GÁS NATURAL - AV1

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GÁS NATURAL Análise de mercado do GN. Perspectivas para o Mercado de Gás Natural – Uma Visão de Curto e Médio Prazos O mercado brasileiro de gás natural, nos últimos quatro ou cinco anos, vem enfrentando uma realidade bastante distinta daquela observada em anos anteriores. Se em passado não muito distante a descoberta de gás natural era vista como fato negativo para os produtores e até 2003 se buscava de maneira incessante a abertura de novos mercados para a colocação do caro gás importado da Bolívia, hoje o cenário se reverteu por completo. A forte elevação das cotações internacionais do petróleo levou junto os preços dos combustíveis que disputam o mercado com gás natural, sem que os preços destes acompanhassem a mesma trajetória. Nesse cenário de desequilíbrio de preços relativos, a demanda por gás natural se elevou consideravelmente, capitaneada pelo gás automotivo, cujo crescimento entre 2002 e 2007 alcançou taxas de 21,1% por ano, saindo de 2,69 milhões de metros cúbicos por dia em 2002 para 7,0 milhões em 2007. No mesmo período a demanda industrial também se elevou consideravelmente, com o fornecimento de gás crescendo 8,4% ao ano. Esse elevado crescimento de demanda, conjugado com o desinteresse pela geração termelétrica a gás natural no período pós-racionamento de energia elétrica, conduziram à priorização do atendimento ao segmento não térmico, restringido a disponibilização de gás apenas às térmicas em que os compromissos de fornecimento estavam firmados. Não obstante, as térmicas existentes permaneciam consideradas no planejamento de curto prazo desenvolvido pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS, que entendia estarem aptas para a geração, caso viessem a ser requisitadas. Evidenciada a impossibilidade de atendimento pleno de todas as térmicas em conjunto com o fornecimento para os demais mercados consumidores, decidiu-se pela desconsideração daquelas que não poderiam ser supridas com o combustível necessário. A expectativa de retorno dessas térmicas passou a seguir o cronograma de aumento da oferta de gás, estabelecido em Termo de Compromisso firmado entre a Petrobras e a ANEEL. Essa nova realidade induziu o Governo e a Petrobras a priorizarem os investimentos que contribuíssem para aumentar a oferta de gás para o mercado brasileiro. Diante das incertezas sobre o gás boliviano, optou-se por buscar a antecipação da oferta do gás nacional já descoberto e por diversificar as fontes de importação, com ênfase na instalação de terminais de regaseificação de gás natural liquefeito - GNL. A busca pela antecipação da oferta de gás nacional se materializou com a implementação do Plano de Antecipação da Oferta de Gás na Região Sudeste – PLANGÁS, cujas metas previam elevar a oferta de gás naquela Região de 15,8 milhões de metros cúbicos diários em 2006 para 40 milhões em fins de 2008 e 55 milhões em fins de 2010.

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GS NATURAL

Anlise de mercado do GN.Perspectivas para o Mercado de Gs Natural Uma Viso de Curto e Mdio Prazos O mercado brasileiro de gs natural, nos ltimos quatro ou cinco anos, vem enfrentando uma realidade bastante distinta daquela observada em anos anteriores. Se em passado no muito distante a descoberta de gs natural era vista como fato negativo para os produtores e at 2003 se buscava de maneira incessante a abertura de novos mercados para a colocao do caro gs importado da Bolvia, hoje o cenrio se reverteu por completo. A forte elevao das cotaes internacionais do petrleo levou junto os preos dos combustveis que disputam o mercado com gs natural, sem que os preos destes acompanhassem a mesma trajetria. Nesse cenrio de desequilbrio de preos relativos, a demanda por gs natural se elevou consideravelmente, capitaneada pelo gs automotivo, cujo crescimento entre 2002 e 2007 alcanou taxas de 21,1% por ano, saindo de 2,69 milhes de metros cbicos por dia em 2002 para 7,0 milhes em 2007. No mesmo perodo a demanda industrial tambm se elevou consideravelmente, com o fornecimento de gs crescendo 8,4% ao ano. Esse elevado crescimento de demanda, conjugado com o desinteresse pela gerao termeltrica a gs natural no perodo ps-racionamento de energia eltrica, conduziram priorizao do atendimento ao segmento no trmico, restringido a disponibilizao de gs apenas s trmicas em que os compromissos de fornecimento estavam firmados. No obstante, as trmicas existentes permaneciam consideradas no planejamento de curto prazo desenvolvido pelo Operador Nacional do Sistema Eltrico ONS, que entendia estarem aptas para a gerao, caso viessem a ser requisitadas. Evidenciada a impossibilidade de atendimento pleno de todas as trmicas em conjunto com o fornecimento para os demais mercados consumidores, decidiu-se pela desconsiderao daquelas que no poderiam ser supridas com o combustvel necessrio. A expectativa de retorno dessas trmicas passou a seguir o cronograma de aumento da oferta de gs, estabelecido em Termo de Compromisso firmado entre a Petrobras e a ANEEL. Essa nova realidade induziu o Governo e a Petrobras a priorizarem os investimentos que contribussem para aumentar a oferta de gs para o mercado brasileiro. Diante das incertezas sobre o gs boliviano, optou-se por buscar a antecipao da oferta do gs nacional j descoberto e por diversificar as fontes de importao, com nfase na instalao de terminais de regaseificao de gs natural liquefeito - GNL. A busca pela antecipao da oferta de gs nacional se materializou com a implementao do Plano de Antecipao da Oferta de Gs na Regio Sudeste PLANGS, cujas metas previam elevar a oferta de gs naquela Regio de 15,8 milhes de metros cbicos dirios em 2006 para 40 milhes em fins de 2008 e 55 milhes em fins de 2010. No que se refere diversificao das fontes de importao, a Petrobras, com respaldo na Resoluo CNPE n 04/2006, iniciou a instalao de dois terminais de regaseificao de GNL, situados, um no Porto de Pecm, com capacidade para 6 milhes de metros cbicos dirios, e outro na Baia de Guanabara, com capacidade para 14 milhes de metros cbicos por dia. Convm destacar que a construo de terminais de regaseificao demanda em torno de trs ou quatro anos, tendo os tanques de armazenamento do produto sob a forma liquefeita (a -163 C) como caminho crtico. Para se disponibilizar o gs no mercado brasileiro em prazo inferior ao padronizado, optou-se por instalar as plantas de regaseificao em navios metaneiros, j equipados com a tancagem para armazenamento de GNL. Com tal procedimento, permitiu-se que a unidade de Pecm pudesse ser esperada para operar em maio/2008, enquanto a da Baia de Guanabara foi projetada para operar em maio/2009. "Inobstante o planejamento efetuado e os esforos desenvolvidos tanto pelo Governo, incluindo e acompanhando todos os empreendimentos mencionados no mbito do Programa de Acelerao do Crescimento PAC, como pela Petrobras, concentrando seus melhores esforos no atendimento dos cronogramas estabelecidos, os prazos sofreram ligeiros deslocamentos. O ineditismo dos terminas de regaseificao, o aquecimento do mercado fornecedor de equipamentos e servios e a quantidade de empreendimentos a serem licenciados pelos rgos de meio ambiente inviabilizaram a disponibilidade de gs nos prazos originalmente previstos. Como consequncia, o terminal de regaseificao de Pecm dever iniciar a operao comercial em novembro de 2008, enquanto o da Baia de Guanabara estar apto a operar em janeiro ou fevereiro de 2009. No entanto, o navio adaptado para operar na Baia de Guanabara somente estar concludo em maio/2009. Para buscar o aproveitamento do terminal enquanto o segundo navio no estiver totalmente adaptado, a Petrobras est estudando a possibilidade de contratao

temporria de embarcaes semelhantes e disponveis no mercado internacional, alm da possibilidade de alternar a utilizao do navio adaptado para Pecm para operao tambm na Baia de Guanabara, a depender das demandas de cada mercado. Em relao ao PLANGS, observa-se que da previso de elevao da oferta de gs no Esprito Santo, projetada para alcanar a 16,7 milhes de metros cbicos dirios at dez/2008, 8 milhes j esto disponveis, com o incio da operao da fase II do Campo de Pero, em fevereiro ltimo, enquanto 8 milhes estaro disponveis entre maro e julho de 2009. Entretanto, a despeito de possvel de ser produzida, no se deve contar com toda essa oferta antes da concluso do Gasoduto GASDUC III, interligando o Terminal Cabinas (Maca) Refinaria Duque de Caxias (Rio de Janeiro), prevista para setembro de 2009. At l, algumas medidas alternativas esto sendo colocadas em prtica, como a instalao da Estao de Compressores de Silva Jardim, no Gasoduto GADUC II, e a entrada em operao antecipada dos primeiros 13 quilmetros do GASDUC III, com vistas ao atendimento independente das trmicas situadas no norte fluminense. No que se refere previso de elevao da oferta de gs na Bacia de Santos, projetada para alcanar 14,6 milhes de metros cbicos em fins de 2010, os balanos mais atualizados indicam que a meta ser alcanada apenas no 1 trimestre de 2011, considerando parte da produo do Projeto Piloto de Tupi. Ainda em relao oferta de gs da Bacia de Santos, convm asseverar que seria possvel iniciar a produo de gs do Campo de Mexilho j em agosto/2009 e dos Campos de Urugu/Tamba em julho/2010. No entanto, o atraso na construo do Gasoduto Caraguatatuba-Taubat (concluso prevista para out/2010) e da Unidade de Tratamento de Gs de Caraguatatuba UTGCA (prevista para operar em jan/2010) devero comprometer tal antecipao em sua plenitude. Medidas alternativas esto sendo estudadas para antecipar a oferta ao mercado de parte dessa capacidade de produo. Em relao previso de oferta adicional da Bacia de Campos, a expectativa atual de que no se consiga alcanar as metas previstas no PLANGS para 2008, em funo do aquecimento atual do mercado fornecedor de equipamentos e servios para o setor petrleo. Por outro lado, para 2010 espera-se que a oferta adicional supere a estimativa de 5,7 milhes de metros cbicos dirios, alcanando a 6,2 milhes. Consolidando os dados do PLANGS, ser possvel assegurar a oferta prxima a 50 milhes de metros cbicos dirios na Regio Sudeste, em dez/2010, um pouco abaixo da previso original. A Regio Nordeste dever estar plenamente abastecida aps a concluso do Gasoduto Cacimbas Catu, ltima etapa do GASENE, que interligara as malhas de transporte das Regies Nordeste e Sudeste, previsto para operar no primeiro trimestre de 2010. No tocante ao pleno atendimento do mercado trmico, os dados disponveis indicam que o Termo de Compromisso dever ser atendido em sua plenitude, j estando prevista a entrada de trmicas novas entre 2011 e 2012. Trs empreendimentos foram vencedores nos leiles A-5 de 2007 e A-3 de 2008, demandando 5,0 milhes de metros cbicos dirios adicionais. Parte desse gs dever ser fornecido por um terceiro terminal regaseificao de GNL, estimado para operar em 2013, em local a ser definido e com capacidade para 14 milhes de metros cbicos por dia. Tambm a partir de 2010 se espera a retomada da oferta de gs novo para o mercado industrial, com crescimento continuado do mercado nos dez anos subseqentes. Em resumo, a ampliao da oferta domstica pelo PLAGS, associada manuteno da importao da Bolvia, aos trs terminais de GNL e entrada da produo de gs oriunda dos campos da camada do Pr-Sal devero assegurar o equilbrio entre a oferta e demanda de gs para os prximos anos. Essa oferta ao mercado interno dever situar-se em torno de 90 milhes de metros cbicos em 2009, estabilizando em 110 milhes de 2010 at 2012, devendo chegar a 130 milhes aps 2016. Nesse horizonte temporal, a oferta de gs de origem nacional dever se manter em torno de 50% da oferta total ao mercado. No entanto, nesse novo cenrio, a diversificao das fontes de importao dever reduzir a exposio do Pas em eventuais problemas pontuais de suprimento externo. Ainda segundo os ltimos dados disponveis, a partir de 2018 ser necessria a entrada de gs novo no mercado, seja oriundo de novas descobertas ou da instalao de um novo terminal de regaseificao de GNL. Convm, contudo, destacar que as informaes sobre a efetiva capacidade de produo dos campos do Pr-Sal so bastante preliminares, de sorte que os dados disponveis para o perodo ps 2015 podem ser substantivamente alterados." Dr. Mrcio Secretrio Executivo de Minas e Energia e Presidente do Conselho de Administrao da Eletrobrs Zimmermann

ContratosPor Edmar de Almeida O desenvolvimento recente da indstria de gs natural no Brasil ocorreu num contexto de relativa escassez de gs nacional. As reservas e a produo brasileira eram modestas, e em sua grande maioria proveniente de campos gs associado pertencentes Petrobras. Por isto mesmo, a difuso do gs natural no pas s se alavancou com o contrato de importao da Bolvia que viabilizou a construo do gasoduto Bolvia-Brasil. Esse contexto de escassez teve seu auge entre 2006 e 2008, quando a instabilidade poltica na Bolvia inviabilizou o aumento do volume importado daquele pas. A escassez de gs nesse perodo levou a Petrobras a elevar os preos do gs domstico e importado e a se lanar em um enorme esforo para aumentar a produo domstica e diversificar as importaes via GNL. Esse contexto de escassez e preos elevados do gs foi uma premissa importante do planejamento e regulao da indstria de gs no Brasil. Nos ltimos dois anos o pas vem colecionando boas notcias com relao a descobertas de gs natural. As descobertas do Pr-sal apresentam um grande potencial para produo de gs. Em mdia, os campos de leo descobertos na rea do pr-sal da Bacia de Santos contm 20% de gs natural. Estimativas da Petrobrs do conta de um potencial produtivo de cerca de 40 milhes de metros cbicos por dia (Mm/dia), apenas no cluster de Santos. Alm das descobertas no Pr-sal, a explorao nas Bacias de So Francisco (Minas Gerais), Solimes (Amazonas) e Parnaba (Maranho) vem apontando um grande potencial produtivo para o gs natural. No caso destas trs bacias, o potencial produtivo de gs no associado. Portanto, a produo somente se viabilizar caso haja mercado capaz de pagar um preo que possa cobrir os custos de produo e transporte do gs natural. Se por um lado essas descobertas de gs natural representam um grande potencial econmico para o pas, por outro lado no ser fcil viabilizar o aproveitamento das mesmas. O prximo Governo ter como um dos principais desafios no planejamento energtico viabilizar o aproveitamento dos recursos e reservas de gs recentemente identificados na Amaznia, no Maranho e no Pr-sal. O aproveitamento do potencial de produo de gs no Brasil ir requerer um grande volume de investimentos em Explorao & Produo (E&P) e no transporte de gs. Na indstria de gs natural, os investimentos no upstream e transporte s se viabilizam se houver mercado garantido para este gs. Ou seja, os investidores primeiro tentam assinar contratos de venda da produo futura do gs para depois injetar recursos na produo e transporte. Isto necessrio porque o gs natural no uma commodity que pode ser transportada e comercializada para qualquer mercado, como o caso do petrleo. No caso do gs natural, os investimentos em transporte j definem onde e quem ir comprar o gs natural. Em algumas regies, como na Amaznia e possivelmente no Maranho, no existe um mercado de gs significativo a no ser o uso do gs para produo de eletricidade. Ou seja, dado os grandes volumes descobertos, somente novas termeltricas poderiam criar um mercado com volume suficiente para justificar os investimentos em produo e transporte. Atualmente, o arcabouo regulatrio do setor eltrico no viabiliza o aproveitamento de reservas de gs natural com uso exclusivo no setor eltrico. Isto ocorre porque as termeltricas operam de forma complementar gerao hidrulica. Ou seja, caso haja gua nos reservatrios das hidreltricas as termeltricas ficam desligadas, configurando uma situao na qual elas acabam operando menos de 30% do tempo. Em funo disso, o contrato de venda de gs para as trmicas que entram no leilo da ANEEL pressupe uma operao de apenas 25% do tempo. Nestas condies, as trmicas no podem dar garantias de compra de gs e, portanto, no podem ancorar projetos para desenvolvimento das reservas de gs natural. No caso da Amaznia, o governo brasileiro ter que optar entre deixar as reservas no cho, desperdiando este potencial energtico e econmico ou mudar as regras do setor eltrico para permitir que as trmicas que usem este gs operem de forma ininterrupta. O custo de mudar a regra seria mais emisses de CO2, j que eventualmente estas trmicas operariam inclusive em momentos em que as hidreltricas tivessem capacidade de produo ou seja, gua nos reservatrios. Esta ser uma deciso de poltica energtica muito difcil, cujo debate certamente ir envolver vrios segmentos da sociedade nacional. O desafio da futura abundncia de gs no se restringe a criar mercados para o gs. Mesmo com o encaminhamento de uma soluo para esta questo, restaro importantes desafios associados regulao da prpria indstria do gs natural.

Um dos principais desafios ser fazer valer a nova lei do gs natural. Esta nova lei mudou radicalmente a dinmica dos investimentos em transporte de gs natural no Brasil. De acordo com a nova lei, os investimentos em transporte devero ocorrer a partir de um processo licitatrio no qual o investidor no gasoduto ser selecionado pelo critrio da menor tarifa requerida. Entretanto, para que uma licitao possa ocorrer, o Ministrio de Minas e Energia (MME) dever realizar um plano de expanso da rede de gs. Em seguida, a Agncia Nacional de Petrleo (ANP) dever realizar um concurso para alocao de capacidade no qual os futuros compradores de gs se engajaro em contratar antecipadamente servios de transporte de gs natural. A realizao do plano de expanso da rede de transporte de gs no ser uma tarefa fcil. Por um lado, a sua realizao depende de premissas sobre onde e quem ir consumir o gs natural. Este plano pode se tornar incuo caso parta de premissas equivocadas. De nada adianta uma plano de expanso da rede de transporte de gs se no aparecerem carregadores interessados em comprar a capacidade de transporte dos gasodutos. Por outro lado, para que as termeltricas possam ser um mercado importante para ancorar os investimentos nos gasodutos ser necessrio redefinir a forma de operao destas trmicas no setor eltrico brasileiro. A viabilizao dos investimentos necessrios ao aproveitamento do potencial produtivo de gs natural no Brasil representar um grande desafio com vrias dimenses. Em primeiro lugar ser necessrio tomar importantes decises de poltica energtica que podem afetar o planejamento da expanso do setor de gs e eletricidade. Em segundo lugar, ser necessrio um grande esforo de coordenao institucional para buscar uma convergncia entre os diferentes rgos do governo envolvidos no processo (EPE, ANEEL, MME, Petrobras e ANP). O planejamento dever ser realizado pelo Estado, mas dever levar em conta os interesses dos produtores e dos consumidores de gs natural, j que so estes que, em ltima instncia, estaro mobilizando os recursos para viabilizar a expanso da produo. Portanto, ser necessrio que o Governo tenha capacidade de estabelecer um dilogo com o setor produtivo, resguardando a sua independncia para perseguir seus objetivos de poltica energtica. O exposto acima deixa claro que, no caso do gs natural, ser abenoado por Deus no basta. O Brasil precisar mobilizar uma quantidade importante de recursos institucionais para enfrentar questes polticas e econmicas muito complexas colocadas pela futura abundncia de gs natural.

Petrobras quer mudar contratos de gs

A ideia aproveitar a maior oferta, com o que no estiver sendo usado para trmicas e baixar a mdia de preos para as distribuidoras A Petrobras vai propor mudanas aos contratos de fornecimento de gs natural para as distribuidoras de gs canalizado. O objetivo aproveitar a maior flexibilidade da oferta, com gs que no estiver sendo usado para trmicas, para baixar a mdia de preos do combustvel. Os contratos vencem em 2012 mas, j no ano que vem, a estatal quer comear a negociar os novos termos. As distribuidoras brasileiras pagam hoje o dobro do preo vigente no mercado de curto prazo americano, que vem sofrendo com o excedente de oferta aps a concluso de projetos de gs natural liquefeito ao redor do mundo e com a tecnologia de produo de gs de xisto nos Estados Unidos. Para especialistas, os altos preos nacionais dificultam a busca por novos clientes. Em entrevista concedida em 02/06/10, a diretora de gs e energia da Petrobras, Graa Foster, disse que o cenrio energtico para os prximos anos aponta para uma maior entrada de energia hidreltrica no Pas, com menor aproveitamento do gs. Por isso, a empresa busca novas modalidades flexveis de venda de gs, que aproveitem o combustvel que no estiver direcionado ao setor eltrico. "Certamente, os contratos agora no sero 100% firmes e inflexveis porque isso obriga um custo que no h necessidade de pagar", explicou ela. "Por que voc vai querer um contrato de cinco ou dez anos? Ele paga um preo de gs mais alto, porque o preo de gs de longo prazo precisa considerar vrios riscos. Cada risco que eu considero preo mais alto", completou. A partir de 2013, destacou Graa, as trmicas devem operar com apenas 30% de sua capacidade,

liberando maiores volumes de gs para o mercado flexvel. Segundo ela, o cliente no vai querer ficar engessado em contratos de garantia firme em um cenrio de preo de gs baixo at 2020. Atualmente, a empresa tenta desovar esses volumes em leiles de curto prazo. Excedente. A renegociao dos preos do gs esperada pelo mercado, diante do excedente de gs natural no Brasil - h poos fechados no Esprito Santo e as importaes da Bolvia, s vezes, se reduzem abaixo do mnimo contratado. "Acredito que j exista uma presso da indstria por buscar novos preos", disse o consultor Marco Tavares, diretor da consultoria Gas Energy. Graa ressaltou que a companhia criou h trs meses uma rea especfica dentro da empresa para cuidar de contratos de fornecimento de energia de curto prazo, no sentido de trabalhar a flexibilizao dos contratos. Petrleo. O diretor-geral da Agncia Nacional do Petrleo (ANP), Haroldo Lima, afirmou que o governo tem interesse em promover a 11. Rodada de licitao de reas para explorao e produo de petrleo ainda este ano. A ideia oferecer reas em guas rasas, guas profundas e em terra - fora das reas do pr-sal. "O governo quer fazer a rodada porque no pode ficar circunscrito s altas expectativas do pr-sal", disse Lima. Ele informou que, no fim de junho, o Conselho Nacional de Poltica Energtica (CNPE) vai discutir o tema. Caso a 11. Rodada seja aprovada no Conselho, o edital pode sair em julho. "J est tudo pronto", disse, referindo-se documentao para a licitao. Lima tambm informou que o segundo poo perfurado pela ANP na Bacia de Santos, batizado de Libra - que faz parte do processo de cesso onerosa de reservas da Unio Petrobrs - " muito melhor do que o primeiro", em volume de reservas. O primeiro poo, batizado de Franco, tem reservas recuperveis de petrleo de 4,5 bilhes de barris. Libra fica a 32 quilmetros a nordeste de Franco. Caso as projees da ANP sobre o segundo poo se confirmem, a ANP pode encontrar um volume muito superior aos 5 bilhes previstos na cesso onerosa. Porm, o diretor-geral da ANP comentou que o governo ainda no sabe qual ser o procedimento para tratar do volume de leo excedente. Ele no descartou, no entanto, a possibilidade de que o excedente possa ser includo em futuros leiles que envolvam reas do pr-sal. As reservas descobertas nos dois poos sero negociadas com a Petrobras dentro do processo de cesso onerosa, que faz parte da capitalizao da companhia. Fonte: Mnica Ciarelli e Alessandra Saraiva, O Estado de S.Paulo, junho/10 Objetivo apresentar os processos de gs natural e delinear os sistemas produtivos e anlise de mercado. Objetivo central viso integrada da cadeia. A viso integrada da cadeia inicia-se com a produo > extrao > transporte > refino e distribuio. O que o gs natural? O gs natural uma mistura de hidrocarbonetos leves encontrada no subsolo, na qual o metano tem uma participao superior a 70 % em volume. A composio do gs natural pode variar bastante dependendo de fatores relativos ao campo em que o gs produzido, processo de produo, condicionamento, processamento, e transporte. O gs natural um combustvel fssil e uma energia no-renovvel. O gs natural encontrado no subsolo, por acumulaes em rochas porosas, isoladas do exterior por rochas impermeveis, associadas ou no a depsitos petrolferos. o resultado da degradao da matria orgnica de forma anaerbica oriunda de quantidades extraordinrias de microorganismos que, em eras pr-histricas, se acumulavam nas guas litorneas dos mares da poca. Essa matria orgnica foi soterrada a grandes profundidades e, por isto, sua degradao se deu fora do contato com o ar, a grandes temperaturas e sob fortes presses. O transporte do gs natural realizado do ponto de sua extrao at uma UPGN ou unidade de refino das quais ser encaminhado para a distribuio.

UPGN Unidade de processamento do gs natural. Atores da Cadeia de Gs Natural Produtor: Pessoa Jurdica que possui a concesso do Estado para explorar e produzir gs natural em determinados blocos. Carregador: Pessoa jurdica que detem o controle do gs natural, contrata o transportador para o servio de transporte e negocia a venda deste junto s companhias distribuidoras. Transportador: Pessoa jurdica autorizada pela ANP a operar as instalaes de transporte. Processador: Pessoa jurdica autorizada pela ANP a processar o gs natural. Distribuidor: Pessoa jurdica que tem a concesso do estado para comercializar o gs natural junto aos consumidores finais (No Brasil a distribuio monoplio dos governos estaduais) Regulador: Figura do Estado representada pela Agncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis - ANP e pelas Agncias Reguladoras Estaduais.

Explorao A explorao a etapa inicial dentro da cadeia de gs natural, consistindo em duas fases. A primeira fase a pesquisa onde, atravs de testes ssmicos, verifica-se a existncia em bacias sedimentares de rochas reservatrias (estruturas propcias ao acmulo de petrleo e gs natural). Caso o resultado das pesquisas seja positivo, inicia-se a segunda fase, e perfurado um poo pioneiro e poos de delimitao para comprovao da existncia gs natural ou petrleo em nvel comercial e mapeamento do reservatrio, que ser encaminhado para a produo. Os reservatrios de gs natural so constitudos de rochas porosas capazes de reter petrleo e gs. Em funo do teor de petrleo bruto e de gs livre, classifica-se o gs, quanto ao seu estado de origem, em gs associado e gs no-associado. Gs associado: aquele que, no reservatrio, est dissolvido no leo ou sob a forma de capa de gs. Neste caso, a produo de gs determinada basicamente pela produo de leo. Boa parte do gs utilizada pelo prprio sistema de produo, podendo ser usada em processos conhecidos como reinjeo e gs lift, com a finalidade de aumentar a recuperao de petrleo do reservatrio, ou mesmo consumida para gerao de energia para a prpria unidade de produo, que normalmente fica em locais isolados. Ex: Campo de Urucu no Estado do Amazonas Gs no-associado: aquele que, no reservatrio, est livre ou em presena de quantidades muito pequenas de leo. Nesse caso s se justifica comercialmente produzir o gs. Ex: Campo de San Alberto na Bolivia.

Produo Com base nos mapas do reservatrio, definida a curva de produo e a infraestrutura necessrias para a extrao, como boa parte do gs utilizada pela prpria unidade de produo verificada a viabilidade de se comercializar o excedente de gs, caso a comercializao do gs no seja vivel, normalmente pelo elevado custo na implantao de infraestrutura de transporte de gs, o excedente queimado. Condicionamento o conjunto de processos fsicos ou qumicos aos quais o gs natural submetido, de modo a remover ou reduzir os teores de contaminantes para atender as especificaes legais do mercado, condies de transporte, segurana, e processamento posterior. O gs natural pode ser armazenado na forma lquida presso atmosfrica. Para tanto os tanques devem ser dotados de bom isolamento trmico e mantidos temperatura inferior ao ponto de condensao do gs natural. Neste caso, o gs natural chamado de gs natural liquefeito ou GNL. Processamento Refrigerao simples;

Absoro refrigerada; Turbo-Expanso; Expanso Joule-Thompson (JT).

Transporte Gs Natural Comprimido (GNC); Gasodutos; Gs Natural Liquefeito.

Distribuio A distribuio a ultima etapa, quando o gs chega ao consumidor, que pode ser residencial, comercial, industrial (como matria-prima, combustvel e redutor siderrgico) ou automotivo. Nesta fase, o gs j deve estar atendendo a padres rgidos de especificao e praticamente isento de contaminantes, para no causar problemas aos equipamentos onde ser utilizado como combustvel ou matria-prima. Quando necessrio, dever tambm estar odorizado, para ser detectado facilmente em caso de vazamentos. Utilizao O gs natural empregue diretamente como combustvel, tanto em indstrias, casas e automveis. considerado uma fonte de energia mais limpa que os derivados do petrleo e o carvo. Alguns dos gases de sua composio so eliminados porque no possuem capacidade energtica (nitrognio ou CO2) ou porque podem deixar resduos nos condutores devido ao seu alto peso molecular em comparao ao metano (butano e mais pesados). Combustvel: A sua combusto mais limpa e d uma vida mais longa aos equipamentos que utilizam o gs e menor custo de manuteno. Automotivo: Utilizado para motores de nibus, automveis e caminhes substituindo a gasolina e o lcool, pode ser at 70% mais barato que outros combustveis e menos poluente. Industrial: Utilizada em indstrias para a produo de metanol, amnia e uria.

As desvantagens do gs natural em relao ao butano so: mais difcil de ser transportado, devido ao fato de ocupar maior volume, mesmo pressurizado, tambm mais difcil de ser liquificado, requerendo temperaturas da ordem de -160 C. Algumas jazidas de gs natural podem conter mercrio associado. Trata-se de um metal altamente txico e deve ser removido no tratamento do gs natural. O mercrio proveniente de grandes profundidades no interior da terra e ascende junto com os hidrocarbonetos, formando complexos organo-metlicos. Atualmente esto sendo investigadas as jazidas de hidratos de metano que se estima haver reservas energticas muito superiores s atuais de gs natural. Comercializao

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.

Gazprom (Rssia): 179,7 bilhes de euros EDF (Frana): 135,2 bilhes de euros EON (Alemanha): 85 bilhes de euros Suez GDF (Frana): aproximadamente 71 bilhes, contando o plo ambiental, calculado pelos analistas em 20 bilhes de euros Iberdrola (Espanha): 51,3 bilhes (aps a compra da Scottish Power) Enel (Itlia): 47,1 bilhes (prestes a comprar Endesa com Acciona) RWE (Alemanha): 46,0 bilhes de euros Endesa (Espanha): 42,2 bilhes de euros BG Group (antiga British Gas): 39,5 bilhes Exelon (EUA): 34,6 bilhes de euros

Gs natural liquefeito Gs natural liquefeito ou GNL (em ingls referido pela sigla LNG, de liquified natural gas) basicamente gs natural que, depois de purificado, condensando ao estado lquido por meio da reduo da sua temperatura a -163 graus Celsius. Liquefao do Gs A liquefao consiste em processos termodinmicos que promovem a mudana de estado dos gases para o estado lquido. Devido s caractersticas de alguns gases, o metano entre eles, a mudana para o estado lquido no ocorrer com a elevao da presso, sendo necessrio a adoo de resfriamento. Para tais gases, chamados criognicos, a temperatura acima da qual no existe uma mudana distinta das fases lquido e vapor, a temperatura crtica, se encontra abaixo da temperatura ambiente. A liquefao do gs natural permite estoc-lo e transport-lo sob forma condensada em condies tcnico-econmicas viveis. Como pesa menos de 500 kg/m, no necessita de uma estrutura mais forte do que se fosse para gua. Se o gs fosse comprimido, a estrutura necessitaria de mais ao. [Caractersticas relevantes do GNL incolor temperatura do lquido presso atmosfrica entre (-165) C e (-155) C, dependendo da composio presso operacional da planta entre poucos mbar at 75 bar densidade relativa entre 0,43 a 0,48, conforme a composio calor de vaporizao latente de 120 Kcal/kg elevada taxa de expanso. A vaporizao de 1 m de GNL produz entre 560 e 600 m de gs.

Sistema de combustvel O sistema de combustvel de um veculo a GNL constitudo, fundamentalmente, por um reservatrio, um vaporizador em que o fluido secundrio o lquido de refrigerao do motor, um indicador de nvel do reservatrio. O sistema est configurado para receber e armazenar GNL fornec-lo ao motor na forma gasosa.

Evoluo do preo do gs natural desde 30 anos O gs natural frequentemente esquecido dos investidores em proveito do petrleo, isto deve-se ao seu fraco custo. Mas desde o incio do ano 2000, o gs natural saiu da sua hibernao ao mesmo tempo que outras fontes de energia, elas tambm esquecidas dos investidores. Este artigo simples uma anlise grfica do preo do gs natural nos EUA desde 1976 com algumas observaes no mercado de um gs natural.

I. o grfico do preo do gs natural a longo prazo. A. 1979-2000. De Janeiro de 1979 Janeiro de 2000, o preo do gs natural permaneceu entre 1 e 3 dlares. A mdia do preo do gs natural durante estes 20 anos de 1.95 dlar por milhares de ps cbicos. O preo mdio est, por conseguinte cheio meio do canal. B. Sado do canal em Janeiro de 2000 A u incio do ano 2000, o preo do gs natural sai pela parte superior de canal, quebra ento a resistncia dos 3 dlares por mcf. Seguidamente, o preo do gs natural tocou duas vezes um mximo ligeiramente debaixo de 7 dlares por mcf. C. Construo de um tringulo. O tringulo do preo do gs natural se estrutura a partir de Janeiro de 2000. O tringulo constri-se partir de 2 dlares e termina-se 7 dlares por mcf. No caso de sada pela parte superior, o objetivo est

12 dlares (7-5= 5$, 5+7=12$). Ainda que este tringulo invalidado, e que o preo do gs natural sai pela parte inferior do tringulo, h muito um gordo apoio que deveria impedi-lo descer debaixo de 3 dlares por mcf. D. perspectiva dos cursos do gs natural.- Opo pessimista: Tem-se uma sada pela parte inferior do tringulo, h ento uma evoluo do curso entre 3 e 7 dlares por mcf, com uma mdia de cursos do gs natural alentour de 5 dlares por mcf.- Opo optimista: a sada do tringulo efetua-se pela parte superior e o curso do preo do gs natural evolui entre 7 e 12 dlares por mcf com um curso mdio na zona do 9 10 dlares por mcf. Mas, parece-me totalmente excludo que o preo do gs natural retorne duravelmente debaixo de 3 dlares por mcf.

II. Algumas observaes no mercado de um gs natural. A. as reservas conhecidas de gs natural do Canad reduziram-se apesar de investimentos recordes em 2003. O Canad o terceiro produtor e o segundo exportador mundial, a produo de gs natural do Canad representa 7.3% da produo mundial. o primeiro exportador de gases natural para os EUA. As companhias furam cada vez mais poos para cada vez menos descobertas. B. o preo do gs natural libera-se cada vez mais com a liberao do mercado de um gs numerosos em pases. tradicionalmente um mercado a longo prazo, mas pouco a pouco um mercado livre do gs aparece (schmatise), o que gera gordas variaes de preos a curto prazo (schmatise esquemtico - ainda). As companhias de gases libertam-se cada vez mais das vendas a longo prazo o que torna o preo do gs natural muito mais voltil.

C. os investimentos para o transporte do gs natural so muito importantes. necessrio bem frequentemente canalizaes para transportar o gs natural do lugar de produo estao de liquefao. O gs liqufi (liquefeito) seguidamente uma temperatura de -82 com uma presso de 47 bares. transportado em mthanier (sob a forma de metano) at uma unidade de gasificao. por esta razo que o transporte do gs 6 10 mais caro que o do petrleo. So justos trs observaes e no uma anlise no mercado de um gs natural, que merece cerca de dezenas de pginas de explicaes. O assunto a evoluo do preo do gs natural, mas o preo da energia como um todo que conhece um forte aumento. No necessrio, sobretudo cair na armadilha das justificaes conjunturais a curto prazo (metereologia, crise poltica, etc.). As razes do aumento so modificaes estruturais a longo prazo (aumento constante do pedido, baixa das descobertas, aumento dos custos das novas descobertas, etc.).

O gs natural no caro, terminados! Como o caso para o petrleo, o carvo ou o urnio. A evoluo de todas as fontes de energia em paralelos indica o incio de um movimento altista muito longo prazo. O gs natural vai ver o seu preo aumentar consideravelmente a longo prazo. O gs natural no descer mais nunca duravelmente debaixo de 3 dlares por mcf. Estas linhas esto muito incompletas, retornarei o mais depressa possvel sobre este assunto para fazer anlises tcnicas suplementares e acrescentar explicaes sobre a situao do gs natural em geral. Ateno somente um parecer pessoal, constri a vossa prpria opinio com as vossas investigaes. Dr. Thomas Chaize

MATRIA AV 1Anlise do Mercado do GN Contratos Reservas provadas. Rssia como maior produtora e exportadora de gs natural detendo atualmente em torno de 47.570.000.000.000 m3. Brasil 312.700.000.000 m3. O mercado de gs natural no Brasil apresenta um perfil de consumo de acordo com os dados a seguir: Indstria 52,4% gerao eltrica 27,1% setor automotivo 13,2% residencial 1,3% comercial 1,2% co-gerao 4,8%

H uma demanda mundial sempre crescente e nos prximos 10 anos a expectativa de crescimento ser em torno de 25%. Portanto, em funo desta demanda h um aumento da presso de operao de transporte do gs natural. Cadeia de Gs Natural Usos do GN Etapas de processos para usos do GN Comparao entre mercados (hemisfrio norte e sul) O desenvolvimento do mercado spot de GNL, com possibilidade de realizar arbitragem, vai permitir que o Brasil tenha acesso a um suprimento flexvel para atender a demanda das trmicas, que ocasional e de difcil previso, alm de prover alternativas para enfrentar eventuais problemas de suprimento para o mercado. A concepo de suprimento flexvel, com base no crescente mercado mundial de curto-prazo, explorando a complementaridade sazonal entre os mercados do Norte e do Sul, abre a oportunidade para negcios de GNL envolvendo outros pases da regio. O crescimento da integrao energtica, com novos gasodutos e linhas de transmisso eltrica, favorvel ao contexto do desenvolvimento docomrcio de GNL na Amrica do Sul. Prova dividida em trs partes.

1. Mercado Geral 2. Sistema de escoamento

3. ProcessosPrincipais pontos de uma UPGN: (pode cair na prova, de acordo com o que foi colocado)

A - Composio fsico-qumica do GN

Poder Calorifico Superior - 9,72 a 11,67 kWh/m ndice de Wobbe - 46500 a 52.500 KJ/m Metano mnimo - 86,0 %Vol Etano Mximo - 10,0 %Vol Propano Mximo - 3,0 %Vol C4+ Mximo - 1,5 %Vol Oxignio Mximo - 0,5 %Vol Inertes Mximo (N2 + CO2) - 4,0 %Vol Nitrognio Mximo - 2,0% Enxofre total - 70 mg/m H2S Mximo - 10 mg/m Ponto de orvalho mximo - -45 C (1 ATM)

B - Apresentao dos processos de uma UPGN Aps a separao do leo, o gs natural enviado a uma Unidade de Processamento de Gs Natural (UPGN), onde promovida a separao das fraes leves (C1 e C2 que constituem o chamado gs residual/gs processado)das pesadas (LGN, GLP, C5+); Processamento do Gs Processamento do Gs Processos que diminuem a temperatura e/ou aumentam a presso. As fraes mais pesadas do gs natural, constituem o Lquido do gs natural (LGN), que pode ser fracionado em: Gs Liquefeito de Petrleo (propano e butano), o conhecido gs de cozinha (GLP); (gasolina natural). A recuperao do lquido funo do tipo de processo utilizado e da riqueza do gs. comum se recuperar 100% de butanos e hidrocarbonetos mais pesados, 90 a 95% de propano e at cerca de 80% de etano, em porcentagens molares.

C - Funcionamento de uma refinaria

D - Produtos que podem gerar

GNL tem alto custo em virtude de:

Planta de compresso Navio gaseiro de alto custo Planta de descompresso Enviar para uma UPGN

Perguntas:

1. Justifique os pontos de anlise no que diz respeito utilizao de um gasoduto em relao ao naviogaseiro. R.

2. Quais indicadores logsticos que definem um projeto de transporte e escoamento de gs natural.R. Mercado consumidor, custo do transporte. 3. Parmetros para o escoamento do gs natural. (explorao offshore). R. dimetro dos dutos, profundidade da lmina dgua, bombeio a distncia da costa. Os produtos de uma UPGN podem ser transportados tanto pelo modal dutovirio (cujo licenciamento ambiental pode durar de 2/3 anos), quanto pelo navio gaseiro, dependendo da necessidade da aplicabilidade

de um ou de outro, de acordo com as caractersticas de instalao da UPGN, bem como com as necessidades de transporte, principalmente. Em relao a projetos pode-se avaliar que os gasodutos tem maior eficincia no transporte, tem menor custo, mas so um grande problema sob o ponto de vista social e ambiental. J o navio gaseiro, apesar do seu alto custo no apresenta maiores dificuldades em sua utilizao. Justificar o processo de licenciamento ambiental do projeto Agncia reguladora (ANP 54) Estabelece padres rigorosos UPGN Unidade de Processamento de Gs Natural. UPCGN Unidade de Processamento de Condensado de Gs Natural. URGN - Unidade de Recuperao de Gs Natural. URL Unidade de Recuperao de Lquidos de Gs Natural. UFL Unidade de Fracionamento de Lquidos de Gs Natural.

Processos de uma UPGN

Do poo ao posto

Processos de Tratamento ou Processos de Acabamento Para se remover ou alterar a concentrao de impurezas nos produtos de petrleo de forma a se obter um produto comercializvel, usualmente necessrio um tratamento qumico do produto. Conforme o tratamento adotado, os seguintes objetivos podem ser alcanados: a) melhoramento da colorao; b) melhoramento do odor; c) remoo de compostos de enxofre; d) remoo de goma, resinas e materiais asflticos; e) melhoramento da estabilidade luz e ao ar. Dentre esses, a recuperao de enxofre e a melhoria da estabilidade so determinantes na escolha do processo a ser utilizado. Podemos citar os seguintes tratamentos: a) Tratamento DEA/MEA b) Tratamento Custico; c) Tratamento MEROX; d) Tratamento BENDER; d) Hidrotratamento. Por exemplo: o GLP produzido a partir do craqueamento cataltico, por possuir elevado teor de H2S, submetido a um processo de extrao com DEA (dietilamina), que substitui a soda custica na extrao do H2S, porm no extrai as mercaptans, sendo necessrio uma posterior extrao com NaOH. O DEA facilmente regenervel, liberando H2S por simples aquecimento. Comparativamente, os contaminantes Sulfurados se apresentam com mais freqncia e em maiores propores. Por isso, a reduo do teor desses contaminantes nas fraes o alvo dos tratamentos mais utilizados. Tais contaminantes justificam os processos de tratamento, reduzindo o teor a nveis tais que as fraes possam ser usadas como produtos comerciais, atendendo exigncias de especificaes e de qualidade dos produtos.

J vimos que as fraes mais pesadas tm a tendncia de conter maiores concentraes de contaminantes. Isso faz com que os produtos do Craqueamento Cataltico (que tem essas fraes como carga) sempre sejam tratados. Por sua vez, fraes obtidas pela Destilao podem at sofrer ou no tratamento, dependendo do teor de enxofre no petrleo. Dentre os vrios processos de tratamento conhecidos, o escolhido para cada frao depende de dois fatores: a natureza da frao e os teores de contaminantes nela presentes. Tratamento DEA O tratamento DEA um processo especfico para remoo de H2S de fraes gasosas do petrleo, especialmente aquelas provenientes de unidades de craqueamento. Ele tambm remove CO2 eventualmente encontrado na corrente gasosa. O processo baseado na capacidade de solues de etanolaminas, como a dietilamina (DEA), de solubilizar seletivamente a H2S e CO2. O tratamento obrigatrio em unidades de craqueamento cataltico em funo do alto teor de H2S presente no gs combustvel gerado. A operao realizada sob condies suaves de temperatura e presso. A DEA apresenta grande capacidade de regenerao, e pode ser substituda por MEA (Monoetanolamina) em unidades cujas correntes no contenham sulfeto de carbonila (SCO). Frmula Molecular do DEA (dietilamina): C 4H11O2N Conforme dito anteriormente, o GLP proveniente do craqueamento cataltico, por possuir elevado teor de H2S, submetido a um processo de extrao com DEA (dietilamina).

Anlise de mercado do GN.Perspectivas para o Mercado de Gs Natural Uma Viso de Curto e Mdio Prazos O mercado brasileiro de gs natural, nos ltimos quatro ou cinco anos, vem enfrentando uma realidade bastante distinta daquela observada em anos anteriores. Se em passado no muito distante a descoberta de gs natural era vista como fato negativo para os produtores e at 2003 se buscava de maneira incessante a abertura de novos mercados para a colocao do caro gs importado da Bolvia, hoje o cenrio se reverteu por completo. A forte elevao das cotaes internacionais do petrleo levou junto os preos dos combustveis que disputam o mercado com gs natural, sem que os preos destes acompanhassem a mesma trajetria.

Nesse cenrio de desequilbrio de preos relativos, a demanda por gs natural se elevou consideravelmente, capitaneada pelo gs automotivo, cujo crescimento entre 2002 e 2007 alcanou taxas de 21,1% por ano, saindo de 2,69 milhes de metros cbicos por dia em 2002 para 7,0 milhes em 2007. No mesmo perodo a demanda industrial tambm se elevou consideravelmente, com o fornecimento de gs crescendo 8,4% ao ano. Esse elevado crescimento de demanda, conjugado com o desinteresse pela gerao termeltrica a gs natural no perodo ps-racionamento de energia eltrica, conduziram priorizao do atendimento ao segmento no trmico, restringido a disponibilizao de gs apenas s trmicas em que os compromissos de fornecimento estavam firmados. No obstante, as trmicas existentes permaneciam consideradas no planejamento de curto prazo desenvolvido pelo Operador Nacional do Sistema Eltrico ONS, que entendia estarem aptas para a gerao, caso viessem a ser requisitadas. Evidenciada a impossibilidade de atendimento pleno de todas as trmicas em conjunto com o fornecimento para os demais mercados consumidores, decidiu-se pela desconsiderao daquelas que no poderiam ser supridas com o combustvel necessrio. A expectativa de retorno dessas trmicas passou a seguir o cronograma de aumento da oferta de gs, estabelecido em Termo de Compromisso firmado entre a Petrobras e a ANEEL. Essa nova realidade induziu o Governo e a Petrobras a priorizarem os investimentos que contribussem para aumentar a oferta de gs para o mercado brasileiro. Diante das incertezas sobre o gs boliviano, optou-se por buscar a antecipao da oferta do gs nacional j descoberto e por diversificar as fontes de importao, com nfase na instalao de terminais de regaseificao de gs natural liquefeito - GNL. A busca pela antecipao da oferta de gs nacional se materializou com a implementao do Plano de Antecipao da Oferta de Gs na Regio Sudeste PLANGS, cujas metas previam elevar a oferta de gs naquela Regio de 15,8 milhes de metros cbicos dirios em 2006 para 40 milhes em fins de 2008 e 55 milhes em fins de 2010. No que se refere diversificao das fontes de importao, a Petrobras, com respaldo na Resoluo CNPE n 04/2006, iniciou a instalao de dois terminais de regaseificao de GNL, situados, um no Porto de Pecm, com capacidade para 6 milhes de metros cbicos dirios, e outro na Baia de Guanabara, com capacidade para 14 milhes de metros cbicos por dia. Convm destacar que a construo de terminais de regaseificao demanda em torno de trs ou quatro anos, tendo os tanques de armazenamento do produto sob a forma liquefeita (a -163 C) como caminho crtico. Para se disponibilizar o gs no mercado brasileiro em prazo inferior ao padronizado, optou-se por instalar as plantas de regaseificao em navios metaneiros, j equipados com a tancagem para armazenamento de GNL. Com tal procedimento, permitiu-se que a unidade de Pecm pudesse ser esperada para operar em maio/2008, enquanto a da Baia de Guanabara foi projetada para operar em maio/2009. "Inobstante o planejamento efetuado e os esforos desenvolvidos tanto pelo Governo, incluindo e acompanhando todos os empreendimentos mencionados no mbito do Programa de Acelerao do Crescimento PAC, como pela Petrobras, concentrando seus melhores esforos no atendimento dos cronogramas estabelecidos, os prazos sofreram ligeiros deslocamentos. O ineditismo dos terminas de regaseificao, o aquecimento do mercado fornecedor de equipamentos e servios e a quantidade de empreendimentos a serem licenciados pelos rgos de meio ambiente inviabilizaram a disponibilidade de gs nos prazos originalmente previstos. Como consequncia, o terminal de regaseificao de Pecm dever iniciar a operao comercial em novembro de 2008, enquanto o da Baia de Guanabara estar apto a operar em janeiro ou fevereiro de 2009. No entanto, o navio adaptado para operar na Baia de Guanabara somente estar concludo em maio/2009. Para buscar o aproveitamento do terminal enquanto o segundo navio no estiver totalmente adaptado, a Petrobras est estudando a possibilidade de contratao temporria de embarcaes semelhantes e disponveis no mercado internacional, alm da possibilidade de alternar a utilizao do navio adaptado para Pecm para operao tambm na Baia de Guanabara, a depender das demandas de cada mercado. Em relao ao PLANGS, observa-se que da previso de elevao da oferta de gs no Esprito Santo, projetada para alcanar a 16,7 milhes de metros cbicos dirios at dez/2008, 8 milhes j esto disponveis, com o incio da operao da fase II do Campo de Pero, em fevereiro ltimo, enquanto 8 milhes estaro disponveis entre maro e julho de 2009. Entretanto, a despeito de possvel de ser produzida, no se deve contar com toda essa oferta antes da concluso do Gasoduto GASDUC III, interligando o Terminal Cabinas (Maca) Refinaria Duque de Caxias (Rio de Janeiro), prevista para setembro de 2009. At l, algumas medidas alternativas esto sendo colocadas em prtica, como a instalao da Estao de Compressores de Silva Jardim, no Gasoduto GADUC II, e a entrada em operao

antecipada dos primeiros 13 quilmetros do GASDUC III, com vistas ao atendimento independente das trmicas situadas no norte fluminense. No que se refere previso de elevao da oferta de gs na Bacia de Santos, projetada para alcanar 14,6 milhes de metros cbicos em fins de 2010, os balanos mais atualizados indicam que a meta ser alcanada apenas no 1 trimestre de 2011, considerando parte da produo do Projeto Piloto de Tupi. Ainda em relao oferta de gs da Bacia de Santos, convm asseverar que seria possvel iniciar a produo de gs do Campo de Mexilho j em agosto/2009 e dos Campos de Urugu/Tamba em julho/2010. No entanto, o atraso na construo do Gasoduto Caraguatatuba-Taubat (concluso prevista para out/2010) e da Unidade de Tratamento de Gs de Caraguatatuba UTGCA (prevista para operar em jan/2010) devero comprometer tal antecipao em sua plenitude. Medidas alternativas esto sendo estudadas para antecipar a oferta ao mercado de parte dessa capacidade de produo. Em relao previso de oferta adicional da Bacia de Campos, a expectativa atual de que no se consiga alcanar as metas previstas no PLANGS para 2008, em funo do aquecimento atual do mercado fornecedor de equipamentos e servios para o setor petrleo. Por outro lado, para 2010 espera-se que a oferta adicional supere a estimativa de 5,7 milhes de metros cbicos dirios, alcanando a 6,2 milhes. Consolidando os dados do PLANGS, ser possvel assegurar a oferta prxima a 50 milhes de metros cbicos dirios na Regio Sudeste, em dez/2010, um pouco abaixo da previso original. A Regio Nordeste dever estar plenamente abastecida aps a concluso do Gasoduto Cacimbas Catu, ltima etapa do GASENE, que interligara as malhas de transporte das Regies Nordeste e Sudeste, previsto para operar no primeiro trimestre de 2010. No tocante ao pleno atendimento do mercado trmico, os dados disponveis indicam que o Termo de Compromisso dever ser atendido em sua plenitude, j estando prevista a entrada de trmicas novas entre 2011 e 2012. Trs empreendimentos foram vencedores nos leiles A-5 de 2007 e A-3 de 2008, demandando 5,0 milhes de metros cbicos dirios adicionais. Parte desse gs dever ser fornecido por um terceiro terminal regaseificao de GNL, estimado para operar em 2013, em local a ser definido e com capacidade para 14 milhes de metros cbicos por dia. Tambm a partir de 2010 se espera a retomada da oferta de gs novo para o mercado industrial, com crescimento continuado do mercado nos dez anos subseqentes. Em resumo, a ampliao da oferta domstica pelo PLAGS, associada manuteno da importao da Bolvia, aos trs terminais de GNL e entrada da produo de gs oriunda dos campos da camada do Pr-Sal devero assegurar o equilbrio entre a oferta e demanda de gs para os prximos anos. Essa oferta ao mercado interno dever situar-se em torno de 90 milhes de metros cbicos em 2009, estabilizando em 110 milhes de 2010 at 2012, devendo chegar a 130 milhes aps 2016. Nesse horizonte temporal, a oferta de gs de origem nacional dever se manter em torno de 50% da oferta total ao mercado. No entanto, nesse novo cenrio, a diversificao das fontes de importao dever reduzir a exposio do Pas em eventuais problemas pontuais de suprimento externo. Ainda segundo os ltimos dados disponveis, a partir de 2018 ser necessria a entrada de gs novo no mercado, seja oriundo de novas descobertas ou da instalao de um novo terminal de regaseificao de GNL. Convm, contudo, destacar que as informaes sobre a efetiva capacidade de produo dos campos do Pr-Sal so bastante preliminares, de sorte que os dados disponveis para o perodo ps 2015 podem ser substantivamente alterados." Dr. Mrcio Secretrio Executivo de Minas e Energia e Presidente do Conselho de Administrao da Eletrobrs Zimmermann

ContratosPor Edmar de Almeida O desenvolvimento recente da indstria de gs natural no Brasil ocorreu num contexto de relativa escassez de gs nacional. As reservas e a produo brasileira eram modestas, e em sua grande maioria proveniente de campos gs associado pertencentes Petrobras. Por isto mesmo, a difuso do gs natural no pas s se alavancou com o contrato de importao da Bolvia que viabilizou a construo do gasoduto Bolvia-Brasil.

Esse contexto de escassez teve seu auge entre 2006 e 2008, quando a instabilidade poltica na Bolvia inviabilizou o aumento do volume importado daquele pas. A escassez de gs nesse perodo levou a Petrobras a elevar os preos do gs domstico e importado e a se lanar em um enorme esforo para aumentar a produo domstica e diversificar as importaes via GNL. Esse contexto de escassez e preos elevados do gs foi uma premissa importante do planejamento e regulao da indstria de gs no Brasil. Nos ltimos dois anos o pas vem colecionando boas notcias com relao a descobertas de gs natural. As descobertas do Pr-sal apresentam um grande potencial para produo de gs. Em mdia, os campos de leo descobertos na rea do pr-sal da Bacia de Santos contm 20% de gs natural. Estimativas da Petrobrs do conta de um potencial produtivo de cerca de 40 milhes de metros cbicos por dia (Mm/dia), apenas no cluster de Santos. Alm das descobertas no Pr-sal, a explorao nas Bacias de So Francisco (Minas Gerais), Solimes (Amazonas) e Parnaba (Maranho) vem apontando um grande potencial produtivo para o gs natural. No caso destas trs bacias, o potencial produtivo de gs no associado. Portanto, a produo somente se viabilizar caso haja mercado capaz de pagar um preo que possa cobrir os custos de produo e transporte do gs natural. Se por um lado essas descobertas de gs natural representam um grande potencial econmico para o pas, por outro lado no ser fcil viabilizar o aproveitamento das mesmas. O prximo Governo ter como um dos principais desafios no planejamento energtico viabilizar o aproveitamento dos recursos e reservas de gs recentemente identificados na Amaznia, no Maranho e no Pr-sal. O aproveitamento do potencial de produo de gs no Brasil ir requerer um grande volume de investimentos em Explorao & Produo (E&P) e no transporte de gs. Na indstria de gs natural, os investimentos no upstream e transporte s se viabilizam se houver mercado garantido para este gs. Ou seja, os investidores primeiro tentam assinar contratos de venda da produo futura do gs para depois injetar recursos na produo e transporte. Isto necessrio porque o gs natural no uma commodity que pode ser transportada e comercializada para qualquer mercado, como o caso do petrleo. No caso do gs natural, os investimentos em transporte j definem onde e quem ir comprar o gs natural. Em algumas regies, como na Amaznia e possivelmente no Maranho, no existe um mercado de gs significativo a no ser o uso do gs para produo de eletricidade. Ou seja, dado os grandes volumes descobertos, somente novas termeltricas poderiam criar um mercado com volume suficiente para justificar os investimentos em produo e transporte. Atualmente, o arcabouo regulatrio do setor eltrico no viabiliza o aproveitamento de reservas de gs natural com uso exclusivo no setor eltrico. Isto ocorre porque as termeltricas operam de forma complementar gerao hidrulica. Ou seja, caso haja gua nos reservatrios das hidreltricas as termeltricas ficam desligadas, configurando uma situao na qual elas acabam operando menos de 30% do tempo. Em funo disso, o contrato de venda de gs para as trmicas que entram no leilo da ANEEL pressupe uma operao de apenas 25% do tempo. Nestas condies, as trmicas no podem dar garantias de compra de gs e, portanto, no podem ancorar projetos para desenvolvimento das reservas de gs natural. No caso da Amaznia, o governo brasileiro ter que optar entre deixar as reservas no cho, desperdiando este potencial energtico e econmico ou mudar as regras do setor eltrico para permitir que as trmicas que usem este gs operem de forma ininterrupta. O custo de mudar a regra seria mais emisses de CO2, j que eventualmente estas trmicas operariam inclusive em momentos em que as hidreltricas tivessem capacidade de produo ou seja, gua nos reservatrios. Esta ser uma deciso de poltica energtica muito difcil, cujo debate certamente ir envolver vrios segmentos da sociedade nacional. O desafio da futura abundncia de gs no se restringe a criar mercados para o gs. Mesmo com o encaminhamento de uma soluo para esta questo, restaro importantes desafios associados regulao da prpria indstria do gs natural. Um dos principais desafios ser fazer valer a nova lei do gs natural. Esta nova lei mudou radicalmente a dinmica dos investimentos em transporte de gs natural no Brasil. De acordo com a nova lei, os investimentos em transporte devero ocorrer a partir de um processo licitatrio no qual o investidor no gasoduto ser selecionado pelo critrio da menor tarifa requerida. Entretanto, para que uma licitao possa ocorrer, o Ministrio de Minas e Energia (MME) dever realizar um plano de expanso da rede de gs. Em seguida, a Agncia Nacional de Petrleo (ANP) dever realizar um concurso para alocao de capacidade no qual os futuros compradores de gs se engajaro em contratar antecipadamente servios de transporte de gs natural. A realizao do plano de expanso da rede de transporte de gs no ser uma tarefa fcil. Por um lado, a sua realizao depende de premissas sobre onde e quem ir consumir o gs natural. Este plano pode se tornar incuo caso parta de

premissas equivocadas. De nada adianta uma plano de expanso da rede de transporte de gs se no aparecerem carregadores interessados em comprar a capacidade de transporte dos gasodutos. Por outro lado, para que as termeltricas possam ser um mercado importante para ancorar os investimentos nos gasodutos ser necessrio redefinir a forma de operao destas trmicas no setor eltrico brasileiro. A viabilizao dos investimentos necessrios ao aproveitamento do potencial produtivo de gs natural no Brasil representar um grande desafio com vrias dimenses. Em primeiro lugar ser necessrio tomar importantes decises de poltica energtica que podem afetar o planejamento da expanso do setor de gs e eletricidade. Em segundo lugar, ser necessrio um grande esforo de coordenao institucional para buscar uma convergncia entre os diferentes rgos do governo envolvidos no processo (EPE, ANEEL, MME, Petrobras e ANP). O planejamento dever ser realizado pelo Estado, mas dever levar em conta os interesses dos produtores e dos consumidores de gs natural, j que so estes que, em ltima instncia, estaro mobilizando os recursos para viabilizar a expanso da produo. Portanto, ser necessrio que o Governo tenha capacidade de estabelecer um dilogo com o setor produtivo, resguardando a sua independncia para perseguir seus objetivos de poltica energtica. O exposto acima deixa claro que, no caso do gs natural, ser abenoado por Deus no basta. O Brasil precisar mobilizar uma quantidade importante de recursos institucionais para enfrentar questes polticas e econmicas muito complexas colocadas pela futura abundncia de gs natural.

Petrobras quer mudar contratos de gs

A ideia aproveitar a maior oferta, com o que no estiver sendo usado para trmicas e baixar a mdia de preos para as distribuidoras A Petrobras vai propor mudanas aos contratos de fornecimento de gs natural para as distribuidoras de gs canalizado. O objetivo aproveitar a maior flexibilidade da oferta, com gs que no estiver sendo usado para trmicas, para baixar a mdia de preos do combustvel. Os contratos vencem em 2012 mas, j no ano que vem, a estatal quer comear a negociar os novos termos. As distribuidoras brasileiras pagam hoje o dobro do preo vigente no mercado de curto prazo americano, que vem sofrendo com o excedente de oferta aps a concluso de projetos de gs natural liquefeito ao redor do mundo e com a tecnologia de produo de gs de xisto nos Estados Unidos. Para especialistas, os altos preos nacionais dificultam a busca por novos clientes. Em entrevista concedida em 02/06/10, a diretora de gs e energia da Petrobras, Graa Foster, disse que o cenrio energtico para os prximos anos aponta para uma maior entrada de energia hidreltrica no Pas, com menor aproveitamento do gs. Por isso, a empresa busca novas modalidades flexveis de venda de gs, que aproveitem o combustvel que no estiver direcionado ao setor eltrico. "Certamente, os contratos agora no sero 100% firmes e inflexveis porque isso obriga um custo que no h necessidade de pagar", explicou ela. "Por que voc vai querer um contrato de cinco ou dez anos? Ele paga um preo de gs mais alto, porque o preo de gs de longo prazo precisa considerar vrios riscos. Cada risco que eu considero preo mais alto", completou. A partir de 2013, destacou Graa, as trmicas devem operar com apenas 30% de sua capacidade, liberando maiores volumes de gs para o mercado flexvel. Segundo ela, o cliente no vai querer ficar engessado em contratos de garantia firme em um cenrio de preo de gs baixo at 2020. Atualmente, a empresa tenta desovar esses volumes em leiles de curto prazo. Excedente. A renegociao dos preos do gs esperada pelo mercado, diante do excedente de gs natural no Brasil - h poos fechados no Esprito Santo e as importaes da Bolvia, s vezes, se reduzem abaixo do mnimo contratado. "Acredito que j exista uma presso da indstria por buscar novos preos", disse o consultor Marco Tavares, diretor da consultoria Gas Energy. Graa ressaltou que a companhia criou h trs meses uma rea especfica dentro da empresa para

cuidar de contratos de fornecimento de energia de curto prazo, no sentido de trabalhar a flexibilizao dos contratos. Petrleo. O diretor-geral da Agncia Nacional do Petrleo (ANP), Haroldo Lima, afirmou que o governo tem interesse em promover a 11. Rodada de licitao de reas para explorao e produo de petrleo ainda este ano. A ideia oferecer reas em guas rasas, guas profundas e em terra - fora das reas do pr-sal. "O governo quer fazer a rodada porque no pode ficar circunscrito s altas expectativas do pr-sal", disse Lima. Ele informou que, no fim de junho, o Conselho Nacional de Poltica Energtica (CNPE) vai discutir o tema. Caso a 11. Rodada seja aprovada no Conselho, o edital pode sair em julho. "J est tudo pronto", disse, referindo-se documentao para a licitao. Lima tambm informou que o segundo poo perfurado pela ANP na Bacia de Santos, batizado de Libra - que faz parte do processo de cesso onerosa de reservas da Unio Petrobrs - " muito melhor do que o primeiro", em volume de reservas. O primeiro poo, batizado de Franco, tem reservas recuperveis de petrleo de 4,5 bilhes de barris. Libra fica a 32 quilmetros a nordeste de Franco. Caso as projees da ANP sobre o segundo poo se confirmem, a ANP pode encontrar um volume muito superior aos 5 bilhes previstos na cesso onerosa. Porm, o diretor-geral da ANP comentou que o governo ainda no sabe qual ser o procedimento para tratar do volume de leo excedente. Ele no descartou, no entanto, a possibilidade de que o excedente possa ser includo em futuros leiles que envolvam reas do pr-sal. As reservas descobertas nos dois poos sero negociadas com a Petrobras dentro do processo de cesso onerosa, que faz parte da capitalizao da companhia. Fonte: Mnica Ciarelli e Alessandra Saraiva, O Estado de S.Paulo, junho/10

Usos do Gs Natural A composio do Gs NaturalComposio tpica Element Percentual% o Metano 89% Etano 6% Propano 1,8% C4+ 1,0% CO2 1,5% N2 0,7% Caractersticas Segurana Baixa densidade, menor que a do ar, dispersando-se rapidamente na atmosfera em caso de vazamento No txico Inflamabilidade reduzida

O combustvel Poder calorfico superior a 9400kcal/m3 Limite de inflamabilidade: 5-15% em volume

Temperatura de ignio espontnea: 540C Velocidade de chama: 35 a 50 cm/s Temperatura de chama: 1.945C com ar e 2.810C com oxignio Ponto de ebulio: -162C Ponto de Fulgor: - 189C Densidade absoluta: 0,766 kg/m3 (@ 20C; 1 atma)

Campo petrolfero de Marlim O Campo de Marlim foi descoberto em janeiro de 1985, atravs do poo RJS219A. Est localizado na Bacia de Campos, distante aproximadamente 110 Km do litoral do Rio de Janeiro. Devido ao vulto e complexidade do projeto, o desenvolvimento deste campo foi planejado em 5 mdulos com sete unidades de produo (quatro do tipo plataforma SS "semi-submersvel" - e 3 do tipo FPSO "Floating, Production, Storage and Offloading") e uma unidade de tratamento e estocagem (a P-32, do tipo FSO "Floating, Storage and Offloading"). A coleta do leo dos poos at as unidades de produo feita atravs linhas/risers flexveis e manifolds.

O desenvolvimento definitivo do campo iniciou-se pelo Mdulo 1, com a instalao da plataforma P-18 em maio de 1994. O pico de produo de leo foi de 586.315 bpd em 2002, com a implantao do Mdulo 5 (FPSO P-37). O leo de Marlim tratado nas suas unidades, e transferido para navios-aliviadores que transportam a produo do campo para o continente e tambm para o mercado externo. Todo o gs produzido associado ao leo comprimido nas plataformas/FPSOs e escoado para o continente atravs da infraestrutura de gasodutos da Bacia de Campos. Em 2005 foi instalado mais um FSO com planta (P-47). Essa unidade, alm de ampliar a capacidade de tratamento de leo de Marlim, o especifica abaixo dos teores de gua e salinidade, o que permite entregar um leo com a qualidade requerida pelas refinarias alm de export-lo dentro dos padres internacionais. Poos Produtores: 107 Poos Injetores de gua: 51 Pico de Produo: 586.315 bpd em 2002 Produo Mdia de leo em 2006: 414.200 bpd

Extrao e Produo de Petrleo A fase de extrao do petrleo comea aps a avaliao da extenso da jazida. Em cada poo introduzida uma tubulao de ao na superfcie at o fundo, chamada de revestimento. O espao entre as rochas perfuradas e o revestimento preenchido com cimento para impedir a comunicao entre as vrias zonas porosas que foram atravessadas pelo poo. O passo seguinte descer o canho pelo interior da tubulao de ao. Essa ferramenta perfura o revestimento e o cimento criando uma comunicao entre a jazida e o interior do poo. Os fluidos que migram da rocha geradora so extrados atravs de uma coluna de produo - tubulao de menor dimetro introduzida no revestimento, enquanto que o controle da vazo espontnea desses fluidos realizado pela rvore de natal - nome dado ao equipamento composto por um conjunto de vlvulas instalado na superfcie do poo. Quando o leo no consegue ser extrado dos poos pelos processos naturais (surgncia) e artificiais (elevao artificial), utilizada a recuperao secundria, cujo objetivo tambm maximizar o volume de petrleo a ser produzido das jazidas (extrado). Nos poos surgentes, o leo chega superfcie espontaneamente, impelido pela presso interna dos gases, em outros, como a presso interna reduzida, so necessrios processos mecnicos que suprem a presso dos gases no reservatrio, isto , eles elevam artificialmente a presso interna dos gases. Os processos de elevao artificial tm como objetivo maximizar o volume de petrleo a ser extrado. Os mais utilizados na indstria de petrleo so: bombeio mecnico, bombeio por cavidades progressivas, bombeio centrfugo submerso, bombeio hidrulico e elevao pneumtica ou gs-lift.

A recuperao secundria pode ser realizada por tcnicas tradicionais que so a injeo de gua (ou de gs) ou atravs de tcnicas mais sofisticadas, como por exemplo, a injeo de gs carbnico e de polmeros, entre outras. Ao se descobrir petrleo, pode-se encontrar tambm gs natural. Isso acontece, principalmente nas bacias sedimentares brasileiras, na qual o gs aparece dissolvido no petrleo. Este duplo achado recebe o nome de gs associado ao petrleo. Dos campos de produo em terra ou no mar, o petrleo e o gs seguem para o parque de armazenamento, onde ficam estocados. Este parque uma grande rea na qual se encontram instalados diversos tanques que se interligam por meio de tubulaes. Bacia de Santos O volume de gs natural que pode ser descoberto na nova Bacia de Santos tem potencial para duplicar as reservas brasileiras do combustvel, informou hoje Jos Luiz Marcusso, gerente-geral da Unidade de Negcio de Explorao e Produo da Bacia de Santos (UN-BS). As reservas provadas do Brasil hoje superam os 350 bilhes de metros cbicos de gs.

A unidade ter a tarefa de descobrir mais gs e petrleo na bacia petrolfera que pode alcanar a relevncia atual da Bacia de Campos, esta responsvel por 80% do abastecimento do Pas. O investimento da PETROBRAS na nova bacia demonstra a esperana que a estatal tem nestes novos campos. O investimento em dez anos pode alcanar os US$ 18 bilhes. Entre 2007 e 2011, a PETROBRAS anunciou investimentos de 10,2 bilhes, US$ 3,3 bilhes em Explorao e Produo (E&P) nos cinco plos. Durante a inaugurao da nova sede, que promover uma profunda mudana econmica na Baixada Santista - alterao que ainda sequer foi mensurada -, o presidente da PETROBRAS, Jos Sergio Gabrielli, explicou que a Bacia de Santos dever contribuir com at 30 milhes de metros cbicos de gs natural por dia a partir de 2010. A previso h pouco tempo era a metade disso. O primeiro plo a receber investimento ser o de Mexilho (existem outros quatro, que paulatinamente comearo a ser desenvolvidos a partir de agora, e esto contemplados nos pacote global de investimentos). Processamento de Gs Natural O Processamento de Gs Natural realizado atravs de uma instalao industrial denominada Unidade de Processamento de Gs Natural (UPGN), cujo objetivo separar as fraes pesadas ou ricas (propano e mais pesados) existentes no gs natural mido ou rico, gerando o chamado gs natural seco ou pobre (metano e etano) e uma corrente de Lquido de Gs Natural (LGN). O LGN composto pelas fraes mais pesadas que o propano: o gs liqefeito de petrleo (GLP), popularmente conhecido como gs de cozinha, e a gasolina natural. Eventualmente, pode-se produzir uma corrente de LGN composta de fraes mais pesadas que o etano, de onde ser possvel separar fraes lquidas de etano, de GLP e de gasolina natural. Nesse caso, recupera-se, tambm, uma frao de gs natural pobre predominante em metano. Essa UPGN recebe o nome de Unidade de Recuperao de Lquidos (URL). O conceito de riqueza empregado diz respeito ao teor de compostos mais pesados que o propano, constitudo pelas fraes de GLP e gasolina natural. Assim, quando se diz que uma determinada corrente de gs natural mido ou rico apresenta riqueza de 6%, isso significa que aquela corrente constituda de 6% de GLP e gasolina natural e 94% de gs natural propriamente dito. E ser esta parcela de 94% que constituir, aps tratamento e processamento em uma UPGN, a corrente de gs natural seco ou pobre, tambm chamada de gs natural processado ou residual. Os principais tipos de processos aplicveis a uma UPGN so os seguintes: Refrigerao simples Absoro refrigerada Expanso Joule-Thompson

Turbo-expanso

De maneira simplificada, pode-se dizer que estes processos realizam as mencionadas separaes atravs de uma seqncia de operaes, que pode incluir tratamento (para eliminao de teores remanescentes de umidade), compresso, absoro e resfriamento, dependendo do tipo a ser empregado. Os hidrocarbonetos recuperados podem ser estabilizados e separados por fracionamento, para obteno dos produtos desejados, na prpria UPGN ou em outras unidades especficas, tais como as Unidades de Fracionamento de Lquidos (UFL) e de Processamento de Condensado de Gs Natural (UPCGN). leos Pesados O aproveitamento comercial de acumulaes de leos pesados e viscosos no mar representa um desafio econmico e tecnolgico para as grandes companhias de petrleo. A necessidade de desenvolver projetos nessa rea foi identificada na Petrobras, pelas Unidades de Negcio e pelo PRAVAP - Programa de Recuperao Avanada de Petrleo, a partir do qual foram criados os projetos sistmicos especficos para o assunto. Tais projetos geraram resultados que apontam para uma possvel viabilidade econmica desse tipo de explorao. A partir da, o Planejamento Estratgico da Petrobras incluiu como uma de suas metas o desenvolvimento de leos pesados offshore. Diante desse cenrio, cada vez mais amplo, foi criado o PROPES - Programa Tecnolgico de leos Pesados. Os volumes de leo pesado e viscoso descobertos pela Petrobras nos ltimos anos nas bacias de Campos e Santos j ultrapassam 15 bilhes de barris. A maior parte deste leo se encontra em lmina d`gua acima de 1000 m, o que exige tecnologias sofisticadas e caras para sua extrao. Alm disso, devido a suas caractersticas, os campos portadores de leo pesado, se comparados aos de leo leve do tipo Brent, tendem a ter menor produtividade e recuperao final. Devido a esta dificuldade, novas tecnologias devem ser desenvolvidas para fazer frente a estas peculiaridades e maximizar as produes e recuperaes dos poos produtores. Outro fator que impacta a viabilidade econmica do petrleo pesado offshore seu menor valor de mercado em relao a leos mais leves como os do Mar do Norte (Brent), podendo chegar a uma depreciao de 20%, em relao a eles, dependendo de sua composio.

Na rea do refino, o investimento tambm grande para adequar as instalaes de nossas refinarias qualidade do leo pesado produzido no Brasil. Viabilizar as jazidas de leos pesados, em projetos que requerem maior investimento para desenvolvimento, aliado produo de um leo de menor valor de mercado o grande desafio do PROPES - Programa de leos Pesados.

O que Processamento de Gs Natural ? O Processamento de Gs Natural realizado atravs de uma instalao industrial denominada Unidade de Processamento de Gs Natural (UPGN), cujo objetivo separar as fraes pesadas ou ricas (propano e mais pesados) existentes no gs natural mido ou rico, gerando o chamado gs natural seco ou pobre (metano e etano) e uma corrente de Lquido de Gs Natural (LGN). O LGN composto pelas fraes mais pesadas que o propano: o gs liqefeito de petrleo (GLP), popularmente conhecido como gs de cozinha, e a gasolina natural. Eventualmente, pode-se produzir uma corrente de LGN composta de fraes mais pesadas que o etano, de onde ser possvel separar fraes lquidas de etano, de GLP e de gasolina natural. Nesse caso, recupera-se, tambm, uma frao de gs natural pobre predominante em metano. Essa UPGN recebe o nome de Unidade de Recuperao de Lquidos (URL). O conceito de riqueza empregado diz respeito ao teor de compostos mais pesados que o propano, constitudo pelas fraes de GLP e gasolina natural. Assim, quando se diz que uma determinada corrente de gs natural mido ou rico apresenta riqueza de 6%, isso significa que aquela corrente constituda de 6% de GLP e gasolina natural e 94% de gs natural propriamente dito. E ser esta parcela de 94% que constituir, aps tratamento e processamento em uma UPGN,

a corrente de gs natural seco ou pobre, tambm chamada de gs natural processado ou residual. Os principais tipos de processos aplicveis a uma UPGN so os seguintes:

Refrigerao simples Absoro refrigerada Expanso Joule-Thompson Turbo-expanso De maneira simplificada, pode-se dizer que estes processos realizam as mencionadas separaes atravs de uma seqncia de operaes, que pode incluir tratamento (para eliminao de teores remanescentes de umidade), compresso, absoro e resfriamento, dependendo do tipo a ser empregado. Os hidrocarbonetos recuperados podem ser estabilizados e separados por fracionamento, para obteno dos produtos desejados, na prpria UPGN ou em outras unidades especficas, tais como as Unidades de Fracionamento de Lquidos (UFL) e de Processamento de Condensado de Gs Natural (UPCGN).

GS NATURAL Objetivo apresentar os processos de gs natural e delinear os sistemas produtivos e anlise de mercado. Objetivo central viso integrada da cadeia. A viso integrada da cadeia inicia-se com a produo > extrao > transporte > refino e distribuio. O que o gs natural? O gs natural uma mistura de hidrocarbonetos leves encontrada no subsolo, na qual o metano tem uma participao superior a 70 % em volume. A composio do gs natural pode variar bastante dependendo de fatores relativos ao campo em que o gs produzido, processo de produo, condicionamento, processamento, e transporte. O gs natural um combustvel fssil e uma energia no-renovvel. O gs natural encontrado no subsolo, por acumulaes em rochas porosas, isoladas do exterior por rochas impermeveis, associadas ou no a depsitos petrolferos. o resultado da degradao da matria orgnica de forma anaerbica oriunda de quantidades extraordinrias de microorganismos que, em eras pr-histricas, se acumulavam nas guas litorneas dos mares da poca. Essa matria orgnica foi soterrada a grandes profundidades e, por isto, sua degradao se deu fora do contato com o ar, a grandes temperaturas e sob fortes presses. O transporte do gs natural realizado do ponto de sua extrao at uma UPGN ou unidade de refino das quais ser encaminhado para a distribuio. UPGN Unidade de processamento do gs natural. Atores da Cadeia de Gs Natural Produtor: Pessoa Jurdica que possui a concesso do Estado para explorar e produzir gs natural em determinados blocos. Carregador: Pessoa jurdica que detem o controle do gs natural, contrata o transportador para o servio de transporte e negocia a venda deste junto s companhias distribuidoras. Transportador: Pessoa jurdica autorizada pela ANP a operar as instalaes de transporte. Processador: Pessoa jurdica autorizada pela ANP a processar o gs natural. Distribuidor: Pessoa jurdica que tem a concesso do estado para comercializar o gs natural junto aos consumidores finais (No Brasil a distribuio monoplio dos governos estaduais) Regulador: Figura do Estado representada pela Agncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis - ANP e pelas Agncias Reguladoras Estaduais.

Explorao A explorao a etapa inicial dentro da cadeia de gs natural, consistindo em duas fases. A primeira fase a pesquisa onde, atravs de testes ssmicos, verifica-se a existncia em bacias sedimentares de rochas reservatrias (estruturas propcias ao acmulo de petrleo e gs natural). Caso o resultado das pesquisas seja positivo, inicia-se a segunda fase, e

perfurado um poo pioneiro e poos de delimitao para comprovao da existncia gs natural ou petrleo em nvel comercial e mapeamento do reservatrio, que ser encaminhado para a produo. Os reservatrios de gs natural so constitudos de rochas porosas capazes de reter petrleo e gs. Em funo do teor de petrleo bruto e de gs livre, classifica-se o gs, quanto ao seu estado de origem, em gs associado e gs no-associado. Gs associado: aquele que, no reservatrio, est dissolvido no leo ou sob a forma de capa de gs. Neste caso, a produo de gs determinada basicamente pela produo de leo. Boa parte do gs utilizada pelo prprio sistema de produo, podendo ser usada em processos conhecidos como reinjeo e gs lift, com a finalidade de aumentar a recuperao de petrleo do reservatrio, ou mesmo consumida para gerao de energia para a prpria unidade de produo, que normalmente fica em locais isolados. Ex: Campo de Urucu no Estado do Amazonas Gs no-associado: aquele que, no reservatrio, est livre ou em presena de quantidades muito pequenas de leo. Nesse caso s se justifica comercialmente produzir o gs. Ex: Campo de San Alberto na Bolivia.

Produo Com base nos mapas do reservatrio, definida a curva de produo e a infraestrutura necessrias para a extrao, como boa parte do gs utilizada pela prpria unidade de produo verificada a viabilidade de se comercializar o excedente de gs, caso a comercializao do gs no seja vivel, normalmente pelo elevado custo na implantao de infraestrutura de transporte de gs, o excedente queimado. Condicionamento o conjunto de processos fsicos ou qumicos aos quais o gs natural submetido, de modo a remover ou reduzir os teores de contaminantes para atender as especificaes legais do mercado, condies de transporte, segurana, e processamento posterior. O gs natural pode ser armazenado na forma lquida presso atmosfrica. Para tanto os tanques devem ser dotados de bom isolamento trmico e mantidos temperatura inferior ao ponto de condensao do gs natural. Neste caso, o gs natural chamado de gs natural liquefeito ou GNL. Processamento Refrigerao simples; Absoro refrigerada; Turbo-Expanso; Expanso Joule-Thompson (JT).

Transporte Gs Natural Comprimido (GNC); Gasodutos; Gs Natural Liquefeito.

Distribuio A distribuio a ultima etapa, quando o gs chega ao consumidor, que pode ser residencial, comercial, industrial (como matria-prima, combustvel e redutor siderrgico) ou automotivo. Nesta fase, o gs j deve estar atendendo a padres rgidos de especificao e praticamente isento de contaminantes, para no causar problemas aos equipamentos onde ser utilizado como combustvel ou matria-prima. Quando necessrio, dever tambm estar odorizado, para ser detectado facilmente em caso de vazamentos. Utilizao

O gs natural empregue diretamente como combustvel, tanto em indstrias, casas e automveis. considerado uma fonte de energia mais limpa que os derivados do petrleo e o carvo. Alguns dos gases de sua composio so eliminados porque no possuem capacidade energtica (nitrognio ou CO2) ou porque podem deixar resduos nos condutores devido ao seu alto peso molecular em comparao ao metano (butano e mais pesados). Combustvel: A sua combusto mais limpa e d uma vida mais longa aos equipamentos que utilizam o gs e menor custo de manuteno. Automotivo: Utilizado para motores de nibus, automveis e caminhes substituindo a gasolina e o lcool, pode ser at 70% mais barato que outros combustveis e menos poluente. Industrial: Utilizada em indstrias para a produo de metanol, amnia e uria.

As desvantagens do gs natural em relao ao butano so: mais difcil de ser transportado, devido ao fato de ocupar maior volume, mesmo pressurizado, tambm mais difcil de ser liquificado, requerendo temperaturas da ordem de -160 C. Algumas jazidas de gs natural podem conter mercrio associado. Trata-se de um metal altamente txico e deve ser removido no tratamento do gs natural. O mercrio proveniente de grandes profundidades no interior da terra e ascende junto com os hidrocarbonetos, formando complexos organo-metlicos. Atualmente esto sendo investigadas as jazidas de hidratos de metano que se estima haver reservas energticas muito superiores s atuais de gs natural. Comercializao

11. Gazprom (Rssia): 179,7 bilhes de euros 12. EDF (Frana): 135,2 bilhes de euros 13. EON (Alemanha): 85 bilhes de euros 14. Suez GDF (Frana): aproximadamente 71 bilhes, contando o plo ambiental, calculado pelos analistas em 20bilhes de euros

15. Iberdrola (Espanha): 51,3 bilhes (aps a compra da Scottish Power) 16. Enel (Itlia): 47,1 bilhes (prestes a comprar Endesa com Acciona) 17. RWE (Alemanha): 46,0 bilhes de euros 18. Endesa (Espanha): 42,2 bilhes de euros 19. BG Group (antiga British Gas): 39,5 bilhes 20. Exelon (EUA): 34,6 bilhes de euros

Gs natural liquefeito Gs natural liquefeito ou GNL (em ingls referido pela sigla LNG, de liquified natural gas) basicamente gs natural que, depois de purificado, condensando ao estado lquido por meio da reduo da sua temperatura a -163 graus Celsius. Liquefao do Gs A liquefao consiste em processos termodinmicos que promovem a mudana de estado dos gases para o estado lquido. Devido s caractersticas de alguns gases, o metano entre eles, a mudana para o estado lquido no ocorrer com a elevao da presso, sendo necessrio a adoo de resfriamento. Para tais gases, chamados criognicos, a temperatura acima da qual no existe uma mudana distinta das fases lquido e vapor, a temperatura crtica, se encontra abaixo da temperatura ambiente. A liquefao do gs natural permite estoc-lo e transport-lo sob forma condensada em condies tcnico-econmicas viveis. Como pesa menos de 500 kg/m, no necessita de uma estrutura mais forte do que se fosse para gua. Se o gs fosse comprimido, a estrutura necessitaria de mais ao. [Caractersticas relevantes do GNL

incolor temperatura do lquido presso atmosfrica entre (-165) C e (-155) C, dependendo da composio presso operacional da planta entre poucos mbar at 75 bar densidade relativa entre 0,43 a 0,48, conforme a composio calor de vaporizao latente de 120 Kcal/kg elevada taxa de expanso. A vaporizao de 1 m de GNL produz entre 560 e 600 m de gs.

Sistema de combustvel O sistema de combustvel de um veculo a GNL constitudo, fundamentalmente, por um reservatrio, um vaporizador em que o fluido secundrio o lquido de refrigerao do motor, um indicador de nvel do reservatrio. O sistema est configurado para receber e armazenar GNL fornec-lo ao motor na forma gasosa.

Evoluo do preo do gs natural desde 30 anos O gs natural frequentemente esquecido dos investidores em proveito do petrleo, isto deve-se ao seu fraco custo. Mas desde o incio do ano 2000, o gs natural saiu da sua hibernao ao mesmo tempo que outras fontes de energia, elas tambm esquecidas dos investidores. Este artigo simples uma anlise grfica do preo do gs natural nos EUA desde 1976 com algumas observaes no mercado de um gs natural.

I. o grfico do preo do gs natural a longo prazo. A. 1979-2000. De Janeiro de 1979 Janeiro de 2000, o preo do gs natural permaneceu entre 1 e 3 dlares. A mdia do preo do gs natural durante estes 20 anos de 1.95 dlar por milhares de ps cbicos. O preo mdio est, por conseguinte cheio meio do canal. B. Sado do canal em Janeiro de 2000 A u incio do ano 2000, o preo do gs natural sai pela parte superior de canal, quebra ento a resistncia dos 3 dlares por mcf. Seguidamente, o preo do gs natural tocou duas vezes um mximo ligeiramente debaixo de 7 dlares por mcf. C. Construo de um tringulo. O tringulo do preo do gs natural se estrutura a partir de Janeiro de 2000. O tringulo constri-se partir de 2 dlares e termina-se 7 dlares por mcf. No caso de sada pela parte superior, o objetivo est 12 dlares (7-5= 5$, 5+7=12$). Ainda que este tringulo invalidado, e que o preo do gs natural sai pela parte inferior do tringulo, h muito um gordo apoio que deveria impedi-lo descer debaixo de 3 dlares por mcf. D. perspectiva dos cursos do gs natural.- Opo pessimista: Tem-se uma sada pela parte inferior do tringulo, h ento uma evoluo do curso entre 3 e 7 dlares por mcf, com uma mdia de cursos do gs natural alentour de 5 dlares por mcf.- Opo optimista: a sada do tringulo efetua-se pela parte superior e o curso do preo do gs natural evolui entre 7 e 12 dlares por mcf com um curso mdio na zona do 9 10 dlares por mcf. Mas, parece-me totalmente excludo que o preo do gs natural retorne duravelmente debaixo de 3 dlares por mcf.

II. Algumas observaes no mercado de um gs natural. A. as reservas conhecidas de gs natural do Canad reduziram-se apesar de investimentos recordes em 2003. O Canad

o terceiro produtor e o segundo exportador mundial, a produo de gs natural do Canad representa 7.3% da produo mundial. o primeiro exportador de gases natural para os EUA. As companhias furam cada vez mais poos para cada vez menos descobertas. B. o preo do gs natural libera-se cada vez mais com a liberao do mercado de um gs numerosos em pases. tradicionalmente um mercado a longo prazo, mas pouco a pouco um mercado livre do gs aparece (schmatise), o que gera gordas variaes de preos a curto prazo (schmatise esquemtico - ainda). As companhias de gases libertam-se cada vez mais das vendas a longo prazo o que torna o preo do gs natural muito mais voltil.

C. os investimentos para o transporte do gs natural so muito importantes. necessrio bem frequentemente canalizaes para transportar o gs natural do lugar de produo estao de liquefao. O gs liqufi (liquefeito) seguidamente uma temperatura de -82 com uma presso de 47 bares. transportado em mthanier (sob a forma de metano) at uma unidade de gasificao. por esta razo que o transporte do gs 6 10 mais caro que o do petrleo. So justos trs observaes e no uma anlise no mercado de um gs natural, que merece cerca de dezenas de pginas de explicaes. O assunto a evoluo do preo do gs natural, mas o preo da energia como um todo que conhece um forte aumento. No necessrio, sobretudo cair na armadilha das justificaes conjunturais a curto prazo (metereologia, crise poltica, etc.). As razes do aumento so modificaes estruturais a longo prazo (aumento constante do pedido, baixa das descobertas, aumento dos custos das novas descobertas, etc.). O gs natural no caro, terminados! Como o caso para o petrleo, o carvo ou o urnio. A evoluo de todas as fontes de energia em paralelos indica o incio de um movimento altista muito longo prazo. O gs natural vai ver o seu preo aumentar consideravelmente a longo prazo. O gs natural no descer mais nunca duravelmente debaixo de 3 dlares por mcf. Estas linhas esto muito incompletas, retornarei o mais depressa possvel sobre este assunto para fazer anlises tcnicas suplementares e acrescentar explicaes sobre a situao do gs natural em geral. Ateno somente um parecer pessoal, constri a vossa prpria opinio com as vossas investigaes. Dr. Thomas Chaize D - Produtos que podem gerar

Transporte do Gs Natural

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Dimensionar um gasoduto Espessura do duto Calcular a vazo Determinar a velocidade na entrada e na sada do gasoduto Objetivo: Determinar as propriedades PVT do gs natural para exportao e avaliar os pontos crticos no dimensionamento do gasoduto. Passos:

1. A vazo deve considerar a perda de carga em linha em funo do P (Pa mont Pa jus) e o fator de atrito.2. Esboo da soluo. Dados: gasoduto DN (dimetro nominal = 16).

P.E. (presso de entrada) P.S. (presso de sada)P M = 17 Kg/Kmol.

70 Kgf/cm2 55 Kgf/cm2

g = 0,0110125 cp.T escoamento= 20 C. (temperatura mdia). P = 1 atm. L = 24 km. Variao potencial (incio e fim do gasoduto). 100 m Etapas: 1. Determinar a espessura de parede. (vide NBR 12.712). Regulao para critrios de dimensionamento de gasodutos. Especificao do material (tipo) API 5LX70.P.D 2S .F.E.T y

500 m.

e =

Onde: e = espessura rquerida de parede (mm) P = presso de projeto (kPa) D = dimetro externo (mm) Sy= tenso mnima de escoamento especificada para o material (kPa). As tenses mnimas de escoamento especificadas para os materiais aceitos por esta Norma constam do anexo D. F = fator de projeto determinado em 7.2 (adimensional). E = fator de eficincia da junta (longitudinal ou helicoidal) determinado em 7.3 (adimensional) T = fator de temperatura determinado em 7.4 (adimensional). O fator de projeto determinado em funo da classe de locao, conforme a tabela abaixo. O fator de projeto j considera a segurana necessria para compensar os desvios para menos na espessura de parede, decorrentes do processo de fabricao dos tubos e dos componentes de tubulao especificado