EVENTOS ADVERSOS PÓS-VACINAÇÃO CONTRA INFLUENZA EM IDOSOS ...
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO
DAMIANA RODRIGUES
EVENTOS ADVERSOS PÓS-VACINAÇÃO CONTRA INFLUENZA EM
IDOSOS DE MINAS GERAIS
RIBEIRÃO PRETO
2019
DAMIANA RODRIGUES
EVENTOS ADVERSOS PÓS-VACINAÇÃO CONTRA INFLUENZA EM IDOSOS DE
MINAS GERAIS
Dissertação apresentada à Escola de Enfermagem de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, para
obtenção do título de Mestre em Ciências, Programa de
Pós-Graduação Mestrado Profissional em Tecnologia e
Inovação em Enfermagem.
Linha de Pesquisa: Tecnologia e Inovação no Cuidado
em Enfermagem.
Orientadora: ProfªDrª Rita de Cássia de
MarchiBarcellosDalri.
Ribeirão Preto
2019
FICHA CATALOGRÁFICA
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA
FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Rodrigues, Damiana
Eventos adversos pós vacinação contra Influenza em idosos de
Minas Gerais. Ribeirão Preto, 2019.
129p. : il. ; 30 cm
Dissertação de Mestrado, apresentada à Escola de
Enfermagem de Ribeirão Preto/USP. Área de concentração:
Mestrado Profissional Tecnologia e Inovação em Enfermagem.
Orientador: Profa. Dra. Dalri, Rita de Cássia de Marchi
Barcellos.
1. Idoso. 2. Vacinas contra Influenza. 3. Enfermagem. 4. Sistema imunológico. 5. Evento adverso.
RODRIGUES, Damiana
Eventos adversos pós-vacinação contra Influenza em idosos de Minas Gerais
Dissertação apresentada à Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São
Paulo, para obtenção do título de Mestre em Ciências, Programa de Pós-Graduação Mestrado
Profissional Tecnologia e Inovação em Enfermagem.
Linha de Pesquisa: Tecnologia e Inovação no Cuidado em Enfermagem.
Aprovado em: ________/________/_______
Comissão Julgadora
ProfºDrº_________________________________________________________
Instituição_______________________________________________________
ProfªDrª_________________________________________________________
Instituição_______________________________________________________
ProfªDrª_________________________________________________________
Instituição_______________________________________________________
DEDICATÓRIA
A Deus e aos Bons Espíritos
Por terem me sustentado nos momentos mais difíceis
Aos meus filhos
Que são toda inspiração de minha vida
Agradecimentos
Agradeço à Prfa. Dra. Rita de Cássia de Marchi Barcellos
Dalri, pela orientação nesta dissertação.
Agradeço à coordenadora do Mestrado Profissional Silvia
Matumoto por sua dedicação e empenho para o bom
desempenho dos alunos.
Agradeço à Prfa. Dra Maria Lucia Cruz Robazzi pelas aulas
ministradas que foram de fundamental importância para
meu aprendizado e crescimento neste processo.
Agradeço aos funcionários da Escola de Enfermagem de
Ribeirão Preto.
Minha eterna gratidão.
RESUMO
RODRIGUES, Damiana. Eventos Adversos Pós- vacinação contra Influenza em idosos de
Minas Gerais. 129f. Dissertação (Mestrado). Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto.
Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2019.
É de grande relevância o conhecimento dos eventos adversos ocorridos após aplicação da
vacina contra Influenza em idosos, visando sua identificação e possíveis intervenções
preventivas. Considera-se que os idosos são assistidos por equipe de enfermagem que atua em
hospitais, Unidades Básicas de Saúde, em domicílios ou em Instituições de Longa
Permanência. Eventos adversos ocorridos após aplicação da vacina contra Influenza em
idosos institucionalizados foram os motivadores para o desenvolvimento do presente estudo.
Objetivos: Identificar e analisar a ocorrência de eventos adversos após vacinação contra
Influenza em idosos de Minas Gerais, caracterizar os dados sócio demográficos e suas
associações; confeccionar material educativo direcionado aos enfermeiros que atuam no
cuidado aos idosos. Método: Pesquisa descritiva-analítica, retrospectiva e quantitativa; a
amostra foi composta por 98 idosos de ambos os sexos, que corresponderam a 12,9% da
população inicial, identificados por meio das Fichas de Notificação de Eventos Adversos Pós
Vacinação, disponibilizados pelo Sistema de Informação de Eventos Adversos Pós Vacinação
de Minas Gerias - BR, entre 2014 e 2016. Os dados foram duplamente digitados e
transportados para o programa Ri386 versão 3.4.3 3 IBM SPSS Statics versão 25. Realizou-se
estatísticas descritivas, frequência e percentual para as variáveis qualitativas e medidas de
tendência central (média e mediana) e dispersão (desvio padrão) para as variáveis numéricas.
Para verificar a associação entre os tipos de eventos (não grave, grave e erro de imunização) e
as manifestações sistêmicas com as variáveis de caracterização dos idosos e das vacinas,
utilizou-se o teste Exato de Fisher e Qui-quadrado; o nível de significância utilizado foi p <
0,05. Após a análise e discussão dos dados procedeu-se a confecção do material educativo.
Resultados: Os eventos adversos não graves representaram 84,7% das notificações obtidas,
eventos adversos graves, 5,1% e erros de imunização, 10,2%. Os testes revelaram
significância estatística para eventos adversos não graves e a variável sexo (p=0,042) mais
entre as mulheres que apresentaram manifestações locais, ou seja, 70,3% e entre os homens
que apresentaram manifestações clínicas sistêmicas (p=0,021) - 45,8%, as quais foram
caracterizadas por sintomas neurológicos. Erro de imunização se caracterizou por aplicações
duplas do mesmo imunobiológico por falta de informação ou esquecimento do cartão de
vacinas. Conclusão: O conhecimento do enfermeiro sobre a temática em estudo é de
fundamental importância para um atendimento adequado livre de danos ao idoso para que não
incorra em eventos adversos evitáveis. O material educativo se apresenta como ferramenta
para orientar o enfermeiro que assiste o idoso seja em uma Instituição de Longa Permanência,
seja numa Unidade de Saúde da Família, Unidades Básicas de Saúde, hospitais ou em
domicílio. Espera-se que este estudo desperte interesse para futuras pesquisas relacionadas à
compreensão do surgimento dos eventos adversos pós vacinação contra Influenza em idosos,
visando a prevenção de tais eventos e suas consequências, assim como estimule a adesão às
campanhas vacinais.
Palavras chave; Idoso. Vacinas contra Influenza. Enfermagem. Sistema imunológico. Evento
Adverso
ABSTRACT
RODRIGUES, Damiana. Adverse events after vaccination against Influenza in the elderly
in Minas Gerais. 129f. Dissertation (Master ofscience)- Ribeirão Preto College of Nursing,
University of São Paulo, Ribeirão Preto, 2019.
It is highly important to be aware of the adverse events that occur after the elderly are
vaccinated against influenza in order to identify them, therefore making preventive measures
possible. It is considerable that the elderly are cared for by nursing teams who work in
hospitals, Basic Healthcare Units, residences or in Long Stay Institutions. The adverse events
in elderly after they were vaccinated against influenza were the motivators so this study could
be developed. Objectives: Identify and analyze the occurrence of the adverse events after the
elderly from Minas Gerais are vaccinated against influenza, characterize the socio
demographic data and their associations, prepare socio educative material addressed to nurses
who work in caring for the elderly. Method: Quantitative, retrospective and descriptive-
analytical study. The sample was composed for 98 seniors both sexes, men and women,
covering a rate of 12,9% of the initial population, identified from Notification Sheets of
Post-Vaccination Adverse Events, available in the Information of Post-Vaccination Adverse
Events System from Minas Gerais – Br, between 2016 and 2016. The data were double-
entered and carried foward for the Program Ri386 version 3.4.3 3 IBM SPSS Statics version
25. Percentage, frequency and descriptive statistics were performed for qualitative variables
and central tendency measures (mean and median), and dispersion (standard deviation) for
numerical variables. In order to make the association among events possible (severe, non-
severe and immunization error) and the systemic manifestations with the elderly and vaccines
variable of characterization, the Fisher’s Exact and Qui-square tests were used and the
significance level that was used was p < 0,05. After the analysis and the discussion of the
data, the educative material was prepared. Results: The non-severe adverse events accounted
for 84,7% of the obtained notifications, the severe adverse events, 5,1% and the
immunization, 10,2%. The tests revealed statistical significance for the non-severe adverse
events and the sex variation (p=0,042) better among women who presented local
manifestations, that is to say 70,3% and, among men who presented systemic clinical
manifestations (p=0,21) – 45,8%, which were characterized by neurological symptoms. The
immunization error was characterized by double applications of the same immunobiological,
either because of lack of information or vaccination card oversight. Conclusion: The nurse’s
expertise on the thematic being studied is really important for an appropriate caring free from
damage to the elderly just so preventable adverse events can be avoided. The educative
material is presented like a tool to guide the nurse who cares for the elderly in a Long-Stay
Institution, in a Family Health-Care Unit, in Basic Health-Care Units, in hospitals or in
residences. It is expected that this study motivates interest for future studies regarding the
understanding of the development of different post-vaccination adverse events against
influenza in elderly people, aiming the prevention of such events and their consequences. It is
also expected that it motivates the accession to vaccination campaigns.
Keywords: Aged. Influenza vaccines. Nursing. Immune system. Adverse events.
RESUMEN
RODRIGUES, Damiana. Eventos adversos post vacunación contra Influenza en ancianos de
Minas Gerais. 129f. Tesis (Maestria) – Escuela de Enfermería de Ribeirão Preto, Universidad
de São Paulo, Ribeirão Preto, 2019.
Es de gran relevância el conocimiento de los eventos adversos que ocurrendespués de La
aplicación de la vacuna contra influenza em ancianos, con vistas a suidentificación y posibles
intervenciones preventivas. Se considera que los ancianos son asistidos por un equipo de
enfermería que trabaja em hospitales, Unidades Básicas de Salud, em hogares o em
Instituiciones de Larga Estancia. Eventos adversos ocurridos después de La aplicación contra
la influenza em ancianos institucionalizados fueron los factores motivadores para El
desarrollo del presente estudio. Objetivos: Identificar y analizar La incidencia de eventos
adversos después de La vacunación contra influenza enancianos de Minas Gerais; caracterizar
los datos sócio-demográficos y sus asociaciones; confeccionar material educativo dirigido a
los enfermeros que trabajan cuidando a los ancianos. Método: Encuesta descriptiva-analítica,
retrospectiva y cuantitativa. La muestra fue compuesta de 98 ancianos de ambos sexos,
correspondiendo al 12,9% de La población inicial, indentificados a través de las Fichas de
Notificación de Eventos Adversos Tras Vacunación, disponibles a través del Sistema de
Información de Eventos Adversos TrasVacunación de Minas Gerais-BR, entre 2014 y 2016.
Los datos fueron mecanografiados y transferidos al programa Ri386 versión 3.4.3 3 IBM
SPSS Staticsversión 25. Se realizaron estadísticas descriptivas, frecuencia y porcentaje para
lãs variables cualitativas y medidas de tendência central (media y mediana) y dispersión
(desviación estándar) para lãs variables numéricas. Para verificar La asociación entre los tipos
de eventos (no grave, grave y error de inmunización) y lãs manifestaciones sistémicas com lãs
variables de caracterización de los ancianos y de las vacunas, se utilizóel Test Exacto de
Fisher y Qui-cuadrado y el nivel de significancia utilizado fue p< 0,05. Tras La análisis y
discusión de los datos, se dio la confección del material educativo. Resultados: Los eventos
adversos no grave representaronel 84,7% de las notificaciones obtenidas; los eventos adversos
graves, el 5,1% y los errores de inmunización, el 10,2%. Los testes resultaron em
significancia estadística para eventos adversos no graves y lavariable sexo (p=0,042) más
entre lãs mujeres que presentaron manifestaciones locales, es decirel 70,3%, y entre los
hombres que presentaron manifestaciones clínicas sistémicas (p=0,021) – 45,8%, las cual ES
fueron caracterizadas por síntomas neurológicos. El error de inmunización se caracterizó por
aplicaciones dobles del mismo inmunobiológico, por falta de información o por el olvido de
la tarjeta de vacunación. Conclusión: El conocimiento del enfermeiro respecto al tema em
estudio es de gran importancia para una asistencia adecuada que no le cause daño al anciano
y, también, para que no resulte en eventos adversos evitables. El material educativo se
presenta como una herramienta educativa para orientar el enfermero que cuida al anciano,
seaen una Institución de Larga Estancia, en una Unidad de Salud de La Familia, Unidades
Básicas de Salud, hospitales o hogares. Se espera que este estúdio despierte El interés para
futuras encuestas relacionadas alacomprensión del surgimento de los eventos adversos trás La
vacunación de diferentes inmunobiológicos en diferentes poblaciones, con vistas a La
prevención de estos eventos y sus consecuencias, así como estimule La adhesión a lãs
campañas de vacunación.
Palabras clave: Anciano. Vacunas contra La Influenza. Enfermería. Sistema Inmunológico.
Evento adverso.
LISTA DE FIGURA
Figura 1. Caraterização dos eventos adversos de acordo com a gravidade................46
LISTA DE MAPAS
Mapa 1- Distribuição geográfica mundial do vírus da gripe...............................39
Mapa 2 - Distribuição de óbitos no Brasil por SRAG até a semana 10/2018......41
Mapa 3-Superintendências e Gerência de Saúde de Minas Gerais.....................63
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Primeiro caso de caracterização de Evento Adverso Grave pós
Vacinação contra Influenza em idosos de Minas Gerais. 2014 a
2016............................................................................................................79
Quadro 2 Segundo caso de caracterização de Evento Adverso Grave pós
Vacinação contra Influenza em idosos de Minas Gerais. 2014 a
2016........................................................................................................... 80
Quadro 3 Terceiro caso de caracterização de Evento Adverso Grave pós
Vacinação contra Influenza em idosos de Minas Gerais. 2014 a
2016.............................................................................................................81
Quadro 4 Quarto caso de caracterização de Evento Adverso Grave pós
Vacinação contra Influenza em idosos de Minas Gerais. 2014 a
2016............................................................................................................82
Quadro 5 Quinto caso de caracterização de Evento Adverso Grave pós
Vacinação contra Influenza em idosos de Minas Gerias. 2014 a
2016............................................................................................................85
LISTA DE GRÁFICO
Gráfico 1 Graus dedependência..................................................................32
LISTA DE ORGANOGRAMA
Organograma 1 – Organograma de distribuição das informações relevantes para
a pesquisa...........................................................................................................66
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Características dos idosos (n=98) em Minas Gerias e dos eventos adversos
apresentados pós vacinação contra Influenza, no período de 2014 a 2016..........71
Tabela 2 – Número de manifestações locais pós vacinação contra Influenza e percentu-
ais calculados com base no total de idosos (n=98) e nos que apresentaram
evento adverso não grave (n=63), em Minas Gerias, no período de 2014 a
2016......................................................................................................................74
Tabela 3 – Número de manifestações sistêmicas pós vacinação contra Influenza e per-
centuais calculados com base no total de idosos (n=98) e para os que apre-
sentaram evento adverso grave (n=24) em Minas Gerias, no período de2014
a 2016...................................................................................................................75
Tabela 4 – Caracterização dos eventos adversos notificados por regionais de saúde de
Minas Gerais (n=98), no período de 2014 a 2016................................................77
Tabela 5 – Evolução e/ou desfecho dos casos, segundo as notificações dos eventos ad-
versos pós vacinação (EAPV) contra Influenza (n=98), Minas Gerais, no
período de 2014 a 2016.........................................................................................78
Tabela 6- Associação entre os tipos de eventos adversos e as variáveis de caracteriza-
ção das vacinas contra Influenza e dos idosos (n=98) em minas Gerais, no
período de 2014 a 2016..........................................................................................84
Tabela 7 – Associação entre as manifestações locais de eventos adversos e as variá-
veis de caracterização das vacinas contra Influenza e dos idosos (n=98)
de Minas Gerais, no período de 2014 a 2016........................................................85
Tabela 8 – Associação entre as manifestações clínicas sistêmicas de eventos adversos
e as variáveis de caracterização das vacinas contra Influenza e dos idosos
(n=98) em Minas Gerias, no período de 2014 a 2016...........................................86
LISTA DE ABREVIATURAS (SIGLAS)
ADEM Encefalomielite Disseminada Aguda
ANVISA Agencia Nacional de Vigilância Sanitária
AVC Acidente Vascular Cerebral
DATASUS Departamento de Informação do Programa Nacional de Imunização do SUS
DC Células Dendríticas
EA Evento Adverso
EAG Evento Adverso Grave
EANG Evento Adverso Não Grave
EI Erro de Imunização
EUA Estados Unidos da América
GISRS Rede Global de Vigilância e Resposta a Gripe
GRS Gerência Regional de Saúde
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ILPI Instituição de Longa Permanência para Idosos
IM Intramuscular
MS Ministério da Saúde
NK Natural Killer
OMS Organização Mundial de Saúde
PNI Programa Nacional de Imunização
PNM Pneumonia
SE Semana Epidemiológica
SG Síndrome Gripal
SGB Síndrome de GuillanBarré
SIPNI Sistema de informação do Programa Nacional de Imunização
SIVEP-Gripe Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe
SRAG Síndrome Respiratória Aguda Grave
UBS Unidade Básica de Saúde
UF Unidade Federativa
USF Unidade de Saúde da Família
UTI Unidade de Terapia Intensiva
VE-EAVP Vigilância Epidemiológica dos Eventos Adversos Pós- Vacinação
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................23
2 REVISÃO DA LITERATURA..................................................................28
2.1 Envelhecimento.............................................................................................29
2.2 Instituições de Longa Permanência..........................................................31
2.3 Sistema Imunológico/imunossenescência.................................................34
2.4 Influenza..................................................................................................38
2.5 Vacina contra Influenza...........................................................................41
2.6 Eventos adversos.....................................................................................44
2.7 Notificação de eventos adversos.............................................................48
2.8 Enfermagem e o cuidado aos idosos.......................................................49
3 REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................52
3.1 Enfermagem e tecnologia em saúde/ Manejo com a vacina contra
Influenza.............................................................................................................53
4 JUSTIFICATIVA..........................................................................................57
5 OBJETIVOS...................................................................................................59
5.1-Geral.........................................................................................................60
5.1-Específicos................................................................................................60
6MÉTODO.........................................................................................................60
6.1-Tipo de estudo..........................................................................................61
6.2- Local de estudo........................................................................................62
6.3-População e amostra de estudo.................................................................63
6.4-Procedimentos para coleta de dados........................................................64
6.5-Análise dos dados....................................................................................66
6.6-Aspectos éticos.........................................................................................67
6.7 Confecção do material educativo..............................................................67
7 RESULTADOS...............................................................................................70
8 DISCUSSÃO...................................................................................................88
9 CONCLUSÃO................................................................................................96
10 REFERÊNCIAS...........................................................................................99
APÊNDICES....................................................................................................116
ANEXOS...........................................................................................................120
APRESENTAÇÃO
_____________________________________________
APRESENTAÇÃO
A graduação em enfermagem proporcionou-me ao longo do caminho percorrido,
experiências em diversos setores nos quais exerci minha profissão. Dentre eles, setor de
hemodiálise, pronto atendimento, clínica médico-cirúrgica, Unidade de Terapia Intensiva e
urgência emergência. As práticas exclusivas ao enfermeiro como, por exemplo, a
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e os diagnósticos de enfermagem que
fazem parte da SAE, sempre me chamaram a atenção. Como minha atuação sempre foi
voltada às práticas emergenciais logo após a graduação em 2012, especializei-me em
Urgência e Emergência e Terapia Intensiva. Durante esta especialização, ministrei aulas no
curso superior da faculdade onde me graduei, supervisionei estágios e ministrei aulas em
curso técnico, pois sempre gostei de partilhar os conhecimentos adquiridos. Após atuação na
área hospitalar por quatro anos, por motivos pessoais, acabei me mudando para uma pequena
cidade do interior de Minas Gerais onde passei a atuar na assistência ao idoso
institucionalizado, me interessando por essa área da saúde e observando mais profundamente
a realidade vivenciada por essa população.
Após inserção no Programa de Pós-Graduação do Mestrado Profissional da Escola de
Enfermagem de Ribeirão Preto – EERP_USP, em 2016 iniciei investigação científica com a
população de idosos, conciliando desta maneira o trabalho e os estudos que sempre me
impulsionaram à procura de respostas para as indagações que surgiam.
Eventos adversos ocorridos após vacinação contra Influenza em idosos moradores da
instituição de longa permanência onde trabalho como responsável técnica (RT) me chamaram
à atenção e me levaram a alguns questionamentos e a seguinte pergunta de pesquisa: A que
estão relacionados os eventos adversos pós-vacinação contra Influenza em idosos?
Tal indagação me levou a desenvolver a pesquisa aqui apresentada.
Introdução 23
INTRODUÇÃO
_____________________________________________
Introdução 24
1. INTRODUÇÃO
O crescimento da população de idosos vem aumentando substancialmente nos últimos
anos, uma vez que se compreende o envelhecimento como um acontecimento natural de
diminuição da reserva funcional do organismo, com alterações fisiológicas e físicas e
implicações na mobilidade, na autonomia e na funcionalidade. No Brasil, no ano de 2016
havia em torno de 27,8 milhões de idosos; nessa população, os longevos que compreendem
os de 80 anos ou mais, são os que mais crescem e a expectativa é que esse número aumente e
em 2030, os idosos com 60 anos ou mais ultrapassem o número de crianças nascidas no
mesmo período; acresce-se que o Brasil tem a quinta maior população de idosos no mundo
(BRASIL, 2016).
Essas informações também corroboram com o aumento de pessoas com mais de 60
anos na população norte americana e portuguesa com perspectiva de que em 50 anos os
idosos serão 40% da população européia (WEINBERGER, et al. 2008; NETO TERESA,
2016).
Esse crescimento populacional do idoso é sem dúvida um desafio, principalmente para
uma parte da população em condições desfavoráveis (BRASIL, 2011), uma vez que o
crescimento populacional da pessoa idosa vem acompanhado de doenças próprias do
envelhecimento. As incapacidades decorrentes de condições crônicas e doenças são evitáveis
e mesmo se iniciadas as medidas preventivas em fases mais tardias, ainda assim, estas são
efetivas, constituindo-se na chave para mudar o cenário mencionado anteriormente (VERAS,
2008).
As modificações na estrutura familiar, onde ocorre um aumento dos componentes da
família no mercado de trabalho, a falta de tempo e não disponibilidade da família para o
cuidado e atenção ao idoso, expõe a pessoa idosa à probabilidade de vir a ser
institucionalizada. Uma vez que os familiares compreendem que o asilo para idosos é um
local de cuidados adequados à sua condição, convivência e maior socialização com outros,
intenciona-se proporcionar mais cuidados, melhores condições de vida e conforto do que a
família pode oferecer (PERLINIet al,2007).
Alguns familiares preocupam-se com o fato de seu idoso não possuir mais condições de
viver sozinho e arcar com as responsabilidades de um lar, como prover alimentos, pagar
contas, ir ao banco, entre outros. Mas não são apenas as limitações que podem levar a pessoa
idosa a ser institucionalizada; a falta de filhos, como descendentes diretos, as dificuldades de
Introdução 25
relacionamento com os demais membros da família e o adoecimento, dificultando assim o
cuidado; são alguns dos motivos que levam o idoso a ser institucionalizado (PERLINI et al,
2007); os idosos podem ainda residirem sozinhos ou com seus familiares e necessitarem ou
não de cuidadores no auxílio do cumprimento de suas necessidades diárias.
Mas, independentemente dos idosos estarem institucionalizados ou não, a compreensão
do envelhecimento saudável, segundo a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS)
é abrangente e relevante para todas as pessoas idosas, mesmo para aquelas que convivem
com a experiência de doenças crônicas; também não está centrada na ausência de agravos e
nem tampouco restrita à funcionalidade do idoso, mas em um processo que possibilitará a
construção de habilidades que lhe permitirão vivenciar o envelhecimento da melhor forma
possível (BEARD et al, 2016). Uma das formas de controlar tais agravos é a adesão às
campanhas de vacinação propostas pelo Ministério da Saúde (MS).
Nessa perspectiva, os multifatores que acompanham os processos biológicos do
envelhecimento determinam um limite na duração da vida. Com a perda do equilíbrio
fisiológico decorrente do envelhecimento celular diminui-se a capacidade de adaptação do
organismo às agressões internas e externas, levando-o a maior predisposição às doenças;
nesse contexto, as infecções aparecem como fator de risco elevado relacionando-se ao alto
índice de morbimortalidade nessa faixa etária (ESQUENAZI, 2008).
Em se tratando de infecções, as doenças respiratórias na população acima de 60 anos se
apresentam como importantes causadoras de morbimortalidade (FRANCISCO;
DONALÌSIO; LATORRE, 2005).
O vírus da Influenza aparece neste contexto como causador de infecções respiratórias,
sendo a população de idosos é a mais atingida; representando 69% de óbitos por estas
infecções no Brasil (BRASIL, 2017).
Para combater essa infecção, o MS recomenda a vacinação contra Influenza como
principal forma de prevenção, sendo os indivíduos com 60 anos ou mais, parte do grupo
prioritário para vacinação (BRASIL, 2014-b).
Entretanto, esta vacina pode causar alguns eventos adversos, devido a mudanças no
sistema imunológico nesse grupo prioritário, ou devido a erro no processo de imunização, ou
relacionado a algum componente da vacina, prejudicando assim a resposta imune; porém, a
porcentagem de proteção é maior que a de eventos adversos (WEINBERGER et al, 2008;
FORMIGA et al, 2016).
Introdução 26
Alguns fatores impedem o idoso à adesão à vacinação, como não acreditar na proteção
da vacina e sim que ela pode causar gripe e reações. Nessa perspectiva, o enfermeiro e a
equipe de saúde que atuam no cuidado ao idoso seja ele institucionalizado ou não,
desempenham papel importante na orientação a essa população (MOURA, 2013.;
GONÇALVES; NOGUEIRA, 2013; NEVES; DURO; TOMAS, 2016).
A enfermagem como principal ator das campanhas de vacinação, atua no desempenho e
otimização dessas campanhas e esse processo faz parte do cuidado prestado. O cuidado é
inerente à condição humana e se apresenta como ferramenta de apoio e proteção sem o qual o
ser humano não vive; garante sua continuidade, uma vez que este demanda necessidades de
cuidado tanto para nascer, crescer e manter sua vida quanto para envelhecer e morrer
(CASTRO; FIGUEIREDO, 2009). Portanto, é um fenômeno resultante de um processo
dinâmico de cuidar que requer do profissional da área de Saúde a capacidade de transformar
a própria conduta diante das necessidades do outro (PROCHET et al, 2012).
Considerando que a essência da Enfermagem é o cuidado com o ser humano, o
profissional dessa área tem papel de fundamental importância nesse processo em relação ao
paciente que se encontra sob seus cuidados, independentemente de seu estado de saúde e de
sua idade (MORAIS et al, 2009). No caso da população idosa, esta apresenta demandas em
relação aos demais grupos etários e precisa dos serviços de saúde com mais frequência por
um período longo de tempo. Por essa razão, os profissionais de enfermagem devem estar
aptos a desenvolverem atitudes efetivas e de impacto na atenção à saúde desse grupo
populacional (PROCHET et al, 2012).
Nesse contexto, tanto em instituições de longa permanência como outros
estabelecimentos de saúde ou atendimentos domiciliares, o enfermeiro deve estar apto a
desenvolver o pensamento crítico e construir um cenário mais acolhedor, agregando os
aspectos fisiológicos e emocionais dos idosos, prestando assistência que correlacione
tecnologia e cuidado. A prática da enfermagem ocorre por meio de cuidado técnico-científico
e comunicacional (DIAS et al, 2014).
Observa-se que o treinamento de profissionais nas salas de vacinas não ocorre na
mesma velocidade e intensidade em que se dá as mudanças nos calendários vacinais,
culminando em despreparo desses profissionais que não conseguem cumprir com as
intervenções estabelecidas nos manuais do MS, fazendo-se necessário a qualificação
constante destes profissionais (MARINELLI et al, 2015).
Introdução 27
A construção de um saber específico através do conhecimento científico forma a base
da autonomia profissional, sendo preocupação do enfermeiro que presta cuidados a
população idosa (KLETEMBERG; PADILHA, 2011).
Sob esse aspecto, instrumentos educacionais como cartilhas, folders, folhetos e cartazes
voltados para o profissional da saúde não são tão frequentes como os materiais direcionados
para o auto cuidado do indivíduo. Nesse sentido, o conhecimento das formas de prevenção e
manejo adequado de doenças infectocontagiosas direciona o cuidado relacionado à saúde do
paciente, logo, o enfermeiro que detém o conhecimento sobre determinado assunto, baseado
em informações científicas, saberá como decidir conscientemente sobre os riscos e benefícios
da vacina contra Influenza (VIEIRA; ERDMANN; ANDRADE, 2013).
Nesse cenário percebe-se a necessidade da busca de conhecimento sobre essa
temática, a fim de melhorar a assistência de enfermagem ao idoso que recebe a vacina contra
Influenza, além de motivar tal vacinação e a notificação de eventos adversos pós vacinação.
O principal objetivo deste estudo é analisar os eventos adversos pós- vacinação contra
Influenza em idosos de Minas Gerais, sendo um dos objetivos específicos identificar se
dentre os participantes, existem idosos institucionalizados.
Revisão da Literatura 28
REVISÃO DA LITERARTURA
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Revisão da Literatura 29
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Envelhecimento
Nascer, crescer e envelhecer, são processos naturais, observados com o tempo, no
entanto, o envelhecimento é influenciado por fatores genéticos e hábitos adquiridos e
vivenciados ao longo da vida (FECHINE; TROMPIERI, 2012; OMS, 2015).
Capacidade física e mental não está relacionada à idade e sim a diversos fatores; a
maior parte deles com a genética; outra parte com o ambiente em que se vive; com a família;
o gênero e a etnia. O envelhecimento se dá sob alguns aspectos, como o biológico que se
caracteriza por perdas moleculares e celulares que levam à perda de funções fisiológicas e
aumento do risco de adquirir doenças; outras são influenciadas ainda pelos ambientes físicos
e sociais como a vizinhança, a comunidade e o lar que podem influenciar a tomada de
decisão, comportamentos e escolhas (OMS, 2015).
As mulheres aparecem como maioria entre a população de idosos no mundo, não
sendo diferente no Brasil, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE); tal instituto demonstra que homens idosos que declaram pobreza, estão
entre os que apresentam pior estado de saúde em relação às mulheres. O crescimento das
doenças crônicas e incapacidade funcional entre os idosos relacionados a rendimento familiar
vem aumentando. E em relação à incapacidade funcional, as mulheres aparecem em maior
número nas pesquisas; entretanto, as mulheres procuram mais por atendimento médico do
que os homens (IBGE, 2009).
Para se entender melhor este processo, Fechine e Trompieri, 2012; apresentam o
envelhecimento em três estágios sendo eles, envelhecimento primário, envelhecimento
secundário e envelhecimento terciário.
O envelhecimento primário não está associado a mudanças ambientais ou doenças, faz
parte do processo natural do indivíduo que se inicia desde o seu nascimento. O
envelhecimento secundário ou patológico se associa a doenças externas como as doenças
crônicas e o estresse ambiental que decorre de fatores culturais, geográficos e cronológicos.
Já o envelhecimento terciário é evidenciado por perdas significativas como as perdas físicas e
cognitivas. Porém não basta avaliar a velhice a partir e tão somente da idade cronológica,
outros fatores a influenciam como a etnia, a saúde, fatores socioeconômicos, culturais e estilo
de vida.
Revisão da Literatura 30
Qual é o olhar do idoso sobre o envelhecimento? Estudo realizado com um grupo de
idosos no Rio Grande do Norte demonstrou que o envelhecimento está relacionado com os
processos individuais vivenciados ao longo da vida. O idoso apresenta pouca expectativa em
relação ao futuro, pois este é depositado à vontade de Deus; entretanto, desejam uma vida
longa e saudável (SILVA; FIXINA, 2018).
Nessa perspectiva o entendimento do idoso em relação ao envelhecimento abrange
aspectos sociais, espirituais, biológicos e psicológicos evidenciados por estudos científicos,
como adoção de hábitos saudáveis para o controle de doenças, o otimismo, a religiosidade e
as relações sociais como questões que compõem um envelhecimento saudável (TAVARES et
al, 2017).
Estudo comparativo sobre saúde do idoso realizado em Barcelona e em São Paulo
sob o ponto de vista de Saúde Pública refere que a expectativa de vida nas cidades européias
é maior nas que oferecem assistências que beneficiam os idosos como Atenção
Sociossanitárias e nas que realizam estudos para conhecer o perfil de seu idoso, como ocorre
na cidade de Barcelona a cada 10 anos. Na capital paulista, os serviços oferecidos
exclusivamente aos idosos são menores e os estudos realizados são provenientes de
instituições de pesquisa e ensino e não do governo (SANTOS; KARSCH; MONTANÉS,
2010).
Nesse contexto, a fim de avaliar a fragilidade do idoso, estudo evidenciou que esta,
se relaciona a doenças próprias do envelhecimento como anemias, Diabetes Mellitus,
insuficiência cardíaca congestiva, osteopenia, diminuição da vitamina D, doença renal
crônica, doenças oculares, aumento de citocinas, alteração do estado cognitivo, Doença de
Parkinson, dentre outras. Essas fragilidades vêm acompanhadas de mudanças moleculares,
senescência celular, danos no ácido desoxirribonucleico (DNA) e encurtamento dos
telômeros que é conhecido como o relógio biológico que marca a senescência replicativa
(envelhecimento celular) e pode levar o idoso a um estado de fragilidade e vulnerabilidade
(FHON et al, 2016).
A fragilidade do idoso relacionada aos fatores nutricionais como consumo de
alimentos de baixo custo e mais acessíveis e outros fatores como a dentição, deglutição e
alteração do paladar, que nesta faixa etária pode estar prejudicada, leva a pessoa idosa a
consumir alimentos que não exijam muito esforço. Desta maneira, a falta de uma ingesta rica
em vitaminas (macro, micronutrientes e minerais) prejudica alguns sistemas, como a
sintetização do DNA melhorada pela presença da vit B12, o Zinco melhorando o sistema
Revisão da Literatura 31
imunológico, o ferro prevenindo a anemia, a vit C como antioxidante pode diminuir os
efeitos do envelhecimento também atua no sistema imunológico e promove resistência a
infecções. Portanto uma nutrição adequada combinada a reposição de vitaminas e minerais
pode influenciar o processo de envelhecimento (SANTOS; DELANI, 2015).
Contudo, o envelhecimento como processo do resultado da vida individual e social, é
marcado pelas desigualdades sociais encontradas na forma e distribuição do trabalho e da
renda, pelas diferenças encontradas no trabalho rural e urbano, pela inserção da mulher no
mercado de trabalho em duplas jornadas e pelas políticas públicas que interferem na
aposentadoria (TEIXEIRA, 2018).
Entretanto, o envelhecimento pode ser acompanhado por uma vida mais saudável,
como alimentação balanceada conforme suas necessidades individuais e a prática de
atividade física que melhora a qualidade de vida do idoso, sendo que aqueles que praticam
alguma atividade regular tem maior mobilidade em relação aos sedentários que ficam mais
suscetíveis a quedas (PIMENTEL; SCHEICHER, 2009).
Desta maneira, como observado anteriormente, o processo de envelhecimento
engloba diferentes aspectos, desde os físicos e mentais até os sociais; estes aspectos podem
proporcionar um envelhecimento mais saudável livre de doenças e melhora da autonomia,
entretanto, a falta de recursos financeiros e a presença de doenças incapacitantes podem
culminar em institucionalização do idoso.
2.2 Instituições de longa permanência
Mais conhecidos como lugares destinados ao abrigo de pessoas idosas, sua existência
remete aos tempos remotos do cristianismo que amparava os mais velhos, com relatos
históricos do primeiro asilo fundado pelo Papa Pelagio II (520-590dc).Asilo se define como
um lugar de proteção para pessoas desamparadas e de um modo geral abriga crianças, idosos,
mendigos e indivíduos com problemas mentais,independentemente de seu caráter social,
político ou de cuidados(ARAÚJO; SOUZA; FARO, 2010).
Muitas formas de se chamar os lugares destinados à acomodação da pessoa idosa
foram surgindo como, por exemplo, lares, casas de repouso e abrigos, para estabelecer uma
denominação padrão tem-se nomeado Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI),
definida como lugar de assistência integral ao idoso dependente ou não, que não possui
Revisão da Literatura 32
condições familiares ou domiciliares para vivência na comunidade onde está inserido
(ARAÚJO; SOUZA; FARO, 2010).
Desta maneira, para garantir os direitos assegurados à pessoa idosa nessas
instituições, diminuir os riscos relacionados à saúde, definir os critérios mínimos para o
funcionamento, qualificar a prestação de serviços, dentre outros, a Agencia Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA) lançou a Resolução RDC nº 283/2005, que define as normas
de funcionamento para as Instituições de Longa Permanência para Idosos de caráter
residencial, inclui: promover atividades conjuntas com outras gerações, prática de atividade
física, atividades que estimulem autonomia, entre outras. Estabelece ainda, cuidadores
conforme cada grau de dependência I, II e III, bem como, presença de profissional específico
para nutrição, lavanderia, limpeza, além de normatização da estrutura física e demais
funcionamentos (BRASIL, 2005).
Em relação aos graus de dependência, a Resolução de Diretoria Colegiada do MS não
menciona equipe de enfermagem e sim cuidadores, como podemos observar na figura a
seguir (BRASIL, 2005):
Gráfico 1. Graus de dependência
Fonte RDC 283/2005.
RDC283/2005
Grau I um cuidador para cada 20 idosos
Grau II um cuidador para cada 10 idosos
Grau III um cuidador para cada 06 idosos
Revisão da Literatura 33
Sob este aspecto, estudo realizado com trabalhadores atuantes em 14 ILPI de Passo
Fundo-RS, destacou que a assistência e os cuidados aos idosos eram realizados pela equipe
de enfermagem nessas instituições, entretanto, as atividades realizadas por cuidadores ou
auxiliares de enfermagem eram relacionadas a serviços gerais. Referem que alguns desafios a
serem enfrentados numa ILPI são: gestão de serviços; sistematização das ações cuidativas;
atendimento ao regulamento técnico da ILPI; imagem desestimada do contexto da
institucionalização e conviver e mediar conflitos, o que pode ser regulado por uma equipe
multiprofissional (SALCHER, PORTELLA, SCORTEGAGNA, 2015).
Em relação aos graus de dependência, idosos institucionalizados na região
metropolitana de Belo Horizonte foram classificados em sua maioria por grau de dependência
I e II. Nesse mesmo estudo, as mulheres representaram 67% dos idosos institucionalizados.
Outra característica observada no estudo foi a falta de profissionais que atendiam às
necessidades dos idosos institucionalizados (LACERDA et al, 2017).
Nesse contexto, algumas ILPI podem emergir em um cenário de privação de liberdade
onde os idosos adaptam-se á rotinas e normas, faltam recursos humanos e não é observado
participação do governo no que diz respeito a financiamentos, qualificação profissional e
fiscalização (SILVA et al, 2017; CORRÊA, OLIVEIRA, BASSANI, 2018).
A institucionalização torna-se uma realidade na vida de alguns idosos; porém, a
convivência num lar coletivo pode deixá-los mais vulneráveis a processos de adoecimento
como mostra pesquisa realizada numa ILPI no nordeste do Brasil, que apontou algumas
comorbidades levando ao processo de adoecimento, como a escabiose, traumas provenientes
de quedas e úlceras por pressão e concluiu que esses eventos se dão devido ao reduzido
número de profissionais da enfermagem e cuidadores, bem como pela falta de treinamento
adequado para melhor cuidado nestes locais (CAVALCANTE et al, 2016). Tal pesquisa
descreve que as condições do ambiente onde esses idosos residem os predispõem a fatores
que podem levar ao adoecimento, fato este de grande relevância nas campanhas de
vacinação.
Nesse ínterim, idosos moradores em ILPI necessitam de cuidados específicos, pois
podem possuir um grau de dependência parcial para atividades como locomoção, cuidados de
higiene corporal, integridade cutaneomucosa, eliminações, estado mental e nível de
consciência, comprometidos. Por isso, a enfermagem exerce papel importante no cuidado
integral ao idoso institucionalizado, participando da tomada de decisão e planejamento
adequado para uma assistência de qualidade (ROCHA; SOUZA; ROZENDO, 2013).
Revisão da Literatura 34
Outra pesquisa, realizada no Rio Grande do Sul aponta que o idoso institucionalizado,
percebe como aspecto negativo da institucionalização o distanciamento do mundo exterior, a
imposição de regras e cuidados profissionais insuficientes. Por outro lado, percebem que
contam com assistência de profissionais, evidenciados em cuidados especializados de saúde e
acessibilidade a esses serviços, bem como, assistência emocional, apoio, segurança, carinho e
socialização entre os idosos (PASCOTINI, FEDOSSI, 2018).
A institucionalização pode levar a eventos que são influenciados por fatores comuns,
como, reduzido quadro de profissionais da equipe de enfermagem e cuidadores, condições
sanitárias precárias e ausência de treinamento dos profissionais, o que reflete a importância
de educação permanente e aperfeiçoamento da equipe de enfermagem para evitar eventos não
esperados nesses locais que prestam assistência ao idoso (CAVALCANTE et al, 2016).
Conhecer a evolução do envelhecimento e suas ações no organismo da pessoa idosa
possibilita o entendimento dos processos de saúde e doença e propicia ao profissional
enfermeiro a tomada de decisão adequada para cada caso. Nesse contexto a compreensão do
envelhecimento do sistema imunológico chamado de imunossenescência se faz primordial
para as boas práticas em enfermagem.
2.3 Sistema Imunológico/ imunossenescência
Portanto, entende-se por imunidade a capacidade de resistir a quase todos os tipos de
organismos e/ou toxinas que podem prejudicar os tecidos e órgãos. Conhece-se dois tipos de
imunidade, a adquirida e a inata (GUYTON, 2008).
A imunidade inata é composta por uma série de células que fazem a mediação das
interações precoces contra os patógenos; como neutrófilos, células NK (células citotóxicas
naturais, conhecidas como células destruidoras), fagócitos e DC (células dendríticas); é
reconhecida como primeira linha de defesa do organismo. Decorre de processos gerais, inclui
a fagocitose de bactérias e de outros invasores pelos leucócitos e células do sistema dos
macrófagos teciduais atuam na produção de mediadores inflamatórios com o objetivo de
eliminar a infecção e, também é afetada pelo processo de envelhecimento (GUYTON, 2008;
AGONDI et al, 2012; KINOSHITA, 2014).
Assim sendo, alterações decorrentes do envelhecimento nessas células de defesa,
representam certa complexidade e formam a base da predisposição aumentada do idoso a
Revisão da Literatura 35
doenças infecciosas (AGONDI et al, 2012). Os neutrófilos que fagocitam patógenos e
elimina-os, agem em resposta a mediadores inflamatórios. Tais células de defesa tem sua
atividade reduzida com o envelhecimento resultando em diminuição da função
(RYMKIEWICZ et al, 2012).
Os monócitos se diferenciam em macrófagos teciduais cuja função é reconhecer
agentes infecciosos (antígenos), também participam da fagocitose, destruindo patógenos;
com o envelhecimento, ocorre uma diminuição dos números dessas células no organismo,
culminando em prejuízo no combate à infecção e pior resposta à vacinação (KINOSHITA,
2014).
Também participam da resposta imune as células NK, que no idoso está aumentada,
porém apresentam diminuição na citotoxidade, influenciando negativamente no processo de
combate à infecção. Tais alterações podem resultar das modificações na homeostase do zinco
no envelhecimento; desta forma, pode-se otimizar o funcionamento das células NK com
adição de zinco nos indivíduos idosos com o intuito de proporcionar aumento da resistência a
alguns tipos de infecção (SHAW et al, 2010).
A imunidade adquirida ou adaptativa desenvolve-se após o corpo humano ser exposto a
um microrganismo ou toxina bacteriana pela primeira vez; este processo ocorre após a
vacinação. Nesse contexto, as células dendríticas são extremamente importantes, pois
englobam os geradores infecciosos e designam antígenos desses geradores. A célula que
produz o antígeno ativa o linfócito específico que gera a formação de clones desses linfócitos
e destrói o agente infeccioso, após isto, os clones são destruídos, entretanto, as células de
memória sobrevivem e dão uma resposta mais rápida quando o organismo entra em contato
novamente com o agente infeccioso. As vacinas se fundamentam nesse princípio, são
antígenos que não causam a doença, entretanto são capazes de provocar uma resposta de
memória ao agente infeccioso (JANEWAY, 2001).
Apesar de o sistema imunológico ter alta capacidade de renovação mesmo em
organismos idosos, pois novas células de defesa são produzidas a cada dia; os tecidos
linfóides são afetados pela morte de células de diferentes tecidos e perda da capacidade
funcional. Em relação à idade, a oxidação e encurtamento dos telômeros (localizados nas
extremidades dos cromossomos) e involução do timo são os principais causadores da
diminuição da capacidade do processo imunológico. Ao longo do tempo o sistema imune
parece diminuir sua potencialidade, ocasionando maior vulnerabilidade às doenças como
infecções, doença auto- imunes e neoplasias (ESQUENAZI, 2008; AGONDI et al, 2012).
Revisão da Literatura 36
Como o idoso pode se encontrar num estágio de vulnerabilidade, o sistema
imunológico, responsável pela defesa do organismo, atua como barreira protetora impedindo
o ataque de bactérias, vírus e outros microrganismos. Essas células são de diferentes tipos e
funções, atuando de forma a garantir o corpo livre de doenças (BRASIL, 2014).
Uma das principais unidades funcionais do sistema imunológico são os linfócitos,
células que se originam na medula óssea com maturação no timo, localizadas nos linfonodos
e presentes em outros tecidos linfóides como o baço e áreas situadas na submucosa do tubo
gastrointestinal. Sua função é interceptar organismos ou toxinas invasoras antes que esses se
espalhem por todo o corpo. Os tecidos linfóides espalhados estrategicamente no tubo
gastrointestinal protegem o organismo contra os antígenos que penetram pelo tubo digestivo,
bem como as tonsilas e adenóides interceptam antígenos que entram pelas vias aéreas
superiores. No baço e na medula óssea, o tecido linfóide, intercepta agentes antigênicos que
chegam pela circulação sanguínea. São dois os tipos de linfócitos responsáveis pela
imunidade mediada pelas células e a imunidade humoral (que é uma subdivisão da imunidade
adquirida), os linfócitos T e os B (GUITON, 2008).
Os linfócitos T são responsáveis pela formação dos linfócitos ativados que promovem a
imunidade mediada por células, com a idade os linfócitos T de memória se tornam mais
numerosos em relação aos linfócitos responsáveis por respostas a infecções novas (conhecido
como linfócitos nave), o que pode ocasionar uma pior resposta à vacina, principalmente
quando o indivíduo recebe a imunização pela primeira vez; já os linfócitos B se originam na
medula óssea e se maturam no timo, formam os anticorpos que proporcionam a imunidade
humoral e são responsáveis pelo reconhecimento de fungos e parasitas, elas dão origem aos
plasmócitos que produzem as imunoglobulinas (anticorpos) (KINOSHITA, 2010).
As células T que não se depararam com o antígeno de sua propriedade específica
precisam de uma co-estimulação na molécula de superfície CD28 (molécula co-
estimuladora). Em contrapartida nas células T de memória, a sinalização pode ocorrer sem a
presença da co-estimulação do CD28. O reconhecimento dos antigênicos apresentados pelas
células que possuem antígenos ativa as células T; com o envelhecimento ocorre um declínio
na ativação e proliferação das células T e uma diminuição na expressão de CD28. Estudos
demonstram defeitos de células T de idosos na cascata de sinalização resultando diversas
alterações. Muitas dessas alterações podem ser observadas, compreendendo diminuição do
comprimento do telômero. Portanto, os níveis de CD28 podem ser marcadores de senilidade
Revisão da Literatura 37
do sistema imune (EWERS et al, 2008; WEINBERGER et al, 2008; TEIXEIRA;
GUARIENTO, 2010).
As células T de memória são importantíssimas no controle de respostas imunes
humorais e celulares. Para uma imunidade protetora sustentada, é necessário induzir uma
memória funcional das células T após a imunização. Experimentos em camundongos
demonstraram que as células T de memória geradas a partir de células T antigas envelhecidas
sobrevivem e persistem bem in vivo, mas são marcadamente defeituosas em sua proliferação
e secreção de citocinas (proteínas biológicas ativas ou glicoproteínas que regulam o
crescimento da célula) durante as respostas. Em contraste, as células de memória geradas em
animais jovens mantêm sua função por longos períodos de tempo. Semelhante aos ratos
idosos, humanos idosos saudáveis é capaz de montar uma resposta das células T após a
vacinação, mas apresentam uma resposta imune prejudicada em longo prazo. Essas
descobertas enfatizam a importância da imunização primária para garantir a memória
imunológica sem modificações na velhice (WEINBERGER et al, 2008).
Como evidenciado, o sistema imunológico no idoso sofre uma deterioração natural por
causa do envelhecimento, essa deterioração recebe o nome de imunossenescência, que é a
diminuição da capacidade do corpo para responder a infecções e à memória imunológica,
principalmente à vacinação (ESQUENAZI, 2008).
A imunossenescência desta maneira é responsável pela origem dos meios biológicos
incumbidos pelas respostas inflamatórias correspondentes à idade e pelo aumento da
probabilidade a doenças inflamatórias, aumento da possibilidade em desenvolver infecções,
recuperação de doenças prejudicada, menor proteção de vacinas, reativação de infecções
latentes, mais probabilidade para desenvolvimento de tumores e doenças autoimunes
(KINOSHITA, 2010; AGONDI et al, 2012).
Grande parte das infecções virais é assintomática, ou apresenta manifestações
inespecíficas como erupções cutâneas e febre. A presença de anticorpos em indivíduos já
sensibilizados tem a propriedade de impedir a junção do vírus na célula do hospedeiro
(MACHADO et al, 2004).
Neste cenário a Influenza é apontada como um dos causadores de morbimortalidade no
idoso, pois ocasiona infecções respiratórias que se relacionam com internações e mortes
decorrentes de complicações do quadro respiratório (BRASIL, 2017).
Revisão da Literatura 38
2.4 Influenza
Mais conhecida como gripe, a Influenza é uma doença viral de início abrupto,
caracterizada por febre, dor de cabeça, tremores, calafrios, mialgia, anorexia, tosse seca, dor
de garganta e coriza. Normalmente é benigna e autolimitada (BRASIL, 2017).
No Brasil circulam três tipos de vírus influenza, os tipos AB e C, sendo o tipo C o mais
brando e que produz apenas infecção leve, sem grande influência para a Saúde Pública. Já os
tipos A e B são responsáveis por epidemias sazonais. O tipo A circula entre várias espécies
animais e seres humanos, são subdivididos em 2 proteínas as Hemaglutininas (H)e as
Neuraminidases (N). Já o tipo B infecta somente os humanos e se dividem em duas
linhagens, sendo elas, B/Yamagata e B/Victoria, estes não são classificados em subgrupos
(BRASIL ,2018a).
A Influenza A H1N1 e suas variações teve uma longa trajetória até chegar ao homem;
sua origem foi em aves sendo transmitida para espécie humana em 1918 quando ocorreu a
grande gripe (espanhola); neste ano também foi transmitida na América do Norte em porcos;
circulou no mundo por aproximadamente 30 anos e em 1957 recebeu três genes de Influenza
aviária novamente; as Hemaglutininas (H) e Neuraminidases (N) receberam o 2 passando a
ter a nomenclatura de H2N2 (BIREME/ OPAS/OMS, 2017).
Seguindo essa trajetória, em 1968 tal vírus sofreu nova mutação com outros genes de
origem aviária; a nova hemaglutinina, passou a se chamar H3, dando origem ao H3N2 que
está em circulação até os dias atuais. O processo de reagrupamento dos vírus não parou por
aí, em 1998 o H3N2 foi transmitido para porcos e rearranjado triplamente onde também
recebeu o vírus H1N1 e genes de Influenza aviária; esse foi o surgimento do H1N2,
circulante em porcos da América do Norte atualmente. Por volta de abril de 2009 o vírus
sofreu nova mistura de Influenzas e arranjou-se; surgiu então a Influenza A H1N1 iniciando
uma pandemia a partir do México naquele ano conhecido hoje por pdm09. Têm-se então três
Hemaglutininas conhecidas (H1, H2 e H3) e as Neuraminidases (N1e N2) adaptados para
infectar os seres humanos e estão presentes nos vírus Influenza tipo A. A Influenza A H1N1
em humanos espalha-se rapidamente, infectando outros tecidos; por esta razão foi necessário
o desenvolvimento de vacina específica para combater tal infecção (BIREME/OPAS/OMS,
2017; NETO FARLEO et al, 2003).
Dados epidemiológicos do Ministério da Saúde (MS) analisados desde
2013demonstraram aumento no número de óbitos por Influenza na faixa etária que variou de
Revisão da Literatura 39
45 anos em 2013 para 61 anos em 2017, sendo a região sudeste (onde o presente estudo foi
realizado) a que apresentou maior incidência de casos de óbitos (BRASIL, 2017).
Nos Estados Unidos da América (EUA) o maior risco de internações e incidência de
pneumonias associadas à Influenza ocorreu entre as pessoas com 65 anos ou mais; e o maior
número de mortes por Influenza também se encontrou na população de idosos em até 85%
dos casos registrados (GROHSKOPF et al, 2016).
Para o controle da epidemia, a Organização Mundial de Saúde (OMS) mantém uma
Rede Global de Vigilância e Resposta a Gripe (GISRS), que funciona como meio de alerta
global relacionado a potencial pandêmico quanto ao vírus Influenza. Na última atualização
em 29 de outubro de 2018, segundo o relatório da GISRS o hemisfério norte permaneceu em
níveis inter-sazonais, já nas zonas do hemisfério sul parece ter ocorrido uma diminuição em
geral, sendo o vírus tipo A achado na maioria dos casos em todo o mundo como mostra o
mapa a seguir: (WHO, 2018).
Mapa1- Distribuição geográfica mundial do vírus da gripe
Fonte: WHO, 2018.
No Brasil, a fim de se padronizar os procedimentos básicos e conceitos do Serviço de
Vigilância Epidemiológica da Influenza, foi criado pelo Ministério da Saúde em 2011, a
Revisão da Literatura 40
Portaria nº 2.693 com o objetivo de organizar, ampliar e fortalecer a vigilância da Influenza.
Esta foi republicada em 2012 e em 2014 ocorreu uma nova publicação, a Portaria 183; que
objetiva dentre outras ações, manter o controle dos vírus da gripe circulantes, realizados pela
Vigilância Sentinela (BRASIL, 2013; BRASIL, 2014a).
Por meio de postos espalhados por todo país, os dados coletados são inseridos no
SIVEP-Gripe (Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe),
acompanhados e organizados por semanas que são conhecidas por semana epidemiológica;
estas seguem por convenção internacional a adoção de contagem das semanas
epidemiológicas de domingo a segunda. Sendo a primeira semana do ano aquela que contém
o maior número de dias no mês de janeiro e a última a que contém o maior número de dias de
dezembro (BRASIL, 2015).
No Brasil, a vigilância da Influenza é composta pela vigilância sentinela da Síndrome
Gripal (SG) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em pacientes internados em
unidades de terapia intensiva e pela vigilância universal de SRAG. Com o objetivo de
identificar os vírus circulantes, a vigilância sentinela conta com uma rede de unidades
distribuídas geograficamente pelo país, que permite também o monitoramento da demanda de
atendimento por influenza. Existem atualmente 251 Unidades Sentinela, nas quais,
encontram-se 140 de SG, 112 de SRAG em UTI e 17 sentinelas mistas de ambos os tipos
(BRASIL, 2018).
Até a Semana Epidemiológica (SE) 30 de 2018 (compreende 31/12/17 e 27/10/18),
segundo dados da vigilância sentinela foram notificados 32.504 resultados confirmados para
SRAG por Influenza, sendo 3851 por Influenza A (H1N1)pdm09, 637 Influenza não
subtipado, 501 Influenza B e 1604 Influenza A(H3N2) (BRASIL,2018).
Foram registrados 4878 óbitos por SRAG, destes, 55,2% em pessoas com idade igual
ou superior a 60 anos, conforme apresentado no Mapa 2 a seguir.
Mapa 2.Distribuição de óbitos no Brasil por SRAG até a semana 10/2018
Revisão da Literatura 41
Fonte: Informe epidemiológico 2018.
O registro individual dos casos de SG de casos suspeitos são realizados em fichas de
notificação do SIVEP-Gripe que contém: dados do paciente, de residência, dados
epidemiológicos, dados do atendimento, dados da amostra, coleta de amostra (cinco
amostras, uma por semana, secreção nasofaríngea), processamentos da amostra a nível
laboratorial, sendo posteriormente os dados dos resultados laboratoriais digitalizados no
SIVEP-Gripe pelo laboratório ou pelo estabelecimento de saúde (BRASIL, 2014).
Como observado, a Influenza é responsável por adoecimentos e mortes em todo o
mundo, e o idoso se encontra entre as pessoas com maior incidência de contaminação pelo
vírus Influenza e suas complicações, assim sendo, a vacina contra Influenza é, segundo o
Ministério da Saúde, a forma mais eficiente de combater o adoecimento pela infecção
causada por esse vírus.
2.5 Vacina contra Influenza
As vacinas contra Influenza distribuídas no Brasil até 2014 foram as trivalentes
inativadas, por tanto, não causavam a doença; também foram distribuídas a partir de 2015, as
vacinas quadrivalentes, ou seja, possuem as cepas A/H1N1, A/H3N2 e duas cepas B, sendo
esta vacina quadrivalente a mais recomendada, mas também ainda são distribuídas vacinas
trivalentes (BALLALAI; KFOURI; CUNHA, 2017).
Revisão da Literatura 42
Sua composição contém cepas diferentes do vírus Myxovirusinfluenzaee segue a
recomendação da OMS, sendo atualizada anualmente; são propagadas em ovos embrionados
de galinha, podem ainda conter traços de antibióticos (gentamicina e neomicina) e
formaldeído (BRASIL, 2014).
Em 2017 ocorreu uma mudança em relação à vacina trivalente, a cepa
A/Califórnia/7/2009 (H1N1) pdm09 foi modificada pela primeira vez em sete anos
circulando entre a população. Atualmente a vacina é constituída por duas cepas de Influenza
A (H1N1) e (H3N2) e uma linhagem de Influenza B. As vacinas foram disponibilizadas e
distribuídas pelo Instituto Butantan e Laboratório Sanofir, a dose para adultos é de 0,5 ml
administrada intramuscular (IM) ou subcutânea (SC) profundo no músculo deltóide em dose
única (BRASIL, 2017).
No Brasil, o Ministério da Saúde realiza a campanha Nacional de vacinação contra a
Influenza desde 1999 para os grupos prioritários, gratuitamente. São eles:
• Crianças de seis meses a cinco anos;
• Gestantes e puérperas;
• Trabalhadores da área da saúde e da educação;
• Povos indígenas;
• Indivíduos com idade igual ou maior que 60 anos;
• População privada de liberdade;
• Funcionários do sistema prisional;
• Portadores de doenças crônicas não transmissíveis;
• Pessoas em condições clínicas especiais como doença respiratória crônica, doença cardíaca
crônica, doença renal crônica, doença hepática crônica, doença neurológica crônica, Diabetes
Mellitus, imunossupressão, obesos, transplantados, e portadores de trissomias (BRASIL,
2014).
De acordo com Informe Técnico do MS 2017, a vacina contra Influenza oferece pouca
proteção contra as variações dos subtipos A ou linhagem B das cepas circulantes, o que pode
aumentar o número de hospitalizações numa mesma temporada, podendo haver infecções
primárias ou até mesmo secundárias por bactérias. Porém, a recomendação da imunidade
prévia reduz as chances para infecção (BRASIL, 2017).
A transmissão da Influenza ocorre pelo contato de partículas no ar de pessoas
infectadas, pelo contato das mãos e/ou objetos contaminados, pois o vírus sobrevive de oito a
Revisão da Literatura 43
48 horas nas superfícies. As manifestações clínicas da doença dividem-se em Síndrome
Gripal (SG) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG),sendo o período de incubação de
um a quatro dias. Os sintomas são: Síndrome Gripal (SG) caracterizada por: cefaléia, mialgia,
febre súbita, dor de garganta, fadiga e tosse. Pode evoluir para sintomas mais graves como
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), sendo recomendada internação hospitalar e
notificação às autoridades de saúde (BRASIL, 2017).
As campanhas de vacinação contra Influenza, infecções pneumocócicas e tétano-
difteria com a finalidade de proteger o indivíduo idoso têm sido cada vez mais divulgadas
como forma sugestiva de um programa adequado de imunização. Porém, tem ocorrido uma
diminuição de anticorpos séricos e baixa proliferação de linfócitos T após imunização contra
Influenza e menor proteção contra a doença em até 50%, segundo estudos realizados com
grupos de idosos (ESQUENAZI, 2008; WEINBERGER et al, 2008; GROHSKOPF et al,
2016).
Assim sendo, a vacina contra Influenza está contra-indiciada para pessoas que
apresentem hipersensibilidade ao ovo ou outro componente da vacina observada em
campanha anterior, pessoas com doenças agudas febris, moderadas ou graves e a crianças
menores de seis meses. Em casos que a pessoa apresentou Síndrome de Guillan-Barré após
vacinação em campanha anterior, esta deve passar por consulta médica criteriosa para
avaliação dos riscos e benefícios antes da aplicação da vacina contra Influenza novamente
(BRASIL, 2017).
Pesquisa realizada em 2005 mostrou que a eficácia da vacina com vírus trivalente
inativado foi modesta na população de idosos estudados e que os idosos residentes em lares
de longa permanência estavam entre os de idade mais avançada, tinham maior exposição
viral e níveis de risco aumentado; porém, a vacinação nessa população tem mais efeito no
controle de complicações por infecção pelo vírus, sendo, portanto, recomendada como forma
de controle da infecção pelo vírus Influenza (JEFFHERSON et al,2005).
Metanálise realizada sobre a eficácia da vacina contra Influenza em idosos apresentou
mais de trinta estudos e testes diagnósticos que utilizaram a técnica para identificar a Proteína
C Reativa- PCR em laboratório. Essa técnica amplifica milhares de vezes uma região
específica da molécula de DNA e, constatou que a vacina foi mais efetiva quando seu vírus
combinava com o vírus circulante durante os surtos regionais e generalizados; porém, pouco
efetiva quando a vacina não correspondia ao vírus circulante local. A evidência sobre a
eficácia da vacina em idosos que vivem em comunidade foi insuficiente neste estudo. No
Revisão da Literatura 44
entanto os pesquisadores orientam que é preciso permanecer utilizando vacina contra
Influenza como estratégia de prevenção da gripe e suas complicações (DARVISHIAN et al,
2013).
Nesse contexto, teste randomizado realizado em 15 países de 2008 a 2010 comparou a
eficácia da vacina Trivalente inativada AS03 adjuvante com a vacina Trivalente inativada
não adjuvante para as forma A e B e mostrou que a primeira (adjuvante) é 12% mais eficaz
que a segunda (não adjuvante) para prevenção da gripe, morte e internação por pneumonia
(PNM) em pessoas acima de 65 anos. Essa porcentagem demonstrou eficácia relativa e esse
fato pode variar de acordo com os subtipos de gripe; no entanto, a vacina trivalente inativada
AS03 adjuvante, é mais eficaz contra a gripe A H3N2, mesmo que tenha tido pouco aumento
da proteção, este aumento pode ser significativo em uma população idosa vulnerável (Mc
ELHANEY et al, 2013).
Em relação à população de idosos que se enquadra no grupo de risco, a proteção da
vacina contra Influenza, no que se refere a internações e pneumonias, varia em torno de 50%
a 60 % (FORLEO-NETO et al, 2003).
Neste cenário, a população de idosos, institucionalizados ou não, necessita de cuidados
redobrados dos enfermeiros que os assistem para a garantia de saúde e melhor qualidade de
vida, principalmente em períodos epidêmicos e ao receber imunização contra Influenza,
quando podem ocorrer reações não esperadas conhecidas como eventos adversos.
2.6Eventos adversos
Eventos Adversos (EA) são situações não esperadas, não relacionadas à evolução
natural da doença, ocorrem após cuidados prestados ao indivíduo, seja medicamentoso,
cirúrgico ou prestação de cuidados. Há uma estimativa de que 50% a 60% de tais eventos
sejam evitáveis (GALLOTI, 2004; BRASIL, 2014).
Segundo o Manual de Eventos Adversos Pós vacinação, estes podem estar relacionados
aos seguintes fatores: à vacina, como o tipo (viva ou não viva), a cepa, o meio de cultura, o
processo de inativação ou atenuação, os adjuvantes, estabilizadores ou conservantes; aos
vacinados como, idade, sexo, quantidade de doses anteriores da vacina, história prévia de
eventos adversos, doenças alérgicas, doenças autoimunes, afecções coexistentes, deficiência
imunológica; e, relacionados à administração como, seringa e agulha, local de administração
e via de inoculação (BRASIL, 2014).
Revisão da Literatura 45
Outros fatores associados aos eventos adversos podem estar relacionados à
imunodeficiência, idade (senescência da resposta imune), insuficiência de resposta imune por
outros fatores, imunidade baixa por desnutrição, doenças de base, terapias imunossupressoras
e infecções preexistentes com o mesmo patógeno presente na vacina. Também podem ocorrer
fatores relacionados à composição da vacina como variações no lote e falhas na qualidade do
produto, falhas relacionadas à administração do produto como vias incorretas, doses
incorretas, uso de diluentes incorretos. E por último e não menos importantes; falhas
relacionadas à escassez na quantidade de vacinas e nas recomendações de calendários
(BRASIL, 2014).
Os eventos adversos são classificados de acordo com a característica da manifestação
em locais ou sistêmicos; de acordo com a gravidade em Evento Adverso Não Grave (EANG),
Evento Adverso Grave (EAG) (Figura 4), ainda, segundo a causalidade em reação inerente ao
produto, reação inerente à qualidade da vacina, erro de imunização (EI) e, ainda relacionadas
a causalidade ou seja, a outras causas não relacionadas a vacina como ansiedade relacionada
a vacinação. Dentre esses, Erro de Imunização (EI) é um desafio para os Serviços de Saúde,
para assegurar as boas práticas de vacinação segura, pode estar relacionado às práticas do
profissional, prescrição, dispensação, administração, educação entre outros fatores (BRASIL,
2014).
Figura 1. Caracterização dos eventos adversos de acordo com a gravidade
Fonte: Manual de Eventos Adversos Pós-Vacinação-Ministério da Saúde, 2014.
Evento Adverso Grave (EAG)
•Hospitalização por no mínimo 24H podendo ser mais
•Deixa sequelas
•Resulta em anomalia congênita
•Risco de morte
•Morte
Evento Adverso Não Grave (EANG)
•Não necessitam de internação
•Tem potencial de gravidade
•Devem ser acompanhadas e investigadas
•Qualquer evento que não esteja incluído nos critérios de EAG
Erro de Imunização (EI)
•Manuseio incorreto
•Prescrição e/ou administração inadequada
• São previníveis
Revisão da Literatura 46
A maioria dos casos tem evolução espontânea e cura, o tratamento é sintomático
(BRASIL, 2014).
Os EA pós-imunização variam conforme as pessoas a serem vacinadas, as
características do produto e a forma de administração. As vacinas por conterem substâncias
químicas e vários componentes biológicos, podem produzir efeitos indesejados apesar de
passar por rigoroso processo de purificação e produção (SÃO PAULO, 2016).
Eles se dividem em reações locais e sistêmicas. As primeiras compreendem: dor no
local da injeção, eritema,edema e enduração que podem ocorrer em 15% a 20% dos
vacinados e durar por até 48 horas. Geralmente, são relacionadas a erros de administração ou
infecção secundária; porém, a maioria dos casos tem evolução espontânea e cura, o
tratamento é sintomático (BRASIL, 2014; BRASIL, 2017).
As manifestações sistêmicas como febre, mal-estar e mialgia, podem surgir de seis a
oito horas após a vacinação e persistir por até dois dias. É mais comum ocorrer em pessoas
que nunca tiveram contato com os antígenos da vacina. Podem ocorrer ainda reações de
hipersensibilidade como reações anafiláticas e reações alérgicas em pessoas que tenham
alergia grave à proteína do ovo (BRASIL, 2017).
As reações neurológicas são raras, entretanto existem estudos que diz poder ocorrer
Síndrome de Guillain- Barré (SGR),cujos sintomas podem aparecer de um a 21 dias até seis
semanas após a aplicação da vacina. Indivíduos vacinados em 2009 podem ter desenvolvido
narcolepsia, que consiste em sonolência diurna excessiva incontrolável com episódios de
sono súbito e outras doenças neurológicas de natureza inflamatória e desmielinizante como,
encefalomielite disseminada aguda (ADEM), neurite óptica e mielite transversa, que podem
aparecer no período que compreende de um dia a seis semanas após aplicação da vacina; os
eventos adversos devem ser notificados e investigados (CORREIA; ROSA, 2011; KWONG
et al, 2013; BRASIL, 2014).
Estudo realizado na cidade de Campinas-SP, demonstrou que 14,3% da população
estudada apresentaram algum tipo de reação adversa pós vacinação contra Influenza e que
não foram notificadas nos órgãos competentes de Vigilância Epidemiológica (DUARTE;
DONALÍSIO, 2009).
Outro estudo investigou 122 idosos assistidos em uma Unidade Básica de Saúde
(UBS)de um município do Piauí e mostrou que 22 referiram algum sintoma gripal como mal-
estar e tosse após a vacina contra Influenza (FORMIGA et al, 2016).
Revisão da Literatura 47
Pesquisa realizada em São Paulo apontou que 17,9% dos idosos vacinados
apresentaram evento adverso pós-vacina contra Influenza e que 42% dos idosos adoeceram
com gripe mesmo tendo sido vacinados; esse mesmo estudo refere que as práticas educativas
merecem relevância destacando o papel do profissional de enfermagem na vacinação
(GERONUTTI; MOLINA; LIMA, 2008).
Costa e Leão (2015) realizaram estudo que constata a vacina contra Influenza em
sétimo lugar entre as vacinas que causam EA em idosos, seguem falando sobre a importância
das contra indicações da vacina que devem ser consideradas, como os usuários
imunodeprimidos, que estejam sendo medicados com corticóides, portadores de neoplasias
malignas e os em tratamento com quimio/radioterápicos.
Investigação de população de idosos realizada numa cidade do Paraná apontou uma
incidência de 42,6% de eventos adversos após vacinação contra Influenza (BISSETTO et al,
2016).
Ainda sobre eventos adversos, estes, foram detectados em uma importante pesquisa
realizada com participantes de 65 anos ou mais e que apresentaram reação não esperada em
três grupos diferentes, sete dias, 21 dias e até 180 dias pós-vacinação. Os eventos foram
classificados em três subtipos: leves - bem tolerados e não interferiram nas atividades diárias;
moderados -foram desconfortáveis o suficiente para interferirem nas atividades diárias e
graves- impediram as atividades diárias. No período de dois anos, que compreendia o estudo,
foram registrados dois casos de Síndrome de Guillan-Barré (SGB). Mais de 18% dos
participantes relataram algum evento adverso grave como pneumonia (PNM), acidente
vascular cerebral (AVC) e infarto agudo do miocárdio (IAM) que foram identificados como
EA neste estudo (Mc ELHANEY et al, 2013).
Vários estudos, como apresentado anteriormente, relataram reações não esperadas após
vacinação contra Influenza numa determinada porcentagem da população de idosos. Fica
evidente por estas pesquisas que os eventos adversos são uma realidade nos Serviços de
Saúde, sendo de primordial importância a realização de estudos que auxiliem na identificação
precoce de tais eventos e contribuam para melhor qualidade no atendimento a esta população
(livre de danos).
Porém esses estudos também apontam que existem subnotificações e notificações mal
preenchidas que dificultam a análise desses eventos, evidenciando a importância dessas
notificações serem realizadas e de forma adequada.
Revisão da Literatura 48
2.7 Notificações dos eventos adversos
O Programa Nacional de Imunização desde 1992 implantou o Sistema de Vigilância
Epidemiológica dos Eventos Adversos Pós Vacina (VE-EAPV) para que se pudesse notificar,
acompanhar e investigar as ações adequadas perante as ocorrências. Organizou a partir daí,
manuais e protocolos com a finalidade de instruir os profissionais de saúde quanto ao manejo
dos casos de EAPV.
Com a portaria nº33 de julho de 2005 todos os casos suspeitos de Eventos Adversos
Pós Vacinação tornam-se compulsórios para que a VE-EAPV tenha maior controle dos casos
ocorridos e possa adotar ações adequadas. Com isto, as ocorrências relacionadas a vacinas
são preenchidas na Ficha de Notificação de Eventos Adversos Pós-vacinação (Anexo1) por
profissional da saúde e no local onde o imunobiológico foi administrado, posteriormente, é
encaminhado às instituições governamentais responsáveis pela investigação. O usuário cuja
notificação foi realizada deve ser encaminhado para atendimento conforme as reações
apresentadas (BRASIL, 2014).
A OMS por meio do Manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-
Vacina orienta que as notificações devem ser feitas em casos de reações locais quando surgir
abscesso quente, reações locais muito extensas com limitação de movimentos ou outras
reações locais que podem estar relacionadas à técnica de aplicação ou lote.Em relação a
reações sistêmicas, como febre, mal-estar e mialgia, não tem indicações de notificação, pois
geralmente são benignas e autolimitadas. Reações sistêmicas de hipersensibilidade devem ser
notificadas, investigadas e tratadas imediatamente. Manifestações neurológicas devem ser
notificadas e investigadas no período que envolve de um dia a seis semanas. (BRASIL,
2014).
Os eventos adversos podem ser notificados por qualquer profissional da saúde; no
entanto, a falta de notificação acaba por se tornar um problema de Saúde Pública, pois os
sintomas apresentados não são avaliados adequadamente, dificultando a análise da
reatogenicidade das vacinas e ocasionando subnotificação dos eventos (OLIVEIRA et al,
2014).
A ocorrência de eventos adversos pode levar a pouca adesão às coberturas vacinais;
portanto, deve ser investigada para melhor resolução dos casos e maior esclarecimento,
destacando as práticas educativas dos profissionais de enfermagem, uma vez que o
Revisão da Literatura 49
enfermeiro é formador de opiniões e pode garantir o sucesso da vacinação como forma de
prevenção de infecções virais por Influenza (GERONUTTI; MOLINA; LIMA, 2008).
2.8 Enfermagem e o cuidado aos idosos
Colocar em prática o que se sabe sobre determinada situação é competência,
caracterizada por saberes, habilidades e atitudes. Para a prática da enfermagem na gestão com
competências é preciso que o enfermeiro desenvolva o gerenciamento de recursos, boa
comunicação, trabalho em equipe, constante ensino-aprendizagem, realizar tomada de
decisão, ter flexibilidade, criatividade, frequente obtenção de conhecimento e liderança
(FURUKAMWA; CUNHA, 2010).
O enfermeiro como gestor do cuidado, apresenta qualificação e formação específica
que atenda às necessidades do idoso?
Estudo aponta que a Política Nacional de Atenção à Saúde da pessoa idosa não é
realizada nas Unidades de Saúde da Família (USF), onde deveriam acontecer visitas
direcionadas de acordo com a fragilidade do idoso, autores afirmam que é necessário
repensar a assistência que vem sendo prestada aos idosos (PAIVA et al, 2018).
Assim sendo, cuidado de enfermagem se dá em todo estabelecimento de saúde, em
se tratando de idosos institucionalizados, estudo realizado em seis instituições de Longa
Permanência aponta que os profissionais de enfermagem reconhecem que o cuidado
individualizado deveria ser prestado aos residentes, porém a falta de recursos humanos
dificulta essa prática, comprometendo o cuidado; reconhecem dessa forma, a necessidade de
especialização gerontológica e do aumento do quadro de trabalhadores para um cuidar mais
humanizado (MEDEIROS et al, 2015).
Além das dificuldades legislativas que o enfermeiro RT de uma instituição de longa
permanência enfrenta, convive com adversidades relacionadas à falta de profissionais,
sobrecarga de trabalho, pouca educação continuada, profissionais leigos como cuidadores, o
que acarreta ocorrência de eventos adversos na prestação do cuidado ao idoso
institucionalizado (UMPIÉRREZ; ZORAIDE; TOMÁS, 2015).
Estudo realizado em Portugal relata que a enfermagem é uma das profissões que
presta cuidados de saúde à população idosa em diversos contextos, sendo que a sua
experiência de cuidado a essa população tende a ser mais vasta que a própria formação.
Revisão da Literatura 50
Este estudo exploratório analisou as experiências de enfermeiros nos cuidados a
pessoas idosas e os impactos nesses profissionais. Os principais resultados indicaram que os
enfermeiros acompanharam situações de pessoas idosas vítimas de abusos, solitárias e/ou que
enfrentavam a aproximação da morte, cujos impactos foram indignação e impotência; a
doença e a dependência de pessoas idosas tiveram como impressão nos enfermeiros a
reflexão na prática profissional e o aumento da sua compaixão. Conclui-se que os
enfermeiros necessitam de mais formação para enfrentar a especificidade e complexidade dos
cuidados a pessoas idosas (SOUZA; RIBEIRO, 2013).
Nesse contexto, revisão integrativa identificou a partir das publicações analisadas,
enfoques relacionados ao cuidado de enfermagem voltado para a pessoa idosa, no ambiente
domiciliar, nos serviços de saúde e nas instituições de longa permanência, o que serve para
ilustrar a atuação do enfermeiro em diferentes cenários na área da Saúde. Este estudo
destacou também publicações que apontam enfoques relacionados a diferentes modos de
cuidar em enfermagem à pessoa idosa, como a valorização de assistência humanizada com
ênfase na comunicação e no vínculo afetivo entre o profissional, o idoso e família (DIAS et
al, 2014).
Outro estudo, que realizou revisão integrativa também, destacou que a relevância da
educação em saúde para a promoção do envelhecimento saudável parece não estar sendo
investigada nas pesquisas científicas. Essas lacunas existentes no meio científico determinam
a necessidade de intervenções inovadoras de educação em saúde que instiguem a criatividade
e sejam promotoras da participação ativa de todos os envolvidos. As ações de educação em
saúde para idosos necessitam de metodologias que atentem para a complexidade do processo
de envelhecimento e relacionem os fatores que cercam o indivíduo, como as crenças, valores,
normas e modos de vida. Assim, deve-se implementar novas ações, baseadas nos princípios
da educação em saúde e mais condizentes com as necessidades dos idosos, pois somente
levando em consideração os conhecimentos, a cultura e o meio em que vivem os idosos é que
se obterão os resultados almejados com tal prática (MALLMANN et al, 2015).
Referencial Teórico 51
REFERENCIAL TEÓRICO
_____________________________________________
Referencial Teórico 52
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Enfermagem e tecnologia em saúde/ manejo com a vacina contra Influenza
Em se tratando de práticas educativas para o profissional de enfermagem, o objetivo no
contexto saúde é a produção do cuidado para alcançar a cura. Porém, os modelos de atenção
que os profissionais trabalham nem sempre estão efetivamente comprometidos nessa direção
(MEHRY, 1999).
Neste contexto é necessário ajustar ações e práticas de cuidados de modo eficiente,
assim como,utilizar novos conhecimentos científicos e serviços bem equipados. Desta
maneira, intervenções estão cada vez mais disponíveis para solucionar os problemas que
afetam a saúde da população. Por outro lado, mesmo que o profissional de saúde tenha
conhecimento tecnológico, o cidadão se sente desprotegido no que diz respeito aos Serviços
de Saúde, por esses profissionais apresentarem falta de interesse no indivíduo e no problema
que este enfrenta (MERHY, 1999).
Segundo Merhy (2000), a produção do cuidado em saúde se dá em todo Serviço de
Saúde sendo reconhecido por tal prestação desse cuidado. Os modelos de atenção à saúde
estão vinculados às tecnologias que definem o modo de produção desses atos em saúde,
mesmo que não curem, porque os serviços de saúde realizam atos do cuidado. Para tanto,
esses locais devem utilizar processos de trabalho que incluam certas tecnologias para
produção do cuidado. O autor segue classificando essas tecnologias de saúde como:
• Duras: como os equipamentos de imagem ou radioterapia,
escritórios, insumos, etc;
• Leves ou brandas: como os processos relacionais entre o
trabalhador de saúde e o usuário;
• Leves- duras: como os saberes bem estruturados que
dirigem as intervenções em saúde, a exemplo da clínica, da
epidemiologia, da economia em saúde.
O trabalho em saúde produz atos de saúde (procedimentos, acolhimentos) que resultam
em intervenções sob a forma do cuidado, visando como resultado a cura (MERHY, 2000).
Os profissionais que seguem modelos protocolados e pré organizados utilizam apenas de
tecnologia dura, deixando de utilizar as tecnologias leve-duras que estão incutidas no saber
Referencial Teórico 53
de cada profissional bem como do usuário assistido e no manejo destes saberes em relação à
organização de uma intervenção acerca de cada caso (MERHY, 2000).
Segundo o mesmo autor, todo encontro com abordagem assistencial entre o usuário e o
profissional de saúde se dá por meio do trabalho vivo em ato, onde se produz a escuta, falas e
interpretações; cumplicidades, relações de vínculo e aceitação, momentos de confiabilidade e
esperança (tecnologia leve). E que só por meio da adequada relação entre esses três tipos de
tecnologia (dura, leve/dura e leve) é que se obtém resultados com qualidade como “maior
defesa da vida do usuário, maior controle dos riscos de adoecer ou agravar seu problema”
(MERHY, 2000).
No manejo com a vacina contra a Influenza especificamente no grupo de risco do idoso,
dispõem-se destas três tecnologias como anteriormente citadas. Porém, muitas vezes os
trabalhadores se prendem às tecnologias leve-duras seguindo os protocolos existentes sem
colocar em prática a utilização da tecnologia leve, que está incutida na escuta, na fala, nas
relações, nos saberes. Desta forma, deixa de observar eventos que poderiam ser evitados,
amenizados ou melhorados, como é o caso dos eventos adversos pós- vacinação.
O recurso tecnológico que tem o trabalho dirigido apenas por exames e medicamentos
dispõe de tecnologia dura como se estafosse suficiente para restabelecer a saúde por si só.
Sendo que o ato do cuidado deve ser construído centrado no usuário e suas necessidades,
potencializando o ato cuidador, restabelecendo a autonomia do usuário e sua
responsabilização nas ações desenvolvidas para o seu próprio cuidado (MALTA; MERHY,
2010).
Os profissionais de enfermagem, nesta perspectiva, têm em sua formação o cuidado como
base de suas ações e atuam de forma importante em relação aos usuários. Baseia-se em ajudar
as pessoas a aproveitar ao máximo sua capacidade funcional, independentemente de sua
idade ou estado de saúde (DIAS et al, 2014).
Estudo realizado por meio de entrevista a 83 enfermeiros que trabalhavam em 63
unidades de atenção primária de saúde a respeito do seu conhecimento com o cuidado ao
idoso referiram já terem prestado algum tipo de atendimento a esse público; entretanto, a
maioria referiu não ter prestado cuidados específicos aos idosos por falta de capacitação
(PAIVA et al, 2016).
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, por meio da Portaria 2528/2006 no item
5.1 a) determina: inclusão nos currículos escolares de disciplinas que abordem o processo do
envelhecimento, a desmistificação da senescência como sendo diferente de doença ou
Referencial Teórico 54
incapacidade, valorizando a pessoa idosa e divulgando as medidas de promoção e prevenção
de saúde em todas as faixas etárias; b) adequação de currículos, metodologia e material
didático de formação de profissionais na área da saúde, visando ao atendimento das diretrizes
fixadas nesta Política (BRASIL, 2006-b).
Essa é uma das muitas ferramentas que auxiliam no preparo acadêmico do enfermeiro
para o cuidado a pessoa idosa (PAIVA et al, 2016). Muitas vezes, o profissional de
enfermagem centraliza suas atividades no trabalho morto, no entanto, deveriam direcionar
suas atividades às necessidades do indivíduo e nele como participantes desse cuidado. Todo
profissional de saúde, como autor de atos de saúde sempre é um executor do cuidado, pois
atua clinicamente, e por isso deveria ser capacitado, no mínimo para atuar na área específica
das tecnologias leves, produzindo acolhimento, vínculos e responsabilizações (FRANCO;
BUENO; MERHY, 1999).
Bisetto et al (2016) referem que é necessária maior atenção dos profissionais de
saúde, especialmente em se tratando da população de idosos, que sofrem modificações em
seu sistema imunológico ficando predispostos ao adoecimento e reações infecciosas.
Nesse contexto, a equipe de enfermagem percebe a necessidade de aperfeiçoamento
no que diz respeito aos idosos, além de referirem deficiência de recursos humanos para
prestar assistência adequada; no que compete ao enfermeiro responsável técnico, seu trabalho
se limita a fazer o que tiver prioridade, faltando tempo para a prestação de serviço mais
especificado que atenda às necessidades individuais de cada um. O objetivo do trabalho do
enfermeiro deveria ser baseado em promoção da saúde e melhoria na qualidade de vida da
população atendida(MEDEIROS et al, 2015).
Esta pesquisa teve como base o referencial teórico das tecnologias (dura, leve e
leve/dura) segundo o prof. Merhy que nos apresenta a utilização destas três tecnologias no
ato do cuidado, a fim de levar o profissional enfermeiro a identificar a necessidade do usuário
idoso, quando este procura pelos serviços de saúde, segundo as particularidades individuais
de cada um.
Referencial Teórico 55
JUSTIFICATIVA
_____________________________________________
Referencial Teórico 56
4. JUSTIFICATIVA
As informações mencionadas anteriormente permitem compreender o cenário em que
os idosos estão inseridos, suas vulnerabilidades e os fatores que levam a possíveis eventos
adversos advindos da vacinação contra Influenza. Ressalta-se que tal vacinação tem por
finalidade proporcionar proteção aos indivíduos contra infecções por este vírus; faz-se
necessário a busca por conhecimentos que visem minimizar ou mesmo extinguir os eventos
adversos após imunização contra Influenza, lembrando que tais eventos podem influenciar
negativamente na adesão dos idosos a campanhas de vacinação posteriores.
Cabe ao profissional enfermeiro, que assiste esses idosos, a responsabilidade por
identificar precocemente os possíveis eventos adversos ocasionados pela vacinação contra a
Influenza, proporcionar o melhor manejo destes eventos, além de notificá-los às autoridades
responsáveis, contribuindo para melhor esclarecimento da população e maior adesão às
campanhas de vacinação.
A literatura nacional nos oferece informações sobre essa temática, porém, há uma
escassez desse tipo de material educativo que ofereça orientações específicas aos
profissionais de enfermagem em relação aos cuidados pré e pós-vacinação contra Influenza,
especificamente aos idosos, como possíveis eventos adversos e o manejo adequado destes.
Justifica-se a realização do presente estudo, pois o tema é atual e de interesse para o
desenvolvimento da área da Enfermagem e para melhor qualidade da assistência prestada aos
usuários assistidos, no caso os idosos.
Nesse sentido, os objetivos da presente investigação encontram-se apresentados a
seguir.
Objetivos 57
OBJETIVOS
_____________________________________________
Objetivos 58
5.OBJETIVOS
5.1 Geral
-Identificar e analisar os tipos de eventos adversos pós- vacinação contra Influenza em
idosos de Minas Gerais.
5.2 Específicos
-Caracterizar a população de idosos de acordo com os dados sociodemográficos;
-Caracterizar os eventos adversos pós-vacinação contra Influenza em idosos;
-Verificar se existe associação entre os dados sociodemográficos e os eventos
adversos;
-Identificar se existe ocorrência de eventos adversos pós vacinação contra Influenza
em idosos institucionalizados;
-Confeccionar material informativo com orientações de cuidados pré e pós-vacinação
contra Influenza, específico para os enfermeiros envolvidos nos cuidados aos idosos.
Método 59
MÉTODO
_____________________________________________
Método 60
6. MÉTODO
6.1 Tipo de estudo
Trata-se de pesquisa descritiva-analítica, retrospectiva, com abordagem quantitativa. A
finalidade dos estudos descritivos é observar, descrever e documentar os aspectos da situação
(POLIT; BECK; HUNGLER, 2004; GIL, 2010; VIEIRA, 2015) e são normalmente seguidos
ou acompanhados por estudos analíticos, que avaliam as associações para realizar inferências
sobre relações de causa-efeito; estudos retrospectivos baseiam-se em dados de períodos
passados.
A abordagem quantitativa adota estratégia sistemática, objetiva e rigorosa para
gerar e refinar o conhecimento; frequentemente quantifica relações entre variáveis (SOUZA;
DRIESSNACK; MENDES, 2007).
6.2 Local do estudo
Realizado no estado de Minas Gerais,que se encontra em relação aos estados do Brasil,
na quarta posição em área territorial e o segundo em população, localizado na região sudeste
do país.
Seu território é subdividido em 853 municípios agrupados em 28 Superintendências
Regionais de Saúde, os quais apresentam clima tropical que varia de mais frio e úmido no Sul
a semiárido em sua região setentrional. Conta, segundo censo do IBGE 2018, com uma
população estimada de 1.300.952 de mulheres idosas e 1.039.613 de pessoas do sexo
masculino. Destes 43,6% se declaram brancos, 46,8 % se declaram pardos e 8,6% se
declaram negros (IBGE, 2018). Sendo a população de idosos de 2.340.565 milhões de
pessoas na faixa etária entre 60 e 99 anos, últimos dados lançados no IBGE.
Os dados foram disponibilizados pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais
por meio da Coordenadoria de Imunização do mesmo estado.
A seguir apresenta-se o Mapa 5, que diz respeito ao mapa de Minas Gerais, segundo as
superintendências e Gerências regionais de saúde, para melhor compreensão de sua
territorialidade.
Método 61
Mapa 3. Superintendências e Gerências Regionais de Saúde.
Fonte:Saude.mg.gov.br
6.3 População e amostra do estudo
A população do presente estudo foi constituída por 753 indivíduos moradores em
Minas Gerais que apresentaram eventos adversos pós vacinação contra Influenza no período
de 2014 a 2016, selecionados por meio das fichas de notificação de eventos adversos pós-
vacinação contra Influenza.
A amostra foi composta por 98 idosos de ambos os sexos, que corresponderam a
12,9% da população inicial.
Os critérios de seleção estabelecidos para a constituição dos participantes (seleção das
fichas de notificações) foram ter idade igual ou superior a 60 anos, ter apresentado evento
adverso pós vacinação contra Influenza no período de 2014 a 2016, independentemente de ter
recebido somente a vacina contra Influenza ou esta vacina concomitantemente a outra na
mesma data.
Método 62
6.4 Procedimento de coleta de dados
As notificações dos EAPV contra Influenza em Minas Gerais no período de 2014 a
2016, foram recebidos por meio da Coordenadoria de Imunização do Estado via e-mail, após
aprovação do projeto pelo CEP, compreendendo um total de 753 notificações.
Os dados constantes das fichas de notificações contêm as seguintes informações:
município de notificação; estabelecimento de saúde; país de nascimento; idade; sexo, raça, se
gestante ou não, município de residência, imunobiológico administrado, lote, dose, via de
administração, laboratório de fabricação e distribuição do imunobiológico, tipo de evento
classificado como erro de imunização (EI), evento adverso grave (EAG), e evento adverso
não grave (EANG); manifestações locais; manifestações sistêmicas; outras manifestações;
atendimento médico; tipo de atendimento sendo ambulatorial ou hospitalização; registro de
exames laboratoriais, informações complementares; evolução do caso e diagnóstico final.
Após o recebimento destas notificações, os dados foram selecionados a partir do
critério de inclusão: ter idade igual ou superior a 60 anos de ambos os sexos, compreendeu
um total de 98 notificações.
Essas fichas são preenchidas nos Serviços de Saúde dos municípios onde ocorrem os
EA; após o preenchimento, são encaminhadas ao Departamento de Vigilância
Epidemiológica municipal e posteriormente à Superintendência Regional de Saúde. Então,
são inseridas no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI);
através do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), que é responsável pelo
registro dos imunobiológicos aplicados e do quantitativo populacional vacinado por faixa
etária e região. Esse sistema avalia o risco de surtos ou epidemias e registra os eventos
adversos pós-vacinação.
Os dados que nos foram fornecidos traziam as seguintes informações:
• Município de notificação;
• UF de notificação;
• Estabelecimento de saúde onde foi realizada a notificação;
• País de nascimento;
• UF de nascimento;
• Município de nascimento;
• Idade, sexo, raça;
Método 63
• Gestante;
• Criança em aleitamento materno;
• Município de residência;
• UF de residência;
• Imunobiológico
• Laboratório;
• Lote, dose, via de administração;
• Local de aplicação;
• Tipo de evento;
• Manifestações locais;
• Manifestações clínicas sistêmicas;
• Outras manifestações;
• Atendimento médico;
• Tipo de atendimento;
• Existe registro de exames laboratoriais;
• Informações complementares;
• Encerramento do caso.
Ressalta-se que a população de idosos foi selecionada por se encontrar no grupo de
risco selecionado pelo Ministério da Saúde para receber a vacina contra Influenza, estando
expostos a riscos e vulnerabilidades inerentes à faixa etária como já descrito anteriormente.
O período de coleta foi estipulado levando em consideração que as fichas demoram um
determinado tempo para serem finalizadas e disponibilizadas, portanto, as do ano de 2017
ainda não estavam disponibilizadas no período de recebimento dos dados.
A análise de todas as fichas levara um período de seis meses de janeiro a junho de 2018
para serem separadas, agrupadas e analisadas.
Para organização dos dados recebidos, foi realizado agrupamento de todas as
informações consideradas relevantes para a pesquisa. Após o agrupamento, foram
descartadas as informações consideradas irrelevantes como: país de nascimento, UF de
nascimento, município de nascimento, informações complementares (não constam
informações em todos os casos, e as que constam não contribui para a pesquisa), gestante e
criança em aleitamento. As informações selecionadas foram representadas em organograma
(Organograma 1)para melhor visualização.
Método 64
Organograma1. Organograma distribuição das informações relevantes para a
pesquisa.
Fonte: Organização da autora segundo dados fornecidos pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas
Gerais/Coordenadoria de Imunização
6.5 Análise dos Dados
Os dados foram duplamente digitados em planilhas formatadas do programa Excel,
para verificação da sua consistência e posteriormente transportados para análise estatística
Evento
Adverso
Idade
Sexo
Raça
Município
de
Residência
Tipo de
Evento EI-
EANG-
EAG
Manifestações locais
Manifestações Sistêmicas
Outras manifestações
stações Sistêmicas
Ambulatorial Hospitalar
Atendimento
Médico
Diagnóstico
Local de
procura
pós evento
UBS
Hospital
Outros
Evolução do
caso
Desfecho
Método 65
para os programas Ri386 versão 3.4.3 e IBM SPSS Statistics versão 25.
Realizou-se estatísticas descritivas, frequência e percentual para as variáveis
qualitativas e medidas de tendência central (média e mediana) e dispersão (desvio padrão)
para as variáveis numéricas.
Para verificar a associação entre os tipos de eventos (não grave, grave e erro de
imunização) e as manifestações sistêmicas com as variáveis de caracterização dos idosos
(sexo, raça e idade) e das vacinas (tipo de imunobiológico administrado e o laboratório de
procedência), utilizou-se o teste exato de Fisher e Qui-quadrado. Estes testes devem ser
utilizados para a análise das variáveis categóricas, na análise descritiva dos dados, por meio
dos percentuais (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004).
No presente estudo estabeleceu-se o nível de significância α=0,05, ou seja, valor de
p<0,05. E os dados obtidos foram comparados e discutidos mediante a literatura existente.
6.6 Aspectos éticos
A elaboração deste estudo seguiu os preceitos éticos de Pesquisa Envolvendo Seres
Humanos conforme Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) (BRASIL,
2012).
O projeto de pesquisa, inicialmente foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa
da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP-USP), via
Plataforma Brasil, para aprovação e realização deste estudo. Anteriormente, foi solicitado
autorização da Instituição em estudo, ou seja,a Secretaria de Estado de Saúde de Minas
Gerais- SES por meio de sua Diretoria de Imunização e encaminhado Termo de
Compromisso e Utilização de dados para coleta de dados epidemiológicos sobre eventos
adversos pós-vacinação notificados do SI-PNI na região de abrangência da pesquisa. Após
foi solicitado também termo de dispensa do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido por
se tratar de pesquisa com dados secundários. O Projeto recebeu aprovação no Comitê de
Ética e Pesquisa, pelo ofício CEP-EERP/USP nº130/2018, de 14/06/2018. Sendo CAAE:
90006318.9.0000.5393 (anexo E).
Método 66
6.7 Confecção do Material Educativo
Material educativo se refere a meios pelos quais se é passada uma informação, em
tais informações podem ser utilizados recursos em materiais escritos como, folhetos,
cartilhas, panfletos, livros, folders e outros. Nesse contexto os infográficos surgem como uma
linguagem visual, que agrega textos e imagens (ESCOLA DE ENFERMAGEM DA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 2017).
Com relação à elaboração do material educativo, utilizou-se então como referência o
Infográfico. Os infográficos, entre outros, são meios de comunicação de informações que
ajuda a compreender uma mensagem que deseja ser passada. Para sua elaboração foi
priorizado os seguintes aspectos:
• -Sinais e sintomas que podem ser observadas pós-vacinação;
• - Possíveis associações dos sinais e sintomas com os EAPV;
• -Notificaçãodos EA: procedimentos para notificação aos órgãos competentes.
• -Prevenção dos eventos adversos pós -vacinação contra Influenza.
Para a construção do infográfico seguiu-se os dez passos propostos na metodologia de
Carvalho e Aragão (2012). Que são eles: “Pauta; apuração; análise de similares; elaboração
do conteúdo; arquitetura da informação; arte final; acabamento; revisão; publicação; análise
crítica”. Dispostos a seguir:
1-Pauta (Seleção do Tema a ser comunicado);
O tema escolhido foi Influenza, manifestações clínicas, modos de prevenção e
identificação dos eventos adversos ocorridos após vacinação em idosos.
2-Apuração/levantamento dos dados - Pesquisa sobre como e qual conteúdo deve ser exposto
(Propósito, recursos, meio de produção, usuários e circunstâncias de uso;
Procedeu-se a escolha do conteúdo visando alcançar enfermeiros que atuam no
cuidado ao idoso. O propósito foi informar os enfermeiros sobre os efeitos da infecção por
Influenza, os meios de prevenção, os eventos adversos que podem surgir após a vacinação e a
importância da notificação destes nos órgãos competentes.
3-Análise de similares (busca do que foi feito com o mesmo tema e com outros temas e
inspiração estética);
Foi realizado busca nas bases de dados Literatura Latino-americana e do Caribe em
Ciências da Saúde (LILACS), (Biblioteca Regional de Medicina (BIREME), Google
Acadêmico, utilizando as seguintes palavras chave: folheto, infográfico, saúde, idoso, vacina
Método 67
Influenza, sobre materiais semelhantes, não foi encontrado material semelhante nestas bases
de dados elaborados par enfermeiros. Entretanto, outros trabalhos direcionados ao público em
geral e aos idosos serviram de inspiração para a confecção do folheto educativo.
4-Elaboração do conteúdo (parte textual);
A parte textual foi realizada a partir do resultado da pesquisa e revisão de literatura.
5-Arquitetura de informação (organizar as informações no espaço disponível; texto, imagem,
forma);
Foi escolhido organizar as informações textuais intercalando-as com imagens a fim de
tornar a leitura mais atrativa.
6-Arte final (ilustrações ganham cores e estilos, fotografias são produzidas, textos e formas
ganham propriedades);
Após a organização de todas as informações, o material foi encaminhado a serviço
especializado para confecção e reprodução, sendo adequando após algumas discussões com a
autora.
7-Acabamento (ajuste de interações entre textos, imagens e formas, tamanho de legendas e
demais ajustes);
Os ajustes, interações de texto, imagens e formas foram realizados no serviço
especializado para este fim.
8-Revisão (para novos ajustes se necessário);
Os ajustes finais foram realizados pela pesquisadora.
9-Publicação (define onde o infográfico será publicado, disponibilizado, etc)
Após confecção do material, este será disponibilizado pela pesquisadora em postos de
saúde onde as notificações são mais frequêntes e em Instituições de Longa Permanência para
auxiliar o enfermeiro responsável a identificar os eventos adversos, a encaminhar os idosos
para os serviços adequados e a proceder a notificação destes eventos.
10-Análise crítica (após publicação, análise dos pontos positivos e negativos).
Será realizada após divulgação e distribuição do folheto deste trabalho.
Resultados 68
RESULTADOS
_____________________________________________
Resultados 69
7. RESULTADOS
Nesta pesquisa foram avaliadas 98 fichas de notificações de idosos com idade igual
e/ou maior que 60 anos que apresentaram eventos adversos pós - vacinação contra Influenza
no Estado de Minas Gerais, no período que se referiu aos anos de 2014 a 2016.
Os resultados estão descritos conforme os objetivos específicos apresentados
anteriormente.
Em relação aos primeiro e segundo objetivos específicos (caracterizar a população
de idosos de acordo com os dados sócio demográficos e caracterizar os eventos adversos pós-
vacinação contra Influenza em idosos), os resultados encontram-se apresentados nas Tabelas
de 1 a 5 a seguir.
Tabela 1 – Características dos idosos (n=98) em Minas Gerais e dos eventos adversos
apresentados pós-vacinação contra Influenza, no período de 2014 a 2016.
Variáveis n %
Idade (anos)
60-69 52 53,1
70-79 32 32,6
≥80 14 14,3
Sexo
Feminino 74 75,5
Masculino 24 24,5
Raça
Branca 54 55,1
Parda 16 16,3
Negra 6 6,1
Amarela 5 5,1
Ignorado 17 17,4
Tipo de Evento Adverso
Não grave 83 84,7
Grave 5 5,1
Continua...
Resultados 70
Continuação
Variáveis n %
Erro de imunização
10
10,2
Manifestações locais
Sim 63 64,3
Não 35 35,7
Manifestações clínicas sistêmicas
Sim 27 27,6
Não 71 72,4
Outras manifestações
Sim 21 21,4
Não 77 78,6
Tipo de atendimento
Ambulatorial 35 35,7
Hospitalização 4 4,1
Observação 1 1,0
Sem atendimento médico 39 39,8
Ignorado 19 19,4
Imunobiológicos
Influenza 79 80,6
Influenza e outros 19 19,4
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais/Coordenadoria de Imunização
Em relação à caracterização sócia demográfica dos idosos estudados, 75,5% eram do
sexo feminino com predominância da raça branca (55,1%) cuja idade variou entre 60 e 97
anos, mediana 69 e média 71,2 (DP 8,1). Sendo que 84,7% dos eventos adversos foram
descritos como Evento Adverso Não Grave, com 64,3% de manifestações locais e 27,6% de
manifestações sistêmicas
No que diz respeito ao imunobiológico, a vacina contra Influenza foi aplicada em dose
única sem associação a outro imunobiológico em 80,6% dos casos registrados, o que
Resultados 71
caracteriza os eventos adversos registrados condizentes à vacina contra Influenza, sendo que
19,4% dos idosos receberam esta vacina juntamente a outro (s) imunobiológico (s).
Em relação ao tipo de atendimento 35,7% foram a nível ambulatorial, 4,1%
necessitaram de hospitalização, somente um idoso ficou em observação, 39 indivíduos
(39,8%) não tiverem atendimento médico e em 19 respostas obtidas (19,4%) foram ignorados
os tipos de atendimentos realizados aos idosos pós o evento adverso verificado.
As manifestações locais representaram 64,3% das notificações de Eventos Adversos,
já as manifestações sistêmicas apresentaram 27,3% dos eventos notificados seguidos por
21,4% de outras manifestações. Cada manifestação representou uma variável e não a soma
total das frequências, a soma é maior que o número de idosos porque cada idoso apresentou
mais de uma manifestação.
Na variável “outras manifestações”, estas estão descritas conforme registro das
notificações e caracterizaram-se por: artralgia, cefaleia, e mialgia (1,0%); calor local (1,0%);
cefaleia (2,0%); cefaleia e febre <39,5ºC (2,0%); cefaleia e febre >39ºC (4,0%); cefaleia,
febre e mialgia (1,0%); cefaleia, fadiga, sonolência e febre> 39º (1,0%);cefaleiae tontura
(1,0%); dificuldade de deambular, febre >39º e sonolência (1,0%); fadiga (1,0%); febre >39º
(4,0%);febre baixa (1,0%); hiperemia bilateral dos olhos (1,0%); sonolência (1,0%). As
manifestações estão descritas conforme apresentadas nas fichas de notificação, totalizando
21%.
A seguir será apresentada a Tabela 2 que representa o número e o tipo de
manifestações locais pós-vacinação contra Influenza conforme registro das notificações; o que
caracteriza os Eventos Adversos Não Graves, que tem duração de 2 a 48 horas sendo
autolimitadas, benignas e, tratados apenas os sintomas.
Resultados 72
Tabela 2- Número de manifestações locais pós-vacinação contra Influenza e percentuais
calculados com base no total de idosos (n=98) e nos que apresentaram evento adverso não
grave (n=63), em Minas Gerais, no período de 2014 a 2016.
Variáveis n %
Manifestações locais Nº % (n=98) % (n=63)
Dor 48 49,0 76,2
Calor 41 41,8 65,1
Eritema ou Rubor 36 36,7 57,1
Edema 32 32,7 50,8
Abscesso quente 13 13,3 20,6
Prurido local 8 8,2 12,7
Enduração/endurecimento 5 5,1 7,9
Hematoma 4 4,1 6,3
Nódulo 3 3,1 4,8
Urticária no sitio de administração 3 3,1 4,8
Manchas cianóticas 1 1,0 1,6
Abscesso frio ou asséptico 1 1,0 1,6
Celulite 1 1,0 1,6
Febre 1 1,0 1,6
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais/Coordenadoria de Imunização
Como se pode observar, 63 Eventos Adversos Não Graves foram descritos sendo que
dor se apresenta em 41% das notificações de eventos adversos locais, eritema ou rubor 36%,
edema 32% e abscesso quente 13%. Prurido no local, enduração, hematoma, nódulo, urticária
no sítio de administração, manchas cianóticas, abscesso frio ou asséptico, celulite e febre tem
uma frequência que varia de 8 a 1% dos casos notificados.
A Tabela 3 apresenta as manifestações sistêmicas que representaram Eventos
Adversos Graves, estão descritos de acordo como foram registrados nas fichas de notificação
de EAPV.
Resultados 73
Tabela 3-Número de manifestações sistêmicas pós-vacinação contra Influenza e percentuais
calculados com base no total de idosos (n=98) e para os que apresentaram evento adverso
grave (n=27) em Minas Gerais, no período de 2014 a 2016.
Manifestações clínicas sistêmicas Nº % (n=98) % (n=27)
Prurido generalizado 5 5,1 18,5
Diarreia 4 4,1 14,8
Vômitos 4 4,1 14,8
Exantema generalizado 4 4,1 14,8
Náuseas 3 3,1 11,1
Espirros 3 3,1 11,1
Tosse seca 3 3,1 11,1
Dispneia 2 2,0 7,4
Rouquidão 2 2,0 7,4
Exantema em sítio diferente da administração 2 2,0 7,4
Hipotensão 2 2,0 7,4
Letargia 2 2,0 7,4
Taquicardia 2 2,0 7,4
Parestesia 2 2,0 7,4
Angioedema de lábios 1 1,0 3,7
Paralisia de MMII 1 1,0 3,7
Hiperemia dos olhos 1 1,0 3,7
Coceira nos olhos 1 1,0 3,7
Angioedema de olhos 1 1,0 3,7
Cianose 1 1,0 3,7
Rinorreia 1 1,0 3,7
Edema região do cotovelo 1 1,0 3,7
Apneia 1 1,0 3,7
Dificuldade de respirar 1 1,0 3,7
Alteração do nível de consciência 1 1,0 3,7
Hipotonia 1 1,0 3,7
Resultados 74
Continuação
Manifestações clínicas sistêmicas Nº % (n=98) % (n=27)
Palidez 1 1,0 3,7
Paralisia facial (Bell) 1 1,0 3,7
Paresia 1 1,0 3,7
Urticaria generalizada 1 1,0 3,7
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais/Coordenadoria de Imunização
As manifestações clínicas sistêmicas se apresentaram em menor porcentagem,
entretanto, representam maior gravidade, sendo notificadas como Evento Adverso Grave e
não se manifestam por apenas um sintoma, geralmente estes estão associados.
Apresentam menor incidência do que as manifestações locais, entretanto este tipo de
manifestação pode levar a incapacidades temporárias ou permanentes e merecem maior
atenção. As manifestações apresentadas podem estar associadas a mais de um evento
notificado.
A notificação dos Eventos adversos proporciona conhecimento sobre a incidência
desses eventos e sua localidade é importante para a investigação a respeito das notificações
que estão sendo realizadas por região. Assim sendo, a Tabela 4 a seguir, apresenta a
caracterização das Regionais de Saúde onde os eventos adversos ocorridos entre os idosos
foram notificados.
Tabela 4- Caracterização dos Eventos Adversos notificados por regionais de saúde de Minas
Gerais (n=98), no período de 2014 a 2016.
Regional de saúde Nº %
Belo Horizonte 26 26,5
Uberaba 19 19,4
Pouso Alegre 18 18,4
Itabira 5 5,1
Divinópolis 5 5,1
Varginha 4 4,1
Uberlândia 3 3,1
Sete Lagoas 2 2,0
Ituiutaba 2 2,0
Resultados 75
Coronel Fabriciano 2 2,0
Alfenas 2 2,0
Juiz de Fora 2 2,0
Montes Claros 2 2,0
Ponte Nova 2 2,0
Barbacena 1 1,0
Passos 1 1,0
Teófilo Otoni 1 1,0
Unaí 1 1,0
Total 98 100,0
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais/Coordenadoria de Imunização
Os 79 estabelecimentos de saúde cujas notificações foram registradas se referiram a Centros
de Saúde (29,11%); Estratégia de Saúde da Família (ESF), Programa de Saúde da Família
(PSF), Unidade Básica de Saúde (UBS) e Postos de Saúde compreenderam 56,96% dos
locais onde os eventos adversos foram notificados;e os hospitais corresponderam a 13,93%
de locais de notificação.
Em relação à via de administração, dos 98 casos de EA notificados, 95 idosos
receberam a vacina via intramuscular variando entre deltóide esquerdo (35,7%) e direito
(43,9%); uma ficha não continha a descrição do local de administração (1%), um idoso
recebeu a vacina via subcutânea (1%) e um via intradérmica (1%). Ressalta-se que a via
intradérmica não é preconizada para aplicação da vacina contra Influenza.
Observou-se neste estudo,que 97 fichas avaliadas (99%) não continham informações
referentes aos exames laboratoriais solicitados e seus resultados; apenas uma(1%) continha
tal registro.
Os casos notificados e investigados estão dispostos na Tabela 5 que apresenta a
evolução e/ou desfecho dos casos.
Tabela 5- Evolução e/ou desfecho dos casos, segundo as notificações dos eventos adversos
pós-vacinação (EAPV) contra Influenza (n=98), Minas Gerias, no período de 2014 a 2016.
Evolução e/ou desfecho Nº %
Ignorados 11 11,2
Cura com sequelas 1 1,0
Cura sem sequelas 75 76,5
Em acompanhamento 10 10,2
Resultados 76
Não é EAPV 1 1,0
Total 98 100
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais/Coordenadoria de Imunização
Em relação aos EAG, foram notificados cinco casos em três anos em Minas Gerais,
segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais/ Coordenadoria de
Imunização. A análise destes eventos se faz de grande importância, pois, mesmo em pequeno
número (cinco casos), conhecer suas manifestações, as condutas tomadas e o desfecho dos
casos, auxilia na compreensão e entendimento dos sinais e sintomas e melhor manejo dos
novos casos. Tais informações se encontram descritas nos quadros 1, 2, 3, 4 e 5, na
sequência.
Descrição do primeiro caso de notificação de EAG, segundo a Secretaria de Estado
de Saúde de Minas Gerais.
Quadro 1- Primeiro caso de caracterização de Evento Adverso Grave pós vacinação contra
Influenza em idosos de Minas Gerais. 2014 a 2016.
Caso 1
Ano 2015
Vacina Influenza
Aplicação Dose única sem combinação a outro imunobiológico
Lote UI334AE,
Idade 60 anos
Sexo Feminino
Via IM no deltóide esquerdo
História Sem história de doenças ou uso de medicação prévios, caracterizado por
cefaléia, dor lombar, dormência de extremidades em MMSS, inapetência,
dificuldade de deambulação por 10 dias após a aplicação e paralisia facial.
Diagnóstico Paralisia dos nervos Oculomotores
Recomendação Contra-indicação da administração da vacina contra Influenza, sem
substituição de esquema.
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais/Coordenadoria de Imunização
Resultados 77
A seguir, apresenta-se a descrição do segundo caso de notificação de EAG segundo a
Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.
Quadro 2- Segundo caso de caracterização de Evento Adverso Grave pós vacinação contra
Influenza em idosos de Minas Gerais. 2014 a 2016.
Caso 2
Ano 2016
Vacina Influenza
Aplicação Dose única sem combinação a outro imunobiológico
Lote 00000000 (ignorado)
Idade 62 anos
Sexo Masculino
Via IM no deltoide Direito
História História de doença e uso de medicação prévias ignorada, caracterizado por
disestesias em quirodáctilos em MMII após dez dias da aplicação da
vacina.
Diagnóstico Parestesia
Recomendação Avaliação criteriosa do risco benefício no recebimento da próxima vacina
contra Influenza para pessoas com história pregressa de Síndrome de
Guillan-Barré.
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais/Coordenadoria de Imunização
Resultados 78
Na sequência apresenta-se a descrição do terceiro caso de notificação de EAG
segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.
Quadro 3- Terceiro caso de caracterização de Evento Adverso Grave pós vacinação contra
Influenza em idosos de Minas Gerais. 2014 a 2016.
Caso 3
Ano 2015
Vacina Influenza
Aplicação Dose única sem combinação a outro imunobiológico
Lote 15018
Idade 62 anos
Sexo Masculino
Via IM no deltóide direito
História Caso investigado por suspeita de meningite bacteriana, ou reação vacinal.
Idoso apresentou alterações do nível de consciência, letargia, apneia,
dificuldade para respirar e dispnéia.
Diagnóstico Hemiparesia, diarréia, dificuldade respiratória
Recomendação Manter esquema vacinal. Caso confirmado para meningite.
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais/Coordenadoria de Imunização
A seguir apresenta-se a descrição do quarto caso de notificação de EAG segundo a
Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.
Quadro 4- Quarto caso de caracterização de Evento Adverso Grave pós vacinação contra
Influenza em idosos de Minas Gerais. 2014 a 2016.
Caso 4
Ano 2016
Vacina Influenza
Resultados 79
Aplicação Combinada a outros imunobiológicos
Lote N3A89
Idade 74 anos
Sexo Masculino
Via Vacina Influenza: IM vasto lateral da coxa do lado Direito
História Sem história prévia de doenças, em uso de descongex contínuo. Idoso
apresentou prostração, diminuição do apetite e febre, vômitos, hipotonia,
sonolência e letargia.
Diagnóstico Hipotonia e letargia
Recomendação Sem recomendações. Cura sem sequelas.
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais/Coordenadoria de Imunização
A seguir, apresenta-se a descrição do quinto e último caso de notificação de EAG,
segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.
Quadro 5- Quinto caso de caracterização de Evento Adverso Grave pós vacinação contra
Influenza em idosos de Minas Gerais. 2014 a 2016.
Caso 5
Ano 2016
Vacina Influenza
Aplicação Dose única sem combinação a outros imunobiológicos
Lote 160014
Idade 72 anos
Sexo Masculino
Via IM no deltóide esquerdo
História Com relato de doenças prévias, mas sem descrição das mesmas. Sem uso
de medicações. Apresentou angioedema de lábios, paralisia de MMII e
paralisia facial.
Diagnóstico Suspeita de Síndrome de Guillan-Barré
Recomendação Contra-indicação sem substituição de esquema. Cura sem sequelas.
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais/Coordenadoria de Imunização
Resultados 80
Dos cinco casos apresentados anteriormente, um foi descartado como evento adverso
por ter sido confirmado como meningite. Nos demais se pode observar a predominância de
sinais e sintomas relacionados ao sistema nervoso; as idades variaram de 60 a 74 anos.
Nas Tabelas 6 a 8 a seguir apresentam-se as associações entre dados
sociodemográficos e os eventos adversos pós-vacinação contra Influenza em idosos,
respondendo assim ao terceiro objetivo específico deste estudo.
Tabela 6 – Associação entre os tipos de eventos adversos e as variáveis de caracterização das
vacinas contra Influenza e dos idosos (n=98) em Minas Gerais, no período de 2014 a 2016.
Variáveis
Tipo de evento adverso
Teste exato de
Fisher (valor p)
Não grave
n=83
n (%)
Grave
n=5
n (%)
Erro de
imunização
n=10
n (%)
Sexo 0,042
Feminino (n=74) 66 (89,2) 2 (2,7) 6 (8,1)
Masculino (n=24)
17 (70,8) 3 (12,5) 4 (16,7)
Raça* 0,449
Branca (n=54) 46 (85,2) 3 (5,6) 5 (9,3)
Outras (n=27)
26 (96,3) 0 (0) 1 (3,7)
Idade (anos) 0,830
60-69 (n=52) 45 (86,5) 3 (5,8) 4 (7,7)
70-79 (n=32) 26 (81,3) 2 (6,3) 4 (12,5)
≥80 (n=14)
12 (85,7) 0 (0,0) 2 (14,3)
Imunobiológicos 0,042
Influenza (n=79) 70 (88,6) 4 (5,1) 5 (6,3)
Influenza+Outros
(n=19)
13 (68,4) 1 (5,3) 5 (26,3)
Resultados 81
Laboratório* 0,297
Butantan (n=33) 29 (87,9) 2 (6,1) 2 (6,1)
Sanpasteur (n=41) 37 (90,2) 1 (2,4) 3 (7,3)
Outro (n=18) 13 (72,2) 1 (5,6) 4 (22,2)
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais/Coordenadoria de Imunização *variáveis com casos omissos (sem informação).
Nas análises realizadas, o nível de significância de α=0,05 foi utilizado. Portanto,
foram considerados estatisticamente significantes os resultados dos testes que apresentaram
valor p menor a 0,05.
O erro de imunização (16,7%), que se refere a aplicações duplas por falta ou
esquecimento do cartão ou a não informação de já terem recebido a dose anual da vacina
contra Influenza, e o tipo de evento adverso grave (12,5%) ocorreu proporcionalmente mais
entre o sexo masculino.
A associação entre os tipos de eventos e as variáveis sexo, idade, raça,
imunobiológico e laboratório de distribuição da vacina, demonstrou os Eventos Adversos Não
Grave (EANG) significante para a variável sexo (p=0,042) e quando aplicado sozinho sem
associação a outro imunobiológico (p=0,042).
Em relação ao laboratório de distribuição e o tipo de evento (EAG, EANG, EI), foi
mais significativo EANG para o laboratório Sanpasteur (90,25%).
A Tabela 7 a seguir apresenta a associação das manifestações locais dos eventos
adversos e as variáveis de caracterização das vacinas contra Influenza e dos idosos
Tabela 7 – Associação entre as manifestações locais de eventos adversos e as variáveis de
caracterização das vacinas contra Influenza e dos idosos (n=98) de Minas Gerais, no período
de 2014 a 2016.
Variáveis
Manifestações locais
Teste Qui-
quadrado
(valor p)
Não
n=35
n (%)
Sim
n=63
n (%)
Sexo 0,030
Feminino (n=74) 22 (29,7) 52 (70,3)
Resultados 82
Masculino (n=24) 13 (54,2) 11 (45,8)
Raça* 0,509
Branca (n=54) 20 (37,0) 34 (63,0)
Outras (n=27) 8 (29,6) 19 (70,4)
Idade (anos) 0,101
60-69 (n=52) 14 (26,9) 38 (73,1)
70-79 (n=32) 16 (50,0) 16 (50,0)
≥80 (n=14) 5 (35,7) 9 (64,3)
Imunobiológico 0,909
Influenza (n=79) 28 (35,4) 51 (64,6)
Influenza+Outras (n=19) 7 (36,8) 12 (63,2)
Laboratório* 0,568
Butantan (n=33) 9 (27,3) 24 (72,7)
Sanpasteur (n=41) 16 (39,0) 25 (61,0)
Outro (n=18) 6 (33,3) 12 (66,7)
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais/Coordenadoria de Imunização *variáveis com casos omissos (sem informação)
As manifestações locais pós vacinação estão mais presentes entre as idosas (70,3%) e
a aplicação do teste Qui-quadrado mostrou associação significante com a variável sexo
(p=0,030) e não significante para as demais variáveis testadas (tabela 4).
Associação entre as manifestações sistêmicas e as variáveis de caracterização dos
eventos adversos estão dispostos na Tabela 8 a seguir.
Tabela 8 – Associação entre as manifestações clínicas sistêmicas de eventos adversos e as
variáveis de caracterização das vacinas contra Influenza e dos idosos (n=98) em Minas
Gerais, no período de 2014 a 2016.
Variáveis
Manifestações clínicas sistêmicas
valor p Não
n=71
n (%)
Sim
n=27
n (%)
Resultados 83
Sexo 0,021**
Feminino (n=74) 58 (78,4) 16 (21,6)
Masculino (n=24) 13 (54,2) 11 (45,8)
Raça* 0,282**
Branca (n=54) 42 (77,8) 12 (22,2)
Outras (n=27) 18 (66,7) 9 (33,3)
Idade (anos) 0,547*
60-69 (n=52) 40 (76,9) 12 (23,1)
70-79 (n=32) 22 (68,8) 10 (31,3)
≥80 (n=14) 9 (64,3) 5 (35,7)
Imunobiológico 0,577***
Influenza (n=79) 56 (70,9) 23 (29,1)
Influenza+Outras
(n=19)
15 (78,9) 4 (21,1)
Laboratório* 0,248***
Butantan (n=33) 21 (63,6) 12 (36,4)
Sanpasteur (n=41) 33 (80,5) 8 (19,5)
Outro (n=18) 14 (77,8) 4 (22,2)
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais/Coordenadoria de Imunização
*variáveis com casos omissos (sem informação) **Teste Qui-quadrado ***Teste exato de Fisher
A aplicação do teste Qui-quadrado mostrou associação da apresentação de
manifestações clínicas sistêmicas com a variável sexo (p=0,021) estando proporcionalmente
mais presentes entre os homens (45,8%). As demais variáveis testadas (Tabela 8) não
apresentaram associação com a aplicação do teste exato de Fischer (Imunobiológico e
Laboratório) e Qui-quadrado (raça e idade).
Em relação ao quarto objetivo a ser respondido neste estudo, ou seja, identificar a
presença de eventos adversos pós vacinação contra Influenza em idosos institucionalizados,
não foi possível obter tal informação, pois a mesma não constava nos registros das fichas de
notificações enviadas.
Respondendo ao quinto objetivo, confeccionar material informativo com orientações
de cuidados pré e pós-vacinação contra Influenza, específico para os enfermeiros envolvidos
Resultados 84
nos cuidados dos idosos, após a interpretação dos resultados, iniciou-se a elaboração da
confecção do material educativo, tipo folheto, com ilustrações, visando orientar tais
profissionais quanto aos cuidados pré e pós- vacinação contra Influenza. O objetivo deste
material será contribuir com o profissional enfermeiro no reconhecimento precoce dos
possíveis eventos adversos, o melhor manejo destes e o incentivo à notificação dos mesmos.
Discussão 85
DISCUSSÃO
_____________________________________________
Discussão 86
8. DISCUSSÃO
O presente estudo objetivou identificar e analisar os eventos adversos ocorridos após
vacinação contra Influenza em idosos de Minas Gerais. Caracterizou a população de idosos
de acordo com os dados sócio demográficos, caracterizou os eventos adversos, verificou
associação entre os eventos e os dados sócio demográficos e identificou que não existe
registros de eventos adversos pós vacinação contra Influenza em idosos institucionalizados
nas fichas de notificação.
Entretanto, para conseguir os dados referentes aos eventos adversos pós vacinação
contra influenza, enfrentou-se algumas restrições como dificuldade e burocracia para
liberação da autorização de acesso aos dados que são de direito da população, como falta de
informação de qual seria a pessoa responsável por tal liberação, troca de e-mails com
palavras depreciativas em relação à insistência da pesquisadora em obter os dados.
Este estudo ficou limitado por falta de informações nas fichas de notificação, dados
inconclusivos, falta de registro de exames laboratoriais, falta de data de encerramento do
caso, demonstrando não acompanhamento adequado.
Foi realizado análise das Fichas de Notificação de Eventos adversos pós vacinação
disponibilizados pelo SIEAPV. A utilização dos dados contidos nestas fichas para fins de
pesquisa, tem se apresentado relevante, uma vez que os casos de reação adversa pós
vacinação ficam registrados neste sistema, possibilitando identificação da idade, sexo, tipo de
reação, diagnóstico, desfecho, entre outras (SCHIMIDT; SILVA, 2014).
Em relação a utilização da vacina contra influenza em idosos, estudo refere que a
proteção desta vacina nesta população é em torno de 30 a 50% e isto se relaciona com a
resposta imune humoral no idoso, que sofre alterações em seu sistema imunológico,
culminando em feedback menos eficaz em relação à vacinação. Tais alterações causam
modificações nas células T de memória, que impedem uma reação imune capaz de combater
o patógeno invasor. A involução do timo também aparece como uma das principais
alterações do sistema imunológico no idoso, contribuindo para baixa resposta imune aos
antígenos vacinais resultando em diminuição da proteção das vacinas em idosos
(MALAFAIA, 2008).
Isto posto, em relação ao objetivo específico 1 deste estudo que visou caracterizar os
idosos de acordo com os dados sócio demográficos, apresenta-se a discussão a seguir.
Discussão 87
Houve predominância de participantes do sexo feminino que apresentaram eventos
adversos pós vacinação contra Influenza, esses dados coincidem com estudo que demostrou
que o sexo feminino apresenta respostas de anticorpos mais altas que os homens e
consequente reações adversas às vacinas (KLEIN; MARRIOTT; PEIXES, 2015).Estudo que
avaliou as reações pós vacinais, identificou a prevalência do sexo feminino em 57,89% dos
casos registrados, sendo a maioria crianças menores de um ano, demonstra tal estudo em
comparação com este e outros, que reações adversas pós vacinação podem estar relacionadas
não só a idade mas também ao sexo (feminino) (SCHIMIDT; SILVA, 2014). Esta afirmação
se justifica, pois ocorreu em outros estudos, prevalência de notificações de eventos adversos
pós-vacinação em idosos em relação ao sexo feminino (PEREIRA et al, 2011; COSTA;
LEÃO, 2015; NEVES; DURO; TOMAZI, 2016; BISSETO et al, 2016). Tal fato justifica-se
pela mulher possuir mais conhecimento sobre as doenças e procurarem mais os serviços de
saúde (IBGE, 2009).Isto se evidencia por estudo realizado na cidade de Botucatu-SP, onde a
predominância das pessoas vacinadas se dá entre as do sexo feminino (66,0%)
(GERONUTTI; MOLINA; LIMA, 2008).
Houve predominância da raça branca/parda neste estudo, o que se justifica pelo fato
de que no estado de Minas Gerais,43,6% dos indivíduos se declaram brancos; estudo
realizado por Neves, Duro e Tomasi (2016)que teve como variável a raça, também
apresentou a predominância da raça branca em seus achados pós-vacinais.
Dos 98 idosos pesquisados no presente estudo, 52,2% apresentaram idade entre 60-
69 anos; investigação realizada por meio da base de dados do SIEAPV de 2004 a 2013 que
avaliou a faixa etária também apresentou maiores números de eventos adversos registrados
nesse mesmo intervalo etário 78,34%(BISSETO et al, 2016) corrobora também com estudo
transversal de base populacional realizado no município de Pelotas-RS que registrou 52% de
idosos na idade que compreende entre 60-69 anos (NEVES; DURO; TOMASI, 2016). Pode-
se observar que nesta faixa etária, o imunobiológico pode ser apresentado como primeira
dose, pois a partir de 60 anos torna-se o idoso, parte do grupo de risco estipulado pelo MS
para receber a vacina, entretanto, o sistema imunológico do idoso pode apresentar resposta
ineficaz frente ao imunobiológico, pois suas células de memória não reconhecem o antígeno
da vacina, dificultando uma resposta imunológica adequada (KINOSHITA, 2010). Este fato
vai sendo modificado ao longo das campanhas, pois o sistema imunológico vai reproduzindo
os linfócitos T de memória, melhorando a resposta imunológica, daí a importância da
imunização anual do idoso.
Discussão 88
Os postos de saúde e Unidades de Saúde da Família foram os locais mais procurados
para o atendimento relacionados a EA neste estudo, Bisseto et al (2016) também apontou
estes estabelecimentos como local de atendimento para EA em pesquisa realizada na base de
dados SIEAPV.
Em relação ao objetivo específico 2classificar os eventos adversos após aplicação da
vacina contra Influenza em idosos, verificou-se neste estudo que 83% deles apresentaram-se
como EANG no que corrobora com estudo realizado por Lopes et al, (2008)que apresentou
36% dos EAPV como EANG (manifestações locais) sendo a queixa “dor” como principal
motivo de notificação.
As manifestações locais neste estudo se caracterizaram por dor, calor, eritema ou
rubor, edema, com porcentagens acima de 32 %. Tais achados coincidem com dados
referidos em estudo de coorte prospectivo realizado na cidade de Tubarão-SC com uma
amostra de 341 participantes, que apresentou dentre outros, dor, hiperemia e endurecimento
como reações locais (PEREIRA et al, 2011). Outro estudo aponta dor e edema em 22% dos
casos registrados como reação adversa local (SILVA et al, 2016). Dor, rubor e calor
apresentaram 37,11% dos casos de eventos adversos notificados por estudo semelhante a
este, realizado por meio de fichas de notificações com população de idosos entre 2002 a 2013
(BISETTO et al, 2016).
Os sintomas apresentados em relação às manifestações sistêmicas neste estudo se
apresentaram em menor número que as manifestações locais, entretanto são muito relevantes
em se tratando de pessoas idosas, pois podem levar a sequelas permanentes principalmente a
nível neurológico. Estas, foram caracterizadas por, prurido generalizado, diarréia, vômitos,
exantema generalizado, náuseas, espirros, tosse seca, dispnéia, rouquidão, hipotensão,
letargia, taquicardia, parestesia, angioedema de lábios, paralisia de MMII, angioedema de
olhos, cianose, rinorréia, edema em região do cotovelo, apneia, dificuldade para respirar,
alteração do nívelde consciência, hipotonia, lifoadenopatia regional, palidez, paralisia facial,
paresia e urticária generalizada.
Tais manifestações apareceram em outros estudos, parcialmente ou semelhantes
como mialgia, desconforto respiratório (NEVES; DURO; TOMASI, 2016), reação de
hipersensibilidade, exantema generalizado, artralgia, febre >= 39,5º, cefaleia, mialgia,
urticária generalizada, cefaleia associada a vômito e hipersensibilidade (BISSETO et al,
2016), cefaléia, mialgia, mal-estar e coriza (LOPES et al, 208), mialgia, parestesia, reação de
hipersensibilidade, mielite, dificuldade de deambular, entre outros (SILVA et al, 2016),
Discussão 89
febre, mal estar, mialgia, cefaléia, linfonodomegalia, diarréia, vômito, secreção nasal, tosse,
artralgia (PEREIRA et al, 2011).
Este estudo apresentou uma notificação de EAG caracterizada por prurido e
hiperemia ocular, que pode corresponder à Síndrome Óculo-respiratória, descrita no Canadá
após campanha de vacinação de 2000-2001. É caracterizada por hiperemia ocular, edema
facial e/ou sintomas respiratórios que surgem até 24 horas pós vacinação e são auto-
limitados, provavelmente é causada por aumento sérico do nível de citocinas pró-
inflamatórias (Al-DABBAGH et al, 2013).
Dentre outras manifestações, as neurológicas são as que mais merecem atenção dos
profissionais de saúde que recebem o indivíduo idoso com queixas, como suspeita de
Síndrome de Guillain-Barré (SGB), narcolepsia (caracterizada por sonolência incontrolável)
e sintomas Ósteo-musculares. No presente estudo foi identificado um evento associado à
Síndrome de Guillain-Barré (SGB) e outro com orientação para avaliar risco benefício da
aplicação da vacina por suspeita de SGB. Outros estudos apontam semelhantes achados
também em menor número (BISSETO et al, 2016; COSTA; LEÃO, 2015; SALMON et al,
2013).
Os EAG neste estudo que tiveram diagnóstico para Síndrome de Guilain-Barré,
apresentam-se condizentes com outro estudo que verificou cinco casos em nove anos
diagnosticados como SGB pós vacinação contra influenza (BISETTO et al, 2016). Segundo
dados do VAERS (Vaccine Adverse Event Reporting System) sobre eventos adversos pós
vacinação contra influenza H1N1 de 2005 a 2009 nos EUA, a ocorrência de Síndrome de
Guilain-Barré é maior nas pessoas com idade igual ou superior a 65 anos (VELLOZZI et al,
2010).
Metanálise realizada nos Estados Unidos em 2009 incluindo oito organizações
médicas dentre elas o (Food and Drug Administration) FDA e (Centers for Medicare and
Medicaid Services) CMS concluiu que a Síndrome de Guillain-Barré é um Evento adverso
esperado pós vacinação contra Influenza, recorrente em menor proporção, com a idade média
de ocorrência de 62 anos em tal estudo (SALMON et al, 2009).
Pesquisa aponta que 17,9% de idosos apresentaram algum tipo de reação adversa pós-
vacinação e que 42,0% apresentaram sintomas gripais (GERONUTTI; MOLINA; LIMA,
2008). Outra investigação demonstrou que 7,02% dos idosos apresentaram reação adversa
pós-vacinação, sendo que a vacina Influenza representou 15,78% dos casos de notificações
cujos sinais e sintomas de manifestações sistêmicas foram febre>= 39,5º, cefaleia,
Discussão 90
sonolência, náuseas, diarreia, exantema generalizado, entre outras (SCHIMIDT; SILVA,
2014).
Estudo que investigou reações neurológicas pós-vacinação contra Influenza em
idosa de 69 anos, 15 dias após vacinação, cujos sintomas apresentados foram alterações do
comportamento e rebaixamento do estado mental, após exame de ressonância magnética
constatou-se “hiper intensidade giroscópica no FLAIR com supressão dos seios fronto
parietal direito” sendo o quadro revertido após tratamento com corticosteróides (LESSA et al,
2014).
Erro de Imunização (EI) neste estudo apresentou 10,2% das notificações de eventos
adversos. Caracterizaram-se por aplicações duplas do mesmo imunobiológico por falta de
informação do idoso de já ter sido vacinado ou por esquecimento do cartão, o que não condiz
com as diretrizes dispostas no Manual de Vigilância Epidemiológica dos Eventos Adversos
Pós Vacinação. Pois se trata de um desafio dos serviços de saúde para proporcionar as boas
práticas da vacinação. É um evento evitável, pois está sob controle dos profissionais da
saúde. Podem estar relacionados à prática, produtos, procedimentos e sistemas. É capaz de
causar falta ou redução do efeito esperado e /ou eventos adversos graves, podendo ser fatais
(Brasil, 2014).
De acordo com o objetivo específico 3 Verificar se existe associação entre os dados
sócio demográficos e os eventos adversos, verificou-se que após aplicação dos testes
estatísticos a variável sexo (feminino) mostrou-se significativo em relação aos EANG. O que
corrobora com Klein, Marriott e Peixes (2015) que refere os EANG (reações locais) pós
vacinação contra Influenza, é mais frequente em mulheres do que em homens, bem como
outros autores (PEREIRA et al, 2011; SCHIMIDT; SILVA, 2014; KLEIN; COSTA LEÃO,
2015; NEVES; DURO; TOMAZI, 2016; BISSETO et al, 2016).
Em relação às outras variáveis, idade, raça, imunobiológico e laboratório de
distribuição da vacina, não houve associação significativa e não foram encontrados outros
estudos que as relacionassem com evento adverso pós vacinação.
Em se tratando do objetivo específico 4, ou seja,verificar se existe ocorrência de
notificações de eventos adversos pós vacinação contra Influenza em idosos
institucionalizados não foi possível identificar tal informação nesta pesquisa, pois, as fichas
de notificação não trazem a informação no “campo endereço” se trata-se de uma ILPI ou não,
entretanto estudo prospectivo publicado em 2009, realizado numa população de119 idosos
institucionalizados na cidade de Campinas-SP, demonstrou que destes, 17 indivíduos
Discussão 91
apresentaram algum sintoma pós vacinação como dor, enduração, mal estar, febre, cefaléia e
sintomas respiratórios; refere ainda que a população de idosos institucionalizados por
compartilharem de uma casa coletiva se encontra em estado de vulnerabilidade e piores
condições de saúde (DUARTE; DONALÍSIO, 2009).Sugerem-se mais estudos em relação
aos idosos institucionalizados, já que estes vivem em condições coletivas e podem se
encontrar em estado de maior vulnerabilidade.
A vacina é a melhor forma de prevenção contra a contaminação por Influenza
segundo o Ministério da Saúde, entretanto a crença que a vacina não é necessária e os relatos
de reação adversa após vacinação levam o idoso a não vacinação (FRANCISCO; BARROS;
CORDEIRO, 2011). Desta forma, faz-se necessária a avaliação do risco benefício, levando
em consideração a particularidade de cada idoso a ser vacinado.
Pesquisas referem que a não adesão à vacinação pelos idosos se dá por medo de
reações ocasionadas pela vacina, tais medos referem-se a notícias disseminadas pelos
próprios idosos que receberam a vacina, apresentaram algum evento adverso e não obtiveram
a devida orientação da equipe de enfermagem (SANTOS et al, 2011; OLIVEIRA et al, 2016-
a).
Outro estudo refere que o idoso acredita que a vacina contra Influenza pode causar a
doença, tem medo das reações, falta informação adequada, cabendo ao profissional de
enfermagem a correta orientação desmistificando assim a realidade sobre a vacina contra
influenza proporcionando maior adesão às campanhas (CESARIN et al, 2011).
Revisão sistemática que utilizou dados de 1999 a 2013, avaliou 73 publicações
referentes a efetividade da estratégia Brasileira da vacina contra Influenza e constatou que a
redução na mortalidade e hospitalizações por causas relacionadas à Influenza foi reduzida e
que a vacina é pouco efetiva, porém é segura, pois os eventos adversos notificados foram
leves e de resolução rápida (LUNA; GATTÁS; CAMPOS, 2010), corroborando com as
informações deste estudo aqui apresentado.
Diante do exposto anteriormente, faz-se necessário a participação mais efetiva, com
abordagem baseada nas tecnologias leves/duras, da equipe de profissionais que recebe os
idosos nos estabelecimentos de saúde com queixa de algum sintoma que pode estar
relacionado à vacinação contra Influenza. Deve-se desta forma, realizar a notificação para
proporcionar investigação destes eventos adversos. Entretanto observa-se um certo
desconhecimento dos profissionais de enfermagem sobre tal notificação de eventos adversos,
Discussão 92
por considerarem importante notificar apenas eventos adversos graves e não esperados
(OLIVEIRA et al, 2014).
Neste estudo, as fichas de notificação de reação adversa pós vacinação contra
influenza não continham todas as informações preenchidas, existindo falta de informação
sobre exames laboratoriais, falta de informação sobre doenças e uso de medicações prévias,
não preenchimento da conclusão do caso, falta de informação sobre atendimento médico,
entre outras, demonstrando assim preenchimento incorreto e inconclusivo.
Nesse contexto, a vacina contra Influenza aparece em 21% das notificações de
reações adversas pós-vacinação em pesquisa realizada no interior da cidade de São Paulo,
sendo que as fichas de notificação pesquisadas não continham informações completas como
qual vacina tinha sido administrada e quais reações adversas decorrentes dessa vacinação,
dificultando a análise dos dados coletados (SHIMIDIT; SILVA, 2014).
Outro estudo que utilizou dados secundários de fichas de notificação de eventos
adversos pós vacinação, refere que de 105 fichas coletadas 48 continham informações
incompletas, no que comprometeu a análise das fichas de maneira adequada (SHIMIDT;
SILVA, 2014).
Desta forma, outra pesquisa com utilização de dados do SIEAPV, encontrou fichas
incompletas, subnotificação de eventos adversos, erros no preenchimento no campo
“encerramento” sendo encerradas como “indefinida” (SILVA et al, 2016). Bisseto et al
(2016) também referem dificuldades em relação aos registros do SIEAPV, por má qualidade
nos registros e subnotificações de casos.
Sob esta perspectiva, estudo realizado no município de Feira de Santana-BA em
cinco UBS, onde foi realizado coleta de dados com oito enfermeiras e sete técnicas de
enfermagem, observou-se que os eventos adversos decorrentes de vacinação não eram todos
notificados, sendo encaminhados a outros profissionais, não caracterizando assim uma rotina
de todos, houve casos em que o profissional teve receio em notificar resultando em
subnotificação. Concluiu-se que alguns profissionais notificavam apenas os casos que
consideravam “fora do comum”, cefaléia, por exemplo, não era uma queixa notificada,
entretanto assumiam que todos os casos deveriam ser notificados e que a falta de notificação
dificulta o conhecimento dos eventos adversos e tomada de medidas preventivas em relação a
reações adversas (OLIVEIRA et al, 2014).
O conhecimento do enfermeiro frente a todas as ações preconizadas pelo PNI é
desatualizado, uma vez que suas ações englobam um processo dinâmico e constante
Discussão 93
mudanças nos calendários, não sendo oferecido ao profissional enfermeiro capacitação e
acompanhamento. Estudo realizado sobre o conhecimento dos profissionais de enfermagem
em sala de vacina concluiu que encontraram falhas na execução dos procedimentos
estabelecidos pelos manuais de vacinação. E que a qualificação contínua dos profissionais
enfermeiros é essencial para uma assistência de qualidade (MARINELLI; CARVALHO;
ARAÚJO, 2015).
Em se tratando de qualificação dos profissionais de enfermagem, a compreensão do
processo de imunização no idoso, suas possíveis reações e a resposta imunológica que cada
indivíduo apresenta interfere substancialmente na eficácia da vacina.
Neste contexto, a replicação celular e a síntese de composições proteicas, são
fundamentais na resposta imune sendo afetadas pelo estado nutricional do indivíduo para
determinar o metabolismo celular e sua eficácia ao reagir aos estímulos. Sendo assim, a
carência de nutrientes afeta a fagocitose celular, a produção de anticorpos e de citocinas.
Desta forma a escassez nutricional otimiza as alterações da resposta imunológica levando a
pouca proteção vacinal evidenciada em idosos,além do desenvolvimento de doenças
autoimunes, neoplasias e infecções como pelo vírus Influenza (MALAFAIA, 2008).
Estudos demonstram que a deficiência de vitaminas em especial o zinco e vitamina
C afetam a eficácia da resposta imunológica no idoso (HERMINDA; SILVA; ZIEGLER,
2010; MALAFAIA, 2008; CRUZ; SOARES, 2011).
O zinco atua desempenhando papel importante na maturação dos linfócitos B, sua
deficiência causa prejuízo nessa maturação, além de diminuir o número de linfócitos T CD8+
que maturam no timo, órgão que, na deficiência do zinco se atrofia (CRUZ; SOARES, 2011;
EWERS; RIZZO; KALIL FILHO, 20018).
Com a imunossenescência o idoso sofre tais alterações nas células de defesa
mediadas pelos linfócitos T e pela resposta humoral (linfócitos B), assim sendo, a
suplementação com zinco e selênio associado ou não a outras vitaminas aumenta a proteção
do sistema imunológico no idoso (HERMINDA; SILVA; ZIEGLER, 2010; NOVAES et al,
2005).
Nesse contexto, o objetivo específico 5, desenvolvimento de material educativo para
o profissional enfermeiro, foi realizado a partir das informações contidas nesta pesquisa.
Pensou-se em confeccionar um material utilizando a metodologia do Infográfico que
emprega o uso de cores e imagens combinadas a textos expondo o conteúdo a ser apresentado
Discussão 94
de forma clara e objetiva. O material (Apêndice A) contém: Identificação dos eventos
adversos; Manifestações clínicas e Prevenção.
Iniciou-se fazendo apresentação prévia sobre Influenza e seus tipos, seguida de suas
manifestações clínicas; seguiu apresentando alterações relacionadas ao sistema imunológico
do idoso, a importância da vacina; apresentou os eventos adversos que podem ocorrer; a
importância da notificação destes eventos e como notificar; concluindo com as formas de
prevenção prévia como utilização das práticas preconizadas pelo Programa Nacional de
Imunização (PNI) e fortalecimento do sistema imunológico do idoso através de reposição de
vitaminas e minerais.
Conclusão 95
CONCLUSÃO
_____________________________________________
Conclusão 96
9-CONCLUSÃO
Conclui-se com esta pesquisa que os eventos adversos pós vacinação contra
Influenza no idoso se relaciona ao seu sistema imunológico, que as fichas de notificação são
mal preenchidas, que as mulheres apresentam mais reações adversas pós vacinação contra
influenza, sendo essas reações consideradas como EANG.
Os eventos adversos não graves apresentaram-se em maior proporção nesta
pesquisa, entretanto os EAG se caracterizaram por sintomas neurológicos. Casos em que se
deve ter maior atenção e conhecimento para identificação do evento de forma adequada e
tomada de decisão eficaz, proporcionando assim, melhor qualidade de vida para o indivíduo
idoso, uma vez que tais eventos podem se tornar incapacitantes.
As UBS apareceram neste estudo como principais locais de procura de notificação
dos eventos adversos pós-vacinação, geralmente são os locais onde o imunobiológico é
aplicado. Cabe ao enfermeiro responsável pela sala de vacina a correta orientação dos
profissionais que ali atuam, para maior esclarecimento em relação aos eventos adversos que
podem ocorrer, proporcionando acolhimento aos usuários idosos otimizando a adesão à
vacinação, bem como a fiscalização do manuseio correto dos imunobiológicos e sua
aplicação a fim de não incorrer a eventos evitáveis.
As notificações de eventos adversos são de fundamental importância para o
conhecimento dos casos que surgem após a aplicação da vacina, podem ser realizadas por
qualquer profissional da saúde e devem ser notificados todas as queixas pós vacinais, não
cabendo ao notificador o julgamento se é relevante ou não. Uma vez notificado, os dados vão
para o SIEAPV onde são registrados e investigados. Tal informação é de fundamental
importância para o conhecimento dos eventos mais recorrentes e assim melhor tomada de
decisão.
Fica evidente nesta pesquisa que a imunossenescência é a principal causa da pouca
efetividade da vacina contra Influenza. Faz-se necessário ao enfermeiro que assiste ao idoso,
seja na UBS, seja em domicílio ou em instituições de longa permanência atentar-se para o
estado de saúde da pessoa idosa que se relaciona a fatores nutricionais, uma vez que este
contribui para a manutenção do sistema imunológico no idoso. Segundo artigos pesquisados,
a reposição de algumas vitaminas e minerais como zinco, vitamina D e vitamina C se fazem
Conclusão 97
necessário para o fortalecimento do sistema imunológico melhorando desta forma a resposta
à vacinação.
Espera-se com este estudo, orientar o profissional enfermeiro na utilização das
tecnologias leves/ duras a fim de otimizar o atendimento a essa população pouco assistida
adequadamente. Espera-se ainda incentivar outras pesquisas a respeito deste tema a fim de
melhorar à adesão a coberturas vacinais nos idosos.
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Apêndice 115
Apêndice
_________________________________________________
Apêndice116
Apêndice A - Folheto explicativo de orientação para enfermeiros
Apêndice117
Apêndice118
Anexos 119
ANEXOS
Anexos 120
Anexo A- Solicitação de Autorização para Instituição Concernente
Ribeirão Preto, 09 de agosto de 2017
Ilmo (a) Sr(a) Eva Lídia Arcoverde Medeiros
Coordenação de Imunização /DVE/ CI/SES-MG
Prezado senhor (a),
Venho por meio deste ofício, solicitar autorização junto à Superintendência Regional de
Saúde, para a realização de coleta de dados referentes à EAVP do si-pni.dataus.gov.br do Ministério
da Saúde. Esclareço que esta coleta de dados embasará a pesquisa: “Eventos Adversos pós
Vacinação contra Influenza em Idososde Minas Gerais”, a ser desenvolvida no Programa de pós
Graduação de Mestrado Profissional Tecnologia e Inovação em Enfermagem da Escola de
Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Sou a pesquisadora responsável por tal
pesquisa e minha orientadora é a Profa. Dra. Rita de Cássia de Marchi B Dalri. Meu objetivo é
identificar os eventos adversos notificados referentes à vacinação contra Influenza no idoso no
período de 2014 e 2016.
Esclareço que a coleta de dados será realizada pela Enfermeira Damiana Rodrigues,
responsável pela pesquisa, após autorização da instituição SRS-BH participante e aprovação pelo
Comitê de Ética da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto CEP-CONEP via Plataforma Brasil,
respeitando a legislação em vigor em ética e pesquisa com seres humanos no Brasil. Assumo utilizar
os dados obtidos somente para fins de pesquisa, bem como disponibilizá-los para esta instituição.
Anexos 121
Anexos 122
Anexo B–Autorização da instituição concernente
Anexos 123
Anexo C – Termo de Compromisso e utilização de dados
Anexo-C
Ribeirão Preto, 09 de agosto de 2017
Termo de Compromisso de Utilização de Dados (TCUD)
Eu, Damiana Rodrigues,aluna do Programa de Pós Graduação Mestrado
Profissional Tecnologia e Inovação em Enfermagem da Escola de Enfermagem de
Ribeirão Preto -USP, no âmbito do projeto de pesquisa intitulado “Eventos Adversos Pós-
Vacinação contra Influenza em Idosos de Instituições de Longa Permanência de Minas
Gerais”, comprometo-me com a utilização dos dados contidos no banco de dados de
acesso restrito à Superintendência Regional de Saúde (si-pnidatasus), a fim de obtenção
dos objetivos previstos, e somente após receber a aprovação do sistema CEP-CONEP.
Comprometo-me a manter a confidencialidade dos dados coletados acerca dos
EAPV, bem como com a privacidade de seus conteúdos.
Esclareço que os dados a serem coletados se referem aos eventos adversos pós-
vacinação contra influenza em idosos institucionalizados de Minas Gerais, no período de
2014 a 2016.
Declaro entender que é minha à responsabilidade de cuidar da integridade das
informações e de garantir a confidencialidade dos dados e a privacidade dos indivíduos que
terão suas informações acessadas.
Também é minha a responsabilidade de não repassar os dados coletados ou o banco
de dados em sua íntegra, ou parte dele as pessoas não envolvidas nesta pesquisa.Por fim,
comprometo-me com a guarda, cuidado e utilização das informações apenas para
cumprimento dos objetivos previstos na pesquisa aqui referida. Qualquer outra
Anexos 124
Anexos 125
Anexo D – Termo de Despensa de Consentimento Livre e Esclarecido
Anexos 126
Anexo E- Aprovação CEP
Anexos 127