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ANAIS DO III ENCONTROS ACADÊMICOS DA FACULDADE LUCIANO FEIJÃO
Resumos Expandidos
PSICOLOGIA
Sobral-CE, novembro de 2018
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RESUMOS
A PRÁXIS DO PSICÓLOGO SOCIAL FRENTE Á ATUAÇÃO COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM ABRIGO INSTITUCIONAL
ROBERTA DE FÁTIMA ROCHA SOUSA, ALEXSANDRA MARIA SOUSA E SILVA
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO E OBESIDADE: UMA REVISÃO DA LITERATURA NACIONAL
GLEICYKELY DE LIMA SALES, RITA DE CASSIA PONTE PRADO
O USO INDISCRIMINADO DE RITALINA A PARTIR DO DIAGNÓSTICO IMPRECISO DE TDAH
JUDITH MARIA VASCONCELOS DA COSTA, DARAH DA PAZ ARAÚJO, JOSÉ MARIA NOGUEIRA NETO
BREVES CONCEITOS DE SARTRE NA PSICOLOGIA
CARLOS VITOR ESMERALDO ALBUQUERQUE BESERRA ,EVANDRO MAMEDE MOREIRA JUNIOR
O ESTIGMA SOCIAL DO ESPECTRO AUTISTA: RELATO DE EXPERIÊNCIA NO CONTEXTO DA PSICOLOGIA ESCOLAR ÍRIS DOS SANTOS TIMBÓ
ESTUDO DE CASO CLÍNICO NA PERSPECTIVA DA GESTALT-TERAPIA: VÍNCULO E INTERVENÇÃO NA EXPERIÊNCIA DE UMA PSICOTERAPEUTA INICIANTE
SILVIA GILDETE MARIA ALVES ROSA DUARTE, GLAUBER PINHEIRO BARROS, JULIANA MORAIS RODRIGUES, PATRICIA MENDES LEMOS
DE QUEM SE TRATA, QUANDO SE TRATA DE UMA CRIANÇA? UMA REVISÃO DE LITERATURA SOBRE A CLÍNICA PSICANALÍTICA INFANTIL MARIELENA DE BARROS FELISBERTO, EUDES DUARTE
CONSIDERAÇÕES SOBRE O SILENCIO NA CLÍNICA PSICANALÍTICA
LAURA AUGUSTA AGUIAR ANDRADE COSTA, LEANDRO FEITOSA LIMA, EUDES DUARTE FILHO
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PSICOTERAPIA E O CRESCIMENTO PESSOAL COMO PROCESSOS: ESTUDO DE CASO SOBRE DEPRESSÃO NA ABORDAGEM GESTÁLTICA BIANCA MARIA LIMA CARDOSO, PATRÍCIA MENDES LEMOS
ESTUDO DE CASO: A IMPORTÂNCIA DAS FUNÇÕES PSICOLÓGICAS SUPERIORES PARA O POTENCIAL DE VIDA E O NÚCLEO SAUDÁVEL DO DESENVOLVIMENTO DO SUJEITO
MARIA CREUSA DE ASSIS VASCONCELOS SILVA, VERÔNICA FERREIRA CÉSAR, GIZELIA FERNANDES DOS SANTOS, ARTUR BRUNO FONSECA DE OLIVEIRA
O ESTABELECIMENTO DA TRANSFERÊNCIA NO CONTEXTO INSTITUCIONALIZADO DOS SERVIÇOS ESCOLA
BRUNA CLAUDIA MONTEIRO ALVES, ISADORA VASCONCELOS BRANDAO, EUDES DUARTE FILHO
CONTRIBUIÇÕES E PERCEPÇÕES DA PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL SOBRE A DEPRESSÃO
CLARA MORGANA JANUÁRIO SOUSA, JORIELLA ARAÚJO DE OLIVEIRA, ARTUR BRUNO FONSECA DE OLIVEIRA
O SUICÍDIO COMO EXPRESSÃO DO SOFRIMENTO PSÍQUICO CONTEMPORÂNEO: UMA COMPREENSÃO FENOMENOLÓGICA SILVIALINE FONTENELE RAMOS, JUDITH MARIA VASCONCELOS DA COSTA, PATRÍCIA MENDES LEMOS
TRABALHO DOCENTE, ADOECIMENTO PSÍQUICO E FAP: PRIMEIRAS REFLEXÕES
HELENA MARA OLIVEIRA LIMA, EMANUELA DE NORÕES BRITO OLIVEIRA, MARIA DO SOCORRO SILVA MESQUITA, ANTONIO FLÁVIO QUEIROZ DE OLIVEIRA
ESTIMULAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DE UMA CRIANÇA COM SÍNDROME DE WEST
MARÍLIA TOMAZ FREDERICO, ÁUREA JÚLIA DE ABREU COSTA
CRIANÇAS COM AUTISMO EM ESCOLAS BRASILEIRAS: INCLUSÃO NECESSÁRIA
JUAN FONTELES CAVALCANTE, ANA KAREN VASCONCELOS ARAÚJO, GESSIANE MOURA FONTELES, SÉRGIO LUIZ CORRÊA DOS SANTOS
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INTERVENÇÕES ANALÍTICO-COMPORTAMENTAIS NO TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
GLEICYKELY DE LIMA SALES, JOSE ANGELO MOUTA NETO
A INFLUÊNCIA DOS VÍNCULOS AFETIVOS NO FENÔMENO SUICÍDIO EM VIÇOSA DO CEARÁ: UMA ANÁLISE DE DADOS. SARAH OLIVEIRA AGUIAR, FRANCISCO RÔMULO ALVES DINIZ
ESTUDO SOBRE AS CRISES EXISTENCIAIS NA CONTEMPORANEIDADE: UMA COMPREENSÃO EXISTENCIALISTA EM MARTIN BUBER
NAIANA SILVA ARAÚJO, ALEX VIANA DE BRITO
CUIDADOS PALIATIVOS: A PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM CRIANÇAS COM CÂNCER
VIVIANE RODRIGUES LIMA, GEORGIA MARIA MELO FEIJÃO
RISCO DE IDEAÇÃO SUICIDA DOS JOVENS ALUNOS DO 3ºANO DO ENSINO MÉDIO
GARDÊNIA MORAIS DOS SANTOS PEREIRA, FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA DE AGUIAR JÚNIOR, LEONE AGAPITO LIMA
CONSIDERAÇÕES SOBRE A ESCUTA CLÍNICA NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
LEANDRO FEITOSA LIMA, SAMARA VASCONCELOS ALVES, GEÓRGIA MARIA MELO FEIJÃO
A ESCUTA CLÍNICA PSICANALÍTICA EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR PRIVADA
MARIA HILÁRIO CORDEIRO NETA, ANTÔNIA EDNA FAUSTINO, ISABEL CRISTINA LOPES EUGÊNIO, EUDES DUARTE FILHO
A PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL DIANTE DA DEMANDA DE DEPRESSÃO: REFLEXÕES SOBRE ESTÁGIO EM PSICOTERAPIA
NADINE RODRIGUES ALBUQUERQUE, FERNANDA TALITA CUNHA DE SÁ, ARTUR BRUNO FONSECA DE OLIVEIRA
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MATERNIDADE E FEMINISMO: UMA COMPREENSÃO PSÍQUICA SOBRE SER MÃE E SER MULHER NA ATUALIDADE
NADINE RODRIGUES ALBUQUERQUE, SAMARA VASCONCELOS ALVES, GEÓRGIA MARIA MELO FEIJÃO
O PROCESSO DE MUSICALIZAÇÃO COMO INFLUENCIADOR NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL KARINA SOUZA VIANA, LEONARDO MENDES DE OLIVEIRA, MARIA LUÊNIA MELO ALMEIDA, CELLYNEUDE DE SOUZA FERNANDES
A DEPRESSÃO COMO FATOR PREDISPONENTE PARA O SUICÍDIO: UM ESTUDO DE CASO DE AGRICULTORES DO DISTRITO OITICICAS EM VIÇOSA DO CEARÁ
MARIA DE NAZARÉ EUFRÁSIO ALVES, FRANCISCO RÔMULO AVES DINIZ
ESTUDO DE CASO ACERCA DA ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA NO ENSINO FUNDAMENTAL II DE UMA ESCOLA PRIVADA EM SOBRAL/CE
ANA LENISE MELO JULIO, BRUNA JÉSSIKA MOURA DE CASTRO, GEÓRGIA BEZERRA GOMES
AS CONTRIBUIÇÕES DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO NA INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NA ESCOLA REGULAR: UMA REVISÃO DA LITERATURA
THAIS VIANA ANDRADE, LUCIARA PEREIRA FEIJÃO, MS. RITA DE CÁSSIA PONTE PRADO
PROJETO DE INTERVENÇÃO: TRABALHANDO A COORDENAÇÃO MOTORA DA CRIANÇA NO AMBIENTE ESCOLAR
ARIANE ARAUJO CAVALCANTE, BRUNA JESSIKA MOURA DE CASTRO
O PROFESSOR AFETIVO: DESAFIOS E POSSIBILIDADES NA APRENDIZAGEM DIEGO FELIPE DA PONTE, MARIA ROSILENE DA PONTE DE MARIA, ISRAEL ROCHA BRANDÃO
VÍNCULO TERAPÊUTICO COM CRIANÇAS SOB A PERSPECTIVA DA PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL
JORIELLA ARAÚJO DE OLIVEIRA, CLARA MORGANA JANUÁRIO SOUSA, ARTUR BRUNO FONSECA DE OLIVEIRA
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HOSPITAL UMA CLINICA MÓVEL: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM FAMILIARES DE PACIENTES COM RISCO EMINENTE DE MORTE
GLAUBER PINHEIRO BARROS, SILVIA GILDETE MARIA ALVES ROSA DUARTE, JULIANA MORAIS RODRIGUES, SAMARA VASCONCELOS ALVES
ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA NA PEDIATRIA: UM OLHAR JUNTO AO ACOMPANHANTE
SÍLVINA MARA SOUZA DA SILVA, SAMANTHA MENDONÇA DE SALES, GEORGIA MARIA MELO FEIJÃO
UM ESTUDO A PARTIR DA ANÁLISE INSTITUCIONAL NO ÂMBITO HOSPITALAR
LIA LINHARES BRAGA, AMANDA CRISTINA BEZERRA CARDOZO, ANA KARINE SOUSA CAVALCANTE
A PRÁTICA DA PSICOLOGIA INSTITUCIONAL NO ÂMBITO ESCOLAR
FRANCISCO FLÁVIO FIRMINO, GARDÊNIA MORAIS DOS SANTOS PEREIRA, LEONICE ABREU PEREIRA, ANA KARINE SOUSA CAVALCANTE
PSICOLOGIA JURÍDICA: UM ESTUDO SOBRE ORIGEM DA PESSOA E O ANONIMATO DO DOADOR NOS CASOS DE INSEMINAÇÃO
LIDIMARA MARTINS ABREU, SÉRGIO LUIZ CORRÊA DOS SANTOS
A AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA COMO FERRAMENTA NA ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO
INGRID SOUZA LIMA, ALICE LIA BRANDÃO GOMES, DEBORAH DE SOUSA BRITO
FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO: RELATO DE EXPERIENCIA DISCENTE EM PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL
ÍRIS DOS SANTOS TIMBÓ, ROBERTA DE FÁTIMA ROCHA SOUSA, GIORGIO DE OLIVEIRA GOMES, ADRIANA GOES URANO NOGUEIRA
AMÉM, VINHOLADA: JUVENTUDES NA PRODUÇÃO DO COMUM
FRANCISCO VALBERDAN PINHEIRO MONTENEGRO
A PSICOLOGIA NO CENTRO DE REFERENCIA ESPECIALIZADO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL: ENTRE A PROTEÇÃO E ENFRENTAMENTOS
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NIVIA MARIA VASCONCELOS TAVARES, ANNE GRAÇA DE SOUSA ANDRADE
CONHECENDO A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO EM INTERFACE À EQUIPE MULTIPROFISSIONAL EM ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES
NIVIA MARIA VASCONCELOS TAVARES, ANNE GRAÇA DE SOUSA ANDRADE
ABRIGO INSTITUCIONAL, POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA E A PSICOLOGIA: MODOS DE ATUAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE AUTONOMIA
MARINARA NOBRE PAIVA, CARLOS CÉSAR PORTO CARNEIRO FILHO, ANNE GRAÇA DE SOUSA ANDRADE
OS DESAFIOS DE ADOLESCENTES EM VULNERABILIDADE SOCIAL EM INTERFACE AO PRIMEIRO EMPREGO
LUCIARA PEREIRA FEIJÃO, ANNE GRAÇA DE SOUSA ANDRADE
POSSIBILIDADES E ENTRAVES DA PSICOLOGIA SOCIAL: UM OLHAR SOBRE AS PRÁTICAS DO CRAS
MARIELENA DE BARROS FELISBERTO, ANA CAROLINA DIAS DE ARRUDA, ANA JANIELLY CARVALHO DOS SANTOS, ANNE GRAÇA DE SOUSA ANDRADE
A IMPORTÂNCIA DAS VISITAS DOMICILIARES DENTRO DO SERVIÇO DE ACOLHIMENTO DO ABRIGO INSTITUCIONAL PARA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA - SOBRAL/CE
BIANCA MARIA LIMA CARDOSO, CARLOS CÉSAR PORTO CARNEIRO FILHO, ANNE GRAÇA DE SOUSA ANDRADE
UMA EXPERIÊNCIA EXITOSA DE ARTE TRANSFORMANDO VIDAS
LUIZA DE SOUSA MARTINS, MARCÉLIA MELO PRADO, CELLYNEUDE DE SOUZA FERNANDES
FATORES EXPLICATIVOS DA FRAUDE EM CONTEXTO ACADÊMICO: UMA REVISÃO TEÓRICA
LUANA REGIA RODRIGUES GOMES, THAMIRES FELINTO TEIXEIRA, NICOLLE DE ARAÚJO FONTES BARROSO, ALEX SANDRO DE MOURA GRANGEIRO
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A IMPORTÂNCIA DA CULTURA DE PAZ PARA A CONSTITUIÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
ANA LENISE MELO JULIO, ANTÔNIA SAMILHA CLEDINA ADRIANO LOPES, ANNE GRAÇA DE SOUSA ANDRADE
E A SUA LOUCURA? QUAL É? UM RELATO DE EXPERIÊNCIA ACERCA DOS ESTIGMAS QUE CIRCUNDAM A LOUCURA. SÍLVINA MARA SOUZA DA SILVA, ANA CAROLINA DIAS DE ARRUDA
ALCOOLISMO PARENTAL E SUAS INTERFACES NA CONVIVÊNCIA FAMILIAR
MARIA CREUSA DE ASSIS VASCONCELOS SILVA, KELLE ROSSANNE LINHARES PAULO, MARIA JOSÉ MESQUITA, ANNE GRAÇA DE SOUSA ANDRADE
POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA: CIDADE, AFETIVIDADE E DIREITOS HUMANOS. SARAH OLIVEIRA AGUIAR, VIVIANE RODRIGUES LIMA, JOSÉ MARIA NOGUEIRA NETO
JOVENS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE, ENVOLVENDO-SE COM A VIOLÊNCIA E CRIMINALIDADE
ALICE LIA BRANDÃO GOMES, DEBORAH DE SOUSA BRITO, INGRID SOUZA LIMA
A PRÁXIS DO PSICÓLOGO SOCIAL NO ACOLHIMENTO DE PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA, NA REALIDADE DE SOBRAL-CE
ADRIANA RODRIGUES NASCIMENTO, YARA AGUIAR GUIMARÃES, ALEXSANDRA MARIA SOUSA SILVA
ONGs E SUAS INTERVENÇÕES NAS COMUNIDADES
LUIZA DE SOUSA MARTINS, MARCÉLIA MELO PRADO, CELLYNEUDE DE SOUZA FERNANDES
CONSIDERAÇÕES SOBRE A LOGOTERAPIA E A ANÁLISE EXISTENCIAL COMO LEITURAS DO FUNCIONAMENTO PSÍQUICO: UMA REVISÃO DE LITERATURA
LEONE AGAPITO LIMA, FRANCISCO FLÁVIO FIRMINO, LEONICE ABREU PEREIRA, PATRÍCIA MENDES LEMOS
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O ESTIGMA SOCIAL DA PESSOA COM TRANSTORNO MENTAL NA PERCEPÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE MENTAL
MARIA SADARA DE SOUSA PINHEIRO, ANA LUIZA DE FATIMA ALBUQUERQUE RIBEIRO, LARISSA LOPES LÚCIO, PATRICIA MENDES LEMOS
A INFÂNCIA E AS SUAS FACETAS COM AS POLÍTICAS PÚBLICAS
KELLE ROSSANNE LINHARES PAULO, MARIA JOSE MESQUITA, ANNE GRAÇA DE SOUSA ANDRADE
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Área de Estudo: Ciências Humanas.
A PRÁXIS DO PSICÓLOGO SOCIAL FRENTE Á ATUAÇÃO COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM ABRIGO INSTITUCIONAL
ROBERTA DE FÁTIMA ROCHA SOUSA ALEXSANDRA MARIA SOUSA E SILVA
Este trabalho abordará discussões sobre a atuação do profissional de psicologia no manejo com crianças
e adolescentes atendidos em abrigo institucional, problematizando a práxis e o compromisso social em
suas intervenções. O abrigo institucional é parte da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), e é
definido como um espaço de proteção provisório e excepcional, destinado a crianças e adolescentes
privados da convivência familiar e que se encontram em situação de risco pessoal/social, que tiveram
seus direitos violados. Diante disso, o objetivo desse estudo é discutir sobre as possíveis implicações
psicossociais da relação teoria e prática da psicologia social junto à crianças e adolescentes que estão
em um Abrigo Institucional, situado no interior do Ceará. A metodologia foi de cunho qualitativo, cuja
técnica de construção dos dados se deu através de uma entrevista semi-estruturada, realizada com o
psicólogo do equipamento, tendo propósito de refletir sobre a relação existente entre a prática
psicossocial e construção da subjetividade das crianças e adolescentes acolhidos. Dentre os resultados
e discussões, evidenciamos os desafios enfrentados pela Psicologia na articulação entre teoria, prática
e compromisso social. Isso ficou claro, principalmente, quando se vê atuação da Psicologia frente a
interdisciplinaridade, em que o psicólogo reforça o discurso sobre o diferencial da profissão a partir da
ideia da escuta acolhedora que, muitas vezes, aparece apartada do contexto histórico-social. A teoria
não articulada à realidade parece insuficiente para habilitar o profissional psi no campo das políticas
públicas, deste modo junto do conhecimento das teorias, é preciso conhecer as leis que regem a política
e orientam as práticas junto ao serviço, assim como também é fundamental o compromisso humano e
social do psicólogo frente a sua práxis. Com isso, destaca-se também a importância de um olhar sensível
e comprometido com a realidade das crianças e adolescentes, para atuar diante das demandas
apresentadas. Assim, ressalta-se a importância da formação em Psicologia considerar práxis inserida na
realidade social, além da necessidade de estudos e aprofundamento da relação teoria e prática
psicológica, com sujeitos em contexto de marginalização e muitas vezes em extrema vulnerabilidade. A
atuação psicológica nesse campo, deve considerar, de modo especifico, intervenções com crianças e
adolescentes em contexto de vulnerabilidades psicológicas e sociais, com vínculos fragilizados e os
impactos disso no em seus processos de construção da subjetividade. Portanto, vê-se que o papel do
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psicólogo precisa ainda ampliar-se para além de técnicas, buscando atuar com conhecimentos específicos
e intervenções multi e interprofissionais, que deve considerar os sofrimentos e as fragilidades, mas
também os potenciais e os direitos das crianças e adolescentes, que estão em abrigo institucional. Por
fim, pontua-se que o psicólogo social deve lutar e construir sua práxis em prol da proteção integral das
crianças e adolescentes, considerando-os sujeitos de direitos, protagonistas e ativos na construção de
sua identidade pessoal e social.
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Área de Estudo: Ciências Humanas.
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO E OBESIDADE: UMA REVISÃO DA LITERATURA NACIONAL
GLEICYKELY DE LIMA SALES
RITA DE CASSIA PONTE PRADO
Durante muito tempo a escassez de alimentos em diversos lugares principalmente nos mais pobres,
trouxe inúmeros problemas, dentre eles a desnutrição. Porém, os avanços tecnológicos, econômicos e
o desenvolvimento da indústria alimentícia, proporcionaram diversas mudanças culturais na sociedade,
principalmente nos hábitos alimentares. O acesso da população aos alimentos tornou-se mais fácil, no
entanto, com pouco tempo disponível para a preparação dos mesmos, tem-se como opção os alimentos
industrializados, que são muitas vezes ultraprocessados, calóricos e pouco nutritivos,
consequentemente, houve um aumento alarmante do número de obesos em todo o mundo, inclusive nos
países menos desenvolvidos como o Brasil onde a desnutrição sempre foi um problema. Atualmente a
obesidade tem sido apontada como um problema de saúde pública, dada as suas implicações no
desenvolvimento de diversas doenças como diabetes, problemas cardiovasculares e hipertensão, bem
como no desenvolvimento de alguns problemas comportamentais e sociais, dentre eles: baixa autoestima
e esquiva social. Fatores como genética, baixa taxa metabólica em repouso basal, o número excessivo
de células adiposas podem influenciar no desenvolvimento da obesidade, porém, o consumo excessivo de
alimentos ricos em gordura associado ao sedentarismo tem sido a maior causa que contribui para o
desenvolvimento deste quadro. O presente estudo teve como objetivo fazer uma leitura acerca dos
fatores comportamentais envolvidos no quadro de obesidade e as possíveis intervenções diante deste,
na perspectiva da Análise do Comportamento.
No presente estudo optou-se por uma revisão bibliográfica onde foram efetuadas buscas em bases
eletrônicas como Scielo, MedLine, Lilacs e PePSIC e em periódicos eletrônicos nacionais na área da
Análise do Comportamento, que são eles: Revista Perspectivas em Análise do comportamento; Revista
Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva (RBTCC); Comportamento em Foco; Revista Brasileira
de Análise do Comportamento e, por sua grande relevância para a literatura analítico-comportamental
brasileira, as coleções de livros: Sobre Comportamento e Cognição e a coleção Ciência do
Comportamento: conhecer e avançar.
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O comportamento de comer em excesso pode ser desenvolvido ao longo da história de vida do indivíduo
e pode ter diversas funções. A falta de reforçadores positivos na história de vida do sujeito é um
importante fator para a instalação e manutenção do comportamento problema. A literatura tem
apontado para a importância do psicólogo de trabalhar com questões relacionadas às habilidades sociais
do sujeito obeso, bem como a facilitação do desenvolvimento do Automonitoramento e
consequentemente o autoconhecimento. A partir da análise do material selecionado, foram identificadas
algumas categorias de trabalho como a Formação de grupos com crianças obesas, bem como com os
familiares para facilitar a adesão ao tratamento; Análise das contingências do comportamento de comer;
Folha de registro alimentar; Treino de habilidades sociais; Autocontrole e Sistema de economia de fichas.
Em síntese, a partir da atual pesquisa, pode-se afirmar que as intervenções mais utilizadas pelos analistas
do comportamento brasileiros no tratamento da obesidade têm sido aquelas relacionadas aos Treinos
de habilidades sociais, a automonitoração e autocontrole, bem como formação de grupos tanto com os
pacientes e com a família desses indivíduos, tendo em vista que a instalação e manutenção da obesidade
podem ocorrer durante toda a história de vida do sujeito e o apoio da família é extremamente importante
neste processo.
Diante do exposto, constata-se que os analistas do comportamento no Brasil, muito embora, tenham
publicado diversos estudos acerca da obesidade, poucos tiveram como objetivo uma sistematização e
descrição detalhada dos procedimentos interventivos junto aos quadros de obesidade. Além disso, outro
fator que merece atenção é a ausência de estudos longitudinais com os pacientes, tendo em vista que
após o fim das intervenções, os estudos se davam por encerrados, deixando, portanto, a dúvida se tais
procedimentos seriam eficazes ao longo dos anos.
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Área de Estudo: Psicofarmacologia.
O USO INDISCRIMINADO DE RITALINA A PARTIR DO DIAGNÓSTICO IMPRECISO DE TDAH
JUDITH MARIA VASCONCELOS DA COSTA JUDITH MARIA VASCONCELOS DA COSTA
DARAH DA PAZ ARAÚJO JOSÉ MARIA NOGUEIRA NETO
INTRODUÇÃO O Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é pontuado, segundo a Associação
Brasileira do Déficit de Atenção(ABDA) como um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que
surge na infância e pode acompanhar o indivíduo durante toda a vida e é caracterizado por déficit de
atenção, inquietude e impulsividade, o que concorda com o DSM V, o TDAH “é um transtorno do
neurodesenvolvimento definido por níveis prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou
hiperatividade-impulsividade” (p. 32). Tendo em vista a expansão do diagnóstico de TDAH, busca-se
tecer uma crítica acerca da utilização padronizada de medicalização de crianças “para toda a vida”, e
uma crescente abrangência de diagnósticos fundados apenas em comportamentos sujeito-ambiente
mas que se utilizam de intervenções químicas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A pesquisa tem por metodologia a revisão narrativa da literatura, ou seja, não busca esgotar o
conhecimento acerca do tema e sim levantar questionamentos para futuros trabalhos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Como sabemos, o diagnóstico de TDAH é baseado em aspectos comportamentais da criança como
hiperatividade ou impulsividade, sendo feito este diagnóstico com base nos manuais oficiais que,
segundo Whitaker, estão cada vez mais elásticos e inclusivos (PANDE; AMARANTE, 2017). Desde a
constituição do TDAH como um diagnóstico psiquiátrico na década de 70, é presenciado uma expansão
desta categoria que não parece ter limites internos nem externos, geralmente associado ao baixo
desempenho escolar, fato que contribui para que, a partir deste momento, seja criada uma explicação
biológica para as dificuldades cotidianas (ORTEGA, et al, 2010).
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O TDAH parece possuir diversos fatores genéticos, biológicos, ambientais e sociais (SANTOS;
VASCONCELOS, 2010), embora não se tenha encontrado pesquisas que comprovem a questão
genética e biológica do transtorno. Acredita-se que a parte biológica da doença seria decorrente de
uma quantidade insuficiente de neurotransmissores (dopamina e noradrenalina), o que geraria uma
disfunção cerebral (SANTANA, 2016). A intervenção usualmente prescrita, portanto, é o cloridrato
de metilfenidato, popularmente conhecida como Ritalina, sendo esta, segundo Ortega, et al (2010)
o estimulante mais vendido no mundo. Segundo a bula do medicamento, a Ritalina constitui um
estimulante fraco do sistema nervoso central com destaque nas ações neurológicas, possuindo um
mecanismo de ação não muito elucidado, mas acredita-se que seu efeito seja decorrente da inibição
da recaptação de dopamina e noradrenalina, permitindo que estes neurotransmissores permaneçam
mais tempo na fenda sináptica (NOVARTIS, 2018).
Embora se defenda que há medicamentos capazes de combater transtornos mentais, se vê cada vez
maior o número de diagnósticos, sem ser notável uma redução dos mesmos a partir da administração
dos fármacos (PANDE; AMARANTE, 2017). Ainda segundo os mesmos autores, sabe-se que a
utilização de “drogas psiquiátricas” alteram, muitas vezes de maneira irreversível, o funcionamento
do cérebro. Apesar disso, a partir da comparação histórica de Whitaker, entre os anos de 1955 a
2007 mostram que o prognóstico dos transtornos mentais de adultos e crianças só pioram após a
revolução psicofarmacológica, demonstrando um conflito de interesses de indústrias farmacêuticas
de cronificação de quadros psiquiátricos e não de busca de cura.
CONCLUSÃO A utilização de medicamentos é sempre uma solução muito requisitada por aqueles que procuram o
alívio de sintomas e/ou a “cura” imediata. Em muitos casos de TDAH, a medicação deve ser entendida
como uma terapêutica importante, porém não exclusiva. É de suma importância para o auxílio do
tratamento outras terapias, pois deve ser levado em conta os fatores sociais, ambientais e culturais
do contexto que o sujeito está envolvido. Vê-se uma crescente modificação dos parâmetros
diagnósticos baseados no comportamento humano e sendo ministradas contraditórias intervenções
farmacológicas que são padronizadas para o diagnóstico de TDAH. Formulados a partir do
comportamento sujeito-ambiente estes comportamentos também podem ter explicações a partir
desta interação e consequentemente tratamentos que se baseiem nesta relação e não simplesmente
farmacológicas.
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REFERÊNCIAS
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. DSM-V.
SANTOS, L. F.; VASCONCELOS, L.A. Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade em Crianças: uma Revisão Interdisciplinar. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v.26, n.4. p. 717-724, 2010.
ORTEGA, F; BARROS, D; CALIMAN, L; ITABORAHY, C; JUNQUEIRA, L; FERREIRA, C. P. A Ritalina no Brasil: produções, discursos e práticas. Interface-Comunicação, 2010.
SANTANA, A. P. TDAH e medicalização: Implicações neurolinguísticas e educacionais do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. Rita Signor. Editora Plexus, 2016.
NOVARTIS. Bula da Ritalina. Consultado em 18 de Setembro de 2018.
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Área de Estudo: Psicologia.
BREVES CONCEITOS DE SARTRE NA PSICOLOGIA
CARLOS VITOR ESMERALDO ALBUQUERQUE BESERRA
EVANDRO MAMEDE MOREIRA JUNIOR
INTRODUÇÃO O estudo tem como objetivo apresentar alguns dos conceitos fenomenológico-existenciais da teoria
sartreana, e como tais noções se aproximam da psicoterapia com base fenomenológica, intentando
elucidar a forma como esse filósofo se aproximou dos temas e de uma percepção de homem das
abordagens ditas humanistas. Ainda é válido salientar que a proposta do trabalho diz respeito a uma
breve amostra da teoria sartreana e de seu diálogo com a fenomenologia-existencial na psicologia,
podendo, desse modo, articular saberes e propor a discussão em meio a conceitos de corpo, projeto,
consciência, que é: Para-si e Em-si. Também temas como para-outro, má-fé e temporalidade, todos
com possíveis interfaces à psicologia. Deixando em boa parte do trabalho os questionamentos
formulados através dos conceitos que motivaram a feitura desse texto, para que se tente entender
se Sartre pode ou não contribuir para a psicoterapia em sua teoria e prática.
Portanto, desdobrar os conceitos da teoria desse autor, buscando correlacioná-las com os processos
da psicologia, se faz uma tarefa dentro dessa pesquisa, maximizando a filosofia existencial que há
dentro da psicologia humanista, mas, também, em seu todo filosófico, desejando demonstrar a
probabilidade de andarem juntas no fazer psicologia.
METODOLOGIA A metodologia proposta no trabalho, foi uma revisão bibliográfica na qual foi feita uma pesquisa em
diversas obras do autor e de alguns comentaristas, dentre elas, selecionou-se as obras de Sartre: O
existencialismo é um humanismo, A náusea; Já dos releitores, utilizou-se a Trilogia da existência de
Erthal, e obras de Colette e Cox (Existencialismo e Compreender Sartre) e alguns artigos símiles ao
tema, para auxiliar no diálogo dos textos. Não obstante, se fez uma correlação com a psicologia,
resultando em uma comum articulação entre psicologia e filosofia, mais especificamente em Sartre.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Para Sartre, o corpo é, eminentemente, da ordem do ser, isto é, o próprio ser humano, total,
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coalescente, íntegro e inseparável, porém facilmente objetificado e dicotomizado pela cultura. Por
outra forma, um ser vivente que tem em sua existência a denotação única de experienciar material e
psiquicamente os fatos do mundo.
Dentro desse processo, o projeto de ser humano é visto a partir do polo da consciência que não pode
eximir-se de sua temporalidade (presente, passado, futuro) tampouco de sua autenticidade caso
queira efetivamente apreender o fato vivido. Nesse intuito, os modos de se relacionar estando no
mundo são para-si e para-outro, cabendo nessa intersecção o relacionamento consigo próprio e com
os demais seres que habitam a terra, engajando-se nelas através do contato humano.
Desse modo, a psicologia analisará esse indivíduo clinicamente a partir de suas demandas que gerem
angustia e liberdade de escolha, podendo assim superá-las ou conviver em má-fé, conceito este que
indica o viver incongruentemente no que concerne ao arbítrio acerca do fenômeno vivido. Dessa
forma, esse vivenciar para adaptar-me aos olhos dos outros, conjura o conceito de má-fé sartreano,
ou interpretação de um comportamento para habituação e contemplação externa, afastando-se do
que é para o indivíduo particularmente, desejo de fazer, e intento consciente de estar em determinada
situação, fato comum ao homem pós-moderno que adoece em prol de uma vida regada de afazeres,
que quase nenhum, diz respeitam a suas vontades.
CONSIDERAÇÕES FINAIS A psicologia sartreana, se faz ímpar em sua maneira de avaliar o ser no mundo, mas sua ontologia e
modo de investigar o homem, são tão congruentes com a psicologia fenomenológica existencial,
quanto o é, a de Heidegger e Husserl. Nesse entendimento, Sartre foi objeto de estudo e
desenvolvimento de comparação teórica, já que, diante do exposto, considera-se que a abordagem
sartreana na psicologia, é algo ainda em estudo, mas que, apesar da incipiência, tem construção
viável para que se obtenha posicionamentos favoráveis ao estudo clínico de homem.
Nesse sentido, a psicologia aqui tratada, apesar do reconhecimento teórico ainda se faz uma incógnita
em sua prática interventiva dentro da clínica, cabendo a discussão para tentativa de saneamento
dessa problemática.
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Área de Estudo: Psicologia Aplicada às Deficiências.
O ESTIGMA SOCIAL DO ESPECTRO AUTISTA: RELATO DE EXPERIÊNCIA NO CONTEXTO DA PSICOLOGIA ESCOLAR
ÍRIS DOS SANTOS TIMBÓ
INTRODUÇÃO O referente trabalho procura abordar a relação e os impactos existentes entre o estigma social
frente ao espectro autista e as construções do lugar da diferença nele encontrado. Abordando assim,
a construção multifatorial que circunda a condição humana em diferentes dimensões na qual o
profissional da psicologia está inserido como facilitador dos processos existentes entre o sujeito que
apresenta autismo e meio social, no ambiente escolar. Quando abordamos a questão do estigma
social, trazemos a perspectiva do que foge à regra da dita normalidade e subserviência dos padrões
sociais, trazendo consigo características opostas a grande maioria, ou seja, aquilo que ocupa o lugar
da diferença. É nessa perspectiva que indagamos como o autismo é visto e trabalhado no meio social
escolar, se o mesmo pertence a um lugar da diferença, aquilo que é silenciado a lugar para a exclusão,
ou não. Entretanto, aqui procuramos compreender como acontece as relações multidimensionais do
espectro autista dentro do contexto escolar, e elucidar como o mesmo é vivenciado e trabalhado pela
dinâmica escolar, tenda em vista a importância da práxis psicológica como promotora efetiva de
formas vivenciais engajadas e não estigmatizadas. Assim, o objetivo central do trabalho, é
compreender a construção do espectro autista frente ao estigma social no contexto escolar, e como
que a prática do profissional da psicologia está inserida como promotora ou não da prática
estigmatizante e do lugar da diferença.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Por meio da perspectiva qualitativa, foi possível realizar uma pesquisa de dados literários a respeito
do espectro autista, estigma social e a prática psicológica, além da observação ativa dos processos
sociais e relacionais do autismo no contexto escolar, tendo em vista que o referente trabalho aborda
o relato de experiência de uma estagiária de psicologia que é acompanhante terapêutica de um
adolescente autista no contexto escolar.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Durante a experiência de estágio a mesma tem se apresentado de forma angustiante, por trazer
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consigo uma construção cristalizada do modelo de ensino não adaptado para o adolescente autista,
trazendo em meio das relações de convivência escolares, um local da diferença e conformismo com
poucos recursos ou com as baixas tentativas de implantar projetos que sejam positivos para a
inserção ativa e típica do adolescente com o seu envolto. Proporcionando um sentimento de
impotência frente as dificuldades e barreiras encontradas no ambiente escolar, como reclusão,
conformidade, onde muitas vezes o espectro autista sofre com a estigmatização da diferença em
questões multidimensionais. Assim, cabe uma reflexão de como deve ser trabalhado as questões que
envolve o espectro autista enquanto meio um lugar sim da diferença, mas que é rodeado de
possibilidades e perspectivas, tendo em somatório ao ambiente escolar a prática psicológica em um
lugar de não estigmatização dos processos envoltos da condição autista.
CONCLUSÃO Portanto, é válido ressaltar a construção do ambiente escolar juntamente com a práxis psicológica
como não estigmatizante dos processos de desenvolvimento do sujeito autista, tendo em vista a
proposta de socialização e vivencia de formas tipicamente corriqueiras para o seu crescimento
pessoa, social, cultural e estudantil.
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Área de Estudo: Psicologia Clínica.
ESTUDO DE CASO CLÍNICO NA PERSPECTIVA DA GESTALT-TERAPIA: VÍNCULO E INTERVENÇÃO NA EXPERIÊNCIA DE UMA PSICOTERAPEUTA
INICIANTE
SILVIA GILDETE MARIA ALVES ROSA DUARTE
GLAUBER PINHEIRO BARROS JULIANA MORAIS RODRIGUES
PATRICIA MENDES LEMOS
A investigação em questão trata-se de um estudo de caso clínico. Referente à experiência de
condução de psicoterapia de uma mulher, de 25 anos, cujo caso está em acompanhamento psicológico
por estagiária do décimo semestre de Psicologia na Clínica de Psicologia Aplicada, sob supervisão,
com enfoque teórico da Gestalt Terapia. A cliente foi criada por pais separados, tendo apresentado
em sua história uma relação conflituosa com a mãe e com a avó materna. Sofreu abuso sexual na
infância. Vivencia religião católica praticante. Em psicoterapia, esboçou como uma queixa inicial o fato
de não conseguir se relacionar afetiva e sexualmente com homens. A cliente vem sendo atendida há
cerca de oito meses pela estagiária atual, tendo passado por outras terapeutas anteriormente, as
quais recebiam orientação da mesma supervisora na condução do processo. O estudo visa apresentar
os resultados parciais da psicoterapia, reavaliando a queixa, destacando o manejo, as intervenções
utilizadas, assim como os estágios de avanço e estagnação da psicoterapia. Assume relevância por
abordar e aprofundar o atendimento psicoterapêutico na experiência do psicoterapeuta iniciante,
contribuindo a análise de aspectos caros à formação do psicólogo em sua atuação clínica.
Adotamos como procedimentos metodológicos o estudo de caso clínico, que consiste numa rica
ferramenta de investigação científica, por analisar elementos de uma unidade aprofundadamente,
além da abordagem gestáltica como possibilidade de leitura do desenvolvimento da cliente na relação
terapêutica e de intervenção frente ao seu sofrimento psíquico.
A cliente demonstrou pontualidade e comprometimento com o processo. Em algumas sessões narrou
sobre as evoluções pessoais relacionadas aos processos anteriores, tais como: o fato de ter
conseguido pôr fim a um relacionamento insatisfatório, mudanças nas relações com os colegas de
trabalho (antes vividas com distanciamento e conflito), a conquista de estar morando sozinha, a
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melhora considerável na relação com mãe, com a diminuição das discussões e frustrações antes
vivenciadas com frequência. Foram utilizadas como estratégias interventivas atividades artísticas
(pintura a dedo, músicas), com vistas à facilitação da awareness, ou seja, a consciência organísmica
da intencionalidade da cliente, por meio da exteriorização de sentimentos e do autoconhecimento. A
tomada de consciência gradativa de si oportunizou a cliente o retorno à convivência com o ex-
namorado, sem a presença de sentimentos de culpa, ódio, rancor, outrora presentes. A cliente teve
a percepção de que o mesmo funcionava em sua experiência como a “projeção do homem ideal” que
ela havia desenhado para si. Percebemos ainda essa tomada de consciência acerca da imagem de
mulher que a cliente achava que deveria ter, sobre as condutas que deveriam ter como base as
referências da avó e da mãe (introjetos psicológicos). Embora permaneça sendo doloroso acessar
conteúdos específicos da infância, destacamos o uso da técnica cadeira vazia em dado ponto do
processo, que trouxe a possibilidade de a cliente entrar em contato com seu self infantil e
compreender os sentimentos de culpa presentes no aqui e agora, completando o clico do contato, na
vivência da interiorização e ressonância das suas palavras.
Inferimos que, no processo psicoterapêutico, quanto mais estamos conscientes de quem nós somos,
de como fazemos e como atuamos no meio, quanto mais estamos conscientes de nossas sensações
corporais, de nossa relação figura-fundo, do nosso entorno, mais podemos assumir a responsabilidade
pelas nossas escolhas. A cliente tem saído, gradativamente de sua posição de engessamento
existencial, por meio da conscientização e do contato. Pela ótica do terapeuta iniciante, percebemos
o nosso próprio tatear na criação de condições que potencializem o processo do outro, o
desenvolvimento de suas habilidades e mudanças. A abordagem gestáltica tem se mostrado um
caminho eficaz de apreensão da totalidade do campo, numa visão de complexidade que permite o
estabelecimento de uma teia de relações que transformam e resignificam a experiência do outro.
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Área de Estudo: Psicologia Clínica.
DE QUEM SE TRATA, QUANDO SE TRATA DE UMA CRIANÇA? UMA REVISÃO DE LITERATURA SOBRE A CLÍNICA PSICANALÍTICA INFANTIL
MARIELENA DE BARROS FELISBERTO
EUDES DUARTE
INTRODUÇÃO A prática clínica infantil constitui-se com um desafio para o psicanalista, embora a psicanálise seja a
clínica do sujeito, a clínica com crianças nos coloca diante de algumas questões, como por exemplo,
de quem se trata, quando se trata de uma criança? Quanto mais pais e filhos estão implicados entre
si, mais se percebe que um pode estar falando no “lugar” do outro. Assim, a questão de saber se o
psicanalista infantil deve ou não receber os pais, ou se estes devem ou não aparecer na cena analítica,
remete a pensar sobre o manejo no atendimento infantil. Destacando que os pais procuram
atendimento, quando a criança apresenta algum sintoma, que pode ser próprio da criança, mas
também esse sintoma pode vir para denunciar questões próprias dos pais. Essa pesquisa se justifica
pela necessidade de se produzir conhecimento sobre essa temática que é repleta de particularidades
e tem por objetivo refletir sobre o atendimento clínico infantil sob as lentes da Psicanálise, partindo
de uma breve compreensão histórica, fazendo uma revisão das teorias psicanalíticas sobre a criança.
METODOLOGIA Trata-se de revisão bibliográfica, abordando diferentes autores clássicos sobre o atendimento infantil,
possibilitando a comparação das distintas visões teóricas dentro dos conceitos psicanalíticos, tais
como as de Manonni, Ana Freud, Klein e Winnicott e entre outros.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Para Lacan (1969) o sintoma da criança é capaz de responder pelo que há de sintomático na estrutura
familiar. Lacan remete à questão da relação entre a estrutura familiar e o sintoma da criança, onde
existe a possibilidade de uma apropriação sintomática da criança através de suas produções
fantasmáticas, ou de um assujeitamento ao desejo do Outro. Já para Manonni (1967/2003), os pais
estão sempre implicados, de certa maneira, nos sintomas trazidos pela criança. A autora pontua que
é raro que não se perceba, por trás de um sintoma infantil, certa desordem familiar. Dolto (1988)
compreende que a criança encarna e presentifica através dos seus sintomas, as consequências de
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um conflito vivo, familiar ou conjugal, camuflado e aceito por seus pais. Outro ponto que merece ser
destacado quanto à clínica infantil diz respeito a quem é o paciente. De acordo com Siencman (2000),
uma das principais diferenças desta clínica (da infância) é o fato de que não se sabe, a priori, quem
será o paciente: a criança ou os pais, uma vez que esta criança vem de um meio social específico e
de uma família particular, sendo produto desta. Esta autora ainda define que é preciso que o terapeuta
“desvende” a quem diz respeito o sintoma que a criança carrega. Neste caso percebe-se que o
trabalho com a criança e com os pais é muito importante. A família é o espaço em que a criança deve
se sentir protegida e amada, mas nem sempre as famílias apresentam condições mínimas para um
desenvolvimento sadio dos filhos. Os sintomas trazidos pela criança podem refletir aspectos da
dinâmica familiar, sintomas que denunciam que algo não vai bem. Compreende-se então, que no
atendimento infantil, é necessário que os pais façam parte da cena analítica. Ao recebermos uma
criança para avaliação, não a recebemos de forma isolada, mas todo o meio no qual esta está inserida.
E todas estas vertentes se tornam fatores importantes, até mesmos decisivos, para o sucesso ou
fracasso da analise. Tendo em vista que em decorrência da sensibilidade de muitas crianças, estas
podem nomear a doença da família, tornando-se depositárias de um fardo que não necessariamente
lhes cabe.
CONCLUSÃO Este trabalho buscou possibilitar uma melhor compreensão acerca das diferentes formas de manejo
clinico no atendimento infantil. Diante da literatura encontrada conclui-se que durante a escuta
analítica de crianças, torna-se imprescindível à escuta dos pais, uma vez que, para que se sintam
também acolhidos e entendidos, o tripé paciente – terapeuta – família há que ser preservado.
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Área de Estudo: Psicologia Clínica.
CONSIDERAÇÕES SOBRE O SILENCIO NA CLÍNICA PSICANALÍTICA
LAURA AUGUSTA AGUIAR ANDRADE COSTA
LEANDRO FEITOSA LIMA EUDES DUARTE FILHO
INTRODUÇÃO É comum notar que alguns de nossos pacientes insistem em permanecer em silêncio quando estão
na presença do analista. Tal caso foi primeiramente interpretado por Freud como sendo uma condição
do paciente estando sob o domínio de uma ideia que se liga à pessoa do médico ou a alguma coisa
relacionada com este último. Dada essa explicação, o obstáculo é superado, ou, pelo menos, a
ausência de associações, se transforma em recusa de falar. Atualmente entende-se que tal conceito
mantem relação com a pulsão de morte. No entanto a questão do silencio na clínica psicanalítica ainda
se configura como um provocador de inquietações a serem problematizadas. Portanto o presente
trabalho tem como objetivo destacar os principais momentos epistemológicos sobre o silêncio,
articulando tal conceito a outros, como o de pulsão e o de compulsão à repetição.
MÉTODO Para isso, fez-se necessário um retorno aos textos e ao rigor de Freud, através de elementos
encontrados em suas produções, caracterizando a pesquisa como eminentemente bibliográfica.
RESULTADOS E DISCUSSÃO No texto tratamento psíquico (1890), Freud coloca que o tratamento psíquico se dá pela palavra e
que opera a partir da alma. Dirige-se a “perturbações anímicas ou corporais, com recursos que, de
maneira primária e imediata influem sobre o anímico do homem”. Se a cura se dá pelas palavras o
que fazer quando o analisante insiste no silencio? No texto O estranho, de (1919) Freud denota a
inquietante estranheza emanada do silencio, postulando que é por meio dele que o sujeito se liga a
angustia infantil. Pereira (2009) ressalta que esse silêncio, inominável, indizível, por ser passível de
contato e de experiência, torna o sujeito seu protagonista. O silêncio primordial não tem objeto mas
tem, porém, sujeito. É importante perceber que esse silencio mantem relação com a repetição. No
texto de (1920) Além do princípio de prazer, Freud postula que a compulsão a repetição é forte o
bastante para desrespeitar o princípio de prazer, portanto nesse momento a compulsão a repetição
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assume as características de uma pulsão propriamente dita.
CONCLUSÃO O silencio faz parte da realidade da clínica psicanalítica, cabe então ao analista responsabilizar-se
suportando ou lidando com suas resistências. Não é o fato do paciente estar em silencio que não lhe
permita perlaborar, pois somente em silencio diante de um outro e que ele será capaz de se
confrontar com aquilo que lhe é mais estranho.
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Área de Estudo: Psicologia Clínica.
PSICOTERAPIA E O CRESCIMENTO PESSOAL COMO PROCESSOS: ESTUDO DE CASO SOBRE DEPRESSÃO NA ABORDAGEM GESTÁLTICA
BIANCA MARIA LIMA CARDOSO
PATRÍCIA MENDES LEMOS O transtorno depressivo apresenta-se nos atendimentos psicoterapêuticos como queixa inicial da
cliente, estando associada ao sentimento de tristeza, apatia, baixa autoestima, comportamentos de
isolamento e de autolesão, e mesmo as disfunções de apetite, de sono, e de funcionamento diário.
Na Gestalt-terapia, esse conjunto de sintomas vai além da sintomatologia geral, tratando-se de uma
forma de funcionamento e ajustamento que o sujeito lança mão frente ao meio que está inserido, uma
disfunção do contato com os outros. Objetivamos apresentar os resultados parciais do processo de
acompanhamento psicológico, destacando o caráter processual da psicoterapia na constituição da
relação terapeuta-cliente, bem como do crescimento processo dela decorrente. A relevância do
estudo está em permitir o aprofundamento da compreensão da dinâmica de funcionamento da cliente,
bem como a condução do processo pela psicoterapeuta.
Utilizou-se o método de investigação empírica no modelo de estudo de caso, dentro da abordagem
qualitativa de pesquisa, que visa a análise de uma unidade aprofundadamente. A análise e leitura do
caso foram realizadas na perspectiva da Gestalt-Terapia, tendo como unidade de estudo um caso
atendido na Clínica Escola do Centro de Psicologia Aplicada (CPA).
O caso escolhido foi de uma mulher, de 20 anos, que foi acompanhada em psicoterapia individual, com
orientação e supervisão em abordagem gestáltica, durante um período de aproximadamente seis
meses. Neste período, foi possível perceber a importância da psicoterapia, e o modo como as
intervenções nessa abordagem possibilitaram construir com o sujeito um espaço para mudança e
crescimento frente ao seu funcionamento experienciado como depressão.
As queixas iniciais apresentavam-se ligadas a conflitos familiares vividos com a figura paterna,
principalmente relacionados a identidade da cliente, e as expectativas que ambos (pai e filha)
sustentavam nessa relação. Ainda a uma dificuldade de estabelecer contato com o meio de maneira
que considerasse mais saudável para si – sem o retraimento que sentia, ou o sentimento de timidez
presente.
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Percebemos a introjeção que seu organismo sustentava com o ambiente, principalmente nos contatos
que estabelecia com a figura paterna, em cuja relação “engolia” todas as projeções que o pai dirigia
para ela, trazendo para si discursos e percepções de como precisaria se comportar, ser, tentar e
conseguir. Tal processo de engessamento no movimento introjetivo foi tornando suas funções de
contato adoecidas, quando pensamos também em outras experiências suas, como a forma que
percebia sua autoestima, como se posicionava no mundo, e como lidava com essas interações e as
ajustava ao seu funcionamento. Os primeiros passos interventivos buscaram a saída da passividade
para a atividade, num ato de busca da conscientização das demandas que trazia inicialmente, e
identificação da dinâmica de funcionamento que tinha frente a terapia e aos seus processos de
mudança.
O seu crescimento foi-se se apresentando como um processo de awareness, ao mesmo tempo em
que a cliente reconhecia em si os sintomas e buscava formas de lidar com aquelas experiências,
mudando-as de acordo com o suporte que ia desenvolvendo em si durante a terapia. Utilizamo-nos
de intervenções que buscavam na cliente uma reflexão sobre aquilo que era dito por si mesma, e de
descrições e utilizações de metáforas para criar espaço no surgimento de possibilidades de criação,
além de pontuações de fechamento, acordadas com a cliente, para que pudéssemos criar uma
compreensão e direcionamento à energia de seu funcionamento.
A Gestalt-terapia mostrou-se uma ferramenta relevante na condução do processo, a partir da
constituição da relação de autenticidade entre terapeuta-cliente, a qual foi fundamental no sentido
de abordar a cliente como uma totalidade. Assim como para intervir no sentido de mexer com o que
estava estagnado, questionar o que era aceito como dado pelo meio, num processo de reflexão das
experiências como únicas e inéditas, buscando a mudança dessa dinâmica interpessoal, e dos
mecanismos de contato aprendidos.
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Área de Conhecimento: Psicologia Clínica.
ESTUDO DE CASO: A IMPORTÂNCIA DAS FUNÇÕES PSICOLÓGICAS SUPERIORES PARA O POTENCIAL DE VIDA E O NÚCLEO SAUDÁVEL DO
DESENVOLVIMENTO DO SUJEITO
MARIA CREUSA DE ASSIS VASCONCELOS SILVA
VERÔNICA FERREIRA CÉSAR GIZELIA FERNANDES DOS SANTOS
ARTUR BRUNO FONSECA DE OLIVEIRA
INTRODUÇÃO Este trabalho objetiva abordar as funções psicológicas superiores e as possibilidades de identificar, a
partir do processo terapêutico, o núcleo saudável e o potencial de vida do sujeito. Estas funções
podem ser: memória, criatividade, atividade, pensamento e consciência. Antes de qualquer discussão
é válido discorrer como o desenvolvimento do homem se configura. Este se constitui num processo
de apropriação do meio cultural, de modo que o que está fora se converte em processos psíquicos.
Segundo Molon (1995), a noção de conversão pressupõe o processo de superação e de mediação,
pois diz respeito à conversão de algo do âmbito social que se torna constituinte do sujeito. Assim, as
funções psicológicas eram, a princípio, funções sociais (VIGOTSKI, 1983). A existência de funções
psicológicas superiores não nega que há um funcionamento cerebral basilar para a constituição delas,
principalmente a consciência. Há uma compreensão neuropsicológica na Psicologia Histórico-Cultural.
Então, é importante que saibamos como se dá o funcionamento cerebral, visto que as relações entre
os sujeitos produzem afecções que são registradas cerebralmente. Além disso, é importante
considerar que todo o psiquismo, e, portanto, todas as funções psicológicas superiores, se
constituem num conjunto integrado e articulado (VIGOTSKI, 1983). Os processos de sofrimento são
sinalizados para um desarranjo dessas funções, de modo que elas não se encontram articuladas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Este trabalho é fruto de um estudo de caso atendido no Estágio em Psicoterapia na abordagem
Histórico-Cultural. Tal estudo propiciou as articulações teóricas acerca do desenvolvimento das
funções psicológicas superiores e sua relação com a saúde mental. A pessoa atendida será
denominada por “A”, neste trabalho.
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RESSULTADOS E DISCUSSÕES Podemos entender muitas questões que são trazidas por “A” nas sessões a partir de sua história de
vida. Diante de uma história marcada pelas intromissões de pessoas, “A” desenvolveu uma fragilidade
na função da consciência, a qual diz respeito à capacidade de ser um outro para si mesmo, ou seja,
de ser sujeito e refletir sobre seus processos (VIGOTSKI, 1982). Por exemplo, ela apresenta
dificuldade de compreender que ela também é responsável pelas suas escolhas e não somente o
outro. Entretanto, com as mediações na psicoterapia, ela pôde se responsabilizar por sua vida,
desenvolvendo um potencial de vida. Durante o processo terapêutico para A. a função superior
motivação está muito fragmentada, na verdade, todas as funções: consciência, criatividade,
pensamento e atividade estão desconectadas das demais e entre si. Pois para ela, tudo está no plano
do que os outros acham e não o que ela de fato pensa e o que faz sentido para ela mesma, e isso
acaba prejudicando em suas ações, por vezes não tendo consciência do que de fato vivencia e assim
não tendo criatividade para perceber suas próprias ações, pois sabemos que o sujeito é fundante do
social, ou seja, recebe esta influência do contexto, mas o sujeito também tem a capacidade de
controlar suas próprias condutas, existe uma escolha neste processo dialético. Sendo visível o
raciocínio abstrato como esta função superior mais íntegra, assumindo a função de potencial a
mudanças do sujeito e das demais funções e assim priorizarmos o núcleo saudável e o potencial de
vida.
CONCLUSÃO Ressalta-se aqui um ponto importante da Psicologia Histórico-Cultural: o sujeito desenvolve-se com
a ajuda do outro (VIGOTSKI, 2007). Ou outro, então, pode colaborar com a integração psíquica,
porém sabendo que este sujeito também é autônomo de suas escolhas, no qual faz parte deste
processo, por isso foi de extrema importância analisar no caso da A. qual função psicológica superior
estava fortalecida Para a partir dela podermos potencializarmos o desenvolvimento das demais
funções fragilizadas.
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Área de Estudo: Psicologia Clínica.
O ESTABELECIMENTO DA TRANSFERÊNCIA NO CONTEXTO INSTITUCIONALIZADO DOS SERVIÇOS ESCOLA
BRUNA CLAUDIA MONTEIRO ALVES ISADORA VASCONCELOS BRANDAO
EUDES DUARTE FILHO
INTRODUÇÃO As clínicas escola contemplam inúmeras atividades, com objetivo de ofertar atendimento gratuito à
população que necessita deste, mais que não possui renda para custear um tratamento psicológico.
No entanto para aqueles que tomam como base os pressupostos da psicanálise realizar atendimentos
em serviços institucionalizados implica diretamente no fazer desse profissional que pauta-se numa
ética psicanalítica, exigindo deste uma maior articulação para que a lógica institucionalizada desses
serviços não venha dificultar o estabelecimento da transferência entre analista e analisante, ponto
de fundamental importância para que a analise ocorra. Entretanto ao passo que esses locais fogem
do proposto nos consultórios particulares, em contraposição esta vê se adaptando a essa realidade
ao modo que trata de dois dos três pilares primordiais para a formação do analista: supervisão e o
estudo teórico alem de manter os pressupostos básicos na condução do tratamento: associação
livre, atenção flutuante e o manejo pela transferência. Mas ate que ponto as regras impostas pela
instituição atrapalha a condução do tratamento? Desse modo essa pesquisa tem como objetivo trazer
como pode ser dar o manejo da transferência nos serviços escolas. Sendo de grande relevância para
o âmbito acadêmico por se tratar tanto da realidade de muitos estudantes como de psicanalistas que
atuam nos serviços de assistência, alem de estudiosos que se interessarem pela temática.
METODOLOGIA A pesquisa tem por metodologia a consulta às obras de Lacan e Freud e artigos nacionais sobre a
temática em plataformas com Pepsic, Google acadêmico e Scielo, possuindo como método de inclusão
artigos com descritores: transferência, psicanálise, instituição, serviços escolas. E como método de
exclusão artigos que não tenha nenhum dos descritores citados a cima ou que não aborde a
psicanálise como base teórica.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO A transferência é um termo que faz parte de obras freudianas desde muito tempo, sendo hoje
interpretada como uma atualização de complexos amorosos da infância em relação ao analista, fato
este que possibilita o acontecimento da analise ao mesmo tempo que provoca resistência, ao passo
que enquanto mais a analise aproxima-se do objeto desejado mais isso se torna doloroso para o
mesmo, fazendo com que sua repulsa por não querer saber sobre de que se trata seu sintoma
aumente. Assim, mais adiante Freud trata a transferência enquanto um processo de repetição, do
qual o analisante tente a repetir com o analista o modo como se relaciona com o Outro. No entanto
quando se atendente em serviço escola este impõem regras sobre como deve ser conduzido o
tratamento com o usuário o que muitas vezes inviabiliza o estabelecimento transferencial.
principalmente pelo fato de nos serviços escola ser colocado uma terceira ou quarta pessoa na
relação, já que o estudante não possui a autonomia de responder por ele mesmo, alem do qual, por
ser um serviço vinculado a uma faculdade antes de se estabelecer qualquer relação analisa- analisante
se é estabelecido relação com a instituição.Dessa maneira o manejo da analise vai contra as regras
impostadas pela universidade, uma vez que o ato analítico pauta-se no método da associação livre,
no qual se tem essa liberdade de ocorrer a qualquer momento uma reviravolta no caso, sem
pressuposições e na instituição em contra mão baseado em um discurso cientifico faz objeção a um
controle a respeito dos casos. O que traz serias implicações aos acadêmicos que realizam esse
trabalho uma vez que estes tem que tomar como base a ética psicanalítica são cobrados a agir de
forma objetiva pela academia.
CONCLUSÃO Conclui-se a partir das leituras realizadas que apesar das leis institucionais ir contra a ética da
psicanálise, onde o aluno fica entre responder questões burocráticas e na condução pautada pela
clinica do desejo, essa não impede de todo modo que o ato analítico seja realizado dentro desses
serviços escola, e que apesar de haverem empecilhos para o estabelecimento da relação
transferencial entre analista e analisante, esta ainda e possível tendo em vista que a mesma pode
ocorrer por meio do dispositivo analítico, que implica numa ética e postura bem definida por parte do
analista.
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Área de Estudo: Psicologia Clínica.
CONTRIBUIÇÕES E PERCEPÇÕES DA PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL SOBRE A DEPRESSÃO
CLARA MORGANA JANUÁRIO SOUSA
JORIELLA ARAÚJO DE OLIVEIRA ARTUR BRUNO FONSECA DE OLIVEIRA
INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo tecer reflexões acerca da depressão a partir da Psicologia
Histórico-Cultural. O transtorno depressivo tem sido compreendido e diagnosticado, mesmo sendo
amplamente discutido em diversos campos da saúde mental, de modo homogêneo e reducionista. Por
vezes, os aspectos sociais e históricos não são considerados, abrindo espaço para um processo de
biologização do homem (OLIVEIRA; GOULART; GONZÁLEZ REY, 2017). A Psicologia Histórico-Cultural
vai na contramão desse entendimento, pois compreende o homem como sedo constituído a partir das
relações mediadas que estabelece com o meio, nas quais age neste modificando-o e é modificado
nesse processo. O homem é compreendido, então, em seu processo dinâmico de apropriação e
criação da realidade (OLIVEIRA; GOULART; GONZÁLEZ REY, 2017). Essa característica ajuda a
entender os processos depressivos, como será abordado a seguir.
METODOLOGIA A pesquisa é qualitativa sendo utilizada como coleta de dados a revisão de literatura, além das análises
dos registros das sessões e das supervisões do Estágio em Psicoterapia Histórico-Cultural, realizado
na Faculdade Luciano Feijão. Segundo Minayo (2008), a pesquisa qualitativa tem relevância para a
aumentar o conhecimento clínico e melhorar a qualidade de atendimento. Ela se torna adequada de
modo que a compreensão do fenômeno que são estabelecidos por meio de ligações, conceitos,
crenças e comportamentos. O trabalho foi realizado através de uma revisão de literatura, foram
pesquisados artigos nas plataformas PsycINFO, Scielo e Pepsic a partir dos descritores: Depressão
–clínica, depressão na perspectiva Histórico-Cultural.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Primeiramente é importante ressaltar que, para a Psicologia Histórico-Cultural, a compreensão da
dinâmica psíquica total do paciente e de seu modo de vida se constitui numa abordagem mais
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relevante do que focar na suposta doença em si.
Desse modo, os sintomas são desenvolvidos de um conflito base, uma tensão entre as condições
objetivas de vida e as condições subjetivas configuradas para lidar com as exigências das primeiras.
Entende-se por isso, que o meio social que os rodeia e no qual estão inseridos, é também gerador de
sofrimento psíquico (SILVA, M.A.S, 2014). Pois, muitas vezes, a pessoa se encontra impossibilitada
de superar, de modo saldável, as condições objetivas colocadas pelo meio.A depressão expõe, então,
certa apatia frente às exigências das condições objetivas de vida. Vê-se constantemente a crença de
que nada se pode fazer para mudar a si mesmo e essas condições, que parecem postas. O sujeito se
destitui da sua capacidade de intervir no meio, a qual lhe é própria. A pessoa se vê incapacitada para
gerar alternativas de subjetivação em relação à situação de sofrimento atual (OLIVEIRA; GOULART;
GONZÁLEZ REY, 2017). O trabalho realizado no setting terapêutico partirá da significação do processo
de sofrimento, elaborando-o por meio da troca intersubjetiva estabelecida nesse espaço.
CONCLUSÃO Ressalta aqui que o homem não se faz fora de um mundo e de um contexto. Entender as
particularidades de cada um na sua forma singular passou a ser condição necessária para um
entendimento mais completo da sua experiência depressiva. O trabalho abre espaços para se debater
as diferentes formas de conceber esse fenômeno e possibilitar pensar estratégias que vão além das
alternativas biomédicas reducionistas.
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Área de Estudo: Psicologia Clínica.
O SUICÍDIO COMO EXPRESSÃO DO SOFRIMENTO PSÍQUICO CONTEMPORÂNEO: UMA COMPREENSÃO FENOMENOLÓGICA
SILVIALINE FONTENELE RAMOS
JUDITH MARIA VASCONCELOS DA COSTA PATRÍCIA MENDES LEMOS
INTRODUÇÃO O Suicídio é um tema controverso devido ao tabu que gira em torno dessa temática. Para a sociedade
a pessoa que tem intenções suicidas normalmente é vista com “aquela que perdeu a lucidez” ou que
“tem falta de fé”. O fato é que o indivíduo que vivencia essa experiência do desejo de por fim a sua
existência, não deseja a morte física e sim uma fuga para a sua angústia, de seu desespero
(FUKUMITSU, 2012) Trata-se de uma tentativa de cessar o sofrimento, embora de forma equivocada
através de um funcionamento precário. Essa tentativa, interpretada como modo de buscar a atenção
dos outros evidencia um desequilibro intenso, capaz de produzir o comportamento de aniquilar a
própria existência. Dutra (2000) afirma que: “no desespero que surge desse contexto psicossocial,
a morte surge como saída do sofrimento. A morte é a alternativa para calar a dor. A morte pode ser
a alternativa para a solidão existencial que dilacera a vida” (p. 102). Considerando o contexto da
contemporaneidade, onde a felicidade é exaltada como comportamento padrão, os ideais da estética,
da família, do sucesso, são impostos aos sujeitos, nos perguntamos como se dá a vivência psíquica
daqueles que não se comportam nessas ideologias (DANTAS, 2009; LEMOS 2015). Dutra (2000)
discorre sobre o modo inautêntico de viver, o qual incorre em escolhas existenciais inadequadas,
sendo incompatíveis com o ser verdadeiro dos sujeitos, conduzindo-os a uma existência marcada pelo
fracasso, pela baixa autoestima, pela irrealização e pela infelicidade. O vazio existencial decorrente e
a falta de sentido para a vida podem levar os jovens a tentar preencher esse vácuo, ainda que seja
através de atos de extrema violência, como o suicídio e a tentativa de suicídio.
PROCESSOS METODOLÓGICOS A presente pesquisa adotou a metodologia bibliográfica, tendo como referencial teórico artigos
científicos levantados a partir da base de dados scielo, bem como livros de renomados autores sobre
a temática, no âmbito da abordagem fenomenológica.
RESULTADOS E DISCUSSÕES No decorrer da análise bibliográfica percebemos ainda de forma incipiente que é um assunto muito
sério e que deveria ser mais discutido não apenas no âmbito da saúde pública, e sim por toda a
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sociedade. Pois não há uma única causa, motivo já que todo ser humano é ser biopsicossocial. Para
Cassorla (1998), não podemos apontar uma única causa para o suicídio, pois é um fenômeno que
ocorre como culminância de diversos eventos e fatores, como os sociais, culturais, biológicos e
psicológicos. Por conta de sua complexidade, o fenômeno do suicídio se constitui um grande desafio
para sua compreensão. Devemos sim articular novas formas de prevenção principalmente através
das possibilidades de ressignificação.
CONCLUSÃO Podemos relatar que o ato de por fim a existência é uma agressão contra si, contudo não seria o eu
físico e sim a psique que está doente. No entanto, é através da destruição do corpo que esse
sofrimento seria extinto. O sujeito, estando tão ensimesmado em seu sofrimento, compreende o ato
fatal como possibilidade de cessar a dor, mesmo com o prejuízo do meio, pois, após a sua morte o
familiares (chamados sobreviventes) e a comunidade ainda permanecem sob o impacto da situação.
Os dados apontaram para o cuidado com os familiares (posvenção), bem como para a (re) criação de
uma cultura que viabilize formas de expressão e elaboração do sofrimento psíquico.
REFERÊNCIAS Cassorla, R. (1998) (Coord.). Do suicídio: estudos brasileiros. Campinas: Papirus.
DANTAS, M, A. Sofrimento psíquico Modalidades contemporâneas de Representação e expressão. Curitiba: Juruá, 2009.
Dutra, E. (2000). Compreensão de tentativas de suicídio de jovens sob o enfoque da abordagem centrada na pessoa. Tese de doutorado. São Paulo: Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.
FUKUMITSU, K. O. Suicídio e Gestal-terapia. São Paulo: Digital Publish & Print Editora, 2012.
LEMOS P, M. Ética e Saúde mental Contemporânea: O Privilégio da alteridade no Centro de Atenção Psicossocial. Curitiba: CRV, 2015.
LEMOS P. M., RODRIGUES, A. G., MONTEIRO, D. A. “Sofrimento psíquico e as marcas da crise cultural Contemporânea”. In: OLIVEIRA, M.O. et al. Sofrimento Psíquico e a Cultura Contemporânea: perspectivas teórico-clínicas. Fortaleza: UECE, 2014.
AGRADECIMENTOS
Ao Programa de Iniciação Científica (PROIC) da Faculdade Luciano Feijão (FLF) e ao Grupo de Estudos em sofrimento psíquico contemporâneo na perspectiva fenomenológica, que nos permitiram realizar algumas das reflexões presentes neste trabalho.
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Área de Estudo: Psicologia Comportamental.
TRABALHO DOCENTE, ADOECIMENTO PSÍQUICO E FAP: PRIMEIRAS REFLEXÕES
HELENA MARA OLIVEIRA LIMA
EMANUELA DE NORÕES BRITO OLIVEIRA MARIA DO SOCORRO SILVA MESQUITA ANTONIO FLÁVIO QUEIROZ DE OLIVEIRA
INTRODUÇÃO O trabalho docente, em todos os níveis de ensino, exige dedicação, compromisso, formação
continuada, equilíbrio socioemocional, cognição, habilidade didática e sensibilidade para compartilhar
conhecimento, criar vínculos e fortalecer parcerias para crescer pessoalmente e profissionalmente
com o educando.
Compreender o adoecimento mental dos docentes inclui o conhecimento de fatores biológicos,
psicológicos e sociais que lhes causam o sofrimento psíquico e comprometem a construção dos
vínculos cognitivos e afetivos com os educandos e demais participantes das instituições educacionais.
A Psicoterapia Analítica Funcional - FAP, corresponde ao pensamento que inaugura a chamada
terceira onda das psicoterapias cognitivo-comportamentais, que surgiu no início dos anos 1990 nos
Estados Unidos, idealizada por Robert J. Kohlenberg e Mavis Tsai, que construíram um corpo de
conhecimentos teóricos alinhados às experiências clínicas acumuladas pelos docentes ao longo da
vida acadêmica.
A FAP diferencia-se dos demais tipos de terapias, por direcionar o foco de trabalho sobre a relação
terapeuta-paciente como meio de proporcionar mudança nas queixas trazidas pelo cliente, pois existe
o entendimento de que a maneira como o paciente age, fala e se apresenta na sessão pode ser
semelhante ao modo como ele o faz no contexto rela de sua vida cotidiana.
METODOLOGIA A pesquisa, por meio de uma revisão bibliográfica e exploratória, tem o objetivo de fazer uma reflexão
sobre como a FAP, pode reverter o adoecimento mental que atualmente acomete muitos professores
no Brasil.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES A precarização do trabalho docente; a crescente competitividade e a individualidade visivelmente
instalada na academia; a multiplicidade de atividades exigidas dos professores; as grandes dificuldades
da captação de recursos internos e externos para o desenvolvimento da pesquisa; as reais
contradições entre a formação e as demandas do sistema universitário; as cobranças nas produções
e disseminação do conhecimento e suas consequências para vida profissional e pessoal do docente;
são exemplos de fatores estressores que podem ocasionar de forma significativa o sofrimento
emocional dos professores.
De início as queixas são relativas às debilidades físicas, como as dores físicas, os tremores,
palpitações. Quando esses relatos são investigados pelos médicos, não são constatadas reais
alterações orgânicas. Então procede-se ao encaminhamento para tratamento psiquiátrico e
psicoterápico. Entretanto, sabe-se que o adoecimento mental ocasiona o adoecimento físico, bem
como compromete a capacidade de cognição, tão necessária para às atividades intelectuais
desenvolvidas pelo docente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, pode-se concluir que existe uma contradição vivida pelo professor, onde à
autonomia consentida e percebida, a nível legal e institucional, não é a exercida de fato e de direito
por esse profissional, já que geralmente está submetido aos diversos controles internos e externos
de um sistema denominado meritocracia. Este jargão, muito utilizado na gestão de recursos humanos
das organizações empresariais, foi absorvido nas avaliações dos professores nas instituições de
ensino, mas cujas exigências ultrapassam a capacidade física e psíquica de resposta do docente.
A FAP tem início com a escuta das demandas do cliente e prossegue com o acolhimento e as possíveis
perspectivas de mudança do entendimento das variáveis independentes que condicionam o ambiente
de atuação docente, como forma de promover a transformação e emancipação daqueles que têm a
missão profissional de oportunizar mudanças no contexto social, político e econômico do país, através
da educação.
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Área de Estudo: Psicologia da Educação.
ESTIMULAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO GLOBAL DE UMA CRIANÇA COM SÍNDROME DE WEST
MARÍLIA TOMAZ FREDERICO
ÁUREA JÚLIA DE ABREU COSTA
INTRODUÇÃO A síndrome de West a partir das ideias de Kamiyama, Yoshinaga e Tonholo-Silva (1993) que fizeram
uma síntese da síndrome de West entendendo-a como uma forma de epilepsia generalizada que
geralmente se inicia no primeiro ano de vida sendo caracterizada por espasmos ou mioclonias maciças,
regressão do desenvolvimento psicomotor e hipsarritmia.
Esse trabalho foi realizado na própria escola em que a criança estuda buscando alargar as
possibilidades de desenvolvimento considerando as comorbidades trazidas pela doença e as
potencialidades que a criança mostra. A estagiária percebeu a presença de espasmos fortes, um
comprometimento do desenvolvimento psicomotor e na oralidade. Sobre a hipsarritmia a estudante
de psicologia não é capaz de fazer afirmações, pois esse sintoma só é identificado mediante a
realização de exames.
A criança é capaz de responder a comandos simples e é capaz de fazer algumas atividades sozinha
como abrir o trinco de uma porta, sentar sozinha, subir e descer no escorregador, segurar objetos
e expressar sua opinião com as professoras e colegas mesmo que ainda não possa se utilizar da
linguagem para isso. No período do segundo semestre do ano letivo está sendo realizado um projeto
com atividades visando estimular a linguagem, a coordenação motora, habilidade social e o
desenvolvimento cognitivo. Vale salientar que a criança tem quatro anos e estuda no Infantil III.
Segundo Mittler (2003) a inclusão educacional pressupõe a adaptação da escola às necessidades
educacionais específicas dos alunos. Assim, entendemos que o presente projeto pode contribuir para
a inclusão de a criança, dado que busca atender às demandas identificadas, relativas à aprendizagem
e à socialização.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Foram realizadas atividades individualizadas a partir dos conteúdos vistos em sala com cada criança,
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buscando trabalhar atividades voltadas para o estímulo cognitivo, linguístico, psicomotor e
socioemocional. No momento das intervenções foram utilizados recursos lúdicos que favoreçam a
aprendizagem como tinta, pincel, cola colorida, papel crepom, isopor, glitter, lápis de cor, pincéis,
massinha de modelar, canudos, e.v.a. tesoura sem ponta, entre outros.
RESULTADOS E DISCUSSÕES A partir das intervenções dentro e fora de sala esperamos que a criança possa aperfeiçoar o
desenvolvimento da sua linguagem, cognição, psicomotricidade e socialização, estimulando-a e
valorizando cada um de seus progressos.
CONCLUSÃO É válido ressaltar a importância desse trabalho tendo em vista que a adaptação do contexto escolar
para as necessidades da criança é fundamental no seu processo de inclusão na escola. Para isso
foram pensadas diversas estratégias que visam desenvolver o potencial da criança levando em
consideração o que ela já consegue fazer e possibilitando a L. o alcance de novos conhecimentos e
habilidades.
REFERÊNCIAS KAMIYAMA, Marina Aya; YOSHINAGA, Lúcia; TONHOLO-SILVA, Edward R.. Síndrome de West: a
propósito de nove casos. Arq. Neuro-Psiquiatr., São Paulo , v. 51, n. 3, p. 352-357, Set. 1993 .
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-
282X1993000300011&lng=en&nrm=iso>. Accesso: 17 jun. 2018.
MITTLER, Peter. Educação Inclusiva: contextos sociais: Porto Alegre: Artmed, 2003.
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Área de Estudo: Psicologia Escolar.
CRIANÇAS COM AUTISMO EM ESCOLAS BRASILEIRAS: INCLUSÃO NECESSÁRIA.
JUAN FONTELES CAVALCANTE
ANA KAREN VASCONCELOS ARAÚJO GESSIANE MOURA FONTELES
SÉRGIO LUIZ CORRÊA DOS SANTOS INTRODUÇÃO O trabalho a seguir tem como objetivo mostrar todas as dificuldades das crianças com autismo e
como é feita a inclusão das mesmas na sociedade brasileira e nas escolas. O Transtorno do Espectro
Autista (TEA), é uma síndrome que afeta o sistema nervoso central, dificultando a habilidade de
comunicação e interação social. Descrito pela primeira vez em 1943 pelo psiquiatra Leo Kanner
(1894-1981), o autismo é uma doença de difícil diagnostico e que não possui cura. Portadores desse
transtorno, além de enfrentar batalhas diárias, ainda precisam lidar com a precária estrutura da
educação brasileira, que os impossibilitam de usufruir os seus direitos em sua plenitude. Não há um
currículo abrangente, que inclua as crianças autistas de forma que elas consigam aprender ou se
sentir parte do ambiente escolar. Outrossim, tais crianças e adolescentes possuem uma enorme
dificuldade com relação as interações sociais. Eles veem tudo de forma lógica, ou seja, demonstrar
sentimentos e emoções é complexo, coisa que afasta outras pessoas e dificulta a sua vida em
comunidade
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A pesquisa tem natureza qualitativa, caracterizando-se como um estudo bibliográfico, tendo como
análise livros, sites com bases de dados e artigos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Incluir não é só integrar. [...] Não é estar dentro de uma sala onde a inexistência de consciencialização
de valores e a aceitação não existem. É aceitar integralmente e incondicionalmente as diferenças de
todos, em uma valorização do ser enquanto semelhante a nós com igualdade de direitos e
oportunidades. É mais do que desenvolver comportamentos, é uma questão de consciencialização e
de atitudes (CAVACO, 2014).
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O profissional maduro, consciente e seguro de si aprendem com a vida, o tempo e a experiência a
valorizar o próximo, colega, o outro profissional, apesar de ocasionais divergências técnicos-teóricas,
práticas ou pessoais. A formação de grupos chamados “panelinhas” denotam insegurança,
inadequacidade e imaturidade e culminam prejudicando a pessoa comprometida, a família e a equipe
que atende. É dever de todos transcenderem desta postura tão comum no nosso meio em respeito
aquele que nos propusemos ajudar (GAUDERER, 1997).
A família que tem uma criança autista estabelece limites para a escola diversas vezes, fazendo com
que a instituição de ensino tenha algumas dificuldades para o desenvolvimento do trabalho inclusivo
escolar. Consequentemente, é importante que, a escola busque o entendimento dos porquês e tais
limites devam ser mantidos, observando quando os mesmos contribuem para agravar e até mesmo
de alguma forma discriminar o aluno autista, pois é necessário que tanto a escola quanto a família
compreendam que não são as dificuldades que devem ter maior atenção e sim, suas potencialidades,
possibilitando assim, melhor rendimento ao indivíduo.
A relação entre escola e família é primordial para o melhor desenvolvimento dessas crianças nas
escolas, não é um trabalho individual, mas que envolve as duas partes, para que o seu aprendizado
ocorra da melhor maneira possível.
CONCLUSÃO
Com o estudo, percebe-se que a inclusão de alunos autistas na escola regular é um grande desafio,
pois muitas escolas regulares não estão preparadas, muitos docentes e profissionais escolares estão
despreparado e a falta de comunicação entre família e escola, pois para que isso seja feito é necessário
um envolvimento essas partes, um colaborando com o outro para o desenvolvimento da criança
autista no ambiente de ensino.
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Área de Estudo: Psicologia da Saúde.
INTERVENÇÕES ANALÍTICO-COMPORTAMENTAIS NO TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
GLEICYKELY DE LIMA SALES
JOSE ANGELO MOUTA NETO
O uso de substâncias psicoativas não é algo novo, trata-se de uma prática milenar e universal, com
finalidades específicas que vão desde o uso para fins religiosos e até mesmo medicinais. A história
desta prática confunde-se com a própria história da humanidade, tendo, portanto, diversas
explicações para a procura e uso de tais substâncias. Uma das formas de explicar tal fenômeno é
através do modelo moral, onde acredita-se que a dependência ocorre por falta de vontade do próprio
sujeito, uma espécie de fraqueza de caráter. Outra forma de explicar o uso abusivo de drogas é
considerá-lo como uma doença, onde ocorre uma falta de controle por parte do indivíduo, levando à
autodestruição do organismo. Para a Análise do Comportamento a dependência química pode ser
compreendida como um comportamento com componentes aprendidos e alguns componentes
reflexos (inatos e aprendidos), portanto, o objetivo deste trabalho é verificar quais as intervenções
analítico-comportamentais no cenário brasileiro são utilizadas em casos de dependência química.
Para a realização do presente estudo optou-se por uma revisão integrativa da literatura na qual foram
utilizados os seguintes descritores: dependência química, comportamento aditivo, manejo de
contingências, redução de danos, ACT, FAP, TAC, ACT e DBT. Foram realizadas pesquisas nas bases
eletrônicas nacionais PEPSIC, SCIELO, LILACS e na coleção de livros “Sobre Comportamento e
Cognição”.
Foram encontrados doze trabalhos e dentre eles, o Manejo de Contingências e a Prevenção de
Recaídas aparecem como excelentes estratégias. Na clínica analítico-comportamental o foco do
tratamento se dá através da história do o indivíduo e a relação funcional que este estabeleceu com a
substância. A política de redução de danos tem se mostrado eficiente no trabalho com dependentes
químicos e já existem alguns estudos em A. C. que evidenciam a importância de tal política. Outra
possibilidade de intervenção é o Manejo de Contingências, porém, como ainda existem poucos estudos
divulgados no país acerca de sua eficácia, ainda são poucos os profissionais que a utilizam.
Diante do exposto, apesar de já existirem alguns estudos dentro da Análise do Comportamento
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evidenciando o Manejo de Contingências e a Prevenção de Recaídas como uma alternativa no trabalho
com dependentes químicos, o número de estudos experimentais sistematizados ainda são poucos,
portanto, se faz necessário uma maior divulgação dos trabalhos desenvolvidos tanto no contexto
clínico, quanto nos equipamentos de saúde.
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Área de Estudo: Psicologia da Saúde.
A INFLUÊNCIA DOS VÍNCULOS AFETIVOS NO FENÔMENO SUICÍDIO EM VIÇOSA DO CEARÁ: UMA ANÁLISE DE DADOS.
SARAH OLIVEIRA AGUIAR
FRANCISCO RÔMULO ALVES DINIZ Os números cada vez mais crescentes de suicídios no Brasil chamam atenção para as possíveis
causas, os contextos em que ocorrem, a frequência e a maneira de realização do ato final. Definindo
suicídio como o ato de findar com a existência humana acometido pela pessoa mesma, seus estudos
e investigações datam desde meados do século XIX, com nomes como Karl Marx e Émile Durkheim
entre os pesquisadores acerca da temática. Partindo da ideia de humano como ser constituído e
construtor da sociedade, autores como Zigmunt Bauman e Martin Heidegger contribuem com uma
discussão em torno do homem como um ser que além de fazer parte da comunidade onde vive
estabelece relações e vínculos afetivos determinantes no seu processo de existência, quando essa
troca de afeto se encontra rompida pode influenciar a vida do homem de maneira definitiva.
Consequente de uma investigação acerca da média de suicídios na cidade de Viçosa do Ceará, o
presente trabalho se caracteriza como uma análise de três casos pertencentes a amostra de
dezesseis casos na cidade, relacionando os fatores determinantes dos mesmos com os vínculos
afetivos socialmente construídos e as relações sociais relevantes, presentes em cada caso específico.
Assim, tem-se como pergunta norteadora: Qual a influência dos vínculos afetivos presentes nos casos
estudados em Viçosa do Ceará? Objetivando estabelecer algum vínculo entre os casos e os escritos
tanto de autores do século XIX como do século XXI. Utilizou-se da análise das entrevistas realizadas,
discussões geradoras dentro do grupo de pesquisa Suicídio de Agricultores em Viçosa do Ceará da
Faculdade Luciano Feijão e estudos literários advindos de artigos obtidos da plataforma Scielo por
meio dos descritores: suicídio, vínculos sociais e afetividade. Em número total de fontes, utilizou-se
de quatro artigos e dois livros, tomando como base os estudos de Marx e Durkheim, bem como,
escritores contemporâneos que estudam as relações inter-humanas e seus impactos no fenômeno.
Nos casos estudados, observou-se como característica comum os vínculos afetivos marcantes nas
vidas de ambos os autores do ato final. As entrevistas realizadas com parentes das vítimas
evidenciaram em seus relatos que as relações sociais se faziam muito marcantes e evidentes no
cotidiano dos agricultores e que em ambos os casos, vínculos afetivos de relacionamentos marcaram
um antes e depois na história de cada um deles. Assim, o presente trabalho encontra seu ponto de
encontro na vida dos agricultores e o vincula a estudos sobre a influência das relações sociais e
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afetivas. As relações são superficiais e a partir disso as pessoas se encontram resguardadas em seus
sentimentos rasos e longe de “danos maiores”, bem como, existe uma sociedade que encontra no
medo uma de suas formas de viver e sendo esse o sentimento que delimita e influência boa parte das
ações do homem. Contudo, a investigação aqui presente parte de fatores relacionados aos suicídios
como: quebra de vínculos afetivos significativos nos relacionamentos estabelecidos, descontrole
emocional frente a essa situação de desamparo e a perda de sentido gerando uma dor psíquica
evidente e emergente, levando ao ato final. Percebendo o ser humano dentro da dimensão de cuidado
consigo mesmo e, dentro da sua busca de sentido, há uma aura afetiva, onde nela o homem se sente
implicado nas relações podendo ter como consequências uma perda desse cuidado consigo, junto com
a não visualização de sentido na existência, levando ao suicídio. Portanto, a partir dos relatos
coletados é possível perceber que a quebra de um vínculo afetivo significativo na vida dos agricultores,
pode ser considerado como um fator agravante para o estado psíquico dos mesmos, havendo um
estado de desamparo emocional e decadência afetiva, desencadeando, desorientação em relação ao
sentido da existência, podendo acarretar pensamentos suicidas bem como a morte voluntária.
Mesmo, não sendo possível comprovar os reais motivos que levaram a tal ato, nos casos estudados,
é clara a relação da dimensão afetiva com a construção de sentido da vida, principalmente em tempos
de relações liquidas.
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Área de Conhecimento: Psicologia Histórico Cultural.
ESTUDO SOBRE AS CRISES EXISTENCIAIS NA CONTEMPORANEIDADE: UMA COMPREENSÃO EXISTENCIALISTA EM MARTIN BUBER
NAIANA SILVA ARAÚJO ALEX VIANA DE BRITO
INTRODUÇÃO A sociedade contemporânea defronta-se com o crescente cenário de crises existenciais. A angústia,
solidão, sentimento de vazio e tristeza exacerbada vem tornando-se marca do mundo moderno,
acometido por uma era de consumo e padrões midiáticos. As relações inter-humanas também estão
contidas nessa crise da atualidade, onde o diálogo entre os sujeitos tem tornado-se fragmentado e
monólogo. Segundo Ewald (2012), a subjetividade tem sido afetada pelos ideais modernos de
liberdade e felicidade, responsabilizando unicamente o sujeito ao seu fracasso ou sucesso, onde o
imediatismo, alta tecnologia e padrões impostos pela mídia tem exigido uma reprodução de modelos
e eficácia técnica. Tal configuração da sociedade tem atuado ativamente no aumento do sofrimento
psicológico dos sujeitos, impondo constante pressão para que estes alcancem determinado nível
financeiro, e quando não conquistados, gera sentimento de fracasso e impotência (MELO, 2015).
Martin Buber destaca a dualidade de atitudes do sujeito, através do que ele nomeia de palavras-
princípio EU-TU e EU-ISSO. A primeira, refere-se ao mundo da relação, vivido de forma recíproca e em
totalidade. Enquanto a última, diz respeito ao mundo da experiência e objetivação (BUBER, 1974). A
relação EU-ISSO não deve ser compreendida por maléfica devido sua funcionalidade, no entanto, é
quando ela assume necessidade exagerada de descrever, onde tudo tem que ser muito preciso, que
inibe-se a frequência de relações EU-TU. Melo (2015), relata sobre essa nova configuração nas
relações, onde o outro é tratado como objeto, podendo a qualquer momento ser substituído caso não
possua os ideais desejados. Desse modo, presentificar-se em totalidade, doando-se para escutar o
outro, tem tornado-se acontecimentos raros. Outra problemática que Buber (1982) vem apontar
nas relações inter-humanas é a dualidade do ser e do parecer, onde os sujeitos buscam
incessantemente por uma imagem que querem ser, e portanto, perdendo a autenticidade daquilo que
se é, para viver de uma aparência enganosa. Dessa forma, a pesquisa justifica-se pelo aumento de
crises existenciais na modernidade em meio a um contexto de relações instáveis e padrões já
estabelecidos. Falar desta problemática também assume relevância social, uma vez que, somos
sujeitos de relação, e estas crises trazem prejuízos para a vida das pessoas não só no individual, mas
também no coletivo. Objetivou-se compreender os impactos causados na vida dos sujeitos mediante
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o cenário da sociedade atual em detrimento as relações inter-humanas que aparecem fluidas e
monologas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia adotada foi revisão de literatura, nas plataformas do Google Acadêmico e BVS Brasil,
como também em livros do filósofo existencialista Martin Buber. As palavras-chave condutoras da
pesquisa foram: crises existenciais e sofrimento psicológico contemporâneo, em idioma português do
ano de 2010 a 2017.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados demonstram que o modelo de sociedade contemporânea afeta negativamente as
relações inter-humanas e o psicológico dos sujeitos. Como relata Caniato (2010), as crises na
atualidade intensificaram-se diante do modelo de homem que não pode demonstrar fraqueza, onde a
angústia e tristeza devem ser vividos na solidão. Corroborando com Melo (2015), ao afirmar que as
pessoas sofrem com o próprio sentimento de fuga ao evitar entrar em contato com o medo e a dor.
Assim, a busca por aparências fantasmáticas aumentam e a realidade do ser se retrai. O
individualismo também é marca do mundo moderno, onde a conversação entre os sujeitos perde seu
diálogo genuíno para assumir demasiado palavreado, no qual estes não falam mais uns para os outros,
mas, para si mesmo (BUBER, 1982). Respaldando Melo (2015), ao relatar que as relações inter-
humana tornaram-se superficiais, e o sujeito alheio ao sofrimento do outro.
CONCLUSÃO Diante do exposto, concluiu-se que as crises existenciais contemporâneas são atravessadas por um
cenário moderno de constantes transformações, que demanda um sujeito padronizado capaz de
atender aos estereótipos estabelecidos. As relações inter-humanas também tornam-se fluidas diante
de tal configuração, com diálogos egocêntricos e ausência de uma presença recíproca, que
inevitavelmente emerge o sofrimento.
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Área de Estudos: Psicologia da Saúde.
CUIDADOS PALIATIVOS: A PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM CRIANÇAS COM CÂNCER
VIVIANE RODRIGUES LIMA
GEORGIA MARIA MELO FEIJÃO INTRODUÇÃO O câncer é uma doença que permeia gerações de buscas por avanços nos métodos científicos de
tratamentos. Por conseguinte, mesmo com os progressos tecnológicos e processos de cuidado
constantemente aperfeiçoados, a imagem da doença é muito associada a morte e ao processo
doloroso de tratamento (VALADARES et al, 2013). Quando o diagnóstico de câncer é dado à uma
criança, os impactos disto, tanto na família quanto na própria, refletem na qualidade de vida, seja ela
física, como também psíquica e social. Assim, o câncer pediátrico influi na necessidade de promoção
de bem-estar e preparo para as dificuldades e o aceitar de determinadas situações pelos indivíduos
afetados. Para tal, nos casos de câncer infantil, são de extrema importância os chamados cuidados
paliativos, que se configuram como a prática multiprofissional que busca oferecer ao paciente fora de
possibilidade de cura um atendimento que integre todas as dimensões do ser (FERREIRA; LOPES;
MELO; 2011). Objetiva-se por meio deste trabalho explanar a relevância que estes cuidados têm na
criança com câncer pediátrico e na família e especificamente aprofundar as noções sobre o tema e
relacioná-lo à importância do paradigma interdisciplinar e integrativo de profissionais para uma maior
eficácia no bem-estar do outro.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para a construção desta revisão integrativa de literatura utilizou-se de artigos científicos retirados
das plataformas PEPSIC e Scielo, sob os descritores: “cuidados paliativos”, “câncer” e “crianças”.
Os critérios analisados foram artigos completos, disponíveis na língua portuguesa, dos períodos de
2007 a 2015, obtendo como resultados cinco artigos selecionados.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados apontam que quando a criança é diagnosticada com câncer, uma série de questões a
se lidar emergem. A prevenção do câncer infantil ainda não é possível e não se sabe ainda exatamente
o que desencadeia a formação da doença. Os sintomas são facilmente confundidos com doenças
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comuns, o que torna mais frequente os diagnósticos tardios (CARDOSO, 2007). Com o diagnóstico,
o tratamento e os cuidados a serem tomados ocasionam mudanças nas dinâmicas da criança, na
rotina familiar e na estabilidade emocional para lidar com as dificuldades que deste advém, bem como
com a noção de futuro e de finitude. A criança, a lidar com a situação, pode sofrer uma série de
instabilidades psicológicas, como o questionamento de si e de seu corpo, a angústia e o estresse que
vem junto com as dores e as limitações a qual pode ser acometida, bem como o confronto com a
noção de finitude. As relações com a família e dentro do hospital são por vezes determinantes na
melhor abordagem da doença e dos cuidados. Como forma de manter a qualidade de vida infantil e
fornecer apoio à família, os cuidados paliativos realizados por profissionais de diversas áreas buscam
promover intervenções que modificam o meio e as rotinas da criança, almejando a promoção de uma
qualidade de vida, mesmo diante da morte. Para isto enfatizam noções de lazer e incentivo a
atividades, promovem comunicação e procuram buscar o alívio não apenas advindo dos cuidados
primários medicamentosos, mas também interior, fornecendo uma série de distrações e maior leveza
à criança diante das dificuldades. A interdisciplinaridade coloca-se aqui como extremamente
importante, já que em conjunto, médicos, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais e
assistentes sociais podem relacionar seus saberes em uma união eficaz que pode promover ainda
mais assistência a diversas questões da criança (VALADARES et al, 2013). Estes profissionais
também podem agir de apoio a família até os últimos momentos de vida da criança, realizar
assistências domiciliares e fornecer diálogo e suporte no processo de luto.
CONCLUSÃO Os cuidados paliativos colocam-se, assim, como altamente relevantes para a construção de
momentos de alívio e maior leveza à criança em seu processo de tratamento do câncer e de encontro
com a finitude. Quando realizados por uma união interdisciplinar dos diversos saberes de áreas
profissionais, pode-se observar uma rede de apoio vasta e mais eficaz e sólida à criança e à família,
fornecendo um suporte rico a estes diante da situação visando-lhes o maior bem-estar possível desde
o diagnóstico até o prognóstico.
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Área de Estudos: Psicologia da Saúde.
RISCO DE IDEAÇÃO SUICIDA DOS JOVENS ALUNOS DO 3ºANO DO ENSINO MÉDIO
GARDÊNIA MORAIS DOS SANTOS PEREIRA
FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA DE AGUIAR JÚNIOR LEONE AGAPITO LIMA
INTRODUÇÃO O índice de depressão, desesperança e ideação suicida dos jovens alunos do 3º ano do ensino médio
que tenham a possibilidade de praticar o suicídio é uma problemática. Principalmente, voltado para
as Escolas Técnicas e Integradas de duas cidades da região norte do Ceará. Devido à ansiedade para
fazer a prova do Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM, a sobrecarga de conteúdo, a “pressão” de
escolher que faculdade cursar, o medo de não conseguir a pontuação necessária para poder ingressar
na faculdade, descobertas de gênero sexual e a cobrança dos pais. O objetivo da pesquisa é identificar
o nível do índice de depressão, desesperança e ideação suicida em jovens alunos do 3° ano do Ensino
Médio, é relevante para conscientização e prevenção do suicídio na comunidade em geral e escolar,
devido a preparação intensa para ingressar na universidade as escolas costumam cobrar mais dos
alunos, resultando em depressão por conta do conteúdo e rotina “puxados”.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O método da pesquisa é quantitativa, descritiva, com aplicação de questionários socioeconômicos e
testes psicológicos. Foram utilizados os testes das Escalas Beck. Apenas 03 (três) avaliando: (BDI)
depressão, (BHS) desesperança e (BSI) nível de ideação suicida. O público alvo são alunos do 3º ano
do Ensino Médio. A amostragem de 80 alunos, matriculados nas Escolas Técnicas e Integradas de
duas cidades na região norte do Ceará. Onde, 40 testes foram aplicados na Escola da cidade-1 e 40
na Escola da cidade-2.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Após a avaliação dos questionários socioeconômicos os resultados da amostra de 80 pessoas que
participaram. Na Escola da cidade-1 a maioria (55%), possui 17 anos, era do sexo feminino (80%),
católico (72,5%). Na Escola da cidade-2 a maioria (62,5%), possui 17 anos, era do sexo feminino
(52,5%). Os resultados da amostra de 80 pessoas que participaram dos testes somando as duas
cidades foram: nos testes de Depressão (BDI) dos 40 participantes da Escola da cidade-1, (55%)
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apresentaram nível mínimo de depressão, (17,5%) leve de depressão, (25%) moderado de
depressão e (2,5%) grave de depressão. Já os 40 participantes da Escola da cidade-2, (70%)
apresentaram nível mínimo de depressão, (0%) nível leve de depressão, (20%) nível moderado de
depressão e (10%)o nível grave de depressão. As duas escolas apresentaram nível mínimo de
depressão, mas na Escola da cidade-2 o mínimo de depressão dos alunos foi maior que a na Escola da
cidade-1. A depressão leve foi maior na Escola da cidade-1, pois na Escola da cidade-2 foi zero. A
depressão moderada na Escola da cidade-1 foi maior do que Escola da cidade-2. E a depressão grave
na Escola da cidade-1 foi menor.
Nos testes de Desesperança (BHS) dos 40 participantes da Escola da cidade-1, (65%) apresentaram
nível mínimo de desesperança, (20%) leve, (5%) moderado, (10%) grave. Já os 40 da Escola da
cidade-2, (70%) apresentaram nível mínimo de desesperança, (17,5%) leve, (5%) moderado,
(7,5%) grave. Portanto, os participantes da Escola da cidade-2 apresentaram um nível mínimo maior
de desesperança em relação à Escola da cidade-2. O leve da Escola da cidade-1 foi maior. As escolas
apresentaram nível moderado igual. E o nível grave da Escola da cidade-1 foi maior. Nos testes de
Ideação Suicida (BSI) dos 40 participantes da Escola da cidade-1, (30%) apresentaram ideação
suicida e (70%) não. Já os 40 participantes da Escola da cidade-2, (15%) apresentaram ideação
suicida e (85%) não. A primeira escola tem um maior índice de ideação suicida, contudo os resultados
de ambas é um número relevante.
CONCLUSÃO Conforme os resultados da amostra obtivemos dados muito importantes a respeito da Depressão,
Desesperança e Ideação Suicida da amostra das duas escolas. Podemos apresentar as direções das
mesmas para que elas tomem conhecimento e trabalhem junto as Secretarias de Educação para a
conscientização, diminuição e prevenção do suicídio desses alunos. Os jovens demonstraram
curiosidade, interesse e seriedade ao responder os testes, fizeram questionamentos a respeito dos
mesmos e da prática do psicólogo dando indícios do desejo de falar melhor sobre suas angústias.
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Área de Estudo: Psicologia da Saúde.
CONSIDERAÇÕES SOBRE A ESCUTA CLÍNICA NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
LEANDRO FEITOSA LIMA
SAMARA VASCONCELOS ALVES GEÓRGIA MARIA MELO FEIJÃO
INTRODUÇÃO Na Unidade de Terapia Intensiva - UTI ficam internados os pacientes em estado grave. Ha inúmeras
restrições tanto para o paciente internado, como também para família, desde o horário de visita ao
cuidado, já que seus entes estão entregues nas mãos de outros, fazendo emergir a condição
irremediável da singularidade de cada caso, em um desamparo diante da emergência de um real
incontornável e difícil de suportar. É nesse descompasso que um estudante de psicologia oferece sua
escuta percebendo na linguagem o rasto de significantes que marcam a história de vida, e que
constitui a estrutura psíquica de cada sujeito. OBJETIVOS: Sendo assim, este trabalho busca refletir
sobre a experiência de escutar pacientes, familiares e equipe na UTI, a partir do Estágio
Supervisionado em Psicologia Hospitalar, demarcando as condições de possibilidade, os limites e as
delimitações da nossa atuação.
METODOLOGIA Os atendimentos clínicos a pacientes e familiares, de orientação psicanalítica, são realizados nos leitos
ou nos corredores da sala de espera da UTI. Ademais, são supervisionados em orientações clínicas
semanais, compartilhados com o psicólogo do hospital, e articulados com estudos teóricos em
supervisões grupais. Os atendimentos tiveram início em fevereiro de 2018 e perduram até o presente
momento.
RESULTADOS E DISCUSSÃO A importância da psicologia nesse espaço ganha sua relevância na medida em que sua escuta pode
ser capaz de evocar no sujeito questões até então desconhecidas, e que tem seus efeitos na vida de
cada sujeito. O que nos é claro é que falamos de um lugar de saber específico, que somente através
da fala podemos nele intervir, uma vez que falar é simbolizar o sofrimento, e como consequência desse
dizer o sujeito poderá então perlaborar que é onde ele será capaz de fazer outra coisa que não
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simplesmente sofrer. Notamos que a angústia advém daquilo que o sujeito não consegue expressar,
pois não há significantes que simbolizem o inesperado que emana do real de cada um. E falar, por
supor que há alguém que escute, faz com que o sujeito possa dissolver a angústia por meio das
palavras. A escuta analítica de cada sujeito pode suscitar significantes que possibilitem encontrar
saídas diante do estranho que também é familiar.
CONCLUSÃO Todavia isso só é possível por meio de uma ética que leva em consideração a singularidade de cada
caso e que tem como premissa maior permitir que algo do não sabido e próprio do sujeito surja
mediante contexto ao qual se encontra, eis a importância do psicólogo nas instituições de saúde.
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Área de Estudo: Psicologia da Saúde.
A ESCUTA CLÍNICA PSICANALÍTICA EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR PRIVADA
MARIA HILÁRIO CORDEIRO NETA
ANTÔNIA EDNA FAUSTINO ISABEL CRISTINA LOPES EUGÊNIO
EUDES DUARTE FILHO INTRODUÇÃO O presente trabalho nasce a partir de um estágio supervisionado realizado no Centro de Psicologia
Aplicada-CPA, da Faculdade Luciano Feijão, no qual a instituição visa atender a comunidade de uma
maneira geral, atendendo demandas da população, desempenhando atividades que visam prevenção,
promoção e assistência à saúde. Os atendimentos em Psicanálise se dão, em primeira instância, pela
associação livre permitindo o sujeito sentir-se à vontade no ambiente do atendimento, colocando o
saber no lugar da verdade, brincando com as palavras. O analista empresta a sua imagem, é apenas
substituto, e aquilo que os analisantes trazem sobre a pessoa do analista, fala mais do outro do que
do sujeito suposto saber, a partir daí acontece a transferência, que é a atualização da realidade do
inconsciente, atualizando o que aconteceu no passado. Supõe-se que é a partir do suportar que
começa a procura do serviço de atendimento. São três estruturas psíquicas que trabalha a clínica
psicanalítica: a neurose que se divide em obsessão, histeria e fobia, conhece a lei e vive por ela;
psicose, no qual o sujeito é engolido pelo delírio (acontece para suportar o insuportável do real) e é
invadido pelo isso, abre mão do outro e goza por si mesmo, é o limite da liberdade do homem. E a
perversão que conhece a lei, mas tenta driblá-la, transgredi-la, onde perverso fetichiza. A psicanálise
não trabalha com DSM, pois não é descritiva, ela trabalha com o diagnóstico diferencial de ordem
discursiva, escutando o sujeito da forma que ele se estrutura, segundo Lacan o analista completa o
sintoma. Nosso único instrumento é a escuta, que dela vem o dito, não-ditos e os dizeres, é
importante saber o diagnóstico somente para conduzir o tratamento. O sujeito precisa falar
enderençando a fala, utilizando a escuta psicanalítica, temos que fazer o ato falar, não cabendo
julgamentos, mas sim fazer com que o inconsciente emerja, fazendo descobrir o desejo. Quando o
sujeito descobre o desejo, ele vai descobrir o que fazer com ele, devemos convocar o sujeito a
encontrar a resposta procurada. Por fim, a psicanálise opera no sujeito resgatando-o. Este trabalho
tem como intuito tecer algumas considerações sobre o estágio em uma instituição privada que atende
crianças, adolescentes, adultos e idosos nos horários tarde e noite e como se representa a escuta
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clínica psicanalítica vivenciada nesses espaços institucionais de ensino que ofertam o espaço clínico.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICO Nos referidos estudos que servem de suporte ao decorrer da pesquisa para responder aos objetivos
aqui a serem estudados, têm-se como base os estudos de Freud, Lacan e Joel Dor, todas as obras
completas com idioma português.
RESULTADOS E DISCUSSÕES O presente trabalho compreende que a clínica psicanalítica no cenário universitário lança uma
intercessão entre a comunidade e estudantes, promovendo a prática da escuta clínica e suas
imposições no decorrer da relação entre analista e analisante. Como aborda Marcos (2011) a clínica
trata-se de tornar o aluno capaz de aprender com a prática. É um espaço que incentiva não apenas
uma atuação técnica, mas também aprendizados e trocas de conhecimento entre estagiários e
supervisores. Figueiredo (2001) fala que a universidade é o único lugar onde, por obrigação, a gente
tem como colegas pessoas tão diversas, e isso nos permite compreender que os modos de
comunicação são possíveis dentre sua variabilidade e acarreta possibilidades de construir saberes
pela relação acadêmica e psicanalítica. Sendo uma permissão costurada a partir da premissa de um
serviço que deve estar ancorado à ética e ao profissionalismo para com os pacientes que demandam
do serviço em um espaço universitário privado.
CONCLUSÃO Através das leituras e estudos realizados foi possível compreender que a prática da psicanálise não
se isenta do cenário acadêmico, ainda que dentre os desafios diários é visto que as significações
experimentadas ao longo da escuta clinica ofertada pela universidade, elucida e prepara saberes que
fazem o aluno em estágio desenvolver norteadores para sua travessia de formação profissional e que
contribuirá para o exercício de uma escuta para além das paredes da academia.
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Área de Estudos: Psicologia da Saúde.
A PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL DIANTE DA DEMANDA DE DEPRESSÃO: REFLEXÕES SOBRE ESTÁGIO EM PSICOTERAPIA
NADINE RODRIGUES ALBUQUERQUE
FERNANDA TALITA CUNHA DE SÁ ARTUR BRUNO FONSECA DE OLIVEIRA
INTRODUÇÃO Na atualidade, a depressão é uma das doenças que mais tem comprometido a vida da população nos
âmbitos pessoais e sociais, sendo uma doença que afeta o humor, sentimentos, capacidades
cognitivas e a vida cotidiana, além de apresentar sintomas fisiológicos e comportamentais. (PORTO,
1999). Com o aumento do diagnóstico, o termo passou a ser cada vez mais comum na nossa
linguagem para se referir à tristeza, introspecção e isolamento, sendo considerado por muitos a
“doença do século” (TAVARES, 2010). Tendo em vista esta realidade, considera-se importante
discorrer sobre essa temática a fim de que a visão reducionista seja superada por uma visão que
problematiza, dentre outras coisas, a configuração atual da sociedade, produtora de adoecimento. A
Psicologia Histórico-Cultural corrobora com a compreensão proposta, pois fornece uma série de
elementos para que se reflita sobre a relação do homem com a sociedade. Através dos seus
constructos entende-se que o homem é a síntese de todas as relações que estabelece com o meio,
trazendo em si muitos aspectos deste. Desse modo, se o meio encontra-se desorganizado, é provável
que o homem se constitua de modo desordenado.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Trata-se de um estudo descritivo fundamentado em relato de experiência do estágio supervisionado
em Psicologia Clínica da Faculdade Luciano Feijão, realizado no Centro de Psicologia Aplicada (CPA),
no qual se evidenciou sobremaneira a queixa de depressão.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Diante das demandas com as quais se teve contato, foi possível ver, a partir de um referencial
Histórico-Cultural, que a personalidade depressiva se constitui numa questão que envolve uma
fragilidade na função psíquica da volição, ou vontade. Essa função é estabelecida quando a pessoa
consegue significar um objeto que possivelmente irá “satisfazer” uma necessidade consciente. A
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partir disso, a pessoa se move no mundo em busca de “satisfazer” suas necessidades com
determinado objeto. Foi possível perceber que, na depressão, há uma dificuldade de significar o objeto,
sendo este o foco da psicoterapia. Então, trabalhou-se numa nova produção de sentidos a respeito
do que as pessoas identificavam como objeto que “saciaria” suas necessidades, levando-se em
consideração os determinantes que as faziam sustentar essa identificação, por vezes adoecedora.
Observou-se ser comum uma visão deturpada de si e da realidade. Vale dizer que as intervenções
foram feitas através de um processo dialógico; mediando reflexões sobre as possibilidades de ação
dentro do seu contexto; trabalhando com aspectos de fantasia e realidade, de modo a conduzir os
pensamentos e ações para a realidade concreta, a partir de reflexões dos fatos ocorridos. Além disso,
foi trabalhado também a Zona de Desenvolvimento Proximal, buscando o desenvolvimento de suas
potencialidades a partir do que era trazido durante as sessões.
CONCLUSÃO A experiência possibilitou fazer diversas reflexões sobre a visão da Psicologia Histórico-Cultural diante
da queixa de depressão, ressaltando-se a importância da articulação entre a teoria e a prática. Além
disso, foi possível pensar em diferentes tipos de intervenções e em como adaptá-las de acordo com
a demanda específica do paciente, desenvolvendo o manejo terapêutico.
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Área de Estudos: Psicologia da Saúde.
MATERNIDADE E FEMINISMO: UMA COMPREENSÃO PSÍQUICA SOBRE SER MÃE E SER MULHER NA ATUALIDADE
NADINE RODRIGUES ALBUQUERQUE
SAMARA VASCONCELOS ALVES GEÓRGIA MARIA MELO FEIJÃO
INTRODUÇÃO O papel da mulher foi sendo construído socialmente a partir de comportamentos que se tornaram
padrões durante a história e que consolidaram uma visão dependente e passiva da mulher (SOARES;
CARVALHO, 2003). Contudo, desde sempre a sociedade enaltece a maternidade, existindo um ideal
socialmente construído de como ser uma boa mãe e uma boa mulher, levando muitas vezes, aquelas
que não se adequam a ele, a um sofrimento psíquico. O trabalho então pretende discutir as
implicações psíquicas afetadas pelo conflito entre ser mãe e ser mulher.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Trata-se de uma revisão de narrativa a partir da consulta de estudos de autores sobre a maternidade
e os conflitos com os desejos e subjetividade da mulher, como as produções de ROCHA (et al, 2012)
e MERIGUI (et al, 2011). Fazendo-se assim uma análise crítica desses discursos produzidos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES O sistema patriarcal traz um histórico de opressão e submissão que foi sendo estabelecido nas
culturas durante os séculos e por isso, ainda hoje lutamos para desconstruir essa concepção que se
tem da mulher. A gravidez gera mudanças na vida da mulher como a sua maneira de lidar e se
posicionar frente á sociedade, e então, as crenças construídas sobre a mulher e a maternidade
acabam gerando um sentimento de culpa naquelas que não se adequam a esse ideal trazido no
contexto em que estão inseridas (ROCHA; et al. 2012). A imagem de uma mulher que não tem filhos
é geralmente associada a uma pessoa que não pode alcançar a felicidade ou a alcança de forma
incompleta. Com isso, percebemos que a saúde mental da mulher esta sempre em jogo e é prejudicada
pela opressão da sociedade que espera que ela seja uma boa filha, boa mãe, boa esposa e também
uma boa profissional (ROCHA; et al. 2012). Ao ser mãe, esposa e profissional, o ser mulher acaba
deixado de lado, pois por mais que precise de cuidados e atenção para si, ela acaba priorizando os
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outros papéis, com isso, o ser mulher acaba sendo sinônimo de dedicação á família (MERIGUI; et al.
2011). Quando a mulher se torna mãe há certas atitudes e comportamentos que a sociedade julga
ser correto ou errado para esse papel. Esses dois papéis são conflituosos por estarem juntos e ao
mesmo tempo distintos, pois a sociedade construiu esse ideal da maternidade que não cabe a
singularidade da mulher.
CONCLUSÃO Existem diversos conflitos que perpassam entre os papéis atribuídos ao sexo feminino, considerando
que ainda vivemos em uma sociedade patriarcal e machista, a luta para uma visibilidade de a mulher
ser o que ela quiser está longe de terminar, pois temos um longo histórico de submissão e opressão
onde a possibilidade de escolha estar acima do que o corpo biológico tem a capacidade de produzir
não é bem aceita. Devemos então, trabalhar diante da singularidade de cada mulher e reconhece-las
além de seus papéis sociais.
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Área de Estudos: Psicologia e Música.
O PROCESSO DE MUSICALIZAÇÃO COMO INFLUENCIADOR NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL
KARINA SOUZA VIANA
LEONARDO MENDES DE OLIVEIRA MARIA LUÊNIA MELO ALMEIDA
CELLYNEUDE DE SOUZA FERNANDES INTRODUÇÃO O assunto deste trabalho científico é o processo de musicalização como influenciador no processo de
desenvolvimento infantil sobre a perspectiva psicológica.
De acordo com Brito (2013) a criança interagi aos estímulos sonoros dentro da barriga da mãe,
portanto desde a gestação a mãe já pode reforçar o seu filho com extintos sonoros para que se possa
ter uma relação mais instintiva com ele.
Portanto, no desenvolvimento infantil pode se observar que crianças quando passam por experiências
com estímulos sonoros, geralmente, tem facilidade para interagir com outros grupos e se adaptar
melhor ao ambiente.
A disposição de estudar sobre este tema é relacionada com experiências de trabalho com crianças
em aulas de musicalização e com os frequentes relatos de pais justificando melhoria do
desenvolvimento de seus filhos.
O estudo objetiva refletir sobre as contribuições da musicalização no desenvolvimento infantil, bem
como ressaltar o potencial terapêutico que a musicalização possui.
METODOLOGIA A pesquisa é de abordagem qualitativa, pois preocupa-se em interpretar os fatos e como
procedimentos técnicos pode ser compreendida como estudo de caso pois visa aprofundar seus
conhecimentos em um fenômeno em específico. É exploratória e bibliográfica pois tem como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir
hipóteses (GIL, 2007).
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O trabalho bibliográfico é caracterizado pela pesquisa em publicações científicas, em periódicos, livros,
anais de congressos.
O estudo foi constituído a partir de busca em plataformas digitais como o google acadêmico e para
isso os seguintes descritores foram utilizados, “musicalização”, “desenvolvimento infantil”,
“psicoterapia”. A busca for realizado durante o período de março a junho de 2018.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Segundo Pinto( 2009) quando a criança está em contato com a música é verídico que ela desenvolve
melhores características neurológicas, afetivas e motoras. Nesse sentido, um aspecto importante
do desenvolvimento humano diz respeito ao desenvolvimento neurológico e a primeira infância é a fase
mais rica para formação das sinapses, conexões dos neurônios que se formam como “pontes”,
ampliando a capacidade cerebral. A música nesse processo, segundo os estudos, é um dos estímulos
mais potentes para ativar os circuitos do cérebro.
A musicoterapia é uma possibilidade terapêutica que se apresenta principalmente em criança que
estão vivenciando eventos de ansiedade, medo, preocupação, estresse, ou veja, crianças que estão
vivenciaram experiências traumáticas. O estudo da psicologia com a música envolve algumas
abordagens como Humanismo, Psicanálise e Beheviorismo, dentro desta vertente a musicoterapia
vem procurando ser autônoma com o objetivo de relacionar a psicologia com a música, abarcando a
arte, saúde e a ciência.
Na musicoterapia é possível que se trabalhe com todas as pessoas de diferentes idades, focando na
infância a presença do lúdico trás grandes contribuições, pois muitas brincadeiras exigem,
interpretação, músicas, elas podem conter objetos ou serem dirigidas. Puxando para o lado da
psicologia essas brincadeiras terão o cunho de expressar sentimentos e aprender novos
comportamentos.
Desta forma, podemos inferir que a música atua na conformidade, felicidade e saúde do sujeito.
Trazendo para diversas emoções, sentimentos e expressões a qual podem ajudar o homem nas
concepções mais perturbadoras, proporcionando o alívio de estresse, ansiedade, dentre outros
males.
CONCLUSÃO A música desempenha um papel complexo nodesenvolvimento humano, desde o lado psíquico até o
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social. De forma coletiva e social, a música transcende a grupos com gostos idênticos à estilos
musicais, associados à experiências similares, compartilhando essa identidade musical, atribuindo
valores afetivos também similares.
A música tem seu papel multidisciplinar atuando de forma, lúdica, educativa e terapêutica, logo
conhecer melhor sobre os benefícios da musica no desenvolvimento humano se faz necessário.
REFERÊNCIAS GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007. PINTO, R. S. A Música no processo de Desenvolvimento Infantil. Disponível em:http://www.domain.adm.br/dem/licenciatura/monografia/rogeriopinto.pdf. Acesso em: 20 mai. 2018.
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Área de Estudos: Psicologia e Saúde Mental.
A DEPRESSÃO COMO FATOR PREDISPONENTE PARA O SUICÍDIO: UM ESTUDO DE CASO DE AGRICULTORES DO DISTRITO OITICICAS EM
VIÇOSA DO CEARÁ
MARIA DE NAZARÉ EUFRÁSIO ALVES
FRANCISCO RÔMULO AVES DINIZ INTRODUÇÃO A depressão é uma doença que emerge em qualquer fase da vida e pode estar associada à
desesperança e falta de sentido nas atividades cotidianas. Cavalcante (2012), menciona que a pessoa
depressiva sente tristeza, desesperança profunda, é como se as possibilidades de viver estivessem
se esvaindo. Diante disso, podemos afirmar que a depressão pode ser um fator para o cometimento
do suicídio e os sintomas dessa doença pode aparecer mais forte por estarem atrelados a fatores
biopsicossociais. O suicídio de agricultores é um fator vigente no interior do município de Viçosa do
Ceará. A jornada de trabalho na agricultura pode ser um fator de esgotamento físico e psíquico para
muitos trabalhadores rurais. Sobre isso Meneghel (2017), relata que os produtos agrícolas são
colhidos uma vez ao ano, por isso é preciso plantar para colher e sustentar a família o restante do
ano, tendo portanto uma jornada de trabalho extensa e comprometedora. Esse trabalho se debruça
em um estudo de caso de uma família de agricultores, onde três de seus membros cometeram
suicídio, tendo a depressão como uma circunstância potente para ocorrência do ato final. Abordar o
suicídio sob uma ótica biopsicossocial é relevante pois revela as diversas maneiras pelas quais o ato
final se instaura. A produção de trabalhos científicos dentro dessa temática é imprescindível, levando
em consideração o trabalho árduo na agricultura, tendo em vista o contexto de subsistência agrícola,
diante disso, esse trabalho ganha sua importância. O objetivo desse estudo é compreender o suicídio
de agricultores frente à depressão, bem como investigar a repercussão dessa doença na dinâmica
familiar.
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO A metodologia se deu por meio de uma entrevista semiestruturada, contendo 10 perguntas no intuito
de investigar as causas e as circunstâncias pelas quais a o suicídio era algo presente na referida
família. A entrevista foi realizada com uma integrante do núcleo familiar. Realizou-se uma busca de
artigos científicos disponíveis na plataforma on line Scielo, utilizando como descritores as palavras
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“depressão”, “agricultores” e “suicídio”. Como critérios de inclusão adotou-se: somente artigos
escritos em Língua Portuguesa e datados de 2012 à 2017. Somente 5 puderam ser inclusos na
construção do presente trabalho.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados revelaram que o suicídio parte de um viés biopsicossocial, ou seja, deve ser levado em
consideração fatores, sociais, religiosos, econômicos, psicológicos e biológicos. Além disso, é viável
entender como o sujeito lida com o adoecimento e o que a depressão significa para aquele que estar
acometido. Ademais, é preciso colocar em cheque a jornada de trabalho que esses agricultores estão
submetidos, partindo do pressuposto que muitas das vezes não têm tempo nem de comer, pois
precisam produzir para sustentar a família. As discussões tiveram ressalte no que se refere às
convergências da literatura com os dados obtidos da entrevista. Para Cavalcante (2012), Nary
(2018) e Minayo (2014), o suicídio se estrutura em diversas facetas, partindo do pressuposto que
todos os caso que foram aqui investigados perpassam por sofrimento frente à depressão. Entretanto
houve ressalves no que se refere a influência que essa família exerceu sobre os casos de suicídio, já
que dentro desse mesmo núcleo havia um histórico de suicídio e depressão.
CONCLUSÃO Podemos concluir que reduzir o ato suicida ao um quadro clínico fechado não abarca as dimensões
pelos quais esse morte se instaura. Levar em consideração os diversos fatores envolvidos no suicídio,
como o fator social, econômico, religioso, psicológico e biológico é demarcar um processo, isto é, o
ato reflete as demandas relacionadas ao contexto que o sujeito vive.
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Área de Estudo: Psicologia Escolar.
ESTUDO DE CASO ACERCA DA ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA NO ENSINO FUNDAMENTAL II DE UMA ESCOLA PRIVADA EM SOBRAL/CE
ANA LENISE MELO JULIO
BRUNA JÉSSIKA MOURA DE CASTRO GEÓRGIA BEZERRA GOMES
INTRODUÇÃO A Psicologia Escolar, que em seu histórico passou por um modelo psicométrico, avaliativo, a fim de
admitir ou não crianças e adolescentes para a inserção no contexto escolar, hoje se dá de forma
dinâmica e contextual. Hoje se compreende a importância da parceria entre todos os agentes que
compõe a comunidade escolar: alunos, professores, coordenação, funcionários da escola, etc. Essa
nova relação também permite a integração de profissionais que não atuam diretamente na escola,
mas que podem auxiliar no processo de ensino aprendizagem dos alunos, tais como neurologistas,
fonoaudiólogos, psicólogos clínicos e outros profissionais da saúde.
A psicologia escolar tem estado cada vez mais presente nas instituições escolares e percebe-se uma
variedade de possibilidades de intervenções que vão desde a estratégias individuais, mas também
grupais. No trabalho que se segue faremos um recorte para o ensino fundamental cuja atuação se
caracteriza a partir de algumas ações, dentre elas, entrevistas antes da inserção do aluno a escola,
reuniões com os responsáveis para melhor acompanhamento dos alunos, atendimentos individuais
com os estudantes, apoio socioemocional ao corpo docente, além de planejamentos de intervenções
individuais quando necessário, elaboração de relatórios e orientação profissional.
A rotina dos alunos de sexto ano merece um olhar atencioso, pois é nesta série que acontece a
passagem do ensino fundamental I para o II e que habilidades como autonomia, maturidade e
autogestão ainda estão em construção, pois, as disciplinas estudadas aumentam em nível de
dificuldade e em quantidade, as cobranças aumentam, as avaliações semanalmente se consolidam, o
vestibular começa a se tornar uma realidade mais próxima, além de outros aspectos provenientes da
própria fase da pré-adolescência.
O objetivo da pesquisa é trazer reflexões acerca do desafio de atuação da psicologia dentro do
contexto do ensino fundamental II, a partir da análise do caso de uma aluna do ensino fundamental II,
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matriculada no sexto ano, com 11 anos de idade e com diagnóstico de dislexia, um transtorno de
aprendizagem, em que existe a dificuldade de reconhecer e decodificar as letras.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A pesquisa tem por metodologia um estudo de caso, vivenciado no estágio supervisionado em
Psicologia Escolar, com atuação no ensino fundamental II, além da relação com a teoria acerca da
historicidade da Psicologia Escolar no Brasil, e da atuação da Psicologia nessa vertente.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Devido a dinamicidade institucional, foi necessário inicialmente, a inserção em sala de aula, para que
acontecesse a observação e criação de vínculos sem ocasionar prejuízos na dinâmica dos alunos. Para
além do diagnóstico citado anteriormente, a aluna apresentava um histórico de timidez excessiva,
com dificuldades de socialização e de se expressar. A aluna não gostava de receber uma atenção
diferenciada, dificultando a criação de vínculos, gerando assim muitas angústias durante o período de
estágio. No ensino fundamental II nos deparamos com a negação, por parte da aluna, o que nos fez
reconfigurar toda a proposta de intervenção. As propostas, que de início haviam sido pensadas para
aplicação individual, passaram a ser mais abrangentes, com a turma toda, sendo trabalhadas
indiretamente, com o grupo inteiro, a fim de respeitar o espaço individual da mesma e tentar uma
aproximação. Foi necessário engajar ainda mais a família nesse processo, além da orientação
educacional e a coordenação pedagógica.
CONCLUSÃO A experiência na condução desse caso nos permite repensar a atuação da psicologia escolar devido a
rejeição por parte da aluna e que gerou, a priori, uma sensação de incapacidade e frustração. Porém,
é preciso encontrar novos caminhos mesmo nas adversidades, principalmente dentro do ambiente
escolar que é extremamente mutável. O processo de aprendizagem se dá através das relações e um
dos maiores desafios da psicologia escolar está exatamente aqui: recriar e reconstruir possibilidades
de intervenção, sejam elas individuais ou em grupo.
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Área de Estudos: Psicologia Escolar.
AS CONTRIBUIÇÕES DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO NA INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NA ESCOLA
REGULAR: UMA REVISÃO DA LITERATURA
THAIS VIANA ANDRADE
LUCIARA PEREIRA FEIJÃO MS. RITA DE CÁSSIA PONTE PRADO
INTRODUÇÃO O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado pelo comprometimento na interação social,
na comunicação e nos padrões restritos, repetitivos do comportamento do sujeito. Tal transtorno
tem apresentado um índice considerável de incidência na população, diante disso, a literatura
científica propõe estratégias interventivas, dentre elas a análise do comportamento aplicada (ABA),
onde visa o desenvolvimento de repertórios de habilidades sociais e comportamento verbal do sujeito.
O presente trabalho se justifica a partir das limitações que interferem no desenvolvimento e na
qualidade de vida de pessoas com TEA observadas durante a experiência de estágio como
acompanhante terapêutica de uma criança com transtorno do espectro autista em uma escola
regular. Assim, tem-se como objetivo investigar de que forma a análise do comportamento tem
contribuído para o processo de inclusão de crianças autistas no âmbito escolar.
METODOLOGIA Para a coleta de dados, optou-se pela revisão de literatura. A pesquisa foi realizada através das bases
de dados virtuais: Scielo e Pepsic; em periódicos nacionais da abordagem analítico-comportamental:
Revista Brasileira de Análise do Comportamento, Revista Brasileira de Terapia Comportamental e
Cognitiva, Perspectivas em Análise do Comportamento; na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e
Dissertações (BDTD) e por fim, na coleção de livros Sobre Cognição e Comportamento. Os descritores
para o levantamento das referências bibliográficas foram: autismo, análise do comportamento e
inclusão escolar.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Através das pesquisas realizadas, foram elaboradas oito categorias que sintetizam as principais
formas interventivas proposta na literatura analítico-comportamental, para a inclusão escolar de
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crianças dentro do espectro autista. São elas: 1- Utilização do reforçamento positivo: acréscimo de
um estímulo no ambiente, o qual tende a aumentar a frequência de um comportamento desejável
dentro do contexto; 2- Procedimento de modelagem: utilizado para o aprendizado de comportamentos
desejáveis; 3- Modelação: técnica utilizada para instalação de novos comportamentos através da
reprodução de um modelo; 4- AskAnalysis: utilizado para ensinar as etapas das atividades afim de
chegar ao comportamento desejado; 5- Ensino através de tentativas discretas: o terapeuta fornece
dicas ao indivíduo com TEA e ao realizá-lo, recebe reforço positivo; 6- Comunicação alternativa:
possibilita a facilitação da comunicação a partir das imagens; 7- Treino em habilidades sociais: facilita
nas situações interpessoais; 8- Acompanhante terapêutico: sujeito facilitador das intervenções, o
qual está inserido no ambiente natural da criança, tendo a função de aplicar as técnicas analítico-
comportamentais, bem como para ser um mediador no processo de facilitação da inclusão da criança
no contexto escolar. A literatura estudada aponta que para uma aplicação exitosa dos procedimentos
aqui descritos, faz-se necessária a compreensão dos conceitos da análise do comportamento e a
utilização dos mesmos nas intervenções.
CONCLUSÃO Por meio dos resultados foi possível constatar que a análise do comportamento contribui de forma
eficaz para o processo de inclusão escolar de crianças com TEA. Uma vez que dispõe de uma série de
intervenções e estratégias, as quais possibilitam ao aluno com transtorno do espectro autista,
oportunidades para adaptar-se dentro das suas possibilidades na escola regular. Tais intervenções
contribuem dentre outros fatores, para instalação de comportamentos adequados, redução das
birras, redirecionamento das estereotipias e diminuição das dificuldades de interação social e
aprendizagem. Observou-se que ainda existem poucos materiais disponíveis que relacionem a
intervenção analítico-comportamental na inclusão escolar de crianças com TEA na realidade brasileira.
Através deste trabalho, conclui-se há muito que explorar dentro da temática de modo a facilitar cada
vez mais a inclusão de crianças com TEA dentro das escolas regulares.
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Área de Estudos: Psicologia Escolar.
PROJETO DE INTERVENÇÃO: TRABALHANDO A COORDENAÇÃO MOTORA DA CRIANÇA NO AMBIENTE ESCOLAR
ARIANE ARAUJO CAVALCANTE
BRUNA JESSIKA MOURA DE CASTRO INTRODUÇÃO Esse projeto de intervenção é fruto de uma experiência de estágio na área de psicologia escolar,
realizado em uma escola de rede privada situada na cidade de Sobral - Ceará Brasil, que disponibiliza
serviços do maternal ao ensino médio. O projeto de intervenção começou em agosto de 2018 com
uma turma do 2° ano do ensino fundamental I, em especifico uma criança do sexo másculo que tem
o diagnóstico de síndrome de deleção cromossômica, assim apresentando dificuldades na
coordenação motora. A escola também oferece um serviço de psicologia qual a demanda foi repassada
ao mesmo, sendo assim possível planejar e desenvolver essa intervenção. O projeto de intervenção
tem como objetivo desenvolver atividades que contribuam para o desenvolvimento da criança,
trabalhando suas necessidades e potencialidades assim identificadas durante o período de estágio.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS As intervenções aconteceram em uma escola de rede privada na cidade de Sobral-Ceará com uma
criança do sexo masculino que cursa o 2° ano do ensino fundamental. A principio houve um
levantamento de dados e identificado as dificuldades e potencialidades da criança, em segunda junto
ao serviço de psicologia da escola foi pensado algumas intervenções que pudessem ser desenvolvidas
para trabalhar essa dificuldade da criança, também reconhecendo sua habilidade e facilidade em
comunicar-se, foi pensado também atividades que trabalhasse tanto essas dificuldades como suas
potencialidades, na elaboração das atividades foi observado e identificado os gostos e preferência da
criança, para que a mesma possa ser atrativa e despertar interesse em desenvolver as atividades
propostas. Devido às limitações da criança, em alguns momentos durantes algumas aulas que ela
menos produz, ela sai da sala para realizar atividades da mesma matéria, mas com nível que a criança
possa acompanhar, é nesses momentos que as intervenções são realizadas. É apresentada a atividade
proposta para o dia, buscando trabalhar de forma lúdica e atrativa, despertando na criança interesse
e curiosidade em seguida explicando a proposta da intervenção, durante o desenvolvimento da
atividade deixo a criança bem livre, buscando sempre interagir com a mesma, se ela assim desejar
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realizar a atividade junto com ela. As atividades realizadas com a criança foram: os números
perfurados, pintura com cotonetes, caminhar sobre linhas e letras de estradas.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Após reconhecer a dificuldade da criança na coordenação motora, foram pensadas algumas
intervenções a ajudassem essa criança no seu desenvolvimento, entre elas: os números perfurados
para que a mesma possa passar um barbante ou linha entre as perfurações formando uma costura,
trabalhando assim o reconhecimento dos números, coordenação motora e atenção. A princípio a
criança demostrou dificuldade em manter uma sequencia dos furos e dificuldades em repassar a linha
na parte da frente e detrás da folha, mas com algumas repetições ela já teve um melhor desempenho.
A segunda atividade foi a pintura com cotonetes, onde é colocado um desenho e a criança tem o
objetivo de pintar ou pontilhar o desenho com um cotonete e tinta, trabalhando a atenção e a
coordenação motora. Nessa atividade a criança já demostrou menos dificuldade, alguns momentos
pintava fora do desenho.
A terceira atividade desenvolvida com a criança foi o caminhar sobre linhas, é desenhada sobre o chão
com uma fita adesiva diferentes linhas: retas, em zig zag e a criança vai andar por cima, essa atividade
ajuda a desenvolver a coordenação motora e equilíbrio. No desenvolver da atividade a criança
demostrou dificuldade em permanecer andando com um pé atrás do outro, outra dificuldade foi
apresentada foi seguir linha em alguns momentos a criança passava de uma linha para outra pulando
a sequência, nessa atividade foi necessário a ajuda da estagia como da professora para que a criança
pudesse concluir todo o percurso corretamente.
A quarta atividade foi a Letras de estradas, é feito letras com desenhos de estradas onde a criança
vai percorrer toda a letra com um carinho sem sair da estrada, trabalhando seu reconhecimento das
letras e a coordenação motora da criança, ao realizar a atividade a criança demostrou bastante
animação e não teve grandes dificuldades para executa-la.
CONCLUSÃO Para que este trabalho atingisse seus objetivos foi necessário a abertura da escola para desenvolver
as atividades, o interesse do serviço de psicologia, a produção das atividades, a parceria com a
professora, o interesse da criança e dedicação da criança. Embora as intervenções ainda estejam
acontecendo já é notório uma evolução no quadro da criança no seu desenvolvimento na coordenação
motora.
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Área de Estudos: Psicologia Escolar.
O PROFESSOR AFETIVO: DESAFIOS E POSSIBILIDADES NA APRENDIZAGEM
DIEGO FELIPE DA PONTE
MARIA ROSILENE DA PONTE DE MARIA ISRAEL ROCHA BRANDÃO
INTRODUÇÃO A afetividade pode ser abordada em diferentes perspectivas. Neste estudo, buscou-se abordar a sua
dimensão pedagógica, tendo em vista a postura do professor afetivo, já que o objetivo deste trabalho
é o de analisar os desafios e possibilidades para a construção do conhecimento, constituído na relação
afetiva professor-aluno no contexto da sala de aula.
A relação com o aluno, à troca de conhecimento, a criação dos lações afetivos, a construção do
saber, tudo isso dá prazer e motiva o professor a continuar praticando esse ofício, bem como
incentiva a novos jovens a querer seguir a profissão de professor, alem de contribuir para a diminuição
dos percalços existentes no contexto educacional da atualidade, foi partindo disso e do desejo da
possibilidade de atuação nesta profissão, como professora, que me faz despertar para esta pesquisa.
Sendo assim, para que pudesse compreender melhor a questão afetiva entre professor e aluno e sua
importância no processo de ensino-aprendizagem, buscou-se desenvolver esse estudo com o objetivo
de investigar o perfil do professor afetivo, seus desafios e possibilidades na construção do saber,
assim como identificar os aspectos positivos e negativos sobre o processo da aprendizagem
relacionado à afetividade.
PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS No âmbito educacional, o estudo sobre afetividade ainda é relativamente novo. Só então,
recentemente, é que esse termo tem posto em discursão a relação da afetividade com a cognição. A
partir de então, tem se apresentado uma junção de conceitos sobre a afetividade.
Partindo disso foi feito uma revisão bibliográfica, eminentemente teórica as quais foi feito um
levantamento de autores que tinham explorado o tema afetividade com relação à escola, o professor
e o aluno. Plataformas como Google acadêmico, Scielo, livros e artigos científicos, como também
depoimentos e palestras serviram de instrumentos para a coleta e análise de dados referentes a
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relatos e possíveis conclusões do assunto abordado. Assim, baseado de muitas leituras e
comparações, chegam-se aos resultados e discursões finais, como também uma possível conclusão.
RESULTADOS E DISCURSSÕES Muitos foram as discurssões, diferentes autores falam e trazem a noção da importância da afetividade
na relação aluno-professor.
Os afetos representam sentimentos de afeição, que são essenciais na cognição e na vida do sujeito.
Por meio desses laços afetivos positivos, pode-se estabelecer uma relação sadia e igualitária na
sociedade moderna. Nesse sentido, faz-se necessário que as instituições de ensino revejam alguns
conceitos e passe a integrar em suas grades curriculares conteúdos ligados aos termos afetivos,
procurando estabelecer no convívio escolar, relações afetivas entre os elementos envolvidos no
processo de ensino e aprendizagem. Diferentes autores acreditam que os problemas da educação
atual poderiam ser amenizados com a presença da afetividade no processo educativo.
Nessa dimensão, a utilização da afetividade na escola, bem como, na relação afetiva professor-alunos
têm um papel relevante na formação do caráter do sujeito e também, uma forte ligação com o seu
crescimento cognitivo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base no estudo realizado, observou-se que relevantes teóricos defendem a afetividade como
fator necessário no desenvolvimento integral do indivíduo, então a contribuição do professor afetivo
na construção do conhecimento do aluno, sobre tudo, a relação entre decente e educando, inclusive,
sobre a importância da afetividade no contexto da educação. Compreendeu-se que o professor afetivo
é aquele que consegue estabelecer com seus alunos uma relação de confiança e respeito tendo como
base o diálogo, reconhecendo-os como seres autônomos, mostrando atitudes coerentes de sua
prática e ações, mantendo o respeito à sabedoria e a condição de cada aluno.
Partindo disso, surge um tipo de mudança no contexto escolar, pois a decadência humana só poderá
ser alterada com ações diferentes das efetivadas no momento e os afetos positivos: amor,
solidariedade, empatia, amizade, respeito dentre outros são o que falta para um mundo igualitário.
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Área de Estudos: Psicologia Histórico-Cultural.
VÍNCULO TERAPÊUTICO COM CRIANÇAS SOB A PERSPECTIVA DA PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL
JORIELLA ARAÚJO DE OLIVEIRA
CLARA MORGANA JANUÁRIO SOUSA ARTUR BRUNO FONSECA DE OLIVEIRA
INTRODUÇÃO A preocupação com o sujeito desde os seus primeiros anos de vida ocupa um espaço importante na
sociedade contemporânea. No contexto clínico, a Psicologia Histórico-Cultural considera
imprescindível o estabelecimento do vínculo na relação terapeuta-paciente, visto que este implicará
de forma positiva ou negativa no processo de desenvolvimento da criança. Dessa forma, este trabalho
busca promover uma reflexão a cerca da construção do vínculo no processo terapêutico com crianças,
ressaltando a importância do mesmo para este fim.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia adotada foi revisão de literatura do tipo narrativa, tendo como referencial teórico a
Psicologia Histórico Cultural. Para a coleta dos artigos foram utilizados os descritores vínculo,
terapia, criança referentes ao ano de 2008 a 2018 na base de dados CAPES. Buscou-se somar
observações feitas durante os atendimentos clínicos da disciplina de estágio em Clínica Histórico-
Cultural.
RESULTADOS E DISCUSSÕES A criança que chega até o atendimento clínico é representada por membros da família, ou seja, a
procura pela terapia e a demanda inicial se dá por intermédio do adulto e não necessariamente da
criança. Então, inicialmente é natural que elas se sintam tímidas e inseguras no compartilhamento de
seus sentimentos, emoções e preocupações. Dessa forma, a construção do vínculo é condição base
para que a relação terapeuta-paciente se estabeleça. Entende-se por vínculo terapêutico um laço
afetivo e de confiança, permitindo que a criança se sinta acolhida e segura em um espaço até então
desconhecido por ela.
Para que esse vínculo seja de confiança, é necessário que o psicólogo se paute nos referenciais que
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a criança traz sobre a realidade ao seu redor, como esta significa a sua realidade. O psicólogo, então,
precisa compreender a criança em seu cenário de vida e em seu nível de desenvolvimento.
A terapia, de uma forma condizente com seu desenvolvimento, possibilita ao sujeito, a apropriação da
realidade que o cerca de forma diferente, produzindo novas concepções e assim, sendo possível
modificar o meio e vice-versa. Mas para que isto ocorra, é fundamental que o terapeuta o aceite
como ele é, respeitando seu próprio tempo e sua capacidade em resolver suas questões. Isso não
significa que o terapeuta vá apenas acompanhar o processo terapêutico da criança, pois sua postura,
a partir do que se discute na Psicologia Histórico-Cultural, deve ser intencional e interventiva. O
conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal ajuda a entender essa postura, pois supõe que a
criança seja entendida em seu nível atual, mas também em suas possibilidades de desenvolvimento,
as quais serão alcançadas através da ajuda do outro
É importante considerar também que a interação com a criança deve ser mediada pelo lúdico, da
fantasia e da imaginação, não se sucederá de forma direta através de conversas.
CONCLUSÃO Não podemos desconsiderar o importante papel que a psicoterapia desempenha no desenvolvimento
infantil, visto que, a construção do vínculo terapêutico norteia nossa pratica e concede à criança um
espaço de liberdade de ação. Desse modo, acreditamos que a Psicologia Histórico-Cultural nos dá
elementos para exercer um papel de forma ética, e nos implica a compreender o sujeito como
histórico, social e singular.
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Área de Estudos: Psicologia Hospitalar.
HOSPITAL UMA CLINICA MÓVEL: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM FAMILIARES DE PACIENTES COM RISCO EMINENTE DE MORTE
GLAUBER PINHEIRO BARROS
SILVIA GILDETE MARIA ALVES ROSA DUARTE JULIANA MORAIS RODRIGUES
SAMARA VASCONCELOS ALVES INTRODUÇÃO Esse trabalho tem como finalidade relatar experiências com familiares que tem seus entes internados
em hospital na eminência de morte e mergulhados na angústia. De acordo com Moretto (2001)
angústia e aquilo que ocorre quando não se tem significante que simbolizem o "buraco no real". Dessa
maneira a fala permitir a significação dessa dor, e para um alguém que tem seu ente próximo em
processo de adoecimento, a angústia se personifica na ausência do outro. Permitir a esses familiares
um espaço de fala, é creditar nessa dor que a ausência causa em quem esta mais próximo do doente.
METODOLOGIA Trata-se de um estudo descrito fundamentando em relato experiência a partir da vivência de discentes
do Curso de Psicologia da Faculdade Luciano Feijão nas enfermarias de um hospital referência em
cardiologia no interior do Ceará, durante a disciplina de Estágio Supervisionado em Psicologia
Hospitalar, no período de março de 2018 até o presente momento. O relato não pretende fazer
discussões de caso clínico. Refere-se, portanto, a experiência clinica ao escutar a rede de relações
presente no hospital, em articulação com estudos teóricos do campo, construindo assim
possibilidades de atuação da psicologia. Ressaltamos que essa atividade é supervisionada por um
docente da IES.
RESULTADO O hospital é um lugar é eminentemente desafiador, que confronta as nossas próprias dores, isso
porque a dor do outro diz da nossa própria finitude, pois “a dimensão traumática das experiências
vividas no ambiente hospitalar mostra-se presente para os pacientes, familiares e profissionais das
diferentes equipes que ali atuam” (CARVALHO, 2008.p13).A psicologia se faz presente na escuta da
angústia, que por vezes é desconhecido, "ajudando a fazer a travessia da experiência do adoecimento"
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(SIMONETTI, 2011, p.19).
CONCLUSÃO Diante da infância tão sofrida da M.F foi possível entender sua decisão em aceitar a vontade do filho
na quebra da continuidade do tratamento clinico. A escuta da família nesse momento, nos fez
compreender a importância da palavra, no processo de análise. E embora no ambiente hospital, onde
as situações são urgentes e emergentes, é possível operar analiticamente.
REFERENCIAS CARVALHO, Simone Borges de. O hospital geral: dos impasses às demandas ao saber psicanalítico. Como opera o psicanalista. Articulação teórica a partir da experiência da clínica de psicologia e psicanálise do hospital Mater Dei, v. 129, 2008. SIMONETTI, Alfredo. (2011). Manual de Psicologia Hospitalar: o mapa da doença. São Paulo: Casa do Psicólogo. MORETTO, M. L. T. O que pode um analista no hospital? São Paulo: Casa do Psicólogo, 2001.
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Área de Estudos: Psicologia Hospitalar.
ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA NA PEDIATRIA: UM OLHAR JUNTO AO ACOMPANHANTE
SÍLVINA MARA SOUZA DA SILVA
SAMANTHA MENDONÇA DE SALES GEORGIA MARIA MELO FEIJÃO
INTRODUÇÃO O hospital contraditoriamente é um espaço de cuidado, restabelecimento, promoção de saúde e
também causador de aflição, desamparos, estresse, medo, atravessando assim as fronteiras entre
corpo e psíquico (Moreira, 2014). Decorrente do processo de internação, assim como a criança, o
acompanhante, em sua maioria mães, se afastam das atividades cotidianas de lazer e trabalho,
passando a se inserir em um novo contexto, com novos hábitos. Faz-se necessário um acolhimento
que permita a escuta e auxilie na elaboração de estratégias para lidar nesse espaço inusitado, abrindo
espaço de fala e escuta entre paciente-família-equipe.Visando o acompanhante como sujeito e não
como mero recurso de fazer valer a ordem médica. É valido ressaltar, que os acompanhantes não são
apenas de laços sanguíneos, mas também social, ou seja, um amigo, vizinho que esteja disponível a
acompanhar o paciente o qual, geralmente, “teve sua vida desestruturada a partir da instalação
abrupta de um processo mórbido, da vivência de acidente ou de uma descompensação em casos de
doenças crônicas” (VIEIRA, 2010, p. 515).
OBJETIVO Pretendemos relatar e discutir sobre a importância do oferecimento de apoio no contexto hospitalar
aos acompanhantes de crianças internadas na Unidade Pediátrica e quais sentimentos estão sendo
elaborados nesse contexto de hospitalização.
METODOLOGIA Os dados apresentados foram obtidos a partir da experiência de três visitas ao setor de pediatria, ao
ouvir 04 acompanhantes de um hospital no interior do Ceará. Prática esta supervisionada pela
docente da disciplina de Psicologia Hospitalar, no mês de novembro de 2017. Os dados foram
coletados a partir do instrumento “Círculo de Cultura” de Paulo Freire, o qual tem como objetivo
promover reflexão em grupo a cerca de um assunto, no caso, foram elencados 07 sentimentos
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“alegria”, “raiva”, “tristeza”, “medo”, “choro”, “surpresa”, “pensativo” para serem discutidos. Para
registros dos dados utilizou-se diário de campo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO Diante das emoções expostas, percebemos a partir das falas, o sofrimento e inquietações das mães
advindas do estado de saúde dos seus filhos e de questões singulares de cada uma.Como exemplifica
o trecho da fala de uma delas: “Não é fácil está aqui, ter que largar tudo, trabalho, casa, marido,
filho pequeno, mas tenho fé que meu filho irá se recuperar logo e voltaremos pra casa”. Mesmo diante
de um processo de hospitalização, onde os sentimentos como angústia, medo, tristeza são
desencadeados, é nesse mesmo espaço, hospitalar, que as acompanhantes consideram ficar menos
angustiadas, pois ele possibilitará a saúde de seu filho (COSTA ET AL. 2009, p. 322). Analisando a
relação entre esses sentimentos e as estratégias elaboradas para lidar com eles diante da situação
que estão, as mães enfatizaram a religiosidade e a importância de serem escutadas sem serem
julgadas. A forma como a família lida com a situação de adoecimento depende da história de cada
membro, do quanto o sistema familiar era saudável emocionalmente e dos mecanismos de defesa que
utilizam no cenário de gravidade.
CONCLUSÃO Assim, quando uma criança é internada, devemos ter em mente que, além de cuidar da criança
enferma, teremos que levar em conta, quase com igual importância, as alterações no equilíbrio familiar
decorrentes da doença (emocionais, financeiras, de rotina, etc.). Darmos voz ao discurso parental,
às histórias que são construídas com medos, angústias e fantasias e aos sentimentos rechaçados
diante do traumático da hospitalização, identificamos um dos aspectos importantes: o lugar de objeto
que estas acompanhantes ocupam diante da equipe médica, estas são vistas apenas como cuidadoras,
e não como sujeito em seu modo singular de resistir e existir. Pode-se perceber que a partir do
diálogo proporcionado pela intervenção, os sujeitos passaram a construir entre si estratégias para
sobressair à situação a qual estava imersa, certificando-se assim, o quão importante é haver o apoio
a estas mães. Apoio este que necessariamente não precisa se restringir ao serviço de psicologia,
mas toda a equipe, visando um trabalho em equipe ético e crítico.
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Área de Estudos: Psicologia Institucional.
UM ESTUDO A PARTIR DA ANÁLISE INSTITUCIONAL NO ÂMBITO HOSPITALAR
LIA LINHARES BRAGA
AMANDA CRISTINA BEZERRA CARDOZO ANA KARINE SOUSA CAVALCANTE
INTRODUÇÃO A presente pesquisa compreende uma análise reflexiva sobre a prática da Análise Institucional no
âmbito do hospital. Para Lapassade (1977), há nos grupos uma dimensão oculta, não analisada: a
dimensão institucional. Diante disso, Lapassade definiu como Análise Institucional o método que visa
revelar, nos grupos, o nível oculto de seu funcionamento. Ou seja, entende-se que há relações
implícitas que precisam ser desveladas para o melhor funcionamento das instituições. Segundo
Baremblitt (1996) as organizações são grandes ou pequenos conjuntos de formas materiais que
concretizam as opções que as instituições distribuem e enunciam. Isto é, as instituições não teriam
vida, não teriam realidade social senão através das organizações. Assim, as organizações não teriam
sentido, não teriam objetivo, não teriam direção se não estivessem informadas como estão, pelas
instituições. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo analisar e discutir as possibilidades
de intervenção do psicólogo institucional frente às demandas no âmbito hospitalar.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Trata-se de um estudo qualitativo, de natureza descritiva, do tipo relato de experiência em um
hospital rede pública de saúde localizado em um município do estado do Ceará.
RESULTADOS E DISCUSSÕES No contexto da referida instituição, ou seja, no hospital, o agente institucional denominado por
Baremblitt (1996) de protagonistas que dão vida às instituições, são os profissionais de saúde como
médicos, enfermeiras e psicólogos e sua clientela, intermediados pela instituição saúde, agindo nas
suas respectivas organizações e estabelecimentos. O objetivo da Análise Institucional, portanto, é
fazer com que as comunidades, os coletivos entrem num processo de autoanálise e de autogestão.
Segundo Souza et al. (2011) para Lapassade a autoanálise seria à aquisição ou retomada do
pensamento e da ação coletiva, permitindo-lhes ter ciência dos seus desejos, interesses,
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necessidades sem que esses sejam provenientes de qualquer exterioridade. Concomitante ao
primeiro, a autogestão consiste na coordenação, na articulação dos coletivos para criar mecanismos
que promovam a manutenção e melhoramento de sua vida com o meio.
Souza et al. (2011) aponta análise institucional seria uma nova maneira de ver, entender e atuar na
dinâmica dos grupos; além de atuar no âmbito hospitalar no método institucional, estaria agindo em
qualquer coletividade, como por exemplo em grupos sociais que existem dentro da organização
hospitalar, onde tivessem uma “brecha” para a entrada do questionamento, “quebra” de ideias e
demandas cristalizadas. Assim, a análise institucional pode ser utilizada não só por psicólogos, mas
por qualquer um que possa gerar ou promover - dentro de um grupo - um espaço para discussão,
para o “exercício” da transversalidade e reflexão da sociedade. Pode-se observar esta atuação junto
à Casa da Mamãe, grupo de mães cujos bebês recém-nascidos permanecem internados após o parto
para um melhor acompanhamento de saúde. Neste grupo as mães expressam seus interesses,
desejos, anseios e são acolhidas pela coletividade ganhando força enquanto grupo junto à instituição.
CONCLUSÃO Portanto, conclui-se que o psicólogo no equipamento de saúde poderá atuar com a equipe
multidisciplinar, contribuindo para uma compressão desse espaço que engloba saberes e diversidades.
Vale ressaltar que o psicólogo “ajudará” no caminho, mas quem irá percorrê-lo são os seus clientes
realizando a autoanálise e a autogestão, onde ele irá identificar seus problemas para depois os
solucionarem.
REFERÊNCIAS BAREMBLITT, Gregorio F. Compêndio de análise institucional e outras correntes: teoria e prática. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1996. LAPASSADE, Georges. Grupos, organizações e instituições. Rio de Janeiro: Francisco Alves Editora, 1977. SOUZA, Antônio Vital Menezes de; SANTOS, Paloma Araújo Cortês dos; SANTOS, Vinícius Silva. “O Conceito de implicação em práticas da análise institucional contemporânea”. In: V Colóquio Internacional “Educação e Contemporaneidade”, 2011. São Cristóvão/SE. Anis
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Área de Estudos: Psicologia Institucional.
A PRÁTICA DA PSICOLOGIA INSTITUCIONAL NO ÂMBITO ESCOLAR
FRANCISCO FLÁVIO FIRMINO
GARDÊNIA MORAIS DOS SANTOS PEREIRA LEONICE ABREU PEREIRA
ANA KARINE SOUSA CAVALCANTE INTRODUÇÃO A presente pesquisa compreende uma análise reflexiva sobre a prática da Psicologia Institucional no
âmbito escolar. Acolher a dimensão transformadora da vida em sociedade é a proposta da Psicologia
Institucional, que busca resgatar a dimensão política da participação dos sujeitos e dos grupos na
construção de sua realidade social (BLEGER, 1984).
O estudo inclui uma visão acerca da instituição nos seus mais diferentes aspectos, do indivíduo como
parte de um grupo e as possibilidades de intervenção do psicólogo institucional diante das demandas
da instituição. Diante disso, buscou-se analisar a construção de um posicionamento político daqueles
que estão diretamente envolvidos com o cotidiano das instituições.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Trata-se de um estudo qualitativo, de natureza descritiva, do tipo relato de experiência em uma escola
de educação profissional da rede pública de um município do Ceará.
RESULTADOS E DISCUSSÕES A escola, objeto deste estudo - é uma instituição da rede pública que segue modelo padrão de escolas
com funcionamento em tempo integral que organizam e integram o Ensino Médio à educação
profissional, configurando cenários de cidadania que articulam o direito à educação e ao trabalho.
De acordo com Lapassade (1977) a organização é um nível da realidade social em que as relações
são regidas por estatutos e acontecem no interior de determinados espaços físicos. Já o conceito de
instituição compreende o nível da Lei ou da Constituição que rege todo o tecido de uma formação
social, estando acima dos estatutos das organizações. No contexto desta pesquisa, podemos
entender a escola como uma organização que é regida pelos conceitos da Educação enquanto
instituição norteadora da formação social.
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A partir da observação na escola, identificou-se como principais demandas, a indisciplina e a falta de
perspectivas dos alunos - além de algumas relações de poder oriundas de um modelo sistemático
que, mesmo garantindo uma certa autonomia à escola, a ela impõe metas que, para serem
alcançadas, se eleva ao máximo o nível de cobrança do trabalho dos gestores e professores,
dispensando as decisões próprias da organização em detrimento do que é prioridade para as
instâncias superiores.
Sobre o exposto, observa-se que a regra que predomina nas relações de trabalho é a obediência - o
que acaba contribuinido para que a organização seja um fim em si mesma. Indivíduos e grupos acabam
se munindo de um radar que possa sondar as necessidades e interesses que não os próprios
(GUIRADO, 2009). Ou seja, há uma predominância dos aspectos instituídos em detrimento dos
instituintes.
Em Lapassade (1977) o instituído refere-se ao que se encontra cristalizado; é o que, na verdade, se
confunde com a própria instituição. Já a dimensão ou o momento do processo de institucionalização
em que os sentidos, as ações ainda estão em movimento e constituição, o autor intitula de instituinte.
Nesse sentido o trabalho do psicólogo na escola deve ser realizado de forma dinâmica, valorizando os
diversos sujeitos que nela atuam como parte primordial da instituição (BLEGER, 1984). Também julga-
se importante propor espaços de escuta onde os mesmos possam falar sobre suas queixas e, assim,
oportunizar ao psicólogo, uma intervenção mais direcionada às necessidades da instituição em sua
totalidade.
CONCLUSÃO Reconhecer a importância da psicologia no âmbito das instituições, demanda compreender que,
diferente do trabalho psicológico em uma instituição onde o profissional perde sua neutralidade, o
piscólogo institucional deve atuar como um mentor ou consultor que pensa a instituição em sua
totalidade, valorizando a ação que se caracteriza nas relações sociais e não no local material que faz
a instituição.
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Área de Estudos: Psicologia Jurídica.
PSICOLOGIA JURÍDICA: UM ESTUDO SOBRE ORIGEM DA PESSOA E O ANONIMATO DO DOADOR NOS CASOS DE INSEMINAÇÃO
LIDIMARA MARTINS ABREU
SÉRGIO LUIZ CORRÊA DOS SANTOS
INTRODUÇÃO Este trabalho abordará sobre um tema pouco discutido e de grande relevância para as pessoas, que
surgiu com o desenvolvimento da ciência e seus avanços no campo da medicina que possibilitaram
casais a construírem suas famílias e a realização de seus sonhos. Que se trata das técnicas de
reprodução assistida com o objetivo de proporcionar um benefício ao casal estéril ou infértil. Esse
método de reprodução vem sendo feito no Brasil conforme o regramento específico do Conselho
Federal de Medicina, de acordo com a Resolução nº 2.121/15. Em que as técnicas de reprodução
medicamente assistidas podem acontecer de duas formas: homóloga e heteróloga. Na homóloga é
utilizado o material biológico dos pais que são pacientes das técnicas de reprodução assistida, não
havendo doação por terceiro anônimo de material biológico, como é o caso da heteróloga. Assim, será
discutido questionamentos sobre o que esse método de reprodução assistida pode gerar, o direito
da criança proveniente desta reprodução ter acesso aos dados de sua origem genética, saber
informações do doador, através do direito de filiação estabelecido pelo direito de família, com a
finalidade de atender ao princípio da dignidade humana de saber sua origem, a fim de evitar ocorrência
de incesto ou desconhecimento de possíveis doenças de caráter hereditário. O objetivo do trabalho
é investigar a colisão que há entre esses dois direitos, o direito ao anonimato e o direito a origem
genética, e indicar que deva ser considerado aquele que, se retirado, traga menor prejuízo ás partes
envolvidas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia foi através do estudo bibliográfico com técnicas de documentação indireta. A pesquisa
tem por metodologia a consulta a artigos, para a coleta de dados, optou-se pela pesquisa bibliográfica
em periódicos disponíveis eletronicamente. Em que o critério de seleção foram artigos relacionados
o estudo da origem e o anonimato do doador, utilizando os seguintes descritores:
• Direito ao anonimato;
• Direitos da personalidade;
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• Origem genética.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Como resultado, diante disso, é possível mostrar a relevância do direito ao reconhecimento a origem
genética para o ser humano, mostrando suas implicações para assegurar o direito à saúde de filhos
que tenham um histórico de possíveis doenças genéticas, para evitar acedentes e descentes contrair
núpcias incestuosas, ou seja, impedimentos matrimonias e pela necessidade psicológica em que o ser
humano tem para construir sua identidade. Pois, algumas pessoas nascem com predisposição para
certas patologias, isso porque, em seu material genético carrega algumas deficiências. E algumas
destas doenças podem ser prevenidas ou remediadas quando diagnosticadas previamente. No
entanto, pessoas oriundas de reprodução humana assistida heteróloga que não conhecem o histórico
familiar de saúde não tem como se precaver. Então pessoas que tem disposição a terem problemas
sérios de saúde e não ter como se prevenir estão correndo risco de vida. Por isso, o direito a origem
genética é bastante relevante, tendo em vista uma necessidade inerente à pessoa, a saber, sua
história biológica para melhor permitir a construir sua identidade. Saber a origem genética é conhecer
a metade do seu ser.
CONCLUSÃO Por fim, neste trabalho buscou-se demonstrar a relevâncias e as controvérsias geradas no campo do
Direito por meio da reprodução assistida, sob a espécie heteróloga, principalmente no campo jurídico.
Por tanto, não há como ignorar a existência do direito fundamental a identidade genética em
detrimento do direito ao anonimato do doador. É preciso surgir legislação que atende a garantia da
pessoa, nascida por meio de técnica de reprodução heteróloga, de reconhecer sua origem genética,
preservando, o parentesco civil decorrente dos laços de afeto construídos com seus pais jurídicos.
Em que, o direito a origem genética trata-se de um direito de identidade algo inerente ao indivíduo,
por tais razões está amparado pelo princípio da dignidade humana mais especificamente no direito à
vida.
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Área de Estudos: Psicologia Organizacional.
A AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA COMO FERRAMENTA NA ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO
INGRID SOUZA LIMA
ALICE LIA BRANDÃO GOMES DEBORAH DE SOUSA BRITO
INTRODUÇÃO A partir da caracterização de uma organização, é lógico afirmar que essas entidades são planejadas,
organizadas e dirigidas por pessoas com suas necessidades, desejos e manias que influenciam seu
comportamento dentro e fora das organizações. Diante dessa necessidade é que podemos reconhecer
o trabalho do psicólogo organizacional, que irá atuar de forma direta tanto na contratação de
funcionários, quanto na dinâmica da empresa. Para realizar tais atividades o psicólogo faz uso de
diversas ferramentas durante a prática, sendo uma das principais, a Avaliação Psicológica, a qual
segundo consta na Resolução No 009/2018 do CFP, seguindo as diretrizes que constam no parágrafo
1º, do art. 13, da Lei nº 4.119, de 27 de agosto de 1962, que considera a Avaliação Psicológica
como uma das atividades exclusivas do psicólogo, o qual pode utiliza-la com diferentes finalidades e
contextos. Para Dalbosco e Consul (2011), a Avaliação Psicológica vem se tornando cada vez mais
enriquecedora para o setor de RH e por isso é importante estudarmos e compreendermos a utilidade
dessa ferramenta na atuação psicológica.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A pesquisa tem por metodologia a consulta a artigos brasileiros do banco de dados da SCIELO e
LILACS. Além de consultas a serem realizadas em livros envolvendo a temática e no site do Conselho
Federal de Psicologia, assim como também no site do SATEPSI (Sistema de Avaliação de Testes
Psicológicos).
RESULTADOS E DISCUSSÕES Atualmente a psicologia organizacional divide-se em dois aspectos: o mais antigo, industrial, conhecido
internamente como Recursos Humanos ou apenas RH, o qual busca a eficiência da empresa através
de seleção, treinamento, avaliações e projetos de trabalho. Já o segundo aspecto é o organizacional,
que realiza o movimento das relações humanas, portanto preocupa-se em compreender o
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comportamento do indivíduo trabalhador, mantendo o foco, principalmente, em seu comportamento
individual e no bem-estar dentro do campo de trabalho. Para Zanelli at al (2004), a atuação do
psicólogo organizacional e do trabalho tem sua importância, principalmente, ao trazer a ideia de
desenvolvimento de estratégias que promovam bem-estar e qualidade de vida no ambiente de
trabalho. Tem como principal objetivo explorar, analisar e compreender as relações criadas dentro de
uma empresa/indústria, tanto as relações individuais, entre funcionário e empregado, quanto as
relações dos grupos e organizações existentes nesse ambiente. Utilizando-se de novas técnicas,
conceitos e ferramentas, como a Avaliação Psicológica, por exemplo, é possível alinhar as
características do avaliando com as características da empresa e trilhar qual seria seu possível
desempenho em seu campo de atuação. É dever do psicólogo, estar sempre atento ao seu papel
perante a qualidade de vida de um funcionário, dentro e fora da empresa. Uma forma de promover
esse bem-estar é a realização de um processo de desenvolvimento social. Para Dalbosco e Consul
(2011), a avaliação psicológica permite ao profissional da psicologia conhecer mais a fundo o potencial
de cada individuo trabalhador, observando suas capacidades e o que o limita, compreendendo o que
pode vir a motiva-lo e investir nessa descoberta, aumentado tanto a qualidade do trabalho desse
funcionário, quanto proporcionando a esse indivíduo uma atividade laboral que o agrade e o motive a
estar sempre crescendo.
CONCLUSÃO Diante dos escritos de Machado (2016), entendemos que é de grande importância que profissionais
da psicologia que atuam no campo Organizacional e do Trabalho, estejam em alerta e em busca por
novas técnicas, pois é um campo que está em constante mutação. Principalmente aqueles que se
utilizam da Avaliação Psicológica, em todas as suas técnicas (testes, entrevistas, provas situacionais
e etc...), pois existe uma constante critica ao curso de graduação em psicologia, principalmente no
quesito de embasamento teórico da avaliação, o que pode levar os iniciantes na profissão a
trabalharem com pouco recurso e de forma despreparada. Portanto, é necessário que o profissional
desse campo busque sempre atualizações sobre as novas ferramentas no mercado e procure
também, outras formas de capacitação como cursos, leituras e palestras, para dessa forma preparar
uma boa avaliação, com uma bateria de instrumentos que motivem o paciente a participar do
processo.
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Área de Estudos: Psicologia Organizacional.
FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO: RELATO DE EXPERIENCIA DISCENTE EM PSICOLOGIA
ORGANIZACIONAL
ÍRIS DOS SANTOS TIMBÓ
ROBERTA DE FÁTIMA ROCHA SOUSA GIORGIO DE OLIVEIRA GOMES
ADRIANA GOES URANO NOGUEIRA INTRODUÇÃO O referente trabalho procura compreender a relação existente entre a teoria e prática para a
formação do psicólogo que atua na área da Psicologia Organizacional e do Trabalho, como estas se
relacionam ao longo de sua formação acadêmica e como é perpassada sua prática. Ao iniciarmos o
curso de Psicologia, nos deparamos com uma série de desconstruções sobre o que é a psicologia,
distinguindo a mesma dos conhecimentos do senso comum, assim como o que é da psicologia e de
outros campos de estudo acadêmicos e laborais. Dentro disso, nos deparamos com um mundo de
atuações e possibilidades, não existe apenas uma psicologia propriamente dita, mas psicologias, cada
uma com suas formas de trabalhar, estudar, e de se sustentar intelectualmente. Uma dessas áreas
de atuação e estudo é a Psicologia Organizacional e do Trabalho, tendo como objetivo estudar as
relações dentro do ambiente laboral, sendo este o estudo de comportamentos, dos impactos do
trabalho na sua vida social e pessoal, motivações do trabalho e de se constituir dentro das
organizações. O termo Psicologia Organizacional e do Trabalho, empregado desde a década de 90,
tem por objetivo contemplar a atual diversidade da área, de modo a propor a existência de dois
grandes eixos de fenômenos que envolvem aspectos psicossociais: as organizações, enquanto
ferramenta social formadora de coletivos humanos e o trabalho, enquanto atividade básica do ser
humano reprodutora de sua própria existência e da sociedade (TONETTO, 2008, apud BASTOS,
2003). O objetivo central compreender na prática a relação existente entre teoria e ação profissional,
se as mesmas aproximam ou distanciam dentro do campo laboral. Para isso, foi realizada uma
entrevista semiestruturada com uma psicóloga recém formada, que teve sua carreira desde a
graduação direcionada para a atuação na área da psicologia organizacional. Procuramos compreender
o delineamento da carreira de um profissional da psicologia engajado na área da Psicologia
Organizacional, e que sejam promotores de mudanças e melhorias nos processos laborais, visando a
possibilidade de descobrir como estes estabelecem teoria diante de suas atividades.
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PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS Por uma pesquisa qualitativa, com uso de uma entrevista semiestruturada, procuramos trabalhar o
relato de experiência, com a psicóloga atuante na área da Psicologia Organizacional e do Trabalho,
onde realizamos perguntas variantes do percurso de formação acadêmica da mesma, até seu
desenvolvimento na área profissional.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Na entrevista foram realizadas perguntas que variam do processo formativo acadêmico da mesma,
uso teórico e metodológico de trabalho, até questões práticas de uso de ferramentas, processos
avaliativos, uso de endomarketing, como suas estratégias para lidar melhor com os colaboradores.
Portanto, foi perceptível em sua fala a presença de competências básicas que fazem o psicólogo ter
um bom trabalho dentro das Organizações, que é o engajamento, atualização e um olhar voltado as
exceções, ou seja, ser ativa no processo de mudança e formação organizacional, estar atenta as
novas possibilidades técnicas de trabalho, assim como olhar os mínimos que por vezes passam de
forma imperceptível, mas estes que são verdadeiros potenciais produtivos na organização, dentre
estes aspectos subjetivos dos seus colaboradores. Isso nos mostra que para ser um bom profissional
da psicologia na área Organizacional, não podemos dissociar a teoria da prática, sendo estas
complementares durante todo o processo laboral.
CONCLUSÃO Observar que teoria e prática estão em relação de crescimento e comunicação, tanto o psicólogo
quanto o acadêmico de psicologia precisam estar em atualização, pois o mercado de trabalho está
em constante evolução. Percebeu-se que por vezes quando adentramos ao mercado de trabalho, ou
experiências de estágios na psicologia organizacional e do trabalho, possuímos baixo suporte teórico,
tendo em vista a baixa quantidade de escritos acadêmicos na área, bem como a restrição de oferta
de disciplinas focadas nesta, sendo necessária uma busca por capacitação e atualização sobre as
práticas com intervenções mais assertivas dentro das organizacionais.
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Área de Estudos: Psicologia Social.
AMÉM, VINHOLADA: JUVENTUDES NA PRODUÇÃO DO COMUM
FRANCISCO VALBERDAN PINHEIRO MONTENEGRO
"Amém ao FORA TEMER na hora da truculência da police!" (Publicado no evento Amém, vinholada! no Facebook)
INTRODUÇÃO As vinholadas são um tipo de evento festivo realizadas no ambiente universitário, tradicionalmente
nos cursos de Psicologia por todo o Brasil. Num balaio sincrético são postas em ação referências que
vão da Grécia antiga aos dias atuais. Regadas a vinho e, mais recentemente, catuaba, as vinholadas
historicamente têm constituído uma tipo de culto a Baco, o equivalente romano para o deus grego
do vinho e protetor dos que não pertencem à sociedade convencional, Dionísio. Na cidade de Sobral
a prática das vinholadas têm sido levada a cabo pelos estudantes de psicologia da UFC – não se
restringindo a eles, contudo -, já que são um evento autogerido e destituído de qualquer vínculo
institucional. Inicialmente, vinho e violão embalavam pequenas reuniões no gramado de um espaço
conhecido como margem esquerda, entretanto, em sua versão mais contemporânea, as vinholadas
têm adquirido um caráter mais múltiplo. Lá circulam diferentes corpos com diferentes formas de viver
e habitar a cidade. Eventualmente batizadas com algum nome, como Histeria Coletiva ou a Amém,
vinholada! (aqui analisada), cada vinholada tem seu tema diretamente ligado a alguma questão local.
Convocadas por eventos no Facebook, onde pululam uma diversidade de memes e discursos digna de
nota, as vinholadas são construídas e frequentadas por sujeitos aos quais, em função de um marcador
social da diferença etário, temos convencionado chamar de jovens. São jovens universitários ou não
de variadas instituições e cidades que fazem a vinholada acontecer; no evento do Facebook da Amém,
vinholada! eles contavam 821. Quantos compareceram? Impossível dizer, porém, certamente eram
muitos e, apesar do emprego da palavra juventude que aqui faço, não formavam uma identidade
comum. Nesse sentido, este trabalho objetiva traçar uma cartografia das formas de subjetivação
tecidas nas tramas que circunscrevem as produções discursivas circunscritas ao acontecimento
vinholada.
METODOLOGIA Para tanto, analisamos as produções discursivas encontradas no evento "Amém, Vinholada" na rede
social Facebook, bem como as produções discursivas veiculadas pelas mídias locais sobre as
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vinholadas.
RESULTADOS E DISCUSSÕES No que se refere à vinholada, longe de uma experiência do comum como aquilo que conecta os sujeitos
entre si tornando-os iguais, o que existe é uma disposição à alteridade e quebra das barreiras
identitárias. Na vinholada trata-se mais do que uma identidade comum que contamina e atravessa os
vinholeiros mutuamente, falo do em comum e não do ser comum. O conceito de comum que busco
junto a autores como Agamben, Esposito e Laval aponta para outro modo de produção da vida urbana
em contraponto à lógica do capital que subordina os espaços ao seu valor de troca e não propriamente
de uso. Nesse mosaico, palavras como propriedade, apropriação, público e coletivo são
problematizadas.
CONCLUSÃO Assim, quando as pessoas se unem num grito de “fora Temer” durante uma ação truculenta da polícia
para coibir uma apropriação dita ilegítima do espaço urbano que se repete apesar dos sistemáticos
ataques do poder público como cortar a energia do anfiteatro onde se realiza o evento, cabe dizer
que a vinholada se insere na discussão do direito à cidade. O direito à cidade operacionalizado pelo
comum tende ser visto como um ethos, um jeito de viver a cidade e não meramente como conceito
jurídico, uma vez que, os boicotes das instituições públicas a esse tipo de evento ocorrido em espaços
públicos destinados ao lazer e cultura demonstram o revés da gramática dos direitos nas lutas e
debates sobre a partição do solo urbano.
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Área de Estudos: Psicologia Social.
A PSICOLOGIA NO CENTRO DE REFERENCIA ESPECIALIZADO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL: ENTRE A PROTEÇÃO E ENFRENTAMENTOS
NIVIA MARIA VASCONCELOS TAVARES
ANNE GRAÇA DE SOUSA ANDRADE
INTRODUÇÃO O Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS - é uma unidade pública estadual
que está na Proteção Social Especial de Média Complexidade que atende pessoas, famílias e a
comunidade que estão em situações de risco e vulnerabilidade social, onde seus direitos foram
violados, mas que o vinculo familiar não foi rompido. Tem como objetivo atender demandas da
população como, por exemplo: abuso de álcool e drogas, violência doméstica, trabalho infantil, maus
tratos com idosos, crianças, pessoas deficientes, situações de rua, entre outros. Tem como diretriz
orientar e acompanhar a família ou o membro que passa por essas situações, promovendo direitos,
preservação e o fortalecimento dos vínculos comunitários, sociais e familiares. O CREAS trabalha
com o público (mulheres, adolescentes, idosos e deficientes) que teve algum direito violado. Sendo
dividido em três eixos: o PAEFI, Medidas Socioeducativas e Abordagem Social. Nesse sentido o
objetivo desse trabalho é compreender as potencialidades e os desafios da atuação do psicólogo no
CREAS.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Através de uma observação participante foi realizada uma visita ao CREAS com o objetivo de conhecer
a atuação do psicólogo, suas possibilidades de trabalho e os desafios que vem a enfrentar no
equipamento. Além da observação feita na instituição, foi utilizado como instrumento de coleta de
dados, entrevistas com três psicólogas que realizam tais acompanhamentos.
RESULTADOS e DISCUSSÕES Segundo a entrevista, atualmente no CREAS o maior número de violação é a Negligência e o Abandono
dos Idosos. Durante a visita foi possível conhecer as potencialidades da práxis da intervenção do
psicólogo, que se configura com uma possibilidade de buscar mudanças na vida dos usuários, para
que reconheça as potencialidades, a capacidade de transformação, superação e enfrentamento diante
as situações de riscos e violência do cotidiano, intervindo e acompanhando as demandas
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apresentadas. Algumas atividades desenvolvidas são acolhimento, entrevista, atendimentos
individuais, grupos, visitas domiciliares e institucionais, acompanhamento do indivíduo nos serviços
do sistema judiciário, fazer relatórios, preencher prontuário do SUAS (Sistema Único de Assistência
Social), elaborar atividades educativas e esclarecer a população sobre os direitos e deveres do
cidadão. Ainda tem alguns serviços que são ofertados pelo CREAS como: Serviço Especializado de
Abordagem Social- SEAS, Serviço de Proteção Social ao Adolescente em Cumprimento de Medida
Socioeducativa de Liberdade Assistida- LA e a de Prestação de Serviços à Comunidade- PSC, Serviço
Especializado para a População de Rua, Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com
Deficiências, Idosas e suas Famílias e Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e
Indivíduos- PAEFI, que articulada com os outros serviços socioassistenciais das políticas públicas e os
órgãos do Sistema de Garantia de Direitos. Como desafios foram citados a desmistificação que existe
um técnico melhor do que o outro, a necessidade de aumentar o número de funcionários e a violência
entre facções que prejudica a realização de grupos socioeducativos.
CONCLUSÃO A partir desse trabalho que contribuiu não apenas para a nossa formação, mas, principalmente, para
uma visão mais humanizada e que valoriza cada individuo com a sua particularidade, foi possível
conhecer a atuação do psicólogo e constatar a necessidade de um novo CREAS no município, de forma
que possa atender toda a demanda. Além disso, precisa que exista uma valorização no trabalho dos
profissionais, revelando que todos buscam garantir o direito dos cidadãos.
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Área de Estudos: Psicologia Social.
CONHECENDO A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO EM INTERFACE À EQUIPE MULTIPROFISSIONAL EM ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL PARA
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
NIVIA MARIA VASCONCELOS TAVARES
ANNE GRAÇA DE SOUSA ANDRADE INTRODUÇÃO O Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes faz parte da Proteção Social Especial e tem
como objetivo acolher de forma provisória as crianças e os adolescentes que foram afastados do
convívio familiar por abandono da família ou por essa se encontrar temporariamente impossibilitada
de oferecer cuidado e proteção. Situação essa que pode permanecer até o momento que seja possível
o retorno deles para a sua família de origem, para substituta ou disponibilizada para adoção. Além
das situações já citadas, o Abrigo também acolhe as crianças que foram negligenciadas pelos pais,
seja uma questão de abuso sexual, ou que estão em situação de rua, ou que sofrem alguma violência,
entre outros. O Conselho Tutelar do município e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
configuram como porta de entrada para o Abrigo, que tem um caráter provisório (eles podem voltar
para a família de origem ou extensa, podem ficar cerca de 3 meses), ou permanecerem até acontecer
a destituição (antes era 2 ano e agora é aproximadamente 1 ano) que é quando vai para a adoção.
Nesse sentido o objetivo desse trabalho é compreender as potencialidades e os desafios da atuação
do psicólogo no CREAS.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Através de observação participante foi realizada uma visita ao Abrigo Institucional de Acolhimento
para Crianças e Adolescentes com o objetivo de conhecer a atuação do psicólogo, suas possibilidades
de trabalho e os desafios e estratégias de enfretamentos. Além da observação feita na instituição,
foi utilizado como instrumento de coleta de dados, entrevistas com três psicólogas que atuam na
instituição.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Segundo a observação participante as atividades que são desenvolvidas no abrigo são:
acompanhamento familiar, que é responsabilidade dos profissionais, idas à escola, atendimentos
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psicológicos, esportes na Vila Olímpica, ida à praça, dentista, visitas nas escolas, visitas domiciliares
nas famílias que vão adotar, acompanhamentos em outras instituições, dependendo da necessidade
do caso. No que tange a atuação do psicólogo, durante as entrevistas, foi relatado que o mesmo faz
parte do trabalho multiprofissional que é realizado, que precisa do apoio e da colaboração de todos
os profissionais envolvidos e sua prática consta de aconselhamentos, acompanhamento psicossocial,
orientação e suporte psicológico com as crianças, adolescentes, familiares (pais de origem ou
adotivos) e a equipe técnica, procurando sempre buscar o fortalecimento dos vínculos familiares e da
comunidade. Faz atendimento individual, mas não psicoterapêutico, visitas domiciliares nas casas dos
familiares e nas escolas, mediação de grupo com temas como violência, sexualidade, drogas, que
possa orientar e amenizar o sofrimento psíquico; organiza regras para a rotina dos acolhidos, faz a
intermediação entre a equipe, família, juízes e o Conselho Tutelar, avalia os acolhidos e realiza
relatórios. Para ajudar no fortalecimento dos vínculos encaminha a família para grupos de apoio de
forma que possa ajudar na melhoria das relações e aproximação dos familiares das crianças e assim
voltar para a casa. Um dos desafios encontrados é a dificuldade de ter mais profissionais que possam
auxiliar no desenvolvimento das crianças e dos adolescentes, existindo a necessidade de uma equipe
multiprofissional maior.
CONCLUSÃO O trabalho foi essencial para essa construção sobre o olhar diferenciado dos profissionais, a
importância de ter sempre uma equipe multiprofissional e conhecer melhor a atuação do psicólogo e
seus desafios. Conhecer, saber ampliar o conhecimento, mostrando a realidade de cada indivíduo,
família e comunidade.
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Área de Estudos: Psicologia Social.
ABRIGO INSTITUCIONAL, POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA E A PSICOLOGIA: MODOS DE ATUAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE
AUTONOMIA
MARINARA NOBRE PAIVA MARINARA NOBRE PAIVA
CARLOS CÉSAR PORTO CARNEIRO FILHO ANNE GRAÇA DE SOUSA ANDRADE
INTRODUÇÃO O Abrigo Institucional é um dos dispositivos da Política Nacional da Assistência Social (PNAS) que
acolhe pessoas em situação de rua (PSR) de forma provisória. Sabe-se que esse segmento
populacional é atravessado por vulnerabilidades cotidianas, onde estes sujeitos entram em contato
com a indiferença, a exclusão, a violência, a repressão, aos estereótipos e estigmas de forma direta.
Portanto, o objetivo é descrever o trabalho do psicólogo no Abrigo Institucional, apresentando a sua
atuação junto aos usuários do serviço, visando o desenvolvimento de sua autonomia.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Caracteriza-se por uma pesquisa bibliográfica narrativa, na qual foram pesquisados artigos científicos,
cartilhas e documentos referentes à PNAS. Foram utilizados 02 artigos, 01 cartilha do Conselho
Regional de Psicologia de Minas Gerais, 01 Resolução da PNAS e 01 texto de orientação do serviço
de Acolhimento para a População Em Situação de Rua. Os critérios de inclusão utilizados são textos
em língua portuguesa compreendidos entre os anos de 2005 e 2015, onde os mesmos abordassem
o cruzamento dos descritores: população em situação de rua, abrigo institucional e psicologia. A
análise de dados escolhida é a análise de conteúdo de Bardin.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Os artigos afirmam que a população em situação de rua (PSR) é composta por pessoas diferentes e
com realidades heterogêneas. Entretanto, compartilham condições em comum como a vulnerabilidade
social e a falta de pertencimento na sociedade. A vulnerabilidade que esse segmento populacional
vivencia diariamente refere-se ao desenvolvimento dos processos de exclusão, marginalização,
violência, repressão e criação de estereótipos. Desta forma, podemos fazer referência à Política
Nacional da Assistência Social (PNAS), onde a mesma reconhece que a PSR merece atenção no
âmbito do Sistema Único da Assistência Social (SUAS). Por estarem em uma condição socioeconômica
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limitada e, muitas vezes, seus direitos são violados de maneira constante, a PNAS atribui a PSR à
categoria de Proteção Social Especial (PSE). Essa categoria diz respeito a uma modalidade de
atendimento socioassistencial voltado para famílias e pessoas que estão em situação de risco pessoal
e social. Todavia, a PSE se divide em Média Complexidade e Alta Complexidade. Vamos nos deter a
PSE de Alta Complexidade, na qual corresponde aos serviços de atendimento e proteção integral que
tange à moradia, alimentação, higienização e trabalho para famílias. O seu público alvo são pessoas
que estão em situação de ameaça, sendo necessário retirá-las do convívio familiar e/ou comunitário.
Portanto, a PSR faz parte desse grupo. Um dos serviços que compõe a PSE de Alta Complexidade é
o Abrigo Institucional, no qual é um acolhimento provisório que contém características residenciais
que proporciona um local acolhedor, respeitando o usuário como um sujeito que também possui
integridade. Deste modo, o psicólogo compõe a equipe técnica do Abrigo Institucional, visando
oferecer atendimento individual e coletivo com a finalidade de fortalecer vínculos familiares, sociais e
comunitários. Realiza visitas domiciliares e institucionais, faz capacitação e acompanhamento dos
cuidadores e encaminhamentos para a rede socioassistencial. Opera grupos com temáticas
relevantes como suicídio, diversidade sexual, vivência nas ruas, direitos, deveres e igualdades que
eles têm perante a toda sociedade. Por fim, trabalham a autonomia dos usuários para traçarem seus
projetos de vida após a saída do serviço.
CONCLUSÃO Pode-se concluir que o Abrigo Institucional é um serviço de relevância ímpar que tem o caráter de
desenvolver a autonomia dos acolhidos por meio da equipe, onde o psicólogo realiza atividades
individuais e coletivas, elabora seus projetos de ações concomitantes ao usuário, considerando seus
progressos e desafios. Faz-se necessário reafirmar o respeito ao desejo do sujeito, onde ele decide
se a saída das ruas é o produto final de todo o processo. Vale destacar que há especificidades
regionais em cada local, fazendo com que o psicólogo recrie seus modos de atuação para cada sujeito
de acordo com a sua demanda.
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Área de Estudos: Psicologia Social.
OS DESAFIOS DE ADOLESCENTES EM VULNERABILIDADE SOCIAL EM INTERFACE AO PRIMEIRO EMPREGO
LUCIARA PEREIRA FEIJÃO
ANNE GRAÇA DE SOUSA ANDRADE INTRODUÇÃO A adolescência é uma fase transitória e provisória, sendo permeada pelas questões sociais, culturais
e econômicas de um determinado contexto, se faz necessário considerar a diversidade desta fase e
não, homogeneizar o ciclo de vida destes sujeitos, restringindo apenas à um ciclo etário. É importante
ressaltar o espaço social dos adolescentes das camadas populares, onde suas vivências são
transpassadas por desafios consideráveis. Um deles refere-seao primeiro emprego, o qual é marcado
pela falta de oportunidade, desassalariamento e trabalhos precários, influenciando em sua condição
juvenil, pois o trabalho possibilita a estes jovens recursos para obter lazer, consumo e contribuírem
na renda familiar. Neste sentido, o presente estudo teve como objetivo discorrer sobre adolescentes
em vulnerabilidade e seus desafios face ao primeiro emprego.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia adotada foi revisão de literatura do tipo narrativa. Foram identificados 10 artigos, com
o cruzamento dos descritores: “adolescentes, vulnerabilidade e trabalho” referentes ao ano de 2008
a 2018 na base de dados CAPES. Concomitante a isso, buscou-se somar à observações feitas durante
o estágio em psicologia social realizado em um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).
RESULTADOS E DISCUSSÕES Os artigos localizados versam sobre a referência do trabalho para os jovens em vulnerabilidade, e
como o contexto atual do Brasil tem alterado as formas de inserção destes no mundo do trabalho.
Com base nestes resultados é possível discutir o quanto a inserção no mercado de trabalho possibilita
recursos mínimos para que estes vivenciem as diferentes práticas culturais as quais são atravessados
como o lazer, namoro, contribuição na renda familiar dentre outros. Porém, ao mesmo tempo em que
anseiam pelo primeiro emprego, os desafios imbricados ao meio social, classe, gênero, etnia dentre
outro. Embora este ambiente não determine influência em suas escolhas e modo de vida. Acrescenta-
se ainda que no Brasil, o mercado de trabalho em relação ao adolescente estigmatiza sua diversidade
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e maneira específica de ser e se portar.
CONCLUSÃO Diante deste cenário, se faz necessário pensar em práticas que contribuam na preparação destes
adolescentes para seu primeiro emprego, como também em pesquisas que busquem compreender as
percepções e significados dos adolescentes sobre sua transição para o campo do trabalho, pois foi
possível observar que há um maior foco sobre as questões contextuais e estruturais.
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Área de Estudos: Psicologia Social.
POSSIBILIDADES E ENTRAVES DA PSICOLOGIA SOCIAL: UM OLHAR SOBRE AS PRÁTICAS DO CRAS
MARIELENA DE BARROS FELISBERTO
ANA CAROLINA DIAS DE ARRUDA ANA JANIELLY CARVALHO DOS SANTOS
ANNE GRAÇA DE SOUSA ANDRADE INTRODUÇÃO O CRAS é uma unidade pública estatal localizada em áreas de risco e vulnerabilidade social. Resultado
da implantação da Política Nacional de Assistência Social (BRASIL, 2004), este equipamento é a
materialização do conteúdo da assistência social, como pilar de proteção social básica no âmbito da
seguridade social, que se propõe a transformar em ações os pressupostos da Constituição Federal
de 1988, a partir dos quais se reconhece a Assistência Social como direito do cidadão e dever do
Estado. O presente trabalho é o resultado de uma experiência de estágio no campo da Psicologia
Social no universo das instituições sociais, a partir da realização de uma pesquisa baseada no método
etnográfico. O objetivo do estudo foi compreender e analisar a estrutura e funcionamento da
Organização CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) a partir da observação de um grupo
de idosos, bem como as possibilidades de atuação da psicologia nesse contexto.
METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, fazendo uso de procedimentos e técnicas de coletas
de dados variados. A técnica empregada para a coleta de dados foi a observação participante realizada
de forma assistemática e baseada nas normas da pesquisa etnográfica cuja finalidade é produzir os
dados na vida real ou naturalística registrando os acontecimentos na medida em que ocorrem,
observando o comportamento em seu ambiente natural.
RESULTADOS E DISCUSSÕES O CRAS investigado mantém um grupo de convivência de idosos com idades acima de 60 anos, em
sua maioria mulheres da comunidade. Grande parte delas é aposentada, moram com seus familiares,
filhos, netos e esposos. Algumas são viúvas ou divorciadas. Durante as observações percebemos que
as idosas aceitavam bem as atividades, principalmente as tardes de dança. O CRAS para essas idosas,
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segundo elas próprias, é um lugar onde elas se encontram para conversar, um lazer, um momento
delas. Entretanto, apesar de constar na PNAS (Politica Nacional de Assistência Social) que a proteção
básica deve oferecer ao usuário o “direito ao protagonismo e a manifestação dos seus direitos”
(2004, p.40), não percebemos que na maioria das vezes as práticas não estão pautadas em ações
emancipatórias, mas de tutela.. O espaço para discussão e reflexão sobre questões como condição
de vida e problemas coletivos, por exemplo, era quase inexistente. Destacamos como pontos mais
relevantes do trabalho a relação que se estabelece entre a comunidade e o Estado através do CRAS,
bem como as relações de poder que se estabelecem nas práticas dos agentes e a necessidade de
abertura de espaço para que essas possam se colocar, opinar, questionar e escolher sobre quais
assuntos querem tratar, que informações julgam menos ou mais relevantes às suas vidas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS Entendemos que o CRAS estudado, através de suas práticas, contribui para a manutenção do estigma
social em torno da figura do idoso, na medida em que promove ações que promovem dependência e
não incentivam a reflexão. Acreditamos que a presença mais atuante de um psicólogo na didática do
grupo poderia favorecer um maior diálogo entre os saberes, ao mesmo tempo em que poderiam
contribuir para o empoderamento e autonomia das pessoas, favorecendo ações mais voltadas à
independência e menos à tutela.
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Área de Estudos: Psicologia Social.
A IMPORTÂNCIA DAS VISITAS DOMICILIARES DENTRO DO SERVIÇO DE ACOLHIMENTO DO ABRIGO INSTITUCIONAL PARA POPULAÇÃO EM
SITUAÇÃO DE RUA - SOBRAL/CE
BIANCA MARIA LIMA CARDOSO
CARLOS CÉSAR PORTO CARNEIRO FILHO ANNE GRAÇA DE SOUSA ANDRADE
INTRODUÇÃO O espaço do Abrigo Institucional para População em Situação de Rua integra a Proteção Social
Especial de Alta Complexidade do Sistema Único de Saúde da Assistência Social (SUAS), e tem como
objetivo acolher a população em situação de rua que tenham em comum a extrema pobreza, vínculos
familiares fragilizados ou interrompidos, e a carência de moradia regular convencional – seja de
maneira provisória ou permanente, para acolher pessoas que estão nessa situação por abandono,
migração ou ausência de residência, tendo por finalidade a saída dessa situação de rua. Dentro de
suas demais propostas de acompanhamentos, trabalhamos sob a relevância da perspectiva de
compreensão da história de vida do sujeito que chega até o abrigo institucional, assim como a rede
social em que está inserido, e a situação de seus vínculos familiares no momento – sejam eles
fragilizados ou rompidos. Objetivamos neste trabalho apresentar portanto a busca de percepção dos
laços familiares para a situação de acolhimento, e a importância de suas condições tanto para o
processo de acolhimento, como para o processo de construção de um plano de ação e saída da
situação de acolhimento.
METODOLOGIA Utilizou-se por metodologia o modelo de relato de experiência, dentro da abordagem qualitativa de
pesquisa, buscando compreender essa vivência subjetiva, a fim de que o relato possa se apresentar
como relevante na construção de novas percepções sobre a atuação de profissionais dentro do
serviço de acolhimento institucional para população em situação de rua.
DISCUSSÃO As primeiras interações do sujeito com o meio na construção de si acontecem dentro de grupos
sociais ao qual o mesmo está inserido, sendo este geralmente a família. Nessa composição, o mesmo
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será introduzido as suas primeiras experiências de contato e troca com o mundo, construindo suas
percepções e seus modos de funcionamento diante do mesmo. É por vezes através de alguma
experiência familiar que o sujeito em acolhimento chega à situação de rua – e é através dela que
conhecemos boa parte de seu funcionamento no meio de forma histórica e social. Na experiência de
abrigo institucional, as visitas domiciliares funcionam então como uma busca para a possibilidade da
retomada de vínculo do sujeito com a sua família, seja ela nuclear ou extensa, nas demais
possibilidades dessa relação. Tanto na busca por compreensão das famílias que tiveram os vínculos
rompidos, como por vezes da reconstrução de laços no sentido de informar sobre à família a situação
do acolhido que há muito perderam contato. Além da própria estratégia de reinserção desse acolhido
em seu meio social de origem nas famílias de vínculos familiares fragilizados, podendo ocasionar até
mesmo em situações de retorno para morada, nas famílias que tem condições para tal suporte.
CONCLUSÃO O serviço de acolhimento do Abrigo Institucional para População em Situação de Rua busca dentro
de suas intervenções as demais possibilidades que cada acolhido terá como potencial para
desenvolver. Mas acima de um retorno para casa ou saída da situação de rua, temos também a
compreensão da importância dos vínculos familiares, numa reconstrução de laços positiva que pode
oferecer ao sujeito tanto suporte emocional e/ou físico; como também trazer essas relações
anteriormente negativas a tona pode ocasionar ao sujeito reflexões sobre sua concepção do que é
família, e que possibilidades de mudança ele pode construir sobre essa noção.
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Área de Estudos: Psicologia Social.
UMA EXPERIÊNCIA EXITOSA DE ARTE TRANSFORMANDO VIDAS
LUIZA DE SOUSA MARTINS
MARCÉLIA MELO PRADO CELLYNEUDE DE SOUZA FERNANDES
INTRODUÇÃO Objetivou-se com esse estudo refletir como a arte pode ser um instrumento transformador de
realidades dentro da comunidade por meio da cultura. Buscando estimular o desenvolvimento artístico
e a valorização da arte que passa muitas vezes por despercebidas e não é reconhecida como parte
da cultura e do desenvolvimento humano, sendo necessário conversar sobre suas contribuições. As
organizações não governamentais dão acesso a pessoas de baixa renda a serviços de qualidade e de
forma gratuita, cada um possuindo sua função social e finalidade dentro da comunidade, desde cultura
a assistência social.
MÉTODO A pesquisa é de abordagem qualitativa, pois preocupa-se em interpretar os fatos e como
procedimentos técnicos pode ser compreendida como estudo de caso pois visa aprofundar seus
conhecimentos em um fenômeno em específico. Foi desenvolvida na cidade de Groaíras-CE no mês
setembro de 2017.O objeto de estudo foi uma organização não governamental (ONG) que atua no
seguimento de arte e cultura. Para a realização desse estudo foi necessário conhecer, o universo da
ONG e refletir sobre sua importância para os sujeitos de Groaíras e em especial aos jovens atendidos
por essa instituição. Nesse sentido foi realizada uma entrevista semi-estruturada com o idealizador
e com membros da ONG.
RESULTADOS E DISCUSSÕES A Companhia Cultura Viva de Teatro foi fundada em 1999, oriunda de um projeto da paróquia de
Groaíras.Em 2004, a Cia de Teatro Cultura Viva integrou a organização não governamental rede de
arte, ensino e cidadania – RAEC, onde vem realizando diversos trabalhos de cunho social e artístico
(ballet, circo, aulas de violão etc) na cidade de Groaíras e cidades vizinhas. A ONG ainda atua em
parceria com projetos relacionados às Escolas e Creches municipais, secretarias, participando e
prestigiando diversos espetáculos e festivais de arte dentro e fora do município. As atividades
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desenvolvidas na ONG possuem um caráter educativo pois através da arte os jovens atendidos
aprendem novos conhecimentos, princípios e valores como a disciplina, respeito ao outro, trabalho
em grupo e com isso se ocupam com atividades que os ajudam em sua formação enquanto cidadão.
As atividades praticadas na ONG também são acompanhadas de um fazer reflexivo onde na interação
professor aluno exista uma ação que os leve a compreender o significado naquele momento. A arte
está presente de diversas formas e cada um é convidado a experimenta-la conforme seu desejo. Em
espaços lúdicos como a Companhia de Cultura Viva de Teatro os jovens tem a possibilidade da
expressão e com isso são ouvidos e conseguem transformar suas vivências em arte.O público
atendimento é considerado de baixa renda e se não fosse pelo trabalho desenvolvido na ONG os
mesmos não teriam como acessar tais atividades. Para alguns jovens participantes da ONG a arte
acaba por se tornar uma alternativa de vida, pois pela arte os mesmos conseguem ter outras
perspectivas de vida que nem sempre lhes são permitidas dada sua condição financeira.
CONCLUSÃO O indivíduo se constitui como sujeito de diferentes maneiras e uma delas é pelo meio cultural, sendo
assim, ter espaços que proporcione interações saudáveis, educativas e acessíveis a população é de
extrema relevância para a construção da cidadania das pessoas.
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Área de Estudos: Psicologia Social.
FATORES EXPLICATIVOS DA FRAUDE EM CONTEXTO ACADÊMICO: UMA REVISÃO TEÓRICA
LUANA REGIA RODRIGUES GOMES
THAMIRES FELINTO TEIXEIRA NICOLLE DE ARAÚJO FONTES BARROSO ALEX SANDRO DE MOURA GRANGEIRO
INTRODUÇÃO A fraude acadêmica é uma prática com alta prevalência entre estudantes universitários de todo o
mundo. Em virtude de suas consequências danosas, a longo prazo, seja em âmbito, individual,
institucional ou social, a ocorrência de fraude acadêmica tem sido objeto de estudo de pesquisadores
das mais diversas áreas. Dentre as pesquisas realizadas, muitas se concentram em identificar
possíveis variáveis que atuam como preditores do comportamento de fraude acadêmica. Não
obstante, ainda são poucos os estudos que têm por objetivo sistematizar esses achados, construindo
um quadro teórico mais claro acerca dos estudos desenvolvidos sobre o tema. Nesse sentido,
considerando essa necessidade, o presente estudo teve por objetivo realizar uma revisão teórica
acerca dos fatores explicativos da fraude em ambiente acadêmico.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A presente pesquisa configura-se como um estudo de natureza teórica, na qual realizou-se uma
revisão narrativa da literatura acerca dos fatores explicativos da prática de desonestidade em
ambiente acadêmico. Para tanto, empreendeu-se um revisão bibliográfica de manuscritos (artigos,
monográfica, dissertações e teses) nacionais e internacionais disponibilizados nas diferentes bases
de dados que compõe a plataforma “Periódicos Capes”. A busca foi realizada considerando as
palavras-chave “fraude acadêmica” e “desonestidade acadêmica” e suas variantes nos idiomas inglês
e espanhol.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Os primeiros estudos de larga escala realizados sobre a temática da desonestidade acadêmica foram
desenvolvidos na segunda metade do Sec. XX, por Bowers, considerado o pioneiro nesse campo. Já
nessa época, foi observado que, aproximadamente, três em cada quatro estudantes universitários se
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envolviam nesse tipo de prática durante a sua vida acadêmica. Prevalência essa que não sofreu
grandes modificações ao longo das décadas, com levantamentos subsequentes, realizado por
diferentes autores e em diferentes contextos culturais, apresentando apenas pequenas variações na
incidência desses comportamentos. No que diz respeito a revisão dos fatores explicativos desse
fenômeno, foi possível verificar que os estudiosos desse campo concentram-se em estudar como
fatores demográficos, individuais e situacionais podem potencializar ou inibir a ocorrência da
desonestidade acadêmica. Com base na compilação desses estudos, verifica-se que, de forma
resumida, dentre os principais aspectos considerados, destacam-se variáveis como: idade, sexo,
baixo rendimento acadêmico atitudes e crenças favoráveis aos comportamentos desonestos,
ausência de códigos de conduta institucional, percepção do comportamento de pares, motivação,
traços de personalidade e acesso crescente a recursos informáticos. Por fim, os estudos nesse
campo também concentram-se em avalizar as possíveis consequências negativas do envolvimento em
práticas dessa natureza, sendo observado que o envolvimento com esse tipo de comportamento traz
consequências tanto a nível individual, quanto, institucional e social.
CONCLUSÃO Com base na revisão teórica realizada foi possível contatar que a ocorrência de desonestidade em
ambiente acadêmico é um fenômeno de alta prevalência em universidade do mundo todo, com,
aproximadamente, 70% dos estudantes admitindo o envolvimento em comportamento dessa
natureza pelo menos uma vez durante o seu percurso acadêmico. Adicionalmente, observou-se que
embora esse seja um comportamento de alta prevalência em ambiente universitário, ainda existe uma
carência na literatura da área de estudos que busquem realizar uma revisão teórica acerca dos
fatores explicativos desse fenômeno. Deste modo, acredita-se que a realização do presente estudo
traz uma contribuição substancial para esse campo de estudo, possibilitando a proposição de estudo
futuros que empregam o conjunto de fatores explicativos, aqui apresentado, para a construção de
modelos teóricos que permitam uma compreensão mais completa desse fenômeno tão complexo.
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Área de Conhecimento: Psicologia Hospitalar.
A IMPORTÂNCIA DA CULTURA DE PAZ PARA A CONSTITUIÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
ANA LENISE MELO JULIO
ANTÔNIA SAMILHA CLEDINA ADRIANO LOPES ANNE GRAÇA DE SOUSA ANDRADE
INTRODUÇÃO A sociedade capitalista em que vivemos é movimentada de acordo com as hierarquias construídas a
partir dos poderes aquisitivos, a condição financeira afeta toda a forma de ser e agir de uma pessoa.
Frente a isso, as crianças e adolescentes dentro dessa perspectiva limitadora e de exclusão passam
por algumas situações de vulnerabilidade como a violação de direitos básicos como alimentação,
educação, o rompimento da integridade física e até mesmo o contato com o tráfico, e diversos tipos
de violências.
Baseado nisso, foram criadas diversas ações públicas com o objetivo de que essas pessoas em
situações de vulnerabilidade tenham seus direitos garantidos. Alguma das medidas executadas foi a
criação de políticas assistencialistas como o CRAS (Centro de Referencia de Assistência Social).
Mediante isso, o CRAS vem ser uma política pública fruto da Política Nacional de Assistência Social
(PNAS), voltada para a integração do sujeito com o meio social, mais precisamente com a
comunidade, focalizando na prevenção e promoção da vida, além da promoção social que deve garantir
as seguintes seguranças: “segurança de sobrevivência, (de rendimento e de autonomia), de acolhida
e de convívio ou vivencia familiar” (PNAS, 2004).
Considerando a forma de atuação dos profissionais do CRAS frente às demandas do território, são
organizados Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos com o intuito de trabalhar de forma
coletiva, assuntos em prol do cuidado, promoção de vida e prevenção de alguns aspectos referentes
à violação de direitos.
A pesquisa em questão tem como justificativa a inquietação acerca da vivência no estágio
supervisionado em psicologia social e comunitária, além do reconhecimento da importância da
temática para a sociedade atual. E possui como objetivo gerar reflexão acerca da relevância da
explanação acerca Cultura de Paz como intervenção efetiva dentro do contexto de violência, exclusão
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e individualista que é vivido entre os usuários do CRAS, focalizando nas crianças e pré-adolescentes
dos serviços de convivência e fortalecimento de vínculos.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A pesquisa tem por metodologia a revisão bibliográfica acerca da pobreza multidimensional no
contexto brasileiro, o funcionamento de políticas públicas, além da cartilha criada pela UNESCO
(Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) acerca da Cultura de Paz.
RESULTADOS E DISCUSSÕES A Psicologia Social vem focalizar seus estudos para o comportamento dos indivíduos no meio social,
mas não de maneira estática, e sim, na perspectiva de compreender como se dá a construção
subjetiva e principalmente como esse sujeito se torna autor de sua própria história, considerando
sua historia de vida e o contexto em que vive consequentemente a isso visa também compreender
como se dá a sua forma de atuar em sociedade, através da dialética construtiva que paira sobre o
sujeito e o meio (LANE, 2006). Por isso, é de suma importância a contextualização da realidade das
crianças e adolescentes para que a atuação das intervenções nessa política pública faça sentido para
as mesmas, pois está ligado ao dia a dia delas.
A Cultura de Paz está ligada ao aprendizado sobre os direitos e deveres como cidadãos, a respeitar
o próximo, a conviver com as diferenças, potencializando o aprendizado através da cooperação e
diálogo, mediar também os processos do grupo para resolver situações conflituosas de forma não
violenta, mas de forma construtiva, usando o diálogo como principal instrumento de mediação. Tem
também a finalidade de promover valores de responsabilidade, autonomia, paz, de não degradação
ambiental e solidariedade. (UNESCO,2010)
CONCLUSÃO Portanto, o Círculo de Paz como fruto da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação,
a Ciência e a Cultura), vem a ser um grande contribuidor para a construção subjetiva para crianças
e adolescentes, uma vez que tem o objetivo de transformar os aspectos que norteiam a cultura de
paz em ações concretas, o que vem a ser um problema atual na vida desses sujeitos.
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Área de Estudos: Psicologia Social.
E A SUA LOUCURA? QUAL É? UM RELATO DE EXPERIÊNCIA ACERCA DOS ESTIGMAS QUE CIRCUNDAM A LOUCURA.
SÍLVINA MARA SOUZA DA SILVA
ANA CAROLINA DIAS DE ARRUDA INTRODUÇÃO Estigma é uma marca imposta socialmente a dados sujeitos sujeito por um determinado motivo e este
acaba por afastar do convívio social pessoas ou grupos estereotipados pela sociedade. O termo
“loucura” não é técnico, não pertence ao estudo da psicologia, falar sobre loucura não é a mesma
coisa que falar sobre formas de estruturação psíquica. Falando sob a ótica da psicanálise não há
alguém sem um modo específico de se estruturar livre de sofrimento, que seja uma espécie de
“modelo”, uma referência normativa em relação a quem os demais devam ser medidos. Assim, falar
sofrimento mental não implica dizer “loucura”, porém aquele que sofre dessa forma é afetado também
pelo estigma social da loucura. A Reforma Psiquiátrica produziu mudanças culturais, através da
substituição das práticas de exclusão, pondo fim aos manicômios, por uma nova clínica do cotidiano,
na forma de uma rede pública de atendimento de caráter descentralizado e comunitário.No Brasil, a
luta começa na segunda metade da década de 1970, mas apenas na década de 1990 o governo
brasileiro toma parte nessa reforma, publicando portarias que regulamentam os serviços de
atendimento extra-hospitalares e tão importantes quanto esses dispositivos são o que eles vêm
propiciando, que é desmistificar alguns preconceitos relativos à loucura, aproximando a população e
usando a rua como espaço terapêutico.O objetivo do estudo foi analisar a percepção das participantes
do projeto Casa Acolhedora do Arco acerca dos estigmas da Loucura a partir da observação de um
momento grupal.
METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, fazendo uso de procedimentos e técnicas de coletas
de dados variados. A técnica empregada para a coleta de dados foi a observação participante realizada
de forma assistemática e baseada nas normas da pesquisa etnográfica cuja finalidade é produzir os
dados na vida real ou naturalística registrando os acontecimentos na medida em que ocorrem,
observando o comportamento em seu ambiente natural.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES Quanto aos resultados fica claro o quanto os estigmas tem sido determinantes para a formação de
opinião daquelas mulheres. No decorrer da roda de conversa elas vinham trazendo falas que são bem
corriqueiras como de que o “CAPS é lugar de doido”, “de que não voltou no CSF desde que a
Enfermeira a encaminhou pro CAPSe que ela não era doida”, outra disse que brigou com a professora
do filho que recomendou que ela levasse a criança ao Psicólogo e mudou a criança de escola. Quando
a mediadora do grupo, que é Psicóloga, fazia perguntas sobre tais posicionamentos, elas não tinham
respostas, apenas ficavam sem graça ou repetiam o argumento de não de ser louca. Quando
perguntadas sobre o modo de funcionamento do CAPS, se elas conheciam ou imaginavam como eram
os procedimentos, elas não faziam a mínima ideia, teve ate quem dissesse que soube que lá acontece
tratamento de choque. O que de fato emerge da fala dessas mulheres é medo, medo esse que pode
ser facilmente justificado pela relação estigmatizada de transtorno mental e agressividade, uma vez
que existe um todo imaginário social a cerca do “louco”, aquele que vaga pelas ruas e age de forma
imprevisível e oferece perigo. Para que possa haver mudanças nesse cenário faz-se imprescindível
compreender a importância da criação de espaços para se debater sobre o assunto, disseminando
assim cada vez mais informações e viabilizando assim a possibilidade de reduzir o preconceito existente
contra o portador de sofrimento psíquico e do lugar que ele ocupa.
CONCLUSÃO A noção de normal e anormal, antes delimitada, a partir de um padrão do que seria taxada normal,
hoje não pode ser vista dessa maneira. Entender o que é normal ou não, perpassa uma analise
contextual e essa vai além de critérios pré-estabelecidos. Quebrar essas barreiras culturais que
circundam a saúde mental só será possível por meio de multiplicadores de informações, esse é o
principal e mais potente plano para a redução dos estigmas. Isso carece que o tema continue a ser
debatido nos mais diversos grupos sociais e que estratégias para redução do preconceito consigam
transformar as concepções ultrapassadas em um novo paradigma de saúde mental.
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Área de Estudos: Psicologia Social.
ALCOOLISMO PARENTAL E SUAS INTERFACES NA CONVIVÊNCIA FAMILIAR
MARIA CREUSA DE ASSIS VASCONCELOS SILVA
KELLE ROSSANNE LINHARES PAULO MARIA JOSÉ MESQUITA
ANNE GRAÇA DE SOUSA ANDRADE INTRODUÇÃO Levando em consideração a psicologia social para Rivière (PEREIRA, 2013), é entendida que há as
culturas e as diferentes subjetividades, onde o homem é visto como um sujeito produzido, no qual
constitui sua subjetividade num espaço, num tempo histórico-cultural, compreender o homem
significa entender como ele pensa como ele sente e como ele agi a partir do cenário que ele se
constituiu e está inserido. Toda proposta pichoniana se apropria do método dialético, pois diz que o
sujeito precisa aprender a reconhecer em si mesmo e na vida a dualidade, ou seja, significa que o
homem é produto e produto deste meio. Na concepção vigotskiana, o meio é essencial no
desenvolvimento da personalidade, da consciência, de sua relação (atitude) para com o meio, da
constituição desse humano e de sua subjetividade, assim como dos sentidos atribuídos a partir dos
significados compartilhados. O mesmo autor argumenta que durante o processo de crise que vivencia
no processo de periodização, não houver no ambiente condição que isso seja superada, e este meio
não possibilitar novos sentidos o sujeito terá consequências em seu desenvolvimento, por muitas
vezes são processos vivenciados pelo filho em um lar alcoólatra, sendo que não se pode ser
generalizado, mas entender que o alcoolismo pode trazer consequências negativas para o
desenvolvimento do sujeito. Sendo esses conceitos básicos que trago sobre a formação do sujeito e
de sua subjetividade, pois estes autores partem do pressuposto que o meio social é fundantes do
homem. Nesta pesquisa iremos atentar para o consumo de álcool, diante disso, será na família que o
ser humano terá seu primeiro convívio social. Diante disso, os estudos vêm apontando sobre o
alcoolismo é que cada vez mais vem ocasionando mazelas para a sociedade, onde pesquisas trazem
questões do uso de álcool e a violência contra a mulher (VIEIRA, 2014), assim como sentimentos de
angústias ao cuidar de um familiar alcoólatra e como também acidentes de trânsito por conta da
embriaguez (LEOLPODO, 2015). Objetivando analisar as facetas do alcoolismo e suas consequências
na família.
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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Este trabalho é fruto de uma revisão bibliográfica, a partir da base de dados Portal de Periódicos
CAPES com o descritor: “alcoolismo parental”.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Souza e Carvalho (2012), demostram que o ambiente alcoólatra configura-se como um ambiente
estressante conforme vai apresentando situações de conflitos, comportamento antissocial do
alcoólatra, dificuldade de comunicação, dentre outras. Completamos, quem vivencia situações
adversas como essas que foram citadas tem uma probabilidade de sentir outros sintomas, como
medo das situações que lembrem alguma vivência negativa, angústia e às vezes até pensamentos
suicidas. Porém, deve ser lembrado que os sintomas dependerão de cada sujeito, da cultura, do meio
em que está inserido, onde tudo isso será levado em consideração para o que cada sujeito irá sentir
e como irá agir diante do que está sendo vivido. Concordando, para a Medicina, o alcoolismo é
considerado uma doença crônica, nomenclatura mencionada a quem consome compulsivamente o
álcool, no qual o sujeito fica processualmente tolerante à intoxicação produzida pela droga, diante
disso, percebendo na vida da pessoa sinais e sintomas de abstinência. Se tornar um dependente de
álcool traz consequências adversas em diversos aspectos da vida, não somente para a pessoa que
consome, mas também para seus familiares, pois a família adoece juntamente com o alcoolista.
CONCLUSÃO Sabe-se que o alcoolismo é um aspecto que envolve questões sociais, familiares e culturais, somente
relacionar o prejuízo do desenvolvimento do sujeito por conta do alcoolismo parental seria uma análise
simplista. No entanto, devemos analisar e levar em considerações todas essas questões que foram
discutidas dando ênfase as variáveis culturais e individuais.
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Área de Estudos: Psicologia Social.
POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA: CIDADE, AFETIVIDADE E DIREITOS HUMANOS.
SARAH OLIVEIRA AGUIAR VIVIANE RODRIGUES LIMA
JOSÉ MARIA NOGUEIRA NETO A rua engloba realidades que têm em sua gênese uma liberdade disfarçada, onde geralmente, se
encontra a negação de direitos como educação, saúde, higiene, tendo em seu cenário fome, violência,
vício em drogas e estratégias de sobrevivência frente ao frio e aos perigos existentes. Partindo desta
perspectiva, o enfrentamento do sofrimento e discriminação psicossocial criam formas de
transformar esses sentimentos em possibilidades de ação para a melhoria da qualidade de vida dessa
população. Um acontecimento que gera no homem a emergência de uma nova forma de ser. Essa é
uma das formas de buscar compreender o fenômeno da dialética inclusão/exclusão de pessoas em
situação de rua. O que pouco é conhecido é como esse fenômeno interfere em todos os âmbitos da
vida de um indivíduo. Muitas vezes vistos como marginais, pessoas violentas, perigosas, a população
em situação de rua constantemente passa por um processo de desumanização, vulnerabilidade e risco
social frente a uma sociedade que desconhece que estas têm uma história de vida e relações que a
levam até aquela realidade. O olhar e o cuidado com esse público perpassam por dimensões além da
sociodemográfica, implicam questões de saúde, de cidadania, direitos humanos e qualidade de vida. A
partir disto, surgiu a necessidade de compreender melhor como essa parcela compreende os direitos
humanos, uma vez que pertencem a cidade e são constantemente afetados pela dinâmica das ruas e
suas mais variadas faces. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo compreender os
atravessamentos entre os direitos humanos, a afetividade e as experiências na/com a cidade a partir
da pergunta norteadora: Cidade e afetividade, direitos humanos e população em situação de rua, qual
a relação existente e a influência de ambos na vida destes? Para a construção da presente revisão
integrativa de literatura, utilizou-se de uma análise literária oriunda de pesquisa nas plataformas
Scielo e Pepsic através dos descritores: população em situação de rua, direitos humanos e
afetividade, obtendo quatro artigos que atendem as necessidades da temática, bem como a utilização
de seis livros e um manual referente a essa conjuntura populacional, suas demandas, cuidados e
necessidades. Entende-se o conceito deste contexto social como um grupo populacional heterogêneo
que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a
inexistência de moradia convencional regular. Uma população que é frequentemente vítima de
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preconceito, discriminação e exclusão social. Dentro desta perspectiva é possível argumentar,
olhando pela lente sociológica, do homem e a cidade como uma unidade, que a cidade depende do
homem para funcionar, dando a este o direito à cidadania. Porém, as pessoas estão cada vez mais
distantes de enxergarem o outro como um igual e a ignorância frente a realidade das pessoas em
situação de rua gera diferenças sociais ainda mais acentuadas. Vinculadas à discriminação e ao
preconceito, esses afetos disponibilizados pelas ruas das cidades por meio das pessoas que nelas
vivem e nelas passam, interferem diretamente na saúde mental dos que ali se encontram. Há um
empenho constante de mostrar à sociedade a importância da dedicação que a população em situação
de rua tem para a valorização dos mesmos como pessoas dignas e fortes, numa forma de dizer as
pessoas que não se pode perder a capacidade de se espantar e indignar diante do esmagamento da
dignidade humana. Portanto, os estudos aqui apresentados possibilitaram perceber que o processo
de desigualdade e inclusão/exclusão se encontra enraizado na história do Brasil desde seu
descobrimento. No contexto das pessoas em situação de rua, a negação dos mesmos pela sociedade
os afeta de forma direta e concomitante gerando um sentimento de inferioridade a partir do qual
possibilita a necessidade de buscar validar os direitos de cidadania e humanos, como constituintes e
construtores da cidade, bem como o enfrentamento para criação de uma ação comum pela população
que se encontra necessitada de um olhar cuidadoso, uma escuta desinteressada e a validação como
ser humano.
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Área de Conhecimento: Psicologia da Saúde.
JOVENS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE, ENVOLVENDO-SE COM A VIOLÊNCIA E CRIMINALIDADE
ALICE LIA BRANDÃO GOMES DEBORAH DE SOUSA BRITO
INGRID SOUZA LIMA INTRODUÇÃO O presente estudo foi realizado, com o objetivo de mostrar o quão os jovens estão cada vez mais
envolvidos com a violência e porque tantos adolescentes estão se envolvendo com a criminalidade e
drogas e o quanto isso os afeta com a sociedade, na maioria das vezes não sendo levados a sério e
com a possibilidade mínima de encontrar trabalho, que não apenas os problemas com a sociedade é
o que marginaliza essa base, cada um desses jovens com sua particularidade, cada um com uma
história de vida diferente uma da outra, onde muitas vezes ao não conseguir encontrar emprego, pela
falta de uma moradia, desemprego de seus pais, com a que não se tem o que comer em casa,
enfrentando assim dificuldades que as crianças e adolescentes de uma família que tem uma boa
estabilidade financeira não enfrentarão, acabam se envolvendo com o mundo das drogas e da
criminalidade, muitas vezes para fugir dos problemas de casa e por achar que por esse caminho ele
vai ganhar poder e conseguir uma boa estabilidade financeira rápida e fácil.
A maioria dos menores que comentem atos infracionais, são aqueles que vivem em meio aos que
possuem baixa renda ou até mesmo nenhuma, pois a sociedade não os oferece boas oportunidades,
e mesmo que desse o seu nível de escolaridade e até mesmo de alimentação, não iria lhe permitir
com a mesma igualdade que as pessoas que tiveram uma boa infância.
É de cuja importância ressaltar que a criminalidade envolvendo crianças e adolescentes não se limita
apenas as famílias que permanecem em misérias, mais também a aquelas que não sofrem com isso.
Hoje em dia, é bastante visto que apesar dos pais apresentarem boas condições financeiras, muitas
vezes não conseguem controlar e impor limites em seus filhos, acabam criando infratores da lei.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia adotada para a realização desse trabalho se deu pela análise bibliográfica, baseando-
se também em outros trabalhos já realizados que abordem a questão, como artigos e sites
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relacionados ao tema.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Atualmente, apesar de que o Brasil está se desenvolvendo cada vez mais quando se trata da área
social, o desemprego vem aparecendo bastante para aqueles que não possui e apresentam uma
carteira assinada, a violência e criminalidade se encontram cada vez mais presentes na vida dos
jovens, o que é bastante visto hoje em programas de televisão, jornais, revistas e rádios.
Segundo Castro e Abramovay, ao ser observado bairros como violentos, logo se é tirado conclusões
de que todos aqueles que ali residem são violentos, havendo assim uma exclusão, com possibilidades
mínimas de trabalho, o que se diz respeito a ser uma pessoa honesta ou marginal é o local onde ela
mora, ou seja, as pessoas que moram em periferias ou comunidades, são vistas como pessoas que
não tem perspectiva de vida, que não apresentam a capacidade de realizar determinadas atividades,
que por ali residir é uma pessoa violenta e usuário de drogas. Com a exclusão de jovens na sociedade
nesses meios, é fácil acreditar que o mesmo não possui uma boa escolaridade, que um dos motivos
por não conseguirem um bom emprego é a falta de estudo, mais o que acontece é que muitas vezes
a maioria desses indivíduos que são excluídos almejam uma melhoria de vida e que possuem um bom
nível de escolaridade e uma boa educação, mais que o é visto na sociedade é que por serem excluídos
da sociedade, envolve outros aspectos, como por exemplo a violência e a criminalidade.
CONCLUSÃO Ao fim da exposição dessa pesquisa, chegamos a conclusão que se justifica no atual cenário social,
político e econômico, considerando que a sociedade vem deixando os indivíduos que apresentam uma
alta vulnerabilidade de lado, deixando de acreditar em seus potenciais, suas vontades, seus sonhos e
no que é capaz, fazendo assim com que esses jovens e seus familiares fiquem cada vez mais ligados a
criminalidade, se envolvendo com drogas, onde até mesmo os mesmo não consegue se inserir em
espaços privados, se sentindo mais á vontade em espaços públicos, por sentirem mais liberdade,
sendo muitas vezes impactadas e gerando impacto nos demais elementos integrante de tal ambiente,
seja ele qual for, mesmo aqueles locais que defendem os mesmos interesses de determinados
indivíduos/sujeitos. Nesse sentido, pode-se vislumbrar a importância da análise proposta, que
identifique a essência de cada um dos indivíduos que passem por situações como essa.
É de cuja importância estudar esse tema, pois é um assunto que traz várias curiosidades e
questionamentos, no qual progressivamente vai se mostrando presente e comentado no cotidiano,
vendo através de programas de TV, revistas, jornais e até mesmo na sociedade em que vivemos, o
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quanto está aumentando o número de jovens que estão se envolvendo em crimes e tráficos, a fim de
que tenhamos um olhar e um entendimento mais profundo sobre o assunto, além do que está sendo
mostrado pela mídia.
REFERÊNCIAS GARCIA CASTRO, Mary ; ABRAMOVAY, Miriam. “Jovens em situação de pobreza, vulnerabilidades sociais e violências”. In: Cad.Pesquisa. ed. São Paulo: Cad, Pesquisa, 2002. S676j Juventude e vulnerabilidade social / Marcos Rogerio Soares. – Americana: UNISAL, 2015. 137f.; 30 cm. ABRAMOVAY, M; CASTRO, G. M.; PINHEIRO, L. C.; LIMA, F. S.; MARTINELLI, C.C. Juventude, violência e vulnerabilidade social na América Latina: desafios para políticas públicas.Brasília: UNESCO/ BID, 2002
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Área de Estudos: Psicologia Social.
A PRÁXIS DO PSICÓLOGO SOCIAL NO ACOLHIMENTO DE PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA, NA REALIDADE DE SOBRAL-CE
ADRIANA RODRIGUES NASCIMENTO
YARA AGUIAR GUIMARÃES ALEXSANDRA MARIA SOUSA SILVA
INTRODUÇÃO O Abrigo Institucional é um equipamento da Proteção Social Especial, proposto pela PNAS,
responsável pelo acolhimento de pessoas adultas em situação de rua. Este acolhimento é feito de
forma temporária, sendo no máximo seis meses de permanência, enquanto a equipe técnica viabiliza,
junto com o usuário, o seu processo de saída das ruas. Nesse contexto, o desafio da psicologia é
essencial para promover espaços de reflexão e escuta, na direção de promover o desenvolvimento da
identidade e da autonomia desses sujeitos. Para embasar as reflexões e discussões desse estudo
partimos da Psicologia Social da Libertação e da Psicologia Comunitária. O objetivo é refletir sobre a
práxis do psicólogo junto ao abrigo institucional, com pessoas em situação de rua, na realidade de
Sobral-Ce.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia utilizada foi de cunho qualitativo, em que foi utilizado como instrumento de coleta de
dados uma entrevista semiestruturada, que possuía quinze perguntas, inicialmente, voltadas para a
formação do profissional para perceber como esse se aproximou da área social, sua atuação, seu
lugar teórico epistemológico que embasa sua prática. Nessa entrevista também foi abordado alguns
temas atuais que atravessam a realidade dos moradores de rua.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Com este estudo, foi possível perceber que o papel do psicólogo no abrigo institucional apresenta
dificuldades e potencialidades. Na visão dele, as maiores dificuldades estão voltadas para a
instabilidade de como os acolhidos chegam ao abrigo, bem como a procura pelas famílias responsáveis,
apontada como um grande desafio, pela dificuldade de obter os documentos dos sujeitos, já que
muitos deles chegam ao local sem documentos. Moura (2012) afirma que às pessoas pobres são
geralmente impetradas variadas formas de discriminação, sendo concebidas como criminosas
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culpadas pela sua situação de pobreza, vagabundas, doentes e causadoras de mazelas sociais. Sendo
esta uma das principais colocações do psicólogo, a forma como a sociedade vê essas pessoas,
partindo desse estereótipo, este se tratando do que aflora ainda mais a atitude dos empobrecidos de
se conformar e até mesmo acreditar ser uma “intervenção divina” a pobreza dos mesmos, nos
fazendo enxergar então o que Martin Baró (1998) chamou de Fatalismo que é marcado pelo
conformismo dos grupos ou indivíduos com condições deploráveis de existência e um regime de vida
opressor.
Com respeito às potencialidades, podemos destacar no discurso do entrevistado que, estas estão
voltadas para o reconhecimento do abrigo como espaço de conexão, facilitação e promoção da saúde,
além disso, o olhar diferenciado para com os usuários do Abrigo também é um potencial, sem
identifica-los como vítimas ou culpados pela situação. Isso sinaliza alguns desafios para a práxis de
uma Psicologia Social crítica, tais como questionar os processos de estigmatizarão, produzidos sobre
as pessoas em situação de rua e contribuir com a desnaturalização da pobreza. Para isso é importante
refletir sobre as possíveis condições psicossociais que podem levar um sujeito a viver na rua, os
impactos em seus modos de vida e as possíveis estratégias de enfrentamento que podem ser
construída através da intervenção psicólogo. Além disso, ressaltamos a importância da rede de apoio
com destaque para o apoio institucional e a atuação intersetorial que possa congregar as diversas
políticas públicas na garantia dos direitos humanos dessas pessoas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS Pensar a práxis da Psicologia Social no abrigo institucional com as pessoas em situação de rua é
questionar através da ação, reflexão e ação transformada e transformada da realidade, considerando
esta a partir de uma relação dialética entre sujeito e sociedade. Além disso, é preciso considerar
também a relação entre teoria, prática e compromisso social do psicólogo, na direção de contribuir
com a construção de uma psicologia crítica e transformadora da realidade para os excluídos e
marginalizados, dentre os quais estão os moradores de rua.
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Área de Estudos: Psicologia Social.
ONGs E SUAS INTERVENÇÕES NAS COMUNIDADES
LUIZA DE SOUSA MARTINS
MARCÉLIA MELO PRADO CELLYNEUDE DE SOUZA FERNANDES
INTRODUÇÃO A sociedade está a cada dia mais com seus serviços públicos deteriorados, e os investimentos não
chegam até as comunidades, onde as pessoas têm suas necessidades ignoradas. As ONGs
(Organização Não Governamental) olham para esses locais e buscam promover o desenvolvimento e
melhorar a qualidade de vida dos indivíduos. Dentro dessa instituição pode se pensar na importância
do trabalho do psicólogo que é um facilitador das relações, além de ajudar na promoção de um olhar
critico das pessoas que fazem parte do grupo e que com isso eles venham a gerar ações
transformadoras para a comunidade. O objetivo de analisar a história de uma ONG é justamente olhar
para os impactos tidos dentro da comunidade, como era antes e como ela ficou depois de possuir
esse serviço, além de se trazer reflexões de como atuação do psicólogo junto à equipe é importante,
ampliando assim a equipe que presta o serviço.
METODOLOGIA A pesquisa é de abordagem qualitativa, pois se preocupa em interpretar os fatos e como
procedimentos técnicos pode ser compreendida como estudo de caso pois visa aprofundar seus
conhecimentos em um fenômeno em específico. Foi desenvolvida na cidade de Groaíras-CE no mês de
setembro de 2017. O objeto de estudo foi uma organização não governamental (ONG) que atua no
seguimento de arte e cultura. Para a realização desse estudo foi necessário conhecer, o universo da
ONG e refletir sobre sua importância para os sujeitos de Groaíras e em especial aos jovens atendidos
por essa instituição. Os dados foram coletados através de entrevistas com os membros da ONG, e
analisado via análise de conteúdo (BARDIN, 1977)
RESULTADOS E DISCUSSÕES A Companhia Cultura Viva de Teatro aqui escolhida para a pesquisa foi fundada em 1999 e em 2004
integrou a organização não governamental rede de arte, ensino e cidadania, aonde vem realizando
diversos trabalhos de cunho social e artístico. Sendo um agente promotor de mudanças para a cidade,
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por meio dessa ONG se passa a ter um espaço voltado para a arte e desenvolvimentos artísticos dos
jovens que realizam atividade tanto dentro do município como em outras cidades. Infelizmente essa
ONG ainda não conta com um psicólogo na equipe, devido a sua recente instalação. A espaço lá dentro
para se pensar sobre os impactos da falta desse profissional na vida das pessoas que participam do
grupo, que trazem consegue um sofrimento que também é psicológico que encontra na arte uma
possibilidade de se expressar. O psicólogo dentro de suas possibilidades de ação pode mediar as
relações, por exemplo, a partir do psicodrama que se traz a ideia de se expressar através de
encenações, pode se problematizar questões do cotidiano da comunidade que estão atreladas ao
sofrimento, esse que faz parte da condição de ser humano e está convivendo em um meio social.
CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui se assim que as ONGs cumprem um papel social com a comunidade, olhando para as
necessidades que se apresentam e procurando ferramentas para transformar e contribuir com
desenvolvimento local. Além disso, é importante reforçar que nem todas possuem um psicólogo que
atue junto à equipe, isso é algo ainda a ser conquistado, mas até sua inserção é preciso se falar e
problematizar como esse espaço sofre com a sua falta e os benefícios que se teria com a sua atuação.
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Área de Estudos: Psicoterapia.
CONSIDERAÇÕES SOBRE A LOGOTERAPIA E A ANÁLISE EXISTENCIAL COMO LEITURAS DO FUNCIONAMENTO PSÍQUICO: UMA REVISÃO DE
LITERATURA
LEONE AGAPITO LIMA
FRANCISCO FLÁVIO FIRMINO LEONICE ABREU PEREIRA
PATRÍCIA MENDES LEMOS A pesquisa consiste numa revisão de literatura acerca da Logoterapia como uma abordagem
psicológica que traz em si uma concepção específica de homem e de mundo, assim como possibilidades
de intervenção frente ao sofrimento humano. O termo Logoterapia pode ser traduzido como terapia
através do sentido, tal como o fundador da escola apontou na obra Um sentido para a vida. Embora
se pense que Frankl fundou a Logoterapia enquanto viveu nos campos de concentração, sabemos que
seus questionamentos sobre o sentido da vida começaram ainda na infância, como na própria
narrativa do autor: “a Logoterapia surgiu então na casa onde nasci” (FRANKL 2010, p 26).
A relevância de se estudar a Logoterapia está relacionada ao contexto social contemporâneo, cujas
características de ausência de sentido, o vazio existencial e o questionamento do sentido da própria
existência, têm tomado grandes proporções na experiência individual e coletiva, culminado com
quadros psíquicos de sofrimento e adoecimento mental. A compreensão do campo do sentido se faz
cada vez mais pertinente.
Ao retomarmos a obra e a história de Viktor Frankl, apresentamos uma narrativa que atrela sua
experiência à abordagem desenvolvida. A questão sobre o sentido da vida mobilizou o autor desde
cedo. No livro Em busca de sentido ele escreve que a busca do indivíduo por um sentido é a motivação
primária em sua vida, e não uma "racionalização secundária" de impulsos instintivos.
Esta pesquisa objetiva apresentar a denominada terceira escola vienense de psicoterapia, a
Logoterapia e Análise Existencial, abordagem humanista ainda não tão conhecida em nosso contexto
acadêmico - apontando alguns dos conceitos fundamentais desta abordagem, tai como: “liberdade da
vontade”, “vontade de sentido” e “sentido da vida”.
Para o desenvolvimento dessa investigação realizou-se uma revisão bibliográfica do tipo narrativa com
ênfase nos descritores “liberdade da vontade”, “vontade de sentido” e “sentido da vida”, abordados
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nos seguintes livros: O que não está escrito nos meus livros (2010), Em busca de sentido (2015),
Um sentido para a vida (1989) e no artigo Logoterapia: compreendendo a teoria através de mapa de
conceitos (2016). Optou-se pela análise narrativa de livros, visto que estes contemplam os conceitos
fundamentais da abordagem em questão, e constituem importantes ferramentas para a compreensão
conceitual a partir da obra dos principais autores desta área.
Para a Logoterapia a questão central é o modo como a pessoa se porta frente à sua existência e não
a existência (como instância) propriamente dita. A atitude do homem é o que fará a diferença, a
maneira como este responde aos fatos, de modo responsável. Frankl (2010, p. 63) afirma: “na
verdade, não podemos questionar sobre o sentido da vida, porque somos nós mesmos que estamos
sendo questionados – somos nós que temos que responder às perguntas que a vida nos coloca”. E a
resposta deve ser concreta, assim como a vida de cada sujeito é concreta. De acordo com Santos
(2016) a liberdade da vontade é aquilo que possibilita ao homem superar os condicionamentos
biopsicossociais, isto porque, Frankl se opõe veementemente ao pandeterminismo. O homem é livre
para e é responsável pelo que escolhe. A vontade de sentido é apontada pela logoterapia como “a
motivação primária da vida”. Santos (2016) aponta as cinco características do sentido da vida para
a logoterapia que são: é único, assim como cada pessoa é única; incondicional, Frankl acredita que é
possível encontrar sentido em qualquer situação; mutável, não é o mesmo a vida inteira, varia a cada
circunstância; é o que tenciona, é o que move o ser humano; é concreto, como cada realidade da vida
é.
Em suma, para Frankl (2015), a logoterapia ocupa-se, do “sentido potencial inerente e latente em
cada situação”, em que o sujeito é confrontado no dia a dia ao longo de sua existência. Na teoria
sobre a liberdade da vontade o homem é sempre livre, livre para e não livre de. Compreende-se que,
nesta leitura do funcionamento psíquico humano, a vontade de sentido é uma necessidade primária.
E o sentido da vida é transcendente e objetivo, singular e pode ser encontrado por meio da consciência
de que cada sujeito é responsável por si próprio.
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Área de Estudos: Saúde Mental.
O ESTIGMA SOCIAL DA PESSOA COM TRANSTORNO MENTAL NA PERCEPÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE MENTAL
MARIA SADARA DE SOUSA PINHEIRO
ANA LUIZA DE FATIMA ALBUQUERQUE RIBEIRO LARISSA LOPES LÚCIO, PATRICIA MENDES LEMOS
INTRODUÇÃO O presente trabalho consiste em uma reflexão crítica em relação ao estigma social associado à pessoa
com transtorno mental e sua incompreensão por determinados grupos sociais, a partir da percepção
de profissionais de Saúde Mental. Buscamos compreender, a partir da experiência desses
profissionais, os quais lidam diretamente com usuários e com seus processos de adoecimento, como
o estigma social interfere na identidade do usuário e na evolução da doença.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A pesquisa em curso tem natureza qualitativa, de abordagem metodológica bibliográfica descritiva,
tendo a intenção, posteriormente, de estender-se a uma abordagem de campo, com a utilização de
entrevistas semi-estruturadas, as quais serão submetidas à análise de conteúdo .Até o momento foi
realizada uma entrevista piloto, de modo que os dados apresentados aqui versam sobre os achados
bibliográficos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Ocorre uma despersonalização construída acerca do doente mental, principalmente em relação à sua
identidade social e sua utilidade, de modo que o sujeito passa a identificar a si com a condição de
doente e se resumir a ela. O preconceito existente não afeta apenas o doente e sua relação com a
doença, mas também o trabalho dos profissionais, que também pode ser perpassado por um olhar
preconceituoso da população. Quando falamos de processo de subjetivação do doente nos reportamos
à imagem que o sujeito possui num dado contexto social, assim como uma categorização que o próprio
sujeito faz acerca de si mesmo. No serviço de Saúde Mental, acaba ocorrendo uma valorização do
tratamento farmacoterápico, o que pode ser uma repercussão do estigma da doença mental, como
algo que só pode ser retirado do outro por meio do medicamento. Isso se mostra na superlotação
dos serviços como os CAPS, em dias de atendimento médico, o que reflete o preconceito que leva ao
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descrédito em outras formas de terapia. Os usuários, na percepção dos profissionais, têm dificuldade
de expressar a si mesmos, de se reconhecerem, assim como suas famílias, que também devotam à
medicação toda a eficácia do tratamento.
CONCLUSÃO Diante das considerações levantadas, inferimos que o processo de subjetivação do doente mental
ainda constitui um estigma social, por conta dos preconceitos que o próprio paciente atribui a si
(como reflexo de uma identidade forjada socialmente), que é reforçada pelo olhar do outro sobre o
transtorno que encerra sua condição de pessoa. Socialmente, tem-se a concepção de que quem
possui algum transtorno é fraco e inútil.
Desse modo, percebemos a importância de os profissionais e demais atores sociais atuarem tanto
no acolhimento dos usuários, como na busca pela mudança do olhar cultural sobre a doença.
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Área de Estudos: Temas Transversais.
A INFÂNCIA E AS SUAS FACETAS COM AS POLÍTICAS PÚBLICAS
KELLE ROSSANNE LINHARES PAULO
MARIA JOSE MESQUITA ANNE GRAÇA DE SOUSA ANDRADE
INTRODUÇÃO Quando falamos em infância, é perceptível que o quadro de preocupação requer uma atenção
diferenciada com o futuro da infância pobre, sendo importante a elaboração de políticas públicas
voltadas para esse público. Ao retornamos para o passado e verificando a remota presença de uma
infância desprotegida, observamos que a assistência foi criada e modificada como feedback e
adequada a seu tempo, e de agora em diante, a existência de crianças em situação de vulnerabilidade
e a conexão desta circunstancia em razão dos mais diversos problemas sociais apontam uma
concepção naturalizada de infância, como se a criança existisse desprovida do contexto que a ampara,
várias propostas se apresentam ao desafio de modificar mentalidades e que garantem resgatar a
infância e reordenar, mediante a esta sociedade. Diante disso, esse trabalho tem como objetivo
buscar melhorias para infância de classe baixa, conquistando mais espaços para que tenham futuros
melhores. Podemos dizer que à psicologia vem ganhando cada vez mais espaço nessa área.
METODOLOGIA Foi feito uma revisão bibliográfica, a partir de base de dado Google Acadêmico, com os descritores:
infância vulnerabilidade e políticas públicas; e assim alguns artigos foram selecionados para que
houvesse um melhor compreensão do fazer da psicologia.
RESULTADOS E DISCURSÕES Foram identificados 12 artigos que versam infância e políticas públicas e as práticas da psicologia.
Neste sentido a atuação desse profissional é essencial, na construção de intervenções que reduzam
os impactos da desproteção social, e é perceptível que municípios brasileiros, a implantação e
implementação desse nível de proteção está a cargo dos Centros de Referência da Assistência Social
– CRAS, que prestam atendimento às famílias e indivíduos considerados em situação de
vulnerabilidade social através de programas, projetos e serviços socioassistenciais locais. Essa
vulnerabilidade pode originar-se da pobreza, baixa renda, insegurança alimentar e nutricional,
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precariedade no que diz respeito aos serviços públicos, vínculos afetivos frágeis, preconceito, dentre
outros diversos fatores. Psicólogos em concomitância com outros profissionais são fundamentais
para intervir nesses casos, buscando fortalecer os vínculos familiares, dar autonomia aos usuários,
e promover a saúde dos mesmos.
CONCLUSÃO A proteção social voltada a infância era tida como forte no que diz respeito a sua inserção no Brasil
na lista das nações contemporâneas a despeito das contradições sociais que aguçavam. Se voltarmos
um pouco na história da infância e sobre seus diversos conceitos, percebemos que sempre fora uma
fase mais desprotegida, antigamente o cenário ainda era pior, pois nem mesmo elas poderiam
vivenciar essa fase inicial da vida, então, devido a isso pode-se refletir sobre como se tem dado ênfase
para as políticas voltadas para essa fase da vida, e cujo os desdobramentos nas políticas atuais têm
sido atribuídos a psicologia um lugar de destaque.