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Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de Limeira Escola de Aprendizes do Evangelho — 8ª turma 112ª aula: Estudos do perispírito - Centros de força Textos complementares GEAEL Aula 112 — Entre muitas, a lição que fica: Se os médiuns e passistas espíritas pudessem desenvolver com proficiência o chacra Esplênico, eles se tornariam excelentes terapeutas a produzir curas miraculosas, ante a abundância de fluidos róseo-prânicos, que eles podem absorver por esse centro de forças situado à altura do baço e um dos mais eficientes restauradores dos plexos nervosos. Daí, pois, a necessidade dos médiuns ou passistas aprofundarem-se no estudo do duplo etérico e do seu sistema de chacras, pois caso desejem realmente proporcionar o bem ao próximo com a doação de energias excepcionais, terão de conhecer o processo que os ajude a aumentar suas cotas de vitalidade ou prana.” – Ramatís / Hercílio Maes — Elucidações do Além Referir-se ao próximo como a um es- tranho é tão esquisito quanto referir-se a um livro como se fora um alfinete. O próximo É a mesma substância que nós, porque todos temos a centelha divina do mesmo Deus, que é a alma de tudo: “um só corpo há, e um só Espirito” (Ef. 4:4). O mesmo vinho, da mesma colheita, não deixa de ser o mesmo vinho por estar distribuído em dez barris e de lá passar a dez mil garrafas, e dessas a trinta mil copos. E o vinho é o mesmo, quer tenha sido derramado numa taça de cristal, quer numa caneca de ágata. Assim a centelha divina, em corpo de príncipe ou em car- cassa de mendigo, adormecida numa pe- dra ou a vicejar numa planta, é sempre a mesma centelha divina. Tudo é UM, tudo é a mesma substân- cia, já que a única substância com reali- dade objetiva é DEUS. Então nós somos Deus? Não. Somos a centelha divina, como o espelho que recebe a imagem do sol e a reflete se estiver limpo. Assim, tanto melhor refletiremos o Pai quanto mais puros estivermos. Mas somos realidades subjetivas, que só existem enquanto o Pai existe, da mesma forma que o espelho só reflete o sol, quando há sol. A substância divina, sem nada perder de si mesma, emite seus raios: e nós, os espelhos, somos Sua centelha, recebendo Dele vida, luz, força, energia, tudo. De nós mesmos, nada so- mos e nada valemos, tal como um espelho num porão escuro: nada pode refletir. No entanto, Deus não é a soma de todos nós, da mesma forma que milhões ou bilhões de espelhos jamais formariam um sol. O sol existe, age e opera independentemente de um ou de bilhões de espelhos. Mas nenhum espelho refletirá o sol, se não estiver diante dele. E, em bilhões de espelhos, o sol refletido É O MESMO. Portanto, todos os espelhos brilham pela luz do mesmo sol: e a luz de todos os espelhos É A MESMA LUZ. Assim, em todos nós, a luz que existe é a mesma, to- dos somos UMA Só LUZ, porque todos vivemos DA mesma e NA mesma substância divina. Então, o “próximo” não é um “estranho”: somos nós mesmos, é a mesma substância nossa, manifestada em outros corpos. Carlos Torres Pastorino Revista Sabedoria – Março/1964

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Grupo Espírita Aprendizes do Evangelho de LimeiraEscola de Aprendizes do Evangelho — 8ª turma

112ª aula: Estudos do perispírito - Centros de forçaTextos complementares

GEAEL

Aula 112 — Entre muitas, a lição que fica:“Se os médiuns e passistas espíritas pudessem desenvolver com proficiência o chacra Esplênico, eles se tornariam excelentes terapeutas a produzir curas miraculosas, ante a abundância de fluidos róseo-prânicos, que eles podem absorver por esse centro de forças situado à altura do baço e um dos mais eficientes restauradores dos plexos nervosos.Daí, pois, a necessidade dos médiuns ou passistas aprofundarem-se no estudo do duplo etérico e do seu sistema de chacras, pois caso desejem realmente proporcionar o bem ao próximo com a doação de energias excepcionais, terão de conhecer o processo que os ajude a aumentar suas cotas de vitalidade ou prana.” – Ramatís / Hercílio Maes — Elucidações do Além

Referir-se ao próximo como a um es-tranho é tão esquisito quanto referir-se a um livro como se fora um alfinete.

O próximo É a mesma substância que nós, porque todos temos a centelha divina do mesmo Deus, que é a alma de tudo: “um só corpo há, e um só Espirito” (Ef. 4:4).

O mesmo vinho, da mesma colheita, não deixa de ser o mesmo vinho por estar distribuído em dez barris e de lá passar a dez mil garrafas, e dessas a trinta mil copos.

E o vinho é o mesmo, quer tenha sido derramado numa taça de cristal, quer numa caneca de ágata. Assim a centelha divina, em corpo de príncipe ou em car-cassa de mendigo, adormecida numa pe-dra ou a vicejar numa planta, é sempre a mesma centelha divina.

Tudo é UM, tudo é a mesma substân-cia, já que a única substância com reali-dade objetiva é DEUS. Então nós somos Deus? Não.

Somos a centelha divina, como o espelho que recebe a imagem do sol e a reflete se estiver limpo. Assim, tanto melhor refletiremos o Pai quanto mais puros estivermos. Mas somos realidades subjetivas, que só existem enquanto o Pai existe, da mesma forma que o espelho só reflete o sol, quando há sol.

A substância divina, sem nada perder de si mesma, emite seus raios: e nós, os espelhos, somos Sua centelha, recebendo Dele vida, luz, força, energia, tudo. De nós mesmos, nada so-mos e nada valemos, tal como um espelho num porão escuro: nada pode refletir.

No entanto, Deus não é a soma de todos nós, da mesma forma que milhões ou bilhões de espelhos jamais formariam um sol. O sol existe, age e opera independentemente de um ou

de bilhões de espelhos.Mas nenhum espelho refletirá o sol, se não estiver diante

dele.E, em bilhões de espelhos, o sol refletido É O MESMO.Portanto, todos os espelhos brilham pela luz do mesmo

sol: e a luz de todos os espelhos É A MESMA LUZ.Assim, em todos nós, a luz que existe é a mesma, to-

dos somos UMA Só LUZ, porque todos vivemos DA mesma e NA mesma substância divina. Então, o “próximo” não é um “estranho”: somos nós mesmos, é a mesma substância nossa, manifestada em outros corpos.

Carlos Torres PastorinoRevista Sabedoria – Março/1964

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Chacras ou “centro de forças etéricas” se apresentam como espécies de “redemoinhos” resultantes do choque das energias etéricas do mundo superior, quando entram em con-tato turbilhonante com as forças etéricas agressivas e vigorosas do plano físico. Do encontro das energias sutilíssimas descidas do Alto e das forças primárias que sobem da Terra carregadas de impurezas próprias do mundo animal instintivo, resultam os “chacras” ou “motos vorticosos”, espécie de discos giratórios etéricos em alta velocidade.

Quando observados de perfil em seu veloz funciona-mento giratório, assemelham-se a verdadeiros “pratos” ou “pires” de energias turbilhonantes com característica depressão no centro; vistos de frente, lembram o movimen-to vertiginoso das hélices dos aviões.

Centros ativos situados no duplo etérico, entre o corpo físico e o perispírito, eles haurem as energias sutilíssimas

do mundo espiritual superior e as encaminham para o corpo físico, fundindo-as com a vitalidade ou o prana astral; absorvem, também, as forças violentas, primitivas ou instintivas da Terra para o sustentáculo carnal no cená-rio da matéria.

À medida que o espírito vai plasmando o seu corpo de carne seguindo o gráfico ou o molde “preexistente” do perispí-rito, o duplo etérico também vai se formando pela exsudação do éter físico e consolidando-se como fiel intermediário das sensações físicas para o mundo oculto, e deste, para a consci-ência física. Pouco a pouco, os chacras ajustam-se, progridem e se desenvolvem à altura dos principais plexos nervosos do homem1 e são classificados em conformidade com a região do organismo físico onde eles situam-se, como seja, o cardíaco à altura do coração, o laríngeo sobre a garganta ou o esplênico situado acima do baço físico.

Eles giram como os ponteiros dos relógios, da esquerda para a direita, situando-se a seis ou sete milímetros na super-fície do duplo etérico. São os centros humanos responsáveis pela irrigação de vitalidade ainda desconhecida da ciência acadêmica, ao captarem o Prana, que é o combustível essencial da Vida.

Sem eles o Espírito não poderia exercer o seu controle e sua atividade sobre o corpo físico, nem tomar conhecimento das sensações vividas pelo mesmo, pois eles transferem à região anatômica correspondente, cada decisão assumida pelo Espírito no seu mundo oculto.

Nos indivíduos espiritualmente desenvolvidos, os chacras, rodas, pires, discos gigantes ou motos vorticosos são amplos, esplendorosos e sumamente brilhantes, prismados por cores translúcidas e fascinantes, pois chegam a atingir até 20 centí-metros de diâmetro no seu giro turbilhonante.

Quando bastante expansivos, dinâmicos e potentes se apresentam os chacras, eles canalizam maior soma de energias vitais e psíquicas de boa qualidade, facilitando desenvolver faculdades superiores.

Existem centros de forças tanto no duplo etérico, quanto no perispírito; a diferença é que no primeiro são propriamente os chacras, isto é, “discos giratórios”, “rodas turbilhonantes” mas de forças etéricas que se dissolvem com a morte do homem. No perispírito, entretanto, trata-se de centros estáveis e definitivos, que não se decompõem com a desintegração do corpo físico, pois são órgãos preexistentes desse corpo imor-tal. Enquanto os chacras do duplo etérico são verdadeiros

1 Os chacras localizam-se nas seguintes regiões do corpo físico: Básico ou Kundalíneo, na base da espinha, junto ao plexo sagrado; Esplênico, na região do baço, junto ao plexo mesentérico; Umbilical ou Gástrico, sobre o estômago, junto ao plexo solar; Cardíaco, na região precordial, junto ao plexo cardíaco; Laríngeo, sobre a garganta, junto ao plexo laríngeo; Frontal ou Cerebral, situado na fronte, entre os supercílios, plexo frontal; Coronário, no alto da cabeça, na forma de um cone, plexo coronário.

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redemoinhos em miniatura ou “motos vorticosos” de energias etéricas prismando cores de acordo com a decomposição do Prana que os irriga em todos os sentidos, os centros de forças do perispírito são “núcleos” de força astral e mental acumulada; e situam-se, também, sobre os plexos nervosos do homem e quase ao nível dos próprios chacras etéricos; mas há a distinguir que os chacras são centros etéricos do duplo etérico, isto é, do corpo provisório entre o organismo físico e o perispírito, enquanto os “centros de forças” perispirituais são preexistentes e impregnados de substância astralina e mental.

Os chacras do duplo etérico são transitórios, fruto do choque das correntes etéricas superiores descidas do Alto e do éter físico em ascensão da Terra; desintegram-se com a morte física, servem de conexão entre os mundos astral e material, mas não possuem consciência própria nem funcionam à parte, pois obedecem ao comando do perispírito. No entanto, os centros de forças do perispírito funcionam como subestações do espírito e efetuam inúmeras providências sob um automa-tismo inteligente, fruto de milênios de aperfeiçoamento. Tanto os chacras do duplo etérico quanto os centros de forças peris-pirituais funcionam intimamente ligados e nas mesmas zonas dos plexos nervosos.

Eles estão situados na superfície do duplo etérico, de 5 a 6 milímetros da periferia do corpo físico e se constituem em turbilhões que ressaltam num movimento contínuo e acelerado.

Trata-se de centros de forças que distribuem as ener-gias necessárias à vida do duplo etérico e que proporciona o crescimento das faculdades psíquicas do homem, porque eles estão em relação com o perispírito que transmite para o corpo físico as deliberações do Espírito. Nas pessoas rudimentares os chacras quase que só atendem às necessidades vitais do duplo etérico e do corpo físico, cujo funcionamento é relati-vamente lento; porém, nas pessoas bem desenvolvidas eles são brilhantes e formosos, despedindo os mais variados tons de coloridos fascinantes, que lembram as cores pitorescas das bolhas de sabão ou pequeninos sóis de 15 até 20 centímetros de diâmetro.

1º — Chacra básico ou fundamental: — Situa-se na base da espinha dorsal; é o condutor do famoso “fogo serpentino”, ou mais conhecido pelos hindus como o “chacra kundalíneo”, centro etérico responsável pelo fluxo das energias poderosas que emanam do Sol e da intimidade da Terra, a energia “mãe do mundo”, pois ela é realmente o principal fundamento da vida na matéria.

Os clarividentes observam que esse fluxo energético, provindo do âmago da Terra em simbiose com as forças que descem do Sol, assemelha-se a uma torrente de fogo líquido a subir pela coluna vertebral do homem, a qual depois ativa as energias instintivas ou inferiores, próprias do mundo animal.

O Kundalini é um combustível poderoso, que flui da inti-midade terráquea ou das zonas de maior ebulição primária, onde as energias criadoras do planeta fundem-se num abraço selvático e agressivo, embora elas sejam o sustentáculo da vida

rudimentar no orbe. Mas são forças que alimentam a vida primária, selvática e vigorosa; constituem-se na forma do éter físico grosseiro, em ondas, para alimentar a natureza animal, se o seu dono não for um espírito superior.

No entanto, o cundalíneo também é um chacra utilís-simo, pois em função normal e disciplina biológica própria do homem superior, ele reativa os demais chacras através do fluxo do seu fogo serpentino, que se acumula e se distribui à altura do plexo sagrado.

Ele localiza-se junto ao plexo sagrado, e durante o seu giro apresenta-se à visão astral apenas com 4 raios, formando sugestiva figura de uma cruz no seu centro etérico, a qual se apresenta numa cor vermelha alaranjada, com algumas fulgurações escarlates, em tons fugitivos incandescentes, por vezes num tom sanguíneo suave, semelhante à linfa da vida física que é o próprio sangue humano. O chacra cundalíneo, básico ou fundamental como é mais conhecido, aliás, o mais primitivo e singelo de todos na sua manifestação algo “física”, é um dos principais modeladores das formas e dos estímulos da vida orgânica. Quando muito desenvolvido, mas de insufi-ciente controle, pode levar o homem à loucura, porque a sua ação muito forte acicata o desejo sexual, semeando a satisfa-ção aberrativa.

2º — Chacra Umbilical: — Situado à altura do umbigo, no duplo etérico, em perfeita correspondência com o plexo solar, abrangendo o fígado, os intestinos, os rins e demais órgãos do abdômen, à exceção do baço, que se encontra sob o controle do chacra esplênico. Esse centro de forças etéricas, de natureza mais rudimentar, é responsável pela assimilação e metabolis-mo dos alimentos ingeridos pelo homem. Alguns espiritualis-tas preferem chamá-lo de centro gástrico2 e ele se apresenta na forma de um turbilhão etérico com dez ondulações, raios ou pétalas, variando entre as cores vermelhas e os tons verde cor de ervilha, matizes que resultam da decomposição do Prana absorvido do meio ambiente e ali prismado.

3º — Chacra Esplênico: — Situa-se à altura do baço físico, é de cor radiante e de excessivo magnetismo, sendo o principal centro energético vitalizador do corpo físico, fun-cionando ainda como o auxiliar do metabolismo da purifi-cação sanguínea. Possui sete raios ou pétalas, e a sua função energética, e muito intensa, torna-o um pequeno sol rodo-piante a emitir revérberos cintilantes na absorção do Prana impregnado das forças ativas solarianas. Inúmeros casos de leucemia são devidos à insuficiência do chacra esplênico sobre o baço físico, pois reduz-se a absorção dos glóbulos de vitalidade naturais da atmosfera comum, necessários à revitalização sanguínea. Já temos observado algumas curas de enfermos leucêmicos devido, justamente, a maior ativamento do chacra esplênico, que favorece o aumento de glóbulos vermelhos. Isso se dá pela maior penetração de glóbulos vitalizantes do Sol e demais forças magnéticas do orbe planetário.

Depois que o centro esplênico atrai e incorpora as ener-gias do meio ambiente, como a eletricidade, o magnetismo, 2 N. do Revisor: Vide página 128 Entre a Terra e o Céu, de André Luiz, e a obra Passes e Radiações, capítulo “Chacras”, de Edgar Armond.

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os raios cósmicos, as emanações telúricas e energias projetadas do Sol, ele as desintegra e as distri-bui na forma de átomos saturados de Prana, anexando-os às diversas partes do corpo físico, conforme as funções vitais de cada órgão ou sistema orgânico. Mas no processo dessa purificação sanguínea, que é função do baço físico, o chacra esplênico acrescenta outras energias que fluem através dos chacras fron-tal e coronário, situados na cabeça. Deste modo, o conteúdo do sangue se impregna do tom espiritual da alma imortal. O chacra esplênico também regula a entrada do Prana no duplo etérico do homem.

O Prana que penetra pelo cha-cra esplênico tem por função princi-pal irrigar e vitalizar o duplo etérico em toda sua contextura, porque este é realmente o corpo vital intermediário e energé-tico entre o perispírito e a carne. Assim, a cor predominante sobre os outros matizes coloridos do chacra esplênico é o vermelho quase róseo, pois este é o alimento principal do sistema nervoso. É uma nuança destacada do Prana, cuja finalidade é ajustar o homem ao meio onde habita.

Se os médiuns e passistas espíritas pudessem desenvolver com proficiência o chacra Esplênico,3 eles se tornariam exce-lentes terapeutas a produzir curas miraculosas, ante a abun-dância de fluidos róseo-prânicos, que eles podem absorver por esse centro de forças situado à altura do baço e um dos mais eficientes restauradores dos plexos nervosos.

O Prana róseo, ao penetrar pelo chacra esplênico e envol-ver-se no seu turbilhão etérico, irriga o baço físico, enquanto algumas de suas emanações mais suaves e delicadas atingem o baço do perispírito, resultando então entre ambos os órgãos uma íntima relação de alta sensibilidade. Em seguida, essa energia rosada distribuindo-se pelo duplo etérico, enfeixa toda a estrutura da coluna vertebral e depois vitaliza todo o sistema nervoso. Irriga o bulbo, cerebelo e os hemisférios do cérebro; e descendo pelo sistema nervoso central, derrama-se pelos plexos.

Sob tal fluência prânica quando em criatura equilibrada, os demais chacras se ativam, aumentam o seu brilho e o seu diâmetro, estimulados pelas energias provindas do reservató-rio da natureza e canalizadas pelo centro esplênico. Depois de irrigar o corpo físico em toda sua extensão e profundidade, e

3 N. do Médium: Ramatís, em comunicação mais íntima, deu-nos instruções de como desenvolver ou despertar os chacras, fazendo-os alcançar um metabolismo pleno de vitalidade e auxiliando-nos ao despertamento das forças ocultas no contato com a matéria. Pudemos vislumbrar, em vigília, os movimentos rodo-piantes do chacra frontal, a despedir revérberos de um amarelo-ouro transpa-rente e ativando o campo perispiritual da glândula pineal. Nos poucos segundos que pudemos identificar o moto vorticoso desse chacra brilhante situado à altura dos supercílios, entre os olhos, também vislumbramos um lance espetacular da vida oculta e sentimos extraordinário poder psíquico à nossa disposição. Mas não estamos autorizados a revelar tal processo.

ativar as relações entre o perispírito e o corpo de carne, o Prana róseo, como o principal vitalizador do sistema nervoso, perde o seu tom róseo fundamental, pois exaure-se no seu energismo peculiar ou vita-lidade, que distribui pelos diver-sos órgãos ou sistemas do homem. Cumprida a sua função vitalizante, ele descora-se, passando a fluir para o mundo exterior algo enfraqueci-do; formando assim uma aura em torno do duplo etérico, conhecida pelos ocultistas como aura vital. É a conhecida aura da saúde, cons-tituída pela exsudação do Prana residual anteriormente penetrado pelo chacra esplênico, que, depois, se apresenta aos olhos dos clarivi-dentes num tom azulado pálido ou

róseo bastante descorado.O homem cujo chacra esplênico funciona em plena ati-

vidade é então alguém que “vende saúde” no dizer comum, pois as partículas róseas do Prana utilizado pelo corpo físico alimentam-se de um magnetismo tão intenso, que se asseme-lha a uma usina vitalizante, e os que dele se aproximam são beneficiados terapeuticamente.

Daí, pois, a necessidade dos médiuns ou passistas apro-fundarem-se no estudo do duplo etérico e do seu sistema de chacras, pois caso desejem realmente proporcionar o bem ao próximo com a doação de energias excepcionais, terão de conhecer o processo que os ajude a aumentar suas cotas de vitalidade ou prana.

Aliás, deveria servir de advertência para os médiuns, terapeutas indisciplinados ou leigos na arte de vitalizar o pró-ximo, o fato de que certas árvores como o pinheiro, o euca-lipto, o cedro e a mangueira, chegam a absorver do ambiente o prana róseo adequado ao próprio homem. À sua sombra ou vizinhança, muitas pessoas que sofrem de esgotamento nervoso, depois mantêm-se eufóricas e recuperadas na sua saúde, porquanto elas significam verdadeiras antenas vivas captando do mundo oculto as forças benfeitoras que depois são doadas ao homem num serviço elogiável e superior à maioria dos seres vivos.

4º —Chacra Cardíaco: — Este chacra está situado exa-tamente à altura do coração físico, pois é o centro de forças responsável pelo equilíbrio e pelo intercâmbio das emoções e dos sentimentos do homem. Quando ele é bem desenvolvido favorece a consciência ou a percepção instantânea das emo-ções e intenções alheias. É um centro turbilhonante, cor de ouro, emitindo fulgores iridescentes e se hipersensibiliza pela contínua auscultação psíquica no ser. Na sua função de cen-tro cordial situado à altura da região cardíaca, corresponden-do à velha tradição de que o sentimento e a emoção geram-se no coração, o chacra cardíaco também recebe eficiente contri-

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buição vital do chacra esplênico, cujo prana róseo, ao atingi-lo, assume um tom do chamado “raio amarelo”. Esse raio amarelo penetra no sangue pela via cordial e o vitaliza especialmente para que atenda à função cerebral; e, em seguida, eleva-se até atingir o chacra coronário, no alto do crânio, do que então resulta a consciência dos sentimentos ou das emoções, que costumam estimular as cogitações filo-sóficas de natureza elevada.

Enfim, o chacra cardíaco, quando bem desenvolvido, confere ao seu por-tador o dom de auscultar ou sentir os fatos do mundo astral, isto é, o dom do pressentimento, em que sentimos instintivamente os acontecimentos futuros. O chacra cardíaco nas pes-soas sinceras, humildes e meigas, de sentimentos nobres e ternos, mostra-se na plenitude de um Sol que despende fulgores dourados, sem analogia nas escalas cromáticas do mundo. É um centro cordial, que as faz compreender e sentir os sentimentos e as ansiedades do próximo.

5º — Chacra Laríngeo: — Situado à altura da garganta física, está próximo do plexo nervoso e na perpendicular do chacra frontal, do qual também recebe certa cooperação. Auxilia o desenvolvimento do ser e a audição astral e etéreo--física. Sua mais importante função é sustentar e controlar as atividades vocais, o funcionamento das glândulas timo--tireóide e paratireóides, estabilizando definitivamente a voz depois da época da puberdade. É um centro de forças etéricas responsável pela saúde da garganta e das cordas vocais. Ele carreia a vitalidade que deve suprir o mecanismo vocal e o dispêndio energético no falar. Ajuda também a percepção dos sons provindos do mundo etéreo-físico, da superfície da crosta terráquea e a auscultação dos sons do mundo oculto astralino.

A sua cor predominante é de um azul-claro, matizado de suave lilás ou tom violeta, brando, mas o seu aspecto geral, quando em boa disposição funcional, lembra a tonalidade de formoso raio de luar pousado sobre o mar tranqüilo. Tanto se acentua como se reduz em sua cor azul-claro fundamental, assim como varia em tamanho e luminosidade, influencian-do-se conforme o potencial e a qualidade verbal da criatura. É um dos chacras que também influi muitíssimo nos demais centros de forças e nos plexos nervosos do organismo huma-no, porque o ato da materialização das idéias através da fonação é fenômeno que concentra todas as forças etéreo--magnéticas do perispírito, atuando em vigorosa sinfonia com os demais centros etéricos reguladores das funções orgânicas.

6º — Chacra Frontal: — É o sexto centro etérico situado entre os supercílios ou olhos, apresentando-se com 96 raios;

nele predomina a cor róseo-amarela, matizada com um pouco de azul-violá-ceo, pois esse chacra também se nutre do raio róseo-amarelo vitalizante do chacra esplênico e combina-se com algo do raio azul do centro laríngeo. Quando esse centro de forças é bem desenvolvido, dinâmico e rutilante, con-fere ao homem o dom ou a faculdade da clarividência dos objetos e das coi-sas do mundo astral, das paisagens distantes e das massas coloridas do mundo astral, assinalando, também, os poderes mediúnicos da psicometria.

O chacra frontal do duplo eté-rico encontra-se intimamente ligado com igual centro de forças astrais situado em mesmo plano no perispí-rito. Quando é abundante de Prana e permanece em boa atividade com os outros chacras, ele confere ao homem encarnado ou desencarnado a faculdade de aumentar ou diminuir o seu poder visual, podendo penetrar

e observar com êxito a própria vida microbiana impossível à visão comum.4

7º — Chacra Coronário: — Situado no alto da cabeça, muito conhecido entre os hindus por “lótus de mil pétalas”, possui 960 raios principais e um centro menor em turbilhão colorido, apresentando 12 ondulações ou raios. Este chacra é o centro de forças mais importante do ser humano, de maior potencial e radiações, constituindo-se na magnífica ponte ou elo de união entre a mente perispiritual e o cérebro físico. É, enfim, o centro responsável pela sede da consciência do espírito.5

O chacra Coronário é o mais brilhante de todos os cen-tros de forças etéricas situados no duplo etérico: é o regente orquestral dos demais centros de forças, aos quais ele se liga interiormente, ajustando-os e afinando-os para um metabo-lismo harmônico. Preside-lhes as diversas funções sob uma regência ou comando de inspiração emanada diretamente do Alto. O centro coronário pode assumir as colorações mais exóticas e fascinantes; gira no seu todo com inconcebível rapidez, enquanto o seu centro de diâmetro menor, apre-senta-se numa cor branca, lirial e deslumbrante, emitindo

4 N. do Revisor: Há um relato na obra Missionários da Luz, páginas 231 a 232, do capítulo “Reencarnação”, ditada por André Luiz a Chico Xavier, que comprova perfeitamente os dizeres de Ramatís, quando, sob o auxílio magnético do mentor Alexandre, o autor espiritual explica que sentiu aumentar o seu poder de visão astral, pois conseguiu acompanhar, dali por diante, todo o fenômeno da fecundação, quando através dos condutos naturais femininos, corriam os ele-mentos masculinos em busca do óvulo numa prova eliminatória e num avanço de três milímetros por minuto.5 N. do Revisor: André Luiz, na obra Entre a Terra e o Céu, página 126, menciona o chacra coronário como participante de fisiologia do perispírito, mas não se refere ao mesmo centro do duplo etérico. Cremos que o nobre autor espiritual não quis saturar a mente dos espíritas com esse conhecimento mais complexo, pois são poucos os que se devotam realmente aos estudos ocultistas do “homem invisível”.

As correntes de vitalidade

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fulgores dourados cada vez mais belos. À medida que o homem desenvolve os seus princípios espirituais superiores, ele também se transforma num Sol ruti-lante de beleza inigualável, irradiando matizes de cores impossíveis de serem definidas pela retina física. É o elo da consciência angélica com o mundo material, enquanto os demais centros de forças recebem-lhe o influxo superior e sensibilizam-se em suas funções de intercâmbio entre o mundo físico e o mundo oculto.

A sua ação também é algo conver-gente ao corpo pituitário ou hipófise, que é o único elemento de comunicação físico-psíquica com os planos superiores. Há casos que, em certas criaturas, o cha-cra frontal ou cerebral ainda encontra-se muito ligado à hipófise; e então o centro coronário inclina-se ou desvia-se algo até coincidir com a glândula pineal, isto é: — nivela-se a este órgão de que a ciência do mundo ainda ignora a função psíqui-ca, aliás, importante na relação entre o espírito e o corpo mental inferior.

Enquanto os demais chacras do duplo etérico apresentam certa depres-são no seu centro vorticoso, lembrando a figura de um pires ou hélice em movi-mento turbilhonante, o chacra coroná-rio mais se assemelha a um intenso foco de energias giratórias a despedir fulgo-res. Lembra uma cúpula ou coroa ful-gurante em torno da cabeça do homem, espargindo radiações que lhe formam um halo luminoso ou aura translúcida.6

Elucidações do AlémRamatís / Hercílio Maes

Editora do ConhECimEnto

6 Na obra Nosso Lar, capítulo XXXIII, Curiosas Observações, referindo-se a espíritos com os chacras em boa disposição, o autor assim os menciona, sem defini-los à luz do ocultismo. Diz ele: “Trata-se de poderosos espíritos que vivem na carne em missão redentora e podem, como nobres iniciados da Eterna Sabedoria, abandonar o veículo corpóreo transitan-do livremente em nossos planos. Os filamentos e fios que observou são singularidades que os diferem de nós”.

Chacra raiz ou básico

Chacra do baço

Chacra do umbigo

Chacra do coração

Chacra laríngeo

Chacra frontal

Chacra coronário

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PERGUNTA: — Qual é o simbolismo da “túnica nup-cial”, mencionada na parábola do “Festim de Bodas”? Jesus referia-se a algum direito, privilégio ou concessão divina; talvez a alguma vestimenta iniciática, que o convidado do banquete divino deveria usar?

RAMATÍS: — A parábola indica, perfeitamente, que o convidado a participar do “Festim de Bodas” já deveria pos-suir a “túnica nupcial”, ou seja, certa credencial ou estado espiritual superior que, então, lhe proporcionaria o direito de permanecer no banquete.

Assim como na Terra festeja-se alguém pelo término de algum curso, ou quando se distingue em alguma competi-ção, ou por qualquer ação incomum ou obra meritória, na parábola de Jesus só vestem a “túnica nupcial” os convidados que conseguiram uma categoria de determinado gabarito espiritual. A “túnica nupcial”, nesse caso, não é somente um direito pessoal, mas ainda define uma elevada transformação espiritual na intimidade do ser.

PERGUNTA: — Como se percebe no “Festim de Bodas” essa condição íntima e intrínseca superior do convidado, cujos méritos dão-lhe direito ao ingresso no banquete divino?

RAMATÍS: — Jesus explica na parábola do “Festim de Bodas” que o rei indaga ao intruso, com certo espanto: “Como entraste aqui, sem a túnica nupcial?” A surpresa do rei prende-se ao fato de ele ver alguém situado naquele ambiente de vibração tão excelsa e incomum, mas sem ter alcançado a sublimidade da freqüência vibratória espiritual exigida para a “túnica nupcial”. Todos os convidados do banquete do rei, ali podiam se manter e equilibrar-se no meio tão superior, graças à posse da “túnica nupcial”, ou seja, já haviam alcançado a purificação espiritual. Assim, era verdadeira aberração a presença do “intruso”, o qual se traía frontalmente pela sua graduação inferior, uma vez que não vestia-se de acordo com a tradicional identificação sublime.

PERGUNTA: — Poderíeis distinguir-nos melhor, nesse caso, o espírito e a “túnica nupcial”?

RAMATÍS: — O espírito do homem é a centelha ou chama de luz, síntese de todas as faculdades criadoras divinas, enfim, a miniatura do próprio reino de Deus. O Gênese (cap. 5) enuncia que “o homem foi feito à imagem, à semelhança de Deus”, enquanto o Mestre Jesus confirma esse enunciado, ao afirmar: “Vós sois deuses” ou, ainda, “Eu e meu Pai somos um”. Mas a “túnica nupcial” mencio-nada na parábola do “Festim de Bodas” é a vestimenta do espírito, que lhe dá a configuração humana; porém, em sua última etapa de aperfeiçoamento nos mundos transitórios das formas, e assim translúcida e imaculada, a refulgir com a intensidade semelhante à luz irradiada da intimidade do

ser eterno. É o produto de milhões ou bilhões de anos de lutas, equívocos, amores, ódios, alegrias, tristezas, venturas, tragédias, luzes e sombras, até que o anjo do altruísmo consiga exterminar o animal do atavismo dos instintos da carne.

PERGUNTA: — Porventura, a “túnica nupcial” seria o próprio perispírito descrito por Allan Kardec, no “Livro dos Espíritos”?

RAMATÍS: — Realmente, a “túnica nupcial” do “Festim de Bodas” corresponde, perfeitamente, ao perispírito enuncia-do por Allan Kardec no “Livro dos Espíritos”,1 porquanto se trata do corpo ou veículo imortal, que preexiste e sobrevive ao falecimento comum do homem físico. Há “corpo carnal” e “corpo espiritual”, conforme dizia Paulo de Tarso, ao incen-tivar em suas epístolas, que o “homem novo” e renovado em espírito, também deve substituir o traje roto pelo egoísmo do “homem velho”, o qual ainda é o escravo das forças animais dominantes na vida física.

Mas o perispírito não é exclusivamente um organismo produto da composição de forças vivas e sublimadas, que se fundem sob a vontade e o pensamento do espírito imortal. Além de ser a vestimenta que envolve, configura e identifica a chama espiritual, esta ainda o interpenetra onda por onda, vibração por vibração. Através de sucessivas materializações nas faces dos orbes físicos, o perispírito, sob a ação detergente da dor e do sacrifício, do estudo e da experiência da vida física, deixa os resíduos e aderências durante o intercâmbio íntimo e o exterior. Finalmente, quando purifica-se até a diafanização e condição de maravilhosa figura alada, liberta de quaisquer influências inferiores e desimantada da atração animal, então retrata a imagem fascinante da “túnica nupcial”, tão bem des-crita por Jesus na parábola do “Festim de Bodas”.

PERGUNTA: — Mas no caso da “túnica nupcial”, Jesus teria se referido especificamente ao mesmo perispírito mencionado por Allan Kardec? Não seria um outro corpo espiritual, talvez ainda desconhecido do homem?

RAMATÍS: — Não importa quanto à terminologia usada por Jesus na descrição da “túnica nupcial” no “Festim de Bodas”. Em verdade, ele referia-se ao corpo imortal, o qual interpenetra e envolve o espírito do homem, independente-mente da organização carnal.

Kardec preferiu chamá-lo de perispírito, ou seja, aquilo que envolve o espírito, embora esse corpo imortal já pudesse ter sido conhecido, desde os tempos imemoriais, sob outro

1 “Envolvendo o gérmen de um fruto, há o perisperma; do mesmo modo, uma substância que, por comparação, se pode chamar perispírito, serve de envoltório ao Espírito propriamente dito.” Comentário de Allan Kardec extraído da per-gunta 93, tema “Perispírito”, do Livro dos Espíritos, 17ª edição em português, editada pela Livraria da Federação Espírita Brasileira.

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aspecto ou denominação. Aliás, o perispírito não é uma desco-berta ou qualquer concepção exclusiva de Allan Kardec, porém um veículo superior, complexo e indestrutível, conhecido há milênios por todos os iniciados, sacerdotes e magos da anti-guidade. Paracelso o chamava de “corpo sideral”; Pitágoras, de “carro sutil e luminoso da alma”; os hindus o conheciam como “linga-sarira”; os atlantes, a “nuvem de luz”; os chineses diziam, poeticamente, a “árvore de chamas”, e os egípcios “Ká”, o duplo do homem. Os caldeus mencionavam a “coroa de fogo”; os eso-teristas, teósofos e iogues denominam o “corpo causal”; os tibe-tanos, o “duplo de luz”; Paulo de Tarso cita o “corpo espiritual” e velhos ocultistas preferem o “ego transcendental”. A Igreja Católica costuma chamá-lo de “alma”, a qual sendo virtuosa vai para o Céu, ou pecadora “cai” no Inferno, o que ainda implica na idéia de um corpo sujeito à lei gravitacional, cuja ascensão ou queda depende, especificamente, de seu magnetismo, conse-qüente ao peso mais ou menos denso.

Aliás, os ocultistas, em suas pesquisas do mundo invisível e para melhor didática esotérica, preferem subdividir o con-junto do perispírito, em “corpo mental” e “corpo astral”, pois assim definem e destacam o intelecto da manifestação pura-mente emocional do sentimento, desejo e paixões. Entretanto, quando Allan Kardec descreveu o perispírito, ele esclareceu que se tratava de corpo fluídico ou vaporoso, que transcende à matéria por ser imponderável. Todavia, a sua descrição, algo pessoal, em nada altera ou contraria a idéia íntima e funda-mental de se tratar de um veículo imortal, o qual preexiste e sobrevive a qualquer fenomenologia física.

PERGUNTA: — Poderíeis expor-nos outras considerações, quanto ao fato de o espírito imortal do homem ainda neces-sitar de outro veículo intermediário, como é o perispírito, a fim de poder atuar entre o mundo físico e a vida espiritual?

RAMATÍS: — Assim como o homem necessita de uma vestimenta apropriada e protetora, como é o escafandro de borracha para atuar no fundo dos rios, o espírito também precisa do traje perispiritual, para relacioná-lo de modo lógi-co e sensato, entre o mundo espiritual e o ambiente físico. O espírito é tão-somente a chama de luz, a consciência “micro-divina”, enquanto o perispírito se constitui no seu envoltório de contato e comunicação com o meio exterior. Sem a vesti-menta espiritual, o espírito seria apenas uma essência de luz pura, algo semelhante a um foco luminoso esvoaçando sem configuração definida, e impossível de qualquer identificação.

PERGUNTA: — O anjo, como entidade de altíssima vibração sideral, é, então, o convidado do “Festim de Bodas” do Senhor. O seu perispírito, imaculado e fulgurante de luz, simboliza, realmente, a figura da “túnica nupcial” desi-mantada da influência da matéria e eletiva ao ambiente paradisíaco da eterna existência venturosa?

RAMATÍS: — Allan Kardec, no O Livro dos Espíritos, 2explica que o espírito do homem é espécie de uma “chama”,

2 Livro dos Espíritos, pág. 84, cap. “Dos Espíritos”: “Envolve o espírito uma substância vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se

centelha ou clarão etérico de luz imaterial, o qual se manifesta, configuracionalmente, no ambiente onde vive, graças ao seu invólucro imortal conhecido por perispírito. Mas o perispírito, justamente o responsável pela figuração humana, embora seja o envoltório sutil do espírito sem forma, não é apenas um corpo vaporoso, algo semelhante a um cartucho ou saco de fluidos a esvoaçar no Além-Túmulo.

Na época de suas pesquisas espirituais, Allan Kardec viu--se obrigado a uma descrição mais primária ou generalizada do perispírito, a fim de evitar que a doutrina do Espiritismo, nascente, frágil e discutível, pudesse sofrer o ridículo sob a metralha sarcástica do academismo materialista e o combate fanático do Clero, poderoso e déspota na época. Ademais, a tese de um organismo imponderável, e portador de sistemas e órgãos fluídicos parahumanos, mas capaz de se movimentar e agir no mundo celestial, seria alvo de incessante zombaria e crítica demolidora de todos os adversários da doutrina espí-rita. No século passado, salvo alguns iniciados e ocultistas mais ousados, ninguém poderia crer num organismo invisível e fluídico, como é o perispírito, cuja estrutura transcendental avançada faz empalidecer a usina mais complexa e poderosa do mundo material.

Mas, na atualidade, graças ao conhecimento científico do homem moderno e de sua penetração no campo das forças ocultas, através de aparelhamentos eletrônicos de alta sensi-bilidade, já é possível conceber-se a realidade do perispírito imortal, cujos sistemas e órgãos suprafísicos não possuem similar em qualquer instrumentação do mundo material. O manejo fácil de rádio, TV, magnetismo, radar, ondas de ultra--som, raios infravermelhos e ultravioleta, controle remoto, manuseio genial do raio laser, e ainda os requintes eletrônicos aliados ao sucesso da desintegração atômica, facultam ao terrícola operar, positivamente, no reino das forças invisíveis e, assim, conceber a lógica de uma vida poderosa e definitiva, além da transitória existência terrena.

Aliás, até um ginasiano esclarecido sobre os princípios comuns de física e de eletrônica, já pode conceber a comple-xidade anatômica do perispírito, como sendo um fato lógico e imortal. Assim, o que não pôde ser dito e exposto por Allan Kardec, na época da codificação espírita, hoje pode ser facil-mente assimilável por qualquer cidadão. A organização ana-tomofisiológica do perispírito, atualmente já pode ser descrita com alguma riqueza de detalhes e sem temor de agressividade da Igreja Católica, a qual luta desesperadamente para sobrevi-ver ao próprio caos da subversão clerical em seu seio. Ademais, após a teoria de Einstein, a própria Ciência prefere ficar calada, uma vez que a matéria não passa de “energia condensada”.

PERGUNTA: — Ser-vos-ia possível descrever o perispíri-to, em suas divisões ou sistemas mais importantes?

RAMATÍS: — Em face da natureza específica desta obra e falta de espaço não comportar longa e minuciosa descrição exclusiva do perispírito, só poderemos oferecer-vos algumas breves noções orientadoras.3

aonde queira”.3 N. do M. - Ramatís, através de nossa psicografia, transmite-nos obra minucio-

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O perispírito, embora seja um organismo de impossível comprovação pelos sentidos físicos comuns, também possui todos os órgãos e sistemas adequados à produção e manifesta-ção de todos os fenômenos algo similares à vida física. Assim, existe no seu complexo metabolismo transcendental, um comando único, o qual divide e subdivide-se em várias esta-ções e subestações perispirituais, a fim de controlar e desen-volver desde o campo de magnetismo, calor, luz, cor, assim como os sentidos de olfato, paladar, audição e coordenação da palavra verbal e escrita. A vida mental e emotiva do homem concretiza-se graças ao complexo e avançado metabolismo, que lhe confere o poder da memória, assim como o de gravar o acervo de suas experiências pregressas. Mas é ainda a mente que proporciona ao espírito desencarnado o fabuloso poder de volitar, qual seja o de se transportar tão rapidamente como o pensamento, às regiões mais distantes e latitudes mais diferen-tes da região sideral. Somente o equipo mental do perispírito exigiria muitos séculos para o homem mais estudioso e sábio conhecer 10 por cento de sua fabulosa estrutura. Maravilhoso instrumento de conexão entre o reino divino e o mundo material, o perispírito é que proporciona o ensejo para a vida psíquica plasmar-se em exuberantes configurações humanas e permitirá, no futuro, a sublimação dos homens em anjos.

PERGUNTA: — Gostaríamos de conhecer alguns dados sobre os sistemas ou órgãos responsáveis pelos vários fenô-menos da vida e relação do perispírito.

RAMATÍS: — Evidentemente, o homem pensa, deseja, sente, emociona-se e age em direção a certo plano ou campo de sua vivência mental-emotiva. É natural, portanto, que o seu equipo perispiritual, ou seja, o mais importante organismo de sua individualização psíquica no seio de Deus, também seja dotado de órgãos e sistemas adequados, mas tão eficientes, que possam expressar-lhe sensatamente os estados de espírito. Cada pensamento, atitude mental, emoção ou sentimento pro-duz diferentes ações perispirituais no seu fundamento íntimo até poderem se revelar à compreensão alheia, ou mesmo à própria consciência em vigília. Sem dúvida, conforme a natu-reza superior ou inferior de cada ação perispiritual, saber-se-á também quanto à conduta passional ou capacidade intelectiva do espírito operante. É o que lembra Paulo de Tarso, quando refere-se intencionalmente às “nuvens de testemunhos”.

A ciência terrena cada vez mais se deslumbra e se espan-ta ante a complexidade do cérebro físico, que considera o centro da inteligência humana. No entanto, ele é apenas o “transmissor” da real inteligência e faculdade absoluta do espírito imortal. Malgrado o esforço louvável dos cientistas humanos na pesquisa do cérebro humano, muito pouco eles sabem sobre os circuitos invisíveis, as reações químicas e correntes elétricas cerebrais, que ultrapassam mesmo a capacidade de um milhão de computadores. Na função de avançado e sutilíssimo aparelho de manifestação da vida

sa sobre a anatomia e fisiologia do perispírito, na qual explica satisfatoriamente todo o metabolismo e contextura desse corpo imortal. Vide, também, a obra Elucidações do Além, capítulo “Elucidações sobre o Perispírito”, o mesmo assunto ditado por Ramatís.

espiritual, através do cérebro flui e derrama-se para o cenário do mundo físico apenas diminuta parcela do fabuloso conte-údo do perispírito eterno.

Conseqüentemente, o perispírito ou a “túnica nupcial”, depois de ultimar o processo de afinamento e consolidação, através das ações e reações no contato com a matéria, é um organismo que preexiste e sobrevive ao corpo carnal, depois de cada materialização do espírito na face de qualquer orbe físico. Mas ele é dotado de órgãos e sistemas autênticos, que lhe asseguram um metabolismo de fisiologia própria. Trata-se de um corpo capaz de atender às incessantes exigências ínti-mas do espírito. Mas a individualização exige a sucessão de milhares, milhões, bilhões e até trilhões de anos do simbólico calendário humano. Um corpo vaporoso, e tão singelo, como o definiu Kardec forçado pelas circunstâncias adversas de sua época, nada mais seria do que um rudimentar embrião fluídico humano a esvoaçar sem rumo no Além-Túmulo.4

PERGUNTA: — Não vos seria possível definir-nos, sob o nosso entendimento humano, algumas noções mais con-cretas desses sistemas e órgãos, que compõem o conjunto imortal do perispírito?

RAMATÍS: — Sem dúvida, é o que temos procurado expor-vos em nossas comunicações, quanto a essa melhor configuração do metabolismo perispiritual. Mas temos de reconhecer a deficiência lógica de explicarmos pelas leis do mundo denso, o campo sutil do mundo espiritual, através de figuras e exemplos que são extraídos da vivência efêmera da vida física. Em verdade, desde a antiguidade milenária dos Vedas, o perispírito já era conhecido como um equipo comple-xo e dotado de vários sistemas ou veículos, que atendiam às diversas necessidades íntimas e operações do espírito eterno. Resumidamente, explicamos que o perispírito, primeiramente abrange o “corpo mental”, ou seja, o centro de operações, o qual aglutina, dinamiza e utiliza a substância mental do meio ambiente, a fim de o espírito raciocinar. Segue-lhe, depois, o “corpo astral”, ou veículo astralino, que é o responsável pela manifestação das emoções humanas sentidas através do organismo carnal. Finalmente, o conjunto perispiritual é pro-priamente o binômio “mente-emoção”, “vontade-desejo”, mas constituindo um corpo definido, que não abandona o mundo espiritual em face de sua altíssima vibração.

Quanto aos diversos órgãos e sistemas componentes do

4 Diz Emmanuel, na obra Roteiro, capítulo “O Perispírito”, o seguinte através da mediunidade de Chico Xavier: “O perispírito é, ainda, o corpo organizado que, representando o molde fundamental da existência para o homem, subsiste, além do sepulcro, demorando-se na região que lhe é própria, de conformidade com o seu peso específico. Formado por substâncias químicas que transcendem a série estequiogenética conhecida até agora pela ciência terrena, é aparelhagem de matéria rarefeita, alterando-se, de acordo com o padrão vibratório do nosso campo interno. Organismo delicado, com extremo poder plástico, modifica-se sob o comando do pensamento. É necessário, porém, acentuar que o poder ape-nas existe onde prevaleçam a agilidade e a habilitação que só a experiência con-segue conferir. Nas mentes primitivas, ignorantes e ociosas, semelhante vestidura se caracteriza pela feição pastosa, verdadeira continuação do corpo físico ainda animalizado ou enfermiço. O progresso mental é o grande doador de renovação ao equipamento do espírito, em qualquer plano de evolução. O perispírito, quan-to à forma somática, obedece a leis de gravidade, no plano a que se afina. Nossos impulsos, emoções, paixões e virtudes nele se expressam fielmente”.

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10 112ª aula: Estudo do perispírito, centros de força

corpo perispiritual, é à semelhança do que acontece com o corpo físico, os quais serão motivos de estudo em nossa próxi-ma obra, os quais atendem às diversas necessidades do espírito no seu intercâmbio com o mundo material. E como o perispíri-to é a síntese das qualidades do próprio espírito que o governa, então, reflete-lhe as virtudes como os pecados, as qualidades como os defeitos. É um organismo diáfano e luminoso nas criaturas benfeitoras e evoluídas, porém, obscuro, grosseiro e compacto nos seres primitivos e selvagens. Em baixa freqüên-cia, ainda, é o traje dos primatas das cavernas, mas depois de sublimar-se, através da imensurável fileira de séculos, então, atinge a fulgência da vestimenta definitiva do anjo, ou seja, a “túnica nupcial”.

Quando o perispírito opera em freqüências ou faixas vibratórias mais elevadas, revela-se num tecido claro, de seda, colorido e agradavelmente odorante; mas, sob a ação mental pecaminosa da cólera, crueldade, avareza, inveja, do ciúme, ódio ou sadismo, ele se mostra poluído por cores escuras, graxas e espessas, e seu aspecto repulsivo ainda manifesta uma temperatura gélida e odor nauseante. Na feição de uma lâmpada cristalina, o perispírito transmite maior cota de luz para o meio ambiente, mas quando acionado por energia de baixa voltagem, ou poluído pelo magnetismo gravitacional da freqüência animal, lembra o lampião graxento a semear sombras em redor. Enquanto Nero não irradiava um filete de luz em torno de si, Jesus podia iluminar o Monte Tabor, na sua indescritível transfiguração bíblica.

PERGUNTA: — Dizeis que o perispírito preexiste e tam-bém sobrevive ao corpo físico do homem? Poderíeis expor--nos alguns detalhes sobre essa natureza imortal?

RAMATÍS: — Relembramos-vos, novamente, que o perispírito não é somente um corpo vaporoso, ou gasoso, enunciado por Allan Kardec em O Livro dos Espíritos, porém, trata-se de um psicorganismo complexo que se aperfeiçoa e purifica-se paralelamente à evolução da própria consciência do espírito em desenvolvimento no seio do Cosmo. Ademais, o perispírito é a matriz fundamental, o modelo que materiali-za o corpo físico do homem nas suas múltiplas encarnações. É o arquétipo de cada ser humano.

Através do ventre feminino, o qual lembra uma verdadeira “câmara de materialização”, o perispírito compõe a estrutura do seu corpo carnal, absorvendo, distribuindo e organizando a substância que recebe por via hereditária da nova família, dis-ciplinada pelas conhecidas leis de genética humana. O peris-pírito, nos sucessivos ciclos encarnatórios, torna-se cada vez mais sutil, quer em face do sofrimento humano que sensibiliza e purifica, como através do próprio conhecimento da ação sublime criativa. As energias que “descem” do mundo angélico em filtragem pela contextura do perispírito do homem, entram em fusão com as forças agrestes que sobem da vida animal, e desse encontro vibratório decanta-se pouco a pouco o residual inferior em favor do princípio espiritual superior. Sob tal meta-bolismo criativo e simultaneamente seletivo, o perispírito do homem ajusta-se à freqüência vibratória angélica, até libertar-

-se, definitivamente, do magnetismo gravitacional da faixa do magnetismo animal.

PERGUNTA: — Qual é o aspecto definitivo do perispíri-to, após a desencarnação?

RAMATÍS: — O perispírito é um corpo plástico, que assu-me facilmente a configuração idealizada pela mente espiritual, desde que se trate de espírito de capacidade criativa e poder de comando. Mas, os estados pecaminosos negativos da alma também formam na contextura perispiritual certos estigmas, que chegam a caracterizar “facies” animais, como a fisionomia eqüina, bovina, leonina, simiesca e mesmo os aspectos ofídicos. A face do homem, semelhante a uma tela cinematográfica, reflete a projeção do filme que transita na sua mente, retra-tando os estados de alma sublimes, configurando as linhas de forças sutis, que lhe modelam aspectos atraentes, ou as ten-dências animais que podem estigmatizá-lo pelo mundo como “cara de cavalo”, “olhos de abutre” ou “fisionomia de macaco”. Em verdade, essa elasticidade, que sob as linhas de forças da intimidade espiritual produzem tais estigmas na face humana, é tão somente a materialização exata do que é já uma estrati-ficação perispiritual.

Naturalmente, em cada nova encarnação, o perispírito na sua redução fetal, perde o aspecto familiar e hereditário da vida anterior, a fim de absorver e se materializar com a substância herdada do novo grupo consangüíneo onde resolveu nascer. Daí o motivo por que os homens apresentam “tiques”, temperamento e manias que traem-lhes o atavis-mo de determinada parentela física, porquanto o novo traje carnal, materializado pelo seu perispírito, traz certo condi-cionamento instintivo e atuante da linha de ancestralidade biológica. O perispírito é sempre a mesma armadura funda-mental e indeformável, materializado de acordo com o tipo da substância viva que lhe serve de revestimento no mundo material. Embora o homem apresente aspectos, cor, estatura ou temperamento que definem um certo conjunto familiar, na sua intimidade perispiritual permanece a sua individualidade forjada através de milênios e milênios, a qual sempre há de impor algo de sua estrutura adquirida no tempo e no espaço.

Após a morte do corpo físico e sob qualquer hipótese, o perispírito sempre retorna à sua estatura de adulto e autênti-ca vivência espiritual no Além-Túmulo. As próprias crianças desencarnadas continuam a crescer, ou melhor, despertam e desenleiam-se, pouco a pouco, da forma reduzida com que desencarnaram na Terra. Os espíritos mais capacitados mental e espiritualmente, podem exercer a sua vontade e se libertarem mais cedo da limitação infantil após a morte do corpo. Quanto às almas menos evoluídas, só lhes resta aguar-dar o processo comum, que no Espaço rege o fenômeno da metamorfose infantil para a figura adulta.

Elucidações do AlémRamatís / Hercílio Maes

Editora do ConhECimEnto

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O bordadoProf. Damásio de Jesus

Quando eu era pequeno, minha mãe costurava muito.Eu me sentava no chão, brincando perto dela, e sempre lhe

perguntava o que estava fazendo.Respondia que estava bordando.Todo dia eram a mesma pergunta e a mesma resposta.Observava seu trabalho de uma posição abaixo de onde ela

se encontrava sentada e repetia:“Mãe, o que a senhora está fazendo?”Dizia-lhe que, de onde eu olhava, o que ela fazia me parecia

muito estranho e confuso.Era um amontoado de nós e fios de cores diferentes, compri-

dos, curtos, uns grossos e outros finos. Eu não entendia nada. Ela sorria, olhava para baixo e gentilmente me explicava:

“Filho, saia um pouco para brincar e quando terminar meu trabalho eu chamo você e o coloco sentado em meu colo. Deixa-rei que veja o trabalho da minha posição.”

Mas eu continuava a me perguntar lá de baixo:“Por que ela usava alguns fios de cores escuras e outros

claros?”“Por que me pareciam tão desordenados e embaraçados?”“Por que estavam cheios de pontas e nós?”“Por que não tinham ainda uma forma definida?”“Por que demorava tanto para fazer aquilo?”Um dia, quando eu estava brincando no quintal, ela me chamou:“Filho, venha aqui e sente em meu colo.”Eu sentei no colo dela e me surpreendi ao ver o bordado.Não podia crer!Lá de baixo parecia tão confuso!E de cima vi uma paisagem maravilhosa!Então minha mãe me disse:“Filho, de baixo parecia confuso e desordenado porque você

não via que na parte de cima havia um belo desenho. Mas, agora, olhando o bordado da minha posição, você sabe o que eu estava fazendo.”

Muitas vezes, ao longo dos anos, tenho olhado para o céu e dito:

“Pai, o que estás fazendo?”Ele parece responder:“Estou bordando a sua vida, filho.”E eu continuo perguntando:“Mas está tudo tão confuso... Pai, tudo em desordem. Há

muitos nós, fatos ruins que não terminam e coisas boas que pas-sam rápido. Os fios são tão escuros. Por que não são mais bri-lhantes?”

O Pai parece me dizer:“Meu filho, ocupe-se com seu trabalho, descontraia-se, con-

fie em Mim... e Eu farei o meu trabalho. Um dia, colocarei você em meu colo e então vai ver o plano da sua vida da minha po-sição.”

Muitas vezes não entendemos o que está acontecendo em nossas vidas.

As coisas são confusas, não se encaixam e parece que nada dá certo.

É que estamos vendo o avesso da vida!Do outro lado, Deus está bordando...

HumildadeEmmanuel

A humildade, por força divina, reflete-se, luminosa, em to-dos os domínios da Natureza, os quais expressam, efetivamen-te, o Trono de Deus, patrocinando o progresso e a renovação.

Magnificente, o Sol, cada dia, oscula a face do pântano, sem clamar contra o insulto da lama; a flor, sem alarde, in-censa a glória do céu. Filtrada na aspereza da rocha, a água se revela mais pura e, em seguida às grandes calamidades, a colcha de erva cobre o campo, a fim de que o homem reco-mece a lida.

À carência de humildade que, no fundo, é reconhecimen-to de nossa pequenez diante do Universo, surgem na alma humana doentias enquistações de sentimento, quais sejam o orgulho e a cobiça, o egoísmo e a vaidade, que se responsabi-lizam pela discórdia e pela delinquência em todas as direções.

Sem o reflexo da humildade, atributo de Deus no reino do “eu”, a criatura sente-se proprietária exclusiva dos bens que a cercam, despreocupada de sua condição real de espíri-to em trânsito nos carreiros evolutivos e, apropriando-se da existência em sentido particularista, converte a própria alma em cidadela de ilusão, dentro da qual se recusa ao contato com as realidades fundamentais da vida.

Sob o fascínio de semelhante negação, ergue azorragues de revolta contra todos os que lhe inclinem o espírito ao apro-veitamento das horas, já que, sem o clima da humildade, não se desvencilha da trama de sombras a que ainda se vincula, no plano da animalidade que todos deixamos para trás, após a auréola da razão.

Possuída pelo espírito da posse exclusivista, a alma aco-lhe facilmente o desespero e o ciúme, o despeito e a intem-perança, que geram a tensão psíquica, da qual se derivam perigosos síndromes na vida orgânica, a se exprimirem na depressão nervosa e no desequilíbrio emotivo, na ulceração e na disfunção celular, para não nos referirmos aos deploráveis sucessos da experiência cotidiana, em que a ausência da hu-mildade comanda o incentivo à loucura, nos mais dolorosos conflitos passionais.

Quem retrata em si os louros dessa virtude quase desco-nhecida aceita sem constrangimento a obrigação de trabalhar e servir a benefício de todos, assimilando, deste modo, a bên-ção do equilíbrio e substancializando a manifestação das Leis divinas, que jamais alardeiam as próprias dádivas.

Humildade não é servidão. É, sobretudo, independên-cia, liberdade interior que nasce das profundezas do espírito, apoiando-lhe a permanente renovação para o bem.

Cultivá-la é avançar para a frente sem prender-se, é pro-jetar o melhor de si mesmo sobre os caminhos do mundo, é olvidar todo o mal e recomeçar alegremente a tarefa do amor, cada dia.

Refletindo-a, do Céu para a Terra, em penhor de redenção e beleza, o Cristo de Deus nasceu na palha da Manjedoura e despediu-se dos homens pelos braços da Cruz.

(Psicografia de Francisco C. Xavier, do Livro Pensamen-to e Vida, edição da F. E. B.)

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6. Do ponto de vista religioso, a fé é a crença nos dogmas particulares que constituem as diferentes religiões. Todas elas têm os seus artigos de fé. Sob esse aspecto, a fé pode ser raciocinada ou cega. Nada examinando, a fé cega aceita sem avaliação tanto o falso como o verdadeiro, e a cada passo se choca com a evidência da razão. Levada ao excesso, cai no fanatismo. Quando a fé se assen-ta no erro, cedo ou tarde desmorona. Somente a fé baseada na verdade tem seu futuro garantido, pois nada teme diante do progresso dos conhecimentos: o que é verdadeiro na sombra, também o é à luz do dia. Cada religião pretende ter a posse exclusiva da verdade, mas, pregar a fé cega sobre uma questão de crença, é confessar a própria impotência para demonstrar que se está com a razão.

7. Popularmente se diz que fé não se receita. Por isso, muitas pessoas dizem que não são culpadas por não terem fé. Sem dúvida, fé não se receita, e o que é ainda mais certo: fé não se impõe. Não, não se receita fé, mas adquire-se fé, e a ninguém é negado possuí-la, mesmo entre os mais relutantes. Estamos falando de verdades espirituais fundamentais, e não desta ou daquela crença em particular. Não cabe à fé procurar essas pessoas. Elas é que devem buscá-la com sincerida-de, e então a encontrarão. Tende, pois, certeza de que aqueles que dizem: “Nada mais desejaríamos do que crer, mas não o conseguimos”, falam da boca para fora e não com o coração, pois, ao mesmo tempo que dizem isso, tapam os ouvidos, embora haja provas em abundância ao redor deles. Por que então se recusam a vê--las? Nuns, é descaso; noutros, medo de serem forçados a mudar seus hábitos; na maioria, é o orgulho que se recusa a reconhecer uma força superior, porque teria de curvar-se diante dela.

Capítulo 19A fé transporta montanhas

O Evangelho Segundo o Espiritismo

É preciso que se dê mais importância à leitura do Evangelho. E, no entanto, abandona-se esta divina obra;faz-se dela uma palavra vazia, uma mensagem cifrada. Relega-se este admirável código moral ao esquecimento.

Em certas pessoas, a fé parece ter nascido com elas. Basta uma centelha para que a fé se revele. Essa facilidade de assimilar as verdades espirituais é um sinal evidente de progresso anterior. Em outras, ao contrário, elas só pene-tram com dificuldade; sinal não menos evidente de uma natureza atrasada. As primeiras já acreditaram e compreende-ram; trazem, ao reencarnar, a intuição do que aprenderam: sua educação está consolidada. As outras precisam apren-der tudo: sua educação está por fazer-se, e, se não for concluída nesta existência, o será em outra.

É preciso admitir que a resistência do incrédulo se deve menos a ele do que à maneira como lhe apresentam as coi-sas. A fé precisa de uma base, e a base é a perfeita compreensão daquilo em que se deve crer. Para crer, não basta ver. É preciso principalmente compreen-der. A fé cega não tem mais lugar nes-te século. Ora, é exatamente o dogma da fé cega que produz hoje a maioria dos incrédulos, porque ela quer impor--se, exigindo que se abra mão de uma das mais preciosas prerrogativas do homem: o raciocínio e o livre-arbítrio. É principalmente contra essa fé que o incrédulo se revolta, e é por isso que se diz, com razão, que fé não se receita. Não admitindo provas, ela deixa na ca-beça um vazio, a partir do qual nasce a dúvida. A fé raciocinada, que se apóia nos fatos e na lógica, não deixa atrás de si nada que não seja claro. Crê-se por-que se tem certeza, e só se tem certeza quando se compreendeu. Eis por que ela não se dobra: porque fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão de frente, em todas as eras da humanidade.

É a esse resultado que o espiritismo conduz. Assim, triunfa sobre a incredu-lidade todas as vezes que não encontra oposição sistemática e interesseira.