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Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de Limeira Escola de Aprendizes do Evangelho — 8ª turma 78ª aula: A medicina psicossomática Textos complementares GEAEL Aula 78 — Entre muitas, a lição que fica: Embora louvemos a resolução sadia de Allan Kardec em escoimar o espiritismo das práticas supersticiosas e dos ritualismos inúteis e dispensáveis, o bom espírita deve respeitar o ensejo mediúnico dos terreiros de umbanda, em cujo ambiente fraterno os espíritos ainda afeitos às formas do mundo terreno, também encontram o ambiente espiritual eletivo para exercerem o Bem sob a Inspiração do Cristo! Mediunidade de Cura — Ramatís / Hercílio Maes PERGUNTA: — Que dizeis sobre as receitas mediúnicas formuladas pelos espíritos de índios, caboclos ou “pretos velhos”, os quais, embora sejam leigos em medicina, pres- crevem ervas, remédios caseiros ou homeopatia, que às vezes produzem curas extraordinárias? RAMATÍS: — São espíritos que estiveram reencarnados nesses ambientes de costumes um tanto primitivos; portanto, é natural que ainda se mantenham seus hábitos e convicções anteriores. Então, receitam infusões de ervas curativas, xaro- pes, fortificantes, homeopatia ou demais tipos de remédios para debelar os males do corpo físico. Aliás, esses espíritos mais caritativos e serviçais, depois de desencarnados, mobili- zam no Além todos os seus recursos, no sentido de aliviar o sofrimento dos terrí- colas, praticando um curandeirismo tão pitoresco quanto o a que já se haviam habituado na Terra. Muitos desses espíritos bondosos, mas ainda incapacitados para atenderem aos empreendimentos espirituais supe- riores, sublimam sua ansiedade cari- tativa na realização de tarefas a favor dos “vivos”. Então, os guias espirituais aproveitam sua boa intenção e índole fraterna, embora ainda se trate de almas inexperientes e de graduação primária. Merecem-lhes todo o carinho e tolerân- cia, uma vez que se devotam aos enfer- mos do corpo e espírito, quer ministran- do-lhes o bom conselho, o medicamento e até protegendo-os contra o assédio das falanges trevosas. Nas residências mais afastadas dos centros populosos, a homeopatia ainda é o socorro de urgência substituindo o médico ausente e atendendo desde o netinho endefluxado e o vovô reumático, até a titia vítima de pertinaz enxaqueca. Embora reconheçamos sinceramente os benefícios salu- tares prestados pela medicina alopática, a verdade é que as crianças tratadas exclusivamente pela homeopatia livram-se das injeções dolorosas e das reações alérgicas e dos efeitos tóxicos causados pelos medicamentos corrosivos. A farma- cologia alopática, malgrado o seu êxito, também, em certos casos, produz conseqüências agressivas e indesejáveis nos organismos mais sensíveis. Às vezes intoxica o fígado e pro- voca a inapetência, ou “falta de apetite”; doutra feita, conges-

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Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de LimeiraEscola de Aprendizes do Evangelho — 8ª turma

78ª aula: A medicina psicossomáticaTextos complementares

GEAEL

Aula 78 — Entre muitas, a lição que fica:Embora louvemos a resolução sadia de Allan Kardec em escoimar o espiritismo das práticas supersticiosas e dos ritualismos inúteis e dispensáveis, o bom espírita deve respeitar o ensejo mediúnico dos terreiros de umbanda, em cujo ambiente fraterno os espíritos ainda afeitos às formas do mundo terreno, também encontram o ambiente espiritual eletivo para exercerem o Bem sob a Inspiração do Cristo!

Mediunidade de Cura — Ramatís / Hercílio Maes

PERGUNTA: — Que dizeis sobre as receitas mediúnicas formuladas pelos espíritos de índios, caboclos ou “pretos velhos”, os quais, embora sejam leigos em medicina, pres-crevem ervas, remédios caseiros ou homeopatia, que às vezes produzem curas extraordinárias?

RAMATÍS: — São espíritos que estiveram reencarnados nesses ambientes de costumes um tanto primitivos; portanto, é natural que ainda se mantenham seus hábitos e convicções anteriores. Então, receitam infusões de ervas curativas, xaro-pes, fortificantes, homeopatia ou demais tipos de remédios para debelar os males do corpo físico. Aliás, esses espíritos mais caritativos e serviçais, depois de desencarnados, mobili-

zam no Além todos os seus recursos, no sentido de aliviar o sofrimento dos terrí-colas, praticando um curandeirismo tão pitoresco quanto o a que já se haviam habituado na Terra.

Muitos desses espíritos bondosos, mas ainda incapacitados para atenderem aos empreendimentos espirituais supe-riores, sublimam sua ansiedade cari-tativa na realização de tarefas a favor dos “vivos”. Então, os guias espirituais aproveitam sua boa intenção e índole fraterna, embora ainda se trate de almas inexperientes e de graduação primária. Merecem-lhes todo o carinho e tolerân-cia, uma vez que se devotam aos enfer-mos do corpo e espírito, quer ministran-do-lhes o bom conselho, o medicamento e até protegendo-os contra o assédio das falanges trevosas.

Nas residências mais afastadas dos centros populosos, a homeopatia ainda é o socorro de urgência substituindo o

médico ausente e atendendo desde o netinho endefluxado e o vovô reumático, até a titia vítima de pertinaz enxaqueca.

Embora reconheçamos sinceramente os benefícios salu-tares prestados pela medicina alopática, a verdade é que as crianças tratadas exclusivamente pela homeopatia livram-se das injeções dolorosas e das reações alérgicas e dos efeitos tóxicos causados pelos medicamentos corrosivos. A farma-cologia alopática, malgrado o seu êxito, também, em certos casos, produz conseqüências agressivas e indesejáveis nos organismos mais sensíveis. Às vezes intoxica o fígado e pro-voca a inapetência, ou “falta de apetite”; doutra feita, conges-

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tiona os rins, anormaliza o estômago, afeta o intestino, contrai o duodeno, mancha a pele, produz urticárias ou cefaléias características das opressões sanguíneas.

Assim, a pobreza do vosso país prefere essa medicina pitoresca exercida pelos espíritos de índios, caboclos ou “pretos velhos”, que ministram ervas, remédios caseiros ou homeopatia, no desejo louvável e cristão de servir o próximo sem interesse ou vaidade pessoal. Ansiosos em proporcionar o maior bem possível, eles servem-se tanto dos médiuns de “mesa” como de terreiro, pois só lhes importa exercer um serviço benéfico. Embora a medicina acadêmica censure esses espíritos, que realmente ignoram os recursos avançados da terapêutica moderna, o certo é que eles seguem humildemen-te o Mestre Jesus, quando recomendava: “Ama o próximo como a ti mesmo” e “faze aos outros o que queres que te façam”.

PERGUNTA: — Por que, embora se trate de espíritos bon-dosos e caritativos, nem sempre os “pretos velhos” ou caboclos conseguem o êxito desejado nas suas prescrições medicamen-tosas? Porventura não gozam da faculdade de premonição durante a sua assistência espiritual junto aos enfermos da Terra?

RAMATÍS: — São almas que servem o próximo de modo incondicional, deixando a Deus o cuidado de promover o merecimento de cada criatura, pois o seu princípio fraterno é sempre o de “ajude e passe”.1 Aliás, sabeis que os próprios espíritos angélicos não podem sustar as provas cármicas dos encarnados, quando o sofrimento humano tem por funda-mento principal a redenção espiritual do enfermo.

O artificialismo das drogas, às vezes não passa de um entrave à própria limpeza espiritual. A dor e o sofrimento, embora sejam condições indesejáveis por todos os seres humanos, constituem um processo eficaz para drenar as nódoas, crostas e emanações fluídicas que afetam o metabo-lismo delicadíssimo do perispírito. Eis por que Jesus, o incon-fundível guia da humanidade, tanto exaltou o sofrimento na sua função redentora e o louvou de modo incondicional no sublime “Sermão da Montanha”, destacando-o na sua memo-rável exortação: “Bem-aventurados os que sofrem, porque deles é o reino dos céus”!

Nesse conceito esperançoso o Mestre exaltou a dor como função purificadora do espírito enfermo, tendo esclarecido, depois, que o “reino dos céus” é semelhante a um “banquete divino”, no qual só podem comungar aqueles que já vestiram a “túnica nupcial”!2 Indubitavelmente, só o perispírito diafa-nizado pelo expurgo das toxinas vertidas pela alma doente pode significar a “túnica nupcial” porquanto é ele, realmente, 1 Nota do Médium: Conceito de André Luiz na obra Agenda Cristã.2 Vide capítulo XVIII, “Parábola do Festim de Bodas”, obra O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, edição da Editora do ConhECimEnto.

o envoltório do espírito eterno. Contudo, apesar dos louvores enunciados por Jesus, quando exaltou a ação redentora do sofrimento, Ele não aconselhou a indiferença diante da des-ventura alheia. A necessidade do amparo mútuo em nossos sofrimentos foi exemplificado pelo Mestre Divino ao aceitar a ajuda de Simão Cireneu para carregar-lhe a cruz na subida do Calvário. O socorro à criatura humana durante o seu pade-cimento é sempre oportunidade benfeitora, em que o homem pode exercitar os seus bons sentimentos e despertar a sua natureza angélica.

A atitude mais certa perante Deus ainda é a de “Amar o próximo como a si mesmo”, quer mereça ou não. Em qualquer circunstância da vida terrena a indiferença diante da dor e do sofrimento alheio é sinal de crueldade, mesmo quando temos convicção de que o próximo se submete ao processo cármico de sua própria redenção espiritual. A caridade não é resultado de um programa aprovado em discussões onde primeiramente se julga do merecimento do necessitado ou do melhor aproveitamento espiritual dos seus próprios idealizadores. Na verdade, é fruto de sentimento tão espontâneo quanto o da flor oferecendo o seu perfume sem qualquer interesse oculto. Quando Jesus afirmou que “Só pelo amor será salvo o homem”, ele extinguiu definitivamente qualquer dúvida quanto à nossa verdadeira atitude diante do sofrimento alheio.

A sua recomendação dispensa comentários e elimina inde-cisões, pois revela o segredo de o homem alcançar mais breve a sua própria felicidade. O Mestre não fez exceções nem desta-cou privilégios, mas recomendou-nos um amor incondicional, desinteressado e puro! Eis por que os espíritos desencarnados, que realmente confiam nos ensinamentos do Cristo, curvam-se humildes e devotam-se ao bem alheio sem quaisquer julga-mentos prematuros ou pretensões egoístas.

É o que acontece aos “pretos velhos”, caboclos e silví-colas benfeitores, que trabalham incondicionalmente a favor dos sofredores encarnados, pois, embora ainda não sejam diplomados pelas academias do mundo, eles se consagraram na escola do amor do Cristo!3 Assim, eles receitam o xarope, a erva, a mezinha caseira ou a homeopatia, despreocupados da crítica dos médicos ou cientistas terrenos, mas certos de que Deus saberá decidir quanto ao merecimento dos enfermos que forem socorridos.

E graças à condição de espíritos desencarnados, eles ainda podem servir melhor os enfermos encarnados, porque os examinam diretamente no perispírito e assim identificam-lhes a enfermidade, por vezes considerada incurável, quando sob os cuidados da vossa medicina.

3 Nota do Médium: Vide esse conceito e suas considerações mais amplas nos capítulos 33 e 34, “Definindo Rumos” e “Em Aditamento”, que fazem parte da obra Lázaro Redivivo, ditada pelo espírito de Humberto de Campos a Chico Xavier, edição da Livraria da Federação Espírita Brasileira.

“Não basta curar o corpo físico, que é a vestimenta provisória do espírito na matéria. É pre-ciso também, acabar com a doença da mente: a avareza, o ciúme, o orgulho, a vaidade, o ódio, a inveja, a crueldade e a maledicência.

Hercílio Maes

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PERGUNTA: — Não seria mais conveniente que todos os médicos desencarnados tam-bém só receitassem ervas e remédios casei-ros, evitando a medica-ção alopática que pode ser perigosa, quando receitada por médiuns muito anímicos?

RAMATÍS: — Em primeiro lugar, esclare-cemos que os espíritos desencarnados só recei-tam de acordo com o seu próprio conhe-cimento adquirido na Terra; e, além disso, a preferência, a simpa-tia ou a tolerância dos enfermos variam quan-to aos diversos tipos de drogas e medicamen-

tos. Alguns são alérgicos a certos remédios, mas outros já os assimilam satisfatoriamente. Há doentes que se recuperam apenas pelo uso da homeopatia e são inócuos à medicina alopática, às infusões de ervas tóxicas ou à química far-macêutica. Há criaturas que se restauram facilmente pela terapêutica violenta das injeções, em perfeita afinidade com a sua constituição psicofísica mais densa. Finalmente, ainda existem pessoas de natureza magnética muito receptiva ou sensível, que logram a saúde pela terapia das “simpatias”, dos benzimentos e exorcismos.

Em conseqüência, os espíritos de médicos desencarnados procuram receitar aos enfermos a medicação mais adequada ao seu tipo orgânico ou psíquico, atendendo mais ao doente do que propriamente à doença. Deste modo, o remédio mira-culoso indicado pelo “preto velho” a determinada criatura pode ser inútil e mesmo nocivo a outro tipo de indivíduo condicionado somente à homeopatia.

Esse é o motivo por que ainda existe no vosso mundo um arsenal tão heterogêneo e variado de medicamentos e os diversos tipos de dietas e sistemas de tratamento, a fim de se atender aos tipos humanos conforme os seus complexos biológicos e não de acordo com suas doenças.

PERGUNTA: — Que dizeis do sucesso do receituário de “pretos velhos”, silvícolas e caboclos nos terreiros de umbanda, enquanto já não lhes sucede o mesmo êxito nas suas prescrições junto à mesa espírita kardecista?

RAMATÍS: — Os “pretos velhos”, os caboclos e os índios logram melhor êxito nos trabalhos de umbanda, porque ali encontram o clima psíquico mais simpático e dinâmico à sua índole e aos costumes primitivos que lhes foram familiares na Terra. Nesse ambiente pitoresco, eles reavivam suas reminis-

cências terrenas, evocam suas experiências de curandeiros, quando, ainda encarnados, manuseavam a medicina ervanária ou o processo da magia de campo e de mato.

Não vos deve surpreender o melhor resultado terapêu-tico que eles obtêm no ambiente de umbanda, pois as ervas, as infusões caseiras, a homeopatia, os exorcismos, os benzi-mentos e as “simpatias” sempre foram os recursos de que se utilizaram na Terra para atender aos enfermos de corpo e de alma. Eles sentem-se mais à vontade no clima catalítico que os ajuda a dinamizar suas forças psíquicas pelas sugestões regionais eletivas, pelos cânticos ou “pontos”, objetos, patuás e rituais, que lhes contemporizam o próprio saudosismo do orbe terráqueo. Ali associam os motivos e as condições já vividas na matéria e misturam-se entre os “filhos do terreiro”, livres de quaisquer complexos ou constrangimentos, enquan-to manifestam o seu temperamento no próprio linguajar de sua pátria terrena.

Junto à mesa espírita kardecista, os guias receitam quase somente pelo contacto perispiritual, enquanto os médiuns escrevem apressadamente pela via intuitiva; no sistema de umbanda, os “pais de terreiro” atuam pelos plexos e gânglios nervosos dos seus “cavalos”, conversando, indagando, e até modificando a receita indicada anteriormente. Movimentam-se pelo terreiro, luz acesa e sem concentração, em que ajus-tam os médiuns à sua própria configuração perispiritual, os “pretos velhos”, os silvícolas e os caboclos “batem-papo” com os “filhos de umbanda”, ouvindo-lhes as queixas, estudando-lhes os problemas, enquanto recomendam a medicação e a dieta mais adequadas a cada caso.

Embora louvemos a resolução sadia de Allan Kardec em escoimar o espiritismo das práticas supersticiosas e dos ritua-lismos inúteis e dispensáveis, o bom espírita deve respeitar o ensejo mediúnico dos terreiros de umbanda, em cujo ambiente fraterno os espíritos ainda afeitos às formas do mundo terreno, também encontram o ambiente espiritual eletivo para exerce-rem o Bem sob a Inspiração do Cristo!

Mediunidade de CuraRamatís / Hercílio Maes

Editora do ConhECimEnto

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Apedrejar!Transcorreram as Festas dos Tabernáculos e as gentes re-

tornavam às cidades, aos povoados, aos campos, às atividades diárias. Aqueles dias foram de júbilos e exaltação nos quais a alma de Israel se rejuvenescera, tomada do entusiasmo festivo que irrompera em Jerusalém naquela ocasião. As comemo-rações evocativas dos dias passados, no deserto, sob tendas, após a saída do Egito, significavam a vitória do povo sobre o estigma do cativeiro e das rudes provações.

Aquela fora uma ceifa dadivosa.Os peregrinos vinham de toda parte confundir os seres

nos sorrisos generalizados, e a capital se transformava na Casa de todos.

Naqueles dias de outubro já se conhecia a estranha e po-derosa voz do Cantor Diferente, delimitando as novas fron-teiras do Reino de Deus. As multidões esfaimadas ouviam aquela Palavra e se entusiasmavam, acompanhando o singu-lar Peregrino.

A fome de pão se misturava à necessidade da paz, e as massas angustiadas, especialmente naquele período, aguar-davam o Messias. Havia sinais comprobatórios da Sua vinda. Muitos foram, pressurosos, à Casa da Passagem para escutar, no vau do Jordão, o Batista. Ele, no entanto, afirmara e todos repetiam: — Eu sou apenas o preparador dos caminhos, para

Ele passar... aquele que segue primeiro, à frente, endireitando a passagem...

E de fato, ele passara deixando um apelo veemente para a consciência dos homens: o do arrependimento de todos os erros, com o conseqüente nascimento do homem novo sobre os escombros do homem velho.

Herodes, ao decapitá-lo, penetrou em funda amargura, no entanto, o povo, que lhe conhecia a vida atribulada e a conduta adulterina, comentava, mordaz, sobre as conseqüên-cias do seu crime e os lastimáveis resultados que adviriam no futuro.

A Voz, porém, se fizera mais forte, surpreendentemente, após a morte de João.

Paralíticos e cegos, leprosos e meretrizes, pescadores e a grande plebe a ouviam... Homens representativos dentre os doutores e os levitas a escutavam e, conquanto se ressentis-sem das duras verdades que ela enunciava, não conseguiam condições para silenciá-la, reconhecendo-a autêntica.

Expectativas felizes pareciam dominar todo o Israel, e os sonhos de liberdade longamente acalentados voltavam a interessar as paixões dos sôfregos corações humanos.

Preconizava um Reino e ensinava onde repousavam as suas primeiras balizas, já fincadas no solo dos Espíritos. To-davia, quando se fitavam os olhos transparentes Daquele que

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projetava a voz da esperança, identificavam-se neles a melan-colia e a poesia latentes que esparziam em farta messe.

Ele viera a Jerusalém para participar das festas, conhecer o povo mais intimamente, nas explosões coletivas, nas exal-tações generalizadas. Muitos O viram e O escutaram antes, provocando que as notícias da Sua presença comunicassem intensas emoções no povo e nos encarregados da Lei e da Religião. Onde surgia, todos O buscavam...

Ele estava próximo à porta Nicanor, do lado leste do Templo, chegando pelo caminho do Monte das Oliveiras, acompanhado dos discípulos.

Narra João, com emotividade e linguagem sucinta:“Os escribas e os fariseus trouxeram uma mulher que

fora surpreendida em adultério e a apresentaram dizendo: Mestre, esta mulher foi apanhada em adultério. Moisés man-da que se lapidem tais mulheres pelo apedrejamento. Tu, pois, que dizes?”1

Ele olhou de relance a mulher ultrajada e se abaixou, sensibilizado, e com o dedo começou a traçar garatujas no solo.2

A interrogação se demorava no ar, sem resposta.Ele era o Embaixador da Verdade, porém o Príncipe re-

presentativo da Paz e do Amor. Moisés significava a aspereza literal da Lei fria e dura. Roma retirara de Israel o direito sobre a vida dos seus filhos. Ninguém, senão o Imperador ou seus Representantes, poderia dispor da vida de qualquer pessoa.

O adultério era condenado pelo Decálogo de forma ir-reversível. Outras mulheres ali foram trazidas “pela gola dos vestidos” e apedrejadas, até consideradas mortas, noutros tempos...

Sua resposta, de qualquer natureza, criaria dificuldades.Com as festas, havia nos corações uma cantilena de to-

lerância e benignidade, uma quase tendência ao perdão por parte do povo. Perdoá-la, no entanto, não seria conivir com o adultério, oferecendo o estímulo da aceitação tácita do ne-fasto crime?

— “Tu, que dizes?”Havia ali corações em febre de desejos irreprimíveis, de-

vastadores.As mulheres caem porque encontram alçapões disfarça-

dos no solo das ansiedades, nos quais são atiradas pela volú-pia de homens que as hipnotizam com desejos infrenes. Atrás de cada organização feminina violada, há um companheiro oculto. Em cada adúltera se esconde um adúltero, comparsa do mesmo erro. Onde estaria aquele que a infelicitou, explo-rando a sua fraqueza e a abandonando?

A mulher, não obstante desvalorizada, não representava qualquer significação antes d’Ele. Só depois, quando Ele a er-gue do nada em que se encontrava é que passou a ocupar o devido lugar de rainha e santa no altar do amor dos corações...

— “Tu, que dizes?”Ele não a fitou certamente para poupá-la da transparên-

cia da Sua visão.1 João 8: 1 a 11.2 Narram diversos intérpretes deste texto que escrevendo no chão, o Senhor grafava a marca moral do erro de cada um que O observava, fazendo que recor-dasse sua própria imperfeição. Por exemplo: ladrão, adúltero, caluniador...Nota da autora espiritual.

— “Aquele que dentre vós estiver sem erro, atire-lhea primeira pedra...”

A frase Lhe fluiu dos lábios lentamente, com segurança, nitidez, serenidade.

Continuou a escrever no chão.“Atire-lhe a primeira pedra.”A pedrada!Mas todos ali estavam mergulhados em erros, laborando

em terreno infeliz de preconceitos violados, de legislação des-respeitada, de ultrajes ocultos, de crimes que a consciência temia enfrentar diretamente.

Os que estivessem isentos de erros!... Quem estaria nessa condição?

A exuberância da luz solar incide sobre as personagens da cena que marcaria História na História...

“Em silêncio os circunstantes se afastaram, um a um a começar dos mais velhos e a terminar pelos mais novos, fican-do Jesus e a mulher.”

Sim, os mais velhos trazem maior soma de empeços e problemas, remorsos e azedumes...

É fácil esmagar e exigir quando não se olham interior-mente as paisagens do Espírito.

Adúlteras, porque há adúlteros que as malsinam.O silêncio dominou o local em que se encontravam.Só então Ele se levantou outra vez.Fitando-a, agora, com doçura e compreendendo o seu

drama íntimo, revisando aqueles dias passados, que foram de dissipações, falou, em melodia de ternura e disciplina:

— “Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou? Nem eu tão pouco te condeno: vai e não tornes a pecar!”

A autoridade do Rabi penetra o Espírito da mulher in-feliz e repudiada, e harmoniza o país da sua alma em guerra. Antes do erro quanta indecisão e incerteza, quanta frustração e receio atormentaram aquele ser!

Quanto flagelo interior experimenta todo aquele que se entrega ao erro, ao pecado!

“Não tornes a pecar!”Todo o Evangelho se assenta nessa base: da compaixão e

da misericórdia.Ter oportunidade nova, mas não repetir o erro.Cair e levantar-se.Equivocar-se e retificar a atitude.Nem conivência com a irresponsabilidade nem dureza

com a correção.Todos se podem enganar, no entanto, perseverar no enga-

no é acumpliciamento com a ignorância e a leviandade.O Reino de Deus, cantado por Jesus, é o amor em todas

as latitudes e dimensões a alongar-se pela Terra inteira numa explosão de misericórdia e educação.

“Não tornes a pecar!”“Isento de erro.”Apedrejar a própria consciência, lapidando-a, aprimo-

rando o Espírito para galgar maior expressão de paz e ven-tura.

— ... “Atire a primeira pedra!”

Luz do MundoAmélia Rodrigues/Divaldo Franco

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PERGUNTA: — Podeis nos apre-sentar um exemplo mais objetivo desse trabalho, que muita gente atribui à Natureza, mas que se realiza através de planejamentos tão longos e minuciosos, e que são incessantemente supervisionados pelos espíritos desencarnados?

RAMATÍS: — O homem desco-nhece ainda o trabalho de fórmulas e planos que se conjugam à heróica disciplina e à sabedoria sideral dos trabalhadores espirituais que ope-ram nos bastidores dessa tão famosa e mecânica Natureza, considerada como espontaneamente criadora por alguns terrícolas. Em tudo que vedes, pensais ou sentis, há sempre um espí-rito diretor, em incessante atividade criadora, como divino sustentáculo das formas exteriores e transformá-veis, do mundo provisório, permitin-do que este cumpra a sua finalidade abençoada de modelar as configura-ções que ativarão novas consciências individuais dos filhos de Deus.

Assim é que, por detrás do cisco que fertiliza a rosa, do mostrengo que será o fascinante beija-flor, do feio embrião que se transformará num Apolo ou então em sedutora mulher, sempre operam espíritos inteligentes, responsáveis e propulsores da vida exterior. No sussurro do vento, no pio do pássaro ou no balbuciar da criancinha permanece constante o espírito, vivificando e compondo essas manifestações na matéria. É por isso que notais um senti-do inteligente e criador nessa tão delicada Natureza.

Aqui, a semente atirada ao seio da Terra germina, cresce e se desenvolve, desatando a árvore e vestindo-a de folhas e flores, até produzir os frutos desejados; mais além, os pássaros tecem os seus ninhos, deitam ovos e deles nascem filhotes impedidos de voar; mas eles se empenham, cambaleiam, fracassam e recomeçam seus esforços atendendo à ansie-dade de se locomover, para depois se alarem quais flores vivas, pelo espaço cerúleo afora. Ali, ínfimo filete d’água desliza pelo solo res-sequido, umedece a areia, cava a pedra rude e rompe o solo até torná-lo em vultoso abismo,

por onde então mergulha na forma de cauda-loso Amazonas. Acolá, a criança surge mate-rializada no ventre materno, move-se, engati-nha, tomba, ergue-se, num punhado de anos, produz a “Divina Comédia”, o “Don Quixote” ou a “Sinfonia Coral” ou, então, constrói os colossos metropolitanos, ilumina o orbe, sulca os ares e domina os oceanos. Quando se desveste do traje carnal, pode reinar e como-ver o mundo, na figura de um Khrisna, um Buda, Francisco de Assis, ou o sublime Jesus. Até no singelo mover dos lábios da criança ansiosa por transmitir o seu pensamento, concretiza-se o resultado de idéias e planos elaborados gradativamente pelos milênios afora. Mesmo para esse mover de lábios, foi preciso que alguém primeiramente pensasse, planejasse e agisse para materializá-lo no cenário das formas do mundo transitório.

A Sobrevivência do EspíritoRamatís / Hercílio Maes

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Certa vez alguém perguntou a George Bernard Shaw como é que ele parecia tão jovem.“Pareço ter minha própria idade. São as outras pessoas que parecem mais velhas do que são. Que se pode esperar de gente que come cadáveres?”

Associação Dietética Americana passaa indicar a dieta vegetariana na prevenção de doenças

Seguir uma dieta vegetariana pode ser uma boa maneira de diminuir o risco de doenças crônicas como diabetes, obesi-dade, hipertensão e câncer, afirma a Associação Dietética Ame-ricana (ADA), que publicou recentemente uma atualização de suas recomendações sobre alimentação saudável no Journal of the American Dietetic Association. Segundo os nutricionistas da ADA, não há dúvidas de que uma dieta vegetariana bem plane-jada é uma opção saudável para crianças, adolescentes e adultos.

“As dietas vegetarianas são eficazes em todas as fases da vida, incluindo na gravidez, na lactação, na primeira infância, na adolescência e para atletas.”

“A Associação Dietética Americana reconhece que uma dieta vegetariana bem planejada, incluindo o vegetarianismo completo (que exclui todo tipo de carne e ovos) e o veganismo (que ex-clui carnes, ovos e laticínios), pode ser saudável, nutricionalmente completa e traz benefícios na prevenção e no tratamento de certas doenças. As dietas vegetarianas são eficazes em todas as fases da vida, incluindo na gravidez, na lactação, na primeira infância, na adolescência e para atletas”, divulgaram em nota os nutricionistas Winston Craig e Reed Mangels, conselheiros da ADA.

Os nutricionistas aproveitaram para enfatizar o bom resul-tado de inúmeros estudos que ligam uma dieta com menos carne a um risco menor de uma série de doenças. “Quem é vegetariano, ou exclui a carne do cardápio alguns dias da semana, tem menos colesterol alto, problemas cardiovasculares, hipertensão e diabetes tipo 2”, afirmaram Craig e Reed. Quem segue este tipo de dieta também tende a comer menos gorduras saturadas e mais fibras.

As informações completas sobre as novas recomendações da ADA podem ser encontradas no site www.eatright.org.

Mais informações: http://alimentacaosemcarne.com.br

E por falar Em saúdE, vamos analisar uma das causas atuais das doEnças.

De onDe vem o AlzheimerEstudo conclusivo aponta a ingestão de carne e laticínios como

origem da doença, antes suposta ser degenerativa.Associado à degeneração dos neurônios, a doença de Alzheimer

também pode ter ligação com a presença excessiva de um tipo de ami-noácido, a homocisteína, no sangue. Embora pesquisas já tivessem su-gerido essa relação, pela primeira vez um estudo conseguiu comprovar que, quanto maior o nível da proteína, mais chances a pessoa tem de desenvolver a doença.

A constatação é do hematologista Dimitri Zylberstein, da Univer-sidade de Gotemburgo, na Suécia.

– Nosso estudo demonstra uma clara associação entre o índice elevado de homocisteína e a doença de Alzheimer. Esse resultado, assim como os de estudos anteriores, implica que a doença provavelmente não é puramente degenerativa, mas completamente, ou pelo menos parcial-mente, de origem vascular – afirma o médico.

Um importante amionácido para o metabolismo, a homocisteína é produzida no corpo depois da ingestão de carnes e laticínios. Em exces-so, ela prejudica as artérias, formando placas de gorduras que podem levar a infartos e derrames.

O estudo conduzido por Zylberstein foi o primeiro a fazer um acompanhamento a longo prazo, de 35 anos, com mulheres de meia-idade, o que garantiu a certeza dos resultados.

Ele descobriu que em relação aos outros tipos de demência, aque-las com alteração na taxa de homocisteína possuíam 70% mais chances de apresentar o problema.

Segundo o cientista, que agora pesquisa a cura do mal, dois aspec-tos devem ser ressaltados:

– Em primeiro lugar, a descoberta de que o excesso de homocisteí-na na meia-idade vai afetar a vida da pessoa muitas décadas depois. Em segundo que, se por um lado, demoram cerca de 15 anos para os efeitos se expressarem nos infartos do miocárdio, a média de surgimento da demência é 22 anos – diz.

(Fonte: Zero Hora – Porto Alegre)

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12. Com as palavras “Bem-aventurados os aflitos, pois serão consolados”, Jesus indica, ao mesmo tempo, a compen-sação que aguarda os que sofrem e a resignação que os faz bendizer o sofrimento como início da cura.

Essas palavras também podem ser interpretadas assim: “Deveis vos considerar felizes por sofrer, pois vossas dores neste mundo são o pagamento das dívidas de vossas faltas passadas. Essas dores, quando suportadas pacientemente aqui na Terra, vos poupam séculos de sofrimento na vida futura. Deveis então ficar felizes por Deus ter reduzido vos-sa dívida, permitindo-vos saldá-la agora, o que vos garante tranquilidade no futuro.”

O homem que sofre é como o devedor de uma grande quantia, a quem o credor diz: “Se me pagares ainda hoje a centésima parte, eu te dispenso do resto da dívida, e esta-rás livre. Mas se não o fizeres, te cobrarei até que me pagues o último centavo”. Esse devedor não ficaria feliz, mesmo que tivesse de suportar privações para se libertar dessa grande dí-vida, sabendo que pagaria apenas a centésima parte dela? Ao invés de queixar-se de seu credor, não deveria agradecer-lhe?

É exatamente esse o sentido das palavras: “Bem-aven-turados os aflitos, pois serão consolados”. Eles são felizes porque estão pagando suas dívidas, e depois de liquidá-las ficarão livres. Mas se, ao mesmo tempo em que procura li-quidá-las, adquire novos débitos, jamais alcançará a liberta-ção. Ora, cada nova falta aumenta a dívida, pois não há uma única falta, seja ela qual for, que não traga obrigatoriamente consigo a punição inevitável: se não for hoje, será amanhã; se não for nesta vida, será na outra. Entre essas faltas, deve-se colocar em primeiro plano a falta de submissão à vontade de Deus. Portanto, se nos lamentamos nos momentos de afli-ções, se não as aceitamos com resignação, como algo que me-recemos, e se acusamos a Deus de injusto, contraímos uma nova dívida que nos faz perder a lição que poderíamos tirar do sofrimento. É por isso que estamos sempre precisando recomeçar, como se pagássemos prestações a um credor que nos persegue, e a cada vez lhe pedíssemos novo empréstimo.

Ao entrar no mundo dos espíritos, o homem ainda se pa-rece com o operário que se apresenta no dia do pagamento. A uns, o Senhor dirá: “Aqui está o pagamento pelos vossos dias de trabalho”; a outros, aos bem-sucedidos na Terra, aos que viveram na ociosidade, cuja felicidade consistiu na satisfação do amor-próprio e nas alegrias mundanas, Ele dirá: “Nada vos cabe, pois recebestes vosso salário na Terra. Ide e reco-meçai vossa tarefa!”.

13. Conforme a maneira de encarar a vida terrena, o ho-mem pode amenizar ou agravar a amargura de suas provas. Quanto mais ele acha que é longa a duração do seu sofrimen-to, mais sofre. Porém, se observar a vida terrena do ponto de vista da vida espiritual, logo a compreende como um ponto no Infinito e percebe o quanto ela é breve, concluindo que esse momento penoso logo passará. A certeza de um futu-ro próximo, mais feliz, anima-o e encoraja-o, e, em vez de lamentar-se, ele agradece aos Céus pelas dores que o fazem avançar. Para quem só enxerga a vida corpórea, ao contrá-rio, esta lhe parece interminável, e a dor pesa sobre si com toda sua intensidade. Aquele que encara a vida do ponto de vista espiritual dá menos importância às coisas deste mun-do; modera os seus desejos e se contenta com sua posição, sem invejar a dos outros; atenua a impressão moral dos re-veses e desilusões que sofre. Assim procedendo, extrai uma calma e uma resignação úteis, tanto à saúde do corpo como à da alma, ao passo que, pela inveja, pelo ciúme e pela am-bição, se submete voluntariamente à tortura, aumentando as misérias e angústias de sua curta existência.

Capítulo 5Bem aventurados os aflitos

O Evangelho Segundo o Espiritismo

É preciso que se dê mais importância à leitura do Evangelho. E, no entanto, abandona-se esta divina obra;faz-se dela uma palavra vazia, uma mensagem cifrada. Relega-se este admirável código moral ao esquecimento.