/d.

• LENINE, V. I. O imperialismo, fase superior do capitalismo. Pequim, Ensaio

Popular, 1972.

• MARX, Karl - Contribuição para crítica da Economia Política - Prefácio (Colecção os Economistas)

• MARX, Karl - Formações Econômicas Pré - Capitalistas - Ed. Paz e Terra - Rio de Janeiro, 1985.

• MARX, Karl - O Capital - Livro 1 (Colecção Os Economistas)

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UNIDADE TEMÁTICA 6

O NEOCLASSICISMO OU MARGINALISMO

INTRODUÇÃO

A presente unidade vai apresentar as principais reacções Neoliberais e os seus

principais impulsionadores. A Unidade terá duas lições, sendo uma teórica e uma

prática.

Elaborado por: Irene T.Boane OBJECTIVOS No final desta unidade, você deverá ser capaz de:

- Dar a conhecer os pressupostos Neoliberais que dominaram a segunda metade do

Séc. XIX e os inícios do Séc. XX.

- Identificar os precursores.

LIÇÃO Nº 6

1. O NEO-CLASSICISMO (Fins do Séc. XIX ao início do Séc. XX)

A escola Neoclássica ou Marginalista é uma corrente de pensamento económico

que surgiu em defesa do pensamento clássico de Adam Smith, destacando, como

princípio, as “forças da procura e da oferta”, pelo mecanismo de auto-regulação.

Estudou os preços, o equilíbrio, a concorrência perfeita, por via de autonomização

das empresas, da teoria do valor e da análise microeconómica.

O surgimento ou aparecimento da Escola Neo-Clássica acontece numa conjuntura

conturbada, de incertezas, perante teorias contrastantes (Marxista, Clássica e

fisiocrata) do pensamento económico em 1870.

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A economia clássica foi elaborada e sistematizada nas obras dos economistas

políticos Adam Smith e J.S. Mill e os principais responsáveis pela formação da

economia clássica foram o francês Jean-Baptiste Say (1767-1832), David Ricardo e

Robert Malthus (1766-1834).

A escola neoclássica ou marginalista do pensamento económico caracterizou-se

pelos contributos que deu para o conhecimento da utilidade de um bem e da sua

escassez, pela abordagem microeconómica e pelo forte instrumentário matemático

com que revestia a exposição e fundamentação das suas teorias visando o

equilíbrio da economia.

A Escola Neoclássica ou Marginalista do pensamento económico prestou um

grande contributo na economia, através do estudo e desenvolvimento de conceitos

tais como a utilidade de um bem e da sua escassez, o que caracterizou a

abordagem microeconómica, a exposição e fundamentação da teoria com vista ao

equilíbrio da economia.

A teoria neoclássica teve como desafio a Utilidade e Procura (interacção entre a

procura e a oferta). Desenvolveu os conceitos e analisou igualmente a relação entre

a utilidade marginal, decrescente e ascendente, do consumidor e a elasticidade do

preço e buscou os seus modelos, cada vez mais aplicáveis à realidade.

Não é simples estabelecer uma diferença entra a teoria clássica e a neoclássica,

pois a Neoclássica compreende a maioria dos paradigmas clássicos e aprimorou

outros. Os Neoclássicos, de certa forma, trazem uma teoria que acrescenta valor à

clássica.

Os pensadores neoclássicos usam pressupostos que asseguram o equilíbrio,

partindo do pressuposto de que os preços são flexíveis à economia, não acreditam

na luta e na diferença entre classes, negam o carácter progressivo do capitalismo,

assim como a teoria clássica do valor-trabalho.

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A lei do mercado, para os neoclássicos, conduz à estabilidade económica e a

quantidade de moeda afecta o nível de preços de uma economia. Para estes, existe

uma relação entre os níveis de investimento e a poupança (pois esta determina o

investimento). A taxa de juro funciona como o preço regulador. Foram responsáveis

pela construção de alguns modelos de análise estática comparativa de economias

diversas, e da aplicação de micro-fundamentos à macroeconomia.

A principal preocupação dos neoclássicos era o funcionamento de mercado e como

se chegar ao pleno emprego dos factores de produção, baseada no pensamento

liberal.

2. Contributo do Pensamento Neoclássico

Aos Neoclássicos devemos os conceitos elasticidade – preço e

rendimentos decrescentes, as diversas percepções da

macroeconomia, em modelos de maximização das funções utilidade e

do lucro, a teoria económica, na formação das expectativas racionais

em mecanismos de equilíbrios automáticos do mercado, a construção

do que viria a ser a oferta agregada e a análise do choque de oferta.

Alfred Marshall (1842-1924), matemático, economista, neoclássico da escola de

Cambridge. É um vulto importante da história do pensamento económico. A sua

obra principal chama-se "Princípios de Economia" e foi escrita em 1890. É esta a

obra que tem servido de base à formação em economia.

Alfred Marshall é considerado o precursor da Economia do Bem-Estar, já que o seu

objectivo explícito na análise económica era encontrar solução para os problemas

sociais.

Para Marshall, a Economia Política estuda a actividade individual e social, para

atingir o bem-estar. Para ele, o processo económico visa atender às aspirações

humanas e à satisfação das suas necessidades materiais. Marshall tem a

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Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância 41

preocupação de mostrar como o funcionamento dos mercados pode garantir a boa

utilização dos recursos disponíveis.

Contribuíram, igualmente, para o desenvolvimento da Escola Neoclássica do século

XIX, o austríaco Carl Menger (1840-1921), o inglês William Stanley Jevons (1835-

1882) e o francês Léon Walras (1834-1910). Posteriormente se destacam o

austríaco Knut Wicksell (1851-1926), o italiano Vilfredo Pareto (1848-1923) e o

norte-americano Irving Fisher (1867-1947).

Tese Neoclássica

1. O Valor de um produto é uma grandeza subjectiva, conforme a sua utilidade;

2. A Utilidade do bem é um factor da quantidade disponível e da circunstância;

3. O Preço é definido pelo equilíbrio entre a oferta e a procura;

4. Essa seria a “lei do mercado”, que conduziria à estabilidade económica.

Exemplo de Governos que adoptaram políticas económicas Neoliberais nos

últimos anos, Brasil (1990 – 1992 e de 1995 – 2003), Chile (1994 - 2010),

Estados Unidos da América (1981 – 1989 com Ronald Regan, 1989 – 2009

com George W. Bush), México (2000 – 2006) e Reino Unido (1979 - 1990

com Margaret Thatcher).

Leituras Obrigatórias

1. Texto de apoio 1.A (pág. 12 – 20) 2. Texto de apoio 5.A 3. Texto de apoio 5.B

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Actividade 6

1. Descreve as principais características da teoria Neoclássica.

2. Faça a distinção da Teoria Clássica do Adam Smith e o pensamento Neoclássico.

3. Fale da contribuição do teórico Alfred Marshall (1842-1924) para o Neoclassicismo.

4. Discuta os pontos fortes e fracos da teoria.

Referencia Bibliográfica

• FERREIRA, Sandra, CARVALHO, Vanessa, Historia do Pensamento

Económico, Da Escola Fisiocrata ao Keynesianismo, S/D.

• Davis, John B. Heterodox Economics, the Fragmentation of the Mainstream,

in Future Directions in Heterodox Economics. Edition University of Michigan

Press, 2006.

• DROZ, Bernard/ ROWLEY, Anthony. História do Século XX. Vols. 1, 2 ,3 ,4.

Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1988.

• FURTADO, C. O Mito do Desenvolvimento Económico. São Paulo, Circulo do

Livro, 1974.

• HOBSBAWN, Eric. A Era dos Extremos. Lisboa, Editorial Presença, 1996.

• HOBSBAWN, E. J. Indústria e Império. 2º Vol., Lisboa, Editorial Presença,

s/d.

• HOBSBAWN, E. J. A era do capital. Lisboa, Editorial Presença, s/d.

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Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância 43

UNIDADE TEMÁTICA 7 O KEYNESIANISMO

Elaborado por: Irene T.Boane OBJECTIVOS

No final desta unidade, você deverá ser capaz de:

• Definir o conceito e descrever a origem da corrente Keynesiana;

• Explicar as características da corrente Keynesiana como corrente de

Pensamento económico;

• Conhecer a contribuição e o impacto da corrente Keynesiana;

• Debruçar-se sobre a contribuição para o pensamento económico.

Introdução

Na presente unidade desta disciplina, ir-nos-emos debruçar sobre a Escola

Keynesiana, a sua origem, o conceito, as suas características, os precursores e a

sua contribuição na evolução histórica e da ciência económica. A presente unidade

temática será composta por uma lição.

LIÇÃO Nº 7

O KEYNESIANISMO

1. Contextualização

A escola Keynesiana ou Keynesianismo é uma teoria económica desenvolvida e

consolidada pelo economista inglês John Maynard Keynes, no seu livro Teoria

Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. Quando a doutrina clássica não se

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mostrava suficiente diante de novos factos económicos, Keynes. Promoveu uma

revolução na doutrina económica, opondo-se, principalmente, ao marxismo e ao

classicismo, substituindo os estudos clássicos por uma nova maneira de raciocinar

na economia, além de fazer uma análise económica restabelecedora do contacto

com a realidade.

A sua concepção era oposta à teoria neoliberal, fundamentada na afirmação do

Estado como agente indispensável de controle da economia, com vista ao garante

de um sistema de pleno emprego.

A escola keynesiana conhecida como "Estado de bem-estar social” , fundamentou-

se no princípio de que o ciclo económico não é auto-regulado, mas, sim, é

determinado pelo "espírito animal" dos homens empresários.

Pela incapacidade do sistema capitalista conseguir empregar todos os que querem

trabalhar, Keynes defende a intervenção do Estado na economia, a qual tem o

dever de conceder benefícios sociais que garantam à população um padrão mínimo

de vida, como a criação do salário mínimo, do seguro de desemprego, da redução

da jornada de trabalho (que então superava as 12 horas diárias) e a assistência

médica gratuita.

Keynes acreditava que o capitalismo poderia ser mantido, desde que fossem feitas

reformas significativas, já que o capitalismo houvera se mostrado incompatível com

a manutenção do pleno emprego e da estabilidade económica.

2. A teoria Keynesiana

A política económica intervencionista Keynesiana, inaugurada por Roosevelt, com o

New Deal, advogou, no início da década de 1930, a intervenção do Estado na

Economia, com o objectivo de tentar reverter o fenómeno da depressão e a crise

económica e social de 1929, a Crise da Superprodução.

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Cerca de 3 anos mais tarde, em 1936, a política económica foi teorizada e

racionalizada por Keynes, na sua obra clássica “Teoria Geral do Emprego, do juro e

da moeda”, cuja teoria é baseada no princípio de que os consumidores aplicam as

proporções dos seus gastos em bens e poupança, em função da renda. Quanto

maior a renda, maior é a percentagem desta que é poupada. Assim, se a renda

agregada aumenta em função do aumento do emprego, a taxa de poupança

aumenta simultaneamente. A taxa de acumulação de capital aumenta, a

produtividade marginal do capital reduz-se e o investimento é reduzido, já que o

lucro é proporcional à produtividade marginal do capital.

Neste contexto, ocorre um excesso de poupança, em relação ao investimento, o

que faz com que a demanda (procura) efectiva fique abaixo da oferta e assim o

emprego se reduza para um ponto de equilíbrio em que a poupança e o

investimento fiquem iguais e o equilíbrio pode significar a ocorrência de

desemprego involuntário, em economias avançadas.

A tese defendida por Keynes refere que o Estado deveria intervir na fase recessiva

dos ciclos económicos, com a sua capacidade de imprimir moeda, para aumentar a

procura efectiva através de déficits do orçamento do Estado, com vista a manter o

pleno emprego. É importante lembrar que Keynes nunca defendeu o carregamento

de deficits, de um ciclo económico para outro, nem, muito menos, que se

operassem orçamentos deficitários, na fase expansiva dos ciclos.

Keynes, ao desenvolver este estudo, tinha por objectivo explicar as flutuações

económicas ou flutuações de mercado e o desemprego generalizado, ou seja, o

estudo do desemprego em uma economia de mercado, a sua causa e a sua cura.

Keynes recebeu críticas dos socialistas, no que se refere ao aumento da inflação,

ao estabelecimento da uma lei única de consumo, ignorando as diferenças de

classes, mas, por outro lado, algumas das suas ideias foram agregadas ao

pensamento socialista, como, por exemplo, a política do pleno emprego e a do

direccionamento dos investimentos.

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Keynes defendia a intervenção moderada do Estado. Afirmava que não havia razão

para o Socialismo do Estado, pois não seria a posse dos meios de produção que

resolveria os problemas sociais, mas que ao Estado compete incentivar o aumento

dos meios de produção e a boa remuneração dos seus detentores.

Roy Harrod acreditava que Keynes tinha três talentos que poucos economistas

possuem. Primeiramente, a lógica, para assim poder ter se transformado num

grande especialista, na teoria pura da Economia. Dominava a técnica de escrever

lúcida e convincentemente. E, por fim, possuía um senso realista de como as coisas

se realizarão na prática.

As suas obras estimularam o desenvolvimento de estudos, não só no campo

económico, mas, também, nas áreas da contabilidade e da estatística. Na evolução

do pensamento económico, até agora, não houve nenhuma obra que provocasse

tanto impacto quanto a Teoria Geral do Emprego, do juro e da moeda de Keynes.

O pensamento Keynesiano deixou algumas tendências que prevalecem até hoje no

nosso actual sistema económico. Dentre as principais, os grandes modelos

macroeconómicos, o intervencionismo estatal moderado e a revolução

matematizante da ciência económica.

Segundo Keynes, o papel do Estado na economia seria o seguinte: A mais importante Agenda do Estado não está relacionada às actividades que os

indivíduos particularmente já realizam, mas às funções que estão fora do âmbito

individual, àquelas decisões que ninguém adopta, se o Estado não o faz.

Para o governo, o mais importante não é fazer coisas que os indivíduos já estão

fazendo, e fazê-las um pouco melhor ou um pouco pior, mas fazer aquelas coisas

que actualmente deixam de ser feitas. (The end of laissez-faire).

A escolha não deve ser se o Estado deve ou não estar envolvido (na economia),

mas como ele se envolve. Assim, a questão central não deve ser o tamanho do

Estado, mas as actividades e métodos do governo.

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3. Tese Keynesiana

1. Contesta a forma como o mercado conduz a economia ao equilíbrio; 2. A economia de mercado gera crises, marcadas pela recessão e pelo

desemprego; 3. O Investimento directo na economia garante o emprego da força de trabalho

existente; 4. As Crises dependem do aumento dos gastos públicos para suprir a

deficiência de demanda; 5. As Obras estatais criam novos postos de trabalho, diminuindo o desemprego.

Leituras Obrigatórias

1. Texto de Apoio 1.A pág. 20-22 2. Leia o texto de Apoio 6.A 3. http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_keynesiana

Actividade 7

Leia os textos e responda às seguintes questões:

1. O que entende por Keynesianismo?

2. Comente a seguinte afirmação “ O Estado é um agente indispensável de

controle da economia, com vista ao garante de um sistema de pleno

emprego” .

3. Fale do Papel da demanda agregada da lei de John Keynes.

4. Mostre a relação da produção, renda e demanda agregada.

5. Mostre a diferença entre a teoria Keynesiana e a teoria socialista.

6. Comente a afirmação:

”Keynes assinalou a importância da procura agregada e legitimou o recurso a

déficits fiscais em momentos de recessão. No entanto, jamais defendeu déficits

públicos crónicos.

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O seu pressuposto foi sempre o de que uma economia nacional equilibrada,

do ponto de vista fiscal, poderia, por um breve período, sair do equilíbrio para

restabelecer o nível de emprego”

Referencias Bibliográficas

1.FILHO, Fernando, Os Keynesianos Neoclássicos e os Pós Keynesianos, Porto

Alegre, 1991.

2. KEYNES, John Maynard. Teoria geral do emprego, do juro e da moeda (General

theory of employment, interest and money), Editora Atlas, 1992.

3. SICSÚ, João; PAULA, Luiz Fernando; e RENAUT, Michel; organizadores. Novo-

Desenvolvimentismo: um projecto nacional de crescimento com Equidade social,

Rio de Janeiro, 2005.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_keynesiana

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UNIDADE TEMÁTICA 8

O NEOLIBERALISMO

OBJECTIVOS

No final desta unidade, o estudante deverá ser capaz de:

• Explicar o conceito e descrever a origem da corrente Neoliberalista;

• Explicar as características da corrente Neoliberalista como corrente de Pensamento económico;

• Conhecer a sua contribuição e o impacto corrente Neoliberalista e a sua contribuição para o pensamento económico.

Introdução

Na presente unidade desta disciplina, ir-nos-emos debruçar sobre a Escola

Neoliberalista, a sua origem, o conceito, as suas características, o seu precursor e a

sua contribuição na evolução histórica e das ciências económicas. A presente

unidade temática será composta por uma lição.

LIÇÃO Nº 8

Neoliberalismo

1. Conceito e Génese do Neolibealismo

Ao fenómeno de ressurgência dos princípios liberais do início do século XX, foi

designado de neoliberalismo .

Podemos definir o neoliberalismo como um conjunto de ideias políticas e económicas capitalistas, que defende a não participação do Estado na economia. De acordo com esta doutrina, deve haver total liberdade de

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comércio (livre mercado), pois este princípio garante o crescimento económico e o desenvolvimento social de um país.

Surgiu na década de 1970, através da Escola Monetarista do economista Milton Friedman, como uma solução para a crise que atingiu a economia mundial em 1973, provocada pelo aumento excessivo no preço do petróleo.

O Neoliberalismo, como entendido actualmente, é um produto do liberalismo

económico clássico. O termo foi cunhado em 1938, no encontro de Colloque Walter

Lippman, pelo sociologista Alemão e economista Alexander Rüstow. O termo se

refere a uma redefinição do liberalismo clássico, influenciado pelas teorias

económicas neoclássicas.

O Neoliberalismo é uma corrente de pensamento e uma ideologia, isto é, uma forma

de ver e julgar o mundo social; um movimento intelectual organizado pela geração

de ideias e programas, de difusão e promoção de políticas adoptadas pelos

governos neoconservadores, sobretudo a partir da segunda metade dos anos 1970,

a partir das organizações multilaterais criadas pelo acordo de Bretton Woods

(1945), isto é, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Friedman, como vários outros economistas defensores do capitalismo laissez-faire,

argumentaram que a política do New Deal, do Presidente americano Franklin

Roosevelt, ao invés de recuperar a economia e o bem-estar da sociedade,

prolongou a depressão económica e social, por ter redireccionado os recursos

escassos da época para investimentos não viáveis economicamente, ou seja,

desperdiçou e diminuiu a eficiência, a produtividade e a riqueza da sociedade.

Em resumo, os neoliberais advogam que os investimentos devem ser realizados

considerando a eficiência económica de acordo com o seu valor produtivo para a

sociedade.

O neoliberal Friedman era contra qualquer regulamentação que inibisse a acção

das empresas, opunha-se, consequentemente, ao salário mínimo e a qualquer tipo

de piso tecto salarial fixado pelas categorias sindicais ou outro órgão de interesse

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social, pois estes distorceriam os custos de produção e causariam o aumento do

desemprego, baixando a produção e a riqueza, consequentemente, aumentando a

pobreza da sociedade. Friedman foi o defensor da teoria económica "monetarista"

ou da "Escola de Chicago".

2. Características do Neoliberalismo (princípios básicos)

1. Politica de privatização de empresas estatais;

2. Livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização;

3. Abertura da economia para a entrada de Multinacionais;

4. Adopção de medidas contra o proteccionismo económico;

5. Aumento da produção, como objecto básico para atingir o desenvolvimento económico;

6. Contra o controle de preços dos produtos e serviços por parte do Estado, ou seja, a lei da oferta e demanda é suficiente para regular os preços;

7. A base da economia deve ser formada por empresas privadas;

8. Defesa dos princípios económicos do capitalismo.

9. Mínimo de participação estatal nos rumos da economia do país;

10. Pouca intervenção do Estado no Mercado de Trabalho;

11. Desburocratização do Estado: Leis e regras económicas mais simplificadas, para facilitar o funcionamento das actividades económicas;

12. Diminuição do tamanho do Estado, tornando-o mais eficiente;

13. Posição contrária aos impostos e tributos excessivos;

3. Liberalismo Contemporâneo

O primeiro governo democrático a se inspirar em tais princípios foi o de Margaret

Thatcher na Inglaterra, a partir de 1980 (no que foi precedida, apenas, por Pinochet

no Chile, no início da década de 1970).

Persuadindo o Parlamento Britânico da eficácia dos ideais neoliberais, fez aprovar

leis que revogavam muitos privilégios até então concedidos aos sindicatos,

privatizou empresas estatais, além de estabilizar a moeda.

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Tal foi o entusiasmo de Thatcher pelo discurso do neoliberalismo então em voga

que seu governo acabou por criar uma tributação regressiva, chamada de Poll tax

ou imposto comunitário.

Os neoliberais apontaram o modelo Keynesiano como sendo o responsável pela

crise. Liderados por economistas adeptos do laissez-faire, como Milton Friedman,

denunciaram a inflação como sendo o resultado do aumento da oferta de moeda

pelos bancos centrais. Responsabilizaram os impostos elevados e os tributos

excessivos, juntamente com a regulamentação das actividades económicas, como

sendo os culpados pela queda da produção e do aumento da inflação. A solução

proposta para a crise foi a redução gradativa do poder do Estado, com a diminuição

generalizada de tributos, a privatização das empresas estatais e a redução do poder

do Estado de fixar ou autorizar preços.

Os Princípios Neoliberais

a) Filosofia: na “teologia” neoliberal os homens não nascem iguais, nem

tendem à igualdade. Logo, qualquer tentativa de suprimir a desigualdade é

um ataque irracional à própria natureza das coisas. Deus, ou a natureza,

dotou alguns com talento e inteligência, mas foi avaro com os demais.

Qualquer tentativa de justiça social torna-se inócua, por que novas

desigualdades, fatalmente, ressurgirão. A desigualdade é um estimulante

que faz com que os mais talentosos desejem destacar-se e ascender,

ajudando, dessa forma, o progresso geral da sociedade. Tornar iguais os

desiguais é contraproducente e conduz à estagnação.

b) Exclusão e pobreza: a sociedade é o cenário da competição, da

concorrência. Se aceitamos a existência de vencedores, devemos, também,

concluir que deve haver perdedores. A sociedade teatraliza em todas as

instâncias a luta pela sobrevivência. Inspirado no darwinismo, que afirma a

vontade do mais apto, concluem que somente os fortes sobrevivem, cabendo

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aos fracos conformarem-se com a exclusão natural. Esses, por sua vez,

devem ser atendidos, não pelo Estado de Bem-estar, que estimula o

parasitismo e a irresponsabilidade, mas pela caridade, feita por associações

e instituições privadas, que ameniza a vida dos infortunados. Qualquer

política assistencialista mais intensa joga os pobres nos braços da preguiça e

da inércia. Deve-se abolir o salário mínimo e os custos sociais, porque

falsificam o valor da mão-de-obra, encarecendo-a, pressionando os preços

para o alto, gerando inflação.

c) Os ricos: eles são a parte dinâmica da sociedade. Deles é que saem as

iniciativas racionais de investimentos, baseados em critérios lucrativos.

Irrigam com seus capitais a sociedade inteira, assegurando a sua

prosperidade. A política de tributação sobre eles deve ser amainada o

máximo possível, para não lhes ceifar os lucros ou inibi-los em seus

projectos. Igualmente a política de taxação sobre a transmissão de heranças

deve ser moderada, para não afectar o seu desejo de amealhar património e

de legá-lo aos seus herdeiros legítimos.

d) Crise: é resultado das demandas excessivas feitas pelos sindicatos

operários, que pressionam o Estado. Este, sobrecarregado com a política

providenciária e assistencial, é constrangido a ampliar progressivamente os

tributos. O aumento da carga fiscal sobre as empresas e os ricos reduz as

suas taxas de lucro e faz com que diminuam os investimentos gerais. Sem

haver uma justa remuneração, o dinheiro é entesourado ou enviado para o

exterior. Somam-se a isso os excessos de regulamentação da economia,

motivados pela contínua burocratização do Estado, que complicam a

produção e sobrecarregam os seus custos.

e) Inflação: resultado do descontrole da moeda. E esse por sua vez ocorre

devido ao aumento constante das demandas sociais (previdência, seguro-

desemprego, reformas especiais, redução da jornada de trabalho, aumentos

salariais além da capacidade produtiva das empresas, encargos sociais,

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férias, etc...) que não são compensadas pela produção geral da sociedade.

Por mais que o sector produtivo aumente a riqueza, a gula sindical vai na

frente, fazendo sempre mais e mais exigências. Ocorre, então, o crescimento

do déficit público, que é tapado com a emissão de moeda.

f) Estado: não há teologia sem demónio. Para o neoliberalismo, ele se

apresenta na forma de Estado, o Estado intervencionista. Dele é que partem

as políticas restritivas à expansão das iniciativas. Incuravelmente

paternalista, tenta, demagogicamente, solucionar os problemas de

desigualdade e da pobreza, por meio de uma política tributária e fiscal que

termina apenas por provocar mais inflação e desajustes orçamentais. O seu

zelo pelas classes trabalhadoras leva-o a uma prática assistencialista, que se

torna um poço sem fundo. As demandas por bem-estar e melhoria da

qualidade de vida não terminam nunca, fazendo com que os seus custos

sociais sejam cobrados dos investimentos e das fortunas.

Ao intervir como regulador, ou mesmo como Estado-empresário, ele se

desvia das suas funções naturais, limitadas à segurança interna e externa, à

saúde e à educação. O estrago maior ocorre devido à sua filosofia

intervencionista. O mercado auto-regulado e auto-suficiente dispensa

qualquer tipo de controle. É um Cosmo próprio, com leis próprias,

impulsionadas pelas leis económicas tradicionais (oferta e procura, taxa

decrescente dos lucros, renda da terra, etc...). O Estado deve, pois, ser

reduzido, diminuído em todos os sentidos. Deve-se limitar o número de

funcionários e desestimular a função pública.

g) Mercado: se há um demónio existe, também, um Céu. Para o

neoliberalismo, esse local divino é o mercado. Ele é quem tudo regula, faz os

preços subirem ou baixarem, estimula a produção, elimina o incompetente e

premia o sagaz e o empreendedor. Ele é o deus perfeito da economia

moderna, tudo vê e tudo ouve, omnisciente e omnipresente. O seu poder é

ilimitado e qualquer tentativa de controla-lo é um crime de heresia, na medida

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em que é ele que fixa as suas próprias leis e o ritmo em que elas devem

seguir. O mercado é um deus, um deus calvinista, que não tem

contemplação para com o fracassado. A falência é a sua condenação,

enquanto que àquele que é bem sucedido se lhe reserva um lugar no Éden.

h) Socialismo: É o segundo demónio da “teologia” neoliberal. É um sistema

político completamente avesso aos princípios da iniciativa privada e da

propriedade privada. É essencialmente demagógico, na medida em que tenta

implantar uma igualdade social entre homens de natureza desigual. É,

fundamentalmente, injusto, porque premia o capaz e o incapaz, o útil e o

inútil, o trabalhador e o preguiçoso. Reduz a sociedade ao nível de pobreza

e, graças à igualdade e à política de salários equivalentes, termina

estimulando a inércia e provocando a baixa produção. Ao excluir os ricos da

sociedade, perde a sua elite dinâmica e o seu sector mais imaginativo,

passando a ser conduzido por uma burocracia fiscalizadora e parasitária.

i) Regime político: O neoliberalismo afina-se com qualquer regime que

assegure os direitos da propriedade privada. Para ele, é indiferente se o

regime é democrata, autoritário ou mesmo ditatorial. O regime político ideal é

o que consegue neutralizar os sindicatos e diminuir a carga fiscal sobre os

lucros e fortunas, ao mesmo tempo que desregula, ao máximo possível, a

economia. Pode conviver tanto com a democracia parlamentar inglesa, como

durante o governo da Sra. M. Tatcher, como com a ditadura do General

Augusto Pinochet, no Chile.

A sua associação com regimes autoritários é táctico e justificada dentro de

uma situação de emergência (evitar uma revolução social ou a ascensão de

um grupo revolucionário). A longo prazo, o regime autoritário, ao assegurar

os direitos privados, mais tarde ou mais cedo, dará lugar a uma democracia.

j) Teóricos: O neoliberalismo é resultado do encontro de duas correntes do

pensamento económico. A primeira vem da escola austríaca, aparecida nos

finais do século XIX, tendo pela frente Leopold von Wiese e que teve

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prosseguimento com Von Miese e o seu mais talentoso discípulo, Friedrich

von Heyek, que, apesar de austríaco, fez a sua carreira em Londres. Heyek

se opôs tanto à política keynesiana (por seu intervencionismo) como ao

estado de Bem-estar social (pelo seu assistencialismo) idealizado, primeiro,

na Inglaterra em 1942. A outra vertente é formada pela chamada escola de

Chicago, tendo Milton Friedman como seu expoente. Friedman foi o principal

crítico da política do New Deal do presidente F. D. Roosevelt (1933-45)

devido à sua tolerância com os sindicatos e à defesa do intervencionismo

estatal.

Criticas

Os críticos ao sistema afirmam que a economia neoliberal só beneficia as grandes

potências económicas e as empresas multinacionais. Os países pobres ou em

processo de desenvolvimento (Brasil, por exemplo) sofrem com os resultados de

uma política neoliberal. Nestes países, são apontadas causados pelo neoliberalismo

o desemprego, os baixos salários, o aumento das diferenças sociais e a

dependência do capital internacional.

Aspectos Positivos

Os defensores do neoliberalismo acreditam que este sistema é capaz de

proporcionar o desenvolvimento económico e social de um país. Defendem que o

neoliberalismo deixa a economia mais competitiva, proporciona o desenvolvimento

tecnológico e, através da livre concorrência, faz os preços e a inflação caírem.

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Leituras Obrigatórias

1. Texto de Apoio 7. A 2. http://pt.wikipedia.org/wiki/EscolaNeoliberal

Actividades 8

Leia os textos recomendados e responda às seguintes perguntas de consolidação:

1. Responda verdadeiras (V) ou falsas (X) as seguintes afirmações e comente:

A) “ O neoliberalismo é a teoria económica defensora de uma participação mínima do Estado nos rumos da economia do país e da privatização das empresas estatais”

B) “ A teoria neoliberal, como concepção capitalista, se envolve com as forças materiais produtivas e todo um aspecto social, político e ideológico da sociedade Civil”

2. Mostre a relação da teoria neoliberal e Neoclássica de pensamento económico.

3. Identifique e justifique em que teoria económica esta baseada a economia Moçambicana?

Referencia Bibliográfica

• ARAÚJO, V., História do Pensamento Económico: Uma abordagem

introdutória. São Paulo, Atlas, 1992.

• BURNS, E., História da Civilização Ocidental, Vol. II, Porto Alegre, Editora

Globo, 1993.

• CHNAIS, F. A Mundialização do Capital. São Paulo, 1996.

• DINIS, Henri. História do Pensamento Económico. Editora Livros Horizonte.

S/d

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• DROZ, Bernard/ ROWLEY, Anthony. História do Século XX. Vols. 1, 2 ,3 ,4.

Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1988.

• FURTADO, C. O Mito do Desenvolvimento Económico. São Paulo, Circulo do

Livro, 1974.

• HOBSBAWN, Eric. A Era dos Extremos. Lisboa, Editorial Presença, 1996.

• HOBSBAWN, E. J. Indústria e Império. 2º Vol., Lisboa, Editorial Presença,

s/d.

• HOBSBAWN, E. J. A era do capital. Lisboa, Editorial Presença, s/d.

• KALECKI, M. Crescimento e Ciclos das Economias Capitalistas. S. Paulo,

Hucitec, 1997.

• KEN, Tom. A Revolução Industrial na Europa do século XIX. Lisboa, Edições

70, s/d.

• LENINE, V. I. O imperialismo, fase superior do capitalismo. Pequim, Ensaio

Popular, 1972.

• TAYLOR, A. As Grandes Doutrinas Económicas. Lisboa, Publicação Europa-

América, 1990.

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Chave de respostas das actividades

Unidade Temática 1

1. b)

2. Oferecer ao estudante conhecimento e ferramentas de análise e tomada de decisão sobre os assuntos relativos ao desenvolvimento económico através da aplicação de métodos racionais.

3. Relação de Interdisciplinaridade ou complementaridade com outras áreas do saber como, História, Economia, Geografia, Antropologia, Psicologia, Filosofia, etc.

Unidade Temática 2

1. O estudante deve localizar o mercantilismo no espaço e no tempo. Descrever o ambiente económico e politico dominante vivido na época, suas características e as ideias por estes defendidos. Sua relação com a economia ou conceito de Estado e Poder.

2. O estudante deve revisitar a lição No. 2 da presente unidade temática. 3. Expor o princípio Mercantilista e confrontá-lo com o destaque ao pensamento

de BOIS GUILLEBERT, RICHARD CANTILLON e de ADAM SMITH. 4. Faça uma análise dos fundamentos e princípios do mercantilismo, como raiz

do capitalismo, suas características e sua visão de Estado. 5. O estudante deve analisar as características e pressupostos de um estado

forte e poderoso da corrente Mercantilista e suas consequências, no que respeita a busca de poder e riqueza, que engrandece e fortalece os estados.

Unidade Temática 3

1. a) Anti-intervencionistas no mercado ("laissez-faire, laissez-passer) e

crença teórica natural da economia. 2. Leia sobre ”Os direitos naturais à Propriedade” (texto de apoio 2. A, pág.

2-4) 3. O estudante deve ler o Ponto 4, da presente Unidade Temática, pág. 21.

4. Caro formando: destacar os aspectos positivos, vantagens e contribuições da corrente Fisiocrática. (pesquisa independente).

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Unidade Temática 4

1. Não intervenção do Estado (teoria da mão invisível), liberdade absoluta do comércio e auto regulação do mercado, pela lei da procura e oferta.

2. O estudante deve buscar a ideia central de cada teórico. 3. O estudante deve apresentar o pressuposto da obra “A Riqueza das Nações”

e da teoria do Valor de Troca e confrontá-las a posteriori. 4. O estudante deve analisar as causas da crise e as soluções encontradas

para a resolução e a sua relação com a Teoria Liberal, de Adam Smith, da não intervenção do Estado na Economia.

Unidade temática 5

1. Dizer que significa Anti (contra) Liberal (teoria clássica) de Adam Smith - teoria da mão invisível e não intervenção do Estado na economia.

2. As ideias contra liberais dominantes da época em referência. 3. O estudante deve revisitar a lição para extrair e confrontar as ideias defendidas

pelos teóricos Henry Carey e Jean Sismondi. 4. Deve buscar o pensamento socialista anti-liberal e identificar os pontos ou

momentos de divergências entre os teóricos da corrente (Utópicos e Científicos).

5. Descrever em 20 palavras a ideia central da célebre obra de Marx, “ O Capital”. Unidade temática 6

1. O estudante deve apontar e caracterizar a visão neoclássica. 2. O estudante deve distinguir o pensamento clássico de Adam Smith (Anti-

Intervencionista) na economia e o Neoclássico em relação ao papel do Estado na economia.

3. O estudante deve procurar trazer os aspectos que distinguiram o teórico Alfred Marshal enquanto precursor desta corrente.

4. Significa apontar os aspectos fortes e as fragilidades da teoria Neoclássica. Unidade Temática 7

1. Deve a definição conter os seguintes aspectos: E uma corrente de pensamento; tempo que vigorou, o precursor, o principio no qual se funda a perspectiva de Keynes. O estudante deve

Gestão de R H e G E – Historia das Ideias Económicas e do Pensamento Contemporâneo – Semestre 2

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância 61

comentar a afirmação considerando a base do fundamento ou princípio de Keynes sobre a relação Estado Economia sociedade.

2. Definir Demanda Agregada e sua relação com o princípio básico de Keynes.

3. Caro estudante, deve comparar os dois pensamentos e verifique como posicionam o Estado perante a economia e a Sociedade.

4. Faça o seu comentário, tomando em consideração a génese do pensamento de Keynes, em relação às condições sociais da população e ao papel do estado.

Unidade Temática 8

1. O estudante deve revisitar os conhecimentos adquiridos na presente unidade temática, mostrar o seu posicionamento e confrontar as afirmações aos pressupostos Neoliberais.

2. O estudante deve rever os pressupostos da teoria Neoclássica de pensamento económico e identifique semelhanças e diferenças. Se comungam ou não ideias e teóricos.

3. Pretende-se que o estudante, de todas as teorias aprendidas, aponte a teoria a que mais se adequa ao modelo económico seguido por Moçambique na actualidade, devendo, no fim, justificar ou fundamentar o seu posicionamento.