Figuras de Linguagem -...
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Figuras de palavra
Comparação: é a comparação direta de qualificações entre seres, com o uso do conectivo comparativo (como, assim como, bem como, tal qual, etc.).
Exemplos:
Naquele domingo, trabalhou como um cavalo.
A felicidade é como uma gota de orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila, depois de leve oscila e cai como uma lágrima de amor. (Vinícius de Morais)
Figuras de palavra
Metáfora: assim como a comparação, consiste numa relação de semelhança de qualificações. Mais sutil, exige muita atenção do leitor para ser captada, porque dispensa os conectivos que aparecem na comparação.
Exemplos:
Naquele domingo, ele era um cavalo trabalhando.
"Veja bem, nosso caso / É uma porta entreaberta." (Luís Gonzaga
Junior)
Figuras de palavra
Metonímia: é a utilização de uma palavra por outra. Essas palavras mantêm-se relacionadas de várias formas:
- O autor pela obra: Todos leram Machado para a prova.
- O instrumento pela pessoa que dele se utiliza: O jogador foi atropelado por microfones.
- O recipiente (continente) pelo conteúdo: Todos queriam, naquele instante, um bom copo d água.
-O lugar pelo produto: O que mais me fascinava era fumar um Havana.
Figuras de palavra
Sinédoque: atribuição a um vocábulo um sentido mais amplo ou mais restrito do que realmente tem. Relação “parte-todo”
Exemplos:
Procuramos um teto para morar.
Ele tem 2.000 cabeças de gado.
Os vivos não chegarão.
Figuras de palavra
Catacrese: é o emprego impróprio de uma palavra ou expressão por falta de outra no nosso vocabulário .
Exemplos:
O pé da mesa
A asa da xícara
Boca do fogão
Figuras de palavra
Perífrase (ou antonomásia): é um tipo de apelido que se confere aos seres, com o intuito de valorizar algum de seus feitos ou atributos.
Exemplos:
Todos gostaram da Ilha da Magia
O rei das selvas
Papai do céu
Figuras de palavra
Sinestesia: é a figura que proporciona a ilusão de mistura de percepções, mistura de sentidos.
Exemplos:
Aquele olhar doce realçava sua voz morna. "Os carinhos (tato) de Godofredo não tinham mais o gosto
(paladar) dos primeiros tempos." (Autran Dourado)
"O brilho macio do cetim." (visão + tato)
"O doce afago materno." (paladar + tato)
"Verde azedo." (visão + paladar)
"Aroma gritante." (olfato + audição)
"O delicioso aroma do amor" (Paladar + Olfato)
"Beleza áspera" (Visão + tato)
Figuras de pensamento
Antítese: é a aproximação de palavras ou expressões que exprimem idéias contrárias, adversas.
Exemplos:
Aquele fogo em sua face apagava-se com o gélido coração
• Ou: quando abro o guichê
É quando ela abaixa a
cortina
Eu sou funcionário
Ela é dançarina
Abro o meu armário
Salta serpentina
• Quando caio morto
Ela empina
Ou quando eu tchum no
colchão
É quando ela tchan no
cenário
O seu planetário
Minha lamparina
• Quando eu não salário
Ela, sim, propina
• Quando esquento a sopa
Ela cantina
Ou quando eu Lexotan
É quando ela Reativina
Eu sou funcionário
Ela é dançarina
Viro o calendário
Voa purpurina
• “Ela é dançarina” – Chico
Buarque
Figuras de pensamento
Paradoxo: é uma expressão que engloba idéias opostas
Exemplos:
Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente; é um contentamento descontente; é dor que desatina sem doer.
Figuras de pensamento
Oxímoro: unem-se, num mesmo enunciado, dois pensamentos excluedentes, contraditórios
Exemplos:
inocente culpa silêncio eloqüente tácito tumulto ilustre desconhecido movimento apolítico claro enigma morto vivo
Figuras de pensamento
Eufemismo: é uma espécie de abrandamento, é uma maneira de, por meio de palavras mais polidas, tornar mais suave e sutil uma informação de cunho desagradável e chocante.
Exemplos:
O nobre deputado faltou com a verdade
Seu filho foi estudar a geologia dos campos santos.
Figuras de pensamento
Hipérbole: modo exagerado de exprimir uma idéia.
Exemplos: “Eu nunca mais vou respirar, se você não me notar, eu posso até morrer de fome se você não me amar” (Cazuza)
Figuras de pensamento
Ironia: figura que consiste em dizer, com intenções sarcásticas e zombadoras, exatamente o contrário do que se pensa, do que realmente se quer afirmar. Exige, em alguns casos, bastante perícia por parte do receptor (leitor ou ouvinte).
Exemplos:
Moça linda, bem tratada,
três séculos de família,
burra como uma porta:
um amor! (Mario de Andrade)
O ministro foi sutil como uma jamanta.
Figuras de pensamento
Prosopopeia (ou personificação): é a atribuição de características humanas a seres não-humanos.
Exemplos:
Seus olhos corriam pela fazenda enquanto a lua lhe sorria.
"A lua, (...) Pedia a cada estrela fria / Um brilho de aluguel ..." (Jõao Bosco / Aldir Blanc)
Figuras de pensamento
Apóstrofe: equivale ao vocativo na análise sintática.
Exemplos:
Onde quer que esteja
Meu caro Barão
São Brás o proteja
O santo dos ladrão
Tava na faxina
Do seu caminhão
Pai Nosso, que estais no céu
Ó mar salgado, quanto do teu sal
são lágrimas de Portugal
Figuras de pensamento
Gradação: é a maneira ascendente ou descendente como as idéias podem ser organizadas na frase.
Exemplos:
Respirou e pôs um pé adiante e depois o outro, olhou para o lado e o caminhar virou trote, que virou corrida, que virou desespero.
Figuras sonoras
Aliteração: repetição de fonemas semelhantes.
Exemplos:
"(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões,
vozes veladas / Vagam nos velhos vórtices velozes / Dos ventos,
vivas, vãs, vulcanizadas." (fragmento de Violões que choram.
Cruz e Souza)
Figuras sonoras
Rato
Rato que rói a roupa
Que rói a rapa do rei do
morro
Que rói a roda do carro
Que rói o carro, que rói o
ferro
Que rói o barro, rói o
morro
Rato que rói o rato
Ra-rato, ra-rato
Roto que ri do roto
Que rói o farrapo
Do esfarra-rapado
Que mete a ripa, arranca
rabo
Rato ruim
Rato que rói a rosa
Rói o riso da moça
E ruma rua arriba
Em sua rota de rato
Figuras sonoras
Onomatopeia: consiste na criação de palavras com o intuito de imitar sons ou vozes naturais dos seres
Exemplos:
Ela me deu um susto e ploft, o bolo caiu no chão.
Figuras sonoras
Assonância: aproximação de vogais.
Exemplos:
A minha alma está armada e apontada para a cara do sossego.
Mesmo com toda a fama
Com toda a brahma
Com toda a cama
Com toda a lama
A gente vai levando
A gente vai levando
A gente vai levando
A gente vai levando essa chama
Figuras sonoras
É uma foto que não era para capa
Era a mera contracara, a face
obscura
O retrato da paúra quando o cara
Se prepara para dar a cara a tapa
Figuras de síntese
Elipse: ocorre quando se omite algum termo ou palavra de um enunciado. É sempre bom lembrar que essa omissão deve ser captada pelo leitor, que pode deduzi-la a partir do contexto, da situação comunicativa.
Exemplos:
(nós) Saímos da confeitaria com um pedaço de felicidade
Figuras de síntese
Zeugma: é um tipo de elipse. Ocorre zeugma quando duas orações compartilham o termo omitido. Isto é, quando o termo omitido é o mesmo que aparece na oração anterior.
Exemplos:
Todos querem dinheiro; eu, amor.
"O meu pai era paulista / Meu avô, pernambucano / O meu
bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano." (Chico Buarque)
Figuras de síntese
Silepse: é a concordância de um termo não com a palavra expressa, mas sim com a ideia subentendida.
Exemplos:
Vossa Excelência está cansado?
Os professores devemos buscar a fórmula perfeita
Figuras de síntese
Polissíndeto: é a repetição de conjunções.
Exemplo
Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua!
Figuras de síntese
Assíndeto: Síndeto significa conjunção, portanto assíndeto nada mais é que ausência de conjunção.
Exemplos:
"Soltei a pena, Moisés dobrou o jornal, Pimentel roeu as unhas"
(Graciliano Ramos)
Veni, vidi, vici. (Júlio César em 47 a.C)
Figuras de síntese
Pleonasmo: Essa figura nada mais é que a repetição, o reforço de uma idéia já expressa por alguma palavra, termo ou expressão. Somente corre como figura de sintaxe quando utilizado com fins estilísticos, como a ênfase intencional a uma idéia; sendo resultado da ignorância ou do descuido do usuário da língua, é considerado como um vício de linguagem (pleonasmo vicioso).
Exemplos:
"E rir meu riso e derramar meu pranto" (Vinicius de Moraes)
Cheguei até aqui caminhando com minhas próprias pernas.
Figuras de síntese Anáfora: consiste na repetição de uma palavra ou expressão no início de várias frases ou versos:
Exemplos: Não vim pra ficar
Não reserve um espaço no armário pra me acostumar
Não espere no horário arrumada na sala de estar
Não pretendo trazer minha vida pro seu bangalô
Não vim pra ficar
Não me põe monograma na fronha da gente deitar
Não pendure no tanque gaiola pro meu sabiá
Não faz do nosso encontro uma obrigação, por favor
"Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta / Olha a gota
que falta / Pro desfecho que falta / Por favor." (Chico Buarque)
Figuras de síntese
Inversão ou Hipérbato ou Anástrofe: Há quando ocorre qualquer inversão da ordem natural de termos num enunciado, a fim de conferir-lhe especiais efeitos e reforços de sentido
Exemplo:
Sua alma, nunca vi.
Figuras de síntese
Inversão ou Hipérbato ou Anástrofe : é um tipo de inversão que consiste, geralmente, na separação de termos que normalmente apareceriam unidos.
Exemplo
O amor, todos sabemos, vermelho e quente descobri eu.
Figuras de síntese
Inversão ou Hipérbato ou Anástrofe :
Exemplos:
"Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
de um povo heróico o brado retumbante”