Evolução do pensamento econômico - Prof. Euclides Neto · PDF file130...

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  • Evoluo do pensamentoeconmico

    Evoluo do pensamentoeconmico

    UNIDADE

    7

  • 130

    Curso de Graduao em Administrao a Distncia

    Objetivo

    Nesta Unidade, voc vai conhecer as principais Escolas do

    Pensamento Econmico para que possa ter uma leitura da

    formao da base dessa enorme estrutura em que nos

    encontramos instalados e estar mais seguro na profisso

    para as tomadas de decises.

  • Mdulo 3

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    O pensamento econmico naAntigidade Clssica

    Caro Estudante!

    Estamos iniciando nossa ltima Unidade. Voc vai acom-panhar a evoluo histrica da Economia. Para tanto, estu-daremos as contribuies das principais correntes do pen-samento econmico, tendo como ponto de partida a fasepr-cientfica, que vai da agricultura primitiva, passandopelos tempos bblicos at chegar aos mercantilistas e, da,aos pensadores clss icos, marxistas, neoclss icos,keynesianos e ps-keynesianos.

    Leia com ateno e realize as atividades que esto indicadasno final da Unidade. Sua leitura, a realizao das atividadese os contatos com seu tutor e os professores tm um sobjetivo: ajud-lo no processo de construo do conheci-mento e no desenvolvimento de habilidades que caracteri-zaro seu novo perfil profissional ao final deste curso.

    Bem-vindo histria da dinmica econmica!

    A histria da Economia evoluiu pari passu com os perodos que

    caracterizam a histria da humanidade.

    desnecessrio dizer da importncia da histria econmica da

    humanidade, tanto pr-clssica quanto a mais atual, para os economis-

    tas. Entretanto, somente entendendo a dinmica da histria econ-

    mica das civilizaes que voc poder compreender toda a complexi-

    dade que domina a cincia econmica e a sociedade atuais.

    Desde Moiss at os mercantilistas, a sociedade mundial viveu

    em complexidades. E foi dessa complexidade que, um sculo depois,

    aps o fim dos ideais mercantilistas do sculo XVII, o mundo perce-

    beu a necessidade de ter economistas.

    Esse perodo da Antigidade Clssica, em sua primeira fase,

    abrange os anos 4000 a 1000 antes da Era de Cristo. Os povos predo-

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    Curso de Graduao em Administrao a Distncia

    GLOSSRIO*Excedente parteda riqueza produzidaque excede a consu-mida, ao longo doprocesso produtivo.Fonte: Wikipdia(2007).

    *Teocrtico vemde teocracia e signi-fica uma forma degoverno no qual deo povo controladopor um sacerdote oulder religioso quegoverna, suposta-mente, segundo o de-sejo de uma divinda-de. A teocracia podeser tambm regimepoltico ou religio.Fonte: Wikipdia(2007).

    minantes eram os da China, ndia, Assria, Babilnia, Mesopotmia,

    Egito, e outros da Antigidade Oriental e Ocidental. Nesse perodo,

    no se podia cogitar que a atividade econmica fosse sofisticada. Longe

    disso. Predominava a economia de subsistncia e o autoconsumo. As

    sociedades, por sua vez, ainda eram desestruturadas, sem caractersti-

    cas, inclusive, de sociabilidade. Predominava o nomadismo tribal.

    Aps essa fase inicial, o homem comeou a pensar em se fixar

    em algum lugar. Teve incio, assim, a fixao dos primeiros agrupa-

    mentos humanos na sociedade patriarcal, surgindo o conseqente di-

    reito de propriedade na economia agrria. O trabalho nessas sociedades

    era do tipo escravo, sendo raro ou reduzido o comrcio entre os diferen-

    tes agrupamentos, prevalecendo uma economia de subsistncia ou de

    autoconsumo, sem a preocupao da formao de sobras ou exce-

    dente* destinado s trocas ou ao escambo. Tudo o que se produzia ten-

    dia a ser consumido. Ningum pensava em lucro, em riqueza, em capi-

    talismo ou em se capitalizar. Muitos menos em globalizao.

    Os regimes, nessas civilizaes da Antigidade, eram, em geral,

    teocrticos*, e obedientes frrea disciplina e ao controle total do

    comrcio pelos seus dirigentes. Embora existindo um intercmbio eco-

    nmico rudimentar (trocas entre pessoas e pequenos povoados), e a

    moeda, como facilitadora das trocas, tivesse j evoludo para as suas

    caractersticas mais sensveis, com a utilizao j de alguns metais, os

    fatos econmicos ainda no mereciam estudos especiais, o mesmo

    ocorrendo com a atividade econmica.

    Nesse perodo, ainda no havia um clima propcio para o surgi-

    mento de uma Cincia Econmica. Os fatos e fenmenos econmicos

    estavam adstritos s cincias filosficas, religiosas e jurdicas, moral

    e poltica, tambm no totalmente estruturadas.

  • Mdulo 3

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    Contribuies da civilizao greco-romana

    para o pensamento econmico

    A partir da civilizao greco-ro-

    mana, no ano 1000 a.C., nota-se uma

    preocupao mais concreta com os fa-

    tos econmicos, surgindo estudos em-

    brionrios sobre riqueza, valor econ-

    mico e moeda.

    Xenofonte, pensador grego, es-

    creveu a obra Os econmicos, discor-

    rendo sobre a utilidade e as riquezas

    econmicas, sobre a agricultura e sua

    importncia econmica, e afirmava que

    a riqueza estava intimamente relaciona-

    da com as necessidades humanas.

    Plato e Aristteles tambm deram a sua

    contribuio para a Economia. Plato,

    alis, delineou um Estado a ser gover-

    nado por filsofos. Tambm aprovava

    a escravido e preconizava a diminui-

    o das populaes por uma depurao

    da raa. Foi um autntico precursor de Malthus, acentuava a impor-

    tncia da diviso do trabalho ou da especializao de funes, e res-

    saltava o papel de destaque a ser emprestado s elites culturais.

    Da civilizao grega, ficaram muitos ensinamentos. De Plato,

    ficou o Comunismo Utpico, em sua Repblica, e seus escritos sobre

    a produo, e a riqueza e os seus limites; e de Aristteles, suas anlises

    sobre a sociedade privada, declarando que a propriedade comunal,

    preconizada por seu mestre Plato, retiraria o incentivo produo.

    Procedeu a profundas anlises sobre a Teoria do Dinheiro, as trocas e

    o valor, e sobre as funes da moeda.

    Para saber maisPara saber maisPara saber maisPara saber maisPara saber mais*Xenofonte (427355 a.C.) discpulo de Scrates,

    conhecido por seus escritos sobre a histria do seu

    prprio tempo, pelos discursos de Scrates e sobre a

    Grcia. A dissertao histrica que Xenofonte faz na

    obra Anabasis um dos mais antigos exemplos de

    anlise de carter de um lder feita por um historia-

    dor. Esse tipo de anlise se tornou conhecido nos

    dias de hoje como a Teoria dos Grandes Homens.

    Fonte: Wikipdia (2007).

    *Thomas Robert Malthus (17661834) economis-

    ta britnico, cujas obras exerceram influncia em

    vrios campos do pensamento e forneceram a chave

    para as teorias evolucionistas de Darwin e Wallace.

    Defendia que qualquer melhoria no padro de vida de

    grande massa temporria, pois ela ocasiona um ine-

    vitvel aumento da populao, que acaba impedindo

    qualquer possibilidade de melhoria. Escreveu Princpios

    de Economia Poltica (1820) e Definies em Econo-

    mia Poltica (1827). Fonte: Wikipdia (2007).

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    Curso de Graduao em Administrao a Distncia

    O Imprio Romano e sua contribuio ao

    pensamento econmico

    Gastaldi (1999) assinala que, na histria da civilizao de Roma,

    se encontram muitos dos elementos que caracterizam o moderno capi-

    talismo. Os romanos foram os principais estadistas, juristas e constru-

    tores de imprios. Entretanto, embora a histria romana tenha se evi-

    denciado por lutas de conquistas, construindo em seu primeiro estgio

    uma Repblica e depois um Imprio mundial, dominando toda a rea

    do Mediterrneo, incluindo a sia Menor, o norte da frica, a Frana

    (Glia), a Espanha, abrangendo partes da Europa Central at o Rio

    Danbio e chegando Inglaterra e Esccia, suas contribuies cul-

    turais no podem ser subestimadas, ainda que no possam ser compa-

    radas s da Grcia, que enriqueceu muito mais a civilizao.

    Um dos traos da civilizao romana foi a expanso agrcola,

    que favoreceu a sua economia e, notadamente, a sua agricultura, e que

    foi um dos determinantes da expanso do poderio poltico do Imprio.

    De uma outra forma, o declnio de sua agricultura foi a principal causa

    de sua queda. Agressiva foi a poltica de expanso comercial de Roma,

    que proporcionou vultosos lucros, ao mesmo tempo em que despertou

    a rivalidade com o poder comercial de outros povos, notadamente de

    Cartago. Isto posto, os acordos comerciais foram substitudos pelos

    conflitos armados.

    Com o Imprio Romano:

    consolidava-se a expanso comercial;

    consolidavam-se as funes do dinheiro;

    criavam-se os impostos mais elevados;

    aumentavam as despesas do governo.

    Tambm foi no Imprio Romano que nasceu a agiotagem*, e a

    riqueza passou a se concentrar nas mos de uma minoria. As economi-

    GLOSSRIO*Agiota a pes-soa que faz prticada usura, ou seja,empresta dinheiro aoutra no mercadoinformal, sem a de-vida autorizao le-gal para isso. Fonte:Wikipdia (2007).

  • Mdulo 3

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    as dos pases subdesenvolvidos, tal como o Brasil, apresentam seme-

    lhanas com a histria do Imprio Romano. De um lado, h pessoas

    abastadas e profundamente ricas. De outro, h pessoas pobres, abso-

    lutamente pobres. As magnficas obras do Imprio refletiam, apenas,

    o consumo ostensivo dos grupos mais ricos ou do Estado sempre mais

    poderoso.

    Toda essa situao de decadncia do Imprio conduziu o povo a

    uma elevada crise de escassez, quando aumentaram, e muito, as ne-

    cessidades urbanas em alimentos. Podemos apontar as causas econ-

    micas do declnio do Imprio Romano:

    grande concentrao das riquezas por grupos minoritrios;