fenomelogia 02

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7/4/2014 online.unip.br/Imprimir/ImprimirConteudo http://online.unip.br/Imprimir/ImprimirConteudo 1/5 Módulo 1: Introdução à Fenomenologia de Edmund Husserl Apresentação dos dados biográficos de Edmund Husserl Introdução ao método fenomenológico e à consciência intencional Apresentação dos dados biográficos de Edmund Husserl Bibliografia Básica: FEIJOÓ, A.M. “Husserl e a Fenomenologia” A existência para além do sujeito: A crise da subjetividade moderna e suas repercussões para a possibilidade de uma clínica psicológica com fundamentos fenomenológico-existenciais. Rio de Janeiro: Via Vérita, 2011. Pg. 25 – 34. Edmund Husserl nasce em Prossnitz, na Morávia; atual Prostejov, República Tcheca, em 8 de abril de 1859, filho de comerciantes judeus. Em 1876, inicia seus estudos universitários em Leipzig. Concentra-se na matemática, mas estuda também física, astronomia, filosofia e psicologia com W. Wundt. Em 1882, doutora-se na Universidade de Viena com a tese O Cálculo das Variações. Em 1887, pouco antes de casar-se, defende a tese de habilitação Sobre o Conceito de Número: análise psicológica, na cidade de Halle. Essa trajetória, que se inicia na matemática, culmina na Psicologia. Nessa época, a Psicologia era o estudo das faculdades mentais do homem. Até bem pouco tempo, era disciplina especulativa, filosófica. Quando Wundt funda o laboratório de psicologia científica em 1879, começa sua trajetória de ciência aplicada. Husserl acompanhou de perto essa transformação. A filosofia do fim do século XIX dividia-se entre duas vertentes: aqueles que defendiam uma base objetiva para o conhecimento e aqueles que o fundamentava nas faculdades mentais. Os Naturalistas defendiam que a objetividade do conhecimento está na realidade objetiva, externa, “fora” do sujeito. Conhecer a natureza significa saber mensurá-la, a fim de revelar suas leis universais. Essas leis universais, as verdades universais, só são acessíveis através de hipóteses. Para isso, esse modelo de conhecimento dispõe da metodologia de observação, mensuração e classificação. Como toda a realidade é objetiva, física, também a consciência, da qual fala a Psicologia, deve ser física. Husserl, como grande pensador, leva ao limite as base desse pensamento para expor sua contradição: se tudo pode ser reduzido à natureza física, também a concepção de que tudo pode ser reduzido à natureza física é apenas mais um processo físico, incapaz de sustentar-se como verdade universal. Do outro lado, os Psicologistas defendiam a mente como fundamento último de todo conhecimento. Para eles, a objetividade é dada pelo sujeito “puro” abstrato. As leis objetivas, o real, são convenções subjetivas explicáveis pelo psicólogo. Levando às últimas consequências essa fundamentação, também a Psicologia mina o conhecimento objetivo e científico-natural, pois, para ela, tudo é processo psicológico. As ciências, como a matemática, tornam-se relativas. O pensamento de Husserl recebe impulso dessa “crise” insuperável, na tentativa de encontrar solução. Para fundamentar o conhecimento verdadeiro – tarefa da filosofia – Husserl não poderá se apoiar nem no Naturalismo, nem no Psicologismo. A Fenomenologia surge como crítica à pretensão de cientificidade plena das ciências, ao recurso à dedução e à inferência como método de conhecimento (modelo hipotético) e à determinação psicofísica atribuída ao seu sujeito do conhecimento. (Feijoó, 2011) Atividades recomendadas 1. Leia atentamente o texto indicado. 2. Faça uma pesquisa bibliográfica sobre a vida e a obra de Edmund Husserl. 3. Acompanhe o exercício abaixo: Husserl (1859 – 1938) foi o iniciador da fenomenologia. Sua formação acadêmica iniciou-se na matemática, passou pela psicologia filosófica e desembocou na filosofia. fenomenologia é filosofia. Sobre a fenomenologia elaborada por Husserl, é verdadeiro dizer: I – Busca um fundamento seguro para as ciências humanas, as ciências naturais e a filosofia. II – Tem como lema o retorno “às coisas mesmas”, que significa um retorno à pesquisa empírica e à experimentação. III – A palavra “fenomenologia” é composta por “fenômeno”, que significa “aquilo que aparece”, e “logos”, que significa “a intuição do sentido imanente”. IV – Foi formulada desde 1900 como um modelo de atendimento psicoterápico, que visa a compreensão do outro. V – Concebe o mundo como existindo em si mesmo e concebe um método (“método fenomenológico”) para conhecer a realidade que se esconde por trás das aparências. Estão corretas apenas as afirmações: A) I, II, III, IV e V. B) I, II, IV e V. C) I e III. D) II, IV. E) I e III. Se você leu atentamente os textos e compreendeu o impulso husserliano à Fenomenologia, foi capaz de identificar a alternativa E como correta. A afirmação II indica como “retorno às coisas mesmas” o retorno à empiria, por isso está incorreta. A proposta da fenomenologia é retornar aos fenômenos na sua fenomenalização (aparecer) na correlação intencional, isto é, no seu aparecer na consciência. A afirmação IV apresenta a fenomenologia como um método psicoterápico, o que está errado, pois surgiu como filosofia primeira, no esforço de fundamentação de todas as ciências. A afirmação V fala de uma “realidade por trás da aparência”. Para a fenomenologia, o que aparece é o que é tal como é. Introdução ao método fenomenológico e à consciência intencional Bibliografia Básica: FEIJOÓ, A.M. “Husserl e a Fenomenologia” A existência para além do sujeito: A crise da subjetividade moderna e suas repercussões para a possibilidade de uma clínica psicológica com fundamentos fenomenológico-existenciais. Rio de Janeiro: Via Vérita, 2011. Pg. 25 – 34. A ascensão das Ciências Humanas amplia a crise das ciências. Qual seria a validade (verdade universal) das descobertas da antropologia, da sociologia ou mesmo da psicologia? A psicologia, num esforço para assegurar a verdade de suas afirmações, recorre ao método científico-natural de investigação. O teste de medição de inteligência desenvolvido por Alfred Binet (1857 -1911) é um exemplo disso. Husserl, por outro lado, identifica a carência de fundamentos das ciências-naturais. É o Naturalismo, descrito anteriormente. Seu objetivo é, então, de inaugura um novo fundamento para a lógica, para a teoria do conhecimento e para a psicologia: uma ciência originária, primeira.

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Módulo 1: Introdução à Fenomenologia de Edmund Husserl

Apresentação dos dados biográficos de Edmund Husserl

Introdução ao método fenomenológico e à consciência intencional

Apresentação dos dados biográficos de Edmund Husserl

Bibliografia Básica: FEIJOÓ, A.M. “Husserl e a Fenomenologia” A existência para além do sujeito: A crise da subjetividade moderna e suas repercussões para apossibilidade de uma clínica psicológica com fundamentos fenomenológico-existenciais. Rio de Janeiro: Via Vérita, 2011. Pg. 25 – 34.

Edmund Husserl nasce em Prossnitz, na Morávia; atual Prostejov, República Tcheca, em 8 de abril de 1859, filho de comerciantes judeus. Em 1876, inicia seus

estudos universitários em Leipzig. Concentra-se na matemática, mas estuda também física, astronomia, filosofia e psicologia com W. Wundt. Em 1882, doutora-se na

Universidade de Viena com a tese O Cálculo das Variações. Em 1887, pouco antes de casar-se, defende a tese de habilitação Sobre o Conceito de Número: análise

psicológica, na cidade de Halle.

Essa trajetória, que se inicia na matemática, culmina na Psicologia. Nessa época, a Psicologia era o estudo das faculdades mentais do homem. Até bem pouco

tempo, era disciplina especulativa, filosófica. Quando Wundt funda o laboratório de psicologia científica em 1879, começa sua trajetória de ciência aplicada. Husserl

acompanhou de perto essa transformação.

A filosofia do fim do século XIX dividia-se entre duas vertentes: aqueles que defendiam uma base objetiva para o conhecimento e aqueles que o fundamentavam

nas faculdades mentais.

Os Naturalistas defendiam que a objetividade do conhecimento está na realidade objetiva, externa, “fora” do sujeito. Conhecer a natureza significa saber

mensurá-la, a fim de revelar suas leis universais. Essas leis universais, as verdades universais, só são acessíveis através de hipóteses. Para isso, esse modelo de

conhecimento dispõe da metodologia de observação, mensuração e classificação.

Como toda a realidade é objetiva, física, também a consciência, da qual fala a Psicologia, deve ser física. Husserl, como grande pensador, leva ao limite as bases

desse pensamento para expor sua contradição: se tudo pode ser reduzido à natureza física, também a concepção de que tudo pode ser reduzido à natureza física é

apenas mais um processo físico, incapaz de sustentar-se como verdade universal.

Do outro lado, os Psicologistas defendiam a mente como fundamento último de todo conhecimento. Para eles, a objetividade é dada pelo sujeito “puro”

abstrato. As leis objetivas, o real, são convenções subjetivas explicáveis pelo psicólogo. Levando às últimas consequências essa fundamentação, também a Psicologia

mina o conhecimento objetivo e científico-natural, pois, para ela, tudo é processo psicológico. As ciências, como a matemática, tornam-se relativas.

O pensamento de Husserl recebe impulso dessa “crise” insuperável, na tentativa de encontrar solução. Para fundamentar o conhecimento verdadeiro – tarefada filosofia – Husserl não poderá se apoiar nem no Naturalismo, nem no Psicologismo. A Fenomenologia surge como crítica à pretensão de cientificidade plena dasciências, ao recurso à dedução e à inferência como método de conhecimento (modelo hipotético) e à determinação psicofísica atribuída ao seu sujeito do conhecimento.(Feijoó, 2011)

Atividades recomendadas

1. Leia atentamente o texto indicado.

2. Faça uma pesquisa bibliográfica sobre a vida e a obra de Edmund Husserl.

3. Acompanhe o exercício abaixo:

Husserl (1859 – 1938) foi o iniciador da fenomenologia. Sua formação acadêmica iniciou-se na matemática, passou pela psicologia filosófica e desembocou na filosofia. A

fenomenologia é filosofia. Sobre a fenomenologia elaborada por Husserl, é verdadeiro dizer:

I – Busca um fundamento seguro para as ciências humanas, as ciências naturais e a filosofia.

II – Tem como lema o retorno “às coisas mesmas”, que significa um retorno à pesquisa empírica e à experimentação.

III – A palavra “fenomenologia” é composta por “fenômeno”, que significa “aquilo que aparece”, e “logos”, que significa “a intuição do sentido imanente”.

IV – Foi formulada desde 1900 como um modelo de atendimento psicoterápico, que visa a compreensão do outro. V – Concebe o mundo como existindo em si mesmo e concebe um método (“método fenomenológico”) para conhecer a realidade que se esconde por trás das aparências.

Estão corretas apenas as afirmações:

A) I, II, III, IV e V.

B) I, II, IV e V.

C) I e III.

D) II, IV.

E) I e III.

Se você leu atentamente os textos e compreendeu o impulso husserliano à Fenomenologia, foi capaz de identificar a alternativa E como correta. A afirmação II indica

como “retorno às coisas mesmas” o retorno à empiria, por isso está incorreta. A proposta da fenomenologia é retornar aos fenômenos na sua fenomenalização

(aparecer) na correlação intencional, isto é, no seu aparecer na consciência. A afirmação IV apresenta a fenomenologia como um método psicoterápico, o que está

errado, pois surgiu como filosofia primeira, no esforço de fundamentação de todas as ciências. A afirmação V fala de uma “realidade por trás da aparência”. Para a

fenomenologia, o que aparece é o que é tal como é.

Introdução ao método fenomenológico e à consciência intencional

Bibliografia Básica: FEIJOÓ, A.M. “Husserl e a Fenomenologia” A existência para além do sujeito: A crise da subjetividade moderna e suas repercussões para a

possibilidade de uma clínica psicológica com fundamentos fenomenológico-existenciais. Rio de Janeiro: Via Vérita, 2011. Pg. 25 – 34.

A ascensão das Ciências Humanas amplia a crise das ciências. Qual seria a validade (verdade universal) das descobertas da antropologia, da sociologia ou

mesmo da psicologia? A psicologia, num esforço para assegurar a verdade de suas afirmações, recorre ao método científico-natural de investigação. O teste de medição

de inteligência desenvolvido por Alfred Binet (1857 -1911) é um exemplo disso.

Husserl, por outro lado, identifica a carência de fundamentos das ciências-naturais. É o Naturalismo, descrito anteriormente. Seu objetivo é, então, de inaugurar

um novo fundamento para a lógica, para a teoria do conhecimento e para a psicologia: uma ciência originária, primeira.

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A chave para a fenomenologia vem dos estudos com Franz Brentano (1838 – 1917). Opondo-se a Wundt, Brentano propõe que os atos mentais são

experienciáveis, de modo que a psicologia, através da intuição (observação), é ciência empírica.

Brentano apresenta os atos psíquicos como intencionais. Resgata esse conceito da filosofia de Aristóteles. Na tradução latina da filosofia aristotélica,

intentio significa dirigir-se a... (Devemos tomar muito cuidado para não confundir este conceito com a ideia comum de “intenção”, que significa desejo, motivação, etc.)

Desta ideia, Husserl desenvolve o a priori da correlação: “cada consciência tem seus objetos e vice-versa e que cada tipo de objeto tem seus modos peculiares de ser

dado.” (Dartigues, p.50) Intencionalidade significa que toda consciência (ato) é de algo e todo algo só é enquanto referido à consciência que se tem dele.

Com o conceito de intencionalidade, Husserl supera o psicologismo, que prioriza o Sujeito na relação Sujeito-Objeto, e o logicismo e naturalismo, que priorizam o

mundo objetivo e natural, o Objeto na relação Sujeito-Objeto. Para a fenomenologia, Sujeito e Objeto são intimamente relacionados, indissolúveis. Por isso, Feijoó

(2011) afirma que “Com a noção de intencionalidade, portanto, escapa-se das articulações metafísicas a partir da fenomenologia e encontram-se possibilidades outras

de se tratar o fenômeno psíquico, sem perder a possibilidade de se falar em sentidos e significados psíquicos de maneira rigorosa.” (p.33)

A Fenomenologia surge como tentativa de elaboração de uma ciência rigorosa, capaz de fundamentar as várias ciências. Por isso, Husserl a chama de Ciência

Primeira. O princípio de intencionalidade da consciência rege que toda consciência é consciência de algo e que todo algo só é tal como aparece na consciência.

“Consciência”, entretanto, não é um recipiente vazio que se preenche; é um ato. O objeto ao qual se dirige e que surge na relação intencional é sempre significativo.

Entretanto, nós não experienciamos essa relação íntima entre o nosso ver e a coisa vista, entre nosso sentir e a coisa sentida, entre nosso perceber e a coisa

percebida. Husserl chama de atitude natural a nossa postura cotidiana de encontrar objetos “fora”, no mundo, como se existissem em si mesmos. A atitude natural

pode ser descrita como aquela que consiste em pensar que o sujeito está no mundo como algo que o contém ou como uma coisa entre as demais. As ciências naturais

operam sobre essa crença de que existem objetos em si no exterior, que podem ser observados, investigados e descritos a partir de suas propriedades imanentes. A

atitude natural é a atitude ingênua.

A fenomenologia busca superar a atitude ingênua suspendendo a crença na realidade da existência em si do mundo exterior, resgatando a consciência como

condição de aparição do mundo. Essa etapa do método fenomenológico chama-se epoché e pode ser caracterizada como a colocação entre parênteses da realidade

independente da consciência, para que a investigação fenomenológica se volte para a fenomenalização dos fenômenos, isto é, seu aparecer na correlação intencional.

Pela redução fenomenológica, a consciência se mostra consciência constituinte de mundo.

Atividades recomendadas

1. Leia atentamente o texto indicado.

2. Faça uma pesquisa bibliográfica e pela internet sobre Franz Brentano e sua Psicologia.

3. Acompanhe o exercício abaixo:

Leia atentamente a seguinte afirmação de Husserl:

Mostra-se, pois, por toda a parte, esta admirável correlação entre o fenômeno do conhecimento e o objeto de conhecimento. Advertimos agora que a tarefa da fenomenologia, ouantes, o campo das suas tarefas e investigações, não é uma coisa tão trivial como se apenas houvesse que olhar, simplesmente abrir os olhos. (Husserl, 1907/1990, p.33)

[Referência bibliográfica: Husserl, E. A Ideia da Fenomenologia. Trad.: Artur Morão. 1a ed. 1907. Lisboa: Edições 70, 1990.]

Sobre esta citação está correto afirmar:

I – A passagem se refere à intencionalidade da consciência, que pode ser descrita como a propriedade de toda consciência ser referida a um objeto e todo objeto só ser enquanto

referido a uma consciência.

II – Através desta concepção, sujeito cognoscente e objeto conhecido deixam de ser entidades separadas e se revelam co-originários.

III – A fenomenologia é uma tarefa pois exige que se saia da atitude natural em relação ao mundo para poder conhecer sua constituição.

IV – O fenomenólogo precisa do método fenomenológico para conhecer as intenções da consciência, isto é, o que a motiva.

Estão corretas:

A) I, II e IV, apenas.

B) I e II, apenas.

C) II, III e IV, apenas.

D) I, II e III, apenas.

E) II e III, apenas.

Se você leu os textos indicados e compreendeu os conceitos apresentados, foi capaz de identificar que as afirmações I, II e III apresentam corretamente a

intencionalidade da consciência, a correlação intencional (que supera a dualidade Sujeito-Objeto) e a fenomenologia como tarefa, respectivamente. A afirmação IV está

incorreta, pois define intencionalidade (intentio) como motivação, deturpando o sentido desse termo na fenomenologia, que é “dirigir-se a...”.

Exercício 1:

Através do método “redução fenomenológica” Husserl aborda a questão da consciência. Assinale a alternativa que corresponde corretamente a estas noções deconsciência e método para Husserl:

A - A redução fenomenológica é o momento em que, para Husserl, para a consciência devem ser trazidas todas as pré-noções acerca do objeto. B - Husserl descarta a ideia de uma existência intencional do objeto na consciência. C - Para Husserl a correlação entre consciência e objeto inexiste. D - A importância dada às opiniões do senso comum, da filosofia, da religião, auxiliam o homem a se desligar de toda idéia que possa vir a atrapalhar a percepção dofenômeno. E - O mundo é em primeiro lugar o que aparece à consciência. E na redução fenomenológica o objeto é percebido tal como a consciência vive antes de toda elaboraçãoconceitual.

O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)

Comentários:

E - resposta para estudo

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Exercício 2:

Na atitude natural, a consciência ingênua vê o objeto como exterior e real. Na atitude fenomenológica o objeto é constituído na consciência. E a fenomenologia torna-seo estudo da constituição do mundo na consciência. (ZILLES, Urbano. A fenomenologia husserliana como método radical. In: HUSSERL, Edmund. A crise da humanidadeeuropéia e a filosofia. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1996)

Nesse sentido a redução fenomenológica, proposta por Husserl, implica:

A - Na colocação "do mundo entre parênteses" com vistas a uma atitude natural ou interpretativa em relação ao mundo vivido. B - No reconhecimento e suspensão das ideias pré-estabelecidas em prol de um contato direto com o observado e com o vivido. C - Na aceitação pelo sujeito do conhecimento de suas crenças na realidade do mundo exterior para se colocar, ele mesmo, como criador do mundo ou de seus objetos.D - Na constante dúvida das coisas existentes, pois não é possível chegar à significação se não duvidar da existência mesma das coisas. E - Sendo a consciência mais um objeto entre os objetos, buscar o sentido é uma questão de constatar a sua existência.

O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)

Comentários:

B - resposta para estudo

Exercício 3:

Segundo Husserl, a resposta estava na consciência, isto é, os números são constituídos por meio da atividade da consciência. A resposta encontrada por Husserl veiosob a influência do conceito de consciência intencional postulado por Brentano e discípulos, porque, se a multiplicidade ocorre por meio de dois ou mais componentes,essa operação é efetuada sempre com um conceito adicional (conceito de alguma coisa), que por sua vez é aglutinada (grupos de coisas) pela reflexão, quer dizer,pelos atos psíquicos. (GOTO, Tommy Akira. Introdução à Psicologia Fenomenológica: a nova psicologia de Edmund Husserl. São Paulo: Paulus, 2008)

Sobre esta concepção de consciência como intencionalidade desenvolvida por Husserl, pode-se afirmar que:

A - Os objetos numa consciência intencional são constituídos e a fenomenologia se caracteriza, pois, como o estudo da constituição do mundo na consciência. B - A consciência em seu caráter intencional cria o mundo (objeto) para se pôr, com ele, em relação. C - A realidade, a exterioridade ou a existência do objeto percebido independem das estruturas da consciência intencional. D - Partir das coisas mesmas, ou seja, dos fatos, é a tarefa por excelência da fenomenologia tal como é proposta por Husserl. Por isto a fenomenologia husserlianapretende ser uma ciência dos fatos. E - A partir dela a consciência ganha “substância”, passa a ter uma consistência que pode ser investigada ou estudada pela psicologia.

O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)

Comentários:

D - Justifique sua respostaE - Justifique sua respostaB - Justifique sua respostaA - Justifique sua resposta

Exercício 4:

Edmund Husserl considera inaceitável o postulado de que aquilo que aparece na experiência atual não é a verdadeira coisa. Deu novo significado à fenomenologia,encerrando o fenômeno no campo imanente da consciência. Husserl não nega a relação do fenômeno com o mundo exterior, mas prescinde dessa relação. Propõe a“volta às coisas mesmas”, interessando-se pelo puro fenômeno tal como se torna presente e se mostra à consciência. Sob este aspecto, deu um sentido mais subjetivoà palavra fenômeno, elaborando uma fenomenologia que faça ela mesma as vezes de ontologia. Segundo ele, o sentido do ser e do fenômeno é inseparável. Afenomenologia husserliana pretende estudar, pois, não puramente o ser, nem puramente a representação ou aparência do ser, mas o ser tal como se apresenta nopróprio fenômeno. É tudo aquilo de que podemos ter consciência, de qualquer modo que seja. Fenomenologia, no sentido husserliano, será, pois, o estudo dosfenômenos puros, ou seja, uma fenomenologia pura. (ZILLES, Urbano. A fenomenologia husserliana como método radical. In: HUSSERL, Edmund. A crise da humanidadeeuropéia e a filosofia. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1996)

Diante disso, assinale a alternativa que não corresponde a uma continuidade correta do que se afirma acima

A - Antes de tudo o conceito de intencionalidade significa que a consciência é sempre consciência de alguma coisa. B - Se o objeto é sempre objeto-para-uma consciência, ele não será objeto em si, mas objeto-percebido ou objeto-pensado. C - Consciência e objeto são duas entidades separadas na natureza que se trataria, a partir do método fenomenológico, de por em relação. D - O pensamento de Husserl sugere que todo perceber é intencional. E - A consciência pensada a partir da sua intencionalidade deixa de ser receptáculo de impressões e passa a ser agente.

O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)

Comentários:

D - Justifique sua respostaB - Justifique sua respostaA - Justifique sua respostaC - Justifique sua resposta

Exercício 5:

No livro O Paciente Psiquiátrico (2012), o fenomenólogo van den Berg narra:

É inverno. (...) Esfrego as mãos e aguardo a noite com satisfação, pois, faz alguns dias, telefonei a um amigo convidando-o a vir ter comigo esta noite. Dentro de uma horaestará batendo à minha porta. (...) Ontem comprei uma boa garrafa de vinho, que coloquei a distância apropriada do fogo.

(...) Aí, começa a nevar; esta condição objetiva aumenta a minha expectativa subjetiva. Quando o telefone põe fim a essa expectativa, o silêncio do quarto torna-se maisprofundo. (...) Vejo a garrafa de vinho e compreendo que meu amigo não virá.” (p.34)

Husserl distingue entre a atitude natural e a atitude fenomenológica no livro A Idéia da Fenomenologia (1907/1990). Como a atitude fenomenológica compreende apercepção da garrafa descrita por van den Berg?

A - Na correlação intencional entre a garrafa-percebida e o perceber-garrafa, constitui-se o significado da visita do amigo. B - Na relação da consciência com o a garrafa, a consciência projeta seus conteúdos subjetivos (a visita do amigo, a frustração) no objeto garrafa. C - A consciência está limitada pela frustração devido à não vinda do amigo. D - A consciência não percebe a verdadeira garrafa, que é feita de vidro, tem um determinado formato, um rótulo, etc. E - O objeto-garrafa, existente no mundo, manifesta-se para a consciência, que é um receptáculo de estímulos exteriores.

O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)

Comentários:

E - Justifique sua respostaB - Justifique sua respostaC - Justifique sua respostaD - Justifique sua respostaA - Justifique sua resposta

Exercício 6:

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Merleau-Ponty dá seguimento à fenomenologia de Husserl, mas se apropria do lema de ‘voltar às coisas mesmas’ como um retorno à experiência pré-reflexiva. Paraesse filósofo, “não é preciso perguntar-se se nós percebemos verdadeiramente um mundo, é preciso dizer, ao contrário: o mundo é aquilo que nós percebemos.”(Fenomenologia da Percepção, p.14)

Apoiando-se na fenomenologia de Merleau-Ponty, é correto afirmar sobre o quadro de Van Gogh Quarto em Arles:

A - Van Gogh sofre de uma distorção perceptiva, pois o quadro ilustra um quarto com falhas de perspectiva e de proporções. B - O quadro precisa passar por uma redução fenomenológica, a fim de que a essência-quarto possa aparecer. Para isso, deve-se recorrer à geometria. C - O quadro expressa um modo de Van Gogh perceber o mundo, que não é necessariamente igual à maneira como os arquitetos ou geômetras o percebem. D - O quadro não representa um quarto real, limitando-se a expressar a experiência subjetiva e, portanto, não-verdadeira, de Van Gogh. E - O quadro revela a esquizofrenia de Van Gogh, que fazia com que ele pintasse com tamanhas distorções e cores surreais.

O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)

Comentários:

C - Justifique sua resposta

Exercício 7:

O filósofo Stegmüller (1997) resume a concepção de consciência da fenomenologia de Husserl da seguint emaneira: “[...] a consciência como o entrelaçamento das vivências psíquicas empiricamente verificáveis numa unidade de fluxo de vivência; como a percepção interna dessaspróprias vivências e como designação que resume todas as vivências intencionais.” (Stegmüller, 1997). Considere as afirmativas abaixo e indique a alternativa correta. I- A consciência não é uma substância (alma), mas uma atividade constituída por atos (percepção, imaginação, volição, paixão etc.) com os quais se visa a algo. II - O traço essencial da consciência é a intencionalidade: toda consciência “é consciência de algo”, diz Husserl. III - Consciência é sempre de algum objeto e os objetos só têm sentido para uma consciência. IV - A intencionalidade representa o fato de que sempre há um interesse organizador da percepção, regulando o fenômeno de figura e fundo. Estão corretas:

A - apenas I e II. B - apenas III e IV. C - apenas I, II e III. D - I, II, III e IV. E - apenas II e IV.

O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)

Comentários:

E - Justifique sua resposta

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A - Justifique sua respostaC - Justifique sua resposta

Exercício 8:

O fenomenólogo André Dartigues (1992), apresentano a concepção de consciência de Husserl, comenta que “... a consciência contém muito mais que a si própria: nelapercebemos a essência daquilo que ela não é, o sentido mesmo do mundo em direção ao qual ela não cessa assim de ‘explodir’ como dirá Sartre.” Para afenomenologia, a consciência:

A - é o equipamento psicológico que permite ao homem conhecer. B - é um local no psiquismo, onde ocorrem experiências e o conhecimento. C - refere-se ao ato de consciência, que sempre visa um objeto. D - corresponde ao espírito, objeto de estudo da religião. E - não é assunto de interesse, pois o que importa são as coisas mesmas.

O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)

Comentários:

C - Justifique sua resposta