Ficha 5 Lusíadas Estrutura

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Estrutura da ora simplificada

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  • Portugus Mdulo 10

    Os Lusadas Lus de Cames Prof. Sandra Valentim

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    Ficha 5

    Os Lusadas anlise global

    A obra Os Lusadas surge na literatura portuguesa como:

    a epopeia das faanhas dos portugueses nos mares que os levaram ndia;

    uma verdadeira alegoria do direito imortalidade dos nautas portugueses pelos seus feitos

    histricos, contando por fragmentos a histria grandiosa de Portugal e os acontecimentos futuros,

    cuja viso os deuses so capazes de antecipar;

    uma narrativa que traduz as faanhas e o esprito do povo portugus da o seu nome, Lusadas

    (povo luso) - capaz de trazer ao conhecimento da Europa e da Humanidade povos desconhecidos,

    lugares ignorados e inspitos e os caminhos martimos para ligar os cinco continentes da Terra.

    Cames participou na euforia das descobertas e essa euforia que traduz, orgulhosamente, nos seus

    versos dOs Lusadas:

    As armas e os bares assinalados,

    Que da Ocidental praia Lusitana

    Por mares nunca de antes navegados,

    Passaram ainda alm da Taprobana

    Os Lusadas, Canto I

    Para Cames esta poca foi certamente um deslumbramento semelhante ao que hoje sentimos perante

    a conquista do espao.

    Fontes dOs Lusadas:

    Fontes esttico-literrias

    - A Castro, Antnio Ferreira

    - Trovas Morte de D. Ins, Garcia de

    Resende

    - Cancioneiro Geral, Garcia de

    Resende

    - Eneida, Buclicas, Gergias,

    Virglio

    - Metamorfoses, Ovdio

    - Odes, Horcio

    Fontes histricas

    - Cronistas da Idade Mdia

    - Historiadores quinhentistas

    - Narrativas da Histria Trgico-

    Martima

    Fontes cientficas

    - O Tratado da Sphera,

    Pedro Nunes

    Fontes religiosas

    - A Bblia

    Testemunhos orais

    Experincia pessoal

    - liada e Odisseia, Homero

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    Ficha 5

    Estrutura dOs Lusadas:

    Estrutura Interna (partes dOs Lusadas)

    Proposio (apresentao do assunto)

    Na Proposio (Canto I, estncias 1 a 3), Cames prope-se cantar: - as navegaes e conquistas no Oriente nos reinados de D. Manuel a D. Joo III (estncia 1); - as vitrias em frica de D. Joo I a D. Manuel (estncia 2, w. 1 a 4); - a organizao do Pas durante a 1.8 dinastia (estncia 2, w. 5 a 8).

    Invocao (splica da inspirao para escrever o poema)

    H vrias Invocaes: - 1." (Canto I, estncias 4-5) -splica s ninfas do Tejo (s Tgides) para que o ajudem na organizao do poema; - 2." (Canto III, estncias 1-2) -splica a Calope, porque esto em causa os mais importantes feitos lusadas; - 3." (Canto VII, estncias 78-87) -splica s ninfas do Tejo e do Mondego, queixando-se dos seus infortnios; - 4," (Canto X, estncias 8-9) -nova invocao a Calope.

    Dedicatria (oferecimento da obra a D. Sebastio)

    Na Dedicatria (Canto I, estncias 6 a 18): - oferecimento do poema a D. Sebastio; (este oferecimento reflete a esperana do povo portugus no novo monarca e, sobretudo, na possibilidade de retomar a expanso no Norte de frica).

    Narrao (desenvolvimento do assunto, j a meio da ao in medias res)

    Na Narrao (a partir do Canto I, estncias 19 e seguintes) - a narrao comea in medias res, ou seja, quando a frota se encontra no Canal de Moambique em rota para Melinde (Canto I e II). Os acontecimentos anteriores surgem em analepse no discurso do Gama ao rei de Melinde (Cantos III e IV).

    Estrutura Externa

    forma narrativa versos decasslabos rimas com esquema abababcc (cruzada nos primeiros seis versos e emparelhada

    nos dois ltimos) estncias oitavas poema dividido em dez cantos (1102 estncias)

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    Ficha 5

    So quatro os planos em que Os Lusadas se desenvolvem. Estes planos vo-se entrelaando ao longo da obra:

    Plano da Viagem (plano central)

    Narrao dos acontecimentos ocorridos durante a viagem entre Lisboa e Calecut: - partida, peripcias da viagem, paragem em Melinde, chegada a Calecut (ndia); - regresso e chegada a Lisboa.

    encontra-se sobretudo nos cantos I, II, IV, V, VI, VII e VIII

    Plano da Histria de Portugal (plano encaixado)

    Relato dos factos marcantes da Histria de Portugal (em Melinde, Vasco da Gama narra ao rei os acontecimentos da nossa Histria, desde Viriato at ao reinado de D. Manuel I; em Calecut, Paulo da Gama apresenta ao Catual episdios e personagens representados nas bandeiras; em prolepse, atravs de profecias, narrada a Histria posterior Viagem do Gama)

    aparece, nomeadamente, nos cantos III, IV, VIII

    Plano da Mitologia (plano paralelo)

    A mitologia permite e favorece a evoluo da ao (os deuses assumem-se, uns como adjuvantes, outros como oponentes dos Portugueses) e constitui, por isso, a intriga da obra. Os deuses apoiam os portugueses: Conslio dos Deuses no Olimpo; Conslio dos Deuses Marinhos; A Ilha dos Amores; etc.

    ocorre sobretudo nos cantos I, II, VI, IX, X

    Plano do Poeta (plano ocasional)

    Consideraes e as opinies do autor expressas, nomeadamente, no incio e no fim dos Cantos.

    surge, especialmente, no canto III e no fim dos cantos I, V, VI, VII, VIII, IX, X

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