Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT
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7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT
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MONOGRAFIA
1290000630
:l'
E
. _ ~
TCC UNJCAMP V83e
ESTUDO ECONMICO AMBIENTAL
DO
CULTIVO
DA
SOJA
EM SISTEMA MONOCULTOR NO ESTADO DO MATO
GROSSO
AUTOR: ADELE VITA
ORIENTADOR: Prof Dr ADEMAR R ROMEIRO
BANCA: Prof
OS
MARIA J SILVEIRA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
INSTITUTO DE ECONOMIA
NOVEMBRO
1993
TCC UNICAMP
V83e
IE 630
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ESTUDO ECONMICO
AMBIENTAL
DO CULTIVO DA SOJA
EM
SISTEMA
MONOCULTOR
NO
ESTADO
DO MATO
GROSSO
NDICE
INTRODUO
Objetivos do Estudo
Justificativa
Problemas
Hipteses.
CAPITULO 1:
CARACTERIZAO
DA SOJA
EM
TERMOS PRODUTIVOS E COMERCIAS
1 1 Panorama Internacional da Produo ... pgina 3
1
2
As
Exportaes Mundiais pgina 7
1 3
As
Importaes Mundiais pgina 9
1
4 O Esmagamento Mundial. ... pgina 1
O
1
5 O Farelo de Soja ... pgina
11
1
6 O leo de Soja . pgina 14
1
7 O Consumo Mundial. ... pgina 16
1
8 A F armao do
Preo da
Soja ... 17
1
9 A
Anlise
dos Preos Internacionais pgina 19
1.10 A Produo e Comercializao da Soja no Brasil ... pgina 21
CAPITULO 11: A
SOJA
NO ESTADO DE
MATO
GROSSO.
2
1 Localizao geogrfica ... pgina 26
2 2 Populao .... pgina 26
2
3 Ocupao do Territrio pgina 26.
2 4 Recursos Naturais ... pgina 35
2 4 1 Geologia ... pgina 35
2 4 2
Hidrografia ... pgina 35
2 4
3 Clima ... pgina 36
2 4 4
Vegetao .... pgina 37
2
4
5 Os
Principais Solos do Estado pgina 39
2
5
Transportes ... pgina 42
2 6 Economia ... pgina 43
2 7 Caracterizao da agricultura no Estado de Mato Grosso pgina 44
2 7.1 Caractersticas produtivas dos Agricultores .... pgina 46
2 7.2 A Soja no Mato Grosso ... pgina 49
2
7 3 As reas de maior concentrao da produo .... pgina 50
2
7 4 O uso de Agrotxicos ... pgina
55
2
8 O uso e Manejo Agrcola dos Cerrados ..pgina 59
2 9
Concluses sobre a situao do meio ambiente e dos recursos naturais ... pgina 65
-
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CAPITULO III: ANLISE ECONMICA FINANCEIRA DO CULTIVO
DA
SOJA NO ESTADO
DE MATO GROSSO.
3.
1
A escolha dos municpios ....pgina 70
3. 2 Caracterizao sumaria dos municpios .... pgina 70
3. 3
Os
principais
efeitos de impacto ambiental
observados ... pgina
75
3. 4
Anlise
econmica
financeira das
diferentes alternativas para a produo
da soja
... pgina 81
3. 4. 1
Consideraes
gerais ....pgina
81
3. 4.
2
Metodologia ... pgina
82
3. 4.
3
Hiptese e dados
de
clculo ...pgina 83
3. 4.
4 Os beneficios ... pgina 84
3. 4.
5 Os
resultados .... pgina 85
3. 4. 6 A
anlise
de sensibilidade da relao
beneficio
custo
...pgina
86
4 CONCLUSES ... pgina 94
5 BIBLIOGRAFIA.
6ANEXOS.
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AGRADECIMENTOS
O
presente
trabalho envolveu-me
em
diferentes reas de conhecimento com
as
quais eu
no
tinha at ento,
muita familiaridade. Com
isso
algumas
pessoas foram decisivas
nas minhas
reflexes, ajudando
me
a
compreender um pouco melhor parte
da
realidade
em
que vivemos.
Agradeo s pessoas que de
uma
forma ou de outra, contriburam para o andamento da pesquisa.
Ao Prof. Dr.
Adernar R Romeiro,
meu
orientador que com
seu
estimulo e ateno
foi
o primeiro a
me
introduzir
na
problemtica
muito debatida hoje do meio-ambiente.
Ao prof. Jos F.
J.
Maria da Silveira pelas discusses sempre pertinentes e principalmente pela compreenso
sobre os conflitos .
Ao Francesco Vita, que com seu estimulo e entusiasmo lanou-me ao tema dessa monografia dando-me
condies de desenvolver um trabalho serio e gratificante.
a mesma maneira agradeo Dr. Celso Castro Filho e o Prof. Daniel Villani pelos debates e sobre tudo pela
amizade.
Ao Camilo, pelo carinho, bom humor e pela fora.
A todos aqueles que no posso agradecer aqui sem correr o risco de escrever mais um capitulo, mas nem por
isso esquecidos.
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os meus queridos pais Francesco e Piera
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Mono rafia
INTRODUO
Os vrios problemas causados pelo modelo de modernizao agrcola que foi implantado no pas no
incio dos anos sessenta voltado fundamentalmente para exportao sobre uma base de agricultura
monocultural e predatria concentrada nas mas de uma oligarquia levaram a
um
alto grau
de
misria e
heterogeneidade na distribuio de renda
Atualmente h uma preocupao cada vez mais forte com relao aos problemas ambientais causados
pelos impactos da produo industrial pelo uso e abuso de prticas agrcolas inadequadas que a cada ano
segundo estudos feitos causam a perda de milhes de toneladas de solo frtil os quais a natureza demora
quatro sculos para recuperar e
um
volume no quantificvel de gua contaminada pela qumica dos adubos e
pesticidas.
Este problema pode ter um caracter ainda mais negativo considerando-se que dentro de cinqenta
anos a populao
da
Terra ser duas vezes maior do que atual.
No Brasil j existem fenmenos de eroso de solos associados
em
algumas casos perda de
produo principahnente no caso da soja cultivada
em
sistema de monocultura. Considerando tambm
ausncia de polticas adequadas e a variedade de estgios de conhecimento agrcola e de aplicao das tcnicas
possvel dizer que se est colaborando para perpetuar prticas danosas ao ciclo da produo e da
conservao da sade ambiental afetando a terra as guas e as proprias plantaes.
Foram estas situaes que motivaram a anlise da tecnologia da produo de SOJa em todos os
aspectos relacionados com as caractersticas agronmico-produtivas financeiro-econmicas comerciais e
ambientais para chegar a uma avaliao completa do atual modelo de produo e do impacto do mesmo no
meio ambiente.
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Mono rafia
Para este fim foi escolhido o Estado de Mato Grosso como estudo
de
caso, dado que este
com suas
caractersticas
ambientais
reas
de
florestas e cerrados atingidas diretamente pela expanso do cultivo, a
Bacia
do
Pantanal
afetada indiretamente
pelos
efeitos poluidores
dos
defensivos
qumicos
e fertilizantes)
parece reunir
todas
as variveis
necessrias para estudar os efeitos econmicos e
ambientais
decorrentes da
introduo
do
cultivo
monocultor de
soja.
O objetivo do trabalho estudar
os
beneficios financeiro-econmicos e os efeitos do impacto
ambiental
gerado
pelo
tecnologia de produo
da soja no sistema
de monocultura,
visando
compar-los
com
os
resultados
de
outras tecnologias alternativas
de
produo
que
ofeream
uma
rentabilidade equivalente,
porem
com
uma
maior
sustentabilidade ambiental.
So
duas as
hipteses
bsicas
utilizadas
no desenvolvimento
do
trabalho:
1)
A tecnologia tradicional da produo da soja sistema monocultor) no
leva
em considerao os problemas
de
sustentabilidade ambiental.
2)
possvel
substituir este
sistema
por
uma
tecnologia alternativa agrcola ecolgica
mais
adequada e
igualmente rentvel.
A metodologia usada neste estudo teve duas perspectivas complementares, possibilitando
um
melhor
entendimento
do
problema.
Uma anlise de
dados secundrios atravs
de uma
bibliografia que inclu obras necessrias
identificao
da
forma
de implantao
dessa
cultura no Mato Grosso, de
seus
aspectos gerais relativos ao
problema
da
degradao
ambiental
devido
agricultura e leitura
de
textos atuais
que
apontam emergncia
de
novas
tecnologias alternativas
da
produo.
Finalmente,
foram efetuadas entrevistas
com alguns dos
produtores do Mato Grosso para entender as
causas do atraso na implantao de processos de conservao do solo.
2
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Monografia
l.UMA CARACTERIZAO DA SOJA EM TERMOS PRODUTIVOS E COMERCIAIS.
1. 1.
UM PANORAMA
INTERNACIONAL
DA
PRODUO
Atualmente, a soja considerada a mais importante oleaginosa do mundo.
A produo mundial entre o ano 1980 e o ano 1994 registrou um crescimento total de 3 5 , com uma
taxa mdia anual de 2,0
.
Mantida esta taxa de crescimento, segundo o Centro Nacional de Pesquisa de Soja
a produo mundial prevista pelo ano 2003 dever alcanar 145 milhes
de
toneladas. Esta previso supe
que a poltica macroeconmica dos principais pases produtores e exportadores de soja permanecer
inalterada, bem como a distribuio de renda e que no haver mudanas tecnolgicas revolucionarias que
poderiam afetar o padro de produo nem novos substitutos proticos (Ver Tabela no.l ).
Tabela no. I : Produo Mundial da Soja e Tendncia. (milhes de toneladas)
.
E ~ ~ . . ~
... ~ ~ ~ ~ .
79/ 80 93.72 83,64
80/
81
80.94
85
,
73
8
82
86.
12
87,82
82/ 83
93
,
57
89,
91
83/ 84 83,16 92,00
84/ 85 93,14 94,10
85
/ 86 97.05 96,19
86/ 87 98,08 98,28
87/ 88 103,76 100,37
88/ 89 95,65 102,46
89/ 90 107,37 104 ,55
90/ 91 104 ,
16
106 ,65
91192 107.13 108,74
92/ 93 ll6.72 110,
83
9
3/
94
11
3.
61
112
,92
Cresc.t
ot
35,0
Cresc.a.a.
2,0
0
/o
Fonte: llSDA do
ln
fom1e Econmico CNPSo.
(v.I, no.
l .
j un
199
3
milhes de
toneladas
Grafico no. 1
191
8 1 81/ 82/ 83/ 841 85/ 86/ 87/ 88/ 89/ 90/ 911 92/ 93/
80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90
91
92 93 94
anos
~ r o d u o
- Tend.
3
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Mono
rafia
Atualmente, a soja considerada a mais importante oleaginosa do mundo, ocupando o primeiro lugar
no ranking mundial de produo dos principais oleaginosas (soja, algodo, amendoim, girassol, colza, linho,
copra e palma). Em 1994 a produo foi de 113,61 milhes de toneladas equivalente a uma participao de
50,8 no total da produo de oleaginosas. A explicao para este alto coeficiente est principalmente em
suas caractersticas de oleaginosa de alto contedo protico, permitindo mltiplas utilizaes e a formao de
um complexo industrial destinado ao seu processamento.
O crescimento, bem como, as flutuaes da produo refletem principalmente a economia dos pases
industrializados e especialmente daqueles que o Banco Mundial chama de renda mdia alta, que recentemente
vem apresentando um alto incremento no consumo de farelo e leo de soja.
Dentro do panorama mundial, o principal produtor e concorrente do Brasil so os Estado Unidos.
Neste pas a safra de 1979/80 ultrapassou as 60 milhes de toneladas, regredindo em seguida nos
ltimos quinze anos O31 a.a. para estabilizar -se ao redor de milhes de toneladas em 1994.
Esta estabilizao da produo explica-se pela poltica agrcola de subsidio que, segundo uma anlise
da ODE (Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento), transferiu cerca de 88,8 bilhes de dlares
para o setor, com objetivo de limitar a produo. Subsdios estes que devero ser reduzidos aps a Rodada do
Uruguai do Gatt (Acordo Geral de Tarifas e Comrcio). Segundo as previses para o ano de 1995, a
produo de soja nos Estados Unidos deveria atingir um recorde de 69,6 milhes de toneladas, representando
um aumento de 37 , devido em parte expanso da rea cultivada (8 ), mas tambm ao incremento da
produtividade (acrscimo estimado de cerca 28 ).
Outro competidor do Brasil que merece destaque seja na produo seja na comercializao mundial da
soja a Argentina, apresentando nos ltimos trs anos uma safra mdia de 11,45 milhes de toneladas.
Considerando o perodo entre o 1980 e 1994 a produo da Argentina cresceu
9,24
ao ano_ Porm
4
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ono rafia
existem dificuldades para obter aumentos significativos da produo por que Argentina um pas tradicional
exportador de produtos agrcolas, os quais so dificil de substitui-los pela soja, devido ao risco de perder
mercados importantes para esses produtos.
Outro fator que pode ser acrescentado
a falta de disponibilidade
de
fronteira agrcola na regio
pampeana, responsvel por
94
da produo da Argentina e
de
importantes vantagens comparativas. Isso
dever levar a uma gradual ocupao das reas marginais com problemas climticos e de fertilidade do solos.
A participao do Paraguai na produo mundial muito pequena, apenas
de 1 5 ,
apresentando nos
ltimos trs anos (perodo
de
1992 a 1994) uma mdia de 1,6 milhes de toneladas com uma taxa mdia anual
de
crescimento
de
38,5
.
Esta quantidade no ameaa o Brasil e pouco provvel que a produo deste pas
cresa a ponto de torn-lo um competidor.
Alm
disso, para conseguir uma expanso significativa deveria
investir em reas menos povoadas
ao
Norte e Noroeste do pas, ou substituir as culturas de milho, nas regies
do Sul e Sudeste e incorporar reas de pastagens na produo
de
soja.
A produo da CEE (Comunidade Econmica Europia ) e da China, tambm no representam
um
perigo para o Brasil.
A CEE nos ltimos trs anos
do
periodo (1992, 1993 1994), teve uma produo mdia de 1 24
milhes de toneladas com um decrscimo anual mdio de
52
(aproximadamente em 0.78 milhes de
toneladas), com uma participao mdia na produo mundial mdia de soja nestes trs anos equivalente a
cerca 1 1
.
A China para este mesmo intervalo de tempo considerado apresenta uma produo mdia de 11,00
milhes
de
toneladas com um crescimento mdio anual
de
33,9
, mas
isso no
ameaador para o Brasil
porque este pas no tem uma tradio no mercado internacional, posto que a sua produo est voltada
principalmente para o mercado interno.
5
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Mono rafia
Finalmente para concluir este quadro sobre a produo mundial, sero fornecidos dados sobre o
BrasiL
Este pas tem uma participao na produo mundial estimada por volta de 20 %, apresentando nos
ltimos trs anos
1992, 1993, 1994,
uma produo mdia de
22
milhes de toneladas com uma taxa de
crescimento mdio anual para o periodo 1980-1994 de 26,4%. A quota de participao do pas na produo
mundial poderia ser aumentada incorporando
as
imensas regies agricultveis especialmente no Cerrado,
mas
existem fatores externos que podem reduzir os resultados positivos obtidos pelos agricultores dentro da
propriedade. (Tabela no.2 e 3)
Tabela no.
2:
Custos de produo da :soja no Paran, Rondonpoli:s e Argentina.
Itens de custos
Insumos
Maquinas e implem.
Mo-de-obra
CUsto financeiro
Depreciao
Seguro
Impost s/ terra
Custo total
Custo mdio
saca)
Paran
2,2
tolha
US
132,66
63,00
30,31
22,12
60,00
14,00
2,75
324,84
8,85
Argentina
2,5 tulha
us
107,55
55,45
42,97
36,00
38,57
34,10
5,49
320,00
7,67
Rondonpoli:s
2,7 tulha
US
142,81
170,83*
22,12
14,00
2,10
351,86
7.81
Fonte: Tab ela construda a par tir de dados do DERAU PR, IPARDES/ PR, e Area de Economia do CNPSo.
Inclu custo com mo-de-obra e depreciao.
Tabela no.
3:
Custos FOB e
incidncia
tributria na exportao de soja no Brasil,
Argentina
e Estados Unidos.
Item
Preo
FOB Porto
Despesas
porturias
Frete interno
Impostos
Despesas gerais
Preo
Produtor
Rondonpolis
MT)
240,00
4,98
40,00
27,80
168,02
PRODUTOR
Argentina
240,00
11,72
17,40
12,62
198,26
Pretria USA)
240,00
2,20
6,60
13,25
217,95
F
te:
Dados
de Pretria
e
parte dos dados para
R011donpolis reti rados
de Homem de
Mello-
Jul/90.
Os dados da Argentina so oriundos do lpardes- 1992.
Como monstra a Tabela no.2 comparando a situao da produo do Brasil e da Argentina, observa-
se, que a melhor posio com relao ao custo mdio da produo
obtida pelo produtor argentino, com US
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Mono
rafia
7,67 por saca. Acrescentando a anlise do custo de comercializao, da Tabela no.3, pode ser ainda
observada a perda da competitividade dos produtores brasileiros fora da lavoura, provocada por:
(i) uma despesa porturia para os produtores brasileiros de 126 % mais cara com relao aos
produtores americanos;
(ii) uma despesa com frete interno no Brasil de 129 tambm maior que o produtor argentino e chega
ser 506 % maior que o do produtor americano;
iii)
pagos de impostos, do produtor brasileiro de 120,3
a
mais ao produtor argentino e
2680 em
relao aos americanos
.
A perda de lucro que o produtor brasileiro sofre chama ateno para a evidncia da necessidade de se
estabelecer
um
programa de aplicaes de recursos no setor, com o objetivo final de conseguir melhoras na
infra-estrutura, especialmente transporte, tecnologia, crdito de custeio e investimentos na produo. Somente
assim, pode ser eliminada esta perda de competitividade dos produtores brasileiros.
1. 2. AS
EXPORTAES
MUNDIAIS.
As
exportaes mundiais tiveram ao longo do perodo de 1980-1994, uma tendncia positiva,
apresentando uma taxa de crescimento mdio anual de
O 1
.
Pode-se inclusive estabelecer uma relao direta
entre
um
aumento da produo da soja e o aumento da exportao mundial. Somente nos anos
de
1983 e
1985 esta relao no foi respeitada, existindo uma reduo das exportaes mundiais e tendo havido
um
aumento da produo mundial. Provavelmente, isso pode ser explicado por meio de uma reduo ocorrida nas
exportaes dos Estados Unidos (0,651 mil toneladas no ano 1983 e 3,94
mil
toneladas 1985) e Argentina
(0,813 mil toneladas no ano 1983 e 0,30 para o ano de 1985) que no compensada pelo aumento das
exportaes brasileiras (0,074 1983 e 0,015 1985). Pode ser ainda registrado que a maior queda das
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Monografia
exportaes mundiais no perodo ocorreu no ano 1989 com uma diminuio de 6,56 milhes de toneladas.
(Ver Tabela no.4).
Tabela no. 4:
Exportao Mundial. (milhes de toneladas)
Perodo
ExJ2ortao
Tend.
79/80 29,13 27,19
milhes de
Grafico no 2
toneladas
80/81
25,34
27,22
81182
29,32
27,25
35
82/83
28,59 27,29
30
83/84 26,15 27,32
84/85 25,17 27,35
25
85/86 26,07 27,38
20
Exportao
86/87 28,54 27,41
15
Tend
87/ 88 30,10 27,44
10
88/89
23,54 27,48
5
89/90 27,38 27,51
90/91 25,08
27,54
o
91192 28,46 27,57
79
81/
83/
85/
87
89
91/
93/
80 82 84 86 88 90 92
94
92/93 29.48 27,60
anos
93/94 28,84
27.64
Cresc.total
1,6
Cresc. a.a . 0,1
Fonte: USDA, do Informe
Econmico
CNPSo.
(v.I.no.
I.jun
. 1993)
Os fatores que podem explicar esta brusca queda so vrios mas pode s
er
notado que no mesmo ano
ocorreu uma queda das exportaes dos Estados Unidos e da Argentina e uma forte diminuio dos preos de
cerca de 46,95 dlar (por saca).
As exportaes mundiais no ano de 1994 foram estimadas em 28,84 milhes de toneladas
apresentando um decrscimo em relao safra do ano anterior, com uma participao dos Estados Unidos de
16,47 milhes de toneladas (menor em relao ao ano precedente) e com contribuio do Brasil de 5,20
milhes de toneladas e da Argentina 3,40 milhes de toneladas.
Pode-se ainda notar que a participao das exportaes dos EUA corresponde a
57
das exportaes
mundiais e junto com as
da
Amrica do Sul chega a uma quota de cerca
de
91
da
quantidade mundialmente
exportada. A mdia da exportao mundial dos ltimos trs anos (1992, 1993, 1994) foi de 28,97 milhes de
8
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Monografia
toneladas, superior mdia do perodo inteiro registrada com 27,41 milhes de toneladas. Isto provavelmente
porque tanto para nos
EUA
quanto no Brasil ocorreram os maiores incrementos
da
produo e de rendimento
nesses ltimos anos.
1. 3. AS
IMPORTAES
MUNDIAIS.
As
importaes mundiais tiveram, no perodo 1980-1994, uma tendncia positiva apresentando um
crescimento mdio 0,2 . A mdia das importaes nos ltimos trs anos (1992, 1993 e 1994) de 29,30
milhes de toneladas foi superior quela do perodo inteiro com 27,56 milhes
de
toneladas, enquanto que o
aumento recente das importaes se deve a uma maior participao dos
EUA
que, especialmente no ano de
1994, aumentou mais que o dobro em relao ao ano anterior, registrando a quota mais alta de importaes
do perodo. Ao contrrio dos EUA, o Brasil nos ltimos anos deste perodo vem reduzindo a sua quantidade
importada chegando a zerar a quota no ano de 1994 (Ver Tabela no.5).
Tabela
no. 5:
lmportao Mundial.
milhes
de toneladas)
Perodo
Importao Tend.
79/80 27.42
27,01 milhes de
Grafico no 3
80/81
26.44
27,08
toneladas
81/82
29.21 27.15
82/83
28,59 27,22
35
83/84
25,27 27,29
30
84/85
25,54 27,36
25
85/86
27.58
27,42
86/87 29.21
27.49
20
-+-Importao
- Tend.
87/ 88
29,11
27,56
15
88/89
24,30 27,63
10
89/90
26,96
27,70
5
90/91
25.96
27,77
91192
29.01
27,84
o
92/93
30.21
27,91
79/80
82/ 83 85/86 88189
91/92
anos
93/94
28,70
27,98
Cresc.tot.
3,6
Cresc.
a.a .
0,2
Fonte:
USDA, do Infom1e
Econmico CNPSo.
(v. .
no.l,jun. 1993)
9
-
7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT
15/111
Monografia
Ainda no ano de 1994, houve uma reduo da quantidade mundialmente importada. Essa diminuio
reflete as baixas expectativas de importao por parte
da
CEE, sobretudo da Alemanha, Holanda e Itlia, cujas
margens de esmagamento esto excessivamente apertadas.
1 4 O ESMAGAMENTO MUNDIAL.
O esmagamento mundial ao longo do perodo de 1980 a 1994 apresentou uma tendncia de
crescimento com uma taxa mdia de 2,2
.
Os anos nos quais se registra um maior aumento so os ltimos
deste perodo, especialmente desde 1992 a 1994, quando a mdia esmagada foi de 95,52
mi
lhes de toneladas
contra uma mdia de 81,90 para todo o perodo, representando um aumento de 11,66 . O comportamento
dos EUA neste intervalo de tempo quase estacionrio, enquanto que para a Argentina e o Brasil o aumento
permanece contnuo (Ver Tabela no.6).
Tabela no 6: Esmagamento Mundial. milhes de toneladas)
Perodo Esmagamento Tend.
79/80 74.75 68,87
milh
es de
Grafico
no.
4
80/81 71,94 70,77
toneladas
81/82 72.25 72,66
82/83 76,23 74,55
100
83/84
70,89
76,44
90
84/85 73,87 78,34
80
85/86
77,46 80,23
70
86/87
85,46 82,12
60
-- -- Esmagamento
87/ 88 85.16 84.01
50
Tend
88/89 81,50
85,90
40
89/90 87,94 87,80
30
90/91 87,77 89,69
91/92
92.07
91,
68
20
92/93 96,23
93
,47
10
93/94
98.28 95.37
o
Cresc.total 38,50
791 8 81/ 821 83/ 84/ 85/ 86/ 87/ 88/ 89/ 90/ 91/ 921 93/
Cresc. a.a .
2,2
80 81
82 83 84
85 86 87
88
89 90 91 92 93 94
anos
Fonte: USDA, do
Inlom1e
Econmico CNPSo.
(v.l,
no.l,jun.
1993)
lO
-
7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT
16/111
ono rafia
1.5 O
FARELO
DE SOJA.
A oferta mundial do farelo de soja apresenta uma tendncia positiva para o perodo em anlise com
uma taxa de crescimento mdia anual de 2,2
.
Nota-se tambm que existe uma relao direta entre a
produo de soja e do farelo, com a produo de este ltimo tendo acompanhado a queda na produo de soja
registrada em 1980, 1984 e 1989.
A produo mdia do farelo dos ltimos trs anos
foi
de 75,76 milhes de toneladas apresentando no
ltimo ano um aumento de 6,8 , no ano de 1994, sendo que os maiores aumentos foram verificados no
Brasil e sia com 14,7
e 30,2
,
respectivamente a queda principal ocorreu na CEE.
As
exportaes de farelo de soja tambm tiveram uma tendncia positiva aumentando
de
2,8 ,
apresentando uma participao mdia do EUA nos ltimos trs anos de 19
,
o Brasil
30,6
e Argentina
22,8 .
Como pode ser observado neste perodo a mruor participao nas exportaes foi do Brasil e
Argentina.
Outro fato importante
que o crescimento da demanda por farelo de soja derivado da demanda por
carne de aves e suna que tem uma relao positiva com a renda per capita. Assim se os pases em
desenvolvimento e a Europa do Leste aumentarem e distriburem a prpria renda, talvez existiria uma
perspectiva de um aumento mundial de demanda por farelo protico e consequenternente o da soja que o
mais comercializado.
As importaes de farelo tiveram uma tendncia positiva para o perodo considerado apresentando
uma taxa mdia de crescimento de 2, 7 . No houve participao dos
EU
A na importao de farelo nos
primeiros anos do perodo analisado, considerando a prpria quantidade irrelevante. Em seguida ocorre um
aumento a partir do ano de 1989 at o ano de 1994 registrado por volta de 56 . Com relao
ao
Brasil
-
7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT
17/111
Mono
rafia
houve importao de farelo ao longo
do
perodo inteiro. A CEE o pas
que
detm o maior destaque
na
importao
de
farelo de soja,
com
uma participao
no
ano de 1994
de
51,8
,
sendo a maior procura por
parte da Alemanha e da Frana. (Ver Tabela no.?).
2
-
7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT
18/111
Monografia
Tabela no 7
Produo, Exportao, Importao e Consumo Mundial. (milhes de toneladas)
Perodo
Prod. Tend.
Exp.
Tend.
lmp.
Tcnd.
Cons.Mund Tend.
79/80
59A7
5 ~ 7 6
18.99 19.24 17.85
19.58 58.12
54A9
80/81
56.93 56.31 18.84
1 9 9 ~
19,17 20,26 56.73 55.99
81/82
57.25 57.86 20,78 20,65
20.96 2 0 9 ~
57.88 57.49
82/83 60.52
59.40 23.29 21,35
23.18 21.61 59.81
58.99
83/84
55.31
60.95 21.43
22,05
2 2 ~ 1
22.29 55.76 60.48
84/85 58,20 62,49 22,31
22,76 22.85 22,97
59.01
61.98
85/86 61.04 64,04 23,14
23.46 23,95
23,64
61.81 63.48
86/87 67.22 65,58
25,94 24,16 26.63 24.32
67.68 64.98
87/88
76.64
67.13 24.56 24,87 25,31 25,00 67,66
66.48
88/89
64,23
68.67 24,98 25,57 26,36
25.67
66.06 67.98
89/90
70,01 70.22
26,01
26.27 25,56
26.35 68,69 69,48
90/91
69,68
71,77 26,90 26,97
27.05 27.03 70,12 70,98
91/92
73,03
73,31 28,72 27,68 28,31 27,70
73.16 72,48
92/93
76.23 74,86 27.59 28.38 27.01 28,38 75.12 73.98
9 3 / 9 ~ 77.99
76.40 28.95 29.08 28,19 29,06
77.15 75.48
Cresc.tot.
39.50 51,2
4 8 ~
38.50
Cresc.a.a.
2,2
2,8 2,7
2.2
Fonte:
l'SDA.
do Informe Econmico CNPSo
(\.I,
no
.L
jun.
1993)
milhes
Grafico no 5
milhes de
Grafico no 6
e
toneladas
toneladas
80
30
70
25
60
20
50
40
15
30
10
20
5
10
o
o
79/80
82183 85/86
88189
91/92
anos
9 81/ 83/ 85/
8
89/ 91/ 93/
80
82 84 86 88 90 92 94
anos
milhes
rafico
no 8
ilhes
rafico
no 7
de
de
toneladas
toneladas
80
30
70
25
60
20 50
Cons Mund
15
40
Tend
10
30
5
20
10
o
o
9
81/
83/ 86 87/ 89 91/ 93/
9
811 83/
851 8 89
911 931
80 82
84
86
88 90 92 94
anos
anos
80 82 84 86 88
90 92 94
13
-
7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT
19/111
Monografia
Grafico no. 9
milhes
e
toneladas
11
79/ 80
8 / 81
80
1181 / 82
70
C821 83
60
83
/
84
084
/
85
50
85
/
86
40
C86/
87
30
7/ 88
2
1188
/
89
089/ 90
10
EU0
/ 91
o
91 / 92
Prod. Exp. lmp. Cons.Mund.
9
2/ 93
93/94
1. 6. O
LEO
DE
SOJA.
A produo de leo apresenta uma tendncia positiva de crescimento, com uma taxa mdia de 2,3
ao ano. A participao principal na produo dos EUA com uma taxa mdia nos ltimos trs anos de 36,5
, o Brasil tem uma pequena participao na produo do
leo e
nq
uanto o 76 da produo de soja
exportada Pode ser ainda notado que o comportamento da produo do leo apresenta uma tendncia similar
com o comportamento da produo de soja, farelo e esmagam ento
te
ndendo assim, uma taxa de crescimento
parecida. Os principais pases importadores so: CEE com uma participao mundial para os ltimos trs anos
de 14,4 , a ex-URSS 5 e China com 7 que registrou neste perodo um forte crescimento das
importaes.
Ver
Tabela no.8).
4
-
7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT
20/111
Monografia
Tabela
no. 8: Produo, Exportao, Importao Mundial de leo de Soja.
Perodo
Produo Tend.
E x ~ o r t a o
Tend.
79/80 13,24
12,21 3,61 3,43
80/81
12,86
12 ,57 3,34 3,48
81/82
12.73 12.93 3.50 3.53
82/83
13,57
13.29 3.81
3,58
83/
12.77 13.65
3,94 3,63
8 ~ 8 5
13.34 14.01 3.63 3.68
85/86
13.85 1U7 3. 15 3.73
86/87
15.20 14.73 3.90 3.78
87/88 15.24
15,09
3.80 3.83
88/89 14.43
15,45
3.71
3,88
89/90 16,00 15,80 3,94 3,93
90/91 15.95 16,16 3,62 3,98
91/92 16.85 16 ,52
4.14
4.03
92/93 17.17 16.88 4.30 tOS
9 3 9 ~
17.71 17.24 4.34
4.
1-t
Cresc.tot.
4 1.2 20.6
Cresc.a.a. 2.3
1,2
l onte:
USO/\. do
Informe Econmico CNPSo.
(v.l, no I.Jun. 1993)
milhes de
toneladas
18
16
14
12
10
8
6
4
2
o
79/
80
milhes de
toneladas
5
4
3
2
1
o
79/
80
81/
83/
82 84
81/ 83/
82
84
Grafico
no
1O
..... Produo
Tend.
85/ 89/ 91/ 93/
86 88 90 92 94
anos
Grafico
no
12
85/
87/
89/ 91 / 93/
86 88 90 92 94
anos
lm1wrtao Tend. Cons. Mund. Tend.
3, 15
3.27
12,40
11 ,90
3.35 3,33 12.80 12.29
3,42 3,38 12.90 12,67
3.65
3,44 13,20
13 ,06
3.90
3,49
13.00
13.-U
3,51 3,55
13. 10 13.83
3.08 3.60 13.50
1 ~ 2 1
3,79 3,66 14.80
14.59
3,65
3,71
14,99
14.98
3.49
3,77 14,90
15,36
3,97 3,82
15 .95 15 ,75
3,64 3,88
15.90 16,13
3,84 3,93
16.18 16.52
4.17 3.99 17.32
16.90
~ 2 5
18.03 17.29
23,6
~ 5 2
lA
2.5
milhes de
Grafico no.
toneladas
4,5
4
3,5
3
2,5
..... Exportao
2
1,5
1
0 5
o
79/ 81/ 83/ 85/ 87/ 89/ 91/ 93/
80 82 84 86 88 90 92 94
milhes de
toneladas
Grafico no. 13
? ~ ~
16
10
5
o
79/8
0 83/ 84 87/88 91/92
Tend.
anos
. cons . Mund.
Tend.
anos
15
-
7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT
21/111
Monografia
milhes de toneladas
Produo Exportao
1.
7
O CONSUMO MUNDIAL.
Grafico no. 14
Importao Cons. Mund.
79/80
80/81
081/82
fl82/83
83/84
D84/85
.
85/86
0
86/87
.
87/88
. 88/89
089/90
i l 90/91
91/92
92/93
. 93/94
O consumo mundial de farelo
de
soja cresceu com uma taxa mdia anual de 2,2 entre o ano de 1980
at o ano de 1990, ocorrendo neste periodo uma mdia de 64,98 milhes de toneladas. Os principais pases
consumidores so: os EUA, Brasil, Mxico, CEE, ex-URSS (tendo nos ltimos anos um forte decrscimo) e
Japo. Estes mesmos pases so os principais consumidores tambm de leo da soja, cujo consumo no periodo
cresceu
em
mdia 2,5 .( Ver Tabela no.9)
16
-
7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT
22/111
Monoerafia
Tabela no. 9: Consumo Mundial. (milhes de toneladas)
Perodo
79/80
80/81
SI/
82
82/83
83/84
84/85
85/86
86/87
87/
88
88/89
89/90
90/91
91/92
92/93
93/94
Consumo
58.12
56,73
57,88
59,81
55,76
59,01
61,81
67,68
67,66
66,06
68,69
70,12
73. 16
75.12
77,15
Fonte:
USDA
do
Infonne Econmico
CN
PSo .
(v. .
no
I,jun. \993)
80 82 84 86
88 90 92
94
1. 8. A FORMAO DO PREO DA SOJA.
l onsumol
O preo da soja calculado com base no mercado internacional; existem diversas variveis de curto e
longo prazo que o influenciam em suas oscilaes. Algumas delas podem ser: as produes no Brasil,
Argentina e
EUA
que
participam com quase 80%
da
produo mundial), a queda ou aumento nos estoques
de soja americanos, o aumento ou reduo no preo do milho, os aumentos nos nveis de demandas de aves e
sunos especialmente na CEE, o compromisso de financiamento americano nas compras de farelo por parte do
Leste europeu e ultimamente a atuao mais firme dos fundos de "comrnodities".
Existem ainda outras variveis como as decises de polticas macroeconmicas, as decises de Poltica
Agrcola Comum
(P
AC),
da
CEE, Comunidade Econmica Europia, e das negociaes da Rodada do
Uruguai do GATT (Acordo geral de Tarifas). Algumas vezes pode ocorrer que o atraso e a lentido nas
decises e negociaes possam piorar o impacto negativo sobre o andamento do preo.
17
-
7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT
23/111
ono
rafia
Assim, o produtor pode se informar sobre o preo atravs do comportamento das bolsas
de
Chicago
que mostra o andamento das variveis e a prpria influncia no mercado, mas neste momento o produtor
estar apenas tomando conhecimento dos resultados de relaes
j
ocorridas.
Agora ele deve decidir acerca do plantio da safra futura e a comercializao da safra presente. O preo
est determinado pelo mercado e ele deve ser capaz de decidir o melhor num ambiente com alto grau de
incerteza e risco.
Assim o produtor uma vez conhecido o preo do mercado internacional, CIF - Rotterdam que sinaliza
a disposio do mercado comprador frente a oferta do produto, dever ainda ter em considerao dois fatores
para saber quanto ir receber pela sua safra.
Primeiro, os custos de comercializao que iro variar de
23
a 40 , e a variao
do
cambio.
Portanto estar sujeito ao comportamento da taxa de cmbio e interveno do governo. Agora pode
se verificar uma perda de ganho do produtor se o mercado cambial acompanhar uma variao dos preos
internos, mantendo uma moeda valorizada artificialmente em relao ao dlar; como aconteceu pelos
produtores brasileiros no ano de 1993 quando os preos internacionais subiram devido uma demanda de farelo
aquecida e as expectativas de uma reduo de soja americana entre 4 e 13 . O segundo fator que pode
afetar a rentabilidade do produtor as despesas que ele deve enfrentar com o frete. Com ocorrncia de uma
produo concentrada num periodo curto e dependendo quase que inteiramente
do
transporte rodovirio,
pode acontecer que neste perodo o preo aumente sensivelmente. Assim, para evitar uma perda excessiva do
produtor seria mais conveniente que ele evitasse de concentrar as vendas somente num perodo.
Decidir o momento da comercializao uma fase muito delicada para o produtor. Existem diferentes
mtodos, alguns tradicionais como:
- a poltica empresarial de esperar sempre pelo preo mais alto,
-
7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT
24/111
onor fi
- seguir o exemplo do vizinho,
- vender somente para necessidade de dinheiro
Estes mtodos que so adotados pelos produtores so responsveis pelas decises com relao ao
perodo melhor para efetuar a venda.
Assim pode ocorrer que o primeiro deles nem sempre o melhor, apresentando ineficincia quando
pr exemplo
se
est numa economia com preos instveis, taxa
de
juros altas e comportamento errtico
da
poltica
cambiaL
Neste caso, esperar o preo mais alto poderia levar a um fenmeno de iluso monetria.
Com relao ao segundo mtodo, pode-se dizer que deixar-se guiar normalmente pela venda dos
grandes proprietrios para vender logo em seguida pode no ser a melhor estratgia enquanto provavelmente
esta oportunidade de venda serviu somente ao produtor de grande volumes.
Enfim tambm com relao
ltima prtica adotada numa economia na qual os nveis gerais de preo
esto sempre aumentando e lembrando que este efeito ocorre em ritmos diferenciados tambm para cada item
que participa a produo, ( insumos, servios e produto ) vender somente quando precisa-se de dinheiro pode
levar a uma reduo financeira ou operacional e aumento dos custos ou pagamentos de dvidas em condies
desfavorveis.
I 9
A ANLISE DOS PREOS INTERNACIONAIS.
Os produtos do complexo de soja a partir da dcada de 60 comearam a ter mais importncia como
cornmodities no mercado internacional. Neste perodo at os meados da dcada seguinte o principal pas
influenciando dos preos eram os EUA, com 95 do volume comercializado no mundo.
Este quadro comeou a mudar em meados dos anos setenta quando o Brasil chegou a quintuplicar a
sua produo de soja que passou dos 2,077 para 11,277 milhes de toneladas, conseguindo uma taxa de
19
-
7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT
25/111
Monografia
crescimento, jamais observado em nenhuma outra atividade, de
35,45
a. a. A partir deste momento tambm
o Brasil conseguia influenciar o comportamento dos preos internacionais, especialmente com a produo do
farelo de soja onde o 76 do volume era exportado.
Assim, neste perodo registrou-se uma queda constante dos preos concomitante ao aumento da
produo brasileira. A anlise histrica dos preos
da
soja considerando-se as mdias anuais em valores reais
desde o ano de 1980 at 1994 apresentou uma tendncia negativa com uma queda de 1,9
%
ao ano, deve-se
levar em considerao que esse comportamento est
li
gado a variveis mutveis a curto prazo como pr
exemplo a expectativa de frustrao da soja americana em 1993, ocasionado pr fatores climticos e no
controlveis.(Ver Tabela no. lO .
Tabela no.1O: Cotaes Internacionais de Soja em gr(rUS S/ tn-CIF Rotterdam.
Perodo Preos
Tend.
Internac.
Grafico no. 16
79/80
383.17 3
41
.8-l
US. /tn
80 1 3-t9.48 333.
80
81/82 299,42
325,76
400
82/
83
329.72 317.72
350
83
4 323.23 309.67
300
84/85 258.38 301.63
250
85/86 242.20
293,59
200
--+-Preos lnternac.
86/87
249,32 285,55
- Tend.
87/88
337,07 277,50
150
88/89 290.12
269,46
100
89/90
23 1,9 1
261
,42 50
90/91
244. 15
253,37
o
91
/92
238.93
245,33
79
81
/
83
/ 85/
87
/ 89/ 91/ 9
3/
an
os
92/93
255.08
237,29 80 82
8
86 88 90 92
94
93/ 9-l 251.00
229,25
Cresc.tot.
% -32.94
Cresc.a.a. %
-1.90
Fonte: CSDA. do Informe
Econrruco C:-n>So
(v.l. no.2. set.l993)
20
-
7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT
26/111
Mono
rafia
1.10. A PRODUO E COMERCIALIZAO DA SOJA NO BRASIL.
Neste item, procurar-se- caraterizar mais os aspectos da produo de soja neste pas, dando particular
nfase para o total da rea plantada e as quantidades
de
soja produzida no perodo em anlise (1980-1994), os
rendimentos obtidos na produo, explicando enfim a importncia econmica da oleaginosa para o Brasil.
At meados da dcada de sessenta a soja no Brasil no tinha particular relevncia econmica, mas esta
situao se reverteu como vimos no final dos anos sessenta, ocorrendo
um
desenvolvimento extraordinrio da
produo. Assim, pode-se dizer que para a dcada
de
70, com exceo da safra de 1977/78 e 1978/79, devido
a condies climticas adversas, a soja aumentou de I milho e meio para 15 milhes de toneladas (1980),
revertendo a posio dentro das principais culturas do pas (como acar, arroz, algodo, ,caf, laranja, milho
e feijo .
Atravs deste formidvel incremento, o Brasil conseguiu neste periodo aumentar a prpria participao
na produo internacional de 3,6 (1970) para 18,7% (1980). importante destacar que neste perodo o
valor bruto da soja chegou at a participar com um valor de 38,63 do PIB agrcola brasileiro que foi no ano
1974
de
11,29 US bilhes, devido a alta de preos desse ano, mas para os restos dos anos o valor da soja
sempre teve uma participao com valores superiores a 10 . (Ver Tabela
no.
l i )
[
-
7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT
27/111
Monografia
Tabela no. 11: PIB brasileiro, PIB agrcola, Valor bruto da llroduo de soja.
(US
bilhes).
Anos PIB PIB
Tend. Valor bruto Tend. Particip. soja Tend.
Brasileiro
Agrcola da J rOd. no Pffi Agr.
{%}
1980
242.50 24,64
19.33
5,
22
4,21
2U9 21.76
1981
268,78 26.74
2J l5
4.72 4,24
17.65
20.06
1982
274,44 23,47 22,97
3.46
4.28 14,74
18.63
1983
199.42 20.96 24,78 4,33
4,3 1
20,66
17,41
1984
203.92 23.39
26,60
4,52
4,35
19.33 16.35
1985 229.32 2t08 28.42
4,25
4.39 17.65
15.43
1986
257.73 27,47 30,24 3.16 4.42 11.50
14.6
3
1987 305,45 27.38
32,06
3.88
4.
46
14.17
13.91
1988 343.94
31.40 33,88 4,24
4,50
13.50 13,27
1989
506,86
36,61
35.70 5,66
4,53 15,46 12 ,70
1990
469,64
43 ,6
0 37,52
4,66 4,57
10.69
12.18
1991 384,78 38.70 39.34 3.78
4.61
9.77
I1.71
1992
396.71 40.41 41.16
4.58 4.64 11.33 11.28
1993
482.18 47.25 42.97 5,72 4,68
12.11
10,88
Cresc.tot. %
122.35
,24
-100.0
Cresc.a.a. %
5,9
0,7 -5,1
Fonte
dos
Dados
Bsico: FGV .
Os
valores do PIB e PIB agrcola, foram transformados
em
dlar pelo dlar mdio do
ano.
sem considerar o dcflactor implcito do PID. O
valor bruto da produo de soja foi calculado tomando-se a produo total multiplicada pelo preo mdio anual, CIFF-Roterdanm1 da soja
mlhesde
reais
40
30
20
10
o
Grafico no. 17
80
81
82
83
S4
85
86
87
88
89
90
91
92 93
- -PIBAgr.
- Tend.
anos
25
20
15
10
5
o
80 82 84
Existem diferentes fatores que propiciaram esse rpido desenvolvimento:
Grafico no. 8
86 88 90 92
anos
- o aumento real significativo do preo internacional, na dcada de setenta dos produtos primrios,
- -Par t
soja
PIB
Agr
- Tend.
- as condies favorveis do mercado externo comercializao da soja brasileira, que acontece justamente na
entre-saffia norte-americana,
22
-
7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT
28/111
Mono rafia
- a possibilidade
de
cultivo do trigo na mesma rea da soja como cultura de inverno, usando o mesmo capital
fixo o que contribui para baixar os custos
de
produo,
- a facilidade no atendimento dos produtores de soja devida disponibilidade de uma estrutura cooperativista
que era montada anteriormente para atender as necessidades dos produtores de trigo,
- o aumento da capacidade de esmagamento que resultou da necessidade de abastecimento do mercado
interno e da poltica de exportao, incentivando a exportao de produtos industrializados ou semi
industrializados como o farelo de soja, que se tornou a principal fonte de receita do complexo da soja,
- o rpido desenvolvimento da avicultura brasileira que atravs do uso da soja para as raes arumats
possibilitou o aumento da demanda pela oleaginosa,
- a grande reduo, no inicio dos anos setenta da farinha
de
peixe, usada nas raes animais e conseqente
substituio dela pelo farelo de soja,
- o incentivo da poltica brasileira, na dcada
de
setenta,
ao
crescimento da produo,
- a alterao da poltica econmica, em relao s exportaes e taxa de cmbio, a partir do ano 1968,
- o apoio da pesquisa e da assistncia tcnica,
- o pagamento do governo aos produtores de caf para que erradicassem as suas plantaes e as substitussem
por urna cultura de sua escolha, isso levou muitos a substituir o caf pela soja _
A Dcada de oitenta e comeo da Dcada de noventa.
Este perodo a produo da soja que at ento
foi
concentrada na regio Centro-Sul comeou a
expandir-se na Regio Centro Oeste. Assim, o aumento da rea cultivada de soja reflete dois fenmenos: a
incorporao
de
mais reas nas regies do Centro Oeste e do Norte do pas Regio de Expanso) e a
substituio
de
outras culturas na regio Centro Sul Regio Tradicional); ver Tabela no.12
23
-
7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT
29/111
Mono
rafia
Tabela no.l2:
Soja- Brasil. rea, produo e rendimento mdio nas regies tradicional e de expanso.
Regio Tradicional
Regio em
Expanso
Safra
. : ~ ~
.
. V . c . ~ ~
rrI ,Qo ' l
~ ~ ~ , ( t l l i l l a )
.
' a J 1 0 0 0 h ~ )
J > r < > ~ , ( l ' ~ ) R e n ~ , ( t ~ ~ ~ ~ )
1980
7479,4 12955,2
1,73
1294,5 2200,6 1,70
1981
7109,5 12751,7 1,79 1391,6 2255,6 1,62
1982
6601,3
9948.6
1,50
1601,9 2887,4 1,80
1983
6254,3
10955,2
1,75
1882,8 3627,1 1,92
1984
6725,3
10985,9 1,63 2695,0 4554,8 1,69
1985
6752,2
11648,4
1,72 3400,0 6630,0 1,25
1986
5847,0 7285,0 1,24 3324,0 5989,0 1,80
1987 5699,0 10101,0
1,77
3463,0 6860,0 1,98
1988 6513,0
9953,0
1,53
4089,0 8100,0 1,98
1989
7119,0 13171,0
1,85
5136,0 10570,0 2,06
1990 6678,0 12608,0
1,89 4533,0 6977,0 1,54
1991
6061,0 8590,0
1,42
3562,0 6599,0 L85
1992 5365,0
10385,0
1,93
3758,0 8790,0 2,34
1993
5882,0 12355,0
2,10 4700,0 10049,0 2,14
1994 6058,0
12560,9
2,07
5292,0 11907,0 2,25
Fonte: IBGE,
SAFRAS
E MERCADO.
A partir do ano de 1980 se comea a verificar na Regio Tradicional uma tendncia negativa da
produo de soja de 0,6
ao
ano que pennanece at 1992, porm nos ltimos dois anos do perodo em
anlise apresenta-se uma leve tendncia
recuperao.
Concomitantemente a Regio de Expanso sofreu um aumento substancial da sua rea plantada,
principalmente do 1975 que o marco inicial. A partir deste ano apresenta-se uma tendncia positiva com uma
taxa
de
crescimento de 14,46
ao
ano, passando de uma rea de 326,6
mil
hectares 1975) para 5.292
mil
hectares 1994).
Com relao
produo de soja, houve
na
Regio Tradicional uma tendncia a queda desde 1980 at
o ano
de
1992 com uma taxa
de
1,1
ao
ano, mas tambm aqui como
na
rea plantada nos ltimos dois anos
do perodo 1980-1994 ocorre um aumento de
19
1992 para o ano de 1993) continuando a aumentar
tambm no ano
de
1994. Para a produo na Regio de Expanso no mesmo perodo ocorreu um aumento de
24
-
7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT
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Mono
rafia
11,9% ao ano, apresentando uma taxa
de
crescimento bem maior da expanso da rea plantada (9,& ) fator
esse que assinala que o aumento da produtividade nesta regio
foi
considerveL
A anlise do rendimento da produo da soja na Regio Tradicional no perodo 1980-1994
praticamente ficou estagnada apresentando uma variao positiva
de
O
1
ao ano, com os maiores valores
para os ltimos dois anos. Um fator que precisa ser levado em conta que existe entre um ano e outro para o
rendimento uma variabilidade muito grande. Isso significa que existiu uma influncia de fatores no
controlveis para o produtor como por exemplo precipitao pluviomtrica, (supondo a tecnologia constante).
Para a Regio
de
expanso o rendimento apresenta uma tendncia positiva com uma taxa
de
crescimento de 1,9 , tendo uma variabilidade bem menor. Isso demonstra que considerando a tecnologia
constante as variveis no controlveis pelos produtores tiveram menos importncia do que na Regio
Tradicional.
Para concluir a anlise em relao
importncia econmica da agricultura e da soja para o Brasil deve
se dizer que durante a dcada de 80 a participao da agricultura no PIB brasileiro foi ao redor de 1O do
Pffi agrcola com exceo de 1991.
A agricultura em 1993 obteve um PIB de 47,27 bilies de US representando 9,8 do Pffi nacional
de 482,18 bilies de dlares. Neste mesmo ano, o valor da soja de 5,72 bilies de dlares, representando
uma
participao de 1,2 do PIB brasileiro e
de
12, 1O no PIB agrcola, e o valor bruto da produo
de
soja nos EUA
foi
de 49,22 (milhes de toneladas, representando 0,2 do PIB do pas. Isso leva a
considerar o fato
de
que a soja no Brasil tem uma importncia econmica maior do que a soja para os EUA
mesmo sendo o maior produtor.
25
-
7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT
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Mono
rafia
2 O ESTADO DE MATO GROSSO.
2 1
LOCALIZAO GEOGRFICA.
O Estado
de
Mato Grosso, com uma superfcie
de
90 142 070 Km2, localiza-se
no
Centro-Oeste do
Brasil e limita-se
ao
Norte com
os
Estados
de
Amazonas e
de
Para,
ao
Sul com o Estado de Mato Grosso do
Sul, a Leste com os Estados
de
Gois e Tocantins e a Oeste com o Estado
de
Rondnia e com a Bolvia.
2 2
POPULAO.
A populao do Estado
de
Mato Grosso, conforme aos dados divulgados pela Fundao Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE),
do
censo de 1993 de 2 022. 542 habitantes o que evidncia
uma baixa densidade demogrfica comparada com as regies mais desenvolvidas do Brasil, ou seja apenas
2,24 habitantes/Km2.
2.3. OCUPAO DO TERRITRIO.
Uma anlise histrica
Sculo XIX: A explorao do diamante que na primeira metade do sculo XVIII foi proibida pela
Coroa portuguesa por representar perigo em despertar o interesse da Coroa espanhola foi permitida a partir de
1750. Assim, nessa poca, registra-se o surgimento
do
ncleo
de
Rosrio Oeste, situado no caminho entre
Cuiab e as minas
de
Diamantino. Com a decadncia da minerao foi interrompido o processo
de
ocupao
do
territrio onde os ncleos passam por um longo perodo
de
estagnao.
O incio
do
sculo XIX ainda marcado pela explorao aurfera e diamantfera prxima a regio
de
Cuiab que deu origem aos povoados
de
Chapada dos Guimares e Nossa Senhora do Livramento.
26
-
7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT
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Mono
rafia
Paralelamente a isso
d e s e n v o l v i a r n ~ s e
plantaes de
c a n a ~ d e a c a r
para produzir acar e
aguardente
no
solo frtil da vale
do
rio
Cuiab dando suporte para o surgimento dos povoados
de
Santo
Antnio
do
Leverger e Baro
do
Melgao.
Um novo desenvolvimento da regio tem incio com a abertura da navegao pelo rio Paraguai em
1856
inserindo-a
no
contexto nacional e internacional de comercializao interrompido
no
ano 1864
com
a
Guerra
do
Paraguai causando srios problemas
de
abastecimento para o Mato Grosso.
A retomada da navegao
do
rio Paraguai depois da guerra fornece um novo impulso as atividades
econmicas anteriores guerra atravs da instalao de charqueadas na rea
do
Pantanal como pela
diversificao da produo com a extrao da erva mate na parte Sul do Estado a borracha e a poaia ou
ipecacuanha na regio Norte. A explorao da poaia planta de grande propriedades medicinais com venda
garantida no mercado internacional para fabricao
de
remdios permitiu um forte desenvolvimento da
cidade
de Cceres centro comercial e exportador da planta cuja expanso do seu mercado deu origem ao
povoado de Barra
do
Bruges as margens
do rio
Paraguai.
Na secunda metade do sculo XIX teve grande importncia tambm a cidade
de
Corumb centro
importador de matrias primas regionais.
Sculo XX 1900/1950:
A primeira parte
do
sculo
XX
marcada pela descoberta diamantfera na poro Sudeste
do
Estado
dando incio a um intenso processo de povoamento o qual deu origem
as
atuais cidades da Alto Araguaia
Riberozinho Ponte Branca e Araguainha
no
vale
do
Araguaia; Tesouro Guaringa e Alto Garas no vale
do
Garas; Poxoro Dom Aquino e Itiquira no vale
de So
Loureno.
Os novos achados diamantferos na regio
de
Diamantino induzem ao surgimento
de
novos ncleos
populacionais corno
as
cidades
de
Alto Paraguai Nortelndia e Arenaplis incrementando ainda mais o
27
-
7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT
33/111
onor fi
relacionamento com Cuiab e possibilitando asstm o surgimento de outros ncleos entre Diamantino e
Cuiab.
As origens atuais de Rondonpolis General Carneiro Acorizal e Porto Speridio devido
instalao da linha telegrfica levada a cabo pelo Marechal Rondon.
Outra expedio que deixou marcas
no
Estado foi a Expedio Roncador-Xingu promovida pelo
Presidente Getlio Vargas atravs da Fundao Brasil central com a motivao de ocupar e colonizar o
Centro do Pas. O primeiro posto-base da expedio localizado as margens do rio das Mortes deu origem
atual cidade de
ova
Xavantina.
Novas penetraes no Estado se deram atravs da explorao diamantfera
do
rio Araguaia cujo vale
propicio ao desenvolvimento da pecuria favorecendo novos ncleos como So Felix do Araguaia e
Cocalinho. Nesse perodo se intensificou-se outro eixo de penetrao nas regies mineradoras dos Sul de
Gias. Assim neste momento paralelamente explorao diamantfera que dominou o cenrio econmico at
meados do sculo XX eram desenvolvidas atividades agropecurias em torno dos ncleos populacionais para
dar suporte bsico ocupao
j
expandida por toda a regio Centro-Sudeste
do
Estado incluindo Cuiab e
Diamantino. O vale do Cuiab ao sul da mesma cidade viveu da explorao da cana-de-acar.
Novas rotas de penetrao constitudas agora para caminhos terrestres desenvolveram eixos de
circulao de pessoas e mercadorias tanto
no
sentido Leste-Oeste quanto
no
sentido Sul-Norte interligando a
poro do Estado com Diamantino.
Apesar disso o atual estado de Mato Grosso pennaneceu fracamente povoado com exceo
da
regio
de Cuiab.
1950/1970:
Profundas transfonnaes na organizao espacial ocorreram com a construo da Estrada de Ferro
Noroeste do Brasil. Ao mesmo tempo que Cuiab e Corumb perderam a sua importncia no cenrio
8
-
7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT
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Mono
rafia
econmico
do
Estado devido
decadncia navegao fluvial pela bacia platina Campo Grande passa ser o
novo polo regional no sul do Estado como ponto terminal da ferrovia e centro comercializador de gado. Com
o fortalecimento econmico da regio sul
do
Estado surgem os primeiros movimentos separatistas que
culminaram com a criao do Estado de Mato Grosso do Sul em 1977.
Uma nova poltica de apropriao
do
territrio ocorreu na dcada de 50 apresentando programas de
colonizao promovidos pelo estado que estavam antecipando a poltica de integrao da Amaznia
implementada n dcada de 70 pelo Governo Federal . Durante essa dcada foi criada a Comisso de
Planejamento da produo que mais tarde se transformou em CODEMAT-Cia. de desenvolvimento do estado
de Mato Grosso que em conjunto com iniciativa privada deu inicio colonizao d regio sul do Estado.
As primeiras experincias ocorreram no vale de So Loureno outra regio objeto de programas de
colonizao foi a regio entre os vales
do
Paraguai e
do
Jaru na parte sudeste do Estado. Mais uma vez a
explorao diamantfera que n primeira metade do sculo tinha influenciado decisivamente a ocupao
urbana
no
sudeste do Estado entre os anos 50 e 60 conseguiu desenvolver novos ncleos como aquele de
Nova Marilndia Santo Afonso Nova Brasilndia e Paratinga. Neste perodo iniciou-se tambm n regio
do
Rio Arinos o processo de colonizao apoiado pela iniciativa privada. Outro foco de ocupao deu-se na
parte nordeste do Estado devido ao suporte da navegao do rio Araguaia. As atividades agropecurias
nesse perodo em termos de apropriao de espao comeam a incorporar numa escala significativa reas
com vegetao natural quer pela expanso de ncleos urbanos existentes quer pelos novos projetos
de
colonizao estimulados pelo Governo Estadual. Deste modo que as grandes extenses de cerrados
do
Pantanal da floresta de transio e mesmo da floresta Amaznica do Estado comearam a sofrer um intenso
processo de antropizao.
1970/1995:
9
-
7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT
35/111
Mono
rafh a
a dcada de setenta so redefinidos pelo Governo Federal as funes regionais do Centro-Oeste
brasileiro acarretando profundas transformaes na estrutura do espao; o espao amaznico devia ser
integrado ao processo produtivo brasileiro. A implantao da infra-estrutura deu-se atravs
do
setor pblico
mas a conduo
do
processo de ocupao foi da iniciativa privada com a instalao de grandes empresas
agropecurias estimuladas pelos incentivos fiscais e crditos concedidos pela Unio.
Hoje quase a totalidade dos municpios da parte norte
do
Estado foram frutos de projetos de
colonizao empreendidos pela iniciativa privada e pela ao conjunta do INCRA-Coperativas nos
chamados Projetos de Assentamento Conjunto-PACs.
O Eixo da BR 163 CUIAB- SANTARM) foi alvo imediato para a instalao
dos
projetos de
colonizao privada nos anos 70 permitindo a formao dos atuais municpios de Sirop V era Santa Carmen
Sorriso Claudia e Marcelndia- Ahares. Desde a chegada da rodovia no extremo norte do Estado mais
projetos foram implantados propiciando a surgimento de outros munipios.
Mas a real ocupao da regio
s
deu
no
fim da dcada de 70 facilitada da concluso da construo
das principais rodovirias e uma ao mais do INCRA outro eixo importante de colonizao foi BR-158 na
poro leste do Estado.
A abertura de BR- 364 em direo de Rondnia Via Cceres incentivou ainda mais a proliferao de
projetos de colonizao tendo uma forte concentrao urbana no sudeste do Estado.
A regio sudeste do Estado de ocupao mais antiga tambm experimentou nos anos 70 a expanso
de suas fronteiras. O Mato Grosso durante a dcada de 70 e o incio dos anos 80 teve uma fase de ocupao e
desenvolvimento jamais experimentada coincidindo com o perodo de separao territorial do Estado em
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul em 1977.
O perodo entre 1982/ 86 representou uma nova fase de desenvolvimento atravs o asfaltamento de
importantes rodovias. Junto com o processo de colonizao atravs
da
melhoria dos sistemas de infra-
30
-
7/26/2019 Estudo Economico ambiental do cultivo da soja em sistema monocultor no estado do MT
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Mono rafia
estruturas via Plano Nacional de desenvolvimento a ocupao das terras tambm sofrem um processo de
transformao.
3
-
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Mono rafia
Uma nlise Ecolgica
Dentro da problemtica de artificializao
de
ecossistemas no Mato Grosso as questes entre meio
ambiente e meio rural constituem o aspecto mais relevante dado que o territrio
do
Estado foi
ao
longo da
histria alvo de extraordinria atrao na expanso pela fronteira agropecuria brasileira.
Esta rpida expanso que foi nos ltimos 20-25 anos responsvel pelos impactos negativos
ambientais da regio est profundamente relacionada funo do desenvolvimento agrcola como gerador da
ligao para a capitalizao regional e extra-regional e como base de desenvolvimento de outros setores da
economia.
e
ponto de vista ambiental sendo a agricultura uma atividade que explora o espao de manetra
quase contnua ocorre sempre uma artificializao de ecossistemas levando algumas transformaes fisicas
e ecolgicas geralmente inadequadas e de forte impacto.
Se existem conseqncias lamentveis
no
meio- ambiente aquelas sociolgicas no so melhores.
Freqentemente observa-se nos municpios mato-grossenses especialmente perto de ecossistemas
florestais amaznicos inmeros pequenos produtores agrcolas vivendo com baixos nveis de qualidade de
vida. Nessas reas a expresso scio-econmica de uso de tcnicas inadequadas tem sido a diminuio
acelerada da produtividade e o abandono
de
agrossistemas ecologicamente degradados ou esgotados.
As principais conseqncias ambientais na ocupao at a primeira metade do sculo XX podem ser
resumidas da seguinte maneira: o atual estado
de
Mato Grosso at a colonizao ibrica apresentava
ecossistemas naturais integrados com inmeras comunidades e civilizaes indgenas. Em seguida
no
domnio portugus do sculo XVII tambm no foi reconhecida uma explorao extensiva dos recursos
naturais do Estado.
Na fase de expanso colonial sculo XVIII a ocupao foi impulsionada principalmente pela
necessidade
de
fixao de fronteira
de
dominao portuguesa neste momento assiste-se explorao aurfera
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ono rafia
na regio de Cuiab convertendo-a em umas das cidades mais populosas do Brasil. Assim, as contnuas
descobertas
ao
longo do sculo
de
minas diamantferas e aurferas so as principais causas da fixao
de
ncleos populacionais e
do
impacto ecolgico nessas reas. Isso verifica-se especialmente nas mudanas
fisionmicas devido s atividades de garimpagem e tambm no desenvolvimento urbano, chegando hoje a
uma quase completa artificializao e anulao geral dos recursos naturais edficos, floristicos e
faunisticos .
Por outro lado, neste mesmo perodo, a atividade agropecuria das populaes instaladas no
representa ainda uma fonte de impacto no meio- ambiente enquanto a tecnologia usada de subsistncia.
O ciclo da borracha (1860) desativa alguns setores florestais do Norte de Mato Grosso deixando no
ostracismo a regio florestal amaznica.
Urna atividade rural mais constante nas fixao da populao terra no Estado foi a pecuria
extensiva da regio pantaneira que foi desenvolvida complementarmente
atividades mineradoras e
agrcolas de subsistncia.
Com relao caa ou pesca, at o primeiro quarto do sculo XX no se tem dados que indiquem
problemas ambientais.
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Mono rafia
Tabela no.l3:
Problemtica Ambiental do Sistema
c i o ~
Ecolgico ao longo do processo de ocupao
at
dec
40
Componente social do
sistema de ocupao e/ou
profissional do processo de
ocupao.
Comunidade indgenas
Explorao aurfera e
diamantina
Ciclo da borracha
(extrativismo florestal)
Agric. Subsistncia
Pecuria extensiva
(principalmente no Pantanal)
Grau
de artificializao de
ecossistemas ocupados.
Baixo
Alto
Baixo
Media
Baixo/ Mdio
Dimenso
territorial
de
ocupao dos ecossistemas.
Mdia
Pequena
Mdia (em relao
oferta
especial
de
florestas com
seringais)
Pequena
Mdia (em relao
rea total
disponvel
de
campos e
savanas com plantas
forrageiras)
Fo11te:
ZolleamelltO
AgoecolgocoPaisagistico do Meio Natural e
Rural
Roberto O.Snchez,Coiab 1992
O processo atual de ocupao:
Nvel de armonia no
relacionamento homem
natureza
Alto
Baixo
Alto
Mdio
Mdio
at a dcada de trinta, o territrio do estado de Mato Grosso consistia num grande estado vazio econmica e
socialmente, com ecossistemas naturais pouco conhecidos e quase inalterados. A atividade econmica
c o n c e n t r a v a ~ s e na pecuria extensiva no Pantanal e numa agricultura de subsistncia.
Na dcada de quarenta teve incio a propaganda do Governo para a Marcha para o Oeste . Assim, a
fronteira agrcola comea e x p a n d i r ~ s e atingindo a vale
do
rio So Loureno no ano 1948. Nessa poca perto
da
rea
de
Rondonpolis passa-se
de
uma agricultura
de
subsistncia para uma economia agrcola com base
monetria.
Em 1950, ocorrem as seguintes alteraes de ecossistemas naturais em agrossistemas: as manchas de
solos
de
melhor qualidade ecolgica pela agricultura, as quais
d i f u n d e r n ~ s e
de maneira aleatria na Baixada
Cuiabana com 75 658 ha cultivados. Os Cerrados e em menor proporo as florestas caduciflias da regio de
Rondonpolis onde 60 397 ha so cultivados incluindo pastagens cultivadas, principalmente nas regies de
topografia menos enrgicas.
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ono
rafia
Algumas reas cultivadas no Municpio de Ceres com 9 536 h e Barra do Garas com 444 ha,
sendo em Ceres ocupada uma parte aprecivel dos ambientes com fitosionomia de floresta subcaduciflia e
em Barra do Garas ambientes de Cerrados.
Foram modificadas tambm pela atividade de pecuria extensiva, baseada no aproveitamento
de
plantas forrageiras nativas, os ecossistemas do Pantanal e inmeros ambientes de savanas bem drenados da
Bacia do Alto Paraguai e da bacia do rio Araguaia.
Concluindo, pode-se afirmar que
na
dcada de cinqenta grande parte dos ecossistemas mato
grossenses ainda permaneciam quase intactos.
No perodo entre 1950 e 1960 ocorreram incorporaes importantes de terra, mas a pesar do
crescimento
em
1960 a floresta amaznica mato-grossense continuou
sem
alteraes considerveis. Os
principais pontos de desmatamento resultavam em manifestaes pontuais e esparsas em relao a um
sistema de agricultura de subsistncia.
Aps 1965 comea surgir a agricultura comercial e empresarial no Estado dando incio a
um
novo
grande processo de ocupao de territrios. O grande fator que impulsionou o novo processo foi a
denominada Poltica de Integrao Nacional .
Na dcada de setenta, a maioria dos projetos de colonizao aprovados pelo INCRA (Instituto
Nacional de Colonizao e Reforma Agraria) de Mato Grosso estavam localizados ao Norte do paralelo 14o,
freqentemente estes projetos eram executados por companhias privadas possuidores de grande superfcies de
terra. Devido diversidade dos critrios utilizados pelas inmeras empresas
na
colonizao do Mato Grosso,
s diferenas ambientais entre as regies ecolgicas dos assentamentos, resulta difcil fazer uma
generalizao dos problemas ambientais gerados pelo desenvolvimento rural dessa poca. Mas, sem dvida,
fica claro que sempre operou-se imperando a falta de dimensionamento das variveis ambientais. Assim, por
exemplo, muitos assentamentos se deram em solos imprprios para o sistema agrcola aplicado, gerando-se
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situaes de involuo produtiva dos ecossistemas devido degradao ou esgotamento dos solos eroso
difuso e instalao crescente de pragas e doenas vegetais.
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2.4. RECURSOS NATURAIS.
2.4.1 GEOLOGIA.
Secundo o trabalho Amaznia legal (IBGE 1990), a Amaznia Legal dividida em trs distintos
domnios geogrficos: Domnio I Domnio II, e III. Nesse esquema o estado de Mato Grosso pertence
inteiramente ao Domnio II que abrange o segmento sul
do
Craton Amaznico( correspondente a Provncia
estrutural do Paran), as faixas de dobramento do Paraguai (que so parte da Provncia Estrutural do
Tocantins e Bacia do Paran, que corresponde
Provncia Estrutural do Paran).
Existem bacias preenchidas por sedimentos fanerozicos tanto
no
interior crotonico quanto nos
domnios
de
faixas de desdobramento destacando-se as Bacias do Parecis e aquelas que acolheram
os
sedimentos cenozicos do Pantanal Mato-grossense, aqueles da depresso de Araguaia e aqueles da
depresso do Guapor.
2.4.2 HIDROGRAFIA.
As
duas maiores bacias hidrogrficas do pas, a bacia Amaznica e a Bacia Platina, fornecem a gua
rede hidrogrfica do estado de Mato Grosso. Destaca-se ainda a Bacia do Tocantins, na qual est o Rio
Araguaia. Os rios que integram a Bacia Amaznica drenam a poro norte
do
Estado, dentre eles destacam-se
os
Rio Teles Pires, Xing, Jurena, Aripuan. Os rios da Bacia Platina drenam a poro sul e sudoeste
do
Estado.
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Mono rafia
2 4 3
CLIMA.
O estado de Mato Grosso apresenta
um
clima que pode-se enquadrar nos tipos Tropical e Equatorial,
destacando apenas duas categorias quanto ao regime trmico, sendo aquela de clima quente na Regio do
Pantanal e
no
Norte
do
Estado e subsequente nas regies de Chapadas.
Segundo Tarifa
J R
(1986), existe uma extensa banda
de
nebulosidade que atravessa a Amaznia e o
Brasil Central em direo noroeste para sudeste, aumentando
de
intensidade a partir da primevera-vero,
(setembro-outubro) chegando a ter a mxima concentrao em novembro e dezembro. A Frente Polar
Atlntica
tambm muito importante sendo o sistema atmosfrico com maior mobilidade e grau de
penetrao
no
territrio brasileiro. Geralmente esta nebulosidade diminu substancialmente nos meses
de
maio
e junho.
A radiao solar, o aquecimento
do
ar (calor sensvel) e a evaporao (calor latente de evaporao)
sempre superior a 300 cal.cm-2dia-1, sendo que
os
valores mximos so registrados
no
final
de
outono e
principio de vero.
Mesmo sendo
os
ventos importantes agentes
ao
longo
do
espao territorial, enquanto so as causas
pela reduo da umidade atmosfrica, favorecimento
de
ascenso capilar, evapotranspirao, ressecamento
das camadas superficiais, eroso dos solos agrcolas que apresentam deficincias nas coberturas de solo pela
vegetao, no existem
no
Estado estudos. A eroso elica um fenmeno freqente e com magnitude
relevante especialmente nos territrios onde
so
praticadas culturas anuais e sem um manejo ecolgico
adequado. A ao erosiva ocorre principalmente
no
perodo que vai
de
abril a dezembro quando
os
solos
ficam descobertos. Isso pode ser observado especialmente nos cerrados dos planaltos mato-grossenses.
O grau de umidade
do
ar,
ao
longo
do
perodo chuvoso (outubro-abril), mantm sempre valores acima
de
75% e
os
valores mdios mensais mximos em tomo
de
84-86%, a partir de maio comeam a diminuir
registrando valores que variam entre 58 e 70% (perodo de julho-setembro).
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Mono rafia
O Mato Grosso, corno todas
as
regies
do
Centro-Oeste do Brasil, apresenta urna distribuio sazonal
de pluviosidade, sendo o perodo outono-inverno o de menor precipitao enquanto a maior concentrao de
chuva ocorre
no
perodo primavera-vero. A regio
de
menor precipitaes a regio pantaneira
11
00-1300
rnrn)
e a Baixada Cuiabana. Mas o grau de intensidade de chuva aumenta constantemente ao norte de Cuiab.
A amplitude trmica anual varia entre 3 e 6 graus centgrados dependendo da regio, enquanto os
valores maiores so registrados na Regio do Pantanal e sudeste.
As temperaturas mdias anuais
do
Estado so da ordem de 23-26 graus centgrados, mas nas regies
da parte sul e perto de Cuiab so ligeiramente maiores. A partir
de
abril-maio e at agosto-setembro so
comuns em quase todos os anos os resfriamentos abaixo de 1 graus centgrados devidos passagem de
anticiclones polares continentais.
2.4.4 A VEGETAO.
As
diversas formaes vegetais do Mato Grosso, tm a caracterstica
de
ter o papel ecolgico mais
importante pela conservao da fauna silvestre, qualidade edfica, microclimticas e hidrolgicas regionais.
Os
cerrados do Estado ocupam uma rea acima de 20. 000 Krn2, apresentando fitofisionomias de
savana as quais ocupam bem mais
de
280. 000
Km2.
Pode ocorrer que savana e cerrados ocupem outros
ambientes colocando-se em contato com outros tipos de formaes atravs de encraves ou mosaicos
fitofisionomicos.
As
espcies que predominam
no
Cerrado so: Curatella Americana lixeira), Qualea Grandiflora pau
terra, folha larga), Qualea-parviflora pau-terra, folha mida), Qualea Multiflora pau-terra vermelha),
Byrsonima Crassifolia murici), Caryocar Brasiliensis pequ), Tabuleia Achracea ip-cachorro), Bowdichia
Virgiliodes sucupira), Stryphnodendron Barbadetiman barbatimo) etc.
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As regies
do
Estado onde predominantemente se difundem os cerrados so: Chapada dos Parecis,
Chapada dos Guimares, bacias superiores dos rios das Mortes, Itiquira, So Loureno e Baixada Cuiabana.
A fisionomia dos cerrados a maioria das vezes de savana arbrea aberta, mas pode ocorrer que a
rede
de
drenagem conforme fisionomias
de
florestas
de
galaria.
As espcies que predominam as savanas arbreas abertas so: Curatella Americana (lixeira), Caryocar
Brasiliensis (pequi), Hancomia Speciosa (mangaba), Stryphnodendron Barbadatiman (barbatimo
.
O extrato herbceo constitui um tapete continuo
de
gramneas e ciperceas. Os gneros mais comuns
so; Panicwn (capim-mwnbeca), Paspalum (grama farquila), Aristida (capim flechinha), Anohopogon (capim
colcho) e Axonopus.
Os Cerrados podem apresentar uma fisionomia
de
Campos relativamente limpos ou
de
'Campos
sujos , (Snchez
R.
O. 1992), onde a primeira apresentaria wna fisionomia tipicamente graminoide enquanto
o extrato herbceo da segunda teria pequenas rvores espaadas, tortuosas, raquticas distribudas de maneira
descontnua.
A floresta ombrfolica tropical, ou floresta pluvial tropical largamente difundida no setor norte do
Estado. Esta apresenta duas variveis: floresta ombrfolica densa e aberta. A primeira apresenta grandes
rvores com folhagem sempre verde e sem resistncia seca. A floresta ombroflica aberta
ao
invs
apresenta grandes rvores bastantes espaadas,
de
freqentes grupamentos
de
palmeiras e muitas fanerfitas
sarrnentosas.
A floresta subcaduciflica que ocorre principalmente
no
setor sudeste do Estado em vertentes das
bacias superiores dos rios Paraguai e Guapor compreende espcies que perdem folhas total e parcialmente
na estao seca. As principais espcies que tm valor comercial so: Swietenia Marcrophylla ( mogno),
Torrecia Acreana ( cerejeria), Cedrela Adorata e Macrocarpa (cedro), Myrocarpus Frondosus e Myroxylum
Balsarnum (blsamo).
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A floresta
de
Transio ocorre no Planalto dos Parecis, constituindo uma formao
de
contato entre
floresta subcaduciflia e a floresta pluvial amaznica.
Ainda hoje, muitas paisagens florestais do Mato Grosso apresentam recursos biolgicos abundantes,
com uma produtividade primria superior entre todos ecossistemas do Estado. Porm deve ser dito que nos
ltimos vinte anos os recursos indicaram uma tendncia a serem destrudos e mal aproveitados.
A destruio paisagstica dos ambientes florestais principalmente devida ao baixo nvel tecnolgico
das exploraes, grande heterogeneidade da floresta,
ao
desconhecimento das caractersticas tecnolgicas
de muitas espcies,
falta de normas de manejo e educao ambiental visando uma produo sustentada de
lenha e madeira e tendncia generalizada para o uso prioritrio do solo a despesas da distribuio dos outros
recursos.
2.4.5 OS
PRINCIP IS
SOLOS DO ESTADO.
Pode-se apreciar que os solos de maior difuso podem ser agrupados nas seguintes classes:
a Solos com horizonte B latosslico, principalmente Latossolo Vermelho- Amarelo e com menor
importncia quantitativa o Latossolo Vermelho- Escuro;
b Solos no hidromorficos com horizonte B textura , destacando-se os Podzolicos Vermelho- Amarelos
distrficos e licos e o Podzlico Vermelho-Amarelo eutrfico;
c
Areias Quartzos
as
distrficas e licas;
d Solos itlicos distrficos e licos;
e
Solos hidromorficos, principalmente
as
Lateritas Hidromorficas distrficas e licas, Glei Pouco Hmico
distrfico, Planossolos distrficos e licos e Areias Quartzosas hidromrficas distrficas e licas.
Os Latossolos Vermelhos-Amarelos, com horizonte B latosslico so profundos ou muito profundos,
bem drenados com textura argilosa, muito argilosa ou mdia, possuem baixa densidade aparente e porosidade
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Mono rafia
total mdia. Podem ser tambm cidos ou muito cidos, com saturao
de
bases baixa. Esses solos acham-se
predominantes no Estado, numa extenso de 261997,32
km
na sua poro centro-norte. Possuem como
principais limitaes
ao
uso agrcola:
- acidez elevada e da fertilidade baixa;
-requerem wn manejo adequado com correo da acidez e fertilizao com base em resultado de anlises dos
solos e controle de eroso;
Os
Latossolos Vermelhos-Escuros so muito profundos, bem drenados, friveis ou muito friveis de
textura argilosa ou muito argilosa e mdia, possuem baixa densidade aparente e porosidade muito alta ou alta.
Distribuem-se por 52.994,59 km2 predominantemente sobre a Chapada dos Parecis, principalmente
nos municpios de Campo Novo dos Parecis, Comodoro, Tangar da Serra, Diamantino, So Jos