Fora da seleção, Felipão também dá adeus à TV segundo a … · 2015-06-12 · que tem...

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Luiz Felipe Scolari não é mais técnico da seleção brasileira, e sem ela vai se despedir também da televisão. Antes da Copa, ele era garoto-propaganda de seis marcas – Walmart, Peugeot, Ambev, Gillette, Vivo e Sadia – e era visto com frequência em comerciais. Depois dela, vai ficar só com um contrato publicitá- rio e não tem perspectiva de aparecer em comercial algum. Walmart e Vivo afirmaram que os contratos com Scolari termi- naram no fim do Mundial e não serão renovados. O acordo com a Peugeot vai um pouco além, até agosto, e também não será estendido. A Gillette preferiu não falar, mas a Máquina do Esporte apurou que o contrato dela terminou em julho, assim como o da Sadia, que não respondeu até o fechamento deste texto. A Ambev é a única que tem contrato com o treinador até o fim do ano, para Brahma e Guaraná Antarctica, mas não tem nenhuma ação programada com a imagem dele até lá. “A maioria dos contra- tos ia até o fim da Copa. Nós já sabíamos. É claro que, se a seleção tivesse sido campeã, poderia existir a oportunidade de renovação. Mas mesmo assim recebemos mensagens de agradecimento dos patrocina- dores reafirmando a credibilida- de do Felipão”, diz Juan Brito, da Dodici Sports, agência que gerencia a carreira do técnico. Scolari era um dos nomes mais requisitados pelas mar- cas antes da Copa. Só Neymar, David Luiz e Thiago Silva tinham mais patrocinadores que ele. Fora da seleção, Felipão também dá adeus à TV 53 B O L E T I M 16/07/2014 OFERECIMENTO NÚMERO DO DIA R$ 1 bilhão é o quanto movimentaram os turistas da Copa em São Paulo, segundo a prefeitura local 1 POR LUCIANA SPACCA

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Luiz Felipe Scolari não é mais técnico da seleção brasileira, e sem ela vai se despedir também da televisão. Antes da Copa, ele era garoto-propaganda de seis marcas – Walmart, Peugeot, Ambev, Gillette, Vivo e Sadia – e era visto com frequência em comerciais. Depois dela, vai ficar só com um contrato publicitá-rio e não tem perspectiva de

aparecer em comercial algum.Walmart e Vivo afirmaram que

os contratos com Scolari termi-naram no fim do Mundial e não serão renovados. O acordo com a Peugeot vai um pouco além, até agosto, e também não será estendido. A Gillette preferiu não falar, mas a Máquina do Esporte apurou que o contrato dela terminou em julho, assim

como o da Sadia, que não respondeu até o fechamento deste texto.

A Ambev é a única que tem contrato com o treinador até o fim do ano, para Brahma e Guaraná Antarctica, mas não tem nenhuma ação programada com a imagem dele até lá.

“A maioria dos contra-tos ia até o fim da Copa. Nós já sabíamos. É claro que, se a seleção tivesse sido campeã, poderia existir a oportunidade de renovação. Mas mesmo

assim recebemos mensagens de agradecimento dos patrocina-dores reafirmando a credibilida-de do Felipão”, diz Juan Brito, da Dodici Sports, agência que gerencia a carreira do técnico.

Scolari era um dos nomes mais requisitados pelas mar-cas antes da Copa. Só Neymar, David Luiz e Thiago Silva tinham mais patrocinadores que ele.

Fora da seleção, Felipão também dá adeus à TV

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B O L E T I M

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O f E r E c I M E n T O

n ú M E r O d O d I a

R$ 1 bilhãoé o quanto movimentaram os

turistas da Copa em São Paulo, segundo a prefeitura local

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POR luciana sPacca

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PB

Uma marca concorrente asso-ciada à Copa do Mundo é um temor da grande maioria dos patrocinadores do Mundial. Todos, portanto, reservam seus direitos com ênfase e lutam contra qualquer emboscada. Mas há uma exceção nessa história: a cota de marca automobilística é dividida entre duas empresas que concorrem diretamente.

O patrocínio à Copa do Mundo é da Hyundai Motor Group, dona das duas empresas: Kia Motors Company e Hyundai Motors Com-pany. O problema é que, tanto no Brasil quanto globalmente, as

operações de ambas são com-pletamente distintas. E, durante o Mundial, isso se manteve.

Para que as duas marcas não se “encontrassem” durante a Copa e não extrapolassem os direitos de uma única cota de patrocínio à Fifa, as cidades-sede foram divididas no Brasil. Os critérios não foram revelados, mas a Kia ficou com cinco cidades, que somaram 26 partidas, e a Hyun-dai ficou com sete, 38 eventos.

Nas sedes, cada marca tem toda liberdade de ativação. Isso inclui ações dentro do estádio, placas de campo e até mesmo os ônibus das seleções, uma

propriedade exclusiva do grupo. Há apenas duas exceções: os backdrops, nos quais ambas as marcas são expostas, e os carros de apoio. Nesse caso, o grupo cede os veículos para a Fifa, que os usa como e onde quiser.

Irmãs, mas concorrentes: como Hyundai e Kia dividiram a Copa

POR duda lOPEs

dIVIsão de sedes KIA e HYUNdAI

SÃO PAULO • • RIO DE JANEIRO

PORTO ALEGRE •

• NATAL

• RECIFE

FORTALEZA •

SALVADOR •

BELO HORIZONTE •

• CURITIBA

MANAUS • (4 jogos)

(4 jogos)

(4 jogos)

(4 jogos)

(5 jogos)

(6 jogos)

(6 jogos)

(5 jogos)

(6 jogos)

(7 jogos)

(7 jogos)

(6 jogos)

CUIABÁ • BRASÍLIA •

AçÃO DENTRO DO ESTÁDIO

AçÃO DENTRO DO ESTÁDIO

ÔNIBUs dAs seLeÇÕes

ÔNIBUs dAs seLeÇÕes

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Fone Beats abusa do marketing de oportunidade no Mundial

Entender como se comporta o con-sumidor em redes sociais é funda-mental para qualquer empresa que se disponha a interagir com ele. E a Copa fez um favor muito grande ao distinguir claramente quem é o usu-ário do Twitter daquele do Facebook.

No Facebook, o evento mais falado foi a final, com 280 interações de 88 milhões de pessoas. Isso inclui posts, likes e comentários. Os EUA foram mais participativos, com 10,5 milhões de indivíduos, seguidos por Brasil, com 10 milhões. Lembrando: a rede tem ao todo 1,3 bilhão de usuários.

Já no Twitter a decisão foi a segun-da mais comentada. A vitória da Ale-manha sobre o Brasil por 7 a 1, sim, gerou mais interações, com 35,6 mi-lhões de tuítes contra 32,1 milhões. Foi o evento esportivo mais tuitado da história da rede, que tem um total de “apenas” 255 milhões de usuários.

Por que a final rendeu mais no Fa-cebook e a semifinal no Twitter? Por causa da natureza das partidas. A go-leada alemã foi inesperada, dramáti-ca, até ridícula. É disso que o tuiteiro gosta. Já a decisão foi parada, sem gols, mas era histórica. Assim como um casamento, quando não há muito o que se falar, mas todo mundo quer dizer algo para marcar presença.

No Twitter se fala de fatos surpreen-dentes e inesperados. No Facebook, as pessoas gostam de falar dos sen-timentos delas em relação a eventos ímpares. Em tempo: esta é uma leitu-ra recorrente nas redes sociais. E que a Copa do Mundo a deixou cristalina.

Em uma Copa na qual poucas marcas que não são patrocinadoras se arriscaram a desafiar a Fifa, a Beats by Dre, empresa de fones de ouvido fundada pelo rapper americano de mesmo nome, foi uma das que mais usou o chamado marketing de oportunidade.

Todos os 24 jogadores da seleção alemã receberam de presente um fone especial, estilizado e banhado a ouro 24 quilates. O autor do mimo? Beats by Dre. E como se soube disso? Porque foi divul-gado um vídeo no qual a supermodelo Naomi Cambpell apresenta os modelos entregues aos tetracampeões da Alemanha.

Antes disso, porém, a marca havia se tornado queridinha de joga-dores, especialmente na Copa das Confederações, quando apareceu a torto e a direito nos ouvidos dos atletas que deixavam o ônibus rumo ao estádio de jogo. Tanto que a Sony, esta sim patrocinadora oficial do evento, teve de se mexer e mandar fones para todos os atletas das 32 seleções que disputaram a Copa do Mundo.

Ainda assim, o que se via nas cabeças dos principais nomes, como Luis Suárez, Robben, Neymar e Mario Götze, autor do gol que deu o título à Alemanha, eram os produtos coloridos e chamativos da Beats by Dre. A Fifa tomou providências e proibiu a circulação de atletas com fones da marca do rapper na chegada e na saída dos estádios, nas coletivas de imprensa e quando imagens deles eram exibidas ao vivo em situações ligadas ao evento para o planeta.

Esta é uma característica da empresa que foi recentemente com-prada pela Apple por US$ 3 bilhões. Na Olimpíada de Londres, em 2012, ela também mandou fones para os principais esportistas.

POR luciana sPacca

O que é TwiTTeR, O que é FaceBOOk

da rEdaçÃORodrigo Capelo é

chefe de redação da

Máquina do Esporte

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PB

Patrocinadoras da esmagadora maioria dos atletas que vie-ram ao Brasil jogar a Copa, Adidas e Nike foram as marcas que mais apareceram nos momentos de maior visibilidade em um jogo de futebol: o gol. Na artilharia das marcas, levantamento feito pela Máquina do Esporte desde o início da competição, a marca alemã foi a líder, segui-da de perto pela americana.

A Adidas “marcou” 77 dos 171 gols feitos nesta edição, empur-rada pela maioria dos artilhei-ros. James Rodriguez, Thomas Müller, Lionel Messi e Van Persie são todos patrocinados dela.

A Nike teve 75 gols e só Neymar entre os cinco gole-adores desta Copa. Cristiano Ronaldo e Wayne Rooney,

ambos astros da empresa, dei-xaram a desejar na pontaria.

Puma, Warrior e Mizuno são as três outras companhias que “fizeram” gols, porém muito menos do que as concorren-tes. Esta discrepância é natural. Dos 736 atletas, 380 (51,6%) são patrocinados pela Nike e 269 (36,5%), pela Adidas. A Warrior tem por que comemorar: com só cinco jogadores, marcou três gols, graças ao australiano

Tim Cahill e ao belga Fellaini.Esta é, evidentemente, uma

curiosidade. São poucos os consumidores que se atentam às marcas das chuteiras que vestem os atletas em meio a um jogo de futebol. Ainda assim, este ranking pode virar argumento das marcas na publicidade – prin-cipalmente da Adidas, que foi a artilheira do torneio mesmo com número muito inferior de atletas em comparação à Nike.

Pouco à frente da Nike, Adidas é artilheira da Copa de 2014

POR luciana sPacca E ROdRigO caPElO

a aRTilhaRia das maRcas

3 GOLS

75GOLS

3 gols contra

8 GOLS

77 GOLS

2 gols contra

3 GOLS

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