Fogo Bacteria No Das Pomaceas

6
Alerta Quarentenário 4 FOGO BACTERIANO DAS POMÁCEAS PRAGA DE PLANTAS FRUTÍFERAS E ORNAMENTAIS 1. IDENTIDADE 1.1 Nome: Erwinia amylovora (Burrill) Winslow et al 1.2 Sinônimos: Micrococcus amylovorus (Burril), Bacillus amylovorus (Burril) Trevisan, Bacterium amylovorus (Burril) Chestes, Erwinia amylovorus (Burril) Winslow et al 1.3 Posição taxonômica: Bactéria: Gracilicutes 1.4 Nomes comuns: a) fireblight (inglês) b) feu bactérian (francês) c) feubrand (alemão) d) bacterievuur (holandês) e) colpo di fuoco (italiano) f) ildsot (dinamarquês) g) kerakhon (hebraico) h) lefha (egípcio) i) paerebraun (norueguês) ) pala (tcheco) l) fuego bacteriano (espanhol) m) tizón de fuego (espanhol falado no México) n) ates yanikligi (turco) o) vaktiriako kapsimo (grego) p) zaraga ogniova (polaco) 2. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 2.1. Alemanha 2.2. Armênia 2.3. Bélgica 2.4. Bósnia-Herzegovinia 2.5. Bulgária 2.6. Canadá 2.7. Checa, República 2.8. China (não confirmado) 2.9. Chipre 2.10. Colômbia (Nào confirmado) 2.11. Coréia, República da 2.12. Croácia

Transcript of Fogo Bacteria No Das Pomaceas

Page 1: Fogo Bacteria No Das Pomaceas

5/14/2018 Fogo Bacteria No Das Pomaceas - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/fogo-bacteria-no-das-pomaceas 1/6

 

Alerta Quarentenário 4

FOGO BACTERIANO DAS POMÁCEASPRAGA DE PLANTAS FRUTÍFERAS E

ORNAMENTAIS

1. IDENTIDADE

1.1 Nome: Erwinia amylovora (Burrill) Winslow et al1.2 Sinônimos: Micrococcus amylovorus (Burril),Bacillus amylovorus (Burril) Trevisan, Bacteriumamylovorus (Burril) Chestes, Erwinia amylovorus(Burril) Winslow et al1.3 Posição taxonômica: Bactéria: Gracilicutes

1.4 Nomes comuns:

a) fireblight (inglês)b) feu bactérian (francês)c) feubrand (alemão)d) bacterievuur (holandês)e) colpo di fuoco (italiano)f) ildsot (dinamarquês)g) kerakhon (hebraico)h) lefha (egípcio)

i) paerebraun (norueguês)) pala (tcheco)l) fuego bacteriano (espanhol)m) tizón de fuego (espanhol falado no México)n) ates yanikligi (turco)o) vaktiriako kapsimo (grego)p) zaraga ogniova (polaco)

2. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

2.1. Alemanha2.2. Armênia2.3. Bélgica2.4. Bósnia-Herzegovinia2.5. Bulgária2.6. Canadá2.7. Checa, República2.8. China (não confirmado)2.9. Chipre2.10. Colômbia (Nào confirmado)

2.11. Coréia, República da2.12. Croácia

Page 2: Fogo Bacteria No Das Pomaceas

5/14/2018 Fogo Bacteria No Das Pomaceas - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/fogo-bacteria-no-das-pomaceas 2/6

 

2.13. Dinamarca2.14. Egito2.15. Eslováquia2.16. Eslovênia2.17. Estados Unidos

2.18. França (exceto região sudeste)2.19. Grécia2.20. Guatemala (não confirmado)2.21. Holanda2.22. Índia2.23. Israel2.24. Itália (somente na área de Puglia)2.25. Líbano2.26. Luxemburgo2.27. México2.28. Nova Zelândia

2.29. Noruegua2.30. Polônia2.31. Reino Unido2.32. Suécia2.33. Suiça (incidentes isolados, não estabelecidos)2.34. Turquia (não confirmado)2.35. Ucrânia2.36. Vietnã (não confirmado)

3. PLANTAS HOSPEDEIRAS

As principais são :

3.1. Pereira (Pyrus communis)3.2. Macieira (Pyrus malus) Os porta-enxertos EM 9 e EM 26, mais procurados paraimportação, são altamente suscetíveis.3.3. Nespereira (Eriobotrya japonica)3.4. Marmeleiro (Cydonia oblonga)

3.5. Plantas ornamentais (Crataegus sp, Cotonoaster sp, Pyracantha sp e Sorbus sp)3.6. Ameixeira (Prunus domestica)

4. DETECÇÃO E IDENTIFICAÇÃO

Toda parte aérea das plantas hospedeiras pode ser infectada pela praga (*). Mesmo emplantas com copa resistente a planta pode morrer se o porta-enxerto for suscetível e seusbrotos forem infectados. Os sintomas característicos mais comuns são :

a) murcha e morte da inflorescência: algumas ou todas as flores murcham e morrem. As

Page 3: Fogo Bacteria No Das Pomaceas

5/14/2018 Fogo Bacteria No Das Pomaceas - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/fogo-bacteria-no-das-pomaceas 3/6

 

flores mortas tornam-se secas e de cor marrom escura a preta. As flores comumente nãocaem, permanecendo presas à planta;

b) definhamcnto e morte dos ramos e galhos finos: ramos e galhos novos, infectados,ainda suculentos, tomam-se marrons e na maioria dos casos, a extremidade dos ramos

arca-se de forma característica conhecida como "cajado de pastor" (figura abaixo);

c) seca das folhas: folhas infectadas mostram ou manchas necróticas que se iniciam nasmargens da lâmina foliar ou há enegrecimento do pecíolo e da nervura central,dependendo do caminho tomado pela infecção (figura abaixo);

d) seca dos frutos: frutos infectados também tornam cor marrom. Frutos recém

formados infestados, tomam-se marrons ou pretos e os mais maduros escurecem epermanecem ligados à planta, tomando a aparência de mumificados;

c) limbo e tronco secos: das flores infectadas, ramos e frutos, a praga espalha-se paratoda a planta por meio de galhos mais grossos, causando cancros e pode continuar naestrutura do limbo e tronco. Os cancros causam a rápida morte dos ramos ou de toda aplanta.

Os cancros são reconhecidos, externamente pelo fato de suassuperfícies serem ligeiramente mais desniveladas, variando em

Page 4: Fogo Bacteria No Das Pomaceas

5/14/2018 Fogo Bacteria No Das Pomaceas - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/fogo-bacteria-no-das-pomaceas 4/6

 

tamanho e rodeados por fendas na casca. Internamente os tecidos da área com cancrosmostram descoloração castanha avermelhada a qual vai se tomando difusa até atingir ostecidos sadios; tais tecidos freqüentemente têm a aparência de estarem encharcados comágua. Após períodos úmidos pode ser constatada exsudação no tronco e ramos e, seseguido por períodos secos, observa-se em ramos, pecíolos ou frutos infetados, um

muco de cor esbranquiçada, que, no caso da macieira, tem a coloração dourada (figuraabaixo). Chama-se a atenção para o fato de que a praga possui a fase "residente" em quenão aparecem sintomas nas plantas afetadas, apesar da praga estar nelas presentes.Dessa forma, plantas hospedeiras cultivadas em viveiros ou em pomares infectados,podem estar doentes mas não exibem sintomas.

5. MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO

Para identificar a praga é necessário realizar inspeções durante o desenvolvimento daplanta, quando os sintomas são mais visíveis. A melhor época do ano para inspeçãodepende do tipo de hospedeiro e da localização geográfica. É preferível inspecionar noperíodo compreendido entre o término do florescimento e o final do verão, quando ossintomas são mais evidentes. Durante o invemo, em plantas dormentes, a detecção dapraga é bastante dificil, pelo fato dos cancros não serem sempre visíveis. Infecçãolatente tem sido reportada em tecidos lenhosos, sendo considerada significante para odesenvolvimento da praga.

Como os sintomas do Fogo Bacteriano das Pomáceas podem ser confundidos com oscausados por outras pragas e há possibilidade de infecção latente, a detecção da pragadeve ser confirmada por testes laboratoriais para identificação segura do seu agentecausal. Recomenda-se nesse caso, os testes de imuno-florescência, dot-ELISA ehibridização-DNA.

6. PREJUÍZOS

O Fogo Bacteriano das Pomáceas causa prejuízos consideráveis a plantas hospedeiras

suscetíveis. Tais prejuízos não são somente prejudiciais para uiva safra, mas tambémextremamente danosos para a planta em si. Após a vigência de condições climáticasfavoráveis para o florescimento, a colheita é consideravelmente reduzida e, em algunscasos, nula. A produção da safra seguinte é também significativamente afetada devido adestruição da capacidade da planta para produzir frutos. Em hospedeiros suscetíveis, ainfecção desenvolve-se tão rapidamente através da planta que, uma vez infectada, elanão pode ser salva, mesmo com drástica e imediata cirurgia, e morrem em curto espaçode tempo após o primeiro sinal visual de infecção. Em alguns estados americanos ocultivo da pêra foi abandonado em larga escala devido a doença.

7. CONTROLE

Page 5: Fogo Bacteria No Das Pomaceas

5/14/2018 Fogo Bacteria No Das Pomaceas - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/fogo-bacteria-no-das-pomaceas 5/6

 

 Para o controle da praga recomendam-se as seguintes práticas:

a) retirada e queima dos ramos afetados;

b) desinfecção das ferramentas com hipoclorito de sódio a 1% ou álcool etílico a 70% ;c) uso de cultivares resistentes;d) utilização de cobre no início da brotação e aplicação de estreptomicina ou deoxitetraciclina dtirante a floração. O controle químico vem apresentando limitações pelorápido surgimento de estirpes resistentes do patógeno aos bactericidas utilizados. Paratratamento de frutos, recomenda-se, principalmente, a imersão em uma solução de ácidoacético molar e hipoclorito de sódio em dose de 100 ppm de cloro ativo por 1 minuto,ou conforme recomendado pelo MERCOSUL, apenas na solução de hipoclorito.

8. MEIOS DE DISPERSÃO E INFECÇÃO

A principal fonte de inoculo inicial são os cancros e a partir desses a bactéria édisseminada.

A pequena distância, o inoculo do Fogo Bacteriano das Pomáceas dispersa-se por meiodo trânsito de maquinaria, ferramentas, insetos e também pelo homem.

Pássaros migratórios e o transporte de plantas hospedeiras contaminadas, sãoresponsáveis pela disseminação da praga a longas distâncias.

A bactéria penetra na planta por aberturas naturais e nas provocadas durante o manejoda cultura, ocorrendo a infecção inicial nas folhas sadias.

9. MEDIDAS FITOSSANITÁRIAS

Erwinia amylovora é uma praga quarentenária e sua introdução é proibida por quasetodos os países, sendo exigido certificados fitossanitários para a introdução de plantashospedeiras, mesmo em países em que a praga já está estabelecida.

Com exceção da semente, todos os demais órgãos vegetais são considerados comofontes com maior potencial para a disseminação do Fogo Bacteriano das Pomáceas,apesar dos frutos representarem um pequeno risco.

Os tratamentos para impedir a contaminação da planta devem ser preventivos pois nãose conhece nenhum que se já curativo.

É muito importante que seja evitado o estabelecimento da praga pois a prática daerradicação do Fogo Bacteriano das Pomáceas é cara e não apresenta resultadospositivos.

Estritas medidas fitossanitárias para plantas hospedeiras importadas, assim como

Page 6: Fogo Bacteria No Das Pomaceas

5/14/2018 Fogo Bacteria No Das Pomaceas - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/fogo-bacteria-no-das-pomaceas 6/6

 

adequada vigilância em pomares e viveiros são as únicas medidas que se mostrameficazes para prevenir e postergar a disseminação da doença.

10. MEDIDAS PREVENTIVAS

• impedir a introdução de mudas, porta-enxertos ou estacas de culturas hospedeiras dabactéria de regiões onde a doença ocorre;• favorecer a importação de mudas de países onde a praga não ocorre ou encontra-serestrita a locais distantes dos viveiros;• proibir a importação de frutos, sementes ou pólen de pomares infectados. Nesse casoos frutos de pomares sem sintomas, provenientes de regiões onde a praga ocorre,deverão ser desinfetados antes da embalagem;• estabelecer um programa de treinamento para extensionistas e técnicos que atuam nosetor para viabilizar o diagnóstico precoce da doença e um sistema de informação

permanente entre as organizações de produtores e os serviços oficiais envolvidos com aintrodução de material vegetal no Brasil.

11. MEDIDAS PARA IMPORTAÇÃO DE MAÇÃ E PÊRA

Observar a Portaria n° 643, de 3/10/95, publicada no D.O.U. (Suplemento) de 10/10/95ou a que sucedê-la e os entendimentos bilaterais sobre exigências quarentenárias para aimportação de vegetais e seus produtos, a exemplo dos firmados entre o Brasil e ospaíses: Estados Unidos, Chile e Canadá.

12. BIBLIOGRAFIA

• CAB International & European and Mediterranean Plant Protection Organization -EPPO. Quarintine Pests For Europe, 722-728. 1992.

• MERCOSUL. Ata nr. 4/96 - GTP - Quarentena Vegetal Anexo III TCM nr. 31.Assunção, Paraguai, 28 de outubro a 1 de novembro de 1996.

• SANHUEZA, Rosa M. Valdebenito, Helter, Flávio e Bernardi, João. Fogo Bacterianodas Pomáceas. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Circular Técnica nr. 21,agosto de 1996.