Fotographos nº 12
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~lll'""''1''"'1 S9SE-LOBLNSSI
Notícias - Mundo fotográficoo que acontece nas empresas, livros, exposições e serviços.
Making Df - TesouroCapitão Rousseaux abre o baú e resolve fazer still life
com poucas tochas e muitos macetes para rebater a luz.
5 Galeria - Imagens que inspiramMostre suas fotografias nas páginas da Fotógraphos.
9 Entrevista - Luiz MaximianoVeja as fotos e distraia-se com as histórias de um fotógrafo
brasileiro que conseguiu fazer seu nome bem longe de casa.
36
34Canon EOS 10
Mark 111
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Análises
pÁG.60
~
28 Portfólio - Renan CepedaConheça o trabalho e as originais pichações queo fotógrafo carioca faz utilizando o light painting.
f~~
42
44
52
58
65
66
Fotolab - CoresVárias formas de tratar as cores de suas fotos.
Ensaio - Máscaras da Bahia
Aristides Alves esbanja cultura e mostra uma
curiosa faceta das festas populares baianas.
Por Dentro da Luz - Campos do JordãoA Fotógraphos invadiu a Serra da Mantiqueira para
trazer os encantos de uma charmosa cidade alpina.
Artigo - Sobre o hábito de flanarDo escritor alemão Johann Wolfgang Goethe a um simples senhor
da periferia francesa, José Roberto Comodo Filho fala sobre flanar.
Cartas - A opinião dos leitoresMensagens recebidas pela redação da Fotógraphos.
Artigo - Por que a fotografia?o fotógrafo e articulista Armando Vernaglia Jr. inicia uma
discussão com amigos e colegas e chega a um dos grandes
mistérios da fotografia. Aliás, por que você, leitor, fotografa?
fOTÓGRAPHOS
Novos horizontes
Entre outros tantos motivos, gosto da fotografia porqueela ajuda a desenvolver uma espécie de sexto sentido.O descondicionamento do olhar é uma lição que tem aplicações práticas em muitas atividades cotidianas. Na verdade, deveríamos praticar essa forma de desprendimentodas nossas percepções visuais também nos outros sentidose precisaríamos estar abertos a conhecer novos sons. Novossabores. Novas sensações. Possibilidades não faltam, certo?
FotographosExpediente
Dir. Editorial: Rodrigo Torres Costa
FOTO DA CAPARán Magnúsdóttir
Isso não significa descartar o antigo, pelo contrário.Conciliando novas experiências às anteriores, podemos
desenvolver habilidades que nos levem ao aprimoramento pessoal e tambémprofissional, seja na fotografia, seja em qualquer outra atividade.
No entanto, também é verdade que às vezes as possibilidades realmente se esgotam.Quando ficamos com a sensação de que nos resta pouco para explorar ou extrairde determinado assunto ou condição, é hora de fazer uma reflexão. E é nessa horaque podemos enxergar novos horizontes, que, em um primeiro momento, podemparecer assustadores, mas que também podem significar boas oportunidades.
Projetando essas divagações no mercado fotográfico, acredito que ele ainda tenhamuitas oportunidades para nos oferecer. Tanto como fonte de negócios quantocomo atividade artística. Ainda há muito que explorar. Mas as coisas não acontecem por acaso. É preciso cultivar a fotografia em nosso país. E, nesse sentido, infelizmente é notória a falta de apoio das grandes empresas ao setor fotográfico.
Vejo muito pouco a presença (para não dizer nenhuma) de marcas importantesnas publicações, nas exposições e nas iniciativas que são criadas a cada dia porinúmeros entusiastas, hobbystas e profissionais da área. Durante esses quase trêsanos à frente da edição da Fotógraphos, tenho visto empresas despendendo muitos recursos financeiros e energia em soluções - algumas mirabolantes - paraexplorar as possibilidades criadas pelo sistema digital. Sinto, porém, que estãodeixando de fazer o básico, que é estimular quem realmente faz movimentar essemercado: nós, os fotógrafos. Que adianta ter avançados laboratórios de impressão digital e quiosques de auto-atendimento se não houver pessoas interessadasem fotografar e em imprimir os seus registros?
É importante pensar sobre este momento. Fazer uma reflexão a respeito do queestamos fazendo ou podemos fazer para contribuir para a atividade fotográficabrasileira. Cobrar das empresas que ofereçam ao menos um pouco de apoio e ajudem a cultivar aquilo que têm de mais valioso: os seus clientes. Caso contrário,nossos horizontes ficarão cada vez mais restritos. Continuaremos desperdiçandotalentos e oportunidades oferecidas pelas abençoadas iniciativas individuais. Oudependendo delas. E aí, não nos restará alternativa senão buscar novos horizontes, como, aliás, muitas pessoas e empresas têm feito ultimamente.
No mais, vamos aproveitar a épo.ca do outono e do inverno para fotografar. Continuar fazendo a nossa parte no processo, até porque está no nosso sangue e nãohá como pensar em outra saída, não é mesmo? Espero que esta edição sirva deinspiração e lhe desejo boas fotos. Até a próxima.
Rodrigo Torres Costa
fOTÓGRAPHOS • 04
Dir. Administrativo: Eduardo Aniceto Portella
REDAÇÃO
Jornalista Resp.: Heitor Augusto
Colaboraram nesta edição:
Armando Vernaglia Jr.,
Eduardo Oliveira, José Roberto Comodo,
Sandra Mastrogiacomo e Silvana de Carvalho
PRODUÇÃO
Direção de Arte: Rodrigo Torres Costa
Projeto Gráfico: Art&Cia Propaganda e Mkt
Redação: Eduardo Oliveira
Revisão: Renata Consoli
PUBLICIDADE
Daniel Santos
DISTRIBUiÇÃO EXCLUSIVA EM BANCAS
Fernando Chinaglia Distribuidora S/A(21) 2195-3200
PLANEJAMENTO DE CIRCULAÇÃO
Edicase Soluções para Editoreswww.edicase.com.br
PRÉ-IMPRESSÃO
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IMPRESSÃO
Prol Gráfica
ART&CIA PROPAGANDA
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CEP01452-001 - Jd. Paulistano
São Paulo - SP- Brasil
Tel.: (11) 3815-7472 Fax: r. 201
90•SOHdlfl:l8910~
VIIlfl:lldSNI3nOSNHJlfVIII
IMAGENS QUE INSPIRAM
FOTÓGRAPHOS • 06
Rafa8l'Vilela capturou a fXJntraluz no Parque
Nacional de Superagüi (PR). ~gem,
entitulada "Sem Jyno'; 4jgarotas fXJrrml nIJ
direção às aves qu~ repousam em um banfXJde
areia que só emerge durante algumas horas.
Exposição de j!4 e 11400s no ISO 100.
IMAGENS QUE INSPIRAM
FOTÓGRAPHOS • 07
FOTÓGRAPHOS • 08
6•SOHd\1H9010~
OrtVtnlXYfIllR1
lUIZ MAXIMIANO
Fotógraphos - Que mais o estimulou asair do Brasil?
Luiz Maximiano - Queria investir minha juventudeem algo que realmente fosseimportante. Na época, em 2003, tinha 25 anos e petcebique, se não fosse naquele momento, não serianunca. Nem pensava em fotografia. Queriamesmo era ser missionário, ajudar as pessoas.
Como a fotografia entrou nessa história?Maximiano - Da forma mais improvável.Comprei minha primeira câmera na Europa, pouco tempo após minha chegada, umaCanon AE-l dos anos 80. Quando fui paraAmsterdã, já tinha deixado minha carreirade publicitário para trás e pensei que seriatambém a hora de me dedicar a coisas novas,
como a fotografia. Mas só queria fazer umasfotos, sem a menor pretensão, mas fui gostando, gostando e virou quase uma obsessão.
Como foi seu aprendizado fotográfico?Maximiano - Durante o curso universitário
de publicidade, tive um primeiro contato coma fotografia, mas sem muita profundidade. Foisó em 2003 que comecei a levar a coisa a sérioe fui tendo acesso a livros importantes, comoa obra de Ansel Adams. Participei também deum curso intensivo de três meses nos Estados
Unidos, que me abriu as portas para a fotografia digital. Até então, eu só fotografava emfilme. Participei ainda de alguns workshops.
Teve alguma influência na fotografia?Maximiano - Comecei a fotografar vendoSebastião Salgado e Henri Cartier-Bresson.Depois fui conhecendo outros fotógrafos queme influenciaram bastante, como Josef Koudelka, Larry Towel, Christopher Anderson,David Alan Harvey e Alex Webb (principalmente em cor), Alex Majoli e Paolo Pellegrin.
Quais são as principais barreiras paraum início de carreira no Exterior?Maximiano - As barreiras ainda estão lá. É a
língua, falo muito bem o inglês e isso nuncafoi problema, mas falar o holandês é muitodifícil e é ainda uma barreira. É rambém o alto
nível de fotografia praticado na Holanda, umpaís rico, porém pequeno, o que facilita a formação de fotógrafos. Pois há muitas escolas.Em contrapartida, é um mercado pequenopara tantos profissionais. A relação entre oeditor de uma publicação e o fotógrafo é muito estreita, contudo é difícil entrar nesse clube.
Tem muita gente boa, o nível é muito alto.Então, tem de ralar para chegar ao mesmo nível e começar a ser notado. Tenho Ü1naagência que representa o meu trabalho, a WorldPicture News, de Nova York, o que é bacana.Mesmo assim, o mercado é muito saturado.
Como é enfrentar essa situação?Maximiano - É um processo muito lento etem que ter paciência e metas de trabalho alongo prazo. Mas é mais fácil comprar equipamentos lá fora, os juros são quase inexis-
tentes para quem está iniciando e precisa seequipar e estudar. No Brasil, tudo é muitomais difícil. Minha estratégia tem sido amesma desde o início: estudo um determi
nado lugar, vou lá, fotografo e depois ofereço para publicações que tenham o perfil daminha matéria.
Você emplaca muitas pautas?Maximiano - No Brasil, já publiquei váriaspautas na revista Terra, também enviei material para o jornal Folha de S.Paulo e as revistasTrip e Marie Claire. Fora do Brasil, publiqueimais através da agência que me representa.
Como surgiu essa parceria com a agência?Maximiano - Mosrrei o meu portfólio, elesgostaram e passaram a me representar. Tudoo que fotografo coloco lá e, caso eles vendam,é 50% para cada um. De vez em quando,eles encontram um trabalho para mim, masisso é raro, depende de onde eu esteja. Masjá venderem muitas fotografias para publicações que jamais sonharia em aparecer, comoas revisras Le Figaro, Internazionale, L'Espressoe jornais da Europa.
Você tem conseguido viver de sua fotografia?Maximiano - Sim, e o que ganho invisto emfotografia. Poderia ganhar mais dinheiro fazendo casamentos, o que até gosto, mas quero mesmo investir no fotojornalismo até serconhecido pelos editores e ter meu trabalhoreconhecido. Sei que tenho muito rrabalhopela freme até chegar aonde quero.
Já viveu em outros países?Maximiano - Não, apenas em Amsterdã.Mas viajo bastante, já estive em 30 países desde que saí do Brasil e, em dez deles, as razõesforam puramente fotográficas.
Pensa em ir para outro lugar?Maximiano - Sim, para aÁsia Central. Contudo, são só planos, sem muira consistência. Minha esposa, que conheci no Brasil, é holandesae ainda está estudando, por isso ainda vamos terde passar um rempo na Holanda. Penso rambém em um dia voltar para o Brasil, porém nãosei quando. Gosto demais de Amsrerdã, apesar de o trabalho ser muito difícil. A fotografiaaqui não é valorizada da maneira que merece. Anão ser que você trabalhe na área de publicidade ou moda, aí é outra história, mas essa não é
a minha ptaia, pelo menos, não agota.
Conhece outros fotógrafos que também vivem essa experiência?Maximiano - Conheço, mas não são brasileiros. Existe um grupo exatamente com o meuperfil, todos apaixonados pelo fotojornalismoe tentando conquistar um lugar ao sol, talando POt aí.
o acesso à cultura fotográfica é maiorvivendo onde você está?
FOTÓGRAPHOS • 10
Maximiano - Sim, muito maior. Há dois
ótimos museus só dedicados à fotogtafia emAmsterdã e muitas galetias. Nas tevistas, aindaexiste um editor de fotografia e não um diretotde arte, como é costume no Brasil. Existe um
respeito muito grande pela fotografia e pelofotógrafo, que visto como alguém com umaopinião a dar, e não apenas como um operadorde câmera, como às vezes me sinto no Brasil.
Viveu alguma experiência que o levou apensar assim?Maxirniano - Acho que muita gente vê o fotógrafo como uma pessoa técnica e não comoum jornalista, que é o que ele é. Essa relaçãose discute muito fora do Brasil também. Não
digo que todo o mundo pensa assim ... Masacho que no Brasil, por exemplo, um diretorde arte de uma revista que precisa de uma fotoleva mais em conta fatores mais pragmáticos,como o pteço cobrado e a localização do fotógrafo, do que o talento do profissional ou a fotografia praticada por ele, que pode ter relaçãocom a pauta a ser fotografada. Vejo que issofica claro também na relação entre o repórter de texto e o fotográfico, que cobrem umapauta. Aquela coisa do tipo uah, esse é o meufotógrafo", nossa, só aí fica clara a diferença depesos e medidas entre esses dois profissionais.É como se o repórter de texto fosse o repórterde verdade e o fotógrafo, o número dois. Talvez nas grandes redações isso não seja assim,porém nas publicações e nos jornais medianosespalhados pelo Brasil, isso fica mais claro. Ésó ver a péssima qualidade da fotografia emjornais menores. Enfim, é uma impressão quetenho, de alguém que entrou no mundo dafotografia por um caminho muito diferentedo que a maioria dos fotojornalistas.
Você acompanha a fotografia brasileira?Maximiano - Sim, sempre que posso. Fiqueimuito feliz pelo João Kehl, o primeiro brasileiro a vencer uma categoria de história daWorld Press Photo, e curti muito o trabalho
do Anderson Schneider apresentado em Perpignan, no ano passado. Eles são os fotógrafosjovens do Brasil de maior promessa, de nívelinternacional, são inspirações para mim. Gosto também do Thiago Santana e do ChristianCravo, além da fotografia da Folha de S.Paulo,principalmente do Lalo de Almeida.
Como foi a conquista no Canonprijs?Maximiano - O Prêmio Canon é ofereci
do dentro da premiação Câmera de Prata, amais importante do fotojornalismo holandês.É uma espécie de World Press Photo, mas sópara fotógtafos que vivem na Holanda. Dentroda Câmera de Prata, existe um prêmio especialpara o fotojornalista do ano e para o fotojornalista do ano que tenha até 30 anos de idade(o Prêmio Canon). São prêmios de avaliaçãode porrfólios. É necessário enviar de 25 a 70fotos, de preferência, histórias. Enviei 50 fotosdivididas em quatro histórias: Zimbábue, Prestes Maia, Romênia e Bulgária e sobre um casal
LUIZ MAXIMIANO
no Missouri. Não são muitos concorrentes,
pois não há muita gente tão jovem produzindo trabalhos com caráter de reportagens. Fazerfotos individuais é mais fácil, mas um prêmiode portfólio, onde tem que ser mais autoral, émais complicado e são poucos.
Qual ensaio obteve mais destaque?Maximiano - Foi o que retrata a ocupaçãodo edifício Prestes Maia, no Centro de São
Paulo. Foi a série que os jurados gostarammais, acharam mais madura, também é a mi
nha preferida. Nunca cheguei tão perto comofotógrafo daquilo que quero ser na fotografia.Tive mais liberdade para fazer esse trabalho,apesar do pouco tempo, foram apenas doisdias. Nos outros lugares retratados, as condições de trabalho foram mais complicadas,a dificuldade da língua, acesso. No PrestesMaia, foi bem mais tranqüilo. O pessoalqueria ser fotografado; então, o acesso, quesempre é o elemento mais difícil numa reportagem, foi total. Isso fez grande diferença.
Já ganhou outros concursos?Maximiano - Não, mas já tive meu portfólio selecionado para participar de workshopsonde só entra se for selecionado, como o
Eddie Adams Workshop, em Nova York, e oMissouri Photo Workshop, pela faculdade dejornalismo da Universidade de Missouri, nosEstados Unidos.
Que equipamento utiliza?Maximiano - Canon 5D e objetivas Canon,principalmente a 16-35 mm/f2.S. Essa é alente que mais uso. Também gosto muito degrande-angular e quase não uso tele. Só fotografo em digital.
Fotografa mais em P&B?Maximiano - Sempre gostei mais de P&B,é mais fácil fotografar, mas o mercado pedecor. Fotografo das duas formas e tenho tentado trabalhar mais e melhor em cor. De
pende do local e do que estou fotografando,não tento ser tão rígido e dogmárico quandoa isso mas, ultimamente, tenho fotografadomais em cor.
o que você diria para um jovemfotógrafo que tem como projetotentar a carreira no exterior?
Maximiano - Infelizmente, diria que é umsonho quase impossível... Dá pra chegarlá, mas é muito difícil, rem de estar muitofocado e determinado. Está cada vez mais
difícil se estabelecer em algum lugar. Ficarnum lugar em situação legal fora do Brasilestá cada vez mais complicado. E o mercado é sempre implacável. O portfólio tem deser mesmo muito bom para um editor preferir o seu trabalho ao de um fotógrafo local. Não é preconceito, não. É apenas maisempatia e facilidade na relação profissional.
FOTÓGRAPHOS • 11
Quais são suas metas de trabalho hoje?Maximiano - Conquistar meu espaço, fazerum nome no fotojornalismo de nível internacional. Fazer reportagens com profundidade, documenrários. Não creio que vou ficarrico fazendo isso, quero apenas pagar minhascontas e continuar a fotografar. Quero serreconhecido no exterior, onde há um inte
resse maior, mas é claro que gostaria de serreconhecido no Brasil também, apesar de omercado ser complicado. Existe uma geraçãoque poderia estar produzindo coisas fantásticas, mas tem de fazer as pautas do jornalismodiário para sobreviver.
Como se preparar para uma experiência como essa?
Maximiano - Tem de querer muito, estarmuito focado e determinado. A melhor ma
neira é vencer pela insistência. E fotografar,fotografar e fotografar.
De que mais sente falta do Brasil?Maximiano - Família, amigos e de acompanhar os jogos do Flamengo! •
Conheça os trabalho de Luiz Maximiano no site
www.luizmaximiano.com e veja imagens do ensaio
sobre o ediflcio Prestes Maia (Vertigo Dreams) nosite da Fotógraphos - www.fotographos.com.br.
Daniela Cristina
Batista posa para aslentes de Primo Tacca
Neto com a carcaça de
um jacaré nas mãos.Nikon D50 com
objetiva 18-55 mm.
PRETO·E·BRANCO
Apesar da sua aparente simplicidade,a fotografia em P&B é capaz de produzir resultados
memoráveis. Objetiva 24 mm com filtro poLarizador, fiLme
Ilford HP5 ISO 400, exposição de 1/250s e abertura j!8.
sária para produzir wna imagem o mais fiel
possível à cena preconcebida. Assim, quamo
melhor for a capacidade de visualização e
o conhecimemo da linguagem fotográfica,maior também será a chance de sucesso em
suas fotos.
A visualização é uma prática muito
importame e que deve ser cominuamen
te aplicada no ato fotográfico, indepen
dentemente do suporte (filme ou digital)
utilizado para produzir os seus registros.
Portanto, não tenha medo de exerci
tar o seu olhar e aprender com seus erros
e acertos. Tire muitas fotos e compare o
resultado com aquilo que você imagina
va obter na hora do dique, permitindo,
assim, que a prática o leve à evolução.
Certamente, uma das considerações
mais importantes a fazer na hora de foto
grafar é ter em mente que qualquer emo
ção causada pelas cores em uma cena se
tornará supérflua em P&B.
Os filmesemP&B
estão ficandocada vez mais
escassos no mercado. As meLhores opções,atuaLmente, recaem sobre o Tri-X da
Kodak, e os fiLmes da Ilford, que podem
ser encontrados em Laborat6rios e Lojas
especializadas do ramo.
FOTÓGRAPHOS • 15
PRETO-E·BRANCO
CORES EM P&B
A foto acima foi convertida para P&B através da simples mudança do
sistema de cor de RGB para tons de cinza (grayscale). Após a conversão,
foram realizados apenas alguns ajustes de contraste e de níveis de tons.
Ainda que em muitos casos as cores
ajudem a cativar o olhar, em algumas si
tuações elas podem distrair a nossa aten
ção. Como nem sempre podemos antever
precisamente os resultados que obteremos
utilizando filmes ou regulagens em P&B,
muitos fotógrafos atualmente preferem
realizar a captura em cores e, depois, fazer
a conversão para tons monocromáticos,
lançando mão de programas de edição de
imagens, como o Photoshop.
Independentemente de você ter cap
turado suas imagens com uma câmera
digital ou através do escaneamento de
cromos ou negativos, há várias fotmas de
transformar suas imagens coloridas para
P&B, cada qual com seus prós e contras.
Modificar O sistema de cor, de RGB
para tons de cinza (grayscale), talvez seja a
forma mais direta de conversão, mas, para
obter uma boa qualidade com esse proce
dimento, alguns ajustes de curvas e "níveis"
ou "levels" de tons na imagem podem ser
necessários. Outra opção bastante prática é
utilizar o comando que elimina a saturação
de cores (no Photoshop: "image"> "adjust
ments" > "desaturare"), mas não espere re
sultados excepcionais nesse caso.
Se você deseja obter um controle mais
preciso sobre as suas conversões, o ideal é
partir para o comando de mistura de ca
nais ("image"> "adjustments"> "channelmixer"), selecionando o box no canto in
ferior esquerdo do menu ("monochrome")
FOTÓGRAPHOS • 16
e ajustando cada canal- vermelho, verde e
azul (RGB) - separadamente. Como pon
to de partida, você pode utilizar os valores
R=6ü, G=4ü e B=ü e fazer experimenta
ções a partir dessa configuração.
A nova versão do Photoshop, a CS3,
possui uma opção de conversão para
P&B em que é possível fazer os ajustes
de forma mais direta e precisa, além de
oferecer a possibilidade de simular a uti
lização de filtros coloridos e até mesmo
de filmes e filtros infravermelhos (confira
análise do novo software na pág. 62).
Por questão de segurança, anres de fa
zer a conversão, salve o arquivo originalcom um nome diferente e tenha muito
cuidado para não exagerar na aplicação de
efeitos nas suas imagens. Afinal, os pro
gramas de tratamento de imagem estão aí
para servir à fotografia, e não o contrário.
A conversão de cor para P&B pode
serfeita de muitas maneiras, mas uma das que
oferecem maior controle sobre o resultado é através
do comando "channel mixer'; no Photoshop,
conforme ilustraM no
exemplo ao lado.
PRETO·E·BRANCO
PRETO·E·BRANCO
FILTROSEm filmes ou regulagens em P&B, al
gumas cores totalmente diferentes, comoo azul e o vermelho, podem reproduzir semelhantes (ou até iguais) matizes de cinza,resultando em falta de interesse visual.
Para solucionar essa questão, pode-setecorrer a filtros que permitam controlaro contraste em imagens monocromáticas, admitindo a passagem de luz damesma cor que a sua e bloqueando a luzde cores complementares. Ou seja, umfiltro vermelho transmite a luz vermelha,
fazendo os objetos dessa cor se tornaremmais claros, ao passo que retém as luzesverdes e azuis, tornando os objetos dessascores maIs escuros.
Filmes em P&B cosrumam ser mais
sensíveis ao azul, daí a necessidade de uti
lizar filtros de outras cores para acentuar ocontraste em alguns registros. Em termospráticos, se você quiser evitar que o céufique claro demais em suas fotos, basta recorrer a um filtro amarelo, laranja ou, atémesmo, um vermelho, caso deseje obterum resultado bastante dramático. Por ou
tro lado, para fotos de plantas e paisagensque contenham muito verde, basta usarum filtro da mesma cor para clarear ostons esverdeados contidos na cena.
Por sua capacidade de reter raios de luz,os @tros coloridos normalmente geramperda de um ou mais pontos na exposiçãofinal, variando conforme a sua densidade.
Portanto, esteja atento a esse fato no casode fazer regulagens manuais de exposição.
Os exemplos desta página são uma pequena amostra do resultado que pode serobtido com a utilização de .filtros nas fotosem P&B. Um ponto de partida para vocêfazer as suas próprias experiências.
Sem filtro. A foto abaixo foi produzida
sem filtro e apresenta contraste "normal':
Filtro azul. Note que o carro vermelho
ficou mais escuro e o céu, mais claro.
FOTÓGRAPHOS • 18
Filtro vermelho. Agora, o carro em primeiro
plano ficou mais claro e o céu, mais escuro.
COMPOSICÃO,Sem o impacto visual que as cores
podem proporcionar, o forógrafo que
prerende avenrurar-se pelo universo em
P&B deve explorar ao máximo suas habilidades arrísricas e récnicas; caso con
trário, o máximo que obrerá serão fotosrazoavelmente interessantes.
Como ocorre na fotografia em cores,
em P&B a escolha de objetivas depen
de basicamenre do objeto ou da cena a
serem fotografados. Assim, da mesma
forma uma grande-angular pode ser ide
al para registros de paisagens com céudramático, uma meia-tele é uma ótima
pedida para fazer retratos, por exemplo.
Explorar formas, texturas e o conrras
te causado pela difetença enrre as áreas
de luz e de sombra nas cenas é um recur
sos eficiente para transmitir mensagensem suas fotos. Em muitos casos, a sim
plicidade pode surpreender e produzir os
resultados mais inrrigantes e dramáticos.
Voltando à questão da visualização,
é muito imporranre analisar a cena e
questionar quais elementos podem contribuir com o resultado ou distrair des
necessariamente o olhar.
Silhuetas e molduras também são
dois recursos que costumam funcionar
muito bem em P&B, porranro não tenha medo de abusar da sua criatividade.
Lembre-se de que regras são imporrantes,
mas é apenas ousando (com critério) queo seu trabalho se destacará dos outros.
..•. A textura dos telhados, em
Ouro Preto (MG), foi enquadrada com uma
teleobjetiva de distância focal 135 mm.
Exposição de 1/250s, abertura fl8 e ISO 100.
T O contraste entre as áreas de luz e de
sombra nesta foto foi registrado com uma objetiva
grande-angular (distância focal de 24 mm) e
filtro polarizador. Exposição de 1/125s com
abertura de diafragma fl11 e ISO 200.
Explore formas, texturas e o contraste causado pela diferença entre as áreas de luz e de sombra.
FOTÓGRAPHOS • 19
EXPOSICÃO,Certamente, a exposição é um dos
fatores que possuem maior influência sobre suas imagens. Você pode estar usandoum bom equipamento e ter, à sua disposição, um ótimo objeto para fotografar,mas de nada adiantará se não souber fa
zer uso adequado da técnica.Em primeiro lugar, é importante
analisar a luz presente na cena do registro. A direção, a intensidade, o tamanhoda sua fonte, tudo isso deve ser levado
em consideração não apenas na hota defazer as suas composições, máS tambémquando você tiver de definir a velocidadedo obturador e a abertura de diafragmanecessários para fazer a exposição que lhegaranta os resultados pretendidos, sejameles quais forem.
Os princípios de exposição para registros feito em P&B são os mesmos dosaplicados para filmes e regulagens de fotos coloridas, porém compreender a1gu-
PRETO·E·BRANCO
Embora os fotômetros das câmeras
atuais apresentem um ótimo grau de pre
cisão, em algumas situações de luz crítica é
necessário fazer ajustes e compensações.
Quando estiver utilizando filme em
P&B, evite subexpor seus registros. Seja cau
teloso e faça a medição de luz nas tegiões de
sombra, garantindo que os detalhes nessas
áreas não se percam na hora de ampliar ou
imprimir as suas fotos. Se estiver fotografan-
do uma paisagem com o céu muito claro,
por exemplo, faça a medição nas montanhas
e depois recomponha a cena, incluindo o
céu e mantendo as regulagens de velocidade
e abertura previamente definidas.
Se tiver dúvidas, faça mais de um regis
tro com diferentes regulagens de exposição.
Esse recurso, de fotografar uma mesma
cena mais de uma vez fazendo compen
sações (bracketing, em inglês), é muito
utilizado por profissionais para garantir
que pelo menos um dos registros seja feito
com a exposição adequada.
Em muitas situações fotográficas, é pre
ciso se concentrar mais na composição ou,então, na escolha do momento decisiv~.
Mas a exposição é um fator fundamental e
que não deve nunca ser negligenciado, sob
pena de perdermos momentos fotográficos
únicos e especiais.
FOTÓGRAPHOS • 21
PRETO·E·BRANCO
FOTÓGRAPHOS • 22
CENASURBANAS
A partir de agora, falaremos um pouco
sobre alguns temas especiais para explorar
em preto-e-branco.
Para começar, abordaremos um dosmais estimulantes e ricos assuntos em
oportunidades visuais para representar emtons monocromáticos: as cenas urbanas.
Cidades estão repletas de possibilidades
fotográficas e comportam diversos subte
mas: pessoas, arquItetura, transporte, entre
outros. Você pode explorar esses assuntos
separadamente ou, então, agregá-Ios a um
ensaio que ajude a revelar os traços da vida,da cultura e da história locais.
Quando se trata de registrar cenas ur
banas, o P&B é capaz de transmitir um
charme especial e uma dramaticidade
maior às suas fotos. Os contrastes arquitetônicos, sociais e culturais dos centros
urbanos possibilitam uma experiência
sem igual para quem procura novas pers
pectivas fotográficas. Para quem gosta de
fotografar pessoas, nada melhor do quecidades com vida intensa.
Cidades, pequenas ou grandes,sãoftntes inesgotáveisde assuntos
fttográficos. A ftto da esquerda, abaixo,
fti tirada em Buenos Aires com uma
câmera Olympus OMi, objetiva 24 mm
efilme ISO 400. Exposição
de i /500s e abertura de diafragma flii.
PRETO·E·BRANCO
FOTÓGRAPHOS • 24
PRETO-E-BRANCO
FOTÓGRAPHOS • 25
ARQUITETURAAs formas geométncas e as textu
ras, presentes em detalhes ou no todode obras arquitetõnicas, fazem destetema um prato cheio para fotografarem P&B.
Utilizando ângulos inusitados, o fotógrafo pode explorar o elevado contraste de algumas cenas e a interação da luzcom os variados materiais e elementos
arquitetõnicos, para construir imagensde forte impacto visual.
i8-
I~
PRETO-E-BRANCO
FOTÓGRAPHOS • 26
PAISAGENSSem a ajuda das cores que se espa
lham pelos mais belos cenários naturais,para fotografar paisagens em P&B, abusca por lugares e condições de luz especiais se faz ainda mais necessária.
Nuvens e água são elementos queajudam a equilibrar as fotos, contrastando com as áreas mais escuras das cenas.
No campo, linhas curvas e suavesfuncionam particularmente bem e,para evitar que o céu fique sem graçaem suas imagens, é melhor fazer uso defiltros coloridos, polarizadores ou graduados com densidade neutra. Esses
filtros podem ser utilizados separadamente ou em conjunto para gerar efeitos mais dramáticos em suas fotos de
paisagens em P&B.Além de cenas panorâmicas, há mui
tos detalhes na natureza (em pedras eplantas, por exemplo) que possibilitamuma infinidade de texturas e formas paraexplorar em tons mono cromáticos.
MUNDOEMP&Bo P&B representa um mundo à parte
e um grande desafio ao aprendizado e àprática dos princípios técnicos e artísticosfotográficos. Um desafio em que é precisosaber definir e explorar as nuanças existentes entre o branco e o preto, entre a luze a sombra. Entretanto, a fotografia empreto-e-branco não se limita a isso.
Ansel Adams criou o famoso Sistema
de Zonas para facilitar a compreensãodo comportamento das cores e dos tonsquando reproduzidos através de matizescinzentos, mas ele próprio afirmava nãohaver uma forma definitivamente precisa econcreta de visualização prévia em P&B.
Aliar o conceito à prática é o melhormétodo de desenvolver a técnica e, mais
ainda, uma intuição visual capaz de conduzir o olhar do fotógrafo de modo queconsiga chegar o mais próximo possíveldo que pretende com suas fotos.
Se você ainda não se rendeu à fotografia em P&B apenas porque não conseguiaobter bons resultados, a partir de agora jásabe alguns princípios que podem levá-Ioao sucesso. Agora é com você. •
PRETO·E·BRANCO
Paraty, jótograjàda numa manhã enso/arada com uma objetiva 24 mm,
fi/me ISO 125, exposição de 1/500s e abertura de diafragma flll.
RENAN CEPEDA
Renan
CepedaA anatomiada cor na arteexperimental.
por Silvana de Carvalho
Num primeiro momento, a contemplação. Instantes de atenção que oolhar dedica à belezadas imagens sur
reais, de efeitos de luzes e cores que atraem.Momentos depois, a curiosidade impulsionada pelo desejo de desvendar o caminhopercorrido pelo fotógrafo na obtenção doresultado artístico que surpreende.
Mergulhar no universo das imagensdo carioca Renan Cepeda é garantiade surpresas que nascem pela procuraconstante do artista por uma fotografianova, feita de maneira incomum, como
ele próprio define. ''Acho que o mundocontemporâneo está muito saturado deimagens, principalmente por snapshot(fotografia instantânea), ainda mais depois da integração entre a câmera e otelefone celular. Por outro lado, somos
bombardeados com imagens de publicidade que são invariavelmente muito manipuladas. Tento fazer o meio-de-campoda fotografia não manipulada, mas quetambém não seja um registro descritivode uma cena apenas", diz.
De acordo com esse princípio, elevem realizando trabalhos que surgem depesquisas artÍsticas sobre técnicas fotográficas que passam longe do Photoshop- fruto da busca pela fotografia supostamente pura, resultado do olhar fotográfico associado ao absoluto controle da luz
e da composição.
o ensaio Pichação de Luz, tema do
Portfólio apresentado nesta edição da Fo
tógraphos, é um exemplo do caminho artístico perseguido pelo fotógrafo.
As imagens obtidas com as câmerasRolleiAex, formato 6 x 6 cm, e Linhoff
Technika, formato 4 x 5 polegadas, ambasfabricadas nos anos 50, são resultado da
técnica fotográfica conhecida como lightpainting, que consiste em fotografar, comlongas exposições, assuntos em total escuridão, utilizando fontes de luz à mão.
Para realizar as pichações de luz, oobturador da câmera fica aberto por cerca de 20 minutos, enquanto Cepeda ilumina pontos da paisagem com lanternas,formando desenhos no escuro. "Todos
os efeitos são criados no ato fotográfico,sem nenhum tipo de manipulação posterior", ensina o fotógrafo. Filtros coloridos são colocados na frente das tochas
para ajudar na composição de cores dafotografia, aproximando sua pesquisa dalinguagem da pintura.
A inspiração para essa série de pichações - já que o trabalho nasceu quandoo artista "pichava" prédios antigos doCentro do Rio de Janeiro - surgiu apósuma viagem ao interior da França, queo colocou diante de uma casa rural de
pedra, abandonada desde a 2a GuerraMundial. Esse fato o estimulou a dirigiro foco fotográfico para pequenas e sim-
11 O termo pichação se
justifica ainda mais por
estar sendo aplicado
em construções
abandonadas que, muitas
vezes, são também alvo
de pichadores. Mas
optei por esse apelido,
dado à técnica light
painting, em virtude do
resultado visual que é
bem parecido com o que
conhecemos em grafite ",
ressalta o fotógrafo.
FOTÓGRAPHOS • 28
6Z•SOHd\1l:l8910~
RENAN CEPEDA
pies casas rurais desabiradas nos Esradosde Pernambuco, da Bahia, de Goiás,
de São Paulo, do Rio de Janeiro, enrre
ourros. "Reromei esre projero motivado
pela figura da casa, como algo que reme
re a um sonho - da propriedade, da segu
rança, do conforro -, e por compreender
que uma casa abandonada, em qualquer
circunsrância, é algo que deve ser investi
gado e denunciado", jusrifica.
Sua proposra, porranro, é permirir
um diálogo enrre as imagens surreaisresulranres da récnica e os referenciais
afetivos do assunro. Enquanro ponrua
aspecros singelos de casas, moinhos, cur
rais e ourras consrruções sempre marca
das por suas hisrórias, quase sempre pro
saicas, ele revela um pouco da melancolia
Impressa nas cenas.
Já a opção pelo lighr painring ocor
reu em vinude do resulrado que buscava,
baseado na experiência de rrabalho com
a récnica que conhece desde 1991, quan
do realizou sua primeira forograha com
esse recurso ao iniciar as pesquisas de
iluminação para grandes assunros. "Esra
récnica é geralmenre urilizada para foro
grafar pequenos objeros, muiro aplicada
em forografia comercial, mas mesmo
assim oprei por desenvolver um projero
em que ela seria urilizada para forografar
casarões abandonados no cenrro anrigoda cidade", relembra.
Em plena esrrada pelo Brasil, as foro
grafias de Pichaçhão de Luz esrão cum
prindo inrenso calendário de exposições.Já estiveram em Pernambuco, BrasÍlia e
Salvador e esrão sendo programadas para
chegar a São Paulo, ao Rio de Janeiro, aCuririba e a Belo Horizonre.
Por onde andam, obrêm sucesso. "O
público é bem curioso em relação ao
processo que urilizo. Pergunram como
as imagens foram feiras, que me leva a
orienrar os monirores dos espaços culru
rais quanro a isso, principalmenre por
que o senso comum, resulrado daquela
imagérica da sociedade de consumo de
imagens exrremamenre seduroras e di
giralmenre hipermanipuladas, acha que
as forografias são resulrado de proces
samenro em Phoroshop. Quando ficam
sabendo como foram feiras, passam a
admirar ainda mais o rrabalho, o que me
faz senrir muiro recompensado", confes
sa o forógrafo.
Esse rrabalho, que não rem prazo
para acabar, vem conquisrando não ape
nas o público, como a crítica. Prêmios
e disrinções como o Inrernarional AgfaPhoro Award, na Alemanha (2004); a
Bolsa-Prêmio da Fundação do Parrimônio Hisrórico e ArrÍsrico de Pernambuco
(2005) e o Prêmio-Aquisição do Salãode Sanro André, em São Paulo (2005),
consram no currículo, além de parricipações em diversos salões.
OLHAR FOTOGRÁFICOCOM ASSINATURA
Apaixonado pelo aro forográfico e
suas variáveis consrrurivas, Cepeda é
mesrre em crtar Imagens que remeram a
um mundo norurno próprio, conformedescreveu Markus Hohn-Mladen, do In
rernarional Agfa Phoro Award, uma das
premiações conquisradas pelo forógrafo.
"A conrraposição do objero 'narural' ocasionalmenre exisrenre e da cena anificial
menre criada com luz nos faz perceber a
volúpia criadora do auror, que resisre à
renração de manipular em excesso, per
manecendo fiel à composição gráfica e
susrenrando, desra forma, a posrura soli
rária de sua concepção incomum", aresraHohn-Mladen.
Segundo Cepeda, uma das principais
morivações para investir em uma forogra
fia como essa, que nasce de experimenros,
é o desejo de rer um rrabalho com iden
tidade e assinarura próprias. "Sempre de
sejei fazer uma forograha que, ao ser con
remplada, fosse reconhecida por quem
a observa, assim como uma pineura. Sei
que isso é muiro difícil em forograha e
demanda rempo, consisrência e fé naqui
lo que se faz. Espero esrar no caminho
cerro para aringir esre objerivo", diz.
De acordo com Cepeda, o mercado
de ane da forografia no Brasil esrá au
meneando, mas o aprendizado é paneconsranre do caminho. "Ter mercado
para isso é sempre bom, mas as pessoasrêm de levar esse rrabalho mais a sério.
Há muiros amadores, arrisras e galerisras
querendo vender rrabalhos forográficos
Cepeda é mestre em criar imagens que remetam a um mundo noturno próprio (00')
FDTÓGRAPHDS • 30
a preços elevadíssimos, sem se imporra
rem, por exemplo, com a qualidade dos
mareriais empregados. Costumo dizer
que a fotografia nunca esteve tão valori
zada, enquanto ocorre o contrário com o
fotógrafo. A fotografia virou suporre para
arristas que não são fotógrafos se expressarem. E, como está cada vez mais fácil
fotografar, o mercado está abarrotado de
imagens. Mas isso tem hora para acabar,
as pessoas que apreciam arre vão separar
o que é bom do que é 'mais ou menos' e
acredito que o olhar fotográfico vá preva-
lecer, independentemente de ser de um
fotógrafo profissional ou não", conclui.
DAS QUADRAS PARA A REDAÇÃOCom 20 anos de carreira, Cepeda
iniciou o treino de seu olhar fotogra
fando campeonatos cariocas de voleibol
de categorias de base e vendendo, nos
próprios treinos, as ampliações em P&B
que fazia varando madrugadas em casa.
Esses foram os primeiros desafios profis
sionais após a descoberra da fotografia,
que ocorreu aos 11 anos de idade.
FOTÓGRAPHOS • 31
RENAN CEPEOA
Estimulado pelo pai, um fotoclubistaavançado, ele ctesceu tendo a companhiade algumas Pentax e muitas histórias. Emuma destas, ele se relembra do pai interditando o banheiro de casa para ampliar fotografias de nus em P&B, em um pequenoampliador. Em outra, ele recebe, tambémdas mãos do pai, o presente que desenharia sua trajetória profissional: uma câmeraOlympus Trip 35, "que era uma coqueluche nos anos 70", afirma. Com ela, Cepeda fez os primeiros filmes em P&B, cujoscontatos são guardados até hoje.
Dez anos após ganhar a OlympusTrip e vivendo o dilema do rumo profissional que tomaria - ele já era formadoem mecânica industrial e tinha vivencia
do diferentes experiências como jogadorde vôlei, músico amador, com passagempelo mercado de capitais, além -de cursara faculdade de comunicação -, ele optoupor acrescentar mais um curso ao currículo. "Quando cheguei em casa e anuncieipara o meu pai que queria ser fotógrafo,ele disse três coisas: que não ia me emprestar suas Pentax; que, se eu quisesseestudar fotografia, tratasse de ganhar paraisso, e que eu estava escolhendo uma pro-
fissão que logo entraria em extinção. Intrigado, perguntei por que a profissão nãoteria futuro, e ele respondeu: por causado computador." O primeiro problemaCepeda resolveu comprando uma câmerasem fotômetro de um amigo. O segundo,fotografando voleibol. "O terceiro é o quevenho enfrentando neste momento", diz,
referindo-se ao uso da tecnologia digital.Sua escolha por câmeras de médio e
grande formato e pelos filmes se dá, prioritariamente, pelo fato de a captação digital ainda não ter evoluído tecnicamente
de forma que possa substituir por completo os grandes filmes, diferentemente daavaliação que faz do 35 mm. "Esse já foicompletamente ultrapassado, a não ser osinfravermelhos, que são ainda necessáriospara meu trabalho, pois a foto digital nãoé capaz de produzir os mesmos efeitos.Mas tenho a minha Nikon digital, queuso para trabalhos encomendados."
O início da carreira profissional tomou forma mesmo dentro do fotojornalismo. Ao retomar para casa no diaem que adquiriu o direito de ficar coma Pentax do pai que seria leiloada, elepresenciou uma confusão que envolvia
FOTÓGRAPHOS • 32
moradores e fiscais do Detran. Acom
panhando a cena, ele sacou a câmera epassou a fotografar o embate. "Fui registrando mais com o olhar de um morador
indignado do que com o de um repórter.Tanto que corri e telefonei para a redaçãodo Jornal do Brasil', relembra. Quando aequipe do JB chegou, já havia terminadoa batalha. Cepeda ofereceu o rolo de filme para o fotógrafo Carlos Hungria, quesugeriu que ele também fosse para a redação. "Chegando lá, pude sentar e conversar com alguns dos fotógrafos que sóconhecia de crédito, que acompanhavadesde a infância, como Evandro Teixeira,Ari Gomes, Ronaldo Theobald, Geraldo
Viola, Carlos Mesquita, entre outros.De repente, o então editor de fotografia,Orlando Britto, entrou no departamento e gritou: sua foto vai para a primeirapágina! Foi como se eu tivesse ganhadoo maior prêmio de fotografia do mundo! Além disso, eles me ofereceram um
estágio, que aproveitei ao máximo, e fuiefetivado meses depois", relembra.
A experiência como fotojornalistano JB foi sua grande escola de fotografia. "O jornal era repleto de talentos, fizduplas de reportagem com João Saldanha, Artur Dapieve, Artur Xexéo, Tarik de Souza, Zuenir Ventura, Ricardo
Kotscho, entre outros. Tranquei a faculdade de jornalismo, pois o JB foi auniversidade e o serviço militar que nãohavia cumprido."
A saída do fotojornalismo, apóstambém ter colaborado com outras publicações de circulação nacional, ocorreu aos poucos, conforme ele ampliavaa atuação no mercado de fine an. "Meuscolegas jornalistas passaram a achar queeu havia virado uma grife, um fotógrafo caro - o que não é verdade - e deixaram de me chamar. Mas gosto muito defotografia editorial em geral. Gostariade continuar no fotojornalismo, porémnão naquele diário, que é muito desgastante, e sim no de projetos realizados amédio e longo prazos", afirma.
Hoje, além de sua atuação artÍstica, que pode ser conferida emtrabalhos como o projeto As TrêsChapadas e a série Invisíveis, entreoutros que podem ser vistos no sitewww.renancepeda.com. resultado depesquisas realizadas com filmes in-
Cepeda trabalha com filmes Fuji NPL, que corrigem o amarelo das lâmpadas, e faz as
ampliações das imagens de pichação manualmente, em ampliador de negativos.
fravermelhos, o artista realiza projetosem vídeo-arte, ainda inéditos, nascidos
pelo gosto por documentários e pelainfluência da formação em fotojornalismo. Seu trabalho também recebe a
atenção do mercado de publicidade:"Quando a procura é pela fotografiadiferente que realizo", comenta.
É com essa fotografia diferenciadaque ele vem reforçando seu nome no
circuito artístico, resultado do empenhoque tanto prega àqueles que têm essamesma aspiração. "Recomendo paciênciapara quem quer se aventurar. Desenvolvaum trabalho ou um conjunto de fotografias que tenham uma linha estética ou deidéias contínua, que formem um conjunto. Com isso em mãos, participe desalões de arte contemporânea, concursos,editais. Esses eventos costumam abrir es-
FOTÓGRAPHOS • 33
paço para novos artistas e dão bastantevisibilidade. Até quando não é selecionado, muitas vezes um trabalho pode chamar a atenção de algum jurado que, namaioria das vezes, é curado r ou crítico de
arte", ensina, com a habilidade de quemencontrou o próprio espaço e enxergouna fotografia a parceria perfeita para ascriações de imagens de um mundo à parte, só revelado pelo seu talento. •
O esta vez não é só mais uma balelalendária ecoando pelos sete mares.Capitão Rousseaux, colaborador
da revista Fotógraphos desde a nona edição, realmente chegou ao tesouro. Ondeestá a prova? Bom, para compensar a faltade credibilidade da palavra de um pirata,ele abriu o baú e resolveu fazer fotografiapublicitária de produtos com um relógioque enche de brilho os olhos e os dentesde ouro de qualquer lobo do mar.
Até mesmo para os piratas mais ousados, stilllife de jóias e relógios possui umacomplexidade específica. O caminho daspedras preciosas é longo, cheio de testes esem nenhum mapa confiável. Ver como aluz de outra imagem foi montada ajuda,aumenta a bagagem fotográfica, mas,aquele esquema serve para poucos casos.Usando o relógio da abertura desta matéria como exemplo, se o fotógrafo mexesseum pouco mais para a esquerda, teria dereposicionar alguma das tochas ou colocar mais rebatedores ao redor.
Cada peça tem os seus segredos. Oessencial, em qualquer plano de viagem,é entender profundamente o objeto aser fotografado. A ordem do capitão éobservar. Segundo ele, a peça acaba lhecontando o que ela precisa. ''Aqui temuma superfície lisa, se vier uma luz dofundo, vai brilhar suave. Já ali, apareceum metal fosco que suporta uma luz maisdura", declara Rousseaux.
Duas horas olhando para uma peçanão é tempo perdido. Para ele, é isso, porém, ao contrário. Caso não estude aten
tamente as características de cada peça,o profissional pode perder dias tentandoiluminar e, ainda assim, não encontrar
uma imagem que funcione.Gosto é um capítulo à parte. Há
pessoas que se maravilham com reflexosfortes, outras odeiam. Nem sempre aspessoas possuem as mesmas inclinações.O que motiva o fotógrafo, pode não sero que emociona o cliente. Na foto destamatéria deu certo. Após apresentá-Ia aoartista e relojoeiro Matteo Fummagalli(www.matteojumagalli.com.br). surgiu opedido de algumas alterações, mas nadaque não pudesse ser refeito e repensado.Até porque não dá para fazer corpo molediante de um produto de prata, comdesign personalizado e todo montadoartesanalmente.
STILL LIFE Making Df
Facetas da foto
Ent~ndendo o que cada peça precisa,
a montagem da iluminação torna-se fácil.
Nesse caso, o objeto pediu uma luz decima, outra lateral do lado diteito, onde
aparece a maior parte da pulseira, e uma
terceira para explodir em uma parede
branca e voltar difusa até a peça.Para iluminar a cena, Rousseaux usou
uma tocha no fundo e outras duas com
hazys circulares. O primeiro ficou em
cima do relógio, compondo um ângulo de
90° com a peça e a câmera. Já a luz lateral,
mirou o relógio há 45° para estibordo.
Para o apoio, o fotógrafo pode usar
uma gama de superfícies. Só para citar
algumas, Rousseaux fala em acrílico
branco, aço escovado ou fosco. Para ele,
qualquer coisa que reflita dá conta do
recado. Nesse caso, ele colocou o relógio
sobre uma fórmica preta.
Em um dos testes, o capitão utilizou
um filtro polarizador na frente de sua
objetiva e fez duas imagens. O filtro ageem todas as luzes secundárias, mas não
influi nas luzes que tocam o metal. Na
ótica de Rousseaux, o relógio muda um
pouco, pois o polarizador diminui o brilho do vidro e da fórmica. No entanto,
as variações são sutis. A grande diferença
mesmo fica na tonalidade da placa e na
nitidez do reflexo do relógio.
Com a luz projetada, o fotógrafo tem
que se concentrar nas pequenas áreas de
luz e sombra na face de cada objeto. Essecontrole é feito com rebatedores. Como
jóias e relógios são objetos pequenos, esses
Paquera de tabernaPara fazer boas fotos, é preciso se
apaixonar pelo que está fotografando.
Essa é uma doutrina que transcende a
técnica. Além da paixão e da obsessão
por fotografia, os melhores ensaios saem
dos locais onde o fotógrafo sonhava estar.
Das modelos que ele sempre admirou e
imaginou como enquadrar, ou mesmo das
peças que era louco para ter. Obviamente,conhecer a câmera e todas as demais fer
ramentas para chegar àquela foto ajuda.
Mas, antes de qualquer outra coisa, não se
pode esquecer de sentir. Olhar para algo e,
por mais que aquilo pareça absurdamente
horroroso, encontrar um ponto interes
sante a ser explorado e fotografado.
rebatedores podem ser construídos artesa
nalmente com papéis brancos, prateados,
dourados e pretos. Nessa aventura, o capitão
utilizou quatro. Um prateado, mais distante
e de frente para a peça; dois brancos, à es
querda e dentro da pulseira, e um pequeno
pedaço de papel preto do lado direito.
Para Rousseaux, é importante ex
perimentar todos. Os brancos, cinza e
dourados servem para levantar a luz, mas
proporcionam resultados diferentes. Já o
preto age como cortador de luz. Ele ajuda
a marcar as texturas e jogar sombra sobreos reflexos.
Quanto mais facetas ou detalhes
tiver uma jóia, maior será o trabalho eo número de rebatedores. O recorde de
Rousseaux é de 10 rebatedores em um
anel de esmeralda.
Contudo, antes de usar as dicas
deste Making Of para fotografar alguns
tesouros, é importante tomar certos cui
dados para não ter trabalho demais notratamento via software. Aconselha-se
a manipular as peças sempre com luvas
flanelas anti-estáticas. Quanto à poeira e
às penugens que grudam nesses objetos,
resolve-se com pinças e bombinhas de ar
utilizadas na limpeza de lentes.
Em todo caso, iluminar jóias é sempre
uma negociação. Ganha-se e perde-se na
escolha de cada luz. Segundo Rousseaux,
o fotógrafo precisa saber escolher e traba
lhar em cima daquilo. No caso específico
de jóias, o segredo é ficar atento à lapida
ção. Mostrar qual é o corte da pedra e os
detalhes mais preciosos da jóia .•
Na ótica de Rousseaux, é como flertar
com uma dama das tabernas dos portos. Se
o pirata fizer pose e já chegar com tudo, pro
vavelmente voltará ao ponto de início com
um expressivo "não" na memória. Agora,
se ele esperar o instante certo. Se observar
os detalhes, tentar descobrir alguma coisa e
jogar com isso, todo o rum do mundo será
pouco para abastecer a conversa.
No Making Of desta edição, não foi
diferente. O relógio foi cuidadosamente
atrasado para as 10 horas e 10 minutos. Após
abrir a imagem no computador, Rousseaux
reparou que tinha esquecido o pino de ajuste
do horário levantado. Ele voltou, pressionou
a peça e refez as duas imagens novamente.
FOTÓGRAPHOS • 35
da coluna, aparece a variação que
Rousseaux fez nos tons da jórmica apenas
girando o anel do filtro polarizador.
Abaixo, destaque para os três rebatedores
brancos (à esquerda, à frente e dentro da
pulseira) e opreto (à direita) com o seuefeito atípico nas nuanças do metal.
Diego Rousseauxé argentino e trabalha
como fotógrafo hd
mais de 20 anos.
Atualmente, fotograft
para o mercado
publicitdrio brasileiroe ministra aulas sobre
luzes de estúdio na
Escola Riguardare
de Fotografia. Para conhecer mais sobre o
trabalho dele ou ficar por dentro dos cursos
oferecidos pelo profissional, basta visitar os
sites www.diegofoto.com. br, www.riguardare.
com. br ou, então, através do e-mail
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MUNDO FOTOGRÁFICO
I'
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Aconrece, nos dias 2 e 3 de junho, mais umworkshop Descondicionamenro do Olhar, minis
trado por Claudio Feijó.São exercícios para estimular olhares e criar
novas percepções sem se deixar influenciar por
modelos já existenres. É O desenvolvimenro dacriatividade visual.
• Informações na Foroforma: (lI) 5575- 2917 ou
infô@jótofôrma.com.br.
Cursos em São Paulo
Saída fotográfica em São Paulo
A Escola de Forografia Focus vai promoveruma saída forográfica pelo Cenrro de São Paulo:Praça da República, Teatro Municipal, Praça
Ramos de Azevedo, Viaduro do Chá, ShoppingLight e as galerias da Avenida São João e das RuasBarão de Itapetininga e 24 de Maio, enrre outrosponros históricos.
A saída aconrece no dia 3 de junho e pode
participar qualquer inreressado munido de umacâmera forográfica. São 40 vagas e a taxa de inscrição é de R$ 10.• Informações: (lI) 3107-2219 ou pelo site www.escolafocus.net.
FOTÓGRAPHOS • 36
MUNDO FOTOGRÁFICO
Mundo digital Concursos
Canon amplia linhas de câmeras digitais Concurso de fotografia em Roraima
Até o dia 31 de maio, é possível se
inscrever para o Prêmio 9 de julho de
Fotografia, promovido pela prefeituta de
Boa Vista em celebração aos 117 anos de
existência do município.
O concurso está dividido nas categotias
Fotógrafo Profissional e Amador. Os 1° e
2° colocados na categotia Profissional re
cebetão R$ 1.900, respectivamente. Já na
categotia Amadot, a ptemiação setá de R$
900 para o 1° lugar e R$ 600 pata o 2°.
O tema deve abranger as riquezas na
turais, a cultura indígena, as manifestações
culturais, o folclote, a atquitetura. O ptazo
para entrega dos trabalhos é 13 de junho.
• Infotmações: www.boavista.rr.gov.br.
Fotografe o Centro de São Paulo
O concurso vai premiar as fotografias
que melhor retratem a arquitetura, os viadutos e os monumentos da cidade de São
Paulo, além de uma categoria social que
abordará situações de pessoas em estado deinclusão ou exclusão social.
O 1° lugar receberáuma câmera digital, um
vale-compra de R$ 500, um celular e outros
prêmios. Inscrições até 31 de maio.
• Informações: www,fotografeocentrosp.
bLogger.com. br.
PowerShot TX1Este modelo ofe
rece resolução de 7.1
megapixels, zoom óp
tico de 10x (equivalentea 39-390 mm). A TX1
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modelos: PowerShot SD750 e PowerShot
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de resolução e ISO 1.600.A SD750 tem um visor LCD de 3
polegadas e pesa 142 g. Preço médio: R$1.699. Já a SD1000 vem com LCD de
2,5 polegadas, visor óptico e pesa 114 g.
Preço médio: R$ 1.499.
35-140 mm), visor LCD de 2,5 polega
das e estabilizado r de imagens.
O modelo A570 IS permite a adição de
lentes conversoras - tele, wide ou close-up
- através de um adaptador. Preços médios:R$ 1.199 (A570 IS) e R$ 999 (A560).
g~t~t
I') J~J~
São sete novas câmeras na linha Po
werShor: A460, A550, A570 IS, A560,
SD750, SD1000 eTX1.
PowerShot Série A
A PowerShot A460 tem 5 megapixels
de resolução, zoom óptico de 4x e LCD de
2 polegadas. Preço médio: R$ 699.
Já o modelo A5 50 vem com 7.1 mega
pixels, zoom óptico de 4x e visor LCD de
2 polegadas. Preço médio: R$ 899.
Ainda na série A, as digitais Power
Shot A570 IS e a A560 têm 7.1 mega
pixels, zoom óptico de 4x (equivalente a
Livro
Livro traz fotos do cotidiano do VaticanoO livro Bento
XVI - O Alvorecerde um Novo Pa
pado é o resultado do trabalho de
Gianni Giansanti,
fotógrafo italiano
que acompanha ocotidiano do Vaticano há 20 anos.
As 130 fotografias mostram o papa
Bento XVI durante várias situações públicas
e confidenciais. O texto é do jornalista Jeff
Israely, da revista Time.O livro foi impresso em papel couché e
capa dura. A edição é da Escrituras Editora
e possui 176 páginas. Preço: R$ 98.
Prêmio Sesc Marc Ferrez 2007
O prêmio é uma iniciativa do Sesc- DF e
este ano o tema é livre. Podem participar fo
tógrafos amadores e profissionais, residentes
no Brasil. Inscrições até 31 de maio.
• Informações: www.sescdfcom.br/amrlRegu
LamentoFotografiaMarcFerrez.pdf
Click Saudável
A Rede Oba de Hortifruti comemora o
aniversário de 28 anos com um concurso de
fotografia para estimular a criatividade de
clientes e freqüentadores das lojas espalhadas
por todo o país. O prêmio para os 19 mais
bem colocados é de 1 ano de compras grátisno valor R$ 120 mensais. Os outros classifi
cados, do 20° ao 28° lugar, serão premiados
com câmeras digitais. As inscrições ocorrematé o dia 31 de maio.
• Informações: www.grupooba.com.br.
FOTÓGRAPHOS • 37
MUNDO FOTOGRÁFICO
Novas câmeras digitais SonyA máquina mais antiga do mundo
A Galeria Wesdich, localizada na Áustria, vaileiloar, no dia 26 de maio, em Viena, a câmera
fotográfica mais anriga do mundo.A galeria assegura rrarar-se da mais antiga máqui
na fotográfica fabricada comercialmenre no mundoe rem o aval de especialistas: o ano de fabricação é1839, pela empresa parisiense Susse Freres. O preçobase de licitação é de 100 mil euros.
Sigma ganha representante no Brasil
A linha de lenres Sigma passará a ser distribuídapela BMA, empresa que já represenra marcas comoPenrax, Tron e Sunrise no mercado brasileiro.
Leica Gallery expõe Marcia Pilot
A Leica Gallery traz para São Paulo a exposiçãoNude Wotks, do fotógrafo Marcio Pilor. A mostraapresenra 28 imagens no tamanho 40 x 50 cm eaconrece de 20 de junho até 29 de julho de terça asexta, das 10 às 18h. Aos sábados, das 12 às 16h.
A galeria fica na Rua da Marta, 70, Itaim Bibi- São Paulo/SI'
• Informações: (J I) 3079-0300.
A 50ny lançou quatro cómpactas digitais, com alta tesolução, no metcado.
Os modelos Cyber5hot DSC-W35 eDSC-S650 têm 7.2 megapixels,wom ópúcode 3x, wom digital de 6x, LCD de 2 polegadas e sensibilidadeaté ISO 1.000. A W35vem com lentesCarl Zeiss
Vario-Tessar.Preçomédio:R$ 999 (DSC-W35) e R$799 (5650).
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Mundo digital
megapixelse lentesCarl Zeiss.
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A última é a DSC-N2, com 10.1 megapixels de resolução, zoomóptico de 3x e visor LCDde 3 polegadas. Permiteajuste máximo de ISO1.600 com lentes Carl
Zeiss Vario-Tessar. Preçomédio: R$ 2.099.
Mundo digital
Impressoras fotográficas
Digital ultracompactaA nova Kodak Easyshare V803 tem
8 megapixels, zoom óptico de 3x e visorLCD de 2,5 polegadas, além de estabilizador de imagens. Preço médio: R$ 1.199.
A IP 1700, com sistema de impressãoa jato de tinta, oferece resolução de 4.800
x 1.200 DPI e velocidade de 22
ppm em P&B e 17 ppm emcores.A IP 1700 realizaimpressões em tamanhos variados e
em diversos tipos de papéis,inclusive papel fotográficobrilhante ou semibrilhante.
Possui interface USB e pesa3 kg. Preço médio: R$ 179.
Mirage Fusion BVDe olho no
consumidor de
baixa renda, a
Mirage investeem câmeras di
gitais amadoras e de baixo custo. Um dosmodelos lançados, a Mirage Fusion BVtraz resolução de 5 megapixels, zoom digital de 8x e visor LCD de 2 polegadas.
O modelo grava vídeo com áudio (680x 480 pixels), funciona como gravador devoz e webcam. Preço médio: R$ 399.
A Canon trouxe, para o mercado brasileiro, dois novos modelos: a impressotafotográfica Selphy CP 720 e a jato detinta Pixma IP 1700.
A impressora fotográfica 5elphyCP720 realiza impressões emmenos de 1minuto, no tamanho 10x 15 cm, tem visor
LCD de 1,5 polegada epesa menos de 1kg. Preçomédio: R$ 399.
---A exposição fotográfica Sonho Lúcido, do fotógrafo RafaelJohann, aconrece até o dia 8 de junho naGaleria de Arte Dmae, em Porto Alegre (RS).
O equipamento fotográfico utilizado foi concebido e construído pelo próprio Rafael, e as imagenscaptadas são de paisagens encontradas em algunsponros de POrtOAlegre.• Informações: www.dmae.rs.gov.brou (5 J) 32899722.
Pinhole no RS
Exposição World Press Photo
A exposição World Press Photo aconrece atéjunho no Sesc Pompéia, em São Paulo, e rtaz ima
gens premiadas do fotojornalismo conremporâneono World Press Photo, um dos concursos mais
prestigiados da categoria.A exposição pode ser visitada de terça a sábado,
das 9h30 às 20h30, aos domingos, das 9h30 às19h30. Enrrada gratuita.• Informações: (J J) 3871-7700.
Mi Buenos Aires
A capital argentina é exposta pelo fotógrafoPablo Dario Contreras em Curitiba, a partir do dia20 de junho no restauranre Picanha Brava. Dali, elasegue para outros Estados e cidades.• Informações: [email protected].
Helga Stein em Natal
o Projero Portfólio é voltado para ã produção de jovens fotógrafos e patrocinado peloltaú Cultural.
Até o dia 10 de julho, é possível visitar a exposição da fotógrafa Helga Stein no Cenrro CulturalCasa da Ribeira. As 90 fotografias da mostra fazemparte da série inrirulada Andros Hertz, na qual Steinironiza a sedução da imagem no mundo.• Informações: www.casadaribeira.com.br ou (84)3211-7710.
FOTÓGRAPHOS • 38
MUNDO FOTOGRÁFICO
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Mercado
o livro E~tre1aNova traz 84 fotos do
fotógrafo Ricardo Hantzschel e conta a história do Movimento Comunitário Estrela
Nova, que atende 4 mil pessoas da rona sul
de São Paulo. As imagens mostram o dia-a
dia dos moradores da região e a importância
do movimento no cotidiano dessas pessoas.A renda obtida com a venda do livro será
revertida para a Estrela Nova.
O livro traz textos de Paula Dip e Inês
Castilho, tem 112 páginas e é editado pela
Editora Terceiro Nome. Preço: R$ 32.
antivibração e modo macro de 15 cm.
Preço médio: R$ 1.590.
Agfa renasce?A Fotoimpex declarou que tem planos
de reintroduzi r alguns ptodutos da Agfa nomercado. Entre eles, estão os filmes APX
(ISO 100,400 e 25) e os papéis MCC/
MCp' que ganharão outros nomes.
A empresa alemã detém o know-how
da Agfa e trabalha com antigos engenhei
ros da marca para concretizar o projeto
previsto para o início de 2008. Infeliz
mente, a intenção é produzir em pequenas
escalas para controlar os gastos e se manter
sob possíveis vendas reduzidas.
Foto neoconcreta
Mundo digital
livro
Movimento comunitário em livrode fotografia
O fotógrafo e artista visual Silvio
Zamboni lançou, no dia 10 de maio, seu
último livro de fotografia. O trabalho
chama-se Fotografia Neoconcreta e veio
acompanhado de uma exposição de fotos,
que permanece na Galeria Referência, em
Brasília, até 3 de junho.
Pentax Optio S7A Optio 57 tem resolução de 7 mega
pixels, room digital de 4x, room óptico de
3x e visor LCD de 2,5 polegadas.
O modelo grava vídeo com áudio e
possui menu totalmente em português.
A ultracompacta permite, ainda, tra
tamento de imagem e edição de filmagem
na própria câmera. Possui tecnologia
FOTÓGRAPHOS • 39
~ Rilloo 0401 .•10 Megapixels
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~ Rilloo 080 .•10.2 Megapixels
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~ Caooo 10S 300 .•8.2 Megapixels
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CE0t _ J
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,-e.e.t -,~~~I QoMMo_ I
.-!1./J)"
@!-
õ;)m~l; ~
~~c;;;Q~/,/ ,Ol_
.•. As três imagens acima mostram
alterações nas setas dos "levels': ou "níveis':
como é chamado na versão em português
do software. Na primeira, de cima para
baixo, a seta referente aos tons claros foi
arrastada para a esquerda. No meio, o
ajuste foi feito apenas com o marcado r
cinza (tons médios). E, por último, a seta
preta, dos tons escuros, foi puxada para a
direita. Repare nos resultados.
Níveis (Ievels)A opção
"levels" ou "ní-
veis" é um pouco mais com
plexa, mas seusresultados são
bem melhores.
Ela ajusta separadamente os tons cla-
ros, médios e escu
ros da sua imagem
digital. Para usá-Ia,
vá ao menu "image"
ou "imagem") "ad
jusrmenrs" ou "ajus
tes" e depois "levels"ou "níveis".
No centro do
box de ajuste exis
tem três pequenos
triângulos (fig.l). O
triângulo preto re
gula os tons escu
ros; o cinza, os tons
médios, e o branco,
os tons claros. Caso
você queira clare
ar a sua Imagem,
mova o triângulo
branco para a es
querda. Observe que o triângulo cmza
acompartha esse movimento, para que
seja mantido um certo equilíbrio entre ostrês tons. Isso também acontece caso você
queira ajustar os tons escuros. Você pode
salvar o ajuste feito, bem como usar esse
ajuste em outras imagens. Basta utilizar osbotões situados à direita: "save" ou "sal
var" e "load" ou "carregar". Isso pode ser
feito em quase todas as opções de ajustes
de cores que o Photoshop apresenta.
maneiras de ajustar as cores
Photoshop oferece diversas
Brilho/contrasteA opção "brighrness/contrast" ou
"brilho/contraste" é uma das opções
mais básicas para ajustar as cores de uma
imagem digital. É uma ferramerua mui
to limitada, assim como seus resultados.
Ela simplesmente aumenta ou diminui o
brilho e o contraste da imagem.
Para usar essa opção, vá ao menu
"image" ou "imagem", "adjustments" ou
"ajustes" e, então, "brightness/contrast"ou"brilho/contraste" .
CMYK OU RGB?o modo CMYK é usado exclusiva
mente em imagens que serão impressas em
gráficas que ainda ucilizam os fotolitos em
seu sistema de impressão, e isso ocorre na
maioria das publicações de mídia impressa
Uornais, revistas, panfletos).O modo RGB era conhecido como
o modo de imagem-padrão, usado exclu
sivamente para a visualização em mídias
eletrônicas (TVs, cinemas, computado
res). Com o advento das impressões digi
tais, ou seja, aquelas que não necessitam
de fotolito, o modo RGB passou a ser
usado também para impressões.
de suas imagens. Mostraremos,
com maior qualidade.
nesta edição, algumas opções para
o
FOTÓGRAPHOS • 42
CORES
S4!IUliwCotorOptlons
Mtthod: O Rtlatlu. S Absoll,lll
Method: e Rtlatl"'l C Absolute
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~C§D
-""--~C§:)~
" ePrI\'ltW
" ~P'rtvõtw
••
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S~tKtM Calor Opllons
8laek:
Yettow:
Maglnt.: 2cfIx
8!l.Ck:
Coton. OVtllows TIl
(Yiln:
mn·oM.lIgent.t:
+20 "
Y.llow:
Colan: OVlllows mCvan 1-20 "
Cor seletivaN~sta opção, você pode acrescentar
ou tirar as cores cyan, magenta, amarelae preta de diversas outras cores separada
mente. Para usar essa opção, vá ao menu
"image" ou "imagem", "adjustments" ou
"ajustes" e, em seguida, "selective colots"ou "cor seletiva".
Como exemplo, se você quiser que
a cor amatela de sua imagem fique mais
"alaranjada", selecione a cor amarela na
opção "colors" ou "cores", adicione mais
magenta e tire um pouco de cyan (fig.
2). Observe que somente os elementosde cor amarela ou com tons amarela
dos é que são afetados. Se você mudar a
opção de "absolute" ou "absoluto" pata"reiative" ou "relativo", o efeito tende a
ficar mais brando (fig. 3). •
Maurício Oyama trabalha com retoque de imagens
digitais e atua no mercado publicitdrio hd 13anos.
E-mail: [email protected].
Actions: aplicando o mesmo ajuste em diversas imagens.
~
~I:..J 11>J I Ci
."'.
.-,,,,--- "•. Aulonl
o "
outras imagens, basta acionar a teclaescolhida. Mãos à obra!
"""n,'"'"'"n.m
nF2
Fl""
NlIme,rAcllonl I e:~rd:»tl m~
Funetla" Kly:J ~ Non.
Ac.tlonOpllons ...Play~(kOpllons ...
CI •• r AU Actlons
RtStlAcuons
LoadAcllons ...
ReplacIACllons ...<
Commands
Fr.muIm.gtEfftClSProdU(110n
SampltACllonsTtX1Efft(lSTuturuVidtOA(llons
StilrtRlcordlng
RecordAgaln ...InstflM,nulttm ...InstrtStop ...,
de função" (fig. 6).Se prefetir, escolhaum nome para essa
nova ação e clique "record" ou "gravar". Todas as ações seguintes serãogravadas (fig. 7). Faça os ajustes decores necessários e interrompa a gravação na janela "actions" ou "ações"(fig. 8). Para aplicar o ajuste feito nas
FI
'"-I"
.Iel ~I:.J 11>! lli
O Phoroshop facilita muito aaplicação de um ajuste de cores emdiversas imagens. Isso só é possíveldepois de o fotógrafo fazer umaanálise cuidadosa sobre um problema que aparece em várias imagens,como o "avermelhado" que muitascâmeras digitais aplicam sobre as fotos tiradas.
Abra todas asimagens que vocêdeseja tratar.Vá à janela "actions"ou "ações"e selecione "new action" ou "nova ação"o o • (figs. 4 e 5).
Na janela queaparecer, escolha uma teclaem "function
key" ou "teclas
FOTÓGRAPHOS • 43
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_CAMPOS DO JORDÃD
O uando o inverno se aproxima, apreguiça vai aumentando e é de
esperar que grande pane das pes
soas fotografe menos, enquanto outras
parecem entrar em verdadeiro estado de
"hibernação fotográfica".
E você é desses que deixam a câmera
no armário até que a primavera dê as
caras ou prefere aproveitar essa época do
ano, muito propícia para fotografar, pois
é quando a luz e as cores da natureza ad
quirem tonalidades que podem traduzir-se
em imagens para lá de quentes?
A panir de agora, falaremos de um
lugar muito especial, tanto para quem pro
cura um pouco de tranqüilidade em meio
à natureza como também para aqueles que
não dispensam o agito ou a comodidade
que uma estância turística bem estrutu
rada pode oferecer (leia-se: bons hotéis,
restaurantes, bares e lojas).
Campos do Jordão é assim: uma cida
de muito charmosa, que, além do frio - o
local apresenta temperatura média anual de
13°C-, possui muitos atributos dignos de
registros fotográficos, como arquitetura al
pina, belas paisagens, centro comercial bem
movimentado, passeios de bonde e
de trem, picos elevados, cachoeiras
e por aí vai.A cerca de 170 km de distância
de São Paulo e a 340 km do Rio
de Janeiro, no caminho a Campos- como a cidade é carinhosamente
chamada pelos visitantes -, já é pos
sível apreciar e fotografar vistas encan
tadoras da região a panir de mirantes
estrategicamente posicionados.Localizada na Serra da Mantiqueira,
Campos do Jordão é uma cidade que me
rece ser conhecida e fotografada durante
todo o ano. Vejamos por quê.
TrarqL.í idade e ooas fotos em uma aco")chega'lte c dade da Serra da V1antlqL.elra
FOTÓGRAPHOS • 53
local remete ao estilo alpino.
Ao fUndo, o Morro do Elefante, uma famosa
atração turfstica de Campos do Jordão. Objetiva
135 mm, filme negativo ISO 200, exposição de
1/500s e abertura j18.
estacionada em um restaurante,
no caminho do Horto Florestal. Câmera Canon
EOS 300, objetiva 28 mm, filme ISO 200,
exposição de 1/250s e abertura fl3.5.
Campos do Jordão oferece muiras
assunras para quem deseja mais do que
apenas passear pelas suas agradáveis e bem
freqüentadas ruas.
A Vila Capivari concentra boa parte
de atrações foragráficas, como o movi
mentado centro comercial e as fotogênicas
residências que lembram charmosos chalés
suíços, além dos imponentes palacetes emestilo normando.
Lá também se encontram alguns dos
principais pontos turísticos - exaustiva
mente explorados por olhares vindos de
todos os cantos do país -, como o Morro
do Elefante, que oferece uma interessantevista da cidade.
Entretanto, é nas áreas e nos bairros
mais afastados do agira que encontramos
as oportunidades fotográficas menos
"batidas" e mais estimulantes para o olhar,
tanto para os fotógrafos de natureza como
para aqueles que gostam de fotografar
pessoas e preferem registrar o cotidiano
das cidades por onde passam.
Plll"'oue ertatitAAl
Quem gosta de fotografar em meioà natureza não pode deixar de fazer umavisita ao Horto Florestal, que fica a 13 kmdo Centro de Campos do Jordão.
São cerca de 8,3 mil hectares que contam com inúmeras rrilhas (muitas levam a
locais surpreendentes), a maior reserva deconíferas do Estado, cachoeiras, matas dearaucária e vistas encantadoras.
Passear pelo horto é uma arração à parte. Além de muito ar puro, lá o fotógrafo
de natureza tem, à disposição, o cenárioperfeito para fotos de plantas, insetos,flores e paisagem em geral.
Apesar da extensa área do parque,grande parte dos caminhos é sinalizada,assim como muitas espécies de árvores(Araucária brasiLiensis, Pinus eLliotis, Insu
lares, Pátula) são devidamente "apresentadas" aos visitantes por meio de placas, quefacilitam a exploração para aqueles maisligados ao assunto.
Para entrar no horto, é cobrada uma
taxa de 3 reais por pessoa.
fOtografada em uma das diversas
trilhas do parque estadual (horto). Objetiva com
distância fOcal de 24 mm, velocidade de disparo
de 1/8s e abertura do diafragma f/22 em ISO
100. Tripé e cabo disparador utili:z.tiMs para
evitar que o registro ficasse tremido.
o Irt de Campos oferece
muitas oportunidades para quem gosta de
fOtografar a natureza. Nesta fOto, a curta
exposição tornou a dgua escura, destacando as
fOrmas do animal. Velocidade do obturador
de 1/1. OOOse abertura f/16 em ISO 100.
FOTÓGRAPHOS • 55
CAMPOS DO JOROÃO
distância do centro de Capivari, costumareceber muitos turistas durante o dia. POt
isso, se você estiver afim de obter imagens
bucólicas sem a presença de pessoas em
suas cenas, procute chegar cedo.Por causa da altura, o vento e o frio
costumam ser intensos no Pico do Itapeva.
Então, não se esqueça de ir muito bem
agasalhado e de preparar o espírito para a
empreitada, que certamente vale a pena.
t>ko do ltapevaApesar de estar oficialmente situado no
município de Pindamonhangaba, o Pico
do Itapeva é, na prática, considerado um
ponto turístico de Campos do Jordão.Com mais de 2 mil metros de altitude,
esse é um dos picos mais altos do país e, em
dias claros, oferece uma linda vista panorâ
mica de quase todo o Vale do Paraíba.
O local, que tem fácil acesso por uma
estrada de asfalto e está a apenas 14 km de
FOTÓGRAPHOS • 56
Para todor or!Jo-9torClima frio, bons restaurantes, fon
dues, chocolate quente e uma charmosaarquitetura inspirada nas cidades alpinas,que já lhe rendeu o apelido de suíçabrasileira, fazem de Campos do Jordão odestino mais disputado do Estado de SãoPaulo durante os meses de inverno.
Mas o melhor é que as qualidades dacidade não param por aí. Um passeio pelos bairros mais centrais e pelos arredoresde Campos podem surpreender os maisexigentes visitantes e proporcionar ótimasoportunidades fotográficas para aquelesque buscam boas recordações e registrosdos lugares por onde passam.
Na Vila Abernéssia, por exemplo,pode-se focar o dia-a-dia de um movimentado e típico centro comercial alpino.No Alto da Boa Vista, o palácio que levao nome do local e serve como residência
de inverno para o Governador do Estado
,i. l\rl\~boa pedida, j:ílque a ~orstrttç~o sec A' .' A • ri I I I Itornou uma relerencla arqultetontCa na
cidade, além de atualmente abrigar ummuseu de arte aberto ao público.
Na alta estação, que ocorre nos mesesde junho e julho, as ruas do bairro Capivari são invadidas por gente bonita ebem produzida. Como no inverno muitosartistas e empresários famosos costumamdar as caras em Campos, essa é uma boaocasião para quem quiser exercitar o lado"paparazzo" da fotografia. Mas lembre-sede que respeito e bom senso - além deuma boa teleobjetiva, claro - são regrasessenciais para evitar confusão.
E, para quem prefere fugir do burburinho e fotografar em meio aos encantose à tranqüilidade que só a natureza podeoferecer, Campos do Jordão apresenta suasmaiores qualidades: vistas fascinantes gatantidas por mirantes em todos os cantos,cachoeiras, muita área verde e, o melhor
de tudo, muito ar puro para renovar ospulmões e os ânimos .•
Assunto é o que não fizIta para fotogr;a,ffr emCampos do Jordão: natureza, agito, comtruções
I ~ni»stilo lalpino! lJelm pdisagens. E, entre
uma sessãofotogrdfica e outra, nada como um
delicioso chocolate quente para repor as energias.
FOTÓGRAPHOS • 57
SOBRE O HÁBITO OE FLANAR
texto e fotos de Comodo
Em meados da década de 80, enquanto me preparava para o vestibularde direito, costumava ler clássicos
da litetatura universal. Foi nesse período,
quando nem imaginava que um dia mi
nha vida teria ligações tão íntimas com a
fotografia, que li Os Sofrimentos do Jovem
Werther, de Goethe, e fiquei particular
mente impressionado com um trecho:
"É uma coisa bastante uniforme a espécie
humana. Boa parte dela passa seus dias
trabalhando para viver, e o pouquinho de
tempo livre que lhe resta pesa-lhe tanto
que busca todos os meios possíveis para
livrar-se dele." Essas palavras marcarammuito a minha mente adolescente.
Alguns anos mais tarde, já cursando
o terceiro ano da faculdade, tive a opor
tunidade de fazer uma primeira viagem
internacional. Foi num pequeno bistrô, na
FOTÓGRAPHOS • 58
periferia de Paris, que conheci um senhor
- cujo nome jamais soube - que, olhando
para a minha câmera fotográfica (de filme,
completamente automática), me apresen
tou a uma palavra nova, que imediatamente me remeteu ao texto de Goethe. A
palavra era "flanar" e, como me explicou
aquele senhor, foi criada por Baudelaire
para identificar as pessoas que caminhavam
pela metrópole sem destino, parando emcafés, olhando o movimento, observando
descompromissadamente as pessoas. Um
tipo de vagabundear chique, melancólico,intelectual, um observar interessado, uma
contemplação urbana.Imediatamente, lembrando-me do
texto de Goethe, questionei-me sobre os
motivos pelos quais as pessoas não utilizavam
o tempo livre para flanar que, para mim, tra
duziu-se em "levar os olhos para passear, sem
pressão, sem horários nem comptomissos".
O tempo passou, comecei a minha
história com a fotografia e posso afirmar
que aquele simpático senhor que me apre
sentou à palavra "flanar" teve importância
decisiva na formação do meu jeito de
fotografar. Sou um "flanador".
Mas, antes que me julguem maluco,
visitem www.theflaneur.co.uke constatema existência da "La Société des Flâneurs
Sans Frontieres". Posso ser louco, porémnão estou sozinho.
Tudo isso para falar sobre um tema
que vou desenvolver com mais tranqüili
dade nos próximos números desta revisra:
as expedições fotográficas ou, como eu
prefiro chamar, as flanações organizadas.
Na Europa, em tempos atuais, é cada
vez mais comum grupos de fotógrafos
Agradecimentos:• Maria Paula G. Lopes, do Centro de Turismo Alemão - www.visitealemanha.com.
• Giovanni Lenard, da Secret. de Turismo
de Munique - www.muenchen-tourist.de.
No meu caso, encontrei o apoionecessário para realizar uma inesquecívelsessão de "flanação".
Neste artigo, vocês podem observaralgumas imagens que produzi enquantoflanava pelas ruas das principais cidadesda Baviera - Munique, Oberammergau,Murnau, Dachau e Schwangau. Sãoimagens variadas, pois o ato de flanar épuramente sensorial: observo as cenas e,quando algo me chama a atenção, inicioo processo de extrair, daquela cena, aessência segundo o meu repertório.
Na próxima edição, continuarei comeste tema. Até lá, espero que vocês tenhamoportunidade de flanar bastante.
se reunirem para escolher um destinopropício ao ato de flanar. Esses gruposbuscam conhecer novos hábitos culturais,
compreender os símbolos e signos deoutros grupos humanos, permitir queos olhos passeiem sobre cenas e objetoscomuns (mas com uma percepção incomum) e registrar, com a ajuda das suasobjetivas, coisas que os não flanadorescostumam Ignorar.
Acredito que, em pouco tempo, oBrasil começará a contar com mais algunsfotógrafos flanadores, que certamenteterão papel decisivo na documentação ena análise crítica do nosso tempo.
Recentemente, tive uma oportunidade única de realizar uma expediçãofotográfica cujo único objetivo era flanarde forma responsável. Obviamente, essetipo de trabalho somente é possívelquando temos parceiros que acreditam naimportância desse tipo de atividade.
FOTÓGRAPHOS • 59
CANON EOS 10 MARK III
EQUIPAMENTO - ANÁLISE
CANON EOS 1 O MARK 111
Conheça a novaDSLR da Canon.
Acanon EOS lD Mark m mal invadiu as prateleiras e gôndolas de lojasde fotografia no Brasil e já provoca
certo frisson em fotógrafos profissionais. Asubstituta da Mark II N é o sonho de con
sumo de todo canonzeiro legítimo e não épor menos. Ela possui avanços tecnológicosem quase todas as peças. No entanto, umacaracterística em especial funciona quasecomo um slogan para a categoria: é a maisrápida DSLR do planeta.
CARACTERíSTICAS
Para começar, o sensor de 10.1 megapixels, desenhado e fabricado pela Canon,está maiot. De 23,5 x 15,5 mm, ele foi para28,1 x 18,7 mm. Detalhe que possibilitoutambém o aumento de cada pixel. Agoraeles estão mais sensíveise re-
ceptivos à luz e se apóiamem um sistema de
microlentes capaz de capturar imagens compouco ruído e alta qualidade até mesmo-emISO elevado.
Os ajustes do ISO também aumentaram, vão de 100 a 3.200, com a possibilidade de expansão até 50 e 6.400. Assimcomo o tamanho do LCD, que de 2,5
polegadas na Mark II N passou a ter 3polegadas na Mark m.
A Canon desenvolveu um sistema
integrado de limpeza que já é comum emalgumas câmeras compactas. O sensor ficaatrás de vidros que, além de filtrarem osraios infravermelhos, vibram para eliminar a poeira assim que a câmera é ligada.
Outras características das compactase prosumers foram adotadas. A novidadefica para o modo de disparo life view.Trata-se de uma ferramenta que dribla oespelho e permite que o fotógrafo enquadre um motivo a partir do que visualiza noLCD. A câmeta ainda coloca à disposição
do profissional a possibilidade de ligá-Ia aum computador e fotografar a distância
com cabo USB e acessando o programa EOS Utility 2.0.
Através de um visor maior
e mais claro, a câmeratraz um sistema de foco
aperfeiçoado com 45pontos. Só que agora,ele apatece com 19pontos reais de foco,com configuraçãocross-type, e 26 deassistência contra 7das outras versões dalinha lD.
O número de fotos
seqüenciais subiu p~1ra10 por segundo até umtotal de 110 imagens
no formato JPEG Large'
FOTÓGRAPHOS • 60
Ficha Técnica - EOS 1D Mark 111
• Sensor: tamanho APS-H (28,1 x 18,7 mm)
com 10.7 megapixels totais e CMOS com
filtros de cores primárias RGB e Low-Pass.
• Resolução efetiva: 10.1 megapixels.
• Fator de corte: 1.3x.
• Tamanhos: 3.888 x 2.592, 3.456 x 2.304,
2.816 x 1.880 e 1.936 x 1.288.
• Armazenamento: jPEG, RAWe RAW
com jPEG.
• Sensibilidade: ISO 100 a 3.200. com pos
sibilidade de expansão até 50 e 6.400.
• Monitor LCD: 3 polegadas e 230 mil pixels.
• Obturador: velocidades de disparo de 30
a 1/8.000s. Modo bulb.
• Sincronismo de flash: 1/300s com flashes
da linha Canon Speedlite.
• Foco: AF de 19 pontos (cross-type) e mais
26 de assistência.
• Objetivas: compatível com lentes das
séries EF,TS-E e MP-E. Com exceção das
peças EF-S.
• Modos de cena: prioridade de abertura,
velocidade, área manual, flash metering,
compensação de exposição, bracketing
automático, entre outros.
• Interface: USB 2.0.
• Seqüência: 10 fps até um total de 110 ima
gens em jPEG ou 30 no formato RAW.
• Bateria: LP-E4 Lithium-ion.
• Memória: cartão CF (Compact Flash I e
11), SD/SDHC (Secure Digital) e SDHC.
• Peso: 1.155 g.
• Dimensões: 157 x 156 x 80 mm.
• Preço: ainda não divulgado no Brasil.
_ CANON EOS 10 MARK I11
(compressão 8). Em RAW'; a câmera regis
rra aré 30 exposições em seqüência. A alta
velocidade deve-se a uma evolução no pro
cessador. O Digic III promete cores mais
naturais, com menor distorção de ruídos e
dois processamentos paralelos.Além dos vários tamanhos de JPEG e
RAW'; presentes em todas as SLRs digitais
da Canon, a Mark III aparece com um
novo formato para os fotógrafos que não
abrem mão de fotografar em RAW'; mas
não pretendem fazer grandes impressões de
certas poses. O formato chama-se SRAW';
rrata-se de um arquivo RAW com metade
de seu tamanho e que ocupa 2,5 MB de es
paço no cartão, pouco mais que um quartodos 10,1 MB do RAW convencional.
O obturador, que trabalha até a velocidade de 1/8.000s, teve sua vida média
elevada em 50%. A durabilidade alcançou
os 300 mil diques e acompanha outrascaracterísticas robustas da câmera, como
uma liga de magnésio revestindo todo o seu
interior e a protegendo de poeira, umidade
e pequenos choques. Quanto à proteção
das imagens, a Mark III surge com um
sistema de segurança contra perda e danosem cartões CF (I e lI) ou SD/SDHC. Se
\
o fot6grafo abrir a tampa para tentar tirar
o cartão durante o processamento das ima
gens, a Mark III emite apitos e um aviso
no LCD com as gravações das imagens
restantes. Logo que a tampa é fechada, a
cópia das fotos prossegue.
CONCLUSÃOA Canon EOS 1D Mark III é uma
máquina feita sob medida para os fotó
grafos mais exigentes. Dada a resistência,durabilidade e alta velocidade nas fotos
seqüenciais, adapta-se perfeitamente às
necessidades de fotojornalistas, fotógrafos
de esportes e de natureza. No entanto,diante do sincronismo de flash de 1/300s,
o modelo promete ganhar também o gosto
e os estúdios de profissionais de outrasáreas do mercado.
Um detalhe sutil, que provavelmen
te conquistará o público feminino, é a
substituição das baterias E3 Ni-MH por
Íon de lítio LC-E4. Mudança que deixou
a câmera mais leve e prática do que suasantecessoras.
Já que a qualidade da imagem coloca
ainda mais em dilema a fotografia de
filme, a única característica que deve ser
pensada na hora da compra é o fator de
corte de 1.3x. Embora menor do que
outros modelos, que trabalham com 1.6x,a característica transforma o senso r ful!
frame da Canon EOS 1Ds Mark II em um
dos grandes diferenciais a pesar contra na
balança entre os dois modelos.
Diante dessa série de evoluções, só nos
resta tentar imaginar do que será feita a
1D Mark IV e preparar nossos olhares e
corações para novas surpresas que, com
todo o perdão da redundância, certamente
serão surpreendentes.
FOTÓGRAPHOS • 61
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ADOBE PHOTOSHOP CS3
SOFTWARE - ANÁLISE
ADOBE PHOTOSHOP CS3
T PhotoMerger, uma ferramentabastante útil adotada nessa versão do
software. Com ela, a tarejà de jàzer
imagens panorâmicas através da junção
de váriasfttos ficou muito mais fácil.
.•. O Photoshop CS3, com seu novo
visual, torna o trabalho mais agradável
eprático para a edição. Na imagem, a
janela dos ''channels'' (canais) fti arrastada
para cima da ftto e o menu com os atalhos
fti comprimido no canto direito.
o trabalho de arrastar e soltar uma janelasempre que uma fotografia com alta resolução é redimensionada ou o tratamentoparte para outro quadrante da tela.
A aparência do Ícone também mudou.Se o fotógrafo não ficar atento, perde devista o atalho da área de trabalho em uma
primeira utilização. O programa agora éacessado por meio de uma figura comdesign simples: fundo azul-marinho, sutildégradé e a sigla "Ps" branca.
~",~,..~-~,.,..~-~ç.•~.ç•.....ç~...~-~~"",~•••••••••••••••••••• ~~~+. O_·w.el, Gr_ y OSh>wT'.....,."."'Corb •••• F-J .•...Li I:.. ~ jNova versão,
mais poderosa.
PRIMEIRAS IMPRESSÕESO CS3 teve a sua interface totalmente
reformulada. Os profissionais que migrarem de versões anteriores provavelmentelevarão alguns minutos para se acostumarem. A barra de ferramentas agoraaparece fixa do lado esquerdo e pode serdimensionada em uma ou duas colunas
com um único dique. Assim como asdemais janelas, que surgem no CS3 comlugar certo e espaço ajustável. Claro queessas tedas de acesso rápido podem serpersonalizadas em cima do sistema detrabalho de cada usuário, como acontecenas outras versões. Contudo, no CS3, elas
não se sobrepõem às imagens. Dispensam
AAdobe abriu a caixa do novoPhotoshop CS3 e apresentou àimprensa, no fim de março, as
inovações que marcam a chegada de umsoftware que já caiu na preferência defotógrafos e designers do mundo todo.
A Fot6graphos testou uma versãobeta e traz um review do que entrará noworkflow de profissionais e apaixonadospor fotografia. Confira as mudanças!
FOTÓGRAPHOS • 62
ADOBE PHOTOSHOP CS3
dr won.-"
ExPosu'e: +O,'"C1!LJ.)
~Qff>et:
liIi:iD~
Ga"r'rnaCO'recü:ll"l:
0,91~.) ///
0elMew
CONCLUSÃO
O Photoshop CS3 já está sendo comercializado no país pelo preço de 972 dólares.Mesmo com o alto valor, a promessa é deque o software continue sendo a primeiraopção para tratamento de imagens e háquem diga até que ele vale cada centavo.
!Te• 8 •
• Exposure Â
Na lista dos "adjustments" ou "ajustes", surge a "exposure", "exposição". Aferramenta, que não aparece no Photoshop CS2, auxilia o profissional nacorreção de sub e superexposições em umresultado natural .
IM§ij'MmUle#@'i+unO'IMH'u@@" .íJfã6tt"~L.,..1Mt~&WYslJ~WIrodow~ .tlliC
"'+. O-.solocl, ar""" y O»-TI ••••••. "'~"" .J""";l..•.• J.
tros em fotografias P&B com um simplesclique. Além dos filtros azul, amarelo,vermelho e verde, com contraste normal
ou elevado, o fotógrafo pode reproduziro ND (densidade neutra) e o "infrared"
(infravermelho) em suas fotografias.
• PhotoMergerO PhotoMerger ajuda na junção de
imagens para fotos panorâmicas e acabacom a necessidade de um software adi
cional. A ferramenta consegue alinhar emisturar as camadas sem emendas mesmo
com exposições e ajustes de white balancediferentes nos registros.
'IflMNu@E§ii'§§@'.'nE;U+9.1"M,*.'6I"'~~~""&wlytII~WJndDwIjllp
"'+. o.~, Gr_ .., OtNwl •••.• "'Corottoh J I, t.:.:. J
o •••
-'""""
!:
português) .Como panode fundo da
=(liiii:J--
• • ClCJ=
0__,1,1,1...
_ ....-"'/
FERRAMENTASDestacamos cinco melhorias ou no
vidades que entraram nessa versão e queprometem facilitat a vida do fotógrafo,diminuindo o tempo de tratamento e melhorando o resultado final das imagens.
• Curves
A Adobe aperfeiçoou não só a estética,mas também a funcionalidade do "curves"
(ou «curvas")na versão em
• Brightness/contrastHá uma suave mudança no controle
de brilho e contraste. Tão discreta que,em uma primeira utilização, quase passadespercebida. Mas, agora, a ferramentaestá menos nociva, realizando um trabalho
mais inteligente, sem comprometer ospontos mais claros ou escuros. As altas eas baixas luzes - áreas de maior claridade e
de sombras, respectivamente - continuamintactas após o tratamento. A função éfácil de ser usada e perfeita para quem nãodomina técnicas mais avançadas.
VELOCIDADE
A performance do software tambémsofreu um:agrande alteração. Ele se iniciamais rápid-o,característica que elimina umdos maiores desconfortos do Photoshopnas outras versões. O desempenho doCS3 em um computador com 512 MB deRAM e processadot Pentium 4 foi bom, ea estimativa é que melhore em máquinasmais velozes e com mais memória.
caIxa, aparece o histograma de cada
fotografia,permitindo que o fotógrafo visualize quaispartes da curva correspondem aos tonsespecíficos no gráfico de cada foto .
• Black & white ~~~
A nova função de preto-ebranco é uma ferramenta direta
para conversão de fotografiascoloridas para monocromáticas.Além de ajustar a carga de pretoque cada cor vai levar, é possível,também, simular efeitos de fil-
FDTÓGRAPHOS • 63
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FOTÓGRAPHOS • 64
DOS LEITORES
CEP 01452-001 - Sio P8uIo - SP.1l....."..
Agradecemos a cada um de vocês pelo carinho e
atenção que temos recebido. Continuem participando,
enviando suas mensagens por carta ou e-mail.
CARTASDOS LEITORES
l~
1JJ1fl1~~.t'f:, ,·/0\1/lf1li Gli' li"0 . ~. :,
~~- 1../1 _I .~r
GOSTARIA de parabenizar o pessoal da revistapelo excelenre conreúdoque vem se mantendo emtodas as edições.Informações perrinenres e fotosde excelenre qualidadedemonstram o cuida
do com que a revista édesenvolvida. Uma pedra preciosa
neste mercado edirorial. Em tempo, adoreia reporragem sobre stilllife. E, apesar de serfotógrafa de paisagem e natureza, fiqueiapaixonada pelas possibilidades artísticasdo still. Agora é segurar a ansiedade paraesperar mais um mês por esta deliciosarevista. Obs.: faço parte da comunidade da revista no Flickr, mas acreditava
que somenre foros publicadas na revistapoderiam ser exposras lá. Vou rrarar de separaralgumas para inserir no grupo. :-) Beijos!Flávia Barbieri Soares (Recreio/R))
Editor: Di, Fldvia! Muito obrigado pelo seu
carinho e apoio. Também fico admirado com as
possibilidades artísticas que o tema stil! propor
ciona. Ah, e não se esqueça de enviar suas fOtos
por e-mail ou colocá-Ias no Flicla. Beijos.
SOU LEITOR da Fotógraphos desde o primeiro número. Aguardo cada edição, semprecom muita ansiedade, pois a bimestralidade éuma verdadeira torrura para o fielleiror. Acabo de lançar um livro de forografias, resultadode quase rrés anos de viagens pelas esrradas earrérias da Paraíba. Do liroral ao serrão. Gos
taria muiro de ver este meu trabalho divulgado em sua magnífica revista. Antecipadamente, agradeço e passo-lhes algumas informaçõessobre a citada obra. Um grande abraço.Guy Joseph Qoão PessoalPB)
Editor: Di, Guy! Achei o seu trabalho realmente
interessante. Temos recebiM várias propostas de
matérias eprocuro dar espaço a toMs na medida Mpossível Uiu colocar sua obra nas próximas pautas
e, caso seja escolhida para publicação, entrarei em
contato, ok? Fico muito agradeciM pela sua colabo
ração epelos elogios e aproveito para parabenizá-lo
novamente pelo seu bonito trabalho. Qualquer dú
vida, entre em contato, estou à disposição.
SOU ALUNA do terceiro ano de jornalismo.Embora eu adore fotografar momenros pessoais,como viagens, passeios com amigos, aniversários, enfim, reconheço que sou amadora nesseassunro e que preciso de conhecimenros técnicos e específicospara dar autenticidade ao meurrabalho. Gostaria de saber se existe a possibilidade de visitar a redação da revistae conhecer osmecanismos que envolvem a criação de uma revista de forografia. Achei incrível a matéria sobrea cidade de Sanros. Parabéns, ficou linda!
Cássia Nascimento (por e-mail)Editor: Cdssia, envie um e-mail para nós (reda[email protected])ecombinaremosuma
visita. Agradeço seus elogios e o seu interesse.
SOU MAIS um dos fãs da Fotógraphos. Tenho todos os exemplares publicados. Quandouma nova revista chega às bancas, saio literalmenre correndo para comprá-Ia com medo deperder algum número. Tomei coragem e agora
estou envian
do minhas
foros para aGaleria. Souamador ebusco a cada
dia me aprimorar mais.
Um grande abraço.Telémaco Queiroz Júnior (por e-mail)
Editor: D importante é estar em constante
busca de aprimoramento. E, pelo que pudever do seu trabalho, você tem um bom
olhar fOtográfico, parabéns!
PARABENIZO a Fotógraphos pelomagnífico material que rem sido editado ao longo desses dois anos. É umapublicação ímpar, que sabe equilibrar
harmonicamenre a quantidade de informações escrita e visual, e, por sinal, é impressa emum material de elevada qualidade gráfica. Posso imaginar as inúmeras dificuldades encontradas para editar uma publicação desse porree segmenro em nosso país. No enranro, seriade grande valia se a revista pudesse incorporarmais páginas, realizar promoções e concursose ter uma periodicidade mensal. Aproveiro aoportunidade para sugerir uma reporragemsobre High Dynamic Range (HDR). Vidalonga à Fotógraphos! Abraços.Carlos Marcelo Ribeiro (por e-mail)Editor: Carlos, já temos alguns projetos de concur
sos epromoções, que inftlizmente não aconteceram
ainda por conta da dificuldade de conseguir o apoio
das empresas que atuam no segmento fOtográfico
em nossopaís, mesmo com todas as qualidades que
perseguimos e que você citou em sua mensagem.
Agradeço o seu apoio e aviso que a sua dica entrará
em uma das próximas pautas. Abraços.
LENDO A EDiÇÃO nO9, uma coisa me chamou a
atenção na matéria "Cenas
Urbanas". Na legenda da foroda Estação da Luz, de FelipeAguilar, vocês informam 10scomo tempo de exposição.Não seria 1II0s? Creio que10s deixariam as pessoas
mais borradas em movimenro!
Espero um dia poder ver minhas foros es
tampadas na revista!Achei na Fotógraphos rudoo que precisava para estar atualizado e pretendocolaborar sempre que possível. Meus parabéns!Alessandro Tadeu (Birigili/SP)Editor: Uicê tem razão. Realmente as pessoas fi
cariam mais borradas com o tempo de exposição
de 1Os. Quanto às suas fOtos, estão muito boni
tas. Caso alguma seja selecionada, entraremos em
contato. Agradeço seu apoio e sua participação!
~.. ".
. ~" ..,;...... "'r, • __~ __ --..,,_~ -t'l':'", ' •.
-....•~'" ..... ':""if'I .~
~,' ".. ~ .• ,., .'-1 li 'íIfJlt' , 1iIt •
I "... . :JI.IJJiI'l..lI~ lJll!I~1IQ !
FOTÓGRAPHOS • 65
POR QUE A FOTOGRAFIA?
Por que a fotografia?por Armando Vernaglia Jr., texto e foto
Afinal, por que você foto
grafa? A pergunta que dá
título a este artigo nor
malmente não é cogitada por
muitos daqueles que elegem a
fotografia como seu trabalho
ou hobby, mas talvez seja per
tlnente perguntar.
Em busca de uma respos
ta para essa questão, passei a. .
questlonar a mim mesmo e a
meus alunos, amigos, fotógra
fos profissionais e amadores
sobre os motivos que levaram
cada um a ter, nessas Ima
gens estáticas e bidimensio
naIS, impressas em papel ou
apresentadas numa tela, sua
maneira de expressar idéias,
momentos, fatos, angústias,
alegrias e inquietações.
Recebi todo tipo de res
posta: Uns não escolheram,
na verdade foram escolhidos,
e, quando perceberam, já ha
viam sido contaminados pelo
vírus fotográfico e não con
seguiam mais parar. Outros tinham In
quietações sociais, desejavam mostrar ao
mundo algo que eles viam e que os inco
modava profundamente. Alguns preten
diam dividir suas alegrias com pessoas
que não puderam presenciar os mesmos
momentos: o casamento, o nascimento
do primeiro filho, a viagem inesquecível,
a festa com os amigos e por aí vai.
Os motivos formam uma lista infin
dável de situações pessoais e universais;
afinal, felicidade, angústia, tristeza, sau-
dade e tantos outros sentimentos são
vividos individualmente, mas comparti
lhados de alguma forma por todos nós.
É nessa relação entre nosso íntimo
e o coletivo que talvez resida o segredo
da fotografia, pois, quando vivemos um
momento único e o registramos, coloca
mos nosso íntimo numa imagem, algo
que dispensa palavras para ser compre
endido por qualquer outro ser humano,
não importa a língua falada, o país em
que vivemos ou qualquer outra barreira
FOTÓGRAPHOS • 66
imposta por fronteiras e cos
tumes. Uma imagem tem po
der de síntese, de traduzir-se
em qualquer língua e contar
histórias. Assim, passamos
adiante algo que é nosso para
o mundo; podemos expressar
o que vemos e sentimos de
forma absolutamente livre.
Um grande amigo e exce
lente fotógrafo disse: "Fotogra
fo porque escrevo muito mal."
Na verdade, ele escreve bem,
porém talvez não tenha notado
que seria impossível escrever
em todas as línguas do mun
do para poder mostrar a todos
aquilo que pensa, mas, com
suas fotos, ele pode deixar fluir
a criatividade e se expressar sem
precisar de tradutores.
Acredito que o denomi
nador comum entre todas as. .
respostas que OUVI para mI-
nha pergunta seja o fato de
que fotografamos para contar
histórias, para dizer algo ao
mundo, algo que pensamos, imagina-. .
mos, presenCIamos ou sentlmos, e que,
na fotografia, temos liberdade plena para
tornar tudo visível.
Lembre-se disso em suas próximas
fotos, divida com o mundo aquilo que
só você vê, pensa e sente. •
Armando Vernaglia junior éfotógrafo publi
citário, palestrante e professor de fotografia na
escola Riguardare, em São Paulo. Seu trabalho
pode ser visto no site: www.spimagens.com.br.
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