expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na...

24

Transcript of expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na...

Page 1: expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto
Page 2: expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto
Page 3: expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto

2 O cavalo como recurso terapêutico

5 Um pequeno imã contra o câncer

8 Vivências permaculturais

9 É hora de falar das florestas

10 Orientações ortodônticas

12 Cuidador

13 Senac Móvel promove cursos de culinária

14 Saúde, Enfermidade e Doença: um olhar contemporâneo

17 Vinhos, um prazer saudável

18 Saúde & estresse ocupacional

19 A engenharia e o desenvolvimento sustentável

20 Cidade com neutralização na emissão de carbono. É possível?

Naturale é uma publicação da DIAGRARTE Editora Ltda

CNPJ 12.010.935/0001-38 Itajubá/MG

Editora: Elaine Cristina Pereira (Mtb 15601/MG)

ColaboradoresArticulistas: Adriano Heber Oliveira, Alex Baptista, Alvaro Antonio Alencar de Queiroz, Bill Souza, Célio Gentil, Dra. Gracia Costa Lopes, Hélio Brasil, Márcia Regina Podix Peleteiro, Marco Aurélio Magalhães Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes.

Revisão: Marília Bustamante Abreu MarierProjeto Gráfico: Elaine Cristina PereiraFoto da Capa: Cleber Miranda (35) 9816-9565Vendas: Diagrarte Editora LtdaImpressão: Gráfica Novo Mundo LtdaTiragem: 2.500 exemplares impressos e 10.000 eletrônico

Distribuição Gratuita em mídia impressa e eletrônica

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.

Direitos reservados. Para reproduzir é necessário citar a fonte.

Venha fazer parte da Naturale, anuncie, envie artigos e fotos.

Faça parte desta corrente pela informação e pelo bem.

Contate-nos: (35) 9982-1806 e-mail: [email protected]

Acesse a versão eletrônica: www.diagrarte.com.br/naturale_9ed.pdf

Impresso no Brasil com papel originado de florestas renováveis e fontes mistas.

expediente

Apoio

Caro leitor

Observamos no dia a dia o quanto o corre-corre rotineiro produz todo o tipo de males, em todas as faixas etárias. Hoje, saber parar para dedicar algum tempo a si mesmo é sinal de grande sabedoria.

Atividades lúdicas tornaram-se de suma importância. A equitação por exemplo, vista como atividade terapêutica, tanto para quem sofre de estresse como para pessoas com necessidades especiais, proporciona equilíbrio, vivacidade, desenvolvimento do tônus muscular, além da in-tegração com o meio entre outros benefícios.

Cuidar de si e de nosso entorno é algo muito mais amplo do que imaginamos. Para alcançarmos a tão sonhada harmonia precisamos ser coerentes, ter respeito e estar em sintonia com tudo o que nos cerca. Assim, sem perceber estaremos trabalhando para a cura, proporcionan-do saúde. Afirma a regra de ouro da permacultura: “cuidado com a terra, cuidado com as pessoas e reaproveitamento dos recursos disponíveis, energia e dinheiro para melhorar o planeta e seu povo”. Podemos ver que esta regra de ouro se estende a tudo, o cuidado com a terra, hoje se aplica também ao cuidado que temos com o local onde moramos e trabalhamos; o cuidado com as pessoas inclui o cuidado consigo mes-mo, com os que estão ao nosso entorno, com funcionários e clientes; o reaproveitamento de toda a energia disponível, seja no seu uso correto e reciclando ou encaminhando para reciclagem o que não utilizamos. Todo este conjunto de atitudes positivas melhora e muito a vida das pessoas, do local onde vivemos e consequentemente a vida do planeta. Como já dizia Madre Tereza de Calcutá “cada gota d’água forma o oceano, se ela não existir, o oceano também não existirá”, visto dessa maneira cada ação de um indivíduo repercute positiva ou negativamente no todo.

É interessante vermos como a filosofia desta regra básica de cul-tivo da terra ampliou-se para todos os setores. Pesquisas e emprego de tecnologia para criar cidades sustentáveis, formas de redução de gases do efeito estufa, fazem-nos refletir sobre todos estes pontos.

Vamos conhecer também a pesquisa que está sendo desenvolvida na Universidade Federal de Itajubá (MG), que acende uma luz para a cura do câncer.

Desejamos a você uma ótima leitura!

Elaine Pereira

Naturale9a edição Agosto/Setembro - 2011

Page 4: expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto

O cavalo como recurso terapêuticoPor Marco Aurélio Magalhães Paiva,

Sandra Regina Schultz e Adriano Heber Oliveira

A equoterapia não é uma desco-berta recente como recurso terapêutico. Na antiguidade Hipócrates (458-370 a.C.) já utilizava para prevenção da insônia e na recuperação de militares acidentados na guerra. Asclepíades da Prússia (124-40 a.C.) aconselhava a equitação como tratamento para epilepsia. No século XVI, Goethe a considerava benéfica na distensão da sua coluna vertebral em razão das oscilações a que era submetido na marcha do cavalo. Após perío-do de indiferença pelo seu emprego terapêutico, ao final da I Guerra Mun-dial o cavalo volta a ser lembrado. Os primeiros a utilizarem são os es-candinavos. No Brasil, este recurso terapêutico começou a ser valori-zado em 1989, na Granja do Torto, em Brasília, não por coincidência, residência do então presidente João

Naturaleagosto/setembro - 2011

Batista Figueiredo, um militar da ca-valaria. Atualmente, a modalidade é adotada em pelo menos 30 países.

De acordo com a Associação Na-cional de Equoterapia, ANDE-BRASIL, Equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsi-cossocial de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais. A equoterapia permite ao terapeuta inte-ragir em múltiplos sistemas orgânicos, oferecendo uma oportunidade ímpar para atingi-los num ambiente que po-de enriquecer o movimento durante o seu desenvolvimento. No dorso do cavalo consegue-se tratar a muscula-tura corporal global de forma natural, modulando o tônus, melhorando a postura, o equilíbrio, o ritmo, a coor-

denação, realizando alongamentos e possibilitando integração em ativida-des sociais.

O cavalo possui três andaduras na-turais, instintivas, que são: Passo, Trote, Galope. O trote e o galope são anda-duras saltadas, portanto, só podem ser usadas em equoterapia com pra-ticantes em estágios mais avançados. O passo é a andadura básica da equi-tação e com ela se executa a maioria dos trabalhos de equoterapia. Existem algumas características que a tornam a mais indicada: a andadura rolada ou marchada, em que sempre haverá um ou mais membros em contato com o solo; a andadura simétrica, em que todos os movimentos produzidos de um lado do animal, se reproduzem de forma igual e simétrica do outro lado; um andar mais lento permite uma me-lhor observação e análise por parte da

2

Page 5: expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto

equipe que acompanha o praticante e, por fim, a característica mais im-portante para a Equoterapia é o que o passo produz no cavalo e transmite ao cavaleiro: uma série de movimentos se-quenciados e simultâneos, culminando num movimento tridimensional que no plano vertical produz movimento para cima e para baixo, no plano horizontal movimento da direita para a esquerda, segundo o eixo transversal do cavalo e um movimento para frente e para trás, segundo seu eixo longitudinal.

Além da mecânica descrita, po-demos aproveitar as influências à integração sensorial e ao esquema corporal, originados pela sensibilidade superficial (tato, pressão, temperatu-ra) e mais profunda (discriminativa e vibratória), além da sensibilidade pro-prioceptiva e a identificação visual e olfativa que o movimento do animal e o ambiente provocam. Como em toda terapia existem as indicações e as contra indicações. Ela é indica-da para os que possuem distúrbios motores/sensoriais; problemas ortopé-dicos; distúrbios de comportamento e distúrbios de aprendizagem, entre outros. É contra indicado para os que têm osteoporose; luxação de quadril; epilepsia; quadros inflamatórios e in-fecciosos, entre outros.

Uma equipe terapêutica volta-da para a prática de Equoterapia é composta por fisioterapeuta, psi-cólogo e equitador, como também fonoaudiólogos, terapeutas ocupacio-nais, psicopedagogos, entre outros. Daremos ênfase às funções do psicó-

logo, fisioterapeuta e equitador, neste momento.

O psicólogo atua de forma dire-ta com o praticante, sua família e seu meio ambiente, ele pode ser o primeiro agente de acolhimento ao praticante e sua família, através da entrevista ini-cial em que provê informações sobre a equoterapia, seu significado, meto-dologia, instrumentos e limitações. Ele é responsável, também, pelo acompa-nhamento familiar e pela coordenação do processo dinâmico da equipe. No exercício dessas atribuições, sobres-saem os aspectos psicoterapêuticos, focados nos distúrbios emocionais e comportamentais do praticante e da sua família. Cabe ao psicólogo, na direção das questões emocionais, explorar o cavalo como mediador te-rapêutico e capitalizar a presença e atuação da equipe multiprofissional. A consciência da integridade, a melhora nas relações interpessoais e socializa-ção ou ressocialização são alguns dos objetivos psicoterapêuticos na Equo-terapia.

O fisioterapeuta é o profissional generalista habilitado à prevenção, diagnóstico e tratamento de proble-mas fisio-funcionais, trabalhando com métodos que utilizam de recursos fí-sicos com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a capacida-de corpórea humana. Na Equoterapia ocorre o movimento que pode ser con-duzido de forma terapêutica, ou seja, a cinesioterapia. Os objetivos fisiote-rápicos na Equoterapia são melhorar o tônus muscular; facilitar o ganho de

equilíbrio e de postura do tronco ereto e produzir dissociações corporais.

O equitador, além dos predicados de “homem do cavalo” é possuidor de conhecimentos sobre ele e sua utili-zação na equoterapia. O Profissional de Equitação para Equoterapia (PEE) deve dispor de qualidades morais es-pecíficas e de procedimentos claros e definidos na condução do seu tra-balho. O PEE é a alma da equipe de atendimento equoterápico na condu-ção dos programas de equoterapia. A higiene veterinária, o trato, o manuseio e o treinamento e adequação do cava-lo às necessidades do praticante e dos equipamentos utilizados na equotera-pia são conhecimentos necessários ao profissional de equitação.

O programa de Equoterapia tem duração de aproximadamente 12 meses com sessões semanais de 40 minutos, podendo o praticante permanecer nele após esse período ou receber alta an-tes, dependendo da evolução de cada caso. A evolução de cada praticante depende do grau de comprometimen-to de sua patologia, bem como dos estímulos oferecidos pela equipe que o assiste.

A sessão começa no momento em que o praticante e sua família chegam à hípica e são acolhidos pela equipe. Após esse momento, o psicólogo in-centiva o paciente a “raspar” (escovar) o animal, como forma de aproximação, proporcionando segurança suficiente para alimentá-lo. Vencida esta etapa, o próximo desafio é a montaria, on-de são propostos exercícios, ativos

Page 6: expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto

Naturaleagosto/setembro - 2011

Naturaleagosto/setembro - 2011

4

e/ou passivos, supervisionados pelo fisioterapeuta, com auxílio de argolas, bastões, cestas e bolas de basquete, thera-band, entre outros brinquedos que estimulem o de-senvolvimento psicomotor do praticante, seja ele criança, jovem ou adulto.

Como fisioterapeuta e membro de uma equipe de Equoterapia pude acompanhar a trajetória do paciente N, que com seis anos de idade ainda não experimentara a sensação de deambular sozinho e após iniciar seu trata-mento equoterápico ganhou força e equilíbrio suficiente para fazê-lo. Além dos benefícios físicos alcançados por esse praticante pode-se notar uma grande evolução no seu quadro psicológico. No início do tratamento, N apre-sentava-se apático e pouco participativo, mas com a melhora do seu desempenho físico, ele tornou-se mais colaborativo e suas sessões repletas de sorrisos e brin-cadeiras.

O animal ideal para a prática da Equoterapia deve ser dócil, não pode se assustar facilmente, ou seja, deve estar habituado a movimentos bruscos e ruídos, não fazer dis-tinção entre pacientes. A importância histórica do cavalo tornou-o um dos arquétipos mais significativos do incons-ciente coletivo, de enorme carga simbólica, representativa de força, potência, liberdade, transcendência e prazer.

A Equoterapia vem ganhando espaço no cenário tera-

Cen

tro

Híp

ico

Sapu

caí

pêutico nos últimos anos devido a sua eficiência, sobretudo pelos excelentes resultados obtidos com seus praticantes. Cada vez mais as pessoas se preocupam com o bem estar físico e mental e este método que mistura a terapia com o lúdico torna-se atraente para aquelas que buscam maneiras alternativas para tratarem as mazelas do corpo e da alma.

Marco Aurélio Magalhães Paiva, Fisioterapeuta formado pelo Cen-tro Universitário do Sul de Minas; Sandra Regina Schultz, Psicóloga formada pela Universidade do Vale do Itajaí, UNIVALI; Adriano Heber Oliveira, Equitador com formação pela Associação Nacional de Equo-terapia

Cle

ber M

irand

a

Page 7: expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto

Naturaleagosto/setembro - 2011

Naturaleagosto/setembro - 2011

5

Um pequeno imã

Pelo Prof. Dr. Alvaro Antonio Alencar de Queiroz

Pesquisa que utiliza a nanobiotecnologia coordenada pelo prof. Dr. Alvaro Antonio Alencar de Queiroz da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), desen-volve uma terapia de combate ao câncer baseado na nanotecnologia que é capaz de destruir apenas as células doentes do organismo, preservando as saudáveis. Isso poderá reduzir os graves efeitos colaterais provocados pela quimioterapia e melhorar sua eficiência o que proporciona um aumento significativo da quali-dade de vida do paciente. As bases desse tratamento são pequenas partículas transportadas por nanoesferas que contém em sua superfície um agente capaz de distinguir e destruir as células cancerosas.

Nano é um prefixo grego que significa “anão”. Um nanômetro é igual a 1 bilioné-simo de metro. Para termos uma idéia desta escala de comprimento, um fio de cabelo possui o diâmetro de 100.000 nm. Dessa forma, a nanobiotecnologia está relaciona-da à manipulação da matéria ao nível molecular, visando à criação de novos materiais para a área da saúde, tais como, substâncias e produtos aplicados em processos biológicos. Uma ilustração comparativa da escala de tamanho das nanoesferas de-senvolvidas pelo grupo de pesquisa da UNIFEI é apresentada nas micrografias do microscópio eletrônico de varredura apresentadas na figura abaixo.

contra o câncer

Escala nanométrica de sistemas biológicos naturais e das nanoesferas magnéticas sintetizadas na UNIFEI.

As nanoesferas transportando minúsculos imãs são camufladas imitando as células vermelhas do sangue (eritrócitos) o que as tornam biocompatíveis com o corpo humano. É de fundamental importância que as nanoesferas sejam com-patíveis com o sangue. Nesse caso, as nanoesferas magnéticas não ativam as plaquetas ou leucócitos inibindo assim discrasias sanguíneas, o que poderia levar o paciente a óbito.

Uma vez injetadas na corrente sanguínea do paciente as nanoesferas magné-ticas enganam o sistema imunológico, daí sua biocompatibilidade com o sangue. Como o tamanho das nanoesferas é menor que 50 nm (50 milionésimos de um milímetro) atravessam as paredes dos vasos capilares e atingem qualquer órgão interno do corpo humano, fixando-se nos órgãos que possuem as células ma-

lígnas devido à sua elevada afinidade com as células tumorais.

As nanoesferas magnéticas car-regam também pontos quânticos que emitem uma luminosidade em determi-nadas condições. Anunciada como uma nova revolução tecnológica na medici-na, os pontos quânticos estão sendo utilizados como marcadores biológicos fluorescentes para o diagnóstico por imagem de células cancerígenas. Uma grande variedade de pontos quânticos baseados no sulfeto de cádmio (CdS) e sulfeto de zinco (ZnS) tem sido testa-dos pelo grupo de pesquisa da UNIFEI como marcadores fluorescentes para o mapeamento de neoplasias. Pontos quânticos são minúsculos cristais me-dindo não mais do que 10 nanômetros cada um. Sua principal característica é o fato de serem fluorescentes, po-dendo ser fabricados para brilhar em diversas cores. A cor do brilho de um ponto quântico varia, dependendo do seu tamanho, passando do vermelho para o azul à medida em que se tor-nam menores. A figura abaixo mostra a detecção de nanoesferas magnéticas capazes de mapear uma célula tumoral. Observa-se uma intensa fluorescência indicando que as nanoesferas magné-ticas podem ser utilizadas como um biomarcador efetivo para aplicações na medicina diagnóstica.

As nanoesferas produzidas nos laboratórios da UNIFEI além de exibirem

magnetismo são fluorescentes, o que permite a identificação das células

malígnas (pontos amarelos). [

Page 8: expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto

Naturaleagosto/setembro - 2011

Naturaleagosto/setembro - 2011

Nanoesfera magnética fluorescente ligada a células da linhagem MCF antes (A) e após aplicação do campo magnético (B).

(A) (B)

Embora os estudos biofísicos das nanoesferas magnéticas se apresentem promissores no tratamento de um tipo agressivo de tumor mamário reconhece-se o fato de que há ainda um longo caminho a ser trilhado. Para que as nanoesfe-ras magnéticas sejam incorporadas em aplicações biomédicas deve existir ainda uma avaliação exaustiva dos possíveis danos que possam causar em organismos vivos. Desta forma, torna-se necessário que sejam realizadas pesquisas de to-xicidade e biocompatibilidade em longo prazo, talvez no prazo de uma década ainda; nas quais sejam avaliados a habilidade e o desempenho desse material em meios biológicos reais a exemplo das validações clínicas. Os testes in vitro e computacionais que efetuamos apenas mimetizam as condições biológicas do ser humano.

Ressaltamos que as atividades relacionadas com o ciclo de pesquisa e de-senvolvimento das nanoesferas magnéticas envolvem o aperfeiçoamento dos

processos de síntese em escala in-dustrial, testes de eficácia, toxicidade, potencial teratogênico, testes farma-cológicos, estudos farmacotécnicos e ensaios clínicos. Portanto, este ci-clo complexo é de longa duração e demanda elevados investimentos fi-nanceiros.

Somos cientistas e nossa princi-pal preocupação atual é fazer ciência para que o setor produtivo o transfor-me em tecnologia e inovação. E é isso que aumenta a capacidade produtiva e a riqueza de um país, dando condições para o desenvolvimento social e eco-nômico. O moderno sistema de ciência e tecnologia é um circuito virtuoso on-de a pesquisa gera novas aplicações, e as aplicações geram novas tecnologias que alimentam a pesquisa. É exata-mente isso que permite aos países industrializados se distanciarem cada vez mais daqueles denominados em desenvolvimento.

Entretanto, também como cien-tistas, nosso espírito está em paz. Esperamos apenas que esta pesquisa forneça a semente para o desenvolvimen-to de sistemas extremamente versáteis quanto ao seu tipo de aplicação na área da oncologia. Buscamos não somente a satisfação intelectual; trabalhamos arduamente para a construção da ferra-menta inicial que contribuirá para que nossa universidade volte seus olhos para aqueles que são nossa mais forte e pura motivação de existir aca-demicamente: os excluídos de nossa sociedade.

Dr. Alvaro Antonio Alencar de Queiroz, Coordenador Científico do Centro de Estudos e Inovação em Materiais Biofuncionais Avan-çados, Universidade Federal de Itajubá.

Uma vez fixadas na superfície do tumor maligno, a simples aplicação de um campo magnético externo, semelhante ao que é feito atualmente na ressonância magnética nuclear, eleva a temperatura das nanoesferas magnéticas o suficiente para destruir as células tumorais, deixando intactas as células sadias. Quando ex-postas ao campo magnético, as partículas magnéticas no interior das nanoesferas fixas no tumor geram calor devido à sua rotação que eleva a temperatura do teci-do maligno entre 42ºC e 45ºC desnaturando suas proteínas e consequentemente causando sua morte. Essa é a técnica denominada de hipertermia magnética, ainda não utilizada no Brasil.

Nossos trabalhos confirmam que as nanoesferas magnéticas apresentam as propriedades desejadas para a medicina diagnóstica e terapêutica para o tra-tamento do câncer. Verificou-se sua ação sobre linhagens de câncer de mama (células MCF-7) em condições in vitro, quer dizer, no laboratório e não em experi-mentação animal. A figura a seguir ilustra a incorporação da nanoesfera magnética fluorescente a uma linhagem celular tipo MCF-7. Após aplicação do campo mag-nético observou-se que as células de câncer de mama ofereceram alterações morfológicas significativas, provavelmente associadas à sua morte celular.

6

Page 9: expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto

Naturaleagosto/setembro - 2011

Naturaleagosto/setembro - 2011

Page 10: expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto

Naturaleagosto/setembro - 2011

Naturaleagosto/setembro - 2011

8

Vivências permaculturais

Por Hélio Brasil

A APOMM (Associação de Produtores Orgânicos Montanhas da Mantiqueira) criada em julho de 2005, em São Lourenço/MG, por um grupo de pequenos agricultores, visa à integração socio-econômica solidária e o trabalho com todas as camadas sociais para o desenvolvimento e prática da agricultura orgânica, inte-grando os municípios do complexo da Serra da Mantiqueira. Em 2009, a APOMM reviu seu ideário e ampliou sua atuação: mudou sua denominação para ASSOCIAÇÃO PERMACULTURAL MON-TANHAS DA MANTIQUEIRA e criou a Feira Permacultural, aos sábados, em São Lourenço, para a comercialização de seus pro-dutos. Além desta atividade, a APOMM promove e participa de dias de campo nas propriedades rurais de seus associados.

Refletindo sobre minhas vivências nestes anos, fixei minha atenção em momentos do curso promovido pela APOMM em parceria com o SENAR-MG e com o apoio do Sindicato Rural de Carmo de Minas/MG, “Trabalho na Olericultura Básica – Cultivo Orgânico” que aconteceu em abril de 2011. “Logo no primeiro dia de atividade, seu ministrante, o Agrônomo, Agricultor e Ecologista Luis Francisco R. Macedo, nos levou a um ambiente de floresta, pedindo para tocarmos e cheirarmos a terra e nos disse: “este é o nosso modelo para qualquer plantio em agricultura orgânica, a terra enriquecida com o húmus natural de restos de folhas, galhos, etc, que apodrecem e se integram, formando outras camadas...” Então pensei: “isto é permacultura”, me lembrando de que este é um de seus pilares: o cuidado com a terra.

Convidei para participar desse curso nosso colaborador, que nos auxilia na produção permacultural, para promover sua capacitação e atualizá-lo nos fundamentos que praticamos e acreditamos. Minhas reflexões fizeram-me lembrar do segundo pilar da permacultura: o cuidado com as pessoas.

Em nossa propriedade, procuramos introduzir no cotidia-no as práticas da permacultura: na separação do lixo em sete categorias, na captação de água de chuva para rega das plantas, na separação, ainda que não totalmente, das águas cinzas (de lavatórios, cozinha e chuveiros) das águas negras (das bacias sa-nitárias); as primeiras seguem curso que promove sua aeração e

regam nosso pomar e as águas negras são naturalmente tratadas em recipientes e condições adequadas passando por três fases, finalizando seu curso em uma “roda de bananeira” ou bacia de evapotranspiração, sem poluir a terra ou as águas do bairro e possibilitando ainda que, a médio e longo prazos, obtenhamos material orgânico para nossa compostagem. Outras práticas adotamos gradativamente: a construção de um minhocário para enriquecer nossa compostagem; contenção de encostas e cons-trução de escadas no terreno com pneus usados; princípios da bioconstrução na continuidade da construção da residência da chácara (paredes de pau a pique nas quais são incrustadas gar-rafas coloridas, para obtenção de luz natural e efeito estético), que já integra peças de demolição e móveis usados. Assim viven-ciamos o terceiro pilar da permacultura que é o cuidado com os recursos excedentes da natureza.

Vivenciar a permacultura, que se conhece como um con-ceito aberto, nas palavras de seu criador Bill Mollison, é não ser dogmático, sem abrir mão da coerência entre o que a gente fa-la e o que a gente faz. A observação da Natureza e o trabalho com ela nos remetem à conclusão de que tudo está conectado com tudo! Pensando nisso, reflito sobre a interconexão de pes-soas com objetivos comuns e na força do trabalho em rede: a APOMM foi convidada pela EMATER-MG, Regional Pouso Alegre a participar do Circuito de Fruticultura “Frutificaminas”, etapa Pouso Alegre. Lá estivemos presentes com um stand da Associa-ção e participamos da discussão de um dos temas: “Certificação — Sistema Participativo de Garantia”. Nosso interesse no tema se fundamenta na necessidade de promover a saúde e o bem estar das pessoas — produtores, consumidores, prestadores de serviço. Quem produz quer ter seu trabalho reconhecido como diferenciado e comprometido, quem consome quer ter garantias de que os alimentos e produtos são de origem confiável. Com esta preocupação participamos destas discussões, tendo como objetivo a autocertificação, com maior autonomia e responsabi-lização de produtores e consumidores.

Quando vivemos em sintonia com nosso meio, atraímos a sincronicidade que nos conduz para os caminhos de solução dos nossos problemas e questionamentos. O “agir e pensar perma-cultural” nos facilita isso, aumenta e melhora nossa criatividade, e contribui para tornar nossa vida mais feliz e agradável!

Hélio Brasil, Produtor rural e Permacultor, presidente da APOMM.

Page 11: expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto

Naturaleagosto/setembro - 2011

Naturaleagosto/setembro - 2011

É hora de falar das florestas

Por Thiago Ribeiro Mendes

Durante séculos, a humanidade percebeu a natureza como uma fonte inesgotável de recursos. Água, madeira, mi-nérios eram explorados sem a percepção de que pudessem, um dia, se extinguir. O ritmo das atividades econômicas permi-tia um relacionamento sustentável com o meio ambiente.

A Revolução Industrial, iniciada nos últimos decênios do século XVIII, modificou profundamente esse quadro. A sociedade industrializada se tornou muito mais intervento-ra e destruidora do ambiente do que as sociedades que a precederam. A natureza passou a demonstrar seus sinais de esgotamento e a humanidade, a se preocupar em preservá-la.

A percepção de que a natureza precisa ser preservada e de que há limites para sua exploração têm gerado tanto ações individuais quanto coletivas. Nesse sentido, a ONU (Organi-zação das Nações Unidas), organismo supranacional criado na década de 1940, tem promovido conferências sobre meio ambiente e outras ações de caráter mundial com intuito de promover um desenvolvimento econômico cada vez mais alia-do à preservação ambiental.

Seguindo essa trajetória de promoção do desenvolvi-mento sustentável, a ONU declarou 2011, oficialmente, o Ano Internacional das Florestas. O propósito é promover, durante este ano, atitudes que levem à conservação e à exploração sustentável de todos os tipos florestais do planeta, enalte-cendo os impactos nocivos ao ambiente, de curto, médio e longo prazo, das ações predatórias do ser humano. Entre esses impactos, pode-se citar: a perda da biodiversidade, o esgotamento das nascentes, a aceleração das mudanças cli-máticas e uma série de outras ameaças à natureza e à vida humana na terra.

Espera-se que, neste momento especial de reflexão, a so-ciedade perceba que cada indivíduo deve dar sua contribuição para a preservação das florestas e do meio ambiente como um todo. Respeitando as legislações e agindo com consciência ambiental. Atuando coletivamente. Participando e ajudando a promover os diversos eventos que ocorrerão neste ano, espe-cialmente dedicado às florestas.

Thiago Ribeiro Mendes, Prof. de História do Curso G9

Page 12: expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto

Naturaleagosto/setembro - 2011

Naturaleagosto/setembro - 2011

10

Orientações

Pela Dr. Gracia Costa Lopes

Para o correto posicionamento dos dentes durante o cres-cimento da criança, é importante o equilíbrio da atividade dos músculos da mastigação, da língua e da face. Desta forma, a mastigação, a respiração, a deglutição e a fala devem ser reali-zadas de maneira adequada.

O equilíbrio na atividade destes grupos musculares é al-cançado, inicialmente, através da alimentação da criança, quando ela é amamentada no seio materno.

O leite materno é considerado o melhor alimento para o recém-nascido. Vários estudos destacaram a importância da amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida. Além dos benefícios nutricionais, imunológicos e emocionais, o aleitamento materno promove a saúde do sistema estoma-tognático. Este estímulo propicia o correto estabelecimento da respiração nasal e o desenvolvimento normal de todo o com-plexo craniofacial. Quando a criança mama no peito, ela estará executando exercício físico importante para o desenvolvimento ósseo e muscular da boca e face.

Quando a criança usa a mamadeira, esse exercício é quase inexistente, e a preferência do bebê pela mamadeira vem pela facilidade com a qual ele ganha o leite, principalmente quando este flui por um furo maior no bico.

A amamentação prepara a criança para a mastigação, que continuará a tarefa de exercitar ossos e músculos.

Maxilares desenvolvidos propiciarão melhor alinhamento da dentição, diminuindo a necessidade futura do uso de apare-lhos ortodônticos. Músculos firmes ajudarão na fala. Durante a amamentação aprende-se a respirar corretamente pelo nariz.

Alguns fatores são determinantes para o desenvolvimento de problemas na oclusão:

ª Problemas respiratórios como alergias, rinites alérgicas, bronquites e sinusites; desvio de septo nasal; amígdalas e ade-nóides, podem causar a respiração pela boca podendo não desenvolver corretamente os ossos da face e arcadas dentárias para que caibam todos os dentes.

ª A hereditariedade na deformação das arcadas dentárias e

bases ósseas (maxila e mandíbula) que se perpetua de pai para filho.

ª A mistura de raças faz com que asbases ósseas da face fiquem comprometidas e os dentes gran-des de um tipo de raça não caibam no arco dentário de outra.

Sempre levando até você notícias relevantes e músicas de qualidade. www.jovemfm.com.br (programação ao vivo pela internet e atualização diária de notícias)

e-mail: [email protected]

A rádio do jeito que você gosta! (35) 3622-464998,7 Mhz

24 anos

ininterruptos

no ar

e como sempre

a primeira!

ª Hábitos deletérios realizados com grande frequência, de elevada intensidade e por tempo prolongado são possíveis causadores de alterações na oclusão. A maioria surge a partir da repetição de um ato, ou um reflexo, que proporciona cer-ta satisfação. No início é realizado de forma consciente, mas, pela constante repetição, torna-se inconsciente. A sucção não nutritiva (chupar o dedo ou lábio e chupeta), a onicofagia (roer unha), bruxismo (ranger os dentes), a deglutição atípica, a res-piração bucal e a má postura (dormir com a mão embaixo do rosto) são exemplos comuns de maus hábitos (hábitos deleté-rios) que podem ser desenvolvidos pelas crianças.

ª Traumatismo na face, perda precoce de “dentes de leite” e cáries, também podem ser determinantes para o desenvolvi-mento de problemas na oclusão.

ª Algumas crianças exibem precocemente sinais de proble-mas no crescimento e desenvolvimento dos ossos da face que suportam os dentes superiores (maxila) e inferiores (mandíbu-la), podendo assim desenvolver problemas de oclusão.

Quando algum destes problemas for diagnosticado em uma idade precoce, a criança pode ser candidata a uma pri-meira fase do tratamento ortodôntico. Como nesta fase elas crescem em um ritmo intenso, o profissional pode aproveitar para interferir no processo de crescimento dos ossos através da ortopedia, podendo evitar a necessidade de tratamento or-todôntico fixo futuro ou minimizar a movimentação dos dentes com aparelho fixo. Entretanto, quando este ainda assim se fizer necessário, poderá ter o tempo de tratamento reduzido, além de evitar tratamentos orto-cirúrgicos, os quais são considera-dos mais complexos.

ortodônticas

Page 13: expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto

Naturaleagosto/setembro - 2011

Naturaleagosto/setembro - 2011

Page 14: expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto

Naturaleagosto/setembro - 2011

Naturaleagosto/setembro - 2011

12

Quero trazer para o debate a ques-tão do trabalho informal. Estou falando do então chamado “CUIDADOR de Ido-sos, Familiar, Social ou Acompanhante”. Trata-se de uma ocupação reconhecida e inserida na Classificação Brasileira de Ocupações – SEU do Ministério do Traba-lho e Emprego, “é uma pessoa capacitada para auxiliar o idoso que apresenta limita-ções para realizar as atividades e tarefas da vida quotidiana, fazendo elo entre o idoso, a família e serviços de saúde ou da comunidade, geralmente remunerada” (Brasil, 1999). No entanto, a dimensão do ato de cuidar pode ir além de momen-tos de atenção, pois na verdade é uma ocupação, uma responsabilização e en-volvimento com o ser cuidado (Refém, 1993; Boff, 1999; Silva ET al., 2001).

Esta é uma profissão de grande responsabilidade, pois estes profissio-nais cuidam de bebês, crianças, jovens, adultos e idosos, a partir de objetivos estabelecidos por instituições especiali-zadas ou responsáveis diretos (famílias), zelando pelo bem-estar, saúde, alimenta-ção, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa assistida. As atividades são exercidas com algu-ma forma de supervisão, na condição de trabalho autônomo ou assalariado. Os horários de trabalho são variados: tempo integral, revezamento de turno ou períodos determinados.

Cuidadores de pessoas idosas po-dem ser definidos como pessoas que cuidam de idosos com dependência, desenvolvendo ações que promovam a melhoria de sua qualidade de vida em re-lação a si, à família e à sociedade. Suas ações fazem interface principalmente com a saúde, a educação e a assistência social e devem ser pautadas pela solida-

Cuidador

riedade, compaixão, paciência e equilíbrio emocional.

As áreas de atividades e suas espe-cificações envolvem: cuidar da pessoa idosa; promover o bem-estar; cuidar da alimentação; cuidar da saúde: obser-var temperatura, urina, fezes e vômitos; controlar e observar a qualidade do so-no; ajudar nas terapias ocupacionais e físicas; ter cuidados especiais com defi-ciências e dependências físicas; observar alterações físicas; observar alterações de comportamento; lidar com comporta-mentos compulsivos e evitar ferimentos; controlar armazenamento, horário e in-gestão de medicamentos em domicílios; acompanhar a pessoa idosa em consul-tas e atendimentos médico-hospitalares; relatar a orientação médica aos respon-sáveis; seguir a orientação médica; cuidar do ambiente domiciliar e/ou institucional; cuidar dos afazeres domésticos; manter o ambiente organizado e limpo; pro-mover adequação ambiental; prevenir acidentes; fazer compras para a casa e para a pessoa idosa; administrar finan-ças; cuidar da roupa e objetos pessoais; incentivar a cultura e a educação; estimu-lar o gosto pela música, dança e esporte; selecionar jornais, livros e revistas; ler histórias, textos e jornais.

Especialistas da área de gerontologia preconizam que o cuidador profissional deve ter, pelo menos, o ensino fundamen-tal. Em vista da situação de desamparo em que se encontram muitos idosos depen-dentes, o treinamento e a disponibilização de pessoas para seu cuidado são urgentes e imprescindíveis.

Marcia Regina Podix Peleteiro, Enfermeira Especialista em Educação em Saúde, UFMG e em Enfermagem do Trabalho, EEWB. Instrutora do Curso de Cuidador de Idosos do CVT Itajubá.

Por Marcia Regina Podix Peleteiro Centro Vocacional Tecnológico de Itajubá (CVT) com o objetivo de proporcionar a inclusão digital e social, através da capacitação e qualificação, oferece mais de 40 cursos gratuitos à distância e 06 cursos presenciais. Informações: (35) 3622-4651.

Colégio Millennium promove no dia 27 de agosto, das 14h às 17h30, a Feira “A teia da vida: sustenta-bilidade e qualidade de vida”, em Itajubá/MG.

Curso G9 realiza Feira do Conhe-cimento, dias 5 e 6 de setembro, com o tema “Mata Atlântica e a química da vida”, em Itajubá/MG. Veja a programação na página 9.

Senac Móvel promove de 8 a 11 de setembro vários cursos, em Itajubá/MG. Informações: (35) 3623-1766. Veja na página 13.

Fábrica de Águas São Lourenço está aberta à visitação, às quar-tas-feiras, das 14h às 15h30, para grupos de 10 a 25 pessoas. Agen-dar com o RH: (35) 3339-3150.

Associação Resgacti promove a campanha adote um animal (cão ou gato). Você também po-de contribuir com parte do custo de uma castração (R$60,00), doar ração ou contribuir mensalmente para a manutenção dos animais recolhidos da rua. Deposite no Bradesco, Ag. 1275, c/c 0659150-7. Informações: (35) 9945-0494.

Acontece

Page 15: expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto

Naturaleagosto/setembro - 2011

Naturaleagosto/setembro - 2011

Cultura, culinária, troca de informações e receitas, to-das juntas e no mesmo lugar. Assim será a permanência da carreta do Senac Móvel durante a 11ª edição da FRICI (Feira Regional Industrial, Comercial e de Turismo de Itaju-bá), que acontecerá entre os dias 8 e 11 de setembro, em Itajubá/MG.

“Vamos promover uma série de cursos rápidos em nos-sa unidade móvel. Os cursos de educação profissional têm o mesmo padrão de qualidade oferecido pelas unidades fi-xas do Senac”, explica a diretora de escola do Senac Itajubá, Marilena Riêra Caridade.

Os cursos são na área de Culinária, mas as unidades móveis — oito em atividade em Minas Gerais — estão preparadas para ofertar cursos nas áreas de Turismo e Hos-pitalidade, Informática, Administração, Saúde e Beleza. Cada carreta tem 14 metros de comprimento, 2,6 metros de largura e são totalmente adaptadas para ser uma verdadeira escola.

“A unidade que virá a Itajubá reproduz internamente o ambiente real de trabalho de uma cozinha profissional”, ressalta a diretora. Esta é a quarta incursão da carreta na microrregião de Itajubá em 2011: ela já esteve presente em festas e festivais de inverno realizados em São Lourenço, Maria da Fé e Caxambu.

Mais informações sobre os cursos que serão oferecidos podem ser obtidas na própria unidade do Senac Itajubá ou pelo telefone (35) 3623-1766.

Senac Móvel promove cursos de

Culinária durante a FRICI

Evento será realizado em Itajubá entre

os dias 8 e 11 de setembro

Por Bill Souza

Page 16: expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto

Naturaleagosto/setembro - 2011

Naturaleagosto/setembro - 2011

Saúde, Enfermidade e Doença:

um olhar

contemporâneoPor Maria Lígia Mohallem Carneiro

“Há uma idade em que se ensina o que se sabe; mas vem em seguida outra, em que se ensina o que não se sabe: isso se chama pesquisar. Vem talvez agora a idade de uma outra experiência, a de desaprender, de deixar trabalhar o remanejamento imprevisível que o esquecimento impõe à sedimentação dos saberes, das culturas, das crenças que atravessamos. Essa experiência tem, creio

eu, um nome ilustre e fora de moda, que ousarei tomar aqui sem complexo, na própria encruzilhada de sua etimologia: Sapientia: nenhum poder, um pouco de saber, um pouco de sabedoria, e o máximo de sabor possível”. - Roland Barthes -

As constantes indagações das pessoas “você deixou de exercer a enfermagem, tão militante era com os seus alunos, com suas causas em favor da enfermagem?” me fazem crer, ao escrever este artigo, ser esta uma oportunidade de responder a contento, aprofundando inclusive como eu vejo a saúde, a enfermidade e a doença como fenômenos da vida e como me sinto, hoje ainda mais, uma profissional a favor da saúde e, sobretudo, da vida.

Desde meu curso de graduação, sempre trouxe comigo uma inquietação plantada em mim por uma professora da épo-ca, em suas tão proveitosas aulas de Sociologia2. Explicando pela etimologia das palavras ENFERMO, ENFERMAGEM e EN-FERMIDADE (do latim in firmus: “aquele que não está firme”) e a maior inerência da enfermagem com a promoção da saúde, a reflexão sobre isso me acompanhou e a transmiti a meus alu-nos, no decorrer de minha prática docente. Com a experiência profissional, surgiu a necessidade de ir mais além: distinguir en-fermidade de doença: como forma de buscar por este caminho, uma justificativa que recolocasse a enfermagem como profis-são no lugar que lhe foi dado pela precursora da enfermagem moderna, Florence Nightingale. Desde os tempos em que atuou na Guerra da Criméia, no século 19, Nightingale reconheceu a supremacia do ambiente e da ação da Natureza, no cuidado e na cura dos feridos de guerra e, posteriormente, nos hospitais ingleses em que atuou e ensinou a cuidar. Sua afirmação, feita naquela época, é de atualidade incontestável:

“O que a enfermagem tem a fazer é colocar o cliente em tal condição para que a Natureza possa agir sobre ele.”

Voltando minha prática profissional para a área de Saúde Coletiva, esta distinção tornou-se ainda mais necessária. Por influência familiar, reforçada por alguns de meus docentes du-rante o curso de graduação, sempre tive e procurei despertar em meus alunos, um enorme interesse nas práticas naturais de saúde, chamadas por um tempo de “práticas alternativas de saúde”, hoje mais adequadamente denominadas de práti-cas integrativas e complementares de saúde3. Isto sempre me fez ver nas práticas tradicionais, aquelas oriundas do saber das parteiras, benzedeiras e raizeiros e nas demais embasadas na concepção holística, um caminho na necessária distinção entre enfermidade e doença.

No meu processo de capacitação, em 1982, encontrei um “gancho” para minhas reflexões, em uma obra do Dr. Má-rio Chaves, renomado sanitarista brasileiro. No livro “Saúde: uma Estratégia de Mudança” em que o autor defende a atenção básica como caminho para que a saúde pública brasileira se encontre na estruturação de políticas de saúde4, Chaves coloca a enfermagem como profissão de vanguarda na promoção da saúde. Afirma inclusive que seria pleonástica a expressão “en-fermeira de cuidados primários”. Por ser este seu papel original, toda enfermeira é naturalmente uma profissional formada para atuar na área de atenção básica de saúde, promovendo e pre-venindo agravos à mesma.

Dois fatos sincrônicos foram determinantes no encami-nhamento mais profundo destas questões: a necessidade de continuar minha capacitação docente cursando o doutorado em enfermagem e o cuidado de minha mãe, repentinamente acometida de uma doença terminal, sem nenhuma possibilida-de de intervenções terapêuticas convencionais que mudassem o prognóstico de morte no prazo máximo de três semanas. Por decisão em âmbito familiar, minha mãe passou a receber cui-dados e práticas de cura de um sistema à época denominado BIOENERGIA. Este sistema integrava práticas de fitoterapia, geoterapia, práticas corporais e espirituais que já me eram fa-miliares e as que muita estranheza me causaram: a urinoterapia

1

14

Page 17: expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto

Naturaleagosto/setembro - 2011

Naturaleagosto/setembro - 2011

e o diagnóstico através do “bi-digital o-ring test”5. A necessidade de cuidar de minha mãe, de proporcionar-lhe cuidados pa-liativos de qualidade em sua passagem para outro plano de vida, me fizeram ver nesta única e rica experiência, a oportu-nidade de estudar mais profundamente as crenças, os valores e os pressupos-tos dos profissionais que empregavam esta forma de cuidado e de cura. As-sim, direcionei meu projeto de pesquisa para um estudo de natureza antropoló-gica, visto que a enfermagem, desde a década de oitenta, já vinha buscando alternativas metodológicas para além do positivismo e do método estatístico, para dar conta de fenômenos humanos tão complexos como os que permeiam o seu ethos.

No processo do estudo e na análi-se dos dados de um trabalho de campo que durou cerca de 18 meses, obser-vando e fazendo anotações sobre estes profissionais e suas práticas, concluí que os mesmos se identificam cultu-ralmente de modo diferente de quem pratica sistemas de cura e de cuidado do sistema oficial: suas buscas, suas crenças, seus valores não se contentam com a visão de mundo fragmentada e reducionista...

Assim, identifiquei o que denominei de “nove passos” que estes profissio-nais percorrem, quando decidem adotar as práticas de saúde hoje denominadas de integrativas e complementares. São eles:

ª No caminho destas práticas, os pro-fissionais tiveram que mudar conceitos em relação à sua profissão;

ª Estes profissionais necessitam pro-mover mudanças em si mesmos para suportarem as pressões externas à que estão sujeitos. Isto demanda abertura para uma nova maneira de ver o mun-do;

ª Abraçar estas práticas como caminho na forma de atender as suas necessida-des de saúde e da clientela não é uma escolha simples, de base pragmática;

ª Trilhar este caminho demanda dos profissionais coerência entre sua visão de mundo e o que ensinam. Isto deman-da compartilhar com o cliente o que ele acredita e o que ele faz;

ª A preocupação destes profissionais é mais de compreender os clientes pa-ra promover sua autotransformação,

do que de prescrever-lhes tratamentos. A ênfase é dada ao processo centrado no cliente e não ao resultado das ações profissionais;

ª A saúde e os processos de cura que a restabelecem, pressupõem atos de de-cisão e de vontade do profissional e do cliente;

ª As questões espirituais influenciam concepções e ações de cuidado e de cura dos profissionais;

ª As práticas integrativas e comple-mentares de saúde são um caminho de educação para a saúde e de resgate do saber popular em saúde, no qual as pes-soas são vistas como sujeitos;

ª Levar em conta a diferença entre en-fermidade e doença, é um caminho pelo qual o grupo pode rever e identificar a marca de sua atuação, no campo das práticas integrativas e complementares de saúde.

De onde, pois, o estranhamento diante de minha opção em estar mais perto da Natureza, para aprender com ela a cuidar, sobretudo, de mim mesma, nesta etapa da vida em que optei por is-to? Hoje reflito que o que me moveu foi principalmente, a busca por mais coe-rência entre o que eu acredito e o que eu faço e ensino...

O encontro com a Permacultura como conceito, colocou-me diante de práticas de saúde coletiva, que ensinei durante os últimos 25 anos de minha vida acadêmica, como docente de enfer-magem, podendo implementá-las agora de forma mais livre, ampliada e criativa, mais condizente com o que constatei em meu estudo.

Retomo, pois, a questão etimológi-ca: “estar enfermo” é diferente de “estar doente” e, nesta diferença, reside a ine-rência da enfermagem com a promoção da vida e da saúde, muito mais até que na prevenção de doenças, no cuidado dos doentes quando as doenças se instalam, na reabilitação dos mesmos. O radical la-tino in-firmus significa “fraco, com pouca capacidade, que não está firme”: isto não significa doença, mas uma predisposição a ela. Expliquemos melhor, baseado na afirmação de Fritjof Capra, no capítulo 10 – Holismo e saúde, de sua obra “o Ponto de Mutação”. Para este autor, a doença é a “manifestação biológica da enfermi-dade”, ou seja, antes de adoecermos no plano físico, perdemos firmeza em ou-

[

Page 18: expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto

Naturaleagosto/setembro - 2011

Naturaleagosto/setembro - 2011

tros planos mais sutis: na emoção, na espiritualidade, nas crises provocadas pelas mudanças das etapas naturais da vida das pessoas (nascimento, adolescência, gestação, se-nectude, morte, vivência de perdas...).

Em outro lócus eu me sinto tão enfermeira como antes, talvez até mais, quando pelas práticas da Permacultura, bus-co praticar e ensinar a praticar ações de promoção da vida ambiental, cuidando dos reinos animal, vegetal e mineral, buscando contribuir para que a vida no planeta enfermo seja recuperada e promova sua saúde, antes que a doença irreversível se instale.

Utopia? Sonho? Ingenuidade? Visão polianesca da vida, do mundo?

Isto para mim hoje, não tem a menor importância: vale a consciência de que no meu cotidiano, estou fazendo a mi-nha parte! Enfim, Madeleine Leininger, enfermeira teorista e autora da Teoria do Cuidado Transcultural, na qual me embasei para desenvolver meus estudos, já afirmava:

“Cuidar é assistir, apoiar ou habilitar as pessoas e grupos para adotarem comportamentos ou experiências que evidenciem ou antecipem suas necessidades, tendo

em vista melhorar seu estilo de vida (...)”

Associar saúde com qualidade e estilo de vida: é isto que procuro fazer hoje, no laboratório vivo da Natureza! Por mim e por aqueles de quem pretensamente, escolhi cuidar!

Maria Lígia Mohallem Carneiro, Enfermeira, graduada pela Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, Itajubá (MG), docente aposentada da Escola de Enfermagem da UFMG. Atualmente é secretária da APOMM (Associa-ção Permacultural Montanhas da Mantiqueira), São Lourenço/MG.

_____________________________

1. Texto baseado na Tese de Doutorado da autora, intitulada: “A bio-energia como caminho: do processo saúde-doença ao processo saúde-enfermidade”, EEUSP, 1999.

2. Refiro-me a Irmã Maria Alice Bernard Robbe, a “Madre Marie Ange”, fundadora da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, Itajubá (MG).

3. O gradual reconhecimento da legitimidade destas práticas levou o Mi-nistério da Saúde a aprovar, em maio de 2006 a PNPIC (Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementas de Saúde), no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde).

4. Nesta época, o mundo inteiro discutia saúde à luz da Conferência So-bre Cuidados Primários de Saúde, promovida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em Alma-Ata, cidade da extinta União Soviética.

5. Atualmente o Bi-Digital O-Ring Test é mais difundido e praticado em várias áreas da medicina oficial, inclusive no Hospital das Clínicas da FMUSP.

Page 19: expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto

Naturaleagosto/setembro - 2011

Naturaleagosto/setembro - 2011

Desde a antiguidade, o vinho está intimamente ligado à medicina, de-sempenhando papel de destaque. Os primeiros praticantes da arte da cura, na maioria das vezes curandeiros ou re-ligiosos, já o utilizavam como remédio. Papiros do Egito antigo e tábuas dos antigos Sumérios (cerca de 2.200 a.C.) traziam receitas baseadas em vinho, o que o torna a mais antiga prescrição médica documentada.

Hoje, sabe-se que beber uma taça de vinho durante as refeições faz bem para a saúde porque:

ª Tem alto poder antioxidante, po-dendo colaborar no combate com os radicais livres e no rejuvenescimento;

ªO etanol possui efeito cardioprotetor;

ª Diminui o risco de doenças vascu-lares;

ª É bom para o colesterol;

ª Graças ao resveratrol e aos flavo-nóides, diminui o risco de doenças cardíacas;

ª É um antiagregante plaquetário, melhorando a circulação sanguínea;

ª Diminui os danos causados pelo ci-garro.

Os benefícios à saúde são tantos que poderia ficar discorrendo sobre eles por páginas a fio, o que seria por demais enfadonho.

Portanto, lhes convido a erguer uma taça e brindar por uma vida pra-zerosa, saudável e feliz.

E lembrem-se! Os melhores vi-nhos encontram-se próximos a você.

Tchim Tchim!!

Alex Baptista, atua na área de alimentos e bebidas desde 1999, com formação acadêmica no SENAC, enófilo auto didata.

Consultor enogastronomico da Future Wine em São Paulo.

Page 20: expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto

Naturaleagosto/setembro - 2011

Naturaleagosto/setembro - 2011

18

Com a evolução da Gestão de Pes-soas nas organizações, e as exigências legais cada vez mais intensas, o tema “Saú-de e Segurança no Trabalho” deixou de ser uma utopia ou departamentos secundários, tornando-se áreas estratégicas, sedimen-tando a cultura necessária para a evolução de muitos conceitos organizacionais.

Quando falamos nas exigências le-gais, citamos a “Lei nº 6.514, de 22 de Dezembro de 1977”, que altera o Capítulo V do Título II da C.L.T – Consolidação das Leis do Trabalho e também a Portaria nº 3.214 de 8 de Junho de 1978, que aprova as NRs – Normas Regulamentadoras, nortean-do processos de melhoria continuada nos temas relacionados a Saúde e Segurança ocupacional.

Podemos contextualizar dentro deste tema o “ambiente de trabalho” que deve proporcionar proteção ao corpo físico e saúde psicológica e sociológica aos seus colaboradores, evitando descontroles emo-cionais e estresse ocupacional.

As organizações devem incentivar relacionamentos saudáveis, atividades mo-tivadoras e liderança participativa além de um bom programa de higiene e segurança no trabalho com espaço físico adequado, áreas com Iluminação correta, processo em ergonomia, ventilação correta, tempe-ratura e ruídos dentro dos padrões normais aprovados pela legislação.

A “Segurança e Qualidade de Vida” no trabalho, aumenta a produtividade, a qualidade nos serviços ou produtos, pro-porcionando ainda, redução nos custos.

Vejamos algumas considerações im-portantes sobre este tema:

A prevenção de doenças ocupacionais está vinculada e amparada na Lei nº 24/94 que instituiu o PCMSO – Programa de Con-trole Médico de Saúde Ocupacional.

O PCMSO determina que as empre-sas façam exames em seus colaboradores. São eles: admissional – antes do início das atividades na empresa; periódico – realiza-do periodicamente para monitorar a saúde do colaborador; retorno ao trabalho – nos casos de afastamentos superiores a 30 dias; mudança efetiva de função – antes da transferência de atividades; demissional – antes do desligamento do colaborador.

Podemos citar alguns riscos e con-sequências de um programa ineficiente: aumento das indenizações por acidentes de trabalho ou doenças adquiridas através da “Lesão por Esforço Repetitivo – LER”; perdas auditivas; aumento da frequência de afastamentos por doenças; aumento do absenteísmo; comprometimento na produ-ção; e finalmente pressão sindical.

Algumas ações objetivam qualidade de vida, segurança e maior produtividade, as empresas devem desenvolver programas de saúde preventiva, realizar os exames médicos exigidos por lei, palestras de medicina preventiva, elaborar mapas de riscos ambientais, preparar indicadores das ocorrências para estabelecer metas de me-lhorias, desenvolver programas de controle do estresse e utilizar os processos eficazes de ergonomia.

Sobre o estresse ocupacional, algumas literaturas mostram que trata-se de uma condição normal e saudável do organismo, pois é uma resistência a uma pressão e uma defesa contra esta pressão, que pode ser de origem física ou emocional.

Uma pequena dose de estresse mo-biliza a criatividade e impulsiona o homem na busca de seus objetivos ou para defen-der-se.

O estresse ocupacional pode trazer al-gumas consequências, tais como: ansiedade, depressão, problemas de relacionamento,

angústia, distúrbios gástricos e cardio-vasculares, dores de cabeça, palpitações, aumento do uso de medicamentos, álcool, e outras drogas.

Algumas causas do estresse ocupacio-nal: o autoritarismo do chefe, o excesso de horas trabalhadas, o nível de responsabili-dade e resultados de metas, as cobranças e pressão de tempo, as dificuldades de re-lacionamentos, a falta de perspectivas para desenvolvimento profissional e comunica-ções falhas e divergentes.

Como proporcionar melhor qualidade de vida?

As empresas devem desenvolver um programa de controle e combate ao es-tresse orientando seus funcionários sobre o planejamento de vida, desde as ativida-des diárias, projetos pessoais e da carreira profissional à prática de exercícios físicos regulares, adoção de uma dieta saudável e eliminação do uso de álcool e cigarro.

A prática de meditações e técnicas de relaxamento, psicoterapia, tempo reserva-do para o lazer, a implantação na empresa da ginástica laboral, criando áreas de lazer dentro da produção, incentivando projetos que proporcionem melhor “Qualidade de Vida”, são caminhos utilizados para maior eficiência.

Para concluirmos, recomendamos uma apreciação maior ao tema ergono-mia que é a ciência do conforto humano, a busca do bem estar, a promoção da sa-tisfação no trabalho, a maximização da capacidade produtiva e a segurança plena. Ela deve proporcionar um ambiente de trabalho favorável, produtivo, saudável e seguro, minimizando os desgastes físicos e emocionais que podem causar doenças ocupacionais e gerar o estresse.

Célio Gentil, CG – Consultoria Empresarial e Recursos Humanos

Saúde & estresse ocupacionalPor Célio Gentil

Page 21: expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto

Naturaleagosto/setembro - 2011

Naturaleagosto/setembro - 2011

A engenharia e o desenvolvimento sustentável

O desenvolvimento econômico sus-tentável deixou de ser uma bandeira de ecologistas para ser um conceito importante nas comunidades. Ele pressupõe a preocu-pação não só com o presente mas com a qualidade de vida das gerações futuras, protegendo recursos vitais, incrementando fatores de coesão social e equidade, garan-tindo um crescimento econômico amigo do meio ambiente. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.

A sustentabilidade assenta-se em três dimensões essenciais: o desenvolvimento econômico, a coesão social e a proteção ambiental. A sustentabilidade econômi-ca é um conjunto de medidas que visa à gestão mais eficiente dos recursos naturais de forma a garantir sua exploração sem colocar em risco o seu esgotamento. A sustentabilidade sócio-política é a huma-nização da economia e, ao mesmo tempo, do desenvolvimento do tecido social nos seus componentes humanos e culturais. A sustentabilidade ambiental consiste na capacidade que o ambiente natural tem de manter as condições de vida, levando em conta a habitabilidade, o meio ambiente e a sua função como fonte de energias re-nováveis.

Mesmo com os avanços obtidos na economia, o mundo atual ainda enfrenta grandes desafios: o meio ambiente conti-nua deteriorando-se, os desastres naturais e os causados pelo homem são mais fre-quentes, alguns recursos naturais se aproximam do esgotamento, o hiato entre

ricos e pobres, entre nações desenvolvidas e não desenvolvidas, continua crescendo. A Engenharia tem uma participação im-portante neste contexto, por estar sempre presente na vida do homem desde os pri-mórdios da civilização humana e por ter consciência da necessidade de se obter um contrapeso entre o uso dos recursos naturais e as necessidades das futuras ge-rações, preservando o meio ambiente e os ecossistemas.

A Engenharia promove a ferramenta para o desenvolvimento econômico, como ciência produtora de conhecimento e de inovação tecnológica, que são fundamen-tais para o crescimento. Ela provê soluções para necessidades básicas dos seres huma-nos, como por exemplo: água, saneamento, habitação e energia, de forma a proteger a cultura e a diversidade natural. É função da Engenharia aliviar os endêmicos e aflitivos problemas que afetam as comunidades em desenvolvimento.

A complexidade do mundo moder-no exige dos profissionais de engenharia uma visão sistêmica e uma postura ousa-da com espírito inovador e empreendedor. Com talento e conhecimento técnico, os engenheiros transformam inteligência em tecnologia, serviços, produtos, desenvolvi-mento social e econômico. Aplicam análise científica e síntese holística para desenvol-ver soluções sustentáveis. O crescimento sustentável é intrínseco a sua função uma vez que ele concebe, projeta, cria e inova, sempre com a visão de longo prazo.

Por Paulo J. B. Rosas

Page 22: expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto

Naturaleagosto/setembro - 2011

Naturaleagosto/setembro - 2011

20

Cidade com neutralização na emissão de carbono.

É possível?

Muitos pesquisadores têm trabalha-do para viabilizar tecnologias utilizando energia limpa, sem emissão de CO2. As cidades do futuro que víamos em dese-nhos animados ou em filmes de ficção retratavam um mundo tecnológico e árido, devido à extinção dos recursos na-turais, hoje se projetam para um formato sustentável, mas felizmente e à tempo, procurando preservar o meio ambiente.

Em 2008 um estudo da ONU (Orga-nização das Nações Unidas) constatou que mais da metade da população do mundo vive em cidades, totalizavam na época 3,3 bilhões de pessoas e que em 2030 chegariam a 5 bilhões, impondo uma pressão sobre o meio ambiente. As cidades têm sede, fome de energia,

e produzem a maior parte do lixo e dos gases de efeito estufa.

Neste mesmo ano no emirado de Abu Dhabi, no Golfo Pérsico, constru-tores lançaram a proposta da “primeira cidade com neutralidade na emissão de carbono”. Na apresentação do projeto o governo local disse: “Masdar irá produ-zir zero emissão de dióxido de carbono, nenhum lixo e será abastecida com ener-gia renovável – uma cidade moderna com consumo de energia per capita nove ve-zes inferior ao que se tem nos Estados Unidos. Os planejadores a concebem co-mo um núcleo para o desenvolvimento de tecnologia ‘verde’ – o próprio nome Mas-dar significa ‘a fonte’, na língua árabe”.

Com investimentos em torno de US$ 1,4 bilhão, a cidade atualmente con-ta com seis prédios, uma rua principal, 101 apartamentos pequenos, uma imen-sa livraria eletrônica e o Instituto Masdar. Entre os recursos disponíveis aos re-sidentes estão: carros elétricos que se movimentam sem o auxílio de motoristas; ruas resfriadas por uma gigantesca torre eólica responsável por gerar eletricidade a partir dos fortes ventos da região; pai-néis solares responsáveis pela produção de grande parte da energia consumida; gás natural que garante o isolamento térmico de alguns dos edifícios da cida-de; e está sendo desenvolvida também uma usina de dessalinização da água movida a energia solar. Para produção de eletricidade utiliza ainda espelhos como

forma de concentrar os raios de sol para aquecimento de grandes quantidades de água, que geram energia elétrica.

Masdar nasceu com uma concepção correta, mas e as cidades atuais? Como vimos na edição anterior da Naturale as grandes metrópoles mundiais estão co-locando em prática alguns projetos para diminuir a emissão dos gases de efeito estufa e têm obtido bons resultados.

Tudo isso nos mostra que é possí-vel termos menor emissão de CO

2, mas é necessário investimento em pesquisas de tecnologia e no sistema de produ-ção para uma maior eficiência e baixo custo dos equipamentos. Infelizmente, ainda hoje, tudo que se refere a mate-riais ecologicamente corretos têm um preço elevado, o que não estimula ao consumidor o acesso a eles. Creio serem necessários incentivos e vontade políti-ca para que este panorama possa mudar e a produção de equipamentos, constru-ções, bens de consumo e alimentos, e o planejamento urbano possam estar a fa-vor da vida e da preservação do planeta.

Vista de Masdar, no Emirado Abu Dhabi

Por Elaine Pereira

Vistas do Instituto Masdar

Foto

s: M

asda

r div

ulga

ção

Page 23: expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto

Naturaleagosto/setembro - 2011

Naturaleagosto/setembro - 2011

Page 24: expediente - Diagrarte...Paiva, Maria Lígia Mohallem Carneiro, Paulo J. B. Rosas, Sandra Regi-na Schultz, Thiago Ribeiro Mendes. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto