Gestão da informação e do conhecimento em unidades e serviços de informação
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Gestão da Informação e
do Conhecimento em
Unidades e Serviços
de Informação
Profa. Dra. Marta Valentim
Florianópolis / Brasil
2013
c2013, Valentim
Gerenciar unidades e serviços de
informação tornou-se um desafio
neste novo milênio, porquanto as
transformações sociais, culturais,
científicas e tecnológicas tem
impactado diretamente as
estratégias de ação, a mediação da
informação, os objetivos dos
serviços prestados e as finalidades
dos produtos elaborados aos
diferentes públicos.
A sociedade brasileira está mais
consciente do valor da informação e
do conhecimento para sua efetiva
cidadania, bem como para o
desenvolvimento local, regional e
nacional.
Introdução
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Há um significativo desafio para os gestores de
unidades e serviços de informação, no que
tange à aprendizagem, à interação com as
tecnologias de informação e comunicação (TIC),
ao acesso livre (open access) e gratuito à
informação (copyleft), cuja dinâmica é
transformadora e exige uma nova forma de
atuar, um novo papel a cumprir junto à
sociedade.
Destaca-se nesse contexto, as novas formas de
ensino-aprendizagem [cursos a distância, salas
de aula virtuais, materiais didáticos e científicos
em repositórios institucionais etc.]; as novas
tecnologias de informação e comunicação
móveis [celular, tablet, smartphone etc.]; as
novas formas de mediação da informação
realizadas a partir de novas
necessidades/demandas, competências e
comportamentos informacionais [redes sociais].
Introdução
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Para atender essas transformações o gestor de
unidades e serviços de informação necessita
planejar o futuro e, para tanto, necessita
primeiramente desenvolver a ‘visão de futuro’.
Essa ação não pode ser realizada de forma
individualizada, ao contrário, necessita ser
desenvolvida de maneira colaborativa [em
rede], cujos atores possam trazer
contribuições a partir de contextos distintos e
de experiências locais que, somadas, podem
propiciar uma percepção mais ampliada das
questões globais que, por sua vez, impactam
nas questões locais.
Destaca-se que essa ação pode ser
estruturada e aplicada entre unidades de
informação [interorganizacional], como
também, entre setores de uma unidade/serviço
de informação [intraorganizacional].
Introdução
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Vivencia-se um contexto econômico, social e
tecnológico que exige novas formas de gerenciar
unidades e serviços de informação. Nessa
perspectiva, os gestores precisam ampliar os
papeis e as responsabilidades das unidades e
serviços de informação, inovando constantemente
e promovendo mudanças incrementais e radicais.
A gestão da informação e a gestão do
conhecimento são modelos de gestão que podem
ser aplicados, porquanto investem na eficiência e
na eficácia dos processos, atividades e tarefas e, o
mais importante, investem no sujeito
organizacional responsável por essa dinâmica.
A sociedade complexa é uma realidade e, por isso
mesmo, há que se investir em modelos de gestão
que atendam as diversificadas necessidades,
ressaltando o valor da informação e do
conhecimento e o papel das unidades e serviços
de informação.
Introdução
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Gestão da Informação - Conceito Gestão integrada com foco nos
fluxos formais do ambiente
organizacional. Abrange diversas
atividades:
Prospecção e monitoramento,
filtragem e obtenção de dados e
informações;
Tratamento, análise, agregação de
valor e armazenamento
[preservação] da informação,
apoiados em tecnologias de
informação e telecomunicação;
Disseminação e mediação da
informação;
Elaboração de produtos e serviços
informacionais customizados.
Fonte: Valentim (2008).
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Gestão do Conhecimento - Conceito A gestão do conhecimento refere-se às questões críticas de
adaptação organizacional, sobrevivência e competência, em
face das mudanças ambientais, cada vez mais descontinuadas.
Essencialmente, enfoca os processos organizacionais que
buscam combinar a sinergia entre a capacidade de
processamento de informação e a capacidade criativa e
inovadora dos indivíduos, ou seja, é uma combinação de
informação, tecnologias de informação e comunicação,
aprendizagem, competências e know-how. Todas essas coisas
devem ser geridas em organizações, unidades, sistemas e
serviços profissionais (MALHOTRA, 1998, tradução nossa).
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Gestão do Conhecimento - Conceito
Gestão integrada com foco nos fluxos
informais, que objetiva desenvolver
nas pessoas competências essenciais
voltadas ao compartilhamento e à
socialização do conhecimento,
visando a troca e, portanto, a
construção de novos conhecimentos.
Visa também a aplicação sistemática
de métodos e técnicas que propiciem
aos sujeitos organizacionais
aprenderem a transformar o
conhecimento tácito em
conhecimento explícito (o possível).
Fonte: Valentim (2008).
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Gestão de Unidades de Informação - Conceito
Unidade de informação é um organismo social,
dirigida e composta por dois ou mais sujeitos
organizacionais, que atuam com propósito
informacional definido, almejando um determinado
objetivo/meta informacional, de forma a obter o bem
informacional ao público ao qual atende.
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Gestão da Informação e do Conhecimento
A informação precede a
comunicação, a tecnologia, o
conhecimento e a ação (ILHARCO,
2003).
A informação é insumo do saber e
do fazer em diferentes contextos e,
portanto, é gerada por meio de
diferentes estratégias para atingir
distintos objetivos.
Em uma unidade/serviço de
informação esta afirmativa
concretiza-se de forma contundente,
visto que a informação é, ao mesmo
tempo, insumo e produto do fazer
organizacional de qualquer setor,
especialidade ou segmento.
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A informação e o conhecimento
são insumos do fazer
organizacional e, por esse motivo,
devem ser mais bem gerenciados,
desde o macroambiente até os
distintos microambientes que
compõem a unidade/serviço de
informação.
No ambiente organizacional, o
conhecimento é construído por um
indivíduo que, por sua vez,
alimenta a construção do
conhecimento coletivo e, por outro
lado, o conhecimento coletivo
alimenta a construção do
conhecimento individual em uma
espiral contínua.
Gestão da Informação e do Conhecimento
Figura Traduzida e Adaptada: Nonaka; Takeuchi (2008).
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Planejamento (diagnóstico e
prognóstico)
“Planejamento é o esboço do futuro e a
criação e seleção de meios para atingi-lo”
(ACKOFF, 1996).
1. Processo permanente e metódico [uso de
métodos] que deve ser realizado com a
participação e comprometimento de todos os
sujeitos de uma unidade/serviço de
informação;
2. Ação construída [missão, visão, objetivos,
metas] sobre um conjunto dinâmico de
variáveis em determinado momento histórico
[contexto];
3. Metódico, porquanto é uma sequência de atos
decisórios, ordenados em fases definidas e
baseadas em conhecimentos especializados e
técnicos [responsabilidades, prazos etc.].
Gestão da Informação e do Conhecimento
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Cultura Organizacional
“[...] conjunto de valores e pressupostos
básicos expressos em elementos
simbólicos, que em sua capacidade de
ordenar, atribuir significações, construir a
identidade organizacional, tanto agem
como elemento de comunicação e
consenso, como ocultam e
instrumentalizam as relações de
dominação” (FLEURY, 1996).
Comunicação Organizacional
“Processo contínuo que alimenta,
reconhece, gera, usa e compartilha dados,
informação e conhecimento existentes no
ambiente organizacional, entendido aqui de
forma lato (ambiente interno e externo)”
(VALENTIM, 2003).
Gestão da Informação e do Conhecimento
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Mapeamento de Fluxos Formais/Informais
Consiste em desenvolver um conjunto de ações
para identificar as fontes – recursos
informacionais [formal] e produtores de
conhecimento [informais] –, relevantes para a
unidade/serviço de informação. É importante nesta
fase identificar as lideranças organizacionais.
Fluxos Estruturados: já estruturados e acessados
dentro ou fora da unidade/serviço de informação.
Ex.: Cadastro de editoras; planilhas etc.
- Fluxos Estruturáveis: estão internamente à
unidade/serviço de informação, entretanto sem
tratamento e acesso. Ex.: Cartões de visita de
novos fornecedores; catálogos de feiras etc.
Fluxos Não Estruturados: estão externamente à
unidade/serviço de informação, entretanto sem
identificação, filtragem e tratamento. Ex.: Notícias
em jornais, mídias, redes sociais etc.
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Gestão da Informação e do Conhecimento
Pessoas
Políticas
e Normas
Organizacionais
Responsabilidades
e Autoridades
Funções e
Atividades
Rotinas e
Procedimentos Controle
e feedback
Fonte Adaptada: Blackler (1993) apud Choo (2003).
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Competências Essenciais
Processo contínuo e dinâmico, que envolve não só o
reconhecimento, a compreensão, a apropriação de
signos e símbolos, mas, além disso, saber aplicá-los
na vida cotidiana de forma eficiente.
Visa desenvolver a:
Capacidade de reconhecer as próprias
necessidades informacionais e formular questões.
Capacidade de identificar, acessar, buscar,
pesquisar e localizar informação em qualquer
mídia.
Capacidade de organizar, analisar e avaliar
informação.
Capacidade de usar eficazmente informação para
uma aplicação prática e solução de problemas.
Capacidade de apropriar-se de informação para
gerar novo conhecimento, ‘aprender a aprender’.
Gestão da Informação e do Conhecimento
Fonte: ALA (1989); Doyle (1992); Lenox e Walker (1993).
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Redes Colaborativas
Estruturadas a partir de relações de trabalho,
técnico-científicas, culturais/artísticas ou de
outra natureza, entre indivíduos ou grupos
de indivíduos e que se baseia
fundamentalmente em processos
colaborativos mediados ou não por
tecnologias de informação e comunicação
(TIC)
Características: comunidade envolvida,
regras claras [compartilhamento, plano de
discussões, avaliações etc.], divisão de
trabalho [organização da participação dos
integrantes], níveis de atividades [macro ou
micro, genérica ou especializada], frequência
[períodos], sistematização [documentação,
sistemas de informação, portal/site etc.].
Gestão da Informação e do Conhecimento
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Páginas Amarelas (Who is Who)
Mapeia e indica quem possui
determinado conhecimento,
competência, habilidade ou
vivência/experiência, aonde está e de
que forma se pode acessá-lo.
Também é conhecido como ‘Banco
de Talentos’, pois identifica os
produtores de conhecimento, as
pessoas que possuem determinadas
competências, em que processos
atuam. A partir disso, as informações
são registradas em banco/base de
dados para futuros acessos.
Gestão da Informação e do Conhecimento
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Mapas Conceituais
Esquematiza o
conhecimento existente
em uma organização, não
armazenando o
conhecimento
propriamente dito, mas
estruturando conceitos,
definições e valores
relevantes para os sujeitos
organizacionais, de forma
que se possa visualizá-los
graficamente.
Gestão da Informação e do Conhecimento
Fonte: Joseph Novak (1960).
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Storytelling
Composto por 5 (cinco) etapas: ouvir,
aprender, descobrir, explorar, criar.
Expor histórias organizacionais visando:
Motivar as pessoas e implementar
novas ideias;
Desenvolver a criatividade no
ambiente organizacional;
Fortalecer a imagem e os valores
organizacionais;
Disseminar valores organizacionais
(cultura/comunicação);
Promover a colaboração entre os
sujeitos organizacionais;
Compartilhar conhecimento junto aos
sujeitos organizacionais,
principalmente junto aos ‘novos’.
Gestão da Informação e do Conhecimento
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Benchmarking
Comparação sistemática de
serviços e produtos
elaborados/produzidos com os
oferecidos por outras
unidades/serviços de
informação consideradas de
excelência.
Procura adaptar um conceito
amplo de excelência em
determinado setor à realidade
dos processos de uma
unidade/serviço de informação,
a qual necessita aprimorar
determinada atividade.
Gestão da Informação e do Conhecimento
c2013, Valentim
Gestão da Informação e do Conhecimento
Ferramentas
IHMC CmapTools (Mapas Conceituais)
http://cmap.ihmc.us/
Treebolic (Redes)
http://treebolic.sourceforge.net/en/download.html
B-Sapiens (Aprendizagem organizacional)
http://www.institutovirtual.pt/bsapiens/conteudos.asp?ID=26
Groupware – (Trabalho em grupo/coletivo)
http://www-03.ibm.com/software/products/us/en/ibmnotes
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A gestão da informação e do conhecimento
devem ser realizadas em unidades e
serviços de informação de forma efetiva,
visando propiciar mais qualidade ao
trabalho desenvolvido.
Os gestores de unidades e serviços de
informação necessitam redimensionar a
atuação ressignificando o valor dessas
organizações junto à sociedade.
O nível de complexidade requer ousadia dos
gestores, no que tange aos modelos de
gestão aplicados às unidades e serviços de
informação.
Há a necessidade de se trabalhar a cultura,
a comunicação e as competências
essenciais das pessoas que atuam nessas
organizações.
Considerações Finais
c2013, Valentim
ACKOFF, R. L. A empresa democrática. Lisboa: DIFEL, 1996.
ALA - American Library Association. Presidential Committee on Information Literacy: Final
Report. Chicago: ALA, 1989. Disponível em:
<http://www.ala.org/acrl/publications/whitepapers/presidential>. Acesso em: 12 jan. 2012.
CHOO, C. W. A organização do conhecimento: como as organizações usam a informação
para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões. São Paulo: SENAC Editora,
2003. 425p.
DOYLE, C. Outcome measures for information literacy within the national education goals
of 1990: Final Report of the National Forum on Information Literacy. Washington (DC): US
Department of Education, 1992. (ERIC Document, ED 351033)
FLEURY, M. T.; FISCHER, R. M. (Org.) Cultura e poder nas organizações. 2.ed. São Paulo:
Atlas, 1996.
ILHARCO, F. Filosofia da informação: uma introdução à informação como fundação da acção,
da comunicação e da decisão. Lisboa: Universidade Católica Editora, 2003. 207p.
KOSTAGIOLAS, P. A. Managing knowledge capital in public libraries for a knowledge-driven
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2012. Anais... Helsink: IFLA, 2012. 15p. Disponível em: <http://conference.ifla.org/ifla78>.
Bibliografia Consultada
c2013, Valentim
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LENOX, M. F.; WALKER, M. L. Information literacy in the educational process. The Educational
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japonesas geram a dinâmica da inovação. Rio de Janeiro: Campus, 2008. 376p.
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VALENTIM, M. L. P. Gestão da informação e gestão do conhecimento em ambientes
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Bibliografia Consultada