Godoi Et All Aves de Rapina Raras No Estado de Mato Grosso Do Sul, Brasil

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Artigo sobre as aves de rapina raras que foram encontradas e documentadas no estado de Mato Grosso do Sul

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  • Aves de rapina raras no estado de Mato Grosso do Sul, Brasil

    Mauricio Neves Godoi1, Jos Carlos Morante Filho2, Claudenice Faxina3, rica de Souza Modena1,

    Maria Antonietta Castro Pivatto4, Daniel De Granville Mano4, Ricardo Bocchese5, Rodrigo Teribele1, Augusto

    Lisboa Martins Rosa6 & Vanessa Katherinne Stavis7

    O Estado de Mato Grosso do Sul ocupa uma rea de aproximada-mente 358.000 km naturalmente dominados por quatro domnios fitogeogrficos: Pantanal na sua poro oeste, Cerrado ao norte e leste, Mata Atlntica no sul e sudeste (IBGE 2011) e pequena poro de Chaco no sudoeste, na depresso dos rios Paraguai e Apa (Straube et al. 2006b). Em funo da presena de diferentes domnios fitoge-ogrficos e da alta heterogeneidade de habitats, o Estado apresenta uma elevada riqueza de aves, composta por cerca de 580 espcies (Tubelis & Tomas 2003, Agostinho et al. 2004, Nunes et al. 2005, Pivatto et al. 2006, Silva et al. 2006, Straube et al. 2006a, 2006b, Pivatto et al. 2008), o que equivale a aproximadamente 31% das es-pcies conhecidas no Brasil (CBRO 2011). Entretanto, com exceo da regio pantaneira, o Mato Grosso do Sul apresenta uma grande lacuna para o conhecimento ornitolgico na regio Neotropical (Pi-vatto et al. 2006), o que fica evidenciado em artigos recentemente publicados sobre novas ocorrncias de espcies de aves para esta regio do Brasil (Zucca et al. 2007, Faxina et al. 2010, Godoi et al. 2011, 2012).

    O desenvolvimento econmico do estado de Mato Grosso do Sul acelerou-se a partir das dcadas de 1960 e 1970, principal-mente em funo da construo de hidroeltricas e expanso da pecuria, das monoculturas de soja, milho e florestas plantadas (Pinus e Eucalyptus). Consequentemente, a perda e fragmenta-o dos habitats naturais no estado foram intensificadas na pla-ncie pantaneira e no seu entorno, e principalmente na Bacia do Alto Rio Paran (Harris et al. 2006, Sano et al. 2010).

    A perda e fragmentao de habitats naturais so apontadas como as principais causas do declnio populacional e extino local de muitas espcies de aves (Willis 1979, Bierregaard et al. 1992). Muitas aves de rapina so particularmente susceptveis a essas perturbaes, pois possuem grande porte, so muito espe-cializadas no uso do ambiente e necessitam de grandes territrios com alta disponibilidade de presas e habitats adequados (Thiollay 1989, Sieving & Karr 1997). Alm disso, muitas destas espcies apresentam baixa densidade populacional e baixo sucesso repro-dutivo, o que as tornam ainda mais susceptveis reduo popu-lacional e extines locais, inclusive devido a outros fatores de impacto ambiental, como caa, queimadas, envenenamento por pesticidas e atropelamentos (Sick 1997, BirdLife International 2012).

    O conhecimento da distribuio das espcies fundamental para a sua conservao, sendo tambm muito importante para a realizao de estudos mais detalhados em biogeografia e ecolo-gia (Piacentini et al. 2006). Desta forma, dados pontuais sobre a ocorrncia das espcies, principalmente daquelas raras e amea-adas, e especialmente em regies pouco estudadas, so funda-mentais para o conhecimento e conservao da biodiversidade nestas regies.

    Neste artigo apresentamos registros de ocorrncia de 16 es-pcies de aves de rapina raras e/ou ameaadas para o estado de Mato Grosso do Sul. O objetivo do estudo contribuir com o conhecimento sobre a distribuio destas espcies no Estado e no centro-oeste do Brasil. Os registros foram obtidos ocasionalmen-te em estudos de campo realizados pelos autores entre os anos de 2005-2012. Registros fotogrficos e gravaes de vocalizao de algumas espcies foram depositados no website WikiAves (www.wikiaves.com.br) como forma de comprovao dos registros ob-tidos.

    Resultados Gavio-mido, Accipiter striatus (Vieillot, 1808)

    O gavio-mido apresenta uma distribuio muito ampla e des-contnua, ocorrendo da Amrica do Norte Argentina, incluindo o leste, sul e centro do Brasil, onde ocupa uma grande variedade de habitats florestais (Sick 1997, BirdLife International 2012). No Mato Grosso do Sul, a espcie j foi registrada no Parque Es-tadual das Vrzeas do Rio Ivinhema (Gimenes et al. 2007), pla-ncie pantaneira (Tubelis & Tomas 2003) e Serra da Bodoquena (Straube & Urben-Filho 2006). Recentemente, em maio de 2010, M. N. G. observou um indivduo solitrio na mata ciliar do rio Correntes (173202S; 542620W), municpio de Sonora. A ave foi observada em uma tentativa de predao sobre um indiv-duo de bentevizinho-de-asa-ferrugnea (Myiozetetes cayanensis) que estava empoleirado em um galho a 2m de altura na margem do rio. O indivduo atacado caiu na gua e o gavio fugiu para dentro da mata aps a tentativa mal sucedida de predao.

    Sauveiro-do-norte, Ictinia mississippiensis (Wilson, 1811)O sauveiro-do-norte apresenta ampla distribuio geogrfi-

    ca ocorrendo desde o Canad e EUA at a Argentina, no sul da Amrica do Sul (BirdLife International 2012). A espcie um visitante setentrional (CBRO 2011) que chega a Amrica do Sul periodicamente aps deixar o inverno da Amrica do Norte, po-rm suas rotas migratrias no Brasil ainda so pouco conhecidas (Olmos et al. 2006). No Mato Grosso do Sul, o sauveiro-do-norte havia sido registrado apenas na plancie pantaneira (Vasconcelos

    ISSN 1981-8874

    9 771981 887003 07100

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  • et al. 2008; Nunes et al. 2009). Em junho de 2009, M. N. G. ob-servou um bando com ao menos 20 indivduos em rea rural no municpio de Anglica (220644S; 535344W), na bacia do Paran, demonstrando a ocorrncia da espcie em regies mais a leste do estado. Adicionalmente, em setembro de 2011, M. A. C. P. registrou um grande bando com mais de 200 indivduos em rea rural do municpio de Bonito (210849S; 562894W).

    guia-cinzenta, Urubitinga coronata (Vieillot, 1817)A guia-cinzenta ocorre da Argentina Bolvia e no Brasil

    extra-amaznico, habitando regies campestres do Brasil cen-tral e Pantanal (Sick 1997, BirdLife International 2012). Essa espcie est ameaada de extino no Brasil (Silveira & Strau-be 2008) e em mbito global (BirdLife International 2012). No Mato Grosso do Sul, a guia-cinzenta s havia sido registrada at o momento na plancie pantaneira (Tubelis & Tomas 2003, Straube & Urben-Filho 2006, Chiaravalloti et al. 2009) e no Par-que Estadual das Vrzeas do Rio Ivinhema, no extremo leste do estado, prximo ao rio Paran (Gimenes et al. 2007). Em 2005, M. A. C. P. registrou a espcie em rea de pastagem na fazen-da Remanso (204628S; 564306W), Serra da Bodoquena. Em julho de 2008, E. S. M. registrou uma guia-cinzenta nas margens do rio Correntes (17 3211S; 542658W), localizado no municpio de Sonora. Em outubro de 2010, J. C. M. F. obser-vou e gravou a vocalizao de um indivduo jovem em pastagem abandonada e cerrado em regenerao no municpio de Chapado do Sul (185907S; 522120W) (Morante Filho 2010). M. N. G. registrou a espcie em dezembro de 2011 em pastagem na Fazenda Novo Horizonte (230311S; 545231W), no muni-cpio de Amamba (Godoi 2011a). Em maio de 2012, A. L. M. R. observou e fotografou uma guia-cinzenta adulta em pastagem (195832S; 550144W) a cerca de 4 km das RPPNs Gavio--de-Penacho e Vale do Bugio, localizadas no municpio de Cor-guinho, na Serra de Maracaju. Em maio de 2012, R. B. registrou e fotografou duas guias-cinzentas (Figura 1) em uma pastagem a 30 km do municpio de gua Clara (203614S; 523449W).

    guia-chilena, Geranoaetus melanoleucus (Vieillot, 1819)A guia-chilena ocorre do Chile a Venezuela, e no sul, sudeste,

    centro e nordeste do Brasil, habitando regies campestres, es-pecialmente em reas montanhosas (Sick 1997, BirdLife Inter-national 2012). No Mato Grosso do Sul, at ento a espcie s

    havia sido registrada na plancie pantaneira (Tubelis & Tomas 2003, Straube et al. 2006a, Melo & Teribele 2008). Em setembro de 2005, M. A. C. P. registrou a espcie em mata secundria na fazenda Harmonia (211250S; 564602W), e em dezembro de 2005 na fazenda Rancho Branco (204012S; 564537W), ambas as localidades na Serra da Bodoquena. Em dezembro de 2006, M. N. G. observou duas guias-chilenas sobrevoando cam-pos de altitude (cerca de 1000 m de altitude) e escarpas rochosas do Macio do Urucum (191241S; 573349W), no muni-cpio de Corumb, borda oeste do Pantanal. Por fim, em junho de 2010, entre os municpios de Bonito e Jardim (211042S; 562656W), M. A. C. P. e D. G. M. observaram e fotografa-ram uma guia-chilena (Figura 2) comendo uma carcaa de tatu--peba (Euphractus sexcinctus) junto a urubus-comuns (Coragyps atratus), urubus-de-cabea-vermelha (Cathartes aura) e carcars (Caracara plancus).

    Gavio-pedrs, Buteo nitidus (Latham, 1790)O gavio-pedrs ocorre da Costa Rica Argentina, e no norte,

    leste e centro do Brasil, ocupando diferentes habitats florestais e abertos (Millsap et al. 2011). No Mato Grosso do Sul, a espcie j foi registrada na plancie pantaneira (Tubelis & Tomas 2003), Serra da Bodoquena (Pivatto et al. 2006, Straube & Urben-Filho 2006), no Chaco brasileiro (Straube et al. 2006b) e baixo rio Qui-tria, regio de Cerrado no municpio de Paranaba (Silva et al. 2006). Em setembro de 2011, um indivduo de gavio-pedrs foi avistado por M. N. G. em uma rea contnua de mata estacional sub-montana no Macio do Urucum (191248S; 573636W), municpio de Corumb. Em maio de 2012, um registro adicional do gavio-pedrs foi obtido por R. T. em uma pastagem prxima a cerrado sensu stricto na RPPN Gavio-de-Penacho (195552S; 550414W), municpio de Corguinho, Serra de Maracaju.

    Gavio-de-cauda-curta, Buteo brachyurus Vieillot, 1816Ocorre do Mxico Argentina e em todo o territrio brasileiro

    (Sick 1997, BirdLife International 2012). No Mato Grosso do Sul, a espcie j foi registrada no Pantanal (Straube et al. 2006a). Em abril de 2007, E. S. M. registrou um gavio-de-cauda-curta em rea de Preservao Permanente (APP) do Crrego Caraguat (214245S; 522540W), no municpio de Bataguass, Bacia do Alto Rio Paran. Em setembro de 2008, M. A. C. P. registrou

    Figura 1. guia-cinzenta (Urubitinga coronata) registrada em pastagem no municpio de gua Clara, MS (Foto: Ricardo Bocchese).

    Figura 2. guia-chilena (Geranoaetus melanoleucus) registrada no municpio de Bonito, MS (Foto: Daniel De Granville Mano).

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  • a espcie em borda de cerrado na fazenda Jatica (203213S; 555040W), municpio de Aquidauana. Em janeiro de 2011, J. C. M. F. e M. N. G. visualizaram um indivduo sobrevoando uma rea brejosa (213359S; 541524W) envolta por mata ciliar no municpio de Nova Alvorada do Sul. Em maro e setembro de 2012, M. A. C. P. registrou a espcie na fazenda Boqueiro (210500S; 564400W) e fazenda Remanso (204628S; 564306W), ambas na Serra da Bodoquena.

    Gavio-de-rabo-barrado, Buteo albonotatus Kaup, 1847Ocorre dos EUA ao Paraguai e com distribuio disjunta em

    todo o Brasil, habitando preferencialmente reas abertas (Sick 1997, BirdLife International 2012). No Mato Grosso do Sul, o gavio-de-rabo-barrado j foi registrado na plancie pantaneira (Tubelis & Tomas 2003) e na Serra da Bodoquena (Pivatto et al. 2006, Straube & Urben-Filho 2006). Neste estudo so apresen-tados dois registros desta espcie na Bacia do Alto Rio Paran, no leste do estado. O primeiro foi obtido em maio de 2006 por C. F., que avistou a espcie no interior do Parque Estadual das Vrzeas do Rio Ivinhema (225447S; 533928W). O segun-do registro foi obtido em fevereiro de 2007 por E. S. M., que avistou a espcie em pastagem prxima a mata ciliar do crre-go Pind (230748S; 541311W), no municpio de Navira. Os demais registros da espcie foram obtidos na Bacia do Alto Rio Paraguai. Em setembro de 2008, M. A. C. P. registrou a es-pcie em cerrado e cerrado sensu stricto na fazenda Correntes (203123S; 552413W), municpio de Aquidauana. A mesma autora registrou a espcie em setembro de 2011 na fazenda Boca da Ona (204422S; 564403W), em setembro de 2012 na fazenda Remanso (204628S; 564306W) e em dezembro de 2012 na fazenda Rancho Branco (204012; 564537W), todas localizadas na Serra da Bodoquena.

    Gavio-real, Harpia harpyja (Linnaeus, 1758)O gavio-real ou harpia uma espcie rara e esparsamente

    distribuda desde o Mxico, na Amrica Central, at o nordeste da Argentina, na Amrica do Sul, tendo sido extinta localmente em muitas reas dentro de sua distribuio original (Sick 1997, BirdLife International 2012). A espcie classificada como qua-se ameaada de extino em nvel global (BirdLife International 2012) e apesar de sua raridade no Brasil, no consta na lista bra-sileira de aves ameaadas de extino (Silveira & Straube 2008).

    No estado de Mato Grosso do Sul, o gavio-real s havia sido encontrado na regio da Serra da Bodoquena, em florestas nos municpios de Bonito e Bodoquena (Pereira & Salzo 2006; Pi-vatto et al. 2006). Aps estes registros, em dezembro de 2009 um gavio-real foi visto sobrevoando a fazenda Boca da Ona Ecotour (204422S; 564403W), tambm localizada na Serra da Bodoquena (M. A. C. P. com. pess.) (Figura 3). Nesta mesma rea, em maio de 2012, um indivduo adulto foi visto e fotogra-fado comendo um filhote de carneiro (Ovis aries) em mata es-tacional aluvial prxima ao rio Salobra. Registros adicionais da espcie foram obtidos por V. K. S. em quatro oportunidades entre abril e maio de 2010 na fazenda Estncia Crioula (203125S; 553166W), localizada na Serra de Maracaju, municpio de Dois Irmos do Buriti, sendo estes os primeiros registros do ga-vio-real no estado fora da Serra da Bodoquena.

    Gavio-pato, Spizaetus melanoleucus (Vieillot, 1816)O gavio-pato ocorre do Mxico a Argentina e de forma disjunta

    em todo o Brasil, habitando matas e campos adjacentes prximos a rios (Sick 1997, BirdLife International 2012). No Mato Grosso do Sul, a espcie j foi registrada na Serra da Bodoquena (Pivatto et al. 2006, Straube & Urben-Filho 2006) e no Pantanal (Tubelis & Tomas 2003). Em setembro de 2005, M. A. C. P. registrou a es-pcie sobrevoando pastagens na fazenda Remanso, no Parque Na-cional da Serra da Bodoquena (204628S; 564306W). Em abril de 2006, a mesma autora registrou novamente o gavio-pato no Recanto Ecolgico Rio da Prata (212754S; 562627W) e em agosto de 2007 na RPPN Buraco das Araras (212937S; 562508W), ambas localizadas no municpio de Jardim. Regis-tros adicionais foram obtidos em setembro de 2011 por M. A. C. P. na fazenda Boca da Ona (204422S; 564403W), munic-pio de Bodoquena, e por M. N. G. em janeiro de 2012 na Estncia Mimosa Ecoturismo (205857S; 563058W), municpio de Bonito. Finalmente, em julho de 2012, C. F. registrou a espcie em uma rea com fragmentos de mata estacional com cerca de 3000 h (22315S; 534924W) no municpio de Novo Hori-zonte do Sul, sendo este o primeiro registro da espcie na regio sul-mato-grossense da Bacia do Alto Rio Paran.

    Gavio-de-penacho, Spizaetus ornatus (Daudin, 1800)Espcie florestal que ocorre do Mxico Argentina e em todo

    o Brasil, tornando-se cada vez mais raro na natureza (Sick 1997,

    Figura 3. Indivduo jovem de gavio-real (Harpia harpyja) registrado no municpio de Bodoquena, MS (Foto: Daniel De Granville Mano).

    Figura 4. Gavio-de-penacho (Spizaetus ornatus) com filhote registrado na RPPN Vale do Bugio, municpio de Corguinho, Serra de Maracaju, MS

    (Foto: Daniel De Granville Mano).

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  • BirdLife International 2012). No Mato Grosso do Sul, o gavio--de-penacho j foi registrado nas nascentes do rio Sucuri, no municpio de Costa Rica, nordeste do estado (Silva et al. 2006), no Pantanal (Tubelis & Tomas 2003) e no Chaco (Straube et al. 2006b). Em janeiro de 2006 a espcie foi registrada e fo-tografada por D. G. M. na RPPN Vale do Bugio (195551S; 550429W), localizada no municpio de Corguinho, Serra de Maracaju (Figura 4). Em outubro de 2011, J. C. M. F. observou um indivduo adulto pousado em uma rvore a 3 m de altura, prximo a um fragmento de mata estacional semidecidual e rea brejosa no municpio de Nova Alvorada do Sul, na Bacia do Alto Rio Paran (213359S; 541524W). Em janeiro, maro e abril de 2012, M. N. G. observou indivduos solitrios voando e vocalizando em correntes trmicas sobre as morrarias de matas estacionais e cerrado sensu stricto presentes na Estncia Mimosa Ecoturismo (205857S; 563058W), no municpio de Bonito (Godoi 2012a).

    Gavio-pega-macaco, Spizaetus tyrannus (Wied, 1820)O gavio-pega-macaco ocorre em florestas desde o M-

    xico Argentina e em todo o Brasil (Sick 1997, BirdLife International 2012). No estado de Mato Grosso do Sul, a espcie s havia sido registrada na regio do Chaco, na de-presso do rio Paraguai no municpio de Porto Murtinho (Straube et al. 2006b). Assim, neste estudo apresentamos registros adicionais desta espcie aparentemente muito rara no Mato Grosso do Sul. Em abril de 2011, M. A. C. P. e D. G. M. avistaram e fotografaram um gavio-pega-macaco na rodovia BR 060, prximo ao municpio de Sidrolndia (205715S; 550330W) (Figura 5). Um registro adicio-nal da espcie foi obtido na fazenda Boca da Ona Ecotour (204422S; 564403W), municpio de Bodoquena, em janeiro de 2011 (M. A. C. P. com. pess.).

    Falco-cabur, Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817)Espcie florestal que ocorre do Mxico Argentina e em

    todo o Brasil (Sick 1997, BirdLife International 2012). No Mato Grosso do Sul, o falco-cabur j foi registrado na

    Serra da Bodoquena (Pivatto et al. 2006, Straube & Ur-ben-Filho 2006), no Pantanal (Tubelis & Tomas 2003) e no Chaco (Straube et al. 2006b). Em junho e setembro de 2006, M. A. C. P. registrou a espcie em matas estacionais presentes no Recanto Ecolgico Rio da Prata (212754S; 562627W), municpio de Jardim. A mesma autora re-gistrou o falco-cabur em setembro de 2008 na RPPN Cara da Ona, margem direita do rio Salobra (204423S; 564413W). Em fevereiro de 2011, J. C. M. F. registrou um indivduo pousado a 4 m de altura na borda de um frag-mento de cerrado (173229S; 542607W), nas proxi-midades da PCH Santa Gabriela, municpio de Sonora. A espcie tambm foi registrada em outubro de 2011, quando M. N. G. gravou a vocalizao de um indivduo que se en-contrava no interior de uma rea extensa de mata estacional semidecidual na Estncia Mimosa Ecoturismo (205857S; 563058W), municpio de Bonito (Godoi 2011b). O indi-vduo estava pousado e vocalizando, enquanto era atacado por um bando de gralhas-picaa (Cyanocorax chrysops).

    Falco-relgio, Micrastur semitorquatus (Vieillot, 1817)Essa espcie ocorre em diferentes habitats florestais do

    Mxico Argentina e em todo o Brasil, sendo de dif-cil visualizao devido a seus hbitos comportamentais esquivos (Sick 1997, BirdLife International 2012). No Mato Grosso do Sul, o falco-relgio j foi registrado no Parque Estadual das Vrzeas do Rio Ivinhema (Gi-menes et al. 2007), no Pantanal (Tubelis & Tomas 2003) e na Serra da Bodoquena (Pivatto et al. 2006, Straube & Urben-Filho 2006). Em maro de 2006, um indivduo foi avistado por C. F. no interior de uma mata estacio-nal semidecidual (230139S; 544522W) no entorno do Parque Estadual das Vrzeas do Rio Ivinhema. Em fevereiro e maio de 2009 e abril de 2010, um indivduo foi visto por M. N. G. sobrevoando pequenos fragmen-tos de mata estacional e cerrado no municpio de Vi-centina (222954S; 542324W). Em agosto de 2009, M. A. C. P. registrou a espcie em mata estacional sub-montana na RPPN Xod do V Ruy, municpio de Jar-dim (215030S; 560148W). Em fevereiro de 2010, J. C. M. F. visualizou e gravou a vocalizao do falco--relgio em fragmento de cerrado na Reserva Cisalpina (211503S; 515444O), municpio de Brasilndia. Em fevereiro de 2011, M. N. G. registrou auditivamente um indivduo em mata estacional decidual de morro no Macio do Urucum (190705S; 573820W), munic-pio de Corumb. Em fevereiro de 2011, J. C. M. F. obser-vou a espcie em um fragmento de cerrado no municpio de Costa Rica (182511S; 531039W). Por fim, em fevereiro de 2012, M. N. G. gravou a vocalizao de dois indivduos em mata estacional semidecidual na Estncia Mimosa Ecoturismo (205857S; 563058W), munic-pio de Bonito.

    Murucututu, Pulsatrix perspicillata (Latham, 1790)Espcie predominantemente florestal que se distribui do

    Mxico a Argentina e em todo o Brasil (Sick 1997, BirdLife International 2012). No Mato Grosso do Sul, o murucutu-tu j foi registrado no Pantanal (Tubelis & Tomas 2003) e na Serra da Bodoquena (Pivatto et al. 2006). M. A. C. P.

    Figura 5. Gavio-pega-macaco (Spizaetus tyrannus) registrado no municpio de Sidrolndia, MS (Foto: Daniel De Granville Mano).

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  • registrou esta espcie em vrias ocasies a partir de 2007 na RPPN Buraco das Araras (212937S; 562508W), inclusive com registros de nidificao nas encostas da do-lina. Em agosto e setembro de 2009, a mesma autora a re-gistrou em matas estacionais submontanas na RPPN Xod do V Ruy, regio da Serra da Bodoquena (215030S; 560148W), e RPPN Vale do Bugio (195551S; 550429W), na Serra de Maracaju. Em setembro e de-zembro de 2011, M. A. C. P. registrou a espcie nidificando nos paredes calcrios presentes no Boca da Ona Ecotour (204422S; 564403W), municpio de Bodoquena. Em setembro de 2011, M. N. G. registrou dois indivduos vo-calizando durante a noite na sede da Estncia Mimosa Eco-turismo (205857S; 563058W), municpio de Bonito. Na mesma rea em abril de 2012, M. N. G. visualizou e fotografou um indivduo adulto (Figura 6) em uma mata estacional semidecidual sendo atacado por bandos de gra-lhas-picaa (Cyanocorax chrysops) e gralhas-do-pantanal (Cyanocorax cyanomelas) (Godoi 2012b).

    Coruja-preta, Strix huhula Daudin, 1800 Espcie florestal que ocorre da Venezuela Argentina.

    No Brasil a coruja-preta ocorre na Amaznia, Cerrado e Mata Atlntica (Sick 1997, BirdLife International 2012), porm com distribuio geogrfica irregular (Stotz et al. 1996). No Mato Grosso do Sul, a espcie s era conheci-da at ento para o Refgio Ecolgico Caiman, na plancie pantaneira (Melo 2006, Straube & Urben-Filho 2006). Em outubro de 2007, M. A. C. P. a registrou seguidamente na RPPN Buraco das Araras (212937S; 562508W), mu-nicpio de Jardim. Em janeiro de 2011, M. N. G. observou e fotografou uma coruja-preta (Figura 7) em uma rvore a 5 m de altura em fragmento de mata estacional semidecidu-al (185035S; 525430W), localizado no municpio de Chapado do Sul (Godoi 2011c).

    Mocho-dos-banhados, Asio flammeus (Pontoppidan, 1763)Apresenta ampla distribuio em quase todo o globo.

    No Brasil ocorre nas regies central e sul, em paisa-gens campestres associadas com banhados (Sick 1997, BirdLife International 2012). No Mato Grosso do Sul, a espcie s foi oficialmente registrada no Parque Na-cional das Emas (Hass 2003), que se estende em uma parte do estado no municpio de Costa Rica. Em feverei-ro de 2011, J. C. M. F. visualizou um indivduo a 15 m de altura, sobrevoando um fragmento de cerrado sensu stricto no municpio de Costa Rica. O indivduo foi fo-tografado para documentao e o registro foi depositado no website WikiAves (Morante Filho 2011). Segundo M. A. C. P., esta espcie foi avistada algumas vezes em plan-taes de arroz na fazenda San Francisco (200510S; 563675W), localizada na plancie pantaneira prxima ao municpio de Miranda.

    Consideraes finaisOs dados apresentados neste estudo demonstram a ca-

    rncia de informaes bsicas sobre a distribuio ge-ogrfica das aves de rapina no estado de Mato Grosso do Sul, e a necessidade de informaes mais detalhadas sobre a distribuio regional destas espcies. No Estado ocorrem 52 espcies de aves de rapina, sendo 30 espcies de guias e gavies (Pandionidae e Accipitridae), 11 es-pcies de falces (Falconidae) e 11 espcies de corujas (Tytonidae e Strigidae) (Tubelis & Tomas 2003, Agosti-nho et al. 2004, Nunes et al. 2005, Pivatto et al. 2006, Silva et al. 2006, Straube et al. 2006a, b, Pivatto et al. 2008). Destas, apenas uma espcie considerada amea-ada de extino em nvel nacional (Silveira & Straube 2008) e global (BirdLife International 2012), a guia--cinzenta (Urubitinga coronata). Entretanto, muitas ou-tras espcies presentes no estado, como a harpia (Har-pia harpyja), gavio-pega-macaco (Spizaetus tyrannus), gavio-de-penacho (Spizaetus ornatus), gavio-pato (Spizaetus melanoleucus) e guia-chilena (Geranoaetus melanoleucus), parecem ser muito raras regionalmente, devendo constar em uma futura lista de espcies amea-adas do Estado, assim como constam em outras listas estaduais de espcies ameaadas no Brasil (Straube et al. 2004, Fundao Biodiversitas 2006, Marques et al. 2009, Silveira et al. 2009).

    Figura 6. Murucututu (Pulsatrix perspicillata) registrada em mata estacional no municpio de Bonito, MS (Foto: Mauricio Neves Godoi).

    Figura 7. Coruja-preta (Strix huhula) registrada em mata estacional no municpio de Chapado do Sul, MS (Foto: Mauricio Neves Godoi).

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  • Ressaltamos a importncia da conservao de grandes reas de vegetao nativa ainda presentes no Estado para a preservao regional das aves de rapina, uma vez que a maioria das espcies necessita de grandes territrios e alta densidade de presas para manuteno de suas populaes (Thiollay 1989, Sieving & Karr 1997). No Mato Grosso do Sul ainda existem grandes extenses de florestas, campos e cerrados na Serra de Maracaju, Serra da Bodoquena, Ma-cio do Urucum e Serra do Amolar. reas abertas extensas e preservadas, tanto secas quanto midas, ainda ocorrem na plancie pantaneira e localmente na Bacia do Alto Rio Paran, como na regio do Parque Estadual das Vrzeas do Rio Ivinhema (Gimenes et al. 2007). A criao e expanso de grandes unidades de conservao, bem como o manejo adequado da paisagem nestas regies com a manuteno de manchas de vegetao nativa em corredores ecolgicos, poderiam garantir a preservao das diferentes espcies de aves de rapina no Estado.

    Alm da perda de habitat, muitas espcies de aves de rapina tm suas populaes reduzidas em funo da caa, quando as aves so abatidas por predarem animais domsti-cos em propriedades rurais e at mesmo para serem usadas como trofus (Sick 1997). Segundo M. A. C. P., h relatos de caa do gavio-real na Serra da Bodoquena e de gavio--de-penacho na Serra de Maracaju por conta da predao de cordeiros e galinhas, respectivamente. Desta forma, res-salta-se tambm a importncia do desenvolvimento de pro-gramas de educao ambiental direcionados especialmente para populaes rurais como forma de ajudar na preserva-o das aves de rapina no Estado.

    Por fim, deve-se destacar a importncia da realizao de novos levantamentos ornitolgicos no Estado de Mato Gros-so do Sul, especialmente em regies com extensos habitats naturais preservados que ainda podem abrigar populaes de diferentes espcies de aves de rapina. Considera-se de suma importncia para a conservao regional dessas aves a ampliao de inventrios a fim de descobrir novas popu-laes de espcies de grande porte, tanto daquelas tpicas de reas abertas (U. coronata e G. melanoleucus) quanto das florestais (H. harpyja, S. ornatus, S. tyrannus e S. me-lanoleucus), inclusive de espcies j registradas no estado, mas que desde ento no foram mais observadas, como o uirau-falso (Morphnus guianensis) (Pivatto et al. 2006). A necessidade de novos levantamentos reforada pelos recentes registros de rapinantes por observadores de aves em localidades no citadas neste estudo (Wikiaves 2012), demonstrando que mais esforos de pesquisa em campo po-dem ampliar os conhecimentos sobre a distribuio destas espcies em Mato Grosso do Sul.

    AgradecimentosOs autores agradecem aos proprietrios da Estncia Mi-

    mosa Ecoturismo e Boca da Ona Ecotur, das RPPNs Cabe-ceira do Prata, Buraco das Araras, Xod do V Ruy, Cara da Ona, Gavio de Penacho e Vale do Bugio pela oportunida-de de estudos na regio. A Fundao Neotrpica do Brasil e a MMX Minerais Metlicos Ltda pelo apoio logstico du-rante o Projeto Reflorestar Legal. Aos gestores do Parque Nacional Serra da Bodoquena pelo apoio logstico durante os inventrios nesta Unidade.

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    E-mail: [email protected] (autor para correspondncia);

    [email protected]; [email protected]

    2Programa de Ps-Graduao em Ecologia e Conservao da Biodiversidade, Universidade

    Estadual de Santa Cruz, Rodovia Ilhus/Itabuna, Km 16, CEP 45662-000, Ilhus, BA, Brasil.

    E-mail: [email protected] 3Grupo de Estudos em Cincias Ambientais e Educao GEAMBE, Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul, BR 163, Km 20, CEP 79980-000, Mundo Novo, MS,

    Brasil. E-mail: [email protected] das guas da Serra da Bodoquena,

    Rua 24 de fevereiro, 1507, 2. Piso, Centro, 79290-000, Bonito, MS, Brasil. E-mail: [email protected];

    [email protected] 5Programa de Ps-Graduao em Meio Ambiente

    e Desenvolvimento Regional - UNIDERP (Universidade para o Desenvolvimento do Estado e Regio do

    Pantanal), Campo Grande, MS, Brasil. E-mail: [email protected]

    6Associao de RPPNs do Mato Grosso do Sul (REPAMS) Avenida Calgeras, 3100,

    CEP: 79002-004, Campo Grande, MS, Brasil. E-mail: [email protected]

    7Programa de Ps-Graduao em Biologia Animal, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul,

    Cidade Universitria s/n, C.P. 549, CEP 79070-900, Campo Grande, MS.

    E-mail: [email protected]

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