Estudo do Aterro Sanitário de Braga (BRAVAL) e da sua...
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Universidade Fernando Pessoa Faculdade de Ciências e Tecnologia
Estudo do Aterro Sanitário de Braga (BRAVAL) e da sua Influência
na Qualidade da Água e no Estado Ecológico do Rio Este
PROPID 2010/2011
3º Ano, 2º Semestre
Alunos:
André Andrade nº 18990
Patrícia Neto nº 18652
Curso:
Engenharia do Ambiente
Porto, 23 de Maio de 2011
2
Índice Resumo Executivo .......................................................................................................................... 6
Introdução e Objectivos .................................................................................................................. 7
Âmbito Territorial do Rio Este ........................................................................................................ 8
Caracterização Biofísica dos Pontos 1 e 2 do Rio Este ..................................................................... 8
Análise Sócio-Económica dos Pontos 1 e 2 do Rio Este ................................................................ 10
Caracterização do Aterro Sanitário de Braga (BRAVAL) .............................................................. 11
Métodos ........................................................................................................................................ 11
Parâmetros Físico-químicos ...................................................................................................... 11
Parâmetros Microbiológicos ...................................................................................................... 12
Parâmetros Hidromorfológicos .................................................................................................. 12
Parâmetros Biológicos ............................................................................................................... 12
Índices de Qualidade do Habitat ................................................................................................ 12
Índices Biológicos ..................................................................................................................... 13
Composição e Quantificação dos Resíduos ................................................................................ 13
Resultados..................................................................................................................................... 14
Parâmetros Físico-químicos e Microbiológicos ......................................................................... 14
Parâmetros Hidromorfológicos .................................................................................................. 14
Parâmetros Biológicos ............................................................................................................... 14
Índices de Qualidade do Habitat ................................................................................................ 15
Índices Biológicos ..................................................................................................................... 15
Composição e Quantificação dos Resíduos ................................................................................ 15
Discussão dos Resultados e Conclusões ........................................................................................ 15
Bibliografia ................................................................................................................................... 19
Anexos .......................................................................................................................................... 23
3
Índice de Figuras
Figura 1: Localização da Bacia Hidrográfica do Ave e do Troço Principal do Rio Este. ............... 23
Figura 2: Localização no Rio Este dos Pontos 1 e 2 ..................................................................... 23
Figura 3: Imagens Relativas ao Ponto 1 ....................................................................................... 24
Figura 4: Imagens Relativas ao Ponto 2 ....................................................................................... 24
Figura 5: Carta Litológica do Rio Este Assinalando a Localização dos Pontos 1 e 2. .................... 25
Figura 6: Carta Hipsométrica do Rio Este Assinalando a Localização dos Pontos 1 e 2 ................ 25
Figura 7: Temperaturas Médias Anuais no Rio Este e a Localização dos Pontos 1 e 2 .................. 26
Figura 8: Carta de Solos do Rio Este Assinalando a Localização dos Pontos 1 e 2. ...................... 27
Figura 9: Precipitação Média Anual de 1959/60 a 1990/91 no Rio Este. ....................................... 27
Figura 10: Precipitação Distribuída pelos Dias do Ano no Rio Este. ............................................. 28
Figura 11: Distribuição Espacial da Evapotranspiração Potencial Média e Anual na Área do Plano
de Bacia Hidrográfica do Ave. ...................................................................................................... 29
Figura 12: Distribuição Espacial da Evapotranspiração Real Média e Anual no Rio Este ............. 30
Figura 13: Carta de Escoamento do Rio Este Assinalando a Localização dos Pontos 1 e 2 ........... 31
Figura 14: Esquema de Tratamento das Águas Residuais da ETAL da BRAVAL. ....................... 32
Figura 15: Fórmula de Cálculo do Índice de Diversidade de Shannon-Weaver. ............................ 42
Figura 16: Fórmula de Cálculo do Índice de Equitabilidade de Pielou.. ........................................ 42
Figura 17: Fórmula de Cálculo do Índice Português de Invertebrados Norte.. ............................... 45
Gráfico 1: Perfil Longitudinal do Rio Este Demarcando os Últimos 3 Quilómetros que Apresentam
uma Inclinação Bastante Acentuada. ............................................................................................. 26
Gráfico 2: Gráfico de Box Whiskers que Avalia a Distribuição Sazonal da Precipitação Mensal
Ocorrida na Área do Rio Este. ....................................................................................................... 28
Gráfico 3: Gráfico de Box Whiskers que Avalia a Distribuição Sazonal da Evapotranspiração
Potencial Ocorrida na Área do Rio Este......................................................................................... 30
Gráfico 4: Transecto 1 do Ponto 1, Obtido na Primeira Saída de Campo Realizada no Dia 25 de
Fevereiro de 2011. ........................................................................................................................ 50
Gráfico 5: Transecto 2 do Ponto 1, Obtido na Primeira Saída de Campo Realizada no Dia 25 de
Fevereiro de 2011. ........................................................................................................................ 51
Gráfico 6: Transecto 3 do Ponto 1, Obtido na Primeira Saída de Campo Realizada no Dia 25 de
Fevereiro de 2011. ........................................................................................................................ 51
Gráfico 7: Transecto 1 do Ponto 2, Obtido na Primeira Saída de Campo Realizada no Dia 25 de
Fevereiro de 2011. ........................................................................................................................ 52
4
Gráfico 8: Transecto 2 do Ponto 2, Obtido na Primeira Saída de Campo Realizada no Dia 25 de
Fevereiro de 2011. ........................................................................................................................ 52
Gráfico 9: Transecto 3 do Ponto 2, Obtido na Primeira Saída de Campo Realizada no Dia 25 de
Fevereiro de 2011. ........................................................................................................................ 53
Gráfico 10: Composição do Substrato Presente no Leito do Rio no Ponto 1. ................................ 54
Gráfico 11: Composição do Substrato Presente no Leito do Rio no Ponto 2. ................................ 54
Gráfico 12: Composição e Quantificação Percentual dos Resíduos Existentes no Ponto 1. ........... 57
Gráfico 13: Composição e Quantificação Percentual dos Resíduos Existentes no Ponto 2. ........... 57
Índice de Tabelas
Tabela 1: Coordenadas GPS dos Pontos 1 e 2. .............................................................................. 24
Tabela 2: Valores Típicos da Composição dos Lixiviados (mg/l). ................................................ 31
Tabela 3: Parâmetros Físico-químicos Analisados, Metodologia de Determinação, Unidades e
Referências Bibliográficas............................................................................................................. 32
Tabela 4: Limiares Máximos para os Parâmetros Físico-químicos Gerais para o Estabelecimento do
Bom Estado Ecológico em Rios. ................................................................................................... 34
Tabela 5: Parâmetros Microbiológicos Analisados, Metodologia de Determinação, Unidades e
Referências Bibliográficas............................................................................................................. 35
Tabela 6: Parâmetros Hidromorfológicos Analisados, Metodologia de Determinação, Unidades e
Referências Bibliográficas............................................................................................................. 36
Tabela 7: Parâmetros Biológicos Analisados, Metodologia de Determinação, Unidades e
Referências Bibliográficas............................................................................................................. 37
Tabela 8: Tabela Usada para o Cálculo do Índice de Avaliação Visual do Habitat em Rios de ...... 38
Tabela 9: Tabela Usada para o Cálculo do Índice de Qualidade do Bosque de Ribeira. ................. 40
Tabela 10: Determinação do Tipo Geomorfológico da Zona Ripária. ........................................... 41
Tabela 11: Classes de Qualidade da Água de Acordo com o QBR. ............................................... 41
Tabela 12: Limites Práticos para a Identificação dos Indivíduos para o Cálculo do IBB. .............. 42
Tabela 13: Tabela Standard Usada para o Cálculo do Índice Biótico Belga. ................................. 43
Tabela 14: Classes de Qualidade da Água Definidas de Acordo com o Índice Biótico Belga ........ 43
Tabela 15: Tabela Usada para o Cálculo do Índice de Qualidade Biológica da Água BMWP’ ...... 44
Tabela 16: Classes de Qualidade da Água Definidas para os Rios Mediterrânicos de Acordo com o
BMWP’ ........................................................................................................................................ 44
Tabela 17: Resultados Obtidos dos Parâmetros Físico-químicos Analisados no Ponto 1, Relativos
às Duas Saídas de Campo Realizadas. ........................................................................................... 45
5
Tabela 18: Resultados Obtidos dos Parâmetros Físico-químicos Analisados no Ponto 2, Relativos
às Duas Saídas de Campo Realizadas. ........................................................................................... 46
Tabela 19: Resultados Obtidos dos Parâmetros Microbiológicos Analisados nos Pontos 1 e 2. ..... 47
Tabela 20: Avaliação da Aptidão dos Cursos de Água Doce Superficial dos Pontos 1 e 2 para a
Produção de Água para Consumo Humano.................................................................................... 47
Tabela 21: Avaliação da Aptidão da Qualidade da Água dos Pontos 1 e 2 para Consumo Humano.
..................................................................................................................................................... 48
Tabela 22: Avaliação da Aptidão dos Cursos de Água Doce Superficial dos Pontos 1 e 2 para a
Vida Piscícola (Salmonídeos). ....................................................................................................... 48
Tabela 23: Avaliação da Aptidão dos Cursos de Água Doce Superficial dos Pontos 1 e 2 para a
Rega.............................................................................................................................................. 49
Tabela 24: Avaliação do Cumprimento dos Objectivos Ambientais de Qualidade Mínima para as
Águas Superficiais dos Pontos 1 e 2. ............................................................................................. 49
Tabela 25: Comparação dos Parâmetros Físico-químicos Obtidos nos Pontos 1 e 2 com os Limiares
Máximos Definidos para a Determinação de um Bom Estado Ecológico de um Rio. ..................... 50
Tabela 26: Valores de Caudal Médio em Diferentes Unidades, Valores de Velocidade da Corrente,
Percentagens de Canópia e de Macrófitas dos Pontos de Amostragem 1 e 2. ................................. 53
Tabela 27: Identificação das Comunidades de Macroinvertebrados Bentónicos das Amostras
Recolhidas no Ponto 1. .................................................................................................................. 55
Tabela 28: Identificação das Comunidades de Macroinvertebrados Bentónicos das Amostras
Recolhidas no Ponto 2. .................................................................................................................. 55
Tabela 29: Resultados do Índice de Avaliação Visual do Habitat Referentes aos Pontos 1 e 2. ..... 56
Tabela 30: Resultados do Índice de Qualidade do Bosque de Ribeira Referentes aos Pontos 1 e 2.56
Tabela 31: Resultados dos Índices de Diversidade, Equitabilidade e das Métricas dos Pontos 1 e 2.
..................................................................................................................................................... 56
Tabela 32: Resultados dos Índices de Qualidade Biológica da Água para os Pontos 1 e 2. ............ 57
6
Resumo Executivo
Os principais objectivos deste trabalho consistiram na determinação do estado ecológico e da
qualidade da água dos pontos 1 e 2 do rio Este e o estudo da influência do aterro sanitário de Braga
(BRAVAL) nestes factores. De forma a cumprir estes objectivos procedeu-se à determinação de
vários parâmetros tais como a medição e cálculo de parâmetros físico-químicos e microbiológicos, a
determinação de alguns parâmetros hidro-morfológicos e a determinação de vários índices
biológicos.
Após a realização deste trabalho podemos concluir que relativamente à análise dos parâmetros
físico-químicos e microbiológicos da água dos pontos 1 e 2 estes apresentam na sua maioria valores
dentro de uma gama que é própria de uma boa qualidade da água, com características que parecem
favorecer o normal desenvolvimento da vida aquática. Pode também concluir-se que o ponto 1
possui na sua generalidade um estado ecológico razoável e que o ponto 2 possui na sua generalidade
um bom estado ecológico assim como se pode concluir que o aterro sanitário de Braga (BRAVAL)
não influencia a qualidade da água nem o estado ecológico do rio Este.
The main objectives of this work consisted in determining the ecological status and the water
quality of the points 1 and 2 from the Este river and the study of the influence of Braga (BRAVAL)
landfill on these factors. In order to comply these objectives we proceeded to the determination of
several parameters such as measurement and calculation of physico-chemical and microbiological
parameters, the determination of hydro-morphological parameters and the determination of several
biological indices.
After doing this research we can conclude that, relatively to the analysis of the physical-chemical
and microbiological parameters of the water from points 1 and 2 the majority of the values present a
range that is itself considered as a good water quality, with characteristics that seem to favor the
normal development of aquatic life. It can also be concluded that the point 1 has in a general way a
reasonable ecological status and that the point 2 has in a general way a good ecological status as
well as can be concluded that the Braga (BRAVAL) landfill does not influence the water quality or
the ecological status of the Este river.
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Introdução e Objectivos
De acordo com a Lei da Água (Lei nº 58/2005), Portugal terá de assegurar que todas as massas de
água do seu território estarão num bom estado ecológico até 2015. Ora, esta data aproxima-se e no
entanto continuam a existir no nosso país massas de água, nomeadamente rios, para os quais ainda
não foi definida a classificação do seu estado ecológico, tal como acontece com o rio Este, sobre o
qual não existe muita informação.
Tendo em conta o contexto supracitado torna-se então extremamente importante determinar qual o
estado ecológico e da qualidade da água do rio Este, tentando com a realização deste trabalho, e
sendo esse o seu objectivo principal, contribuir para a definição dessa classificação. Para uma
melhor definição do estado ecológico do rio Este este foi subdividido em 6 pontos distintos desde a
sua nascente até à proximidade da sua foz, sendo no entanto neste trabalho apenas analisados os
dois primeiros pontos, situados na cabeceira do rio (pontos 1 e 2). Esta limitada análise insere-se na
persecução de um objectivo específico, que se prende com o estudo do aterro sanitário de Braga
(BRAVAL) e da sua influência na qualidade da água e no estado ecológico do rio Este, visto que
este se situa entre os dois pontos a analisar.
Em primeiro lugar na execução deste trabalho foi realizada a caracterização geral dos pontos de
amostragem, referindo diversas das suas características, tais como: características geológicas e
geomorfológicas; a caracterização climática; o tipo de solos e recursos biológicos existentes;
caracterização hidrológica, entre outras características.
Seguidamente procedeu-se à determinação de vários parâmetros necessários para a avaliação do
estado ecológico dos locais designados (pontos 1 e 2), tais como a medição e cálculo de parâmetros
físico-químicos e microbiológicos, a determinação de alguns parâmetros hidro-morfológicos, a
determinação de vários índices biológicos, designadamente através da recolha, triagem e
identificação de comunidades de macroinvertebrados, assim como a determinação de índices de
qualidade do habitat e a análise da composição e quantificação dos resíduos existentes nos dois
pontos de amostragem. Para a determinação dos parâmetros anteriormente referidos foram
efectuadas duas campanhas no rio Este, com um mês de intervalo entre si, nas quais foram
recolhidos todos os dados necessários para a execução do trabalho.
Por fim, após o tratamento dos dados obtidos, foi realizada a confrontação dos parâmetros físico-
químicos e microbiológicos da água com as normas ambientais em vigor, de forma a poderem ser
determinados os seus possíveis usos, e através dos vários índices calculados, em conjunto com os
parâmetros físico-químicos e microbiológicos, procurou-se estabelecer qual o estado ecológico
global dos dois pontos de amostragem analisados.
8
Âmbito Territorial do Rio Este
O rio Este, segundo o documento publicado pelo INAG relativo à tipologia de rios em Portugal
Continental (INAG, 2008), é em parte um rio do Norte de Portugal de pequena dimensão, na sua
zona central-superior e em parte um rio do Norte de Portugal de média-grande dimensão, na sua
zona central e mais próxima da foz. Este rio insere-se na bacia hidrográfica do rio Ave e nasce na
freguesia de São Mamede de Este no concelho de Braga, mais especificamente na Serra do
Carvalho, atravessando os concelhos de Braga, Barcelos, Vila Nova de Famalicão e Póvoa do
Varzim e desaguando na margem direita do rio Ave na freguesia de Touguinha, no concelho de Vila
do Conde (Figura 1). Desde a sua nascente até à sua confluência com o rio Ave são percorridos
cerca de 55 quilómetros, drenando o rio uma área de 247 km2 (INAG, 2000). Como já foi referido
na introdução deste trabalho, apenas serão analisados os dois primeiros pontos situados na cabeceira
do rio Este (Figura 2) cujas coordenadas GPS são apresentadas na tabela 1.
Caracterização Biofísica dos Pontos 1 e 2 do Rio Este
O ponto 1 (Figura 3) situado na nascente do rio Este, a montante do aterro de Braga (BRAVAL)
possui em comum com o ponto 2 (Figura 4), situado a jusante do aterro, o facto de o leito do rio ser
estreito, as suas margens serem relativamente planas, possuindo um perfil transversal em U e ambos
serem poucos profundos. No entanto muitas outras características distinguem estes dois pontos,
demasiadas para poderem ser todas enumeradas, podendo algumas delas ser observadas através da
análise dos parâmetros hidro-morfológicos e dos diferentes índices biológicos, que será mais
adiante efectuada.
Passando agora a fazer referência à caracterização biofísica em si dos dois pontos de amostragem,
relativamente às características geológicas (INAG, 2000), observa-se que os granitos e
metassedimentos são as formações geológicas dominantes, destacando-se também a existência de
uma pequena área na qual se observa a presença de alguns afloramentos de pelitos, psamitos, xistos
e quartzitos cinzentos (Figura 5). Em termos geomorfológicos (Costa, 2007), a zona de cabeceira
do rio apresenta na maioria da sua extensão altitudes superiores a 200 metros, sendo a altitude
máxima, na zona de nascente, de 458 metros (Figura 6). Pela observação do perfil longitudinal do
rio Este (Gráfico 1) verifica-se que os últimos 3 quilómetros apresentam uma inclinação bastante
acentuada (de 220 metros até 458 m na nascente), possuindo estes um declive máximo de 37%
(INAG, 2000). O clima da região na qual se inserem os pontos 1 e 2 do rio Este é classificado como
fresco, super-húmido, muito chuvoso, com pequena falta de água no ano e com pequena eficiência
térmica no Verão (Silva, 2004). Em termos sazonais (INAG, 2000), nestes locais de maior altitude
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verificam-se invernos do tipo frio e muito frio, registando-se temperaturas médias entre os 2,5ºC e
os 6ºC e em termos globais observa-se uma variação das temperaturas médias nestes locais, ao
longo do ano, entre os 10°C e os 15°C (Figura 7).
Quanto ao tipo de solos existentes na área na qual se inserem os pontos 1 e 2 analisa-se que nesta
predominam os antrossolos (cambissolos húmicos de rochas eruptivas) (Figura 8), que
correspondem à generalidade dos solos dos terraços ou socalcos, em áreas cultivadas, terraceadas
ou não, que foram sujeitas a lavouras profundas, subsolagens ou surribas (Costa, 2007).
No que diz respeito aos recursos biológicos existentes no ponto 1 e 2 observa-se que a vegetação
ripária nestes pontos apresenta uma organização complexa e uma estabilidade importante, sendo
esta fundamentalmente constituída por vegetação arbórea, de amieiros e salgueiros e observa-se
também que a diversidade florística é relativamente baixa. Quanto à fauna piscícola destes pontos,
confirma-se apenas a presença da enguia, um peixe migrador, com estatuto de “comercialmente
ameaçado”, não tendo sido observadas outras espécies (Gomes, 2001).
Referindo agora alguns dos aspectos hidrológicos que caracterizam a área na qual se inserem os
pontos 1 e 2, nomeadamente fazendo referência aos valores de precipitação encontrados naquela
zona, verifica-se que na zona de nascente do rio registam-se os maiores valores de precipitação
média anual, entre 1600 mm e 1800 mm, assim como também se regista nesta zona a ocorrência de
precipitação repartida em cerca de 130 dias por ano (Figuras 9 e 10). Tendo em conta os dados
apresentados pode então caracterizar-se esta área como sendo muito pluviosa. A distribuição
sazonal da precipitação nesta área é bastante marcada verificando-se que cerca de 73 % da
precipitação anual ocorre no semestre húmido (Outubro a Março), enquanto que nos meses de
Verão verificam-se valores sempre inferiores a 120 mm mensais (Gráfico 2). Na área
correspondente aos pontos 1 e 2 ocorrem também os valores de evapotranspiração potencial média e
evapotranspiração real média mais elevados, da ordem dos 1100 a 1120 mm anuais e superiores a
800 mm anuais, respectivamente (Figuras 11 e 12). A distribuição sazonal da evapotranspiração
potencial média (Gráfico 3) é completamente oposta à distribuição sazonal da precipitação média,
observando-se que os valores mais elevados de evapotranspiração potencial ocorrem nos meses de
Verão, devido essencialmente aos valores elevados de temperatura do ar e insolação que ocorrem
nesta época, e que os valores mais baixos de evapotranspiração potencial ocorrem no período
compreendido entre os meses de Novembro e Fevereiro (INAG, 2000). A análise dos valores de
escoamento total na área correspondente aos pontos 1 e 2, que sofrem uma relação directa da
variabilidade dos valores de precipitação devido ao facto dos aquíferos presentes naquela área terem
uma reduzida capacidade de armazenamento, evidencia que nesta zona de maior altitude os valores
de escoamento são superiores comparativamente com as zonas intermédias ou mais próximas da foz
do rio Este (Figura 13). Em termos hidrogeológicos, as águas subterrâneas, na área abrangida pelos
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pontos 1 e 2 do rio Este ocorrem na sua maioria em aquíferos descontínuos com permeabilidade
fissural, de pequena transmissividade e baixa capacidade de armazenamento, assim como
apresentam uma produtividade muito reduzida (Costa, 2007). Estes aquíferos possuem também
profundidades relativamente pequenas até à rocha sã, não fracturada, não indo além dos 80 metros
de profundidade e do ponto de vista hidroquímico as águas subterrâneas ocorrentes nesta zona são
hipossalinas e ácidas (INAG, 2000).
Análise Sócio-Económica dos Pontos 1 e 2 do Rio Este
Em termos demográficos na zona de montante do rio Este, na qual se inserem os pontos 1 e 2 existe
uma ocupação constituída essencialmente por aglomerados mais dispersos e de menor dimensão (<
500 hab. equivalentes) (INE, 2010). Ao contrário do que acontece na quase totalidade da extensão
da área abrangida pelo rio Este, nos pontos 1 e 2 não se verifica a presença de complexos
industriais de grande dimensão geralmente responsáveis pela descarga de elevados caudais de
afluentes, afluentes esses possuindo usualmente elevadas cargas poluentes (Nogueira et al., 2004).
Estima-se que a maioria das indústrias existentes nestes pontos ou tratem os seus efluentes de modo
a cumprirem as normas de descarga exigidas pela legislação nacional em vigor, antes de os
descarregarem no rio Este, ou possuam uma licença de descarga que lhes permita descarregarem as
suas águas residuais nos colectores municipais. Entre o ponto 1 e 2 a única empresa que corre
maiores riscos de, em caso de ocorrer um acidente, poluir de forma significativa o rio Este, é a
empresa BRAVAL, que possui uma instalação de gestão e tratamento de resíduos urbanos e
industriais que poderá ter avarias no seu sistema de tratamento das águas lixiviantes, pondo em
causa a integridade do rio Este (INAG, 2000). Quanto à Agricultura e Agropecuária existentes na
área em análise observa-se que nesta região predominam a bovinicultura leiteira, a viticultura dos
Vinhos Verdes, a horticultura e a produção florestal. Salvo o caso da produção florestal, a maioria
das explorações agrícolas existentes são de pequena ou média dimensão, muito parceladas, com
escassos recursos de capital, de meios técnicos e humanos, e utilizam maioritariamente águas de
origem subterrânea. Nesta região, os problemas de poluição difusa, essencialmente relacionados
com a produção de azoto e fósforo, generalizados pelo uso excessivo de adubação, não são, de um
modo geral, de temer (INAG, 2000).
Para a área correspondente aos pontos 1 e 2 não existem dados específicos, ao nível da freguesia,
relativos aos níveis de atendimento da população por sistemas públicos de abastecimento de água
e sistemas públicos de drenagem e tratamento de águas residuais, existindo apenas dados do
ano de 2007 relativos aos níveis de atendimento existentes no concelho de Braga, do qual fazem
parte este dois pontos. No Concelho de Braga 100% da população é servida por sistemas públicos
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de abastecimento de água, 93% da população é servida por sistemas públicos de drenagem de águas
residuais e 88% da população é servida por sistemas públicos de tratamento de águas residuais
(INSAAR, s/d). No entanto na zona em análise continuam actualmente a existir captações por furo
vertical, para suprir pequenos consumos individuais para fins domésticos e agrícolas, e fossas
sépticas para as quais são drenadas águas residuais. Por fim falta referir que na zona de cabeceira do
rio Este é frequente a ocorrência de secas, ainda que de reduzida severidade (INAG, 2000).
Caracterização do Aterro Sanitário de Braga (BRAVAL)
Em primeiro lugar é importante referir que durante a execução deste trabalho foi realizada uma
visita de estudo ao Ecoparque Braval que permitiu ficar a conhecer melhor o funcionamento desta
instalação que se situa entre os pontos 1 e 2. O aterro instalado neste Ecoparque está licenciado ao
abrigo do Decreto-Lei n.º 194/2000 e tal como em todos os aterros sanitários, como resultado do
confinamento dos resíduos é produzido biogás e águas lixiviantes. Os lixiviados são águas
altamente poluentes (Tabela 2), possuindo estes geralmente elevadas concentrações de CBO5, CQO,
SST, Ferro Total, entre outros, pelo que o seu tratamento é de extrema importância (Tchobanoglous
et al., 1993). Para evitar que haja a passagem de lixiviados para o solo o fundo e os lados do aterro
sanitário da BRAVAL estão vedados com duas camadas de tela impermeável. Por cima destas
existe uma camada de gravilha que drena os lixiviados, lixiviados estes que posteriormente são
encaminhados para uma Estação de Tratamento de Águas Lixiviadas (ETAL) existente nas suas
instalações (Gonçalves, 2006).
Na figura 14 é apresentado o esquema de tratamento a que águas residuais da ETAL da BRAVAL
estão sujeitas, não sendo estas águas unicamente constituídas pelos lixiviados provenientes do
aterro, incluindo também as águas residuais domésticas provenientes das instalações sanitárias da
BRAVAL, as águas residuais provenientes de lavagens e as águas de escorrência. Após pré-
tratamento na ETAL, o efluente gerado é conduzido a uma estação elevatória, sendo posteriormente
transportado por um camião cisterna ao colector dos Serviços Municipalizados de Águas e
Saneamento da Câmara Municipal de Braga, para posterior tratamento na Estação de Tratamento de
Águas Residuais de Frossos (Gonçalves, 2006).
Métodos
Parâmetros Físico-químicos
12
Os métodos utilizados na determinação laboratorial dos diferentes parâmetros físico-químicos
analisados nas amostras de água recolhidas foram os métodos constantes da Tabela 3. Para outros
pontos de amostragem o parâmetro fosfatos foi calculado, no entanto visto que os dois pontos
analisados estão muito próximos da nascente, é previsível que a concentração deste parâmetro, que
depende principalmente das escorrências de fertilizantes provenientes de campos agrícolas, fosse
muito baixa ou até nula, não tendo sido por isso executada a sua medição nos pontos 1 e 2.
Para os diferentes parâmetros físico-químicos analisados os valores limite para a classe de Bom
Estado Ecológico de um rio em Portugal Continental são indicados na Tabela 4, tendo sempre em
conta que os valores aplicáveis dizem respeito aos valores definidos para o agrupamento norte, visto
que os pontos 1 e 2 situam-se numa zona considerada como um rio do Norte de Portugal de pequena
dimensão.
Parâmetros Microbiológicos
Os métodos utilizados na determinação laboratorial dos diferentes parâmetros microbiológicos das
amostras de água recolhidas foram os métodos constantes da Tabela 5. Neste parâmetro é
importante referir que nenhuma amostra de água sofreu qualquer diluição e que estes parâmetros
apenas foram determinados para as amostras de água recolhidas na segunda saída de campo. Para o
cálculo do valor de UFC por ml foi utilizada a fórmula:
UFC ml⁄ =média do nº de colónias por placa
�diluição plaqueada��volume do plaqueamento em ml�
Parâmetros Hidromorfológicos
A metodologia utilizada na determinação dos transectos, das velocidades de corrente, dos valores de
caudal, da composição do substrato, da percentagem de área ocupada por macrófitas e da
percentagem de canópia, para os dois pontos de amostragem, está definida na Tabela 6.
Parâmetros Biológicos
A metodologia utilizada na recolha, triagem e identificação da comunidade de macroinvertebrados
bentónicos é descrita na Tabela 7. Para cada ponto de amostragem foram recolhidas três amostras
em locais diferentes de modo a que as amostras recolhidas em cada ponto possam ser uma
representação o mais fidedigna possível da real composição da comunidade de macroinvertebrados
bentónicos existente naqueles habitats.
Índices de Qualidade do Habitat
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Neste trabalho foram utilizados dois índices de qualidade do habitat, um índice de avaliação visual
do habitat (AVH) (Tabela 8) cujo principal objectivo é determinar a capacidade que um
determinado local possui para suportar a vida aquática, através da avaliação visual de uma série de
variáveis associadas à estrutura do habitat num espaço de cerca de 100 m de comprimento (EPA,
1999). Este índice possui uma classificação máxima igual a 200. O outro índice utilizado foi um
índice que faz a avaliação da qualidade do bosque de ribeira (QBR) (MUNNÉ et al., 1998) também
ele baseado na avaliação visual de diferentes aspectos qualitativos do estado do bosque de ribeira
(Tabelas 9,10 e 11).
Índices Biológicos
Neste trabalho foi realizada a quantificação de diversos índices biológicos utilizados para a
caracterização das comunidades de macroinvertebrados bentónicos dos diferentes pontos de
amostragem. Foram calculados índices de diversidade e equitabilidade tais como o índice de
diversidade de Shannon-Weaver (Shannon & Weaver, 1949) (Figura 15), que se refere à riqueza
específica e à regularidade das distribuições das frequências de macroinvertebrados bentónicos e o
índice de equitabilidade de Pielou ou Evenness (Washington, 1984). (Figura 16), que mede o modo
como o número total de indivíduos se distribui pelas diferentes espécies que formam a comunidade.
Foram igualmente calculadas métricas, usualmente utilizadas no estudo de perturbações que possam
ocorrer numa comunidade de macroinvertebrados bentónicos, mas também necessárias para o
cálculo de determinados índices de qualidade biológica da água, entre elas: o número total de taxa
(N) que mede a variedade total de macroinvertebrados numa amostra; o EPT, isto é o número de
famílias pertencentes às ordens Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera; a percentagem de
Hydropsychidae dos Trichoptera; e o Log (Sel. ETD+1) que corresponde ao valor de Log10 de 1
somado com as abundâncias de indivíduos pertencentes às famílias Heptageniidae, Ephemeridae,
Brachycentridae, Goeridae, Odontoceridae, Limnephilidae, Polycentropodidae, Athericidae,
Dixidae, Dolichopodidae, Empididae e Stratiomyidae (Jesus, 2001).
Em termos de índices de qualidade biológica da água, foram calculados o Índice Biótico Belga
(IBB) (Tabelas 12, 13 e 14) amplamente utilizado em Portugal e com bons resultados (De Pauw e
Vanhooren, 1983), o BMWP’ (Alba-Tercedor e Sanchéz-Ortega, 1988), o IASPT, que corresponde
ao BMWP’ dividido pelo nº de famílias incluídas no cálculo deste ultimo índice, e que é necessário
para o cálculo do Índice Português de Invertebrados Norte (IPtIN) (Figura 17) (INAG, 2009).
Composição e Quantificação dos Resíduos
14
A composição e quantificação percentual dos resíduos existentes nos dois pontos de amostragem foi
única e exclusivamente efectuada por avaliação visual, quer no local durante as saídas de campo,
quer por posterior observação fotográfica.
Resultados
Parâmetros Físico-químicos e Microbiológicos
Nas Tabelas 17, 18 e 19 são apresentados os resultados obtidos analiticamente e “in loco” de todos
os parâmetros físico-químicos e microbiológicos medidos quer no ponto 1 quer no ponto 2, para
diferentes datas de amostragem, relativas à primeira saída de campo, realizada no dia 25 de
Fevereiro de 2011 e relativas à segunda saída de campo, realizada no dia 1 de Abril de 2011. É
também apresentada nesta secção do trabalho a confrontação dos resultados obtidos dos parâmetros
físico-químicos e microbiológicos, em ambos os pontos de amostragem, com as normas ambientais
(Decreto-Lei nº 236/98 e Decreto-Lei nº 306/2007). Desta confrontação resultam as tabelas que
procuram verificar o seu cumprimento relativamente: à aptidão para a produção de água para
consumo humano (Tabela 20); à qualidade da água para consumo humano (Tabela 21); à aptidão
para a vida piscícola (salmonídeos) (Tabela 22); à qualidade da água para a rega (Tabela 23); e aos
objectivos ambientais de qualidade mínima para as águas superficiais (Tabela 24).
Tendo também em conta os limiares máximos dos parâmetros físico-químicos definidos para a
determinação de um bom estado ecológico de um rio, é efectuada a comparação destes valores com
os valores obtidos para os dois pontos de amostragem (Tabela 25).
Parâmetros Hidromorfológicos
Nos gráficos 4, 5 e 6 são apresentados os três transectos do ponto 1 e nos gráficos 7, 8 e 9 são
apresentados os três transectos do ponto 2, todos eles obtidos na primeira saída de campo realizada
no dia 25 de Fevereiro de 2011. Na tabela 26 são apresentados os valores de caudal médio para cada
ponto assim como outros parâmetros hidromorfológicos como a percentagem de área ocupada por
macrófitas, a percentagem de canópia e os valores de velocidade de corrente. Por fim são
apresentadas as diferentes composições do substrato presente no leito do rio no ponto 1 e no ponto
2, apresentadas nos gráficos 10 e 11, respectivamente.
Parâmetros Biológicos
Os resultados da identificação das comunidades de macroinvertebrados bentónicos das amostras
recolhidas nos pontos 1 e 2 estão compilados nas tabelas 27 e 28.
15
Índices de Qualidade do Habitat
Os resultados do cálculo dos índices de qualidade do habitat, referentes aos dois pontos de
amostragem, são apresentados nas tabelas 29 e 30.
Índices Biológicos
Os índices de diversidade, equitabilidade e as métricas, de ambos os pontos de amostragem, foram
agrupados na mesma tabela (Tabela 31). Da mesma forma os três índices de qualidade biológica da
água foram agrupados na Tabela 32 que se encontra em anexo.
Composição e Quantificação dos Resíduos
A composição e quantificação percentual dos resíduos existentes nos dois pontos de amostragem é
apresentada nos gráficos 12 e 13.
Discussão dos Resultados e Conclusões
Em primeiro lugar, antes de proceder à análise da influência dos parâmetros físico-químicos e
microbiológicos na qualidade da água dos dois pontos de amostragem, é importante referir que este
estudo possui algumas limitações, tais como o facto de não ocorrer uma significativa análise da
variação espacial dos valores obtidos, tendo sido apenas efectuadas duas medições com um
intervalo de um mês, ou o facto de ter sido realizada uma medição limitada dos vários parâmetros.
Por esta razão todas as conclusões tiradas neste trabalho deverão ser analisadas à luz destas
limitações, podendo por vezes a análise efectuada não ser a mais fidedigna.
A análise dos parâmetros físico-químicos e microbiológicos de uma água superficial revela-se de
extrema importância pois é através desta que podem ser determinados quais os potenciais usos a dar
a essa água. Pela análise dos dados obtidos observa-se que tanto no ponto 1 como no ponto 2
nenhum parâmetro excede o valor máximo admissível (VMA) da classe A1, relativo à qualidade
que a água desses troços tem para poder ser destinada à produção de água para consumo humano.
Desta forma sendo a água destes pontos de amostragem submetida apenas a um tratamento fisico e
de desinfecção poderá ficar apta para o consumo humano (Decreto-Lei nº. 236/98). Relativamente à
aptidão desta água para o seu consumo directo por parte dos seres humanos, verifica-se que ocorrem
excedências do VMA no parâmetro pH, sendo este ligeiramente ácido, o que poderá estar
relacionado com o tipo de substrato do rio, constituído essencialmente por xistos e granito, que
fazem com que a quantidade de sais ionizáveis dissolvidos na água seja reduzida (Jesus, 2001). Mas
principalmente verificam-se excedências do VMA em dois parâmetros microbiológicos, os
16
coliformes totais no ponto 1 e os coliformes totais e os germes totais a 25º C no ponto 2. Pode então
afirmar-se que a água destes pontos de amostragem não deve ser consumida sem qualquer
tratamento, podendo quem a ingerir correr o risco sofrer infecções causadas por microrganismos
patogénicos (Tchobanoglous et al., 1993).
A zona abrangida pelos dois pontos de amostragem em estudo situa-se na nascente do rio Este e
sabendo-se que as zonas de nascente de um rio são regiões salmonícolas, torna-se importante
avaliar qual a capacidade que estes dois pontos têm para acolher tal forma de vida (Decreto-Lei nº
236/98). Sendo os salmões uma espécie que possui uma enorme sensibilidade às condições do meio
que a envolve, os valores baixos de pH, mesmo ocorrendo de forma natural, inviabilizam a prática
desse fim aquícola, em ambos os pontos de amostragem. Falta ainda referir que a água que corre no
leito do ponto 1 cumpre na íntegra todos os objectivos ambientais de qualidade mínima para as
águas superficiais e que a sua água poderá ser directamente utilizada tendo como fim a rega. Já a
água do ponto 2 poderá também ser directamente utilizada para a rega, de campos agrícolas por
exemplo, mas ao contrário do ponto 1 não cumpriu todos os objectivos ambientais de qualidade
mínima para as águas superficiais, pois apresentou na segunda saída de campo um valor excedente
do parâmetro CBO5 (Decreto-Lei nº 236/98).
Quanto ao estado ecológico do rio, tendo como base apenas a análise dos parâmetros físico-
químicos, definidos nos critérios de classificação dos rios e albufeiras do instituto da água (INAG,
2009), observa-se que mais uma vez os valores de pH não estão dentro da gama adequada. No
entanto é referido numa nota de rodapé que estes valores podem ser excedidos ou estar abaixo do
limiar definido caso ocorram naturalmente. Considerando-se assim que os valores de pH obtidos
são normais para a região em estudo obtém-se um bom estado ecológico no ponto 1 e um estado
ecológico razoável no ponto 2, essencialmente devido novamente ao valor de CBO5 que é excedido
na segunda saída de campo.
Relativamente à análise espacial dos parâmetros físico-químicos não se observam diferenças
significativas entre as diferentes datas de amostragem na maioria dos parâmetros, apenas se
sobressaindo o valor de amónia registado no ponto 1 que apresenta uma subida significativa da
primeira para a segunda amostragem, de 0,1 mg/L de NH4+ para 0,46 mg/L de NH4
+. Este estranho
valor poderá ter ocorrido devido às intensas chuvadas que tiveram lugar antes da realização da
segunda saída de campo, que poderá ter arrastado consigo escorrências provenientes de campos
agrícolas adjacentes, provocando uma interferência nos resultados obtidos (Jesus, 2001).
Comparando os dois pontos entre si verifica-se um aumento pouco significativo da maioria dos
parâmetros, do ponto 1 para o ponto 2, especialmente de nitratos e do valor de condutividade, sendo
no entanto normal esta situação ocorrer deslocando-nos de montante para jusante do troço de um
rio, devido à maior distancia percorrida pela água nos pontos mais a jusante, o que implica uma
17
maior interacção com variadas substâncias orgânicas e inorgânicas, o que poderá aumentar o valor
de determinados parâmetros (Silva, 2008).
Concluindo, relativamente à análise dos parâmetros físico-químicos e microbiológicos da água dos
pontos 1 e 2, pode afirmar-se que estes apresentam na sua maioria valores dentro de uma gama que
é própria de uma boa qualidade da água, com características que parecem favorecer o normal
desenvolvimento da vida aquática, apresentando pouca ou nenhuma poluição orgânica, reduzidas
concentrações de nutrientes e uma concentração de sólidos em suspensão nula. Em grande parte
tudo isto se deverá ao facto de serem dois pontos situados na zona de nascente e por não se
observarem fontes de poluição aparentes, nomeadamente não se observando a prática de agricultura
de carácter intensivo nem de quaisquer descargas de esgotos domésticos, assim como são zonas
onde não existem aglomerados populacionais relevantes (INAG, 2000).
Relativamente aos índices de qualidade do habitat utilizados, no ponto 1 obtivemos uma pontuação
de 139 do índice de avaliação visual do habitat e no ponto 2 obtivemos uma pontuação de 164, a
mais elevada tendo em conta todos os pontos de amostragem do rio Este. Conclui-se então que este
ponto possui uma maior capacidade para suportar a vida aquática e o facto de ter obtido uma
pontuação tão elevada não estará dissociado do aspecto mais natural que este ponto apresenta, com
pouca influência humana (EPA, 1999). No outro índice utilizado, o QBR, obtiveram-se pontuações
medianas, 65 e 60 em 100, o que corresponde a uma qualidade aceitável, mas que indicia o início de
alterações importantes na qualidade do bosque de ribeira dos dois pontos (MUNNÉ et al., 1998).
Quanto à composição dos resíduos encontrados nos pontos 1 e 2 verifica-se que as maiores
quantidades de resíduos encontradas correspondem a resíduos plásticos no ponto 1 e a resíduos
metálicos no ponto 2, sendo a mais provável fonte de resíduos no ponto 1 as actividades de lazer
realizadas no parque de merendas existentes na nascente e no ponto 2 o arrastamento pela água das
chuvas de resíduos depositados nas margens dos rios. Como forma de prevenção e de remedição da
poluição existente nestes dois pontos sugerimos que se adoptem as seguintes medidas: organizar
planos de limpeza periódicos, articulados entre as juntas de freguesia e a comunidade local, para a
remoção dos resíduos encontrados nos pontos 1 e 2; colocação de ecopontos na zona de recreio do
ponto 1; colocação de placas indicativas das coimas aplicadas a quem poluir o leito e as margens do
rio; aproximação das comunidades escolares próximas do rio Este, nomeadamente através da
adopção do troço de um rio, prevista por exemplo no Projecto Rios; entre outras medidas.
O estudo da comunidade de macroinvertebrados bentónicos existentes nos pontos 1 e 2 está muito
limitado pelo facto de não se poder efectuar uma análise da variação espácio-temporal destes
parâmetros, devido ao facto de em cada ponto de amostragem terem sido apenas recolhidas
amostras na primeira saída de campo, podendo apenas ser efectuada uma análise comparativa entre
pontos. Relativamente ao índice de diversidade de Shannon-Weaver (Shannon & Weaver, 1949) e
18
ao índice de equitabilidade de Pielou (Washington, 1984), verifica-se que o ponto 1 possui valores
ligeiramente superiores destes índices comparativamente com o ponto 2, o que nos alude para a
existência no ponto 1 de uma maior diversidade de espécies e para uma maior regularidade da
distribuição do número total de indivíduos pelas diferentes espécies, ainda que de forma ligeira. A
métrica número de Taxa sugere a mesma ideia, verificando-se um maior número de grupos
taxonómicos diferentes no ponto 1. Por outro lado, a análise das métricas EPT evidencia a presença
no ponto 2 de um maior número de macroinvertebrados bentónicos pertencentes às ordens mais
intolerantes à degradação ambiental assim como uma menor percentagem de Hydropsychidae dos
Trichoptera, organismos mais tolerantes à poluição, o que indica que este local possui uma boa
qualidade ambiental (Jesus, 2001).
Quanto aos índices de qualidade biológica da água, os valores obtidos dos índices IBB e BMWP’
para os pontos 1 e 2 são muito semelhantes, possuindo ambos uma água não poluída, segundo o
índice IBB e uma água moderadamente poluída de acordo com o BMWP’, no entanto possuindo
ambos os pontos valores muito próximos de uma muito boa qualidade biológica da água (>100). No
IPtIN observam-se as maiores diferenças, possuindo o ponto 1 uma qualidade ecológica razoável e o
ponto 2 uma qualidade ecológica excelente.
A semelhança existente entre os dois pontos de amostragem, verificada através de valores análogos
do índice de diversidade, do índice de equitabilidade, de algumas métricas e de alguns índices de
qualidade biológica da água, poderá em parte ser explicada pelo facto de se terem obtido valores
semelhantes dos diferentes parâmetros hidromorfológicos, tais como os valores de caudal e da
composição do substrato, o facto das profundidades e larguras média dos curso de água serem
aproximadas e pelo facto de os parâmetros físico-químicos da água não variarem muito entre os
diferentes pontos, nomeadamente a condutividade e as concentrações de oxigénio dissolvido, que
são dos parâmetros físico-químicos da água que influenciam de forma mais significativa a
composição das comunidades de macroinvertebrados (Jesus, 2001).
Pela análise de todos os parâmetros anteriormente referidos, desde os parâmetros físico-químicos,
microbiológicos e hidromorfológicos, e incluindo os índices de qualidade do habitat e os índices
biológicos, pode então concluir-se que o ponto 1 possui na sua generalidade um estado ecológico
razoável e que o ponto 2 possui na sua generalidade um bom estado ecológico.
Por fim, pelo facto de não se observarem diferenças significativas nos diversos parâmetros físico-
químicos analisados quer no ponto 1 quer no ponto 2 e pelo facto de sabermos de antemão que os
efluentes gerados na ETAL são transportados para o colector dos Serviços Municipalizados de
Águas e Saneamento da Câmara Municipal de Braga e posteriormente tratados numa ETAR, pode
concluir-se que o aterro sanitário de Braga (BRAVAL) não influencia a qualidade da água nem o
estado ecológico do rio Este.
19
Bibliografia
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Outubro, e estabelecendo as bases e o quadro institucional para a gestão sustentável das águas.
Diário da República, I Série-A, Nº 249.
Decreto-Lei n.º 194/2000, de 21 de Agosto. Tem por objecto a prevenção e o controlo integrados da
poluição proveniente de certas actividades e o estabelecimento de medidas destinadas a evitar ou,
quando tal não for possível, a reduzir as emissões dessas actividades para o ar, a água ou o solo, a
prevenção e controlo do ruído e a produção de resíduos, tendo em vista alcançar um nível elevado
de protecção do ambiente no seu todo, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva n.o
96/61/CE, do Conselho, de 24 de Setembro. Diário da República, I Série-A, Nº 192.
20
Decreto-Lei nº 236/1998, de 1 de Agosto. Estabelece normas, critérios e objectivos de qualidade
com a finalidade de proteger o meio aquático e melhorar a qualidade das águas em função dos seus
principais usos. Diário da República, I Série-A, Nº 176.
Decreto-Lei nº 306/2007, de 27 de Agosto. Estabelece o regime da qualidade da água destinada ao
consumo humano e estabelece ainda os critérios de repartição da responsabilidade pela gestão de
um sistema de abastecimento público de água para consumo humano, quando a mesma seja
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21
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22
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Washington, H. (1984). Diversity, Biotic and Similarity Indices. A Review With Special Relevance
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23
Anexos
Figura 1: Localização da Bacia Hidrográfica do Ave e do Troço Principal do Rio Este. Fonte: Silva, 2004.
Figura 2: Localização no Rio Este dos Pontos 1 e 2. Fonte: Google Earth.
24
Figura 3: Imagens Relativas ao Ponto 1.
Figura 4: Imagens Relativas ao Ponto 2.
Tabela 1: Coordenadas GPS dos Pontos 1 e 2.
25
Figura 5: Carta Litológica do Rio Este Assinalando a Localização dos Pontos 1 e 2. Fonte: Atlas do Ambiente.
Figura 6: Carta Hipsométrica do Rio Este Assinalando a Localização dos Pontos 1 e 2. Fonte: Atlas do Ambiente.
26
Gráfico 1: Perfil Longitudinal do Rio Este Demarcando os Últimos 3 Quilómetros que Apresentam uma Inclinação Bastante Acentuada. Fonte: INAG, 2000.
Figura 7: Temperaturas Médias Anuais no Rio Este e a Localização dos Pontos 1 e 2. Fonte: Atlas do Ambiente.
27
Figura 8: Carta de Solos do Rio Este Assinalando a Localização dos Pontos 1 e 2. Fonte: Atlas do
Ambiente.
Figura 9: Precipitação Média Anual de 1959/60 a 1990/91 no Rio Este. Fonte: Atlas da Água.
28
Figura 10: Precipitação Distribuída pelos Dias do Ano no Rio Este. Fonte: Atlas do Ambiente.
Gráfico 2: Gráfico de Box Whiskers que Avalia a Distribuição Sazonal da Precipitação Mensal Ocorrida na Área do Rio Este. Fonte: INAG, 2000.
29
Figura 11: Distribuição Espacial da Evapotranspiração Potencial Média e Anual na Área do Plano de Bacia Hidrográfica do Ave. Fonte: Silva, 2004.
30
Figura 12: Distribuição Espacial da Evapotranspiração Real Média e Anual no Rio Este. Fonte:
Atlas do Ambiente.
Gráfico 3: Gráfico de Box Whiskers que Avalia a Distribuição Sazonal da Evapotranspiração Potencial Ocorrida na Área do Rio Este. Fonte: INAG, 2000.
31
Figura 13: Carta de Escoamento do Rio Este Assinalando a Localização dos Pontos 1 e 2. Fonte:
Atlas do Ambiente.
Tabela 2: Valores Típicos da Composição dos Lixiviados (mg/l). Fonte: Tchobanoglous et al., 1993.
32
Figura 14: Esquema de Tratamento das Águas Residuais da ETAL da BRAVAL. Fonte: Gonçalves, 2006.
Tabela 3: Parâmetros Físico-químicos Analisados, Metodologia de Determinação, Unidades e Referências Bibliográficas.
Parâmetro Metodologia Unidades Referências Bibliográficas
Temperatura
da Água
Medição “in loco” utilizando um
Condutímetro LF340-B/SET da marca
WTW
°C
Standard Methods for the
Examination of Water and
Wastewater, 20th ed. APHA,
AWWA.1999
pH Medição “in loco” utilizando um Medidor
de pH portátil 3151/SET da marca WTW
Escala de
Sorensen
Standard Methods for the
Examination of Water and
Wastewater, 20th ed. APHA,
AWWA.1999
Condutividade
Medição “in loco” utilizando um
Condutímetro LF340-B/SET da marca
WTW
����S/cm
Standard Methods for the
Examination of Water and
Wastewater, 20th ed. APHA,
AWWA.1999
Concentração
de Oxigénio
Dissolvido
Medição “in loco” no local de colheita da
amostra utilizando um Oxímetro OXI
330/SET da marca WTW
mg O2/l
Standard Methods for the
Examination of Water and
Wastewater, 20th ed. APHA,
33
AWWA.1999
Saturação de
Oxigénio
Medição “in loco” no local de colheita da
amostra utilizando um Oxímetro OXI
330/SET da marca WTW
%
Standard Methods for the
Examination of Water and
Wastewater, 20th ed. APHA,
AWWA.1999
Sólidos Totais
(ST)
Resíduo de uma amostra retido numa
cápsula depois da evaporação e secagem. mg/l
Standard Methods for the
Examination of Water and
Wastewater, 20th ed. APHA,
AWWA.1999
Sólidos
Suspensos
Totais (ST)
Filtração através de membrana filtrante de 0,45 �m, secagem a 105ºC e pesagem.
mg/l
Standard Methods for the
Examination of Water and
Wastewater, 20th ed. APHA,
AWWA.1999
Carência
Bioquímica de
Oxigénio
(CBO5)
Sistema de CBO5 (WTW – OXITOP) para determinação de O2 dissolvido antes e após cinco dias de incubação a 20ºC ao abrigo
da luz, com adição de um inibidor da nitrificação.
mg O2/l
Standard Methods for the
Examination of Water and
Wastewater, 20th ed. APHA,
AWWA.1999
Nitratos (NO3) Método espectrofotométrico de absorção
molecular com Aparelho Helios Gama mg NO3
-/l
Standard Methods for the
Examination of Water and
Wastewater, 20th ed. APHA,
AWWA.1999
Nitritos (NO2)
Método espectrofotométrico de absorção
molecular com Aparelho Helios Gama –
Método colorimétrico da sulfanilamida.
mg NO2-/l
Standard Methods for the
Examination of Water and
Wastewater, 20th ed. APHA,
AWWA.1999
Amónia (NH4) Medição Directa com kit portátil
Spectroquant Nova 60 mg/l
Standard Methods for the
Examination of Water and
Wastewater, 20th ed. APHA,
AWWA.1999
34
Tabela 4: Limiares Máximos para os Parâmetros Físico-químicos Gerais para o Estabelecimento do Bom Estado Ecológico em Rios. Fonte: INAG, 2009.
35
Tabela 5: Parâmetros Microbiológicos Analisados, Metodologia de Determinação, Unidades e Referências Bibliográficas.
Parâmetros Metodologia Unidades Referências
Bibliográficas
Coliformes Totais
Cultura a 37ºC em meio sólido específico adequado para o
efeito com ou sem filtração e contagem das colónias.
UFC/ml
Standard Methods for the
Examination of Water
and Wastewater, 20th ed.
APHA, AWWA.1999
Coliformes Fecais
Cultura a 44ºC em meio sólido
específico adequado para o
efeito com ou sem filtração e
contagem das colónias.
UFC/ml
Standard Methods for the
Examination of Water
and Wastewater, 20th ed.
APHA, AWWA.1999
Enterococos Fecais
Fermentação em tubos múltiplos. Subcultura dos
tubos positivos em meios de confirmação. Determinação do NMP; ou Filtração através de membrana e cultura em meio
apropriado, subcultura e identificação de colónias
suspeitas.
UFC/ml
Standard Methods for the
Examination of Water
and Wastewater, 20th ed.
APHA, AWWA.1999
BBVA a 25ºC Inoculação por incorporação em gelose nutritiva.
UFC/ml
Standard Methods for the
Examination of Water
and Wastewater, 20th ed.
APHA, AWWA.1999
BBVA a 37ºC Inoculação por incorporação em gelose nutritiva.
UFC/ml
Standard Methods for the
Examination of Water
and Wastewater, 20th ed.
APHA, AWWA.1999
36
Tabela 6: Parâmetros Hidromorfológicos Analisados, Metodologia de Determinação, Unidades e Referências Bibliográficas.
Parâmetro Metodologia Unidades Referências
Bibliográficas
Transectos (Distanciados
entre si 5 metros)
Medição da largura e profundidade
(fita métrica e metro vertical) m PLATTS et al.,
1983.
Velocidade da Corrente
Medição a diferentes profundidades
com correntómetro flometer 1 da
marca Geopacks
m/s PLATTS et al.,
1983.
Caudal
Calculado através da multiplicação
dos valores de área inundada,
obtidos através de métodos
numéricos (determinação da área
abaixo da curva), pelos valores de
velocidade da corrente.
m3/s PLATTS et al.,
1983.
Composição do Substrato Análise visual e registo em fichas
de campo %
GILLER &
MALMQVIST,
1998.
Percentagem de Área
Ocupada por Macrófitas
Análise visual e registo em fichas
de campo %
LANCASTER,
1999.
Percentagem de Canópia Análise visual e registo em fichas
de campo %
GORDON et al.,
1994.
37
Tabela 7: Parâmetros Biológicos Analisados, Metodologia de Determinação, Unidades e
Referências Bibliográficas.
Parâmetro Metodologia Referências
Bibliográficas
Recolha de Macroinvertebrados
Recolha do substrato com uma
rede de mão. Conservação da
amostra em formol a 10%.
APHA, 1992.
Triagem de Macroinvertebrados
Lavagem do substrato através
de um crivo de rede de 400
�m. Triagem em tabuleiro
com fonte de iluminação
inferior.
APHA, 1992.
Identificação de Macroinvertebrados
Efectuada com recurso a uma lupa binocular de marca Leica Zoom 2000 e Motic SMZ-143 Series e consultando as tabelas
dicotómicas facultadas pela docente.
APHA, 1992.
38
Tabela 8: Tabela Usada para o Cálculo do Índice de Avaliação Visual do Habitat em Rios de Elevado Gradiente. Fonte: EPA, 1999.
40
Tabela 9: Tabela Usada para o Cálculo do Índice de Qualidade do Bosque de Ribeira. Fonte: MUNNÉ et al., 1998.
41
Tabela 10: Determinação do Tipo Geomorfológico da Zona Ripária. Fonte: MUNNÉ et al., 1998.
Tabela 11: Classes de Qualidade da Água de Acordo com o QBR. Fonte: MUNNÉ et al., 1998.
42
Figura 15: Fórmula de Cálculo do Índice de Diversidade de Shannon-Weaver. Fonte: Shannon & Weaver, 1949.
Figura 16: Fórmula de Cálculo do Índice de Equitabilidade de Pielou. Fonte: Washington, 1984. Tabela 12: Limites Práticos para a Identificação dos Indivíduos para o Cálculo do IBB. Fonte: De Pauw e Vanhooren, 1983.
43
Tabela 13: Tabela Standard Usada para o Cálculo do Índice Biótico Belga. Fonte: De Pauw e Vanhooren, 1983.
Tabela 14: Classes de Qualidade da Água Definidas de Acordo com o Índice Biótico Belga. Fonte: De Pauw e Vanhooren, 1983.
44
Tabela 15: Tabela Usada para o Cálculo do Índice de Qualidade Biológica da Água BMWP’. Fonte: Alba-Tercedor e Sanchéz-Ortega, 1988.
Tabela 16: Classes de Qualidade da Água Definidas para os Rios Mediterrânicos de Acordo com o BMWP’. Fonte: Alba-Tercedor e Sanchéz-Ortega, 1988.
45
Figura 17: Fórmula de Cálculo do Índice Português de Invertebrados Norte. Fonte: INAG, 2009.
Tabela 17: Resultados Obtidos dos Parâmetros Físico-químicos Analisados no Ponto 1, Relativos às Duas Saídas de Campo Realizadas.
Parâmetros Valores da 1ª Saída de
Campo
Valores da 2ª Saída de
Campo
Temperatura (ºC) 10,36 11,47
pH 5,01 5,88
Condutividade (����S/cm) 45,82 42,33
Oxigénio Dissolvido (mg/l) 9,926 9,5
Saturação de Oxigénio (%) 92,4 91
Sólidos Totais (mg/l) 32 22,8
Sólidos Suspensos Totais (mg/l) 0 0
CBO5 (mg/L) ----- -----
Nitratos (NO3-) (mg/L) 4,654 1,005
Nitritos (NO2-) (mg/L) 0,001 0
Amónia (NH4+) (mg/L) 0,1 0,46
46
Tabela 18: Resultados Obtidos dos Parâmetros Físico-químicos Analisados no Ponto 2, Relativos às Duas Saídas de Campo Realizadas.
Parâmetros Valores da 1ª Saída de
Campo
Valores da 2ª Saída de
Campo
Temperatura (ºC) 11,5 11,93
pH 5,86 5,73
Condutividade (����S/cm) 72,75 73,23
Oxigénio Dissolvido (mg/l) 10,175 10,133
Saturação de Oxigénio (%) 95,95 98
Sólidos Totais (mg/l) 98,95 68
Sólidos Suspensos Totais (mg/l) 0 0
CBO5 (mg/L) 5 7
Nitratos (NO3-) (mg/L) 9,957 9,057
Nitritos (NO2-) (mg/L) 0,001 0,026
Amónia (NH4+) (mg/L) 0,09 0,06
47
Tabela 19: Resultados Obtidos dos Parâmetros Microbiológicos Analisados nos Pontos 1 e 2.
Parâmetros Ponto 1 Ponto 2
Coliformes Totais (UFC/mL) 0,005 0,04
Coliformes Fecais (UFC/mL) 0 0
Enterococos Fecais (UFC/mL) 0 0
BBVA (Germes Totais) a 25 ºC
(UFC/mL) 10 160
BBVA (Germes Totais) a 37 ºC
(UFC/mL) 5 10
Tabela 20: Avaliação da Aptidão dos Cursos de Água Doce Superficial dos Pontos 1 e 2 para a
Produção de Água para Consumo Humano. Fonte: Decreto-Lei nº 236/98.
48
Tabela 21: Avaliação da Aptidão da Qualidade da Água dos Pontos 1 e 2 para Consumo Humano.
Fonte: Decreto-Lei nº 306/2007.
Tabela 22: Avaliação da Aptidão dos Cursos de Água Doce Superficial dos Pontos 1 e 2 para a
Vida Piscícola (Salmonídeos). Fonte: Decreto-Lei nº 236/98.
49
Tabela 23: Avaliação da Aptidão dos Cursos de Água Doce Superficial dos Pontos 1 e 2 para a
Rega. Fonte: Decreto-Lei nº 236/98
Tabela 24: Avaliação do Cumprimento dos Objectivos Ambientais de Qualidade Mínima para as
Águas Superficiais dos Pontos 1 e 2. Fonte: Decreto-Lei nº 236/98
50
Tabela 25: Comparação dos Parâmetros Físico-químicos Obtidos nos Pontos 1 e 2 com os Limiares Máximos Definidos para a Determinação de um Bom Estado Ecológico de um Rio. Fonte: INAG, 2009.
Gráfico 4: Transecto 1 do Ponto 1, Obtido na Primeira Saída de Campo Realizada no Dia 25 de Fevereiro de 2011.
-0,4
-0,2
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
0 1 2 3 4 5
Pro
fund
idad
e (m
)
Largura (m)
Transecto 1 - Ponto 1
51
Gráfico 5: Transecto 2 do Ponto 1, Obtido na Primeira Saída de Campo Realizada no Dia 25 de Fevereiro de 2011.
Gráfico 6: Transecto 3 do Ponto 1, Obtido na Primeira Saída de Campo Realizada no Dia 25 de Fevereiro de 2011.
-0,2
-0,1
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0 1 2 3 4 5
Pro
fund
idad
e (m
)
Largura (m)
Transecto 2 - Ponto 1
-0,2
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 1 2 3 4 5
Pro
fund
idad
e (m
)
Largura (m)
Transecto 3 - Ponto 1
52
Gráfico 7: Transecto 1 do Ponto 2, Obtido na Primeira Saída de Campo Realizada no Dia 25 de Fevereiro de 2011.
Gráfico 8: Transecto 2 do Ponto 2, Obtido na Primeira Saída de Campo Realizada no Dia 25 de Fevereiro de 2011.
-0,4
-0,2
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
0 1 2 3 4 5 6
Pro
fund
idad
e (m
)
Largura (m)
Transecto 1 - Ponto 2
-1
-0,5
0
0,5
1
1,5
2
0 1 2 3Pro
fund
idad
e (m
)
Largura (m)
Transecto 2 - Ponto 2
53
Gráfico 9: Transecto 3 do Ponto 2, Obtido na Primeira Saída de Campo Realizada no Dia 25 de Fevereiro de 2011.
Tabela 26: Valores de Caudal Médio em Diferentes Unidades, Valores de Velocidade da Corrente, Percentagens de Canópia e de Macrófitas dos Pontos de Amostragem 1 e 2.
Parâmetros Hidromorfológicos Ponto 1 Ponto 2
Velocidade da Corrente (m/s) 0,13 0,09
Caudal Médio (m3/s) 0,0096 0,019
Caudal Médio (l/s) 9,59 19,48
Caudal Médio (m3/h) 34,52 70,12
Canópia (%) 5 90
Macrófitas (%) 82,5 31
-0,6
-0,4
-0,2
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5
Pro
fund
idad
e (m
)
Largura (m)
Transecto 3 - Ponto 2
54
Gráfico 10: Composição do Substrato Presente no Leito do Rio no Ponto 1.
Gráfico 11: Composição do Substrato Presente no Leito do Rio no Ponto 2.
10%
40%
25%
15%
6%
3% 1%
Nascente do Rio Este
Lama
Areia
Areão
Cascalho
Calhaus Rolados
Pequenos Blocos
Grandes Blocos
10%
30%
15%
15%
15%
10%
5%
Jusante do Aterro
Lama
Areia
Areão
Cascalho
Calhaus Rolados
Pequenos Blocos
Grandes Blocos
55
Tabela 27: Identificação das Comunidades de Macroinvertebrados Bentónicos das Amostras Recolhidas no Ponto 1.
Tabela 28: Identificação das Comunidades de Macroinvertebrados Bentónicos das Amostras Recolhidas no Ponto 2.
56
Tabela 29: Resultados do Índice de Avaliação Visual do Habitat Referentes aos Pontos 1 e 2.
Índice de Avaliação Visual do Habitat em Rios de Elevado Gradiente (EPA, 1999)
Parâmetros do Habitat
Ponto Código 1 2 3 4 5 6 7 8 M.E. 8 M.D. 9 M.E. 9 M.D. 10 M.E. 10 M.D. Total
Nascente Rio Este 1 12 14 10 17 19 16 7 8 8 8 8 8 4 139
Jusante Aterro
2 17 15 13 16 19 16 16 8 8 9 9 9 9 164
Tabela 30: Resultados do Índice de Qualidade do Bosque de Ribeira Referentes aos Pontos 1 e 2.
Índice de Qualidade do Bosque de Ribeira (Munné et al., 1998)
Parâmetros do Habitat
Ponto Código
Grau de Cobertura da Zona Ripária
Estrutura da
Cobertura Vegetal
Qualidade da
Cobertura Vegetal
Grau de Naturalidade
do Canal Fluvial
Total Qualidade do Bosque
de Ribeira
Nascente Rio Este
1 10 15 15 25 65 Início de Alterações
Importantes, Qualidade Aceitável
Jusante Aterro
2 25 15 5 15 60 Início de Alterações
Importantes, Qualidade Aceitável
Tabela 31: Resultados dos Índices de Diversidade, Equitabilidade e das Métricas dos Pontos 1 e 2.
57
Tabela 32: Resultados dos Índices de Qualidade Biológica da Água para os Pontos 1 e 2.
Gráfico 12: Composição e Quantificação Percentual dos Resíduos Existentes no Ponto 1.
Gráfico 13: Composição e Quantificação Percentual dos Resíduos Existentes no Ponto 2.
20%
65%
5%10%
Nascente do Aterro
Vidro
Plásticos
Residuos Orgânicos
Outros
10%
40%30%
5% 15%
Jusante do Aterro
Vidro
Metais
Plásticos
Resíduos Orgânicos
Outros