Governing modes and the European Research Area: (non) plus ultra?
Click here to load reader
-
Upload
filiparibeiro -
Category
Education
-
view
49 -
download
1
description
Transcript of Governing modes and the European Research Area: (non) plus ultra?
Filipa M. Ribeiro [email protected]
Novos contextos, novos modos de governação;
Governo e Governação;
Governação multi-nível: conceito e limitações;
Governação e Área Europeia para o Ensino Superior (AEES): que desafios?
Governação no ensino superior Novo contexto para as universidades
• Estado-nação liberal: funcionalismo público ; • Era industrial: necessidade de trabalhadores qualificados .
• Sociedade global •“sociedade do conhecimento” • Universidades universais
Respostas: • Modelo napoleónico;• modelo humboldtiano, • modelo anglo-saxónico.
Consequências: • Aumento do valor do ES (valor económico e social); • Maior complexidade de contextos e instituições (mais actores);• Dificuldade de prever tendências e estratégias.
Necessidades : • Maior flexibilidade para lidar com mudanças ao nível institucional e de sistema; • Mecanismos maia flexíveis: menos regulação estatal; maior influência externa; melhor governação interna
Governo Governação
• Remete para actividades sustentadas pela autoridade formal do Estado, pelo poder de controlo que garante a implementação das políticas devidamente instituídas;
• Acção de condução política tanto das instituições como dos sistemas sociais;
• Traça objectivos e metas sociais, económicas e políticas.
• Autoridade subjacente aos processos de escolha, priorização, direcção e governo” (Wamsley, 1990:114).
• Exercício do poder e da autoridade implicando os actores políticos relevantes nas decisões de gestão (McGregor, 1993:182);
• Implementa, gere e avalia metas;
• Mecanismo de governo através da auto-organização entre redes de organizações interdependentes cujas relações se caracterizam pela troca de recursos e por uma relativa autonomia em relação ao estado (Rhodes, 1997).
•Forma de governo (Magalhães,2008).
Controlo do Estado: regulação por directivas; o governo prescrevecomportamentos, normas e valores;
O governo delega alguns poderes (intermediários ou quadros da universidade) =>Orientação para os stakeholders;
Auto-governação académica: o papel de comunidades profissionais nos sistemas de ES;
Auto-governação managerialista: o papel da liderança institucional na definição de objectivos, regulação e tomada de decisão;
Governação: estrutura de relações que dão coerência organizacional, autorizam políticas, planos e decisões; Gestão: consecução de resultados.
Do Governo à governação
Autonomia do Estado Governação interna Regulação externa
• Mais autonomia para as IES;
• Menos regulação do estado: orientação à distância através de: financiamento baseado na performance; certificação de qualidade e mecanismos de soft-law.
• Fortalecimento daliderança das universidades em vez de um governo de “cima para baixo”;
• Novos actores nas IES (órgãos supervisores);
• Auto-governação managerialista;
• Importação de instrumentos oriundos do sector privado.
• Maior influência do mercado e mudançasno poder de tomar decisões;
• Maior cooperação com a sociedade “relevante”;
• Maior escrutínio dos stakeholders – pressão para a “inovação” e “empreendedorismo”.
Governação multinível
Associada ao processo de globalização e integração europeia;
“Trocas negociadas e não-hierárquicas entre instituições a nível transnacional, nacional, regional e local” (Peters e Pierre, 2001: 131).
Mudanças nas relações horizontais entre o Estado e a sociedade e mudanças nas relações verticais entre actores de diferentes níveis territoriais (Bache, 2008);
Não foi além do estatuto de modelo ou quadro conceptual e não se efectivou numa nova forma de prática política;
Não aumentou a participação política dos cidadãos na vida comunitária;
Não descreve a dispersão de autoridade entre os vários níveis territoriais.
Propósitos Limitações
Decisão política partilhada por actores de diferentes níveis e não monopolizada pelos Estados;
Arenas políticas são interdependentes ao invés de sobrepostas;
Fomento da inovação política por facilitar a mudança.
Novos instrumentos e proliferação de agências: tratados, MAC, etc.
Que legitimidade política?
Dificuldade de operacionalização;
“Crise de responsabilização”;
Negligencia a representatividade de todos os actores envolvidos e as suas diferenças na forma como lidam com os desafios.
Propósitos Limitações
Processo intergovernamental entre a EU e os Estados-membros a todos os níveis (governos e stakeholders) das reformas no ES;
Troca de experiências e de boas práticas
Tirar o máximo de proveito das estruturas já existentes (EU 27 e AEES 46).
Raízes históricas: Platão, universidades medievais, nascimento da “research university”.
Bolonha como principal instrumento.
Globalização e ES (acesso, financiamento, convergência, comparabilidade, consórcios)
ênfase nos resultados de aprendizagem
Oportunidades
Ameaças
Meta- governação: “coordenar a coordenação”
Desafios para a AEES
“Guia e coordena as regras das regras do jogo, sejam elas manifestadas em rede, mercados ou hierarquias” (Kjaer, 2010:114);
Organiza as condições para a auto-organização;
Mantém a ênfase nos mecanismos de «soft-law».
Que herança cultural? E os ideais humboldtianos, napoleónicos, e anglo-saxónicos? E a diversidade linguística? Educação como bem público? Competição para (que) qualidade? Homogeneização? Processo de “inflação académica” ainda faz sentido? E a criatividade e a imaginação em relação aos “resultados deaprendizagem”? E as ciências sociais e as humanidades?
Um dos grandes propulsores nas mudanças de governação é o
processo de integração europeia e consequente transferência de
responsabilidades para a dimensão supranacional através da
realocação de poderes.
A GMN contribui para as mudanças de governação na AEES, e
justifica algumas das suas ambiguidades actuais (pela dificuldade
em ser operacionalizada, pelo elevado grau de dependência,
fragmentação dos actores e legitimidade política);
AEES não gerou uma mudança fundamental e o ES português
mostrou alguma autonomia de agência na adaptação às exigências
europeias;
A AEES gerou novas oportunidades domésticas (ex.:rápido
crescimento de entidades reguladoras) cujo impacto ainda está por
analisar.
“Numa época em que as pessoas começaram a reclamar democracia,
a educação foi repensada no mundo inteiro, para produzir o tipo de
estudante que corresponde a essa forma de governação [baseada
unicamente na óptica do crescimento económico] exigente: não se
pretendia um gentleman culto, impregnado da sabedoria dos
tempos, mas um membro activo, crítico, ponderado e empático
numa comunidade de iguais, capaz de trocar ideias, respeitando e
compreendendo as pessoas procedentes dos mais diversos
azimutes.” (Nussbaum, 2010).
Muito obrigada!