FACULDADE CEARENSE CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS … · 3.1 Ambiente da Pesquisa ... micro e...
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FACULDADE CEARENSE
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
FABÍOLA BRITO DO RÊGO PARENTE
A CONTABILIDADE APLICADA ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS COMERCIAIS: UMA ANÁLISE NA PERCEPÇÃO DOS ACADÊMICOS DO OITAVO
SEMESTRE DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DE UMA FACULDADE PARTICULAR DE FORTALEZA
FORTALEZA
2013
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FABÍOLA BRITO DO RÊGO PARENTE
A CONTABILIDADE APLICADA ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS COMERCIAIS: UMA ANÁLISE NA PERCEPÇÃO DOS ACADÊMICOS DO OITAVO
SEMESTRE DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DE UMA FACULDADE PARTICULAR DE FORTALEZA
Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Ciências Contábeis da Faculdade Cearense – FAC como pré-requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.
Orientador: Prof. Liana Márcia Costa Vieira Marinho
FORTALEZA
2013
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FABÍOLA BRITO DO RÊGO PARENTE
A CONTABILIDADE APLICADA ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS COMERCIAIS: UMA ANÁLISE NA PERCEPÇÃO DOS ACADÊMICOS DO OITAVO
SEMESTRE DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DE UMA FACULDADE PARTICULAR DE FORTALEZA
Esta monografia foi submetida à Coordenação do Curso de Ciências
Contábeis, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Bacharel
em Ciências Contábeis, outorgado pela Faculdade Cearense – FAC e encontra-se à
disposição dos interessados na Biblioteca da referida Universidade.
A citação de qualquer trecho desta monografia é permitida, desde que feita de
acordo com as normas de ética científica.
Data da aprovação: ___/___/___
____________________
Profa. Liana Márcia Costa Vieira Marinho
Profa. Orientadora
____________________
Prof.
Membro da Banca Examinadora
____________________
Prof.
Membro da Banca Examinadora
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Dedico este trabalho à minha família.
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AGRADECIMENTOS
A Deus, pai de todos.
Aos meus pais.
Aos meus filhos e marido.
Aos meus familiares.
Aos professores.
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RESUMO
As micro e pequenas empresas vem crescendo cada vez mais rápido, mostrando-se grandes detentoras da economia do país, no entanto ainda é grande o número de mortalidade. Desse modo, objetiva-se responder à seguinte questão: qual a percepção dos acadêmicos do oitavo semestre do curso de Ciências Contábeis de uma faculdade particular de Fortaleza sobre como a Contabilidade pode ser utilizada nas micro e pequenas empresas a fim de garantir sua competitividade no mercado. Como objetivo geral busca-se identificar a percepção dos acadêmicos do oitavo semestre do curso de Ciências Contábeis de uma faculdade particular de Fortaleza sobre como a Contabilidade pode ser utilizada nas micro e pequenas empresas a fim de garantir sua competitividade no mercado. Nesse caso, os objetivos específicos consistem em caracterizar as micro e pequenas empresas no cenário brasileiro, bem como caracterizar a Contabilidade em seus conceitos, aplicações práticas e papel do profissional e analisar como a Contabilidade pode ser aplicada às micro e pequenas empresas de modo a garantir sua lucratividade e competitividade. A metodologia utilizada baseia-se em uma pesquisa bibliográfica, descritiva, exploratória, com dados primários e secundários, cujo principal instrumento de coleta foi questionário. Assim, concluiu-se entre outras, que é importante ao contexto fazer uma abordagem sobre a regulamentação da profissão contábil no país, bem como uma caracterização das MPEs. Palavras-chave: Contabilidade. Micro e Pequenas Empresas. Competitividade. Lucratividade.
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ABSTRACT
Micro and small businesses is growing faster than ever, being large holders of the economy, however there is a huge number of mortality. seek to maintain a profitable and competitive in time is a challenge. To this end, the objective of this research, we seek to identify the perception of the eighth semester of the academic course in Accounting from a private college in Fortaleza on how Accounting can be used in micro and small enterprises to ensure their competitiveness and profitability. In this case, it was necessary to characterize the micro and small enterprises in the Brazilian scenario, characterize Accounting in its concepts, practical applications and professional role and examine how accounting can be applied to micro and small enterprises in order to ensure their profitability and competitiveness. The methodology is based on a literature review, descriptive, exploratory, with primary and secondary data, the main data collection instrument was a questionnaire. Thus, it was concluded among others that context is important when making an approach to the regulation of the accounting profession in the country, characterization of MPEs. Keywords: Accounting. Micro and Small Enterprises. Competitiveness. Profitability.
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Descrição das seções do Comitê de Pronunciamentos Contábeis –
Pronunciamento técnico PME Contabilidade para pequenas e médias empresas ....... 25
Quadro 2 – Como a Contabilidade pode auxiliar às micro e pequenas empresas do
setor comercial de Fortaleza ......................................................................................... 47
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Ocupação ................................................................................................... 37
Gráfico 2 – Média de funcionários que trabalham na empresa ..................................... 38
Gráfico 3 – Nível de faturamento bruto da empresa ...................................................... 38
Gráfico 4 – Como deve ser feita a contabilidade da empresa ....................................... 39
Gráfico 5 – Tipos de serviços contábeis ........................................................................ 40
Gráfico 6 – Maior preocupação das MPEs .................................................................... 40
Gráfico 7 – Área de maior preocupação ........................................................................ 41
Gráfico 8 – Ferramentas ou controles contábil-gerenciais devem ser utilizados pela
MPE em seu gerenciamento contábil ............................................................................ 42
Gráfico 9 – Importância das MPEs brasileiras para o processo de geração de
emprego e renda ........................................................................................................... 43
Gráfico 10 – Periodicidade de elaboração do orçamento .............................................. 43
Gráfico 11 – Periodicidade de elaboração do fluxo de caixa ......................................... 44
Gráfico 12 – Importância das Demonstrações Contábeis ao processo de tomada de
decisão das MPEs ......................................................................................................... 44
Gráfico 13 – Demonstrações Contábeis devem ser usadas pelas MPE´s em seu
processo decisório ........................................................................................................ 45
Gráfico 14 – Micro e pequenas empresas do setor comercial estão usando
corretamente a Contabilidade enquanto ferramenta gerencial ...................................... 46
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 10
2 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................... 13
2.1 Micro e pequena empresa: criação e características .............................................. 13
2.1.1 A Legislação das MPE’S ...................................................................................... 15
2.1.1.1 Lei Complementar no 123/2006 ......................................................................... 15
2.1.1.2 Lei Complementar no 127/2007 ......................................................................... 17
2.1.1.3 Lei Complementar no 128/2008 ......................................................................... 19
2.2 Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC: considerações gerais ................... 22
2.2.1 Comitê de Pronunciamentos Contábeis – Pronunciamento técnico PME
Contabilidade para pequenas e médias empresas ................................................. 23
2.3 A Contabilidade para micro e pequenas empresas ................................................. 25
3 METODOLOGIA DA PESQUISA ............................................................................... 30
3.1 Ambiente da Pesquisa............................................................................................. 30
3.2 Natureza da Pesquisa ............................................................................................. 31
3.3 Tipo de pesquisa ..................................................................................................... 32
3.4 População e Amostra .............................................................................................. 34
3.5 Coleta de Dados ...................................................................................................... 35
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO ........................................................................................... 37
5 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 48
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 50
ANEXOS ....................................................................................................................... 54
APÊNDICES .................................................................................................................. 58
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1 INTRODUÇÃO
Ainda nos dias atuais são diversas as abordagens e compreensões sobre
as micro e pequenas empresas. Mas, independente do conceito dado é importante
destacar sua importância socioeconômica, como uma possibilidade viável de
aumentar a empregabilidade para pessoas com baixa escolaridade e renda,
promovendo a inclusão social e novas possibilidades de emprego formal.
Esse tipo de empresas tem grande relevância às economias,
principalmente, dos países em fase de desenvolvimento como Brasil, México e
Argentina, pois promovem maior estabilização econômica e aumento do fluxo de
valores nos mercados nacionais, pois a população de baixa escolaridade e
capacitação passa a ter maior participação produtiva (GASPERINI, 2000).
Tem-se que focar na tentativa de aumentar os benefícios do incremento
econômico dos países em fase de desenvolvimento por meio do gradativo
aperfeiçoamento das trocas estruturais buscando inovações e novas tecnologias,
além da possível inserção dessas empresas no mercado internacional, é
fundamental que haja condições de suporte a este desenvolvimento, como melhor
capacitação dos profissionais, processos adequados, tecnologia condizente e
melhor uso dos recursos disponíveis, evitando o desperdício e o ócio.
A Contabilidade baseia-se em princípios, leis e outras formas oriundas
das relações sociais entre os indivíduos, empresas em geral, portanto, atreladas ao
setor das ciências sociais aplicadas.
A cumprimento profissional dos trabalhos contábeis é de alçada exclusiva
dos contabilistas habilitados legalmente perante o conselho regional de
Contabilidade do local onde será executada a atividade.
Por estes motivos, a Contabilidade torna-se tão relevante ao cenário das
micro e pequenas empresas, não apenas no pagamento de seus tributos, mas em
seu planejamento contábil e financeiro.
Este trabalho é justificado no cenário pessoal, profissional, acadêmico e
social. No pessoal, pois é um tema em que a autora se identifica, desejando
aprofundar seus conhecimentos específicos sobre o assunto, posto que ele é
bastante amplo e sempre possuindo novas vertentes de análise.
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No profissional, pois a pesquisadora atua diretamente no setor de micro e
pequenas empresas, reconhecendo no desenvolvimento deste trabalho a
possibilidade de introduzir os conhecimentos teóricos na organização em que exerce
suas atividades profissionais.
No acadêmico, por ser um tema amplo carece de análises
complementares que, neste caso, ocorrerá com a aplicação de um questionário
especificamente voltado aos acadêmicos do oitavo semestre do curso de Ciências
Contábeis de uma faculdade particular de Fortaleza.
No social, pois se deve reconhecer a importância social e econômica das
micro e pequenas empresas na geração de emprego e renda para as pessoas,
principalmente, as de baixa escolaridade e que estão adentrando no mercado de
trabalho. Por conseguinte, a correta utilização da Contabilidade é uma formar de
munir os gestores com as informações adequadas ao processo de tomada de
decisão e seu planejamento contábil, financeiro e tributário.
Diante dos dados apresentados, a questão que se busca responder ao
final desta pesquisa é: qual a percepção dos acadêmicos do oitavo semestre do
curso de Ciências Contábeis de uma faculdade particular de Fortaleza sobre como a
Contabilidade pode ser utilizada nas micro e pequenas empresas a fim de garantir
sua competitividade no mercado?
Esta pergunta é relevante ao cenário do trabalho, haja vista que,
conforme dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequena Empresa –
SEBRAE (2011), aproximadamente 40% das MPE’s entram em processo de falência
ainda nos cinco primeiros anos do início de suas atividades. Além disso, estudos
realizados sobre a falência das empresas pelo referido instituto no ano de 2010
destacam que a maioria da mão-de-obra está empregada neste segmento de
mercado, garantindo renda a pessoas de baixa renda e com baixa escolaridade.
Outro ponto importante é que a maioria dos micro e pequenos não sabem
utilizar a Contabilidade como uma ferramenta de apoio ao processo decisório, bem
como somente contam com o apoio de um Contabilista para o pagamento de seus
tributos, sem realizar um planejamento prévio e nem um acompanhamento
financeiro e contábil efetivo.
O objetivo geral do estudo é identificar a percepção dos acadêmicos do
oitavo semestre do curso de Ciências Contábeis de uma faculdade particular de
Fortaleza sobre como a Contabilidade pode ser utilizada nas micro e pequenas
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empresas a fim de garantir sua competitividade no mercado. A escolha do oitavo
semestre se justifica por já estarem no final das atividades acadêmicas, terem algum
conhecimento da contabilidade na pratica e no mercado de trabalho.
Já os objetivos específicos consistem em: caracterizar as micro e
pequenas empresas no cenário brasileiro, bem como caracterizar a Contabilidade
em seus conceitos, aplicações práticas e papel do profissional e analisar como a
Contabilidade pode ser aplicada às micro e pequenas empresas de modo a garantir
sua lucratividade e competitividade.
Além da introdução e da conclusão, o trabalho possui três capítulos.
O primeiro deles apresenta o referencial teórico do estudo, abordando a
Contabilidade, a caracterização das micro e pequenas empresas, bem como expor o
funcionamento do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – Pronunciamento técnico
PME Contabilidade para pequenas e médias empresas e como a Contabilidade para
as MPE’s.
Segue-se com a metodologia da pesquisa mediante a caracterização de
seu ambiente, classificação e tipologia do estudo, instrumento de coleta de dados,
critérios de inclusão e exclusão, bem como as técnicas de análise de dados.
Na análise e discussão das informações os dados obtidos com a
aplicação do questionário são apresentados, a fim de atingir a proposta inicialmente
planejada.
Encerra-se o estudo, expondo o alcance da proposta inicial, suas
limitações e sugestões de melhorias para trabalhos vindouros.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Micro e pequena empresa: criação e características
A criação de uma MPE’s é um processo que requer vários cuidados por
parte do futuro empreendedor, pois erros cometidos na abertura da nova empresa
podem originar possíveis causas para o fechamento da mesma, trazendo
consequências de muito risco para a continuidade do negócio.
Segundo Bezerra e Oliveira (2010, p. 1), na fase de implementação de
uma MPE, vários cuidados devem ser tomados para evitar perigos ao novo negócio,
como:
- Não identificar adequadamente qual será o novo negócio; -Não reconhecer apropriadamente qual será o tipo de cliente a ser atendido; novo negócio; - Não saber escolher a forma Legal de sociedade mais adequada; - Não planejar suficientemente bem as necessidades financeiras do negócio; - Errar na escolha do local adequado para o novo negócio; - Não saber administrar o andamento das operações do novo - Não ter conhecimento sobre a produção de bens ou serviços com padrão de qualidade e de custo, - Desconhecer o mercado e, principalmente, a concorrência; - Ter pouco domínio sobre o mercado fornecedor; Não saber e promover os produtos; - Não saber tratar adequadamente o cliente.
Na sequencia listada acima apontam as necessidades que o
empreendedor reconhecer caso não adquira conhecimentos sólidos o suficiente que
possam servir-lhe de base para dar suporte nas tomadas de decisões seguramente
amenizando os riscos.
A aquisição destes conhecimentos vem através de várias médias de
premissas direcionadas totalmente para área empresarial, dentre elas podem ser
citadas o desenvolvimento competências e habilidades de modo a saber planejar,
dirigir e controlar as ações estratégicas da empresa.
Tendo o empreendedor realizado estudo e pesquisas para melhor orientar
na implementação de um negócio à tomada de decisões apoiadas em alguns fatores
de estudo, é aconselhável que haja uma combinação de conhecimentos,
necessários ao sucesso da abertura de um empreendimento.
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Segundo Bezerra e Oliveira (2010) os estudos realizados no campo do
empreendedorismo mostram que o empenho em caracterizar as MPEs é visto
principalmente pela necessidade de ações que visem sua expansão e
fortalecimento.
Na percepção de Gasperini (2000) para que não haja distorções na sua
proposta é de suma importância que o sistema de classificação seja baseado nos
seus objetivos, podendo citar como exemplo, as diferenças setoriais, nacionais e
regionais. A sua classificação também será responsável por definir os limites para os
benefícios e incentivos previstos na legislação, nos quais podem ser citados:
geração de emprego e renda e redução da informalidade.
Shell (2009, p. 76), complementando esse contexto, apresenta as
seguintes características para MPEs, a saber:
a) estrutura organizacional simples, com poucos níveis hierárquicos e uma grande concentração de autoridade; b) ocupa em espaço bem definido no mercado que atua; c) possui flexibilidade locacional, espalhando-se por todo o território nacional e desempenhando importante papel na interiorização do desenvolvimento; d) possui maior intensidade de trabalho; e) o proprietário e a administração são altamente interdependentes, ou seja, em geral não há diferença entre os assuntos particulares e empresariais, pois é comum o empreendedor utilizar a mesma conta bancária de sua empresa; e, f) existe predominância absoluta do capital privado nacional.
Já Moreira e Souza (2004, p. 98) lista alguma características particulares,
que são:
- a empresa, em geral, é de propriedade de um indivíduo ou de um pequeno grupo de pessoas; - é administrada pelo(s) proprietário(s) de forma independente e, mesmo quando profissionalizada(s), este(s) conserva(m)-se como principal centro de decisões; - seu capital é financiado basicamente pelo(s) proprietário(s); - geralmente têm uma área de operações limitada à de sua localização ou, quando muito, à da região onde está situada; e, - sua atividade produtiva não ocupa uma posição de destaque ou predominância em relação ao mercado.
Para os autores supracitados, as MPEs desempenham diversas funções
importantes, algumas por via indireta e outras até involuntariamente, isso porque,
em período de baixa e/ou de incertezas acabam desempenhando outras atividades
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menos compensadoras, mas igualmente necessárias para sua permanência no
mercado.
2.1.1 A Legislação das MPE’S
Ciente da importância que as MPE’s possuem, ao longo dos anos, o
Governo Federal foi implantando e modificando a Legislação que abrange este
segmento empresarial, no intuito de torná-lo mais competitivo, menos burocrático e
dentro da Legislação fiscal e tributária, como uma forma de fazê-la competir, de igual
para igual, junto com as médias e grandes empresas nacionais e internacionais.
Com isto, neste tópico do trabalho apresentar-se-á a evolução histórica da
Legislação das MPE’s.
2.1.1.1 Lei Complementar no 123/2006
A Lei Complementar nº 123/2006 veio para dar mais ênfase às
sociedades empresariais denominadas microempresas e empresas de pequeno
porte. À luz da Constituição Federal de 1988, o Legislador constituinte foi sensível
em legislar em defesa das empresas de pequeno porte, no inciso IX do artigo 170:
“IX – tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as
Leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no país.” Assim, também
como no artigo 179 da Constituição Federal:
Art. 179 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em Lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de Lei.
A Lei Complementar nº 123/06 foi introduzida como uma proposta de
simplificação a respeito de tributo, pois o real objetivo dela, além de simplificar a
forma de cobrar estes, a MPE tem também a função de unificar tributos do âmbito
Federal, Estadual, Municipal e obrigações acessórias mediante regime único de
arrecadação. O desafio agora é explicar como isso ficou simples e único.
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A LC 123/06 também faz uma abordagem jurídica sobre o conceito de
micro e pequena empresa, ao instituir que:
CAPÍTULO II - Da Definição de Microempresa e de Empresa de Pequeno Porte. Art. 3
o Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se
microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei n
o
10.406, de 10 de janeiro de 2002, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: [...].
A análise desta primeira parte da Lei destaca que as micro e pequenas
empresas podem ser representadas por uma sociedade empresária ou por uma
única empresa que de pessoa física assume o papel de pessoa jurídica por começar
a atuar no ramo comercial, industrial ou de prestação de serviços. Complementando
a análise da mencionada Lei, tem-se:
[...] I – no caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais); II – no caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais) [...] (LEI COMPLEMENTAR nº 123/2006, de 14 de dezembro de 2006, BRASIL, 2006).
A partir do artigo 3º anteriormente citado, verifica-se que as micro e
pequenas empresas são caracterizadas, para efeito de análise da Legislação
federal, a partir de sua receita bruta anual, conforme expõe a parte final da
mencionada Lei:
(LEI COMPLEMENTAR nº 123, de 14 de dezembro de 2006). [...] § 1º Considera-se receita bruta, para fins do disposto no caput deste artigo, o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. § 2º No caso de início de atividade no próprio ano-calendário, o limite a que se refere o caput deste artigo será proporcional ao número de meses em que a microempresa ou a empresa de pequeno porte houver exercido atividade, inclusive as frações de meses. § 3º O enquadramento do empresário ou da sociedade simples ou empresária como microempresa ou empresa de pequeno porte bem como o seu desenquadramento não implicarão alteração, denúncia ou qualquer restrição em relação a contratos por elas anteriormente firmados (LEI COMPLEMENTAR n° 123, de 14 de dezembro de 2006, BRASIL, 2006).
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De acordo com o exposto é importante destacar que a proposta principal
da LC 123/06 é permitir uma simplificação no cumprimento das obrigações
tributárias das MPEs.
Este novo sistema unificado de tributação que leva a nomenclatura de
Super Simples ou Simples Nacional tem por características principais unificar
impostos Federais, Estaduais e até mesmo Municipais que diz respeito ao
empresário tanto quanto ao empregado dele, para facilitar e aperfeiçoar a forma de
apuração de impostos ao governo.
Pode-se assim analisar que o Legislador na forma de tributação
beneficiou e muito para que as MPE saíssem da informalidade e com isso será
analisado que oito artigos dessa aludida Lei que trata especificamente sobre
licitações, criando uma situação de controvérsias a princípios basilares da Lei nº
8666/93 e princípios elencados na Constituição Federal que dita sobre o processo
licitatório.
Ficando assim uma forma favorecida de tributação e já diferenciada para
as MPE, onde com isso a Lei Complementar nº 123/2006, segue o ditame da
Constituição Federal no seu artigo 179, que comenta sobre o tratamento que deve
ser dado de forma diferenciada para as MPE, no sistema tributário e no comércio,
como forma de igualar uma concorrência mais equilibrada entre as MPE e as
empresas denominadas de normais, com isso temos que as MPE no que retrata sua
forma de tributação já levam grandes vantagens para concorrer de forma igualitária
no mercado e nos processos de compras governamentais denominados licitações.
2.1.1.2 Lei Complementar no 127/2007
Em 2007 tiveram 16 projetos de Lei Complementar que objetivavam a
proposição principal do PLC nº 2, de 2007, a fim de modificar o Estatuto Nacional da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, por meio da Lei n° 123, de 2006.
Nele objetivava, dentre outras coisas a inclusão das empresas de decoração e
paisagismo, de representação comercial, corretora de seguros, de consultoria,
escritórios de advocacia (BRASIL, 2009).
No entanto, conforme a Câmara dos Deputados, Brasil (2009), tais
projetos não foram aprovados, pois:
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O argumento principal da vedação é que tais setores mais se assemelham a atividades de pessoa física do que de pessoa jurídica. Ao se organizarem como pessoa jurídica, já obtêm enorme vantagem tributária em relação aos que atuam como pessoa física. Além disso, a característica de suas atividades normalmente não envolve concorrentes de grande porte a lhes deixar em evidente desvantagem. Permitir a adesão ao Simples Nacional implicaria renúncia fiscal de magnitude excessiva, prejudicando a arrecadação e descompensando o desenho do sistema tributário (BRASIL, 2009, p. 4).
Nesse caso, fica evidente que as atividades não foram inclusas no
Simples Nacional por ser bastante parecida com funções desempenhadas por
pessoas físicas e não jurídicas. Mas, por outro lado o Projeto de Lei n° 7, que
objetivava a instituição do Sistema Nacional de Garantias de Crédito, prevendo um
“tratamento diferenciado para as micro e pequenas empresas, mas sem prejuízo de
atendimento a outros beneficiários”.
Justificando a não inclusão de diversas categorias empresariais à Lei
Complementar n° 123, de 2006, os mencionados autores destacam a alteração da
mesma pela Lei Complementar n° 127, de 14 de agosto de 2007, citada nos
seguintes termos mais importantes que passaram por mudança.
Art. 1º A Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, passa a vigorar com as seguintes alterações: Art. 13 (...) VI - Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de que trata o art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no caso da microempresa e da empresa de pequeno porte que se dediquem às atividades de prestação de serviços previstas nos incisos XIII e XV a XXVIII do § 1o do art. 17 e no inciso VI do § 5o do art. 18, todos desta Lei Complementar. Art. 16. (...) § 4
o Serão consideradas inscritas no Simples Nacional, em 1o de julho de
2007, as microempresas e empresas de pequeno porte regularmente optantes pelo regime tributário de que trata a Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996, salvo as que estiverem impedidas de optar por alguma vedação imposta por esta Lei Complementar (BRASIL, 2007, p. 6).
A partir da citação anterior, verifica-se a inclusão de duas modificações
bastante importantes. Uma delas foi a necessidade de Contribuição para a
Seguridade Social, e também a inscrição no Simples Nacional até 1º de julho de
2007.
Para um melhor entendimento, apresenta-se a análise da Lei,
complementada conforme exposto abaixo:
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Art. 17. (...) X - que exerça atividade de produção ou venda no atacado de bebidas alcoólicas, bebidas tributadas pelo IPI com alíquota específica, cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições e pólvoras, explosivos e detonantes. XIV - (VETADO) § 2
o Também poderá optar pelo Simples Nacional a microempresa ou
empresa de pequeno porte que se dedique à prestação de outros serviços que não tenham sido objeto de vedação expressa neste artigo, desde que não incorra em nenhuma das hipóteses de vedação previstas nesta Lei Complementar. II - as atividades de prestação de serviços previstas nos incisos I a XII e XIV do § 1
o do art. 17 desta Lei Complementar serão tributadas na forma do
Anexo III desta Lei Complementar, exceto quanto às atividades de prestação de serviços de transportes intermunicipais e interestaduais, às quais se aplicará o disposto no inciso VI deste parágrafo; IV - as atividades de prestação de serviços previstas nos incisos XIII e XV a XVIII do § 1
o do art. 17 desta Lei Complementar serão tributadas na forma
do Anexo IV desta Lei Complementar, hipótese em que não estará incluída no Simples Nacional a contribuição prevista no inciso VI do caput do art. 13 desta Lei Complementar, devendo ela ser recolhida segundo a Legislação prevista para os demais contribuintes ou responsáveis; V - as atividades de prestação de serviços previstas nos incisos XIX a XXVIII do § 1
o do art. 17 desta Lei Complementar serão tributadas na forma
do Anexo V desta Lei Complementar, hipótese em que não estará incluída no Simples Nacional a contribuição prevista no inciso VI do caput do art. 13 desta Lei Complementar, devendo ela ser recolhida segundo a Legislação prevista para os demais contribuintes ou responsáveis; VI - (VETADO) VII - as atividades de prestação de serviços referidas no § 2
o do art. 17
desta Lei Complementar serão tributadas na forma do Anexo III desta Lei Complementar, salvo se, para alguma dessas atividades, houver previsão expressa de tributação na forma dos Anexos IV ou V desta Lei Complementar (LEI COMPLEMENTAR, n
o 127, de 14 de agosto de 2007).
A partir do exposto na citação acima, observa-se que a Lei Complementar
n° 127, de 14 de agosto de 2007, introduziu diversas medidas complementares com
relação à sua antecessora, nº 123 de 2006, possibilitando a inclusão de diversas
categorias empresariais no regime de tributação do Simples Nacional.
2.1.1.3 Lei Complementar no 128/2008
A 19 de dezembro de 2008, ocorreu a publicação da Lei Complementar
no 128/2008 que começou a vigorar a partir de 1º de janeiro de 2009, trazendo
modificações à Lei nº 126 e 127.
Dentre as principais mudanças trazidas com a referida Lei, merece
destaque:
20
[...] Art. 18.
§ 5º-A. As atividades de locação de bens móveis serão tributadas na forma do Anexo III desta Lei Complementar, deduzindo-se da alíquota o percentual correspondente ao ISS previsto nesse Anexo. § 5º-B. Sem prejuízo do disposto no § 1º do art. 17 desta Lei Complementar, serão tributadas na forma do Anexo III desta Lei Complementar as seguintes atividades de prestação de serviços: I – creche, pré-escola e estabelecimento de ensino fundamental; II – agência terceirizada de correios; III – agência de viagem e turismo; IV – centro de formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de passageiros e de carga; V – agência lotérica; VI – serviços de manutenção e reparação de automóveis, caminhões, ônibus, outros veículos pesados, tratores, máquinas e equipamentos agrícolas; VII – serviços de instalação, manutenção e reparação de acessórios para veículos automotores; VIII – serviços de manutenção e reparação de motociclistas, motonetas e bicicletas; IX – serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de escritório e de informática; X – serviços de reparos hidráulicos, elétricos, pintura e carpintaria em residências ou estabelecimentos civis ou empresariais, bem como manutenção e reparação de aparelhos eletrodomésticos; XI – serviços de instalação e manutenção de aparelhos e sistemas de ar-condicionado, refrigeração, ventilação, aquecimento e tratamento de ar em ambientes controlados; XII – veículos de comunicação, de radiodifusão sonora e de sons e imagens, e mídia externa; e XIII – transporte municipal de passageiros.
Ou seja, as principais mudanças trazidas por essa Lei foi a introdução de
novas categorias de empresas que puderam ser enquadradas no regime de
tributação do Simples Nacional a partir de 2009, bem como a implementação de
novas faixas de receita bruta anual para tributação.
Sobre o micro empreendedor individual, a Lei no 128/08 estabeleceu
novas regras, entre elas foram:
- tramite especial no processo de registro, na forma a ser estabelecida pelo Comitê para Gestão da Rede Nacional para Simplificação do Registro e da Legalização de empresas e Negócios; - redução à zero dos valores relativos a taxas, emolumentos e demais custos relativos à abertura, à inscrição, ao registro, ao alvará, à licença, ao cadastro e demais itens relativos ao seu (dele ) registro, - concessão de Alvará de Funcionamento Provisório, que será concedido pelo Município de localização do microempreendedor individual, para microempresas e para empresas de pequeno porte que estejam instaladas em áreas desprovidas de regulação fundiária legal ou com regulamentação precária ou mesmo em residência do microempreendedor individual ou do titular ou sócio, na hipótese em que a atividade não gere grande circulação de pessoas (DOMINGUES e PINHO CONTADORES, 2010, p.1).
21
Diante do exposto nota-se que aos poucos o Estatuto das Micro e
Pequenas empresas, vêm se moldando de forma a abranger todos os empresários
de micro e pequeno porte. No caso dos empresários individuais, os artigos 968 e
1.033 do Código Civil, foram alterados após implantação da Lei Complementar nº
128/08.
O intuito dessa alteração foi proporcionar a esses empresários, que se
encontram na condição de empreendedor a aceitar sócios, podendo assim requerer
ao Registro Público de Empresas Mercantis que seu registro seja modificado de
empresário para registro de sociedade empresária, sem muita burocracia.
Ainda analisando os benefícios trazidos com a Lei Complementar nº
128/08, no âmbito da Sociedade de Propósito Específico, possibilitou tanto aos
microempresários como para os empresários de pequeno porte a garantia de
participar esse grupo, sendo essa permissão assegurada no Capítulo VIII da referida
Lei (BRASIL, 2009).
Nesse caso, é imprescindível que o micro empreendedor individual
conheça os fundamentos previstos pela Lei Complementar no 123 de 2006,
conforme será abordado em um tópico específico mais a frente nesta pesquisa, bem
como as modificações trazidas pela Lei Complementar no 128 de 2008, assim como
exposto neste tópico.
Além disso, para uma compreensão completa sobre os benefícios e
possibilidades de enquadramento do MEI, o empreendedor deve estar ciente sobre
os fundamentos iniciais trazidos pelas Resoluções no 58 de 27 de abril de 2009 e no
2 de 1º de julho de 2009 do Comitê Gestor do Simples Nacional – CGSM e do
Comitê para gestão da rede nacional para a simplificação do registro e da
Legalização de empresas e negócios – CGSIM, respectivamente.
No caso específico da Resolução CGSN no 58, sua alteração mais
recente ocorreu em 4 de maio de 2010 por meio da Resolução CGSN nº 73,
conforme pode ser observado no Anexo “A” com um resumo sobre as resoluções do
referido comitê que abordam o assunto.
A análise do Anexo “A” permite a constatação de que as Resoluções do
CGSN sobre MEI buscam uma melhor fundamentação a partir da LC no 123/2006 a
partir da exposição de suas possibilidades de enquadramento, opção pelo SIMEI,
documentos necessários à arrecadação do Simples Nacional, da possibilidade de
contratação de empregados, da cessão dos negócios, bem como a lista de
22
profissionais que podem ser considerados micro empreendedores individuais e as
formas de arrecadação de tributos.
A importância da exposição destas resoluções deve-se à possibilidade de
o MEI conhecer melhor seus direitos e deveres, bem como uma forma de evitar a
sonegação fiscal, podendo valer dos benefícios trazidos pela Lei em questão, haja
vista que a tributação torna-se mais simples e o mesmo terá direitos que antes não
possui, assim como será apresentado no tópico seguinte.
No que se refere especificamente à Resolução no 2 de 1º de julho de
2009 do Comitê para gestão da rede nacional para a simplificação do registro e da
Legalização de empresas e negócios – CGSIM, o mesmo se fundamenta pelas LC’s
nos 123 e 128, bem como pela Lei no 11.598, de 3 de dezembro de 20071 e pelo
inciso I do art. 2º do Decreto nº 6.884, de 25 de junho de 2009. Nesta resolução são
encontradas as disposições preliminares quanto aos conceitos de MEI,
possibilidades de enquadramento, do processo de registro e legalização do MEI e
traz a ficha que deve ser preenchida a fim de que o empresário possa ser
cadastrado e reconhecido como MEI.
2.2 Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC: considerações gerais
Criado a partir da Resolução CFC nº 1.055/05 em 07 de outubro de 2005
pelo Conselho Federal de Contabilidade - CFC, o Comitê de Pronunciamentos
Contábeis – CPC é classificada como uma entidade autônomo, que tem como
principal objetivo analisar, preparar e emitir os Pronunciamentos Técnicos
relacionados aos Procedimentos de contabilidade.
Além disso, permite também que a entidade reguladora brasileira emita
normas no intuito de caracteriza e uniformizar o processo de produção levando em
consideração a convergência da Contabilidade Brasileira às normas internacionais
de contabilidade.
Por ser um comitê autônomo, o CPC é composto pelos seguintes
representantes, a saber:
1 Estabelece diretrizes e procedimentos para a simplificação e integração do processo de registro e
Legalização de empresários e de pessoas jurídicas, cria a Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios - REDESIM; altera a Lei n
o 8.934, de 18 de
novembro de 1994; revoga dispositivos do Decreto-Lei no 1.715, de 22 de novembro de 1979, e das
Leis nos
7.711, de 22 de dezembro de 1988, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.212, de 24 de julho de 1991, e 8.906, de 4 de julho de 1994; e dá outras providências.
23
(1) Associação Brasileira das Companhias Abertas (ABRASCA); (2) Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (APIMEC NACIONAL); (3) Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBOVESPA); (4) Conselho Federal de Contabilidade (CFC); (5) Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI); e , (6) Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON) (COSTA; YMAMOTO; THEÓPHILO, 2011, p. 3).
Além desses representantes, outros seis são convidados mensalmente a
partir das atividades do CPC, são eles: “o CMN, a CVM, a Susep, a Receita Federal
do Brasil, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação Brasileira dos
Bancos (Febraban)” (COSTA; YMAMOTO; THEÓPHILO, 2011, p. 3). No entanto,
mesmo essas entidades convidadas tendo direito à voz, as mesmas não podem
participar dos votos.
As atividades desenvolvidas pelo CPC consistem em analisar as normas
internacionais de contabilidades, e posteriormente traduzi-las, e havendo
necessidade, seja identificada alguma divergência com as leis do país, estas serão
adequadas.
Posteriormente, as normas serão encaminhadas para uma audiência
pública para avalia-las e se for o caso propor melhorias (COMITÊ DE
PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2010).
2.2.1 Comitê de Pronunciamentos Contábeis – Pronunciamento técnico PME
Contabilidade para pequenas e médias empresas
Este CPC destinado especificamente às empresas de pequeno e médio
porte também pode ser aplicado às micro, haja vista que possuem peculiaridades
bastante semelhantes às de pequeno. Nesse caso, realizada uma correlação
específica com as normas internacionais de Contabilidade - The International
Financial Reporting Standard for Small and Medium-sized Entities (IFRS for SMEs).
De acordo com as seções do CPC, em sua primeira seção ocorre uma
caracterização das pequenas e médias empresas brasileiras em seus conceitos,
descrições, Legislação disponível e peculiaridades.
Na segunda seção do CPC são apresentados os conceitos e princípios
gerais, demonstrando a importância das demonstrações contábeis para as
24
pequenas e médias empresas como uma forma de obter informações seguranças e
auxiliar no processo de tomada de decisão.
Além disso, identificam as características qualitativas das informações em
Demonstrações Contábeis em termos de compreensibilidade, relevância,
materialidade, confiabilidade, primazia da essência pela forma, prudência,
integralidade, comparabilidade, tempestividade e equilíbrio entre custo e benefício,
como elaborar um balanço patrimonial.
Expõe ainda o que são ativos, passivos, patrimônio líquido, desempenho
e resultados, receitas e despesas, além do reconhecimento de ativo, passivo, receita
e despesa, probabilidade de benefício econômicos futuros, confiabilidade da
mensuração e os princípios de mensuração.
Na terceira seção do CPC ocorre uma análise sobre como deve ocorrer a
apresentação das Demonstrações Contábeis apresentando a importância da
continuidade das informações, a frequência de divulgação das demonstrações
contábeis, uniformidade dos dados, como pode ocorrer uma informação
comparativa.
Nesse caso, destaca que o conjunto completo das demonstrações
contábeis das pequenas e médias empresas deve ser composto por:
(a) balanço patrimonial ao final do período; (b) demonstração do resultado do período de divulgação; (c) demonstração do resultado abrangente do período de divulgação. A demonstração do resultado abrangente pode ser apresentada em quadro demonstrativo próprio ou dentro das mutações do patrimônio líquido. A demonstração do resultado abrangente, quando apresentada separadamente, começa com o resultado do período e se completa com os itens dos outros resultados abrangentes; (d) demonstração das mutações do patrimônio líquido para o período de divulgação; (e) demonstração dos fluxos de caixa para o período de divulgação; (f) notas explicativas, compreendendo o resumo das políticas contábeis significativas e outras informações explanatórias (CPC, 2006, p. 22).
O quadro 1 apresenta um detalhamento de cada seção e a temática
aborda.
25
Seção 4 BALANÇO PATRIMONIAL
Seção 5 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO E DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE
Seção 6 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO E DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS
Seção 7 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
Seção 8 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Seção 9 DEMONSTRAÇÕES CONSOLIDADAS E SEPARADAS
Seção 10 POLÍTICAS CONTÁBEIS, MUDANÇA DE ESTIMATIVA E RETIFICAÇÃO DE ERRO
Seção 11 INSTRUMENTOS FINANCEIROS BÁSICOS
Seção 12 OUTROS TÓPICOS SOBRE INSTRUMENTOS FINANCEIROS
Seção 13 ESTOQUES
Seção 14 INVESTIMENTO EM CONTROLADA E EM COLIGADA
Seção 15 INVESTIMENTO EM EMPREENDIMENTO CONTROLADO EM CONJUNTO (JOINT VENTURE)
Seção 16 PROPRIEDADE PARA INVESTIMENTO
Seção 17 ATIVO IMOBILIZADO
Seção 18 ATIVO INTANGÍVEL EXCETO ÁGIO POR EXPECTATIVA DE RENTABILIDADE FUTURA (GOODWILL)
Seção 19 COMBINAÇÃO DE NEGÓCIOS E ÁGIO POR EXPECTATIVA DE RENTABILIDADE FUTURA (GOODWILL)
Seção 20 OPERAÇÕES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL
Seção 21 PROVISÕES, PASSIVOS CONTINGENTES E ATIVOS CONTINGENTES
Seção 22 PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Seção 23 RECEITAS
Seção 24 SUBVENÇÃO GOVERNAMENTAL
Seção 25 CUSTOS DE EMPRÉSTIMOS
Seção 26 PAGAMENTO BASEADO EM AÇÕES
Seção 27 REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS
Seção 28 BENEFÍCIOS A EMPREGADOS
Seção 29 TRIBUTOS SOBRE O LUCRO CÂMBIO E CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES
Seção 30 EFEITOS DAS MUDANÇAS NAS TAXAS DE CÂMBIO E CONVERSÃO DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Seção 31 HIPERINFLAÇÃO
Seção 32 EVENTO SUBSEQUENTE
Seção 33 DIVULGAÇÃO SOBRE PARTES RELACIONADAS
Seção 34 ATIVIDADES ESPECIALIZADAS
Seção 35 ADOÇÃO INICIAL DESTE PRONUNCIAMENTO
Quadro 1 – Descrição das seções do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – Pronunciamento técnico PME Contabilidade para pequenas e médias empresas Fonte: Adaptado de CPC (2006).
De acordo com as descrições das seções no quadro 1 pode-se dizer que
visa apresentar os conteúdos, orientando e interpretando as normas contábeis.
Assim, na sessão seguinte será feita uma abordagem da contabilidade para as
MPEs.
2.3 A Contabilidade para micro e pequenas empresas
A contabilidade, desde os primórdios da humanidade vem apresentando
uma ascensão na forma de apresentar o fluxo dos bens nas entidades,
26
proporcionando um melhor controle a para dar suporte nas decisões gerenciais.
Freitas et. al (2012, p. 91) explicam que:
A Contabilidade consiste na coleta, apresentação e interpretação dos dados das transações comerciais, e é uma importante ferramenta para os negócios, podendo informar ao empresário o lucro obtido, como também o desenvolvimento da empresa. O mercado em geral passou a se interessar por essas informações contábeis, como governo, credores, investidores, sindicatos trabalhistas, e principalmente os administradores das empresas.
De acordo com o exposto pode-se dizer que a contabilidade apresenta-se
como uma ferramenta que visa auxilia as gerências das empresas. Nota-se assim
que o novo rumo que a contabilidade vem seguindo aparece como uma forma de
juntar os benefícios para a contabilidade tradicional, de modo que sua atuação
passa a ser mais abrangente dentro do ambiente empresarial, contribuindo de forma
significativa para as tomadas de decisões das mesmas.
Nesse sentido, diversos autores, dentre eles, Freitas et. al. (2012), Anjos
et. al. (2012) e Oleiro, Dameda e Victor (2005) têm desenvolvidos estudos no intuito
de evidenciar a importância da contabilidade na gestão das micro e pequenas
empresas.
Segundo Oleiro, Dameda e Victor (2005) em várias etapas da gestão dos
negócios pode-se perceber a presença da contabilidade e sua importância nesse
processo, pois se trata tanto da produção, como do registro de informações as quais
são responsáveis por refletir o cenário da situação financeira, econômica e
patrimonial das entidades. Assim sendo, a contabilidade pode servir como base para
realização de avaliações, planejamentos, controles e investimentos, traçando uma
linha de estratégia e de futuro desempenho das empresas.
Complementando esse contexto, Marion (2006, p. 23) afirma que:
A Contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando- os em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem sobremaneira para a tomada de decisões.
Segundo o autor supracitado, dentre as responsabilidades da
contabilidade está a elaboração e apresentação dos demonstrativos contábeis, ou
seja:
27
O objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral é fornecer informações contábil-financeiras acerca da entidade que reporta essa informação (repor Ting entity) que sejam úteis a investidores existentes e em potencial, a credores por empréstimos e a outros credores, quando da tomada decisão ligada ao fornecimento de recursos para a entidade. Essas decisões envolvem comprar, vender ou manter participações em instrumentos patrimoniais e em instrumentos de dívida, e a oferecer ou disponibilizar empréstimos ou outras formas de crédito (MARION, 2006, p. 33).
No caso das MPEs, no dia 1º de janeiro de 2010 passou a vigorar a NBC
T 19.41 Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas com o propósito de
apresentar um conjunto de normas e procedimentos de conduta as quais devem ser
seguidas no intuito de padronizar as regras internacionais, bem como tornar mais
confiável os relatórios da contabilidade.
De acordo com o Jornal do Comércio “A dificuldade da implementação
das normas internacionais nas micro e pequenas empresas se deve aos
profissionais da contabilidade” (ANJOS, et. al. 2012).
Segundo o autor supracitado, tal afirmação fundamenta-se no fato da
Receita Federal permitir que as empresas que optaram pelo Simples apresentem
apenas a contabilidade das informações referentes o entra e sai,
consequentemente, os contadores acabam fazendo somente os livros caixas, sem
disponibilizar contabilidade como realmente deveria ser feita.
Complementando esse contexto, Ferreira (2009, p. 78) explica que:
Os Conselhos Regionais de Contabilidade devem fiscalizar para garantir que as empresas tenham contabilidade e que estejam dentro da lei. E a partir desta missão dos CRCs e a falta de adequação dos profissionais de contabilidade que atendem as pequenas e médias empresas gera-se um grande conflito.
Na percepção de Ferreira (2009) as empresas que optaram pelo Simples
Nacional são regulamentadas pela Lei 9.317/96, no entanto, não as desobriga de
fazerem a escrituração contábil, devendo essas empresas seguir as Normas
Brasileiras de Contabilidade.
Sobre a adoção de escrituração contábil simplificada, no item 3 das
disposições gerais da NBC 19.13 esclarece a não desobrigação da empresa em
manter a escrituração contábil uniforme tanto dos seus atos como dos fatos
administrativos.
28
Para as MPEs, as formalidades são descritas nos item 4 a 6 da NBC
19.13 baseada na Cosif – Portal de Contabilidade, a saber:
4 – A escrituração contábil deve ser realizada com observância aos Princípios Fundamentais de Contabilidade e em conformidade com as disposições contidas nesta norma, bem como na ITG 2000, executando-se, nos caso em que couber, as disposições previstas nesta norma no que se refere a sua simplificação. 5 - As receitas, despesas e custos devem ser escriturados contabilmente com base na sua competência. 6 – Nos casos em que houver opção pelo pagamento de tributos e contribuições com base na receita recebida, a microempresa e empresa de pequeno porte devem efetuar ajustes a partir dos valores contabilizados, com vistas ao cálculo dos valores a serem recolhidos.
Dessa forma, pode-se dizer que a elaboração e divulgação do relatório de
contabilidade propõe aos gestores uma orientação para auxiliar na sua estruturação
organizacional.
Diante desse contexto, pode-se dizer que as informações contábeis
fazem com que o mercado aprecie as empresas, tornando as transações mais
fáceis, além de elevar a confiabilidade para com as empresas.
Anjos et. al. (2012) mencionam também que nas demonstrações
contábeis, as informações nela contidas fornecem parâmetros para que seja
realizada uma avaliação da real situação patrimonial e financeira das empresas,
além de contemplar seus usuários externos e internos, os quais de certa forma são
responsáveis pela base nas tomadas de decisão.
Assim, de acordo com a percepção de Coronado (2006, p. 11) entende-se
que:
o processo de gestão deve ser estruturado com base na lógica do processo decisório, deve contemplar analiticamente as fases de planejamento, execução e controle das atividades da empresa e ser suportado por sistemas de informações que subsidiem as decisões que ocorrem em cada uma dessas fases.
Com base no exposto, pode-se dizer que as informações contidas nas
demonstrações contábeis de exercícios anteriores juntamente com o panorama da
situação financeira atual e patrimonial da empresa podem ser usadas com o
propósito de realizar um planejamento estratégico, o qual será aplicado aos
negócios.
29
Anjos et. al. (2012) mencionam também que a partir das informações
financeiras, a contabilidade pode ajudar no controle, bem como na análise e
verificação dos resultados obtidos.
Nos estudos realizados por Ferreira (2009) foi constatado que os
empresários estão conscientes da importância de manter-se bem informado, isso
devido principalmente ao dinamismo que há no cenário econômico, além de estarem
envolvidos no mercado altamente competitivo.
No entanto, em outra pesquisa realizada por Caneca (2009) percebeu-se
que as empresas, de certo modo não fazem uso dos benefícios que a contabilidade
pode proporcionar-lhes, sendo-lhes oferecidos apenas os serviços básicos como
cálculos de impostos, folhas de pagamento e alguns ainda utilizam o controle
financeiro e de estoque.
Sobre esse contexto, Ferreira (2009, p. 8) destaca que:
A maioria das empresas recebe uma ferramenta estática que é o Balanço Patrimonial. Percebe-se, então, que há falta de orientação que facilite ou melhore o planejamento e controle. Para isso é necessário dar ênfase para as demais ferramentas de cunho dinâmico, tais como formação de preço de venda, análise de custo entre outras, que irão viabilizar ao empresário uma melhor tomada de decisão empresarial.
Os empresários das micro e pequenas empresas, na maioria das vezes
desconhecem os benefícios e as contribuições trazidas pela contabilidade que atua
direcionada para gestão das entidades, que pode estar acontecendo por não ter
conhecimento dos potenciais benefícios oferecidos por essa ciência.
Assim sendo, a decisão de implantar a contabilidade de fato na empresa
proporcionará as micro e pequenas empresas uma infinidade de recursos gerenciais
que servirão para auxiliar na gestão financeira. Além disso, estará exercendo a
habilidade e capacidade administrativa que o mercado atualmente exige para lidar
com tarefas do dia a dia, que poderão mesmo as mais simples, influenciar nos
resultados da empresa.
30
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
Nesta sessão do trabalho acadêmico apresenta-se a metodologia da
pesquisa. Inicialmente, tem-se o ambiente da pesquisa, sua natureza, bem como
sua tipologia, técnicas e instrumentos de coleta de.
3.1 Ambiente da Pesquisa
Diferentes autores, e dentre eles Rodrigues (2007, p. 126) afirmam que o
ambiente da pesquisa também é denominado de locus da pesquisa sendo,
reconhecidamente, o local onde o estudo é realizado, bem como é importante que
seja delimitado previamente, pois:
Estudar um fenômeno em um determinado lugar não é o mesmo que examiná-lo em qualquer parte. Uma comunidade muito grande pode exigir um estudo amostral, ou pode dificultar a observação direta. [...] As circunstâncias e os sujeitos presentes em um lugar não são os mesmos em toda parte, o que pode modificar o fenômeno estudado. E isso tem reflexos na escolha dos instrumentos com os quais coletar e processar as informações que o pesquisador procura.
O ambiente da pesquisa foi uma instituição de ensino superior, sediada
em Fortaleza, na capital do Ceará. Fundada em 2002, contribui para o
desenvolvimento do país, principalmente no Estado sede. Para tanto, oferece aos
seus alunos um sistema de ensino de qualidade, contanto com uma equipe de corpo
docente qualificada, bem como uma boa condição de trabalho, tanto na
infraestrutura física, material e econômica.
Além disso, estão integradas as áreas destinadas à gestão acadêmica:
salas de aula climatizada, auditório, biblioteca e salas de estudo que podem ser
utilizadas tanto em grupo como individualmente, laboratório de informática, além de
cantina, internet e reprografia. Todos esses ambientes estão equipados de modo a
atender a todos, inclusive as pessoas portadoras de necessidades especiais.
O acesso a biblioteca destina-se a todos os estudantes, inclusive aos
visitantes. No entanto, o empréstimo ao acervo está limitado apenas aos alunos que
estão regularmente matriculados em um dos cursos oferecidos, assim como aos
seus funcionários e professores da instituição. As normas gerais encontram-se
disponível no site da universidade.
31
A partir de uma avaliação interna foi implantada a Ouvidoria, dispondo a
comunidade acadêmica um canal de comunicação direta com a instituição,
ampliando o assim, a rede de relacionamento como a sociedade em geral com a
comunidade acadêmica.
Para facilitar a interação com seus alunos a instituição conta com um
sistema web que dispõem dos seguintes serviços: portal de graduação, webmail,
biblioteca, informes e, manual do aluno.
Buscando o seu melhor, a instituição conta também com uma equipe de
planejamento e avaliação que tem como objetivo acompanhar e apoiar os planos e
as ações do processo decisório da Diretoria.
Diante dos resultados obtidos com seus alunos, a instituição vem
conquistando cada vez mais o respeito da sociedade cearense, desenvolvendo
assim uma nova proposta acadêmica nos cursos de graduação, pós-graduação e
extensão universitária, para formação de profissionais competentes e atuantes no
mercado.
É importante destacar que todas as suas ações estão baseadas no
projeto político pedagógico, assegurando assim, seus resultados e satisfação da
sociedade em geral.
3.2 Natureza da Pesquisa
Quanto à natureza da pesquisa em estudo, Rodrigues (2007) define como
qualitativa. Continuando sua análise quanto à pesquisa qualitativa que:
É a pesquisa que – predominantemente – pondera, sopesa, analisa e interpreta dados relativos à natureza dos fenômenos, sem que os aspetos quantitativos seja a sua preocupação precípua, a lógica que conduz o fio do seu raciocínio, a lógica de suas palavras (RODRIGUES, 2007, p. 38).
A partir da proposta inicial deste estudo, a pesquisa desenvolvida foi
qualitativa à medida que os dados coletados foram analisados subjetivamente, em
caráter comparativo das informações coletadas na instituição de ensino.
A pesquisa qualitativa parte do princípio da existência de uma relação
entre as variáveis e o próprio sujeito do estudo, criando um vínculo entre eles.
Assim, esse tipo de pesquisa foi utilizado nesse trabalho por permitir a interpretação
32
dos dados com a atribuição de significados mais abrangentes, com o pesquisador
comportando-se como intérprete da realidade tendo em vista a possibilidade de
variação tanto das características quanto do comportamento do objeto de estudo.
Sobre esse tipo de pesquisa, tem-se que:
Possui a facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos (OLIVEIRA, 2010, p.117).
Justifica-se a opção por este tipo de pesquisa por ser o tema deste estudo
bastante delicado, necessitando, assim, utilizar uma metodologia na qual os sujeitos
não sejam reduzidos a variáveis isoladas ou a hipóteses, mas vistos como parte de
um todo, em seu contexto natural, habitual. Esta metodologia é própria da pesquisa
qualitativa.
Nesta modalidade de pesquisa, supõe-se o conhecimento como obra
coletiva em que todos os envolvidos podem identificar seus problemas e buscar
soluções, encontrar opções e propor estratégias de ação.
Como obra coletiva, o pesquisador se apresenta como alguém pronto a
dialogar e, com seu conhecimento já adquirido, partilhar com o grupo estudado
formas de conduzir a vida cotidiana.
É importante considerar que nem sempre as decisões coletivas são
consensuais, devendo ser refletidas para que sejam adequadas a um projeto de
realidade.
3.3 Tipo de pesquisa
Toda e qualquer pesquisa possui diferentes tipos de classificação e
tipologia, pois, conforme Collis e Hussey (2005, p. 23), a pesquisa pode ser
classificada da seguinte forma:
1 – O objetivo da pesquisa: os motivos pelos quais você a esta realizando; 2 – O processo da pesquisa: a maneira pela qual você coletará e analisará seus dados; 3 – A lógica da pesquisa: se você está se movendo do geral para o específico ou vice-versa;
33
4 – O resultado da pesquisa: se você está tentando um determinado problema ou fazer uma contribuição geral para o conhecimento.
Do ponto de vista de seus objetivos, a pesquisa pode caracterizar-se
como descritiva e exploratória. Todavia, no caso específico deste estudo, quanto aos
seus fins, esta pesquisa é descritiva. Sobre as pesquisas descritivas, Rodrigues
(2007, p. 29) destaca que:
(1) Separação de um todo em seus elementos ou partes componentes; (2) Estudo pormenorizados de cada parte de um todo, para conhecer melhor sua natureza, suas funções, relações, causas, etc. (3) Exame, método ou processo com que se descreve, caracteriza e compreende algo (um texto, uma obra de arte, etc.), para proporcionar uma avaliação crítica do mesmo.
Quanto aos meios ou do ponto de vista dos procedimentos técnicos a
pesquisa foi bibliográfica com estudo de caso.
Bibliográfica, pois, segundo Vergara (2010, p. 43), é realizada a partir de
material teórico já existente em livros, revistas, jornais, artigos e sites da internet,
utilizando dados secundários, ou seja, material já publicado anteriormente.
Exemplificando este tipo de pesquisa tem-se que:
[...] não deve ser confundida, como acontece frequentemente, com a pesquisa de documentos. O levantamento bibliográfico é mais amplo do que a pesquisa documental, embora possa ser realizado simultaneamente com a pesquisa de campo e de laboratório. A pesquisa bibliográfica tem por finalidade conhecer as diferentes formas de contribuição científica que se realizaram sobre determinado assunto ou fenômeno. Normalmente, o levantamento bibliográfico é realizado em bibliotecas públicas, faculdades, universidades e, especialmente, naqueles acervos que fazem parte do catálogo coletivo e das bibliotecas virtuais” (OLIVEIRA, 2010a, p. 119).
Sobre o estudo de caso, Yin (2010) explica que pode ser classificado de
dois tipos distintos, ou seja, pode ser simples ou único, sendo que dentro dessas
categorias, pode ser classificado ainda como incorporado, quando se analisa mais
de uma unidade ou holístico, quando se tem somente uma única unidade de análise,
criando assim, uma combinação de quatro tipos de projetos, como explicado a
seguir:
(i) estudo de caso único holístico (tipo 1); (ii) estudo de caso único incorporado (tipo 2); (iii) estudo de caso múltiplo holístico (tipo 3); e, (iv) estudo de caso múltiplo incorporado (tipo 4) (YIN, 2010, p. 76).
34
Trata-se de um estudo de caso simples e único, pois tem como unidade
de análise uma Faculdade Particular, a fim de identificar a percepção dos
acadêmicos do oitavo semestre do curso de ciências contábeis. Em complemento ao
tema, Roesch (2010, p. 200) menciona que:
O estudo de caso pode ser único ou múltiplo e a unidade de análise pode ser um ou mais indivíduos, grupos, organizações, eventos, países ou regiões. Entretanto, [...] mesmo quando mais de um caso for pesquisado, a individualidade de cada um é retida e o número de casos em si não é considerado significativo.
Sobre o estudo de caso, Yin (2010), começou seus estudos em 1994,
considerando-o como uma ferramenta de investigação científica para a compressão
de processos mais complexos, na resolução de soluções problemáticas,
descrevendo situações na busca de resultado. Para o autor, a realização de um
estudo de caso é extremamente complicada dependendo da postura que o
pesquisador adote.
A definição e o planejamento iniciaram-se pela formulação do problema
da pesquisa, pois ao longo do referencial teórico e com o estudo de caso,
pretendeu-se responder a esse questionamento, devendo essa questão ser
respondido por meio do estudo e não o contrário.
A preparação refere-se à seleção de métodos e técnicas que serão
utilizados para obter os resultados de modo satisfatório. A coleta dos dados foi feita
a partir de um questionário estruturado, ou seja, partindo sua aplicação de um roteiro
base que dão suporte aos objetivos da pesquisa, permitindo criar uma estrutura para
comparação de respostas e articulação de resultados. Os dados referentes ao
estudo de caso foram tabulados no programa Excel e apresentados em gráficos e
tabelas, a fim de facilitar sua visualização e compreensão pelo leitor.
3.4 População e Amostra
A população de uma pesquisa pode ser considerada como a totalidade
dos indivíduos que possuem as mesmas características definidas para um
determinado estudo. Desse modo, o universo da pesquisa foi o total de alunos do
oitavo semestre do curso de ciências contábeis, até então, pré-selecionadas como
35
objeto de estudo. Essa escolha se justifica por já estarem no final das atividades
acadêmicas, terem algum conhecimento da contabilidade na pratica no mercado de
trabalho.
Já a amostra da pesquisa, é a parte da população selecionada de acordo
com uma regra pré-estabelecida, sendo escolhida, para este caso, de forma não
probabilística (GIL, 2009). No caso em estudo estabeleceu-se um perfil traçado do
entrevistado sobre sua ocupação, por isso, a amostra foi de 20 alunos.
Sobre a amostragem qualitativa, Minayo (2010, p. 197) explica que deve
levar em conta os seguintes critérios:
a) investir em instrumentos que permitam compreensão de diferenciações internas e de homogeneidades; b) assegurar que a escolha do locus e do grupo de observação e informação contenham o conjunto das experiências e expressões que se pretende objetivar na pesquisa; c) privilegiar os sujeitos sociais que detém os atributos que o investigador pretende conhecer; d) definir claramente o grupo social mais relevante, ou seja, sobre o qual recai a pergunta central da pesquisa. Centralizar nele o foco das entrevistas, dos grupos focais e da observação e) dar atenção a todos os outros grupos que interagem com o do foco principal, buscando compreender o papel de cada em suas interações; f) trabalhar num processo de inclusão progressiva das descobertas do campo, confrontando-as com as teorias que demarcam o objeto; g) nunca desprezar informações ímpares e não repetidas, cujo potencial explicativo acabam por ser importantes na descoberta da lógica interna do grupo; h) considerar um número suficiente de interlocutores para permitir reincidência e complementaridade das informações; i) certificar-se de que o quadro empírico da pesquisa esteja mapeado e compreendido; j) sempre que possível, prever uma triangulação de técnicas a até de métodos, isto é, em lugar de restringir a apenas uma fonte de dados, multiplicar as tentativas de aproximação.
Para esta pesquisa, a amostra populacional foi formada por 20 alunos que
concordaram em participar da pesquisa.
3.5 Coleta de Dados
A coleta de dados é a fase em que o pesquisador aplica um determinado
instrumento junto a um público alvo pré-determinado, escolhido de caso com a
temática da pesquisa, conforme Roesch (2010), é através dela que os dados
36
primários são obtidos e que se pode caracterizar um estudo de caso. A técnica
utilizada foi questionário estruturado.
Sobre a elaboração do questionário, Minayo (2010, p. 261) explica que
esta pode ser:
Um questionário é extremamente útil quando um investigador pretende recolher informação sobre um determinado tema. Deste modo, através da aplicação de um questionário a um público-alvo constituído, por exemplo, de alunos, é possível recolher informações que permitam conhecer melhor as suas lacunas, bem como melhorar as metodologias de ensino podendo, deste modo, individualizar o ensino quando necessário. [...] Existem dois tipos de questões: as questões de resposta aberta e as de resposta fechada. As questões de resposta aberta permitem ao inquirido construir a resposta com as suas próprias palavras, permitindo deste modo a liberdade de expressão. As questões de resposta fechada são aquelas nas quais o inquirido apenas seleciona a opção (de entre as apresentadas), que mais se adequa à sua opinião. Também é usual aparecerem questões dos dois tipos no mesmo questionário, sendo este considerado misto.
Sobre os questionários, Gil (2010) explica que é um instrumento de coleta
de dados capaz de promover uma interação social, isto é, uma técnica em que o
pesquisador se apresenta ao pesquisado com perguntas formuladas previamente
que serão respondidas subjetivamente a fim de obter informações que respondam
às questões inicialmente levantadas e auxiliem na investigação em si.
A aplicação da entrevista estruturada será utiliza a fim de responder à
problemática inicialmente levantada e ao alcance dos objetivos propostos.
37
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO
Ao longo deste capítulo apresentam-se os resultados das análises de
dados coletados com a aplicação do questionário estruturado junto aos 86
estudantes do 8º semestre do curso de Ciências Contábeis de uma Faculdade
Particular de Fortaleza.
Assim, primeiramente é traçado o perfil do sujeito da pesquisa em
seguida, retirada uma amostra de 20 alunos de acordo com uma regra estabelecida
após as perguntas iniciais, sendo escolhidos aqueles que tivessem alguma
experiência profissional.
Assim, adentra-se especificamente no tema do trabalho por meio da
identificação da percepção estudantes sobre o tema em questão.
Inicialmente, foi perguntado aos entrevistados sobre sua ocupação, sendo
as respostas apresentadas no gráfico 1.
Gráfico 1 - Ocupação Fonte: Dados primários (2013)
De acordo com os dados apresentados no gráfico 1 45% (n=9) dos
entrevistados afirmaram que estudam e fazem estágio, já outros 55% (n=11)
disseram que estudam e trabalham.
Na questão seguinte, os entrevistados foram indagados sobre o número
médio de funcionários da empresa que trabalham ou estagia como mostra o gráfico
2.
38
Gráfico 2 – Média de funcionários que trabalham na empresa Fonte: Dados primários (2013)
O gráfico 2 mostra que na empresa de 20% (n=4) tem de 5 a 10
funcionários, 35% (n=7) disseram que de 10 a 15, e, 45% (n=9) mais de 15.
Segundo Pizzolato (2000) as empresas apresentam algumas
características que as distingue das demais, e o número de funcionários é uma
delas. Segundo o autor supracitado, as microempresas devem ter de até 19
funcionários, as pequenas de 20 a 99, as médias de 100 a 499 e as grandes acima
de 500.
Seguindo com a pesquisa, foi perguntado aos entrevistados sobre o nível
de faturamento bruto da empresa, sendo as respostas apresentadas no gráfico 3.
Gráfico 3 – Nível de faturamento bruto da empresa Fonte: Dados primários (2013)
Conforme os dados apresentados no gráfico 3 constatou-se que 25%
(n=5) faturam até R$ 30.000,00, 20% (n=4) de R$ 30.001,00 a R$ 60.000,00. Já
outros 25% (n=5) entrevistados disseram que o faturamento bruto da empresa que
atuam é de R$ 60.001,00 a R$ 90.000,00, outros 15% (n=3) disseram que de R$
39
90.0001,00 a R$ 120.000,00, e, outros 15% (n=3) mencionaram que é mais de R$
120.000,00.
Sobre o faturamento Pizzolato (2000) explica que para setores mais
dinâmicos, diversas pesquisas tem demonstrado que o faturamento é um dos
critérios para classificar o porte da empresa. Nova e Komati (2005) destacam que as
micro e pequenas empresas têm assumido um importante papel na economia do
país, pois estão ajudando a reduzir os problemas inflacionários.
Seguindo com a pesquisa, foi perguntado aos entrevistados se em uma
MPE, como deve ser feita a contabilidade da empresa, sendo as respostas
apresentadas no gráfico 4.
Gráfico 4 – Como deve ser feita a contabilidade da empresa Fonte: Dados primários (2013)
Nota-se com as respostas apresentadas que na opinião de 60% (n=12)
acreditam ser melhor dentro da empresa, e outros 40% (n=8) disseram que por
escritório externo.
Na percepção de Marion (2006) a contabilidade é vista como um
instrumento que tem como propósito auxiliar a administração da empresa,
principalmente nas tomadas de decisão.
Nesse sentido, para realização da contabilidade da empresa, esta tem
que verificar o que é melhor, se ter um profissional dentro da empresa que faça essa
atividade, ou se contrate um escritório externo, mas o importante é que a empresa
tenha esses dados em mãos.
Seguindo com a pesquisa, foi perguntado aos entrevistados que tipos de
serviços contábeis devem ser feitos, sendo as respostas apresentadas no gráfico 5.
40
Gráfico 5 – Tipos de serviços contábeis Fonte: Dados primários (2013)
De acordo com as respostas apresentadas no gráfico 5 constatou-se que
10% (n=2) disseram que somente fiscal, 20% (n=4) a maior parte deve ser fiscal e
um pouco gerencial, já outros 70% (n=14) fiscal e gerencial.
Sobre esse contexto é importante destacar que a contabilidade gerencial,
deve ao mesmo tempo, ser concisa e abrangente, moldando-se constantemente
segundo Marion (2006) de modo adaptar-se às mudanças tecnológicas e igualmente
as necessidades dos líderes e gestores, bem como nos setores funcionais dos
negócios.
Seguindo com a pesquisa, foi perguntado aos entrevistados qual deve ser
a maior preocupação destas empresas, sendo as respostas tabuladas e
apresentadas no gráfico 6.
Gráfico 6 – Maior preocupação das MPEs Fonte: Dados primários (2013)
41
O gráfico 6 mostra que 35% (n=7) acreditam que deve ser com o
planejamento das atividades, outros 30% (n=6) com o controle das atividades, e,
35% (n=7) afirmaram ser com os dois, sem ter como saber com qual há maior
preocupação.
Na percepção de Coronado (2006) a falta de planejamento juntamente
com a falta de controle fazem com que as empresas tornem-se instáveis, elevando
os custos, influenciando na qualidade, tempo e inovação, além de afetar no seu
desenvolvimento no mercado.
Continuando com a pesquisa, foi perguntado aos entrevistados, com que
área, nesse segmento empresarial a empresa se preocupa mais. As respostas foram
tabuladas e apresentadas no gráfico 7.
Gráfico 7 – Área de maior preocupação Fonte: Dados primários (2013)
De acordo com as respostas apresentadas no gráfico 7 observa-se que
na percepção de 35% (n=7) é a financeira (c0ntas a pagar e a receber), enquanto
que 30% (n=6) é a área tributária, assim como para 20% (n=4) refere-se aos custos
(cálculo e controle), outros 10% (n=2) vendas, e para 5% (n=1) com a área pessoal.
Os setores citados no gráfico 7 precisam na percepção de Marion (2006)
ter um bom controle interno, pois com elas o desempenho operacional, financeiro e
econômico pode ser melhor avaliado, permitindo o desenvolvimento de novas
técnicas e métodos que ajudam no desenvolvimento de suas atividades.
Seguindo com a pesquisa, foi perguntado aos entrevistados quais
ferramentas ou controles contábil-gerenciais devem ser utilizados pela MPE em seu
gerenciamento contábil, sendo as respostas apresentadas no gráfico 8.
42
Gráfico 8 – Ferramentas ou controles contábil-gerenciais devem ser utilizados pela
MPE em seu gerenciamento contábil Fonte: Dados primários (2013)
No caso dessa indagação os entrevistados listaram 3 opções cada. Nesse
sentido, as três mais citadas foram: orçamento com 45% (n=9); análise das
demonstrações contábeis, também com 45% (n=9), e, fluxo de caixa, 40% (n=8).
Sobre esse contexto, Coronado (2006) explica que uma das maiores
preocupações das MPEs refere-se aos empréstimos e financiamentos, sendo
percebida a nítida a necessidade em se criar um modelo gerencial para ajudar nas
ações do dia a dia e que trabalhem em múltiplas áreas. Assim, recomenda-se uso
de ferramentas e/ou controle que ajudem essas empresas a ter um maior controle
de suas atividades, não somente financeira, mas também de vendas, estoque
igualmente importantes para seu sucesso.
Continuando com a pesquisa, foi perguntado aos entrevistados qual a
importância das MPEs brasileiras para o processo de geração de emprego e renda,
sendo as respostas apresentadas no gráfico 9.
43
Gráfico 9 – Importância das MPEs brasileiras para o processo de geração de
emprego e renda Fonte: Dados primários (2013)
O gráfico 9 mostra que 60% (n=12) consideram como muito importante, e
outro 40% (n=8) disseram que acham importante.
É importante destacar que de acordo com as teorias modernas da
administração, a definição das vantagens competitivas se apresenta a partir dos
resultados das empresas. Nesse sentido, segundo Marion (2006) as MPEs são vista
economicamente como importantes, principalmente no que se refere ao emprego e
renda.
Seguindo com a pesquisa foi perguntado aos entrevistados qual deve ser
a periodicidade de elaboração do orçamento, sendo as respostas apresentadas no
gráfico 10.
Gráfico 10 – Periodicidade de elaboração do orçamento Fonte: Dados primários (2013)
O gráfico 10 mostra que 15% (n=3) acham que deve ser elaborado
diariamente, enquanto que 50% (n=10) disseram que mensalmente, outros 30%
(n=6) semestralmente, e, 5% (n=1) afirmaram que deve ser anual.
44
Na questão seguinte foi perguntado sobre a periodicidade do fluxo de
caixa, como mostra o gráfico 11.
Gráfico 11 – Periodicidade de elaboração do fluxo de caixa Fonte: Dados primários (2013)
O gráfico 11 mostra que 60% (n=12) acreditam que deve ser elaborado
diariamente, enquanto que 40% (n=8) afirmaram que deve ser mensal.
Sobre os dados apresentados nos gráficos 10 e 11 é importante destacar
que devem ser estabelecidos planejamentos estratégicos baseados na sua
realidade, sendo para tanto necessário um acompanhamento do orçamento e fluxo
de caixa. O período deve ser estabelecido de forma que suas necessidades sejam
atendidas, e que possam ser acompanhadas, consultadas e analisadas
principalmente para auxiliar nas tomadas de decisões.
Continuando com a pesquisa, foi perguntado aos entrevistados sobre a
importância das Demonstrações Contábeis ao processo de tomada de decisão das
MPEs, sendo as respostas tabuladas e apresentadas no gráfico 12.
Gráfico 12 – Importância das Demonstrações Contábeis ao processo de tomada de
decisão das MPEs Fonte: Dados primários (2013)
45
O gráfico 12 mostra que 60% (n=12) consideram como muito importante,
e outro 40% (n=8) disseram que acham importante.
Ainda sobre as Demonstrações Contábeis, foi indagado aos entrevistados
quais deve ser usadas pelas MPEs em seu processo decisório, sendo as respostas
tabuladas e apresentadas no gráfico 13.
Gráfico 13 – Demonstrações Contábeis devem ser usadas pelas MPE´s em seu
processo decisório Fonte: Dados primários (2013)
No caso dessa indagação os entrevistados listaram 3 opções cada um.
Nesse sentido, as três mais citadas foram: Relatório de administração com 65%
(n=13); Demonstrações das origens e aplicações de recursos - DOAR indicado por
60% (n=12) dos entrevistados, Demonstração do resultado do Exercício – DRE, com
55% (n=11).
De acordo com os especialistas, a informação apresenta-se como uma
ferramenta importante usada na gestão a qual os empresários podem utilizar para
tomar a melhor decisão empresarial, além de ajudar no planejamento estratégico.
Com essas informações, as MPEs devem buscar se estruturar visando o instrumento
de informação para controle e decisão.
46
Continuando com a pesquisa perguntou-se aos entrevistados se as micro
e pequenas empresas do setor comercial estão usando corretamente a
Contabilidade enquanto ferramenta gerencial, sendo as respostas apresentadas no
gráfico 14.
Gráfico 14 – Micro e pequenas empresas do setor comercial estão usando
corretamente a Contabilidade enquanto ferramenta gerencial Fonte: Dados primários (2013)
Os resultados apresentados no gráfico 14 mostram que 20% (n=4)
concordam plenamente com essa afirmação, outros 15% (n=3) disseram que
concordam. Em contrapartida, 60% (n=12) disseram que discordam, bem como
outros 5% (n=1) disseram que discordam plenamente.
É bem verdade que muitas MPEs não fazem uso desses recursos para
ajudar na sua administração, e com isso acabam sendo vencidos pela concorrência,
em alguns casos acabam fechando antes mesmo de completar 2 anos de mercado.
Finalizando a pesquisa foi solicitado aos entrevistados para citarem como
a Contabilidade pode auxiliar às micro e pequenas empresas do setor comercial de
Fortaleza, sendo as respostas apresentadas no quadro 2.
RESPONDENTES RESPOSTAS
R1 Auxiliar os administradores num processo decisório
R2 Não respondeu
R3 Organizar melhor as finanças
R4 Não respondeu
R5 Aumentar a lucratividade da empresa
R6 Não respondeu
R7 Ajuda no alinhamento das estratégias
R8 Poderá contar com formas mais seguras para trabalhar
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R9 Poderá auxiliá-las a solucionar problemas do ambiente externo
R10 Não respondeu
R11 Reduzir a mortalidade
R12 Não respondeu
R13 Organizar melhor as finanças
R14 Reduzir a mortalidade
R15 Não respondeu
R16 Não respondeu
R17 Organizar melhor as finanças
R18 Não respondeu
R19 Reduzir a mortalidade
R20 Não respondeu
Quadro 3 – Como a Contabilidade pode auxiliar às micro e pequenas empresas do setor comercial de Fortaleza Fonte: Dados primários (2013)
Nota-se com as respostas apresentadas no quadro 3 que a contabilidade,
segundo os entrevistados, pode ajudar de várias maneiras, principalmente na
redução da mortalidade, citada por 3 entrevistados, assim como a organização das
finanças.
No entanto, 9 alunos optaram em não responder a esse questionamento,
não apresentando influência no resultado final da pesquisa.
Sobre esse contexto é importante destacar que se as MPEs ignorarem o
uso da contabilidade, ela estará vulnerável as erros e falhas que vão além do
orçamento e dos tributos, mas também no âmbito operacional.
48
5 CONCLUSÃO
Diante das considerações feitas neste trabalho, pode-se afirmar que a
proposta inicialmente levantada foi plenamente contemplada no que se refere à sua
problemática e aos seus objetivos.
Quanto à problemática de analisar a percepção dos acadêmicos do oitavo
semestre do curso de Ciências Contábeis de uma faculdade particular de Fortaleza
sobre como a Contabilidade pode ser utilizada nas micro e pequenas empresas a
fim de garantir sua competitividade constatou-se que pode auxiliar na redução da
mortalidade, bem como na organização das finanças, contudo, é importante
destacar também que praticamente a metade dos respondentes, 9 deles não
souberam responder a esse questionamento. Nesse sentido, o objetivo geral
também foi alcançado.
Quanto ao objetivo específico de caracterizar as micro e pequenas
empresas no cenário brasileiro constatou-se que decorre principalmente devido a
necessidade das aplicações de medidas de incentivo voltadas para seu
fortalecimento e expansão.
Concernente ao objetivo específico de analisar como a Contabilidade
pode ser aplicada às micro e pequenas empresas de modo a garantir sua
competitividade, observou-se que devido o atual mercado apresentar-se cada vez
mais competitivo e recessivo, sendo cada vez mais notório o crescimento da
concorrência entre as empresas nacionais, principalmente entre as MPEs. Assim,
nota-se que a contabilidade admite uma função essencial para o planejamento
estratégico assim como para as finanças.
No mercado atual os serviços realizados pela contabilidade vêm sendo
cada vez mais indispensáveis para o sucesso de qualquer empresa, independente
do seu ramo, embora seja identificada a necessidade de ações estratégicas, assim
como operacionais característicos dos dias atuais.
Vale ressaltar que, para implantação dos serviços de contabilidade, faz-se
necessário, gestores experientes e que compreendam a sua eficácia, eficiência e
efetividade, como também ações voltadas bem como aos aspectos da cultura
organizacional. Porém quando implantado provoca várias transformações no
comportamento organizacional, mesmo nas pequenas empresas, levando a sair do
49
status de reativa para proativa, estimulando a função diretiva, à utilização de
modelos mais eficazes, eficientes e efetivos com o foco na orientação e na
racionalização do processo orçamentário.
No caso das MPEs constatou-se que a contabilidade representa um
importante instrumento de planejamento e controle possibilitando uma gestão eficaz
e eficiente do ponto de vista da tomada de decisões, podendo a instituição visualizar
possíveis mudanças, adaptar-se a elas ou ainda, caso necessário, corrigir essas
mudanças durante a sua execução dentro do período estabelecido.
Ciente de que este trabalho alcançou a proposta inicialmente planejada,
mas ainda pode ser aperfeiçoado, haja vista que é um tema bastante complexo e
envolvendo diferentes vertentes de análise, deixa-se como sugestão para pesquisas
vindouras a realização de acompanhamento dos orçamentos elaborados e análise
das variações, bem como outras pesquisas envolvendo uma amostra populacional, a
fim de identificar e analisar os principais desafios e vantagens com a contabilidade
nas MPEs.
.
50
REFERÊNCIAS
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GIL, Antônio Carlos. Estudo de caso. Fundamentação científica. São Paulo: Atlas, 2009. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). As micro e pequenas empresas comerciais e de serviços no Brasil – 2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos da metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001. MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 12 ed. São Paulo: Atlas, 2006. MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 8 ed. São Paulo: Hucitec, 2010. MOREIRA, S. F.; SOUZA, C. A. Sistema de apoio à decisão na pequena e média empresa: estudos de casos comparados em empresas comerciais de pequeno porte. In: VII Semead – Seminários de Administração da FEA-USP, Anais... São Paulo: FEA-USP, 2004. NOVA, S. P. C. C.; KOMATI, J. T. Estudo do Relacionamento entre as microempresas e Empresas de Pequeno Porte e a Contabilidade. São Paulo: FEA/USP, 2005. OLEIRO, W. N; DAMEDA, A. das N.; VICTOR, Fernanda G. O uso da informação contábil na gestão das micro e pequenas empresas atendidas pelo programa de extensão empresarial NEE/FURG. Sinergia, v. 11, n. 1, p. 37-47. Bento Gonçalves, 2005. Disponível em: <http://www.ufpe.br>. Acesso em 25 abr. 2013. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Manual de consultoria empresarial: conceitos, metodologias, práticas. São Paulo: Atlas, 2010. PIZZOLATO, N. D. Introdução à Contabilidade Gerencial. 2.ed. são Paulo: Pearson Makron Books, 2000. RODRIGUES, Rui Martinho. Pesquisa acadêmica. Como facilitar o processo de preparação de suas etapas. São Paulo: Atlas, 2007. ROESCH, Silvia Maria Azevedo. Projetos de estágio e de pesquisa em administração. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (SEBRAE). 10 anos de monitoramento da sobrevivência e mortalidade das empresas. São Paulo: Sebrae, 2008. SHELL, J. Guia para gerenciar pequenas empresas: como fazer a transição para uma gestão empreendedora. Rio de Janeiro: Campus, 2009. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em Administração. 12.ed. São Paulo : Atlas, 2010.
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YIN, Robert K. Yin. Estudo de caso, planejamento e métodos. 4. ed. São Paulo: Bookman, 2010.
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ANEXOS
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ANEXO A - RESOLUÇÕES DO CGSN SOBRE O MEI
RESOLUÇÃO: DESCRIÇÃO:
Resolução no 58, de 27 de abril de 2009
- Fundamenta-se na LC no 123/2006 - Fundamenta o MEI pelo art. 966, da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Expõe quem pode ou não optar pelo SIMEI - Trata das possibilidades de enquadramento e desenquadramento - Descreve os Documentos de Arrecadação do Simples Nacional – DAS - Trata da contratação de empregados - Trata da cessão ou locação de mão-de-obra - Trata da declaração anual de ajustes - Traz as disposições finais e transitórias - Traz a lista de profissões que podem ou não ser enquadradas e a forma de pagamento dos tributos
Resolução nº 60, de 22 de
junho de 2009
- Principal modificação: Art. 1° Fica acrescido o art. 7º-A à Resolução CGSN nº 4, de 30 de maio de 2007, com a seguinte redação: "Art. 7º-A A ME ou EPP poderá efetuar agendamento da opção de que trata o § 1º do art. 7º, observadas as seguintes disposições: I - estará disponível, em aplicativo específico no Portal do Simples Nacional, entre o primeiro dia útil de novembro e o penúltimo dia útil de dezembro do ano anterior ao da opção; II - sujeitar-se-á ao disposto nos §§ 2º e 4º do art. 7º; III - na hipótese de serem identificadas pendências impeditivas ao ingresso no Simples Nacional, o agendamento será rejeitado, podendo a empresa: a) solicitar novo agendamento após a regularização das pendências, observado o prazo previsto no inciso I; ou b) realizar a opção no prazo e condições previstos no § 1º do art. 7º; IV - inexistindo pendências, o agendamento será confirmado, gerando para a ME ou EPP opção válida com efeitos a partir do primeiro dia do ano-calendário subsequente; V - o agendamento: a) não se aplica à opção para ME ou EPP em início de atividade; b) poderá ser cancelado até o final do prazo previsto no inciso I. § 1º A confirmação do agendamento não implica opção pelo Sistema de Recolhimento em Valores Fixos Mensais dos Tributos Abrangidos pelo Simples Nacional (SIMEI), que deverá ser efetuado no prazo previsto no inciso II do art. 2º da Resolução CGSN nº 58, de 27 de abril de 2009.
Resolução nº 64, de 17 de
agosto de 2009
- Principais modificações: Art. 1°§ 1º-C Para os fins do disposto no inciso I do § 1º-A deste artigo, a ausência ou irregularidade na inscrição municipal ou estadual, quando exigível, também é considerada como pendência impeditiva à opção pelo Simples Nacional. Art. 2° O art. 16 da Resolução CGSN n° 4, de 2007, passa a vigorar com as seguintes modificações: "Art. 16. Os Estados e o Distrito Federal, na hipótese de adoção, para efeito de recolhimento do ICMS em seus territórios, dos sublimites de receita bruta previstos nos incisos I e II do art. 13, deverão manifestar-se mediante decreto do respectivo Poder Executivo, até o último dia útil de outubro, observado o disposto no art. 13. Art. 5° O art. 2° da Resolução CGSN n° 38, de 1º de setembro de 2008,
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passa a vigorar com as seguintes modificações: § 1° A opção pela determinação da base de cálculo de que trata o caput será irretratável para todo o ano-calendário e deverá ser realizada, em aplicativo disponibilizado no Portal do Simples Nacional, quando da apuração dos valores devidos relativos ao mês de: I - novembro de cada ano-calendário, com efeitos para o ano-calendário subsequente, na hipótese de ME ou EPP já optante pelo Simples Nacional; II - início dos efeitos da opção pelo Simples Nacional, nas demais hipóteses, com efeitos para o próprio ano-calendário. § 2° Na hipótese em que a ME ou EPP em início de atividade, com início dos efeitos da opção pelo Simples Nacional no mês de dezembro, a opção de que trata o caput, relativa ao ano-calendário subsequente, deverá ser realizada quando da apuração dos valores devidos relativos ao mês de dezembro. Art. 7° Ficam incluídas, no Anexo Único da Resolução CGSN n° 58, de 2009, as seguintes atividades: produção teatral e produção musical
Resolução nº 67, de 16 de setembro de
2009
- Principais modificações: Art. 1° O Anexo Único da Resolução CGSN n° 58, de 27 de abril 2009, passa a vigorar com a redação constante do Anexo Único desta nova Resolução. Art. 2° Fica revogado o inciso II do § 6º do art. 6º da Resolução CGSN nº 58, de 2009. Art. 3° Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Resolução nº 68, de 28 de outubro de
2009
- Principais modificações: Art. 1º Fica acrescido o art. 4º-A na Resolução CGSN nº 4, de 30 de maio de 2007, com a seguinte redação: "Art. 4º-A Na hipótese de devolução de mercadoria vendida por ME ou EPP optante pelo Simples Nacional, em período de apuração posterior ao da venda, deverá ser observado o seguinte: I - o valor da mercadoria devolvida deve ser deduzido da receita bruta total, no período de apuração do mês da devolução, segregada pelas regras vigentes no Simples Nacional nesse mês; II - caso o valor da mercadoria devolvida seja superior ao da receita bruta total ou das receitas segregadas relativas ao mês da devolução, o saldo remanescente deverá ser deduzido nos meses subsequentes, até ser integralmente deduzido. Parágrafo único. Para a optante pelo Simples Nacional tributada com base no critério de apuração de receitas pelo regime de caixa, o valor a ser deduzido limita-se ao valor efetivamente devolvido ao adquirente." (NR)
Resolução nº
70, de 26 de janeiro de
2010
t. 1º Fica acrescido o inciso III no § 3º do art. 12 da Resolução CGSN nº 4, de 30 de maio de 2007, com a seguinte redação: III - com efeitos a partir de 1º de janeiro de 2010: produções cinematográficas, audiovisuais, artísticas e culturais, sua exibição ou apresentação, inclusive no caso de música, literatura, artes cênicas, artes visuais, cinematográficas e audiovisuais. Art. 2º Ficam acrescidos os incisos XXI, XXII e XXIII no art. 3º da Resolução CGSN nº 51, de 22 de dezembro de 2008, com a seguinte redação: XXI - as receitas decorrentes da prestação dos serviços previstos no inciso III do § 3º do art. 12 da Resolução CGSN nº 4, de 2007, sem retenção ou substituição tributária, com ISS devido a outro Município; XXII - as receitas decorrentes da prestação dos serviços previstos no inciso III do § 3º do art. 12 da Resolução CGSN nº 4, de 2007, sem retenção ou substituição tributária, com ISS devido ao próprio Município.
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XXIII - as receitas decorrentes da prestação dos serviços previstos no inciso III do § 3º do art. 12 da Resolução CGSN nº 4, de 2007, com retenção ou com substituição tributária do ISS. Art. 4º O art. 9º da Resolução CGSN nº 58, de 27 de abril de 2009, passa a vigorar com a seguinte redação: Art. 9º Excepcionalmente, a declaração de que trata o art. 7º, inclusive para o MEI optante pelo SIMEI extinto no segundo semestre de 2009, deverá ser entregue até 31 de março de 2010 Art. 5º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Resolução nº 73, de 4 de maio de 2010
- Principal modificação: Art. 1° Fica acrescido o parágrafo único no art. 9° da Resolução CGSN n° 58, de 27 de abril de 2009, com a seguinte redação: Parágrafo único. A declaração de que trata o art. 7°, relativa ao ano-calendário 2009, transmitida entre 1° de abril de 2010 e 31 de maio de 2010, será considerada entregue em 31 de março de 2010.
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APÊNDICES
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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DA PESQUISA
PÚBLICO ALVO: Alunos do 8º semestre do curso de Ciências Contábeis de
uma Faculdade Particular de Fortaleza
1) Atualmente, você:
( ) Apenas estuda
( ) Estuda e estagia
( ) Estuda e trabalha
2) Caso esteja trabalhando ou estagiando, qual o número médio de
funcionários da empresa?
( ) Até 5
( ) De 5 a 10
( ) De 10 a 15
( ) Acima de 15
3) Qual o nível de faturamento bruto da empresa:
( ) Até R$ 30.000,00
( ) de R$ 30.001,00 a R$ 60.000,00
( ) de R$ 60.001,00 a R$ 90.000,00
( ) de R$ 90.001,00 a R$ 120.000,00
( ) Mais de R$ 120.000,00
4) Para você, em uma MPE, a Contabilidade da empresa deve ser feita:
( ) Dentro da empresa
( ) Por escritório externo
5) Na MPE, deve ser feita Contabilidade:
( ) Só fiscal
( ) A maior parte é fiscal e um pouco é gerencial
( ) Fiscal e gerencial
6) Estas empresas, devem ter uma preocupação maior com o:
( ) Planejamento das atividades.
( ) Controle das atividades.
( ) Nenhum deles.
( ) Com os dois, sem ter como saber com qual há maior preocupação.
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7) Neste segmento empresarial, com que área a empresa se preocupa mais:
( ) Financeira (contas a pagar e a receber)
( ) Tributária (impostos)
( ) Custos (cálculo e controle)
( ) Vendas
( ) Pessoal
( ) outro: __________________________
8) Quais ferramentas ou controles contábil-gerenciais devem ser utilizados
pela MPE em seu gerenciamento contábil?
( ) Orçamento
( ) Fluxo de caixa
( ) Técnicas de análise de investimentos
( ) Análise das demonstrações contábeis
( ) Planejamento tributário
( ) Controle de estoques
( ) Controle de contas a pagar
( ) Controle de contas a receber
( ) Controle de bens do imobilizado
9) Em sua opinião, qual a importância das MPE’s brasileiras para o processo
de geração de emprego e renda?
( ) Muito importante
( ) Importante
( ) Pouco importante
( ) Nada importante
10) No caso das MPEs, qual deve ser a periodicidade de elaboração do
orçamento?
( ) Diário ( ) Mensal ( ) Semestral ( ) Anual outro:_____________
11) ) No caso das MPEs, qual deve ser a periodicidade de elaboração do fluxo
de caixa?
( ) Diário ( ) Mensal ( ) Semestral ( ) Anual e) outro:_____________
12) Em sua opinião, qual a importância das Demonstrações Contábeis ao
processo de tomada de decisão das MPE´s?
( ) Muito importante ( ) Importante ( ) Pouco Importante ( ) Nada importante
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13) Para você, quais as Demonstrações Contábeis devem ser usadas pelas
MPE´s em seu processo decisório?
( ) Relatório de administração
( ) Demonstração do Resultado do Exercício – DRE
( ) Demonstração do Resultado Abrangente – DRA
( ) Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR
( ) Demonstração do Valor Adicional – DVA
( ) Balanço Social
14) Em sua opinião, as micro e pequenas empresas do setor comercial estão
usando corretamente a Contabilidade enquanto ferramenta gerencial?
( ) Concordo plenamente
( ) Concordo
( ) Discordo
( ) Discordo plenamente
15) Em sua opinião, como a Contabilidade pode auxiliar às micro e pequenas
empresas do setor comercial de Fortaleza? ______________________________
___________________________________________________________________