GUIA DE BOAS PRÁTICAS DE GESTÃO DA INOVAÇÃO · A Inovação em Marketing ou Modelos de...
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GUIA DE BOAS PRÁTICASDE GESTÃO DA INOVAÇÃO
5
Como inovar?
Dicas para a (gestão da) inovação
Processo de inovação
50 Tópicos de inovação
10 Razões para inovar
10 Riscos de não inovar
10 Bloqueios à inovação
10 Questões chave da inovação
10 Práticas de gestão da inovação
5
Enquadramento
O que é a inovação
Tipos de Inovação
GUIA DE BOAS PRÁTICASDE GESTÃO DA INOVAÇÃO
Instrumentos de apoio ao processo de inovação Autodiagnóstico de inovação
Matriz “Plano de inovação”
Aprofundamento - Gestão da inovação Sistemas de inovação e competitividade
Referências de aprofundamento
GUIA DE BOAS PRÁTICASDE GESTÃO DA INOVAÇÃO
A inovação é atualmente um fator chave de desenvolvimento empresarial. No entanto, diversos
estudos referem que a maioria das empresas portuguesas são pouco inovadoras mantém-se
distante das principais redes de produção e transferência de conhecimento, perdendo capacidades
de se adaptarem aos novos desafios e de competirem em mercados relevantes.
Por outro lado, a realidade mostra que a maior parte das pequenas e médias empresas (PMEs)
encontram dificuldades em compreender o conceito de inovação, como esta pode ser-lhes útil, e que
a inovação não se aplica somente às grandes empresas e às indústrias de alta tecnologia.
No setor da Pedra Natural, verifica-se a mesma tendência. Apenas um pequeno grupo de empresas
desenvolve processos de inovação estruturados que as colocam numa posição concorrencial
interessante.
Algumas empresas possuem processos de inovação em curso sem os reconhecerem como tal.
Assim, este guia é uma forma de transmitir os principais conceitos associados ao processo de
inovação, sensibilizar e motivar os empresários para desenvolver e gerir a inovação de um modo
mais estruturado, aumentando o Valor dos seus produtos e, contribuindo, assim, para o desenvolvi-
mento empresarial e económico do setor e do país.
Este guia procura focar-se na informação essencial sobre o contributo da inovação para o desen-
volvimento dos negócios. Tem uma primeira parte de sensibilização, uma segunda, de ideias que
ajudam a concretizar os processos de inovação, e uma terceira, de estruturação do pensamento
sobre a inovação. O seu formato foi pensado de modo a facilitar a leitura e compreensão dos
principais aspectos ligados à inovação. Esperamos que seja uma boa ajuda para o desenvolvimento
da sua empresa.
O que é a inovação?A inovação não se restringe à criação de processos e produtos,
com base em novas tecnologias., De acordo com a definição do
Manual de Oslo (Eurostat; OCDE, 2005), «Inovação» corresponde
à introdução de um produto (bem ou serviço) ou processo
novo ou significativamente melhorado, de um novo método
de marketing ou de um novo método organizacional na
prática do negócio, na organização do trabalho ou nas
relações externas da empresa.
Esta definição é genericamente adotada pela norma portuguesa
NP 4456:2007 - Gestão da Investigação, Desenvolvimento e
Inovação (IDI) - Terminologia e definições das atividades de IDI -
segundo a qual entende-se por Inovação: a implementação de
uma nova ou significativamente melhorada solução para a
empresa, novo produto, processo, método organizacional ou de
marketing, com o objetivo de reforçar a sua posição competitiva,
aumentar o desempenho, ou o conhecimento.
Mas, inovação não são apenas ideias e invenções. As ideias têm
que ser económica e tecnologicamente viáveis. Inovação é a arte
de criar algo desejado e diferente que melhora consideravel-
mente a vida de «alguém» ao longo de um determinado
tempo. Cria Valor.
A inovação está ligada à geração de valor, que ocorre dentro da
organização, mas que gera uma mudança externa, no mercado
em que está inserida. Desta forma o conceito de inovação
refere-se não só à criação da ideia mas também à sua
concretização, ou seja, diz respeito à aplicação prática de
uma ideia no contexto dos mercados.
A criação de novos produtos, processos
ou serviços depende evidentemente da
capacidade criativa, mas não se esgota
aí. Para além de aplicar (produzir as
ideias) a empresa tem que assimilar essa
inovação na sua organização e na
estratégia de negócio.
Nesta perspetiva a estratégia de
inovação tem que estar alinhada com a
estratégia e a cultura da organização e
deve ser transmitida de uma forma clara
para todos os colaboradores. Pode ser
realizada pela empresa individualmente,
em parceria com outras instituições ou
adaptando ideias de outras empresas,
sejam elas nacionais ou estrangeiras.
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Tipos de InovaçãoA inovação não é só tecnologia. É um composto combinado de
várias dimensões que pode cobrir uma variedade de campos de
intervenção e melhoria na empresa. O requisito mínimo para a
inovação é que o produto, processo, método de marketing ou
método organizacional tenha que ser novo (ou substancialmente
melhorado) para a empresa.
O processo de inovação pode ser feito em cada um destas áreas
ou pela intervenção integrada entre 2, 3 ou 4 componente
identificadas na seguinte figura.
A Inovação em produtos (bens ou serviços) assenta na introdução de
um bem ou serviço novo, ou significativamente melhorado relativamente às
suas características ou uso pretendido, atendendo melhor às necessidades de
mercado. Este tipo de inovação inclui melhorias significativas ao nível das
características funcionais, componentes, especificações técnicas e materiais.
A Inovação em processos consiste na implementação de um método de
produção ou distribuição novo ou significativamente melhorado. inclui mudan-
ças significativas ao nível das técnicas, equipamentos, software, sistemas
produtivos e processos de aproveitamento de resíduos.
A Inovação Organizacional assenta na implementação de novos
métodos de organização e gestão, seja no local de trabalho, seja nas relações
da empresa com o mercado, fornecedores ou distribuidores. Este tipo de
inovação inclui mudanças ao nível interno, como novos métodos e técnicas de
organização do ambiente de trabalho e de gestão da produção ou externos
como realização de parcerias e de ações de cooperação.
A Inovação em Marketing ou Modelos de Negócio consiste na
implementação de novos processos de dinamização/gestão do negócio ou
novos métodos de marketing e comercialização, com mudanças significativas
ao nível do design, concepção de embalagens, posicionamento, promoção ou
preço do produto. Nos últimos anos, a pressão dos novos ambientes de
mercado e o desenvolvimento das Novas Tecnologias da Informação e
Comunicação têm gerado uma forte transformação dos processos de negócio,
aumentando a tendência para a flexibilização e mudança contínua dos
negócios, na base de parcerias e projectos que duram pouco tempo.
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.Sistema e modelo de gestão
.Planeamento estratégico e operacional
.Avaliação de valor e definição de preços
.Gestão da informação
.Gestão da Qualidade
.Gestão Ambiental
.Gestão de Recursos Humanos
.Gestão dos processos de comunicação
.Aprendizagem e gestão do conhecimento
.Gestão do portfólio de produtos e clientes
.Design e inovação de marcas e de produtos
.Processos de compra e relações com fornecedores
.Gestão de parcerias e de relações com os stakeholders
.Engenharia de produção e desenvolvimento de equipamentos
.Logística de armazenamento
.Processos de empacotamento e embalagens
.Logística de distribuição
.Serviços de vendas (por grosso e a retalho)
.Auscultação de clientes
.Suporte e serviços de apoio
Uma característica comum de toda a inovação é que tem que ser implementada. Um produto novo ou melho-
rado é implementado quando é introduzido no mercado. Os novos processos e métodos de marketing ou organi-
zacionais são implementados quando são efetivamente utilizados nas operações da empresa. A implementação
de uma inovação pode decorrer por processos e em áreas como sejam:
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50 Tópicos de inovaçãoExistem alguns aspetos a considerar sobre o jogo entre a inovação e a competitividade.
Por um lado, há um conjunto de RAZÕES para inovar e um conjunto de RISCOS associados ao
conservadorismo de não inovar. Em contraponto, existe também um vasto leque de medos,
convicções e mitos que geram BLOQUEIOS à inovação. Mas, para os ultrapassar, existem algumas
QUESTÕES-CHAVE a considerar e FERRAMENTAS (boas práticas) de inovação a que podemos.
Sobre todos estes aspectos que consideram e condicionam a inovação, destacámos os 10 que
considerámos mais relevantes para este setor.
São, no fundo os «50 Tópicos de inovação».
10 Razões para inovar
No mercado global, cada vez mais rigoroso e exigente, a inovação contínua e estruturada (de processos,
produtos e relações) é a única forma de manter a competitividade e de garantir a sustentabilidade das empre-
sas. Por esse motivo, justifica-se assumir que a inovação é um fator chave da competitividade que serve para,
entre outros aspectos determinantes:
1. Aumentar o valor dos produtos junto de clientes, respondendo ao melhor nível aos seus desejos e
expectativas;
2. Ganhar novos negócios em mercados e condições vantajosas;
3. Abrir novos mercados pela criação de novos produtos e relações;
4. Aumentar o valor da marca, valorizando os produtos;
5. Vender a melhor preço os produtos que já se possui;
6. Reforçar a relação e manter a fidelidade dos clientes;
7. Estar à frente da concorrência nos principais fatores de competitividade;
8. Melhorar as relações com os parceiros, criando melhores condições para o desenvolvimento dos
negócios;
9. Melhorar os processos de trabalho, reduzindo os problemas e os conflitos organizacionais;
10. Reduzir os custos em todas as áreas de negócio (gestão, produção e vendas).
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10 Riscos de não inovar
Inovar é um risco. Não inovar é, hoje, um risco muito maior.Os negócios que não acompanham as transformações do mercado tendem a perder fatores de competitivi-
dade.
Mesmo possuindo produtos únicos e de elevado valor, como a Pedra Natural, devido ao contexto de
crescimento da concorrência em que vivemos, hoje é mais arriscado ficar agarrado às ideias e práticas conser-
vadoras do que inovar. Existem, pelo menos, 10 riscos associados à não inovação:
1. Diminuição do valor dos produtos junto dos clientes;
2. Diminuição das receitas inerentes às vendas dos produtos;
3. Diminuição da rentabilidade da empresa e dos seus negócios;
4.Não acompanhamento da evolução tecnológica e dos mercados;
5. Perda de oportunidades de negócio;
6. Perda de competitividade em mercados fundamentais;
7. Perda de posição e quota de mercado;
8. Desvalorização da imagem da empresa e dos seus produtos;
9.Envelhecimento e redução do ciclo de vida dos produtos;
10. Obsolescência dos processos com aumento dos custos de trabalho.
Todavia a inovação terá de ser pragmática, prática, ágil e equilibrada, não colocando em risco a estabilidade da
empresa. Por esse motivo, justifica-se a criação de um plano de inovação (que acautele e tenha em conta a
minimização dos riscos da inovação), como mais à frente abordaremos neste guia.
10 Bloqueios à inovação
Existem diversas convicções, medos e mitos que se constituem como bloqueios à inovação. Para além deles,
neste e noutros setores, existe uma mentalidade conservadora que dificulta a inovação e que pode ser sistema-
tizada em 10 aspectos essenciais:
1. Falta de visão de futuro;
2. Falta de visão estratégica;
3. Desconhecimento científico e tecnológico;
4. Conservadorismo - medo do novo e do risco do desconhecido;
5. Desconhecimento dos processos de gestão de conhecimento;
6. Medo dos custos da tecnologia;
7. Incapacidade de pensar fora da caixa;
8. Incapacidade de gerir a mudança organizacional;
9. Foco na reacção aos problemas;
10. Desconfiança.
Estes bloqueios, baseados numa cultura que rejeita a experimentação, a aprendizagem e a sistematização da
inovação, resultam na incapacidade em criar vantagens adaptativas às intensas mudanças de mercado e
vantagens competitivas em relação aos concorrentes.
O desconhecimento de certos aspectos da inovação e a decorrente incapacidade para aproveitar os recursos
existentes ao nível nacional e internacional (nomeadamente nos sistemas de incentivo ao conhecimento
científico e tecnológico), tem diminuído a inovação competitiva de várias empresas deste setor.
Para ultrapassar estes bloqueios, é relevante identificar as questões-chave da gestão da inovação.
1. A cultura da empresa como uma organização aprendente, capaz de se adaptar aos desafios a partir
da sua experiência;
2. O aproveitamento das ideias e dos erros cometidos para desenvolver soluções criativas, próprias
e únicas, com Valor de mercado;
3. A utilização do marketing estratégico como ferramenta fundamental
do desenvolvimento empresarial;
4. A qualificação dos recursos humanos e a integração de jovens empreendedores, capazes de
concretizar mudanças a partir de dentro;
5. A criação de redes de relações e projectos em parceria, que permitem manter uma atenção
constante às diversas fontes de inovação externa;
6. A existência de uma política de comunicação interna e externa que tenha a inovação como
elemento chave da estratégia empresarial;
7. A aproximação às entidades de produção e transferência de conhecimento e de tecnologia;
8. A promoção contínua de inovação tecnológica e de equipamentos associada a uma política de
protecção do conhecimento e de patentes;
9. O conhecimento dos mecanismos de financiamento e a utilização de fundos de apoio à inovação;
10. O apoio de parceiros que ajudem a percorrer os processos de inovação sem gerar desequilíbrios
desestruturantes para a empresa.
10 Questões chave da inovação
Há um conjunto de questões chave que determinam o sucesso dos processos de inovação empresarial.
Destacamos aqui as 10 que consideramos mais relevantes:
10 Práticas de gestão da inovação
Existe um conjunto de ferramentas concetuais e práticas de gestão da inovação que se afiguram essenciais
para o sucesso empresarial do setor. Destas, podemos destacar:
1. O Benchmarking estruturado, que facilita a cópia e adaptação de inovações relevantes;
2. A análise de mercado é outra forma relevante de encontrar elementos de inovação;
3. O Design Thinking e a gestão da criatividade são outra prática de que permite criar soluções
inesperadas, relevantes nos mercados;
4. A proteção de patentes é um modo essencial de preservar as inovações, o Valor e as especifici-
dades da empresa;
5. A prospeção tecnológica é uma fonte essencial de inovação empresarial em diversas áreas do
negócio;
6. Na inovação de equipamentos e produtos, a prototipagem é uma peça chave do sucesso empre-
sarial;
7. A análise de valor é outra prática fundamental para a gestão da inovação junto dos mercados;
8. A gestão da Qualidade é também um processo de melhoria contínua que importa valorizar para
gerir a inovação gradual;
9. O Kaizen é uma prática de gestão da inovação que valoriza a dimensão interna e criativa dos
colaboradores;
10. O LEAN Management é uma abordagem de desenvolvimento dos negócios que os torna mais
simples e com menores custos.
Todas estas práticas poderão ser incorporadas de forma sistemática pelas empresas do setor, tanto mais que,
como se referiu anteriormente, a maioria das empresas de Pedra Natural tem uma tendência conservadora em
relação à inovação.
GUIA DE BOAS PRÁTICASDE GESTÃO DA INOVAÇÃO
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Como inovar?O processo de inovação deve ser global, gradual, integrado e contínuo, impondo riscos, e a capacidade para os assumir, encontrando um ponto de equilíbrio entre a conservação da
identidade e dos saberes da empresa e a inovação nos processos, nos produtos, nas relações e nos
negócios.
Este guia pretende ajudar as empresas de Pedras Naturais a incorporarem os processos de
inovação nas suas estratégicas e práticas diárias. Como tal, justifica-se a partilha de algumas «dicas
de gestão da inovação», aplicadas no setor.
Em todos os setores, há sempre um conjunto de empresas competitivas que conseguem adaptar-se continuamente.
Normalmente, têm uma cultura e práticas de gestão da inovação que passam por 6 etapas [ver ponto
seguinte deste guia – Processo de inovação]. Estas empresas conseguem ir para além da inovação ocasional.
Têm a capacidade de se renovarem e transformarem (adaptando-se ao meio envolvente) ao longo do tempo.
Estas são as «Organizações Aprendentes».
O seu sucesso tem que ver com capacidade de se adaptarem continuamente aos mercados em que decidem
operar, utilizando diversas ferramentas de gestão e mobilizando as estruturas de apoio. Têm, em comum, um
conjunto de aspetos que podem servir como «Dicas para a inovação»:
1. Possuem uma política ou estratégia de inovação contínua integrada na estratégia de desenvolvi-
mento do negócio;
2. Possuem mecanismos de trabalho e organização que facilitem o cumprimento regular das 6
etapas do processo de inovação;
3. Criam uma cultura de avaliação e aprendizagem contínua em todos os colaboradores, valorizando
os seus saberes, sabendo escutar os clientes e todos os outros envolvidos nos processos
empresariais;
4. Integram as redes de produção e transferência de conhecimento e tecnologia, sabendo cativar as
universidades, as empresas de consultoria e os actores certos para pensar e concretizar soluções;
5. Utilizam as ferramentas de informação e de processamento de dados digitais para fazer a gestão
da informação e da inovação;
6. Estão atentas às políticas e aos financiamentos disponíveis para o apoio à inovação e transferên-
cia de conhecimento.
A inovação empresarial é uma prioridade estratégica para as políticas nacionais de desenvolvimento assumi-
das no Acordo de Parceria – Portugal 2020, (sendo alvo do Objetivo Temático 1 - Reforço da investigação, do
desenvolvimento tecnológico e da inovação e do Objetivo Temático 3 – Reforço da competitividade das
PME´s).
Ou seja, existe uma determinação nacional no sentido de apoiar os processos de inovação empresarial,
tendo-se inclusivamente, criado a Agência Nacional de Inovação (ANI), um instrumento de implementação
das medidas de inovação e empreendedorismo previstas na Estratégia de Fomento Industrial para o Cresci-
mento e o Emprego. Esta estrutura de apoio à inovação pode ser um parceiro relevante das empresas.
Dicas para a (gestão da) inovação
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A Agência Nacional de Inovação (ANI), tem como missão:
• Reforçar a transferência do conhecimento para o tecido económico através de uma maior e melhor articulação entre as empresas e as restantes entidades do
Sistema de I&I;
• Aumentar a participação do Sistema de I&I nas redes internacionais de I&I, bem como aumentar a produção científica e tecnológica de qualidade internacional;
• Reforçar o investimento empresarial em I&I determinado pela procura e com aplicabilidade comercial (aumentando a componente privada de financiamento);
• Promover, em articulação com outras entidades, um ambiente social favorável ao empreendedorismo de base tecnológica e a uma cultura de mérito e risco.
A ANI e o programa Portugal 2020, tornam-se, assim, instrumentos importantes de apoio à inovação,
sendo um recurso tão relevante como as associações empresariais, as empresas de produção e
transferência de conhecimento e tecnologia, os laboratórios e as estruturas de interface das universi-
dades e politécnicos.
Há também um outro conjunto de instrumentos que podem dar coerência e consistência ao desenvolvimento
de uma política de inovação e integrar estes apoios. Destacamos, desde logo, todas as ferramentas de gestão
e planeamento estratégico, os instrumentos de gestão de marketing e inovação, os planos de acção das áreas
específicas que uma empresa pode utilizar para orientar e controlar a sua acção.
Processo de inovação
A inovação é um processo com várias ETAPAS, com objetivos e características diferentes.
Etapa 1Diagnóstico
Etapa 3Criação
de Soluções
Etapa 4Criação
doPlano
Etapa 5Concretização
do Plano
Etapa 6Avaliação
de Resultados
Etapa 2Definição de Objectivos
e Prioridades
Podemos defini-las no seguinte modo:
1. Diagnóstico - Identificação dos problemas, das necessidades e oportunidades de inovação;
2. Definição de objectivos e prioridades de inovação (em alinhamento com a estratégia da empresa);
3. Criação de soluções de inovação;
4. Criação de um plano de inovação;
5. Concretização do plano de inovação;
6. Avaliação dos resultados e afinação das condições de melhoria.
Na ETAPA 1 (DIAGNÓSTICO) deve-se procurar identificar os problemas de competitividade mais
relevantes no contexto dos mercados e da organização. Deve-se também ser capaz de identificar, as necessi-
dades e oportunidades de inovação. Para tal, também se podem utilizar as ferramentas de diagnóstico da
análise estratégica de marketing, da análise de valor, da gestão da Qualidade, entre outras.
Num modo simplificado, pode realizar-se a partir de questões como:
• Quais as tendências de consumo nos mercados em que operamos?
• Que novos produtos estão a aparecer no mercado, como são produzidos, como são
entregues/distribuídos, como são comunicados, como são vendidos?
• O que podemos oferecer com mais Valor aos clientes que temos?
• O que estão a fazer os concorrentes nos processos de: marketing e comunicação, de organização,
tecnológicos, de criatividade e design?
• O que precisamos de alterar/melhorar para continuarmos a ser competitivos nas dimensões de
gestão, da produção, da logística, da comercialização, do marketing, da criação de ideias, da comuni-
cação, da informação?
• Quais os recursos (Gestão e administração, financeiros, humanos, produtivos de logística, comer-
ciais, de marketing, de design e criação de ideias e de informação/comunicação podemos utilizar)?
• Quais os novos produtos que podemos criar?
• Quais as facilidades de vendas e distribuição que podemos criar?
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• O que temos que alterar nas diferentes áreas da empresa (Gestão e administração, financeiros,
humanos, produtivos de logística, comerciais, de marketing, de design e criação de ideias e de
informação/comunicação podemos utilizar.
Na ETAPA 2 (DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS E PRIORIDADES) deve sintetizar-se os principais aspetos do
diagnóstico, definindo concretamente o problema central sobre o qual se pretende agir e as orientações
fundamentais para o desenho de «soluções de inovação», escolhendo as áreas e as prioridades do «Composto
de inovação» que inclui:
• os processos de marketing e comunicação;
• os de organizaçã;
• os tecnológicos;
• os de criatividade (conhecimento e design) e;
• os de criação de novos produtos.
Esta etapa serve acima de tudo para alinhar os colaboradores da empresa na resolução dos problemas identifi-
cados no diagnóstico e para os focalizar em torno de objectivos específicos de inovação, preparando a criação
de soluções pragmáticas, eficientes e eficazes.
Na ETAPA 3 (CRIAÇÃO DE SOLUÇÕES), deve proceder-se ao trabalho de conceção de soluções de
inovação, escolhendo uma entre diversas opções. De um modo geral, este processo pode ser realizado em
torno de metodologias de pensamento de design (design thinking), ou seja, a partir de uma sequência lógica de:
1. Envolvimento das partes interessadas (internas e externas à empresa);
2. Observação (com diversos pontos de vista) dos vários aspectos da questão;
3. Análise sintética do problema;
4. Idealização da solução;
5. Criação de um protótipo inicial da solução, para, posteriormente ser criado um
6. Plano de acção para concretizar a inovação, serem realizados os devidos
7. Testes à inovação e, finalmente, se permitir a (8) avaliação da inovação.
Uma vez criada a linha de solução escolhida, chega o momento de passar à etapa de criação de um plano de
inovação.
Na ETAPA 4 (CRIAÇÃO DO PLANO DE INOVAÇÃO), foca-se a atenção nas diferentes dimensões de
gestão como:
• a liderança do processo;
• os recursos humanos;
• a logística (de produção, armazenamento e distribuição);
• a tecnologia e produção;
• a comercial e marketing;
• a criatividade e o design;
• a informação e comunicação.
Define-se – para as dimensões de gestão mais relevantes para o processo de inovação que se pretende
realizar – os objetivos e as mudanças críticas, os prazos, os recursos críticos a mobilizar, os responsáveis, os
fatores críticos de sucesso, os custos e os impatos esperados (com a definição explícita de indicadores e metas
de inovação), estabelecendo e registando um plano que serve de guia para a inovação durante um «Ciclo de
inovação» específico.
Na ETAPA 5 (CONCRETIZAÇÃO DO PLANO) deixamo-nos guiar pelo plano criado, monitorizando,
durante o processo, se estamos a seguir os objetivos fundamentais, dentro dos prazos e custos específicos,
procedendo às devidas correções que se mostram necessárias para atingir os resultados que pretendíamos à
partida.
Na ETAPA 6 (AVALIAÇÃO DE RESULTADOS), tal como acontece nos processos de gestão da Qualidade,
uma vez concretizado o plano de inovação, com as afinações próprias da evolução do processo, procede-se à
confrontação dos resultados desejados à partida com os atingidos (com base na observação dos indicadores
reais e das metas atingidas), corrigindo os desalinhamentos e criando as condições para implementar (ou
abandonar) a inovação de um modo generalizado e sistemático.
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Instrumentos de apoio ao processo de inovação
Para executar a sequência/processo de inovação, consideramos relevante destacar o «Auto-diagnóstico de inovação» e a matriz do «Plano de inovação». São duas peças
que as empresas podem usar para desenvolverem a sua política de inovação e a sua cultura de
«Organização Aprendente» num processo de inovação estruturada.
O primeiro baseia-se num conjunto de questões que permitirão perceber o grau de maturação para
iniciar o processo de inovação. O segundo pretende sistematizar, num quadro/ matriz de orientação,
os principais aspectos relativos à concretização do plano de inovação.
O «Autodiagnóstico de inovação» pode ser um ponto de partida para a gestão da inovação,
pretendendo, acima de tudo, verificar se a sua empresa é inovadora. Pode ser um registo de respostas a um
conjunto de perguntas do tipo das que se apresentam no quadro que se segue.
• Em que medida a missão e a visão da sua empresa incluem a criatividade e a inovação?
• Quais os processos de gestão de conhecimento que a sua empresa utiliza?
• Quais as práticas e as ferramentas de gestão de inovação que a sua empresa utiliza?
• A sua empresa tem algum mecanismo de incentivo à inovação interna e à melhoria?
• A sua empresa tem alguém dedicado à gestão da inovação?
• A sua empresa possui um orçamento e objectivos específicos para a inovação?
• Os responsáveis dos setores/ departamentos da sua empresa possuem uma cultura de aprendi-
zagem e inovação?
• A sua empresa possui uma política de integração de novos quadros qualificados na empresa?
• Qual o grau de qualificação técnica e académica dos colaboradores?
• A criatividade, a atitude empreendedora, a capacidade de assumir riscos e a experiência internac-
ional são valorizados no recrutamento de novos colaboradores?
• A sua empresa utiliza os programas e mecanismos de incentivo (nacionais e/ou comunitários) de
apoio à inovação?
• A sua empresa possui mecanismos de vigilância tecnológica desenvolvidos junto de centros de
investigação e universidades?
• Quais as parcerias de inovação que a sua empresa desenvolve?
• Quais os processos de optimização e de inovação tecnológica que utilizam?
Autodiagnóstico de inovação
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Matriz “Plano de inovação”
A matriz «Plano de inovação» apresentada a seguir pode ser preenchida no seu todo ou em algumas das
suas partes, aquelas que, perante o diagnóstico e o desenho das soluções, tenha sentido controlar de modo
mais preciso e rigoroso.
Setor de Empresa
Gestão e Liderança
Recursos Humanos Logística
Comercial e marketing
Criatividade e design
Informação e comunicação
Tecnologia eProdução
Objetivos e mudanças
críticas
Prazos
Recursos críticos
de inovação
Responsáveis
Fatores críticos
de sucesso
Custos estimados(de investi-
mento e operação)
Impactos esperados
(resultados, indicadores
e metas)
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Aprofundamento - Gestão da inovaçãoO processo de globalização crescente das economias (suportado e incrementado pelas novas
tecnologias da informação, da comunicação, da distribuição e da colaboração) alterou o jogo dos
fatores de competitividade, gerando a necessidade de uma capacidade adaptativa das empre-
sas aos mercados em constante mudança.
Hoje, para além de se saber gerir os negócios é essencial saber criar novos produtos,
processos e soluções que satisfaçam os consumidores e clientes. Também é fundamental saber
gerir melhor as relações. No mercado global cada vez mais interligado e competitivo, é difícil estar
presente sem ganhar escala e capacidade de concorrer com outras grandes empresas, a
menos que se escolham pequenos nichos com produtos e serviços de alto valor acrescentado (que
combinam conhecimento, tecnologia e sentido de oportunidade).
A inovação é hoje um elemento essencial da criação de vantagens comparativas, de vantagens
competitivas, ou de vantagens adaptativas que permitem sobreviver e vencer nas batalhas de
mercado.
Uma inovação não é apenas uma ideia. A inovação é a arte de concretizar algo diferente que
melhora consideravelmente a vida de «alguém» ao longo de um determinado tempo, o
suficiente para ter justificado o investimento de recursos usados na sua criação.
No contexto de globalização, as empresas que não forem capazes de se adaptarem e integrar as
redes de partilha de conhecimento e de criação de valor pela inovação começam a ficar mais
distantes dos negócios e dos mercados com maior interesse.
Nos últimos anos, tem-se assistido a uma evolução dos conceitos de inovação, havendo agora a
perceção clara de que o recurso às novas metodologias de gestão do conhecimento, do design
e da criatividade, são fundamentais para a competitividade empresarial.
Do mesmo modo, ganha-se a perceção clara da importância estratégica da cooperação, da
criação de redes de aprendizagem e da partilha de recursos e mercados, designadamente,
naquilo que agora se apelida de «Cadeias colaborativas de criação de valor», um dos pilares
fundamentais das estratégias de desenvolvimento das empresas e dos territórios.
Todavia, o panorama empresarial português poderá ser descrito como tendencialmente conservador
e fechado, pouco intensivo em capital conhecimento e em visão estratégica, com muita dificuldade em
desenvolver processos estruturados de inovação.
Por esse motivo, neste setor, o padrão de inovação é baseado nas pequenas melhorias na
produção/transformação dos produtos e nos equipamentos de extracção e transformação. Um
número restrito de empresas começa a realizar algumas inovações na área do marketing, do design e da
comunicação. Estas tendências podem, de certo modo, mostrar um caminho desejável e servir como
exemplos de um processo de mudança que se torna essencial desenvolver e aprofundar.
Em algumas empresas já se verificam práticas de inovação, acima de tudo, promovidas pelas necessidades
de «acompanhar o mercado». Pode-se até referir que a inovação no negócio é algo relativamente comum
nessas empresas, mas baseada em processos de benchmarking pouco estruturados e em resposta aos
desafios dos clientes/consumidores mais próximos.
Na maioria delas, não existem sistemas formais de gestão de ideias, de conhecimento e da criativi-
dade, o que inibe a adopção de um processo eficaz de gestão de inovação e de valorização dos produtos e
serviços ao nível do que os mercados mais exigentes pretendem. São raras a empresas que têm orçamentos
e objetivos específicos de inovação.
A «Cadeia de criação de valor» do setor tem, por isso, muitos espaços abertos para a possibilidade de
gerar novos processos de inovação, nomeadamente, pela introdução de pessoas com competências
nestas áreas dentro das empresas, bem como de empresas dentro dos diversos âmbitos do setor, desde os
processos de marketing e design até aos de produção, organização e logística de armazenamento e
distribuição.
A desvalorização do design enquanto modo de criar novas soluções para as empresas mais conservadoras
tem limitado a sua capacidade de sobrevivência. Por sua vez, a reduzida incorporação de conhecimento e
tecnologia na gestão da informação sobre os mercados, reduz a capacidade de criar vantagens adaptativas
das empresas.
Num recente estudo sobre a inovação no setor, ficou evidente que a cultura empresarial dominante faz uma
desvalorização relativa das «ações de divulgação e disseminação do conhecimento», da participação e da
«integração das empresas em redes de conhecimento» e revela uma baixa motivação para «fusões, aquisições
ou alianças estratégicas» que possam aumentar a capacidade de dominar os recursos de inovação.
Todavia, neste mesmo estudo, percebe-se que algumas das empresas estão cientes das debilidades das
práticas de gestão e da necessidade de alterar este padrão de inovação, manifestando disponibilidade para
experimentar os processos de inovação.
É por esta razão que este guia poderá constituir-se
como um elemento chave da inovação no setor.
Sistemas de inovação e competitividade
A inovação é, acima de tudo, a concretização sustentável de uma nova ideia, nascendo, em grande medida
num sistema integrado de inovação onde a transferência de conhecimento e de tecnologia jogam um papel tão
relevante como a investigação científica, o desenvolvimento organizacional e o desenvolvimento tecnológico.
Consultoria - Apoio
Articulação
Desenvolvimnto Organizacional
Gestão e Liderança
Marketing
Design
Criatividade
Artes
Dados
Informação
Conhecimento
Processos
Equipamentos
Desenvolvimento Tecnológico
InvestigaçãoCiêntífica
Transferênciade Conhecimento
Transferênciade Tecnologia
Inovação
[in] Formação
Criação de Valor
Competitividade
Redes/ Cadeias Colaborativas de criação de Valor
Dimensões da Inovação e Transferência de Conhecimento
Neste sistema, jogam um papel central e estruturante no desenvolvimento da capacidade de inovação, criação
de valor e competitividade das empresas:
• a consultoria e a articulação entre parceiros;
• o desenvolvimento organizacional;
• a capacidade de gerar criatividade a partir do marketing, do design e da utilização das artes (da
arquitectura e da expressão plástica) com papel essencial na criação de Valor para os clientes finais;
• a informação e a formação.
Neste setor, a inovação (que pode ocorrer de modo planeado ou ocasional, de forma progressiva ou radical)
beneficia da existência de um sistema de inovação e transferência de conhecimento que é suportado por uma
rede de entidades de articulação relativamente desenvolvida (ASSIMAGRA, CEVALOR, ESTER, VALORPEDRA),
capazes de dar um apoio significativo à inovação das empresas.
Por sua vez existe uma comunidade científica, tecnológica e empresarial em torno do sector (e do Cluster de
Recursos Minerais) motivada para desenvolver processos de inovação e possuidora de uma experiência
significativa na concretização de estudos e de projetos com impactos nas temáticas relevantes para este sector.
Assim, as condições existentes neste sistema, podem facilitar a incorporação de inovações nos processos de
extração, transformação primária, transformação secundária, logística de armazenamento e distribuição e nos
relacionamentos com stakeholders, parceiros e clientes, jogando, hoje em dia, um papel estrutural no desen-
volvimento e na competitividade do setor e das regiões.
GUIA DE BOAS PRÁTICASDE GESTÃO DA INOVAÇÃO
Referências de aprofundamento• A Gestão Numa Época de Grande Mudança, (Drucker, 1995)
• Beyond – Negócios e Sociedade em Transformação (Raich e Dolan, 2008)
• Conceitos e Modelos de Inovação (AEP,2007)
• Criatividade e Inovação (MTSS - GEP, 2010)
• Entre a Gestão de Competências e a Gestão do Conhecimento (F. Cascão, 2004)
• Estratégias empresariais e tecnologias da informação (C. Daniels, 1997)
• Gestão Estratégica – conceitos, modelos e instrumentos (Robalo Santos, 2008)
• Guia das Boas Práticas de Gestão da Inovação (COTEC Portugal, 2010)
• Innovation Union Scoreboard (Comissão Europeia, 2014)
• Inovação – Manual de Boas Práticas; Princípios, fundamentos e
planos de ação (INOVADOMUS, 2011)
• Inovação Organizacional, (IQF, 2004)
• Kit metodológico para a inovação empresarial (MBC, 2008)
• Manual de Comportamento Organizacional e Gestão (Rego, Pina e Cunha e outros, 5ª edição, 2006)
• Manual de Oslo – Diretirizes para a Coleta e Interpretação de dados sobre Inovação
(OCDE, terceira edição)
• Norma Portuguesa NP4457/2007: Gestão da Investigação, Desenvolvimento e Inovação
(IDI)/Requisitos do sistema de gestão de IDI
• Orientação para o mercado, aprendizagem organizacional e inovação – as chaves para o sucesso
empresarial (M. Maçães, 2010)
• Questionário - Avaliação de desempenho em inovação (IAPMEI, 2010)
Coordenação e elaboração:
Álvaro Cidrais
Isabel Beja
Acompanhamento:
Célia Marques
Miguel Goulão
Design Gráfico:
Produzido por:
Co-�nanciado por: