Ética na Política - 2ª Edição
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Convido você,
a participar:
nós podemos fazer
um Brasil melhor.
Wesley Collyer
ÉTICANA POLÍTICA
A indignação de quem trabalhapor um Brasil melhor
Copyright © 2010 por Wesley Collyer
preparo de originaisKeyser Collyer e Eliane A. L. Guimarães
revisãoRodrigo Brasil
capa, projeto gráfico e diagramaçãoAnderson Barbosa - 48 9167 [email protected]
impressãoGráfica Nova Letra
DIREITOS E PERMISSÃO DE UTILIZAÇÃO
É permitida a reprodução com a identificação da fonte.
ContatosFone: (48) 3039.1023
Catalogação na Publicação: Bibliotecária Cristina G. de Amorim CRB-14/898
C715e Collyer, Wesley. Ética na Política. A indignação de quem trabalha por um Brasil melhor /
Wesley Collyer, Florianópolis: Editora Modelo , 2010.
104p. 21cm
ISBN 978-85-7874-168-6
1. Política. 2. Crônicas jornalísticas. I. Título.CDU 320-5
5Ética na Política
Nação sem raízes
Laudelino José SardáJornalista e professor, Dr.
A histórica série de imoralidades na política brasileira não de-corre da fragilidade das leis. A origem é a corrupção dos ho-mens. Enquanto a Nação não atacar essa perversão em suas raízes, não haverá leis constitucionais capazes de tornar o tripé da democracia – executivo, legislativo e judiciário – a sustenta-ção de uma sociedade decente, moral e igualitária.
O livro “Ética na Política”, de Wesley Collyer, caracteriza-se como mais uma arma de combate à corrupção, em um cenário onde não se enxergam limites à indecência, nem mesmo dos tantos eleitos que se comprometeram, em discursos de palan-que, a colocar a Nação no trilho da moralidade pública.
É necessário entender a ética como uma necessidade indivi-dual, e todas as ações do homem são avaliadas pela sua própria consciência de valor. Mas, como observa Gilles Lipovetsky, em seu livro “Crepúsculo do Dever”, a moral foi posta de lado no pós-modernismo, enquanto os deveres individuais se sobrepõem aos coletivos. Os desejos se tornaram imediatistas em um mundo inteiramente consumista, em que o descartável dificulta a visão do real humano.
Collyer diz, no artigo “Um filme chamado Brasil”, que o es-cândalo nasce e morre nos meios de comunicação e os ladrões continuam impunes. Sim, os desejos dos políticos são avalizados pela impunidade, permitida pela própria complexidade do poder público. As leis e a jurisprudência ensejam armadilhas verbais e a conivência da autoridade. As estruturas da falsa democracia são
Prefácio
6 Wesley Collyer
viciadas desde o advento da República, atropelada, ao longo de mais de cem anos, por golpes e contragolpes de militares vampi-ros e de civis de quepe.
A corrupção é endêmica e histórica no Brasil e contamina todos os níveis hierárquicos das organizações públicas, estatais e privadas. Se fossem somados todos os recursos desviados nos úl-timos 50 anos, seria possível construir mais de 10 cidades como Brasília, dotar o país de uma invejável malha ferroviária e tripli-car as pistas de todas as rodovias. Além disso, a nossa Nação não estaria ainda exibindo cerca de 30 milhões de brasileiros que se alimentam três vezes por semana, além da miséria da saúde e do deplorável estado da maioria das escolas públicas.
A ética funde-se numa hierarquia absoluta de valores em que se encarna a vontade do poder, como observa Nietzsche. E é no poder que se camuflam o egoísmo e a hipocrisia de políticos. Ora, a política é, justamente, a doutrina do direito e da moral, como está exposto na ética de Aristóteles. Mas, infelizmente, não há raízes na formação humana brasileira que ramifiquem o bem em nome de uma sociedade justa e moral. A força do bem é insuficiente para vencer o mal que se alastra no império político brasileiro, sob a escolta de autoridades trânsfu-gas que fragilizam as leis.
O livro de Wesley Collyer reúne vários de seus artigos, mos-trando a podridão da política do Brasil, que corrói os tecidos sociais e desestrutura os governos. Vivemos em uma Nação sem perspectivas de acabar com a impunidade e as prisões especiais, e nem de tornar as leis mais severas, sem distinção. Infelizmente, as eleições ainda não ajudam o Brasil a remover seus entulhos políticos, porque é justamente no dia do voto que a corrupção ganha ainda mais força. Logo, só uma justiça ética seria capaz de pôr a Nação no caminho da dignidade do ser político.