Ficha Kant

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 IV - O CONHECIMENTO E A RACION ALIDADE CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA 1. Descrição e Interret!ção "! Ati#i"!"e Co$nosciti#! 1.%. An&' ise co( !r! ti #! "e ") !s te ori!s e* 'ic!ti#!s "o con+eci(ento 1. Lei! o e*certo ,)e se se$)e e reson"! s ,)estes . Não podes saber que não há qualquer mundo fora da tua mente com base no que existe dentro dela. Talvez a conclusão correta, mais modesta, seja a de que não sabes nada para além das tuas impressões e experincias! "ode existir ou não um mundo exterior, e, se existe, pode ser ou não completamente diferente da maneira como te parece # não há maneira de o saberes.  T . Na$el, Que quer dizer tudo isto?, %radiva, &''() p. &(. 1.1. "or que razão o racionalismo cartesiano põe em causa a existncia do mundo exterior* 1.%. +elacione o excerto com a tese do $énio mali$no apresentada por escartes. 1./. -omo ultrapassa escartes o ceticismo que resulta da possibilidade de exisitir um $énio mali$no* %. Lei! o e*certo ,)e se se$)e e reson"! s ,)estes. radicalismo /los0/co de 1ume mani fes ta2se, em primeiro lu$ar, na pretensão de remontar a dados ori$inários. ponto de partida da re3exão /los0/ca encontrar2se2á então nesses dados da consci ncia, 4!5 a que 1ume chama perce6ões. 4!5 1ume opera uma distin6ão importante. 7 primeira frase do T ratado da Natureza Humana diz, com efeito, que 8todas as perce6ões do esp9rito humano se resumem em dois $éneros distintos que desi$narei por impressões e ideias8. 7penas as impressões são ori$inárias) as ideias são somente 8c0pias das nossas impressões8, re3exos atenuados das nossas sensa6ões no espelho dos nossos pensamentos.  T . :er$ez, David Hume, ;di6ões <=, &''>, pp. &<2&?. %.1. "artindo do texto, distin$a impressões de ideias.

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IV - O CONHECIMENTO E A RACIONALIDADE CIENTFICA E TECNOLGICA1. Descrio e Interpretao da Atividade Cognoscitiva1.2. Anlise comparativa de duas teorias explicativas do conhecimento

1. Leia o excerto que se segue e responda s questes.No podes saber que no h qualquer mundo fora da tua mente com base no que existe dentro dela. Talvez a concluso correta, mais modesta, seja a de que no sabes nada para alm das tuas impresses e experinciasPode existir ou no um mundo exterior, e, se existe, pode ser ou no completamente diferente da maneira como te parece no h maneira de o saberes.T. Nagel, Que quer dizer tudo isto?, Gradiva, 1995; p. 15.

1.1. Por que razo o racionalismo cartesiano pe em causa a existncia do mundo exterior?1.2. Relacione o excerto com a tese do gnio maligno apresentada por Descartes.1.3. Como ultrapassa Descartes o ceticismo que resulta da possibilidade de exisitir um gnio maligno?

2. Leia o excerto que se segue e responda s questes.O radicalismo filosfico de Hume manifesta-se, em primeiro lugar, na pretenso de remontar a dados originrios. O ponto de partida da reflexo filosfica encontrar-se- ento nesses dados da conscincia, () a que Hume chama percees. () Hume opera uma distino importante.A primeira frase do Tratado da Natureza Humana diz, com efeito, que "todas as percees do esprito humano se resumem em dois gneros distintos que designarei por impresses e ideias".Apenas as impresses so originrias; as ideias so somente "cpias das nossas impresses", reflexos atenuados das nossas sensaes no espelho dos nossos pensamentos.T. Vergez, David Hume, Edies 70, 1994, pp. 17-18.

2.1. Partindo do texto, distinga impresses de ideias.2.2. Segundo as afirmaes do Tratado da Natureza Humana presentes no excerto, qual a origem do conhecimento humano?2.3. Por que razo se pode defender que o empirismo de David Hume resulta num tipo especial de ceticismo?

3. Leia o excerto que se segue e responda s questes.A metafsica, segundo Kant, no conseguiu constituir-se como uma cincia rigorosa por causa do dogmatismo, que aborda o estudo dos problemas sem examinar previamente aquilo de que a razo capaz, e do ceticismo suscitado pelos fracassos desse dogmatismo. () verdade que a metafsica existe como "disposio natural () em todos os homens, desde que a razo neles se elevou at especulao"; espontaneamente, eles pem-se problemas inevitveis, que ultrapassam a experincia ().Para saber se a metafsica possvel, preciso examinar primeiro at onde vai "o poder de conhecer do esprito humano".R. Vancourt, Kant, Edies 70, 1995, pp. 17-19.

3.1. Identifique a principal preocupao do criticismo kantiano apresentada pelo texto.3.2. Segundo Kant, indique uma das condies de partida para todo conhecimento possvel.3.3. Porque defendem alguns autores que o criticismo se apresenta, no que se refere origem do conhecimento, como uma sntese entre o racionalismo e o empirismo?

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------TPICOS DE RESPOSTAS DE RESPOSTA1. 1.1. Descartes pretende construir um conhecimento absolutamente seguro. Para isso duvida de todo o conhecimento anterior. A dvida cartesiana supe, dado que os sentidos j nos enganaram inmeras vezes, que no podemos construir conhecimento fundado na sensibilidade. Quando sonhamos, as realidades sensveis parecem-nos evidentes e so, no entanto, mera iluso.Contudo, enquanto sonhamos, pelo menos o contedo dos nossos sonhos, mesmo que no corresponda realidade, funda-se em imagens e objetos sensveis que existem. Nesse sentido, ainda que o que conhecemos do mundo exterior fosse ilusrio, isso no seria suficiente para defender a sua inexistncia. Descartes, na sua dvida hiperblica, coloca-nos uma possibilidade ainda mais extrema: e se todo o contedo da mente tiver sido obra de um gnio maligno que me mostra a existncia de um mundo exterior apenas para me enganar? O papel desta dvida hiperblica o de garantir que na construo do conhecimento no h margem para qualquer erro. Se depois de duvidar de si, do mundo exterior e de todo o conhecimento se conseguir vencer o ceticismo, ento o conhecimento da verdade seguro e possvel. O gnio maligno uma possibilidade lanada por Descartes que eleva o seu rigor metdico.1.2. O excerto apresenta precisamente as concluses a que se chega perante a possibilidade do gnio maligno na filosofia cartesiana. Ou seja, a nica coisa que podemos ter a certeza que pensamos, mas no temos forma de saber se o contedo dos nossos pensamentos existe. Pensar em objetos fsicos no nos garante a sua existncia. No h forma de saber se o mundo exterior existe.1.3. Descartes chega primeira certeza, o cogito. Da primeira certeza deduz que o ser pensante no pode ser causa de si prprio, pois imperfeito porque duvida, logo, tem de existir um ser perfeito que esteja na sua origem. Esse ser perfeito Deus. Se Deus existe no pode ser enganador, logo, a hiptese do gnio maligno absurda. As provas da existncia de Deus permitem a Descartes vencer o ceticismo e descartar a possibilidade do gnio maligno.

2. 2.1. Recebemos dos nossos sentidos impresses vivas e intensas que resultam da sensibilidade. As ideias resultam da imagem mental que formamos a partir das impresses. Esta imagem, sendo uma cpia, sempre menos viva e intensa do que as suas impresses originrias. Assim, as impresses resultam diretamente da sensibilidade, ao passo que as ideias resultam do trabalho mental operado sobre essas imagens.2.2. Segundo David Hume, o conhecimento possvel deriva, direta ou indiretamente, da sensibilidade.2.3. David Hume defende que o conhecimento possvel deriva da sensibilidade; por outro lado, o nosso conhecimento do mundo fsico depende da induo. Mas no h forma de explicar a relao causal cabalmente. Assim, filosoficamente David Hume defende que, porque no nos possvel justificar o funcionamento da causalidade, no possvel justificar o conhecimento.Apesar disso, no quotidiano, a causalidade til, pelo que, apesar de filosoficamente no podermos justificar o conhecimento, devemos continuar a fazer uso da induo e da causalidade. A postura filosfica e prtica de David Hume colocam-no numa posio de um ceticismo moderado, pois, apesar de no nos ser possvel justificar o conhecimento, no devemos agir como se ele fosse impossvel.

3. 3.1. Uma das principais preocupaes do criticismo de Kant a de delimitar o conhecimento possvel.3.2. Segundo Kant, apenas podemos conhecer o que possa estar enquadrado espacio-temporalmente. Desta forma, no possvel razo humana conhecer realidades metafsicas.3.3. Kant defende que todo o conhecimento se inicia na experincia, mas que nem todo o conhecimento resulta dela. Os dados sensveis so cegos sem a contribuio das estruturas mentais (categorias do entendimento). Por esta razo, Kant defende que o conhecimento (espacio-temporalmente enquadrado) s possvel pelo uso destas duas componentes, pelos dados recolhidos a posteriori e pelas faculdades a priori. por esta razo que alguns pensadores defendem que o criticismo estabelece uma sntese entre racionalismo e empirismo.