FILOSOFIA HELENÍSTICA
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Faculdade Boas Novas“Onde o conhecimento traz liberdade!”
História da FilosofiaProfessor Msc. Emerson Saraiva
FILOSOFIA HELENÍSTICA
CínicosAntístenes (445 – 360 a.C)
Diógenes (404-323 a.C)Epicurismo
Para Epicuro o bem soberano é o prazer (ausência de dor, de mal-estar, sentir-se bem
consigo mesmo). Para isso é necessário banir os objetos de medo e controlar os objetos do
desejo.Aquele que conseguir fazê-lo desfrutará de uma deliciosa ataraxia (ausência de
perturbação).
O mundo é feito de átomos (partículas infinitamente pequenas, indivisíveis, indestrutíveis,
que caem eternamente no vazio). Tudo é uma questão de algum fluxo de átomos.
A canônica epicurista decorre da física. Ela compreende 3 critérios: a sensação ( que
proporciona o existente. Todos os corpos emitem sem cessar partículas tênues à sua imagem –
as eidôla – simulacros), a prolepse (ou antecipação) – espécie de coletânea, na alma, das
sensações que a afetaram anteriormente; e a afeição ( o prazer e a dor que nos informam sobre
o que é conforme à natureza ou contra ela).
A vida deve ser convenientemente regrada. Este é o objetivo da ética.
Segundo Epicuro, temos 3 tipos de prazeres:
1° os naturais e necessários (comer quando se tem fome)
2° naturais, porém não necessários (comer excessivamente)
3° nem naturais, nem necessários (fumo, luxo)
Epicuro afirmava que a política é uma fonte de agitação, perda de tempo agradável.
Afirmava que o homem não é nem sociável, nem afável. Para ele a amizade está entre as
maiores felicidades de nossa vida.
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O epicurismo admitia todos: homens, mulheres e até escravos.
O objetivo do epicurismo era libertar as pessoas do medo da vida. Ele ensinava as pessoas
a buscar a felicidade e a realização em suas vidas privadas.
Arístipo (435-366 a.C)
Epicuro (341-270 a.C)
Estoicismo
Em seu conjunto, o estoicismo pode-se dividir em três períodos: um período antigo ou
ético, um período médio ou eclético, um período recente ou religioso. Os dois últimos, bastante
divergentes do estoicismo clássico.
O fundador da antiga escola estóica é Zenão de Citium (334-262 a.C., mais ou menos).
Seu pai, mercador, leva para ele, de Atenas, uns tratados socráticos, que lhe despertam o
entusiasmo para com os estudos filosóficos. Aos vinte e dois anos vai para Atenas; aí - perdidos
seus bens - dedica-se à filosofia, freqüentando por algum tempo várias escolas e mestres, entre
os quais o cínico Crates. Finalmente, pelo ano 300, funda a sua escola, que se chamou estóica,
do lugar onde ele costumava ensinar: pórtico em grego, stoá. Iniciou, juntamente com a
atividade didática, a de escritor. Em seus escritos já se encontram a clássica divisão estóica da
filosofia em lógica, física e ética, a primazia da ética e a união de filosofia e vida.
A escola estóica média ou eclética, surge pela influência de outras escolas e para
responder às objeções dessas escolas. Podem-se, pois, agrupar na escola estóica nova ou
religiosa os que entendiam absolutamente a filosofia, o estoicismo, não como ciência,
metafísica, mas como uma missão e uma prática religiosa, sacerdotal.
Consideravam o mundo um Todo vivo, uno e pleno, sem lugar para indeterminação.
Corporalismo - tudo é corpo, nesse conjunto de individualidades ligadas entre si por uma
simpatia universal que faz dele um organismo. Difundida por toda parte, a alma do mundo
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anima-o até na mais ínfima das suas partes. A cada parte é atribuída uma função com vista ao
bem superior do Todo.
Só são ditos incorpóreos o espaço, o tempo, o vazio e certa categoria, o leketon, isto é, o
aquilo-de-que-se-fala, não sendo considerados como existentes reais.
O conhecimento é uma operação imanente, corporal, como o é seu objeto.
Não há acaso, tudo é providencial.
O conceito é uma palavra vazia.
Da física estóica decorre um otimismo fundamental. Para ser feliz basta seguir a natureza
(não se deixar levar sem refletir por todos os movimentos que me agitam). A prática da virtude
permitirá o alcance da apatheia.
Comportar-se como estóico é compreender que, como as coisas não podem ser de outro
modo, pois são organizadas divinamente, o melhor ainda é acomodar-se a elas e, por
conseguinte, prevê-las na medida do possível, a fim de as suportar com mais boa vontade.
Deus não está fora do mundo e separado dele, mas totalmente impregnado no mundo – ele
é a mente do mundo, a auto-consciência do mundo.
Já que somos um todo com a natureza, e não existe nenhum reino superior, está fora de
questão nossa ‘ida’ para algum lugar quando morrermos.
Os estóicos acreditavam que as emoções são juízos e,portanto, cognitivas: são formas de
conhecimento.
O Pensamento: Gnosiologia e Metafísica
O estoicismo não apresenta o fenômeno de um grande filósofo, seguido por uma série de
discípulos mais ou menos originais, mas sim uma turma bastante uniforme de pensadores
medíocres. No dizer dos estóicos, a tarefa essencial da filosofia é a solução do problema da
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vida; em outras palavras, a filosofia é cultivada exclusivamente em vista da moral, para firmar a
virtude e, logo, para assegurar ao homem a felicidade. Entende-se, pois, como a filosofia estóica
chega a ser substancialmente pragmatista e, por conseguinte, no fundo, acaba não sendo mais
filosofia. E compreende-se o seu vasto êxito em todos os tempos, amiúde apresentando-se como
a filosofia dos não filósofos que têm pretensões filosóficas, moralizadoras, rigoristas. Não
obstante esse absorvente moralismo, os estóicos distinguem na filosofia uma lógica, uma física,
uma ética. Na lógica trata-se da gnosiologia; a física iguala a metafísica; a ética é o fim último e
único de toda a filosofia, inclusive da política e da religião.
Os estóicos dividem a lógica em dialética e retórica, em correspondência com o discurso
interior e exterior. A mente humana é concebida como uma tabula rasa. Como em Aristóteles,
o conhecimento parte dos dados imediatos do sentido; mas, diversamente de Aristóteles, o
conhecimento é limitado ao âmbito dos sentidos, não obstante as repetidas e múltiplas
declarações estóicas em louvor da razão. O conhecimento intelectual nada mais pode ser que
uma combinação, uma complicação quantitativa de elementos sensíveis. O conceito, pois, é
destruído, seguindo-se o aniquilamento da ciência, da metafísica e, logo, também da moral.
A metafísica estóica reduz-se à física, porquanto é radicalmente materialista: se tudo é
material, toda atividade é movimento, devem-se conceber materialisticamente também Deus, a
alma, as propriedades das coisas. Esta matéria está em perpétuo vir-a-ser, conforme a
concepção de Heráclito; e a lei desse princípio material só pode ser, naturalmente, uma
necessidade mecânica, à maneira de Demócrito.
Devendo os estóicos, todavia, fornecer alguma base à sua ética do dever, e dar uma
explicação à razão, que se manifesta no mundo, em especial no homem, incoerentemente
declaram racional o fogo - substância metafísica da realidade -, atribuem-lhe arbitrariamente os
atributos divinos da sabedoria e da providência, imaginam-no como espírito ordenador, razão da
vida, fazendo emergir todas as qualidades da matéria, como o Sol faz brotar da semente a
planta, segundo uma ordem teológica. Deus, providência, espírito, ordem são afirmados ao lado
dos conceitos opostos de fado, destino, necessidade, mecanicismo. Como se vê, a metafísica dos
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estóicos é uma metafísica elementar, decadente, contraditória, e os estóicos não são filósofos,
metafísicos, mas pragmatistas, moralistas, inteiramente absorvidos na prática, na ética.
A Moral e a Política
No pensamento dos estóicos, o fim supremo, o único bem do homem, não é o prazer, a
felicidade, mas a virtude; não é concebida como necessária condição para alcançar a felicidade,
e sim como sendo ela própria um bem imediato. Com o desenvolvimento do estoicismo,
todavia, a virtude acaba por se tornar meio para a felicidade da tranqüilidade, da serenidade, que
nasce da virtude negativa da apatia, da indiferença universal. A felicidade do homem virtuoso é
a libertação de toda perturbação, a tranqüilidade da alma, a independência interior, a autarquia.
Como o bem absoluto e único é a virtude, assim o mal único e absoluto é o vício. E não
tanto pelo dano que pode acarretar ao vicioso, quanto pela sua irracionalidade e desordem
intrínseca, ainda que se acabe por repudiá-lo como perturbador da indiferença, da serenidade, da
autarquia do sábio. Tudo aquilo que não é virtude nem vício, não é nem bem nem mal, mas
apenas indiferença; pode tornar-se bem se for unido com a virtude, mal se for ligado ao vício;
há o vício quando à indiferença se ajunta a paixão, isto é, uma emoção, uma tendência
irracional, como geralmente acontece.
A paixão, na filosofia estóica, é sempre e substancialmente má; pois é movimento
irracional, morbo e vício da alma - quer se trate de ódio, quer se trate de piedade. De tal forma,
a única atitude do sábio estóico deve ser o aniquilamento da paixão, até a apatia. O ideal ético
estóico não é o domínio racional da paixão, mas a sua destruição total, para dar lugar
unicamente à razão: maravilhoso ideal de homem sem paixão, que anda como um deus entre os
homens. Daí a guerra justificada do estoicismo contra o sentimento, a emoção, a paixão, donde
derivam o desejo, o vício, a dor, que devem ser aniquilados.
A virtude estóica é, no fundo, a indiferença e a renúncia a todos os bens do mundo que
não dependem de nós, e cujo curso é fatalmente determinado. Por conseguinte, indiferença e
renúncia a tudo, salvo e pensamento, a sabedoria, a virtude, que constituem os únicos bens
verdadeiros: indiferença e renúncia à vida e à morte, à saúde e à doença, ao repouso e à fadiga,
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à riqueza e à pobreza, às honras e à obscuridade, numa palavra, ao prazer e ao sofrimento - pois
o prazer é julgado insana vaidade da alma. Dada a indiferença estóica do suicídio como
voluntário e moral afastamento do mundo; isto não se concilia, porém, com a virtude da
fortaleza que o estoicismo reconhece e louva, e nem se pode explicar racionalmente o suicídio,
se a ordem do universo é racional, como precisamente afirmam os estóicos.
O estóico pratica esta indiferença e renúncia para não ser perturbado, magoado pela
possível e freqüente carência dos bens terrenos, e para não perder, de tal maneira, a serenidade,
a paz, o sossego, que são o verdadeiro, supremo, único bem da alma. O sábio é beato, porque,
inteiramente fechado na sua torre de marfim, nada lhe acontece que não seja por ele querido, e
se conforma com o demais, sem saudades e sem esperanças; pois sabe que tudo é efeito de um
determinismo universal. A serenidade, a apatia dos estóicos seria, sem dúvida, fruto de uma
fatigosa conquista, de uma dura virtude. Mas é uma virtude absolutamente negativa. Com
efeito, quando o homem se torna indiferente a tudo, e a tudo renuncia, salvo o seu pensamento -
cujo conteúdo é, em definitivo, esta mesma renúncia -, não lhe resta efetivamente mais nada.
Não Deus, pois no sistema estóico, é uma pura palavra; não a alma, destinada a resolver-se na
matéria. A sabedoria estóica é ação negadora da expansão das forças espirituais, virtude
corrosiva, morte moral.
Pelo que diz respeito à política, manifesta-se na filosofia estóica um racionalismo
cosmopolita radical a propósito da sociedade estatal: o homem, político por natureza, torna-se
cosmopolita por natureza. Diz o estóico Musônio: "O mundo é a pátria comum de todos os
homens". Tal cosmopolitismo foi fecundo em progresso, em civilização humana e moral. Abre-
se caminho a um sentimento de caridade, de perdão, até para os infelizes e os escravos, os
estrangeiros e os inimigos, em virtude da doutrina que afirma a identidade da natureza humana,
sentimento este inteiramente desconhecido ao mundo antigo, clássico, onde campeia solitária
uma justiça, que existe, porém, apenas para os concidadãos, livres e íntegros. E até começam a
nascer instituições caritativas para com os pobres e os doentes. Destarte, esse cosmopolitismo, a
que os estóicos não podem fornecer uma base racional e metafísica, promove todavia os
conceitos de sociedade universal, de direito natural, de lei racional, conceitos que deveriam ser
deduzidos da natureza racional do homem.
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Zenão de Eléia (334-262a.C)Cícero (106-43a.C)
Seneca (04a.C-65d. C))Marco Aurélio (121-180 d.C)
Pirronismo
Tudo é relativo. É a atitude cética ou efectícia (que consiste em suspender o juízo).
Recusa-se a fazer uso de um entendimento cuja validade não lhe parece comprovada e cujos
produtos não são garantidos. Contenta-se como o imediato e vive em paz.
Para Pirro, tudo o que podemos fazer é tomar as coisas pelo que nos parecem, mas as
aparências são notoriamente frustrantes, por isso nunca devemos assumir a verdade de uma.
Para ele, toda prova repousa em premissas não provadas; e isso é tão verdadeiro em
lógica, matemática e ciência quanto na vida diária.
Referencias:
C:\Documents and Settings\--\My Documents\História da Filosofia\filosofia antiga todos os
pensadores.htm.
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à
filosofia. São Paulo: Moderna, 2003.
GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia: romance da história da filosofia. São Paulo: Companhia
das Letras, 1995.
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