Fósforo: função, metabolismo e recomendação

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________________________________________________________ NUTRIR GERAIS – Revista Digital de Nutrição – Ipatinga: Unileste-MG, V. 1 – N. 1 – Ago./Dez. 2007. FÓSFORO: FUNÇÃO, METABOLISMO E RECOMENDAÇÕES PHOSPHORUS: FUNCTION, METABOLISM AND RECOMMENDATION TATIANA COURA OLIVEIRA Docente do Curso de Nutrição do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – Unileste- MG E-mail: [email protected] RESUMO Os minerais são elementos inorgânicos amplamente distribuídos na natureza e que, no organismo, desempenham uma variedade expressiva de funções metabólicas que incluem ativação, regulação, transmissão e controle. O fósforo constitui aproximadamente 1% do peso corpóreo do ser humano, estando presente principalmente na forma de PO 4 -3 . Cerca de 90% do fósforo encontra-se nos ossos. O restante relaciona-se a uma série de funções metabólicas, sendo metade dessa quantidade encontrada nos músculos. As principais funções do fósforo relacionam-se com a mineralização óssea e dos dentes, mas também participa do metabolismo energético. É importante ainda na absorção e no transporte de nutrientes, na regulação da atividade protéica e no balanço ácido-básico. Assim este artigo se propôs a apresentar uma revisão sobre o fósforo, considerando sua função, metabolismo e recomendações de acordo com as Dietary Reference Intakes, para diferentes faixas etárias, estados fisiológicos e gênero. Palavras-chave: fósforo, Ingestão Dietética de Referência, deficiência, biodisponibilidade ABSTRACT The minerals are inorganic elements widely distributed in the nature and play an expressive variety of metabolic functions in the organism activation, regulation, transmission and control. Phosphorus approximately constitutes 1% of the corporeal weight of the human beings, and it is present mainly as PO 4 -3 . About 90% of the phosphorus is found in the bones. The rest is related to many metabolic functions, and half of this amount is found in the muscles. The main functions of phosphorus are related to the bone and teeth mineralization, but it also takes place in the energy metabolism. It is important in the absorption and transport of nutrients, in the regulation of the protein activity and in the acid-basic balance. The purpose of this article is to present a review of phosphorus considering its functions, metabolism and recommendations, according to Dietary References Intakes, for different ages, physiological conditions and gender. Key words: phosphorus, Dietary References Intake, deficiency, bioavailability.

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NUTRIR GERAIS – Revista Digital de Nutrição – Ipatinga: Unileste-MG, V. 1 – N. 1 – Ago./Dez. 2007.

FÓSFORO: FUNÇÃO, METABOLISMO E RECOMENDAÇÕES

PHOSPHORUS: FUNCTION, METABOLISM AND RECOMMENDATION

TATIANA COURA OLIVEIRA Docente do Curso de Nutrição do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais – Unileste-MG E-mail: [email protected]

RESUMO Os minerais são elementos inorgânicos amplamente distribuídos na natureza e que, no organismo, desempenham uma variedade expressiva de funções metabólicas que incluem ativação, regulação, transmissão e controle. O fósforo constitui aproximadamente 1% do peso corpóreo do ser humano, estando presente principalmente na forma de PO4

-3. Cerca de 90% do fósforo encontra-se nos ossos. O restante relaciona-se a uma série de funções metabólicas, sendo metade dessa quantidade encontrada nos músculos. As principais funções do fósforo relacionam-se com a mineralização óssea e dos dentes, mas também participa do metabolismo energético. É importante ainda na absorção e no transporte de nutrientes, na regulação da atividade protéica e no balanço ácido-básico. Assim este artigo se propôs a apresentar uma revisão sobre o fósforo, considerando sua função, metabolismo e recomendações de acordo com as Dietary Reference Intakes, para diferentes faixas etárias, estados fisiológicos e gênero.

Palavras-chave: fósforo, Ingestão Dietética de Referência, deficiência, biodisponibilidade

ABSTRACT The minerals are inorganic elements widely distributed in the nature and play an expressive variety of metabolic functions in the organism activation, regulation, transmission and control. Phosphorus approximately constitutes 1% of the corporeal weight of the human beings, and it is present mainly as PO4

-3. About 90% of the phosphorus is found in the bones. The rest is related to many metabolic functions, and half of this amount is found in the muscles. The main functions of phosphorus are related to the bone and teeth mineralization, but it also takes place in the energy metabolism. It is important in the absorption and transport of nutrients, in the regulation of the protein activity and in the acid-basic balance. The purpose of this article is to present a review of phosphorus considering its functions, metabolism and recommendations, according to Dietary References Intakes, for different ages, physiological conditions and gender. Key words: phosphorus, Dietary References Intake, deficiency, bioavailability.

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INTRODUÇÃO

A necessidade de uma alimentação balanceada e suficiente para garantir o crescimento

e o desenvolvimento normal dos seres humanos sempre foi motivo de pesquisa. Assim,

padrões de referência nutricional buscam identificar as quantidades de nutrientes necessárias à

alimentação de indivíduos saudáveis ou não.

Desde a década de 40 diversos pesquisadores, reunidos inicialmente nos Estados

Unidos e Canadá por meio da Food and Nutrition Board (FNB) e pelo National Research

Council (NRC), vêm realizando levantamentos nutricionais com o intuito de estabelecer

recomendações dietéticas (PADOVANI et al., 2006).

A primeira Recommended Dietary Allowances (RDA) surgiu em 1941, estava

direcionada à população americana e possuía valores recomendados para energia e proteína,

alguns minerais como ferro e cálcio e vitaminas A e D, tiamina, riboflavina e os ácidos

ascórbico e nicotinamínico (SANTOS et al., 2005).

Em 1989 foi publicada a décima edição da RDA e a partir da década de 90, mais

precisamente 1997, a FNB e o Institute of Medicine (IOM) deram início ao desenvolvimento

de um conjunto de valores de referência para nutrientes que abrangiam recomendações e

limites toleráveis de ingestão. Este conjunto de recomendações recebeu o nome de Dietary

Reference Intake (DRI) e é constituído dos seguintes conceitos: Adequate Intake – AI

(ingestão adequada), Estimated Average Requiremente – EAR (necessidade média estimada),

Recommended Dietary Allowances – RDA (cota diária recomendada) e Tolerable Upper

Intake Levels – UL (nível de ingestão máxima tolerável (IOM, 1997; IOM, 2006;

COZZOLINO, 2007).

A AI é baseada em níveis de ingestão derivados experimentalmente ou por

aproximação da média de ingestão do nutriente por um grupo (ou grupos) de indivíduos

aparentemente saudáveis, que mantêm um estado nutricional definido ou determinado critério

de adequação (crescimento normal, manutenção de níveis normais de nutrientes no plasma, e

outros aspectos de adequação nutricional ou estado geral de saúde). É utilizada quando não

existem informações suficientes para estabelecer a EAR e conseqüentemente a RDA. Espera-

se que a AI exceda a RDA em um critério específico de adequação. Na ausência de RDA, a

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AI é utilizada como meta de ingestão individual (PADOVANI et al., 2006; COZZOLINO,

2007).

A EAR representa o valor estimado de ingestão de um nutriente para cobrir a

necessidade de 50% dos indivíduos saudáveis de determinada faixa etária, estado fisiológico e

sexo.

A RDA refere-se ao nível de ingestão suficiente para cobrir as necessidades de quase

todos os indivíduos saudáveis (97 a 98%) em determinada faixa etária, estado fisiológico e

sexo. A RDA é feita individualmente, sendo RDA = EAR + 2 DPEAR. Se não houver dados

suficientes para estimar o desvio-padrão da ingestão, ou se o desvio-padrão relatado na

literatura for inconsistente, assume-se um coeficiente de variação (CV) de 10% ou 15% para a

maioria dos nutrientes (SANTOS et al., 2005).

A UL é o nível mais alto de ingestão diária do nutriente isento de efeitos adversos à

saúde para quase todos os indivíduos da população (MARCHIONI et al., 2004;

COZZOLINO, 2007).

Tendo em vista que algumas estratégias de combate às deficiências nutricionais

incluem a fortificação de alimentos com minerais ou mesmo o uso de suplementação em

populações de risco e considerando-se o delicado elo da biodisponibilidade entre minerais,

principalmente quanto ao fósforo e ao cálcio, o objetivo deste trabalho foi fazer uma

discussão sobre o fósforo, dando ênfase as recomendações de acordo com as DRIs, sua

função, metabolismo e sua inter-relação com o cálcio.

MÉTODOS

Realizou-se um levantamento bibliográfico em bases de dados eletrônicos ou não, com

o objetivo de identificar estudos publicados nos últimos anos, que apresentassem dados sobre

fonte, metabolismo, recomendação e interações do fósforo. A revisão de literatura foi

realizada utilizando-se para a base de dados eletrônica os termos “phosphorus intake,

phosphorus deficiency, Dietary Reference Intake, phosphorus/calcium balance”.

FONTES ALIMENTARES

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O fósforo (P) é amplamente distribuído na natureza, sendo encontrado em todas as

células, o que significa que todas as fontes alimentares (vegetais ou animais) são potenciais

fontes de fósforo. É encontrado também em bebidas carbonatadas na forma de fosfato. Assim,

pode-se considerar rara sua deficiência primária (BOUR et al., 1976).

Está intimamente associado ao cálcio (Ca) na nutrição humana, sendo chamado de seu

gêmeo metabólico. Para ajudar a manter o equilíbrio normal sérico Ca/P, as quantidades

desses minerais na dieta devem ser equilibradas na proporção de 1:1. Os fatores que

favorecem ou dificultam a absorção do fósforo são praticamente os mesmos que atuam na

absorção do cálcio (CALVO, 1988).

De maneira geral, sua biodisponibilidade é maior nos produtos de origem animal

(70%) do que nos de origem vegetal, é encontrado principalmente como composto orgânico e

quando hidrolisado no trato gastrintestinal, libera fósforo inorgânico que fica disponível para

absorção (SHAPIRO e HEANEYB, 2003).

Diversos alimentos são fontes de fósforo, mas merecem destaque os alimentos

protéicos de origem animal, principalmente as carnes vermelhas e brancas, víceras e produtos

lácteos, no leite, a biodisponibilidade pode variar de 65 a 90%, sendo mais biodisponível no

leite humano que no de vaca (COZZOLINO, 2007).

Na composição de uma dieta ocidental, aproximadamente 65% do fósforo é

proveniente das fontes protéicas animais; 20 % dos cereais e leguminosas; 10 % das frutas e o

restante de bebidas carbonatadas (SHAPIRO e HEANEYB, 2003). Verificam-se na Tabela 1

alguns alimentos fontes de fósforo.

Tabela 1 – Alimentos ricos em fósforo usualmente consumidos.

Alimentos Peso (g) Fósforo (mg)

Sardinha 100 425

Iogurte desnatado 100 144

Carne de porco cozida 100 228

Bife bovino 100 221

Soja assada 100 649

Ervilha verde cozida 100 90

Fonte: Adaptado de COZZOLINO, 2007.

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Re Ade

Indivíduos vegetarianos precisam de uma criteriosa avaliação da biodisponibilidade do

fósforo dietético, porque nos cereais, leguminosas, hortaliças e frutas o fósforo se encontra

principalmente na forma de ácido fítico, hexafosfato de mioinositol, um potencial formador

de quelatos (TZAPHIDOUA e ZAICHICK, 2002). Este por sua vez, é muito pouco digerido

no trato gastrintestinal humano, pois o homem não possui fitase, uma enzima necessária para

degradar e liberar o fósforo do fitato. Por isso ressalta-se importante a presença de seres

procariotas (leveduras e bactérias) na alimentação humana por promoverem o crescimento de

massas e por liberar seu conteúdo fosfórico, uma vez que contêm fitase (MECHICA, 1999).

O estudo multicêntrico realizado pelo Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição

(INAN, 1990) observou uma diferença na ingestão de fósforo na dieta do brasileiro. O

consumo de fósforo dietético variava em função da renda per capita familiar, mesmo assim

verifica-se a uma abundância em seu consumo (Tabela 2).

Tabela 2 – Adequação da ingestão de fósforo de acordo com a renda per capita familiar.

nda familiar (salários mínimos) quação no consumo de fósforo (%) Até 0,5 71 a 110 > 10, 1541 a 235

Fonte:

FUNÇÃO E METABOLISMO

O fósforo tem a função de tamponar sistemas ácidos ou alcalinos, auxiliando na

manute

o. A absorção ocorre ao

longo de todo o intestino, sendo m

icrovilosidades intestinais envolve um

componente ativo transcelular e um com

INAN, 1990

nção do pH, no armazenamento temporário de energia provinda do metabolismo de

macronutrientes, na forma de ATP, além de ser responsável pela ativação, por meio da

fosforilação de diversas cascatas enzimáticas (COZZOLINO, 2007).

Numa dieta mista, cerca de 60 e 70% do fósforo é absorvid

aior no jejuno, menor no duodeno e mínima no íleo

(KAYNE et al., 1993; LOGHMAN-ADHAM, 1993).

O transporte do fósforo acontece através das m

ponente difusional dependente de concentração

(HARRISON e HARRISON, 1961; LEE et al., 1986). O mais importante é o transporte ativo,

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e fósforo é proporcional à sua ingestão, quando esta se encontra dentro de

valores

do fósforo absorvido é excretado por via renal, sendo essa

excreçã

de filtração glomerular de 120 mL/min e com

ingestã

al

hormôn

ão

nos m

xcreção, a reabsorção

torna-s

dependente do gradiente de sódio, co-transporte (BERNER et al., 1976). O componente

difusional independente de sódio representa 30 a 50% da absorção total (BOROWITZ e

GHISHAN, 1989).

A absorção d

normais. Entretanto, quando o aporte dietético de fósforo é reduzido, ocorre um

aumento na eficiência absortiva e, quando este se encontra elevado, a absorção diminui. Essa

resposta adaptativa ao fósforo dietético é específica do co-transporte sódio/fósforo

(LOGHMAN-ADHAM, 1993).

Aproximadamente 90%

o mediada pelo paratormônio (PTH) e quando seus níveis plasmáticos encontram-se

abaixo de 2,5 mg/dL, em decorrência de uma anormalidade qualquer, instala-se um quadro de

hipofosfatemia (LOTSCHER et al., 1996).

Em um adulto normal, com taxa

o normal de fósforo, aproximadamente 7.000 mg de fósforo são filtrados por dia.

Cerca de 90% do fósforo filtrado é reabsorvido pelos túbulos e aproximadamente 12% é

excretado na urina (LEMANN, 1993). O túbulo proximal é o maior sítio de reabsorção de

fósforo. Entre 60 a 70% da carga filtrada de fósforo é reabsorvida no túbulo proximal e 10 a

20% nos segmentos mais distais do néfron (STRICKLER et al., 1964; KNOX et al., 1977).

O transporte renal de fósforo é regulado por fatores hormonais e dietéticos. O princip

io envolvido nessa regulação é o PTH. Na presença de níveis elevados de PTH, o

limiar da concentração plasmática na qual ocorre a máxima reabsorção de P em relação à

filtração glomerular (TmP/TFG) diminui. Esse fato está associado com uma redução no

transporte na membrana da borda em escova (EVERS et al., 1978). Os detalhes moleculares

da ação do PTH no transporte renal de fósforo ainda não foram totalmente compreendidos.

À medida que os níveis séricos de fósforo plasmático aumentam, ocorre uma elevaç

ecanismos de filtração e a reabsorção de fósforo, sendo o mecanismo reabsortivo

rapidamente saturado e a excreção aumentada em proporção à carga filtrada. A concentração

plasmática na qual ocorre a máxima reabsorção de fósforo em relação à filtração glomerular é

muito próxima da concentração plasmática de fósforo no jejum, indicando que a regulação

renal de fósforo sucede em uma estreita faixa (SUKI e ROUSE, 1996).

A ingestão dietética de fósforo influencia sua reabsorção e e

e aumentada em animais submetidos a uma dieta restrita em fósforo e diminuída

quando o conteúdo de fósforo dietético está elevado. A adaptação tubular ao fósforo dietético

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otente deles, o 1,25-di-

hidroxi

artir de mudanças no componente ativo

de tran

erações na

taxa m

ce

e outra

ento adaptativo no transporte intestinal de fósforo dependente de sódio, em

respost

é independente do PTH ou da calcitonina, uma vez que tal adaptação também é encontrada

em animais tireoparatiroidectomizados (CZAJKWSKI et al., 2003).

Os metabólitos da vitamina D, especialmente o mais p

calciferol ou calcitriol, promovem aumento da absorção de fósforo, por mecanismo

ativo, tanto em indivíduos normais quanto em pacientes urêmicos (DANISI et al., 1990;

BUSHINSKY et al., 1985). Em ratos, a administração de 1,25-di-hidroxicalciferol aumentou

a absorção de fósforo em todos os segmentos do intestino delgado. O maior efeito, contudo,

ocorreu no jejuno (ALLEN e WOOD, 1994). O PTH, por outro lado, parece exercer efeito

indireto na regulação da absorção intestinal de fósforo através da estimulação da síntese renal

de 1,25-di-hidroxicalciferol (RIZZOLI et al., 1977).

Essa capacidade tubular adaptativa ocorre a p

sporte de fósforo dependente de sódio, não acontecendo alterações no transporte

passivo. Este último, entretanto, representa menos de 10% da taxa de transporte total de

fósforo (CHENG et al., 1983; BARRETT et al., 1990; CZAJKWSKI et al., 2003).

Os efeitos do fósforo dietético no seu transporte renal refletem-se em alt

áxima de transporte (Vmax) do co-transporte de sódio/fósforo (Na/P), sem

modificações na afinidade do transportador por fósforo, o que sugere um aumento no número

ou no turnover dos transportadores na membrana da borda em escova (KEMPSON, 1985).

A adaptação renal à restrição de fósforo envolve duas fases distintas: uma fase preco

crônica. A primeira ocorre rapidamente, entre 2 a 4 horas, é precedida por uma

redução na concentração de fósforo sérico, é independente de PTH e não requer síntese

protéica. A fase crônica leva vários dias para se completar e requer novamente a síntese de co-

transportadores (LOTSCHER, 1996). Em ratos idosos, a adaptação renal à restrição de fósforo

está prejudicada e parece estar associada a alterações na composição e fluidez da membrana

lipídica da borda em escova, que ocorre com a idade e também com uma diminuição da

atividade e quantidade de co-transportadores Na/P (LEVI et al., 1989; SORRIBAS et al.,

1996).

O aum

a à restrição dietética, pode ocorrer precocemente, ou seja, 48 horas após o início da

dieta restrita (LOGHMAN-ADHAM, 1997). O papel da 1,25(OH)2D3 nessa resposta

adaptativa ainda é controvertido, visto que estudos in vitro demonstraram que vesículas da

membrana estriada das vilosidades intestinais de ratos eutróficos ou com deficiência induzida

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de vitamina D, apresentaram aumento adaptativo similar para absorção de fósforo em resposta

à dieta restrita (DANISI et al., 1990).

ADEQUAÇÃO DA NECESSIDADE DE FÓSFORO SEGUNDO FASES DA VIDA, GÊNERO E GRUPO

No passado, não foram usados indicadores para a recomendação de fósforo. Ao

contrário, estas recomendações foram associadas às recomendações de cálcio, normalmente

em base equimolar (IOM, 2006). Nas DRIs os dois indicadores considerados para a

determinação da EAR foram: balanço do fósforo no organismo e valores fisiológicos de

fósforo sérico. Embora equilíbrio de fósforo possa parecer ser um indicador lógico de

suficiência nutricional, ele não é isoladamente o critério mais adequado, pois um adulto pode

estar com ingestão inadequada e ainda assim manter seu nível sérico dentro da normalidade

(PADOVANI et al., 2006; COZZOLINO, 2007).

Mesmo durante crescimento, o equilíbrio será positivo em proporção direta para

tecidos magros e acumulação óssea, mas o grau de equilíbrio positivo ou será limitado pela

programação genética ou por disponibilidade de outros nutrientes.

Com relação ao nível de fósforo sérico, há uma exigência clara e absoluta durante

crescimento. Assim, o menor nível estabelecido para fósforo sérico é 2,5 a 2,8 mg/dl. Para

uma evidência clara de deficiência orgânica de tecido ósseo ou magro, o nível de P sérico

deverá estar entre 0,9 a 1,6 mg/dl (PADOVANI et al., 2006).

Não há nenhum critério funcional para a recomendação de fósforo dietético do

nascimento até os 12 meses de idade. A recomendação de fósforo está baseada no crescimento

saudável de crianças alimentadas exclusivamente com leite materno e consideram-se os

valores encontrados no leite materno, os valores séricos, equilíbrio entre ingestão, utilização e

excreção como métodos determinantes da ingestão adequada deste mineral (COZZOLINO,

2007).

LEITE MATERNO

O leite materno é uma ótima fonte alimentar para crianças ao longo do primeiro ano de

vida e como fonte nutricional exclusiva durante os primeiros 4 a 6 meses de vida (IOM,

1997). Além disso, não existe nenhuma evidência de que uma criança nascida a termo,

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9

Al Fó Razão cá oro

alimentada exclusivamente com leite materno, tenha manifestado qualquer evidência de

deficiência de fósforo (EVERTS et al.,1998). A Tabela 3 apresenta a composição de fósforo e

a razão molar entre fósforo e cálcio de diferentes fontes alimentares infantis.

Tabela 3 – Conteúdo de fósforo e relação molar Ca/P na alimentação infantil.

imento sforo mmol/L lcio/fósfLeite materno (1ª semana) 5,1 ± 0,9 1,3:1 Leite 4, 1,4Leite 3, 1,5Fórm 1Fórm 15 1,2Leite 30 1

materno (4ª semana) 8 ± 0,8 :1 materno (16ª semana) 9 ± 0,5 :1 ula infantil (leite de vaca) 12 :1 ula infantil (soja) :1 de vaca integral :1

Fonte:

nsideração do AI para fósforo em crianças está baseada em dados de

crianças sau

ÓSFORO SÉRICO

Usando a criança a termo, alimentada com leite materno, como descrito anteriormente

deve possuir valores de fósforo sérico entre

A ingestão de 102 mg/dia de fósforo obtida por meio do leite humano, em crianças

saudáveis,

IOM, 1997.

Então, a co

dáveis, a termo, alimentadas com leite humano durante o primeiro ano de vida.

Destaca-se que a reduzida concentração de fósforo encontrado no leite materno é benéfica ao

recém nascido, uma vez que induz uma diminuição no pH fecal podendo levar a uma redução

na flora patogênica intestinal (COZZOLINO, 2007).

F

5,8 e 7,5 mg/dL. Esta variação é decorrente da

queda dos níveis séricos durante as primeiras 6 semanas de vida (GREER e GARN, 1982). As

razões desse declínio nas crianças são o aumento do ritmo de filtração glomerular

(CZAJKWSKI et al., 2003), o declínio na concentração de fósforo em leite materno com

avançar lactação e, possivelmente uma resposta inadequada do PTH para o fósforo sérico

durante o princípio da vida de neonatal (DeVIZIA e MANSI, 1992).

EQUILÍBRIO

fornece um balanço positivo de fósforo; com uma eficiência de 85% na absorção e

uma retenção líquida de 59 mg/dia (FOMON e NELSON, 1993).

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10

Id Quantidade recomendada (mg/dia)

CRESCIMENTO

São calculados incrementos de fósforo corporal durante os primeiros 6 meses de vida,

variando de 11 a 28 mg/dia; quantidade esta facilmente obtida do leite materno (FOMON e

NELSON, 1993).

AI PARA CRIANÇAS DE 7 A 12 MESES

Baseando-se nos estudos de Dewey et al., (1987), a ingestão média de 600 mL/dia de

leite por crianças forneceria 75 mg/dia. Então, para se determinar a ingestão de fósforo nesta

faixa etária torna-se necessário estimar a contribuição da alimentação complementar.

Specker et al., (1997) mostraram que 40 crianças com idades entre 9 e 12 meses,

alimentadas com uma fórmula-padrão e alimentos complementares tiveram ingestão de 151

mg e 255 mg/dia de fósforo, respectivamente. Este resultado está de acordo com o obtido pelo

NHANES II (1976 – 1980) que após análise de recordatório de 24 horas de crianças de 7 a 12

meses, verificou uma ingestão dietética média de 155 a 186 mg/dia (MONTALTO e

BENSON, 1986). Assim a AI é dada na Tabela 4.

Tabela 4 – Ingestão Adequada para crianças de 0 a 12 meses.

ade (meses)

0 a 6 100

7 a 1 272 5

Fonte: IOM, 1997. NECESSIDADE ESTIMADA PARA CRIANÇAS DE 1 A 3 ANOS

Em razão da inexistência de dados sobre o fósforo sérico ou balanço fosfórico e das

limitadas informações sobre o conteúdo mineral de crianças nesta faixa etária, um indicador

substituto foi adotado (IOM, 1997).

A estimativa do crescimento corporal foi usada baseando-se no conhecimento da

composição dos tecidos e na razão de crescimento. O conteúdo fosfórico dos tecidos ósseos

aumenta gradativamente com a idade (FOMON et al., 1982). O valor obtido para acréscimo

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de fósforo em massa magra e tecidos ósseos é amparado por estimativas de retenção de

fósforo, 10 g/kg de peso corporal adquirido, derivados de estudos de balanço em indivíduos

com idades entre 4 e 12 anos, corrigido pela média do ganho de peso para crianças de 1 a 3

anos (FOMON et al., 1982).

Quando meninos e meninas são avaliados, um total de 2,36 kg de peso é adquirido

neste período. Assim, ocorre um incremento total de fósforo de 23,6 g e que exige um

acréscimo diário de fósforo seja de 62 mg. Para se obter a EAR, os especialistas empregaram

um modelo fatorial com valor derivado para acréscimo de fósforo, o conhecimento sobre o

aumento do fósforo urinário relacionado ao seu consumo originou uma equação para adultos.

Uma aproximação foi desenvolvida para crianças. Usando a equação: Purinário = 1,73 +

0,512 x Pingerido, sendo o valor ingerido de 310 mg, chegou-se a um valor de Purinário de 54

mg. Para uma estimativa conservadora da eficiência da absorção de fósforo de 70% poder-se-

ia utilizar a equação: EAR = acréscimo + perdas urinárias / fração da absorção. Assim a EAR

de fósforo para crianças de 1 a 3 anos é de 380 mg /dia (IOM, 1997).

COTA DIÁRIA RECOMENDADA PARA CRIANÇAS DE 1 A 3 ANOS

As necessidades não puderam ser determinadas a partir dos dados científicos

disponíveis. Assim, um coeficiente de variação (CV) de 10% foi usado, resultando na RDA

de 460 mg/dia (IOM, 1997).

NECESSIDADE ESTIMADA PARA CRIANÇAS DE 4 A 8 ANOS

O método de aproximação fatorial baseada no critério de substituição do acréscimo de

fósforo nos ossos e tecidos foi o mesmo para crianças de 4 a 8 anos. Ao se calcular o

acréscimo de fósforo neste intervalo de idade, evidenciou-se que não há grande diferença no

acúmulo de fósforo entre crianças de 4 a 6 e 6 a 8 anos. Isso forneceu o suporte para unir as

idades em termos de necessidade de fósforo (IOM, 1997).

O valor médio global de fósforo necessário para meninos é de 62mg/dia. O valor de

40,8 mg/dia para meninas reflete as diferenças na quantidade de tecidos ósseos de massa

magra entre os sexos neste intervalo de idade. O valor derivado para acréscimo de fósforo em

tecidos magros e ósseos é sustentado por estimativas de retenção de fósforo de estudos de

balaço em crianças de 4 a 12 anos, no qual a retenção de 10 g/kg foi aplicada para se calcular

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a média de ganho de peso a mais no intervalo de idade. Para meninos aproximadamente 2,5

kg são adquiridos a cada ano. Assim, o total em incremento será de 21,6 g, ou seja, 60 mg e

62 mg/dia para meninos e meninas, respectivamente (IOM, 1997).

As estimativas são similares às calculadas pela soma do acréscimo de fósforo nos

compartimentos corporais. Para a estimativa fatorial da EAR em crianças de 4 a 8 anos,

utilizando-se a quantidade previamente estimada para crianças de 1 a 3 e um acréscimo de 62

mg/dia, resultando num valor de EAR de 405 mg/dia (COZZOLINO, 2007).

COTA DIÁRIA RECOMENDADA PARA CRIANÇAS DE 4 A 8 ANOS

A variação nos requerimentos também não pôde ser determinada pelos dados

disponíveis. Assim um CV de 10% foi utilizado, resultando em uma RDA de 500 mg/dia

(COZZOLINO, 2007).

NECESSIDADE ESTIMADA PARA INDIVÍDUOS DE 9 A 18 ANOS

Durante o período de rápido crescimento da adolescência baseou-se a estimativa da

necessidade de fósforo através da observação do balanço do crescimento. Poucos estudos de

balanço têm sido ou foram conduzidos sobre este tema neste grupo. A insuficiência de dados

leva à mesma aproximação usada para calcular crescimento tecidual de crianças de 1 a 8 anos.

A ingestão necessária de fósforo para o crescimento ósseo e de tecidos pode ser calculada e

ajustada pela excreção e reabsorção urinária (IOM, 1997).

A limitação das aproximações desta categoria ocorre porque valores de crescimento

tecidual em adolescentes com mais de 14 anos não estão disponíveis. Assim predizer as

necessidades para adolescentes mais velhos poderia não ser o mais adequado (IOM, 1997).

Slemenda et al., (1994) observaram que ocorria em crianças brancas com idade entre 6

e 14 anos um aumento do peso de 10,9 ± 0,9 kg durante a puberdade, enquanto na pós-

puberdade este aumento era de 6,98 ± 4,54 kg. Sendo a razão de crescimento maior e mais

tardia em meninos do que meninas, o ganho de peso durante este período chegou a ser

aproximadamente 50 % do ideal do peso adulto.

O ganho de massa magra foi determinado pela subtração da gordura do total do ganho

de peso. A porcentagem da gordura corporal foi de 14,2 para meninos com 13,2 anos, e 20,2

para meninas com média de idade de 10,5 anos (SLEMENDA et al., 1994). OO ggaannhhoo ddee tteecciiddoo

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Id EA

óósssseeoo ffooii bbaasseeaaddoo eemm eessttuuddoo ccoomm aaddoolleesscceenntteess ccaannaaddeennsseess,, ooss mmeenniinnooss aapprreesseennttaarraamm ppiiccoo ddee

mmiinneerraalliizzaaççããoo óósssseeaa ccoomm 1133,,33 aannooss eemm mmééddiiaa ee uumm iinnccrreemmeennttoo ddee ffóóssffoorroo 332200 gg//aannoo ee

eennqquuaannttoo qquuee aass mmeenniinnaass aapprreesseennttaarraamm oo ppiiccoo ddee mmiinneerraalliizzaaççããoo aaooss 1111,,44 aannooss eemm mmééddiiaa ccoomm

uumm iinnccrreemmeennttoo ddee 224400 gg//aannoo.. CCoonnssiiddeerraannddoo uumm ccoonntteeúúddoo ddee mmiinneerraalliizzaaççããoo óósssseeaa ddee 1199 %% ee

00,,2233 %% ppaarraa oossssooss ee tteecciiddooss rreessppeeccttiivvaammeennttee,, aa nneecceessssiiddaaddee ddiiáárriiaa ddee ffóóssffoorroo dduurraannttee oo ááppiiccee

nnoo ccrreesscciimmeennttoo éé ddee aapprrooxxiimmaaddaammeennttee 220000 mmgg//ddiiaa ppaarraa mmeenniinnooss ee 115500 mmgg//ddiiaa ppaarraa mmeenniinnaass

((PPEENNNNIINNGGTTOONN,, 11999900))..

CCoonnssiiddeerraannddoo--ssee qquuee uummaa iinnggeessttããoo ddee 11000000 mmgg//ddiiaa ddee ffóóssffoorroo pprreeddiizz uummaa eexxccrreeççããoo

uurriinnáárriiaa ddee 556655 mmgg//ddiiaa.. QQuuaannddoo oo ffóóssffoorroo uurriinnáárriioo éé aaddiicciioonnaaddoo àà mmééddiiaa ddoo ffóóssffoorroo aaccuummuullaaddoo

ppaarraa aammbbooss ooss sseexxooss ((117755mmgg)),, tteemm--ssee aa nneecceessssiiddaaddee ddiieettééttiiccaa ddee 774400 mmgg//ddiiaa ((PPEENNNNIINNGGTTOONN,,

11999900))..

A eficiência absortiva avaliada em poucos estudos de balanço realizados com este

grupo variou de 60 a 80 % (GREGER et al., 1978). Isto consiste num montante de absorção

com eficiência de 60 a 65% encontrado nos adulto. Usando o valor médio da eficiência da

absorção de 70%, a ingestão de fósforo pra cobrir o acréscimo tecidual e as perdas urinárias

seria de 1055 mg/dia para ambos os sexos. A EAR neste caso é de 1.055 mg/dia (IOM, 1997).

COTA DIÁRIA RECOMENDADA PARA INDIVÍDUOS DE 9 A 18 ANOS

A variação nos requerimentos não pode ser determinada pelos dados disponíveis,

portanto adotou-se um CV de 10%, o que resultou numa RDA de 1.250 mg/dia (IOM, 1997).

NECESSIDADE ESTIMADA DE INDIVÍDUOS 19 A 50 ANOS

A extrapolação de fósforo absorvido de acordo com o fósforo ingerido está baseada

em eficiência de absorção de 60 a 65 % valor este observado em estudos com adultos que

usavam dietas mistas (IOM, 1997). Desta forma, a EAR é descrita na Tabela 5.

Tabela 5 – Necessidade Média Estimada para indivíduos de 19 a 50 anos.

ade R mulheres e homens 19 a 5830 0 mg (18.7 mmol)/dia 31 a 5850 0 mg (18.7 mmol) /dia

Fonte: IOM, 1997.

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COTA DIÁRIA RECOMENDADA PARA INDIVÍDUOS DE 19 A 50 ANOS

Utilizando-se um CV de 10% divido à insuficiência de dados, obteve-se a RDA de 700

mg/dia (IOM, 1997)

NECESSIDADE ESTIMADA DE INDIVÍDUOS COM IDADE MAIOR OU IGUAL A 51 ANOS

Dados específicos para esta faixa etária não são encontrados, também não se conhece a

eficiência de absorção intestinal para fósforo, mas acredita-se que deva mudar

apreciavelmente. Assim considerou-se razoável adotar a mesma EAR de fósforo dos adultos

jovens para os adultos mais velhos. Sendo então a EAR estabelecida de 580 mg/dia (IOM,

1997).

COTA DIÁRIA RECOMENDADA PARA INDIVÍDUOS COM IDADE MAIOR OU IGUAL HÁ 51 ANOS

Adotou-se um CV de 10%, considerando-se uma RDA de 700 mg/dia, para homens e

mulheres com idade igual ou superior aos 51 anos (IOM, 1997).

NECESSIDADE MÉDIA ESTIMADA DURANTE A GESTAÇÃO

O conteúdo de fósforo no organismo de uma criança a termo é de 17,1 g (FOMON et

al., 1982). Algumas adaptações fisiológicas no organismo materno favorecem a absorção

intestinal de cálcio e conseqüentemente também a de fósforo (EVERTS et al., 1998).

Estudo realizado em 24 mulheres grávidas demonstrou que o balanço de fósforo

positivo aumentava com a progressão da gestação (HEANEY e SKILLMAN, 1971). A

absorção líquida de fósforo calculada nestas mulheres foi de 70%, enquanto a de mulheres

não-gravidas é de 60 a 65% (HEANEY e RECKER, 1982; CZAJKWSKI et al., 2003).

Não há, até o momento, evidência da necessidade de um aumento do nível

recomendado ou RDA de não-grávidas para grávidas. Considera-se o aumento da eficiência

absortiva de 10%, durante a gestação, suficiente para prover o fósforo necessário para o

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Id UL

crescimento fetal (HEANEY e SKILLMAN, 1971). Assim, a EAR a RDA do fósforo durante

a gestação são descritos nas Tabelas 6 e 7, respectivamente.

Tabela 6 – Necessidade Média Estimada durante a gestação.

Fonte: IOM, 1997

Id EAade (anos) R Gestação (mg/dia)

14 a 1.18 055

19 a 5850 0

Tabela 7 – Cota Diária Recomendada durante a gestação.

Id RDade (anos) A Gestação (mg/dia)

14 a 1.218 50 19 a 7050 0

Fonte: IOM, 1997

INGESTÃO MÁXIMA TOLERÁVEL

Sabe-se que altas doses de fosfato, como aditivo alimentar, podem interferir na

absorção de ferro, cobre e zinco, porém os efeitos descritos na literatura são pequenos (BOUR

et al., 1976). Não obstante, nota-se nos últimos anos uma tendência para uso aumentado de

variedade de produtos alimentícios ricos em fósforo, o que pode causar alguma interferência

em indivíduos suscetíveis (CALVO e KUMAR, 1996). Assim, verifica-se na Tabela 8 os

valores máximos toleráveis para ingestão oral.

Tabela 8 – Nível Máximo de Ingestão Tolerável em diferentes estágios fisiológicos. ade (anos) (g/dia)

1 a 8 4,0 9 a 1 3,019 a 4,0> 70 3,0Gesta 3,5Lacta 4,0

8 70

ção ção

Fonte: IOM, 1997

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RELAÇÃO CÁLCIO-FÓSFORO

Um dos fatores que interferem na biodisponibilidade dos minerais diz respeito às

interações que ocorrem entre eles (; BREMNER e BEATTIE, 1995; COZZOLINO, 2007). As

interações entre minerais podem ocorrer de forma direta ou indireta. As interações diretas são

geralmente fenômenos competitivos que ocorrem durante a absorção intestinal ou utilização

tecidual, enquanto as indiretas ocorrem quando um mineral está envolvido no metabolismo do

outro, de modo que a deficiência de um acarreta prejuízo de função do outro (COUZI et al.,

1993).

Os efeitos do cálcio no metabolismo do fósforo foram estudados em adultos

utilizando-se 200, 800 e 2.000 mg/dia de cálcio e 200 e 800 mg/dia de fósforo. A adição de

diferentes quantidades de cálcio levou a uma significante diminuição na excreção urinária de

fósforo e a um aumento na excreção fecal de fósforo (SPENCER et al., 1984).

A ingestão de 1000 mg de cálcio numa dieta contendo 372 mg de fósforo reduz sua

absorção de 70 para 31%. Também o alto conteúdo de fósforo em fórmulas infantis usadas

para garantir o crescimento de prematuros pode reduzir a absorção de magnésio

(TZAPHIDOUA e ZAICHICK, 2002).

Al-Masri (1995) estudou a absorção e excreção endógena de fósforo em frangos

alimentados com dieta contendo diferentes relações Ca:P (1:1; 1,5:1; 2:1 e 2,5:1) e observou

que quanto maior esta proporção, menor eram a absorção e a excreção endógena e maior a

retenção do fósforo. Uma diminuição na absorção aparente do fósforo também foi

evidenciada em ratos suplementados com 2, 4, 6 e 8 g/kg de ração de cálcio (WALTER et al.,

2000). Assim, observa-se que o elevado conteúdo de cálcio numa refeição pode inibir a

absorção de fósforo (SCHILLER et al., 1989).

Devido à relação entre deficiência de cálcio e osteoporose, a suplementação deste

mineral tem sido utilizada em mulheres adultas com vistas a minimizar ou mesmo prevenir

possíveis perdas ósseas associadas à idade (DAWSON-HUGHES et al., 1986).

Diversos produtos alimentícios têm sido fortificados com cálcio, especialmente

produtos para pequenas refeições como biscoitos, bolos, leite e derivados lácteos (WOOD e

ZHENG, 1997). Entretanto, um potencial efeito adverso do cálcio quando oferecido com a

refeição é a diminuição na absorção de minerais traços. Ingestões elevadas de cálcio podem

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conduzir a uma diminuição na absorção de ferro, fósforo e zinco (ARNAUD e SANCHEZ,

1996).

O consumo de cálcio nos EUA tem aumentado substancialmente durante a última

década e alcançou níveis alarmantes. Em 1999 foram produzidos 119 novos produtos

fortalecidos em cálcio e introduzidos em aproximadamente 20 milhões de casas norte-

americanas (SHAPIRO e HEANEYB, 2003). O carbonato de cálcio é atualmente usado como

fonte de cálcio em suplementos e produtos fortificados (COZZOLINO, 2007).

O uso limitado de suplementos de fósforo é em grande parte atribuível à ocorrência

onipresente, de fósforo natural na dieta norte-americana e ao consumo aumentado de fosfato

em bebidas, além disso, apesar da conclusão do IOM que o consumo de fósforo nos Estados

Unidos não afeta adversamente a saúde óssea, ainda permanecem preocupações de que um

alto consumo de fósforo adicionado a um baixo consumo cálcio pode causar hiperfosfatemia e

hipocalcemia, com aumento conseqüente da atividade da paratireóide, conduzindo a baixa

densidade óssea e suscetibilidade para fraturas (CERKLEWSKI, 2005).

Embora o consumo comum de fósforo no EUA geralmente seja considerado adequado,

possíveis deficiências de fósforo podem ser causadas por alterações principalmente no

metabolismo de energia, particularmente relacionado a programas de redução de peso, pelo

uso constante de antiácidos contendo alumínio ou mesmo através do consumo de dietas

vegetarianas (SHAPIRO, 2003). Talvez tenha maior significância a evidência de que

aproximadamente 10% de mulheres acima de 60 anos e 15% acima 80 consuma menos de 500

mg fósforo/dia, ou aproximadamente 70% da RDA (700 mg/dia). Estes baixos níveis de

ingestão de fósforo poderiam limitar atualmente o benefício do uso de terapias ósseas

(TZAPHIDOUA e ZAICHICK, 2002).

CONCLUSÃO

A Ingestão Dietética de Referência (DRI) considera informações sobre ingestão,

absorção e biodisponibilidade dos nutrientes no organismo de indivíduos eutróficos. Estas

recomendações são de extrema importância para a manutenção do estado nutricional.

Apesar do avanço que a DRI representa no campo da nutrição, sabe-se que está ainda

sujeita a alterações por causa das insuficientes informações sobre o metabolismo e balanço de

diversos nutrientes para cada faixa etária. Outro fator limitante é que são recomendações

baseadas em estudos realizados com populações de países desenvolvidos, em sua maioria

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Estados Unidos e Canadá, com características étnicas e populacionais notadamente diferentes

da população brasileira. Torna-se necessária uma visão crítica sobre os valores considerados

nas DRIs considerando-se o hábito alimentar da população brasileira quando de avaliações

populacionais de consumo alimentar.

Ressalta-se a importância de se analisar o consumo de fósforo em populações de risco,

principalmente as suplementadas com cálcio, uma vez que um desequilíbrio entre estes

nutrientes pode acarretar um desvio no metabolismo destes indivíduos.

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