Florística de uma área de restinga associada à ocorrência...
Transcript of Florística de uma área de restinga associada à ocorrência...
Florística de uma área de restinga associada à
ocorrência de Formicivora littoralis (Aves,
Thamnophilidae) na APA Massambaba / RJ.
Adriana Carvalho de Sá Cavalcanti
Rio de Janeiro
2010
3
Adriana Carvalho de Sá Cavalcanti
Florística de uma área de restinga com ocorrência
de Formicivora littoralis (Aves, Thamnophilidae) na APA
Massambaba / RJ
Trabalho de monografia para conclusão de curso de Bacharelado e licenciatura em
Ciências Biológicas na Universidade Santa Úrsula, resultante de estagio voluntário na área
de Botânica no Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), obedecendo às horas
obrigatórias de estágio externo.
Orientador: Cyl Farney Catarino de Sá
Rio de Janeiro
2010
4
FICHA CATALOGRÁFICA
Cavalcanti, Adriana Carvalho de Sá.
C376f Florística de uma área de restinga com ocorrência de Formicivora littoralis (Aves, Thamnophilidae) na APA Massambaba, RJ / Adriana Carvalho de Sá Cavalcanti. – Rio de Janeiro, 2010.
xxp.: il.; 30 cm. Monografia (Graduação) – Universidade Santa Úrsula
/ Faculdade de Ciências Biológicas, 2009. Orientadora: Cyl Farney Catarino de Sá.
Bibliografia. 1.Florística 2.Restinga 3. Preservação 4. Formicívora
littoralis 5. Apa de Massambaba. 6. Centro de Diversidade vegetal de Cabo Frio 6.Rio de Janeiro (Estado). I. Título. II. Universidade Santa Úrsula
CDD 581.98153
5
Adriana Carvalho de Sá Cavalcanti
Florística de uma área de restinga com ocorrência de Formicivora littoralis
(Aves, Thamnophilidae) na APA Massambaba / RJ
Universidade Santa Úrsula
Instituto de Biologia
Departamento de Ciências Biológicas
Disciplina de Monografia II
2010
Dr. Cyl Farney Catarino de Sá - Orientador JBRJ
Dr. José Andreata - USU
Rio de Janeiro
2010
7
Agradecimentos:
A conclusão deste trabalho não seria possível sem a colaboração de
alguns e sem a boa vontade de muitos.
O instituto de pesquisas do Jardim botânico do Rio de Janeiro teve
papel fundamental na realização do mesmo, por ter disponibilizado infra-
estrutura necessária para a realização da pesquisa.
Agradecimentos especiais aos especialistas que auxiliaram nas
identificações, entre eles: Sheila Profice, Nilda Marquete, Marcus Nadruz,
Massimo Bovini, Maria de Fátima Freitas, Marcelo de Souza, Eduardo M.
Saddi, Mario Gomes, Ronaldo Marquete, Solange Pessoa, Claudine Mynssen,
Haroldo Lima, Robson Ribeiro e a todos os outros demais pesquisadores e
aprendizes desta mesma instituição que atenciosamente não se importaram em
trocar conhecimentos, entre eles: Viviane S. F. Kruel, Dorothy S.D. Araujo e
Miriam C.A. Pereira.
Ao Departamento de ecologia da UERJ principalmente a Maria Alice
Alves, e aos estudantes: Flavia Chaves e Thiago Laurindo que auxiliaram no
campo e na metodologia de estudo, além dos outros funcionários que
facilitaram nossas vidas com pequenas atitudes.
Ao meu querido orientador Cyl Farney C. de Sá, ao qual devo minha
imensa honra e respeito por toda sua dedicação em orientar-me neste trabalho e
na vida como um todo.
Aos companheiros de laboratório: Daniele Carvalho e Alessandro
Fontes, que sempre alegraram o ambiente de trabalho.
A Universidade Santa Úrsula e aos seus ilustres funcionários que amam
suas profissões e me deram sempre incentivos para continuar a aprender. As
professoras: Edith que me fez apreciar a botânica, Regina Andreata que me fez
entender facilmente o que antes me parecia incompreensível e a Maria Helena
Monteiro que me ajudou com as identificações das misteriosas Sapotaceae.
Aos meus pais, que me apoiaram sempre, mesmo quando achavam que
eu estava indo pelo caminho mais longo.
Aos amigos queridos que me aturaram nos momentos mais estressantes
e me ajudaram a superar obstáculos!
8
“Nos sem fins em que se retrai essa degradação atômica da humanidade
por sua vez expande seu anulamento sobre o circulo vital, devastando a flora
precisa. É o homem-solidão. A sociedade não o alcança em seu descobiçado
isolamento. Implacável derrubador de cerrados, o muxuango destrói-se a si mesmo
num suicídio coletivo inconsciente, aniquilando as possibilidades já raras do meio
que escolheu.”
Lamego, A.B (1946)
Rio de Janeiro
2010
9
Resumo:
As Restingas fluminenses apresentam uma expressiva riqueza de Angiospermas,
sendo a região próxima a Cabo Frio a mais rica em espécies, e também considerada um dos
14 Centros de Diversidade Vegetal (CDV) do Brasil. Na Área de Proteção Ambiental da
Massambaba, inserida no CDV de Cabo Frio, ocorre a única ave endêmica de restingas do
Brasil: Formicivora littoralis. Esta ave é ameaçada de extinção a nível local e global,
principalmente em função da perda do seu habitat. O presente estudo desenvolvido em
Praia Seca, município de Araruama, tem por objetivos: ampliar as coleções botânicas e a
lista florística da APA da Massambaba, e subsidiar o Laboratório de Aves da UERJ na
indentificação das plantas relacionadas aos estudos ecológicos com Formicivora littoralis.
Os trabalhos de campo foram realizados entre março de 2008 e janeiro de 2009,
totalizando oito excursões e 17 dias de campo. A coleta do material botânico foi realizada
na área delimitada por alunos do Laboratório de Aves da UERJ, utilizando técnicas usuais
de herborização. As coletas foram montadas (exsicatas) e estão sendo depositadas no
herbário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB) e incluídos no banco de dados
(JABOT) desta instituição. Na identificação taxonômica foram utilizadas chaves de
família, de gênero e de espécies além de consultas comparativas e confirmações com
especialistas. As famílias e gêneros seguem o sistema de classificação APGII (2003),
exceto para a família Leguminosae.
O levantamento florístico resultou em uma coleta de Pteridophyta, mais 246 coletas
de Angiospermas abrangendo 54 famílias, 112 gêneros e 127 espécies identificadas. A
família mais rica em espécies foi Leguminosae com 14 spp. Entre os hábitos encontramos:
29 ervas, 18 espécies arbóreas, 49 arbustivas, 17 trepadeiras, 10 epífitas e 3 parasitas. A
formação arbustiva fechada de pós-praia foi a formação mais rica com 79% das espécies.
De 122 árvores mensuradas com DAP ≥ 5cm, 56% dos indivíduos tem entre 3 e 5m de
altura, 64 % dos troncos dos indivíduos estão entre 10,1 e 20 cm de diâmetro, sendo 42 %
desses troncos com múltiplas ramificações. Foram localizados na formação arbustiva
fechada de pós-praia 14 ninhos de Formicivora littoralis em 10 espécies hospedeiras,
sendo identificadas 4 ninhos em Trichilia casaretti C.DC. (Meliaceae) e dois em Schoepfia
brasiliensis DC. (Olacaceae) e os demais ninhos em oito diferentes espécies.
10
ÍNDICE GERAL:
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................15
2. ÁREA DE ESTUDO..........................................................................................17
3. METODOLOGIA...............................................................................................22
4. RESULTADOS..................................................................................................24
5. DISCUSSÃO......................................................................................................34
6. CONCLUSÃO....................................................................................................43
7. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................44
ÍNDICE DE FIGURAS:
FIGURA 1: Localização da área de estudos na Praia Seca, município de
Araruama/RJ.......................................................................................................................18
FIGURA 2 (A, B, C e D): Fotos do aspecto da vegetação em cada
formação.............................................................................................................................19
FIGURA 3 (a, b): Metodologia de campo.........................................................23
FIGURA 4: Porcentagem de famílias distribuídas em Classes de acordo com a
Classificação do APG II (2003).........................................................................................29
FIGURA 5: Famílias com maior riqueza de espécies da restinga de Praia Seca,
RJ......................................................................................................................................30
FIGURA 6: Distribuição da porcentagem de espécies por hábitos na restinga de
Praia Seca, RJ...................................................................................................................31
FIGURA 7: Classes de altura dos espécimes arbóreos da formação florestal não
inundável na restinga de Praia Seca, RJ..........................................................................32
FIGURA 8: Classes de diâmetros dos espécimes arbóreos da formação florestal não
inundável na restinga de Praia Seca,
RJ......................................................................................................................................32
FIGURA 9: Distribuição de hábitos de espécies nas Formações vegetais
encontradas na área estudada (Form.I= psamófila reptante, Form. II= arbustiva aberta de
pós-praia , Form. III= arbustiva fechada de pós-praia e Form. IV= floresta não
inundável).........................................................................................................................38
11
ÍNDICE DE TABELAS:
TABELA 1: Lista das espécies encontradas na restinga da Praia Seca,
Araruama,RJ.......................................................................................................................24
TABELA 2: Ocorrência de ninhos de Formicivora littoralis na floresta não
inundável da restinga da Praia Seca, RJ...........................................................................33
TABELA 3: Lista das espécies presentes na borda da vegetação arbustiva fechada
de pós-praia.........................................................................................................39
TABELA 4: Lista de espécies em estado de ameaça, segundo a lista oficial,
encontrados na área estudada......................................................................................40
TABELA 5: Lista de espécies deficientes de dados, mas que podem estar em estado
de ameaça, segundo a lista oficial, encontrados na área estudada.................................40
TABELA 6: Espécies coletadas na área estudada indicadas como novos registros
para restingas do Rio de Janeiro e para as restingas da APA da Massambaba................41
TABELA 7: Espécies coletadas na área estudada indicadas como novos registros
para restingas do Rio de Janeiro e para as restingas do Rio de Janeiro........................42
13
1. Introdução
O termo restingas é antigo, segundo Souza et al. (2008) vem sendo utilizado em
diversas disciplinas adotando diferentes sentidos, causando confusões inclusive na
aplicação da legislação. Destaca-se que neste trabalho este termo será utilizado apenas em
sentido botânico, referindo-se ao conjunto de formações vegetais típicas de planícies
costeiras de sedimentação arenosas de origem quaternária.
O Brasil possui litoral extenso, com freqüentes áreas de sedimentação quaternária
que formam as restingas (Suguio & Tessler, 1984). Consideradas um habitat periférico do
bioma Mata Atlântica sensu stricto, com ocorrência de muitas espécies em comum, as
adaptações a condições adversas como salinidade, baixo índice de nutrientes do solo,
ventos constantes, são importantes (Scarano, 2002). As restingas apesar de apresentarem
uma série de fisionomias diferentes, mesmo separadas fisicamente, podem apresentar
semelhanças (Araújo & Henriques, 1984).
Nos últimos 20 anos as vegetações de restinga vêm sendo mais intensamente
estudadas e documentadas com coleções científicas, sendo o conhecimento mais
concentrado no litoral sul e sudeste do que no nordeste e norte (Sá & Araujo, 2009). Umas
das mais estudadas no Brasil, as restingas fluminenses, revelaram uma expressiva riqueza
taxonômica: 1005 espécies, 479 gêneros e 112 famílias de vegetais superiores (Araújo,
2000). As mais ricas em espécies são aquelas situadas próximas a Cabo Frio, que é
considerado um dos 14 Centros de Diversidade Vegetal do Brasil (Araújo 1997) e também
“Área Prioritária para a conservação da Biodiversidade” (MMA/Portaria N° 9 de
23/01/2007).
Embora a região seja considerada um centro de diversidade de plantas, não há
unidades de proteção integral nesta região, e isso representa uma ameaça a conservação da
diversidade florística regional (Sá 2006). Estudos recentes nas restingas sob alguma
proteção legal dentro do Centro de Diversidade de Plantas de Cabo Frio foram realizados
por diversos autores (Bohrer et al. 2009, Scarano et al. 2009, Sá & Araujo 2009, Araújo et
al. 2009, Fonseca-Kruel et.al. 2009), principalmente na Área de Proteção Ambiental da
Massambaba na qual Araújo et al (2009) listaram 664 espécies (Angiospermas e
Pteridophytas), distribuídas em 118 famílias, 428 gêneros em 10 formações vegetais
identificadas.
14
A APA da Massambaba é considerada de acordo com Vecchi & Alves (2008) a
maior extensão continua de habitat adequado para a única espécie de ave endêmica das
restingas do litoral brasileiro: o Formicivora littoralis descrita por Gonzaga & Pacheco
(1990). Segundo Gonzaga et al. (2000) ela está ameaçada de extinção a nível local, e
global pela IUCN (2008). A família Thamnophilidae é amplamente distribuído, o gênero
Formicivora possui sete espécies distribuídas pelo Brasil, sendo quatro (F. iheringi, F.
littoralis, F.erythronotos, F. serrana) endêmicas do sudeste brasileiro (Venturini & Paz
2005). O Formicivora littoralis apresenta ocorrência restrita entre Saquarema e Cabo Frio,
e foi registrado recentemente em Tucuns, na margem norte da lagoa de Araruama (Vecchi
& Alves 2008).
Embora alguns trechos costeiros entre Saquarema e Arraial Cabo terem sido
indicados por Muehe et al (1994) como áreas de alto risco geológico e geomorfológico de
ocupação em função da instabilidade do solo, a beleza cênica da região e as praias, tem
fomentado uma incessante especulação imobiliária. Acredita-se que a perda de habitat tem
sido a principal causa da ameaça a extinção do Formicivora littoralis, assim como outras
espécies endêmicas (Vecchi & Alves, 2008), causada pela expansão imobiliária (Rocha et
al., 2003).
Desta forma o presente estudo, tem os seguintes objetivos:
1. Ampliar as coleções botânicas e a lista florística da APA da Massambaba, e
2. Indentificar as espécies vegetais utilizadas na pesquisa sobre populações locais
de Formicivora littoralis desenvolvidas pelo laboratório de Aves do Departamento de
Ecologia da UERJ, subsiando informações botânicas importantes para a conservação
destas áreas e da espécie de ave em questão.
15
2. Área de estudos
A área de estudo está localizada na “Região Turística dos Lagos Fluminenses”
(Saraça et al. 2009) a leste da baía de Guanabara, no município de Araruama, distrito de
Praia Seca, num fragmento de restinga na Praia do Vargas pertencente a Área de Proteção
Ambiental (APA) da Massambaba, sob as coordenadas: 22º 56’ 14” S / 42º 17’ 26” W.
Situa-se precisamente entre o oceano Atlântico e ao sul da Lagoa de Araruama, entre a
Lagoa da Pernambuca e o Brejo do Pau Fincado, em uma restinga com cerca de 1 km de
extensão e 0,30 km de largura máxima, circundado por loteamentos urbanos (Figura 1).
A APA de Massambaba possui uma área de 76,3 km² constitui em sua maior parte
de uma restinga com 48 km de extensão, com largura variando de 0,30 a 6 km (Araújo et
al., 2009), foi criada pelo decreto inserida no Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio,
o qual possui área aproximada de 1562 km2
(Bohrer et al. 2009) e apresenta diferentes
unidades fisiográficas, nas quais predominam planícies arenosas costeiras, depósitos
aluviais e lagunas (Araújo, 1997).
O clima desta região foi classificado como uma variação do Clima Semi-Árido
Quente de Koppen (BSh), com baixos níveis pluviométricos (cerca de 800 mm) e
temperatura média de 25◦C (Barbiere, 1984), com temperaturas variando de 9° a 35 °C
(Dantas et al. 2001), com estação seca no inverno que pode gerar déficit hídrico de
variando de zero a mais de 300 mm/ano (Freitas et al. 2005). O clima da região é
diferenciado do resto do estado por diversos fatores como, o afastamento da Serra do Mar,
a ressurgência marinha, inflexão na linha de costa e ventos constantes (Turcq et al., 1999).
Os solos foram classificados como neossolos quartzarênicos, e uma parte considerável foi
convertido em áreas antropizadas, como salinas e loteamentos urbanos (Bohrer et al.
2009).
Araújo et al (2009) reconheceram dez formações vegetais na restinga da APA de
Massambaba, sendo encontradas as seguintes formações na área estudada (figura 2 A, B,
C, D e E): psamófila reptante, arbustiva fechada de pós-praia, arbustiva aberta não
inundável, um pequeno trecho de floresta não inundável e formação de borda.
16
Figura 1: Localização da área de estudos na Praia Seca município de Araruama /RJ.
(a) Localização geográfica da área de estudos na costa brasileira e no estado do Rio de
Janeiro (fonte: Soares-Gomes & Fernandes 2005).
(b) Imagens de satélite da área estudada em Praia Seca, cercada por salinas ao fundo e
loteamentos nas laterais. (fonte: Google earth 2009, editado em Adobe Photoshop).
(c) Imagens de satélite da área de estudos colorida, esboço das trilhas demarcadas em
linhas brancas e os trechos de formação florestal não inundável em destaque nos
círculos de cor mais clara.(fonte: Google earth, 2009 editado em Adobe Photoshop).
17
Figura 2A: Aspecto da vegetação na Formação psamófila reptante
(Fonte:arquivo pessoal)
Figura 2B: Aspecto da vegetação na Formação arbustiva aberta de pós-praia
(Fonte:arquivo pessoal). 1
18
Figuras 2C: “Formação arbustiva fechada pós-praia” (Fonte:arquivo pessoal).
(a) Visão externa da vegetação
(b) Aspecto adensado da formação arbustiva fechada.
19
Figuras 2D: “Formação florestal não inundável” (Fonte:arquivo pessoal).
(a) Aspecto da vegetação
(b) Escala de porte da vegetação arbórea.
Figuras 2E: Aspecto da “borda” da vegetação (Fonte:arquivo pessoal).
20
3. Metodologia
Para realização do levantamento da flora fanerogâmica foram feitas visitas à área
de estudos, com caminhadas aleatórias entre março de 2008 e janeiro de 2009, totalizando
8 excursões e 17 dias de campo. Além de percorrer as trilhas antrópicas pré-existentes,
foram utilizadas as trilhas demarcadas (Figura 3A) pelo Laboratório de Aves do
Departamento de Ecologia da UERJ para estudos ecológicos com Formicivora littoralis.
A coleta do material botânico foi realizada nas formações vegetais reconhecidas na
área estudada e que seguem a classificação de Araújo et al. (2009). As “formações
arbustiva fechada de pós-praia” e “florestal não inundável” foram priorizadas por serem de
acordo com Vechi & Alves (2008), o habitat do Formicivora littoralis. Algumas espécies
arbóreas e arbustivas foram coletadas estéreis e marcadas com fitas (Figura 3B), por
conterem ninhos desta ave, ou por serem importantes na fisionomia local devido ao porte.
Informações adicionais do material arbórea estéril, como altura, Diâmetro da Altura do
Peito (DAP), presença de resinas ou látex, e características do tronco, foram anotados para
facilitar a identificação. As coletas seguiram as recomendações de Guedes-Bruni et al.
(2002) e os vouchers estão sendo depositado no herbário do Jardim Botânico do Rio de
Janeiro (RB), e incluídas no banco de dados desta instituição (JABOT). A documentação
fotográfica foi feita com máquina automática digital Fujifilm, do Jardim Botânico do Rio
de Janeiro.
Na identificação taxonômica foram utilizadas chaves de família, de gênero
(Andreata & Travassos 1994; Barroso 1978, 1984, 1986) além de artigos, dissertações e
teses de revisão taxonômica. Foram realizadas consultas comparativas aos materiais
depositados no RB e, quando possível às identificações foram confirmadas com
especialistas. Categorias infra-específicas não foram consideradas. O sistema de
classificação taxonômica utilizado foi o APGII (2003), exceto para Leguminosae de acordo
com Lewis et al.(2005) e a organização de famílias e gêneros estão de acordo com Souza
& Lorenzi (2008).
O hábito das espécies foi classificado a partir de observações de campo. Foram
consideradas como trepadeiras as plantas enraizadas no solo que utilizam outras como
suporte. Plantas que vivem sobre outras sem ligação com o solo, mas com raízes visíveis,
foram definidos como epífitas, e como parasitas, as que não possuíam raízes aparentes. Os
indivíduos terrestres que apresentaram ramos principais esverdeados e maleáveis de até 1,5
21
m de estatura como ervas, os lenhosos e com altura máxima de 3 m foram definidos como
arbustos, e arbóreos os lenhosos com altura superior a 3 m.
Figuras 3: Metodologia de campo
(a)Trilhas antrópicas pré-existentes, percorridas neste estudo e também
pelos alunos do Laboratório de Aves do Departamento de Ecologia da UERJ para
estudos ecológicos com Formicivora littoralis.
(2) Arbusto identificado no presente estudo, com fita para marcação de
presença de ninho de Formicivora littoralis,o qual foi localizado pelos alunos do
Laboratório de Aves da UERJ.
22
4. Resultados:
O levantamento florístico resultou em 246 coletas de angiospermas e uma
Ptedidophyta, abrangendo 55 famílias, de 112 gêneros, em 127 espécies identificadas
(Tabela 1).
Tabela 1: Lista das espécies encontradas num trecho da restinga de Praia Seca,
Araruama,RJ. (Hbt = hábito, Form. = formação, ACS = Adriana Carvalho Sá Cavalcanti,
CF = Cyl Farney C. de Sá) s/n refere-se as coletas estéreis ou sem coleta, ou observações
de indivíduos estéreis.
Família Espécie Nº do
coletor
Hábit
o
For
m.
Acanthaceae S.Profice
1 Justicia brasiliana Roth. ACS 57 ERV 3, 4
2 Schaueria lachnostachya Nees. ACS 58 ERV 3
Achatocarpaceae
3 Achatocarpus praecox Griseb. ACS 105 ARB 3
Amaranthaceae
4 Alternanthera littoralis P.Beauv. ACS 168 ERV 1, 2
5 Blutaparon portulacoides (A.St.-Hil.) Mears ACS 157 ERV 1,2
Anacardiaceae
6 Astronium graveolens Jacq. s/n ARV 3, 4
7 Schinus terebinthifolius Raddi ACS 152 ARB 3, 4
Apocynaceae N.Marquete
8 Aspidosperma parvifolium A.DC. ACS 74 ARV 3
9 Matelea maritima (Vell.) Fontella ACS 248 TRE 1
10 Oxypetalum banksii R. Br. Ex Schult. ACS 92 TRE 3, 4
11 Temnadenia odorifera (Vell.) J.F.Morales ACS 81 TRE 4
Araceae M. Nadruz
12 Anthurium harrisii (Graham) G.Don. ACS 61 ERV 3, 4
Arecaceae
13 Allagoptera arenaria (Gomes) Kuntze s/n ARB 2, 4
Asteraceae
14 Mikania trinervis Hook. & Arn. ACS 252 TRE 2, 3
15 Trixis antimenorrhoea (Schrank) Kuntze ACS 48 ERV 3
Bignoniaceae
16 Fridericia conjugata (Vell.) L.G.Lohmann ACS 83 ARB 3, 4
Boraginaceae
17 Cordia aberrans I.M.Johnst. ACS 133 ARB 2,3
18 Tournefortia membranaceae (Gardner) DC. ACS 66 ,
CF 4865
ERV 2, 3
23
Tabela 1: Lista das espécies encontradas num trecho da restinga de Praia Seca,
Araruama,RJ. (Hbt = hábito, Form. = formação, ACS = Adriana Carvalho Sá Cavalcanti,
CF = Cyl Farney C. de Sá) s/n refere-se as coletas estéreis ou sem coleta, ou observações
de indivíduos estéreis.
Família Espécie Nº do
coletor
Hábito Form.
Bromeliaceae
19 Billbergia amoena (Lodd.) Lindl. ACS 36 ERV 3, 4
20 Bromelia antiacantha Bertol. s/n ERV 2
21 Neoregelia cruenta (R.Graham)
L.B.Sm.
ACS 330 ERV 3, 4
Cactaceae M.F.Freitas
22 Tillandsia stricta Sol. ACS 52 EPI 3, 4
23 Brasiliopuntia brasiliensis (Willd.)
A.Berger
ACS 205 ARV 3, 4
24 Cereus fernambucensis Lem. s/n ARB 5
25 Hylocereus setaceus (Salm-Dyck)
R.Bauer
ACS 150
EPI 2, 3
26 Pereskia aculeata Mill. ACS 106 ERV 3,4
27 Melocactus violaceus Pfeiff. s/n ERV 5
28 Pilosocereus arrabidae (Lem.) Byles &
Rowley
ACS 249 ARV 2, 3, 4
29 Rhipsalis crispata (Haw.) Pfeiff. ACS 243 EPI 3
Cannabaceae
30 Celtis sp. ACS 63 ARB 2, 3
Capparaceae
31 Cynophalla flexuosa (L.) J.Presl ACS 47 ARB 3
32 Crateva tapia L. ACS 43 ARV 4
Celastraceae
33 Maytenus obtusifolia Mart. ACS 41 ARB 3, 4
34 Salacia arborea (Schrank) Peyr. ACS 250 ARB 3, 4
Clusiaceae
35 Clusia fluminensis Planch. & Triana ACS 324 ARV 3, 4
36 Garcinia brasiliensis Mart. ACS 206 ARB 3, 4
Commelinaceae
37 Commelina erecta L. ACS 139 TER 3, 4
38 Dichorisandra thyrsiflora J.C.Mikan ACS 39 VER 3, 4
39 Gibasis geniculata (Jacq.) Rohweder ACS 111 TER 2, 3
Convolvulaceae
40 Ipomoea imperati (Vahl) Griseb. ACS 86 VER 1
41 Ipomoea pes-caprae (L.) R.Br. s/n VER 1
Cucurbitaceae
42 Fevillea trilobata L. ACS 56 TER 3, 4
Cyperaceae
43 Remirea maritima Aubl. ACS 161 VER 1, 2
Ebenaceae
44 Diospyros inconstans Jacq. ACS 195 ARB 3
24
Tabela 1: Lista das espécies encontradas num trecho da restinga de Praia Seca,
Araruama,RJ. (Hbt = hábito, Form. = formação, ACS = Adriana Carvalho Sá Cavalcanti,
CF = Cyl Farney C. de Sá) s/n refere-se as coletas estéreis ou sem coleta, ou observações
de indivíduos estéreis.
Família Espécie Nº do
coletor
Hábito Form.
Erytroxylaceae
45 Erytroxylum subrotundum A.St.-Hil. ACS 246 ARB 3, 4
Euphorbiaceae
46 Dalechampia micromeria Baill. ACS 49 TER 3, 4
47 Sebastiania brasiliensis Spreng. ACS 116 ARB 3, 4
Iridaceae A.S.B. Gil
48 Neomarica northiana (Schnev.) Sprague ACS 87 VER 3, 4
Leguminosae H.C.Lima
49 Canavalia rosea (SW.) DC. ACS 124 TRE 1
50 Centrosema virginianum (L.) Benth ACS 99, CF
4871
TRE 2, 3
51 Chamaecrista flexuosa (L.) Greene CF 4872 ERV 3
52 Chamaecrista ramosa (Vogel)
H.S.Irwin & Barneby
CF 4869 ERV 3
53 Chloroleucon tortum (Mart.) Pittier ACS 144 ARV 3, 4
54 Clitoria laurifolia Poir. ACS 129 TRE 1, 2
55 Inga maritima Benth. ACS 185 ARB 3
56 Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit ACS 44 ARV 3, 4, 5
57 Mimosa extensa Benth. ACS 42 TRE 2, 3, 5
58 Rhynchosia phaseoloides (Sw.) DC. ACS 88 TRE 2
59 Senna pendula (Humb.& Bonpl.ex
Willd.) H.S.Irwin & Barneby
ACS 148 ARB 3, 4
60 Sophora tomentosa L. ACS 158 ARB 3
61 Stylosanthes viscosa (L.) Sw. ACS 130,
CF 4870
ARB 3
62 Zollernia glabra (Spreng.) Yakovl. ACS 62, CF
4815
ARV 3, 4
Malpighiaceae
63 Niedenzuella glabra (Spreng.)
W.R.Anderson
ACS 120 TRE 3
Malvaceae M.Bovini
64 Abutilon pauciflorum A. St.-Hil. ACS 118 ARB 3
65 Abutilon purpurascens K. Schum ACS 55 ARB 3
66 Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A.
Robyns
ACS 188 ARB 3, 4
67 Waltheria petiolata K. Schum. ACS 145 ARB 3
Marantaceae
68 Maranta cf. noctiflora Regel & Körn. ACS 38 ERV 5
Meliaceae
69 Trichilia casaretti C. DC. ACS 45 ARB 3
25
Tabela 1: Lista das espécies encontradas num trecho da restinga de Praia Seca,
Araruama,RJ. (Hbt = hábito, Form. = formação, ACS = Adriana Carvalho Sá Cavalcanti,
CF = Cyl Farney C. de Sá) s/n refere-se as coletas estéreis ou sem coleta, ou observações
de indivíduos estéreis.
Família Espécie Nº do
coletor
Hábito Form.
Molluginaceae
70 Mollugo verticillata L. ACS 85 ERV 1, 2
Moraceae
71 Sorocea hilarii Gaudich ACS 90 ARB 3, 4
Myrtaceae M.Souza
72 Eugenia selloi B.D.Jacks. ACS 95 ARB 3, 4
73 Eugenia umbelliflora O.Berg ACS 53 ARB 3
74 Eugenia uniflora L. s/n ARB 3
75 Neomitranthes obscura (DC.)
N.Silveira
s/n ARB 3
Nyctaginaceae C.F.C.de Sá
76 Guapira opposita (Vell.) Reitz ACS 201 ARV 3, 4
77 Guapira pernambucensis (Casar.)
Lundell
ACS 140 ARB 3, 4
Ochnaceae
78 Ouratea cuspidata (A.ST.-Hil.)Engl. ACS 94 ARB 2, 3, 4
Olacaceae
79 Cathedra sp. CF 4815 ARB 3
80 Ximenia americana L. ACS 110,
CF 4866
ARB 3
Orchidaceae E.Saddi
81 Campylocentrum micranthum (Lindl.)
Rolfe
ACS 251 EPI 3
82 Cattleya guttata Lindl. ACS 121 EPI 3
83 Eltroplectris calcarata (Sw.) Garay &
Sweet.
ACS 147 ERV 4
84 Notylia pubescens Lindl. ACS 159 EPI 3
85 Alatiglossum ciliatum (Lindl.) Baptista ACS 72 EPI 3
86 Acianthera saundersiana (Rchb.f.)
Pridgeon & M.W.Chase
ACS 213 EPI 3
87 Vanilla sp. ACS 78 ERV 3
Passifloraceae
88 Passiflora mucronata Lam. ACS 69 TRE 3, 4
89 Passiflora racemosa Brot. ACS 59 TRE 3, 4
Phytolaccaceae
90 Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms s/n ARV 3, 4
91 Rivina humilis L. ACS 91 ERV 2, 3
Piperaceae E.F.Guimarães
92 Peperomia trineura Miq. ACS 51, CF
4862
EPI 4
26
Tabela 1: Lista das espécies encontradas num trecho da restinga de Praia Seca,
Araruama,RJ. (Hbt = hábito, Form. = formação, ACS = Adriana Carvalho Sá Cavalcanti,
CF = Cyl Farney C. de Sá) s/n refere-se as coletas estéreis ou sem coleta, ou observações
de indivíduos estéreis.
Família Espécie Nº do
coletor
Hábito Form.
Plumbaginaceae
93 Plumbago scandens L. ACS 102 ERV 3
Poaceae
94 Andropogon bicornis L. ACS 187 ERV 5
Pteridophyta C.Mynssen
95 Microgramma vacciniifolia (Langsd. &
Fisch.) Copel.
ACS 75 EPI 4
Rhamnaceae
96 Condalia buxifolia Reissek s/n ARB 3
Rubiaceae M.Gomes
97 Chiococca alba (L.) Hitchc. ACS 70 ARB 3
98 Diodella radula (Willd. ex Roem. &
Schult.) Delprete
ACS 132 ERV 2
99 Guettarda viburnoides Cham. & Schltdl. ACS 40 ARB 3
100 Melanopsidium nigrum Colla. s/n ARB 3
101 Randia armata (Sw.) DC. ACS 179 ARB 3, 4
102 Tocoyena bullata (Vell.) Mart. ACS 323 ARB 3
Salicaceae R.Marquete
103 Casearia sessiliflora Cambess. ACS 153 ARB 3
Santalaceae
104 Eubrachion sp. ACS 176 PAR 4
105 Phorodendron ellipticum Eichler ACS 96 PAR 4
106 Tripodanthus acutifolius (Ruiz & Pav.)
Tiegh.
ACS 318 PAR 4
Sapindaceae
107 Allophylus puberulus (Cambess.) Radlk. ACS 65 ARB 3
108 Paullinia racemosa Wawra ACS 46 ARB 3
109 Paullinia weinmanniifolia Mart. ACS146 ARB 3
Sapotaceae M.H.Monteiro
110 Chrysophyllum lucentifolium Cronquist ACS 172 ARV 3, 4
111 Manilkara cf. salzmannii (A.DC.)
H.J.Lam
ACS 200 ARB 3
112 Manilkara subsericea (Mart.) Dubard. ACS 320 ARB 3, 4
113 Pouteria grandiflora (A.DC.) Baehni ACS 67 ARV 3, 4
114 Pouteria psammophila (Mart.)Radlk ACS167 ARV 3, 4
115 Pouteria venosa (Mart.) Baehni ACS 304 ARV 3, 4
116 Sideroxylon obtusifolium (Roem. &
Schult.) T. D. Penn.
s/n ARV 3, 4
Schoepfiaceae
117 Schoepfia brasiliensis A.DC. s/n ARV 3,4
27
Tabela 1: Lista das espécies encontradas num trecho da restinga de Praia Seca,
Araruama,RJ. (Hbt = hábito, Form. = formação, ACS = Adriana Carvalho Sá Cavalcanti,
CF = Cyl Farney C. de Sá) s/n refere-se as coletas estéreis ou sem coleta, ou observações
de indivíduos estéreis.
Família Espécie Nº do
coletor
Hábito Form.
Simaroubaceae
118 Simaba floribunda A.St.-Hil. s/n ARV 3, 4
Solanaceae B.Carvalho
119 Solanum americanum Mill. ACS 136 ARB 3,5
120 Solanum cordifolium Dun. ex Poir ACS 104 ARB 3
121 Solanum jussiaei Dunal ACS 122 ARB 3
122 Solanum sycocarpum Mart. & Sendtn. ACS 212 ARB 3
Theophrastaceae
123 Jacquinia armillaris Jacq. ACS 77 ARB 2, 3
Urticaceae
124 Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini ACS 160 ARV 3, 4
Violaceae
125 Anchietea pyrifolia (Mart.) G.Don ACS 169 ERV 2
126 Hybanthus calceolaria (L.) Oken. ACS 127 ERV 2
Vitaceae
127 Cissus serroniana (Glaz.) Lombardi ACS 114 TRE 3
Em relação à distribuição de famílias de Angiospermas nas classes do sistema
APGII (Figura 4) as Classes mais abundantes foram: Eurosídea I com 15 famílias, seguida
das Eudicotiledoneas Core com 11 famílias e Monocotiledoneas com 9 familias. As demais
19 famílias estão entre as Classes Euasteridea I (7 fam.), Eurosidea II (6 fam.), Asterídea
(3 fam.), Euasterídea II (1 fam.), Rosidea (1 fam.), e Magnoliídea ( 1 fam.).
Figura 4: Porcentagem de famílias encontradas na área estudada e distribuídas em Classes
de acordo com o Sistema de Classificação APG II (2003).
28
Dentre as famílias com maior riqueza em espécies (Figura 5) temos: Leguminosae
com 14 espécies, seguida de Cactaceae (sete spp), Sapotaceae (sete spp) e Orchidaceae
(sete spp), e Rubiaceae (seis spp) como a quinta mais rica. Essas famílias retêm 33% da
riqueza total de espécies encontradas até o momento. As demais 50 famílias contêm 86
espécies, sendo cinco famílias com quatro espécies, três famílias com três espécies, 15
famílias com duas espécies e 27 famílias com uma espécie.
Figura 5: As cinco famílias mais ricas em espécies das formações vegetais
analisadas no trecho de restinga da Apa da Massambaba, Araruama, RJ.
Em relação ao hábito das espécies encontramos 29 ervas, 19 espécies arbóreas, 49
arbustivas, 17 trepadeiras, 10 epífitas, 3 parasitas (Figura 6) e nas formações vegetais
identificadas na área estudada foram encontradas as seguintes proporções de espécies:
psamófila reptante (7%), arbustiva aberta não inundável (18%), arbustiva fechada pós-
praia (79%), floresta não inundável (43%) e vegetação de borda (5%).
29
Figura 6: Distribuição da porcentagem de espécies por hábitos das formações
vegetais analisadas no trecho da restinga da Apa da Massambaba, Araruama, RJ.
Numa avaliação expedita de indivíduos arbóreos da formação florestal não
inundável, com o objetivo de enriquecer a lista florística e obter algumas informações
básicas sobre a estrutura (alturas e diâmetros), mensuramos 122 indivíduos com DAP ≥
5cm e obtivemos 55,6% dos indivíduos situados entre 3 e 5m (Figura 7). Em relação aos
diâmetros (Figura 8) 63,9 % dos indivíduos estão entre 10,1 e 20 cm de diâmetro e 41,8 %
desses 122 indivíduos apresentaram troncos múltiplos.
30
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1,3-1,92-2,9 3-3,9 4-4,9 5-5,9 6-7
Classes de altura (m)
% d
e In
div
ídu
os
Figura 7: Classes de altura dos espécimes arbóreos da formação florestal não inundável
na restinga de Praia Seca/RJ.
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
5-10
10,1-1
5
15,1-2
0
20,1-2
5
25,1-3
0
30,1-3
5
35,1-4
0
40,1-4
5
45,1-5
0
51,1-5
5
55,1-6
0
Classes de diâmetros
% d
e in
div
ídu
os
Figura 8: Classes de diâmetros dos espécimes arbóreos da formação florestal não
inundável na restinga de Praia Seca/ RJ.
31
Foram localizados pelo Depto. de Ecologia da UERJ no sub-bosque do pequeno
trecho correspondente a formação florestal não inundável 14 ninhos de Formicivora
littoralis em 10 espécies hospedeiras, sendo identificadas 4 ninhos na espécie Trichilia
casaretti C.DC. (Meliaceae) e dois em Schoepfia brasiliensis DC. (Schoepfiaceae) e os
demais ninhos em oito diferentes espécies.
Tabela 2: Ocorrência de ninhos de Formicivora littoralis na restinga da Praia Seca, RJ.
Família Espécie Ocorrências
Meliaceae Trichilia casaretti C. DC. 4
Schoepfiaceae Schoepfia brasiliensis A. DC. 2
Bignoniaceae Fridericia conjugata (Vell.) L.G.Lohmann 1
Erythroxylaceae Erythroxylum subrotundum A. St.-Hil. 1
Celastraceae Salacia arborea (Schrenk) Peyr. 1
Leguminosae Zollernia glabra (Spreng.) Yakovlev 1
Myrtaceae Eugenia umbelliflora O. Berg 1
Sapotaceae Chrysophyllum lucentifolium Cronquist 1
Sapindaceae Allophylus puberulus Radlk. 1
Simaroubaceae Simaba floribunda A. St.-Hil. 1
32
5. Discussão
Florística
A análise da flora das restingas entre o Paraná e a Bahia (Araújo et al. 2001) revela
entre as dez famílias mais ricas em espécies que Leguminosae, Bromeliaceae, Orchidaceae
e Rubiaceae estavam presentes em todas as áreas. Essas famílias, exceto Bromeliaceae,
também estão entre as cinco mais ricas na área estudada onde se destacam principalmente
Sapotaceae e Cactaceae por suas riquezas elevadas na regiao do CDV de Cabo Frio. As
famílias Leguminosae, Orchidaceae e Rubiaceae também foram mencionadas por Araújo
et al. (2009) como as mais ricas para a APA da Massambaba e ainda para outras restingas
fluminenses como a Marambaia (Conde et al. 2005), Maricá (Silva & Somner 1984, Silva
& Oliveira 1989) e Macaé (Araújo et al. 2001).
A família Leguminosae (14 spp), a de maior riqueza em Praia Seca que aliás
também é considerada a mais rica das restingas fluminenses e também para outros
ecossistemas como a Mata Atlantica (Araújo 2000), foram registradas para APA
Massambaba (Araújo et al. 2009) a ocorrência de 54 espécies, das quais incluíram as
encontradas em nosso estudo. Entre as 81 espécies arbóreas de Leguminosae registradas
por Ribeiro & Lima (2009) para o Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio (CDV
Cabo Frio), foram registradas quatro na área estudada: Chloroleucon tortum (Mart.)
Pittier., Inga maritima Benth, Senna pendula (Willd) H.S.Irwin & R.C.Barneby, Zollernia
glabra (Spreng.) Yakovl.. Sendo as duas primeiras consideradas endêmicas para o estado
do Rio de Janeiro e para o Sudeste, respectivamente.
De acordo com Calvente et al. (2005) Cactaceae é uma família bem representada na
flora do Estado do Rio de Janeiro com 45 espécies. Neste presente trabalho foi a segunda
família de maior riqueza, acompanhando Sapotaceae e Orchidaceae, com sete espécies as
quais também estão presentes na recente listagem para APA da Massambaba (Araujo et al.
2009), com 12 espécies. Sendo que o estudo de Freitas (1992) para as Cactaceae da APA
Massambaba listou 13 táxons, mas incluiu a espécie Hylocereus undatus (Haw.) Britt. &
Rose, que é citada como provavelmente introduzida.
Nas restingas fluminenses a família Orchidaceae apresentou 46 espécies (Araújo
2000). Na APA da Massambaba Araujo et al. (2009) registraram 28 espécies, as quais
incluírao cinco das listadas neste estudo, entretanto não foram registradas coletas de
Cattleya guttata Lindl. e Eltroplectris calcarata (Sw.) Garay & Sweet que constituem
então novos registros para a restinga da APA Massambaba. Surpreende que a primeira
espécie, embora aparentemente abundante, não tenha sido registrada anteriormente na
33
Massambaba s.l. nos artigos de Sá (1992) e Araújo et al. (2009). Em outras restingas
fluminenses como a do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba (Araújo et al. 2001) e
na Restinga da Marambaia (Fraga et al. 2005), a riqueza de espécies de Orchidaceae
também foi observada com 15 e 40 espécies respectivamente.
A família Sapotaceae também apresentou sete espécies, e merece destaque pois nas
restingas fluminenses estão representadas por 13 (spp.) segundo Araújo (2000) e 12 (spp.)
para APA Massambaba (Araújo et al. 2009). Isso demonstra que as Sapotaceae estão bem
representadas quanto à riqueza, pois numa área relativamente pequena apresentou cerca de
58% das espécies listadas para as restingas do estado (Araújo, 1984), sendo este um
aspecto importante do ponto de vista de conservação. De acordo com Pereira & Araújo
(2000) esta família também é rica nas restingas capixabas, também com 13 espécies, sendo
que das seis espécies comuns às restingas do RJ e ES, quatro (Manilkara subsericea
(Mart.) Dubard, Pouteria grandiflora (A.DC) Baehni, Pouteria venosa (Mart.) Baehni e
Sideroxylon obtusifolium (Roem. & Schult.) T.D.Penn.) foram registradas na área
estudada.
A família Rubiaceae (seis spp.) se enquadrava como a quarta mais rica para as
restingas fluminenses com 53 espécies (Araújo 2000), mas num detalhado estudo sobre as
Rubiaceae das restingas fluminenses, Gomes (2008) atualizou este número para 89
espécies. Desta forma, atualmente, Rubiaceae situa-se como a família mais rica em
espécies das restingas fluminenses, que superaria as Leguminosae, porém isso só pode ser
confirmado depois de um estudo detalhado com outras famílias. Na APA da Massambaba
foram registradas 29 espécies de Rubiaceae por Araujo et. al. (2009), incluindo as seis
listadas neste estudo. Dentre as quais se destaca: Melanopsidium nigrum Colla, que é
endêmica da Mata Atlântica (Gomes, 2008) e está na lista de espécies ameaçadas (MMA
2008).
A família Myrtaceae é citada em diversos estudos como uma das mais ricas em
restingas (Araujo et al. 2009, Araujo 2000, Araujo et al 2001, Araujo & Henriques 1984) e
como família característica da Mata Atlântica (Peixoto & Gentry 1990, Mori et al 1983).
Entretanto, na área estudada identificamos apenas quatro espécies: Eugenia selloi
B.D.Jacks, Eugenia umbeliflora O.Berg, Eugenia uniflora L. e Neomitranthes obscura
(DC.) N.J.E.Silveira, estando este fato provavelmente relacionado ao curto período de
coleta (insuficiente para cobrir um ciclo anual de coletas) de material botânico e ao
tamanho da área.
34
Vale ressaltar que as formações vegetais não apresentam necessariamente espécies
restritas a elas, como foi o caso da Allagoptera arenaria (Gomes) Kuntze, que
normalmente ocorre em abundância na “formação arbustiva aberta não inundável” dessas
restingas, apresentou um indivíduo com aspecto arborescente na “formação florestal não
inundável”, fato raramente observado, assim como, Jacquinia armillaris Jacq. na
“formação Psamófila reptante” com um espécime arbustivo, entretanto freqüentemente ela
é observada na “formação arbustiva fechada pós-praia” (Araujo et al , 2009).
Fisionomia das comunidades vegetais
O aspecto de adensamento estrutural da vegetação, que corresponde ao habitat do
Formicivora littoralis, aparenta certa homogeneidade e não evidencia a riqueza da
composição florística da restinga estudada. Esta visão adensada se dá por ser comum o
estrato predominantemente arbustivo, com muitos indivíduos tortuosos, perfilados e
escandentes, com ramificações próximas ao solo.
A fisionomia de baixo porte e com muitos apoios, pode favorecer determinados
hábitos e comportamentos animais. Tais como a técnica de forrageamento, na qual se
utiliza ramos vegetais como poleiros para alcançar à presa, correspondendo ao
comportamento do Formicivora littoralis observado por Chaves (2010).
Das quatro formações analisadas na área de estudos a “Formação psamófila
reptante” foi a menos diversificada (nove espécies) assim como na Apa da Massambaba
(Araújo et al., 2009) onde apresentou 17 espécies, sendo também a maior parte herbáceas.
Em Maricá Silva & Somner (1984), citam a ocorrência de 15 espécies presentes nessa
formação, sendo que cinco espécies também estão presentes na nossa área de estudo
(Canavalia rosea (Sw.) DC., Remirea maritima Aubl., Mollugo verticillata L.,
Alternanthera littoralis (Mart.) Pedersen e Hibanthus calceolaria (L.) Schultze). Porém,
Conde et al. (2005) citam para a restinga da Marambaia uma riqueza de espécies 24
espécies para esta formação, Cordeiro (2005) na Praia do Peró em Cabo Frio resultou em e
uma listagem ainda maior com 28 espécies compondo esta comunidade.
Na “Formação arbustiva aberta não inundável” foram encontradas 23 espécies,
sendo a maior parte delas ocorrentes na “formação psamófila reptante” ainda com porte
predominante herbáceo, com alguns indivíduos arbustivos. Dentre as espécies presentes
destaca se Ouratea cuspidata (A.St.-Hil.)Engl. e Jacquinia armillaris Jacq que não
ocorrem na formação mais próxima ao mar e não costumam aparecer em outras listagens
(Silva & Sommer 1984-Maricá e Silva & Oliveira 1989-Maricá) para essa formação. Na
35
Apa da Massambaba Araújo et al. (2009) identificou 43 espécies nesta formação algumas
destas também foram encontradas na área estudada.
A mais diversificada em nosso estudo em relação ao número de espécies (99 spp.),
foi a “Formação arbustiva fechada pós-praia”, provavelmente devido ao maior esforço de
coleta nesta área, que corresponde ao habitat preferencial do Formicivora littoralis,
segundo Vechi & Alves (2008). Na listagem publicada recentemente para APA da
Massambaba, nesta formação foram indicadas apenas 37 espécies, havendo uma
discrepância muito grande em relação a “formação florestal não inundável”, que
apresentou na mesma publicação 384 espécies. Na restinga de Maricá Silva & Oliveira
(1989) citaram algumas espécies como mais comuns que não ocorreram na restinga de
Praia Seca, e numa descrição sucinta desta formação cita que alguns espécimes, tais como
Cereus fernambuscensis Lem. e Schinus terebinthifolius Raddi., encontrados nesta
formação com porte arbustivo são geralmente encontrados mais no interior com porte
arbóreo, e esta característica também foi observada no campo com essas e diversas outras
espécies.
A “Formação florestal não inundável” apesar de ser a mais diversificada nas
listagens florísticas em relação ao hábito e as espécies presentes, na área estudada
apresentou 54 espécies. Em levantamento florístico realizado em uma floresta de restinga
em Jacarepiá, município de Saquarema, foram identificados 108 espécies, sendo três
morfoespécies (Sá & Araújo 2009). Este estudo indicou que os indivíduos arbóreos: Inga
marítima Benth., Aspidosperma parvifolium A.DC., Pseudobombax grandiflorum (Cav.)
A. Robyns, Brasilopuntia brasiliensis (Willd.) A.Berger , Capparis flexuosa (L.) L.,
Zollernia glabra (Spreng.) Yakovl., Eugenia rotundifolia Casar., Guapira opposita (Vell.)
Reitz, Chrysophyillum lucentifolium Cronq., Manilkara subsericea (Mart.) Dubard.,
Pouteria grandiflora (DC.) Baehni , Pouteria psammophila (Mart.) Radlk e Simaba
cuneata A.St –Hil & Tul., da formação florestal presentes em Saquarema são comuns na
mesma formação em Araruama, no trecho de restinga explorado neste estudo.
Segundo Fabris et al. (1990) entre os indivíduos arbóreos desta vegetação destaca-
se a espécie Schinus terebinthifolius Raddi. por seu elevado “Índice Valor de Importância”
(IVI) nesta formação em Guarapari/ES e apesar de não ter sido feito nenhum cálculo
fitossociológico aprofundado na nossa área de estudos, na restinga de Praia Seca, foram
observados muitos indivíduos desta espécie. Além disso, algumas espécies descritas por
Silva & Oliveira (1989), nesta formação, como mais comuns em Maricá, também
ocorreram na restinga de Praia Seca.
36
As epífitas apesar de não terem sido muito abundantes ou ricas (10 spp.), foram
encontradas em maior parte nesta última formação (Figura 9), dentre as quais se destaca a
família Orchidaceae, assim como em uma restinga próxima, em Saquarema (Fontoura et
al., 2009), que listou três representantes desta família comuns ao nosso estudo (Oncidium
ciliatum Lindl., Pleurothallis saundersiana Rchb.f. e Cattleya guttata Lindl.). Segundo Sá
(1992) e Araújo et al. (2009), as epífitas nas restingas são pouco comuns. Porém, lianas e
arbustos escandentes são significativos, de acordo com Sá (1992), o qual destaca ainda
neste habito as espécies Pereskia aculeata Mill. e Randia armatta (Sw.) DC., dentre as
mais freqüentes, e são também ocorrentes em nossa área de estudo.
Figura 9: Distribuição de hábitos de espécies nas Formações vegetais encontradas na área
estudada (Form.I= psamófila reptante, Form. II= arbustiva aberta de pós-praia , Form. III=
arbustiva fechada de pós-praia e Form. IV= floresta não inundável).
A formação de borda a qual citamos neste estudo corresponde a vegetação
arbustiva que beira a parte externa da área de estudos, incluindo as bordas das trilhas
principais de acesso a área, na qual frequentemente foram observadas pessoas e animais
transitando e provavelmente esta formação foi descaracterizada por interferências externas.
O estabelecimento de espécies de ampla distribuição geográfica em áreas de freqüentes
ações perturbatórias é observado nessas áreas de transição e segundo Purata (1986) em
37
campos abandonados dificulta o estabelecimento de árvores de espécies nativas pioneiras,
retardando o processo sucessional, acredita-se que o mesmo ocorre nesta formaçao.
Portanto poucas espécies arbóreas foram citadas nesta formação, dentre as quais destaca-se
a predominância de Leucaena leucocephala (Lam.) De Wit., citada por Costa & Durigan
(2010) como invasora.
Tabela 3: Lista das espécies presentes na borda da vegetação arbustiva fechada de pós-
praia (Hbt=Hábito, Form.=Formação vegetal, TRE= Trepadeira, ARV= Árvore, ERV=
Erva, ARB= Arbusto, 1= Formação psamófila reptante, 2= Formação arbustiva aberta não
inundável, 3= Formação arbustiva fechada de pós praia, 4= Formação florestal não
inundável e 5= formação de borda).
Família Gênero/espécie Hbt Form.
Leguminosae Leucaena leucocephala (Lam.) De Wit. ARV 3, 4, 5
Leguminosae Mimosa extensa Benth. ERV 2, 3, 5
Marantaceae Maranta cf. noctiflora Regel & Körn. ERV 5
Poaceae Andropogon bicornis L. ERV 5
Solanaceae Solanum americanum Mill. ARB 3,5
Conservação:
Formicivora littoralis
Levando em consideração que o Formicivora littoralis é a única ave endêmica de
restingas conhecida até o momento no Brasil e está ameaçada de extinção a nivel local
(Gonzaga & Pacheco 1990) e global (IUCN 2010), é necessário ampliar os estudos
relativos a ela, pois as informações publicadas (Collar et al (1992), Cerqueira (1995),
Tobias & Williams (1996), Oliveira (2007), Vecchi & Alves (2008), Venturini & Paz
(2005), Gonzaga & Pacheco (1990) e Mattos et al. (2009)) ainda são limitadas.
Na área de Praia Seca (Praia do Vargas) onde o Depto de Ecologia da UERJ
desenvolveu o estudo, foi confirmado que as formações “Floresta não inundável e
“Formação arbustiva densa de pós-praia“, correspondem ao habitat do Formicivora
littoralis..Mattos et al. (2009) citou que esta espécie é considerada abundante nas restingas
entre Saquarema e Cabo Frio, sendo a APA da Massambaba o maior fragmento contínuo
com ocorrência da ave, cuja população global foi estimada entre 2468 a 3,773 indivíduos
numa área de ocupação de 148 Km2.
38
Restingas
Segundo Rocha et al. (2007) ainda existem 21 áreas remanescentes de restinga para
o estado do Rio de Janeiro, e apenas duas estão em áreas de proteção integral (Jurubatiba e
Praia do Sul). As principais causas reconhecidas de degradação das restingas são: pressão
imobiliária, construção de salinas e invasões de reservas naturais. Além disso, vale
ressaltar que foram listadas neste estudo, segundo a lista oficial do IBAMA (2008), quatro
espécies vegetais em estado de ameaça (tabela 4) e outras três espécies deficientes de
dados, mas que podem estar em estado de ameaça (tabela 5).
Tabela 4: Lista de espécies em estado de ameaça segundo a lista oficial do IBAMA de
2008 encontrados na área estudada. (Hbt=Hábito, Form.=Formação vegetal, EPI=Epífita,
ARV= Árvore, ERV= Erva, ARB= Arbusto, II= Formação arbustiva aberta não inundável,
III= Formação arbustiva fechada de pós-praia e IV= Formação florestal não inundável).
Família Gênero/espécie Hbt Form.
Cactaceae Melocactus violaceus Pfeiff. ERV 2
Leguminosae Chloroleucon tortum (Mart.) Pittier ARV 3; 4
Rubiaceae Melanopsidium nigrum Colla ARB 3
Sapotaceae Sideroxylon obtusifolium (Roem. & Schult.) T.D.Penn. ARV 3; 4
Tabela 5: Lista de espécies deficientes de dados, mas que podem estar em estado de
ameaça, segundo a lista oficial do IBAMA de 2008, encontrados na área estudada.
(Hbt=Hábito, Form.=Formação vegetal, EPI=Epífita, ARV= Árvore, ERV= Erva, ARB=
Arbusto, 2= Formação arbustiva aberta não inundável, 3= Formação arbustiva fechada de
pós-praia e 4= Formação florestal não inundável).
Família Gênero/espécie Hbt Form.
Arecaceae Allagoptera arenaria (Gomes) Kuntze ARB 2; 4
Cactaceae Rhipsalis crispata (Haw.) Pfeiff. EPI 3
Bromeliaceae Neoregelia cruenta (Graham) L.B.Sm. ERV 3; 4
Apesar das restingas do Sudeste serem as mais estudadas e as mais ricas do Brasil
(Araújo 2000) este presente estudo acrescentou 16 espécies de plantas vasculares à recente
lista de Araújo et. al (2009) para a APA Massambaba (tabela 6), sendo destes, quatro
novos registros também para a lista das restingas fluminenses organizada por Araújo
39
(2000), inclusive um indivíduo de Casearia sessiliflora da família Salicaceae merece
destaque pois segundo o especialista Marquete, R. & Vaz, A.M.S.F. (2007) a 60 anos não
havia sido coletada, e já acreditavam que a espécie poderia estar extinta (tabela 6). Isso
indica que mesmo as listagens florísticas de áreas bem estudadas, ainda não estão
completas e mesmo as áreas fragmentadas são importantes para conservação e
documentação da diversidade por simplesmente reterem espécies.
Tabela 6: Espécies coletadas na área estudada indicadas como novos registros para as
restingas da APA da Massambaba, segundo Araújo et al. (2009) (Hbt=Hábito,
Form.=Formação vegetal, TRE= Trepadeira, EPI=Epífita, ARV= Árvore, ERV= Erva,
ARB= Arbusto, 1= Formação psamófila reptante, 2= Formação arbustiva aberta não
inundável, 3= Formação arbustiva fechada de pós praia, 4= Formação florestal não
inundável).
Família Espécie Hbt form.
Acanthaceae Shaueria lachnostachia Nees. ERV 3
Achatocarpaceae Achatocarpus praecox Griseb. ARB 3
Apocynaceae Matelea maritima (Vell.) Fontella TRE 1
Asteraceae Mikania trinervis Hook. & Arn. TRE 2,3
Asteraceae Trixis antimenorrhoea (Schrank) Kuntze ERV 3
Boraginaceae Cordia aberrans I.M.Johnst. ARB 3
Meliaceae Trichilia casaretti C. DC. ARB 3
Olacaceae Ximenia americana L. ARB 3,4
Orchidaceae Cattleya guttata Lindl. EPI 3
Orchidaceae Eltroplectris calcarata (Sw) Garay & Sweet ERV 4
Phytolacaceae Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms ARV 3,4
Piperaceae Peperomia trineura Miq. EPI 4
Rhamnaceae Condalia buxifolia Reissek ARB 3
Salicaceae Casearia sessiliflora Cambess. ARB 3
Violaceae Hybanthus calceolaria (L.) Oken. TRE 2
Vitaceae Cissus serroniana (Glaz.) Lombardi TRE 3
40
Tabela 6: Espécies coletadas na área estudada indicadas como novos registros para
restingas do Rio de Janeiro, segundo Araújo (2000) (Hbt=Hábito, Form.=Formação
vegetal, TRE= Trepadeira, EPI=Epífita, ARV= Árvore, ERV= Erva, ARB= Arbusto, 1=
Formação psamófila reptante, 2= Formação arbustiva aberta não inundável, 3= Formação
arbustiva fechada de pós praia, 4= Formação florestal não inundável ).
Família Espécie Hbt form.
Acanthaceae Shaueria lachnostachia Nees. ERV 3,4
Piperaceae Peperomia trineura Miq. EPI 4
Salicaceae Casearia sessiliflora Cambess. ARV 3
Vitaceae Cissus serroniana (Glaz.) Lombardi TRE 3
Podemos considerar que a listagem total de espécies (Tabela 1) foi elevada levando
em conta o pouco tempo de campo e a irregularidade das saídas em relação à restrita área
do fragmento estudado. Mas ainda assim, esta listagem não deve ser considerada completa,
já que em alguns pontos as coletas não foram exaustivas além de não cobrir as estações do
ano de forma satisfatória.
41
6.Conclusão:
Fragmentos florestais em áreas de elevada diversidade vegetal podem representar
importantes refúgios para fauna nativa, desta forma, o trecho analisado apresenta potencial
relevante para conservação da fauna silvestre, além disso, a ocorrência de espécies vegetais
criticamente ameaçadas de extinção e ainda de uma espécie rara eleva a importância na
preservação desta área.
Entretanto o presente trabalho ainda deixa lacunas a serem preenchidas tanto em
relação à flora, como em relação a espécie de ave em questão. Por esta razão, há
necessidade de ampliar os estudos nas unidades de conservação (UCs) da região,
principalmente em formações arbustivas fechadas de pós-praia. Recomenda-se que sejam
feitas observações de comportamento da ave associados aos dados florísticos e
fitossociológicos, para compreender melhor a estrutura dessas vegetações e possíveis
especializações.
42
7. BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, A.L. & ARAUJO, D.S.D. 1997. Comunidades vegetais do cordão arenoso
externo da Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá, Saquarema, RJ. In
Absalão, R.S. & Esteves, A.M. ( eds.) Oecologia brasiliensis, vol. III:
Ecologia de Praias do Litoral Brasileiro. Rio de Janeiro, PPGE/ UFRJ. p.
47-63
ANDREATA, R.H.P. & TRAVASSOS, O.P. 1994 Chaves para determinar as famílias
de Pteridophyta, Gymnospermae, Angiospermae. Rio de Janeiro, Editora
Universitária Santa Úrsula,134p 21cm.
ANGIOSPERM PHYLOGENY GROUP II. 2003. An up date of the Angiosperm
Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering
plants: APGII. Botanical Journal of Linnaean Society 141: 399-436.
ARAUJO, D.S.D. & HENRIQUES, R.P.B. 1984. Análise florística das restingas do
Estado do Rio de Janeiro. In Lacerda, L.D. de et al. (orgs.). Restingas:
Origem , Estrutura e Processos. Niterói, CEUFF. p. 159-194.
ARAUJO et al 2001. Flora do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e
arredores, Rio de Janeiro, Brasil: listagem, florística e fitogeografia:
angiospermas, pteridófitas algas continentais, Costa & Dias (orgs.), Rio
de Janeiro: Museu Nacional, 2001.200p.:il.;23cm
ARAÚJO,D.S.D.; 2000. Análise florística e fitogeográfica das restingas do Estado do
Rio de Janeiro. Tese de doutorado, UFRJ, Rio de Janeiro. 176 pp.
ARAÚJO, D.S.D.1997. The Cabo Frio region. In: DAVIS ET AL
(eds). Centre of plant Diversity: a guide and strategy for their
conservation. Vol.3: The Americas, WWWF/IUCN, Oxford.p 373-375.
ARAUJO, D.S.D. ; Sá, C.F.C.; Fontella-Pereira, J; Garcia, D.S.; Ferreira, M.V.; Paixão,
R.J.; Schneider, S.M.; Fonseca-Kruel,V.S.; 2009. Área de Proteção de
43
Massambaba, Rio de Janeiro: Caracterização Fitofisionômica e Florística.
JBRJ Rodriguésia 60(1) : 067-096
ARAUJO D.S.D.; SCARANO, F. R.; SÁ, C. F. C.; KURTZ, B. C.; ZALUAR, H. L. T.;
MONTEZUMA, R. C. M. & OLIVEIRA, R. C. 1998. Comunidades
Vegetais do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. p.39-62. In:
Esteves, F.A. (Ed.) Ecologia das Lagoas Costeiras do Parque Nacional
da Restinga de Jurubatiba e do Município de Macaé, RJ. UFRJ, Rio de
Janeiro.
Atlas- Atlas Das Unidades de Conservação da Natureza do Estado do Rio de
Janeiro- 2001
ASSUMPÇÃO, J. & NASCIMENTO, M.T. 2000. Estrutura e composição florística de
quatro formações vegetais de restinga no complexo lagunar
Grussaí/Iquipari, São João da Barra, RJ, Brasil. Acta Botânica Brasílica 14
(3). São Paulo.
BARROSO, G.M. et al. 1978. Sistematica de Angiospermas do Brasil., Ed. Nacional/
EDUSP. Vol. 1. 256pp.
BARROSO, G.M. et al. 1984 Sistematica de Angiospermas do Brasil.. Universidade
Federal de Viçosa, MG. Vol.2. 377pp
BARROSO, G.M. et al. 1986 Sistematica de Angiospermas do Brasil Universidade
Federal de Viçosa, MG. Vol.3 326pp..
BARBIERE, E.B. 1984. Cabo Frio e Iguaba Grande , dois microclimas distintos a um
curto intervalo espacial. In: Lacerda, L.D.; Araújo, D.S.D.; Cerqueira, R.
Turq, B. (orgs.). Restingas:origem estruturas e processos. CEUFF,
Niterói. Pp.3-12.
44
BOHRER, C. B. A. et al. 2009. Mapeamento da vegetação e do uso do solo no Centro de
Diversidade Vegetal de Cabo Frio, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia
60(1): 1-23.
CALVENTE, A. M., FREITAS,M. F. & ANDREATA, R. H. P., 2005. Cactaceae no
estado do Rio de Janeiro in Rodriguésia 56 (87): 141-162.
CERQUEIRA, R. , 1995. Determinação de distribuições potenciais de espécies. Pp. 141-
161 in Oecologia Brasiliensis, Rio de Janeiro: Programa de Pós-graduação
em Ecologia, Instituto de biologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
CHAVES, F.G. 2010. Dieta e táticas de forrageamento de Formicivora littoralis
(Aves: Thamnophilidae) na Restinga da Massambaba, Araruama.
Dissertação de Mestrado, UERJ, Rio de Janeiro.
CIDE-FUNDAÇAO CENTRO DE INFORMAÇOES E DADOS DO RIO DE
JANEIRO.Mapas interativos I: informações básicas do Estado do Rio de
Janeiro: Fundação CIDE, 2001
COLLAR, N.J., GONZAGA, L.P., KRABBE, N.,MADRONO NIETO, A., NARANJO,
L.G., PARKER, T.A. and WEGE, D.C., 1992. Treatened birds of the
Américas: ICBP/IUCN red data book. Cambrige, UK: International
Council for Birds Preservation.
CONDE, M.M.S., LIMA, H.R.P. & PEIXOTO, A.L., 2005. Aspectos florísticos e
vegetacionais da Marambaia, Rio de Janeiro, Brasil. In: Menezes, L.F.T.,
Peixoto, A.L. & Araujo, D.S.D. (eds.) História Natural da Marambaia.
Rio de Janeiro, Seropédica: EDUR. p. 133-168.
CORDAZZO, C. V. 2006. Guia Ilustrado- Plantas das Dunas da Costa Sudoeste
Atlântica. Pelotas:USEB, 107p.: il.; 12X21cm (Coleções Manuais de
Campo USEB, 8)
45
CORDEIRO, S. Z.,2005 Composição e distribuição da vegetação herbácea em três áreas
com fisionomias distintas na Praia do Peró, Cabo Frio, RJ, Brasil. Acta
Botanica Brasilica, 19 (4): 679-693.
COSTA, J.N.M.N. & DURIGAN,G. 2010. Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit
(Fabaceae): Invasora ou ruderal? Rev. Árvore vol.34 no.5 Viçosa.
DANTAS, M. E.; SHINZATO, E.; MEDINA, A. I. M.; SILVA, C. R.; PIMENTEL, J.;
LUMBRERAS, J. F. & CALDERANO, S. B.; 2001. Diagnóstico
Geoambiental do estado do Rio de Janeiro. CPRM, Brasília.
DIAS, H.M., 2005. Estrutura do estrato lenhoso de uma comunidade arbustiva
fechada sobre cordão arenoso na Restinga da Marambaia, RJ.
Dissertação de mestrado, ENBT-JBRJ Rio de Janeiro,42 p.
Decreto nº 41[1].820 de 16_04_09-Diario Oficial
FABRIS, L.C., PEREIRA, O.J. & D.S.D. ARAUJO. 1990. Análise fitossociológica na
formação pós-praia da restinga de Setiba, Guarapari, ES. In: Watamabe
(Org..) Anais do II Simpósio de Ecossistemas da Costa Sul-Sudeste
Brasileira. ACIESP. p.455-466.
FARÁG, P.R.C. 1996. Apocynaceae. p. 57 – 72. In: LIMA, M.P.M. & R.R.
GUEDESBRUNI.(Eds). Reserva Ecológica de Macaé de Cima. Nova
Friburgo – RJ: Aspectos Florísticos das Espécies Vasculares. Vol. 2.
Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
FEEMA. FUNDAÇÃO ESTADUAL DE ENGENHARIA DO MEIO AMBIENTE.
Extração de areia em faixas litorâneas, por Elmo da Silva Amador. Rio
de Janeiro, 1985. 1 v.il.
46
FONSECA-KRUEL, V.S., ARAUJO, D.S.D., SÁ, C.F.C. & PEIXOTO, A.L. 2009.
Quantitative ethnobotany of a restinga forest fragment in Rio de Janeiro,
Brazil. Rodriguesia, 60 (1): 187-202.
FONTOURA T., ROCCA, M.A., SCHILLING, A.C. & REINERT, F., 2009. Epífitas da
foresta seca da Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá, sudeste do Brasil:
relações com a comunidade arbórea. Rodriguesia, 60 (1): 171-185.
FRAGA, C.N., KOLLMANN, L.J.C. & MENEZES, L.F.T., 2005. Orchidaceae da
Restinga de Marambaia, Rio de Janeiro, RJ. In: Menezes, L.F.T., Peixoto,
A.L. & Araujo, D.S.D. (eds.) História Natural da Marambaia. Rio de
Janeiro, Seropédica: EDUR. p. 121-132.
FREITAS, M.F., 1990/92. Cactaceae da Área de Proteção Ambiental da Massambaba,
Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia, 42/44: 67-91.
FREITAS, I.M.; BOHRER; C. B. A.; OLIVEIRA, J. L. F. 2005. O clima do município de
Iguaba Grande (RJ): características, vegetação natural e agricultura. In:
Anais do XI Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada. USP, São
Paulo. Pp. 3384-3392.
GENTRY, A. 1982. Patterns of Neotropical Plant Species Diversity. Evolutionary
Biology 15: 1-84.
GOMES, M. 2008. Rubiaceae das Restingas do Estado do Rio de Janeiro:
Taxonomia, Florística e Fitogeografia. UFRJ/ Museu Nacional do Rio de
Janeiro. Tese.
GONZAGA, L.P. & PACHECO, J.F. 1990. Two new subespecies of Formicivora
serrana (Hellmayr) from southeastern Brazil, and notes on the type
locality of Formicivora deluzae. Ménétirés. Bull.B.O.C. 110: 187-193.
GUEDES-BRUNI, R.R.; MORIN, M.P.M.; LIMA, H.C. de & SYLVESTRE, L..S. 2002.
Inventário florístico. In: SYLVESTRE, L.S & ROSA, M.M.T. (orgs).
Manual Metodológico para estudos botânicos na Mata Atlântica.
Seropédica, RJ. EDUR.
47
IUCN-INTERNATIONAL UNION FOR CONSERVATION OF NATURE AND
NATURAL RESOURCES. 2008 IUCN Red List of Threatened Species.
2008. Disponivel em : <http://www.iucnredlist.org> acesso em janeiro de
2009>
LEWIS, G.; SCHRIRE, B.; MACKINDER, B. & LOCK, M. 2005.Legumes of the
World. Kew, Richmond, Royal Botanic Gardens.
MATTOS, J.C.F.; VALE, M.M.; VECCHI, M.B. & ALVES,M.A.S., 2009. Abundance,
distribution and conservation of the Restinga Antwren Formicivora
littoralis in Bird Conservational International, p.1-9.
MMA/ Portaria n˚9 de 23/01/2007 Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/estruturas/ascom_boletins/_arquivos/83_1909200
8034949.pdf.>
MENEZES, L. F. T. & ARAUJO, D.S.D. 2005. Formações vegetais da restinga de
Marambaia - RJ. In: MENEZES, L. F. T., PEIXOTO, A.L. & ARAUJO,
D.S.D. (Eds).História Natural da Marambaia. Edur. UFRRJ.
MORI, S.A.; BOOM, B.M.; CARVALHO, A.M. de & SANTOS, T.S. dos. 1983.
Ecological Importance of Myrtaceae in an Eastern Brazilian Wet Forest.
Biotropica,15(1): 68-70.
MOURA, R.L. et al., 2007. Bromeliaceae das Restingas Fluminenses: Florística e
Fitogeografia . Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro, v.65, n.2,
p.139-168
MUEHE, D. 1994. Lagoa de Araruama:geomorfologia e sedimentação. Cadernos de
Geociência, IBGE 10: 53-62.
OLIVEIRA ET AL. 1989. Euphorbiaceae Juss. – Espécies ocorrentes nas restingas do
estado do Rio de Janeiro, Brasil. Acta Botânica Brasílica, Anais do XL
Congresso nacional de Botânica vol. 3(2):1989. 131 a 140p.
48
PEIXOTO, A.L. & GENTRY, A. 1990. Diversidade e composição florística da mata de
tabuleiro na reserva Florestal de Linhares (Espírito Santo, Brasil). Revista
Brasileira de Botânica, 13:19-25.
PEREIRA, M.C.A.; ARAUJO, D.S.D. & PEREIRA, O.J. 2001. Estrutura de uma
comunidade arbustiva da restinga de Barra de Maricá – RJ. Revista
Brasileira de Botânica, 24(3): 273-281.
PURATA, S. E. 1986. Floristic and structural changes during old-field succession in the
Mexican tropics in relation to site history and species availability. J. Trop.
Ecol. 2: 257-276.
REIF DE PAULA, C.H. 2004 Contribuição à taxonomia das famílias
Eremolepidaceae, Loranthaceae e Viscaceae no Estado do Rio de
Janeiro, Brasil.Rio de Janeiro: UFRJ/ Museu Nacional, xvii, 174f.:il.
Dissertação de mestrado.
RIBEIRO, R.D. & LIMA, H.C., 2009. Riqueza e distribuição geográfica de espécies
arbóreas da familia Leguminosae e implicações para conservação no Centro
de Diversidade Vegetal de Cabo Frio, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguesia,
60 (1): 111-127.
ROCHA, C.F.D. et al. 2003. A Biodiversidade nos Grandes Remanescentes Florestais
do Estado do Rio de Janeiro e nas Restingas da Mata Atlântica, São
Carlos: RiMa, 160pp.
ROCHA, C.F.D., BERGALLO, H.G., VAN SLUYS, M., ALVES, M.A.S. & JAMEL,
C.E., 2007. The remnants of restinga habitats in the Brazilian Atlantic
Forest of Rio de Janeiro state, Brazil: habitat loss and risk of disappearance.
Brazilian Journal of Biology, 67 (2): 263-273.
49
SÁ, C.F.C. 1992 A vegetação da restinga de Ipitangas, Reserva Ecológica Estadual
de jacarepiá, Saquarema (Rio de Janeiro). Arquivos do Jardim Botânico
do Rio de Janeiro, 31: 87-102.
SÁ, C.F.C.; 2006. Estrutura, Diversidade e Conservação de Angiospermas no Centro
de Diversidade de Cabo Frio, Estado do Rio de Janeiro. UFRJ, 251p.
tese
SÁ, C. F. C. & ARAUJO, D. S. D. 2009. Estrutura e florística de uma floresta de restinga
em Ipitangas, Saquarema, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 60(1): 147-
170.
SARAÇA, C.E.S ; et al. 2009. A Propósito de uma Nova Regionalização para o Estado
do Rio de Janeiro. In BERGALHO, H. G.et al. Estratégias e ações Para a
Conservação da biodiversidade no Estado do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro: Instituto biomas, 344 p.,il.,mapas
SARAYBA, L.S.P. 1993. Gramineae (Poaceae) da Área de Proteção ambiental da
Massambaba, Rio de Janeiro, Brasil. UFRJ/Museu nacional. Dissertação
de mestrado.
SCARANO, F.R. 2002. Structure, function and floristic relationships of plant
communities in stressful habitats marginal to the brazilian atlantic
rainforest. Annals of Botany 90:517-524.
SCARANO, F.R., BARROS, C.F., LOH, R.K.T., MATTOS, E.A. & WENDT, T., 2009.
Plant morpho-physiological variation under distinct environmental extremes
in restinga vegetation. Rodriguesia, 60 (1): 221-235.
SILVA, J.G.DA & OLIVEIRA, A. S. DE, 1989. A vegetação de restinga no município de
Marica/RJ. Acta Botânica Brasílica, Anais do XL Congresso nacional de
Botânica vol. 3(2):1989, 253 a 272p.
50
SILVA, J.G. & SOMMER G.V. 1984. Restinga da Barra de Maricá, Rio de Janeiro;
Levantamento preliminar da flora. Porto Alegre/RS, SBB Anais do XXXIV
Congresso Nacional de Botânica vol. II- comunicações. 351 a 375p.
SILVA,S.R. 2004 Conservação e uso sustentável da plantas medicinais e
aromáticas:Maytenus spp., espinheira-santa. Brasília: Ibama,
204p.:14X21cm.
SUGUIO, K. & TESSLER, M.G. 1984. Planícies de cordões litorâneos do Brasil: origem
e nomenclatura. In: Lacerda, L.D. de et al. (orgs.). Restingas: origem
estrutura e processos. Niterói, CEUFF.p.15-26.
TOBIAS , J. A. & WILLIAMS, R.S.R., 1996. Threatened Formicivora antwrens of Rio
de Janeiro state, Brazil. Cotinga 5: 62-66.
TURCQ. B.; MARTIN, L.: FLEXOR, J.M.; SUGUIO, K.; PIERRE, C. & TASAYACO-
ORTEGA, L.1999. Origin and Evolution of the Quaternary coastal plain
between Guaratiba and Cabo Frio, State of Rio de Janeiro, Brazil. In:
Knoppers, B. A.; Bidone , E.D. & Abrão, J. J.(eds) Environmental
Geochemistry of coastal lagoon systems, Rio de Janeiro, Brazil. Série
Geoquímica Ambiental, vol. 6. UFF, Niteroi.Pp.25-46.
VENTURINI, A. C. & PAZ, P. R. 2005.Observações sobre a distribuição geográfica de
Formicivora spp. (Aves: Thamnophilidae), no Estado do Espírito Santo,
sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Ornitologia 13(2): 169-175.
VECCHI MB & ALVES MAS (2008) New records of the Restinga antwren Formicivora
littoralis (Aves, Thamnophilidae) in the state of Rio de Janeiro, Brazil:
inland extended range and threats. Revista Brasileira de Biologia 68: 631-
637.