Estudos biblicos avancados leandro bertoldo

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LEANDRO BERTOLDO Estudos Bíblicos Avançados 1 ESTUDOS BÍBLICOS AVANÇADOS LEANDRO BERTOLDO

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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ESTUDOS BÍBLICOS

AVANÇADOS

LEANDRO BERTOLDO

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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Dedico este livro

À minha querida esposa Daisy,

pelas orações e constante incentivo.

Ao meu grande amigo Paulo Mazanti

pelo apoio nos momento em que mais necessitei.

Aos Pastores

João Batista da Silva e

Adeilton Carlos Silva

pela dedicação e incansável trabalho entre o povo de Deus.

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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A obra evangelística, de abrir as Escrituras aos outros,

advertindo homens e mulheres daquilo que está para vir ao mundo,

deve ocupar, mais e mais, o tempo dos servos de Deus.

Ellen Gould White

Escritora, conferencista, conselheira,

e educadora norte-americana.

(1827-1915)

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PREFÁCIO

Não basta conhecer, é preciso acreditar.

Não basta acreditar, é preciso aceitar.

Não basta aceitar é preciso praticar.

Leandro Bertoldo

Este livro materializa mais um passo na consolidação do ardente desejo do

autor em oferecer aos instrutores bíblicos uma ferramenta de estudo que seja simples,

útil, e ao mesmo tempo séria para garantir uma preparação doutrinária essencial e

segura de todos aqueles que possuem algum interesse em conhecer os principais

ensinos das Sagradas Escrituras.

O desejo do autor nasceu com a primeira edição de Encontro com a Bíblia,

prontamente acolhido pelo público em geral, e especialmente pelos membros da igreja.

Trabalho que vem se destacado como um guia de estudo sistemático das principais

doutrinas bíblicas. Largamente utilizado nos estudos bíblicos de pequenos grupos e

classes bíblicas.

A presente obra é constituída por uma série de vinte e seis estudos bíblicos

fundamentais extraídos das Sagradas Escrituras. Cada estudo foi elaborado em forma

temática, e estruturado por doze versículos bíblicos. Tanto a seqüência da série de

estudos, como a seqüência dos versículos bíblicos, que constituem individualmente

cada tema de estudo, foram organizados numa ordem lógica e progressiva, partindo

dos conceitos mais simples e progredindo até aos mais complexos. Portanto, os

estudos bíblicos aqui apresentados não são independentes dos anteriores, devendo cada

estudo ser ministrado somente após o estudo anterior ter sido completamente

assimilado pelo interessado.

O conteúdo deste livro foi cuidadosamente selecionado, tomando-se por base

um número mínimo de doutrinas bíblicas, mas que realmente são necessárias à

imediata compreensão do candidato ao batismo.

Os comentários apresentados em cada um dos versículos que constituem esta

obra foram elaborados com base na larga experiência do autor como professor em

curso preparatório para candidatos ao batismo. Os temas aqui abordados vêm sendo

amplamente utilizados desde 1994 na forma de guia de estudo que, comentados, deram

origem ao presente livro. É claro que esta obra não pretende ser um texto completo

sobre todas doutrinas bíblicas, mas procura apresentar alguns temas que são

considerados importantes para a preparação de novos conversos ao reino de Deus.

A partir dos versículos bíblicos, organizados por temas objetivos em ordem

lógica e progressiva, o autor procurou explanar o conteúdo de cada passagem bíblica,

numa linguagem extremamente simples, clara e objetiva visando unicamente à perfeita

compreensão, por parte do leitor, do tema discutido em cada estudo bíblico. Mesmo

porque um estudo bíblico é simplesmente uma paráfrase do texto bíblico limitado aos

parâmetros do tema selecionado para estudo, tendo sempre em vista todo o contexto da

Bíblia Sagrada.

Além dos comentários apresentados, cada versículo traz uma questão

pertinente ao tema exposto. Isso para que o leitor possa avaliar o seu grau de

compreensão do assunto e o estágio de sua preparação. É claro que a metodológica de

perguntas e respostas facilita bastante o aprendizado da doutrina pelo aluno.

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LEANDRO BERTOLDO

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Quanto à interpretação do texto bíblico, esta obra adotou a abordagem da

chamada “Interpretação Autêntica Contextual”. Por essa forma de interpretação cada

texto sobre um mesmo tema irá esclarecer, explicar ou ampliar os limites de

compreensão do assunto em pauta, bem como irá esclarecer versículos mais obscuros

que trata do mesmo tema. “Vedes aqui, isto achei diz o pregador, conferindo uma

cousa com a outra para achar a causa”. (Eclesiastes 7:27). “Porque é mandamento,

sobre mandamento, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, regra sobre

regra: um pouco aqui, um pouco ali”. (Isaías 28:10). Desse modo, a Bíblia explica-se a

si mesma. E, tendo em vista que tal esclarecimento é dado por força da própria Bíblia,

torna-se obrigatória sua observância doutrinária como regra de fé, doutrina e prática.

O livro foi especialmente planejado com o propósito de ser apresentado num

curso de um semestre para interessados que nunca tiverem um contato mais íntimo

com a Bíblia. E para que haja um bom aproveitamento, é aconselhável que o instrutor

procure apresentar somente um estudo bíblico por semana. Esse período é necessário

para que o interessado tenha tempo para refletir e absorver o conteúdo do estudo

bíblico apresentado. O autor alerta ao instrutor que cada estudo bíblico foi concebido

para ser ministrado no máximo durante um período de quarenta a cinqüenta minutos, e

nada mais, pois a mente humana não consegue reter muita informação descarregada de

uma vez.

Desde o princípio deste trabalho o autor contou com o apoio de diversas

pessoas que, por meio de suas críticas e sugestões, acabaram constrangendo-o a

aprofundar e a ampliar os comentários apresentados no presente livro. Entre essas

pessoas destaca-se sua amada esposa Daisy Menezes Bertoldo que teve a paciência de

ler e reler cuidadosamente as primeiras versões deste trabalho. A ela o agradecimento

do autor.

Esperamos que, com a compreensão e a dedicação ao estudo dos comentários

doutrinários aqui expostos, os instrutores bíblicos possam contar com mais uma

valiosa ferramenta, não só em suas atividades missionárias, mas também em suas vidas

privadas. É o sincero desejo do autor.

Leandro Bertoldo

[email protected]

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SUMÁRIO

01. Significado da Bíblia

02. Profecia de Daniel dois

03. Promessas da volta de Jesus

04. Sinais da volta de Jesus

05. Um novo mundo

06. Plano da salvação

07. Passos para a salvação

08. Oração

09. Rebelião de Lúcifer

10. Estado dos mortos

11. Espiritismo

12. Inferno

13. Razão do sofrimento

14. Lei de Deus

15. Sábado

16. Domingo

17. Falsas Igrejas

18. Santuário terrestre

19. Juízo Investigativo.

20. Dízimo

21. Temperança

22. Dom de profecia

23. Espírito de profecia

24. Pecado sem perdão

25. Batismo

26. Grande Comissão

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ESTUDO BÍBLICO 1

SIGNIFICADO DA BÍBLIA

EXAMINAR AS ESCRITURAS

1. Segundo Jesus, o que devemos examinar?

R.: “Examinai as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas

que de mim testificam”. João 5:39

A “Bíblia Sagrada”, também conhecida por “Escrituras Sagradas”, é

constituída por 66 livros distribuídos em dois Testamentos. Sendo que o Antigo

Testamento é constituído por 39 livros, e o Novo Testamento é constituído por 27

livros.

Segundo os ensinos ministrados por Jesus, você deve examinar as Escrituras

Sagradas. Sendo que o ato de “examinar” a Bíblia implica em estudá-la todos os dias

de forma sistemática, detalhada, e sempre refletindo cuidadosamente em sua

mensagem. Também implica em analisar, aplicar e praticar integralmente a mensagem

das Escrituras Sagradas em sua própria vida. Você deve examiná-la porque nelas

encontra-se registrado o caminho que conduz para a vida eterna. E são elas que

profetizam e testemunham a respeito da pessoa de Jesus Cristo.

Quando Jesus pronunciou estas célebres palavras, Ele estava se referindo ao

Antigo Testamento, uma vez que o Novo Testamento ainda não havia sido escrito.

Portanto, Jesus Cristo, longe de denegrir a imagem do Antigo Testamento, na verdade

o exalta, e também orienta todos aqueles que desejam ter a vida eterna para que o

examine, pois no Antigo Testamento além de encontrarmos o caminho para a vida

eterna, ainda encontramos o testemunho a respeito da pessoa de Jesus Cristo.

2. Como se Estuda a Palavra de Deus?

R.: “Porque é mandamento, sobre mandamento, mandamento sobre mandamento,

regra sobre regra, regra sobre regra: um pouco aqui, um pouco ali”. Isaías 28:10

Aproximadamente 40 escritores participaram na produção da Bíblia Sagrada,

durante um longo período de 1600 anos. Entre eles se encontravam sábios, reis,

pastores, historiadores, agricultores, médico, legisladores, sacerdotes, juízes e

pescadores. O primeiro escritor bíblico foi Moisés, que viveu aproximadamente 1500

anos antes de Cristo, e escreveu os primeiros cinco livros da Bíblia. O último desses

escritores foi o apóstolo João, que viveu até ao final do primeiro século da era cristã.

Esses escritores eram provenientes de diferentes classes sociais, e possuíam

diferentes níveis intelectuais. E devido a essa grande diversidade de escritores não é

possível examinar as Escrituras Sagradas como se examina um livro qualquer. As

instruções e orientações contidas na Bíblia foram dadas de forma esporádica, mas

progressivamente no decorrer dos séculos, razão pela qual os seus ensinos encontram-

se esparsos nos sessenta e seis livros que constituem as Escrituras Sagradas.

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Diante desse fato fica claro que a Bíblia Sagrada foi estruturada em

mandamentos sobre mandamentos e de regras sobre regras, localizadas um pouco num

texto e outro pouco em outro texto, motivo pelo qual em seu estudo devemos percorrer

os vários livros da Bíblia “comparando as coisas espirituais com as espirituais” (I

Coríntios 2:13) para poder compreender exatamente o que a Palavra de Deus tem dizer

sobre determinado tema. “Vedes aqui, isto achei diz o pregador, conferindo uma cousa

com a outra para achar a causa”. (Eclesiastes 7:27). E para facilitar a localização dos

preceitos bíblicos, os tradutores a dividiram em livros, capítulos e estes por sua vez em

versículos.

O estudo de um determinado tema bíblico deve sempre ser conduzindo

buscando-se a harmonia completa que existe nas páginas das Sagradas Escrituras. Uma

passagem, a princípio de difícil compreensão, se torna mais clara à medida que

buscamos na Palavra de Deus alguns textos sobre o mesmo tema, e que podem estar

localizados um pouco aqui e outro pouco ali. Empregando esse método de pesquisa

podemos compreender o real significado das passagens bíblicas.

INSPIRAÇÃO DIVINA

3. O que é divinamente inspirado?

R.: “Toda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para

redargüir, para corrigir, para instruir em justiça”. II Timóteo 3:16

Nessa passagem o apóstolo Paulo diz que toda a Escritura divinamente

inspirada é proveitosa na vida do cristão. E por “divinamente inspirada” ele quer dizer

toda Escritura inspirada por Deus. Tecnicamente, a palavra “toda a Escritura” inclui

tanto o Antigo Testamento como o Novo Testamento.

Que o Antigo Testamento foi escrito sob a inspiração divina, fica claro com o

emprego da expressão: “Assim me disse o Senhor”, “Veio a mim a palavra do Senhor”

ou outra equivalente que são citadas mais de 1300 vezes no Antigo Testamento. Além

disso, Jesus Cristo e os apóstolos sancionaram e aprovaram a veracidade e autoridade

do Antigo Testamento. Eles citaram constantemente seus textos para apoiarem seus

ensinos, e viveram em conformidade com os seus sagrados preceitos.

Portanto, toda a Escritura inspirada por Deus - entende-se os sessenta e seis

livros que constituem toda a Bíblia Sagrada - é proveitosa para ensinar as verdades que

conduzem o cristão no caminho da vida eterna. Serve para redargüir (responder,

replicar) ao cristão sobre suas convicções ou atitudes. Ela serve para corrigir aquele

que anda por caminhos desviados e que deseja fazer a vontade de Deus. Ela também é

útil para instruir o crente em justiça tornando-o uma pessoa melhor na sociedade, e

mais justa diante dos homens e de Deus.

4. Os homens santos de Deus foram inspirados por quem?

R.: “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de

particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de

homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito

Santo”. II Pedro 1:20-21

O apóstolo Pedro ensina claramente que nenhuma profecia das Sagradas

Escrituras é de particular interpretação. Isto porque a mensagem da Bíblia não foi

produzida pela vontade de qualquer homem. Mas homens consagrados a Deus falaram

movidos ou inspirados pela terceira pessoa da santíssima trindade: O “Espírito Santo”.

Observe o que disse um dos escritores do Antigo Testamento: “O espírito do Senhor

falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca”. (II Samuel 23:2).

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A própria Bíblia admite que ela foi escrita por homens. Todavia não era

qualquer tipo de homem. Eram homens santos que falaram da parte de Deus inspirados

pelo Espírito Santo. Logo, o Antigo e o Novo Testamento não são produtos da mente

humana, mas sim da mente de Deus. As várias formas de estilos com que as Sagradas

Escrituras foram escritas atestam que, muito embora a mensagem inspirada seja de

Deus, a forma de expressá-la é dos homens santos de Deus.

Já foi dito que a Bíblia Sagrada contém 66 livros distribuídos em dois

Testamentos. Os quais foram escritos durante um período de aproximadamente 1600

anos, abrangendo uma enorme variedade de tópicos. Além disso, foi escrita por 40

diferentes autores provenientes das mais diferentes classes sociais, e que viveram em

diferentes períodos históricos. Apesar dessa enorme diversidade de autores e assuntos,

existe uma perfeita unidade de tema e propósito em toda a Bíblia Sagrada. Um escritor

não contradiz o que foi escrito por outro. A unidade dos textos bíblicos fornece uma

forte evidencia de que o verdadeiro autor das Sagradas Escrituras é Deus, que inspirou

os homens santos a escreverem as mensagens que desejava comunicar à humanidade.

Além da unidade apresentada pelos livros que compõem as Sagradas

Escrituras, uma outra evidência sobre a origem divina da Bíblia está relacionada com

as profecias. Com base nas profecias cumpridas temos suficientes evidências para

confiarmos em seus ensinos. Também temos evidências para crer que as profecias que

ainda não se cumpriram, certamente se cumprirão com precisão absoluta.

Quando você toma um exemplar da Bíblia Sagrada em suas mãos, esteja

absolutamente certo de que ele contém a Palavra de Deus, e que conserva íntegro todo

o seu conteúdo original. A análise de milhares de pergaminhos e papiros, contendo

antiqüíssimos textos bíblicos, espalhados pelos principais museus do mundo, atestam -

sem deixar margem para dúvidas - que o conteúdo das Bíblias atuais correspondem

exatamente ao conteúdo dos primeiros escritos da Bíblia. Portanto, pode-se concluir

que o conteúdo bíblico não sofreu nenhum processo de alteração no decorrer dos

séculos. A Bíblia que temos em mãos corresponde exatamente aos manuscritos

bíblicos originais.

PARA QUE SERVEM

5. As Escrituras foram escritas para o ensino de quem?

R.: “Porque tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para que pela

paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança”. Romanos 15:4

Nos primórdios da Igreja Cristã o Novo Testamento ainda não tinha sido

escrito. Portanto, os cristãos liam e praticavam os ensinos das Escrituras contidos no

Antigo Testamento, acrescidos pelas orientações e ensinos que os apóstolos pregavam.

O apóstolo Paulo, divinamente inspirado, diz que tudo o que antes foi escrito, -

evidentemente este “antes” refere-se ao Antigo Testamento – foi escrito para o ensino

e orientação daqueles que crêem que as Sagradas Escrituras é a mensagem de Deus aos

homens.

O estudo diário da Palavra de Deus gera no coração do crente a convicção de

sua verdade, e a prática diária de suas mensagens gera no espírito do crente a paciência

diante das provações, gera o consolo ou conforto diante das perdas que todos sofrem, a

fim de que o cristão tenha sempre esperança no porvir.

6. O que é a verdade?

R.: “Santifica-os na verdade: a tua palavra é a verdade”. João 17:17

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Em sua oração intercessória a favor de todos aqueles que iriam crer em Seu

nome, Jesus solicitou ao Pai que todos Seus seguidores fossem santificados na

verdade. Talvez você esteja se perguntando: mas que verdade? Jesus mesmo responde:

“a tua palavra é a verdade”. Portanto o cristão deve ser santificado na Palavra de Deus.

Só a Bíblia é a Palavra de Deus, e nada mais! Tradições, teologias, literaturas,

catecismos, sermões, tudo o mais é produto da mente humana, e não faz parte da

Palavra de Deus, porque não são inspirados por Deus.

Ser santificado na Palavra de Deus significa que o crente deve estudá-la

diariamente para conhecê-la cada vez melhor, bem como se alimentar e absorver seus

sagrados ensinos de tal maneira que venham fazer parte do caráter do cristão, pois era

assim que os santos homens de Deus de alimentavam. “Achando-se as tuas palavras,

logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque

pelo teu nome me chamo, ó Senhor, Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15:16). Significa

viver e morrer em função do que ensina a Palavra de Deus, praticando diariamente

seus santos preceitos. “Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão

viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”. (Mateus 4:4).

Portanto, os ensinos bíblicos devem constituir-se na norma de conduta para

todos cristãos, em todos os momentos de sua vida, pois o cristão precisa ser puro e

santo. E para ser santo precisa praticar, e se conduzir unicamente pelas orientações,

princípios e regras bíblicas. Só as Sagradas Escrituras devem ser empregadas como

regra de fé, doutrina e conduta cristã, o que passar disso é de procedência humana e

deve ser desprezado. O conselho divino para o cristão é o seguinte: “segui a paz com

todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”. (Hebreus 12:14).

7. O que o conhecimento da verdade faz por você?

R.: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. João 8:32

Neste versículo Jesus ensina que o “conhecimento da verdade” tem o poder

para nos libertar. Já sabemos que a “Verdade” é a “Palavra de Deus”. Logo o

conhecimento dos ensinos bíblicos possui o condão para nos libertar, posto que eles

são divinamente inspirados.

Então você pode estar se perguntando? Mas de que coisas o conhecimento da

Palavra de Deus nos liberta? A resposta é muito simples: aquele que passa a conhecer

os ensinos bíblicos torna-se livre do poder do pecado, no qual se encontra escravizado.

(Romanos 6:18). Torna-se livre do poder das superstições que o prendem nas correntes

do medo e receios. O conhecimento da verdade tem o poder para libertar o pecador da

escravidão dos vícios e das paixões carnais. O conhecimento da Palavra de Deus

possui o poder para despertar e desprender os homens dos laços do diabo, em que à

vontade dele estão presos. (II Timóteo 2:26).

8. A fé é pelo ouvir o quê?

R.: “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus”. Romanos 10:17

Esse versículo bíblico informa que a fé somente poderá ser concebida e gerada

em sua inteligência espiritual (Colossenses 1:9) a partir do momento em você passar a

ouvir as mensagens da Palavra de Deus. E este ouvir implica em estudar, conhecer,

refletir, meditar, analisar, praticar e familiarizar-se com os ensinos das Sagradas

Escrituras.

O grande evangelista D. L. Moody em certa ocasião disse que freqüentemente

orava pedindo a Deus que lhe concedesse fé, mas a fé não veio. Um belo dia ele leu

“que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus”. Então resolveu abrir a sua

Bíblia e começou a estudá-la. Desde então sua fé passou a aumentar cada vez mais.

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A Bíblia não opera transformações na vida do homem apenas com base no

conhecimento de seus ensinos, mas principalmente com base na crença que você possa

depositar nesses conhecimentos. O simples conhecimento intelectual das Escrituras

Sagradas não possui virtude alguma para conduzir qualquer pessoa ao caminho da

salvação, mas é necessário que o seu estudo esteja acrescentado da fé em sua

mensagem. (Hebreus 4:2).

A convicção de que a mensagem bíblica é divinamente inspirada pode ser

gerada no coração do crente a partir de várias evidências. A principal delas é

representada pelas profecias que já se cumpriram. Pois as profecias já cumpridas

geram no espírito do homem a plena convicção de que as demais profecias ainda não

cumpridas, também se cumprirão com perfeição. Essa constatação também gera no

espírito humano a convicção de que as demais mensagens das Sagradas Escrituras são

realmente dignas de fé por parte do crente.

ETERNIDADE DA PALAVRA

9. O que passarão e o que não hão de passar?

R.: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”. Mateus

24:35

Jesus Cristo disse que o céu e a Terra passarão, isto é algum dia cessarão de

existir. Em contraste com a duração do céu e a Terra, Jesus disse que Suas Palavras

jamais iriam cessar de existir. Isto significa que a Palavra de Deus permanece para

sempre, enquanto que o céu e a Terra, por serem corruptíveis, são temporários.

Por permanecerem para sempre, as Escrituras Sagradas não podem ser

modificadas, não podem ser alteradas ou mesmo ignoradas pelo homem, pois é a Santa

Palavra de Deus. Assim diz o Senhor: “tudo o que eu vos ordeno, observareis; nada lhe

acrescentarás nem diminuirás”. (Deuteronômio 12:32). A Palavra de Deus é santa e

verdadeira, e se cumpre com exatidão, pois foi inspirada por Deus.

10. Por quanto tempo subsiste a Palavra de nosso Deus?

R.: “Seca-se a erva, e caem as flores, mas a palavra de nosso Deus subsiste

eternamente”. Isaías 40:8

O profeta Isaías, inspirado pelo Espírito Santo, afirmou que a vida é tão fugaz

como a erva do campo que se seca; ou que a beleza do homem é como as flores do

campo que um dia murcham e caem. Em contraste com a transitoriedade da vida

humana o profeta afirmou que a Palavra de Deus permanece para sempre. “Mas a

palavra do Senhor permanece para sempre; e esta é a palavra que entre vós foi

evangelizada”. (I Pedro 1:25).

Mais uma vez o Espírito Santo reforça a idéia de que a Bíblia - perfeita

expressão da vontade de Deus para com os homens - não pode ser mudada ou alterada,

mas permanece para sempre. Portanto, as Escrituras Sagradas são um instrumento útil

a todos os povos, línguas e nações de geração em geração.

CONCLUSÃO

11. Ao que Jesus assemelha aquele que pratica a palavra?

R.: “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-

ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha. E desceu a chuva, e

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correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque

estava edificada sobre a rocha”. Mateus 7: 24-25

Jesus Cristo ensinou numa alegoria que o homem prudente é aquele que escuta

as Suas palavras e as coloca em prática. Fazendo isso, esse homem constrói sua casa

sobre um firme alicerce: “a rocha”. Com isso, Jesus está dizendo que o homem

prudente edifica sua vida sobre as estruturas sólidas de Sua Palavra. E vindo

provações, perdas, aborrecimentos e as desilusões que a vida traz a todos, esse homem

pode suportar firmemente esses dissabores, uma vez que estava edificada sobre a

rocha, pois pela paciência e consolação das Escrituras ele tinha esperança (Romanos

15:4).

12. Ao que Jesus compara aquele que não cumpre a palavra?

R.: “E aquele que ouve estas minhas palavras, e as não cumpre, compará-lo-ei ao

homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. E desceu a chuva, e

correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande

a sua queda”. Mateus 7:26-27

Jesus também ensinou em Sua alegoria que o homem insensato é aquele que

ouve as Suas palavras, mas não as pratica. Cristo comparou esse homem àquele que

edifica sua casa sobre a areia. Com isso Jesus quis dizer que o homem insensato é

aquele que constrói a sua vida sobre fundamentos frágeis, e vindo perdas, provações,

aborrecimentos e as desilusões da vida, esse homem não pôde suportar, e grande foi a

sua queda. E isto porque ele ouviu a Sua Palavra, mas não a colocou em prática em sua

vida, portanto não foi santificado na verdade, razão pela qual também não encontrou

conforto ou a esperança oferecida somente pelas Escrituras Sagradas.

Tanto o homem prudente como o insensato, ouviram as Palavras de Jesus. Mas

a diferença entre ambos é que o homem prudente colocou-a em prática, enquanto que

o homem insensato não a praticou, com isso os dois tiveram destinos totalmente

diversos. Qual desses dois homens você gostaria de ser?

De tudo o que foi dito no presente estudo você precisa crer que a Bíblia

Sagrada é uma coleção de livros inspirados por Deus. E que por essa razão você

precisa tê-la em alta conta, aceitando-a como regra de fé e conduta, devendo examiná-

la e praticar seus sagrados ensinos diariamente, para o seu próprio benefício e

crescimento espiritual.

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ESTUDO BÍBLICO 2

PROFECIA DE DANIEL DOIS

INTRODUÇÃO

1. Qual era o nome do Rei que teve uns sonhos?

R.: “E no segundo ano do reinado de Nabucodonosor teve Nabucodonosor uns

sonhos; e o seu espírito se perturbou, e passou-se-lhe o seu sono”. Daniel 2:1

O profeta Daniel diz em seu livro que Nabucodonosor estava no segundo ano

do seu reinado, quando em certa noite teve uns sonhos impressionantes. Os sonhos o

incomodaram de tal maneira, que o rei se sentiu extremamente perturbado a ponto de

perder totalmente o seu sono.

Na verdade o sonho foi tão perturbador que Nabucodonosor ficou apavorado, a

ponto de acordar e esquecer totalmente do conteúdo do que havia sonhado. Cheio de

aflição, mandou chamar imediatamente à sua presença, os caldeus, magos,

encantadores e feiticeiros que viviam à suas custas em sua corte. Esses homens tinham

grande poder e influência sobre o povo, e eram tidos como sábios, e conhecedores dos

mistérios do Universo. Desesperado, o rei exigiu que algum dos seus sábios lhe

dissesse qual tinha sido o seu sonho, bem como sua interpretação.

Todavia, na presença do rei nenhum dos sábios pôde informar a

Nabucodonosor qual tinha sido o seu sonho, e muito menos dar uma interpretação. O

rei ficou indignado com a resposta evasiva dos sábios. Então, desconfiado das supostas

habilidades mágicas dos sábios que viviam em sua corte e à suas custas, o rei ordenou

por decreto que todos eles fossem mortos.

2. A quem foi revelado o segredo daquele sonho?

R.: “Então foi revelado o segredo a Daniel numa visão de noite: então Daniel

louvou o Deus do Céu”. Daniel 2:19

Daniel era um príncipe da Judéia que se encontrava cativo na corte de

Babilônia. Na época do sonho de Nabucodonosor, Daniel contava aproximadamente

vinte anos de idade. Ele havia estudado durante três anos na “Universidade de

Babilônia”, e na época dos exames finais foi examinado pelo próprio rei

Nabucodonosor, que o aprovou com louvor. Por essa razão Daniel era tido como um

dos conselheiros e sábios da corte.

Somente quando Daniel foi preso, é que ele soube do decreto de morte do rei.

Nesse momento, mostrando uma tremenda presença de espírito e de fé, solicitou que o

monarca lhe concedesse um certo prazo de tempo para que pudesse apresentar a

revelação e a interpretação do sonho que o rei havia tido.

O tempo solicitado lhe foi concedido pelo rei. Então Daniel convocou os seus

três companheiros de exílio para juntos rogarem a Deus para que lhes fossem

concedido a revelação e interpretação do sonho que Nabucodonosor havia tido e

esquecido.

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A Bíblia diz que à noite Daniel teve uma visão, na qual Deus revelava o

segredo do sonho (sonho e interpretação) que o rei Nabucodonosor tivera. Após a

visão, Daniel agradecido e cheio de alegria, porque tão grande graça lhe foi concedida,

louvou e atribuiu todo o crédito unicamente a Deus.

O SONHO

3. O que o rei viu no sonho que esqueceu?

R.: “Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua: esta estátua, que era

grande e cujo esplendor era excelente, estava em pé diante de ti; e a sua vista era

terrível”. Daniel 2:31

Daniel se apresenta diante do rei Nabucodonosor, e confiantemente revela o

segredo do sonho. Quando Daniel começou a relatar o sonho para Nabucodonosor, este

imediatamente – como num clarão fugaz – se recorda do sonho que havia tido e se

esquecido.

Segundo a descrição de Daniel, o rei havia sonhado com uma grande estátua,

cujo esplendor era extraordinário e de beleza indescritível. No sonho, a estátua estava

em pé diante do rei, que a admirava com grande interesse, mas cuja simples visão era

assustadora.

4. De que eram feitas as várias partes da estátua?

R.: “A cabeça daquela estátua era de ouro fino; o seu peito e os seus braços de

prata; o seu ventre e as suas coxas de cobre. As pernas de ferro; os seus pés em

parte de ferro e em parte de barro”. Daniel 2:32-33

A estátua estava bem delimitada por cinco partes: “cabeça”, “peito e braços”,

“ventre e coxas”, “pernas” e “pés”. Cada uma das cinco partes da estátua estava

caracterizada por cinco elementos de valor progressivamente inferior ao anterior:

“ouro”, “prata”, “cobre”, “ferro” e “barro”.

A cabeça da estátua era constituída pelo metal mais precioso: o ouro fino. O

peito e os braços eram constituídos por um metal inferior ao ouro: a prata. O ventre e

as coxas estavam caracterizados por um outro metal inferior à prata: o cobre. Já as

pernas daquela espantosa estátua estavam caracterizadas pela dureza do ferro. E os pés

eram em parte de ferro e em parte de barro.

5. O que foi que despedaçou a estátua?

R.: “Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem mão, a qual feriu a

estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou”. Daniel 2:34

No sonho que havia tido, Nabucodonosor estava admirando a estátua, quando

de repente uma pedra foi cortada por uma mão invisível. A seguir a pedra foi lançada

com ímpeto, e atingiu a estátua exatamente nos pés que eram em parte de ferro e em

parte de barro. E devido à fragilidade dos pés, a estátua se desmoronou, vindo a se

fragmentar diante dos olhos aterrorizados de Nabucodonosor.

INTERPRETAÇÃO DO SONHO

6. Quem era representado pela cabeça de ouro?

R.: “Tu, ó rei, és rei de reis: pois o Deus do céu te tem dado o reino, o poder, e a

força, e a majestade. E onde quer que habitem filhos de homens, animais do campo,

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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e aves do céu, ele tos entregou na tua mão, e fez que dominasses sobre todos eles; tu

és a cabeça de ouro”. Daniel 2:37-38

Deus concedeu a Daniel não apenas a revelação do sonho, mas também a

interpretação do seu significado. Segundo Daniel, o rei Nabucodonosor havia fundado

o seu império, e se tornando rei de reis porque Deus lhe havia dado o reino, o poder, a

força e a majestade para poder fundar o fabuloso Império Babilônico.

Segundo a explicação fornecida por Daniel, Deus havia entregado nas mãos e

sob o domínio de Nabucodonosor todos os filhos dos homens, todos animais do campo

e todas aves do céu. Com isso Nabucodonosor fundou e consolidou o seu império,

tornando-se a cabeça desse império.

Segunda a profecia de Daniel, a cabeça de ouro da estátua representa o Império

Babilônico na pessoa de Nabucodonosor. A História Universal mostra que o Império

Babilônico teve sua existência entre os anos de 605-539 a.C.

7. Como seria o reino que seguiria a Babilônia?

R.: “E depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de

metal, o qual terá domínio sobre toda a terra”. Daniel 2:39 - 1ª parte

Em sua explanação ao rei, Daniel esclarece que o reino de Babilônia um dia

iria cair. E em seu lugar se levantaria um outro reino, porém inferior ao reino que

Nabucodonosor havia fundado, assim como a prata é inferior ao ouro.

A História Universal mostra que sessenta anos após o sonho de

Nabucodonosor, Babilônia caiu em poder do reino da “Medo-Persa” (539-331 a.C.).

Na estátua, o peito e os braços de prata representa o segundo reino do sonho de

Nabucodonosor: o reino Medo-Persa. Em 539 a.C. Ciro, eminente general persa,

subjugou o poderoso e temível Império Babilônico. Com isso estabeleceu a segunda

Potência Universal.

8. O que é dito sobre o terceiro reino?

R.: “E depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de

metal, o qual terá domínio sobre toda a terra”. Daniel 2:39 - 2ª parte

A seguir Daniel informa a Nabucodonosor que o segundo reino também iria

cair, e em seu lugar surgiria um terceiro reino, cujo domínio alcançaria uma grande

extensão de terra.

A História Universal revela que o reino que sucedeu ao Império Medo-Persa

foi o reino da Grécia (331-168 a.C.). Nas batalhas de Grânico em 334 a.C. Isso em 333

a.C. e Arbela em 331 a.C., a Medo-Persa caiu diante das forças da Grécia comandadas

por Alexandre o Grande. Na estátua, o ventre e as coxas de bronze, representam o

terceiro reino: o reino da Grécia.

9. Qual é o metal que caracteriza o quarto reino?

R.: “E o quarto reino será forte como ferro; pois, como o ferro esmiuça e quebra

tudo, como o ferro quebra todas as cousas, ele esmiuçará e quebrantará”. Daniel

2:40

Daniel esclarece a Nabucodonosor que o terceiro reino também cairá, e em seu

lugar surgirá um quarto reino. Esse reino será mais forte e mais violento do que todos

os três reinos anteriores, sendo comparado à rigidez do ferro, que a tudo destrói. De

forma que esse quarto reino esmiuçará e quebrantará sem misericórdia qualquer nação

que se oponha aos seus desígnios.

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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A História Universal mostra que o reino que sucedeu ao reino da Grécia foi o

reino de Roma (168 a.C. a 476 d.C.). Na estátua, as pernas de ferro, simbolizam o

quarto reino: o reino de Roma. Na batalha de Pidna, em 168 a.C., Roma dominou o

reino da Grécia e se tornou a quarta Potência Mundial.

O REINO DIVIDIDO

10. O que aconteceria com o reino de Roma?

R.: “E, quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de oleiro, e em

parte de ferro, isso será um reino dividido; contudo haverá nele alguma cousa da

firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com barro de lodo. E como os

dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por uma parte o

reino será forte, e por outra será frágil”. Daniel 2: 41-42

Finalmente chegamos aos pés e aos dedos da estátua. Segundo Daniel, por

serem constituídos em parte de ferro e em parte de barro, isto significa que seria um

reino dividido, posto que barro e ferro não dão liga. Mas, por um lado esses reinos

divididos seriam firmes como o ferro e por outro lado seriam frágeis como o barro.

O poderoso Império Romano tornou-se um reino dividido. Hoje é identificado

como sendo a Europa dividida em vários países. Na estátua, os pés e os dedos em parte

de ferro e de barro simbolizam os dez reinos em que Roma foi dividida. A História

Universal mostra que as invasões dos bárbaros do norte da Europa terminaram por

fragmentar o Império Romano em 476 d.C. E foi dividido exatamente em dez partes,

tantas quantos são os dedos dos pés, a saber: 1) Lombardos - Itália; 2) Francos -

França; 3) Saxônico - Inglaterra; 4) Alamanos - Alemanha; 5) Suevos - Portugal; 6)

Visigodos - Espanha; 7) Burgundos - Suíça; 8) Vândalos; 9) Hérulos; 10)

Ostrogodos. No século seguinte esses três últimos reinos foram destruídos.

11. Apesar de unido por laço de família, o que não aconteceria?

R.: “Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão com

semente humana, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro se não

mistura com o barro”. Daniel 2:43

Daniel diz que embora o ferro e o barro não dão liga, eles estavam misturados,

indicando claramente que os governantes desses reinos divididos iriam procurar se

misturar através do casamento dando origem a descendentes com o intuito de ligaram

um reino ao outro, mas, segundo a profecia, jamais se ligariam novamente, assim

como o ferro e o barro não se ligam. Jamais se tornará um império.

Diz a História Universal que Carlos Magno, Carlos V, Napoleão Bonaparte

tentaram por todos os meios reunir os países europeus com o objetivo de fundar um

Império Universal, mas fracassaram porque Deus disse que jamais se ligariam

novamente, assim como o ferro e o barro não se ligam. Também foi por meio de

casamentos que os governantes europeus procuraram formar laços de família com a

intenção de fortalecer e ligar os reinos da Europa. Todavia, quando a primeira Guerra

Mundial explodiu, era tio contra sobrinho, cunhado contra cunhado. Fracassaram

porque Deus disse que jamais “se ligarão um ao outro, assim como o ferro se não

mistura com o barro”.

A profecia se mostrou mais forte que qualquer vontade humana, e assim

permanecerá até os fins dos tempos. Os reinos da Europa jamais se ligarão

politicamente para formarem um novo império com um único soberano. Sempre que

isso foi tentado, também sempre redundou em guerra. E podemos concluir que sempre

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Estudos Bíblicos Avançados

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redundará em guerra. “Como pois se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim

convém que aconteça?” (Mateus 26:54).

ESTABELECIMENTO DO REINO DE DEUS

12. Nos dias de quem será estabelecido o reino de Deus?

R.: “Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu levantará um reino que não será

jamais destruído; e este reino não passará a outro povo: esmiuçará e consumirá

todos estes reinos, e será estabelecido para sempre”. Daniel 2:44

Quanto à pedra que foi cortada sem mão, e que atinge os pés da estátua, Daniel

interpretou como sendo o estabelecimento do reino de Deus na Terra.

Segundo a profecia, o reino de Deus jamais será destruído como os reinos

anteriores o foram. Nunca será dominado por qualquer outro povo. Mas pelo contrário,

o reino de Deus destruirá e consumirá até ao pó todos esses reinos, e será estabelecido

por toda a eternidade.

Nos dias de hoje, estamos vivendo no período representado pelos dedos dos

pés da estatua, que é em parte de ferro e de barro. Disso se pode inferir que logo Deus

intervirá na história da humanidade com a volta de Jesus Cristo e estabelecerá o seu

reino de luz e paz de eternidade a eternidade.

Destarte, o reino de Deus certamente será estabelecido para sempre na Terra. E

como prova da veracidade dessa afirmação, temos as profecias do sonho de

Nabucodonosor referente aos reinos de Babilônia, Medo-Persa, Grécia, Roma e os

reinos divididos, cuja exatidão do cumprimento pode-se facilmente comprovar pela

História Universal.

Você pode crer com segurança nas mensagens das Sagradas Escrituras. Pois as

profecias cumpridas demonstram que a Bíblia realmente é divinamente inspirada.

Sendo que as profecias cumpridas servem para comprovar que a mensagem bíblica é

verdadeira. Além disso, fornecem a convicção de que as profecias que ainda restam

para se cumprir, certamente se cumprirão com absoluta precisão. “Buscai no livro do

Senhor, e lede; nenhuma destas cousas falhará, nem uma nem outra faltará; porque a

minha própria boca o ordenou, e o seu espírito mesmo as ajuntará”. (Isaías 34:16).

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Estudos Bíblicos Avançados

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ESTUDO BÍBLICO 3

PROMESSAS DA VOLTA DE JESUS

JESUS VOLTARÁ

1. Quando Jesus nos preparar lugar o que ele fará?

R.: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa

de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito: vou

preparar-vos lugar. E, se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei

para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também”. João 14:1-3

Jesus disse que na casa do Pai existem muitas moradas. E que se porventura

não existissem, Ele mesmo nos teria dito. Mas como de fato elas existem, Jesus

afirmou que iria preparar lugar para todos os Seus seguidores. E após, voltaria outra

vez para levá-los para junto Dele.

O mais importante na mensagem de Jesus, além do fato de que Ele iria para

junto do Pai para preparar-nos lugar, é a promessa de que Ele voltaria uma outra vez

para levar todos os salvos para junto de Si mesmo, para que onde Ele estivesse

também estivessem os Seus fieis seguidores.

Diante do exposto, fica claro que foi o próprio Senhor Jesus Cristo quem

declarou que Ele viria uma outra vez. Como Suas promessas nunca falharam e jamais

falham, isto gera em nossa mente a convicção e a esperança de que Ele realmente

voltará para nos buscar.

Jesus foi preparar lugar para aqueles que conhecendo a Palavra de Deus,

buscam a cada dia ter uma vida de santificação e obediência à sua Santa Vontade, e

que estarão preparados quando Ele voltar outra vez.

2. Conforme os dois varões, como Jesus há de voltar?

R.: “E quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o

recebeu, ocultando-o a seus olhos. E estando com os olhos fitos no céu, enquanto

ele subia, eis que junto deles se puseram dois varões vestidos de branco. Os quais

lhe disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que

dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir”.

Atos 1:9-11

Quarenta dias depois da ressurreição, Jesus estava no monte das Oliveiras

proferindo Suas últimas palavras com orientação e instrução para os Seus apóstolos.

Quando de repente Ele começou a levitar diante dos olhos atônitos dos apóstolos, e

gradativamente foi sendo elevado às alturas. Os apóstolos que a tudo presenciaram

estavam concentrados com os olhos fixos em Jesus, que cada vez mais se distanciava

nas alturas. Quando Jesus estava bastante distante, uma nuvem O ocultou da visão dos

apóstolos.

Foi então que os apóstolos perceberam que junto deles apareceram dois

homens vestidos de branco. Sabemos que esse dois homens eram anjos na forma

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Estudos Bíblicos Avançados

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humana. Esses anjos tinham uma mensagem de conforto e esperança para os apóstolos.

Eles disseram que Jesus foi recebido no céu, e que Ele retornaria do mesmo modo

como se encontrava quando foi arrebatado para o céu. Pelo exposto fica evidente que

os anjos garantiram que Jesus há de vir novamente a este mundo.

Jesus foi arrebatado ao céu pessoalmente – em carne e osso – e de forma

visível, posto que havia ressuscitado em carne e osso (Lucas 24:39). E, conforme

disseram os anjos que apareceram aos apóstolos, Jesus também voltará do mesmo

modo como foi visto pelos apóstolos indo para o céu. Portanto, Jesus voltará

pessoalmente de forma visível e em carne e osso.

3. Quem era Enoque, e o que ele profetizou?

R.: “E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que

é vindo o Senhor com milhares de seus santos”. Judas 1: 14

A promessa da volta do Senhor Jesus tem trazido conforto e esperança ao

coração do justo desde os tempos mais remotos. Enoque foi um fiel servo de Deus que

viveu antes do dilúvio universal que aniquilou o mundo antigo. Ele representava a

sétima geração depois de Adão. E já naquela época longínqua esse santo homem de

Deus profetizava sobre a vinda gloriosa do Senhor Jesus acompanhado de milhares de

santos anjos.

Portanto, fica evidente que a segunda vinda de Jesus é ensinada desde os

tempos mais antigos, logo no princípio do mundo. Só no Antigo Testamento existem

mais de 2000 referências sobre a vinda do Senhor. Enquanto que o Novo Testamento

relata mais de 300 citações sobre esse esplendoroso evento.

COMO SERÁ A VOLTA DE JESUS

4. O que todas as tribos da Terra verão e farão?

R.: “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra

se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder

e grande glória”. Mateus 24:30

No dia em que o Jesus voltar a este mundo, aparecerá no céu o Seu sinal, que é

uma nuvem brilhante e resplendorosa de anjos ao Seu redor. O retorno do Senhor

Jesus a este planeta marcará o fim de todas as nações do mundo. Sua volta será

testemunhada por todos os bilhões de pessoas que estiverem vivas naquele grande dia

do Senhor. “Porque eis que o Senhor sai do seu lugar, e descerá, e andará sobre as

alturas da terra. E os montes debaixo dele se derreterão, e os vales se fenderão, como a

cera diante do fogo, como as águas que se precipitam num abismo”. (Miquéias 1:3-4).

Naquele dia todas as nações da Terra verão o sinal da vinda de Jesus, e se

lamentarão amargamente. Sabem que o fim do mundo chegou, e que estão

definitivamente perdidas e condenadas. Isto porque se recusaram viver em

conformidade com os santos preceitos do Evangelho de Cristo, que a esta altura da

história da humanidade já terá sido pregado em todo o mundo em testemunho a todas

as pessoas.

Todas as nações do mundo verão Jesus Cristo se aproximando da Terra com as

nuvens do céu ao Seu redor. Jesus virá, não como um cordeiro para o matadouro, mas

sim como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Virá com poder e grande glória para

buscar aqueles que Lhe foram fiéis. “Virá o nosso Deus, e não se calará; adiante dele

um fogo irá consumindo, e haverá grande tormenta ao redor dele. Chamará os céus, do

alto, e a terra, para julgar o seu povo”. (Salmos 50:3-4).

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5. Quantos olhos o verão o retorno de Jesus?

R.: “Eis que vem com as nuvens e todo o olho o verá, até os mesmos que o

traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém”.

Apocalipse 1:7

No livro do Apocalipse o apóstolo João, divinamente inspirado, esclarece aos

seus leitores que Jesus virá com as nuvens do céu. E que todo o olho verá Jesus

retornando a este mundo. Naquele grande dia do Senhor, todas as nações que existirem

na Terra irão se lamentar amargamente.

O importante a destacar nesse versículo é o fato que João afirmou que todo o

olho O verá. Isto significa que Jesus não voltará a este mundo de maneira invisível,

oculta, secreta, escondida, ou somente para algumas poucas pessoas. Mas a Bíblia

ensina claramente que o retorno de Jesus a este mundo será visível e clara para todos

habitantes da Terra. O mundo inteiro presenciará a volta de Jesus, porque todas

pessoas O verão com os seus próprios olhos. Não será necessário você dizer para o seu

companheiro, vizinho, colega, amigo ou para qualquer outra pessoa, que Jesus voltou,

porque todos os seres vivos verão Sua vinda nas nuvens do céu.

A volta de Jesus será tão visível que todas as nações da Terra se lamentarão ao

verem Jesus vindo nas nuvens do céu com poder e grande glória. “Adiante dele vai um

fogo que abrasa os seus inimigos em redor. Os seus relâmpagos alumiam o mundo; a

terra viu e tremeu. Os montes se derretem como cera na presença do Senhor, na

presença do Senhor de toda a terra. Os céus anunciam a sua justiça, e todos os povos

vêem a sua glória”. (Salmos 97:3-6).

6. No que você não deve acreditar? Por que?

R.: “Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto, não saiais; eis que ele

está no interior da casa, não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do

oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do

homem”. Mateus 24:26-27

Se alguém disser a você que Jesus voltou e está no deserto, você não deve ir

atrás dessa informação para confirmá-la. E se alguém disser a você que Jesus voltou e

está no interior de alguma casa, você não deve de forma alguma acreditar. Pois as

Sagradas Escrituras alertam que quando Jesus voltar segunda vez a este mundo, todo

olho O verá.

Mesmo porque o próprio Senhor Jesus comparou a visibilidade do Seu retorno

a este mundo, com a visibilidade do que ocorre com um relâmpago, que se mostra do

oriente ao ocidente, sem que haja necessidade de alguém dizer que ocorreu um

relâmpago. Sabemos que quando um relâmpago está ocorrendo todos podem

presenciar o evento sem que haja necessidade de alguém alertar ao seu vizinho de que

está ocorrendo um relâmpago, pois não é possível esconder o clarão e o ribombo de

um relâmpago. Por isto ele é visto e ouvido a grande distância. Do mesmo modo será a

vinda de Jesus. “E dir-vos-ão: Ei-lo aqui, ou Ei-lo ali; não vades, nem os sigais.

Porque, como o relâmpago ilumina desde uma extremidade inferior do céu até à outra

extremidade, assim será também o Filho do homem no seu dia”. (Lucas 17:23-24).

Portanto, Jesus voltará à Terra pessoalmente e de forma visível. Além disso, os

olhos de todos os homens que estiverem vivos, naquele grande Dia do Senhor, O

Verão vindo sobre as nuvens do céu com poder e grande glória.

O GALARDÃO

7. Quando Jesus vier o que Ele dará a cada um?

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R.: “Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então

dará a cada um segundo as suas obras”. Mateus 16:27

Quando Jesus voltar na glória de Seu Pai, ele não virá sozinho, mas retornará a

este mundo acompanhado de todos os Seus santos anjos, cujo número é milhares de

milhares e milhões de milhões (Apocalipse 5:11).

O retorno de Jesus a este mundo será um espetáculo grandioso e triunfante.

Muito além do que podemos imaginar e descrever. Jesus estará no centro de uma

gigantesca nuvem constituídas por milhares de milhares e milhões de milhões de

gloriosos anjos. O brilho da glória que envolve e emana de Jesus inunda inteiramente o

céu, iluminando o mundo todo. Somente aquele que O aguarda para a salvação é que

poderá suportar os fulgurantes raios do esplendor de Sua glória. “E o seu resplendor

era como a luz, raios brilhantes saíam da sua mão, e ali estava o esconderijo da sua

força. Adiante dele ia a peste, e raios de fogo sob os seus pés. Parou, e mediu a terra:

olhou, e separou as nações: e os montes perpétuos foram esmiuçados, os outeiros

eternos se encurvaram: o andar eterno é seu”. (Habacuque 3:4-5 e 6)

8. O que está com Jesus e o que Ele fará?

R.: “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um

segundo a sua obra”. Apocalipse 22:12

Jesus Cristo afirma que o Seu galardão está com Ele. O galardão é a

recompensa que Jesus tem para dar cada ser humano que habitou ou habita o planeta.

No esplendoroso dia em que Jesus voltar a este mundo Ele dará a cada pessoa uma

recompensa.

Essa recompensa é avaliada segundo as obras que a pessoa praticou durante

toda a sua vida, quer sejam coisas boas ou más. Será um dia de acerto de contas para

todos os vivos: para os justos será um dia de alegria e felicidade, enquanto que para os

ímpios será um dia de pânico, angústia e aflição. Ninguém conseguirá escapar de

receber sua recompensa no dia do Senhor.

“Eis que o dia do Senhor vem, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr a

terra em assolação, e destruir os pecadores dela. Porque as estrelas dos céus e os astros

não deixarão brilhar a sua luz; o sol se escurecerá ao nascer, e a luz não fará

resplandecer a sua luz. E visitarei sobre o mundo a maldade, e sobre os ímpios a sua

iniqüidade: e farei cessar a arrogância dos atrevidos, e abaterei a soberba dos tiranos”.

(Isaías 13:9-11).

ANJOS ACOMPANHAM A JESUS

9. Quantos santos anjos acompanharão a Jesus?

R.: “E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com

ele, então se assentará no trono da sua glória”. Mateus 25:31

Jesus virá uma segunda vez a este mundo em Sua própria glória. Todavia Jesus

não virá sozinho. No dia em que Ele retornar à Terra, todos os santos anjos de Deus

deixarão o céu no mais absoluto silêncio, posto que estarão acompanhando a Jesus em

Seu retorno a este mundo.

Naquele grande Dia do Senhor, Jesus se assentará no Seu trono de glória para

realizar a colheita final. Então colherá o trigo do meio do joio, tirará as ovelhas do

meio dos bodes, separará os justos dos ímpios, pois é Rei dos reis e Senhor dos

Senhores.

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10. O que os anjos farão ao rijo clamor de trombeta?

R.: “E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os

seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus”.

Mateus 24:31

Ao toque de trombeta, Jesus enviará os santos anjos que O acompanham para

ajuntar todos os justos, que se encontram espalhados em todas as quatro direções dos

pontos cardeais da Terra. A seguir os anjos poderosos e gloriosos que vieram com

Jesus arrebatarão os justos para que se encontrem com o Senhor nas alturas dos céus.

CONCLUSÃO

11. Quando Jesus vier, o que farão e dirão os ímpios?

R.: “E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo

o servo, e todo o livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas. E

diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele

que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro. Porque é vindo o grande dia

da sua ira; e quem poderá subsistir?” Apocalipse 6:15-17

No dia em que Jesus voltar, a consciência dos ímpios os acusarão de tal

maneira que entrarão em total desespero. E muitos ímpios, distribuídos em todas as

classes sociais, aterrorizados e aflitos vão procurar fugir para se esconderem da

presença do Senhor Jesus Cristo. “Então os homens se meterão nas concavidades das

rochas, e nas cavernas da terra, por causa da presença espantosa do Senhor, e por causa

da glória da sua majestade, quando ele se levantar para assombrar a terra”. (Isaías

2:19)

Não se dando por satisfeitos em simplesmente se esconderem, os ímpios

também desejarão a morte. E suplicarão aos montes e aos rochedos para que caiam

sobre eles para que possam, desse modo, esconder-se na morte, evitando contemplar o

rosto e a presença gloriosa de Jesus Cristo, que vem nas nuvens do céu assentado em

Seu trono de glória, com milhões de anjos ao Seu redor. “Os montes tremem perante

ele, e os outeiros se derretem; e a terra se levanta na sua presença; e o mundo, e todos

os que nele habitam. Quem parará diante do seu furor? E quem subsistirá diante do

ardor da sua ira? A sua cólera se derramou como um fogo, e as rochas foram por ele

derribadas”. (Naum 1:5-6).

Todas as nações da Terra se lamentam amargamente. Os ímpios sabem que

chegou o dia final de ajuste de contas. Sabem que chegou o grande dia da ira do

cordeiro. O pânico é generalizado, e toma conta de todos os perdidos. Pelas palavras

proferidas pelos ímpios podemos perceber que eles não conseguem imaginar quem

poderá subsistir naquele grande e terrível dia do Senhor. Não existem palavras que

possam descrever em todos as suas nuanças, o desespero, a aflição e a angústia pelas

quais os ímpios passarão.

12. Quando Jesus vier, que dirão aqueles que o aguardam?

R.: “E naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos, e ele

nos salvará: este é o Senhor, a quem aguardávamos: na sua salvação gozaremos e

nos alegraremos”. Isaías 25:9

Naquele dia, quando Jesus voltar haverá na Terra um grupo de pessoas fiéis ao

Evangelho Eterno, identificados como os santos que “que guardam os mandamentos

de Deus e a fé de Jesus”. (Apocalipse 14:12). Este grupo, atento às coisas divinas,

estará aguardando a volta de Jesus com perseverança, devoção, zelo, dedicação e em

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Estudos Bíblicos Avançados

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grande expectativa. O dia da volta de Jesus irá ao encontra de suas mais profundas

esperanças. E quando o sinal da glória do Filho do homem aparecer nas alturas do céu,

os “santos do Altíssimo” (Daniel 7:18) imediatamente reconhecerão, que se trata da

volta do Senhor, e jubilosos exclamarão: “Eis que este é o nosso Deus, a quem

aguardávamos, e ele nos salvará”. Será o dia mais encantador e surpreendente na vida

de todos os salvos.

Os santos do Altíssimo sabem que na salvação dada por Jesus Cristo, eles

gozarão de felicidade e se alegrarão por toda a eternidade. O Seu Senhor, tão esperado

por séculos, retornou para resgatá-los de um mundo de trevas e dor para as moradas do

Seu eterno reino de luz, pois “Cristo, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de

muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação”.

(Hebreus 9:28).

No dia em que Jesus retornar a este mundo, o Evangelho já terá sido pregado

em todo o mundo em testemunho a todos habitantes do planeta. (Mateus 24:14).

Naquele tempo o mundo estará dividido em duas classes de pessoas: A primeira classe

é constituída por uma minoria que aceitando integralmente a Palavra de Deus segue a

Jesus por um caminho estreito e apertado (Mateus 7:14). A segunda classe é

constituída por uma grande maioria de todas as tribos da Terra (Mateus 24:30) que

rejeitando parte da Palavra de Deus segue a Jesus por um caminho largo e espaçoso

(Mateus 7:13). Eles pouco se importam com preparo necessário para estarem de pé no

dia do retorno de Jesus. Quando aquele dia chegar, todos já terão feito as suas

respectivas escolhas, razão pela qual os ímpios sabem que para eles não há mais

nenhuma esperança de salvação. Só existe medo e desespero, pois o fim de todas as

coisas chegou. E você? De que lado estará quando Jesus voltar? Qual será a sua

escolha?

Talvez você tenha ainda alguma dúvida sobre a volta de Jesus. Mas considere o

seguinte: A prova de que Jesus ressuscitou, subiu ao céu e prometeu retornar a este

mundo é a chamada por “prova jurídica”. Esse tipo de prova é admitido em todos os

tribunais. Ela consiste no testemunho dado por pessoas idôneas que presenciaram

algum evento sobre determinada questão. Quanto a Jesus, é fato comprovado que Ele

prometeu retornar a este mundo. Seus discípulos testemunharam, ensinaram e

pregaram a respeito desse assunto, e finalmente morreram crendo nessa grande

verdade. Portanto, com base nos testemunhos dos apóstolos de Jesus, você também

pode crer que a segunda vinda de Jesus a este mundo é tão certa como foi Sua primeira

vinda.

Além disso, baseado no fato de que as profecias anteriormente anunciadas

pelas Escrituras Sagradas se cumpriram com perfeição, você pode crer que a profecia

sobre a volta de Jesus a este mundo também se cumprirá com perfeição. Não existe

nenhum motivo para que esta profecia – anunciada pelo próprio Salvador – não venha

a se cumprir com exatidão. E, uma vez que você esteja certo que Jesus voltará a este

mundo, você precisa se preparar, colocando sua vida em perfeita harmonia com os

ensinos bíblicos, “aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória

do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo”. (Tito 2:13). Pois naquele maravilhoso

dia, Jesus retornará a este mundo para buscar todos aqueles que O aguardam para

salvação.

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

24

ESTUDO BÍBLICO 4

SINAIS DA VOLTA DE JESUS

INTRODUÇÃO

1. Que pergunta fizeram os apóstolos a Jesus?

R.: “E, estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus

discípulos, em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas, e que sinal

haverá da tua vinda e do fim do mundo”. Mateus 24:3

Algumas horas antes, Jesus havia acabado de proferir um discurso profético

sobre a destruição da cidade de Jerusalém dizendo: “Em verdade vos digo que não

ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada” (Mateus 24:2). Esse discurso

havia despertado o interesse de Seus discípulos, que se dirigiram ao monte das

Oliveiras, onde Jesus se encontrava assentado. E, reservadamente, solicitaram ao

Mestre que lhes informassem “quando” ocorreriam os eventos profetizados sobre a

destruição de Jerusalém, e que “sinal” indicativo anunciaria a Sua vinda e o fim do

mundo.

Basicamente os discípulos desejavam saber três coisas: quando teria

cumprimento a profecia de Jesus sobre a destruição da cidade de Jerusalém; que sinal

ocorreria indicando a proximidade da segunda vinda de Jesus a este mundo, e

finalmente que sinal indicativo mostraria que o mundo estaria chegando ao fim.

2. Em que data voltará Jesus?

R.: “Porém daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho,

mas unicamente meu Pai”. Mateus 24:36

Atendendo ao pedido dos Seus discípulos, Jesus pregou um sermão profético

bastante esclarecedor. Jesus declarou que ninguém sabe do dia e da hora de Sua volta.

Não há “criatura” em todo o Universo que saiba quando será aquele grande dia. Nem

mesmo os santos anjos do céu sabem em que dia Jesus voltará novamente a este

mundo. Naquela época, nem mesmo Jesus sabia do dia e hora em Ele retornaria uma

segunda vez a este mundo. Mas Jesus foi firme e categórico ao declarar que somente o

Pai, em Sua onisciência, conhece aquele dia e hora, e ninguém mais.

Portanto, o dia do retorno de Jesus a este mundo nunca foi revelado a ninguém,

nem mesmo aos santos profetas de Deus. Todos que tentaram determinar a data da

segunda vinda de Jesus fracassaram vergonhosamente. Pois o dia e hora da vinda de

Jesus estão ocultos nos eternos conselhos divinos. Portanto, em nenhum lugar das

Sagradas Escrituras está revelado o dia e a hora da volta de Jesus, caso contrário Ele

mesmo nos teria dito.

Mas por que razão Deus não revelou o dia e a hora da volta de Jesus? A

resposta é muito simples. Deus deseja que Seus filhos estejam sempre preparados para

o retorno de Jesus Cristo a este mundo. Portanto, devemos estar preparados todos os

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

25

dias, como se Jesus fosse voltar daqui algumas poucas horas. Portanto, “olhai, vigiai e

orai; porque não sabeis quando chegará o tempo”. (Marcos 13:33).

3. O que você deve fazer? Por que?

R.: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor”. Mateus

24:42

Já que não sabemos do dia e da hora em que Jesus voltará a este mundo, somos

exortados a vigiar. “E as coisas que vos digo digo-as a todos: Vigiai”. (Marcos 13:37).

Desse modo, devemos nos preparar todos os dias para recebê-lo, quando Ele retornar

com poder e grande glória. Pelo termo “vigiar”, Jesus quer dizer que devemos estar

atentos, alertas e sempre sóbrios, aguardando com expectativa o grande dia do Seu

retorno a este mundo, para buscar todos aqueles que O aguardam para a salvação. Mas,

para isso devemos estudar diariamente as Santas Escrituras para podermos escapar da

grande obra de engano que envolverá o mundo inteiro. Somente aqueles que estudarem

profundamente as Escrituras estarão aptos para discernir o erro da verdade, e

preparados para encontrar-se com Jesus naquele grande dia, “porque virá como um

laço sobre todos os que habitam na face de toda a terra”. (Lucas 21:35).

SINAIS NO MUNDO RELIGIOSO

4. O que surgirão nos últimos dias e o que farão?

R.: “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e

prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos”. Mateus 24:24

Exceto o Pai, ninguém mais sabe do dia e da hora em que Senhor Jesus voltará

a este mundo. Todavia, Cristo deixou aos cristãos uma série de sinais indicadores de

Seu iminente regresso a este mundo. E, quando esses sinais estivessem ocorrendo,

deveríamos ficar alerta, pois o seu retorno se daria brevemente.

Um desses sinais se refere a acontecimentos no mundo religioso, posto que

Jesus disse que “surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos”. (Mateus

24:11). Como disse o Senhor, esses falsos profetas iriam produzir grandes sinais e

milagres, e como resultado enganarão a muitas pessoas. E, se possível fosse,

enganariam até mesmos os fiéis filhos de Deus. Só não consegue enganá-los porque os

fiéis praticam e estudam com afinco a Palavra de Deus, e desse modo estão aptos a

discernir as artimanhas do inimigo. Foi para eles que Jesus fez a seguinte promessa:

“como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da

tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra”.

(Apocalipse 3:10).

Está claro que os falsos profetas não se limitam apenas em apresentar ao

público uma mensagem ou uma doutrina, mas também procuram realizar uma série de

milagres, visando unicamente convencer as pessoas de que eles possuem a aprovação

divina. Como resultado “nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a

espíritos enganadores, e a doutrina de demônios”. (I Timóteo 4:1). Com realização

desses milagres os falsos profetas acabam persuadindo os incautos de que as

mensagens por eles apresentadas são verdadeiras, e desse modo milhares de pessoas

são iludidas, e uma vez enganadas entram pelo caminho da perdição.

Diante do que Jesus disse, fica evidente que milagre não é prova de que uma

religião é verdadeira, pois até mesmo os falsos profetas iriam realizar milagres, com o

único propósito de enganar. Somente escaparão da obra de engano aqueles que tiveram

a Palavra de Deus como a única plataforma de referência sobre a verdade.

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

26

Nos dias de hoje vivemos diante de uma verdadeira enxurrada de falsos

profetas, que se dizendo cristãos realizam os mais diversos tipos de milagres, tais

como: curas miraculosas, exorcismos, revelações, profecias, manifestação de línguas

esquisitas etc. Apesar disso, estão sendo enganados pelo inimigo, e também são

enganadores, mentirosos, inimigos da verdade e praticantes de iniqüidades. (Mateus

7:22-23).

Como esses fenômenos já estão ocorrendo nos dias de hoje pelo mundo todo,

podemos inferir que o retorno de Jesus está bem mais próximo do que podemos

imaginar.

SINAIS NA SOCIEDADE

5. O que fazia os homens nos dias anteriores ao dilúvio?

R.: “E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem.

Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e

davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca. E não o

perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos - assim será também a vinda

do Filho do homem”. Mateus 24:37-39

Jesus também deixou claras indicações do que estaria acontecendo na

sociedade, quando Ele estivesse próximo para voltar a este mundo. Para isso, Jesus fez

uma curiosa comparação. Comparou o mundo antediluviano com o mundo dos últimos

dias, e que antecederia a Sua volta.

Ele disse que nos dias antecedentes ao dilúvio universal – que destruiu o

mundo antigo – as pessoas não tinham nenhum interesse ou prazer nas coisas

espirituais, mas viviam e se preocupavam unicamente em satisfazer os desejos da

carne: construíam, vendiam, compravam, comiam, bebiam e casavam.

A Bíblia diz que Noé foi o pregoeiro do mundo antigo (II Pedro 2:5). Durante

cento e vinte anos Noé pregou a Palavra de Deus sobre o fim iminente do mundo,

todavia poucas pessoas deram a devida atenção aos seus pregões. Terminado o tempo

de graça concedido ao mundo, Noé entrou na arca da salvação e os habitantes do

mundo antigo não o perceberam porque estavam distante das coisas espirituais e da

Palavra de Deus. Então veio o dilúvio universal e varreu todas as nações da face da

Terra, destruindo a todos.

Jesus disse que assim também será na Sua vinda. Nos dias que antecederem o

fim, o mundo estará entretido nos prazeres da carne, e pouco se importando ou

acreditando nas coisas espirituais ou na Palavra de Deus. Então, quando Jesus aparecer

com as nuvens do céu será tarde demais para arrependimento. O tempo da graça

concedido ao mundo estará encerrado. E os homens estarão eternamente perdidos, pois

não creram no Evangelho. A incredulidade os impediu de entrarem na arca da salvação

que é Cristo Jesus, o Senhor. Mas a você Jesus adverte: “E olhai por vós, não aconteça

que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da

vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia”. (Lucas 21:34).

6. O que se multiplicara sobre a Terra, e do que ela se encheu?

R.: “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra, e que

toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. A

terra porém estava corrompida diante da face de Deus: e encheu-se a terra de

violência”. Gênesis 6:5 e 11

Na sociedade do mundo antediluviano a maldade do homem havia aumentado

enormemente sobre toda a Terra. Os homens daquela época dedicavam seu tempo só

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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para imaginarem e pensarem em coisas ruins e más continuamente. Tudo isso fez com

que todos os habitantes do mundo antigo se corrompessem: crianças, jovens, adultos e

velhos. Não havia limites para a imoralidade e maldade. Todos viviam unicamente

para satisfazer os anseios carnais. E o mundo se tornou um lugar perigoso para se

viver, uma vez que toda a Terra se encheu das mais diversas espécies de violências

como, por exemplo: assassinatos, latrocínios, roubos, furtos, sensualismo,

homossexualismo, adultério, falsos testemunhos, corrupções, imoralidades de toda

espécie etc.

Vivemos nos dias de hoje num mundo semelhante ao mundo dos

antediluvianos. O mundo de hoje está mergulhado em lutas e misérias de todas as

espécies. A corrupção do gênero humano aumentou assustadoramente nestes últimos

anos. E, como foi nos dias de Noé, o mundo de hoje se tornou um lugar muito perigoso

de se viver. Os homens estão preocupados com dinheiro, vícios, diversões, perversões,

prazeres e coisas semelhantes. A humanidade está ficando cada vez mais corrupta,

egoísta, avarenta, presunçosa, irreverente e blasfemadora. Segundo Jesus: “por se

multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos”. (Mateus 24:12). Como

todos esses sinais estão ocorrendo nos dias de hoje na sociedade, eles servem como

parâmetro pra indicar que Jesus está às portas, e que em breve retornará a este mundo.

SINAIS NO MUNDO POLÍTICO E NATURAL

7. O que levantar-se-á e o que haverá em vários lugares?

R.: “Então lhes disse: Levantar-se-á nação contra nação, e reino contra reino. E

haverá em vários lugares grandes terremotos, e fomes e pestilências; haverá

também coisas espantosas, e grandes sinais do céu”. Lucas 21:10-11

Jesus disse que antes dEle voltar uma segunda vez, o mundo entraria em

conflitos mundiais de tal forma que se levantaria nação contra nação e reino contra

reino. As ocorrências de guerras mundiais indicam que essa profecia de Jesus vem se

cumprindo com exatidão, o que demonstra claramente que Jesus em breve voltará a

este mundo.

Numa tentativa de eliminar as guerras e trazer a paz universal, os homens

procurarão estabelecer um governo mundial, e “quando disserem: Há paz e segurança;

então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está

grávida; e de modo nenhum escaparão”. (I Tessalonicenses 5:3).

Jesus também disse que em vários lugares do mundo haveria grandes

terremotos, fomes e pestes. Mais uma vez as profecias de Jesus tem se cumprido com

exatidão. Em algumas partes do mundo têm ocorrido sucessivamente grandes

terremotos com perdas de milhares de vidas. Em outras partes do globo terrestre a

fome tem aniquilado milhares de crianças e adultos. E com relação às pestes podemos

observar uma verdadeira epidemia de doenças, que cada vez mais estão se

multiplicando em vários lugares, tanto entre os homens, como entre os animais. Os

hospitais não conseguem atender a grande demanda de pessoas portadoras de alguma

doença. Nestes últimos tempos têm surgido vários tipos de pestes, como por exemplo,

Aids, Ébola, doenças do carrapato, gripe aviária, doença da vaca louca, entre tantas

outras. Mais uma vez o cumprimento das profecias estão indicando que em breve Jesus

retornará a este mundo.

Jesus disse que ocorreriam coisas espantosas. Em 26 de dezembro de 2004 um

terremoto de nove graus na escala Richter provocou as chamadas ondas tsunamis, que

assolaram o sudeste da Ásia matando mais de 280.000 pessoas em onze países. Foi o

terremoto mais longo da história. Quando ele terminou sua obra devastadora havia

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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criando uma falha submarina de 1500 quilômetros e sacudindo o planeta. Ainda,

segundo Jesus, haverá grandes sinais no céu.

SINAIS NA MORALIDADE DO HOMEM

8. Por que nos últimos dias os tempos serão trabalhosos?

R.: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque

haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos,

desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos. Sem afeto natural, irreconciliáveis,

caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons. Traidores,

obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus”. II

Timóteo 3:1-4

Outro dos sinais indicadores da volta de Jesus e do fim do mundo foi

anunciado pelo apóstolo Paulo. Segundo esse santo homem de Deus e doutor dos

gentios, os últimos dias de história da humanidade seriam de tempos difíceis. Nesse

tempo se levantariam homens ingratos, amantes de si mesmos, desobedientes a pais e

mães, sem afeto natural, sem amor para com os bons, mais amigos dos deleites do que

amigos de Deus.

Na época em que estamos vivendo podemos observar pelas notícias diárias o

cumprimento dessa profecia. A iniqüidade e crimes são anunciados aos quatro cantos

da Terra. O declínio moral é flagrante: filhos desobedientes, ingratos e delinqüentes

que espancam e assassinam os próprios pais. Mães sem afeto natural, que jogam os

seus bebês em latas de lixo. Mães que largam seus filhos na rua, onde eles acabam

passando por grandes privações e terminam se envolvendo na criminalidade ou então

assassinados por grupos de extermínios. Milhares de lares são desfeitos por falta de

amor. Atualmente os homens são mais amigos das baladas, das diversões, das festas e

de outros deleites que o mundo oferece, do que amigos da Bíblia, da religião e de

Deus. “Mas vós, amados, lembrai-vos das palavras que vos foram preditas pelos

apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo. Os quais vos diziam que no último tempo

haveria escarnecedores que andariam segundo as suas ímpias concupiscências. Estes

são os que causam divisões, sensuais, que não têm o Espírito”. (Judas 17-19).

A decadência moral da humanidade está cada vez pior. “Os homens maus e

enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados”. (II Timóteo 3:13).

A maldade e a crueldade no mundo multiplicam-se assustadoramente. Isto representa

mais uma forte evidência bíblica de que estamos vivendo nos últimos instantes da

história deste mundo, e que Jesus está às portas.

SINAIS NO CÉU

9. Por que as nações estarão em perplexidade?

R.: “E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações,

em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas. Homens desmaiando de terror,

na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo. Porquanto as virtudes do céu

serão abaladas”. Lucas 21:25-26

Outro sinal deixado por Jesus está relacionado com a ocorrência de fenômenos

astronômicos. Assim diz o Senhor: “Pelo que farei estremecer os céus; e a terra se

moverá do seu lugar, por causa do furor do Senhor dos Exércitos, e por causa do dia da

sua ardente ira”. (Isaías 13:13). Portanto, as virtudes do céu serão abaladas, posto que a

Terra se deslocará de sua órbita causando o efeito aparente de que as virtudes do céu

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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(sol, lua e estrelas) sofreram um deslocamento em relação à sua localização natural. E

ao imaginar que coisas piores poderão acontecer ao mundo os homens desmaiarão de

terror.

Na Terra as nações estarão angustiadas perplexas pelo avanço do mar e das

ondas, o que causará grandes destruições de vidas e propriedades no planeta. O

desgelo das calotas polares aumentarão o nível do mar, que cobrirá parte da superfície

terrestre. Os terremotos submarinos causarão maremotos e tsunamis, afogando ilhas

inteiras. A ocorrência cada vez mais freqüente de terremotos, maremotos, tufões,

furacões e inundações provocando grandes perdas de propriedade e de vidas fornecem

mais uma forte evidência de que Jesus em breve retornará a este mundo.

CONCLUSÃO

10. O que será pregado em todo o mundo?

R.: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a

todas as gentes, e então virá o fim”. Mateus 24:14

O último grande sinal anunciado por Jesus Cristo se cumprirá quando o

Evangelho tiver sido pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as pessoas,

então o fim virá. Ninguém poderá alegar que não sabia que o fim de todas as coisas

estava próximo, ou que não tiveram tempo para se preparar, posto que naquele tempo

o Evangelho já terá sido pregado para todas as pessoas, e todos tiveram oportunidade

para escolher em que caminhos desejavam andar.

É interessante notar que Jesus deu a certeza absoluta, a um pequeno grupo

constituído por doze homens semi-analfabetos, de que o Evangelho do Reino seria

pregado em todo o mundo. Jesus não disse que o Evangelho deveria ser pregado em

todo o mundo, mas deu a certeza disso, dizendo que o Evangelho será pregado em todo

o mundo. Aos olhos humanos isso poderia parecer palavras inconseqüentes de um

visionário ditas a um grupo de pessoas semi-analfabetas. Todavia, ela tem-se mostrado

fiel e verdadeira. Pois mesmo decorridos quase dois mil anos o Evangelho não morreu,

mas continua sendo pregado e avançando cada vez mais. E em breve alcançará o

mundo inteiro, conforme as palavras proféticas de Jesus. O cumprimento dessa

profecia como de muitas outras, nos oferecem evidências suficientes para crermos que

Jesus em breve voltará para buscar todos aqueles que O aguardam.

11. O que você deve aprender da parábola da figueira?

R.: “Aprendei pois a parábola da figueira: Quando já o seu ramo se torna tenro, e

brota folhas, bem sabeis que já está próximo o verão. Assim também vós, quando

virdes sucederem estas coisas, sabei que já está perto, às portas”. Marcos 13:28-29

A parábola da figueira ensina que nós podemos predizer que o verão se

aproxima quando percebemos que os ramos da figueira se tornaram tenros e que suas

folhas estão brotando. De forma análoga, quando notarmos que os sinais deixados por

Jesus estão se cumprindo, então podemos concluir que Ele está às portas, prestes a

retornar à Terra para buscar aqueles que Lhe foram fieis. “Assim também vós, quando

virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto”. (Lucas 21:31).

12. O que você deve fazer em todo o tempo?

R.: “Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as

vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima. Vigiai pois em todo o tempo,

orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas estas coisas que hão de

acontecer e de estar em pé diante do Filho do homem”. Lucas 21:28 e 36

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Estudos Bíblicos Avançados

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O retorno de Jesus à Terra será precedido por vários sinais que indicam tempos

agitados e angustiosos, no qual haverá guerras, terremotos, fomes, tragédias

geográficas, doenças incuráveis, crise geopolítica, declínio moral, declínio da

sociabilidade, apostasias, sensualismo, infidelidade conjugal, perplexidade e pânico

entre os homens.

Como cristão, devemos sempre nos compadecer daqueles que sofrem, e

devemos fazer de tudo para ajudá-los a superar suas crises pessoais, pois de mal já

basta aquele que existe no mundo. A ocorrência dos sinais indicadores da volta de

Jesus não deve ser motivo para desânimo, revolta, tristeza, lamentação, pavor ou

terror.

Como todo cristão vive pela fé, esses sinais devem criar em seu espírito um

sentimento de alegria e de regozijo, pois indicam que o seu Senhor está retornando

para buscá-los para o Seu reino de luz e paz. Esses acontecimentos são a razão para o

cristão expressar um espírito de satisfação, ter pensamentos positivos e expectativas

boas. Tudo isto porque sua salvação pessoal está se aproximando a passos largos. O

cristão deve manter acesa a tocha da esperança da volta de Jesus, e o seu coração deve

estar sempre preparado para exclamar: “Eis que este é o nosso Deus, a quem

aguardávamos, e ele nos salvará: este é o Senhor, a quem aguardávamos: na sua

salvação gozaremos e nos alegraremos”. (Isaías 25:9).

Mas, para podermos cultivar atitudes positivas, e não sermos pegos de surpresa

naquele grande dia do retorno de Jesus, é nosso dever estar a todo tempo preparados.

Isto significa que devemos estar alerta, vigiando, observando, notando o cumprimento

dos sinais deixados por Jesus, estudando a Sua Santa Palavra, bem como orando

constantemente para escaparmos de todas as tragédias e enganos que se abaterão sobre

o mundo inteiro. Para que finalmente possamos estar em pé diante de Jesus, quando

Ele aparecer nas nuvens do céu em glória indescritível, com milhares de milhares e

milhões de milhões de anjos ao seu redor.

Ao notarmos que estes sinais estão ocorrendo no mundo, devemos olhar para

cima e buscar a Deus em fervorosa oração para perdão dos pecados, antes que a porta

da graça venha a se fechar para sempre e não haja mais oportunidade de salvação.

Observe o que diz o Senhor Jesus: “Eis que venho sem demora; guarda o que tens,

para que ninguém tome a tua coroa”. (Apocalipse 3:11).

Reconhecendo que os sinais proféticos anunciados nas Escrituras Sagradas

sobre a volta de Jesus estão se cumprindo numa sucessão espantosa, você precisa se

preparar para encontrar-se com Jesus. Mas para isso você precisa alimentar sua

natureza espiritual com o estudo diário da Palavra de Deus, com a prática diária da

oração e com o seu testemunho pessoal perante os homens. “E já está próximo o fim

de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração”. (I S. Pedro 4:7).

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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ESTUDO BÍBLICO 5

UM NOVO MUNDO

NOVOS CÉUS E NOVA TERRA

1. O que Deus prometeu fazer nova?

R.: “E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as

coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis”.

Apocalipse 21:5

A Bíblia diz que Deus promete “fazer novas” todas as coisas. As Escrituras não

dizem que Deus “fará de novo” (fazer outra vez) todas as coisas. Mas a idéia é que

Deus tornará novas todas as coisas já existentes. Tornar novo significa renovar,

reformar. Logo Deus promete renovar todas as coisas. Renovar o céu, renovar a Terra,

renovar o mar, renovar tudo o que existe sobre a Terra, posto que ela se tornará o feliz

lar de todos os salvos por toda a eternidade.

2. O que o profeta viu?

R.: “E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira

terra passaram, e o mar já não existe”. Apocalipse 21:1

Ao ser arrebatado em visão, o apóstolo João diz ter visto um Novo Céu. Um

céu que foi tornado novo pelo poder de Deus. João também diz que viu uma Nova

Terra. Uma Terra que também foi renovada por ato divino. Ele afirma categoricamente

que o primeiro céu e a primeira Terra – nos quais hoje estamos vivendo – passaram.

Portanto, a forma como atualmente a Terra e o Céu se apresentam, não serão as

mesmas no Novo Mundo.

Finalmente, João acrescenta a informação de que o mar também já não existe.

Talvez você esteja pensando: como assim o mar já não existe? A resposta é muito

simples! Não existe do modo como o conhecemos nos dias atuais. Sabemos que

quando Deus criou a Terra, as águas entrecortavam todo o planeta mantendo um clima

uniforme e temperado em qualquer região do globo terrestre, o que provocava o

fenômeno geográfico do vapor que “subia da terra, e regava toda a face da terra”.

(Gênesis 2:6). O mar que atualmente existe é o resultado das águas do dilúvio

universal que foram juntadas e contidas em grandes abismos que surgiram após o

dilúvio, dando origem aos grandes oceanos modernos.

Diante do exposto, fica claro que Deus restaurará o planeta Terra, o céu e o mar

na situação existente no início da criação. O objetivo fundamental do plano de Deus é

restaurar o homem ao Jardim do Éden.

3. O que os cristãos aguardam?

R.: “Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em

que habita a justiça”. II Pedro 3:13

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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O apóstolo Pedro confirma à Igreja de Deus que os cristãos – com base nas

promessas de Deus reveladas nas Escrituras Sagradas – aguardam Novos Céus e Nova

Terra. Sendo que na Nova Terra, totalmente renovada pelo poder de Deus, habitará a

justiça. Ali não terão lugar injustiças, iniqüidades, ódios, vinganças, roubos, adultérios,

inimizades etc, como diariamente ocorre nos dias de hoje. Por justiça, dentro desse

contexto, podemos entender como sendo algo que vai ao encontro de “tudo o que é

verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é

amável, tudo o que é de boa fama”. (Filipenses 4:8).

NOVA JERUSALÉM

4. Onde está a nossa cidade?

R.: “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o

Senhor Jesus Cristo”. Filipenses 3:20

As Sagradas Escrituras ensinam que os cristãos aguardam a renovação dos céus

e da Terra pelo poder divino. Quando isso ocorrer, então o mundo se tornará um lugar

agradável para se viver, um lugar seguro onde habitará a justiça. Além disso, os filhos

de Deus estão perfeitamente conscientes de que possuem uma cidade.

Eles sabem que esta cidade atualmente se encontra nos céus. O mesmo lugar de

onde os fiéis cristãos aguardam ansiosamente o retorno do Seu querido e amado

Salvador, o Senhor Jesus Cristo.

5. Quem é o arquiteto e construtor da Santa Cidade?

R.: “Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor

é Deus”. Hebreus 11:10

Nesta passagem bíblica o apóstolo Paulo informa aos seus leitores que os

antigos crentes da Palavra de Deus aguardavam uma cidade divina. Mas não eram

somente os antigos que aguardavam uma cidade celestial, os cristãos também

aguardam a mesma cidade: “porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos

a futura”. (Hebreus 13:14). Uma cidade cujo artífice e construtor não é outro senão o

próprio Deus. Nunca houve cidade mais bem planejada, esplendorosa, e bela,

justamente porque o Seu artífice e construtor é o próprio Deus. Esta é a cidade que um

dia se tornará a capital do mundo vindouro, quando Deus restaurar o planeta à sua

perfeição edênica.

6. O que o apóstolo João viu descendo do Céu?

R.: “E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu,

adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido”. Apocalipse 21:2

Estando arrebatado numa visão dada por Deus, o apóstolo João fornece novos

detalhes sobre a cidade, que está no céu, e cujo artífice e construtor é Deus. Ele disse

que viu a santa cidade, a qual identificou como sendo a Nova Jerusalém. O profeta

ainda esclarece que a santa cidade descerá do Céu para a Terra.

O majestoso evento da descida da santa cidade para a Terra, bem como a sua

beleza e esplendor eram tão deslumbrantes aos olhos do apóstolo João, que ele foi

levado a comparar a cidade como estando adornada como uma esposa enfeitada para o

seu marido. Um dia a Nova Jerusalém será a capital mundial do reino de Deus, o qual

será estabelecido para sempre na Nova Terra. Naquele tempo “os santos do Altíssimo

receberão o reino, e possuirão o reino para todo o sempre, e de eternidade em

eternidade”. (Daniel 7:18).

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

33

COMO É A NOVA JERUSALÉM

7. O que Deus mostrou ao profeta? Como ela era?

R.: “E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande

cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu. E tinha a glória de Deus; e a

sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o

cristal resplandecente”. Apocalipse 21:10-11

O apóstolo João, arrebatado em visão, fornece alguns detalhes interessantes de

como é a santa cidade, a Nova Jerusalém. Em visão, o profeta foi levado a um alto

monte para poder ter uma “visão panorâmica” de toda a cidade.

Primeiramente, ele confirma que a santa cidade realmente descerá do céu. A

seguir, contemplando a cidade, ele observa que a Nova Jerusalém tinha a glória de

Deus, a ponto de resplandecer com um brilho fulgurante, diante do qual a luz do sol

fica totalmente ofuscada. E, procurando descrever o fulgor que envolve a santa cidade

de Nova Jerusalém, ele a comparou com uma pedra preciosíssima de jaspe que

resplandecia como um cristal.

O jaspe é uma pedra quartzo duro e opaco que apresenta diversas cores com

veios ou manchas coloridas. A glória de Deus ao atravessar a pedra de jaspe produz a

quilômetros de distância um brilho deslumbrante e resplandecente mesclado com as

diversas cores do jaspe.

8. Por que a cidade não necessita de sol nem de lua?

R.: “E a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam,

porque a glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada”. Apocalipse

21:23

A cidade é indescritível em sua extraordinária beleza. Ela bilha num fulgurante

resplendor proveniente da glória de Deus. “Cousas gloriosas se dizem de ti ó cidade de

Deus”. (Salmo 87:3). João diz que a glória de Deus ilumina toda a extensão da cidade,

de tal modo que não ela necessita da luz proveniente do sol ou da lua para poder ser

iluminada. “E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do

sol, porque o Senhor Deus os alumia”. (Apocalipse 22:5). É de Jesus Cristo que emana

a glória de Deus, de tal forma que Ele é comparado como sendo a própria lâmpada da

santa cidade.

9. O que não entrará na cidade? Quem entrará na cidade?

R.: “E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e

mentira; mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro”. Apocalipse

21:27

No mundo vindouro não haverá nada que possa contaminar a Nova Jerusalém.

Naquela santa cidade não entrará nada que cometa abominação ou mentira, porque na

Nova Terra somente habitará a justiça.

O apóstolo João ainda diz que na cidade de Nova Jerusalém somente entrarão

as pessoas que tiverem os seus nomes registrados no livro da vida. “E aquele que não

foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”. (Apocalipse 20:15).

Para você ter o seu nome registrado no livro da vida é necessário que aceite

plenamente o sacrifício de Jesus Cristo em seu favor, e que você seja “fiel até a morte”

(Apocalipse 2:10), obedecendo a Jesus, e praticando inteiramente os ensinos da

Palavra de Deus.

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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10. O que não haverá na cidade?

R.: “E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de

Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão. E verão o seu rosto, e nas suas

testas estará o seu nome”. Apocalipse 22:3-4

Na Nova Terra nunca mais haverá qualquer tipo de maldição contra qualquer

pessoa, posto que o mundo todo estará livre do pecado. Ali somente habitará a justiça.

A Terra renovada será o Centro do Universo administrado por Deus. Isto

porque na Nova Jerusalém estará instalado o governo de Deus, conforme as palavras

do profeta: “e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro”.

Os servos de Deus terão a grande honra, privilégio e o imenso prazer de servir

a Deus. E o mais importante: contemplarão o rosto de Deus. Sobre estes Jesus

pronunciou uma bem-aventurança: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque

verão a Deus”. (Mateus 5:8).

Na Nova Terra, todos os salvos adorarão a Deus: “Porque como os céus novos,

e a terra nova, que hei de fazer, estarão diante da minha face, diz o Senhor, assim há de

estar a vossa posteridade o vosso nome. E será que desde uma lua nova até à outra, e

desde um sábado até ao outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor”.

(Isaías 66:22-23).

E nas testas de todos os salvos estará escrito o nome de Deus. Aqui se faz

necessário esclarecer que a testa é a sede da mente, e que o nome de Deus representa

Seu caráter. Logo, os salvos terão em sua mente o caráter santo, puro e imaculado de

Deus. Em outras palavras, o caráter dos salvos estará em perfeita harmonia com o

caráter de Deus.

CONCLUSÃO

11. Quem herdará todas as coisas?

R.: “Quem vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu

filho”. Apocalipse 21:7

Mas para poder desfrutar de todas as benções e das coisas maravilhosas que

Deus tem preparado para os salvos é necessário que o cristão seja um vencedor. Mas

vencedor do que? Vencedor das tentações; vencedor em perseverar na vontade de

Deus; vencedor em praticar os ensinos da Palavra de Deus; vencedor em guardar todos

os Mandamentos de Deus; enfim, um vencedor da tentação e do pecado.

Os maiores inimigos da vitória do cristão contra o pecado vivem em seu

próprio coração. São eles: o egoísmo, a apatia, a presunção, a falta de humildade, a

arrogância e as tendências carnais. Contra esses terríveis inimigos só existe uma

solução dada por Jesus: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação: na verdade, o

espírito está pronto, mas a carne é fraca”. (Mateus 26:41).

Além disso, nós também podemos ser vitoriosos contra o maligno, do mesmo

modo como os antigos cristãos “o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do

seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte”. (Apocalipse 12:11). A nossa

vitória contra o pecado pelo sangue do Cordeiro, é a garantia de que herdaremos todas

as coisas, e que seremos filhos e filhas de Deus e Ele será o nosso Deus. A promessa

de Jesus para quem vencer é a seguinte: “A quem vencer, eu o farei coluna no templo

do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, o nome

da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também

o meu novo nome”. (Apocalipse 3:12).

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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12. O que não haverá mais?

R.: “E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem

pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas”.

Apocalipse 21:4

Os justos habitarão a Nova Terra. E todos eles serão consolados por Deus.

Porque Deus promete limpar de seus olhos toda a lágrima. Deus os compensará

abundantemente por todo sofrimento, aborrecimento, perseguição de que foram alvos

por amor da verdade do Evangelho Eterno. Debaixo do Novo Céu e da Nova Terra não

haverá mais lágrimas, tristezas ou luto. Não haverá poluição, maldição, pecado ou

qualquer conseqüência do pecado. A lembrança do mal será eliminada para sempre.

“Porque, eis que eu crio céus novos e nova terra; e não haverá lembrança das cousas

passadas, nem mais se recordarão”. (Isaías 65:17).

Todos salvos viverão pela eternidade adentro num mundo onde habita a justiça.

Será maravilhoso viver num lugar onde não ocorre mais a morte de ninguém, nem

mesmo a morte de animais, ou de qualquer ser vivo. Ali não haverá mais choro ou

lamentação; não haverá mais clamor provocado por aflições, e nenhum tipo de

sofrimento físico ou moral. Porque as primeiras coisas – as quais representam a

situação atual de injustiça, violência, dor, angústia, sofrimento, lágrimas e morte – no

mundo em que vivemos hoje, já pertencem ao passado. Agora tudo se fez novo. Reina

a paz e a harmonia de eternidade em eternidade. O mundo vindouro será muito mais

maravilhoso do que podemos imaginar: “como está escrito: As coisas que olho não

viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus

preparou para os que o amam”. (I Coríntios 2:9). E tudo isso poderá ser seu, basta

simplesmente que você creia em Jesus e tome a decisão de seguir todas as verdades

ensinadas na Bíblia Sagrada.

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Estudos Bíblicos Avançados

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ESTUDO BÍBLICO 6

PLANO DA SALVAÇÃO

ESTADO CAÍDO DO HOMEM

1. O que entrou no mundo pelo pecado?

R.: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a

morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos

pecaram”. Romanos 5:12

A Bíblia ensina que por um homem – Adão – o pecado entrou no mundo. E

com a entrada do pecado o homem se tornou uma criatura mortal. Isso ocorreu há

muito tempo. Deus havia autorizado ao homem a comer livremente de todas as árvores

do Jardim do Éden, exceto da árvore da ciência do bem e do mal, porque no dia em

que comesse do seu fruto certamente morreria (Gênesis 2:16-17). Todavia, o homem

acabou transgredindo o santo mandamento de Deus, e desse modo o pecado entrou no

mundo, trazendo a mais terrível das conseqüências da desobediência: a morte.

Segundo os ensinos das Sagradas Escrituras, a morte passou a todos os

homens. Isto porque quando o homem pecou, ele também perdeu o dom da

imortalidade que lhe havia sido concedido por Deus ao comer do fruto da árvore da

vida. Assim o primeiro casal não poderia transmitir geneticamente aos seus

descendentes aquilo que ele já não mais possuía. Desse modo, por causa do pecado dos

nossos primeiros pais eles se tornaram mortais, e todos os seus descendentes também

nasceram mortais. “Que é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do

homem, para que o visites?” (Salmos 8:4).

Como a morte domina todos os homens, isto é sinal indicador de que todos os

homens trazem no seu corpo e no seu caráter as “conseqüências” do pecado cometido

pelos nossos primeiros pais. De modo que o homem é gerado em iniqüidade e nasce

ímpio. Desde a mais tenra infância, todos apresentam uma propensão natural para a

desobediência e para o pecado. Quando o primeiro casal pecou, o seu caráter elevado e

santo deixaram de ressonar na mesma freqüência do caráter santo e elevado de Deus.

Com isso todos os homens se tornaram deficientes espirituais e morais. “Todos se

extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um

só”. (Romanos 3:12).

2. Qual é o salário do pecado? Qual é o dom gratuito de Deus?

R.: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida

eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor”. Romanos 6:23

Neste versículo a Bíblia ensina claramente que a presença da morte no mundo

deve-se unicamente em conseqüência do pecado. A morte é a única recompensa que o

pecador recebe pela prática do pecado.

Aqui se faz necessário salientar que o salário do pecado (morte) é devido a

duas situações distintas: Em primeiro lugar, todos nós nascemos mortais unicamente

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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por causa do salário do pecado de Adão e Eva. E, em segundo lugar, todos nós

recebemos o salário do pecado em razão dos nossos próprios pecados.

Mas as Sagradas Escrituras também trazem esperança e conforto para o

pecador arrependido, ao afirmar que a vida eterna é concedida unicamente por

intermédio de Jesus Cristo. “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim

também todos serão vivificados em Cristo”. (I Coríntios 15:22).

Jesus Cristo é Aquele que tem o poder para desfazer as conseqüências que

herdamos do pecado de nossos primeiros pais, concedendo-nos a vida eterna. Ele

também tem poder para nos livrar do salário de nossos próprios pecados, concedendo-

nos o perdão e a vida eterna. “E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna”. (I

João 2:25).

JESUS: A SOLUÇÃO DE DEUS

3. O que Moisés levantou no deserto?

R.: “E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do

homem seja levantado. Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a

vida eterna”. João 3:14-15

Jesus ilustrou o plano da salvação com um evento ocorrido na época de

Moisés. Conforme está registrado no Antigo Testamento os israelitas vaguearam pelo

deserto durante um período de quarenta anos. E muitos deles estavam morrendo ao

serem picados por serpentes abrasadoras. Nessas circunstâncias Moisés intercede a

Deus pelo povo. E atendendo a intercessão de Moisés, Deus ordena que seja moldada

uma serpente de metal à imagem das serpentes abrasadoras, a qual deveria ser fixada

num poste e colocado no centro do acampamento do povo israelita.

Feito isso, toda pessoa que fosse picada por uma serpente abrasadora deveria

ser levada diante daquele poste, onde estava fixada a serpente de metal. E então

deveria olhar para a serpente de metal, crendo de que não iria morrer pelo efeito do

veneno da serpente abrasadora que lhe havia picado. Aqueles que tinham fé não

morriam, mas aqueles que não exerciam a fé acabavam morrendo pelo efeito do

veneno da serpente.

Assim também, todos nós fomos picados por aquela “antiga serpente”

(Apocalipse 12:9), que seduziu nossos primeiros pais no Jardim do Éden. Mas Jesus

Cristo, à semelhança da serpente de metal, foi levantado numa cruz de madeira, para

que todos possam olhar para Ele, e todo aquele que nEle crer não perecerá

eternamente, mas pelo contrário terá vida eterna.

4. O que Deus deu ao mundo? O que recebe aquele que nEle crê?

R.: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito,

para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. João 3:16

O plano da salvação gira em torno do fato de que o homem é mortal, e que de

nenhuma forma possui a vida eterna. Assim, as Sagradas Escrituras dizem que Deus

amou o mundo desde o princípio da criação. O Seu amor pela humanidade foi tão

amplo, intenso e irrestrito que Ele entregou à morte vicária (substituta) o Seu Filho

Unigênito – Jesus Cristo para salvar o mundo. “E vimos, e testificamos que o Pai

enviou seu Filho para Salvador do mundo”. (I João 4:14). Deus fez isto para que todo

ser humano, ao crer em Jesus Cristo não mais venha a perecer para sempre, mas que

receba por meio de Jesus a vida eterna.

Com o plano da salvação fica bem claro que a vida eterna é oferecida ao

homem unicamente por intermédio da morte expiatória de Jesus, justamente porque o

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homem não possui nada de imortal em si mesmo. Nem no céu, inferno, purgatório,

limbo ou em qualquer outro lugar. O homem é simplesmente mortal, e somente quem

crer em Jesus Cristo é que será salvo da morte eterna. Esse é o claro ensino das

Sagradas Escrituras. “Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo

Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores; dos quais eu sou o principal”. (I

Timóteo 1:15).

Jesus deixou o Seu deslumbrante trono de glória, e tomando a natureza humana

desceu neste mundo de trevas profundas e dor para alcançar o mais perdido dos

pecadores. Jesus “sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus.

Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos

homens. E, achando-se na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente

até à morte, e morte de cruz”. (Filipenses 2:6-8).

O sacrifício expiatório realizado por Jesus Cristo na cruz foi a única maneira de

resgatar a humanidade da morte eterna, a qual ela já se encontra condenada pela

sentença proferida no Jardim do Éden: “certamente morrerás” (Gênesis 2:17). Na cruz

do calvário Jesus recebeu o salário pelos nossos pecados. Ele morreu em nosso lugar, e

com isso deu à humanidade a única oportunidade de salvação, para ter a vida eterna.

“Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”. (Lucas

19:10).

Jesus morreu por toda a humanidade (II Coríntios 5:15), desde o primeiro ao

último homem. Todavia a salvação é individual, de livre e espontânea escolha do

próprio interessado. Assim ensinou o apóstolo Paulo: “Crê no senhor Jesus Cristo, e

serás salvo”. (Atos 16:31). Somente as pessoas que crerem em Jesus Cristo como o

“Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29) é que receberão a vida

eterna. Aqueles que não crerem em Jesus Cristo jamais terão o dom da vida eterna,

mas perecerão eternamente, conforme a sentença condenatória proferida no Jardim do

Éden aos nossos primeiros pais.

POR QUE ELE MORREU

5. O que Jesus levou em Seu corpo sobre o madeiro?

R.: “Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que,

mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes

sarados”. I Pedro 2:24

Neste versículo o apóstolo Pedro – divinamente inspirado – diz que Jesus

Cristo levou os nossos pecados em Seu corpo sobre a cruz de madeira. Portanto, fica

claro que a morte de Jesus teve um significado muito mais profundo do que

poderíamos pensar ou imaginar: Jesus assumiu a culpa do homem, e por causa disso

recebeu o salário que o pecador merece: a morte. “E bem sabeis que ele se manifestou

para tirar nossos pecados; e nele não há pecado”. (I João 3:5). Ele morreu para tirar o

seu pecado, para que no dia em que você vier a nEle crer possa então receber o perdão

dos pecados e por fim a vida eterna. Jesus tinha plena consciência de sua missão

quando disse: “o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar

a sua vida em resgate de muitos”. (Mateus 20:28).

Não fosse o amor incondicional de Deus pela humanidade, todos os seres

humanos estariam perdidos para sempre. Todos estariam condenados a morrerem, sem

terem nenhuma esperança ou oportunidade de salvação – a vida eterna. Mas em nossa

grande fraqueza e extrema necessidade desesperadora, Jesus Cristo Se ofereceu para

nos redimir da morte eterna, trazendo salvação a todo aquele que nEle crer. Disse

Jesus: “E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da

minha mão”. (João 10:28).

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LEANDRO BERTOLDO

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Assim, através da morte de Jesus, Deus está oferecendo a você a oportunidade

única de ter a vida eterna. Qual será a sua decisão?

6. Cristo morreu pelos pecados de quem?

R.: “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu

por nossos pecados, segundo as Escrituras”. I Coríntios 15:3

O apóstolo Paulo diz que ele tem ensinado aquilo que ele também aprendeu

pelas Escrituras Sagradas. O seu ensino era que Cristo Jesus morreu pelos nossos

pecados. Mais uma vez fica claro que a razão da morte de Jesus Cristo era expiatória.

Jesus entregou Sua vida numa morte vicária (substituta). Ele morreu em nosso lugar.

Ele recebeu o salário dos nossos pecados. Ele sofreu a pena da condenação proferida

no Jardim do Éden aos nossos primeiros pais. Segundo o apóstolo Paulo “Deus prova

o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores”.

(Romanos 5:8).

O salário do pecado é a morte. É o pecador quem deve morrer, todavia Jesus

veio ao mundo e morreu no lugar do pecador, para que este quando cresse em Jesus

pudesse alcançar o perdão dos pecados e a vida eterna. Jesus morreu como expiação

pelos pecados de toda a humanidade. Disse Jesus: “Eu sou o bom Pastor: o bom Pastor

dá a sua vida pelas ovelhas”. (João 10:11).

Ele realizou a expiação do pecado por todos os homens. Mas a salvação é

individual. Para ser salvo é preciso que cada um, individualmente, faça a sua escolha

aceitando a Jesus Cristo como seu salvador. Quem não O aceitar não será salvo da

morte eterna. “Quem tem o Filho tem a vida: quem não tem o Filho de Deus não tem a

vida”. (I João 5:12).

Graças ao sacrifício de Jesus, agora podemos ser libertos do poder do pecado,

podemos ser perdoados, podemos ser livres da morte. Agora podemos alcançar a

salvação para a vida eterna porque Cristo morreu exclusivamente por nossos pecados.

Ele morreu em nosso lugar, razão pela qual agora somos salvos por Sua graça,

mediante a nossa fé em Seu sangue remidor.

VOCÊ DEVE ACEITAR A SOLUÇÃO DE DEUS

7. Quem não é condenado? Quem já está condenado?

R.: “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado;

porquanto não crê no nome do Unigênito Filho de Deus”. João 3:18

Você precisa aceitar a solução proposta por Deus para o problema do pecado.

Para isso você precisa crer em Jesus Cristo, pois se você não crer em Jesus Cristo

você já está condenado. Mas condenado ao que? Condenado àquela sentença proferida

no Jardim do Éden, quando foi dito aos nossos primeiros pais de que eles morreriam se

comessem do fruto da árvore da ciência do bem e do mal. Então a condenação é a

morte do pecador – o perecimento eterno – mesmo porque o salário do pecado é a

morte.

Todos os descendentes de Adão já nascem condenados à morte eterna, razão

pela qual aquele que crer em Jesus Cristo não é condenado. E também razão pela qual

aquele que não crer em Jesus Cristo já está condenado. Observe o que diz a Bíblia

Sagrada: “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado;

porquanto não crê no nome do Unigênito Filho de Deus”. (João 3:18).

Portanto, somente aceitando pela fé o sacrifício que Jesus realizou na cruz do

calvário, é que estaremos livres da condenação da morte eterna; somente crendo no

sacrifício substituto de Jesus é que receberemos a vida eterna. Você poderá ser

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LEANDRO BERTOLDO

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perdoado e salvo somente quando vier a crer em Jesus Cristo como o seu Salvador

pessoal, caso você não creia estará perdido. É isso que você quer? “Na verdade, na

verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna”. (João 6:47).

8. Quando os crentes em Jesus serão ressuscitados?

R.: “Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: que todo aquele que vê o

Filho, e crê nele tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia”. João 6:40

A vontade de Deus, que enviou o Seu Filho Unigênito ao mundo, é que todos

aqueles que crêem em Jesus recebam a vida eterna, posto que toda a humanidade está

condenada à morte eterna, sendo este o motivo pelo qual Jesus veio ao mundo e

morreu por todos. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e

crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas,

passou da morte para a vida”. (João 5:24).

O versículo bíblico esclarece ainda que a vida eterna será concedida ao crente

em Jesus mediante um processo chamado, nas Escrituras Sagradas, por “ressurreição”.

E ainda mais, a ressurreição ocorrerá somente no último dia de história deste mundo,

quando Jesus voltar com milhares de milhares e milhões de milhões de anjos ao Seu

redor.

O Plano da Salvação é uma prova eloqüente de que não existe imortalidade

inerente da alma humana. O Plano da Salvação nega que os justos ao morrerem vão

imediatamente para o céu, e os ímpios para o inferno. Mas, o evangelho de Cristo

promete imortalidade somente para quem crer em Jesus. E mesmo assim, o dom a

imortalidade só será concedida ao justo mediante a ressurreição dos mortos, que

ocorrerá quando Jesus retornar a este mundo. O evangelho não promete imortalidade

para os ímpios, mas apenas para aqueles que crerem em Jesus. Logo, os ímpios não

receberão a vida eterna, posto que não crêem em Jesus. “Na verdade, na verdade vos

digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna”. (João 6:47).

Em síntese, o pecador convertido a Cristo tem a vida eterna, a qual somente lhe

será concedida no dia em que Jesus retornar a este mundo com poder e grande glória.

Destarte, os justos mortos não estão vivos no céu, e nem os ímpios mortos estão vivos

no inferno, ou em qualquer outro lugar. Isso porque os justos receberão a vida eterna

através da ressurreição, mediante a fé em Cristo Jesus, a qual ocorrerá somente no

último dia de história deste mundo.

JESUS É O ÚNICO SALVADOR E MEDIADOR

9. Além de Jesus existe salvação em algum outro nome?

R.: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum

outro nome há, dado entre os homens pelo qual devamos ser salvos”. Atos 4:12

Muitas pessoas supõem que os santos canonizados possuem algumas virtudes

ou méritos para poder salvar alguém. Mas isso, à luz das Sagradas Escrituras, é um

grande equivoco, um lamentável erro, uma vez que a própria Bíblia é clara em dizer

que exceto o nome de Jesus Cristo, em nenhum outro nome existe salvação.

Mas por que só Jesus é quem salva e ninguém mais? A resposta é muito

simples. Primeiro porque Ele é o salvador do mundo (João 3:17; 4:42). Segundo

porque somente Ele é o Filho Unigênito de Deus (João 3:16). Terceiro porque Ele é

membro da Santíssima Trindade (Mateus 28:19). Quarto porque somente Ele morreu

pelos nossos pecados (I Coríntios 15:3). Quinto porque somente quem crer em Jesus é

que receberá a vida eterna. (João 3:36). Sexto porque Ele é o cordeiro de Deus que tira

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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o pecado do mundo (João 1:29). E sétimo porque Ele ressuscitou para nossa

justificação (Romanos 4:25).

Desse modo, Jesus Cristo é o único que realmente pode salvar os pecadores da

morte eterna, e ninguém mais. “Filhinhos, escrevo-vos, porque pelo seu nome vos são

perdoados os pecados”. (I João 2:12).

10. Quantos mediadores há entre Deus e os homens?

R.: “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus

Cristo homem”. I Timóteo 2:5

Muitos imaginam que a Virgem Maria é uma mediadora (medianeira) que

trabalha em benefício dos homens. Todavia, esta doutrina – à luz das Sagradas

Escrituras – demonstra constituir-se numa verdadeira falácia. Isso porque a Bíblia é

clara e explicita em afirmar categoricamente que somente há um mediador entre Deus

e os homens, e que esse mediador se chama Jesus Cristo.

Jesus se tornou mediador dos homens porque Ele morreu por todos, ressuscitou

e sentou-se à destra da Majestade para interceder por todos aqueles que O buscam para

a salvação (Romanos 8:34). As Escrituras Sagradas ensinam que há só um mediador,

portanto, não pode haver dois, três, quatro ou mais. Caso contrário o Espírito Santo,

que inspirou a Palavra de Deus, nos teria ensinado essa doutrina, o que não é o caso.

Além disso, “ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é

Jesus Cristo”. (I Coríntios 3:11).

Foi Jesus mesmo quem disse: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida.

Ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6). Diante dessa afirmativa do Senhor

fica claro que não existe outro caminho para o Céu a não ser através de Jesus. E ainda

mais, ninguém virá ao Pai a não ser por intermédio de Jesus Cristo.

CONCLUSÃO

11. Que chamado Jesus nos faz?

R.: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.

Tomais sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de

coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave

e o meu fardo é leve”. Mateus 11:28-30

Jesus chama todos aqueles que estão cansados e oprimidos pelo pecado, e pelas

aflições e desilusões da vida para que venham até Ele. Quando então Ele promete

aliviar essa pessoa do pesado fardo que carrega.

Jesus ainda disse que quando você for até Ele, você deverá entregar fardo que

carrega, e tomar o Seu jugo. Mas qual é o significado da palavra “jugo” no contexto do

ensino de Jesus? Ele se refere ao jugo constituído por uma barra de madeira, pela qual

dois animais são unidos pelo pescoço para o trabalho. O jugo também é usado para

unir um boi inexperiente a um boi experiente. Isso para que o boi inexperiente possa

aprender a fazer o trabalho, seguindo indutivamente o ritmo imposto pelo boi

experiente.

Assim também, devemos tomar o jugo de Jesus e nos atarmos a Ele para que

possamos aprender com Ele a mansidão e a humildade de coração, quando então

encontraremos descanso para nossas atribuladas vidas.

Finalmente Jesus acrescenta o fato, de que o Seu jugo é suave e o Seu fardo é

leve. De modo que se você for a Jesus e tomar o Seu jugo você ficará com um fardo

bem mais leve do que o fardo que você vem carregando durante toda a sua vida.

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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12. O que o Espírito e a esposa dizem?

R.: “E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem

sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida”. Apocalipse 22:17

Neste versículo, a palavra “Espírito” indica que o profeta está se referindo à

terceira pessoa da santíssima trindade: o “Espírito Santo”, que convence o homem do

pecado, da justiça e do juízo vindouro. Já a palavra “esposa” simboliza a “Igreja do

Deus Vivo”.

Logo, o Espírito Santo, juntamente com a Igreja de Deus, está neste momento

te chamando e convidando para que você venha. E se você ouvir a voz do Espírito

Santo tocando o seu coração você deve vir e se unir à Igreja do Deus. E se você tiver

sede pela verdade, você deve vir e tomar de graça a água da vida, aceitando a Jesus

Cristo, o qual lhe concederá a vida eterna gratuitamente. Jesus está te chamando: “E

não quereis vir a mim para terdes vida”. (João 5:40).

Mas observe que Deus respeita o seu livre arbítrio. Você “vem” se quiser ter a

vida eterna. Ninguém será obrigado a seguir a Jesus, pois está escrito: “quem quiser,

tome de graça da água da vida”. Mas se você não aceitar o sacrifício expiatório de

Jesus em seu favor, como você poderá escapará da morte eterna negligenciando tão

grande salvação? (Hebreus 2:3).

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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ESTUDO BÍBLICO 7

PASSOS PARA A SALVAÇÃO

CONDIÇÃO DO HOMEM

1. Existe algum homem justo na Terra que nunca peque?

R.: “Na verdade que não há homem justo sobre a terra, que faça bem, e nunca

peque”. Eclesiastes 7:20

Depois que o pecado entrou no mundo não há homem na face da Terra que seja

justo diante de Deus. Não há homem que faça o bem e que nunca venha a pecar. Na

verdade o homem peca porque já nasceu em iniqüidade, nasceu deficiente

espiritualmente, é incapaz de fazer o bem. Observe a afirmação do salmista: “Eis que

em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe”. (Salmo 51:5).

Devido a sua natureza carnal, o homem possui um pendor natural para praticar

o mal. Todas as intenções do seu coração são mesquinhas e egoístas. Tudo o que faz

gira em torno do seu próprio “ego”, a tal ponto que todos os seus atos são pecaminosos

diante de um Deus Santo e Justo. “Como pois seria justo o homem perante Deus, e

como seria puro aquele que nasce da mulher?” (Jó 25:4).

Ao comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal, o homem rebelou-se

conscientemente contra Deus. O pecado de nossos primeiros pais acabou alterando a

natureza física, emocional, e espiritual do homem. O seu caráter deixou de estar em

harmonia com o caráter puro e santo de Deus. Com isso o homem perdeu todo

interesse de ter comunhão com o Seu Criador, e sua natureza se transformou de justa

para ímpia, e de santa para perversa. A Bíblia Sagrada diz que “O Senhor olhou desde

os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e

buscasse a Deus. Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: não há quem

faça o bem, não há sequer um”. (Salmos 14:2-3).

2. Qual é o salário do pecado?

R.: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida

eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor”. Romanos 6:23

A remuneração do pecado é a morte do pecador. Todos os seres humanos

nascem designados a receberem o salário do pecado, posto que todos possuem uma

natureza pecaminosa. Diz o salmista: “Alienam-se os ímpios desde a madre; andam

errados desde que nasceram, proferindo mentiras”. (Salmos 58:3).

Em razão do pecado de Adão e Eva, todos os seres humanos já nascem

condenados à morte eterna. Mas Deus em Seu infinito amor e misericórdia pela raça

caída, enviou o Seu Filho Unigênito a este mundo de trevas e dor para morrer no lugar

do pecador. Com esse ato Deus concedeu aos homens o dom gratuito da vida eterna

por intermédio de Cristo Jesus nosso Senhor.

Mas, por causa do livre arbítrio e da capacidade de compreensão que todos os

seres humanos são dotados, a salvação do homem foi condicionada somente ao ato de

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Estudos Bíblicos Avançados

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crer em Jesus. “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no

Filho não verá a vida”. (João 3:36).

ARREPENDIMENTO

3. O que fazer para que sejam apagados os nossos pecados?

R.: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos

pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor”. Atos

3:19

Após crer que Jesus Cristo é o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do

mundo”. (João 1:29), o pecador precisa dar o primeiro passo para a sua salvação

pessoal: Ele precisa alcançar o arrependimento dos seus pecados.

Quando o pecador se arrepende de seus pecados, ele reconhece

voluntariamente as suas próprias faltas. Não procura justificar os pecados que

cometeu. Mas sente em sua própria consciência uma profunda tristeza por ter agido

contra os preceitos divinos, os quais expressam a vontade de Deus para com ele.

Quando um pecador se arrepende há alegria no céu: “Assim vos digo que há alegria

diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende”. (Lucas 15:10).

É reconhecendo-se culpado pelos pecados dantes cometidos, que o pecador é

levado pelo Espírito Santo a cogitar em sua consciência o arrependimento e o perdão

de Deus. Mas o simples medo da conseqüência do ato pecaminoso não leva ao

arrependimento genuíno, mas a uma forma de arrependimento chamado “remorso”.

4. O que opera a tristeza segundo Deus e segundo o mundo?

R.: “Agora folgo, não porque fostes contristados, mas porque foste contristados

para o arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus; de maneira que por

nós não padecestes dano em coisa alguma. Porque a tristeza segundo Deus opera

arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do

mundo opera a morte”. II Coríntios 7:9-10

Segundo estes versículos no arrependimento existem duas formas de tristeza

pelo pecado: (1) A primeira forma é a tristeza segundo Deus, a qual opera o

arrependimento para a salvação. Nessa forma de arrependimento o pecador se

reconhece culpado pelos pecados que cometeu e fica contristado. (2) A segunda forma

é a tristeza do mundo que opera a morte. Esse tipo de arrependimento é chamado por

“remorso”. No remorso o pecador não se reconhece culpado pelos pecados que

cometeu, mas teme unicamente as conseqüências que seus atos pecaminosos estão

produzindo. Assim, aquele que mata teme a prisão, e não que tenha ofendido a Deus.

Na Bíblia encontramos dois eventos que servem para ilustrar a diferença entre

“arrependimento” e o “remorso”. O primeiro caso é representado pela história de

Pedro, que após ter negado a Jesus por três vezes antes do galo cantar, se arrependeu e

chorou amargamente e alcançou o perdão de Deus. Sua vida posterior testemunha do

perdão alcançado. O segundo caso é a história de Judas, que após ter traído o Mestre,

teve remorso, temeu as conseqüências de seu hediondo ato. A seguir cometeu suicídio.

Não teve o genuíno arrependimento que o levaria a alcançar o perdão de Deus. Não

sentiu tristeza pelo pecado, mas ficou apavorado pelo rumo que estava tomando o seu

pecado. Não confiou no amor e no perdão do Salvador, e cometeu suicídio.

O arrependimento genuíno manifesta-se numa tristeza e repulsa pelo pecado. O

verdadeiro arrependimento não é uma tristeza que resulta do temor do sofrimento ou

das conseqüências causadas pelo pecado. Esse tipo de tristeza não resulta no abandono

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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do pecado. Somente um profundo sentimento de tristeza que reconhece ter o pecador

ofendido e desagradado a Deus é que resulta no genuíno abandono e perdão do pecado.

Deus espera que pelo conhecimento do Evangelho você venha a se arrepender

de todos os seus pecados: “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância,

anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam”. (Atos

17:30).

CONFISSÃO

5. Quem nunca prosperará? Quem alcançará misericórdia?

R.: “O que encobre as suas transgressões, nunca prosperará; mas o que as confessa

e deixa, alcançará misericórdia”. Provérbios 28:13

Ao dar o segundo passo para a salvação, o pecador espontaneamente deverá

confessar os seus próprios pecados. O pecador que não reconhece em seu coração as

suas transgressões nunca poderá prosperar em sua vida espiritual, nada alcançará de

Deus, pois o pecado é uma barreira entre Deus e o homem. Mas o pecador que

confessa as suas transgressões e as deixa, esse sim, alcançará a misericórdia e o perdão

de Deus. Esse prosperará em sua vida espiritual. O verdadeiro arrependimento sempre

se manifesta com a disposição do pecador em confessar de coração o seu pecado.

A confissão do pecado não pode ser feita em sentido geral, mas deve ser

específica e consciente. É necessário que o pecador mencione cada pecado que o

Espírito Santo venha a lhe trazer à consciência. Observe a aflição do salmista por

causa da consciência de seus pecados: “Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a

tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas

misericórdias. Lava-me completamente da minha iniqüidade, e purifica-me do meu

pecado. Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre

diante de mim”. (Salmos 51:1-3).

6. Qual é a condição para alcançarmos o perdão?

R.: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo, para nos perdoar os

pecados, e nos purificar de toda a injustiça”. I João 1:9

O pecador que confessar os seus pecados alcançará misericórdia do Senhor.

Porque Deus é fiel e justo para perdoar os pecados. Deus também é fiel e justo para

limpar o coração do pecador de toda impureza e malícia. Assim se expressou o

salmista ao confessar a Deus o seu pecado: “Confessei-te o meu pecado, e a minha

maldade não encobri; dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu

perdoaste a maldade do meu pecado”. (Salmos 32:5). Portanto, existe uma condição

para o pecador alcançar o perdão dos seus pecados e a purificação de sua consciência:

ele deverá confessar o seu pecado e suas faltas a Deus.

A confissão do pecado deve ser precedida de genuíno arrependimento, o qual

se manifesta numa profunda e sincera tristeza pelos pecados e ofensas feitas a Deus.

Esse foi o exemplo deixado pelo salmista: “Porque eu confessarei a minha iniqüidade;

afligir-me-ei por causa do meu pecado”. (Salmos 38:18).

7. Em que seus pecados se tornarão?

R.: “Vinde então, e argüi-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam

como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve: ainda que sejam vermelhos

como o carmesim, se tornarão como a branca lã”. Isaías 1:18

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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A confissão de todo e qualquer tipo de pecado deverá ser feita em oração a

Deus. E por piores que tenham sido os pecados cometidos apresentados diante de

Deus, eles se tornarão brancos como a neve ou como a lã.

Se pecarmos contra o nosso próximo, além de confessarmos a Deus, também

devemos confessar ao nosso próximo o nosso arrependimento, procurando reparar as

conseqüências do ato pecaminoso e a reconciliação com a parte ofendida ou

prejudicada.

É claro que todos os pecados deverão ser confessados a Deus. Mas na

confissão do pecado ao nosso próximo, o pecador deverá observar o seguinte

princípio: “Se o pecado foi público a confissão deverá ser pública; se o pecado foi

privado a confissão deverá ser privada; se o pecado foi oculto deverá ser confessado

em oculto unicamente a Deus”.

Não deve ser motivo para aborrecimento, desanimo ou tristeza, se a parte

ofendida não quiser perdoar. Isso é problema unicamente dela com Deus. Quanto a

você, pode ficar sossegado com sua consciência, pois fez o que lhe cabia cumprir,

confessando seu pecado à parte ofendida e a Deus.

CONVERSÃO

8. Em que nosso Deus é grandioso?

R.: “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.

Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se

converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque

grandioso é em perdoar”. Isaías 55:6-7

Depois que o pecador se arrependeu e confessou os seus pecados a Deus, é

necessário que ele dê o terceiro e último passo para o perdão e sua salvação. Esse

passo consiste na conversão. Converter significa mudar o rumo de sua vida em direção

à vontade de Deus. Não é suficiente o arrependimento e a confissão do pecado, se

ainda o pecador persistir em continuar na prática do pecado. É preciso que ele deixe

definitivamente de praticar o pecado. Somente assim terá ocorrido a sua conversão.

Portanto, segundo as instruções das Escrituras Sagradas, o ímpio deverá deixar

o seu caminho pecaminoso e o homem maligno deverá abandonar os seus pensamentos

malignos, e se converter a Deus, que terá compaixão do pecador arrependido e

perdoará todos seus pecados.

O pecador deverá se converter unicamente a Deus, porque Ele é grandioso em

perdoar os pecados. Logo, além do arrependimento e da confissão, também é

necessário que o pecador se converta a Deus. Sem conversão não há perdão!

9. O que você deve fazer para viver?

R.: “Porque não tomo prazer na morte do que morre, diz o Senhor Jeová: convertei-

vos, pois, e vivei”. Ezequiel 18:32

Sabemos que o salário do pecado é a morte eterna do pecador. Mas as Sagradas

Escrituras ensinam que Deus não tem nenhum prazer na morte do pecador impenitente.

Mas o Senhor deseja que todos os pecadores se convertam dos seus maus caminhos e

conseqüentemente venham a alcançar o perdão dos pecados e a vida eterna oferecida a

todos aqueles que crêem no Evangelho. Somente pelo nome de Jesus Cristo é que

alcançamos o perdão dos pecados: “Filhinhos, escrevo-vos, porque pelo seu nome vos

são perdoados os pecados”. (I João 2:12).

Sem conversão não há perdão de pecados. “Mas se o ímpio se converter de

todos os seus pecados que cometeu, e guardar todos os meus estatutos, e fizer juízo e

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justiça, certamente viverá; não morrerá. De todas suas transgressões que cometeu não

haverá lembrança contra ele: pela sua justiça que praticou viverá”. (Ezequiel 18:21-

22).

Deus é misericordioso e compassivo para com todo pecador arrependido. Não

importa quão grande seja o teu pecado. Ele está sempre pronto e disposto a perdoar. O

perdão de Deus somente se tornou possível porque Jesus veio ao mundo e morreu

pelos nossos pecados, caso contrário não haveria possibilidade de perdão e salvação.

“A este dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele crêem receberão o

perdão dos pecados pelo seu nome”. (Atos 10:43).

10. A quem você deve se converter?

“Tu, pois, converte-te a teu Deus: guarda a beneficência e o juízo, e em teu Deus

espera sempre”. Oséias 12:6

Para que você tenha direito ao perdão do pecado e à vida eterna, você precisa

se converter a Deus. O versículo bíblico é muito claro em dizer que devemos nos

converter a Deus. “Se te converteres ao Todo-poderoso, serás edificado; afasta a

iniqüidade da tua tenda”. (Jó 22:23).

Ao se converter a Deus você deverá observar o seguinte: (1) guardar a

beneficência – prática de fazer o bem; (2) guardar o juízo – guardar a vontade de Deus,

conforme revelada nas Escrituras Sagradas; (3) e confiantemente esperar sempre em

Deus. E uma vez convertido você deverá permanecer “fiel até a morte”. (Apocalipse

2:10).

CONCLUSÃO

11. Com que profundidade deve ser nossa conversão?

R.: “Ainda assim, agora mesmo dia o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso

coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai o vosso coração, e

não os vossos vestidos, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é

misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em beneficência, e se

arrepende do mal”. Joel 2:12-13

A conversão do pecador a Deus não deverá ser algo superficial, ou apenas uma

manifestação formal do exterior. Mas o interesse do pecador deverá partir com

sinceridade do interior do coração. E isso com jejuns, choro e pranto, em total

contrição pelos pecados dantes cometidos. O coração inteiro do pecador precisa se

submeter a Deus, caso contrário não ocorrerá a tão necessária modificação do caráter

carnal para espiritual. Todos desejos do coração devem ser colocados em perfeita

harmonia com a vontade de Deus. Então Ele transformará nosso coração de pedra em

um coração de carne. “E vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito

novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne, e vos darei um coração de carne”.

“E porei dentro de vós o meu espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis

os meus juízos, e os observeis”. (Ezequiel 36:26-27).

O Espírito Santo, através da Palavra de Deus, está chamando para que você se

renda e converta ao Senhor nosso Deus, porque Ele é misericordioso, compassivo e

grande em beneficência. Não procure dar justificativas para o seu pecado, mas aceite o

plano que Deus tem para a sua vida, “não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao

Senhor e aparta-te do mal”. (Provérbios 2:7).

12. O que é necessário para entrar no reino dos céus?

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R.: “E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes

como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus”. Mateus 18:3

Se você não se converter, e não se fizer humilde, e ter a simplicidade das

crianças, de modo algum você poderá entrar no reino dos céus.

Fazer-se como meninos significa lançar fora do coração “os maus

pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias”.

(Mateus 15:19). Significa desalojar do coração a impureza, a malícia, a arrogância, a

vaidade, o orgulho etc. Fazer-se como meninos é ter a humildade e simplicidade das

crianças. É perdoar para esquecer e reconciliar-se. É ter o “coração purificado da má

consciência”. (Hebreus 10:22).

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ESTUDO BÍBLICO 8

ORAÇÃO

COMO ORAR

1. Na oração particular onde Jesus nos aconselhou a orar?

R.: “Mas tu quando orares, entra no teu aposento, e, fechando a tua porta, ora a teu

Pai que está em oculto; e teu Pai, que vê secretamente, te recompensará”. Mateus

6:6

Jesus, por preceito e exemplo, constantemente mostrava aos seus discípulos a

necessidade de orarem. Até que “aconteceu que, estando ele a orar num certo lugar,

quando acabou lhe disse um dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar, como

também João ensinou aos seus discípulos”. (Lucas 11:1). Este é exatamente o tema

que se propõe o presente estudo: ensinar o cristão a orar conforme as orientações das

Sagradas Escrituras.

No sermão da montanha, Jesus deixou bem claro que quando os crentes fossem

orar em particular deveriam entrar em seu aposento e fechar a porta. A seguir deveriam

dirigir suas orações ao Pai, o qual está oculto aos olhos dos homens, todavia,

secretamente Ele vê e dará a recompensa que o suplicante solicita.

Portanto, o cristão deve entrar em seu aposento particular e trancar a porta para

orar reservadamente ao Pai celestial. Esse ato permite que o crente abra seu coração a

Deus como a um amigo muito chegado. Com o seu aposento trancado o suplicante terá

a certeza de que ninguém entrará no seu quarto para interromper sua comunhão com

Deus, de modo que poderá concentrar inteiramente sua mente e seu coração na oração.

Ao abrir o coração a Deus “não estejais inquietos por coisa alguma: antes as vossas

petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplicas, com ação de

graças”. (Filipenses 4:6).

Jesus mesmo tinha o hábito de orar em particular. Observe o testemunho

deixado pelo apóstolo Mateus: “E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar à

parte. E, chegada já a tarde, estava ali só”. (Mateus 14:23). Agora note o que escreveu

o discípulo Marcos: “E, levantando-se de manhã muito cedo, fazendo ainda escuro,

saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava”. (Marcos 1:35). Veja o que o Doutor

Lucas registrou a respeito do assunto: “Porém ele retirava-se para os desertos, e ali

orava”. (Lucas 5:16). O testemunho eloqüente desses homens santos de Deus mostram

claramente que Jesus tinha em alta conta a oração em particular.

Toda oração deve ser lúcida e consciente. O suplicante deve expressar ao Pai

suas reais necessidades e agradecimentos pelas benções recebidas. Ela não deve ser

uma ladainha decorada, repetida mecanicamente, sem nenhuma concentração ou

atenção.

MEDIAÇÃO NA ORAÇÃO

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2. A quem Jesus disse que devemos pedir, e em nome que quem?

R.: “E naquele dia nada me perguntareis. Na verdade na verdade vos digo que tudo

quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar”. João 16:23

Em oração, ao pedirmos qualquer coisa ao Pai, devemos sempre fazê-lo em

nome de Jesus. Somente então o Pai atenderá as nossas orações. “Disse-lhe Jesus: Eu

sou o caminho, e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim”. (João

14:6). Portanto, somente poderemos ir ao Pai em oração por intermédio de Jesus.

Orar em nome de Jesus é muito mais do que simplesmente mencionar o Seu

nome na oração como se fosse uma palavra mágica, tipo “abracadabra”. Para orar em

nome de Jesus é necessário que o cristão creia em Jesus de todo o coração, aceitando-

O como Senhor e Salvador de sua vida. É preciso que creia em Suas promessas, e que

esteja sendo santificado na verdade (João 17:17) pela prática diária da Palavra de

Deus.

3. Conforme Jesus, em nome de quem devemos pedir em oração?

R.: “E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja

glorificado no filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei”. João

14:13-14

Novamente, neste versículo Jesus ensinou que tudo o que pedirmos em Seu

nome Ele promete atender. E isto para que o Pai seja glorificado no Filho. A seguir

Jesus reforça a idéia de que devemos pedir ao Pai em Seu nome ao dizer, que se

pedirmos alguma coisa em Seu nome Ele o fará.

Quando oramos ao Pai em nome de Jesus, na verdade estamos solicitando a

mediação de Jesus em nosso favor. Pois, segundo os ensinos das Escrituras Sagradas

somente Jesus Cristo é o mediador entre Deus e os homens (I Timóteo 2:5), pois

ninguém vem ao Pai, senão por intermédio de Jesus (João 14:6).

QUANTIDADE DE ORAÇÃO

4. A exemplo do salmista, quantas vezes devemos orar ao dia?

R.: “De tarde e de manhã e ao meio-dia orarei; e clamarei, e ele ouvirá a minha

voz”. Salmos 55:17

O salmista tinha por costume orar de tarde, de manhã e ao meio-dia. E a

exemplo do salmista devemos no mínimo também orar três vezes ao dia: de manhã, ao

meio-dia e à noite. Alguns santos de Deus achavam conveniente que a oração da

manhã fosse feita de madrugada. Observe o testemunho deixado pelo salmista: “Eu,

porém, Senhor, clamo a ti, e de madrugada te envio a minha oração”. (Salmos 88:13).

A duração da oração não tem limite. Em épocas de crises ou de grandes

decisões Jesus passava a noite inteira em oração. “E aconteceu que naqueles dias,

subiu ao monte a orar, e passou a noite em oração a Deus”. (Lucas 6:12).

O exercício espiritual de praticar três orações ao dia manterá nossa comunhão

com Deus constantemente renovada e nosso estado de espírito mais elevado.

5. Quantas vezes o profeta Daniel costumava orar em seu quarto?

R.: “Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa

(ora havia no seu quarto janelas abertas da banda de Jerusalém), e três vezes no dia

se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como também antes

costumava fazer”. Daniel 6:10

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O profeta Daniel foi um grande homem de Deus. A exemplo do salmista, ele

também tinha o costume de orar três vezes ao dia.

Segundo esclarecimento das Escrituras Sagradas, Daniel costumava se dirigir

ao seu quarto para entreter comunhão com Deus. Naquele local, ele se punha de

joelhos e orava a Deus, dando graças pelas benções recebidas.

A oração pública pode ser feita em pé em atitude de reverência com a fronte

inclinada para baixo, mas na oração particular é conveniente se ajoelhar. O ato de

ajoelhar é um ato de adoração que prestamos a Deus. Como vimos Daniel ao orar “se

punha de joelhos”. Observe como o salmista conclama os crentes a adorarem a Deus:

“Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos criou”.

(Salmos 95:6). Muitas vezes Paulo orava de joelhos: “E, havendo dito isto, pôs-se de

joelhos, e orou com todos eles”. (Atos 20:36).

Se você também quiser ser um homem de Deus, deverá seguir o exemplo dos

homens santos de Deus, orando no mínimo três vezes ao dia.

FÉ E ORAÇÃO

6. Com o que devemos pedir ao Senhor?

R.: “Peça-a, porém, com fé, não duvidando; porque o que duvida é semelhante à

onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte. Não pense

tal homem que receberá do Senhor alguma coisa”. Tiago 1:6-7

Além de pedir a mediação do nome de Jesus Cristo na oração, também é

necessário que o cristão venha a orar exercendo a fé, sem ter no coração qualquer tipo

de dúvida. Pois aquele que faz uma oração cheia de dúvidas é comparado à onda do

mar, a qual é levada pelo vento para qualquer parte e não chega a lugar nenhum.

Aquele que ora sem exercer a fé não receberá de Deus coisa alguma.

Quando for orar a Deus, o cristão deve acreditar que ele receberá a bênção,

antes mesmo vê-la concretizada. Foi isso que Jesus ensinou: “Por isso vos digo que

tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis, e tê-lo-eis”. (Marcos 11:24).

Portanto a fé é o vetor que leva as nossas orações ao trono da graça. Sem a fé

as nossas orações são desorientadas e se dissipam entre as paredes do nosso quarto. É

somente pela fé que podemos agradecer e solicitar as benções de Deus. E isto é feito

por intermédio da oração da fé.

7. Que duas coisas devemos crer ao aproximarmos de Deus?

R.: “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe: porque é necessário que aquele que se

aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam”.

Hebreus 11:6

A fé é tão importante para a oração que sem ela é impossível agradar a Deus.

Ao nos aproximarmos de Deus é necessário crer em duas coisas: Primeiro devemos

crer que Deus existe. Segundo devemos crer que Deus é recompensador (galardoador)

daqueles que O buscam em oração.

A fé é o resultado da “confiança” que você deposita sobre alguém. A confiança

faz parte da inteligência espiritual. Ela não é algo que você pode exercer na hora em

que bem entender, ou mesmo no momento em que alguém lhe solicitar para depositar

confiança nela. A confiança é uma conquista realizada pelos homens ao interagir uns

com os outros. Para que você possa confiar no seu próximo, é necessário que você

conheça o caráter dele. Mas para isso você precisa ter um relacionamento pessoal com

essa pessoa. Por exemplo, se você estiver em seu são juízo jamais daria a chave do seu

carro a um desconhecido que estivesse passando pela rua. Mas você daria a chave do

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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seu carro a uma pessoa com quem você tem um relacionamento íntimo e tem a certeza

de que essa pessoa não lhe trairá a confiança. Assim também, para podemos confiar

em Deus precisamos ter um relacionamento pessoal e íntimo com Ele, caso contrário

nunca O conheceremos, e em conseqüência nunca poderemos crer Nele.

Para você poder conhecer a Deus é necessário que você venha a estudar com

afinco a sua Santa Palavra, prestando especial atenção nos detalhes de Seu caráter e de

Sua vontade para com os homens.

IMPEDIMENTOS À ORAÇÃO

8. O que causa divisão entre nós e Deus?

R.: “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem o

seu ouvido agravado, para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem

divisão entre vós e o vosso Deus: e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós,

para que vos não ouça”. Isaías 59:1-2

Além falta de fé e da falta da solicitação da mediação de Jesus, a oração ainda

pode ser impedida pelos nossos próprios pecados.

Muitas pessoas oram fervorosamente, e muitas vezes não são atendidas. Razão

pela qual são levadas a pensar que a mão do Senhor está encolhida a ponto de não

poder salvá-las. Ou então que o Seu ouvido está surdo, a ponto de não poder mais

ouvir as orações.

Todavia, a razão pelas quais muitas das nossas orações não são atendidas é

porque os nossos pecados causam uma divisão entre nós e o nosso Deus.

Os nossos pecados criam uma barreira que encobre o rosto de Deus de nós,

impedindo que Deus ouça as nossas orações.

Portanto, para que o canal de comunicação com Deus seja desimpedido

precisamos com sinceridade do coração nos arrepender, confessar e nos converter da

estrada do pecado para o caminho de Deus.

9. Quando o Senhor não ouvirá nossa oração?

R.: “Se eu atender à iniqüidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá”. Salmos

66:18

O salmista declarou que se ele atendesse ao pecado no seu coração, o Senhor

não o ouviria. Ou seja, se permitimos a existência de pecados acariciados em nosso

coração, Deus não ouvirá as nossas orações. “Longe está o Senhor dos ímpios, mas

escutará a oração dos justos”. (Provérbios 15:29).

A única solução, para que Deus possa continuar escutando as nossas orações,

consiste em livrar-nos definitivamente do poder que o pecado exerce em nossa vida.

Para isso é necessário que venhamos a examinar nossa consciência, reconhecendo o

pecado pelo seu exato nome. A seguir devemos nos arrepender, confessar e abandonar

definitivamente o pecado. Pois, caso contrário, Deus não ouvirá as nossas orações.

“Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos às suas

orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem males”. (I Pedro 3:12).

Portanto, para que as nossas orações sejam ouvidas por Deus é necessário que

tenhamos nossa consciência purificada dos pecados.

10. A oração de quem é abominável ao Senhor?

R.: “O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável”.

Provérbios 28:9

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Estudos Bíblicos Avançados

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A pessoa que desvia seus ouvidos de ouvir a Lei de Deus, faz uma oração

considerada abominável ao Senhor nosso Deus. Aquela que rejeita a luz das Escrituras

Sagradas está deliberadamente escolhendo o caminho das trevas. E quem recusa a

obedecer e guardar os mandamentos que Deus revelou em Sua Santa Lei dá mostra de

que não é uma pessoa sincera e íntegra de coração com as coisas sagradas de Deus. Por

essa razão sua oração é abominável ao Senhor. “Ora nós sabemos que Deus não ouve a

pecadores; mas, se alguém é temente a Deus, e faz a sua vontade, a esse ouve”. (João

9:31). Portanto, aquele que quer ter uma oração vitoriosa deverá evitar a todo custo o

poder do pecado, caminhando e praticando a luz que provem da Palavra de Deus.

Desse modo, “qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos; porque guardamos

os seus mandamentos, e fazemos o que é agradável à sua vista”. (I João 3:22).

ORAÇÃO VITORIOSA

11. Qual é a confiança que temos no em Deus?

R.: “E esta é a confiança que temos nele, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua

vontade, ele nos ouve”. I João 5:14

A confiança que temos em Deus é que se pedirmos em oração alguma coisa

que seja segundo a Sua santa vontade, Ele nos atende.

A vontade de Deus se encontra expressa em Sua Santa Palavra. É vontade de

Deus conceder-nos perdão, salvação, esperança, temperança, saúde, santidade,

sabedoria, paz, enfim, tudo o que for necessário para que sejamos felizes. Devemos

sempre ter em mente que Deus deseja nos conceder o melhor para nós. Foi isso que

Jesus ensinou: “Se, vós pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos,

quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhos pedirem”. (Mateus

7:11).

Ao orarmos devemos pedir que seja feita conforme a vontade de Deus. Foi

assim que Jesus em Seu grande momento de aflição se colocou nas mãos de Deus

orando: “Pai, se queres, passa de mim este cálix, todavia não se faça a minha vontade,

mas a tua”. (Lucas 22:42).

Assim também nós devemos orar a Deus colocando-nos em Suas bondosas

mãos, confiando no Seu imenso amor, na Sua misericórdia, em Sua piedade, enfim,

confiando que Deus é galardoador de todos aqueles que O buscam. Esta era a

confiança que o salmista tinha a respeito de Deus: “Ouve-me, Senhor, pois boa é a tua

misericórdia; olha para mim segundo a tua muitíssima piedade”. (Salmos 69:16).

12. Segundo Jesus, em que condições as orações serão atendidas?

R.: “Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo

o que quiserdes, e vos será feito”. João 15:7

Se nós estivermos em Jesus e as Suas palavras estiverem em nós, poderemos

pedir tudo o que desejarmos, e que nos será atendido. Portanto, duas são as condições

para nossas orações serem atendidas: (1) Estar em Jesus e (2) Suas palavras estarem

em nós.

Estar em Jesus significa permitir que ele habite nossos corações, vivendo não

mais o “eu”, e sim Jesus. Esse foi o testemunho deixado pelo apóstolo Paulo: “Já estou

crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que

agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si

mesmo por mim”. (Gálatas 2:20).

As palavras de Jesus estarão em nós quando estivermos vivendo a Palavra de

Deus em nossas vidas. Foi Jesus mesmo que disse: “Santifica-os na verdade: a tua

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palavra é a verdade”. (João 17:17). Se você cumprir esses dois requisitos “pedireis

tudo o que quiserdes, e vos será feito”.

Então o que você fará com o que aprendeu sobre a oração? A sugestão é que

você creia que a oração é um exercício espiritual sagrado que deve ser realizado todos

os dias, e que Deus ouve as orações. Por essa razão você precisa se comprometer a orar

com fé, no mínimo três vezes ao dia, para que a janela do céu lhe seja aberta, e que a

sua confiança em Deus possa crescer cada vez mais.

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ESTUDO BÍBLICO 9

REBELIÃO DE LÚCIFER

O PAI DA MENTIRA

1. Desde quando o Diabo peca?

R.: “Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para

isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo”. I João 3:8

Este versículo diz que qualquer pessoa que comete pecado pertence ao diabo.

Mas quem é o diabo? Qual é a sua origem? De onde ele vem? Porque ele peca desde o

princípio. Esta são algumas perguntas que vamos procurar responder no decorrer do

presente estudo.

Conforme a Bíblia Sagrada, o diabo peca desde o princípio da criação de todas

as coisas. E foi por esta razão que Jesus Cristo se manifestou neste mundo e viveu

entre os homens, unicamente com o propósito de desfazer todas obras do diabo,

concedendo a paz e o perdão ao pecador arrependido, e por fim a vida eterna.

As Escrituras Sagradas ensinam que o diabo é um ser pessoal e real,

extremamente perigoso, adversário de Deus e dos homens. O nome diabo ou Satanás é

mencionado setenta e uma vezes no Novo Testamento.

2. Em que o Diabo não se firmou, e do que ele é pai?

R.: “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai: ele foi

homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade

nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e

pai da mentira”. João 8:44

Em certa ocasião Jesus disse aos judeus que queriam matá-lo, de que eles

tinham por pai ao diabo. Este versículo mostra claramente que Jesus Cristo estava

convicto de que existia um ser real e pessoal chamado diabo.

Segundo Jesus, os judeus que queriam matá-lo estavam satisfazendo os desejos

de seu pai – o diabo – pois esta entidade foi homicida desde o princípio. Portanto,

desde o princípio o diabo é causador de mortes, porque o salário do pecado é a morte.

Jesus também disse que o diabo não se firmou na verdade. O trecho “não se

firmou na verdade” significa que por algum tempo o diabo andou na verdade, mas que

infelizmente não conseguiu manter-se e criar raízes na verdade.

Mas como se define a verdade? A verdade é a intenção do agente em descrever

com perfeição os fatos verificados. Por ser a descrição exata da realidade a verdade é

única no tempo e no espaço. Segundo Jesus, a Palavra de Deus é a verdade. Isto

porque ela foi inspirada por Deus, e descreve com perfeição a realidade dos fatos

divinos revelados aos homens.

Jesus ainda disse que quando o diabo profere a mentira, fala do que lhe é

peculiar e intrínseco ao seu caráter porque é mentiroso e pai da mentira. Com isso fica

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Estudos Bíblicos Avançados

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claro que o diabo é o inventor de uma poderosa arma chamada mentira. E todos

aqueles que praticam a mentira estão usando uma arma criada pelo diabo.

Mas o que é a mentira? A mentira é a intenção consciente e deliberada do

agente em distorcer a verdade. O mentiroso tem por objetivo iludir e enganar as

mentes incautas e despreparadas, visando auferir qualquer vantagem para si ou para

outrem. E por representar uma distorção consciente da verdade, a mentira – de acordo

com os interesses privados do mentiroso – pode assumir múltiplas formas, tanto no

tempo como no espaço.

O erro também é uma forma de distorção da verdade. Todavia a diferença entre

o erro e a mentira é que o primeiro não está carregado da intenção dolosa,

característica própria da mentira. Mas, ocorre de forma inconsciente devido a falhas da

memória, do raciocínio ou ainda da falta de conhecimento. Já a verdade é a perfeita e

exata descrição da realidade dos fatos, e depende da habilidade de quem a descreve. Só

a verdade é digna de crédito.

NO PRINCÍPIO

3. Lúcifer era cheio do que, e perfeito em que?

R.: “Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-lhe:

Assim diz o senhor Jeová: Tu és o aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito

em formosura”. Ezequiel 28:12

Deus ordena ao profeta Ezequiel que levante uma lamentação (canto fúnebre)

sobre o rei de Tiro. O rei de Tiro era um perverso tirano que estivera inteiramente sob

o controle do diabo, pois quem comete pecado é do diabo. De forma que o profeta

estava se referindo a um ser que estava além da pessoa física do rei. Na realidade, o

profeta viu, através de uma revelação divina que o diabo era o verdadeiro responsável

pelas atitudes malignas do rei de Tiro. Destarte sua lamentação passa a ser dirigida ao

próprio Lúcifer.

O profeta começa sua lamentação descrevendo o caráter de Lúcifer, antes dele

se tornar o diabo: “Tu és o aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito em

formosura”. Este versículo revela três características de Lúcifer: (1) Lúcifer era o

aferidor da medida. Assim ele era encarregado de conferir, calibrar e ajustar os demais

seres do universo ao elevado padrão divino. Ele mesmo era o padrão pelo qual todos

os anjos deveriam ser aferidos. Hoje o padrão do cristão é Cristo; (2) Lúcifer era cheio

de sabedoria. Isto quer dizer que ele era dotado de uma enorme faculdade de

discernimento espiritual, capaz de enxergar as coisas distintamente com grande

circunspeção e prudência. Era capaz de bem avaliar e apresentar os fatos com juízo

sóbrio e bom senso; (3) Lúcifer era perfeito em formosura. Portanto, ele era

extraordinariamente bonito, apresentando feições perfeitas, de aspecto proporcional e

extremamente agradável aos olhos.

Não devemos nos esquecer que o nome Lúcifer significa “portador de luz”.

Com isto fica claro que para bem cumprir sua missão sagrada Lúcifer portava aos

demais seres do Universo mensagens, conhecimentos, orientações e as decisões

proferidas pelo Altíssimo. Portanto, ocupava uma elevada posição diante de Deus.

4. Onde Lúcifer estava? O que foi preparado para ele?

R.: “Estavas no Éden, jardim de Deus: toda a pedra preciosa era a tua cobertura, a

sardônia, o topázio, o diamante, a turquesa, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo,

a esmeralda e o ouro: a obra dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti; no

dia em que foste criado foram preparados”. Ezequiel 28:13

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Lúcifer estava no Éden, Jardim de Deus. E o fato de estar no Éden demonstra

que a lamentação proferida pelo profeta Ezequiel não estava sendo destinada ao rei de

Tiro, pois este nunca esteve no Éden, Jardim de Deus. Mas, Lúcifer esteve.

A Bíblia se refere à glória e honras conferidas a Lúcifer ao dizer que toda a

pedra preciosa era a sua cobertura, indicando que ele era muito precioso à vista de

todos os seres do Universo. Por isso ele era grandemente honrado com uma cobertura

de pedras preciosas.

Este versículo diz claramente que Lúcifer foi criado. E que no dia em que ele

foi criado Deus também lhe concedeu a sensibilidade e gosto pela música. Nesse dia

Deus preparou para ele alguns instrumentos musicais, como tambores pífaros etc.

Portanto, Lúcifer era uma espécie de regente musical no coro celestial.

5. Quem era Lúcifer, e onde ele estava?

R.: “Tu eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci: no monte santo de

Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas”. Ezequiel 28:14

Lúcifer era um querubim. Um querubim é um anjo da primeira hierarquia. Esta

passagem mais uma vez prova que a lamentação do profeta Ezequiel não era dirigida

ao rei de Tiro, posto que este não era nenhum querubim, e nunca esteve no Éden,

Jardim de Deus.

A concepção popular de um diabo com chifres, pés de cabra, olho de serpente

peçonhenta, e de aparência horrorosa teve sua origem na mitologia pagã, e não na

Bíblia.

De acordo com as Sagradas Escrituras, Lúcifer era um anjo de primeira

hierarquia, e foi especialmente escolhido para resguardar a verdade e os anjos de Deus.

E para realizar suas atividades ele estava estabelecido no monte santo de Deus – lugar

onde se localiza o trono do Altíssimo.

O andar no meio das pedras afogueadas é uma indicação clara de que Lúcifer

era honrado diante do trono de Deus. Pois no trono de Deus há chamas de fogo, e em

torno dele também há fogo ardente; e um rio de fogo verte eternamente de diante do

trono do Altíssimo (Daniel 7:9-10). O apóstolo João descreveu que esse rio era algo

parecido com um mar de vidro misturado com fogo (Apocalipse 15:2).

O ORGULHO E A AMBIÇÃO DE LÚCIFER

6. Até quando Lúcifer permaneceu perfeito?

R.: “Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se

achou iniqüidade em ti”. Ezequiel 28:15

Lúcifer era perfeito em seus caminhos ao cumprir e ensinar a verdade (Palavra

de Deus). Ele se conduzia em perfeita conformidade com a vontade divina. E isto

desde o dia em que foi criado. Todavia, em determinado momento da vida desse

exaltado querubim, se achou a mancha da iniqüidade e do pecado em seu caráter, até

então imaculado. Sobre esse assunto, disse Jesus que ele “não se firmou na verdade”.

(João 8:44).

Por ser dotado do livre arbítrio, Lúcifer tinha a plena liberdade de escolha. E,

por possuir a capacidade de raciocínio, ele era responsável pelos seus próprios atos.

Empregando mal a liberdade que possuía, Lúcifer conscientemente profanou com a

iniqüidade o seu caráter impoluto e santo. Com isso, deixou de ser o portador de luz

para se tornar o diabo – o acusador de Deus e dos homens.

7. O que Lúcifer tinha no coração?

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R.: “E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus

exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, da banda dos

lados do norte. Subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao

Altíssimo”. Isaías 14:13-14

O pecado de Lúcifer se manifestou como uma rebelião contra o governo de

Deus. Em determinado momento de sua existência ele alimentou no fundo do seu

coração o orgulho, a vaidade, o egoísmo, e a ambição. Isso originou em seu coração o

ardente desejo de se elevar acima de todos os anjos de Deus (estrelas de Deus –

Apocalipse 1:20) e estabelecer um governo (trono) concorrente ao governo do Criador

do Universo.

E ainda mais. Ele pretendia estabelecer o centro do seu governo ao norte do

monte da congregação, no mesmo local onde estava localizado o trono de Deus. Em

seu coração havia somente o desejo de exaltação própria. A pretensão dessa criatura

era tão desmedida que cobiçava a posição do próprio Deus. Veja só a ironia! A criatura

desejando tomar o lugar do Criador.

8. Por que o coração de Lúcifer elevou-se?

R.: “Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua

sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus,

para que olhem para ti”. Ezequiel 28:17

O coração de Lúcifer se exaltou por causa de sua beleza esplendorosa. Ele

começou a olhar para si mesmo em vez de olhar para o Criador do Universo. E para

alcançar o seu propósito maligno de estabelecer um trono concorrente ao trono de

Deus, veio a corromper a sua extraordinária sabedoria. Nesse exato instante ele

inventou a distorção intencional da verdade, conhecida como mentira. Segundo Jesus:

“quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da

mentira”. (João 8:44). Com sua espantosa inteligência, e com as armas da mentira,

Lúcifer passou a seduzir os santos anjos de Deus, criando discórdia e o

descontentamento no céu. Destarte, o sentimento de orgulho e exaltação própria no

coração de Lúcifer foi a principal motivação que levou Lúcifer a desejar ser

semelhante do Altíssimo, e esse mesmo sentimento também foi causa de sua ruína nos

céus.

A BATALHA NO CÉU

9. O que houve no céu? E para onde Satanás foi precipitado?

R.: “E houve batalha no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e

batalhava o dragão e os seus anjos. Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se

achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o

Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus

anjos foram lançados com ele”. Apocalipse 12:7-9

O mal cresceu no céu até tomar forma de uma rebelião contra o Criador.

Milhões de anjos de Deus foram seduzidos pela astúcia e mentiras de Lúcifer. Foi

então que entrou em operação o plano da salvação. O Filho de Deus tomou a forma de

arcanjo, visando unicamente resgatar os anjos que estavam seguindo o equivocado

caminho de Lúcifer.

O Filho de Deus assumiu o nome de Miguel, o qual significa “quem é

semelhante a Deus”. Nome muito apropriado, uma vez que Lúcifer era quem desejava

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ser “semelhante ao Altíssimo”, sendo que somente o Filho de Deus poderia ser

semelhante ao Altíssimo, e nenhuma outra criatura.

Então teve início uma disputa no Céu. De um lado estava Miguel e os Seus

anjos e do outro lado estava o diabo e os seus anjos. Miguel apresentou o amor e o

perdão oferecidos por Deus aos anjos que desejassem retornar para o lado do Criador.

O diabo com uma enorme má fé, astutamente acusou o Criador de intolerante. Durante

esse tempo de graça e misericórdia, muitos anjos se arrependeram, e se colocaram ao

lado de Miguel.

Mas Lúcifer e um terço dos milhões de milhões de anjos (Apocalipse 12:3-4)

rejeitaram persistentemente o perdão oferecido por Deus, e se opuseram ferozmente ao

Criador. Aferrando-se ao plano de Lúcifer esses anjos foram além dos limites da

misericórdia e do perdão concedido por Deus. E, pela persistente resistência aos apelos

de Deus, cometeram o pecado imperdoável de blasfêmia contra o Espírito Santo,

resultando na cauterização de suas próprias consciências. O que os tornaram

adversários irreconciliáveis de Deus.

Após todos os anjos terem feito suas respectivas escolhas, seja ficando ao lado

de Miguel ou ao lado do diabo, a porta da graça se fechou para sempre aos anjos que

pecaram. Nesta batalha ideológica contra o Filho de Deus, o diabo não pode

prevalecer, e foi lançado para fora dos céus e precipitados na Terra juntamente com os

milhões de anjos que ele havia seduzido e arrastado para sua causa.

Quando esteve na Terra, Jesus relembrou-se daquele triste episódio, quando

Ele ainda era Miguel, dizendo: “Eu via Satanás, como raio, cair do céu”. (Lucas

10:18). De forma que neste mundo nós não estamos sozinhos. Há muitos séculos,

milhares de anjos malignos estão habitando este planeta juntamente com os seres

humanos.

A DESTRUIÇÃO DO ADVERSÁRIO

10. O que consumirá Satanás e seus anjos?

R.: “Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércio profanaste

os teus santuários: eu pois fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu a ti, e te

tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te vêem. Todos os que te

conhecem entre os povos estão espantados de ti: em grande espanto te tornaste, e

nunca mais serás para sempre”. Ezequiel 28:18-19

Por causa da enorme barbaridade dos pecados cometidos pelo diabo no céu e

pela injustiça de suas atividades iníquas, ele profanou o caráter imaculado dos santos

anjos de Deus – santuários – os quais estavam sob seu cuidado no monte santo de

Deus.

Aqui se faz necessário um esclarecimento a palavra santuário tem o significado

de templo. E sabemos que o corpo é um templo de habitação do Espírito Santo (I

Coríntios 3:16). Assim também de forma análoga os corpos celestiais dos anjos são

santuários. E Lúcifer profanou os santuários – santos anjos – quando os contaminou

com o pecado, levando-os a se rebelarem contra Deus.

Mas esse poderoso adversário de Deus terá um triste fim. No dia do juízo

executivo será consumido no fogo, e se tornará em cinza sobre a face da Terra. Todos

habitantes do Universo presenciarão o fim do diabo. Naquele dia, todos estarão

espantados da tremenda atividade de rebelião desenvolvida pelo diabo e conduzida até

onde ele pode. Eis o triste fim de um poderoso querubim, criado para viver para

sempre, e que após se tornar em cinza pelo poder do fogo “nunca mais serás para

sempre”.

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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CONCLUSÃO

11. Para quem está preparado o fogo eterno?

R.: “Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim,

malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”. Mateus 25:41

Jesus mesmo confirmou que o diabo é um ser pessoal e que possui anjos sob

seu comando. Mas, estas criaturas estão condenadas às conseqüências eternas do fogo,

que segundo Jesus está preparado para o diabo e seus anjos. Todavia esse fogo também

irá devorar todos os ímpios, os quais estarão no dia do juízo executivo colocado à

esquerda de Jesus.

Desde o princípio Deus decretou o fim do sofrimento e do mal com a

destruição de Satanás. A princípio ele foi expulso do céu. Ao ocasionar a morte de

Jesus ficou restrito a este planeta. Durante o milênio ficará aprisionado no abismo,

isolado de tudo e de todos. E, finalmente, depois do milênio será lançado no lago de

fogo para ser consumido. E enquanto aquele dia não chega esses anjos malignos estão

separados da presença de Deus e presos na Terra, “e aos anjos que não guardaram o

seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão, e em

prisões eternas até ao juízo daquele grande dia”. (Judas 6).

Jesus Cristo ao morrer na cruz trouxe ao Universo a Justiça Eterna, e adquiriu o

direito de destruir a Satanás. “E, visto como os filhos participam da carne e do sangue,

também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha

o império da morte, isto é, o diabo”. (Hebreus 2:14).

Com certeza você deve estar se perguntando: por que Deus não destruiu a

Lúcifer logo no início, evitando tantos males e aborrecimentos? A resposta é muito

simples. Se Deus houvesse destruído imediatamente a Lúcifer, logo no início da

rebelião, a dúvida de quem estava falando a verdade iria persistir nas mentes dos anjos.

E depois, com a imediata destruição de Satanás os anjos iriam servir a Deus pelo

medo, e não movidos pelo amor. Além disso, a semente do descontentamento lançada

por Lúcifer no céu poderia ser causa de inúmeras outras rebeliões. Por isso Deus em

sua infinita sabedoria permitiu que o mal continuasse e se propagasse para que ficasse

revelado a todos o verdadeiro caráter de Satanás, e os terríveis resultados do pecado.

12. O que não se levantará por duas vezes?

R.: “Que pensais vós contra o Senhor? Ele mesmo vos consumirá de todo: não se

levantará por duas vezes a angústia”. Naum 1:9

A Bíblia Sagrada nos assegura a derrota final de todo o mal. O fogo eterno

consumirá o diabo, seus anjos e todos os ímpios, causando a extinção definitiva e para

sempre do pecado no Universo. Deus promete que o sofrimento, a lágrima, a morte, o

pranto, o clamor, e as dores provocadas pela rebelião de Lúcifer nunca mais se

levantará: “não se levantará por duas vezes a angústia”.

No novo mundo, o sofrimento, o pranto, a dor, a morte causada pela rebelião

de Lúcifer terá sido coisa do passado. Terá ocorrido apenas uma única vez. E por toda

a eternidade nunca mais haverá um outro ser que possa se levantar contra Deus para

trazer o mau ao Universo. Os salvos gozarão pela eternidade adentro as benções do

amor de Deus. Louvado e bendito seja o nome do Senhor para todo o sempre! Amém!

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Estudos Bíblicos Avançados

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ESTUDO BÍBLICO 10

ESTADO DOS MORTOS

INTRODUÇÃO

1. Após soprar o fôlego de vida, o que o homem foi feito?

R.: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o

fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente”. Gênesis 2:7

Para saber o que acontece com o homem quando ele está morto, devemos

primeiramente conhecer como o homem foi trazido à vida.

A Bíblia diz que o homem foi formado por Deus a partir do pó da Terra. Em

Sua atividade criadora Deus reuniu vários elementos contidos na Terra, tais como

oxigênio, fósforo, cloro, flúor, ferro, cálcio, magnésio, potássio, manganês etc, e

modelou esses elementos na forma de Sua própria imagem, conforme a Sua própria

semelhança (Gênesis 1:26-17). Mas essa imagem era apenas uma figura inanimada.

Não andava, não pensava, não falava, não sentia, não tinha vontade, não tinha

consciência etc. Foi então que Deus soprou no nariz daquela figura o fôlego da vida.

Somente quando Deus reuniu o pó da Terra perfeitamente modelado com o

fôlego da vida é que o homem passou a ser uma “alma vivente”. Pelo termo “alma

vivente” entende-se que o homem adquiriu vida. A Bíblia não diz que Deus colocou

no corpo do homem uma alma, uma entidade etérea capaz de viver – por si só –

separada do corpo. Portanto, o homem não recebeu a partir do meio exterior uma alma,

mas as Sagradas Escrituras ensinam que o homem passou a ser uma alma vivente, fato

que ocorreu quando Deus soprou nas narinas do homem o fôlego da vida. Portanto, a

reunião do “corpo” com o “fôlego da vida” deram origem à alma vivente.

No original a palavra “alma” significa “vida”. Muitas Bíblias modernas têm

traduzido a palavra alma por vida. Logo a palavra alma nas Sagradas Escrituras se

refere à pessoa viva. A pessoa está viva unicamente porque possui o fôlego da vida,

que mantém suas funções fisiológicas em plena atividade. O fôlego da vida é um

princípio vivificante que anima o corpo humano, tornando-o uma alma vivente. Por

isso o homem é capaz de usufruir seus sentidos físicos, bem como usar os órgãos do

corpo para poder se expressar com o universo ao seu redor. Quando o homem recebeu

o fôlego da vida, ele se tornou alma vivente, e passou a raciocinar, pensar, ter

consciência, sentimentos e vontades.

Nas Escrituras Sagradas há centenas de exemplos que provam sem deixar

margem para dúvidas que a palavra “alma” significa “pessoa”, “ser vivo”. Observe as

seguintes passagens: “E disse Deus: Produzam as águas abundantemente répteis de

alma vivente”. (Gênesis 1:20). “E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a

sua espécie”. (Gênesis 1:24). “Todas as almas que vieram com Jacó ao Egito”.

(Gênesis 46:26). “E éramos por todos no navio duzentas e setenta e seis almas”. (Atos

27:37). Portanto, está claro que a palavra alma quer dizer vida. E em toda a Bíblia

Sagrada nunca é dito, ou sugerido que o homem possui uma alma imortal.

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

62

Antes de Adão tornar-se um ser vivo ele simplesmente não existia. Ele não

estava no céu, no inferno, nem no limbo, enfim ele não estava em nenhum lugar do

Universo. Mas, passou a existir somente a partir do instante em que se tornou alma

vivente, quando Deus soprou em suas narinas o fôlego da vida. E ao deixar de ser alma

vivente, também deixou de existir. Ou seja, com a cessação da vida, a alma vivente

simplesmente desaparece. Ela não vai para lugar algum. Simplesmente deixa de

existir. É como se nunca houvesse aparecido no Universo.

Para efeito de visualização considere a clássica ilustração da caixinha de

madeira. Imagine que você tem uma caixinha de madeira feita de tábuas e pregos. Ao

desmontar a caixinha sobrarão apenas pregos de um lado e tábuas de outro lado. Então

se pergunta: o que aconteceu com a caixinha? Para onde a caixinha foi? Ora! Ela

simplesmente deixou de existir. Ela não foi para nenhum lugar. Ela voltou à situação

anterior à sua criação, que era de inexistência. É como se nunca houvesse existido.

POR QUE A MORTE EXISTE

2. Qual era conseqüência de comer da árvore proibida?

R.: “E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim

comerás livremente. Mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás;

porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. Gênesis 2: 16-17

Deus criou o homem mortal. Mas, após colocar o homem para trabalhar no

Jardim do Éden, Deus lhe concedeu de comer do fruto da árvore da vida. Esse ato de

Deus tornou o homem um ser vivo imortal. Todavia havia no Jardim do Éden um

“antídoto” para o efeito vivificante produzido pelo fruto da árvore da vida. Esse

antídoto era o fruto da árvore da ciência do bem e do mal.

Como Deus havia criado o homem em sua forma adulta. E como o homem foi

criado com o livre arbítrio e com a capacidade de raciocínio, ele pode ser

responsabilizado moralmente e espiritualmente por seus atos. Por essa razão era

necessário ajudá-lo a crescer nas áreas espiritual e moral. Portanto, o homem deveria

ser ensinado a conhecer diferença existente entre o bem e o mal para poder fazer bom

uso do seu livre arbítrio. Para isso Deus ordenou ao homem dizendo que de qualquer

árvore existente no Jardim do Éden ele teria plena liberdade para comer de seu fruto,

com exceção do fruto da árvore da ciência do bem e do mal. O teste era bastante

simples! O homem não passaria por nenhuma necessidade!

Deus advertiu ao homem que se porventura transgredissem a proibição divina

comendo da árvore da ciência do bem e do mal, com certeza ele morreria. Portanto, a

vida eterna havia sido concedida ao homem mediante a condição de obediência moral.

Ele nunca deveria comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal, sob pena de

cessar de existir. E se o homem nunca houvesse comido do fruto da árvore da ciência

do bem e do mal certamente viveria para sempre, sua vida nunca cessaria de existir.

3. Contradizendo a Deus o que a serpente disse à mulher?

R.: “Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe

que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus,

sabendo o bem e o mal. E vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer,

e agradável aos olhos, e árvores desejável para dar entendimento, tomou do seu

fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela”. Gênesis 3:4-6

Então a serpente, manipulada por uma força diabólica e contradizendo a

Palavra de Deus, disse à mulher que certamente eles não morreriam. A serpente

implicitamente insinuou que Deus havia mentindo; conseqüentemente, o homem

Page 63: Estudos biblicos avancados   leandro bertoldo

LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

63

poderia transgredir a ordem divina e comer livremente da árvore da ciência do bem e

do mal, e que de forma alguma morreria.

Com a sua astúcia a serpente insinuou que Deus não apenas havia mentido,

mas também estava escondendo do homem um modo de vida mais elevado e sublime.

Segundo a serpente, no dia em que o homem comesse do fruto da árvore da ciência do

bem e do mal, milagrosamente seus olhos iriam se abrir, e em conseqüência ele seria

como Deus, conhecendo a diferença entre o bem e o mal. E tudo isto sem precisar

passar por nenhum teste moral de obediência, conforme aquele que foi proposto por

Deus.

Nesta frase a serpente se entrega, pois quem desejava ser semelhante ao

Altíssimo era o próprio Lúcifer (Isaías 14:14). Mas agora o diabo estava transferindo o

desejo de seu caráter ao homem. Então a mulher, acreditado nas palavras da serpente e

cobiçando a suposta propriedade miraculosa do fruto da árvore da ciência do bem e do

mal, deixou de acreditar nas Palavras de Deus. E arrancando um fruto da árvore da

ciência do bem e do mal, comeu-o. Não contente em transgredir a ordem divina levou

do fruto ao seu marido, que também comeu juntamente com ela. (Gênesis 3:6).

Em sua desobediência o homem transgrediu o claro mandamento de Deus, e

conseqüentemente cometeu pecado. Ao comer do fruto da árvore da ciência do bem e

do mal o homem “anulou” em sua estrutura genética o efeito da vida eterna produzida

pelo fruto da árvore da vida. Destarte, o homem voltou ao seu estado inicial de criatura

mortal.

4. Para onde o homem tornará?

R.: “No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela

foste tomado: porquanto és pó, e em pó te tornarás”. Gênesis 3:19

Em conseqüência da desobediência do homem ao mandamento divino, ele foi

expulso do Jardim do Éden. Agora teria que trabalhar duro para poder ter o seu

alimento cotidiano, e isto até o dia em que viesse a morrer. Quando o fôlego de vida

cessa de atuar no corpo, a alma vivente deixa de existir e o corpo retorna ao pó da

Terra.

Esse versículo esclarece que quando o homem morre, ele não vai para o céu ou

para o inferno. Mas, quando o homem morre, ele simplesmente deixa de existir, posto

que retorna ao pó Terra, de onde ele veio. A Bíblia ensina que o homem é formado do

pó da Terra, e por causa do pecado que trouxe a morte, retornará ao pó da Terra. Os

elementos químicos que constituem o corpo se desagregam e retornam à Terra. “Peço-

te que te lembres de que como barro me formaste, e de que ao pó me farás tornar”. (Jó

10:9)

O QUE É A MORTE

5. Segundo Jesus, a morte é semelhante ao que?

R.: “Assim falou; e depois disse-lhes: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou

despertá-lo do sono. Disseram pois os seus discípulos: Senhor, se dorme, estará

salvo. Mas Jesus dizia isto da sua morte; eles, porém, cuidavam que falava do

repouso do sono. Então Jesus disse-lhes claramente: Lázaro está morto”. João

11:11-14

Já sabemos como o homem foi trazido à vida. Agora estamos em condições de

conhecer um pouco mais sobre o que acontece ao homem quando ele cessa de viver.

Lázaro era amigo de Jesus. E ele estava morto havia três dias. No sepulcro, o

cadáver de Lázaro já estava frio, pálido, duro, inchado e cheirando mal. Jesus

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

64

aproveitou a morte de Lázaro para ensinar aos Seus discípulos a doutrina do que

acontece com as pessoas quando elas estão mortas. Jesus havia dito aos Seus

discípulos que Lázaro estava dormindo, mas que Ele iria despertá-lo do seu sono.

Os discípulos pensaram que Jesus estava se referindo do repouso natural do

sono. Foi quando então Jesus lhes ensinou claramente o que Ele entende por morte.

Para Jesus a morte é comparada a um sono, do qual somente Ele tem o poder para

despertar, através da ressurreição.

Quando alguém está dormindo, no repouso do sono natural, ele perde

totalmente a noção de tempo, espaço e de eventos. Assim também ocorre com aquele

que está morto. Podem passar milhares de anos e o morto não terá nenhuma noção

desse enorme intervalo de tempo decorrido; podem ocorrer grandes mudanças nos

eventos históricos e o morto também não terá noção ou percepção alguma dessas

mudanças; podem as coisas mudar de um lugar para outro, que ainda assim o morto

não terá consciência de nada, a menos que seja ressuscitado.

Jesus ensinou que a morte é comparada a um sono. Isto indica claramente que o

morto não vai imediatamente gozar as delícias do céu ou o sofrimento do inferno. Pois

o galardão não é dado na hora em que a pessoa morre, mas será dado somente quando

Jesus voltar a este mundo. Portanto, o morto não vai para o limbo, e nem fica vagando

no espaço. Ninguém vai reencarnar em outra pessoa ou em algum animal. Mas o morto

fica no pó da terra, aguardando a ressurreição e o galardão que receberá no último dia

de história desde mundo, quando Jesus retornar com poder e grande glória. “Porquanto

a vontade daquele que me enviou é esta: que todo aquele que vê o Filho, e crê nele

tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia”. (João 6:40).

6. O que os vivos e os mortos sabem?

R.: “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem cousa

nenhuma, nem tão pouco eles têm jamais recompensa, mas a sua memória ficou

entregue ao esquecimento. Até o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e

já não têm parte alguma neste século, em cousa alguma do que se faz debaixo do

sol”. Eclesiastes 9:5-6

Somente pessoas vivas podem ter consciência do que ocorre no universo ao seu

redor. De forma que somente os vivos sabem que hão de morrer. Em contraste com os

vivos, os mortos – por estarem no sono da morte – não possuem consciência de coisa

alguma. De forma que não sabem de nada do que acontece no Universo.

Para o morto, até mesmo os seus sentimentos mais profundos como amor, ódio

ou inveja pereceram no mesmo instante em que ele morreu. Finalmente, o versículo

acrescenta que os mortos não participam em coisa alguma do que se faz neste mundo.

Quando o homem morre, extingue-se a alma vivente (vida). Com isso, se extingue sua

consciência, inteligência, raciocínio e seus sentimentos mais acariciados.

Os mortos estão na mais completa inconsciência, em silêncio e descanso

absolutos, mergulhados no mais profundo sono da morte. Eles não possuem noção de

coisa alguma. Os mortos não percebem o passar do tempo, não têm noção do

desenrolar dos acontecimentos ou de mudanças no espaço.

Esses dois versículos comprovam claramente o ensino de Jesus Cristo, de que a

morte é comparada a um sono profundo, do qual as pessoas perdem totalmente a

consciência do mundo ao seu redor.

A Bíblia Sagrada é muito clara em comparar a morte a um sono. Observe as

seguintes expressões: “E dormiu Salomão com seus pais, e o sepultaram na cidade de

Davi seu pai”. (II Crônicas 9:31). “E Asa dormiu com seus pais; e morreu no ano

quarenta e um do seu reinado”. (II Crônicas 16:13). “E dormiu Manassés com seus

pais, e o sepultaram em sua casa”. (II Crônicas 33:20), ou outra equivalente que são

citadas 60 vezes, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Portanto, as Sagradas

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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Escrituras comparam a morte a um sono. “Como as águas se retiram do mar, e o rio se

esgota, e fica seco. Assim o homem se deita, e não se levanta; até que não haja mais

céus não acordará nem se erguerá do seu sono”. (Jó 14:11-12).

7. Pode o homem fazer alguma coisa enquanto morto?

R.: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque

na sepultura, para onde tu vais, não há obra, nem indústria, nem ciência, nem

sabedoria alguma”. Eclesiastes 9:10

Na morte não há consciência de nada. Na sepultura não há obra, indústria,

ciência, sabedoria, nem coisa alguma. Esta é a razão pela qual os vivos são

aconselhados a aproveitar as oportunidades apresentadas. Devem procurar fazer tudo

com lucidez e conscientemente; com dedicação e amor; conforme todas faculdades e

habilidades que possuem.

Com a morte cessam todas as oportunidades e possibilidades de melhorar nossa

situação diante de Deus. A morte fecha a porta da graça e sela o destino do homem. Os

mortos dormem um sono inconsciente. Ali no pó da terra aguardam a vinda de Jesus, a

ressurreição e o galardão que Ele trará consigo, para dar a cada um segundo as obras

que praticaram quando vivos.

8. O que não há na morte?

R.: “Porque na morte não há lembrança de ti; no sepulcro quem te louvará?”

Salmos 6:5

Como aquele que dorme o sono da morte não possui consciência de coisa

alguma, isto implica que os mortos nem mesmo possuem lembranças de Deus. Sendo

que esta é a situação de todos aqueles que estão mortos. Por isso ninguém pode louvar

a Deus estando morto. “Os mortos não louvam ao Senhor, nem os que descem ao

silêncio”. (Salmo 115:17).

Se os mortos já estivessem no céu, certamente teriam lembranças de Deus, e

conseqüentemente louvariam a Deus, como os anjos o fazem. Todavia, o texto bíblico

declara enfaticamente que os mortos estão no mais completo silêncio. Não ouvem, não

falam, não pensam, não sentem, não tem consciência, não raciocinam, enfim não

sabem de nada do que acontece no Universo.

Quando Jesus voltar a este mundo, muitas pessoas que estão mortas há

milhares de anos vão ressuscitar do pó da Terra para a vida. E ao serem ressuscitadas,

continuam com o mesmo fio de pensamento que tinham antes do último instante em

que perderam a consciência ao caírem no sono da morte. Ao ressuscitarem elas não

terão noção do longo tempo decorrido desde que morreram. Para elas tudo parecerá ter

ocorrido como que se fosse num instante. Em suas mentes, elas sentem que acabaram

de morrer para imediatamente se verem ressuscitadas.

9. Qual é a vantagem do homem sobre os animais?

R.: “Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos

animais; a mesma cousa lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos

têm o mesmo fôlego; e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma,

porque todos são vaidades. Todos vão para um lugar: todos são pó, e todos ao pó

tornarão”. Eclesiastes 3:19-20

Na morte, o homem não leva nenhuma vantagem sobre qualquer animal que

habita a face do planeta. Tanto os homens como os animais possuem um mesmo

fôlego de vida. E do mesmo modo como morre o animal, assim também morre o

homem.

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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Na morte, tanto homens como animais vão para um mesmo lugar: ao pó da

Terra. Pois tanto os homens como os animais são pó, e todos ao pó tornarão. Estes

versículos fornecem uma evidência clara de que os homens não levam nenhuma

vantagem sobre os animais. Mas o Livro Sagrado diz que todos os seres vivos sejam

animais ou homens – bons ou maus – todos vão para o pó da Terra, porque todos são

constituídos por pó, e todos ao pó tornarão. “Todavia o homem que está em honra não

permanece; antes é como os animais que perecem”. (Salmo 49:12).

JESUS TEM PODER SOBRE A MORTE

10. O que Deus fará com os que em Jesus dormem?

R.: “Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem,

para que não vos entristeçais, como os demais que não têm esperança. Porque, se

cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem,

Deus os tornará a trazer com ele”. I Tessalonicenses 4:13-14

Mas a Bíblia traz a confortadora esperança para os vivos a respeito daqueles

que já dormem, isto é daqueles que estão mortos.

A esperança do cristão é a seguinte: do mesmo modo como nós cremos que

Jesus morreu e ressuscitou dos mortos. Assim também nós cremos que todos aqueles

que em Jesus dormem – que morreram na fé em Cristo – Deus irá trazê-los de volta à

vida. “Disse-lhes Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que

esteja morto, viverá”. (João 11:25).

Os mortos voltarão à vida por meio de um processo chamado “ressurreição”. A

ressurreição é a forma pela qual Jesus despertará os defuntos do sono da morte. Trata-

se de uma recriação, conforme as especificações que Deus tem registrado. (Salmos

139:16).

No glorioso dia da volta de Jesus ocorrerá a ressurreição dos justos. Ao som de

trombeta os mortos despertarão do pó da terra e contemplarão a face do seu anjo da

guarda e verão o Rei da glória, o Senhor da vida.

11. O que acontecerá aos mortos e aos justos vivos?

R.: “Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos

seremos transformados. Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última

trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós

seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da

incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade”. I Coríntios

15:51-53

Por ocasião da segunda vinda de Jesus a este mundo haverá milhões de pessoas

vivas no planeta. E nem todos os justos estarão mortos. Naquele dia, ao toque da

trombeta de Deus, os justos vivos serão transformados num instante de seres

corruptíveis em incorruptíveis, e de seres mortais em imortais. A duração dessa

transformação é comparada pela Bíblia Sagrada a um piscar de olhos.

A Bíblia também informa que todos aqueles que morreram em Cristo,

ressuscitarão incorruptíveis e imortais. Ao som da trombeta de Deus, eles despertam

do pó da Terra e se levantam em estado de perfeição, completamente glorificados.

Portanto, os justos mortos sairão dos sepulcros glorificados e os justos vivos

serão glorificados num piscar de olhos, e serão arrebatados ao céu para se encontrarem

com Jesus nas alturas. Com isso fica claro que a Bíblia nega terminantemente a

imortalidade inerente, e natural da alma humana, também nega que os justos já estão

no céu desfrutando a felicidade eterna. Mas, as Sagradas Escrituras prometem o dom

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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da imortalidade somente quando Jesus retornar a este mundo, e mesmo assim,

mediante o processo de ressurreição dos mortos. A Palavra de Deus não promete

imortalidade para os ímpios, mas apenas para os justos. Portanto, os ímpios não

receberão a vida eterna.

Hoje temos um corpo corruptível, isto é um corpo que envelhece, morre e se

desfaz no pó da Terra. Mas um dia teremos um corpo incorruptível e imortal,

totalmente livre de doenças, deformidades e sofrimentos. Que gloriosa esperança para

o cristão fiel! Que maravilha! O cristão ressuscitará com um corpo perfeitamente

saudável, incorruptível e imortal. “Quanto a mim, contemplarei a tua face na justiça;

satisfar-me-ei da tua semelhança quando acordar”. (Salmos 17:15).

Que corpo você quer ter quando Jesus voltar trazendo o galardão? Eu quero ter

um corpo incorruptível e imortal. E você? Se você também quiser ter um corpo

incorruptível e imortal, você já sabe o que deve fazer.

CONCLUSÃO

12. O que não haverá na nova Terra?

R.: “E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem

pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas”.

Apocalipse 21:4

Finalmente os salvos de posse da vida eterna viverão numa Terra renovada por

Deus, debaixo de um novo céu. E de eternidade em eternidade nunca mais ocorrerá a

morte de qualquer criatura, nunca mais haverá pranto, clamor ou dor. A vida dos

salvos será plena e feliz para todo o sempre.

Você entendeu que a Bíblia ensina claramente que o homem é mortal? E que os

mortos permanecerão inconscientes no pó da terra até o glorioso dia da volta de Jesus a

este mundo, quando então ocorrerá a ressurreição dos justos? Você também

compreende que as Sagradas Escrituras ensinam que a oportunidade para se ter a vida

eterna somente existe enquanto você estiver vivo? E que hoje é o dia em que você

deve aceitar a Jesus Cristo como o Seu Salvador pessoal para ter a vida eterna?

Amanhã poderá ser muito tarde! “Portanto, como diz o Espírito Santo, se ouvirdes

hoje a sua voz não endureçais os vossos corações”. (Hebreus 3:7-8).

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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ESTUDO BÍBLICO 11

ESPIRITISMO

INTRODUÇÃO

1. Que norma deve ser usada para provar a verdade?

R.: “Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos,

que chilreiam e murmuram entre dentes; – não recorrerá um povo ao seu Deus? a

favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos? À Lei e ao Testemunho! se eles não

falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva”. Isaías 8:19-20

O espiritismo é a doutrina cujos adeptos supostamente pretendem comunicar-se

com os espíritos dos mortos por meio de um intermediário, a quem dão o nome de

médium.

A Bíblia Sagrada diz que quando você for convidado a consultar os médiuns ou

os adivinhos com a intenção de interrogar os mortos a favor dos vivos, deve

terminantemente recusar tal convite. Pois o povo de Deus recorrerá unicamente ao Seu

Deus, e a ninguém mais. Recorre-se a Deus através da oração e das orientações

divinamente inspiradas em Sua Santa Palavra.

A Bíblia ensina uma regra básica que permite o cristão identificar se

determinada religião é verdadeira ou falsa. Se essa religião não ensinar, pregar ou falar

segundo a Lei e ao Testemunho ela nunca verá a luz. Pela palavra “Lei” deve-se

compreender que se trata do antigo nome dado ao “Pentateuco”, ou seja, aos primeiros

cinco livros das Sagradas Escrituras. E pela palavra “Testemunho” deve-se entender

que se trata do “Testemunho de Jesus Cristo” (12:17), o “Espírito de Profecia”

(Apocalipse 19:10), concedida aos santos profetas. Portanto, a verdadeira religião

jamais negará ou entrará em contradição com qualquer um dos ensinos das Sagradas

Escrituras. Todos os ensinos da verdadeira da religião sempre estarão em perfeita

harmonia com os ensinos divinamente inspirados, e que se encontram registrados nas

páginas da Bíblia Sagrada.

Foi em obediência a esse princípio que os bereanos foram mais nobres do que

os Tessalonicenses, “porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia

nas Escrituras se estas coisas eram assim”. (Atos 17:11).

DEUS CONDENA A CONSULTA AOS MORTOS

2. Que proibição Deus fez ao Seu povo?

R.: “Entre ti se não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha,

nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro. Nem

encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem

mágico, nem quem consulte os mortos. Pois todo aquele que faz tal cousa é

abominação ao Senhor: e por estas abominações o Senhor teu Deus as lança fora

de diante dele”. Deuteronômio 18:10-12

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

69

As Escrituras Sagradas indicam que a qualquer crente do Seu povo, Deus

proibiu terminantemente a consulta e a prática de rituais espíritas. Essas atividades

espíritas eram realizadas no passado pelas nações pagãs e idólatras que habitavam as

terras em torno do povo de Deus. Eram nações que não reconheciam o Deus da Bíblia.

E como castigo divino, em breve iriam ser desalojadas de suas terras pelas conquistas

dos israelitas.

Na relação apresentada no versículo bíblico dos rituais espíritas realizados

pelos pagãos foi proibida tanto a prática como a consulta a espírito adivinhante,

prognosticador, agoureiro, feiticeiro, mago, e até mesmo a consulta aos mortos.

Todo aquele que consulta ou pratica qualquer uma das artes do espiritismo, se

torna abominável aos olhos de Deus. E por causa dessa abominação espírita, o Senhor

Deus lança tal pessoa para fora de Sua presença. Assim, o espírita fica totalmente

separado da presença de Deus. Fica totalmente desprotegido, a mercê das forças

diabólicas e sujeitos a grandes aflições. Fica sem a presença do seu anjo da guarda, e

desamparado do terno cuidado e proteção de Deus.

3. Qual deve ser a atitude do cristão para com os médiuns?

R.: “Não vos virareis para os adivinhadores e encantadores; não os busqueis,

contaminando-vos com eles: Eu sou o Senhor vosso Deus”. Levítico 19:31

Deus proibiu a qualquer crente que fazia parte do Seu povo de procurar e

buscar adivinhadores ou encantadores. Qualquer tipo de relação com praticantes das

artes espíritas contamina a mente daquele que faz a consulta, especialmente suas

faculdades emocionais e espirituais, tornando-o uma pessoa apática ao Evangelho de

Cristo.

E para mostrar quem era a autoridade que estava proferindo esta ordem

proibitiva, Deus acrescenta ao final: “Eu sou o Senhor vosso Deus”. Logo, a proibição

é divina, e deve ser respeitada a todo o custo, sob pena de desobediência a Deus.

4. Na Teocracia israelita qual era a pena aplicada ao médium?

R.: “Quando pois algum homem ou mulher em si tiver um espírito adivinho, ou for

encantador, certamente morrerão: com pedras se apedrejarão; o seu sangue é sobre

eles”. Levítico 20:27

Nesta passagem a Bíblia mostra que Deus condenou severamente a prática

espírita ao estabelecer no Estado Teocrático de Israel a pena de morte para qualquer

homem ou mulher que recebesse um espírito; seja espírito adivinho ou espírito

encantador. Portanto, no antigo regime Teocrático israelita a pena para aquele que

fosse médium era a morte por apedrejamento. A pena era aplicada somente àqueles

que faziam parte do povo de Deus, caso contrário seria necessário apedrejar todas as

nações pagãs que existiam no mundo.

Hoje em dia não mais se apedrejam os médiuns. Isto porque o mundo ocidental

não vive mais uma Teocracia, onde as leis civis determinam penas concretas a serem

aplicadas àqueles que transgridem as leis divinas. Hoje em dia o poder religioso e o

poder civil estão separados em boa parte das nações do mundo. E graças a Deus que

assim seja!

OS CRISTÃOS E O ESPIRITISMO

5. O que faziam os cristãos com seus livros espiritualistas?

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

70

R.: “Também muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram os seus livros, e os

queimaram na presença de todos, feita a conta do seu preço, acharam que montava

a cinqüenta mil peças de prata”. Atos 19:19

O Novo Testamento mostra a devida atitude que os cristãos deve ter para com

o espiritismo. No livro de Atos dos Apóstolos está registrado que muitos pagãos que

seguiam as artes espíritas ao se converterem ao cristianismo ficavam convencidos de

que a prática das artes espíritas era pecado e desagradava a Deus. E que, portanto, era

errado manter a propriedade de qualquer tipo de literatura espírita consigo. Com essa

convicção no coração, trouxeram os seus livros espíritas e os queimaram na presença

de todos os membros da igreja.

Naquela época os livros eram produtos artesanais, cuidadosamente manuscritos

em papiros ou pergaminhos, e por isso eram muito caros. Todavia, os novos conversos

ao cristianismo reconheceram que o preço pago por esses livros espiritualistas era

insignificante quando comparado com o infinito preço com que foram resgatados.

“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes

resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais.

Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e

incontaminado”. (I Pedro 1:18-19).

O livro de Atos registra que o valor dos livros queimados pelos seus

proprietários correspondia a uma enorme soma: “cinqüenta mil peças de prata”. É

interessante observar que os novos conversos ao cristianismo poderiam ter pensado em

vender ou doar os seus livros, mas raciocinaram que o fazendo assim, estariam levando

outras pessoas para a perdição em vez de ajudá-las a compreender o caminho da

salvação pela fé em Cristo. Esse exemplo é digno de nota, e deve ser seguido por todos

aqueles que desejam serem fiéis a Deus.

6. O que Paulo fez a uma jovem possuída?

R.: “E aconteceu que, indo nós a oração, nos saiu ao encontro uma jovem, que

tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus

senhores. Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens, que nos

anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo. E isto fez ela por

muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se, e disse ao espírito: Em nome de

Jesus Cristo, te mando que saías dela. E na mesma hora saiu”. Atos 16:16-18

Uma outra situação curiosa envolvendo um confronto entre os cristãos e o

espiritismo acorreu com o apóstolo Paulo e a sua comitiva missionária. Nessa ocasião

o doutor Lucas – autor do livro “Atos dos Apóstolos” – estava presente e foi

testemunha do evento. Lucas relata que Paulo estava decidido a pregar o Evangelho

em Filipos, cidade da Macedônia. E que em certa ocasião uma jovem possuída por um

espírito de adivinhação foi ao encontro de Paulo e de sua comitiva. O relato esclarece

que essa jovem auferia grandes lucros aos seus senhores. Isto significa que ela era uma

escrava que, com sua arte de adivinhação, prestava relevantes serviços aos seus donos,

enriquecendo-os.

Consta ainda do relato que essa jovem escrava seguia a comitiva de Paulo dia

após dias clamando: “Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são

servos do Deus Altíssimo”. Até que certo dia Paulo se irritou e expulsou o espírito que

possuía a jovem, o qual imediatamente retirou-se e libertou a jovem de sua possessão.

Mas por que razão Paulo reprovou a atitude do espírito? Por acaso ele estava

prejudicando a mensagem de Paulo? Porventura ele não estava ajudando a divulgar o

Evangelho e atraindo interessados? A resposta para essas perguntas é bastante simples.

Primeiro, porque o espírito estava se insinuando entre a equipe missionária de Paulo,

quando na realidade não fazia parte da mesma. Segundo, porque o espírito estava se

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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colocando numa posição superior à de Paulo, orientando o povo a ouvir aqueles servos

de Deus. Terceiro, porque se o povo agora dava ouvido a esse espírito, também daria

ouvidos a ele posteriormente. Quarto, porque quando Paulo fosse embora para

evangelizar outras regiões, então o espírito tomaria conta da igreja organizada e

desvirtuaria a mensagem cristã. E, quinto, porque a pregação do Evangelho foi

comissionada aos homens e não aos espíritos.

Então por que Paulo não expulsou imediatamente o espírito que possuía a

jovem escrava? A resposta é muito simples. Se o espírito fosse imediatamente expulso,

os proprietários da escrava se veriam prejudicados em seus lucros, e tomariam

providências legais contra Paulo. Isto iria impedir e prejudicar a evangelização da

cidade de Filipos. Como de fato ocorreu. Após Paulo ter expulsado o espírito que

possuía a jovem escrava, os proprietários criaram um tumulto na cidade, denunciaram

a Paulo e sua equipe missionária. Eles capturados, açoitados com varas e lançados na

prisão.

POR QUE DEUS PROIBIU TAIS CONSULTAS?

7. O que os espíritos dos mortos não podem fazer?

R.: “Tal como a nuvem se desfaz e passa, aquele que desce à sepultura nunca

tornará a subir. Nunca mais tornará à sua casa, nem o seu lugar jamais o

conhecerá”. Jó 7:9-10

Deus proibiu a consulta aos mortos porque aquele que morre é comparado a

uma nuvem que se desfaz e passa, para nunca mais tornar a ser vista. Uma nuvem que

se dissipa e desaparece para sempre. Deus proibiu a consulta aos mortos porque aquele

que desce à sepultura nunca mais tornará a subir dela, e nunca mais tornará à sua casa.

Portanto, os mortos não possuem qualquer poder para retornar do mundo do

além para trazer alguma mensagem ao mundo dos vivos. Desse modo, não podem

retornar e psicografar uma carta ou um livro e nem trazer qualquer tipo de mensagem

de consolo ou conforto para os seus entes queridos vivos, pois “nunca mais tornará à

sua casa”.

8. O que os mortos não sabem e o que perece com os mortos?

R.: “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem cousa

nenhuma, nem tão pouco eles têm jamais recompensa, a sua memória ficou

entregue ao esquecimento. Até o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e

já não têm parte alguma neste século, em cousa alguma do que se faz debaixo do

sol”. Eclesiastes 9:5-6

Deus proibiu as consultas aos mortos porque ao contrário dos vivos, os mortos

não têm consciência de coisa alguma. A Bíblia é muito enfática ao afirmar que até

mesmo o amor, o ódio e a inveja perecem quando a pessoa morre.

Com isso fica bem claro que os mortos não podem retornar a este mundo. Está

evidente que os mortos não podem trazer para os vivos quaisquer mensagem de amor,

ódio ou simplesmente de inveja, uma vez que todos esses sentimentos perecem

instantaneamente com aquele que morre.

Os mortos não podem retornar a este mundo porque eles não participam em

nada do que se faz debaixo do sol. Portanto, não podem retornar e participar com os

vivos sobre qualquer coisa seja mensagem de amor, conforto, orientação ou de

esperança.

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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QUEM SÃO OS SUPOSTOS ESPÍRITOS DOS MORTOS?

9. Quem na verdade fazem esses prodígios?

R.: “Porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao

encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha, naquele

grande dia do Deus Todo-poderoso”. Apocalipse 16:14

Se os mortos não podem retornar ao mundo dos vivos. Se os mortos estão em

total estado de inconsciência. Então se pergunta: quem são aqueles que aparecem nos

centros espíritas se passando por mortos?

A própria Bíblia Sagrada responde a esta pergunta. Quem aparece nos centros

espíritas simulando pessoas mortas, não são os defuntos, mas sim os “espíritos de

demônios”. São os espíritos de demônios e não os mortos que fazem os prodígios e

curas miraculosas que ocorrem nesses lugares.

Quando Lúcifer se rebelou contra Deus, ele e seus anjos foram expulsos do

Céu vindo a estabelecer-se na Terra, onde passou a ser conhecido como diabo ou

Satanás (Apocalipse 12:7-9). Aqui na Terra ele continuou com a sua rebelião contra

Deus, seduzindo nossos primeiros pais – Adão e Eva (Gênesis 3:4-6). E continua até

aos dias de hoje com sua obra de destruição e mentira, enganando todo o mundo. Entre

as suas várias mentiras, a principal consiste em enganar os vivos com a idéia de que o

homem não morre, quando de fato morre (Gênesis 3:4).

A doutrina de que o homem é imortal encontra-se na Bíblia. Mas ela foi

ensinada a Eva pelo próprio Satanás, lá no Jardim do Éden. Satanás empregando uma

serpente como médium disse a Eva: “certamente não morrereis”. (Gênesis 3:4). Essa

doutrina de que o homem possui imortalidade inerente, independentemente de

obedecer ou não a Deus, é mantida por Satanás até aos dias de hoje. Empregando a sua

grande inteligência, sabedoria e poder, Satanás tem personificado pessoas mortas,

imitando-lhes sua aparência, pensamento, letra, voz etc. Por serem espíritos de

demônios que fazem os prodígios da mentira, especialmente o da personificação dos

mortos, é que Deus foi levado a condenar severamente a prática de consultar os

mortos.

10. O que alguns farão, e a quem darão ouvidos?

R.: “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns

da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios”. I

Timóteo 4:1

O Espírito Santo afirma expressamente que nos últimos dias da história deste

mundo alguns se apostatarão das eternas verdades bíblicas para seguir a espíritos

enganadores e a doutrinas de demônios. Pode-se afirmar que as doutrinas espíritas são

doutrinas de demônios, cujo principal objetivo consiste em enganar os incautos e

seduzir os menos avisados com promessas ou sortilégios mirabolantes.

Sob a ótica das Sagradas Escrituras, as doutrinas espíritas são consideradas

doutrinas de demônios pelos seguintes motivos: (1) elas deliberadamente distorcem a

Palavra de Deus; (2) insinuam descrença na inspiração divina da Bíblia Sagrada; (3)

seus ensinos não estão em harmonia com os claros ensinos bíblicos; (4) a consulta aos

mortos é severamente condenada por Deus, (5) todas suas doutrinas são contrárias ao

“Evangelho de Cristo”, o Salvador do Mundo (João 3:17); (6), além disso, as práticas

de suas doutrina são terminantemente proibidas por Deus.

Desde o mais remoto passado o espiritismo em suas diversas formas nunca foi

autorizado por Deus a qualquer membro do Seu povo. Mas eram práticas comuns

realizadas pelos pagãos, os quais não faziam parte do povo de Deus e desconheciam

totalmente os oráculos do Deus Vivo, o criador do Universo.

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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Então alguém poderia perguntar: Se não são os mortos que se manifestam nos

centros espíritas, então como os demônios conseguem reproduzir com fidelidade o

pensamento, a letra ou voz dos mortos? A resposta a esta pergunta é bastante simples.

Entre os vários métodos empregados por Satanás nessa grande obra de engano do

mundo, dois se destacam: (1) Um deles consiste no fato de que os demônios penetram

na mente das pessoas que conheciam o defunto. Quando as pessoas vão consultar os

mortos elas se sujeitam às influências dos demônios, que perscrutam totalmente a

mente do consulente e extraem dali todas as informações possíveis sobre o morto, tais

como forma de escrita, tonalidade e inflexão da voz, gostos e idéias que o falecido

possuía. A seguir os demônios reproduzem essas informações, simulando ser o

defunto. (2) Outro método consiste no fato de que um terço de milhões de milhões de

anjos maus – demônios – encontram-se habitando este planeta juntamente com os

seres humanos. De forma que para cada ser vivo que habita o planeta há um demônio

tentando induzir a pessoa ao pecado e ao erro, além de servirem de encostos para

milhões de pessoas. Dessa forma, esses anjos maus conhecem com grande

profundidade o temperamento da pessoa a quem tem acompanhado durante toda a

vida. Assim, os demônios são altamente capazes de reproduzirem com perfeição os

pensamentos, voz, letra ou trejeitos que o morto possuía quanto vivo.

ADVERTÊNCIAS FINAIS

11. O que deve ser anátema?

R.: “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho

além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim como já vo-lo dissemos,

agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do

que já recebestes, seja anátema”. Gálatas 1:8-9

A palavra “anátema” significa “maldição”. Neste versículo, o apostolo Paulo

diz que se porventura ele mesmo, ou um anjo descer do céu e anunciar outro

evangelho além daquele Evangelho que ele mesmo já tem anunciado às igrejas, então

que tal evangelho seja considerado uma maldição. E para reforçar as suas palavras, ele

novamente as repete: “Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já

recebestes, seja anátema”.

O Evangelho Segundo o Espiritismo não é o mesmo Evangelho de Jesus

Cristo. No evangelho espírita não há lugar para a expiação do pecado realizado na cruz

por Cristo Jesus. Não há espaço para um Salvador do Mundo. Não há lugar para o

perdão dos pecados por parte de Deus. Não há lugar para a salvação pela fé no sangue

remidor de Jesus Cristo. Não há lugar para a ressurreição da carne. Logo, diante da

assertiva de Paulo, fica claro que o evangelho espírita é um outro evangelho,

totalmente diferente do Evangelho de Cristo e, portanto tal evangelho deve ser

considerado uma maldição.

12. Do que não podemos ser participantes?

R.: “Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios: não podeis ser

participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios”. I Coríntios 10:21

Finalmente, o último versículo deste estudo bíblico afirma que você não pode

ser espírita e ao mesmo tempo cristão. Muito embora a religião espírita emprega a

ética cristã, ela não é propriamente dito uma religião cristã. Isto porque ela não crê que

Jesus Cristo é o Filho Unigênito de Deus que veio ao mundo e morreu pelos nossos

pecados, para que todo aquele que Nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna (João

3:16). Além disso, o espiritismo não é uma religião cristã porque não gira em torno da

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plataforma da Bíblia, mas sim em torno da plataforma das mensagens dos espíritos.

Assim você precisa se decidir, pois não pode servir a dois senhores. Você não pode

beber do cálice do Senhor Jesus e ao mesmo tempo beber do cálice dos demônios que

povoam as tendas do espiritismo.

Lembre-se, a vida eterna é oferecida unicamente mediante a condição de crer

em Jesus Cristo. Pois, “aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não

crê no Filho não verá a vida; mas a ira de Deus sobre ele permanece”. (João 3:36).

Para o espiritismo você não precisa crer em nada para ter vida eterna. Pois,

conforme essa religião, o homem possui um espírito imortal, e independentemente de

como tenha levado a sua vida, ele estará perfeitamente consciente após a morte, no

mundo do além.

Se você ainda estiver em dúvida se deve seguir o cristianismo ou o espiritismo,

sugiro que considere o seguinte raciocínio lógico: (1) suponha que você resolva seguir

o espiritismo durante toda a sua vida. Se ao final de sua vida o espiritismo se revelar

uma religião falsa e o cristianismo a religião verdadeira, infelizmente você não

receberá a vida eterna, porque a vida eterna é dada somente àquele que crê no

Evangelho de Cristo, e o espiritismo não crê no Evangelho de Cristo. (2) Agora

suponha que você resolva seguir o cristianismo durante toda a sua vida. Se ao final de

sua vida o cristianismo se revelar uma religião falsa e o espiritismo a religião

verdadeira, felizmente você ainda estará bem, posto que pela doutrina espírita você

possui um espírito imortal, independentemente do que acredita. E se for por uma

questão de caridade e de boas obras, saiba que o cristão também pratica a caridade para

com o próximo, não como método de salvação e sim como expressão de amor ao

próximo.

Portanto, esse simples raciocínio lógico esclarece que aceitando

exclusivamente o cristianismo, pouco importa acreditar ou não no espiritismo, pois

quando sua vida terminar você estará de posse da vida eterna de um jeito ou de outro.

Pense nisso! E veja qual é a decisão mais vantajosa que você deve tomar.

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Estudos Bíblicos Avançados

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ESTUDO BÍBLICO 12

INFERNO

O LAGO DE FOGO

1. Onde estão os mortos, e que duas ressurreições haverá?

R.: “Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos

sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da

vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação”. João 5: 28-29

Jesus ensinou que chegará o dia em que todos os mortos ressuscitarão. Os

mortos sairão dos sepulcros. Logo, os mortos não estão no céu ou no inferno, uma vez

que sairão dos sepulcros.

Jesus também disse que haverá duas espécies de ressurreições: a ressurreição

da vida e a ressurreição da condenação. Segundo Jesus, os que fizeram o bem, sairão

dos sepulcros para a ressurreição da vida, e os que fizeram o mal, sairão dos sepulcros

para a ressurreição da condenação.

Portanto, conclui-se que os “justos” mortos não estão no céu vivendo uma

eternidade de bem-aventuranças, pois eles sairão dos sepulcros justamente para

receberem de Jesus a “ressurreição da vida”. De igual modo, os “ímpios” mortos não

estão no inferno vivendo uma eternidade de sofrimento com os todos os tipos de

tormentos, uma vez que eles sairão dos sepulcros justamente para receberem de Jesus a

“ressurreição da condenação”.

2. Sobre quem a segunda morte não tem poder?

R.: “Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição: sobre

estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e

reinarão com ele mil anos”. Apocalipse 20:6

Feliz “aquele que tem parte na primeira ressurreição”, porque ele não passará

pela segunda morte.

A Bíblia diz que os santos são aqueles que participarão da primeira

ressurreição. Ora! Se há uma primeira ressurreição é porque há uma segunda

ressurreição, caso contrário não haveria a necessidade da classificação numérica. E se

somente os santos participam da primeira ressurreição, é porque os ímpios participarão

da segunda ressurreição.

Os santos são aqueles que fizeram o bem; portanto, sairão dos sepulcros para a

ressurreição da vida. E os ímpios são aqueles que fizeram o mal; portanto, sairão dos

sepulcros para a ressurreição da condenação. (João 5: 28-29 ).

O versículo bíblico diz que a segunda morte não tem poder sobre aquele que

participar da primeira ressurreição. Ora! Se há uma segunda morte é porque há uma

primeira morte. Evidentemente, todos aqueles que serão ressuscitados terão passado

pela primeira morte. Todavia, somente os ímpios passarão pela segunda morte, posto

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Estudos Bíblicos Avançados

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que ressuscitarão para a condenação. Além disso, a segunda morte não tem poder

sobre os santos, que são aqueles que tem parte na primeira ressurreição.

Os que forem havidos por dignos de ressuscitarem na primeira ressurreição

reinarão no céu, como sacerdotes de Deus e de Cristo, durante um período de mil anos.

3. Até quando os outros mortos não reviverão?

R.: “Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram”.

Apocalipse 20:5

Conforme as Sagradas Escrituras, os santos participam da primeira

ressurreição, que ocorrerá por ocasião da segunda vinda de Jesus a este mundo. Sobre

os justos, a segunda morte não tem qualquer poder. Já aqueles que não participam da

primeira ressurreição são tidos em conta de ímpios. Pois, “os outros mortos” é uma

clara referência aos ímpios, os quais não tiveram parte na primeira ressurreição. E eles

não reviverão até que se passem mil anos. Isto indica claramente que entre a primeira e

a segunda ressurreição haverá um período de mil anos.

Portanto, quando ocorrer a primeira ressurreição os ímpios não reviverão,

todavia voltarão à vida somente na segunda ressurreição, a qual se dará quando os mil

anos se acabarem. Milhares de milhares e milhões de milhões de ímpios de todas as

épocas ressuscitarão de todos os cantos da Terra. O seu número será como a areia do

mar, e cobrirão a superfície da Terra como um verdadeiro formigueiro humano. Esta

segunda ressurreição que se dará ao final do milênio é chamada por Jesus de

“ressurreição da condenação”.

Portanto, as Escrituras Sagradas deixam claro, claríssimo que ocorrerão duas

ressurreições: a primeira que se dará no início do milênio, e a segunda que se dará ao

fim do milênio. A ressurreição do início do milênio é a ressurreição dos justos e a

ressurreição do final do milênio é a ressurreição dos ímpios. Nesse momento é

oportuno perguntar: em qual ressurreição você gostaria de participar?

4. Qual será a parte dos ímpios?

R.: “Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas,

e aos fornicários, e aos feiticeiros, e aos idólatras e as todos os mentirosos, a sua

parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte”.

Apocalipse 21:8

A parte que cabe de todos os ímpios que ressuscitarão para a condenação no

final do milênio será o lago que arde com fogo e enxofre. Ali ocorrerá a segunda

morte. “Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição: sobre

estes não tem poder a segunda morte”. (Apocalipse 20:6).

É claro que o livro do Apocalipse apresenta uma lista exemplificativa

indicando qual é o caráter dos ímpios que passarão pela segunda morte: os tímidos, os

incrédulos, os abomináveis, os homicidas, os fornicários, os feiticeiros, os idólatras e

todos os mentirosos.

Os “tímidos” são aqueles que se envergonham de Jesus e de Suas Palavras

(Lucas 9:26). Os “incrédulos” sãos os que não acreditam no Evangelho de Cristo (II

Tessalonicenses 1:7-9). Os “abomináveis” são os ímpios que provocam horror e pavor

na humanidade. Os “homicidas” são pessoas que matam o seu semelhante. Os

“fornicários” são as pessoas solteiras que praticam relação sexual fora do casamento.

Os “feiticeiros” são aqueles que praticam as artes do espiritismo, tais como feitiçaria,

sortilégios, encantamentos, macumbas, e coisas semelhantes. Os “idólatras” são

aqueles que veneram e prestam cultos a qualquer tipo de imagem, ou aqueles que

amam as coisas materiais de forma excessiva e com grande paixão. Os “mentirosos”,

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que são todos aqueles que de um modo ou de outro distorcem a verdade em qualquer

grau, com a intenção de praticar o engano. Todos esses sofrerão a segunda morte.

5. O que fará aos ímpios o fogo que desceu do céu?

R.: “E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão. E sairá a

enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue,

cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha. E subiram sobre a

largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; mas desceu fogo

do céu, e os devorou”. Apocalipse 20:7-9

O número de ímpios que reviverem na segunda ressurreição, a qual ocorrerá ao

final do milênio é inumerável. Eles são comparados com a areia do mar porque são

incontáveis. Quando ressuscitarem, os ímpios estarão esparramados sobre os quatro

pontos cardeais da Terra. E formarão dois grandes Impérios – Gogue e Magogue –

cada qual agregando várias nações, com milhões de milhões e milhares de milhares de

pessoas ímpias.

O dicionário mostra que o significado da palavra “ímpio” não serve apenas

para designar pessoas más, perversas ou malignas, mas também serve para designar

pessoas que são incrédulas, pessoas que não passaram pelo novo nascimento.

Bem! Voltemos ao assunto principal. Satanás estava preso em conseqüência

das cadeias de circunstâncias que tornaram a Terra um planeta vazio e desolado. Mas

ao final dos mil anos, com a ressurreição dos ímpios, Satanás não está mais isolado das

pessoas. Agora ele se sente livre de sua prisão, pois existem milhões de milhões de

ímpios para ele enganar e manipular a seu querer. A Bíblia Sagrada diz que ele sairá

para enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da Terra, para as arregimentar

em batalha.

Os ímpios ressuscitados, sob o comando de Satanás, marcham sobre a largura

da face da Terra para a sua última batalha do Grande Conflito contra Cristo. Será a

última vez que haverá ímpios sobre a face da Terra. Ao lado de Satanás estão os

grandes generais e guerreiros que um dia já viveram sobre a face da Terra. Homens

valorosos que nunca perderam uma batalha. Eles cercam o arraial dos santos e a Nova

Jerusalém, a fim de avançarem contra ela.

Mas naquele momento supremo, quando eles se preparam para o ataque contra

a cidade santa, desce fogo do céu e devora a Satanás e a todos os ímpios. Este fogo

transforma o globo terrestre num verdadeiro lago de fogo. Esta é a segunda morte dos

ímpios. Tanto Satanás como todos pecadores são devorados e destruídos pelo fogo

para todo o sempre. O fogo do céu transformará todos eles em cinzas. “De sorte que

lhes não deixará nem raiz nem ramo” (Malaquias 4:1). Desse modo, o mal é

definitivamente exterminado do Universo.

O FIM DOS ÍMPIOS

6. Como os ímpios desaparecerão?

R.: “Mas os ímpios perecerão, e os inimigos do Senhor serão como a gordura dos

cordeiros: desaparecerão e em fumo se desfarão”. Salmos 37:20

Em toda a sua extensão, a Bíblia é muito clara ao ensinar que os ímpios não

permanecerão queimando eternamente num lago de fogo. Mas o ensino do Livro

Sagrado é que os ímpios perecerão. Perecer, segundos os melhores dicionários,

significa: acabar, findar, deixar de existir, e extinguir.

A Bíblia ensina que assim como a gordura desaparece, e em fumaça se desfaz.

Assim também acontecerá com os ímpios: ao serem lançados no lago que arde com

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fogo e enxofre, desaparecerão, e em fumaça se desfarão. Eles serão totalmente

consumidos até restarem somente cinzas. (Malaquias 4:1-3). Portanto, os ímpios

morrerão pela segunda e última vez.

7. Quantos ímpios serão destruídos?

R.: “O Senhor guarda a todos os que o amam; mas todos os ímpios serão

destruídos”. Salmos 145:20

Novamente a Bíblia mostra que os ímpios não permanecerão vivos e sofrendo

tormentos num lago de fogo e enxofre por toda a eternidade. Mas o claro ensino do

Santo Livro é que os ímpios serão destruídos para sempre. A palavra destruir significa:

demolir, arruinar, aniquilar, assolar, fazer desaparecer, exterminar, desbaratar.

IDENTIFICAÇÃO DO INFERNO

8. Onde será lançado quem não tiver o nome no livro da vida?

R.: “E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de

fogo”. Apocalipse 20:15

Todos aqueles que não tiverem o seu nome registrado no livro da vida serão

lançado no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte.

Para ter o nome escrito e mantido no livro da vida é necessário nascer de novo,

é preciso que o pecador aceite a Jesus, como Salvador e Senhor de sua vida, é

necessário que o cristão seja fiel ao Evangelho até ao dia de sua morte.

No dia do juízo final, haverá dois grupos de pessoas que não terão os seus

nomes achados escritos no livro da vida. (1) Muitos terão o nome riscado do livro da

vida por falta de fidelidade ao Evangelho de Cristo (Apocalipse 3:5; Salmos 69:28).

(2) E milhões nunca terão o nome registrado no livro da vida por falta de fé no

Evangelho de Cristo. Esses dois grupos passarão pela segunda ressurreição, que Jesus

chamou de “ressurreição da condenação”. E também passarão pela “segunda morte”,

no lago que arde com fogo e enxofre.

9. Onde serão lançados os ímpios?

R.: “Os ímpios serão lançados no inferno e todas as gentes que se esquecem de

Deus”. Salmos 9:17

Os ímpios são todos aqueles cujo nome “não foi achado escrito no livro da

vida”. Os ímpios serão “lançados no lago de fogo” (Apocalipse 20:15); ou nas palavras

do salmista, os ímpios serão “lançados no inferno” (Salmos 9:17).

Traçando um paralelo entre os dois últimos versículos, podemos deduzir pela

semelhança de idéias que na Bíblia a palavra “inferno” serve para designar o “lago que

arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte”. (Apocalipse 21:8).

A palavra “inferno” no hebraico é equivalente a “Sheol”, e em Grego a

“Hades”. E todas elas significam “sepultura”. Logo, o “lago que arde com fogo e

enxofre; o que é a segunda morte” constituir-se-á na sepultura eterna, onde serão

lançados todos os ímpios.

NOTA: Você mesmo chegará à conclusão de que a palavra inferno significa

sepultura, comparando na Bíblia (Edição Almeida Revista e Corrigida) como o Doutor

Lucas traduziu a palavra inferno do Salmo 16:10 em seu livro intitulado Atos dos

Apóstolos 2:27.

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SIGNIFICADO DA PALAVRA FOGO ETERNO

10. O que está preparado para o diabo e seus anjos?

R.: “Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim,

malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”. Mateus 25:41

Jesus ensinou que no dia do juízo executivo – que se dará ao final do milênio –

estará preparado um fogo eterno para o diabo e seus anjos. Fogo este no qual os

ímpios, que naquele dia estarão à esquerda de Jesus, também serão lançados.

Mas então se pergunta: diante do fato de que os ímpios serão transformados em

cinzas, como compreender o sentido que a Bíblia emprega para a palavra “fogo

eterno?” A resposta é muito simples. A palavra fogo eterno serve para designar que as

conseqüências do fogo são eternas. Ou seja, o fogo será eterno, não em sua duração,

mas em seu efeito.

Considere a seguinte ilustração: se você queimar um móvel de madeira até

virar cinzas, pode-se perguntar se o móvel foi queimado para sempre ou não? A

resposta é um retumbante sim; o móvel foi queimado para sempre, mas não que ficou

sempre queimando.

No dia do juízo final, quando Jesus diz que o fogo eterno está preparado para o

diabo e seus anjos, Ele não está dizendo que o fogo terá duração eterna, mas sim que o

fogo terá um efeito eterno. A Bíblia Sagrada contém muitos exemplos empregando a

palavra fogo eterno para designar que as conseqüências são eternas.

11. Que tipo de pena sofreu Sodoma e Gomorra?

R.: “Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se

corrompido como aqueles, e ido após outra carne, foram postas por exemplo,

sofrendo a pena do fogo eterno”. Judas 7

O livro de Gênesis relata como as cidades de Sodoma e Gomorra, bem como as

cidades circunvizinhas, foram destruídas. Judas diz que elas sofreram “a pena do fogo

eterno”. Se hipoteticamente admitirmos que o “termo fogo eterno” é um fogo que

nunca se apaga, então é lícito admitir que as cidades de Sodoma e Gomorra estão

queimando até aos dias de hoje, e que se queimarão para sempre. Mas se você viajar

para a região do mar morto onde se localizavam essas cidades não encontrará nenhum

fogo eterno queimando tais cidades. Por que razão? Muito simples, na Bíblia a palavra

fogo eterno significa que as conseqüências produzidas pelo fogo são eternas e não que

o fogo em si mesmo é inextinguível. O fogo que queimou aquelas cidades para

sempre, não teve duração eterna. Mas a boa hermenêutica mostra que os efeitos

daquele fogo foram eternos. Aquelas cidades foram reduzidas a cinzas (II Pedro 2:6).

Portanto, não existe um inferno de fogo e enxofre a devorar os adversários de

Deus durante milênios adentro e sem fim. Do mesmo modo como sucedeu a Sodoma e

Gomorra, os ímpios serão queimados e aniquilados para sempre, mas não que ficarão

eternamente queimando.

CONCLUSÃO

12. Quem somente tem a vida eterna?

R.: “Quem tem o Filho tem a vida: quem não tem o Filho de Deus não tem a vida”.

I João 5:12

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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Deus, em Seu imensurável amor pela humanidade, providenciou um meio de

salvar o homem da morte eterna, entregando “Seu filho unigênito, para que todo

aquele que nEle crê não pereça, mas que tenha a vida eterna”. (João 3:16).

A Bíblia ensina que aquele que tem o Filho de Deus tem a vida eterna. Mas

aquele que não tem o Filho de Deus, não tem a vida eterna. Isso significa que o homem

não possui de nenhuma forma a vida eterna, mas que para tê-la necessita crer em

Cristo. Ora! Se o ímpio não crê em Jesus pra ter a vida eterna, então como ele pode

viver eternamente num lago de fogo ardente eternamente, se não tem a vida eterna?

A teologia popular ensina a absurda doutrina de que o ímpio ao morrer vai

penar pelos séculos dos séculos num inferno de fogo ardente. Mas, como pode o ímpio

penar num inferno eterno, se justamente para ter a vida eterna ele precisa crer em

Jesus? Sendo que se ele que crer em Jesus não irá para o fogo do inferno, mas será

salvo através da ressurreição da vida?

Além disso, a Bíblia diz claramente que Jesus veio ao mundo para dar a vida

eterna àquele que nEle crer, e não existe nenhum versículo em toda a Bíblia que diga

ou traga a idéia de que Jesus veio ao mundo para dar a vida eterna aos ímpios para

penarem num inferno interminável. Também não existe nenhum versículo nas

Escrituras Sagradas ensinando que Jesus veio ao mundo para livrar supostas almas

imortais e conscientes de irem para o tormento eterno do fogo do inferno.

Supondo que uma pessoa ao morrer receba de imediato o galardão, indo para o

céu ou para o inferno, por que então Jesus prometeu voltar a este mundo e dar o

galardão a cada um, se as pessoas já estão lá desfrutando do galardão? Por que haver

ressurreição para a vida se as pessoas já estão com vida lá no céu? Por que haver

ressurreição para a condenação se as pessoas já estão condenadas no inferno sofrendo

sua pena. A verdade é que a Santa Bíblia é rica em ensinar que ninguém ao morrer

receberá imediatamente o galardão. Ninguém entra de posse da recompensa ao morrer,

mas somente quando Jesus voltar a este mundo é que cada um receberá seu galardão.

E se você quiser ter o seu nome registrado no livro da vida você precisa se

converter a Deus. Você precisa crer e aceitar o sacrifício expiatório que Jesus Cristo

realizou na cruz por você. Você precisa obedecer aos princípios e mandamentos

divinos, conforme revelados nas Sagradas Escrituras. Você precisa ser fiel até ao dia

em que morrer. Caso contrário, o seu nome não será encontrado escrito no livro da

vida. “E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de

fogo”. (Apocalipse 20:15). Hoje você tem a oportunidade para escolher o seu destino.

Qual será a sua escolha?

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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ESTUDO BÍBLICO 13

RAZÃO DO SOFRIMENTO

INTRODUÇÃO

1. O que pertencem a todos?

R.: “Voltei-me, e vi debaixo do sol que não é dos ligeiros a carreira, nem dos

valentes a peleja, nem tão pouco dos sábios o pão, nem ainda dos prudentes a

riqueza, nem dos entendidos o favor, mas que o tempo e a sorte pertencem a todos”.

Eclesiastes 9:11

Salomão, divinamente inspirado, afirmou que nem sempre o sucesso é

alcançado por aqueles que estão mais preparados. Mas no mundo em que vivemos a

sorte, as circunstâncias e as oportunidades pertencem igualmente a todos.

Muitas pessoas altamente capazes não fazem sucesso em suas carreiras porque

na maioria das vezes não estão no lugar certo, no momento certo e com as influências

certas. Algumas outras pessoas, totalmente incompetentes, faz sucesso porque o tempo

e a sorte lhes foram propícios.

Muitas pessoas ricas e poderosas que estão no auge do sucesso caem e

empobrecem do dia para a noite. E tantas outras, que são pobres e desprezadas, muitas

vezes acabam se tornando ricas e respeitadas, pois “o tempo e a sorte pertencem a

todos”.

2. Qual é a situação dos justos e dos ímpios?

R.: “Tudo sucede igualmente a todos; o mesmo sucede ao justo e ao ímpio: ao bom

e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica:

assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento”.

Eclesiastes 9:2

No mundo, o desenrolar da vida sujeita todos os homens às mesmas

circunstâncias. Independentemente de serem pessoas religiosas ou irreligiosas,

bondosas ou pecadoras, justas ou ímpias, “tudo sucede igualmente a todos”. A

natureza é implacável para com todos e não perdoa. Ninguém está imune a acidentes,

sejam pessoas religiosas ou não. Todos estão sujeitos aos sofrimentos. Todos nascem,

todos crescem, todos sofrem, todos passam por aborrecimentos e provações, todos

envelhecem, todos adoecem e todos morrem.

Desde que o pecado entrou no mundo, com a desobediência de Adão e Eva,

todos os seres humanos passam por sofrimentos. Pouco importa se são homens

poderosos ou escravos, ricos ou pobres, inteligentes ou ignorantes, religiosos ou

irreligiosos, todos igualmente passam por alguma forma de aflição. Ninguém se furta

ao sofrimento, pois se trata de uma conseqüência do pecado cometido pelos nossos

primeiros pais há milhares de anos, quando ainda habitavam no Jardim do Éden.

Nem mesmo os santos de Deus escaparam dos tormentos da vida. Quem

duvidar basta olhar para a vida de João Batista e ver seu sofrimento na prisão e a morte

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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atroz pela qual passou, estando ainda bem jovem. Olhe para os apóstolos de Jesus, e

veja as perseguições, privações, provações e morte infame que sofreram. Nem mesmos

esses santos homens de Deus escaparam do sofrimento. Mas apesar da adversidade,

eles se regozijavam “por terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de

Jesus”. (Atos 5:42).

3. O que às vezes sucede aos justos e aos ímpios?

R.: “Ainda há outra vaidade que se faz sobre a terra: há justos a quem sucede

segundo as obras dos ímpios, e há ímpios a quem sucede segundo as obras dos

justos. Digo que também isto é vaidade”. Eclesiastes 8:14

Existem muitas pessoas boas, justas e tementes a Deus que em vez de serem

abençoadas com o bem e felicidade, na verdade acabam passando por grandes

tribulações, provações, perdas irreparáveis, pobreza, aborrecimentos e sofrimentos.

Por outro lado, também existem pessoas ímpias que são grandes pecadoras, que

em vez de colherem os frutos que as suas más obras merecem, acabam colhendo coisas

boas e agradáveis, como por exemplo: paz, sucesso, prosperidade, riquezas, poder,

popularidade, e respeito dos seus semelhantes.

O profeta Jeremias perguntou intrigado: “Por que prospera o caminho dos

ímpios, e vivem em paz todos os que cometem o mal aleivosamente?” (Jeremias 12:1).

O patriarca Jó argumentou que os ímpios muitas vezes gozam prosperidade nesta vida,

muito embora abominem a Deus: “Por que razão vivem os ímpios, envelhecem, e

ainda se esforçam em poder? A sua semente se estabelece com eles perante a sua face,

e os seus renovos perante os seus olhos. As suas casas têm paz, sem temor; e a vara de

Deus não está sobre eles. O seu touro gera, e não falha, pare a sua vaca, e não aborta”.

(Jó 21:7-10). Para o salmista Asafe a prosperidade dos ímpios era um mistério até que

ele entendeu o fim deles: “E dizem: Como o sabe Deus? ou há conhecimento no

Altíssimo? Eis que estes são ímpios; e, todavia, estão sempre em segurança, e se lhes

aumentam as riquezas”. (Salmos 73:11-12).

Verdade é que a prosperidade dos ímpios tem sido motivo de grande

perplexidade aos santos de Deus. Mas a resposta é que “o tempo e a sorte pertencem a

todos”. (Eclesiastes 9:11).

4. Os cristãos são poupados das aflições do mundo?

R.: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições,

mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”. João 16:33

Jesus advertiu aos Seus seguidores que o mundo não lhes seria propício. Não

era porque eles se tornaram cristãos, que agora estariam imunes ao sofrimento. Mas

vivendo no mundo passariam por diversas aflições, como qualquer outra pessoa. Até

mesmo muito mais aflições por causa da fé que professam. “Meus irmãos, não vos

maravilheis, se o mundo vos aborrece”. (I João 3:13).

Todavia, o conforto que Jesus oferece ao cristão consiste numa profunda paz

interior, e não exterior. Se verdadeiramente estivermos nEle teremos uma indescritível

descanso de espírito. E, apesar das adversidades, guerras, misérias, perseguições

ocorrendo ao nosso redor, essa paz interior nos manterá sossegados, sóbrios, animados

e esperançosos. Sobre essa paz interior disse Jesus: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos

dou: não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se

atemorize”. (João 14:27). Aos cristãos que passam por aflições Jesus disse para terem

bom ânimo, porque Ele venceu o mundo.

O ADVERSÁRIO

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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5. Por que devemos ser sóbrios e vigiar?

R.: “Se sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor,

bramando como leão, buscando a quem possa tragar. Ao qual resisti firmes na fé:

sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo”. I

Pedro 5:8-9

Os cristãos devem ser pessoas sóbrias e estar sempre alerta para não caírem nas

artimanhas, tentações, enganos, e armadilhas do diabo. Também devem ser sóbrias

para que não venham a desanimar da fé, por causa do mal que pode lhe abater, como

por exemplo, perseguições, injustiças, calúnias, mortes, doenças. Pois, o diabo anda

em ao nosso redor rugindo como um leão, buscando a quem possa desanimar e

derrubar. A única solução consiste em humildemente resignarmos com o inevitável e

irremediável, resistindo firmemente na fé.

Muitas pessoas culpam a Deus quando passam por aflições e provações,

quando na realidade Deus não é responsável pela aflição de ninguém. As aflições e os

sofrimentos pelos quais podemos passar podem ter origem em duas fontes: (1) Em

primeiro lugar, pode se originar como resultado de nossas próprias ações. Se vivermos

em desarmonia com as leis de saúde, sofreremos constantes doenças. Se alimentarmos

inveja, egoísmo, ódio e intrigas, nossa vida será de sofrimento, pois nunca estaremos

em paz. “Tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6:7). (2) E em

segundo lugar nosso sofrimento pode ser provocado pelo próprio diabo, que anda em

nosso derredor rugindo como leão, buscando a quem possa tragar. No decorrer da

história, milhares de pessoas sofreram por causa de sua fé no Evangelho. Pois o diabo

tem ódio de todos os fiéis seguidores de Jesus Cristo.

Diante da adversidade devemos sujeitar-nos unicamente à vontade de Deus,

persistindo firmes na fé e contra todas tentações do diabo. Assim fazendo, o diabo

fugirá de nós. (Tiago 4:7). Pois nada ele terá em nós para poder tragar-nos.

EFEITOS DO SOFRIMENTO

6. Por que melhor é a tristeza do que o riso?

R.: “Melhor é a tristeza do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o

coração”. Eclesiastes 7:3

Como a tristeza é o resultado de aborrecimentos, aflições ou desilusões, ela

torna o coração do ser humano mais sensível e misericordioso às necessidades e

provações que outras pessoas possam estar passando. Por causa das provações pessoais

que passamos, podemos compreender melhor o sofrimento daqueles que também estão

passando por provações, e mostrar-lhe nossa compaixão. Foi por essa razão que

Salomão disse que “com a tristeza do rosto se faz melhor o coração”. Para nosso

crescimento emocional e espiritual, muitas vezes a tristeza é melhor do que as farras,

as baladas, as bebedices, as drogas, que nada de significativo acrescentam ao caráter

do cristão. (Eclesiastes 7:2).

A tristeza produzida pelas tribulações cria em nosso coração o sentimento de

solidariedade e piedade para com o nosso próximo, tornando-nos pessoas sábias e

ajudadoras daqueles que também passam por sofrimentos. Muitos seres humanos que

são arrogantes, mesquinhas, egoístas, déspotas, convencidas e excessivamente

orgulhosas, após passarem por sérias provações acabam se tornando humildes, amigas,

amáveis, meigas e dóceis.

7. Como andava o salmista antes e depois da aflição?

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R.: “Antes de ser afligido andava errado; mas agora guardo a tua palavra”. Salmos

119:67

O salmista diz que antes de passar por aflições, ele andava desviado por

caminhos errados. Mas depois de ter passado por aflições, ele se converteu e agora

guarda a Palavra de Deus. Portanto, as aflições longe de ser um mal em longo prazo,

muitas vezes conduzem os corações sensíveis para mais perto de Deus, tornando essas

pessoas bem melhores do que antes da aflição. Na verdade, muitas pessoas tiveram um

encontro pessoal com Deus após terem passados por dores, perdas, sofrimento e

aflições.

Na maioria das vezes é somente por meio das aflições é que nos

conscientizamos da nossa extrema necessidade de Deus, quando então procuramos o

conforto de Sua Santa Palavra. Na verdade as aflições pelas quais passamos tem-se

revelado um excelente instrumento que nos conduz para mais próximo de Deus.

Observe o testemunho deixado pelo salmista: “E foi-me bom ter sido afligido, para que

aprendesse os teus estatutos”. (Salmo 119:71).

Somente pessoas com o coração extremamente endurecido pelo pecado e com a

mente cauterizada é que se distanciam de Deus quando passam por aflições. Muitas

dessas pessoas nunca se aproximaram de Deus, e quando acontece alguma tragédia em

suas vidas pessoais ainda tem a ousadia de acusar a Deus pelos males de sofrem,

quando elas mesmas sabem que nunca quiseram ter um relacionamento mais íntimo

com Deus. Entretanto, se elas refletirem e buscarem a Deus com todo o seu coração,

certamente O encontrará, e receberá a disposição de Sua infinita misericórdia.

ATITUDE NA TRIBULAÇÃO

8. O que contribui para o bem dos que amam a Deus?

R.: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles

que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto”. Romanos 8:28

Todas as coisas que ocorrem na vida do cristão – sejam coisas boas ou más –

de uma maneira ou de outra, contribuem para o benefício do próprio cristão. Por

exemplo, as adversidades acabam fortalecendo as convicções do cristão em sua fé,

levando-o mais perto de Deus. Outras vezes acontece que o cristão possui, oculto aos

seus próprios olhos, alguns vícios e impurezas, e que somente o fogo da aflição pode

eliminar essas escórias do caráter do crente, para torná-lo uma jóia preciosa diante dos

olhos de Deus. “Eis que te purifiquei, mas não como a prata: provei-te na fornalha da

aflição”. (Isaías 48:10). Esta é uma das razões pela qual muitas vezes Deus permite o

sofrimento, pois “enganoso é o coração, mais do que todas as cousas, e

desesperadamente corrupto, quem o conhecerá”. (Jeremias 17:9).

9. O que produz para nós um peso eterno de glória?

R.: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno

de glória mui excelente”. II Coríntios 4:17

Diante da glória da eternidade a nossa tribulação é considerada leve e

momentânea. Muitas vezes a tribulação resulta num polimento do nosso caráter. Isso

produz um peso eterno de excelente glória. Somente no mundo vindouro poderemos

realmente compreender e apreciar os efeitos gloriosos que nossa leve e momentânea

tribulação neste mundo produziu para nós por toda a eternidade.

10. A quem devemos tomar “por exemplo” de aflição?

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Estudos Bíblicos Avançados

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R.: “Meus irmãos, tomai por exemplo de aflição e paciência os profetas que falaram

em nome do Senhor. Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes

qual foi a paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é

muito misericordioso e piedoso”. Tiago 5:10-11

Jó era um homem justo, bom, e temente a Deus. Mas, apesar disso, não foi

poupado ou protegido dos reveses, das provações e das aflições. Perdeu todos os seus

filhos, perdeu todas as suas riquezas, ficou gravemente enfermo e a sua esposa o

repudiou. Mas todas essas adversidades, que se abateram na vida de Jó eram obras do

diabo, não de Deus.

Apesar das calamidades que sofreu, Jó nunca abandonou sua confiança em

Deus. E como resultado de sua fé, Deus o recompensou ricamente com benções

materiais e espirituais. Era a vitória de sua fé. Mas porque Deus permitiu que Jó

passasse por tantas aflições e angústia? A resposta é muito simples. Deus permitiu que

Jó passasse por sofrimentos para provar sua confiança e fidelidade, mesmo diante da

adversidade.

CONCLUSÃO

11. Por que Deus habita com o contrito e abatido de espírito?

R.: “Porque assim diz o alto e o sublime, que habita na eternidade e cujo nome é

santo: Num alto e santo lugar habito, e também com o contrito e abatido de espírito,

para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos”.

Isaías 57:15

Deus é aquele que habita na eternidade e num alto e santo lugar. Ele também é

aquele que habita com o contrito e abatido de espírito. O contrito é a pessoa que se

arrepende motivada unicamente pelo amor de Deus, e o abatido de espírito é a pessoa

desanimada diante do pecado e das adversidades da vida.

A grande novidade é que Deus se compadece das pessoas que estão passando

por aflições e provações, a ponto de procurar vivificar o espírito daqueles que estão

abatidos pelo pecado, e vivificar o coração das pessoas que estão contritas.

Portanto, não devemos permitir que a adversidade nos leve ao desanimo ou ao

desespero. Não devemos ficar revoltados com as rajadas da dor e do sofrimento que

porventura venham a se abater sobre nós. Pois nestas circunstâncias Deus habitará com

o contrito e abatido de espírito, para tirá-lo desse triste estado.

12. Quem será um alto refúgio em tempos de angústia?

R.: “O Senhor será também um alto refúgio para o oprimido; um alto refúgio em

tempos de angústia”. Salmos 9:9

Quando estivermos oprimidos pelo peso pecado, pelo fogo das aflições, pelas

dores e sofrimentos, lembremo-nos de que Ele é um alto refúgio em tempos de

angústias. “Mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças, subirão com asas

como águias: correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão”. (Isaías

40:31).

O cristão quando passa por aflições, se volta esperançoso para Deus. E através

de sua fé e oração busca em Deus o conforto para as suas aflições e tristezas. Em Deus

podemos descansar enquanto a tempestade passa.

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Estudos Bíblicos Avançados

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ESTUDO BÍBLICO 14

LEI DE DEUS

DEFINIÇÃO DE PECADO

1. Que conhecimento você adquire pela Lei de Deus?

R.: “Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque

pela lei vem o conhecimento do pecado”. Romanos 3:20

A palavra “lei” pode ser definida como uma norma de conduta emanada por

autoridade competente. E, segundo os ensinos do apóstolo dos gentios, ninguém será

justificado – perdoado – diante de Deus por praticar a Lei. Portanto, nenhum ser

humano será salvo porque guarda a Lei de Deus. A função da Lei não é a de salvar as

pessoas.

Conforme o apóstolo Paulo ensina, a função da Lei consiste em trazer ao

homem o conhecimento do pecado. A Lei de Deus revela o que é pecado, mas não

possui nenhuma virtude para expiar os pecados. Mas sem a Lei de Deus o cristão não

possui nenhuma condição para dizer biblicamente o que é pecado, pois só a Lei de

Deus pode revelar e definir o que é pecado.

Diante do exposto, conclui-se que a Lei de Deus nunca foi dada como método

de salvação para ninguém. Somente Jesus Cristo é quem salva o pecador arrependido

que nEle crê. A Lei de Deus não possui a virtude para libertar o pecador do poder do

pecado. Somente Jesus tem o poder para nos libertar do domínio que o pecado exerce

sobre nossas vidas. (João 8:36). O objetivo da Lei é o de mostrar ao homem o que é

pecado, e condenar o transgressor à morte. Pois o salário do pecado – da transgressão

da lei de Deus – é a morte.

2. Como você pode conhecer o pecado?

R.: “Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum: mas eu não conheci o

pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não

dissesse: Não cobiçarás”. Romanos 7:7

Por acaso a observância da Lei pelo cristão é pecado? A resposta do apóstolo

Paulo é um retumbante: “De modo nenhum”. Não é pecado guardar a Lei de Deus,

mas muito pelo contrário, Paulo acrescenta que jamais conheceria o que é pecado a

não ser por intermédio da Lei.

Para mostrar que se referia ao decálogo ele ilustra a sua afirmativa usando

como exemplo o décimo mandamento da Lei de Deus (Êxodo 20:17), ao dizer que não

conheceria a concupiscência (cobiça), se a Lei não dissesse: “Não cobiçaras”. Logo, a

função especifica da Lei de Deus é a de mostrar ao homem o que é pecado.

Quando o homem desobedece a Lei de Deus, ele comete pecado, porque

pecado é transgressão da Lei (I João 3:4-ARA). Desse modo pelo conhecimento da Lei

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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o cristão pode conhecer o que é pecado para poder evitá-lo, pois o salário do pecado é

a morte do pecador impenitente.

É por intermédio da Lei de Deus que o Espírito Santo convence o homem do

pecado, levando-o a crer em Jesus Cristo, a fim de alcançar o perdão dos pecados

cometidos, conforme indicado pela Lei. (João 16:8-9).

3. Onde não há lei, o que também não há?

R.: “Porque a lei opera a ira. Porque onde não há lei também não há transgressão”.

Romanos 4:15

“A Lei opera a ira”. Isto quer dizer que a Lei condena todos aqueles que

transgredirem seus mandamentos. As Escrituras Sagradas ensinam limpidamente que

aquele que transgride a Lei de Deus comete pecado (I João 3:4-ARA), e que o salário

do pecado é a morte (Romanos 6:23). Logo, a pena pela transgressão da Lei de Deus é

a morte do pecador.

Lei sem sanção é ineficaz. Por essa razão a pena que a Lei de Deus estabelece

para o seu transgressor é a morte. A Lei não salva ninguém, mas indica claramente o

que é pecado e condena o pecador à morte.

Onde não existe lei para indicar às pessoas o que é certo ou errado, é evidente

que também não existe transgressão de nada. Como alguém poderia ser condenado por

transgredir uma lei que não existe? Portanto, não havendo uma norma de conduta, a

pessoa é plenamente livre para fazer o que bem entende, sem que ninguém possa

impedi-la ou condená-la de proceder do modo como quer, posto que não existe

nenhuma lei sendo transgredido.

Por exemplo, se não existe lei estabelecendo que determinada rua é de mão

única, então qualquer motorista poderá fazer o uso das duas mãos, sem que qualquer

policial tenha autoridade para multá-lo por agir desse modo. “Porque onde não há lei

também não há transgressão”. Todavia, se houvesse lei estabelecendo que aquela rua é

de mão única, e o motorista fizesse uso das duas mãos, então o policial teria autoridade

e a obrigação de multar o infrator da lei. Porque onde há lei também há transgressão.

Disso se pode inferir que, se a Lei não estivesse vigorando nos dias de hoje,

qualquer cristão teria plena liberdade para transgredir todos os seus preceitos, tais

como: tendo outros deuses diante de si, idolatrando imagens, matando, adulterando,

dando falso testemunho, cobiçando, enfim, poderia quebrar livremente qualquer um

dos dez mandamentos. O que é um absurdo! Pois a Bíblia Sagrada prega o

arrependimento dos pecados, além de condenar severamente o pecado. E sabemos que

o pecado é a transgressão da Lei de Deus. E que o salário do pecado é a morte.

4. Se não houvesse lei, o que não poderia ser imputado?

R.: “Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não

havendo lei”. Romanos 5:13

Esse versículo é semelhante ao anterior. Ele esclarece que até o momento em

que Moisés recebeu no monte Sinai a Lei de Deus, o pecado já existia no mundo.

Tanto é que existia, que a Bíblia informa que Caim pecou ao matar o seu irmão Abel,

por isso foi separado de Deus e andou fugitivo e errante no mundo. Esclarece que os

antediluvianos eram grandes pecadores, por isso foram destruídos pelo dilúvio

universal que devastou o mundo antigo. Também afirma que Sodoma e Gomorra eram

cidades pecadoras, por isso foram destruídas pelo fogo. Isto prova que antes do Sinai já

existia pecado no mundo. E se havia pecado é porque havia a lei, a qual foi

transgredida.

Todavia, o pecado não é imputado se não houver Lei. Mas, justamente por

haver uma lei em vigor antes do Sinai é que o pecado foi imputado a Caim. Justamente

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porque a Lei estava em vigor antes do Sinai é que Deus pode imputar os pecados aos

antediluvianos e assim condenar o mundo antigo através das águas do dilúvio.

Justamente pelo fato da Lei estar em vigor antes do Sinai é que os pecados de Sodoma

e de Gomorra lhes foram imputados e as cidades condenadas à destruição pelo fogo.

Caso não houvesse Lei em vigor antes do Sinai, Deus não teria imputado pecados a

essas pessoas, nem mesmo condenando-as, pois segundo o apóstolo Paulo “onde não

há lei também não há transgressão”; ou “o pecado não é imputado, não havendo lei”.

Disso se conclui que a Lei de Deus existe desde o princípio do mundo.

VIGOR DA LEI DE DEUS

5. A fé anula a lei de Deus?

R.: “Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a

lei”. Romanos 3:31

Paulo diz que de nenhuma forma o cristão anula a Lei pela fé. Não é porque

nos tornamos cristãos é que a Lei de Deus se torna nula em nossa vida. Não! De

maneira nenhuma! Antes pelo contrário, agora como cristãos, mais do que nunca

estabelecemos a Lei de Deus em nossa vida.

A graça de Deus é concedida pela fé, mas não para que o pecador continue em

sua vida errada de pecados. E sim para que o pecador se arrependa e obedeça aos

preceitos da Lei divina, caso contrário ele será condenado à morte, posto que Paulo

ensina que o salário do pecado é a morte.

A Lei não salva ninguém. Mas com a conversão do homem ao Evangelho de

Cristo, a Lei se estabelece em sua vida. Se antes de se converter ele era um

transgressor da Lei – praticante da iniqüidade – agora como cristão ele não continuará

mais sendo um transgressor da Lei. Não continuará mais a sua vida de roubos,

adultérios e assassinatos. Pois é inconcebível que o homem se converta a Cristo e

continue com as mesmas práticas iníquas de sua vida anterior, como por exemplo:

matando, dando falsos testemunhos, adulterando, idolatrando imagens, tendo outros

deuses, usando o nome de Deus em vão etc. Pois tudo isso é transgressão da Lei de

Deus. E aquele que transgride a Lei de Deus comete pecado. E o salário do pecado é a

morte eterna do pecador.

O fato de o cristão observar os dez mandamentos não implica que ele o faz para

alcançar a salvação, mas é uma expressão natural e espontânea dele haver sido salvo

pela fé no sangue remidor de Cristo Jesus, e estar sendo santificado na verdade: A

Palavra de Deus (João 17:17). Pois sem santificação ninguém verá o Senhor, mesmo

se dizendo cristão. A fé do cristão se manifesta em obediência a Deus, caso contrário a

sua fé não passaria de presunção. Observe o que diz a Bíblia: “Mas dirá alguém: Tu

tens a fé e eu tenho as obras: mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a

minha fé pelas minhas obras”. (Tiago 2:18). Quando o cristão guarda a lei de Deus ele

está mostrando o resultado de sua fé.

6. Em que se torna aquele que tropeçar num só ponto da Lei?

R.: “Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se

culpado de todos. Porque aquele que disse: Não cometerás adultério, também disse:

Não matarás. Se tu pois não cometeres adultério, mas matares, estás feito

transgressor da lei”. Tiago 2:10-11

Tiago, inspirado pelo Espírito Santo, diz que qualquer pessoa que guardar toda

a Lei de Deus, mas vier a transgredir um só mandamento do decálogo, ela se torna

culpada de transgredir a Lei. Portanto, o cristão precisa observar e praticar todos os dez

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

89

mandamentos, exatamente como se encontra registrado no Santo Livro de Deus em

Êxodo 20:3-17.

Para mostrar que estava se referindo ao decálogo, Tiago citou dois preceitos da

Lei de Deus ao dizer: “Porque aquele que disse: Não cometerás adultério, também

disse: Não matarás. Se tu, pois não cometeres adultério, mas matares estás feito

transgressor da lei”.

Portanto fica claro, que não basta guardar apenas nove mandamentos do

decálogo, mas é necessário guardar todos os dez para não se tornar um transgressor da

Lei. Pois a transgressão da Lei é pecado e o salário do pecado é a morte.

A Bíblia ainda diz que aqueles que vivem na carne não podem agradar a Deus,

pois a carne não é sujeita à Lei de Deus. (Romanos 8:7-8). Portanto, aqueles que ainda

não nasceram de novo não possuem poder para guardar a Lei de Deus, pois o pendor

da carne os leva diretamente à pratica do pecado. Foi por isso que Jesus disse: “sem

mim nada podeis fazer”. (João 15:5). Somente aqueles que nasceram de novo pela fé

em Cristo Jesus, é que realmente possuem o poder para guardar a Santa Lei de Deus,

pois como diz o apostolo Paulo: “Posso todas as cousas naquele que me fortalece”.

(Filipenses 4:13). Quem falar que a Lei de Deus não pode ser guardada, é porque ainda

está vivendo na carne e não no Espírito, razão pela qual não conhece o poder

santificador de Deus em sua própria vida. Essa pessoa precisa nascer de novo para

poder ser santificada na verdade (João 17:17).

ESPIRITUALIDADE DA LEI DE DEUS

7. O que sabemos sobre a natureza da lei de Deus?

R.: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o

pecado”. Romanos 7:14

Paulo diz que a Lei é espiritual. Isto significa que a Lei de Deus é inscrita no

coração daquele que nasceu de novo (Hebreus 10:16). E isto para que do interior do

coração não “saiam os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os

homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a

blasfêmia, a soberba, a loucura”. (Marcos 7:21-22). Pois somente os limpos de coração

verão a Deus. (Mateus 5:8). Jesus não quer sepulcros bonitos pelo lado exterior, mas

tendo todo o tipo de imundícia em seu interior (Mateus 23:27). Portanto, a prática da

santa Lei de Deus começa com as intenções do coração do cristão, razão pela qual é

dito que a Lei é espiritual e inscrita no coração do cristão. Pois Deus está interessado

em santificar o caráter do crente.

8. Como Jesus considerou a transgressão da lei?

R.: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu porém, vos digo

que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu

adultério com ela”. Mateus 5:27-28

Em seu sermão, Jesus indicou claramente que a Lei de Deus – expressa no

decálogo – é espiritual. Para isso afirmou que comete pecado de adultério em seu

coração aquele que atentar numa mulher para a cobiçar.

Isso significa que para cobiçar e adulterar não é necessário praticar

exteriormente o ato pecaminoso. Basta ter intenção ou desejo de praticá-lo. O simples

desejo de querer realizar o ato pecaminoso é mais do que suficiente para que o

indivíduo se torne transgressor da Lei de Deus. Sendo que o salário desse pecado

intencional é a morte.

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

90

O pecado passa por diversas fases. A fase de tentação, cogitação, preparação,

execução e consumação. Sendo que a Lei de Deus condena o pecado já na fase de

cogitação, quando ele passou da fase de tentação e está sendo acariciado no coração do

ser humano.

A tentação é uma sugestão que aparece no coração do ser humano. E

constituindo-se apenas numa sugestão, e pode ser ou não ser aceita pela pessoa que

está sendo tentada.

Ser tentado não é pecado, pois mesmo Jesus foi tentado em todas as coisas,

mas permaneceu sem pecado (Hebreus 4:15). O que é pecado é consentir com a

tentação. É desejar praticar o ato sugerido pela tentação. É tomar a decisão de praticar

o ato pecaminoso. O consentimento do indivíduo com a tentação têm como resultado a

concepção do pecado no coração dessa pessoa. Se por ventura a pessoa que consente

com a tentação não consegue executar o ato é porque não teve oportunidade, posto

circunstâncias alheias à sua vontade o impedem de consumar o pecado concebido em

seu coração.

OBEDIÊNCIA

9. Se amar a Jesus o que você guardará?

R.: “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos”. João 14:15

Se você amar a Jesus, você guardará os Seus mandamentos. O amor a Deus

leva o cristão à obediência. Se você não guarda os mandamentos de Jesus, isto prova

que você ainda não O ama de fato, mas o seu amor é apenas de boca para fora.

Não importa o que você diga sobre o amor que sente por Jesus, tudo não passa

de presunção e pretensão de sua parte. Pois, se você realmente amar a Jesus você

também estará guardando os Seus mandamentos. O verdadeiro amor se manifesta em

obras.

O amor a Jesus somente pode ser traduzido em atos de obediência aos

mandamentos de Deus. Destarte, é impossível alguém querer demonstrar seu amor a

Jesus, se não estiver observando os Seus mandamentos.

10. Como você pode passar por mentiroso?

R.: “Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é

mentiroso, e nele não está a verdade”. I João 2:4

Aquele que diz que conhece a Deus, mas não guarda os Seus mandamentos é

uma pessoa mentirosa, e em suas palavras não está a verdade. Essa pessoa não é digna

de nenhum crédito. Ela pensa, supõe e imagina que conhece a Deus, mas engana-se a

si mesma. Esta pessoa vive uma ilusão. Pois, somente conhece a Deus aquele que

guarda os Seus mandamentos.

Portanto, não adianta você me dizer que conhece a Deus, se não guarda os Seus

mandamentos. Você não passa de um mentiroso! Na verdade você não conhece a

Deus, pois se O conhecesse guardaria os Seus mandamentos.

ÚLTIMOS DIAS

11. Que duas características identificam a Igreja de Deus?

R.: “E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao resto da sua semente,

os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo”.

Apocalipse 12:17

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Estudos Bíblicos Avançados

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O “dragão” simboliza o “diabo” e a “mulher” simboliza a “Igreja de Deus”.

Portanto, este versículo afirma claramente que o diabo irou-se contra a Igreja fundada

por Jesus Cristo, e foi fazer guerra contra o povo que restou da Igreja de Deus.

É contra o remanescente da verdadeira Igreja que o diabo tem ódio mortal e

está em guerra. Todavia, apesar das adversidades os santos do Altíssimo são

perseverantes em guardar todos “Mandamentos de Deus”, conforme constam nas

Escrituras Sagradas. Para escaparem dos enganos dos últimos dias, eles são orientados

pelo “Testemunho de Jesus Cristo”. Sendo que por estas duas características, Deus

identifica um remanescente fiel que estará vivendo na face da Terra no final da história

deste mundo.

12. Que duas características distinguem os santos?

R.: “Aqui está a paciência dos santos: aqui estão os que guardam os mandamentos

de Deus e a fé de Jesus”. Apocalipse 14:12

Mais uma vez as Escrituras Sagradas declaram que os santos do Altíssimo

possuem duas características distintivas em seu caráter. Primeiro: guardam todos os

mandamentos de Deus, conforme estão registrados na Bíblia Sagrada. Segundo:

possuem a fé de Jesus. Isto significa que se trata de um grupo religioso de pessoas

cristãs. E, como cristãos, crêem na Bíblia Sagrada como sendo a Palavra de Deus

revelada aos homens; na justificação unicamente pela fé no sangue remidor de Jesus

Cristo; no perdão dos pecados; na vida eterna oferecida unicamente por crerem em

Jesus Cristo, no poder da oração, no juízo final com a vitória do bem sobre o mal. E,

finalmente, pode-se acrescentar que eles são declarados “santos” porque estão

santificados na verdade, a Palavra de Deus é a verdade (João 17:17).

E quanto a você? O que pretende fazer com o conhecimento de que a Lei de

Deus ainda está vigorando? Venha para junto dos santos. Venha guardar os

mandamentos de Deus e a fé de Jesus, conforme estão declaradas nas Sagradas

Escrituras.

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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ESTUDO BÍBLICO 15

SÁBADO

O CRIADOR DO SÁBADO

1. Quem era o Verbo? Em que o Verbo se fez?

R.: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. E o

Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do

unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”. João 1:1 e 14

Este versículo nos fala que no princípio, antes mesmo de ser criada qualquer

coisa no Universo, o Verbo já existia. O qual, por ser membro da Santíssima Trindade,

estava com Deus, e Ele era Deus.

A Bíblia diz que o Verbo tomou a natureza humana e se fez carne, vindo a

habitar no meio dos homens. O evangelista João testemunha que os homens viram a

glória do Verbo, como a glória do Filho único do Pai. Ainda diz que Ele era cheio de

graça e de verdade.

Nestes versículos, João estava se referindo a Jesus Cristo. Era Jesus o Verbo

que se fez carne e habitou entre nós. Era Jesus quem estava com Deus e era Deus. Ele

era antes de todas as coisas. Observe Ele disse: “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto

de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse”. (João

17:5).

2. Que coisas foram feitas por Ele (Jesus)?

R.: “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez”.

João 1:3

As Sagradas Escrituras esclarecem que todas as coisas que existem no

Universo foram feitas por Jesus Cristo. E sem Jesus nada, além daquilo que Ele fez,

veio a ter existência. O que interessa ressaltar nessa passagem bíblica é que todas as

coisas foram feitas por Jesus Cristo, muitos séculos antes dEle assumir a natureza

humana. Cristo foi o verbo que “falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”.

(Salmo 33:9).

3. O que foram criadas nEle (em Jesus)?

R.: “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e

invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades:

tudo foi criado por ele e para ele”. Colossenses 1:16

Este versículo bíblico é paralelo ao versículo anterior. E do mesmo modo como

o anterior, ele também esclarece que em Jesus Cristo foram criadas todas as coisas.

Tantas as coisas que existem nos céus como aquelas que existem na Terra. Tanto as

coisas visíveis como as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados,

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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sejam potestades. As Sagradas Escrituras acrescentam a informação de que tudo foi

criado por Jesus Cristo, e foi criado para Ele. “Ele fez a terra pelo seu poder; ele

estabeleceu o mundo por sua sabedoria e com a sua inteligência estendeu os céus”.

(Jeremias 10:12).

4. Portanto, quem é o Senhor do Sábado?

R.: “Assim o Filho do homem até do sábado é Senhor”. Marcos 2:28

Cristo criou todas as coisas numa sucessão de seis dias literais, e ao sétimo dia

daquela semana Ele estabeleceu como memorial da criação o dia do sábado, o qual é

identificado universalmente como o sétimo dia da semana. Por isso até do sábado

Jesus é o Senhor. “Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que

neles há, e ao sétimo dia descansou: portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o

santificou”. (Êxodo 20:11).

Como criador de todas as coisas que existe no Universo, Jesus Cristo, pôde

com muita propriedade afirmar a todos que até do sábado Ele é Senhor. Foi Ele quem

o instituiu no dia seguinte ao da criação do homem, visando unicamente o bem-estar,

físico, mental, emocional, espiritual e a santificação da humanidade. (Gênesis 2:1-3).

Entende-se pelo termo “Senhor”, aquele que é o proprietário, aquele que é o

dono absoluto. Portanto, Jesus Cristo é Senhor do sábado porque ele é o dono absoluto

desse dia. O sábado foi criado por Jesus Cristo e para Ele no sétimo dia da semana da

criação.

O sábado foi criado bem antes da entrada do pecado no mundo. Foi guardado

pela humanidade, representada naquela época por Adão e Eva. Isto ocorreu já no dia

seguinte ao de sua criação. Naquele primeiro dia sábado eles tiveram uma comunhão

muito íntima e pessoal com o Seu Criador. Eles aprenderam a apreciar as maravilhas

da criação ao seu redor. Observe que o sábado não foi criado para o judeu, pois

naquele tempo não havia nenhum judeu sobre a face da Terra, mas foi criado para toda

a humanidade. Naquele primeiro sábado Adão e Eva desfrutaram das horas sagradas

adorando o seu Criador.

O EXEMPLO DE JESUS

5. Em que dia Jesus ensinava na sinagoga?

R.: “E, chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga; e muitos ouvindo-o, se

admiravam, dizendo: Donde lhe vêm estas coisas? é que sabedoria é esta que lhe foi

dada? e como se fazem tais maravilhas por suas mãos”. Marcos 6:2

Para dar exemplo aos Seus seguidores, Jesus Cristo santificava o dia do sábado

participando dos cultos religiosos realizados nos locais de adoração, que naquele

tempo era realizado na sinagoga. Jesus guardou o sábado que Ele mesmo instituiu no

sétimo dia da criação, posto que todas as coisas foram feias por Ele. (João 1:3).

Jesus Cristo guardava o dia do sábado em cumprimento ao mandamento de

Deus que ordena a santificação do dia do sábado (Êxodo 20:8). Com essa atitude,

Jesus nos deixou um grande exemplo de obediência para ser seguido na guarda dos

mandamentos da santa Lei de Deus.

6. Que dia Jesus tinha por costume ir à sinagoga?

R.: “E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o

seu costume, na sinagoga, e levantou-se para ler”. Lucas 4:16

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O evangelista Lucas esclarece que era “costume” de Jesus Cristo ir aos sábados

nos locais de adoração a Deus, para assistir aos cultos religiosos que ali eram

realizados. Esse era um costume arraigado no coração de Jesus desde a Sua mais tenra

infância, posto que Ele fora criado na cidade de Nazaré. Além disso, sempre que tinha

oportunidade Jesus participava das atividades religiosas desenvolvidas nos cultos, seja

ensinando, lendo, ou comentando trechos das Escrituras Sagradas. Jesus guardava o

sábado em obediência ao mandamento da Lei de Deus.

Mas o que é costume? Costume é a prática uniforme e reiterada de um ato pela

convicção íntima de sua obrigatoriedade. Você gostaria de ter o mesmo costume que

Jesus tinha? Você deseja seguir o exemplo de Jesus adorando a Deus todos os

sábados?

Jesus guardou o sábado não no espírito fanático da seita dos fariseus ou dos

saduceus, que já não representavam mais a religião original dos judeus. Mas guardou o

sábado no espírito dos dois grandes mandamentos da Lei: “Amor a Deus” e “amor ao

próximo”. Muitas vezes Jesus mostrou que o sábado é um dia para se praticar atos de

misericórdia para com os aflitos e necessitados. Ele fez muitas curas nesse dia. Em

certa ocasião Ele disse que é “lícito fazer bem nos sábados”. (Mateus 12:12).

É muito significativo observar que Jesus, muito embora tenha condenado a

forma como a seita dos fariseus guardava o dia do sábado, Ele nunca ensinou ou

sugeriu que não se deveria guardar esse santo dia. O que Jesus discordava dos fariseus,

não era sobre qual dia da semana o crente deveria guardar, mas sim a forma correta de

como o dia do sábado deveria ser guardado.

O EXEMPLO DOS CRISTÃOS

7. Em que dia repousaram as fiéis seguidoras de Jesus?

R.: “E era o dia da preparação, e amanhecia o sábado. E as mulheres, que tinham

vindo com ele da Galiléia, seguiram também e viram o sepulcro, e como foi posto o

seu corpo. E, voltando elas, prepararam especiarias e ungüentos, e no sábado

repousaram, conforme o mandamento. E no primeiro dia da semana, muito de

madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado”.

Lucas 23:54-56; 24:1

O sol estava declinando no dia da preparação. O dia da preparação era o nome

dado ao sexto dia da semana – dia anterior ao sábado – que hoje é conhecido pelo

nome de sexta-feira. Era chamado de dia da preparação porque os crentes da época se

preparavam para receber o sábado. E esse preparo consistia em colocar a casa em

ordem para que no sábado não se fizesse nenhuma atividade quotidiana que viesse a

profanar a santidade desse dia.

Lucas relata que na tarde daquela sexta-feira fatídica Jesus estava morto e

acabara de ser retirado da cruz. Aquelas santas mulheres que vinham acompanhando a

Jesus desde a Galiléia seguiram o féretro até à entrada do sepulcro, de onde viram

como o corpo de Jesus fora colocado em seu interior.

A seguir as mulheres voltaram para o local onde estavam hospedadas. E,

segundo o costume da época, elas desejavam embalsamar o corpo de Jesus. Para isso

“prepararam especiarias e ungüentos”. Mas não puderam voltar ao sepulcro para ungir

o corpo de Jesus porque o sábado estava nascendo com o pôr-do-sol daquela sexta-

feira, quando então aquelas santas cristãs “repousaram, conforme o mandamento”.

Terminado o repouso do dia do sábado, aquelas santas mulheres se levantaram

na madrugada do primeiro dia da semana e “foram elas ao sepulcro, levando as

especiarias que tinham preparado”.

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Estudos Bíblicos Avançados

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Diante do exposto você mesmo pode verificar que aquelas fiéis cristãs nunca

foram ensinadas por Jesus Cristo de que o sábado foi abolido com João Batista ou que

seria abolido com a Sua própria morte na cruz. Pois elas repousaram no sábado

conforme determina o mandamento da santa Lei de Deus. Logo, em sua mente havia a

plena convicção de que a Lei de Deus ainda estava vigorando.

Pela simples leitura do texto bíblico você também pode constatar que essas

fiéis seguidoras de Jesus Cristo consideravam o primeiro dia da semana como um dia

comum, sem qualquer significado religioso ou santo, tanto é verdade que elas foram

realizar no primeiro dia da semana justamente aquela atividade que deixaram de fazer

no santo dia do sábado, ocasião em que repousaram conforme determina o

mandamento da Lei de Deus.

8. Em Antioquia, em que dia Paulo ensinava a Palavra de Deus?

R.: “E, saídos os judeus da sinagoga, os gentios rogaram que no sábado seguinte

lhes fossem ditas as mesmas coisas. E no sábado seguinte ajuntou-se quase toda a

cidade a ouvir a palavra de Deus”. Atos 13:42 e 44

O apóstolo Paulo foi chamado para ser doutor dos gentios. E por preceito e

exemplo ele andava guardando e santificando o dia do sábado, conforme prescrição do

mandamento da santa Lei de Deus.

Em certa ocasião, Paulo e a sua equipe missionária estava em Antioquia. E os

gentios daquela cidade rogaram para que no sábado seguinte Paulo lhes pregasse a

mesma mensagem que ele acabara de pregar naquele sábado. Passada a semana, a

Bíblia relata que no sábado seguinte quase toda a cidade se congregou para ouvir as

mensagens da Palavra de Deus.

Se naquele tempo o domingo fosse considerado pela Igreja Cristã como dia

santo, Paulo perdeu uma ótima oportunidade para ensinar aos gentios a se

congregarem no domingo. A verdade é que o doutor dos gentios nunca ensinou tal

doutrina. A Bíblia Sagrada ignora totalmente o termo domingo, portanto, ignora que o

primeiro dia da semana seja o dia do Senhor.

9. Em Filipos na Macedônia por não haver nenhuma igreja, o que Paulo fez no

Sábado?

R.: “E no dia de sábado saímos fora das portas, para a beira do rio, onde

julgávamos ter lugar para oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que ali

se ajuntaram”. Atos 16:13

Paulo e sua comitiva evangelística chegaram numa cidade da Macedônia,

chamada Filipos. Nessa cidade não havia nenhuma igreja ou sinagoga. Mas, como fiéis

cristãos, eles guardavam o dia do sábado, conforme determina o mandamento da santa

Lei de Deus. Então Paulo e sua equipe missionária saíram fora das portas da cidade, e

procuraram um local sossegado para santificar o sábado com um singelo culto

religioso de oração, bem longe dos murmúrios e ruídos das atividades quotidianas

realizadas pelos gentios dentro da cidade de Filipos.

Este versículo mostra claramente que mesmo em locais onde não havia

sinagogas ou igrejas, o doutor dos gentios se preocupava em observar o dia do sábado,

procurando um local afastado e sossegado para ali poder adorar a Deus e santificar o

dia do sábado. Ele fazia isso para observar o mandamento da Lei de Deus que diz:

“Lembra-te do dia do sábado, para o santificar”. (Êxodo 20:8).

10. Em Tessalônica na Grécia, em que dia Paulo tinha por costume disputar

sobre as Escrituras?

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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R.: “E, Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles; e por três sábados disputou

com eles sobre as Escrituras”. Atos 17:2

Paulo tinha por costume aos sábados pregar o Evangelho e disputar sobre as

Escrituras Sagradas com os judeus. Talvez alguém poderá dizer que Paulo ia à

sinagoga aos sábados porque os judeus se reuniam nesse dia. Mas essa afirmação não é

totalmente correta, uma vez que tanto os judeus como os cristãos adoravam a Deus

nesse dia, pois as Sagradas Escrituras eram a fonte comum de doutrina e fé desses dois

grupos religiosos. A diferença era que o grupo cristão acreditava que Jesus era o

Messias, enquanto que o outro grupo não acreditava em tal ensino. Aos olhos dos

gentios a diferença entre judeus e cristãos era tão pequena que os governadores

romanos constantemente confundiam os cristãos com os judeus. E quando um grupo

era perseguido o outro também sofria as conseqüências.

Que os cristãos guardavam o dia do sábado se infere pelo fato de que as

mulheres que seguiram Jesus desde Nazaré, na sexta-feira da paixão “prepararam

especiarias e ungüentos” para ungir o cadáver de Jesus. Todavia, elas não tiveram

tempo suficiente para realizar essa obra na sexta-feira, posto que o sábado estava

começando, então elas cessaram suas atividades e “repousaram, conforme o

mandamento”. Mas quando terminou o dia do sábado, aquelas santas mulheres se

levantaram na madrugada do primeiro dia da semana e “foram elas ao sepulcro,

levando as especiarias que tinham preparado”. Elas procederam assim porque o

primeiro dia da semana era considerado um dia comum como qualquer outro.

Também se infere que os cristãos guardavam o sábado pelo fato de que em

certa ocasião Paulo ao chegar na cidade de Filipos não encontrou nenhuma sinagoga.

Mas como era o seu costume santificar o sábado, conforme o mandamento (Êxodo

20:8), ele saiu fora das portas da cidade para buscar um lugar propício para adoração.

É interessante observar que, como doutor dos gentios, em nenhum momento Paulo

ensinou aos cristãos que o domingo deveria ser observado como dia sagrado, mas

ensinou os cristãos, por preceito e exemplo, a observarem os ensinos registrados nas

páginas das Sagradas Escrituras.

CONCLUSÃO

11. Que tipo de sentimento deve haver em nós?

R.: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo

Jesus”. Filipenses 2:5

Paulo assevera que deve haver em todos os cristãos o mesmo sentimento que

também houve em Cristo Jesus. Entre os vários sentimentos que houve em Cristo

Jesus, Ele tinha por princípio observar o sétimo dia da semana, conhecido como

sábado, tudo conforme prescrição do mandamento da Lei de Deus.

Portanto, como fiéis cristãos, também devemos ter esse mesmo sentimento de

obediência a Deus, santificando o sétimo dia da semana, denominado de sábado,

conforme orientação das Sagradas Escrituras. Devemos santificar o sábado tendo no

coração o amor a Deus e o amor ao nosso próximo.

12. Como deve andar aquele que diz que está em Jesus?

R.: “Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou”. I João 2:6

Qualquer pessoa que diz estar em Cristo, também deve andar como Ele andou.

Ora! Sabemos que Jesus andou guardando o dia do sábado, com um espírito de

obediência e submissão à vontade de Deus, conforme revelado nas Santas Escrituras.

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Estudos Bíblicos Avançados

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Logo, também devemos andar guardando o dia do sábado, com o mesmo espírito de

Jesus.

Agora que você sabe que Jesus guardou o sábado, que os apóstolos guardaram

o sábado que a Virgem Maria também guardou o sábado. Que todos os cristãos devem

guardar o sábado. Então te pergunto. O que você pretende fazer com esse

conhecimento sobre a guarda e santificação do dia do sábado?

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Estudos Bíblicos Avançados

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ESTUDO BÍBLICO 16

DOMINGO

AS OITO ÚNICAS REFERÊNCIAS

1. O que as mulheres foram fazer no 1º dia da semana? Esta passagem manda

alguém santificar esse dia?

R.: “E, no fim do sábado, quando já despontava o primeira dia da semana, Maria

Madalena, e a outra Maria foram ver o sepulcro”. Mateus 28:1

No Novo Testamento existem somente oito passagens que se referem ao

primeiro dia da semana. Apenas oito e nada mais! O primeiro dia da semana

atualmente é conhecido pelo nome de “domingo”. Das oito passagens que falam sobre

o primeiro dia da semana, quatro delas se referem à mesma circunstância e evento, o

qual está relatado nos quatro Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João.

O versículo supra mencionado diz que no primeiro dia da semana – entende-se

domingo – duas das santas mulheres que seguiram Jesus desde a Galiléia, foram ver o

sepulcro onde o corpo de Jesus havia sido colocado no dia anterior.

Nesta primeira passagem, que fala sobre o primeiro dia da semana, pode-se

observar que não existe nenhum mandamento para qualquer pessoa guardar ou

santificar o primeiro dia da semana. Nem tão pouco a passagem bíblica ensina que o

primeiro dia da semana é o Dia do Senhor.

2. O que fizeram as mulheres no 1º dia da semana? Esta passagem manda alguém

guardar o 1º dia da semana?

R.: “E no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro de manhã cedo, ao nascer do

sol”. Marcos 16:2

O Evangelho de Marcos relata o mesmo evento descrito no Evangelho de

Mateus, ou seja, que no primeiro da semana aquelas santas mulheres que seguiam

Jesus desde a Galiléia foram ao nascer do sol visitar o sepulcro, onde o corpo de Jesus

fora colocado na tarde da sexta-feira, após ter sido retirado da cruz.

Nesta segunda passagem que fala sobre o primeiro dia da semana, registrada

por Marcos, podemos notar que ela não ordena a guarda, observância ou santificação

do primeiro dia da semana. O fato de não chamar o primeiro dia da semana pelo nome

de “domingo”, indica claramente que os santos apóstolos desconheciam tal nome. Na

verdade eles consideravam esse dia como um dia comum, sem maiores significados

religiosos.

3. O que aconteceu com Jesus no 1º dia da semana? Esta passagem manda

santificar o 1º dia da semana?

R.: “E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana, apareceu

primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios”. Marcos

16:9

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

99

Marcos ainda relata em seu Evangelho que na manhã daquele primeiro dia da

semana Jesus havia ressuscitado e aparecido para Maria Madalena, de quem Ele

anteriormente havia expulsado sete demônios. A passagem em questão não vai além

dessa singela informação.

O versículo bíblico em discussão não informa que os cristãos devem guardar o

primeiro dia da semana em razão da ressurreição de Jesus, nem tampouco informa que

o primeiro dia da semana tornou-se santo ou sagrado devido e esse evento. Ainda

mais, nem mesmo identifica o primeiro dia da semana como o dia do Senhor. Portanto,

a Igreja Cristã Apostólica nunca ensinou que o primeiro dia da semana era um dia

especial que deveria ser observado.

Dizer que se deve guardar o primeiro dia da semana porque Jesus ressuscitou

nesse dia é o mesmo que dizer que se deve guardar a sexta-feira porque nesse dia Jesus

entregou-se como o Cordeiro de Deus para tirar o pecado do mundo. Guardar qualquer

dia da semana sem um claro Mandamento de Deus é guardar doutrinas de homens, que

segundo ensinos de Jesus Cristo consiste em adorar a Deus em vão.

Em síntese, esta terceira passagem do Novo Testamento que fala sobre o

primeiro dia da semana não manda repousar ou santificar o primeiro dia da semana.

Ela apenas descreve os eventos que se deram naquele dia, e nada mais.

4. O que as mulheres foram fazer no 1º dia da semana? Esta passagem manda

santificar o 1º dia da semana?

R.: “E no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro,

levando as especiarias que tinham preparado”. Lucas 24:1

Este versículo registrado no Evangelho de Lucas descreve o mesmo evento

mencionado por Mateus e Marcos em seus Evangelhos. Ou seja, que no primeiro dia

da semana aquelas santas mulheres que seguiam a Jesus desde a Galiléia foram visitar

o sepulcro onde o corpo de Jesus havia sido colocado.

Nesta quarta passagem que fala sobre o primeiro dia da semana podemos

observar que não existe nenhuma referência informando aos cristãos que o primeiro

dia da semana deveria doravante ser observado, guardado ou santificado, ou ainda

mesmo que deveria ser chamado pelo nome de domingo.

Aliás, a palavra “domingo” não existe em nenhum lugar das Sagradas

Escrituras. E nem poderia mesmo existir. Porque a palavra “domingo” é de origem

latina e a Bíblia foi escrita em hebraico, aramaico e grego.

5. Onde Maria Madalena foi no 1º dia da semana? Existe alguma indicação que o

dia é santo?

R.: “E no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada,

sendo ainda escuro e viu a pedra tirada do sepulcro”. João 20:1

Esta passagem relatada no Evangelho de João também descreve o mesmo

evento mencionado por Mateus, Marcos e Lucas. Que no primeiro dia da semana uma

daquelas santas mulheres – Maria Madalena – que seguia a Jesus desde a Galiléia foi

visitar o sepulcro onde o corpo do Mestre havia sido colocado ao pôr-do-sol do dia

sexto, conhecido com o nome de “dia da preparação”.

Nesta quinta passagem que fala sobre o primeiro dia da semana podemos

observar que não existe nenhum mandamento ordenando aos cristãos ou a qualquer

outra pessoa observar, guardar e santificar o primeiro dia da semana. Isto representa

mais uma evidência bíblica de que Jesus não ordenou a guarda do primeiro dia da

semana. Se porventura alguém guarda o primeiro da semana não é por mandamento

divino, mas por tradição dos homens.

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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6. Por que os discípulos estavam reunidos? Isto indica que eles estavam

santificando o 1º dia da semana?

R.: “Chegada pois a tarde de aquele dia, o primeiro dia da semana, e cerradas as

portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus,

e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco”. João 20:19

O Evangelho de João ainda relata que na tarde daquele primeiro dia da semana,

os discípulos de Jesus estavam com medo dos judeus, por isto mantinham as portas

trancadas. O motivo do medo é que temiam ter o mesmo fim que Jesus havia tido.

Dizer que os discípulos estavam reunidos para santificar o primeiro dia da

semana em homenagem e comemoração da ressurreição de Jesus é demonstrar total

desconhecimento das mais elementares regras de hermenêutica bíblica. Não se pode

interpretar versículo isolado sem levar em consideração o contexto e o conjunto de

versículos com o mesmo tema.

Em primeiro lugar, os discípulos foram reprovados por Jesus porque nem

mesmo acreditavam que Ele havia ressuscitado naquele dia. (Marcos 16:14). Sendo

esta a primeira vez que Jesus apareceu a todos eles.

Em segundo lugar Eles estavam reunidos sim, mas não para santificar o

primeiro dia da semana. O versículo esclarece que eles estavam juntos com as portas

trancadas porque estavam com medo dos judeus, e não realizado algum culto religioso.

Nesta sexta passagem que fala sobre o primeiro dia da semana novamente

podemos constatar que não existe mandamento ordenando a qualquer pessoa observar,

guardar ou santificar o primeiro dia da semana.

7. Por que os discípulos reuniram-se no 1º dia da semana? Existe alguma

determinação para santificar esse dia?

R.: “E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão,

Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e alargou a prática até à

meia noite”. Atos 20:7

Em Troas, os discípulos se ajuntaram no primeiro dia da semana para partir o

pão. Muitos supõem que o “partir o pão” se refere à Santa Ceia. Mas não era assim que

entendia o Doutor Lucas, autor do livro de Atos. Pois ele mesmo esclarece em seu

livro que o partir o pão significa partilhar as refeições juntos (Atos 2:42-46).

E mesmo que fosse realizada uma Santa Ceia nesse dia, isto não serve como

parâmetro para indicar ou provar que o dia é santo e que deve ser guardado todas as

vezes, posto que a Santa Ceia é uma cerimônia religiosa que pode ser realizada em

qualquer dia da semana. Jesus mesmo realizou a Santa Ceia numa quinta-feira, na

noite em que foi traído (I Coríntios 11:23-26). Se a Santa Ceia é parâmetro para

indicar que o dia é santo, então os cristãos deveriam estar guardando a quinta-feira, dia

em que Jesus praticou e instituiu a Santa Ceia.

Não é porque um culto religioso foi realizado no primeiro dia da semana, que

isto indica ou prova que o dia é santo, ou que era guardado pelos cristãos, do mesmo

modo que realizar cultos nas quartas-feiras ou em qualquer outro dia da semana, não

torna, e nem indica que esse dia é santo com a obrigação de ser guardado todas as

vezes.

Para os pagãos o primeiro dia da semana era o dia do sol. Um dia de repouso e

de adoração aos deuses e ao imperador. Era quando os discípulos cristãos de Troas

aproveitavam esse dia de descanso pagão para se confraternizarem. Por essa razão a

Bíblia Sagrada informa que eles se reuniram naquele dia em particular para juntos

partilharem uma refeição de despedida para Paulo, que “havia de partir no dia

seguinte”. E Paulo aproveitou a oportunidade para falar com eles, “e alargou a prática

até à meia noite”.

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

101

Mas, o que importa saber nesta sétima passagem, que fala sobre o primeiro dia

da semana, é que não existe nenhum mandamento ordenando aos cristãos a

observância, ou a santificação do primeiro dia da semana.

8. O que Paulo ordenou que fosse feito no 1º dia da semana? Esta passagem

manda santificar tal dia?

R.: “No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder

ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que senão façam as coletas quando eu

chegar”. I Coríntios 16:2

Paulo havia ordenado que a igreja de Coríntio fizesse uma coleta para os

crentes necessitados de Jerusalém. Segundo as orientações de Paulo, os cristãos que

congregavam na igreja de Coríntio deveriam, no primeiro dia da semana, colocar à

parte tudo o que pudesse ajuntar, conforme a riqueza de cada membro. Isso porque

Paulo não queria que se fizesse coletas para os santos em Jerusalém quando ele

chegasse para visitar a igreja de Coríntio.

Com base nesse texto, alguns supõem que a igreja de Coríntio guardava o

primeiro dia da semana, simplesmente porque foi orientada a recolher as ofertas

destinadas a Jerusalém nesse dia. Mas será que é isso que o texto está dizendo? É claro

que não! Note bem! Os crentes de Coríntio foram orientados para no primeiro dia da

semana por de parte o que pudessem ajuntar. “Por de parte” não quer dizer levar à

igreja, mas sim separar à parte aquilo que os irmãos pretendiam doar aos crentes

necessitados de Jerusalém. Além disso, outras versões autorizadas das Sagradas

Escrituras dizem que as dádivas deveriam ser posta de parte em casa. Logo, não

seriam levadas à igreja. Portanto, não se tratava de nenhum culto religioso realizado

nesse dia, mesmo porque Paulo que pretendia visitar a igreja de Coríntio ordenou que

não se fizesse “coletas quando eu chegar”.

Mas por que então Paulo ordenou que se fizesse a coleta no primeiro dia da

semana, e não em qualquer outro dia? A resposta para essa pergunta é muito simples: o

primeiro dia da semana era tido pelos pagãos como o dia do sol. Era um dia de repouso

para os pagãos e que não deveria ser profanado, pois ofenderia aos deuses. Portanto,

nesse dia os cristãos não poderiam exercer suas atividades quotidianas sob pena de

ofenderem aos pagãos e serem alvos de perseguições. Desse modo, os crentes de

Coríntio tinham o primeiro dia da semana totalmente livre para colocarem de parte

tudo o que pudessem ajuntar como dádiva para a igreja de Jerusalém. Nos demais dias

eles estariam trabalhando.

Nesta oitava e última passagem do Novo Testamento que fala sobre o primeiro

dia da semana não existe mandamento divino ordenando a observância e santificação

do primeiro dia da semana. Portanto, após analisarmos todas as oito referências

bíblicas existentes, que falam sobre o primeiro dia da semana, concluímos que em

nenhuma delas existe mandamento divino ordenando aos cristãos a guarda do primeiro

dia da semana, o qual nem ao menos é reconhecida na Bíblia Sagrada pelo nome de

domingo.

Das oito passagens bíblicas estudadas, podemos verificar que existem apenas

três diferentes “primeiro dia da semana” sendo mencionados em todo o Novo

Testamento: (1) dia da ressurreição de Jesus; (2) dia em que os discípulos partilharam

uma refeição com o apóstolo Paulo; (3) dia em que os crentes fizeram uma coleta para

os cristãos de Jerusalém.

JESUS E A TRADIÇÃO DOS HOMENS

9. Como Jesus considerou a adoração dos que ensinaram preceitos de homens?

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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R.: “Ele, porém respondendo, disse-lhes: Por que transgredis vós também o

mandamento de Deus pela vossa tradição? Mas em vão me adoram, ensinando

doutrinas que são preceitos dos homens”. Mateus 15:3 e 9

Como nas Sagradas Escrituras não existe mandamento ordenando a

observância do primeiro dia da semana, podemos concluir que a guarda do domingo é

uma tradição imposta pelas doutrinas e preceitos dos homens.

Boa parte da cristandade, pela observância da tradição da guarda do domingo,

vem transgredido o mandamento de Deus que ordena a santificação do dia do sábado.

E, conforme Jesus, em vão os homens adoram a Deus, quando colocam suas

tradições – quaisquer que sejam elas – acima dos mandamentos de Deus. Se você ler a

Bíblia desde o Gênesis ao Apocalipse vai constatar que não existe mandamento

ordenando a guarda e santificação do domingo, mas verificará que existe mandamento

ordenando a guarda e santificação do dia do sábado.

Se o domingo fosse de alguma utilidade para os cristãos, Paulo a teria

ensinado, pois ele disse: “nada, que útil seja, deixei de vos anunciar, e ensinar

publicamente e pelas casas” (Atos 20:20). Se o domingo fosse doutrina divinamente

inspirada, Paulo a teria anunciado aos cristãos “porque nunca deixei de vos anunciar

todo o conselho de Deus” (Atos 20:27). Como o domingo não consta em seus ensinos,

conclui-se que ele não é conselho de Deus.

Nem mesmo existe na Bíblia Sagrada a palavra “domingo”. Ela não é doutrina

bíblica, mas é tradição dos homens. Destarte, a observância do domingo no lugar do

sábado do sétimo dia da semana tem levado muitas pessoas sinceras e fiéis a Deus, a

transgredirem a Santa Lei de Deus, “porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar

em um só ponto tornou-se culpado de todos”. (Tiago 2:10).

10. Que cuidado você deve ter?

R.: “Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e

vãs subtilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e

não segundo Cristo”. Colossenses 2:8

Alguns expositores modernos justificam sua posição na guarda do domingo

empregando idéias filosóficas e argumentos sutis desprovido de qualquer valor bíblico.

E isto é realizado segundo a tradição dos homens, e segundo os princípios do mundo.

E não segundo Cristo, que sempre empregava as Escrituras Sagradas como fonte e

base para justificar sua posição em obedecer aos preceitos divinos. Segundo Jesus, “a

Escritura não pode ser anulada”. (João 10:35).

Portanto, em vez de empregarem os claros ensinos das Sagradas Escrituras que

ordenam a santificação do dia do sábado, esses eruditos empregam os rudimentos do

mundo (filosofias, história, tradição, raciocínios cheios de subtilezas) para justificarem

seus sutis argumentos da guarda do domingo. Argumentos que somente servem para

enganar os incautos. Só a Bíblia é a verdade (João 17:17). Só a Bíblia deve ser regra de

fé, doutrina e conduta do cristão, e nada mais. Este é o lema da reforma protestante.

Todo e qualquer ensino deve ser examinado e submetido “À lei e ao testemunho! Se

eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva”. (Isaías 8:20).

Contra esse tipo de teólogo, Paulo advertiu aos cristãos para tomarem cuidado

em não cair em suas artimanhas, vindo a se tornarem presa deles. Portanto, cuidado! A

Bíblia não autoriza a tradição, as teorias e as razões dos homens, como fonte de fé,

doutrina e prática dos cristãos. Nem mesmo as leis emanadas pelas autoridades

eclesiásticas têm autoridade para criar dogmas de fé. Sós a Bíblia Sagrada pode fazer

isso.

O verdadeiro cristão não segue as filosofias e vãs subtilezas, segundo a tradição

dos homens, mas possuem o genuíno espírito dos bereanos que foram “mais nobres do

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra,

examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim”. (Atos 17:11).

Portanto, a questão da guarda do sábado ou do domingo deve ser examinada à luz das

Sagradas Escrituras, e não na filosofia, história ou tradições dos homens.

Devemos examinar as Sagradas Escrituras “para que não sejamos mais

meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos

homens que com astúcia enganam fraudulosamente”. (Efésios 4:14).

CONCLUSÃO

11. A quem importa o cristão obedecer?

R.: “Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a

Deus do que aos homens”. Atos 5:29

A palavra “domingo”, que serve para identificar o primeiro dia da semana, vem

do latim “dominicu”, e significa etimologicamente “Dia do Senhor”. Ocorre que essa

palavra não se encontra em nenhum lugar das Escrituras Sagradas, simplesmente

porque a Bíblia foi escrita em hebraico, aramaico e grego e não em latim. Além disso,

a Bíblia deixa claro que o primeiro dia da semana era considerado pelos cristãos como

um dia comum, e que nunca recebeu qualquer nome honroso ou distinção especial.

Como se isso não fosse suficiente a Bíblia informa que o “Dia do Senhor” é o dia do

sábado (Isaías 58:13). Logo, é pela força da tradição dos homens que o domingo é

observado, em detrimento aos claros ensinos da Palavra de Deus.

Entre obedecer aos homens e obedecer a Deus, o apóstolo Pedro e os demais

apóstolos de Jesus disseram que, ao cristão é mais importante obedecer a Deus do que

obedecer aos homens.

Portanto, entre guardar o domingo que é claramente uma doutrina de homens e

guardar o sábado que é claramente mandamento de Deus, mais importa obedecer a

Deus guardando do sábado do que obedecer aos homens guardando o domingo.

“Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos

os homens, e em todo o lugar, que se arrependam”. (Atos 17:30).

12. Que duas características identificam os santos?

R.: “Aqui está a paciência dos santos: aqui estão os que guardam os mandamentos

de Deus e a fé de Jesus”. Apocalipse 14:12

Diante desse versículo bíblico, fica claro que os santos do Altíssimo são

aqueles que estão santificados na verdade (João 17:17). Eles são identificados por duas

características fundamentais, a saber: Primeira característica: guardam os

mandamentos de Deus, conforme estão registrados nas Sagradas Escrituras, inclusive o

dia do sábado. Segunda característica: guardam a fé de Jesus. Portanto os santos são

cristãos fiéis a Deus e à Sua Palavra.

Pelas regras da interpretação doutrinária existe uma diferença significativa

entre ter “fé em Jesus” e ter a “fé de Jesus”. Segundo essa forma de interpretação, Ter

a “fé em Jesus” é crer em Jesus, crer no que Ele falou e no que Ele realizou. Ter a “fé

de Jesus” é ter a mesma fé que Jesus tinha quando Ele esteve aqui na Terra. É ter fé

para caminhar sobre as águas, ter fé para curar os enfermos, ter fé para ressuscitar os

mortos, enfim ter fé para fazer as mesmas espécies de obras que Jesus fazia. Já, pelas

regras da interpretação autêntica contextual, no qual o próprio texto bíblico interpreta-

se a si mesmo, a “fé em Jesus” e a “fé de Jesus” não apresenta nenhuma diferença

significativa, e está relacionada com a justificação pela fé em Cristo (Gálatas 2:16).

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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No estudo de hoje você aprendeu que não existe nas Sagradas Escrituras

nenhum mandamento ordenando a guarda e santificação do domingo, mas sabe que

existe mandamento ordenando a guarda e santificação do sábado. Você aprendeu que

nem mesmo existe a palavra domingo nas Escrituras Sagradas, mas sabe que existe a

palavra sábado designando o sétimo dia da semana como dia do Senhor. Então

pergunto. O que você pretende fazer com o que aprendeu no estudo de hoje?

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Estudos Bíblicos Avançados

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ESTUDO BÍBLICO 17

FALSAS IGREJAS

INTRODUÇÃO

1. Qual é o fim dos caminhos que parecem direito ao homem?

R.: “Há caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da

morte”. Provérbios 16:25

A Bíblia Sagrada nos adverte firmemente para tomarmos cuidado com

determinados caminhos. Isto porque existem muitos caminhos religiosos que aos olhos

dos homens parecem direito, razão pela qual supõem que conduz à vida eterna.

Todavia, tais caminhos são enganosos, porque muitas vezes se apresentam

revestidos de uma aparência de caridade, piedade, fé, ética cristã, fervor religioso, mas

os seus ensinos doutrinários não estão de acordo com as claras revelações apresentadas

nas Escrituras Sagradas. Não estão em perfeita harmonia com o Evangelho de Cristo e

com a Lei de Deus. Portanto, não estão em harmonia com a expressa vontade de Deus.

Por essa razão, tais caminhos acabam conduzindo os seus adeptos à morte eterna. Por

isso, se tais caminhos não estiverem em perfeita harmonia com a Palavra de Deus,

deve ser imediatamente desprezado.

2. Para poder ver a alva deve-se falar segundo o que?

R.: “À Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão

a alva”. Isaías 8:20

Se esses caminhos, que supostamente dizem conduzir à vida eterna, não

apresentarem suas doutrinas, fé e prática em sã conformidade com a Lei e com o

Testemunho das Sagradas Escrituras, eles nunca verão a alva. Isto é, nunca terão a luz,

mas permanecerão nas trevas.

Deve-se entender que a palavra “Lei” é uma referência aos primeiros cinco

livros do Antigo Testamento, todos eles divinamente inspirados e escritos por Moisés

(Lucas 24:44). E a palavra “Testemunho” é uma clara referência aos demais escritos

bíblicos produzidos pelos santos profetas de Deus, pois o “Testemunho de Jesus

Cristo” (Apocalipse 12:17) é o “Espírito de Profecia”. (Apocalipse 19:10).

Portanto, o ensino de qualquer caminho religioso deve ser analisado

unicamente em função do que está registrado nas Sagradas Escrituras. Se as doutrinas

ensinadas por tais caminhos não estiverem em perfeita harmonia com o que diz a

Bíblia Sagrada, isto é uma clara indicação de que ao seu fim são caminhos de morte, e

que nunca terão a luz da verdade e da salvação. Portanto, cuidado!

Aplicando esse princípio bíblico os bereanos foram “mais nobres do que os que

estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada

dia nas Escrituras se estas coisas eram assim”. (Atos 17:11).

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

106

ADVERTÊNCIA DE DEUS

3. O que acontecerá nos últimos tempos?

R.: “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns

da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios”. I

Timóteo 4:1

A palavra “apostatar” quer dizer mudar de crença. E o Espírito Santo afirma

claramente que nos últimos dias da história deste mundo, algumas pessoas iriam

abandonar a fé nos claros ensinos das Escrituras Sagradas para darem ouvidos a

espíritos enganadores e a doutrinas criadas pelos demônios.

Isso significa que nos últimos dias haveria homens pregando e conduzindo as

pessoas por caminhos equivocados. Esses homens estariam ensinando doutrinas

inspiradas pelos demônios. E como são inspiradas pelos demônios, tais doutrinas

distorcem os claros ensinos da Palavra de Deus, visando unicamente enganar aqueles

que nelas crerem.

4. O que surgirão nos últimos tempos e o que farão?

R.: “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e

prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos”. Mateus 24:24

Nos últimos dias, não sendo suficiente ensinar apenas doutrinas criadas pelos

demônios; os falsos profetas – espíritos enganadores – visando seduzir as pessoas para

os seus caminhos, ainda complementarão os seus ensinos com a realização de grandes

sinais miraculosos e prodígios sobrenaturais.

Destarte, os doentes serão curados de inúmeras enfermidades; nas sessões de

exorcismos os demônios simularão estarem sendo expulsos; e os falsos profetas

manifestarão uma multidão de revelações dadas por inspiração dos demônios. Mas

tudo isso não passa de manifestações que a Bíblia chama de “prodígios de mentira” (II

Tessalonicenses 2:9), porque com a realização dos mesmos, milhões de pessoas no

mundo inteiro serão enganadas, e levadas a acreditarem nas doutrinas de demônios,

simplesmente porque elas não se apegaram profundamente à Palavra de Deus.

Esses sinais são realizados com o poder dos demônios pelos falsos profetas,

visando unicamente enganar e seduzir os homens para os seus caminhos. E, se fosse

possível, esses milagreiros dos demônios enganariam até mesmo os santos do

Altíssimo. Mas como isso não é possível, porque os santos do Altíssimo estão

alicerçados sobre a rocha da Palavra de Deus (Mateus 7:24-25), os falsos profetas

conseguirão enganar somente os incautos. Aqueles que não receberam amor da

verdade (João 17:17) para se salvarem. Por isso Deus permitirá a operação do erro,

para que creiam na mentira. (II Tessalonicenses 2:10-11).

5. O que muitos dirão ao Senhor no dia do Juízo?

R.: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu

nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos

muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci: apartai-vos

de mim, vós que praticais a iniqüidade”. Mateus 7:22-23

No dia do juízo final, muitas pessoas terão a ousadia de chegar diante de Jesus

Cristo para reivindicar a sua salvação pessoal. Elas estão crentes de que viveram suas

vidas em perfeita comunhão com Jesus. Elas reivindicam sua salvação com base nos

grandes sinais e prodígios que realizaram; alegam que profetizaram, que expulsaram

demônios e que fizeram muitas outras maravilhas, tudo em nome do Senhor Jesus

Cristo.

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LEANDRO BERTOLDO

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Mas a verdade nua e crua é que esses sinais e prodígios de curas, exorcismos e

revelações não vieram da parte de Jesus Cristo, posto que Ele mesmo afirma

categoricamente que nunca conheceu aquelas pessoas que diziam ter operado

maravilhas pelo Seu nome.

Ora! Se não foi pelo poder do nome de Jesus Cristo que aquelas pessoas

realizaram os grandes sinais e prodígios, tais como profecias, exorcismo e muitas

outras maravilhas, então só pode ter sido pelo poder dos demônios que tais prodígios e

maravilhas foram realizados (Mateus 24:24).

A triste realidade é que todas essas pessoas não herdarão a vida eterna, mas se

perderão. Pois Jesus mesmo ordena para que elas se apartem dEle, além de considerá-

las praticantes de “iniqüidade”. Pois, Segundo Jesus, “Nem todo o que me diz: Senhor,

Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aqueles que faz a vontade de meu Pai, que está

nos céus” (Mateus 7:21). A Bíblia define iniqüidade da seguinte maneira: “Toda a

iniqüidade é pecado”. (I João 5:17). E pecado é transgressão da Lei de Deus (I João

3:4-ARA). Portanto, essas pessoas condenadas por Jesus cometem iniqüidade porque

foram ensinadas a transgredirem a Santa Lei de Deus. Logo, elas foram condenadas

porque não fizeram a vontade de Deus, conforme claramente reveladas nas Sagradas

Escrituras, mas se deixaram seduzir e enganar pelos grandes sinais e prodígios da

mentira. Não confiaram nos claros ensinas da Palavra de Deus, mas confiaram em

manifestações sobrenaturais. “À Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo

esta palavra, nunca verão a alva”. (Isaías 8:20).

Foram levadas a crerem que tinham a aprovação de Jesus ao realizarem os

grandes sinais e prodígios em Seu nome, quando na verdade estavam sendo enganadas

por uma força diabólica. Portanto, os milagres não servem como base de referência

para demonstrar a aprovação divina sobre determinado grupo religioso, posto que os

demônios possuem o poder para produzirem grandes sinais e prodígios, como por

exemplo: profecias, exorcismos, curas e muitas outras maravilhas. Devemos tomar

cuidado porque segundo as Escrituras Sagradas “há caminho que parece direito ao

homem, mas o seu fim são os caminhos da morte”. (Provérbios 16:25).

De uma maneira muito clara e significativa Jesus Cristo identificou esse grupo

religioso como sendo constituído por cristãos, posto que têm Jesus Cristo como

“Senhor”. Mas a que movimento cristão pertence esse grupo condenado por Jesus? A

resposta encontra-se na própria Bíblia. Esses supostos “cristãos” são perfeitamente

identificados por Jesus Cristo como sendo aqueles que realizam grandes sinais e

prodígios em “nome” de Jesus Cristo, tais como profecias, exorcismos e muitas outras

maravilhas. Ora! Se eles empregam o nome de Jesus Cristo em suas atividades

religiosas, especialmente nas sessões de sinais e prodígios, é porque se trata dos grupos

evangélicos, os quais se vangloriam de realizar, revelações, profecias, exorcismos,

curas miraculosas em nome do Senhor Jesus, todavia ao mesmo tempo não possuem

nenhum compromisso com a Lei e o Testemunho das Sagradas Escrituras.

Todos esses grupos evangélicos são sinceros em sua fé, caso contrário não se

atreveria a chegar diante de Jesus para reivindicar a sua salvação. É claro que a

sinceridade é necessária na vida do cristão, todavia não é suficiente para a salvação.

Pois a pessoa pode ser sincera e estar redondamente enganada quanto ao caminho que

está seguindo. Além disso, a salvação não é dada somente pela sinceridade da pessoa,

mas pela sincera fé no sangue remidor de Jesus Cristo.

A pessoa verdadeiramente sincera é fiel em seguir a Deus com toda luz que

possui a respeito da vontade do Senhor. Todavia, quando o seu erro lhes é mostrado

pela Palavra de Deus, ela abandona o caminho falso para seguir a luz que lhe é

apresentada. Isto porque o seu compromisso e sinceridade é exclusivamente para com

Deus, e não para com os homens, ou para com qualquer denominação religiosa.

6. A quem devemos atribuir os milagres?

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R.: “Porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao

encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha, naquele

grande dia do Deus Todo-poderoso”. Apocalipse 16:14

Segundo as Escrituras Sagradas, na verdade quem realiza os grandes sinais e

prodígios de curas miraculosas, quem simula os exorcismo e quem oferece supostas

revelações são os demônios, sob o comando do diabo, que engana todo o mundo. E

não poderia ser de outro modo, pois o Espírito do Senhor é concedido somente àqueles

que obedecem a Deus. Eis o que diz as Sagradas Escrituras: “E nós somos testemunhas

acerca destas palavras, nós e também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe

obedecem”. (Atos 5:32). E obedecer a Deus implica em guardar os Seus mandamentos,

caso contrário a pessoa é considerada mentirosa: “Aquele que diz: Eu conheço-o, e não

guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade”. (I João 2:4).

A maioria das curas realizadas pelos evangélicos são resultados de simples

“efeito placebo” e não de milagres, posto que 70% das doenças são de origem

psicossomáticas. De forma que pelo efeito placebo, até mesmo um copo de água é

remédio. Muitas outras supostas curas resultam da retirada, pelos próprios demônios,

de encantamentos que anteriormente eles mesmos haviam lançado sobre determinadas

pessoas. Você mesmo poderá constatar que muitas outras pessoas não são curadas

nessas igrejas, porque elas realmente estão doentes. A desculpa que dão para o

fracasso da cura é atribuída a um mistério de Deus.

Quanto ao exorcismo, pode-se constatar que os demônios estão dentro das

próprias igrejas evangélicas que realizam tais práticas (Apocalipse 18:2). Em

determinado momento do culto religioso os demônios tomam posse do corpo e da

mente de as suas vítimas, as quais normalmente são pessoas com as mente mais frágil,

devido a alguma doença. A seguir o ministro, empregando o nome de Jesus Cristo,

“pensa” estar expulsando o demônio do corpo da vítima, quando na realidade o

demônio “simula” espontaneamente sua expulsão do corpo que acabara de possuir. E

com essa atividade milhares de incautos desconhecedores da Palavra de Deus são

enganados.

No que se refere às revelações, os demônios conhecem muitos detalhes da vida

íntima da pessoa a quem costuma acompanhar; bem como retiram informações do

subconsciente das pessoas e transmitem essas informações aos falsos profetas, que as

usa convenientemente. Assim, os falsos profetas supostamente revelam o passado da

pessoa, mencionam membros de sua família e até mesmo fazem algumas previsões

para as pessoas a quem eles estão revelando seu “dom”.

Com relação às profecias, Satanás é capaz de fazer projeções no que se refere

ao futuro. Pois ele possui uma mente poderosa e brilhante, possui milhares de anos de

existência, conhece bem a natureza dos homens e o rumo que a história está tomando,

além de conhecer as Escrituras Sagradas (Mateus 4:6) e suas profecias. Como se isso

não bastasse Satanás ainda pode profetizar algum evento, e posteriormente provocar

ou produzir o resultado por ele anunciado através dos falsos profetas. Portando,

cuidado!

7. Quem se transfigura em anjo de luz?

R.: “E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz.

Não é muito pois que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça: o

fim dos quais será conforme as suas obras”. II Coríntios 11:14-15

Satanás é um anjo de trevas. Mas para enganar os homens ele até mesmo se

transfigura em anjo de luz. Uma vez transfigurado em anjo de luz ele se esconde atrás

do nome de Jesus Cristo, e realiza os chamados “prodígios da mentira”: curando,

simulando exorcismo e dando supostas revelações aos seus ministros.

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

109

Transfigurado em anjo de luz, o caminho apresentado por Satanás parece

direito aos olhos dos homens, mas o seu fim são os caminhos da morte.

Muitos acreditam que somente Deus tem o poder para operar milagres. Mas

essa crença é um dos grandes enganos de Satanás. Pois as Escrituras Sagradas mostram

claramente que os demônios também podem produzir milagres (Apocalipse 16:14).

Logo, milagre não é critério de aprovação divina. Milagre não é regra que serve para

confirmar se uma determinada igreja é verdadeira ou não. O único critério para

identificar se uma igreja possui a verdade é o claro fundamento escrito da Palavra de

Deus. “À Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão

a alva”. (Isaías 8:20). Somente procedendo como os bereanos (Atos 17:11) é que nós

poderemos estar livres da obra de engano religioso que campeia o mundo todo em

nossos dias.

8. Com que propósito os falsos ministros fazem os sinais?

R.: “E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista

dos homens. E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que

fizesse em presença da besta dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma

imagem à besta que recebera a ferida da espada e vivia”. Apocalipse 13:13-14

Com único propósito de enganar os habitantes da Terra, Satanás, através de

seus falsos profetas – pregadores e pastores – os quais estão transfigurados em

ministros da justiça, realiza grandes sinais. Esses sinais sãos fenômenos sobrenaturais

nunca antes imaginados ou considerados pelos homens. A Bíblia é clara em dizer que é

por intermédio desses sinais sobrenaturais que os homens são enganados.

Os falsos profetas, transfigurados em ministros da justiça, parecem estar

realizando a obra de Deus. Aos olhos dos homens aparentam estar conduzindo o

rebanho pelo caminho da vida, quando na realidade estão seguindo o caminho da

morte, pois o rebanho está sendo enganado e iludido pelos grandes sinais e prodígios

realizados por Satanás através dos falsos pastores, missionários e evangelistas.

À medida que o fim de todas as coisas se aproxima, Satanás – através de seus

ministros – faz até mesmo descer fogo do céu à Terra diante dos olhos estarrecidos dos

homens. E, uma vez enganados e seduzidos por esses grandes sinais e prodígios da

mentira, os homens passam a acreditar piamente que se trata de uma obra de origem

divina. E, seduzidos pelos milagres, os homens passam a acreditar e a fazer o que esses

falsos ministros dizem, pois acreditam que é da vontade de Deus.

A nossa única segurança para escaparmos do drama do engano que está sendo

encenado na Terra, se restringe em conhecermos profundamente os ensinos das

Sagradas Escrituras. Devemos estudá-la todos os dias de nossas vidas, com afinco,

determinação e perseverança. Precisamos cultivar em nosso coração o mesmo espírito

dos bereanos: “examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim”. (Atos

17:11). Devemos seguir as orientações de Jesus Cristo, que disse: “Examinais as

Escrituras” (João 5:39).

CARACTERÍSTICAS DA IGREJA VERDADEIRA

9. Contra quem o dragão foi fazer guerra?

R.: “E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao resto da sua semente,

os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo”.

Apocalipse 12:17

Apesar da grande obra de engano realizada nestes últimos dias da história deste

velho mundo, Deus possui na face da Terra um povo santo e fiel à Sua Palavra.

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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A Bíblia diz claramente que Satanás irou-se contra a Igreja de Deus, e agora

nestes últimos dias foi fazer guerra ao que restou da verdadeira Igreja de Deus. Esses

remanescentes são identificados na Bíblia Sagrada por duas características

fundamentais: (1) A primeira delas é que os remanescentes da verdadeira Igreja

guardam os mandamentos de Deus, conforme constam das Sagradas Escrituras. (2) E a

segunda característica, é que eles possuem o testemunho de Jesus Cristo.

Para fazer guerra àqueles que guardam os mandamentos de Deus, os espíritos

de demônios realizam muitas maravilhas, grandes sinais e prodígios da mentira,

visando arregimentar o maior número possível de adeptos. Uma vez alcançado esse

propósito vão fazer pressão aos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha

contra o fiel povo de Deus, naquele grande dia do Deus Todo-poderoso. (Apocalipse

16:14).

10. Que duas coisas os santos guardam?

R.: “Aqui está a paciência dos santos: aqui estão os que guardam os mandamentos

de Deus e a fé de Jesus”. Apocalipse 14:12

Em contrastes com aqueles que seguem milagres como evidência da aprovação

divina, os santos do Altíssimo são aqueles que observam a Palavra de Deus.

Novamente, os santos são identificados como aqueles que guardam os mandamentos

de Deus e a fé de Jesus. Portanto, os santos (João 17:17), guardam a Lei de Deus

(Êxodo 20:3-17) e a justificação pela fé de Cristo (Gálatas 2:17).

Como os santos guardam a “fé de Jesus”, isto indica claramente que eles são

constituídos por um grupo de pessoas cristãs, pois possuem a fé de Jesus. Mas as

Escrituras Sagradas dizem que não se trata de qualquer tipo de cristão, mas cristãos

que guardam os Mandamentos de Deus, conforme estão registrados nas páginas das

Sagradas Escrituras. Isto implica em guardar inclusive o dia do sábado, nos exatos

termos da prescrição divina. (Êxodo 20:8-11).

CONCLUSÃO

11. Babilônia se tornou morada do que?

R.: “E clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia,

e se tornou morada de demônios, e coito de todo espírito imundo, e coito de toda ave

imunda e aborrecível”. Apocalipse 18:2

No Apocalipse a palavra “Babilônia” tem o significado de confusão religiosa. E

nos dias de hoje vivemos numa verdadeira confusão de seitas evangélicas, cada uma

acreditando ou rejeitando algum ponto doutrinário bíblico. Os movimentos

pentecostais e carismáticos com centenas de ramificações se divergem

doutrinariamente. Todas dizem que possuem a verdade, mas cada qual defende a sua

posição doutrinária peculiar e distintiva. E, apesar de toda essa confusão, ainda assim

manifestam em comum os mesmos sinais e prodígios.

Teria Deus se tornado um Deus de confusão? Estaria Deus concedendo os dons

do Espírito Santo a grupos tão divergentes e contraditórios? Estaria Deus concedendo

os dons do Espírito aos idólatras veneradores da Virgem Maria? Teria Deus

abandonado as doutrinas bíblicas para se concentrar apenas em dons de línguas,

revelações, exorcismos e curas? É claro que não! Este não é o espírito dos ensinos das

Sagradas Escrituras.

Verdade é que as Escrituras Sagradas dizem que Babilônia se tornou morada de

demônios. E sabemos pelas próprias Escrituras que são os espíritos de demônios que

realizam os prodígios em Babilônia. Os demônios residem nessas igrejas. Muitas

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

111

pessoas em perfeito estado de saúde somente são possuídas pelos demônios quando

visitam tais igrejas. Raramente elas são possuídas pelos demônios em suas casas, nas

ruas, nas lojas, no trabalho; mas com freqüência são possuídas nessas igrejas. Portanto,

cuidado!

12. Que chamado Deus faz ao Seu povo?

R.: “E ouvi outra voz do céu que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas

participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas”.

Apocalipse 18:4

Deus tem um povo constituído por pessoas sinceras nessas igrejas. Pessoas que

nunca ouviram falar das eternas verdades bíblicas. Pessoas que estão sendo enganadas

pelos ministros dessas igrejas. Pessoas que se deixaram iludir por sinais e prodígios.

Pessoas que nunca viram a Lei de Deus, sob sua verdadeira luz. Pessoas que nunca

tiveram a oportunidade de examinar as Escrituras Sagradas por si mesmas e verificar o

que é a verdade. A essas pessoas se dirige o chamado de Deus: para que saiam dessas

igrejas caídas – verdadeiras moradas de demônios. Saiam para que não sejam

participantes dos seus pecados. Saiam antes que caia as sete últimas pragas que

atingirão os membros dessas denominações religiosas. Saiam e venham para junto dos

santos, aqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus. (Apocalipse

14:12). Você precisa se decidir! Se você é realmente uma pessoa honesta e sincera a

Deus, você precisa abandonar esse mundo de trevas e de demônios em que se encontra,

e tomar a decisão de seguir a luz que lhe é apresentada. Venha e siga a verdade

claramente indicada na Palavra de Deus. A salvação é individual e a escolha é

exclusivamente sua.

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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ESTUDO BÍBLICO 18

SANTUÁRIO TERRESTRE

INTRODUÇÃO

1. O que Deus ordenou que Moisés fizesse?

R.: “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles”. Êxodo 25:8

Deus ordenou que Moisés construísse um santuário. E através desse santuário

Deus prometeu habitar no meio do Seu povo. O santuário é um templo consagrado às

cerimônias de uma religião. É um local onde os fiéis vão adorar a Deus.

O santuário que Moisés construiu, seguindo as orientações apresentadas por

Deus, era constituído por um tabernáculo desmontável de 18 metros de comprimento

por 6 metros de largura e 6 metros de altura.

2. O santuário deveria ser feito conforme o que?

R.: “Atenta pois que o faças conforme ao seu modelo, que te foi mostrado no

monte”. Êxodo 25:40

Para construir esse santuário Moisés deveria atentar para que o fizesse

exatamente conforme as especificações de um modelo que lhe fora mostrado no monte

Sinai.

Por ordem divina, Moisés havia subido ao monte Sinai para receber das mãos

de Deus as duas tábuas de pedras contendo os Dez Mandamentos, também conhecido

pelo nome de Testemunho, Decálogo ou Lei de Deus. Moisés ficou no monte Sinai

durante quarenta dias e quarenta noites em jejum absoluto antes que Deus lhe

aparecesse. Naquele local Moisés esteve face a face com Deus. Ali ele viu a glória do

Senhor. Foi ali que ele teve visões do modelo do santuário que Deus desejava que

fosse levantado no meio do Seu povo.

O QUE HAVIA NO SANTUÁRIO

3. O véu faria separação entre o que?

R.: “Pendurarás o véu debaixo dos colchetes, e meterás a arca do testemunho ali

dentro do véu: e este véu vos fará separação entre o santuário e o lugar santíssimo”.

Êxodo 26:33

O santuário estava dividido em dois compartimentos, o primeiro era chamado

de lugar santo e o segundo, de lugar santíssimo. Esses dois compartimentos do

santuário eram separados unicamente por um belíssimo véu, o qual era preso por

colchetes.

A área do primeiro compartimento do santuário era duas vezes maior que a do

segundo. Portanto, o lugar santo apresentava 6 metros de largura por 12 metros de

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

113

comprimento, o que corresponde a 72 metros quadrados; enquanto que o segundo

compartimento do santuário apresentava 6 metros de largura por 6 metros de

comprimento, o que corresponde a 36 metros quadrados.

Além do véu, portanto no interior do segundo compartimento, somente o sumo

sacerdote adentrava uma vez ao ano (Hebreus 9:7). Nesse compartimento, Deus

ordenou que fosse colocada a arca do testemunho, que era uma caixa de madeira

revestida de ouro contendo um tampão de ouro maciço chamado propiciatório. Em

cima do propiciatório havia a figura de dois querubins esculpidos em ouro puro, com o

rosto voltado para a tampa (propiciatório) da arca. E dentro da arca foram colocadas

duas tábuas de pedra, também chamadas tábuas do testemunho, onde Deus havia

inscrito, com Seu próprio dedo, os Dez Mandamentos.

4. Que três objetos foram colocados no lugar santo?

R.: “Pôs também a mesa na tenda da congregação, ao lado do tabernáculo para o

norte, fora do véu. Pôs também na tenda da congregação o castiçal defronte da

mesa, ao lado do tabernáculo para o sul. E pôs o altar de ouro na tenda da

congregação, diante do véu”. Êxodo 40:22, 24 e 26

Deus ordenou que no interior do primeiro compartimento, também chamada

tenda da congregação, o qual estava localizado do lado de “fora do véu”, fosse

colocado três objetos do mobiliário do santuário.

Ao lado do tabernáculo para o norte, à direita de quem entra na tenda, deveria

ser colocada uma mesa. Nessa mesa deveriam ser colocados doze pães, chamados pães

da proposição. Esses pães representavam as doze tribos de Israel, e eram renovados

semanalmente. Ao lado do tabernáculo para o sul, à esquerda de quem entra no

tabernáculo, deveria ser colocado um castiçal de ouro, contendo sete lâmpadas e que

ficava em frente da mesa dos pães da proposição. As lâmpadas do castiçal

permaneciam acesas dia e noite. E, finalmente, diante do véu que fazia separação entre

os dois compartimentos, deveria ser colocado um altar de ouro, também chamado de

altar de incenso. Ali o sacerdote queimava incenso todas as manhãs e todas as tardes.

Esse altar possuía 1 metro de altura e quase meio metro de largura. Era totalmente

forrado de ouro puro e tinha ao seu redor uma coroa de ouro. “Ora, estando estas

coisas preparadas, a todo o tempo entravam os sacerdotes no primeiro tabernáculo,

cumprindo os serviços”. (Hebreus 9:6).

5. Que mobiliário havia no pátio?

R.: “E pôs o altar do holocausto à porta do tabernáculo da tenda da congregação, e

ofereceu sobre ele holocausto e oferta de manjares, como o Senhor ordenara a

Moisés. Pôs também a pia entre a tenda da congregação e o altar, e derramou água

nela, para lavar. Levantou também o pátio ao redor do tabernáculo e do altar, e

pendurou a coberta da porta do pátio. Assim Moisés acabou a obra”. Êxodo 40:29,

30 e 33

Fora do tabernáculo, porém próximo à porta da tenda da congregação, deveria

ser colocado um altar para holocausto, onde seria oferecido holocausto de animais e

ofertas de manjares.

Ainda do lado de fora do tabernáculo, mas entre a tenda da congregação e o

altar do holocausto, deveria ser colocada uma pia, onde os sacerdotes se lavariam para

estarem aptos a cumprirem os serviços realizados no tabernáculo.

Ao redor do tabernáculo, do altar de holocausto e da pia, Moisés foi ordenado

por Deus a levantar um pátio, que foi totalmente cercado e possuía apenas uma porta

de cortina. Esse pátio, onde se reunia a congregação israelita, tinha 60 metros de

comprimento por 30 metros de largura, todo fechado por cortinas de linho fino.

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OBRA REALIZADA NO SANTUÁRIO

6. O que deveria ser oferecido ao Senhor em contínuo holocausto?

R.: “E dir-lhes-ás: Esta é a oferta queimada que oferecereis ao Senhor: dois

cordeiros dum ano, sem mancha, cada dia, em contínuo holocausto. Um cordeiro

sacrificarás pela manhã, e o outro cordeiro sacrificarás de tarde”. Números 28:3-4

Um dos principais rituais realizados no santuário era chamado de “contínuo

holocausto”. Isto porque diariamente eram oferecidos a Deus dois cordeiros, em oferta

queimada. Esses cordeiros tinham que ter a idade de um ano, não podiam ter nenhuma

mancha, pois deveriam simbolizar a pureza.

O primeiro cordeiro era sacrificado no período da manhã, exatamente às 9:00

horas. O segundo cordeiro era sacrificado no período da tarde, exatamente às 15:00

horas. É interessando observar que, conforme o Novo Testamento, o Cordeiro de Deus

que tira o pecado do mundo (João 1:29) – Jesus Cristo – foi crucificado às 9:00 horas

da manhã e às 15:00 horas morreu. (Marcos 15:25, 34-37).

O ritual do contínuo holocausto simbolizada a provisão de Deus ao pecador:

Jesus Cristo.

7. O que o transgressor da lei deveria fazer ao pecar?

R.: “E se qualquer outra pessoa do povo da terra pecar por erro, fazendo contra

algum dos mandamentos do Senhor, aquilo que se não deve fazer, e assim for

culpada. Ou se o seu pecado, no qual pecou, lhe for notificado, então trará por sua

oferta uma cabra fêmea sem mancha, pelo seu pecado que pecou. E porá a sua mão

sobre a cabeça da expiação do pecado, e degolará a expiação do pecado no lugar do

holocausto”. Levítico 4:27-29

Sabemos que o pecado é definido na Bíblia como sendo a transgressão da Lei.

Assim, qualquer pessoa do povo teria cometido pecado se transgredisse um ou alguns

dos mandamentos da Lei de Deus.

E para alcançar o perdão pelos pecados cometidos, o pecador sinceramente

arrependido, deveria trazer até à porta do tabernáculo, como oferta pelos seus próprios

pecados, uma cabra fêmea sem mancha.

A seguir o pecador deveria colocar a suas duas mãos sobre a cabeça da cabra.

Com esse ritual, figuradamente ele transferia o seu próprio pecado para a inocente

cabra. Destarte, a cabra iria servir de expiação pelos pecados que o pecador havia

cometido, e que tinha se arrependido. Uma vítima inocente iria morrer por causa do

pecado de outro!

As Escrituras Sagradas ensinam que o salário do pecado é a morte (Romanos

6:23). Portanto, alguém precisa morrer. Mas como o pecador havia transferido o seu

próprio pecado para a vítima inocente, então é ela quem deve morrer. A seguir o

próprio pecador arrependido deveria degolar a cabra no “altar do holocausto”. Então o

sacerdote levava o sangue da vítima ao primeiro compartimento do santuário e o

aspergia diante do véu. Isso simbolizava que o pecado estava sendo levado para dentro

do santuário, o qual então ficava contaminado.

Esse ritual que simbolizava a absolvição dos pecados representa Jesus Cristo

que morreria no lugar do pecador, numa morte expiatória.

8. O que deveria ser realizado pelo sumo sacerdote uma vez ao ano?

R.: “E da congregação dos filhos de Israel tomará dois bodes para expiação do

pecado e um carneiro para holocausto. E Aarão lançará sortes sobre os dois bodes:

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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uma sorte pelo Senhor, e a outra sorte pelo bode emissário. Depois degolará o bode

da expiação, que será para o povo; e trará o seu sangue para dentro do véu; e fará

com o seu sangue como fez com o sangue do novilho, e o espargirá sobre o

propiciatório, e perante a face do propiciatório. Havendo pois acabado de expiar o

santuário e a tenda da congregação, e o altar, então fará chegar o bode vivo. E

Aarão porá ambas as suas mãos sobre a cabeça do bode vivo, e sobre ele confessará

todas as iniqüidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões, segundo

todos os seus pecados: e os porá sobre a cabeça do bode, e envia-lo-á ao deserto,

pela mão dum homem designado para isso. Assim aquele bode levará sobre si todas

as iniqüidades deles à terra solitária; e enviará o bode ao deserto. E isto vos será por

estatuto perpétuo, para fazer expiação pelos filhos de Israel de todos os seus

pecados, uma vez no ano. E fez Aarão como o Senhor ordenara a Moisés”. Levítico

16:5, 8, 15, 20, 21, 22 e 34

Durante o ano inteiro o santuário era “figuradamente” contaminado pelos

pecados de todas as pessoas que dia após dia degolavam a sua expiação pelo pecado

diante da porta do tabernáculo, pois o sangue da expiação era aspergido dentro do

lugar santo. Assim, uma vez ao ano era necessário realizar a “expiação do santuário, da

tenda da congregação e do altar”, ritual este que simbolizada a purificação do

santuário. O dia da expiação do santuário ocorria sempre no dia 10 do sétimo mês de

cada ano.

“Só o sumo sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue, que oferecia por si

mesmo e pelas culpas do povo” (Hebreus 9:7) entrava no lugar santíssimo para realizar

a purificação do santuário. Nesse dia, o sumo sacerdote lançava a sorte sobre dois

bodes: uma sorte pelo Senhor, e a outra sorte pelo bode emissário. Como, sem

derramamento de sangue não há remissão de pecados (Hebreus 9:22), o sumo

sacerdote deveria degolar o bode, cuja sorte caiu pelo Senhor e levar o seu sangue para

dentro do segundo compartimento do santuário – o lugar santíssimo – espargindo o

sangue desse bode sobre o propiciatório, e perante a face do propiciatório. Com esse

ritual o sumo sacerdote realizava a expiação do santuário da tenda da congregação e do

altar. A Lei que estava depositada dentro da arca do concerto exigia a condenação do

transgressor, mas o sangue aspergido sobre o propiciatório mostrava que a justiça da

Lei fora cumprida com a morte de uma vítima. Com esse ritual, o pecado acumulado

durante o ano inteiro era figuradamente removido do santuário.

Concluído esse ritual, o sumo sacerdote saia do lugar santíssimo, e se dirigia ao

bode vivo, chamado bode emissário (Azazel), e colocando as suas duas mãos sobre a

cabeça desse bode, confessava todos os pecados, iniqüidades, transgressões dos filhos

de Israel. Com esse ritual o sumo sacerdote estava figuradamente transferindo para a

cabeça do bode vivo toda a culpa dos pecados que foram expiados pelos pecadores

arrependidos, e que haviam contaminado o santuário durante o ano todo através do

sangue de suas expiações pelo pecado.

Concluída essa fase final do ritual do santuário, o bode vivo era entregue nas

mãos de um homem especialmente designado para conduzir e abandonar o animal no

deserto, lugar em que acabava encontrando sua própria sorte na morte. Com isso o

bode levava consigo toda a culpa dos pecados do povo israelita que haviam se

arrependido, e sacrificando na entrada da tenda da congregação a sua expiação pelo

pecado.

O SANTUÁRIO CELESTIAL

9. De que coisas o santuário terrestre serve de exemplar e sombra?

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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R.: “Os quais servem de exemplar e sombra das coisas celestiais, como Moisés

divinamente foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito:

Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou”. Hebreus 8:5

A Bíblia ensina que o santuário terrestre, juntamente com todo o seu ritual,

servia apenas de “exemplar” e “sombra” de coisas celestiais. Portanto, o ritual do

santuário terrestre não passava de uma símile fiel de coisas celestiais.

O “exemplar” é aquilo que serve de exemplo ou de modelo. A “sombra” é a

projeção de uma silhueta negra de algum objeto opaco. A sombra apresenta apenas um

leve vestígio ou aparência da coisa concreta em consideração. Logo o santuário

terrestre apresentava apenas uma apagada aparência de coisas que estão no céu.

O ritual do santuário terrestre perdeu sua eficácia a partir do momento em que

o Cordeiro de Deus morreu para tirar os pecados do mundo. No exato instante em que

Jesus expirou na cruz do Calvário o véu que separava o lugar santo do santíssimo no

santuário terrestre se rasgou de alto a baixo. “E Jesus, dando um grande brado,

expirou. E o véu do templo se rasgou em dois, d’alto a baixo”. (Marcos 15:37-38). Isto

indicava o fim dos emblemas espirituais do santuário terrestre.

10. Jesus Cristo é ministro do que? Quem fundou o verdadeiro tabernáculo?

R.: “Ora a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está

assentado nos céus à destra do trono da majestade. Ministro do santuário, e do

verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem”. Hebreus 8:1-2

Jesus Cristo morreu como o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

Ressuscitou para se tornar o Sumo Sacerdote daqueles que O aceitam como Salvador e

Senhor de suas vidas. Assumiu o posto de Ministro do santuário. Mas de qual

santuário Jesus Cristo é ministro? A resposta para essa pergunta é muito simples: Ele é

ministro do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou e não o homem. Logo, há

no céu um santuário fundado por Deus. E nesse santuário celestial Jesus Cristo é o

Sumo Sacerdote, onde está assentado à direita do Trono da Majestade.

O livro do Apocalipse também fala de um santuário no céu. “E abriu-se no céu

o templo de Deus, e a arca do seu concerto foi vista no seu templo: e houve

relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos e grande saraiva”. (Apocalipse 11:19).

CONCLUSÃO

11. Cristo não entrou no que? O Santuário feito por mãos era figura do que?

R.: “Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro,

porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus”.

Hebreus 9:24

Mais uma vez é dito que Jesus Cristo não entrou num santuário, feito por mãos

humanas. Ou seja, Ele não entrou no santuário terrestre, o qual era uma figura, um

exemplar e uma sombra do verdadeiro santuário que está no céu. Ele entrou no

santuário que está no céu, e nesse santuário Ele comparece por nós perante a face de

Deus. “Mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo.

Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo

sempre para interceder por eles”. (Hebreus 7:24-25).

12. Quem é o Sumo Sacerdote do Santuário Celestial?

R.: “Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que

penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que,

como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos pois com confiança ao

trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de

sermos ajudados em tempo oportuno”. Hebreus 4:14-16

Temos um grande Sumo Sacerdote, identificado nas Sagradas Escrituras como

sendo Jesus Cristo, o Filho de Deus. Razão pela qual somos aconselhados a reter

firmemente as nossas crenças e convicções nos ensinos do Senhor. Nosso Sumo

Sacerdote está habilitado a se compadecer de nossas fraquezas porque assim como nós,

Ele também foi tentado em tudo, todavia permaneceu sem pecado, posto que não

cedeu a nenhuma tentação. Por essa razão nosso Salvador compreende a nossa luta

contra o pecado e se compadece de nossas fraquezas.

Por causa desse compassivo Sumo Sacerdote podemos chegar com confiança

ao trono da graça, onde Ele está assentado à direita da Majestade, para que possamos

alcançar misericórdia e achar o favor de Deus para sermos ajudados no momento

oportuno.

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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ESTUDO BÍBLICO 19

JUÍZO INVESTIGATIVO

A PURIFICAÇÃO DO SANTUÁRIO CELESTIAL

1. O que se assentou e o que se abriram?

R.: “Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se

assentou: o seu vestido era branco como a neve, e o cabelo da sua cabeça como a

limpa lã; o seu trono chamas de fogo, e as rodas dele fogo ardente. Um rio de fogo

manava e saía de diante dele: milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões

estavam diante dele: assentou-se o juízo, e abriram-se os livros”. Daniel 7: 9-10

O profeta observou que foram colocados uns tronos e um Ancião de dias se

assentou. O Seu vestido é descrito como sendo branco como a neve e o Seu cabelo

branco como a limpa lã. O Ancião de dias é uma símile do Pai em Sua pureza,

santidade e eternidade.

A Bíblia diz que do Seu trono manava fogo, e ao redor do trono vertia fogo

ardente. O profeta Daniel observou que diante do trono do Pai vertia eternamente um

rio de fogo. João descreveu que esse rio era algo parecido com um mar de vidro

misturado com fogo (Apocalipse 15:2). O profeta também menciona que milhares de

milhares e milhões de milhões de anjos (Apocalipse 5:11) estavam diante do trono do

Ancião de dias e O serviam.

O motivo da solenidade do Ancião de dias ao assentar-se em seu glorioso trono

de fogo e se reunir ao seu redor milhares de milhares e milhões de milhões de anjos

para Servi-lo, é uma indicação clara de que o juízo investigativo teve início. “Justiça e

juízo são a base do teu trono; misericórdia e verdade vão adiante do teu rosto”. (Salmo

89:14).O encerramento desse juízo resultará na purificação do santuário celestial, bem

como no fim do tempo da graça concedido a toda a humanidade desde que Adão

pecou.

E para que o juízo seja conduzido com justiça, Daniel informa que livros foram

abertos. Os livros representam a fonte de registro de todas as obras dos seres humanos.

Ali estão registrados todos os nossos atos, quer sejam bons ou maus.

2. Quem foi conduzido perante o Pai?

R.: “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do

céu um como o filho do homem: e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar

até ele. E foi-lhe dado o domínio e a honra, e o reino, para que todos os povos,

nações e línguas o servissem: o seu domínio é um domínio eterno, que não passará,

e o seu reino o único que não será destruído”. Daniel 7:13-14

O profeta Daniel ainda observou que quando teve início o juízo investigativo, o

Filho do homem – Jesus Cristo – tomou a iniciativa e se dirigiu ao local onde se

encontrava o Ancião de dias. Os anjos O conduziram até a presença do Pai. Jesus saiu

do lugar santo e entrou na presença do Pai no lugar santíssimo do Santuário Celestial.

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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Durante o juízo investigativo, Jesus Cristo como nosso Sumo Sacerdote, e

como nosso Advogado têm uma obra final a realizar em defesa daqueles que vão

herdar a vida eterna. Ele vem para vindicar aqueles que forem havidos por dignos de

herdarem a vida eterna. “Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque

foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua,

e povo e nação. E para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a

terra”. (Apocalipse 5:9-10).

Quando a purificação do Santuário Celestial estiver concluída será entregue a

Jesus Cristo o domínio, a honra e os reinos do mundo. “E tocou o sétimo anjo a sua

trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser

de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre”. (Apocalipse

11:15). Naquele dia Jesus será Rei dos reis e Senhor dos senhores. O Seu domínio será

eterno e o Seu reino nunca será destruído (Daniel 2:44). E todas as nações dos justos

resgatados de todas as épocas e nações habitarão a Terra renovada, e servirão a Deus

de eternidade a eternidade. “Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de

seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. (Mateus 13:43).

3. A quem foi dado o poder de exercer o juízo?

R.: “E deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque é o Filho do homem”. João 5:27

Por ser o Filho do homem, Jesus Cristo se compadece de nossas fraquezas, pois

como nós em tudo foi tentado, mas permaneceu sem pecado (Hebreus 4:16). Por esta

razão foi dado a Ele o poder de exercer o juízo investigativo que tem lugar no

santuário celestial. Tanto o Pai quanto o Filho se acham envolvidos na condução do

juízo investigativo. Segundo o que disse Jesus, “o Pai a ninguém julga, mas ao Filho

confiou todo julgamento” (João 5:22).

4. O que Deus tem determinado?

R.: “Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo,

por meio do varão que destinou: e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos

mortos”. Atos 17:31

Paulo divinamente inspirado pelo Espírito Santo, revelou que Deus havia

determinado um dia, que com justiça haveria de julgar o mundo. E que o mundo seria

julgado por Jesus Cristo: o varão que foi ressuscitado dos mortos. “E nos mandou

pregar ao povo, e testificar que ele é o que por Deus foi constituído juiz dos vivos e

dos mortos”. (Atos 10:42).

O mundo todo será julgado num juízo que será realizado em duas fases. A fase

investigativa envolvendo todos aqueles que foram tidos como justos, e a fase

comprobatória envolvendo todos os ímpios. Portanto, todos serão julgados. “Eu disse

no meu coração: Deus julgará o justo e o ímpio; porque há um tempo para todo o

intento e para toda a obra”. (Eclesiastes 3:17).

No Juízo Investigativo, todas as pessoas que em algum momento de suas vidas

serviram a Deus e que viveram sobre a face da Terra desde Adão até ao último

homem, passarão pelo Tribunal Investigativo de Deus. Nenhum nome será omitido ou

esquecido. “Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se

primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho

de Deus?” (I Pedro 4:17).

5. Quem comparecerá ante o Tribunal de Cristo?

R.: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um

receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal”. II Coríntios

5:10

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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Todos os seres humanos hão de comparecer perante o tribunal de Jesus Cristo.

As vidas de todos seres humanos serão minuciosamente examinadas, seja no Juízo

Investigativo ou no Juízo Comprobatório. Cada um receberá individualmente a sua

sentença, conforme o bem ou mal que praticaram em sua vida. “De maneira que cada

um de nós dará conta de si mesmo a Deus”. (Romanos 14:12).

No decorrer do juízo, muitos serão declarados dignos de receberem a vida

eterna, mas outros tantos serão condenados à morte eterna. Solene e terrível é a obra

do juízo em que se acha envolvido o nosso Mediador e Sumo Sacerdote.

O JULGAMENTO

6. O que Deus há de trazer a juízo?

R.: “Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto,

quer seja bom quer seja mau”. Eclesiastes 12:14

Diante do Ancião de dias toda obra será trazida à luz num rigoroso juízo. Tudo

será analisado e verificado, nada escapará do escrutínio do Ancião de dias. “Mas eu

vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia

do juízo. Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras será

condenado”. (Mateus 12:36-37). Cada palavra pronunciada, cada negligência ao dever,

e tudo o que foi praticado de bom ou de mau estará patente diante dos olhos de Deus,

até mesmo as coisas que foram feitas às escondidas, quer sejam boas ou más. “Porque

não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de

saber-se e vir à luz”. (Lucas 8:17).

Nosso Sumo Sacerdote, diante do Ancião de dias, conduz o juízo apresentando

caso após caso, de geração em geração, encerrando com os vivos. Nomes são

mencionados, investigados e minuciosamente analisados. Nomes são aceitos como

dignos de receberem a vida eterna, e nomes são rejeitados e riscados do livro da vida.

7. Os mortos foram julgados por que coisas?

R.: “E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se

os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida: e os mortos foram julgados pelas

coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras”. Apocalipse 20:12

Os mortos das classes sociais mais elevadas às mais baixas foram trazidos

diante do trono do Ancião de dias para serem julgados por meio das coisas que

estavam escritas nos livros. São os chamados livros memoriais (Malaquias 3:16-17).

Esses livros contêm um registro perfeito e fiel de todos os atos de cada pessoa,

incluindo até mesmo aquilo que é feito às ocultas.

A Bíblia diz que vários livros são abertos, em especial o livro da vida. Desse

modo fica claro que no juízo investigativo são analisadas somente as obras daqueles

que algum dia aceitaram o sacrifício de Jesus Cristo, e por essa razão tiveram o seu

nome registrado no livro da vida.

João em visão observou que não eram pessoas vivas que estavam diante do

trono, mas pessoas mortas. Ainda não houve a ressurreição de ninguém. Isto significa

que os mortos estão simbolizados e representados em juízo através de seus nomes,

conforme registrado no livro da vida. E desse modo, os mortos são levados a juízo e

julgados segundo as suas obras, com base nas coisas que estavam relatadas nos livros

memoriais.

Através da análise dos livros memoriais, aquele que não for achado fiel até à

morte (Apocalipse 2:10) terá o seu nome riscado do livro da vida (Apocalipse 3:5 e

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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Salmo 69:28). Desse modo o santuário celestial é purificado de toda mancha do

pecado.

8. Quem Deus riscará do Seu livro?

R.: “Agora pois perdoa o seu pecado, se não risca-me, peço-te do teu livro, que tens

escrito. Então disse o Senhor a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este riscarei

eu do meu livro”. Êxodo 32:32-33

Numa oração intercessória a favor dos israelitas, Moisés solicitou a Deus que

perdoasse o pecado de idolatria que o povo havia cometido, ao moldar e adorar a

imagem de um bezerro de ouro. Moisés suplicou que, se caso Deus achasse por bem

não perdoar o pecado do povo, então que ele mesmo fosse riscado do livro que Deus

tem escrito.

Em resposta a Moisés, Deus diz que Ele riscará do Seu livro somente aqueles

que cometerem pecados contra Ele. Destarte, fica claro que quando alguém possui

pecados não confessados, para os quais não houve genuíno arrependimento nem

perdão, o seu nome será riscado do livro da vida no decorrer do juízo investigativo.

Assim expressou o salmista: “Sejam riscados do livro da vida, e não sejam inscritos

com os justos”. (Salmos 69:28).

9. Quem não será riscado do livro?

R.: “O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o

seu nome do livro da vida, e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos

seus anjos”. Apocalipse 3:5

O cristão que vencer o poder do pecado será vestido de vestes brancas. Ser

vestido de vestes brancas simboliza que o pecador arrependido e santificado na Palavra

de Deus será justificado por Jesus Cristo diante do Pai. Ser justificado é ser perdoado

através do sacrifício expiatório que Jesus realizou na cruz. No Apocalipse, Jesus Cristo

diz que de modo algum riscará o nome do vencedor do livro da vida. E “quem vencer,

herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho”. (Apocalipse 21:7).

No juízo investigado que tem lugar no santuário celestial, Jesus Cristo, além de

manter o nome do vencedor o livro da vida, também promete confessar esse nome

diante do Pai – o Ancião de dias – bem como diante dos milhares de milhares e

milhões de milhões de anjos que acompanham o desenrolar do juízo como

testemunhas. “E digo-vos que todo aquele que me confessar diante dos homens

também o Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus. Mas quem me negar

diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus”. (Lucas 12:8-9).

Somente terá o nome arrolado no livro da vida aqueles que aceitaram a Jesus

Cristo como Salvador e Senhor de suas vidas. “Na verdade, na verdade vos digo que

quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não

entrará em condenação, mas, passou da morte para a vida”. (João 5:24). Mas também é

necessário que o cristão permaneça fiel à Palavra de Deus até ao dia de sua morte, caso

contrário não será um vencedor e terá o seu nome definitivamente riscado do livro da

vida.

Jesus toma o livro da vida e ali encontra o seu nome. Sim o seu nome! A seguir

Ele abre os livros memoriais, onde estão registradas todas as suas obras, até mesmo

aquelas que você fez às ocultas. Então Jesus passa em revista perante Deus toda a sua

vida. Verifica que você foi um grande pecador, todavia, pela fé você veio a crer no

sacrifício expiatório que Cristo fez por você. Verifica que pela fé você se arrependeu

de todos os seus pecados, e que permaneceu fiel ao Evangelho até ao dia de sua morte.

Então, Jesus olhando ao redor confessa o seu nome diante do Pai e diante dos santos

anjos, e diz: “O Meu sangue Eu verti por este pecador, confirma-o como Teu filho”.

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Estudos Bíblicos Avançados

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Diante desse Sumo Sacerdote, Juiz e Advogado, o Pai confirma o seu nome perante

todo o Universo. Assim o seu nome permanecerá conservado no livro da vida.

10. Quem será lançado no lago de fogo?

R.: “E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de

fogo”. Apocalipse 20:15

Nomes são riscados e nomes são conservados no livro da vida. Todas as

pessoas que não tiverem o seu nome registrado no livro da vida serão lançadas no lago

de fogo, que é a segunda morte (Apocalipse 21:8). Os que tiverem o nome confirmado

no livro da vida são eleitos para participarem da primeira ressurreição, a chamada

ressurreição da vida.

Há duas classes de pessoas que não terão o nome registrado no livro da vida. A

primeira classe refere-se àquelas que nunca fizeram profissão de fé em Cristo Jesus. A

segunda classe se refere àquelas que algum dia fizeram profissão de fé em Cristo, mas

que por algum motivo desviaram-se da fé, e por isso mesmo tiveram o nome riscado

do livro da vida no decorrer do juízo investigativo.

CONCLUSÃO

11. Ao terminar a purificação do Santuário que sentença Jesus pronunciará?

R.: “Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é

justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda. E eis que cedo

venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra”.

Apocalipse 22:11-12

Com o término do juízo investigativo a porta da salvação será fechada. Estará

terminado o tempo da graça para toda a humanidade. O destino individual de todos os

seres humanos estará definitivamente selado. Não há mais oportunidade para

arrependimento e perdão dos pecados. Então Jesus pronunciará a solene sentença que

indicará que o destino de todas as pessoas está decidido. Que já não há mais

oportunidade de salvação para os pecadores. Por isso, quem é injusto continuará na

prática da injustiça e quem está sujo continuará na sujeira. Mas quem é justo

continuará justo e quem é santo continuará santo.

A partir desse momento, Jesus diz que Ele logo virá. E que a recompensa que

dará a cada um está com Ele. Para ser dada a cada pessoa, conforme as obras que

praticaram.

A partir do fechamento da porta da graça, as sete últimas pragas caem em

diferentes regiões do globo terrestre. Enquanto as pragas caem, Jesus se prepara para

retornar a este mundo como Reis dos reis e Senhor dos senhores.

12. Ao concluir Suas atividades no Santuário que dirá Jesus?

R.: “E o sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e saiu grande voz do templo do céu,

do trono, dizendo: Está feito”. Apocalipse 16:17

Ao concluir todas as Suas atividades, ouviu-se uma potente voz proveniente do

santuário celestial, dizendo: “Está feito”. Com essas palavras Jesus encerra a segunda

fase do plano da salvação.

É interessante observar que quando Jesus morreu como o Cordeiro de Deus que

tira o pecado do mundo, Ele havia clamado: “Está consumado”. (João 19:30). Com

esse pronunciamento Ele indicava aos habitantes do Universo que havia encerrado a

primeira fase do plano da salvação. A seguir ressuscitaria para dar início à segunda

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fase do plano da salvação. Ele “por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para

nossa justificação”. (Romanos 4:25).

Sabendo que “aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no

lago de fogo”. (Apocalipse 20:15). E se você não quiser ser lançado no lago de fogo,

deverá ter o seu nome escrito no livro da vida. Para isso você precisa crer em Jesus

Cristo. “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado;

porquanto não crê no nome do Unigênito Filho de Deus”. (João 3:18). Em seguida

para você manter o seu nome conservado no livro da vida, Jesus lhe diz: “Sê fiel até a

morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Apocalipse 2:10).

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Estudos Bíblicos Avançados

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ESTUDO BÍBLICO 20

DÍZIMO

DEUS É DONO DE TUDO

1. A quem pertence o Universo?

R.: “Eis que os céus e os céus dos céus são do Senhor teu Deus, a terra e tudo o que

nela há”. Deuteronômio 10:14

“Ó Senhor, quão variadas são as tuas obras! todas as cousas fizeste com

sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas”. (Salmo 104:24). As Sagradas

Escrituras esclarecem que a Terra está cheia de riquezas, e tudo o que existe no

Universo pertence unicamente a Deus: os céus e os céus dos céus; a Terra e tudo o que

nela existe. Assim diz o Senhor: “Pois o que está debaixo de todos os céus é meu”. (Jó

41:11). Portanto, planetas, estrelas, a imensidão do espaço, o planeta Terra, seus

tesouros, seus habitantes, seus recursos naturais tudo pertence ao Senhor nosso Deus.

“Tudo foi criado por ele e para ele”. (Colossenses 1:16).

Deus não deu ao homem o título de propriedade de coisa alguma. Mas apenas

concedeu a liberdade para o homem usar e dominar em seu próprio benefício e

conforto as coisas por Ele criadas. (Gênesis 1:28). Foi do seguinte modo que o

salmista expressou o domínio do homem: “Fazes com que ele tenha domínio sobre as

obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés”. (Salmos 8:6).

2. De quem é a prata e o ouro existente no Universo?

R.: “Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o Senhor dos Exércitos”. Ageu 2:8

Complementando a idéias apresentadas no versículo anterior, o Senhor dos

Exércitos foi ainda mais específico e enfático ao dizer que a prata e o ouro também

Lhe pertencem. Os homens são colocados apenas como mordomos, que administram

os ilimitados recursos que Deus colocou no Universo à disposição da humanidade.

3. Que proporção Deus reclama como sendo Sua?

R.: “Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das

árvores, são do senhor: santas são ao Senhor. Tocante a todas as dízimas de vacas e

ovelhas, de tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao Senhor”.

Levítico 27:30 e 32

A palavra “dízima” ou “dízimo” refere-se à décima parte de um rendimento.

Tudo o que existe no Universo pertence a Deus! Entretanto, a Bíblia Sagrada esclarece

que Deus permite que fiquemos para nosso uso com 90% (noventa por cento) de todas

as benções que Ele nos concede. Ele requer apenas a devolução do equivalente à

proporção 10% (dez por cento) de tudo o que auferimos. Isto como prova de nossa

fidelidade aos seus princípios, como reconhecimento de Sua soberania, como

expressão de gratidão pelas benções que Ele diariamente derrama sobre cada um de

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Estudos Bíblicos Avançados

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nós, e “além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel”. (I Coríntios

4:2).

A décima parte de todas as benções materiais que Deus nos concede não nos

pertence, mas pertence unicamente a Deus, que nos dá noventa por cento para

vivermos.

Deste modo, Deus requer que “todas as dízimas do campo” Lhe sejam

consagradas, pois “santas são ao Senhor”. Deus também requer que “todas as dízimas

de vacas e ovelhas” Lhe sejam consagradas, pois “o dízimo será santo ao Senhor”.

Como os dízimos pertencem ao Senhor, ninguém pode reter ou desviar o santo

dízimo para empregá-lo em outro desígnio, segundo seu próprio critério, conveniência

ou juízo. Deus mesmo indica o destino que os dízimos devem ter ao dizer que “santos

são ao Senhor”. Pois a palavra “santo” aplicada ao dízimo significa que a décima parte

dos nossos rendimentos devem ser separados para um propósito “sagrado” para o

Senhor nosso Deus.

EMPREGO DO DÍZIMO NA OBRA DE DEUS

4. Por que o dízimo foi dado aos Levitas?

R.: “E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança,

pelo seu ministério que exerce, o ministério da tenda da congregação”. Números

18:21

Deus destinou todos os dízimos recolhidos entre o povo israelita à tribo de

Levi. A razão para Deus entregar os dízimos aos levitas deriva da atividade religiosa

que foram designadas a eles pelo Senhor: “o ministério da tenda da congregação”.

Na divisão das terras conquistadas, a tribo de Levi não recebeu uma porção

como as demais tribos de Israel, porém receberam várias cidades que estavam

espalhadas entre as demais tribos israelitas. A razão disso é que Deus esperava que os

levitas estivessem continuamente consagrados ao serviço religioso e não ocupados

lutando pela sobrevivência com a prática de atividades agropecuárias, comerciais ou

qualquer outra.

Os levitas deveriam sobreviver exclusivamente do dízimo. E, estando

espalhados entre todas as tribos de Israel, eles tinham a missão suprema e sagrada de

manter a tocha da verdade acesa, e com isso todas as tribos israelitas não se desviariam

facilmente da vontade divina.

5. Do que deve viver aqueles que anunciam o Evangelho?

R.: “Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do

evangelho”. I Coríntios 9:14

O apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, diz que Deus ordenou que

aqueles que pregam, ensinam ou anunciam o Evangelho devem tirar seus proventos do

próprio Evangelho. Portanto, os que pregam o Evangelho realizam uma obra sagrada, e

devem viver em função do produto do dízimo que é “santo ao Senhor”.

Como os antigos levitas, o ministro de Deus deve se dedicar exclusivamente à

obra de Deus. Mas para que isso ocorra, o ministro precisa viver do dízimo, uma vez

que, como qualquer ser humano, ele possui necessidades básicas, tais como: pagar

aluguel, impostos, escola, condução, alimentação, vestimentas, luz, água etc. Portanto,

o dízimo deve ser empregado com exclusividade na causa do Senhor e manutenção

daqueles que pregam o Evangelho.

6. Como Jesus aprovou a prática do dízimo?

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R.: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e

o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé;

deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas”. Mateus 23:23

Nesta passagem bíblica Jesus Cristo reprovou severamente o comportamento

dos escribas e dos fariseus porque eles desprezavam o juízo, a misericórdia e a fé,

muito embora fossem rigorosos e fiéis dizimistas.

Jesus nunca condenou o dízimo. Mas aprovou a devolução do dízimo, ao

exortar os escribas e fariseus a praticar o juízo, a misericórdia e a fé, sem omitir aquela

rigorosa prática do dízimo que eles tinham por costume realizar.

Portanto, todo cristão sincero e fiel a Deus deve praticar a devolução do dízimo

para sustento dos ministros de Deus que trabalham na propagação do Evangelho. Pois

esta é a vontade de Jesus Cristo: “Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as

em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Ensinando-as a guardar todas as

coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a

consumação dos séculos. Amém”. (Mateus 28:19-20). E o dízimo é fundamental no

cumprimento dessa grande comissão deixada pelo Senhor Jesus à Sua Igreja.

BENÇÃOS RECEBIDAS PELOS FIÉIS DIZIMISTAS

7. No que o homem rouba a Deus? Qual a conseqüência?

R.: “Roubará o homem a Deus? todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te

roubamos? nos dízimos e nas ofertas alçadas. Com maldição sois amaldiçoados,

porque me roubais a mim, vós, toda a nação”. Malaquias 3:8-9

A Bíblia diz que é possível o ser humano roubar a Deus. Mas como o homem

pode roubar a Deus? O homem pode roubar a Deus em duas coisas: nos santos dízimos

e nas ofertas.

O roubo somente pode ser praticado quando alguém subtrai para si ou para

outrem coisa alheia. Com isso fica claro que o dízimo pertence a Deus, caso contrário

não teria sentido dizer que o homem pode roubar a Deus. Nós roubamos a Deus

quando subtraímos para nós ou para outrem os dízimos e as ofertas, os quais

pertencem exclusivamente a Deus. Note que as ofertas são tão importantes como o

dízimo, pois ambas são reivindicadas por Deus. Enquanto o dízimo corresponde a dez

por cento, as ofertas podem apresentar qualquer proporção fixada pelo ofertante em

conformidade com os seus rendimentos. Seria moralmente sábio evitar a entrega de

ofertas insignificantes, que não correspondem com as benções que o Senhor tem

concedido ao ofertante.

Do versículo acima podemos inferir que não damos o dízimo a Deus; só

daríamos o dízimo se ele fosse nossa propriedade. Mas na verdade devolvemos o

dízimo a Deus; uma vez que o dízimo não nos pertence, mas é propriedade exclusiva

de Deus.

A conseqüência de roubarmos a Deus é que seremos amaldiçoados com

maldição. E essa maldição vem sob a forma de vários prejuízos financeiros. Além

disso, ao roubarmos a Deus cometemos pecado, posto que estamos transgredindo o

oitavo mandamento da santa Lei de Deus que diz: “Não furtarás”. (Êxodo 20:15). E

bem sabemos que o salário do pecado é a morte (Romanos 6:23).

8. Onde você deve trazer todos os dízimos?

R.: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha

casa, e depois fazei prova de mim, diz o senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as

janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a

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maior abastança. E por causa de vós repreenderei o devorador, para que não vos

consuma o fruto da terra; e a vide no campo vos não será estéril, diz o Senhor dos

Exércitos”. Malaquias 3:10-11

Deus diz que devemos trazer todos os dízimos “à casa do tesouro”, ou seja, na

“tesouraria da igreja”, para que os seus ministros possam sobreviver e continuar na

prática da obra sagrada que lhes foi designada por Deus. Portanto, o dízimo não pode

ser empregado para doações, caridade, cestas básicas ou qualquer forma de auxilio aos

necessitados. Devemos sim auxiliar os menos favorecidos, mas não com o dinheiro de

Deus, e sim com a parte que nos pertence. Pois o dízimo é “santo ao Senhor” e deve

ser levado na tesouraria da igreja para sustento dos ministros de Deus.

A seguir Deus diz aos fiéis dizimistas para que façam prova dEle. Para que

constatem como virá uma maior abastança em bens materiais na vida do fiel dizimista.

De tal forma que os noventa por cento renderão bem mais do que os cem por cento que

o dizimista possuiria, caso não devolvesse os dez por cento que pertencem a Deus. O

princípio da bênção do dízimo é o seguinte: “noventa por cento rendem muito mais do

que cem por cento”.

Por causa da fidelidade do dizimista, Deus promete repreender o devorador de

nossos bens materiais. Sendo que o devorador é uma maldição representada por tudo o

que possa consumir nossas economias, tais como: prejuízos financeiros, perdas,

doenças, acidente, gastos inúteis, ou quaisquer outras formas de reveses.

9. Quais são os lados que você não deve declinar?

R.: “Olhai pois que façais como vos mandou o Senhor vosso Deus: não declinareis,

nem para a direita nem para a esquerda”. Deuteronômio 5:32

Devemos estar sempre atentos para fazer exatamente como Deus ordenou. E,

como regra geral, não devemos declinar nem para a direita e nem para a esquerda.

Portanto, com relação ao assunto do dízimo Deus espera que venhamos a devolver

exatamente a quantia de dez por cento, a qual Lhe pertence.

Deus não quer que declinemos para a direita, para devolvemos onze, doze,

treze ou mais por cento, pois a Sua parte corresponde exatamente e apenas a dez por

cento. Se devolvermos mais do que os dez por cento, a parte excedente não faz parte

do dízimo, uma vez que se trata de uma mera liberalidade do ofertante.

Mas por que o dízimo não pode ser mais do que dez por cento? A resposta é

bem simples. (1) Em primeiro lugar porque o significado da palavra “dízimo” designa

exatamente a proporção de dez por cento, e nada mais e nada menos. Ou seja: dízimo

não é onze, doze, treze ou mais por cento. (2) Em segundo lugar porque a parte que

Deus reivindica como sendo de sua propriedade corresponde exatamente a dez por

cento e nada mais e nada menos. Essa é a razão pela qual o dízimo é devolvido a Deus

e não dado para Deus como se fosse uma mera liberalidade do doador. Como os dez

por cento são devolvidos ao seu verdadeiro dono, o que passar disso trata-se de livre

doação por parte do ofertante. (3) A devolução exata do dízimo é obrigatória a todo

cristão, enquanto que qualquer outro valor acima dos dez por cento não é exigido por

nenhum princípio bíblico. (4) Valores acima de dez por cento não são dízimos, mas

doações efetuadas por mera liberalidade do interessado, e que podem ser abandonadas

a qualquer momento por conveniência do doador.

Deus também não quer que declinemos para a esquerda, para devolvemos

nove, oito, sete ou menos por cento. Pois a Sua parte corresponde exatamente a dez

por cento. Se devolvermos menos do que os dez por cento, estamos roubando a Deus,

porque a parte faltante está sendo objeto de subtração. Pois o “dízimo” - como

claramente o nome indica - corresponde exatamente a “dez por cento”. Sendo que a

parte que Deus reivindica como sendo Sua propriedade corresponde exatamente ao

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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valor de dez por cento. Portanto, temos a obrigação de devolver a Deus os dez por

cento de nossos rendimentos, e nada menos e nada mais.

Portanto, não devemos declinar nem para a direita e nem para a esquerda, mas

fazer exatamente como nos mandou o Senhor nosso Deus.

10. Que princípio deve nortear a devolução do dízimo e das ofertas?

R.: “E, tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos

homens”. Colossenses 3:23

Quando estivermos praticando o exercício espiritual da devolução do dízimo

ou das ofertas, devemos fazer de todo o nosso coração, como se estivéssemos fazendo

e entregando ao próprio Deus e não aos homens.

Devemos ter em mente que o nosso relacionamento é unicamente com Deus. É

com Ele que prestaremos contas dos todos os nossos atos. Devolvemos os dízimos e as

ofertas não por mandamento dos homens, mas por mandamento de Deus e para Deus.

Portanto, como dizimistas, não nos cabe criticar aqueles que administram o

dinheiro de Deus. Nunca devemos deixar de devolver o dízimo porque supomos que os

administradores não estão dando um bom destino ao dinheiro de Deus. Isso é um

problema entre eles e Deus. É um problema entre eles e a administração superior que

os contratou, e que pode dispensá-los. Nossa parte nesse ministério de fé e de adoração

termina quando entregamos o dízimo na tesouraria da igreja. Pois o que interessa a

Deus é a nossa sinceridade e fidelidade de coração em obedecer aos Seus preceitos.

Isso nos lembra a história contada por Jesus sobre a pobre viúva que deu na

tesouraria de sua igreja duas moedas, que representava todo o seu sustento. Sendo que

os lideres religiosos da época eram fanáticos e assassinos que estavam planejando a

morte de Jesus. Mesmo assim Jesus elogiou a atitude de fidelidade e amor a Deus

expressado por aquela pobre viúva. Naquele momento, para Jesus pouco importava o

uso que os lideres religiosos iriam fazer com aquelas moedas, mas para Ele importava

a fé, o amor e a sinceridade daquela pobre viúva para com as coisas sagradas. (Lucas

21:1-4).

CONCLUSÃO

11. Aquele que confia no senhor pode provar e ver o que?

R.: “Provai e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que nele confia”.

Salmos 34:8

Aquele que é fiel e confia em Deus pode provar e verificar no decorrer de sua

existência que Deus é bom, e uma presença constante em todos os momentos de sua

vida. Essa pessoa sempre será feliz e abençoada em tudo o que fizer.

As promessas de Deus jamais falham para aqueles que confiam no Senhor, e

são fiéis em atender a tudo o que Ele pede.

12. Qual é a situação do justo?

R.: “Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua

descendência a mendigar o pão”. Salmos 37:25

O salmista diz que ele já foi moço e que agora é velho, mas que durante toda a

sua longa vida ele jamais viu o justo desamparado, e também nunca viu a descendência

do justo mendigando por um pedaço de pão.

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Estudos Bíblicos Avançados

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Realmente, vale a pena ser fiel a Deus na devolução do dízimo, pois Ele

promete abrir as janelas dos céus e derramar sobre o fiel uma bênção tal, que dela virá

uma maior abastança. Não quer você provar essa promessa maravilhosa de Deus em

sua vida?

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Estudos Bíblicos Avançados

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ESTUDO BÍBLICO 21

TEMPERANÇA

INTRODUÇÃO

1. O que devemos apresentar em sacrifício vivo?

R.: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos

corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”.

Romanos 12:1

Paulo divinamente inspirado solicita com santa veemência e humildade, para

que todos os cristãos apresentem os seus corpos físicos num sacrifício vivo, santo e

agradável a Deus. E acrescenta que isto representa o culto racional que os cristãos

podem ofertar a Deus.

Por sacrifício vivo Paulo quer dizer que devemos oferecer completamente o

nosso corpo a Deus, mas em perfeitas condições de saúde física, mental e espiritual.

Por sacrifício santo Paulo quer dizer que devemos ofertar o nosso corpo a Deus

totalmente consagrado, dedicado às coisas religiosas, e cuja vida individual do crente

venha sempre se pautar unicamente pelos princípios bíblicos. “Santifica-os na verdade:

a tua Palavra é a verdade” (João 17:17).

Por sacrifício agradável Paulo quer dizer que devemos oferecer o nosso corpo

a Deus de forma voluntária, e também que seja do agrado e prazer de Deus.

Procedendo desta maneira, estamos agindo com a razão em perfeita

conformidade com a vontade de Deus, e isto caracteriza o nosso culto racional.

2. O que é o vosso corpo? E a quem pertence?

R.: “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em

vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados

por bom preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo; e no vosso espírito, os quais

pertencem a Deus”. I Coríntios 6:19-20

A Bíblia Sagrada ensina que o nosso corpo é um templo sagrado, onde o

Espírito Santo proveniente de Deus encontra Sua habitação. De forma que não

pertencemos a nós mesmos, mas exclusivamente a Deus, que nos criou e nos resgatou

da morte eterna.

Como cristãos fomos todos comprados e resgatados por um preço altíssimo.

Esse preço foi o precioso sangue de Jesus Cristo (I Pedro 1:18-19). E agora que fomos

comprados por Deus pelo sangue de Jesus, devemos procurar com toda diligência,

força, inteligência e coração glorificar a Deus em nosso corpo e em nossa mente, os

quais pertencem unicamente a Deus.

Para mantermos o nosso corpo como o templo de habitação do Espírito Santo,

devemos a todo custo procurar conservar a nossa saúde física, mental e espiritual.

Deus sempre esteve interessado no bem estar do homem. Note a expressão afetuosa do

apóstolo João para com os filhos de Deus: “Amado, desejo que te vá bem em todas as

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Estudos Bíblicos Avançados

131

coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai à tua alma”. (III João 2). Jesus Cristo

gastou grande parte do Seu ministério curando os enfermos. Muitas doenças são

resultados da intemperança no beber e no comer.

BEBIDAS ALCOÓLICAS

3. O que diz a Bíblia sobre o vinho?

R.: “O vinho é escarnecedor, e a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele que neles

errar nunca será sábio”. Provérbios 20:1

A Bíblia Sagrada diz que devemos apresentar o nosso corpo em sacrifício vivo,

santo e agradável a Deus. E como devemos glorificar a Deus em nosso corpo e em

nosso espírito, então fica claro que devemos evitar com todas a nossas forças de errar

do bom caminho da sobriedade e da temperança, para entrar no caminho do vício e da

bebida alcoólica.

Sabidamente, o vinho por ser uma bebida escarnecedora leva aquele que nele

se envolver ao ridículo, à zombaria e ao menosprezo de seus semelhantes. A bebida de

alto teor alcoólico por ser alvoroçadora, tem sido para aquele que nela se envolve

causa de agitação de espírito, confusão mental, tumulto, inquietação e gritaria. Aquele

que se envolver com o vinho ou bebidas fortes nunca será sábio, mas verdadeiramente

um tolo. A este bem cabe o provérbio que diz: “O açoite é para o cavalo, o freio para o

jumento, e a vara para as costas dos tolos”. (Provérbios 26:3).

As Sagradas Escrituras dizem que “a incontinência, e o vinho, e o mosto tiram

a inteligência”. (Oséias 4:11). Mesmo em doses moderadas a ação do álcool sobre o

corpo humano é extremamente prejudicial. Em longo prazo causa a destruição da

memória, prejudica o bom funcionamento do sistema nervoso, descontrola a função do

coração, dificulta a circulação do sangue, destrói o fígado e causa graves danos ao

aparelho digestivo. “O homem benigno faz bem à sua própria alma, mas o cruel

perturba a sua própria carne”. (Provérbios 11:17).

Então se pergunta: como o seu corpo poderá se tornar o templo do Espírito

Santo, se você o contamina pela ação das bebidas alcoólicas? Como você poderá

apresentar o seu corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, se você o intoxica

e o destrói com bebidas alcoólicas? Como você poderá prestará um culto racional a

Deus estando com a mente perturbada e obscurecida pela bebida alcoólica?

4. Para quem são os sofrimentos?

R.: “Para quem são os ais? Para quem os pesares? Para quem as pelejas? Para

quem as queixas? Para quem as feridas sem causa? E para quem os olhos

vermelhos? Para os que se demoram perto do vinho, para os que andam buscando

bebida misturada”. Provérbios 23:29-30

Com o decorrer do tempo o bêbado passa a ser um verdadeiro trapo nas mãos

das bebidas alcoólicas. Elas causam vários tipos de sofrimentos irreparáveis, tais

como: tristezas, desgostos, remorsos, brigas, discussões, descontentamento,

lamentação, reclamações, acidentes, assassinatos, feridas, cortes, pancadas, doenças,

miséria, lares desfeitos e olhos vermelhos. Eis a recompensa do bêbado, que além de

perder o respeito próprio e de seus semelhantes, também acaba desonrando a Deus em

seu corpo e espírito, cometendo vários tipos de atrocidades.

Aquele que se enreda pelos caminhos do álcool está destruindo o templo do

Espírito Santo que é o seu corpo. E isso desagrada profundamente a Deus. Pense nas

seguintes palavras de Paulo: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas

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convêm: todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam”. (I Coríntios

10:23).

5. O que os bêbados não herdarão?

R.: “Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os

efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados,

nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus”. I Coríntios 6:10

O vício da bebida alcoólica se tornou tão comum no mundo moderno que

muitas pessoas consideram a bebida em pouca conta. Mas o Espírito Santo relacionou

os bêbados entre os piores pecadores, ao classificá-los entre os devassos, idólatras,

adúlteros, efeminados, sodomitas, ladrões, avarentos, maldizentes e roubadores.

O Espírito Santo ainda diz claramente que os bêbados de maneira alguma vão

herdar o reino de Deus. Em outras palavras, os bêbados não alcançarão a salvação

provida por Cristo na cruz do Calvário.

Aquele que estão envolvidos com a bebida alcoólica ainda está vivendo na

carne. “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: Prostituição, impureza,

lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões,

heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas,

acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas

não herdarão o reino de Deus”. (Gálatas 5:19-21).

A pessoa que bebe não possui nenhum controle sobre a sua própria mente.

Muitos crimes imorais como, por exemplo: adultérios, estupros, brigas, acidentes,

suspeitas ruins, assassinatos são cometidos por pessoas decentes que se embebedaram.

E, segundo as pesquisas indicam, essas pessoas jamais teriam cometido tais crimes se

estivessem sóbrias.

SOBRE OS ALIMENTOS

6. Que duas características identificam os animais que servem de alimento? Quais

são os exemplos de animais imundos?

R.: “Todo o animal que tem unhas fendidas, que tem a unha dividida em duas, que

remói, entre os animais, isso comereis. Porém estes não comereis, do que somente

remoem, ou que têm a unha fendida: O camelo, e a lebre, e o coelho, porque

remoem mas não tem a unha fendida: imundos vos serão. Nem o porco, porque tem

unhas fendidas mas não remói; imundo vos será: não comereis da carne destes, e

não tocareis no seu cadáver”. Deuteronômio 14:6-8

Como o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, devemos evitar comer os

alimentos cárneos tidos por Deus como imundos.

A carne que Deus autorizou o homem a comer deve provir do animal que

preencha dois requisitos básicos: deve apresentar casco fendido, e também remoer

aquilo que ingeriu. Preenchidos esses dois requisitos sua carne está liberada por Deus

para consumo humano. Se faltar um desses requisitos não serve como alimento.

Observe que as edições da Bíblia Sagrada mais antigas falam em “remoer” e

não em “ruminar”. Nos dias de hoje essas duas palavras podem parecer sinônimos para

alguns, mas não o são. A palavra “remoer” significa “moer de novo”. Na Bíblia o ato

de remoer os alimentos é realizado por dois grupos distintos de animais, a saber:

“remoedores ruminantes” e “remoedores não ruminantes”.

O primeiro grupo de remoedores é representado pelos animais “ruminantes”,

que tornam a mastigar os alimentos a partir do estômago (rúmen) para a boca, tais

como boi, ovelhas, cordeiros, carneiros, cabras etc. O segundo grupo de remoedores é

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LEANDRO BERTOLDO

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representado pelos animais não ruminantes, que tornam a mastigar os alimentos a

partir das próprias fezes. Os coelhos e as lebres são remoedores não ruminantes, que

para compensar a deficiência na absorção de nutrientes digeridos pelos

microorganismos de seus intestinos, passam a ingerir suas próprias fezes (coprofagia).

Com isso as fezes desses animais – composta por detritos ou material cecal – ao ser

ingerida passa pelo estômago e intestino delgado, ocasião em que os nutrientes são

mais eficazmente absorvidos. Na época de Moisés a palavra “remoer” não

correspondia ao significado moderno que serve para classificar apenas os animais

ruminantes. Na verdade a palavra “remoer” vai além do significado estrito da palavra

“ruminar”, incluindo também a remastigação dos alimentos ingeridos, a partir das

próprias fezes.

Se o animal não apresentar simultaneamente esses dois requisitos (remoer e

casco fendido) ele é considerado imundo. Destarte, se o animal apresentar apenas o

casco fendido e não remoer, ele deve ser tido como imundo e não serve para a

alimentação. E, se o animal apenas remoer e não apresentar casco fendido, também

não serve como alimento e deve ser considerado como imundo ao homem.

Desse modo, o camelo, o cavalo, a lebre e o coelho não servem como

alimentos, pois muito embora remoam os alimentos, não possuem o casco dividido.

A carne de porco também é tida como imunda. Portanto, está proibida

divinamente para servir de alimento, pois o porco embora tenha o casco fendido, ele

não remói os alimentos que come.

A distinção entre os animais limpos e imundos é tão antiga como o próprio

mundo. Ela já existia na época de Noé (Gênesis 7:2). Portanto, essa distinção foi

estabelecida muito antes da própria existência de qualquer judeu na face da Terra.

Trata-se de um princípio de saúde, não tendo nenhuma relação com a lei cerimonial

dos judeus. Isso fornece uma forte evidência que essa distinção divina nunca foi

abolida, e que continua vigorando até mesmo nos dias de hoje em benefício da saúde

dos filhos de Deus.

7. Que duas características identificam os peixes que servem de alimentos?

R.: “Isto comereis de tudo o que há nas águas: Tudo o que tem barbatanas e

escamas comereis. Mas tudo o que não tiver barbatanas nem escamas não o

comereis: imundo vos será”. Deuteronômio 14: 9-10

Quanto aos frutos do mar, o homem foi autorizado por Deus a comer apenas

aqueles que apresentam duas características básicas: devem apresentar barbatanas e

escamas. Se preencher esses dois requisitos eles servem de alimentos para o ser

humano.

As barbatanas são os órgãos que permitem que os peixes se movam na água,

são conhecidos como nadadeiras. Escamas são lâminas que cobrem o corpo de peixes

e répteis.

“Tudo o que não tem barbatanas ou escamas, nas águas, será para vós

abominação”. (Levítico 11:12). Se o fruto do mar não apresentar barbatanas e nem

escamas é considerado por Deus como imundo e não deve ser empregado na

alimentação do homem. Entre estes estão o camarão, as ostras, os caranguejos etc.

Se fruto do mar apresentar apenas barbatana e não apresentar escamas deve ser

considerado como imundo, e por orientação divina não serve como alimento. Entre

estes estão todos peixes de couro, tais como o tubarão, atum, cação etc.

Se apresentar apenas escamas e não possuir barbatana também deve ser

considerado imundo e não serve de alimento ao homem, tais como as cobras que

apresentam escamas, mas não possuem barbatanas.

8. Que tipo de ave você pode comer, e qual você não pode comer?

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R.: “Toda a ave limpa comereis. Porém estas são as de que não comereis: A águia, e

o quebrantosso, e o xofrango. E o abutre, e a pega, e o milhano, segundo a sua

espécie. E todo o corvo segundo a sua espécie. E o avestruz, e o mocho, e o cuco, e o

gavião, segundo a sua espécie. E o bufo, e a coruja, e a gralha. E o cisne, e o

pelicano, e o corvo-marinho. E a cegonha, e a garça, segundo a sua espécie, e a

poupa, e o morcego”. Deuteronômio 14: 11-18

Com relação às aves, todas podem ser empregadas como alimento pelo ser

humano, com exceção das aves de rapina e aves marinhas com suas respectivas

espécies. A título de ilustração, a Bíblia Sagrada apresenta a seguinte lista

exemplificativa: águia, urubus, águias marinhas, açores, falcões, corvos, avestruzes,

corujas, gaivotas, gaviões, mochos, íbis, gralhas, pelicanos, abutres, corvos marinhos,

cegonhas, garças, poupas, morcegos.

9. O que não serve como alimento?

R.: “Fala aos filhos de Israel, dizendo: Nenhuma gordura de boi, nem de carneiro,

nem de cabra comereis. Porém pode usar-se da gordura do corpo morto, e da

gordura do dilacerado, para toda a obra, mas de nenhuma maneira a comereis”.

Levítico 7: 23-24

Visando o bem estar da saúde física, mental e espiritual daqueles que crêem em

Sua Palavra, Deus proibiu terminantemente que Seu povo comesse da gordura de

qualquer tipo de animal, seja ele limpo ou imundo. Todavia liberou a gordura de

qualquer animal para fabricação de graxa, vela, sabão, ou qualquer outra obra, onde a

gordura animal possa ser empregada. Mas de modo algum poderia servir de alimento

para qualquer ser vivo, pois resulta em colesterol, entupimento das artérias, a

conhecida arteriosclerose.

10. O que foi proibido por Deus como alimento?

R.: “E nenhum sangue comereis em qualquer das vossas habitações, quer de aves

quer de gado”. Levítico 7:26

Também visando o bem estar físico, mental e social do homem, Deus proibiu

que o sangue do gado ou das aves fossem empregado como alimento de qualquer

natureza como, por exemplo, o chouriço. Isto porque no sangue está a vida, ali também

se encontra todo tipo de doenças e infecções que porventura um animal poderia

transmitir ao homem. Uma das coisas que o médico solicita ao doente é um exame de

sangue porque no sangue está o vírus da doença. Comendo o sangue de algum animal a

pessoa estaria ingerindo o vírus da doença.

A proibição divina de comer sangue remonta à época de Noé. Observa-se que

essa proibição foi dada por Deus a todos habitantes do mundo pós-dilúvio. (Gênesis

9:4). Mais uma vez fica claro que a proibição de comer sangue foi estabelecida muito

antes da existência de qualquer judeu na face da Terra. Pois se trata de um princípio de

saúde que não tem nenhuma relação com a lei cerimonial dos judeus. Portanto, fica

claro que a proibição divina de comer sangue continua em pleno vigor. Pois não se

tratando de lei cerimonial, jamais foi abolida. A bem da verdade, foi dada para a

humanidade pós-dilúvio, de onde todos nós proviemos.

CONCLUSÃO

11. Que fará Deus aos que destroem o corpo?

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Estudos Bíblicos Avançados

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R.: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em

vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de

Deus, que sois vós, é santo”. I Coríntios 3:16-17

Pelo exposto fica claro que Deus vela pela nossa saúde e bem estar. Ele quer o

melhor para todos nós. De forma que o nosso corpo é sagrado e templo de Deus, onde

o Espírito Santo faz Sua habitação. Por essa razão nosso corpo não pode ser

contaminado com alimentos imundos, ou intoxicado com bebidas alcoólicas. Deus

deseja que o homem seja restaurado completamente nas áreas física, emocional e

espiritual. Se você servir ao Senhor obedecendo a Sua Palavra, “ele abençoará o vosso

pão e a vossa água: e eu tirarei do meio de ti as enfermidades”. (Êxodo 23:25).

E se alguém destruir o seu corpo pelo emprego de bebidas alcoólicas, pelo

comer carnes imundas, ou mesmo fazendo uso de drogas, como nicotina, maconha,

cocaína ou qualquer outro veneno que venha a degradar o seu corpo, Deus também o

destruirá no lago de fogo (segunda morte) no dia do Juízo Final.

12. Que princípio deve nortear o que comemos?

R.: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo

para glória de Deus”. I Coríntios 10:31

Portanto quando formos comer ou beber ou fazer qualquer outra coisa,

devemos fazer tudo para a glória de Deus.

Estaremos bebendo para a glória de Deus evitando as bebidas alcoólicas;

estaremos comendo para a glória de Deus evitando as carnes imundas que foram

explicitamente proibidas por Deus.

Se desobedecermos às claras orientações divinas expostas em Sua Santa

Palavra, não estaremos glorificando a Deus, mas sim desonrando-O, uma vez que não

fazemos a Sua vontade. Pois, “nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no

reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus”. (Mateus

7:21). Além disso, estaríamos expondo os nossos corpos aos perigos das enfermidades

em seus vários aspectos. E como você poderá glorificar a Deus com o templo do

Espírito Santo carregado de enfermidades e contaminado com alimentos imundos e

bebidas alcoólicas?

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LEANDRO BERTOLDO

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ESTUDO BÍBLICO 22

DOM DE PROFECIA

DEUS SE COMUNICA

1. Por intermédio de quem Deus falava aos antigos?

R.: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos

pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho”. Hebreus 1:1

No decorrer da história da humanidade Deus nunca deixou de se comunicar

com os homens. As Escrituras Sagradas dizem que antigamente Deus falou muitas

vezes e de muitas maneiras com o objetivo de edificar e aperfeiçoar a Sua Igreja.

Entre os vários canais de comunicação com os homens, Deus empregou anjos,

visões, sonhos, profetas, Urim e Tunim. Sendo que nestes últimos dias Deus nos tem

falado através de Seu Filho Unigênito: Jesus Cristo. Todavia, a forma mais comum

que Deus empregou para se comunicar com a humanidade foi através de Seus santos

profetas.

O “profeta de hoje antigamente se chamava vidente” (I Samuel 9:9). Eles são

servos do Senhor (Amós 3:7). São homens santos de Deus que falam inspirados pelo

Espírito Santo (II Pedro 1:21). Esses homens consagrados recebiam visões ou sonhos,

e então transmitiam a mensagem divina aos homens na forma verbal ou escrita.

Destarte os profetas são os porta voz de Deus, eles comunicam a vontade de Deus para

com a humanidade.

2. Quais sãos os dois meios pelo qual Deus se revela aos profetas?

R.: “E disse: Ouvi agora as minhas palavras; se entre vós houver profeta, eu, o

Senhor, em visão a ele me farei conhecer, ou em sonhos falarei com ele”. Números

12:6

Em Seu incomensurável amor, Deus nunca abandonou a humanidade perdida

ao seu próprio destino. Desde os tempos mais remotos, antes mesmo que a Bíblia fosse

escrita, Deus tem chamado homens santos para serem profetas. Por exemplo, o livro de

Judas nos relata que Enoque, o sétimo depois de Adão, e que viveu muito antes do

dilúvio universal, era um profeta de Deus.

Através dos santos profetas Deus se fez conhecer à humanidade. Por

intermédio de sonhos e visões Deus tem falado aos Seus servos, os profetas.

Desse modo o profeta é um homem santo de Deus que recebe as mensagens

divinas através de visões ou sonhos e as transmite fielmente ao povo de Deus.

A visão é um dom espiritual de recepção de imagens e mensagens por meio de

um arrebatamento dos sentidos do profeta.

3. O que Deus proporá pelo ministério dos profetas?

R.: “E falarei aos profetas, e multiplicarei a visão; e pelo ministério dos profetas

proporei símiles”. Oséias 12:10

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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Visando ao bem estar de Seu povo, Deus se compromete a falar aos profetas,

bem como a multiplicar a visão. Deus ainda diz que pelo ministério dos profetas iria

propor símile.

Símile é a comparação de coisas semelhantes. Com isso Deus se compromete a

falar e multiplicar a visão dos profetas propondo símiles. Isto significa que quando o

profeta recebe uma visão ele não está vendo a realidade objetiva, mas sim uma

imagem semelhante aos fatos que simbolizam a realidade.

Foi desse modo que Daniel em visão observou o Pai na símile de um Ancião de

dias. Viu reinos na símile de animais. Viu a sucessões dos reinos do mundo na símile

de uma estátua de aparência humana etc.

4. Como a profecia nunca foi produzida?

R.: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os

homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”. II Pedro 1:21

O apóstolo Pedro afirma categoricamente que as profecias da Bíblia Sagrada

não foram produzidas pela vontade de qualquer homem. Mas o santo apóstolo

esclarece que homens comprometidos com Deus foram movidos inspirados pela

terceira pessoa da Santíssima Trindade: O Espírito Santo. “Ele revela o profundo e o

escondido: conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz”. (Daniel 2:22). Nas

Escrituras Sagradas a palavra profecia possui um significado muito amplo, e não

apenas o significado de vaticinação. Ela engloba “toda a palavra que sai da boca de

Deus” (Mateus 4:4).

Portanto, todas as mensagens da Bíblia Sagrada não são criações da

inteligência humana, mas são produtos da inteligência divina. Também não é qualquer

tipo de homem que recebe visões e sonhos da parte de Deus, mas homens santos de

Deus. E os homens santos de Deus são aqueles que estão santificados na verdade; e a

Palavra de Deus é a verdade (João 17:17).

CONHECENDO OS PROFETAS

5. Do que devemos nos acautelar?

R.: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como

ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores”. Mateus 7:15

Deus possui Seus verdadeiros profetas. Todavia, as Sagradas Escrituras nos

adverte para tomarmos cuidado com os falsos profetas que viriam até nós

transfigurados na aparência de ovelhas, mas na verdade em seus corações são lobos

devoradores.

Em nossa época o mundo está enxameado de doutrinas ensinadas por falsos

profetas. Homens e mulheres alegam possuir poder de revelação e de profecia. Mas

eles são a prova viva do cumprimento da mensagem bíblica, que diz que nos últimos

dias surgirão falsos profetas.

Os falsos profetas são homens e mulheres que no seu comportamento exterior

aparentam honestidade e sinceridade a Deus, mas na verdade suas reais intenções estão

carregadas de interesses particulares e egoístas. Esses interesses são vários. Podem ser

o desejo pelas riquezas, status, poder, popularidade, influência, e coisas semelhantes a

estas, as quais costumam satisfazer os desejos carnais. Muitos desses falsos profetas

estão equivocados com o seu dom, posto que suas vidas não estão em perfeita

conformidade com os claros ensinos da Palavra de Deus.

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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6. O que surgirão nos últimos dias? O que farão?

R.: “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e

prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos”. Mateus 24:24

Jesus Cristo disse nos últimos tempos iriam surgir falsos cristos e falsos

profetas. E que esses falsos profetas não se limitariam em apenas trazer uma doutrina

ou mensagem sobre determinado assunto, mas que para darem veracidade às suas

próprias palavras e ao seu próprio ministério iriam produzir diversos fenômenos

sobrenaturais, que são chamados por Jesus de “grandes sinais e prodígios”, tais como

revelações, curas, exorcismos e muitas outras maravilhas (Mateus 7:22-23). A obra de

engano que abrangerá o mundo inteiro será tão intensa e tão parecida com os ensinos

apresentados na Bíblia Sagrada que será muito difícil de distinguir o falso do

verdadeiro. E, segundo Jesus, se fosse possível, enganaria até mesmos os fieis filhos de

Deus. Portanto, para não sermos enganados devemos orar e vigiar, firmes no

conhecimento da Palavra de Deus.

O resultado imediato da obra dos falsos profetas é o engano. E para persuadir

os homens a aderirem às suas idéias e doutrinas esses “obreiros fraudulentos” realizam

grandes sinais e prodígios. Mas pergunta-se: De onde vem o dom milagreiro desses

falsos profetas? A resposta é uma só: de Satanás, o pai da mentira, que engana todo o

mundo (Apocalipse 12:9).

Portanto, as Escrituras Sagradas esclarecem que “milagres” não são provas de

que alguém é um profeta de Deus. Isto porque os falsos profetas também podem - pelo

poder de Satanás - realizar milagres, que aos olhos humanos passam por fenômenos

sobrenaturais de origem divina.

7. Os profetas devem falar em harmonia com o que?

R.: “À Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão

a alva”. Isaías 8:20

Mas a Bíblia estabelece um princípio geral que permite identificar o verdadeiro

profeta do falso. O verdadeiro profeta fala em conformidade com a Lei e com o

Testemunho das Sagradas Escrituras. E se porventura os profetas não falarem em

harmonia com a Lei e com o testemunho eles nunca verão a luz, pois estão em densas

trevas.

A “Lei” é o nome pelo qual era conhecida a porção das Escrituras Sagradas

denominada “Pentateuco”, ou seja, os primeiros cinco livros do Antigo Testamento. O

“Testemunho” corresponde à porção restante das Escrituras Sagradas do Antigo

Testamento, ou seja, são os escritos dos profetas, que dão testemunho daquilo que

ouviram e viram em visão ou em sonhos da parte de Deus. A Bíblia Sagrada é tão

importante para livrar do erro que “não havendo profecia, o povo se corrompe; mas o

que guarda a lei esse é bem-aventurado”. (Provérbios 29:18).

Logo o verdadeiro profeta defende, ensina e fala em perfeita harmonia com os

ensinos das Sagradas Escrituras, enquanto que o falso profeta fala em desarmonia com

os ensinos sagrados. Portanto, devemos examinar os profetas sob a visão da Bíblia

Sagrada. Se os ensinos e atitudes dos profetas não corresponderem com aqueles que

estão revelados na Palavra de Deus, eles com certeza podem ser taxados como falsos

profetas e devem ser evitados a todo custo, sob pena de sermos enganados e amarrados

nos laços do diabo.

8. Como podemos distinguir o verdadeiro e o falso profeta?

R.: “Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros ou

figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má

produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar

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Estudos Bíblicos Avançados

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frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo.

Portanto, pelos seus frutos os conhecereis”. Mateus 7:16-20

Podemos ainda identificar os profetas pelos frutos que produzem, pois foi Jesus

quem disse que pelos seus frutos nós os identificaríamos.

O verdadeiro profeta produz bons frutos e os profetas maus produzem frutos

maus, porque não pode o profeta verdadeiro dar maus frutos e nem o falso profeta dar

bons frutos.

Podemos conhecer os profetas pelos frutos que produzem em seu

comportamento. Se um profeta for caloteiro, orgulhoso, arrogante, briguento,

instigador de discórdia, hipócrita, mentiroso, mundano, sensual ou adúltero, esse é um

falso profeta: “pelos seus frutos os conhecereis”.

Se um profeta não for piedoso, misericordioso, caridoso, humilde, paciente,

obediente aos mandamentos divinos, santificado na Palavra de Deus, esse é um falso

profeta, pois: “pelos seus frutos os conhecereis”. O verdadeiro profeta produz em sua

vida frutos de verdadeiro e fiel cristão.

Um dos frutos produzidos pelos profetas é avaliado por aquilo que ele ensina.

Nesta conformidade, os escritos, as mensagens e os ensinos do verdadeiro profeta

estão sempre em perfeita harmonia com os ensinos bíblicos. Isto porque o verdadeiro

profeta é um homem santo de Deus (II Pedro 1:21) porque ele está santificado na

verdade, sendo que a Palavra de Deus é a verdade (João 17:17). Logo, a vida e o

ensino ministrado pelo verdadeiro profeta estão em perfeita harmonia com os ensinos

das Sagradas Escrituras.

9. Como podemos conhecer o falso profeta?

R.: “Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, e te der um

sinal ou prodígio. E suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado,

dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los. Não ouvirás

as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos: porquanto o Senhor vosso Deus

vos prova, para saber se amais ao Senhor vosso Deus com todo o vosso coração, e

com toda a vossa alma”. Deuteronômio 13:1-3

Se um profeta que diz ter sonhos ou visões, apresentar um sinal ou prodígio, e

vier a ocorrer tal sinal ou prodígio que foi antecipadamente anunciado, devemos ficar

atentos ao que ele vai falar. Se com suas palavras ele procura desviar o crente dos

ensinos da Bíblia Sagrada, esse tal profeta é falso. Portanto, não devemos dar ouvidos

às suas palavras. Deus é contra os falsos profetas. “Eis que eu sou contra os que

profetizam sonhos mentirosos, diz o Senhor, e os contam, e fazem errar o meu povo

com as suas mentiras e com as suas leviandades: pois eu não os enviei, nem lhes dei

ordem; e não trouxeram proveito nenhum a este povo, diz o Senhor”. (Jeremias 23:32).

Mais uma vez a Bíblia Sagrada mostra que milagres não são sinais de

aprovação divina, pois o inimigo pode muito bem realizar ou simular milagres, com

único propósito de enganar os homens, desviando-os da verdade divina. Por isso

devemos ser sóbrios como os bereanos (Atos 17:11). A exemplo deles, devemos

examinar nas Escrituras Sagradas para ver se a mensagem apresentada pelo profeta

está em harmonia com a Lei e com o Testemunho. A regra é muito simples. Se o

ensino de um profeta estiver em perfeita harmonia com a Bíblia, em princípio ele pode

ser considerado como verdadeiro, todavia se o seu ensino não estiver em harmonia

com o que diz a Palavra de Deus, ele pode ser imediatamente tachado como um falso

profeta, e não devemos dar ouvidos a ele. “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Não deis

ouvidos às palavras dos profetas, que entre vós profetizam; ensinam-vos vaidades:

falam da visão do seu coração, não da boca do Senhor”. (Jeremias 23:16).

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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ÚLTIMOS DIAS

10. A quem o Senhor Jeová revela Seus segredos?

R.: “Certamente o Senhor Jeová não fará cousa alguma, sem ter revelado o seu

segredo aos seus servos, os profetas”. Amós 3:7

A Bíblia Sagrada ensina que Deus revela os Seus segredos aos seus servos. “As

cousas encobertas são para o Senhor nosso Deus; porém as reveladas são para nós e

para nossos filhos para sempre”. (Deuteronômio 29:29). Uma vez revelado, o segredo

de Deus passa a pertencer a toda a humanidade para sempre.

Deus nada fará sem antes ter revelado o Seu propósito aos santos profetas.

Portanto, toda vez que Deus tiver a intenção de fazer alguma coisa, Ele promete

manifestar-se aos Seus servos, que sãos os profetas. Portanto, devemos estar atentos ao

que os santos profetas têm a nos dizer sobre a vontade de Deus para conosco.

CONCLUSÃO

11. Em quem você deve crer para prosperar?

R.: “Crede no Senhor vosso Deus e estareis seguros; crede nos seus profetas, e

sereis prosperados”. II Crônicas 20:20 - 2ª parte

Para estarmos seguros da nossa salvação devemos crer no Senhor nosso Deus,

“porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é

galardoador dos que o buscam” (Hebreus 11:6). Portanto, além de crermos que Deus

existe, também devemos crer que Ele recompensa aqueles que O buscam. E se

desejamos crescer, e prosperar em nossa vida espiritual devemos crer nos profetas de

Deus, aceitando inteiramente suas mensagens.

Quando cremos nos profetas de Deus somos conduzidos ao caminho que

conduz à vida. Quando aceitamos as mensagens dos profetas de Deus iremos ter uma

maior convicção e intimidade com as verdades divinas, e nossa própria existência será

mais consagrada a Deus. Quando cremos nos profetas de Deus haverá mais

espiritualidade e menos heresias e apostasias. Pois, “temos, mui firme, a palavra dos

profetas, à qual bem fazeis, em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar

escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vossos corações”. (II

Pedro 1:19).

12. O que você deve desprezar?

R.: “Não desprezeis as profecias”. I Tessalonicenses 5:20

Encerramos esta mensagem com a admoestação do apóstolo Paulo, que diz que

os cristãos não devem desprezar as profecias. Mas então pode surgir a pergunta: que

tipo de profecias? As profanas ou as divinas? É evidente que se trata das profecias

divinas, uma vez que é produzida por vontade de Deus através de homens santos em

benefício de todos os crentes.

Como vimos as profecias profanas são diabolicamente inspiradas e não tem

luz. São provenientes do príncipe das trevas deste mundo: o pai da mentira. Visam

unicamente enganar aos homens, desviando-os das verdades bíblicas, e se fosse

possível enganariam até mesmos aqueles que herdarão a vida eterna. Apesar de existir

falsos profetas, você não deve desprezar as profecias divinas. “E não sejais como

vossos pais, aos quais clamavam os primeiros profetas, dizendo: Assim diz o Senhor

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Estudos Bíblicos Avançados

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dos Exércitos: Converti-vos agora dos vossos maus caminhos e das vossas más obras;

mas não ouviram, nem me escutaram, diz o Senhor”. (Zacarias 1:4)

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Estudos Bíblicos Avançados

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ESTUDO BÍBLICO 23

ESPÍRITO DE PROFECIA

INTRODUÇÃO

1. Que promessa Deus fez para os últimos dias?

R.: “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre

toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos mancebos

terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos. E também do meu Espírito

derramarei sobre os meus servos e minhas servas naqueles dias, e profetizarão”.

Atos 2:17-18

O apóstolo Pedro citando o Antigo Testamento (Joel 2:28-29), diz que Deus

promete nos últimos dias derramar abundantemente o Espírito Santo, concedendo aos

homens o “dom da profecia”. Desse modo os nossos filhos e filhas profetizarão, os

nossos jovens terão visões e os nossos velhos terão sonhos proféticos. Deus ainda

promete que sobre os Seus servos e servas derramará o Seu Espírito, e naqueles dias

eles profetizarão as Palavras de Deus para o seu povo.

Com o objetivo de animar e fortalecer a Igreja nos últimos dias, Deus promete

derramar sobre o Seu povo o Espírito Santo, quando então ocorrerá um grande

reavivamento, que preparará a Igreja de Deus para encerrar a obra de pregação do

Evangelho no mundo.

PROVAS DO VERDADEIRO PROFETA

2. Quando em visão o que o profeta não reteve?

R.: “Fiquei pois eu só, e vi esta grande visão, e não ficou força em mim: e

transmudou-se em mim a minha formosura em desmaio, e não retive força

alguma”. Daniel 10:8

Uma das características que permite identificar o verdadeiro profeta de Deus

consiste no fato de que ao receber uma visão da parte de Deus, os profetas perdem

todas as suas forças físicas. Do mesmo modo como ocorreu com o profeta Daniel:

“não ficou força em mim... e não retive força alguma”. Em visão o profeta parece estar

desmaiado. Portanto, a primeira característica do profeta verdadeiro é que ele perde

suas forças.

3. Quando em visão como ficou profundamente o profeta?

R.: “Contudo, ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo a voz das suas palavras, eu

caí com o meu rosto em terra, profundamente adormecido”. Daniel 10:9

Quando o profeta de Deus está em visão ele fica “profundamente adormecido”

ou seja, ele perde totalmente sua consciência. Como está escrito no versículo anterior,

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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o profeta Daniel ao receber uma visão disse que: “transmudou-se em mim a minha

formosura em desmaio”. Ou seja, o profeta ficou inconsciente porque desmaiou.

Portanto, a segunda característica do profeta de Deus quando em visão é que ele fica

inconsciente.

4. Quando em visão o que não ficou no profeta?

R.: “Como pois pode o servo deste meu Senhor falar com aquele meu Senhor?

Porque, quanto a mim, desde agora não resta força em mim, e não ficou em mim

fôlego”. Daniel 10:17

O profeta verdadeiro, quando em visão, além de ficar sem a sua força física e

perder sua consciência, ele ainda fica sem fôlego, ou seja, fica sem a respiração.

Portanto, o terceiro critério para se identificar o verdadeiro profeta é que ele fica sem

respirar. Diferentemente do verdadeiro profeta, o falso profeta continua respirando.

Esta é uma das maiores provas de genuinidade do verdadeiro profeta.

5. Quando em visão como ficam os olhos do profeta?

R.: “Fala aquele que ouviu os ditos de Deus, o que vê a visão do Todo-poderoso,

caindo em êxtase e de olhos abertos”. Números 24:4

Quando em visão, o profeta de Deus, além de ficar sem forças físicas,

inconsciente e sem respiração, ele entra num estado de êxtase e fica de olhos abertos

olhando ao infinito, como se estivesse enxergando além da visão natural. Portanto, o

quarto critério de permite identificar o verdadeiro profeta de Deus é que ele entra num

estado de êxtase e fica de olhos abertos.

É bom ficar bem claro que quando o profeta recebe uma visão da parte de

Deus, obrigatoriamente ele passa por todos os fenômenos acima descritos, posto que é

arrebatado em seus sentidos. E todas às vezes que tais fenômenos ocorrem é um sinal

claro de que a visão é autêntica, o profeta é verdadeiro e digno de confiança. Isto

porque o falso profeta é incapaz de simular todos esses fenômenos.

DOM DE PROFECIA CONCEDIDO A MULHERES

6. Na época de Moisés quem era profetisa?

R.: “Então Miriã, a profetisa, a irmã de Aarão, tomou o tamboril na sua mão, e

todas as mulheres saíram atrás dela com tamboris e com danças”. Êxodo 15:20

A Bíblia Sagrada mostra que o dom de profecia não é prerrogativa dos homens,

mas que também as mulheres santas de Deus receberam o dom de profecia. Desse

modo Miriã, irmã de Aarão e, portanto irmã de Moisés era reconhecidamente uma

profetisa. Portanto, a Bíblica Sagrada mostra que na época do êxodo, quando o povo

havia saída da escravidão egípcia, Deus havia levantado uma mulher para ser profetisa

entre o Seu povo.

7. Na época dos Juízes quem era profetisa? Débora era mulher de quem?

R.: “E Débora, mulher profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele

tempo”. Juízes 4:4

As Sagradas Escrituras mostram que na época posterior à de Moisés – época

dos Juízes – Deus também chamou uma mulher para ser profetisa entre o Seu povo.

Essa mulher se chamava Débora e era casada com um homem chamado Lapidote.

Débora ocupava uma posição elevada naquela época, pois era juíza, uma vez que

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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julgava o povo de Israel. Naquela época Israel não tinha rei e o juiz era a autoridade

máxima.

8. Na época dos Reis quem era profetisa? Hulda era mulher de quem?

R.: “Então foi o sacerdote Hilquias, e Aicão, e Acbor, e Safã, e Asaías à profetisa

Hulda, mulher de Salum, filho de Ticva, o filho de Harás, o guarda das vestiduras

(e ela habitava em Jerusalém, na segunda parte), e lhe falaram”. II Reis 22:14

Na época dos reis, Deus novamente levantou uma mulher para ser profetisa no

meio do Seu povo. Essa mulher se chamava Hulda e era casada com Salum, que tinha

por profissão a guarda das vestiduras. A Bíblia informa que a profetisa Hulda morava

na segunda parte da cidade de Jerusalém, e que as altas autoridades de Judá iam

consultar a serva de Deus para pedir orientações espirituais.

9. Na época do nascimento de Jesus quem era profetisa?

R.: “E estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já

avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua virgindade.

E era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a

Deus em jejuns e orações, de noite e de dia”. Lucas 2:36-37

Na época em que Jesus nasceu, Deus havia levantado uma mulher como

profetisa, cujo nome era Ana. A Bíblia conta que quando Jesus nasceu essa profetisa já

era avançada em idade, com mais de noventa e um anos, uma vez que viveu com o

marido por sete anos e já estava viúva há quase oitenta e quatro anos.

Essa santa mulher de Deus não se afastava do templo sagrado e servia a Deus

continuamente (de noite e de dia) através de jejuns e de orações.

10. Na época da igreja apostólica quem eram profetisas?

R.: “E no dia seguinte, partindo dali Paulo, e nós que com ele estávamos, chegamos

a Cesaréia: e, entrando em casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete,

ficamos com ele. E tinha este quatro filhas donzelas, que profetizavam”. Atos 21:8-9

Na época da formação da Igreja Cristã, Deus havia chamado quatro mulheres

para serem profetisas. Todas essas quatro mulheres eram donzelas e filhas de Filipe,

um dos sete diáconos eleitos para servir a Igreja que estava nascendo.

Portanto, podemos verificar que no decorrer da história do Seu povo, Deus

rompeu as barreiras dos preconceitos machistas e chamou mulheres para exercerem o

dom profético.

DOM DE PROFECIA MODERNO

11. Quais são as duas características da Igreja?

R.: “E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao resto da sua semente,

os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus Cristo”.

Apocalipse 12:17

Nas profecias do Apocalipse a palavra “dragão” simboliza “Satanás”

(Apocalipse 12:9), e a palavra “mulher” simboliza “Igreja” (II Coríntios 11:2). Desse

modo fica claro que satanás irou-se contra a Igreja de Deus e foi fazer guerra contra o

remanescente fiel dessa Igreja.

As Escrituras Sagradas apresentam duas características básicas que

possibilitam identificar quem são aqueles que fazem parte da verdadeira Igreja de

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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Deus, e a quem Satanás foi fazer guerra. Essas duas características são as seguintes: (1)

A guarda dos mandamentos de Deus. (2) O testemunho de Jesus Cristo.

“Os mandamentos de Deus” representam o decálogo, conforme estão expressos

na Santa Palavra de Deus em duas tábuas de pedra. Mas, e “o Testemunho de Jesus

Cristo”, o que representa? Vamos deixar que a própria Bíblia dê a resposta a essa

pergunta.

12. O que é o testemunho de Jesus?

R.: “E eu lancei-me a seus pés para o adorar; mas ele disse-me: Olha não faças tal;

sou teu conservo, e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus: adora a Deus;

porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia”. Apocalipse 19:10

O Apóstolo João era um fiel servo de Deus que recebeu o dom de profecia e

escreveu o livro do Apocalipse. Ele tinha o que é chamado de “Testemunho de Jesus”,

e apresentou uma interpretação autêntica contextual desse termo dizendo que o

“Testemunho de Jesus é o Espírito de profecia”.

Portanto, fica claro que a verdadeira Igreja de Deus possui duas características

fundamentais que a distingue de qualquer outra denominação religiosa. A verdadeira

Igreja de Deus guarda integralmente os “Mandamentos de Deus” e possui o dom do

“Espírito de Profecia”.

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Estudos Bíblicos Avançados

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ELLEN GOULD WHITE

A MENSAGEIRA DO SENHOR

(1827 – 1915)

Por ter preenchido todos requisitos bíblicos que caracterizam um verdadeiro

profeta, a Igreja Adventista do Sétimo Dia crê que Ellen Gould White recebeu de

Deus, a partir de dezembro de 1844, o “dom do espírito de profecia”. Essa mulher,

muito embora frágil, doentia e tivesse um mínimo de educação, foi na maior parte de

sua vida uma prolifera escritora, ativa conferencista, dedicada conselheira e uma das

principais colunas da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Atualmente, dos escritores

norte-americanos, é mais traduzida, e a terceira da história da literatura mundial. Seu

livrinho “Caminho a Cristo”, best-seller mundial, está disponível em mais de 135

línguas. É o livro mais traduzido depois da Bíblia.

Ellen Gould White situa-se na fronteira da grande transformação dos

movimentos religiosos que ocorreram no século XIX, que acabou por culminar no

surgimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Religiosa consumada, com um elevado grau de discernimento espiritual sobre a

vida cristã, Ellen foi a primeira a conceituar precisamente e em pormenores o caráter

do grande conflito entre o bem e o mal, que mais tarde desenvolveu na série Conflito

dos Séculos; o grande número de suas realizações lhe garante um lugar proeminente na

história da religião, da educação e da temperança.

Nascida em Gorham, Maine, Estados Unidos, em 26 de novembro de 1827,

Ellen Gould Harmon cresceu numa família bem situada financeiramente, num

ambiente socialmente rico. Seu pai Robert F. Harmon (1786-1866) era fazendeiro. Sua

mãe Eunice Gould Harmon (1787-1863) foi professora primária antes de se casar, e

teve oito filhos, dos quais os últimos foram Ellen e sua irmã gêmea Elizabeth.

Quando Ellen contava nove anos de idade foi gravemente ferida no nariz por

uma pedrada, atirada por uma colega de escola. Devido a esse acidente, que quase lhe

custou a vida, permaneceu inconsciente durante três semanas. E, pelo resto da vida,

sua saúde ficou irremediavelmente debilitada, e nunca mais esteve em condições de

retornar às aulas, posto que as letras dos livros se confundiam e seus olhos ficavam

turvos.

Com a idade de doze anos se converteu ao cristianismo e foi batizada por um

pastor da Igreja Episcopal Metodista. Dois anos depois, Ellen e vários membros de sua

família assistiram a algumas reuniões mileritas em Portland e aceitaram plenamente a

mensagem do breve advento de Jesus; por este motivo foram excluídos da comunhão

da Igreja Metodista.

Aos dezessete anos de idade, numa manhã de dezembro de 1844, quando

participava de um culto de oração teve sua primeira visão, na qual presenciou a viagem

dos justos à cidade de Deus. Relatou sua visão aos crentes de Portland que a

reconheceram como revelação divina.

Durante o ano de 1845, Ellen fez uma série de viagens para o Maine, New

Hampshire e Massachusetts para testemunhar às igrejas acerca das visões que vinha

recebendo. Quando esteve em Orrington, Maine, travou conhecimento com o pregador

Tiago White com quem contraiu núpcias em 30 de agosto de 1846, advindo desse

relacionamento o nascimento de quatro filhos do sexo masculino, dois dos quais

morreram antes de chegarem à idade adulta. Com o casamento, que durou trinta e

cinco anos, Ellen Gould Harmon passou a usar o nome Ellen G. White. Seu esposo,

Tiago White consagrou toda sua vida à causa de Deus. Foi reconhecidamente pioneiro

e líder da Igreja Adventista por vinte anos, fundou e fortaleceu igrejas, organizou a

obra de publicação, trouxe à luz a tipografia, o colégio e o sanatório de Battle Creek.

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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Durante anos chegou a trabalhar de quinze a dezoito horas por dia. Em agosto de 1881

o pastor Tiago White veio a falecer.

Em 1846 Tiago e Ellen estudaram minuciosamente um panfleto de quarenta e

oito páginas produzido e divulgado pelo pastor José Bates, intitulado: “O Descanso do

Sétimo Dia”, em conseqüência passaram a observar e ensinar que o sábado é o dia do

Senhor. Em 07 de abril de 1847, Ellen teve uma visão na qual lhe foi mostrado a Lei

de Deus com uma auréola de luz resplandecendo sobre o quarto mandamento.

Milhares de pessoas tiveram a oportunidade de observar Ellen White em visão,

e muitas puderam comprovar a veracidade das visões. Quando em visão, Ellen White

apresentava os mesmos fenômenos físicos que ocorriam com muito dos profetas

descritos na Bíblia.

Em março de 1858 teve uma de suas visões mais importante. Era referente ao

tema do “grande conflito entre Cristo e Satanás”. Outra visão igualmente importante

foi recebida em junho de 1863, e tratava-se da reforma de saúde. Devido a tal visão a

Igreja Adventista do Sétimo Dia passou a dar especial atenção e defender a reforma de

saúde. Durante toda sua vida, recebeu no total cerca de 2000 sonhos e visões,

abrangendo revelações sobre todos os aspectos dos ensinos bíblicos, testemunhos

pessoais e direcionamentos sobre a obra.

Juntamente com seu esposo, Ellen White fez extensas viagens pelos Estados

Unidos, visitando, pregando e organizando igrejas. Com freqüência teve que lutar

contra vários movimentos fanáticos que se insinuavam por penetrar no grupo dos

adeptos do advento. No outono de 1885 até o verão de 1887 viajou para a Europa, a

serviço da Igreja. Visitou a Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Dinamarca, Noruega e

Suécia. Em 1891 foi solicitada a viajar para a Austrália, onde ajudou a fortalecer e

estabelecer a obra missionária naquele país.

Em várias ocasiões teve oportunidade de pregar para enormes multidões por

ocasião das Assembléias Gerais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e de reuniões

devocionais anuais. Conta-se que a sua voz podia ser ouvida claramente a centenas de

metros de distância. Suas mensagens sempre foram apreciadas e muitas vezes

chegaram a tempo de salvar a Igreja de tomar decisões equivocadas ou cometer graves

erros.

Desde que recebeu sua primeira visão em 1844, esteve sempre ativa e fiel no

serviço da causa de Deus. E, apesar das várias atividades que realizava, encontrou

tempo para escrever copiosamente. Calcula-se que escreveu cerca de 100.000 páginas

manuscritas. E que até o presente momento, delas foram extraídos e publicados 128

livros. Entre os mais populares estão: Caminho a Cristo; Patriarcas e Profetas;

Profetas e Reis; O Desejado de Todas as Nações; Atos dos Apóstolos; O Grande

Conflito; Educação Cristã; Ciência do Bom Viver; Testemunhos para a Igreja.

Nos seus últimos anos de vida residiu em sua casa de Elmshaven, onde se

dedicou a preparar manuscritos para o prelo. Em 13 de fevereiro de 1915 sofreu uma

queda e quebrou o fêmur esquerdo. Esse grave acidente prostrou-a na cama por cinco

meses até o dia de sua morte. Teve sua última visão em 03 de março de 1915. Faleceu

calma e pacificamente em 16 de julho de 1915, quando contava a avançada idade de 87

anos. Foi sepultada ao lado do seu querido esposo no cemitério de Oak Hill em Battle

Creek, Michigan.

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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ESTUDO BÍBLICO 24

PECADO SEM PERDÃO

BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO

1. O que acontecerá com quem blasfemar contra o Espírito Santo?

R.: “Na verdade vos digo que todos os pecados serão perdoados aos filhos dos

homens, e toda a sorte de blasfêmias, com que blasfemarem. Qualquer, porém, que

blasfemar contra o Espírito Santo, nunca obterá perdão, mas será réu do eterno

juízo”. Marcos 3:28-29

Jesus disse que todos os tipos de pecados e blasfêmias cometidas pelos homens

lhes serão perdoados, com exceção da blasfêmia contra o Espírito Santo.

A blasfêmia consiste num agravo, ofensa, insulto ou desprezo dirigido contra a

pessoa do Espírito Santo, a quem os homens devem possuir temor e respeito.

Segundo Jesus Cristo, qualquer pessoa que blasfemar contra o Espírito Santo

nunca alcançará perdão por esse pecado, mas será réu do eterno juízo. Com relação a

esse pecado imperdoável, o apóstolo João também disse que: “Se alguém vir pecar seu

irmão pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem

para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore”. (I João 5:16).

Portanto, por ter cometido o pecado para morte, essa pessoa será réu do eterno juízo;

jamais alcançará o perdão pelos seus pecados, conseqüentemente terá o seu nome

riscado do livro da vida (Apocalipse 3:5), e depois do final do milênio será lançada no

lago de fogo e enxofre, que é a segunda morte (Apocalipse 20:14-15). Esse é o “fogo

eterno” que está preparado para o diabo e seus anjos (Mateus 25:41).

2. De que três coisas o Espírito Santo convence o mundo?

R.: “E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo. Do

pecado, porque não crêem em mim. Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me

vereis mais. E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado”. João 16:8-

11

A blasfêmia contra o Espírito Santo é tão grave porque é Ele quem nos

convence do pecado, da justiça e do juízo. O Espírito Santo é a Terceira Pessoa da

Santíssima Trindade (Mateus 28:19), portanto, membro da divindade. No Plano da

Salvação é obra exclusiva do Espírito Santo levar o pecador a reconhecer a sua

situação de condenado e réu do eterno juízo.

Do pecado. O Espírito Santo nos convence de que somos pecadores e que por

isso necessitamos de um Salvador. Desse modo somos levados a crer em Cristo como

nosso Salvador e Senhor de nossas vidas.

Da justiça. O Espírito Santo nos convence de que a justiça divina caiu sobre

Jesus Cristo na cruz do Calvário, e que somente por Ele podemos passar da condição

de ímpios para justos, posto que somos justificados pela fé em Cristo Jesus. Somente

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

149

por Jesus podemos passar da condição de pessoas condenadas para pessoas salvas pela

graça de Deus.

Do juízo. O Espírito Santo nos convence do juízo final sobre todas as coisas,

uma vez que satanás foi julgado na cruz do Calvário, e em breve os reinos deste

mundo passarão para as mãos de Jesus.

O Espírito Santo realiza um trabalho indispensável, pessoal, e íntimo na

consciência do ser humano. Entre muitas outras atividades é o Espírito Santo quem nos

guia em toda a verdade (João 16:13) implantando em nosso coração o impulso que nos

leva à convicção, conversão, arrependimento e santificação na Palavra de Deus. Nossa

constante oração a Deus deve ser: “Não me lances fora da tua presença, e não retires de

mim o teu Espírito Santo”. (Salmo 51:11).

PASSOS PARA A BLASFÊMIA

3. A quem você não deve entristecer?

R.: “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia

da redenção”. Efésios 4:30

A blasfêmia contra o Espírito Santo não é um pecado que possa se consumar

num único ato ou momento. Para se chegar a cometer o pecado de blasfêmia contra o

Espírito Santo é necessário que o crente deliberadamente venha escalar quatro degraus

progressivos e fundamentais nessa direção.

O primeiro degrau que podemos escalar para dar início ao pecado de blasfêmia

contra o Espírito Santo consiste em entristecê-lo.

Para entristecer a Deus na pessoa do Espírito Santo, basta começarmos a

negligenciar o Seu apelo em nossos corações. Basta começarmos a não dar ouvidos ou

a devida atenção à voz da consciência que diz que tal ato é pecaminoso ou que

devemos seguir por tal caminho. A nossa indiferença e apatia à voz da consciência

desagradam e entristecem o Espírito Santo de Deus.

“E os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por trás de ti dizendo: este é o

caminho, andai nele, quando vos desviardes para a direita ou para a esquerda”. (Isaías

3:21). Portanto, devemos seguir a voz do Espírito Santo tocando a nossa consciência, a

qual é orientada pela Palavra de Deus.

4. O que os homens de dura cerviz podem fazer ao Espírito Santo?

R.: “Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido: vós sempre

resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais”. Atos 7:51

O segundo degrau que podemos escalar em direção ao abismo do pecado

imperdoável consiste em resistir aos apelos do Espírito Santo. Isto quer dizer que,

embora estejamos convictos de que pecamos, resistimos à convicção de que devemos

nos arrepender e pedir perdão a Deus. Resistir ao Espírito Santo significa que, embora

estejamos convictos de que a Bíblia é a Palavra de Deus, resistimos à convicção do

Espírito Santo de que devemos praticar seus sagrados preceitos. Resistir ao Espírito

Santo significa que, embora estejamos convictos de que a Lei de Deus continua em

pleno vigor para todos os cristãos em todas as épocas, resistimos à convicção do

Espírito Santo de que devemos observar os seus sagrados preceitos. Assim

procedendo, estamos dando o segundo passo para cometer o pecado imperdoável.

5. A quem você não deve endurecer o coração?

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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R.: “Portanto, como diz o Espírito Santo, se ouvirdes hoje a sua voz. Não

endureçais os vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no deserto”.

Hebreus 3:7-8

O terceiro degrau que podemos escalar para alcançar o pecado imperdoável,

também chamado de blasfêmia contra o Espírito Santo, consiste em endurecer o nosso

coração. Apesar de ouvirmos em nossa consciência a voz de Deus dizendo para

tomarmos determinada atitude, e seguir o caminho correto da verdade,

deliberadamente rejeitamos para seguir por outro caminho.

O coração atinge o grau de endurecimento após já termos entristecido e

resistido às convicções geradas pelo Espírito Santo. Gradativamente o pecador vai

perdendo a influência do Espírito Santo em sua vida. Cada vez se torna mais difícil de

ouvir o próximo apelo do Espírito Santo.

Endurecer o coração é ter um coração de pedra. É ser duro de cerviz. É ter um

coração impermeável aos apelos do Espírito Santo. O homem que possui o coração

endurecido já não consegue mais sentir firmemente a impressão causada pela presença

do Espírito Santo em sua vida.

6. Quem você não deve extinguir?

R.: “Não extingais o Espírito”. I Tessalonicenses 5:19

Finalmente, depois de entristecermos, resistirmos e endurecermos os nossos

corações ao Espírito Santo, podemos passar para o quarto e último degrau do pecado

imperdoável. Quando escalamos esse último degrau extinguimos definitivamente o

Espírito Santo de nossa vida.

A partir desse momento em diante nossa consciência perde a comunicação com

Deus. A porta da graça se fecha definitivamente para o pecador. Quando atingimos

esse degrau, o Espírito Santo já não consegue mais nos alcançar e convencer-nos do

pecado, da justiça e do juízo. Isto é assim porque Deus respeita o livre arbítrio que

cada ser humano possui.

Todos os seres humanos são dotados com o livre arbítrio e com a capacidade

de raciocinar, sentir e crer. Essas três inteligências em conjunto levam ao pensamento,

reflexão e à decisão. Por isso todos os homens são criaturas racionais e livres para

escolherem o caminho que desejam seguir, todavia são moralmente responsáveis pelas

conseqüências de suas próprias escolhas.

Quando o Espírito Santo de Deus é extinto da vida da pessoa, Sua voz já não

surte mais efeito. O Espírito de Deus já não consegue mais alcançar e impressionar a

mente do homem. O pecador chega a ponto de não conseguir mais sentir qualquer

arrependimento pelos pecados que comete. Ele se torna frio e insensível para com as

coisas sagradas. Não sente mais o prazer e a alegria do Espírito Santo em sua via.

Ao extinguir o Espírito Santo de sua vida, o pecador por si mesmo se exclui da

salvação, pois optou em não querer a vida eterna oferecida por Jesus Cristo. Com essa

atitude a pessoa rejeita definitivamente a influência benéfica do Espírito Santo em sua

vida. Quando atinge este estágio, ela perde toda atração e interesse nas coisas de Deus

e fica totalmente indiferente aos apelos divinos.

Diante dos quatro degraus expostos pela Palavra de Deus vimos que o pecado

imperdoável não ocorre instantaneamente, não é cometido num único ato praticado

pelo pecador, mas são escaladas progressivas: entristecer, resistir, endurecer e

extinguir. Paulatinamente o pecador vai se opondo à benéfica influência do Espírito

Santo em sua vida, ignorando e rejeitando o Seu chamado até o momento em que

ocorre a cauterização de sua consciência, quando então não tem mais a percepção do

chamado de Deus. Portanto, a blasfêmia contra o Espírito Santo é a deliberada e

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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persistência rejeição aos apelos do Espírito Santo à santificação na verdade (João

17:17).

BLASFÊMIA E CONSEQÜÊNCIAS

7. O que será perdoado e o que não será perdoado aos homens?

R.: “Porquanto eu vos digo: Todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas

a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens. E, se qualquer disser

alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado, mas, se alguém falar

contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro”.

Mateus 12:31-32

Conforme os ensinos ministrados por Jesus, todo pecado e blasfêmia serão

perdoados aos homens com exceção da blasfêmia contra o Espírito Santo. Portanto,

qualquer pessoa que fizer agravo contra o Espírito Santo nunca receberá perdão por

esse pecado. Isto porque é o Espírito Santo quem nos convence do pecado, da justiça e

do juízo, e uma vez que Ele é extinto de nossas vidas já não pode mais nos convencer

de nada. “E aconteceu que, como Ele clamou, e eles não ouviram, assim também eles

clamarão, mas eu não ouvirei, diz o Senhor dos Exércitos”. (Zacarias 7:13).

Se você extinguir o Espírito Santo de sua vida, você nunca mais reconhecerá

que é uma pessoa pecadora e perdida, e que necessita da graça de Deus para ser salva.

Na verdade você jamais sentirá convicção, arrependimento ou necessidade de crer num

Salvador. Tampouco se importará com a sua própria salvação. Quem chegar a cometer

o pecado imperdoável será abandonado pelo Senhor à sua própria sorte, e os demônios

se aproveitam dessa situação. Foi exatamente isso que ocorreu com o rei Saul: “E o

espírito do Senhor se retirou de Saul, e o assombrava um espírito mau da parte do

Senhor”. (I Samuel 16:14).

Todavia, se você deseja a salvação oferecida por Cristo Jesus é um sinal claro

de que o Espírito Santo ainda não foi extinto em sua vida, e está atuando em sua

consciência para lhe trazer o arrependimento.

8. Qual é o último estado daquele que comete o pecado imperdoável?

R.: “Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo

conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e

vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro”. II Pedro 2:20

Segundo o apóstolo Pedro aqueles que escaparam das corrupções pecaminosas

do mundo através do “conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo”, ao tornarem

a se envolverem novamente nas corrupções do mundo, este segundo estado decaído é

pior do que o seu primeiro estado. Isto porque no primeiro estado essas pessoas

viviam nas trevas do pecado, todavia sem o conhecimento do Salvador; mas agora no

segundo estado essas pessoas possuem a luz do conhecimento do Salvador, todavia

preferem viver nas trevas do pecado, razão pela qual este segundo estado é pior do que

o primeiro. No primeiro estado viviam em pecado, todavia desconhecendo a luz; no

segundo estado vivem em pecado, todavia com o conhecimento da luz.

Desse texto pode-se claramente inferir que somente cometem o pecado de

blasfêmia contra o Espírito Santo aqueles que chegaram algum dia ao conhecimento de

que Jesus Cristo é Senhor e Salvador.

9. O que seria melhor para aquele que se desvia do caminho de justiça?

R.: “Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que,

conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado. Deste modo

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se dia: O cão voltou ao seu

próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama”. II Pedro 2:21-22

Seria melhor que as pessoas que cometem o pecado de blasfêmia contra o

Espírito Santo nunca houvessem tido o conhecimento do caminho da justiça em Cristo

Jesus, do que conhecendo tal caminho, resolverem retornar para o caminho do pecado.

Mais uma vez fica claro que somente aqueles que conhecem o caminho da

justiça é que podem cometer o pecado imperdoável, ao recusarem deliberadamente a

seguir esse caminho.

10. O que é impossível àqueles que provaram da verdade e recaíram?

R.: “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o

dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo. E provaram a boa

palavra de Deus, e as virtudes do século futuro. E recaíram, sejam outra vez

renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o

Filho de Deus, e o expõem ao vitupério”. Hebreus 6:4-6

A Bíblia diz que é impossível para aqueles que conheceram e provaram da

verdade e tornaram a cair, sejam outra vez renovados para o arrependimento.

Esta impossibilidade ocorre porque o Espírito Santo, ao ser extinto da vida do

crente, já não o convence do pecado, da justiça e do juízo, e desse modo o pecador

caído da graça não consegue alcançar o arrependimento para ter o perdão divino.

A palavra impossível é muito significativa, uma vez que ela estabelece que no

Universo não existe nenhum meio possível para perdoar os pecados daqueles que

blasfemarem contra o Espírito Santo.

Mais uma vez este texto bíblico deixa claro que, somente aquele que conhece a

verdade é que pode cometer o pecado imperdoável, também chamado por blasfêmia

contra o Espírito Santo. Aquele que cometer o pecado de blasfêmia contra o Espírito

Santo terá o seu nome riscado do livro da vida.

11. O que não resta ao que peca voluntariamente?

R.: “Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o

conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados. Mas uma certa

expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários”.

Hebreus 10:26-27

Duas são as condições necessárias para cometermos o pecado de blasfêmia

contra o Espírito Santo: (1) A primeira condição consiste em pecarmos de forma

voluntária. (2) A segunda condição é que tenhamos recebido o pleno conhecimento da

verdade.

Cumprindo esses dois requisitos o Espírito Santo já não consegue nos

convencer do pecado da justiça e do juízo. Com isso não podemos ser renovados para

o arrependimento e não resta mais eficácia no Sacrifício de Cristo pelos nossos

pecados. O que restará no fundo de nossa consciência é a convicção de que perdemos a

única oportunidade de salvação: “passou a sega, findou o verão, e nós não estamos

salvos”. (Jeremias 8:20). Nessas condições somos criaturas perdidas e condenadas ao

juízo eterno. O juízo é o fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos. E no dia do

juízo executivo todos pecadores impenitentes serão lançados no lago de fogo, que é a

segunda morte.

Este versículo mostra claramente que não é Deus quem determina a perdição

eterna das pessoas, mas é o próprio indivíduo empregando o seu livre arbítrio, quem

faz a sua própria escolha, e isto de livre e espontânea vontade. O sacrifício de Cristo

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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não é mais eficaz para aquele que deliberadamente rejeita a benéfica influência do

Espírito Santo em sua vida.

Entretanto, se você ainda sente a convicção por seus pecados; se você ainda

sente o desejo do perdão de Deus; se você ainda deseja ser salvo; se você ainda está

disposto em fazer a vontade de Deus, conforme reveladas nas Santas Escrituras, então

ainda existe esperança para você. Pois este desejo seu é a evidência indicadora de que

o Espírito Santo ainda está trabalhando em seu coração.

CONCLUSÃO

12. O que nunca deve haver em vós?

R.: “Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel,

para se apartar do Deus vivo”. Hebreus 3:12

Você comete o pecado imperdoável quando se recusa terminantemente a

caminhar na luz da Palavra de Deus. Você perderá gradativamente a influência

benéfica do Espírito Santo em sua vida se continuar a persistir na prática do pecado,

transgredindo a Santa Lei de Deus. Você será abandonado pelo Espírito Santo se

continuar a resistir abertamente aos Seus apelos para entregar sua vida a Jesus Cristo.

Se você assim agir, “de quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor

aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do testamento, com que

foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?” (Hebreus 10:29).

Mas se você ainda crê na Palavra de Deus, se você ainda deseja a salvação

oferecida por Jesus Cristo, se você ainda deseja guardar a Santa Lei de Deus é sinal

indicador que você ainda não cometeu o pecado imperdoável.

Diante do grande perigo de cometer o pecado imperdoável que extingue

definitivamente o Espírito Santo da vida do crente, você precisa ser uma pessoa

espiritualmente sóbria. Precisa estar sempre alerta, vigiando contra o pecado para que

nunca venha a ter um coração que seja mau e infiel a ponto de se apartar do Deus vivo

e de Sua benéfica influência.

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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ESTUDO BÍBLICO 25

BATISMO

A NATUREZA HOSTIL A DEUS

1. Quantos justos há?

R.: “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que

entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente

se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só”. Romanos 3:10-12

Segundo os ensinos das Escrituras Sagradas não existe sobre a face da Terra

nenhum ser humano que seja justo, “nem um sequer”. “Quem poderá dizer: Purifiquei

o meu coração, limpo estou de meu pecado?” (Provérbios 20:9). Deixados por si

mesmos, ninguém tem qualquer interesse em buscar a comunhão de Deus. Pois o

homem se encontra numa rebelião deliberada e consciente contra o seu Criador. Sua

natureza carnal é totalmente contrária aos princípios da natureza espiritual revelada por

Deus em Sua Santa Palavra. “Portanto, os que estão na carne não podem agradar a

Deus”. (Romanos 8:8).

Com o pecado de nossos primeiros pais – Adão e Eva – todos se extraviaram e

se tornaram inúteis para os propósitos elevados e santos que Deus tinha planejado para

o homem. De forma que em seu estado decaído da graça não há uma única pessoa justa

que pratique o bem, ou que de livre e espontânea vontade busque a presença Deus de

todo coração. Todas as suas obras estão poluídas e corrompidas pelo egoísmo e

pecado. “O Senhor conhece os pensamentos do homem, que são vaidade”. (Salmos

94:11).

2. O que é impossível ao pecador?

R.: “Pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Nesse caso

também vós podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal”. Jeremias 13:23

Assim como o etíope não possui o poder para mudar a cor de sua pele parda,

assim também o pecador não possui o poder para fazer o bem, pois nasceu propenso

para praticar o mal. “Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu

minha mãe”. (Salmos 51:5).

Assim como o leopardo não possui a virtude para modificar as manchas de sua

pele, assim também o pecador não possui a virtude necessária para ser justo, pois

nasceu com uma natureza ímpia. “Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados

desde que nasceram, proferindo mentiras”. (Salmos 58:3).

Segundo a mensagem divina, se fosse possível o etíope pelo seu próprio poder

mudar a cor de sua pele, ou se fosse possível o leopardo pelo seu próprio querer mudar

as suas manchas, então também seria possível o injusto se tornar justo pelo seu próprio

querer e poder. Mas isso é um absurdo, posto que é impossível ocorrer essas mudanças

simplesmente pelo querer dos respectivos interessados. Portanto, ninguém pode ser

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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justo por si mesmo. “Como pois seria justo o homem perante Deus, e como seria puro

aquele que nasce da mulher?” (Jó 25:4).

3. Diante de Deus como são nossas justiças?

R.: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da

imundícia; e todos nós caímos como a folha, e as nossas culpas como um vento nos

arrebatam”. Isaías 64:6

O profeta Isaías vai ainda mais longe quando diz que diante dos olhos de Deus

todas as nossas justiças são como trapo da imundícia. E o que é um trapo imundo? É

um pedaço de pano encardido, esfarrapado, sujo e mal cheiroso que serve para limpar

coisas repugnantes e imundas, tais como escarros, vômitos, fezes e coisas semelhantes.

Assim são comparadas as justiças dos homens diante de Deus.

O homem pode no exterior aparentar um comportamento justo e correto,

todavia sua natureza carnal hostil a Deus, e sua inclinação para o mal demonstram

claramente que seu coração não é justo, mas encontra-se corrompido pelo pecado.

Todas as suas supostas boas obras são produtos da imundícia. Todas estão poluídas

pelo pecado, pelo egoísmo, pelo interesse privado do indivíduo e cheia de segundas

intenções. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita

à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser”. (Romanos 8:7). Devido a natureza

decaída do homem o salmista clamou a Deus: “E não entres em juízo com o teu servo,

porque à tua vista não se achará justo nenhum vivente”. (Salmo 143:2).

NOVO NASCIMENTO

4. Quem não pode ver o reino de Deus?

R.: “Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que

não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. João 3:3

Para que o homem possa se tornar justo diante de Deus é necessário que ele

venha a nascer de novo, caso contrário não poderá enxergar o reino de Deus.

Conseqüentemente, não poderá enxergar o caminho que conduz à vida eterna. O “reino

de Deus” que Jesus mencionou se trata do “reino de graça”, o qual foi instituído desde

a fundação do mundo pela fé no Messias (II Timóteo 1:9).

Mas o que é nascer de novo? Com certeza “nascer de novo” não se refere ao

nascimento natural, pois se o homem pudesse nascer novamente de pais humanos, ele

continuaria com a mesma natureza carnal dotada da inclinação para o mal. Observe o

que a Bíblia fala sobre essa questão: “Ora o homem natural não compreende as coisas

do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas

se discernem espiritualmente”. (I Coríntios 2:14).

Verdade é que Jesus estava se referindo a um nascimento espiritual do coração,

que resulta numa nova vida. Veja o que Ele disse: “O que é nascido da carne é carne, e

o que é nascido do Espírito é espírito”. (João 3:6). Somente aqueles que possuem uma

nova vida é que podem ver e apreciar os dons espirituais do reino de Deus. “Porque os

que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o

espírito para as coisas do espírito”. (Romanos 8:5). O novo nascimento não é uma

emoção, mas uma transformação que ocorre no interior do coração e da mente daquele

que crê em Jesus Cristo.

5. Quem não pode entrar no reino de Deus?

R.: “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade, te digo que aquele que não nascer

da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus”. João 3:5

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Estudos Bíblicos Avançados

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Continuando a desenvolver o tema sobre o novo nascimento, Jesus diz que para

poder entrar no reino de Deus é preciso que o homem venha a nascer da água e do

Espírito. O nascer da água simboliza o batismo nas águas, e o nascer o Espírito

significa aceitar a influência benéfica do Espírito Santo conduzindo o homem pelos

caminhos da fé na Palavra de Deus e na obediência das leis divinas.

Esse nascimento espiritual está além das possibilidades do homem em realizá-

lo. O nascer do Espírito é uma operação invisível aos olhos humanos, mas que Deus

concretiza plenamente na vida do pecador arrependido. Portanto, o novo nascimento

não é obra do esforço humano, mas é uma transformação espiritual realizada

exclusivamente pelo Espírito Santo no coração daquele que crê, qualificando-o para

entrar no reino da graça. Essa é a promessa de Deus para aquele que nascer de novo:

“E vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o

coração de pedra da vossa carne, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de

vós o meu espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e

os observeis”. (Ezequiel 36:26-27).

6. Com o que Jesus comparou aquele que é nascido do Espírito?

R.: “O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem

para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito”. João 3:8

O homem pode até mesmo ter um procedimento exterior correto, todavia é

totalmente incapaz de modificar a natureza e as intenções de seu próprio coração. O

novo nascimento está completamente além da capacidade de qualquer ser humano em

realizá-lo. Para que o homem possa nascer de novo é necessário que um poder

sobrenatural do alto venha a atuar em sua consciência ativando sua mente espiritual.

Jesus ilustrou a influência do Espírito Santo na vida do homem como a rajada

de vento que assopra. Podemos ouvir e ver os efeitos que o vento produz, tais como:

ruído do seu assobio, o balançar dos galhos das árvores, o levantar da poeira, e outros

efeitos semelhantes. Todavia, com os nossos órgãos sensoriais não podemos enxergar

o vento, bem como não sabemos precisar com segurança de onde ele vem e nem para

onde ele vai. Assim também é a obra do Espírito Santo na vida do homem. Quando o

Espírito Santo passa por sua vida, nós não O enxergamos, mas podemos ver a

mudança que ele provoca na vida daquela pessoa, que passa a ter um outro estilo de

vida, de maligna para bondosa, de ímpia para justa. Mas isso somente ocorre por

influência do Espírito Santo. O homem por si mesmo é incapaz de realizar tal mudança

de coração. “Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar,

segundo a sua boa vontade”. (Filipenses 2:13).

NASCIMENTO DA ÁGUA (Batismo)

7. O que lava aquele que nasce da água?

R.: “E, agora por que te deténs? Levanta-te e batiza-te e lava os teus pecados,

invocando o nome do Senhor”. Atos 22:16

Sabemos que para o homem nascer de novo ele precisa nascer da água. E, nas

Sagradas Escrituras, o nascimento da água representa o santo batismo. Portanto, para

nascer de novo e entrar no reino de Deus é preciso que o pecador arrependido se

batize. E aquele que se batiza lava no sangue do Cordeiro todos os seus pecados.

O batismo é o primeiro ato de obediência, justiça e fé praticada pelo pecador

arrependido, e aceitável a Deus. No momento em que o homem toma a sua decisão e

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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se batiza, tem início o novo nascimento. Seu nome é imediatamente escrito no livro da

vida. E nesse momento há alegria no céu por um pecador que se arrepende.

O nascimento do Espírito e do batismo são condições indispensáveis para uma

pessoa poder entrar no reino de Deus. “Aquele que não nascer da água e do Espírito,

não pode entrar no reino de Deus”. (João 3:5). Separado do nascimento do Espírito, o

batismo não passa de um ritual exterior sem nenhum valor; apenas um banho numa

piscina, e nada mais.

8. O que o batismo simboliza?

R.: “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos

batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na

morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, assim

andemos nós também em novidade de vida”. Romanos 6:3-4

O batismo simboliza a morte e o sepultamento do velho homem com os seus

vícios e pecados, também simboliza a ressurreição de um novo homem perdoado e

justificado pelo sangue de Jesus Cristo. “Sepultados com ele no batismo, nele também

ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos”. (Colossenses

2:12). Aquele que nascer de novo passa a andar em novidade de vida. “Assim que, se

alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se

fez novo”. (II Coríntios 5:17).

Assim, quando o ministro do Evangelho mergulha o homem nas águas isso

simboliza que o velho homem morreu e foi sepultado. E quando o homem é levantado

das águas isto simboliza que ele ressuscitou dos mortos, mas agora como um novo

homem que anda em novidade de vida e que se compraz com as coisas divinas.

“Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde

Cristo está assentado à destra de Deus”. (Colossenses 2:4).

FORMA DO BATISMO

9. Onde Jesus foi batizado?

R.: “E aconteceu naqueles dias que Jesus, tendo ido de Nazaré, da Galiléia, foi

batizado por João, no Jordão. E, logo que saiu da água, viu os céus abertos, e o

Espírito, que como pomba descia sobre ele. E ouviu-se uma voz dos céus, que dizia:

Tu és meu Filho amado em quem me comprazo”. Marcos 1:9-11

A Bíblia Sagrada diz que Jesus foi batizado por João Batista no rio Jordão. Ela

também informa que Jesus saiu da água do rio Jordão. Ora, se saiu é porque entrou na

água. Isto é muito significativo, uma vez que prova que João não aspergiu algumas

gotas de água sobre a cabeça de Jesus, posto que para isso não haveria necessidade de

Jesus entrar no rio Jordão e molhar toda a sua vestimenta.

Além dessa evidência, a palavra grega “baptizo” usada para designar o

batismo, significa etimologicamente imergir, mergulhar. Jamais quer dizer aspergir

ou derramar água sobre alguém (afusão). A Bíblia Sagrada ensina somente uma forma

de batismo: “Um só Senhor, uma só fé, um só batismo”. (Efésios 4:5).

Se o batismo não fosse por imersão, não haveria necessidade de Jesus ser

batizado num local onde houvesse muitas águas, bastaria simplesmente uma caneca

com água. Ainda mais! Paulo afirma que os que são “batizados” são “sepultados” com

Cristo na morte (Romanos 6:4). Pois a morte requer o sepultamento. Como o batismo

simboliza o “sepultamento” do velho homem, torna-se claro que a aspersão ou afusão

jamais caracterizam perfeitamente o sepultamento de alguém, pois ninguém é

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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sepultado com um punhado de terra jogado sobre o seu corpo. Somente a imersão do

corpo inteiro do batizando é que de fato simboliza o sepultamento do velho homem.

10. No batismo do eunuco, quantas pessoas desceram à água?

R.: “E, indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e disse o eunuco:

Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? E disse Filipe: É lícito, se crês de

todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo e o Filho de Deus.

E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o

batizou. E, quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e não o

viu mais o eunuco; e, jubiloso, continuou o seu caminho”. Atos 8:36-39

Esta outra passagem bíblica novamente apresenta evidências de que o batismo

bíblico é por imersão e não por aspersão ou afusão.

Observe que o eunuco tomou a decisão para ser batizado. Mas a condição para

que o ministro conscienciosamente possa batizar alguém é verificar que o interessado

tenha nascido do Espírito Santo crendo de todo o seu coração. “Todo aquele que crê

que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também

ama ao que dele é nascido”. (I João 5:1).

Note que após os votos batismais ambos desceram à água, quando então Filipe

batizou o eunuco. Atente para o fato de que ambos saíram da água, porque entraram na

água. Mais uma vez a evidência bíblica mostra que o batismo correto é por imersão,

pois é o único que preenche os requisitos bíblicos.

As Sagradas Escrituras dizem que após o batismo o eunuco saiu jubiloso pelo

seu caminho. Assim ocorre com todos aquele que nasce da água, pois se torna um

novo homem que agora anda em novidade de vida. “Sendo de novo gerados, não de

semente corruptível, mas da incorruptível, palavra de Deus, viva, e que permanece

para sempre”. (I Pedro 1:23).

CONCLUSÃO

11. Quem mandou batizar? Em nome de quem os crentes deveriam ser batizados?

R.: “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É me dado todo o poder no céu e na

terra. Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do

Filho, e do Espírito Santo”. Mateus 28:18-19

A Bíblia ensina que quem mandou as pessoas serem batizadas foi o próprio

Senhor Jesus Cristo. E que as pessoas deveriam ser “ensinadas” e “batizadas” em

nome da trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.

É interessante observar que quando Jesus Cristo foi batizado a trindade

também estava presente: O Pai se manifestando dos altos céus com o brado: “Este é

meu filho amado em quem me comprazo”. O Espírito Santo descendo na forma

corpórea de uma pomba. E o Filho sendo batizado nas águas do rio Jordão por João

Batista (Mateus 4:16-17).

12. Além de crer, qual é a outra condição para ser salvo?

R.: “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”.

Marcos 16:16

Neste versículo Jesus Cristo afirma que a salvação da pessoa para a vida eterna

está condicionada a dois atos distintos: “crer” e ser “batizada”. O ato de crer resulta em

nascer do Espírito Santo e o ato de ser batizado resulta em nascer da água.

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Segundo Jesus, todo aquele que não crer será condenado. Todos que nasceram

do Espírito precisam decidir-se pelo batismo, caso contrário não entrarão no reino de

Deus. “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo”.

(Gálatas 3:27).

Refletindo um pouco mais profundamente sobre esse versículo podemos

concluir que não é correto batizar criancinhas, uma vez que elas não possuem

faculdades intelectuais suficientemente desenvolvidas para poder “crer”. Pois para crer

é preciso compreender e para compreender e preciso conhecer e para conhecer é

preciso ser ensinada. Portanto, uma criancinha não nasceu de novo, pois não nasceu do

Espírito. Logo o batismo com que muitos foram batizados, sendo ainda crianças, não

possui nenhum valor bíblico, por três motivos: (1) Primeiro porque não preenche o

requisito fundamental da Bíblia Sagrada: crer. Pois aquele que se batiza deve ter plena

consciência de suas responsabilidades e deveres para com o seu Deus. (2) Segundo

porque o batismo bíblico por imersão difere radicalmente do batismo por aspersão com

que todos os bebês costumam serem batizados. (3) Terceiro porque a Bíblia Sagrada

nunca ensinou nada a respeito de batismo de criancinhas, mas sempre ensinou o

batismo de homens e mulheres formados. Observe: “como cressem em Filipe, que lhes

pregava acerca do reino de Deus, e do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto

homens como mulheres”. (Atos 8:12).

O apelo de Jesus para você é o seguinte: “Necessário vos é nascer de novo”.

(João 3:7). Se você quiser entrar no reino de Deus deverá seguir o exemplo de Jesus no

batismo. Se você estiver sentindo convicção pelo seu pecado e deseja o perdão

oferecido por Deus em Cristo Jesus, então você deverá ser batizado, conforme

prescrição das Santas Escrituras. Se você ainda não foi batizado por imersão, mas crê

em todas as verdades ensinadas por Jesus, então “por que te deténs? Levanta-te e

batiza-te e lava os teus pecados, invocando o nome do Senhor”. (Atos 22:16).

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ESTUDO BÍBLICO 26

GRANDE COMISSÃO

NECESSIDADE DE OBREIROS

1. O que disse Jesus sobre a seara e sobre os ceifeiros?

R.: “E, vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam

desgarrados e errantes, como ovelhas que não têm pastor. Então disse aos seus

discípulos: a seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai pois ao

Senhor da seara que mande ceifeiros para a sua seara”. Mateus 9:36-38

Numa ocasião Jesus demonstrou um sentimento de grande compaixão por certa

multidão. A compaixão que Ele sentiu nasceu do fato de que as pessoas que

constituíam aquela multidão andavam desgarradas e errantes. Jesus comparou aquelas

pessoas como ovelhas que não têm um pastor para conduzi-las pelo caminho correto.

Ao observar a multidão desorientada Jesus reconheceu que a seara realmente é

muito grande, e que poucos são os ceifeiros dispostos a trabalhar na seara do Senhor. E

assim tem sido de geração em geração, em todas as épocas. Grandes multidões estão se

perdendo por falta de obreiros fiéis que estejam dispostos a trabalhar na seara do

Senhor. As multidões estão seguindo obreiros fraudulentos, falsas filosofias, falsos

sistemas religiosos, doutrinas de demônios; tudo porque não há ceifeiros suficientes

trabalhando na seara do Senhor.

Diante da gravidade da situação Jesus aconselha aos poucos ceifeiros para que

roguem ao Senhor da seara para que mande mais ceifeiros para trabalharem em Sua

seara. E você pode ser um desses ceifeiros que Jesus deseja ver trabalhando na seara

do Senhor. Não quer você participar dessa grande obra trabalhando para Jesus em Sua

seara?

TESTEMUNHO PESSOAL

2. O que você deve resplandecer diante dos homens?

R.: “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um

monte. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas

boas obras e glorifiquem a vosso Pai; que está nos céus”. Mateus 5:14 e 16

Jesus disse que você é a luz do mundo. Sem você o mundo está em trevas

absoluta. Sem você o mundo desconhece a inspiração divina da Bíblia Sagrada, a

salvação unicamente pela graça, a obediência à Lei de Deus.

Da mesma forma como não se pode esconder uma cidade edificada sobre um

monte assim também não se pode esconder a luz que emana do cristão verdadeiro e

autêntico.

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A ordem de Jesus é para que você faça resplandecer a sua luz diante dos

homens. A luz que você possui é o conhecimento, a fé, a convicção e a prática das

verdades emanadas da Palavra de Deus. Em harmonia com essa ordem de Jesus, disse

São Francisco de Assis: “Pregue o evangelho sempre; se necessário use palavras”.

Jesus deseja que os homens que estão vivendo nas trevas do mundo enxerguem

a luz que o cristão possui. Luz que brilha através das obras que os crentes realizam

diante dos homens, para que estes ao verem essas obras possam glorificar ao Pai que

está nos céus. Ao verem as obras dos crentes em Jesus, os homens glorificarão ao Pai

tornando-se também discípulos de Jesus. Mas para que isso ocorra é necessário que

você faça resplandecer a sua luz diante de todas as pessoas, porque Deus “quer que

todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade”. (I Timóteo 2:4).

3. Como cristão o que você deve anunciar?

R.: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo

adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a

sua maravilhosa luz”. I Pedro 2:9

Divinamente inspirado, o Apóstolo Pedro afirmou que os seguidores de Jesus

constituem “a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa o povo adquirido”. Mas

tudo isso com um propósito bem definido: para anunciar as virtudes daquele que os

chamou das trevas para Sua maravilhosa luz. E foi Jesus quem nos chamou das trevas

em que encontrávamos para o conhecimento de Sua maravilhosa luz.

Desse modo o cristão possui o sagrado encargo de anunciar as virtudes de Jesus

para aqueles que ainda estão vivendo nas trevas deste mundo. “Cada um administre

aos outros o dom como o recebeu como bons despenseiros da multiforme graça de

Deus”. (I Pedro 4:10). Vários são os dons que o cristão pode empregar para anunciar as

virtudes de Jesus, a saber: distribuindo literatura, folhetos, ensinando, pregando,

cantando, contribuindo financeiramente, escrevendo e ajudando com qualquer outro

dom natural ou espiritual que possua. Tenha sempre no coração o louvor: “Cantai ao

Senhor em toda a terra; anunciai de dia em dia a sua salvação. Contai entre as nações a

sua glória, entre todos os povos as suas maravilhas”. (I Crônicas 16:23-24).

4. Como você deve responder aos que pedirem a razão da tua esperança?

R.: “Antes santificai a Cristo, como Senhor, em vossos corações; e estai sempre

preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão

da esperança que há em vós”. I Pedro 3:15

Antes de fazer qualquer coisa em favor da causa de Deus, o crente deve

santificar a Cristo em seu coração, não apenas como Salvador, mas também como

Senhor de sua vida. Observe o testemunho deixado pelo salmista: “Mas para mim,

bom é aproximar-me de Deus; pus a minha confiança no Senhor Deus, para anunciar

toda as tuas obras”. (Salmo 73:28). Portanto, para poder anunciar as obras de Deus

àqueles que estão em trevas é preciso que o cristão se aproxime e confie inteiramente

em Deus para realizar essa tarefa.

Santificar a Cristo como Senhor, implica em ter comunhão todos os dias com

Jesus, significa reconhecer que Jesus é quem ordena e quem comanda a sua vida. Mas

para que isso ocorra é necessário que o cristão venha a refletir, absorver e praticar os

ensinos ministrados por Jesus Cristo. Somente desse modo o cristão será santificado na

verdade e crescerá “na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus

Cristo”. (II Pedro 3:18).

Feito isso o cristão deve estar sempre preparado para responder com mansidão

e temor a qualquer pessoa interessada em saber a razão da esperança que habita em seu

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coração “porque para Deus somos o bom cheiro de Cristo, nos que se salvam e nos que

se perdem”. (II Coríntios 2:15).

É importante ressaltar que o cristão deve dar a razão de sua fé ao mundo com

um espírito de mansidão e de temor, nunca em disputas, debates ou discussões, pois

esse tipo de atitude cria aborrecimentos, inimizades, perseguições e não refletem o

caráter que o cristão deve possuir. Portanto, o cristão não deve agir por força nem por

violência, mas pelo Espírito do Senhor dos Exércitos. (Zacarias 4:6).

5. O que Jesus disse a alguém que desejava acompanhá-lo?

R.: “Jesus, porém, não lho permitiu, mas disse-lhe: Vai para tua casa, para os teus,

e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez e como teve misericórdia de ti”.

Marcos 5:19

Em certa ocasião Jesus libertou um homem do poder dos demônios. Cheio de

gratidão esse homem desejava ardentemente seguir a Jesus. Mas Jesus não o permitiu.

Mas deu a esse homem uma missão muito importante. Ele deveria voltar para sua casa,

para os seus parentes, para os seus vizinhos, para os seus amigos e anunciar as coisas

maravilhosas que o Senhor fez com ele, e como o Senhor teve misericórdia dele

libertando-o do poder das forças das trevas.

Na verdade, Jesus mandou o homem dar um testemunho pessoal para os seus

conhecidos. O testemunho pessoal consiste em contar aos nossos parentes e amigos as

grandes coisas que Deus tem feito por nós, pois contra fatos não há argumento.

Basicamente o testemunho pessoal pode ser dividido em três passos: (1)

primeiramente devo contar aos meus conhecidos como era a minha vida antes de

conhecer a Jesus. (2) O segundo passo consiste em dizer aos meus conhecidos em que

circunstância eu conheci a Jesus. (3) O terceiro passo consiste em contar a todos meus

conhecidos o que Jesus fez e faz por mim.

Todos cristãos podem dar esses três passos, pois todos que são

verdadeiramente convertidos a Cristo possuem esse testemunho.

ESTUDO BÍBLICO

6. Ao ensinar, o que deve ser feito para que lendo, se entenda?

R.: “E leram no livro, na lei de Deus: declarando, e explicando o sentido, faziam

que, lendo, se entendesse”. Neemias 8:8

Além de dar um testemunho pessoal, o cristão também pode dar estudos

bíblicos, onde as doutrinas são apresentadas de forma lógica, progressiva e sistemática.

O estudo bíblico tem-se mostrado um excelente método para ensino e

compreensão da Bíblia Sagrada. Como disse o salmista: “A exposição das tuas

palavras dá luz, dá entendimento aos símplices”. (Salmo 119:130).

Dar um estudo bíblico é bem simples, basta seguir os passos apresentados por

Neemias. (1) O primeiro passo consiste em abrir o Santo Livro de Deus. (2) O segundo

passo consiste em ler o texto bíblico juntamente com o interessado. (3) O terceiro

passo consiste em interpretar o texto, explicando o seu sentido, para que o interessado

lendo possa compreender o seu conteúdo e alcance. A interpretação deve constituir-se

numa paráfrase do texto bíblico, analisado em função do tema estudado.

7. O que você precisa manejar bem?

R.: “Procura apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se

envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”. II Timóteo 2:15

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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A vontade de Deus é que todo obreiro que trabalha em Sua seara se apresente

aprovado, não tendo nada do que se envergonhar e que também saiba manejar bem a

Palavra de Deus com o objetivo de ganhar almas para o reino de Deus, pois “o fruto do

justo é árvore de vida, e o que ganha almas sábio é”. (Provérbios 11:30).

Portanto, para estar perfeitamente apto para trabalhar na seara do Senhor o

obreiro deverá viver uma vida santa e irrepreensível para que não tenha nada do que se

envergonhar diante dos homens, e que também conheça bem as Escrituras Sagradas

para poder bem manejá-las diante dos interessados. Finalmente, “em tudo te dá por

exemplo de boas obras; na doutrina mostra incorrupção, gravidade, sinceridade.

Linguagem sã e irrepreensível para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum

mal que dizer de nós”. (Tito 2:7-8). Assim procedendo, o servo do Senhor poderá dizer

como o salmista: “Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores

a ti se converterão”. (Salmo 51:13).

8. O que não convém ao servo do Senhor?

R.: “E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim ser manso para com

todos, apto para ensinar, sofredor”. II Timóteo 2:24

É bom que fique bem claro, que ao servo do Senhor não convém entrar em

contendas, disputas, discussões ou coisas semelhantes com ninguém, mas deve ser

sempre prudente para não prejudicar de nenhuma forma a obra de Deus. Pois,

conforme disse o Senhor da seara: “Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos;

portanto se de prudentes como as serpentes e símplices como as pombas”. (Mateus

10:16).

O obreiro que trabalha na seara do Senhor deve ser manso, gentil, respeitoso e

humilde para com todos indistintamente. Também deve estar apto para ensinar as

grandes verdades bíblicas. E finalmente saber ser um sofredor, pois o adversário “anda

em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar”. (I Pedro 5:8).

O servo do Senhor deve sempre ter em mente as confortadoras palavras de

Jesus: “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo,

disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é

grande o vosso galardão nos céus: porque assim perseguiram os profetas que foram

antes de vós”. (Mateus 5:11-12).

9. Como o obreiro deve instruir os que resistem?

R.: “Instruindo com mansidão, os que resistem, a ver se porventura Deus lhes dará

arrependimento para conhecerem a verdade. E tornarem a despertar, desprendendo-

se dos laços do diabo, em que à vontade dele estão presos”. II Timóteo 2:25-26

O servo do Senhor deve procurar instruir aqueles que resistem à Palavra de

Deus, manifestando sempre um espírito de mansidão. Isso porque Deus poderá dar a

essa pessoa o arrependimento necessário para que ela possa enxergar o caminho da

verdade.

Ao conhecerem a verdade elas se despertarão e de desprenderão dos laços do

diabo, em que à vontade dele estão presas. Com isso fica claro, que as pessoas

despertam das trevas unicamente devido à luz advinda da Palavra de Deus.

Por esse versículo fica evidente que as pessoas que resistem à verdade, o fazem

porque estão presas nos laços do diabo e sujeitas à vontade do diabo. Todos que estão

vivendo nas trevas necessitam de um obreiro que lhe transmita a luz do Evangelho

“para lhe abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a

Deus: a fim de que recebam a remissão dos pecados, e sorte entre os santificados pela

fé em mim”. (Atos 26:18). É somente através do arrependimento concedido por Deus é

que as pessoas podem alcançar o entendimento da verdade.

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CONCLUSÃO

10. Que Deus perguntou? Qual deve ser a sua resposta a Deus?

R.: “Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir

por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim”. Isaías 6:8

A Santíssima Trindade nos chama para trabalhar na seara do Senhor. A sua

pergunta ecoa no decorrer dos séculos pelo mundo clamando: “a quem enviarei, e

quem há de ir por nós?” E a exemplo do profeta Isaías, que atendeu ao chamado de

Deus, também devemos dizer: “eis-me aqui, envia-me a mim”.

Não quer você também responder ao chamado de Deus dizendo: “eis-me aqui,

envia-me a mim”. Que o Senhor te abençoe abundantemente por sua decisão! “Mas

esforçai-vos, e não desfaleçam as vossas mãos; porque a vossa obra tem uma

recompensa”. (II Crônicas 15:7).

11. Onde o Evangelho será pregado?

R.: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo em testemunho a

todas as gentes, e então virá o fim”. Mateus 24:14

Jesus disse que o fim de todas as coisas virá quando o Evangelho tiver sido

pregado em todo o mundo em testemunho a todas as gentes. E disso Jesus deu certeza

a todos, dizendo que o Evangelho será pregado em todo o mundo. Isto implica dizer

que será pregado em todas nações, tribos, línguas e povos. Com isso o Evangelho

alcançará todas as classes sociais: ricos, poderosos, pobres, elevados e humildes.

Não existe poder sobre a face da Terra que possa impedir que o Evangelho seja

pregado em todo o mundo “porque o homem não prevalecerá pela força”.(I Samuel

2:10).

Há vinte séculos Jesus deu a um grupo de pessoas a certeza absoluta de que o

Evangelho será pregado em todo o mundo. Essas palavras de Jesus nunca morreram,

pois o Evangelho continua avançando e cada vez mais envolvendo o mundo inteiro. E

você poderá participar dessa grande obra envolvendo-se na pregação do Evangelho

para as pessoas que vivem ao seu redor. E quando o fim de todas as coisas chegar você

sentirá satisfeito e recompensado por ter participado dessa grande missão de pregar o

Evangelho no mundo. “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre as

nações; serei exaltado sobre a terra”. (Salmo 46:10).

A pregação do Evangelho alcançará a todo o mundo. “Porque a terra se encherá

do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar”. (Habacuque

2:14). Jesus Cristo não disse que o mundo inteiro se converterá, mas disse que o

Evangelho será pregado em todo o mundo em testemunho a todas as gentes e então

virá o fim. Portanto, a obra do cristão se resume simplesmente em pregar o Evangelho,

já a conversão dos pecadores ao Evangelho é obra exclusiva do Espírito Santo.

12. A quem os cristãos devem ensinar?

R.: “Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do

Filho, e do Espírito Santo. Ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho

mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.

Amém”. Mateus 28:19-20

Antes de ser arrebatado aos céus, Jesus deixou para Sua Igreja uma grande

comissão. A comissão de ir e ensinar todas as nações, bem como batizar todos aqueles

que crerem no Evangelho. Conforme a comissão deixada por Jesus, todas as nações

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deverão ser ensinadas e instruídas a guardarem todas as coisas que Ele tem mandado

em Sua Santa Palavra.

A grande comissão ainda ecoa através dos séculos aos ouvidos dos membros da

Igreja de Deus. Todos nós somos exortados a sair para trabalhar na seara do Senhor,

para persuadir e apelar aos corações dos homens para que observem a Palavra de Deus.

Você precisa anunciar o Evangelho em todas as circunstâncias, pois “quem observa o

vento, nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará”. (Eclesiastes 11:4).

Nessa grande obra de evangelização do mundo, o cristão não está sozinho. Mas

recebeu a plena certeza de que Jesus estará sempre presente, pois o próprio Senhor

declarou antes de ascender aos céus: “eis que eu estou convosco todos os dias, até a

consumação dos séculos. Amém”. (Mateus 28:20).

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LEANDRO BERTOLDO

Estudos Bíblicos Avançados

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