Estudo 7 A Oracao da Igreja Primiriva

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1 Estudo 7 A Oração da Igreja Primitiva Atos 4:23-31 IPCci 08/03/2012 Pr. Jorge INTRODUÇÃO Recapitulando: Em Atos 4:42 encontramos os quatro fundamentos da IgreJa; (1) Pregar e viver a Palavra (Doutrina dos apóstolos);(2) Promover um espaço de adoração (Comunhão); (3) Partilhar a Ceia do Senhor (Partir do pão). E hoje veremos a última características: (4) Fazer de seu viver uma prática na oração. A vida da oração da Igreja Primitiva, diferentemente de seu exercício e prática da Santa Ceia como falamos semana passada, é algo amplamente divulgado no livro de Atos. O escritor Lucas escreve Atos como um testemunho para demonstrar a vida diária da igreja e sua expansao; e oração se tornou mesmo algo “natural” na vida da igreja. A impressão que temos é que pela oração a Igreja tinha consciência de sua participação ativa na construção dos planos de Deus. Estamos falando de um mundo totalmente diferente do nosso: Não havia muito do sentimento que temos hoje do “receber algo” e sim do sentimento de “dar”. A filantropia era exercida de forma expontânea e grandemente graciosa. Não encontramos nem mesmo o seguir dos princípios de Malaquias 3:10 sobre o dízimo e reforçado por Jesus em Mateus 23:23. E isso acontece por um simples fato: Os cristãos primitivos davam muito mais do que o dízimo. Eles davam tudo o que tinham. Tudo lhes era comum. Esse sentimento de “pertencer” a Deus e a igreja era também refletido nas orações dos cristãos primitivos.

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Estudo 7 A Oração da Igreja Primitiva

Atos 4:23-31 IPCci 08/03/2012

Pr. Jorge INTRODUÇÃO Recapitulando: Em Atos 4:42 encontramos os quatro fundamentos da IgreJa; (1) Pregar e viver a Palavra (Doutrina dos apóstolos);(2) Promover um espaço de adoração (Comunhão); (3) Partilhar a Ceia do Senhor (Partir do pão). E hoje veremos a última características: (4) Fazer de seu viver uma prática na oração.

A vida da oração da Igreja Primitiva, diferentemente de seu exercício e prática da Santa Ceia como falamos semana passada, é algo amplamente divulgado no livro de Atos.

O escritor Lucas escreve Atos como um testemunho para demonstrar a vida diária da igreja e sua expansao; e oração se tornou mesmo algo “natural” na vida da igreja.

A impressão que temos é que pela oração a Igreja tinha consciência de sua participação ativa na construção dos planos de Deus.

Estamos falando de um mundo totalmente diferente do nosso: Não havia muito do sentimento que temos hoje do “receber algo” e sim do sentimento de “dar”.

A filantropia era exercida de forma expontânea e grandemente graciosa. Não encontramos nem mesmo o seguir dos princípios de Malaquias 3:10 sobre o dízimo e reforçado por Jesus em Mateus 23:23.

E isso acontece por um simples fato: Os cristãos primitivos davam muito mais do que o dízimo. Eles davam tudo o que tinham. Tudo lhes era comum.

Esse sentimento de “pertencer” a Deus e a igreja era também refletido nas orações dos cristãos primitivos.

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Pois suas orações eram muito mais uma aprovação para dar do que um pedido para receber.

O texto que lemos é talvez o texto clássico de uma das orações da Igreja primitiva. Há outras orações como, por exemplo, o envio da primeira comitiva missionária em Atos 13:2 (“E servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo...” Mas o texto que lemos é singular pela forma daquela oração.

Vamos pensar sobre algumas características dessa oração da Igreja primitiva que precisam ser cultivadas e/ou resgatadas em nossos dias:

Características da Oração da Igreja Primitiva

1. Unidade de Propósito -

Vr. 24 “ouvindo isto, unânimes, levantaram a voz a Deus...”

A Igreja fez da oração um senso comum de demonstrar a unidade de coração e propósito.

A Bíblia está repleta sobre essa necessidade de se reunir em um só propósito.

Jesus falou disso em Sua oração sacerdotal: “...afim que eles sejam um” (Jo.17:21)

Mateus 18:20 “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.” O que signfica reunir em nome de Jesus? Significa reunir em um só propósito, com o propósito de fazer a vontade de Deus revelada.

Mateus 18:19 “... se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que, porventura pedirem, ser-lhe-á concedida por meu Pai...”

A Igreja primitiva compreendia claramente esse princípio de unidade. Mas não o compreendia teologicamente falando. Eles compreendia o princípio de unidade porque viviam a unidade na oração.

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A Bíblia diz que temos inimigos: o mundo, a carne e o diabo. Mas na oração o nosso inimigo somos nós mesmos. A falta de unidade é o maior inimigo na oração.

Veja essa expressão: “unânimes” – Um comentador disse algo interessante: Provavelmente a oração foi feita de forma representativa. Ou seja, não oraram todos ao mesmo tempo, mas alguém se levantou. Provavelmente um discípulo. Mas o texto diz que eles unânimes oraram. Ou seja, Lucas vê aquela oração como a oração da igreja.

E porque isso acontece? Perseveravam na doutrina dos apóstolos. Traziam tudo e depositavam aos pés dos apóstolos. Ou seja, aquela igreja era obediente a sua liderança.

Precisamos ter unidade de propósito para levantarmos a Deus as nossas vozes.

2. Conhecimento das Escrituras -

Vr. 25-26

Aqui encontramos uma prática não muito exercitada em nossos dias; a saber, orar as Escrituras.

A oração daquela igreja se tornou um “lembrar” a Deus (E mais precisamente a eles mesmos) do que as Escrituras diziam.

Encontramos também o incentivo de cantar as Escrituras. Grandes hinos estão nas Escrituras. E a Bíblia nos diz para adorar com “hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai” e também nos diz: “falando entre vós com salmos.”

Muitas das orações feitas em nossos dias são lamentos diante de Deus e muitas vezes contra Deus porque não conhecemos as Escrituras.

Jesus disse: “Errais não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus.” Você sabe em que contexto Jesus disse isso? (Mt. 2:29)

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Resposta: Numa discussão com os saduceus sobre a ressurreição. Veja que os saduceus, juntamente com os Escribas e fariseus, compunham a classe religiosa responsável por guardar, estudar e interpretar as Escrituras. E Jesus diz que eles não conheciam as Escrituras.

O que queremos ressaltar que conhecer as Escrituras não é apenas decorar os textos bíblicos, mas interpretar a todos dentro da cristologia. Interpretar as Escrituras corretamente.

E nesta oração da Igreja apostólica encontramos um texto do Antigo Testamento sendo interpretado

3. Consciência ativa da soberania de Deus -

Vrs. 24 e 28

Os irmãos compreenderam muito bem que tudo estava nas mãos de Deus e que até as perseguições era de alguma forma um jeito dos propósitos determinados pela mão de Dus se cumprisse.

A Bíblia está cheia de pessoas com esta consciência da soberania de Deus:

Exemplo

Jó 2:9-10 “Então, sua mulher lhe disse: Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre. Mas ele respondeu: Falas como doida; temos recebido o bem de Deus e não rece3beríamos também o mal?...”

Rute 1:21 “Ditosa eu parti, porém o Senhor me fez voltar pobre...”

I crônicas 29:10-11 – “Teu, Senhor, é o poder, a grandeza, a honra, a vitória e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu Senhor, é o reino, e tu te exaltaste por chefe sobre todos. Riquezas e glória vêm de ti, tu dominas sobre tudo, na tua mão há força e poder; contigo está o engrandecer e a tudo dar força.”

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Mas veja que nas Escrituras e, principalmente, na oração da Igreja primitiva essa consciência da soberania de Deus é uma consciência ativa e não passiva.

A consciência de que Deus é soberano e que tudo concorre para o bem dos que O amam, leva a Igreja primitiva a orar.

Infelizmente em nossos dias parece que essa premissa não é verdadeira. As reuniões de oração são sempre as reuniões menos freqüentadas das igrejas.

E a cosciência da soberania de Deus muitas vezes leva o crente para uma posição passiva de não orar: Para que orar se Deus conhece todas as coisas?

A oração move a mão de Deus e Deus se alegra em ver o Seu povo clamando por vê-lo fazer Sua vontade sobre a terra.

4. Oração como combustível para a pregação –

Vr.29-31

Os cristãos estão preocupados em pregar o Evangelho e ao invés de orar por livramento ou por portas que se abram; eles oram por intrepidez, ousadia para falar.

Aqui há uma visão gloriosa dos cristãos primitivos: a visão dos dois reinos: da luz e das trevas.

A obra de Deus avança, mas sempre debaixo de muita luta contra o reino parasita.

Eles oram e dizem: Senhor, enquanto os levantes e perseguições se levantam, te pedimos estente a tua mão e faça curas, sinais e prodígios.

E essa é a tônica de Atos dos apóstolo: A igreja enfrenta perseguição e ao mesmo tempo avança.

É isso que Atos 8 nos diz:

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Vr. 1 “Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém e todos, exceto os apóstolos, foram dispersos.”

Atos 9:31 “A Igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e no conforto do Espírito Santo, crescia em número.”

Conclusão

Que tipo de oração teremos neste tempo?

O que nos motivará a orar?

Qual é realmente a oração que agrada o coração de Deus?

Acredito que seja hora de aprender que Deus quer que tenhamos uma vida muito mais aprofundada espiritualmente e íntima dEle a ponto de sermos realmente parceiros de Deus em oração.

No fim de tudo, o mais importante é saber como nossa oração tem contribuído para Deus expandir o Seu reino sobre os homens.