ESTUDO DA FIBROMIALGIA E SÍNDROME MIOFACIAL E OS … · radiculopatias, traumas grandes, excesso...
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CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO HOMEM
CIEPH
ESCOLA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL “SANTA CLARA”
CURSO DE ACUPUNTURA
ESTUDO DA FIBROMIALGIA E SÍNDROME MIOFACIAL E OS POSSÍVEIS PONTOS DE ACUPUNTURA A SEREM
UTILIZADOS
Josiana Claudia da Silva
Trabalho de Conclusão de Curso
Marcelo Fabián Oliva
Prof. Orientador
Santo Amaro da Imperatriz, agosto de 2004.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 03
1. OBJETIVOS ............................................................................................................. 05 1.1 Objetivos Gerais .................................................................................................... 05 1.2 Objetivos Específicos ............................................................................................ 05
2. BASES DA MEDICINA CONVENCIONAL OCIDENTAL ...... ......................... 06 2.1 Fibromialgia .......................................................................................................... 06 2.1.1 Etiologia ........................................................................................................ 07 2.2 Síndrome Dolorosa Miofacial ............................................................................... 09 2.2.1 Etiologia ........................................................................................................ 11 2.2.2 Origem ........................................................................................................... 11 2.2.3 Diagnóstico .................................................................................................... 16
3. BASES DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA ......... ................................. 18 3.1 Acupuntura no Tratamento da Dor ........................................................................ 18 3.2 Dores Crônicas do Sistema Musculoesquelético-Fibromialgia ............................. 19 3.2.1 Etiopatogenia e Tratamento ........................................................................... 20 3.3 Pontos de Acupuntura ............................................................................................ 22 3.3.1 Pontos Locais e Regionais ............................................................................. 23 3.4 Identificação do Padrão Dor .................................................................................. 25 3.5 Síndromes Bi ......................................................................................................... 26 3.6 Canais de Energia Tendinomusculares .................................................................. 28 3.6.1 Estudo dos Canais de Energia Tendinomusculares ............................................ 29
4. TRIGGER POINTS E OS PONTOS DE ACUPUNTURA .................................. 41
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 44
INTRODUÇÃO
Atualmente a procura por tratamentos de dor miofacial, tendinomuscular, ou osteoarticular
aumentou consideravelmente nos consultórios de fisioterapia, médicos ou acupunturistas. São
síndromes dolorosas de etiologia desconhecida que acometem principalmente pessoas do sexo
feminino dos 12 aos 55 anos.
Caracteriza-se por dor crônica músculo esquelética difusa, e acentuada sensibilidade à
palpação em locais bem característicos. Sua origem pode estar associada a interação de fatores
genéticos, neuroendócrinos, psicológicos, reumatológicos e distúrbios do sono. Podem se
apresentar de forma isolada ou associada à síndromes, principalmente de ordem reumatológica.
Estas características supra citadas estão enquadradas na síndrome miofacial e na fibromialgia,
que facilmente se confundem.
A fibromialgia pode afetar consideravelmente a qualidade de vida do paciente até um ponto
nem sempre visto em outras patologias crônicas, como artrite reumatóide, doença bronco
pulmonar crônica ou diabetes. Segundo relatos de pacientes acometidos, a dor muscular é
acentuada e difusa e o sucesso do tratamento convencional com medicamentos e fisioterapia, ser
bem sucedido é bem pequena.
Estas patologias de complicado diagnóstico, leva frustração aos médicos, fisioterapeutas e
pacientes. Segundo algumas bibliografias pesquisadas, uma das formas de tratamento para alívio
da dor e relaxamento muscular é a acupuntura, que normalmente costuma ser bem eficaz
naqueles que não se beneficiaram com outros tratamentos.
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Neste trabalho você terá mais informações sobre estas patologias através de uma revisão
bibliográfica da medicina convencional ocidental e também da Medicina Tradicional Chinesa, e
alguns pontos de acupuntura a serem utilizados.
1. OBJETIVOS
1.1 Objetivos Gerais
Revisar os conceitos de fibromialgia e síndrome miofacial na medicina ocidental, e também
na Medicina Tradicional Chinesa as patologias parecidas e a possível utilização de alguns pontos
de acupuntura para alívio da dor.
1.2 Objetivos Específicos
• Reconhecer os pontos de acupuntura que possam amenizar ou diminuir a dor e o
desconforto de pacientes com síndromes miofaciais ou fibromialgia.
• Revisar o assunto e aprender a reconhecer os sinais e sintomas dessas patologias.
• Comparar as patologias nas duas medicinas, e a possível utilização de pontos de
acupuntura nas regiões de dor ou nos trigger points.
• Proporcionar mais conforto, bem estar e qualidade de vida aos pacientes com estas
patologias.
2. BASES DA MEDICINA CONVENCIONAL OCIDENTAL
2.1 Fibromialgia
O estudo da fibromialgia sofreu um atraso importante em razão da utilização indevida do
termo fibrosite, já que esta englobava uma grande variedade de sintomas que afetavam as partes
moles do sistema músculo esquelético. A fibromialgia não era considerada uma entidade até a
década de 70, quando Moldofky et al publicaram os primeiros relatos dos distúrbios do sono e
dos achados polissonográficos, que deram margens a novos achados na investigação
etiopatogênica. O termo fibromialgia (FM) foi proposto em 1976 por Hench, e em 1977, Smythe
e Moldofsky propuseram critérios para seu diagnóstico. Diversos estudos surgiram, e a partir de
então, foi observado que os pacientes apresentaram em comum regiões dolorosas mais salientes
no epicôndilo lateral, região costo condral e grupamentos musculares da região cervical.(Oliveira,
1998).
Este tipo de síndrome é conhecido como uma afecção álgica do aparelho músculo-
esquelético-ligamentar que acomete músculos, tendões, fáscias e ligamentos, que caracteriza-se
pela ocorrência de dor, aumento da tensão muscular, fadiga e isquemia muscular localizada;
devida a contração estática, repetições, posturas inadequadas e estresses emocionais parecem
estar envolvidos em sua gênese.(Oliveira, 1998).
Músculos da coluna cervical, região escapular e todo membro superior, como trapézio,
rombóides, bíceps braquial são acometidos.
7
O colégio Americano de Reumatologia definiu em 1990, critérios para classificação da
fibromialgia que inclui dor musculo-esquelética difusa e presença de onze pontos dolorosos
(tender points) entre as dezoito áreas a serem pesquisadas.
Pacientes com fibromialgia e a síndrome da dor miofacial tem aspectos comuns entre eles: a
dor musculo-esquelética crônica. Em ambos os casos são propostos tratamentos para diminuir a
dor e melhorar a função, porém as estratégias são diferentes.
Os trigger points (pontos dolorosos) são comuns na síndrome miofacial e são tratados
localmente com injeções, sprays e alongamentos, técnicas de libração miofacial alongamento e
resistência e exercícios posturais específicos nas regiões envolvidas.
Na fibromialgia, os tender points (pontos dolorosos) são tratados com remédios sistêmicos
incluindo medicação oral, alongamento global, condicionamento aeróbico e trabalho cognitivo-
comportamental.
2.1.1 Etiologia
A fibromialgia é uma síndrome dolorosa, de causa desconhecida, que acomete
preferivelmente as mulheres com idade entre 40 e 60 anos.
A origem da FM está relacionada à interação de fatores genéticos, neuroendócrinos,
psicológicos e distúrbios do sono. As alterações nos mecanismos de percepção de dor, atuam
como fator que predispõe o indivíduo a fibromialgia, frente a processos dolorosos, a esforços
repetitivos, artrite crônica, condições de depressão e stress psicológico. Pode também estar
associada com distúrbios do sono primários ou secundários, são alterações provocadas pela falta
do sono não-REM, que tem um papel importante nas funções restaurativas. (Cailliet, 2000).
Os sintomas são generalizados, a patologia é sistêmica e não há teste laboratorial que
confirme a doença. Aproximadamente 20 a 50% dos pacientes apresentam depressão e ansiedade,
os sintomas pioram no frio, começam no final do dia e durante períodos de estresse emocional.
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Principais sintomas:
• fadiga,
• dor generalizada,
• distúrbios do sono,
• rigidez muscular e matinal,
• dor de cabeça,
• parestesias,
• perda de concentração,
• vertigem,
• dor articular,
• irritações da bexiga,
• disfunções da tireóide,
• depressão.
Na fibromialgia existem 18 pontos sensíveis de dor a palpação digital, sendo que em até 11
pontos a dor pode estar presente, e são os tender points (pontos dolorosos). São eles:
• occipito, nas inserções do músculo occipital;
• cervical inferior, nos locais anteriores dos espaços intertransversos de C5 a C7;
• trapézio, no ponto intermédio da borda superior;
• supraespinhoso, nas origens acima da espinha escapular, próximo da borda intermédia;
• segunda costela, nas junções costocondrais, bem na lateral das junções nas superfícies
superiores;
• epicôndilo lateral; 2cm distal dos epicôndilos
9
• glúteos, nos quadrantes externos das nádegas, na dobra anterior do músculo;
• trocanter maior, posterior à proeminência;
• joelho, no coxim adiposo medial, proximal a linha articular.
A palpação digital deve ser realizada com força máxima de 4 kg. Num ponto sensível
considerado “positivo”, o paciente deve avisar se a palpação está doendo. “Sensível” não é o
mesmo que doloroso.
Segundo Young, Beganol e Mark para fins de classificação, os pacientes são considerados
portadores de fibromialgia se ambos os critérios forem satisfeitos. A dor difusa e sensibilidade
deve ter estado presente por ao menos três meses, afetando a parte superior e inferior do lado
direito e esquerdo do corpo.
2.2 Síndrome Dolorosa Miofacial
A síndrome dolorosa miofacial é definida como uma disfunção neuromuscular regional que
tem como característica a presença de regiões sensíveis em bandas musculares
contraturadas/tensas que produzem dor referidas em áreas distantes ou adjacentes.
A SDM é uma disfunção muscular regional caracterizada pela presença de pontos gatilhos
no músculo esquelético, os trigger points (pontos dolorosos). Fonte extremamente comum de dor,
estando presente em diversas situações como causa de dor tratável não diagnosticada. Segundo
Lianza (2000), a característica clínica da síndrome dolorosa miofacial é a dor localizada,
associada a bandas musculares tensas palpáveis, nas quais encontramos um ponto miálgico
intensamente dolorido, o ponto gatilho.
Em geral, o paciente não é consciente da existência de seus pontos gatilho, e a dor se
manifesta em território distante do ponto. O método mais confiável de localizar os pontos-gatilho
é a procura nas áreas dolorosas com as pontas dos dedos, e esta pressão produzida pela ponta dos
dedos normalmente acentua a dor.
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Os pontos-gatilho miofaciais ou pontos de acupuntura, fisiologicamente em estado latente,
tornam-se ativos, isto é, dolorosos à palpação, em condições patológicas, como conseqüência de
trauma, ou perturbações internas do organismo, distúrbios viscerais, neuro-humorais (síndrome
de fibromialgia, fadiga), ou pela influência de fatores ambientais ou por causa de distúrbios
músculo-esqueléticos intrínsicos (síndromes dolorosas miofaciais).(Carneiro NM).
Trigger point
Ponto irritável em um músculo esquelético que é associado a um nódulo palpável sensível
numa região de tensão fascial e muscular.O ponto é doloroso a palpação e pode dar sinais
característicos de dor referida, dureza muscular, disfunções motoras e fenômenos ligados ao
sistema nervoso autônomo.
Trigger point ativo
É um trigger point miofacial que causa sintomas dolorosos. Geralmente é duro à palpação,
impede o alongamento do músculo, produz também fraqueza muscular. Quando comprimido
produz uma resposta de dor similar a que o paciente relata (dor referida). Produz fenômenos
motores, e também autonômicos causando “dureza” na zona de dor referida.
Trigger point latente
Ponto gatilho que é doloroso somente à palpação. Não apresenta dor espontânea, apresenta
algumas características de um trigger point ativo. Ainda não está ativo, pode ser ativado por
stress ou esforço.
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Esquema de um trigger point em músculo
A parte central de um trigger point que é encontrada na região da placa motora, corresponde
a uma área com vários pontos de sítios ativos, e possui numerosos nódulos contráteis. A tensão
aumentada na região central é transmitida a periferia do músculo através das fáscias o que pode
gerar dor nas inserções dos músculos e causar trigger points de inserção.
2.2.1 Etiologia
Vários fatores são precipitantes: Traumas (macro e micro traumas), infecção ou inflamação
devido a uma patologia de base, alterações biomecânicas apendiculares (discrepância de
membros, aumento acentuado dos seios) e axiais posturais, distenções crônicas, esfriamentos de
músculos fatigados, miosite aguda. Outras causas incluem: lesões localizadas de músculos,
ligamentos, cápsulas articulares, estress emocional, fadiga, tensão, deficiência muscular. Estes
fatores não corrigidos, podem perpetuar a dor miofacial.
2.2.2 Origem
Surgem nos pontos motores ou placas motoras dos músculos (comunicação do nervo com a
musculatura). Os sarcômeros em contração excessiva provocam contraturas nas fáscias
ocasionando fibras tensas que poderão ser a origem do trigger point.
A dor miofascial é um problema neuro muscular. Há um excesso na produção e liberação de
acetilcolina na região das terminações nervosas motoras.
São vários os estímulos para a formação de um trigger point como: sobrecarga de trabalho,
radiculopatias, traumas grandes, excesso de cargas, distúrbios emocionais, artrites.
Eles podem estar em qualquer músculo do corpo, são de fácil palpação. Ocorre rigidez,
atrofia, devida a dor causada pela presença de um trigger point na região, que acabam por inibir
estes músculos levando a fraqueza.
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Patogênese hipotética dos trigger points miofasciais e os tender points na fibromialgia
Fibromialgia: diminuição da tolerância a dor, hipersensibilidade, terminações nervosas
sensíveis, "lócus sensíveis", outros trigger points.
Síndrome miofascial: placas motoras disfuncionais, "lócus ativos" trigger points
miofasciais.
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Para um melhor entendimento entre as diferenças da síndrome dolorosa miofacial e
fibromialgia veja o quadro abaixo:
Quadro de Campbell
Características Fibromialgia Síndrome Dolorosa
Miofacial
Distribuição Simétrica e dores
difusas
Assimétrica e local em
pontada
Sexo Mais mulheres (>80%) Ambos os sexos
Idade Preferencialmente
40-60 anos
Qualquer idade
Localização 18 tender points Pontos gatilhos/trigger
points
Radiação Espalhada/crônica Em pontos específicos
Espasmo muscular Geralmente não Presente com
encurtamento
Fraqueza muscular Incomum Comum
ADM Não restrita Sempre restrita
Atividade muscular Dor difusa Dolorida em áreas
Contração local à
palpação
Ausente Freqüente
Outros sintomas Fadiga, distúrbio do
sono, dor rigidez
matinal
Baixa resistência da
pele
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Trigger point, localização e irradiação:
Trigger point-localização Zona de referência
Esternocleidomastoideo Cefaléia
Masseter Cefaléia, mandíbula/dente
Temporal Cefaléia, face/dente
Pterigóideo lateral DCCM
Trapézio Occipital, cefaléia temporal,ombro e
coluna cervical
Elevador da escápula Cervical
Escaleno Cervical, membro superior
Supra-espinhoso Ombro, braço
Infra-espinhoso Escápula, braço
Deltóide Face lateral do braço
Braquiorradial Antebraço, mão
Supinador Epicôndilo lateral,cotovelo
Vasto medial Joelho
Gastrocnêmio Panturrilha, calcâneo
Tibial anterior Face anterior da tíbia, dorso do pé
Fibular longo Panturrilha, lateral do tornozelo
Quadro de Campbell
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Trigger point 1
Os trigger point localizados na região superior do trapézio referem dor em ascendência,
unilateral pela região póstero-lateral do pescoço até o processo mastóideo, e são a maior fonte de
“dor tensional do pescoço”. A dor referida, quando intensa, estende-se lateralmente na cabeça,
concentrando-se no temporal e também pode incluir o ângulo da mandíbula. Ocasionalmente, a
dor estende-se ao occipital e raramente a dor leve é referida ao dente molar inferior. A dor
referida no trigger point 1 aparece não profunda no interior da orelha.
Alguns relatos associam a atividade de trigger points localizados nas fibras superiores do
trapézio com sintomas de tontura momentânea.
Quando este trigger é ativado, normalmente o paciente apresenta dor severa na região
póstero lateral do pescoço, freqüentemente associada à cefaléia temporal do mesmo lado.
Trigger point 2
O modelo de dor referida neste trigger, localiza-se ligeiramente à zona de referência cervical
do trigger 1, combinando-se a este distribuição posterior à orelha. A localização deste trigger (2)
é caudal e posterior à borda livre do trapézio superior. E ele provoca dor na região do pescoço,
com ausência de cefaléia.
Trigger point 3
O trigger point 3, freqüentemente, é responsável por dor persistente póstero superior e
pescoço.
Trigger point 4
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Este produz um estado de dor referida em queimação inferior e medial para a borda da
escápula. Os trigger point 3 e 4 provocam dor interescapular, supraescapular e acromial.
Trigger point 5
Localiza-se nas fibras médias do trapézio, provoca dor e queimação superficial,
interescapular, referida medialmente entre o trigger 5 das vértebras C7 e T1.
Trigger point 6
Localizado nas fibras médias do trapézio, mais próximo à região do acrômio, referindo dor
na região superior do ombro ou processo acromial. Ele promove dor referida e sensibilidade
sobre o acrômio, tornando o ombro tolerante à pressão.
2.2.3 Diagnóstico
O diagnóstico é feito a partir de dados da história clínica, com ênfase aos aspectos
relacionados à patogenia e aos aspectos da síndrome. Normalmente o paciente não é consciente
da existência de seus próprios pontos-gatilhos, e a dor pode se manifestar em local distante do
ponto.
Critérios para diagnóstico:
• dor local, circunscrita à palpação,
• padrões específicos de dor referida,
• localização do ponto de gatilho fora da zona de dor referida,
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• sinal do “pulo” vocalização em resposta à palpação,
• reprodução do padrão de dor do paciente pela palpação ou agulhamento,
• contratura local em resposta à palpação ou ao agulhamento,
• a zona de dor referida se apresenta mais fria.
O método mais fácil e confiável de se localizar os pontos gatilhos é a procura das áreas
dolorosas com as pontas dos dedos. A pressão aplicada no local mais sensível reproduz ou
acentua a dor.
As áreas suspeitas de conter os pontos-gatilhos devem ser comparadas com a área contra
lateral correspondente, que no caso da dor crônica se apresenta dolorosa à palpação, mas em grau
bem menor.
3. BASES DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
3.1 Acupuntura no tratamento da dor
A acupuntura tem sido indicada para o tratamento de diversas condições dolorosas
miofaciais. Sua eficácia em relação à dor crônica muscular tem sido satisfatória e comprovada.(
Carneiro NM)
Os efeitos neurobiológicos da acupuntura, atuam também sobre os neurotransmissores
relacionados com a dor e depressão. Os efeitos do tratamento sobre qualidade de vida e bem estar
dos pacientes, foram constatados num ensaio clínico em que o tratamento com a acupuntura
diminui a percepção da intensidade da dor.( Carneiro NM ).
Entretanto este não deve ser considerado um tratamento único, assim como deve ser
considerado o calor o frio, a eletroestimulação ou a simples estimulação do ponto com uma
agulha.
Uma das técnicas mais antigas de diminuição da dor é analgesia através da desativação dos
pontos de gatilho miofaciais pela acupuntura. A prescrição dos pontos específicos de acupuntura,
diferem um pouco da simples desativação de um trigger point, ou seja, são pontos de ação
terapêutica.
No processo de adoecimento, existem determinadas deficiências (vazio), de Qi (Energia) ou
a penetração de energias perversas que são fatores condicionantes deste processo, que pode ir
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desde um bloqueio na circulação de Qi, por meio dos Canais de Energia, que pode se expressar
por dor ou impotência funcional dos músculos ou alteração de estruturas internas.
A acupuntura visa restabelecer a circulação da energia (Qi) nos Canais de Energia dos
Órgãos e Vísceras, com isso levando o corpo a uma harmonia de energia e de matéria.
(Yamamura, 2001)
Estudos mais recentes tem enfatizado a liberação de substâncias como endomorfinas,
encefalinas, betalipotropina, betaendorfina na explicação da analgesia via acupuntura. Outras
substâncias, como a ACTH, acetilcolina, íons magnésio, cálcio e outras são responsáveis pelo
efeito analgésico. É importante salientar que essas substâncias responsáveis pela analgesia são
liberadas pelo estímulo provocado nos pontos de acupuntura, cuja ação se faz no cérebro.
Segundo Yamamura, os efeitos combinados da ação de Qi nos Canais de Energia, que se faz
de maneira primária, agem sobre o sistema nervoso autônomo e/sobre o sistema nervoso central,
assim como no Xue (sangue) difundindo o Qi e os substratos (hormônicos, hormônios cerebrais,
etc.) provocando as reações de analgesia, hipoanalgesia, hiper ou hipofunção das estruturas
orgânicas, quando se estimulam os pontos de acupuntura.
3.2 Dores Crônicas do Sistema Musculoesquelético- Fibromialgia
Segundo Yamamura, estas dores constituem uma das mais freqüentes manifestações clínicas
e se caracterizam por apresentarem múltiplas dores do sistema musculoesquelético, como
lombalgia, cervicalgia, gonalgia, dor nos flancos, etc. Geralmente estas dores são rebeldes ao
tratamento convencional, podendo apresentar apenas melhora temporária aos medicamentos
convencionais.
As dores crônicas do sistema musculoesquelético podem ser classificadas em três tipos:
• Tipo I: dores acompanhadas por sono não reparador (insônia, sono agitado, sono
fragmentado, pesadelos, etc), fadiga, ansiedade e às vezes secura nos olhos.
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• Tipo II: dores crônicas precedidas de doenças crônicas de órgãos internos como asma,
diabetes, hipertensão arterial, patologias do sistema reprodutor, que atualmente se
manifestam por dores crônicas, além de sono não reparador, insônia, fadiga e estado
depressivo.
• Tipo III: é o tipo misto entre os dois tipos anteriores, apresentando então, dores crônicas
do sistema musculoesquelético, fadiga, ansiedade, quadro depressivo e sonolência.
3.2.1 Etiopatogenia e Tratamento
Dores Crônicas do sistema musculoesquelético do tipo I
Deve-se ao enfraquecimento do Shen (rins), geralmente por esgotamento (stress), medo,
insegurança, trabalho excessivo. A deficiência do Shen que se manifesta clinicamente por fadiga,
promove deficiência do canal de Energia Curioso Yang Qiao (que veicula água orgânica), Rins-
Yin ou Yin Orgânico, de maneira que a região cefálica se torna deficiente dessa fonte de água,
ocasionando estado de plenitude Yang que se manifesta por insônia, distúrbio do sono, sono não
reparador e a agitação da mente, traduzindo-se por estado de ansiedade. A deficiência dos Rins-
Yin ou Yin Orgânico predispõe ao estado Yang do sistema músculoesquelético que se manifesta
por algias em diferentes níveis.
Tratamento:
• Fortalecer o Yang Qiao Mai: B-62(Shenmen), ponto de abertura do canal de Energia
Yang Qiao Mai e ID-3, ponto de abertura do Du Mai, Canal de Energia Curioso que
forma par com Yang Qiao Mai.
• Fortalecer o Shen (Rins): aplicar moxa no B-23, VG-4, B-52, B-22, ponto Shu do Sanjiao,
VC-4,-6, puncionar R-3.
• Acalmar o Shen (Mente): CS-6, C-7,VC-17, Ytang e VG-20.
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Dores residuais:
• Se for do Canal de Energia Principal, utilizar a técnica Iong/Iu.
• Se existirem pontos Ashi, utilizar a técnica do Canal de Energia Tendinomuscular.
• Se for do Canal de Energia Distinto, utilizar a técnica do Canal de Energia Distinto.
Dores Crônicas do Sistema Musculoesquelético tipo II
As doenças crônicas dos órgãos internos, lesam o Jing dos órgãos acometidos, e com o
passar do tempo, acometem os rins levando a deficiência do Qi, principalmente da fração Yang,
pois o Jing está relacionado com essa fração. E, essa deficiência (Rins-Yang), o calor orgânico
que veicula no Canal de Energia Curioso Yin Qiao Mai torna-se deficiente e manifesta-se por
desânimo e fadiga. A deficiência do Yang Qiao faz com que o calor não chegue adequadamente
ao encéfalo pela via do B-1, levando ao estado de sonolência e depressão. O déficit de calor
orgânico provoca a deficiência de Yang no sistema musculoesquelético, levando a plenitude Yin
(frio), advindo daí dores desse sistema.
Tratamento:
• Fortalecer o Yin Qiao Mai: R-6 e Ren Mai: P-7.
• Fortalecer o Shen Yang: aplicar moxa no VG-4, B-23, B-52 e VC-4.
• Fortalecer o Fogo Ministerial: aplicar moxa no B-13-14-15-43 e 44.
Tratamento das dores:
• Se for do Canal de Energia Principal, utilizar a técnica Iong Iu.
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• Se apresentar pontos Ashi, utilizar a técnica do Canal de Energia Tendinomuscular.
• Se for do Canal de Energia Distinto, utilizar a técnica do Canal de Energia Distinto.
Dores Crônicas do Sistema Musculoesquelético tipo III
As dores Crônicas do sistema musculoesquelético do tipo I podem evoluir para o tipo II ou
vice-versa.
3.3 Pontos de Acupuntura
Estes situam-se nos Canais de Energia e projetam-se na pele e a dimensão não ultrapassa
alguns milímetros. Eles apresentam características bioelétricas próprias, podendo tornar-se
dolorosos ou não.
Funcionam como meio de comunicação entre o exterior e o interior do nosso corpo, por isso
estão expostos as energias perversas, transmitindo-as direto para os Canais de Energias
Principais, que por sua vez transmitem para os Zang Fu (Órgãos e Vísceras) e para os tecidos.
De acordo com Yamamura (2001), pesquisas recentes realizadas com auxílio da
eletrofisiologia e da neurofisiologia, evidenciaram que a superfície da pele não tem o mesmo
potencial elétrico em todas as áreas. Determinadas áreas apresentam potenciais elétricos
diferentes, e elas correspondem à descrição clássica de ponto de acupuntura. Os autores Nakatani
(1956) e Reichmanis (1979) demonstraram também que nessas áreas da pele ocorre alteração de
condutibilidade e diminuição da resistência elétrica e verificaram que correspondem a motors
points, alguns autores os consideram como triggers points, pontos relacionados a articulações,
tendões e especificamente ao órgão Tendinoso de Golgi e não relacionados aos motors points.
Estudos comparativos mostraram que existem muitas características comuns entre esses dois
pontos. Tanto o trigger point como o motor point apresentam melhor condutibilidade da pele ao
estímulo elétrico, havendo grande correspondência anatômica entre os pontos de acupuntura com
os motor points, e com os trigger points.
23
3.3.1 Pontos Locais e Regionais
São os pontos tradicionais ou os pontos gatilho miofaciais mais importantes da área que se
trata. Seguem abaixo, alguns dos pontos de acupuntura mais usados na prática, conforme a
região. (tabela 1,Carneiro NM)
Tabela 1
Dentes E-6, 7 Pré cordial R-17
Hipocôndrio F-13 Epigástrio R-12, E-21, B-
21
Abdome E-25, B-25 Pelve R-3-4, B-32
Ombro IG-15, TA-14,
ID-10
Cotovelo IG-11, TA-10
Punho TA-4, 5, IG-5, 4 Lombar B-23,
Coxo femural VB-30, 29, 39 Joelho E-35, BP-9,
VB-34
Tornozelo VB-40, BP-5,
B-60
Pé E-41, B-60
Pontos à distância
Um método que pode ser utilizado, é a “estimulação em espelho” (punho e tornozelo), em
que a um ponto na região da dor, corresponde a um outro ponto na região análoga. Tabelas 2 e 3.
24
Tabela 2
OMBRO BP-9 contra lateral
Ombro IG-15 Coxo femural E-31
Ombro TA-14 Coxo femural VB-30
Ombro ID-10 Coxo femural B-36
Cotovelo IG-11 Joelho E-36
Cotovelo TA-10 Joelho VB-34
Cotovelo ID-8 Joelho B-40
Punho IG-5 Tornozelo E-41
Punho TA-4 Tornozelo VB-40
Punho ID-5 tornozelo B-60
Tabela 3 – pontos especiais
Cefaléia temporal VB-38
Cefaléia no vértice F-3
Epigástrio BP-9
Abdome E-39
Tórax PC-6
Abdomen E-36
Dentes IG-4
Cervical ID-3
Lombar B-40
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3.4 Identificação do Padrão Dor
Na medicina tradicional chinesa a dor pode ser classificada segundo critérios qualitativos as
variações segundo relação com fator patogênico e quantitativos deficiência ou excesso (Qi x fator
patogênico). Em casos de excesso, deve-se distinguir entre estagnação do Qi ou estase do Xue,
identificar as causas do excesso (relacionados aos órgãos internos/ Zang Fu) ou ao sistema
músculo esquelético (Jing Luo) e de acordo com os fatores patogênicos, obstrução pela fleuma
(Tanyn), frio ou calor interior.
Segundo Maciocia (1996), todas estas condições causam uma obstrução na circulação do Qi
nos Meridianos e, portanto, a dor. Estas dores são todas do tipo cheio, “Se os Meridianos
estiverem livres, não haverá dor, se os Meridianos estiverem obstruídos haverá dor”.
A dor pode também ser decorrente das condições de deficiência: do Qi e do Xue, consumo
dos fluídos corpóreos (JinYe), decorrente da deficiência do Yin.
Estas condições causam uma má nutrição dos Meridianos, portanto dor, consistindo num
tipo vazio de dor. A estagnação do Qi causa mais distensão do que dor, ou dor em distensão, não
apresentando localização fixa. A estase do sangue causa uma dor severa, monótona com uma
localização fixa numa área pequena.
Segundo prof. Jorge Moraes, de acordo com a natureza das dores, a fibromialgia
caracteriza-se pela dor “móvel” é a dor migrante que não tem localização exata, se esta ocorre nas
articulações dos quatro membros, é artralgia migratória; se ocorre no tórax e hipocôndrios, é a
síndrome da estagnação do Qi. Também encontramos pacientes com queixas de dor “contínua”,
dor com sensação de sofrimento intenso, e cansaço contínuo em todo o corpo, é a síndrome
exterior ou síndrome umidade.
Em relação à localização, muito freqüente existe acometimento na região lombar inferior e
fadiga geral, pertence à síndrome de deficiência dos rins, dor de frio e sensação de peso ou,
lumbago fixo, com a sensação de estar sendo alfinetado, que não sede a pressão e dificuldade na
flexão e extensão do tronco, síndrome de estase sanguínea.
Pantalgia, “dor em tudo”, dor em todo o corpo, aversão ao frio, anidrose, origina-se de
ataque de vento frio exopático sobre o exterior e obstrução dos canais.
26
3.5 Síndromes Bi
Significa obstrução. Penetração de energias perversas nos canais de energia principais,
Tendinomusculares e Secundários, acometendo as articulações dos membros superiores e
inferiores e a coluna vertebral, promove bloqueio na circulação de Qi e Xue nessas articulações,
levando a estagnação de Qi e de energia perversa. Estas estagnações caracterizam-se como forma
de manifestações clínicas como dor, inchaço, sensação de peso parestesias adormecimento ou
mesmo fraqueza muscular nos membros superiores e inferiores, bem como dos músculos
paravertebrais. Esta sintomatologia corresponde às manifestações clínicas de reumatismo,
fibrosites, retrações musculares. As manifestações clínicas da síndrome Bi dependem do tipo de
energia perversa que provoca o bloqueio e a estagnação na circulação do Qi.
Segundo a medicina tradicional chinesa, estas síndromes correspondem ao quadro clínico de
dor músculo esquelética crônica, progressiva com ataques repetidos. Elas são caracterizadas de
acordo com o fator patogênico nos tipos vento (Feng), frio (Han), umidade (Shi) e calor (Re).
De acordo com o estudo do Prof. Barbosa, Jorge (2000), o conceito de Síndrome Bi na
Medicina Tradicional Chinesa abrange a febre reumática, artrite reumática, gota reumatóide e a
miofibrosite reumática da medicina moderna.
Causa e mecanismo
Fatores com fraca energia defensiva, com poros da pele vazios, exposição ao vento suado
após exercício físico, pegar resfriado na água, podem causar invasão do vento patogênico
exógeno, frio e umidade para dentro do corpo, quando o corpo estiver deficiente. A invasão de
males para dentro canais e colaterais causará má circulação do Qi e do sangue, desenvolvendo a
síndrome Bi.
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Tipo vento perverso (Feng Bi)
Elas apresentam-se na forma de artralgia migratória de característica Yang, que irradiam-se
seguindo o trajeto dos canais de energia acometidos. Esta é muitas vezes acompanhada de
sensação de adormecimento dos membros superiores e inferiores e os movimentos de flexo-
extensão articular é prejudicado.
Tipo frio (Han Bi)
Esta forma de síndrome Bi manifesta-se por dores agudas localizadas nos músculos e
articulações. Essas dores são acompanhadas por sensação de frio no corpo e nas regiões afetadas
e melhoram com o calor e pressão local. As dores são agravadas pelo frio e umidade.
As punções são em menor número, mais profundas, e as moxas são aplicadas diretamente
no ponto indicado. Uma prescrição clássica incluem os pontos Du-14, ID-3, B-60, também moxar
B-23.
Tipo umidade (Shi Bi)
As dores reumáticas desse tipo localizam-se nas articulações do corpo, com a sensação de
estarem inflamadas, doloridas e pesadas. Apresentam pequeno aumento de volume articular e
leve aquecimento local, estas dores aumentam com a mudança de temperatura: vento, chuva e
frio.
Tratamento das dores reumáticas:
Segundo Yamamura (2001), inicialmente deve-se dispersar as energias perversas.
Dispersar o vento, através dos pontos: B-12-17-18, VB-20,
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Dispersar o frio: B-23 e VC-4,
Dispersar umidade: B-20, E-36 e BP-9,
Dispersar umidade e calor: VG-14, IG-11, E-40.
Também é importante circular o Qi e o Xue dos Canais de Energia Principais
Tendinomusculares e Secundários afetados. Se a energia perversa estiver superficial, fazer
inserção superficial com a agulha e/ou sangria, se estiver mais profunda a inserção também
deverá ser e reter a agulha por mais tempo. Neste caso associar a sangria com a ventosa.
Dores reumáticas na região do ombro: TA-14, IG-15, ID-10.
Cotovelo e antebraço: IG-11, IG-4, TA-10, TA-5 e P-5.
Punho: TA-4-5, IG-4-5, ID-4.
Região lombosacra: VG-3-12-26.
Coxa: B-54-36, BP-9-10, VB-31.
Joelho: E-35-39, VB-33-34 e B-40.
Tornozelo: B-62-60, R-6
Circular o Qi e o Xue dos canais de Energia Principais, Tendinomusculares e Secundários
afetados, por meio de estimulação moderada ou sangria dos pontos Ashi locais.
No tratamento dos pontos dolorosos (Ashi), a punção em geral deve ser acompanhada de
aplicação de calor, a fim de eliminar os fatores patogênicos frio e umidade.
3.6 Canais de Energia Tendinomusculares:
Os canais de Energia Tendinomusculares tem origem nos pontos Ting dos Canais de
Energia Principais e tem um trajeto de energia direcionado a superfície do corpo (pele). Ao longo
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de seus trajetos se relacionam energeticamente com estruturas tendinosas, musculares e
articulares. Seus trajetos não são lineares, mas sim difusos formando rede energética, onde esta
rede assume carácter defensivo.
Segundo Yamamura (2001), são canais de Energia Secundários, grandes e superficiais, de
carácter Yang, que se situam entre tendões, músculos, articulações e pele, com ramificação nos
membros inferiores e superiores, no tórax, dorso e cabeça. Penetram no tórax e abdomem, não se
interiorizam, pois não apresentam ligação energética direta com os Zang Fu (órgãos e vísceras).
São trajetos mais superficiais que profundos, e passam por locais que não são supridos
energeticamente pelos Canais de Energia Principais, Distintos, Curiosos ou Luo. Eles tem como
função de movimentar músculos e as articulações, também promover a defesa do organismo, por
que circulam o Wei Qi.
Os Canais de Energia Secundários Tendinomusculares originam-se nos pontos Ting dos
Doze Canais de Energia Principais e os mesmos lhes dão a energia para sua formação e atividade
energética, de modo que a fisiopatologia energética dos Canais de Energia Tendinomusculares
estão intimamente relacionados com o estado do Qi dos Canais de Energia Principais que lhes
dão origem.
Os Canais de Energia Tendinomusculares, constituem a primeira barreira do organismo,
contra a penetração de energia perversa, e, se estes Canais estão plenos de Xue e Qi, os Canais de
Energia Secundários Tendinomusculares estarão combatendo a penetração de agentes perversos.
Poderá também ocorrer a estagnação desta Energia Perversa nos Canais Secundários provocando
sintomas dolorosos e musculares no trajeto energético destes Canais. Eles manifestam-se nas
regiões por onde passam, e seus sintomas são puramente locais.
3.6.1 Estudo dos Trajetos dos Canais de Energia Tendinomusculares
Canais Tendinomusculares Yang do pé
Canal de Energia Tendinomuscular do Pangguang (Bexiga)
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Este começa no ponto Ting do Canal de Energia Principal do Pangguang no ponto B-67, em
ascendência passa pelos músculos laterais da coxa, abdomem, tórax e no ombro ramifica-se
póstero-lateral do pescoço e outro para região supraclavicular.
Este canal quando acometido por algum tipo de energia perversa manifesta-se através dos
seguintes sintomas:
Dor e edema no 5º dedo do pé,
Contratura dos músculos da região posterior do membro inferior,
Sensação de dor semelhante à fratura na coluna vertebral,
Contratura dos músculos ao longo da coluna vertebral e pescoço,
Dor lancinante, localizada na escápula e na região da fossa supraclavicular.
Tratamento:
Estimular o ponto B-67, do canal da bexiga, dispersar os pontos dolorosos Ashi situados no
trajeto do canal Tendinomuscular da bexiga, e dispersar o ponto de união ID-18.Tonificar o B-67.
Canal de Energia Tendinomuscular do Dan (Vesícula Biliar)
Este canal tem início no ponto Ting VB-44, situado na margem ungueal lateral do 4º dedo
do pé, segue pela face lateral do pé, joelho, coxa, quadril e abdomem. Outro terceiro canal, vai
para região glútea e cóccix. Das bifurcações um ramo vai para o tórax e região anterior do ombro,
outro ramo tórax e tecido mamário. Outros ramos provenientes do tórax seguem para face como
orelha, fronte, vértex e também na região mandibular.
Quando acometido pelas energias perversas manifestam os sintomas:
• contratura muscular e dor no 4º dedo do pé, maléolo lateral e face lateral da perna,
• dor na flexo-extensão do joelho, fossa poplítea, face lateral da coxa até o quadril,
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• dor nos flancos até região axilar, seios e supraclavicular.
Tratamento:
Estimular o ponto Ting VB-44, do canal da vesícula biliar, dispersar os pontos Ashi no
canal Tendinomuscular da vesícula e dispersar o ponto de união ID-18.Tonificar o Canal de
energia principal, utlizando o ponto VB-43.
Canal de Energia Tendinomuscular do Wei (Estômago)
Inicia-se no ponto E-45, ponto Ting do canal, situado na margem ungeal lateral do 2ºdedo
do pé. Vai para o dorso do pé e tornozelo, sobe lateralmente pela perna, coxa, quadril e flanco.
Na altura das últimas costelas, segue posterior inserindo-se na região dorsal da coluna.
No tornozelo forma-se um novo ramo, que segue pela margem anterior da perna e joelho e
um novo canal segue pela face anterior da coxa, região pélvica, parede antero-lateral do
abdomem, tórax, região supraclavicular até o pescoço, lábios e olhos.
Manifestações quando acometido por energias perversas:
• Contraturas musculares nos músculos na região do dorso do pé e face antero-lateral da
perna,
• Cãibras nos músculos da coxa,
• Inchaço doloroso na parte anterior da pelve,
• Espasmo dos músculos abdominais,
• Dor na fossa supraclavicular,
• dor e contratura dos músculos do pescoço e mandíbula,
• Cefaléia frontal e/ou bilateral.
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Tratamento:
Estimular o ponto Ting E-45, dispersar os ponto Ashi dolorosos do Canal Tendinomuscular
do mesmo, dispersar o ponto de união ID-18 e tonificar o canal através do ponto E-41.
Os três Canais de Energia Tendinomuscular Yang do pé (bexiga, vesícula e estômago),
apresentam um ponto de Reunião que é o ID-18. No acometimento energético de um ou mais
Canais de Energia Tendinomusculares Yang do pé, pode ocorrer bloqueio ou estagnação de Qi,
ocorrendo dor nesta região, que se manifesta por quadro clínico de nevralgia facial.
Canais de Energia Tendinomuscular Yin do pé
Canal de Energia Tendinomuscular do Shen (rins)
Começa na extremidade do 5º dedo do pé, passa pelo R-1, face medial da perna, segue
paralelo ao canal de energia Tendinomuscular do Pi (baço-pâncreas), até o triângulo de Scarpa,
genitais, abdomem e face anterior da coluna dispersando-se na nuca.
Manifestações das energias perversas:
• Contraturas musculares da região plantar,
• Dores no trajeto do canal de energia Tendinomuscular dos rins,
• Se os distúrbios energéticos são de carácter Yin, interior do abdomem, o doente tem a
sensação de peso na parte anterior do corpo, não conseguindo fazer a hiperextensão da
coluna vertebral. Caso distúrbio seja Yang, acomete o exterior do corpo, a sensação de
peso é na região lombar, não conseguindo o doente fazer a flexão da coluna.
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Tratamento:
Estimular o ponto Ting R-1, do canal principal dos rins, dispersar os pontos Ashi deste
canal, e o ponto de união VC-2. Tonificar o canal de Energia principal dos rins com o ponto R-7.
Canal de Energia Tendinomuscular do Pi (Baço/pâncreas)
Inicia-se no ângulo ungueal medial do hálux ponto Ting BP-1, segue medialmente pela face
medial da coxa, genitais, penetra no abdomem, cicatriz umbilical, parede interna do tórax até a
coluna dorsal onde se insere.
Se acometido por energias perversas manifesta-se:
• Contratura e câimbras em hálux e tornozelo,
• Dor na perna e face medial do joelho,
• Dor em toda a superfície interna do tórax e parte média da coluna vertebral, toracolombar.
Tratamento:
Estimular o BP-1, dispersar os pontos Ashi do canal e ponto de união VC-2. Tonificar BP-2.
Canal de Energia Tendinomuscular do Gan (Fígado)
Começa no Ting F-1 no ângulo ungueal lateral do hálux, segue pela face medial do pé,
perna, abdomem, triângulo Scarpa e genitais externos.
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Manifestações se acometido por energias perversas:
• Dor na sínfese púbica, háux e maléolo medial,
• Contratura e dor muscular na face medial da coxa,
• Disfunção nos genitais, impotência sexual, contração dos genitais pelo frio e flacidez pelo
calor.
Tratamento:
Estimular o ponto Ting do canal Tendinomuscular do Fígado F-1, dispersar os pontos
dolorosos Ashi e o ponto de União VC-2. Tonificar o canal através do ponto F-8.
Os três canais de Energia Tendinomuscular Yin do pé (rins, baço pâncreas e fígado) reúnem
–se na região suprapúbica no ponto VC-2, na linha mediana do Ren Mai, e quando a energia
perversa acomete a parede anterior do abdomem poderá provocar dor no baixo ventre, que é o
sintoma comum deste quadro.
Diagnóstico dos sintomas associados:
• Canal de Energia Tendinomuscular do Shen: dores no baixo ventre, e região lombar
dolorosa a leve pressão.
• Canal Tendinomuscular do Gan : dor localizada no baixo ventre, sem irradiação para
outras regiões.
• Canal do Pi: dores no baixo ventre, e região supra-sinfisária, e dor na cicatriz umbilical
com irradiação para o tórax.
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Canais de Energia Tendinomusculares Yin da mão
Trajeto do Canal de Energia Tendinomuscular do Fei (Pulmão)
Inicia no ponto Ting P-11, situado no ângulo ungueal radial do polegar, antebraço e meio do
cotovelo, face medial do braço, axila, fossa supra clavicular, ombro e tórax.
Quando acometido por energia perversa provoca:
• Contratura muscular e dor aguda também associada a sinais de opressão e ansiedade,
• Ombro doloroso com dificuldade na abdução,
• Dor na região dos hipocôndrios.
Tratamento
Estimular o ponto Ting P-11, dispersar os pontos Ashi, no trajeto do canal Tendinomuscular
do Pulmão, dispersar o ponto de união VB-22, tonificar o Canal de Energia Principal do Pulmão,
P-9.
Canal de Energia Principal do Xin Bao luo (Circulação-sexo)
Começa no Ponto Ting, CS-9 no ângulo ungueal radial do dedo médio da mão, segue pela
face anterior do antebraço, meio do cotovelo, face ulnar do braço, alcançando a axila se bifurca,
um ramo penetra profundamente no tórax e diafragma.
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O acometimento do Canal por energias perversas provoca:
• Contratura e dor muscular no trajeto do Canal,
• Dor na região axilar e torácica, e opressão torácica.
Tratamento:
Estimular o ponto Ting CS-9, dispersar pontos Ashi do Canal e Ponto de União VB-22 e
tonificar o Canal usando o ponto CS-9.
Canal de Energia Tendinomuscular do Xin (Coração)
Este inicia-se no ponto Ting C-9, situado no ângulo ungueal radial do 5º dedo, segue para a
face ulnar do punho, antebraço, parte medial do cotovelo, chega a axila unindo-se ao Canal
Tendinomuscular do Pulmão penetra no tórax, segue para região do cárdia indo até a cicatriz
umbilical.
O acometimento do Canal por Energias perversas provoca:
• Contratura e dor ao longo do Canal,
• Contratura muscular face medial do cotovelo com dificuldade na flexão,
• Contratura muscular e dor no peito,
• Inchaço doloroso na cicatriz umbilical.
Tratamento:
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Estimular o Ponto Ting do Canal C-9, dispersar os pontos Ashi ao longo do Canal e o ponto
de união VB-22, tonificar o canal usando o ponto C-9.
Ponto de União dos Três Canais de Energia Tendinomuscular Yin da mão
Os três Canais Yin da mão Fei, Xin Bao e Xin, unem-se na parede lateral do tórax no ponto
VB-22 e é por meio deste ponto que esses três Canais Yin da mão ocasionam dores subaxilares e
intercostais. Normalmente são dores profundas que pioram com a inspiração e elevação do braço
e a pressão superficial não apresentam dor, exceto no ponto VB-22.
Canais de energia Tendinomusculares Yang da mão
Canal de Energia Tendinomuscular do Xiao Chang (Intestino Delgado)
Inicia no Ponto Ting ID-1, no ângulo ungueal ulnar do 5º dedo da mão, insere-se no punho,
vai para face medial do antebraço, epicôndilo medial, região posterior do ombro, póstero lateral
do pescoço se insere no osso mastóideo, se bifurca e um ramo contorna a orelha, mandíbula,
lateral do olho, e fronte.
O acometimento por Energias perversas ocorre:
• Dor no 5º dedo da mão, irradiada para o epicôndilo medial do cotovelo,
• Dor muscular na face posterior do braço até o ombro,
• Dor muscular face posterior do ombro irradiando-se até o pescoço,
• Visão enfraquecida, perda da audição, dor no queixo,
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• Contratura do tipo torcicolo no pescoço, edema, sensação de calor e frio.
Tratamento
Estimular o ponto Ting do Canal, ou seja, o ID-1, dispersar os pontos dolorosos Ashi e o
ponto de União VB-13 e tonificar o ID-3.
Canal de Energia Tendinomuscular do Sanjião (Triplo Aquecedor)
Inicia no ponto Ting TA-1, ângulo ungueal ulnar do 4º dedo da mão, punho, face póstero
medial do antebraço, cotovelo e segue para o ombro e face posterior do braço. Vai para o
pescoço, mandíbula e garganta e base da língua. Outro canal parte da mandíbula, passa
anteriormente pela orelha, lateral do olho e fronte.
Acometimento por energias perversas provoca:
• Contraturas musculares e câimbras no trajeto do Canal,
• Movimentos limitados da língua.
Tratamento
Estimular o ponto Ting, TA-1, dispersar os pontos dolorosos Ashi e o ponto de União VB-
13, tonificar o Canal com o ponto de tonificação TA-3.
Canal de Energia Tendinomuscular do Intestino Grosso
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Começa no ponto Ting IG-1, situado no ângulo ungueal radial do dedo indicador, segue
pelo punho, face lateral do antebraço, cotovelo indo até o ombro, um ramo vai para coluna
vertebral outro para o pescoço. Outro ramo vai para a mandíbula, e se insere, e outro ramo vai
para a fronte e crânio.
Acometimento do Canal por Energias Perversas:
• Dores, contraturas e cãibras musculares no trajeto do Canal citado,
• Cefaléia "em capacete",
• Limitação do movimento de abdução do braço,
• Limitação do movimento de rotação do pescoço.
Tratamento
Estimular o ponto Ting do canal através do ponto IG-1, dispersar os pontos Ashi e o ponto
de União VB-13, e tonificar com o ponto de tonificação IG-11.
Ponto de União dos Três Canais de Energia Tendinomusculares Yang da mão
Os três Canais de Energia Tendinomusculares Yang da mão o Intestino Delgado, Triplo
Aquecedor, Intestino Grosso unem-se no ponto VB-13. Nesta região as energias perversas
penetram nos Canais de Energia Tendinomuscular Yang da mão provocando quadro clínico de
cefaléia.
Canal de Energia Tendinomuscular do Intestino Delgado, a cefaléia é acompanhada de
dores no ombro, pescoço, orelha, mandíbula e lateral do olho. Para tratamento, deve-se dispersar
o ponto VB-13, os pontos dolorosos Ashi do Canal do Intestino Delgado e tonificar o ponto ID-3.
Canal de Energia Tendinomuscular do Triplo Aquecedor: a cefaléia é acompanhada por
dores no ombro, pescoço, lateral do olho e garganta, e sensação de contratura da língua. Para o
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tratamento, dispersar o ponto VB-13 e os pontos dolorosos Ashi da face do trajeto do canal de
Energia Tendinomuscular e o ponto de tonificação TA-3.
Canal de Energia Tendinomuscular do Intestino Grosso: a cefaléia é acompanhada por
contratura, calor ou dor na bochecha e apresenta irradiação "em capacete" que contorna a fronte e
vai para a mandíbula. Para o tratamento dispersar o VB-13 e os pontos dolorosos Ashi da face e
do trajeto do Canal e tonificar o canal através do ponto IG-11.
Em patologias como fibromialgia ou síndrome miofacial, encontramos características
clínicas das doenças como síndromes Bi e o comprometimento dos Canais de Energia
Tendinomusculares, ou seja, podemos tratar o paciente utilizando pontos de acupuntura padrões
destas patologias. Ou, podemos tratar a fibromialgia com a utilização pontos de acupuntura nos
locais já citados anteriormente, nos trigger points, que são em locais fixos e normalmente já
existe um ponto de acupuntura.
Não foi encontrado bibliografias com dados cientificamente comprovados sobre tratamentos
e pontos de acupuntura na fibromialgia e síndrome miofacial, apenas sabe-se que os trigger points
devem ser desativados de alguma forma, seja através de pressão manual ou com as agulhas
propriamente ditas.
4. TRIGGER POINTS E OS PONTOS DE ACUPUNTURA
Segue abaixo, a descrição de nove trigger points, sua localização, e os supostos pontos de
acupuntura das patologias miofaciais.
Occipito, inserção do músculo occipital, podemos inserir as agulhas no VB-20 ou B-10,
bilateralmente.
VB- 20- É um ponto importante de acupuntura. Pode ser usado para dor e rigidez no ombro
e pescoço, dores musculares generalizadas, dor de cabeça occipital. Dispersa vento frio ou vento
calor, fortalece o cérebro, usado para falta de concentração entre outros.
B-10- (janela do céu), também pode ser utilizado para problemas cerebrais, memória,
concentração mental, principalmente se forem decorrentes da deficiência do Rim. Invasão vento
externo, pois o pescoço é um dos principais pontos da invasão de vento, pode ser usado para
diminuir efeitos como dor no pescoço e cabeça.
Cervical inferior, anterior dos espaços intertransversos de C-5 a C-7, encontra-se o VG-14.
VG-14- Ponto de encontro dos canais Yang. Sedar yang, calor e vento interior, e
inversamente tonificar a deficiência do yang ou fogo, expulsa vento externo, ou evita a invasão
de vento externo, pois tonifica o Qi defensivo e o Qi nutritivo. Pode ser usado para regular os
fluxos de energia no Meridiano entre o corpo e o pescoço, braços e ombros.
Trapézio, no ponto intermédio da borda superior, podemos utilizar o TA-15 ou ID-14.
ID-14 e Ta-15- Podem ser utilizados para problemas dos ombros, envolvendo o canal do
triplo aquecedor, e parte superior das costas.
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Supraespinhoso, acima da espinha escapular, próximo da borda intermédia, encontramos o
ponto ID-13.
Segunda costela, nas segundas junções costocondrais, na lateral da junção na superfície
superior, temos os pontos E-15 e P-1.
P-1- Método de dispersão para padrões de excesso ou estagnação, especialmente condições
agudas ou fases agudas de doença crônica. Associados a outros pontos, usados para casos de
depressão.
Epicôndilo lateral, 2 cm distal dos epicôndilos, utilizamos o IG-11.
IG-11- Expele vento externo, remove calor, regula canal do IG e o órgão IG, relaxa a tensão
muscular e alivia a dor, acalma a hiperatividade Yang fogo e remove fogo do fogo.
Glúteos, nos quadrantes externos das nádegas, encontramos o B-49.
B-49- condições psicológicas e também fisiológicas.
Trocânter maior, posterior à proeminência trocantérica, VB-30.
VB-30- Problemas de quadril e perna, dor ciática, remover estagnação do Qi e sangue dos
canais da Vesícula Biliar e Bexiga
Joelho, no coxim adiposo medial, proximal a linha articular, podemos usar o R-10 ou pontos
extras do joelho como o M-MI-15,16.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente os tratamentos de patologias miofacias tratadas na medicina convencional com
o uso de medicamentos e fisioterapia tem enfrentado sérias dificuldades na resolução do
problema base e técnicas resolutivas de cura.
São realizados diversos tipos de analgesia com aparelhos de fisioterapia, calor, calor úmido,
gelo, massagens, alongamentos muscular e os resultados são paliativos e os tratamentos de longa
duração.
Revisando a bibliografia na Medicina Tradicional Chinesa, observa-se várias patologias
com características semelhantes as das síndromes miofaciais ou fibromiálgicas, e estas
enquadram-se na área reumatológica como síndromes Bi ou patologias que acometem os Canais
de Energia Tendinomusculares; ou seja, ambos prejudicados por fatores externos. Existem vários
pontos de acupuntura a serem utilizados para relaxamento muscular, circulação de Xue e Qi, ou
para expelir fatores perversos.
Mas para um melhor aproveitamento dos benefícios destes pontos, é necessária a anamnese
individual de cada paciente e suas particularidades, patologias pré existentes ou associadas, ou
seja, o histórico do paciente, suas atividades de vida, hábitos etc.
Como o assunto é extenso e complexo, o tema fica em aberto para futuras pesquisas,
estudos de casos, e relatos de casos com os pacientes a serem atendidos e a melhor escolha de
pontos a serem usados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Roca, 1994.
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Canais Sintomatologia, Percorrido e Pontos Acupunturais. Organizador: Prof. Marcelo Fabian
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