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Ficha Técnica Titulo: Independente. Autores: Sónia L. Ajuda, Manuel N. Chambe, Osvaldo S. Zandamela. Direcção: Sónia L. Ajuda. Disigners: Osvaldo E. Francisco e Luis A. Junior. Colaboração: Helena M. Ouana, Armando A. Francisco e Valter J. Amosse. Fotografia: Centro de Documentação Samora Machel, Ernesto A. Matsinhe. Editor: ARPAC - Instituto de Investigação Sociocultural Delegação de Maputo. Número de Registo: 8799 Tiragem: 300 Exemplares. Matola, Outubro de 2016. 30° aniversário da tragédia de Mbuzini recordando os feitos de Samora, Primeiro Presidente de Moçambiqu

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Ficha Técnica

Titulo: Independente.Autores: Sónia L. Ajuda, Manuel N. Chambe, Osvaldo S. Zandamela.Direcção: Sónia L. Ajuda.Disigners: Osvaldo E. Francisco e Luis A. Junior.Colaboração: Helena M. Ouana, Armando A. Francisco e Valter J. Amosse.Fotografia: Centro de Documentação Samora Machel, Ernesto A. Matsinhe.Editor: ARPAC - Instituto de Investigação Sociocultural Delegação de Maputo.Número de Registo: 8799Tiragem: 300 Exemplares.Matola, Outubro de 2016.

30° aniversário da tragédia de Mbuzini recordando os feitos de Samora, Primeiro Presidente de Moçambique

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Exortação de Sua Excelência Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da República, por ocasião do Lançamento das celebrações do 30º Aniversário da Tragédia de Mbuzini

Moçambicanas e Moçambicanos;Compatriotas!

Celebramos hoje o Quadragésimo - primeiro Aniversário da nossa Independência, proclamada

pelo saudoso Presidente Samora Moisés Machel no dia 25 de Junho de 1975.

No dia 19 de Outubro de 2016 completam-se trinta anos do trágico acidente de aviação que

tirou a vida de Sua Excelência Samora Moisés Machel, Primeiro Presidente da República de

Moçambique e trinta e quatro membros da sua comitiva.

Não encontramos melhor homenagem que não seja dedicar este dia e este ano àquele que foi o

Pai da Nação moçambicana.

As celebrações desta data consagram o seu exemplo como nacionalista convicto, patriota de

elevada craveira, líder visionário e Estadista por excelência, o homem que proclamou a

Independência Nacional e projectou Moçambique no tempo e no espaço.

Nenhum nome se confundiu tanto com o nome de Moçambique. Nenhuma vida se confundiu

tanto com os nossos próprios sonhos de liberdade. Trinta anos depois, a sua iluminada palavra

continua a ser escutada em todos os recantos da nossa nação. Trinta anos depois as ideias e as

profecias de Machel continuam a trazer esperança para todos os patriotas.

A vida e obra de Samora Machel não são apenas objecto de celebração do passado. Samora

permanece uma referência viva para as gerações que lhe seguiram. E continua sendo uma

figura respeitada no mundo inteiro.

Diz-se que a dimensão de um político se mede não apenas pelo modo como é aclamado pelos

seus seguidores mas pela forma como é respeitado pelos seus opositores. Samora Machel

alcançou admiração e respeito por causa da sua estatura moral, da sua integridade moral e do

seu humanismo que superava fronteiras de raça, tribo, género ou religião.

Volvidos trinta anos após o seu desaparecimento físico, as suas lições perduram. O Presidente

Machel permanece vivo. E inspira-nos a todos nós perante os desafios que a Nação e o Mundo

enfrentam, como se de profecias se tratasse.

Samora Machel foi bem mais que o fundador de uma nação livre e independente. Ele continua a

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ser um alicerce do orgulho de sermos quem somos: solidários com os mais carentes, disponíveis

para lutar pelos que sofrem, pelos que são excluídos. Samora somos todos nós, moçambicanos

de Norte a Sul.

Ao recordar a vida e obra de Samora Machel pretendemos renovar o nosso compromisso de

preservar a verdade e a liberdade, nobres conquistas da luta do povo moçambicano.

Pretendemos, enfim, exaltar o seu papel no estabelecimento de relações de amizade,

solidariedade e cooperação com todos os povos do Mundo.

Moçambicanas e Moçambicanos;

Minhas Senhoras e Meus Senhores!

Neste momento que exaltamos a obra e os feitos de Samora Machel, estamos conscientes de que

as palavras não serão suficientes para exaltar a grandeza da sua herança.

Em nome do Governo da República de Moçambique, exortamos a todos os moçambicanos em

todo o território nacional e na diáspora a se envolver intensamente no movimento de celebração

da vida de Samora Machel, enaltecendo e aprofundando a unidade e coesão entre nós,

consolidando a paz e promovendo o progresso social e económico do nosso belo país.

Em nome do Governo da República de Moçambique e em meu nome pessoal, quero endereçar

palavras de solidariedade à família Machel e às famílias de todos os que com o Presidente

Samora Moisés Machel pereceram em Mbuzini em missão da Pátria.

Sob o Lema: “ 30 Anos de Mbuzini, Celebrando a Vida e Obra de Samora Machel”. Vamos

todos participar nesta grande festa do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Índico.

Com este acto DECLARO oficialmente o lançamento das comemorações da passagem do

trigésimo aniversário da tragédia de Mbuzini.

Compatriotas!

Celebremos a vida de Samora.

Samora vive em cada um de nós.

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1. INTRODUÇÃO

Assinala-se a 19 de Outubro de 2016 a passagem dos 30 anos do fatídico acidente de aviação que vitimou o primeiro Presidente de Moçambique independente e 34 membros da sua comitiva.

A efeméride é celebrada sob o lema: 30 anos de Mbuzini, celebrando a vida e obra de Samora Machel. No nosso entender o lema destas festividades convida-nos a aprofundar as nossas reflexões sobre: a nossa proveniência; onde estamos e para onde pretendemos ir, guiados pela visão profética do obreiro da nossa identidade inspirando-nos no seu legado, para a construção de um Moçambique cada vez melhor.

Samora Machel é uma figura que se confunde com a nossa história, guerreiro destemido e carismático, com uma verticalidade e frontalidade inabaláveis, senhor de um discurso intemporal, proclamador da nossa independência e fundador da nossa nacionalidade são atributos minúsculos para alcançar a estatura desta grande referência nacional e internacional.

Como celebrar a vida e obra de Samora? Resgatando os fundamentos da nação moçambicana que Samora fez questão de marcar de forma indelével em cada um de nós. Todos nós trazemos dentro de nós referências e orientações para a construção de um Moçambique melhor mas, mais do que resgatar, é importante transmitir às novas gerações os valores alicerçados na Visão Samoriana de Moçambique, pois é inquestionável que Samora Machel é uma grande referência da nossa moçambicanidade, cujo legado constitui um manancial da reserva moral dos nossos mais nobres ideais patrióticos e de cidadania.

De salientar que a celebração da vida e obra de Samora Machel deve ser um exercício de busca de inspiração, no seu legado, por forma a fazermos as melhores escolhas sobre os destinos a dar à nossa pátria amada, também significa recuar no tempo e resgatar os seus feitos desde a infância, juventude, na Luta de Libertação Nacional, na proclamação da independência, nas relações internacionais, nos acordos que assinou em busca da paz e na sua morte trágica.

A presente brochura enquadra-se nas celebrações dos 30 anos da tragédia de Mbuzini e pretende fornecer alguns subsídios sobre os feitos de Samora Machel, as circunstâncias do fatídico acidente e, explicar o significado do monumento erguido em sua memória, no local do acidente, em Mbuzini.

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1.2. Breve resenha sobre a localização geográfica de Mbuzini

O fatídico acidente, deu-se na localidade de Mbuzini, perto de Komatiport, Província de Mpumalanga, na vizinha África do Sul. Trata-se de uma zona circundada por pequenos vales, junto às fronteiras de Moçambique (concretamente da Namaacha) e da Swazilândia. A superfície desta localidade é de 8.71 km2 e a sua população estava estimada em 9.070 habitantes em 2001. Com uma densidade populacional aproximada de 1.0000 hab/km2..

Mapa ilustrativo da localização de Mbuzini.

Fonte: weather-foecst.com

Conforme se pode depreender do mapa, o avião presidencial despenhou-se em território sul-africano, num local distante de seu destino, mais concretamente o Aeroporto de Mavalane, na Cidade de Maputo. Este facto levou à suspeição de cumplicidade do governo sul-africano na altura em que vigorava o sistema de segregação racial (apartheid) por um lado e, por outro, a que se atribuisse culpa ao pilotolo, alegagando-se erro humano que esteve na origem do acidente. Contudo nenhuma destas hipóteses foi comprovada, ficando por esclarecer as circunstâncias da morte do saudoso Presidente Samora Moisés Machel.

wikipedia.org/wiki/Mbuzini.1

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2. FEITOS DE SAMORA MOISÉS MACHEL, PRIMEIRO PRESIDENTE DE MOÇAMBIQUE INDEPENDENTE

Precisaríamos de muitos anos vários volumes para descrever todos os feitos do Presidente Samora Moisés Machel. Nesta comunicação apenas coube alguns, durante a sua juventude até à sua morte em 1986. Até aos dias de hoje os moçambicanos destacam inumeráveis atributos da figura e feitos de Samora Machel. Souto e Sopa (1996) por exemplo, relembram que o carisma com que Samora incendiou as esperanças dos moçambicanos e a firmeza com que perseguiu a utopia de uma independência real fazem renascer na memória das gentes, o personagem. De facto, Samora marcou um período da nossa história. A sua luta pela independência dos povos, pela construção do homem digno e patriótico o seu pensamento tornaram-no ícone da revolução em Moçambique na África Austral e no mundo. Samora foi um presidente firme no seu pensamento e acções e ressaltava, constantemente, a importância do pormenor para a compreensão da realidade.

Dos vários atributos que o povo moçambicano imputa a Samora podem destacar-se os seguintes: “Samora vive em cada um de nós”; “Samora um ícone da nossa libertação e da afirmação da nossa moçambicanidade”; “arquitecto da moçambicanidade”; “promotor da paz e da libertação política e económica da África Austral”; “ líder de quem emanam as aspirações de um povo”; “promotor de valores nobres que a todos nós orgulham”; “ figura emblemática em Moçambique e no mundo”; “combatente pela paz na região e promotor da solidariedade entre os povos”; “diplomata que promoveu mudanças na região e no mundo”; “fonte de inspiração na construção do nosso futuro melhor”; “cultor da complementaridade entre a geração do 25 de Setembro e a de 8 de Março, pelo progresso de Moçambique”; entre outros.

Samora Machel, o primeiro Presidente de Moçambique independente nasceu numa família de camponeses a 29 de Setembro de 1933, na Aldeia de Xilembene, junto às terras férteis do vale do Limpopo, no actual Distrito de Chókwè, Província de Gaza. Desde cedo foi educado nas tradições da sua família, seus avós e bisavós participaram activamente nas guerras patrióticas de resistência contra a conquista colonial. O seu avô paterno foi um dos comandantes das tropas do General Maguiguane Khossa.

Samora Machel ingressou no ensino primário aos 9 anos numa época em que o sistema de educação era dirigido pela igreja católica. Com o andar do tempo, o espírito nacionalista de Samora evoluiu, tomou conhecimento dos importantes acontecimentos do mundo como: a formação da República Popular da China com Mao Tse-Tung, em 1949, a independência do Gana com Kwame Nkrumah, em 1957, seguida da independência de vários países africanos.De acordo com Matusse et al (2015:35), a perseguição política de que Machel era alvo e o encontro com Mondlane aquando da sua visita a Moçambique em 1961, incentivaram-no a abandonar o

Maguiguane Khosa, foi um grande guerreiro, de confiança do imperador Ngungunhane, e

durante as lutas de resistência combateu ferozmente contra os portugueses na Zona Sul de

Moçambique. Devido a sua força, coragem, e estratégia na guerra foi apelidado pelos

portugueses por General Maguiguane Khossa.

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país em 1963 e a aliar-se à FRELIMO na TazâniaNeste sentido, a exploração colonial-capitalista rapidamente ajudou Samora a tomar consciência da opressão a que estava submetido. Samora Machel, líder revolucionário de inspiração socialista, liderou a guerra de Libertação de Moçambique, nessa altura, a FRELIMO tinha chegado à conclusão de que não seria possível conseguir a independência de Moçambique sem o uso da força. Treinado militarmente na Argélia, no seu regresso à Tanzânia, ascendeu, imediatamente, ao posto de comandante. Em Novembro de 1966, na sequência do assassinato de Filipe Samuel Magaia, então Chefe do Departamento de Defesa e Segurança da FRELIMO (o órgão que comandava a luta armada), Samora foi nomeado chefe do novo Departamento de Defesa, com as mesmas funções do anterior.

Na imagem, Samora Machel reunido com alguns combatentes da luta armada.

Fonte: Centro de Documentação Samora Machel.

Em 1967, Samora Machel criou o Destacamento Feminino para envolver as mulheres moçambicanas na luta de libertação. Em 1968, reabriu a Frente de Tete, na qual respondeu às dissidências dentro do movimento, reforçando a moral e o espírito patriótico dos guerrilheiros. Em Maio de 1970, numa sessão do Comité Central, Samora Machel foi eleito Presidente da FRELIMO e Marcelino dos Santos Vice-Presidente. Neste período até 1974, Samora organizou a guerra de Libertação, de forma a neutralizar a ofensiva militar portuguesa – comandada pelo General Kaúlza de Arriaga, um homem de grande visão militar, a quem foi disponibilizado um enorme exército de 70 000 homens e mais de 15 000 toneladas de bombas.

Samora dirigiu também uma ofensiva diplomática, na qual granjeou apoios, não só dos aliados

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www.wikipedia.org/wiki/Samora Machel3

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socialistas, mas inclusive do Vaticano, um aliado tradicional de Portugal (o Papa era então Paulo VI).

A 7 de Setembro de 1974, Samora assina o Acordo de Lusaca, entre o governo provisório português (cuja delegação era dirigida por Melo Antunes, Ministro sem Pasta) e a FRELIMO. Nos termos deste acordo, formar-se-ia no mesmo mês um governo de transição, com elementos nomeados por Portugal e pela FRELIMO. (Ajuda et al, 2015:10)

Em 1975, Samora Moisés Machel proclama a independência total e completa de Moçambique. No mesmo ano durante uma Sessão do Comité Central, realizada na praia do Tofo (Inhambane) e dirigida por Samora, foi aprovada a primeira Constituição na altura da República Popular de Moçambique e decidido que Samora Machel seria o Chefe do Estado.

Foi ainda em 1975 que Samora anunciou a nacionalização da saúde, da educação e da justiça, e um ano depois, a nacionalização das casas de rendimento, criando a APIE (Administração do Parque Imobiliário do Estado).

Nos anos seguintes, Samora lançou grandes programas de socialização do campo, com o apoio dos países socialistas, envolvendo-se pessoalmente numa campanha de colheita do arroz. Conseguiu ainda o apoio popular, principalmente dos jovens, para operações de grande vulto, tais como o recenseamento da população, em 1980 e a troca da moeda colonial pela nova moeda, o metical, no mesmo ano.

Na imagem, Samora após a independência investido como chefe do Estado.

Fonte: Centro de Documentação Samora Machel.

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Samora Machel, incentivando o desenvolvimento da

agricultura.

Fonte: Centro de Documentação Samora Machel.

No plano internacional, Samora efectuou viagens aos países socialistas e a países vizinhos de Moçambique, com o objectivo de agradecer o seu apoio incondicional, prestado durante a Luta Armada de Libertação Nacional e solicitar apoio para a construção do Moçambique independente.

Portanto, Samora sempre seguiu uma política de angariar amizades e apoios para Moçambique, não apenas entre os amigos tradicionais, os países do bloco socialista e os países vizinhos unidos numa frente de integração regional, a SADCC, mas também entre outros países cuja amizade era crispada pela orientação política, sendo inclusivamente recebido por Ronald Reagan, presidente dos Estados Unidos da América e tendo assinado um acordo de Boa-vizinhança com Pieter Botha, presidente da África do Sul nos últimos anos do apartheid (Acordo de Nkomati).

Para além de ter sido um grande político, internacionalista, também foi um bom gestor público, com uma total aversão à actos de corrupção inspirando o seu povo com acções e palavras. Fez perceber aos combatentes da luta armada, operários e camponeses, incutindo o sentido de auto-estima para que não olhassem para a sua falta de instrução como um impedimento para contribuirem na construção dum Moçambique novo. Neste sentido, o presidente Samora soube aparecer como elemento catalisador para inculcar no homem antes escravizado a ter um sentido de dignidade e patriótico.

Na questão de género importa destacar que Samora promoveu a emancipação da mulher,

durante a campanha da colheita de tomate

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defendendo que o processo de emancipação não se tratava de um imperativo, mas uma necessidade da nação. Este exercício de emancipação constitui até aos dias de hoje um verdadeiro desafio e preocupação do Governo e da sociedade moçambicanos. Foi com Samora que evoluiu a ideia de construção do homem novo, num país multiétnico e multi-cultural, já com a denominação Moçambique.

Logo a seguir à independência Samora teve que lidar com uma nova guerra movida pelos vizinhos regimes racistas (a África do Sul e a Rodésia de Ian Smith), e dirigida por um movimento de resistência armada, a RENAMO, financiada por aqueles países hostis a Moçambique. Esta guerra contribuiu para um colapso económico do país.

Perante esta situação, uma das estratégias de Samora foi de encetar conversações com o movimento belicista, organizar acordos com o Banco Mundial e o FMI, no sentido de estancar a guerra e relançar a economia, demonstrando sempre a sua flexibilidade na busca de soluções para os problemas do povo.

As obras de Samora Machel foram interrompidas no dia 19 de Outubro, num domingo de 1986, quando o avião Tupolev Tu-134 que o levava com a sua comitiva, despenhou-se nas montanhas de Libombo em Mbuzini. Samora Machel morre perseguindo desejos de uma África Austral pacífica, próspera e unida, as causas do acidente são até agora desconhecidas.

3. CIRCUNSTÂNCIAS EM QUE A TRAGÉDIA DE MBUZINI

Aos 19 de Outubro de 1986, o país e o mundo receberam com muito pesar e dor a triste notícia da morte do primeiro Presidente de Moçambique Independente, Samora Moisés Machel, como consequência do trágico acidente de aviação que se deu na vizinha África do Sul, especificamente, na região de Mbuzini. A morte de Samora Machel, aconteceu num momento em que a conjuntura internacional era fortemente marcada pela guerra fria, com efeitos que se faziam sentir também na região, concretamente através dos interesses norte americanos contra o comunismo soviético na África Austral, assim como, da situação de tensão entre os países que constituíam a linha da frente e a África do Sul.

Na manhã de 14 de Outubro, o Presidente Samora Machel deixou Maputo rumo a Mbala, na Zâmbia, para mais uma missão de estabelecimento da paz na África Austral e desenvolvimento da cooperação regional, no quadro da luta pela liberdade, justiça, igualdade, paz e progresso, causas a que sempre se dedicou com a sua característica coragem de combatente e o seu talento de estadista, consubstanciada pela agenda desta incumbência, isto é, uma maior coordenação de esforços para acabar com o apartheid na África do Sul, (Mosse, 2001:179).

Aquando do seu regresso, na noite de 19 de Outubro, o avião presidencial, Tupolev 134, de fabrico russo despenhou-se em circunstâncias ainda não esclarecidas no território sul-africano, em Mbuzini, cerca de 5 km a nordeste de Namaacha. A área que circunda o local do trágico acontecimento, tinha na altura muito poucas árvores, vendo-se campos abertos e pequenas localidades, com palhotas e casas de alvenaria num raio de poucos quilómetros. (Namburete et al, 1996).

OCORREU

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O avião presidencial embateu o solo no topo de uma colina a poucas centenas de metros da fronteira moçambicana, arrastando-se e desintegrando-se, tendo de seguida se projectado sobre o vale onde se encontravam os dois principais destroços, parte da fuselagem e da cauda, em torno das quais se encontravam os corpos dos perecidos.

Parte dos destroços do avião que vitimou Samora Machel e 34 membros da sua cometiva.

Fonte: Centro de Documentação Samora Machel.

Como resultado do impacto, o avião acabou por ficar destroçado em três grandes corpos de metal retorcido: primeiro a cauda, depois a parte da carlinga central e, finalmente, na área mais distante do início do embate, a cabine dos pilotos. O presidente Samora Machel e 34 acompanhantes, entre governantes, pessoal de apoio e investigadores, pereceram no fatítico acidente de aviação, apenas nove pessoas sobreviveram ao acidente.

3.1. Vítimas do acidente:

Luís Maria de Alcênta Santos - Ministro dos Transportes e Comunicações;José Carlos Lobo – Vice- Ministro dos Negócios Estrangeiros;Aquino de Bragança – Director do Centro de Estudos Africanos;Fernando Honwana – Assistente Especial de Sua Excelência, o presidente da República;Alberto Cangele de Medonça – Chefe do Protocolo Nacional;Muradali Mamadhusen – Secretário Particular de Sua Excelência, o Presidente da República;João Tomás Navesse – Director – Adjunto da Direcção de Assuntos Jurídicos e Consulares do Ministério dos Negócios Estrangeiros;Ivete Amós – Secretário de Sua Excelência, o Presidente da República;

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Bernardino Chiche – Intérprete de Francês de Sua Excelência, o Presidente da República;Gulamo Khan – Adido de Imprensa na Presidência da República;Capitão Parente Manjate - Funcionário da Presidência;Nacir Charamadame – Funcionário da Presidência; Adão Gore Nhoca - Funcionário da Presidência; Eduardo Viegas - Funcionário da Presidência;Albino Falteira - Funcionário da Presidência; Alberto Chaúque - Funcionário da Presidência; Azarias Inguane – Fotógrafo do Jornal Notícias; Fernando Nhanquila – Engenheiro de Bordo;Orlando Garrine – Assistente de Bordo;Esmeralda luísa - Assistente de Bordo;Sofia Arone - Assistente de Bordo;Ilda Carão - Assistente de Bordo;Na mesma ocorrência pereceram também os seguintes cooperantes internacionais:Henriques Bettencourt – Médico de Sua Excelência, o Presidente da República;Ulisses La Rosa Mesa – Médico Pessoal de Sua Excelência, o Presidente da República;Iuri Novdran – Comandante da Aeronave;Igor Kartmychev- Engenheiro de Bordo;Amatoli Choulipov – Engenheiro de Bordo;Osvaldo de Sousa – intérprete do inglês do presidenteDaniel Maquinasse – Fotógrafo particular do presidenteJosé Quivanane – Funcionário da PresidênciaCox. C. Sikumba – Embaixador da República da Zâmbia Tokwalu Batale – Embaixador da República do ZaireSobrevivente:Sobreviveram ao trágico acontecimento os seguintes membros da delegação presidencial:Eusébio Guido Martinho;Capitão Carlos Jambo;Capitão Carlos Rendição;Fernando Manuel João;Almeida Pedro;Manuel Jairosse;Daniel Cuna;Jossefa Machango;Vasco Langa;Vladimir Novoselov – Engenheiro de Bordo.

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4. O MONUMENTO DE MBUZINI

Monumento de Mbuzini.

Fonte: Alluringworld.com

4.1. Histórico do Monumento

O Monumento de Mbuzini foi construído em 1997 e inaugurado em 1999 pelo presidente sul-africano Nelson Mandela e de Moçambique Joaquim Alberto Chissano. Concebido pelo arquitecto moçambicano, José Forjaz, foi erguido como forma de imortalizar o primeiro Presidente de Moçambique independente e 34 membros da sua comitiva que perderam a vida neste trágico acidente. Esta homenagem é também uma demonstração da força da irmandade entre Moçambique e África do Sul e uma forma de honrar o comprometimento de Samora Machel na luta contra o Apartheid, que vitimava aquela nação vizinha.

Após a construção do monumento, o Governo da África do Sul desencadeou outras acções para a perpetuação dos feitos da memorável figura do líder africano que culminaram com o aperfeiçoamento da pagina Web em 2006, entre outras facilidades na área do monumento, como a construção de um centro para exposição e um anfiteatro que acolhe anualmente as cerimónias alusivas à comemoração da data do fatídico acidente. No recinto é possível observar também uma mensagem de condolências à viúva de Samora, Graça Machel, enviada pelo então primeiro Presidente negro da história da África do Sul, Nelson Mandela, na altura ainda na cadeia, na qual dizia: “ao longo deste dia choramos contigo o desaparecimento do soldado, um filho corajoso e um nobre homem de Estado. Devemos acreditar que a sua morte virá fortalecer a vossa e a nossa resolução em sermos finalmente livres. A nossa luta esteve sempre ligada e juntos seremos vitoriosos”.

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4.2. Simbologia do Monumento

Vista parcial do Monumento de Mbuzini e parte traseira do centro de documentação.Fonte: Ernesto Matsinhe.

O monumento de Mbuzini é constituído por 35 tubos de aço simbolizando o número de vidas perdidas no acidente. Os pilares dispostos verticalmente e cada um com a sua altura e diâmetro, projectam longas sombras a partir da base e o vento produz sussurros quando embate nos pilares. Em todos os pilares podem observar-se orifícios laterais e aberturas no seu topo. Sendo região montanhosa, têm ocorrido, com frequência, ventos fortes durante o ano que ao embater nos pilares emitem sons com diferentes tonalidades. Segundo relatos das comunidades, os sons produzidos por aqueles pilares assemelham-se a choros e gritos por socorro, podendo causar medo a quem os ouve, principalmente, no período nocturno.

De facto, esses relatos das comunidades têm fundamento em Forjaz (2010), arquitecto moçambicano que concebeu o monumento de Mbuzini. Para Forjaz, o monumento nunca devia ter existido e o seu significado não é uma celebração nem comemoração mas sim uma saudade de aço e pedra que venera o grupo e a ideia que o criou. Trata-se, segundo o arquitecto, de uma cunha de raiva espetada no flanco da montanha, com uma dimensão acrescida, o som, que representa o clamor dos perecidos no local, quando a brisa ou vento tange. Na base do monumento, em cada um dos pilares podem observar-se marcas avermelhadas de ferrugem que simbolizam o sangue derramado naquelas colinas, no fatídico dia 19 de Outubro de 1986.

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5. CERIMÓNIAS ALUSIVAS À TRAGÉDIA DE MBUZINI

As cerimónias alusivas ao aniversário da tragédia de Mbuzini, constituem-se num acto co-

organizado pelo Governo da Província de Maputo e pelas Autoridades Sul-africanas da

Província de Mpumalanga, com o intuito de recordar as 35 vítimas do fatídico acidente de

aviação ocorrido na madrugada do dia 19 de Outubro de 1986 e, de forma particular, trazer ao de

cima o nome de Samora Moisés Machel.

Às cerimónias de Mbuzini, afluem, todos os anos, centenas de pessoas, moçambicanos, sul-

africanos e de outros quadrantes do mundo, de diferentes raças e etnias, que, conjuntamente,

neste local, prestam homenagem às vítimas deste fatídico acidente aéreo, igualmente,

apreendendo mais conhecimentos acerca deste evento histórico, através de visita ao

monumento e museu; dos momentos oficiais e culturais inerentes a estas celebrações, isto é,

através das mensagens proferidas pelos dirigentes dos dois países irmãos, assim como, das

diversas manifestações culturais que por lá perfilam.

No monumento, são colocadas coroas de flores em memória ao presidente Samora Machel e

aos 34 mártires que com ele pereceram . É efectuada também, uma visita guiada ao museu,

composto por um acervo de grande importância para a história de Moçambique e da África do

Sul.

De seguida, os representantes dos dois países, através dos seus discursos, enaltecem a memória

das vítimas deste fatídico acidente, de modo especial, os feitos e ideais do primeiro presidente

de Moçambique independente Samora Moisés Machel, através de atributos como por exemplo:

o lutador incansável pelo desenvolvimento de Moçambique em particular e de África em Geral,

o nacionalista recto, destemido comandante da guerrilha, proclamador da independência

nacional e o internacionalista solidário com os povos do chamado continente negro.

www.Jornalnoticias.co.mz datado 19 de Outubro de 20154

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Sua Excelência Governador da Prov ncia de Maputo, discursando durante

as cerimónias de Mbuzini (2015).

Fonte: Governo da Província de Maputo.

Autoridade sul-africana.

Fonte: Governo da Província de Maputo.

í Raimundo Maico Diomba

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O espaço cultural, é preenchido pelo desfile de diversas manifestações culturais, concretamente

de danças tradicionais de Moçambique e da África do Sul, simbolizando ou narrando as

epopeias libertárias destes dois países vizinhos, que em muitos momentos se entrecruzam.

Algumas manifestações culturais de Moçambique e da África do Sul, durante as

cerimónias de Mbuzini (2015)

Dança Makwayi - Moçambique.

Fonte: Ernesto Matsinhe.

Dança Indlamu - RSA.

Fonte: Governo da Província de Maputo.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com esta singela publicação o ARPAC Delegação de Maputo espera ter contribuído para o conhecimento e compreensão dos feitos de Samora Moisés Machel, primeiro presidente de Moçambique independente. Este trabalho preconizava ainda descrever as circunstâncias em que se deu o trágico acidente de Mbuzini que vitimou o primeiro Presidente de Moçambique independente.

Samora sempre se engajou em causas nacionais e internacionais contudo, neste trabalho, coube apenas alguns seus feitos onde pudemos destacar que desde a sua infância, Samora mostrou-se opositor ao sistema de opressão e exploração que o colonialismo português implantou em Moçambique.

Ainda sobre os seus feitos, enfatizou-se nesta publicação o facto de Samora ter sido um guerreiro, que se destacou em luta pela libertação não apenas dos moçambicanos mas também dos outros povos no continente africano.

Samora Machel, político carismático, também notabilizou-se como bom gestor público. Disseminou respeito pelo bem comum, encorajando seu povo de modo a que paute pela boa conduta, livre de actos de corrupção, entre várias acções que concorrem para o bem-estar da população.

A morte de Samora a 19 de Outubro de 1986, colheu de surpresa aos moçambicanos que esperavam que o presidente trouxesse resultados do encontro em Mbala, na Zâmbia. A queda do avião no território sul-africano, aconteceu numa altura em que esta nação vizinha ainda era vítima de um dos piores regimes do mundo, o Apartheid, implantado desde cerca de 1948 até aproximadamente 1990, ano que marca o seu termo, com a libertação do mítico militante anti-apartheid Nelson Mandela, condenado à prisão perpétua, o qual cumpriu 27 anos de prisão.

As causas do acidente ainda estão por esclarecer. Algumas hipóteses indicam a acção de organizações motivadas por interesses capitalistas, imperialistas, racistas e divisionistas que levaram ao silenciamento da voz do filho de África, Samora Moisés Machel, outras a erro humano, por parte do piloto do avião.

O monumento de Mbuzini foi erguido em sua memória e dos 34 elementos da sua comitiva. Em seu redor, foi igualmente construído um centro de documentação, um anfiteatro que acolhe anualmente as cerimónias alusivas às celebrações da data da tragédia. Terminamos esta homenagem convictos de que os seus ideais sempre irão iluminar as aspirações das gerações actuais e vindouras.

“Samora vive em cada um de nós”.

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BIBLIOGRAFIA

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FORJAZ José (2010). Entre o adobe e o Aço INOX: Ideias e Projectos, Editorial Caminho SA, Lisboa, 1999.

MATUSSE, Renato; MALIQUE, Josina; ISSUFO, Joharia (editores). Moçambique – Pátria de Heróis, Colectânea de Comunicações do Chefe de Estado (2005-2014), Maputo, 2015.

MOSSE, Marcelo. Os últimos dias de Samora. In: Samora, Homem do Povo. Maputo: Maguezu editores, 2001.

NAMBURETE, Anastácio e tal. Samora Vive, Maputo: CPF INPF-Célula do Partido FRELIMO do Instituto Nacionacional do Planeamento Físico, 1996, segunda edição.

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Jornais

Jornal Notícias, 18 de Abril de 2003

www.Jornalnoticias.co.mz 20 de Outubro de 2015

Documentos electrónicos

www.weather-foecst.com. acessado à 03 de Outubro de 2016

www.wikipedia.org/wiki/Mbuzini. acessado à 03 de Outubro de 2016

www.alluringworld.com. acessado à 10 de Outubro de 2016

www.wikipedia.org/wiki/Samora Machel. acessado à 12 Outubro de 2016

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GOVERNO DA PROVÍNCIA DE MAPUTOARPAC- Instituto de Investigação Sócio-Cultural

30° aniversário da tragédia de Mbuzini recordando os feitos de Samora, primeiro Presidente de Moçambique Independente

30° aniversário da tragédia de Mbuzini recordando os feitos de Samora, primeiro Presidente de Moçambique Independente

Mbuzini 2016

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Delegação de Maputo

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