Explorações mente e cérebro - Modelagem na velocidade da visão

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    Exploraes mente e crebro - Parte XI

    Modelagem na velocidade da viso

    Mark E. Furman

    Como seres humanos, rapidamente nos aproximando do incio do prximo milnio, ns estamos diante domaior desafio da historia da humanidade. A cada dia que passa, campos como o Fuzzy Expert Systems ou ananotecnologia fazem o quantum andar a passos largos na construo de mquinas que podem pensar maisrapidamente e aprender tudo a velocidades inalcanveis pelo crebro humano. Tecnologias recentes j deramorigem a sistemas expertos capazes de realizar diagnsticos mdicos mais ligeiros e muito mais acurados doque aqueles produzidos pelo computador biolgico de 1 quilo e meio que ns carregamos na cabea. Fuzzy Systems Tecnologies est desenvolvendo carros capazes de se auto dirigirem com segurana e fornos demicro ondas capazes de ajustes independentes que iro reconhecer o tipo de comida colocada e cozinh-la deforma apropriada. Avanos recentes na nanotecnologia afirmam que circuitos como os dos computadores iro,em breve, ser capazes de substituir partes do crebro e funes cerebrais que foram perdidas devido aderrames e outras formas de danos no crebro. Todos os dias grandes corporaes esto reduzindo seutamanho pela substituio de seres humanos por mquinas computadorizadas capazes de fazer o trabalhocom mais preciso, com maior custo benefcio e a grandes velocidades, sem necessitar de intervalo para ocafezinho ou oito horas de sono, nem frias. Ns estamos controlando o futuro das mquinas ou so elas que

    esto controlando o futuro dos seres humanos? Qual o desafio?O desafio que ns, como seres humanos, precisamos comear a dar o mesmo tempo, energia e foco para aacelerao do desempenho humano ou estaremos destinados a ficar obsoletos. Assim qual a resposta? aModelagem e Engenharia do Desempenho Humano.

    O que ns precisamos, para contornar o desequilbrio entre o homem e a mquina, descobrir mtodos maisprecisos para capturar, codificar e transferir a vivncia da expertise humana e do desempenho superior.Modelar e estimular o desempenho humano superior com a inteno de transferir o modelo de volta para ouroshumanos, e no para os computadores, o nico caminho para preservar o talento coletivo da raa humana eficar em iguais condies em relao ao avano das mquinas. A Modelagem e a Engenharia do DesempenhoHumano o nico caminho para minerar e cultivar os recursos ardilosos bloqueados no crebro humano vivo.

    Diferente das mquinas, se o ser humano morrer, o banco de dados acumulado durante a sua vida no poderser transferido. O tempo para modelar e estimular a excelncia enquanto estiverem vivos os grandespensadores, leitores, inovadores, cientistas, terapeutas, professores e pais.

    Para se comprometer com esse desafio e a persuadir todo mundo para constantemente aumentar o nossopool de competncia coletiva, ns precisamos afiar as nossas habilidades de calibrao como a lmina deuma navalha. altamente improvvel que um professor, pai ou o gerente de uma empresa v percorrer a suaesfera de influncia roubando impiedosamente modelos de perspectiva com um equipamento porttil de PETScan ou NMRI. A fim de satisfazer esse desafio, ns necessitamos aguar os nossos prprios receptores decalibrao incorporados pelos padres que ocorrem ao mesmo tempo pelo rastreamento entre as atividadesdas imagens do crebro e as pistas macro observveis e micro comportamentais exibidas pelos sereshumanos durante o pensamento, o ato de criar, resolver problemas e assim por diante. Por esta razo vamoscontinuar a aumentar o seu conhecimento de neurofisiologia, pois assim podemos nos tornar detetives depadres mais efetivos.

    Acreditava-se h muito tempo que, embora todas as outras submodalidades podem ser escaladasanalogicamente, a distino entre as memrias associadas e as dissociadas era digital. Isso no assim,apesar de que a linguagem a tornou autntica. Essa distino nos seria conveniente para modelar e simular nonvel da neurofisiologia.

    Em primeiro lugar, quando ns recordamos uma memria, voc somente pode fazer isso de umamaneira...associada. Essa distino foi apontada muitos anos atrs por Wyatt Woodsmall na sua monografiasobre estratgias. Por que ele estava certo na sua suposio? Porque, quando o crebro humano codifica odado sensorial atravs do sistema visual, ele faz um mapa espacial atual, exatamente igual ao que os olhosvem usando os receptores da codificao do movimento, os receptores magno celulares. O crebro grava umfilme do evento como foi visto atravs dos seus olhos. Voc no poderia estar na imagem codificada a no ser que voc estivesse de p na frente de um espelho. Quando o crebro recorda esse evento, o padro original daatividade sinptica se auto organiza espontaneamente e o resultado uma representao da experincia. Sevoc tiver que recordar esse evento de uma forma dissociada visualmente, voc se vendo na imagem, seria

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    preciso voc ativar primeiro a imagem do evento real, e depois ativar a representao de voc mesmo se vendooriginalmente na fotografia ou no espelho. Depois de colocar ambos na memria de trabalho no crtex pr-frontal, voc poderia depois usar os caminhos parvocelulares do sistema visual para sobrepor a imagem devoc mesmo na imagem do evento. Esse funo obviamente uma construo visual, e no memria visual.Uma vez voc tenha efetuado essa operao, voc pode pegar o produto final da memria visual dissociada eguard-la na memria. Mais tarde, voc pode se lembrar dessa imagem e ela vai lhe parecer conhecida, comouma memria. Mas, no a memria do evento verdadeiro codificado pelos receptores sensoriais; maispropriamente, uma representao codificada de um processo mental que voc executou internamente namemria de trabalho durante ou depois do evento. Por essa razo, voc pode assumir que qualquer memriaque voc tem onde voc se v na imagem, uma representao incorreta da realidade. Como ela era oresultado de um processo de construo visual na memria de trabalho, competindo dinamicamente por espao com as representaes sensoriais que chegam no crtex de associao, ela foi alterada para sempre.

    Naturalmente essa distino no poderia ter sido feita pelo uso das habilidades de calibrao comuns vistoque nunca tinha sido feita antes uma distino entre sendo associada visualmente e sendo associadacinestesicamente. Ns tendemos a julgar que algum est associado pela sua reao cinestsica. Isso podeser muito enganoso. Ns assumimos incorretamente que a reao cinestsica mais intensa est conectadacom associao de uma memria. Facilmente ns podemos criar um contra exemplo para isso. Mas primeirons devemos explorar como as imagens visuais causam trocas de intensidade no sistema cinestsico(somatosensorial).

    Ns controlamos a intensidade nesse caso atravs da propriedade da funo cerebral chamada de codificaoda populao . Isso j foi discutido num artigo anterior. O principio da codificao da populao afirma quequanto maior a populao de clulas nervosas que transportam a representao sensorial, mais intensa areao. Ns usamos, naquela ocasio, o exemplo de algum que se queima. A intensidade da mensagem dedor transportada para o crebro seria maior se voc tivesse queimado a sua mo do que se tivesse queimadodois dedos, mesmo que ambas fossem de segundo grau. A nica diferena o numero de neurniostransportando a mensagem para o crebro. Atravs do princpio da sinestesia, o sistema visual tem estamesma capacidade. Quando voc se recorda de um evento como foi visto pelos seus olhos, se decodificadoexatamente como foi codificado, a imagem seria panormica, utilizando todos os campos da memriadisponveis (clulas piramidais) no crtex pr-frontal, bem como a atual rea mapeada espacialmente do crtexvisual, V1. Conseqentemente, a imagem iria transportar uma mensagem intensa para o sistemasomatosensorial. Para nosso contra-exemplo, ns poderamos duplicar o mesmo nvel de intensidadesomatosensorial (cinestsico) pela ampliao de uma imagem dissociada pois assim ela tambm vai ocupar todo o seu campo visual e usar todas as clulas piramidais disponveis para a representao. O que nospermite alterar to facilmente a intensidade cinestsica numa imagem dissociada, que ela pode ser representada no crtex pr-frontal em qualquer tamanho e em qualquer local, ao contrrio de uma memriareal. Assim, a fim de reduzir em tamanho uma memria, ou coloc-la num local diferente, ns precisamossempre construir visualmente uma nova representao. Na realidade ento, a variao na intensidadecinestsica realmente causada pela escalada analgica de tamanho (codificao da populao) e de local(utilizando vrias reas da citoarquitetura) e no a distino digital previamente aceita.

    Assim como ns podemos usar essa informao sobre o processamento cognitivo para a modelagem, asimulao e a engenharia do desempenho humano? Uma maneira perceber que quando uma pessoa faz uma

    imagem dissociada, ela no est recordando uma memria real. Dessa maneira vital retroceder o processode construo visual para descobrir o que foi juntado originalmente para criar a imagem resultante. Isso ir ter um efeito maior no desempenho humano, especialmente quando transferindo um modelo. Para os terapeutas,esse conhecimento benfico para decifrar o que est acontecendo nas questes de falsa memria. Aquirepousa o verdadeiro mecanismo que faz possvel a falsa memria. Um outro modo em que podemos usar isso, quando instalamos uma habilidade importante, especialmente uma habilidade motora. A ultima etapade um processo de instalao deveria ser de repetio e de reforo na imagem associada visualmente, poisassim o corpo centrado correto, as conexes motoras dos neurnios dependentes da atividade podem ser estabelecidas atravs da ideao motora na rea motora suplementar e no crtex pr-motor. Se isso feitocorretamente desde uma posio associada visualmente, coordenadas motoras centradas no corpo seromais facilmente estabelecidas e conectadas no crtex motor. Leve isso em conta da prxima vez que fizer uma ponte ao futuro com qualquer habilidade que voc espera ser capaz de fazer numa data futura.

    Naturalmente, isso tambm lana luz no que faz a dissociao V/C como uma tcnica poderosa paratratamento do trauma e da fobia. Uma vez que a imagem construda na memria original repensada e aceitacomo memria, ela pode no ter mais o mesmo impacto. Alm do que essa nova imagem agora tem acapacidade de ser escalada para qualquer tamanho e movida para qualquer parte do campo visual.Paradoxalmente, voc pode ter percebido que uma imagem pequena locada para baixo e a direita pode ter

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    tanto impacto cinestsico como um imagem grande que enche completamente todo o campo visual. Eu odesafio agora para pensar em outros modos em que voc pode usar essa informao para se tornar maispreciso nos seus esforos de modelagem e engenharia do desempenho. Se voc decidir aceitar essa misso,voc pode descobrir-se modelando na velocidade da viso.

    Artigo publicado na revistaAnchor Point de janeiro de 1997Traduo publicada no www.golfinho.com.br em OUT/2005

    Apresentao - I - II - III - IV - V - VI - VII - VIII - IX - X - XI - XII - Referncias

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