Estuarium 2007sem1

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Edição da Grande Área Metropolitana de Lisboa 1º Semestre 2007 ALMADA NASCENTE ORLA RIBEIRINHA DE OEIRAS EL PUERTO DE VALENCIA PLANO DE ORDENAMENTO DA RENT “LISBOA 2050” WATERFRONT EXPO 2007 FRENTES RIBEIRINHAS CADERNOS ESPECIAIS

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urban waterfront rehabilitation

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Edição da Grande Área Metropolitana de Lisboa 1º Semestre 2007

ALMADA NASCENTE

ORLA RIBEIRINHA DE OEIRAS

EL PUERTO DE VALENCIA

PLANO DE ORDENAMENTO DA RENT

“LISBOA 2050”

WATERFRONT EXPO 2007

FRENTES RIBEIRINHAS

CADERNOS ESPECIAIS

Alcochete

Almada

Amadora

Barreiro

Cascais

Lisboa

Loures

Mafra

Moita

Montijo

Odivelas

Oeiras

Palmela

Seixal

Sesimbra

Setúbal

Sintra

Vila Franca de Xira

Rua Carlos Mayer, 2 - R/C, 1700 - 102 LISBOATel: 21 842 85 70 - Fax: 21 842 85 [email protected]

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A Área Metropolitana de Lisboa, como um dos membros mais activos da RETE, respondeu positivamente ao desafi o de criação de um centro operativo local – Nó Local de Lisboa, que irá ter a seu encargo o desen-volvimento, a promoção e a divulgação local de actividades de carácter formativo, de investigação, e de estudos que contribuam a resolução da problemática da cidade portuária e a sua relação com o porto. Esta nova lógica de organização, pretende replicar e potenciar as sinergias decorrentes de uma sociedade em rede, de forma a intensifi car o ritmo e o alcance da troca de experiências e conhecimento.

O Nó de Lisboa é um centro operativo da RETE, que tem a seu encargo o desenvolvimento, a promoção e a divulgação local de actividades de carácter formativo, de investigação, e de estudos que contribuam para reforço os objectivos da Associação. Esta nova lógica de organização, pretende replicar e potenciar as sinergias decorrentes de uma socie-dade em rede, de forma a intensifi car o ritmo e o alcance da troca de experiências e conhecimento.

A Área Metropolitana de Lisboa está a operacionalizar o site de Internet do Nó local de Lisboa (www.aml.pt/rete), instrumento que ambiciona-mos que se torne, em breve, referencial da temática Porto/Cidade. Para além, do espaço dedicado à promoção da região, iremos contar com um espaço de divulgação das experiências, dos projectos e intenções para as frentes de água dos municípios da AML; um espaço de indicação, consulta e downloads de publicações temáticas e por fi m um espaço de divulgação das actividades desenvolvidas, como reuniões, congressos e outras actividades que se enquadrem na temática da rede.

A publicação da revista AML Estuarium veio ocupar um espaço editorial na política de comunicação da Área Metropolitana, nas questões mais directamente ligadas às frentes ribeirinhas, na dimensão da sua diversidade - intervenções urbanísticas, pa-trimónio, actividades económicas, sustentabilidade ambiental - antecipando um debate que conhece agora novos e decisivos desenvolvimentos.

O fim desse ciclo não significou nenhuma inversão nas nossas orientações estratégicas, mas antes uma reestruturação do pro-jecto, visando repensar o seu objecto comunicacional, dando-lhe uma imagem deliberadamente menos lúdica, e, ao mesmo tempo, concedendo mais espaço editorial para a exposição temática e uma maior especialização nas matérias tratadas.

Como poderão apreciar, através da leitura deste Caderno Especial da Estuarium, alusivo às frentes ribeirinhas, alargámos a refl exão sobre a gestão dos estuários do Tejo e do Sado, englobando os contributos que o conhecimento académico pode trazer a este debate civilizacional e o desenvolvimento portuário como factor de interactividade e comple-mentaridade com a envolvente urbana.

Não podia ser mais oportuna esta edição, em vésperas da realização em Lisboa, de 2 a 4 de Outubro, da WaterfrontExpo2007, uma confe-rência internacional de renome sobre a temática do desenvolvimento das frentes de água, que vai trazer a Lisboa Delegados de 36 Países e do “Open Days 2007”, no âmbito da Semana Europeia das Regiões e Cidades, que se realiza entre 8 e 11 de Outubro, com o objectivo de pro-mover uma mudança de paradigma para as cidades - a água como um factor de competitividade e valorização nas estratégias territoriais.

Editorial

Entre as actividades desenvolvidas mais recentemente pelo Nó de Lis-boa, destacamos também, o curso de formação profi ssional - “Poten-cialidades Turísticas das Frentes Ribeirinhas” que se realizou de 21 a 30 de Maio e que teve como público alvo os Técnicos Superiores das Autarquias da Área Metropolitana de Lisboa, com funções na área do turismo, da cultura e desporto. O curso de formação terminou com um seminário, aberto ao público, dedicado aos “Grandes Projectos e Even-tos”, onde podemos contar com oradores da Administração do Porto de Lisboa, da Federação Portuguesa de Vela e do Clube Naval de Cascais.

Como ambicionamos que o Nó Local de Lisboa, em breve, se torne num referencial de divulgação e ponto de encontro de todos aqueles que se interessam pela temática da requalifi cação das frentes de água e relação porto-cidade, criou-se para esse efeito o estatuto de Mem-bros Colaboradores do Nó Local de Lisboa.

Podem candidatar-se ao estatuto de Membros Colaboradores, entida-des públicas, privadas ou cidadãos a título individual que tenham inte-resse pela temática da relação porto-cidade e que estejam dispostos em fomentar a troca de ideias e projectos.

Para além de passarem a receber a malling list do Nó Local de Lis-boa, com divulgação das actividades sobre a temática, passaram a dispor de acesso a uma plataforma colaborava, onde poderão divulgar e promover dos seus trabalhos, estudos e refl exões, bem como fazer aceder a documentos que serão de acesso exclusivo aos Membros Colaboradores.

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Carlos Humberto de CarvalhoPresidente da JML

Uma estratégia sustentadapara as frentes ribeirinhas

ACONTECEU...

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Estudo Caso Município de Almada 04

Estudo Caso Município de Oeiras 07

Estudo Caso Valência 13

Plano de ordenamento da RENT Reserva Natural do Estuàrio do Tejo 19

Dossier Faculdades: Universidade Autónoma - Projectos da Trienal 25

Brochura WATERFRONT 31

Notícias dos portos 37

Aconteceu 40

ALMADA NASCENTE 04

ORLA RIBEIRINHA DE OEIRAS 11

EL PUERTO DE VALENCIA 16

PLANO DE ORDENAMENTO DA RENT 20

“LISBOA 2050” 27

WATERFRONT EXPO 2007 33

NOTÍCIAS DOS PORTOS 40

ACONTECEU 43

Índice

Directores Carlos Humberto de Carvalho, Carlos Teixeira, Ministro dos Santos Directora Executiva Dalila Araújo Coordenação Ricardo Fernandes Produção Editorial Escrita das Ideias, Comunicação Integrada. Colaboração CM Almada; Ana Isabel Henriques (CM Oeiras); APL. Fotografia AML; CM Almada; CM Oeiras; Porto de Valência; RENT; APL. Director Criativo Luís Beato Produção Gráfica Papel Press Redacção e Propriedade Área Metropolitana de Lisboa Rua Carlos Mayer, nº2, r/c, 1070-102 LISBOA Tel.: 218 428 570 - Fax: 218 428 577 E-mail: [email protected] Distribuição gratuita ISSN: 1645 - 7471 Tiragem: 10 000 exemplares 1º Semestre 2007

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Almada Nascente

Em Almada, junto ao Tejo, projecta-se uma cidade do futuro. Uma ci-dade que aproximará as duas margens. Sustentável, qualifi cada e única. Num processo que visa transformar problemas em oportuni-dades de desenvolvimento. É Almada Nascente, a Cidade da Água.

A requalifi cação ambiental e urbanística de uma zona de antigos esta-leiros navais, a devolução de um extensa linha de contacto com a água aos cidadãos, foi o propósito da Câmara Municipal de Almada ao lançar em 2001, um concurso público internacional para a elaboração de um Estudo de Caracterização Ambiental, Geológica e Geotécnica e Plano de Urbanização para a Frente Ribeirinha da Cidade de Almada.

Depois de cumpridas várias etapas, o Plano de Urbanização tem já realiza-da a sua versão preliminar, encontrando-se em apreciação na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo.

Objectivos do Plano - Através deste plano, a autarquia pretende,

numa área de 115 hectares, que abrangem os 50ha das antigas ins-

talações da Lisnave, criar um novo troço de cidade que promova um

desenvolvimento urbano multifuncional, com forte animação urba-

na e capaz de reforçar a identidade local e o seu carácter urbano.

Uma cidade sustentável, que privilegie a arquitectura bioclimática,

a utilização racional da energia e da água, o uso dos transportes

públicos e da bicicleta, a fruição dos espaços públicos e das zonas

verdes.

Trata-se, assim, de uma oportunidade única para, numa área de ci-

dade consolidada, desenvolver uma operação de planeamento urba-

nístico de elevados padrões de qualidade ambiental e urbanística,

que crie uma nova frente ribeirinha para a Cidade.

ALMADA NASCENTECIDADE DA ÁGUA

Grande participação internacional - Ao concurso lançado pela autar-quia foram apresentas 19 propostas, em representação de centenas de técnicos e empresas de múltiplas especialidades.

As propostas foram objecto de análise por um Júri multidisciplinar que incluiu representantes da Direcção Regional de Ambiente e Ordena-mento do Território de Lisboa e Vale do Tejo, do Internacional Council for Local Environmental Initiatives, da Ordem dos Arquitectos, da Ordem dos Engenheiros, da Associação dos Urbanistas Portugueses, da Agên-cia Municipal de Energia de Almada e da Câmara Municipal de Almada.

Depois de uma rigorosa selecção foi escolhido o consórcio constituí-do pelas empresas WS Atkins, Santa Rita Arquitectos e Richard Rogers Partnership.

ECAGG - Constituindo um elemento fulcral e determinante deste Plano Estratégico, o Estudo de Caracterização Ambiental, Geológica e Geotéc-nica (ECAGG) da área de intervenção procurou identifi car e quantifi car as fontes de poluição e meios ambientais eventualmente afectados, a par de uma rigorosa avaliação geotécnica e de uma subsequente aná-lise de risco. O estudo deu particular ênfase à avaliação dos eventuais impactos negativos resultantes da utilização de granalha na decapa-gem dos navios.

Do exaustivo estudo realizado, concluiu-se que as condições encon-tradas não impedem o desenvolvimento urbanístico do local, através da aplicação de medidas de remediação adequadas.

Uma Visão para Almada - A par do ECAGG foi concebida uma ‘Visão’ para área de intervenção, com base numa série de estudos, diagnósticos e análise das políticas nacionais e regionais em vários domínios.

Este documento baseou-se na ideia de ‘Almada Nascente, Cidade da Água’, que «capitalizará a sua localização única na frente ribeirinha do Tejo para criar uma nova comunidade urbana para o século XXI, tornan-do-se num destino de elevada qualidade e actuando como principal porta de entrada regional.»

De acordo com o projecto “Visão”, Almada Nascente Cidade da Água será:

- Um lugar para trabalhar, através das condições para a instala-ção de actividades diversas, comércio, serviços e equipamentos de apoio à comunidade local.

- Um lugar de relação com a água, potenciando a proximidade com o rio, um terminal de cruzeiros, uma marina, um museu do Estuário do Tejo e um museu nacional da Indústria Naval são al-guns exemplos.

- Um lugar para habitar, valorizando a arquitectura bioclimática, a diversidade da oferta residencial e o desenvolvimento de espa-ços exteriores.

- Um lugar de cultura, tirando partido das condições naturais e apostando nos festivais, eventos e exposições, na arte pública e nos museus.

- Um lugar de conhecimento, com a instalação de um pólo uni-versitário, desenvolvimento do Parque Tecnológico da Mutela e a criação de um centro de Ciência e Tecnologia, entre outras infra-estruturas.Técnicos do ECAGG no terreno

Vista aérea, Almada Nascente

Zona de intervenção

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Almada NascenteAlmada Nascente

Vários cenários de ocupação do solo - Com base neste projecto ‘Visão’, assim como nos resultados do ECAGG, construíram-se quatro cenários alternativos de ocupação do solo, submetidos a apreciação e deliberação por parte da Assembleia Municipal de Almada, que decidiu excluir os ce-nários que apresentavam uma versão predominantemente residencial.

Assim, a Assembleia Municipal recomendou que a «elaboração do Pla-no de Urbanização se desenvolva articulando harmoniosamente as valências da habitação e do emprego, privilegiando o menor impacto em termos ambientais e paisagísticos.»

PLANO DE URBANIZAÇÃO

A equipa, de posse de todas as orientações e condicionantes e supor-tada no documento ‘Visão’, partiu assim para a elaboração do Plano de Urbanização.

Algumas Linhas de Orientação - A equipa projectista apurou as linhas de orientação para o desenvolvimento do Plano de Urbanização, das quais se destacam:

- Características do Lugar – O Plano valorizará as características existentes, usando referências como as docas e o pórtico, os silos, o morro, as vias principais de circulação, os espaços verdes e edifícios históricos.

- Vento e Exposição Solar - A malha urbana será orientada para apro-veitar a luz solar e as sombras nas diferentes horas do dia.

- Vistas e aspectos - Todos os espaços públicos principais terão vis-tas para o rio Tejo, Lisboa central e Almada. As ruas principais terão vistas sobre o pórtico e a sua praça.

- Espaços Públicos Chave - Uma grande percentagem da área em de-senvolvimento será reservada para espaços públicos de grande es-cala cívica. Estes incluem uma série de corredores de água e verdes, o Ecoparque, um grande plano de água, jardins e praças.

- Pólos de Desenvolvimento - Três pólos de desenvolvimento com usos mistos serão estabelecidos de acordo com os constrangimen-tos e oportunidades do local, usos do solo e infra-estruturas de trans-portes públicos.

- Transportes Públicos - Uma rede de autocarros eléctricos, MST, ferry e táxis de água será criada para promover o transporte público. As ligações com Lisboa poderão vir a ser melhoradas com uma futura ligação de metro.

- Acessos Viários - O transporte individual privado será condicionado de forma a criar um ambiente urbano pedestre agradável e a minimi-zar as áreas e necessidades de estacionamento.

- Rede Ciclável – O uso da bicicleta como modo de transporte prefe-rencial nas deslocações de curta distância, dentro e na envolvente da área de intervenção, será potenciado através de uma rede ciclável articulada com o transporte público.

- Rede de Circulação Pedonal - Será criada uma nova frente ribeiri-nha de 1,5 quilómetros com ligações à rede interna de percursos pedonais.

- Construção - O edifi cado ao longo do estaleiro crescerá gradualmen-te no sentido do interface da Doca 13, com a presença de edifícios de referência nas zonas de paragem do MST.

- Praças Públicas - Será criada uma estrutura de praças hierarquizada ao longo das infra-estruturas públicas chave, estações do MST, ruas pedonais e corredores verdes.

Imagem aérea da zona de intervenção

Zonamento geral

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Praça do Tejo - Representará um novo espaço cívico e cultural. Será o local com melhores vistas panorâmicas, ininterruptas para o estuário do Tejo e centro de Lisboa.

Praça Lisnave - Constituirá uma nova entrada em Almada e actuará como a maior área exterior comercial na nova área urbana. Estará lo-calizada no fi nal da Doca 13, na proximidade de um novo interface de transportes (estação fl uvial, paragem MST e novo terminal de auto-carros) e de um posto de atracagem de cruzeiros. O pórtico “LISNAVE” dominará a praça e será o foco central do espaço público, celebrando a história dos estaleiros navais.

Almada NascenteAlmada Nascente

- Tecido Urbano - Construir-se-ão bandas de espaços públicos (corre-dores, docas, canais, áreas verdes) que garantam uma distribuição equilibrada destes espaços na área de intervenção.

- Quarteirões Urbanos - O desenvolvimento será organizado numa sé-rie de quarteirões urbanos sustentáveis que poderão ser faseados de diversas formas.

- Água e Corredores Verdes - Uma série de corredores verdes, enri-quecidos com o elemento água, desenvolver-se-ão paralelamente às docas existentes formando uma série de espaços públicos chave.

- Ligação com o centro de Almada - A nova área estabelecerá ligações fáceis com a zona central de Almada, através de uma série de percur-sos pedonais pensados em função dos desníveis e das distâncias a percorrer.

Metas do Plano - No decorrer dos trabalhos estabeleceram-se igual-mente as seguintes metas:

- Uso do automóvel - Redução de 50% do uso do automóvel.

- Rede viária - 100% das vias de acesso local com tráfego automóvel condicionado, nas quais a prioridade é atribuída ao peão e à bicicle-ta (zona 30 km/h).

- Uso da bicicleta - Mínimo de 5% das deslocações em bicicleta.

- Qualidade da água - Obter a classifi cação Marina Azul.

- Consumo de água - 30% de redução do consumo de água, partindo de uma redução de 20% no arranque do projecto.

- Energia – 20% das necessidades energéticas globais para a área de intervenção satisfeitas através de fontes de energia renováveis.

- Emissões de GEE - Redução da percentagem de emissão de Gases com Efeito Estufa quando comparada com uma situação de “cons-trução convencional”:

Praça Tejo

Docas e canais

Cacilhas

Parque Tecnológico da Mutela

Praça Lisnave

Praça da Cova da Piedade

Áreas singulares - O Plano de Urbanização propõe a criação de vários espaços singulares.

EIS ALGUNS EXEMPLOS:

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Biblioteca, creche e jardim-de-infância, centro comunitário, centro de convívio/Centro de dia e mercado.

Processo participado - Tal como acontece nos restantes Projectos Es-tratégicos em desenvolvimento no concelho de Almada, a elaboração deste Plano conta com a intervenção activa da população, de deciso-res locais e de um painel de actores-chave locais.

Ao longo das várias etapas a população tem sido chamada a intervir, através de Fóruns de Participação.

Praça da Cova da Piedade - Os espaços públicos da Cova da Piedade serão hierarquizados de modo a reforçar a sua urbanidade local. Os silos, primeira construção em betão feita em Portugal, serão preserva-dos para se transformarem no novo fórum cultural da Cova da Piedade. A praça formada em frente aos silos será um novo espaço de cultura.

Ambiente Urbano - A área do estaleiro será dominada por docas, pelo pórtico e pelas gruas existentes. Será introduzida uma série de novos canais para formar uma rede de planos de água complementando a rede existente de docas. Dentro da nova área urbana será criada uma rede de jardins horizontais e verticais bem como coberturas ajardina-das que constituirão um ambiente paisagístico integrado.

Equipamentos básicos - O Plano, na sua versão preliminar, propõe um conjunto de equipamentos básicos, destacando-se:

Duas escolas básicas, uma escola básica com jardim-de-infância, uma escola básica integrada e uma escola secundária.

Centro de Saúde com capacidade para 9500 utentes.

Complexo desportivo (campo de jogos e pista de atletismo), um gran-de campo de jogos, seis campos de ténis, três quintais desportivos, um pavilhão e duas piscinas cobertas.

Pavilhão multiusos com capacidade para eventos de escala regional e nacional.

A revitalização da orla ribeirinha de Oeiras originou um dos mais representativos e procurados percursos do concelho – o Passeio Marítimo.

Ao longo de todo o ano, munícipes de todas as idades, usufruem do Passeio Marítimo para a prática de exercício físico ou simplesmen-te para passear.

O Passeio Marítimo nasce junto ao Forte de S. Julião da Barra, so-branceiro à Praia da Torre, permitindo passear tranquilamente até ao forte das Maias, na ponta nascente da Praia de Santo Amaro de Oeiras.

ORLA RIBEIRINHA DE OEIRAS SENTIR OEIRAS – AO LONGO DA COSTA

Almada Nascente

Zona de estaleiros da Lisnave

Serviços de apoio - Bar/Esplanada

Forum “Almada Nascente”

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Orla ribeirinha de Oeiras

Prolongamento do passeio marítimo - No que concerne à sua amplia-ção, o executivo municipal de Oeiras aprovou, recentemente, em reu-nião de Câmara, por unanimidade, a adjudicação da empreitada do seu prolongamento até Paço de Arcos.

Dentro em breve, têm inicio as obras de prolongamento até Paço de Arcos, preservando toda a faixa litoral de Oeiras. Corresponde a um investimento de cerca de cinco milhões de euros, com um prazo de execução de 18 meses, prevendo-se a sua conclusão para fi nais de 2008. Trata-se de uma ampliação de 850 metros a juntar aos 2400 já existentes, criando um passeio marítimo com 3.25 quilómetros de ex-tensão.

Este novo segmento, situa-se entre o restaurante Saísa e a Doca dos Faróis, em Paço de Arcos.

Porto seguro - O Porto de Recreio surge enquadrado na óptica de re-qualifi cação da orla ribeirinha do concelho e, é sem dúvida fruto de uma excelente localização, entre a Praia da Torre e a Praia de Santo Amaro, junto ao Forte de São Julião da Barra.

O Porto de Recreio de Oeiras tem capacidade para receber embarca-ções que vão da Classe I à Classe VI, o mesmo é dizer embarcações até aos 20/25 metros, com maior predominância das classes pequena e média.

Na sua essência, este equipamento estruturante, destina-se a servir a população que possui embarcações de recreio, de pequena e média dimensão. Contudo, o equipamento está preparado para receber em-barcações de maior dimensão sempre que necessário.

A edifi cação deste porto complementar veio suprir uma das principais necessidades da região de equipamentos deste género.

Conta com 274 lugares de amarração, distribuídos por sete pontões, e capacidade de estacionamento para 257 automóveis.

Actualmente, todos os lugares para embarcações a nado estão esgota-dos e mantemos 100 barcos em lista de espera.

Não menos importantes são as infra-estruturas de apoio, e este espa-ço integra um edifício de recepção que engloba um posto de turismo municipal e instalações para a Polícia Marítima, Serviço de Estrangei-ros e Fronteiras, Guarda-fi scal e Alfândega.

Orla ribeirinha de Oeiras

Porto de recreio Vista aérea do passeio marítimo

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Este porto conta ainda um cais de honra destinado a receber qualquer embarcação que venha de fora, um posto de abastecimento de com-bustíveis, instalações sanitárias e locais para a indispensável recolha de resíduos, bem como uma área de parqueamento a seco, com 100 lugares.

A segurança no local é assegurada, 24 sobre 24 horas, por um elemen-to devidamente identifi cado, sendo o Porto de Recreio vigiado por um sistema de vídeo, através de circuito fechado de televisão, com grava-ção de imagem.

O fi nanciamento da obra resultou de uma parceria com o ITP – Instituto de Turismo de Portugal no âmbito do Programa de Intervenção para a Qualifi cação do Turismo (PIQTUR). Prevê, por um lado, a obrigatorieda-de, por parte da Câmara, de promover no Porto de Recreio o ensino de actividades náuticas a jovens e, por outro, a disponibilidade da infra-estrutura para o tráfego de passagem, quer no que respeita ao trânsito regional, quer ao internacional.

Orla ribeirinha de Oeiras Orla ribeirinha de Oeiras

Marca de Qualidade - Recorde-se que o Porto de Recreio de Oeiras foi o único da costa Atlântica que recebeu o galardão Bandeira Azul para o ano 2007, como prova da sua qualidade ambiental.

O Porto de Recreio de Oeiras foi galardoado com o Prémio Vellis 2007, na categoria de Marina do Ano.

Este Prémio é uma iniciativa da Revista da Vela e conta com os apoios e patrocínios de empresas e entidades representativas das actividades náuticas.

Banhos Salgados na Piscina Oceânica - Inserida num vasto projecto de benefi ciação da orla costeira, a Piscina Oceânica, sem dúvida um espaço privilegiado de lazer, que atrai diariamente, durante a época balnear – até 15 de Setembro – centenas de visitantes que não dis-pensam um mergulho em água salgada.

A Piscina Oceânica de Oeiras dispõe de serviços de apoio, como bar/es-planada, balneários e sanitários, posto de primeiros socorros, cacifos, equipados com moedeiro, para guarda dos bens pessoais e parque de estacionamento.

A segurança é garantida por nadadores salvadores e a tranquilidade e bem-estar são assegurados por vigilantes credenciados.

A aquisição do bilhete confere direito ao usufruto de todos os serviços e incluindo o chapéu-de-sol e o colchão.

Uma das novidades na Piscina, é o Ingresso Sénior, para maiores de 65 anos, assim como preços especiais para jovens entre os 12 e os 16 anos e condições especiais para grupos (escolas, associações, empresas).

Espaço privilegiado de lazer

Piscina Oceânica

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3. Desarrollo portuario.

El origen del puerto de Valencia se remonta a la primera mitad del S. XIII cuando el rey Jaime I funda el núcleo costero de Vilanova del Grao con funciones defensivas frente a los ataques por mar de los pueblos del Norte de África.

Es a partir de la fundación de ese enclave costero que se empieza a desarrollar un incipiente tráfi co marítimo al abrigo de precarias cons-trucciones de abrigo que hay que ir reponiendo continuamente, la más importante la conocida como “Pont de Fusta” (Puente de madera) re-cientemente encontrada al efectuar las excavaciones para un aparca-miento subterráneo en las proximidades de la zona más antigua del puerto (Dársena interior).

A pesar de que el S. XV es realmente el “siglo de oro” de la ciudad de Valencia no será hasta bien entrado el S. XVII cuando en el puerto se construye la primera obra de abrigo de una cierta consistencia.

A partir de esa primera obra de abrigo el puerto ha ido desarrollándose hasta llegar a ser lo que es hoy en día, gracias fundamentalmente a las actuaciones realizadas en el último tercio del siglo pasado.

El puerto de Valencia

Desarrollo Urbano - Plan General 1987

Desarrollo Urbano - Valencia 2004

Desarrollo Portuario - Primeras etapas del Puerto de Valencia Siglo XVII

Desarrollo Portuario - Valencia 1670

Desarrollo Portuario - Verano de 2006

Desarrollo Portuario - Evolución del Puerto de Valencia

EL PUERTO DE VALENCIALA CIUDAD Y LA COPA DEL AMÉRICAManuel Guerra Vázquez,Director de Planifi cación de Infrastructuras e Integración Territorial,Autoridad Portuaria de Valencia

1. Objeto y contenido.

El presente artículo trata de dar una visión de los caminos históricos seguidos por la ciudad de Valencia y por su puerto hasta llegar a los inicios del S. XXI, y como la aproximación de esos caminos ha permiti-do alcanzar una situación inmejorable para que ambos fueran elegidos sede de la XXXII edición de la América’s Cup en Noviembre de 2.003.

A partir de esa designación en el artículo se pasa a describir las transformaciones físicas efectuadas en el puerto y como la Autoridad Portuaria de Valencia ha asumido su papel de anfi trión de la famosa prueba deportiva. Como consecuencia de lo anterior el artículo queda estructurado en cuatro partes bien diferenciadas:

- Desarrollo urbano

- Desarrollo portuario

- Desarrollo de la relación puerto/ciudad

- La XXXII America’s Cup

2. Desarrollo urbano.

La ciudad de Valencia fundada por los romanos en el año 137 a.C. se ubicaba en un meandro del río Turia a unos 4 ó 5 Km. de la costa y no llegó a ser una ciudad costera hasta bien entrado el S. XX en que el desarrollo urbano llegó a unir el núcleo principal con el núcleo que, al amparo del desarrollo portuario , se había ido creando en la costa desde mediados del siglo XVII.

El desarrollo fi nal de la ciudad hacia la costa en la última mitad del S.XX vino muy marcado por las obras de desvío del cauce del Turia efectua-das como consecuencia de las graves inundaciones sufridas por la ciu-dad en 1.957 en las que en la plaza central de la misma el agua llegó a alcanzar casi 1 metro de altura.

Todo este desarrollo se ha efectuado en el marco del Plan General de Ordenación Urbana de 1.987 llegando fi nalmente a establecerse un contínuo urbano entre el núcleo original y la costa.

Desarrollo Urbano - Valencia 1808

Desarrollo Urbano - Valencia 1882

Desarrollo Urbano - Valencia años 40

Desarrollo Urbano - Valencia 1957

Desarrollo Urbano - Plan Sur 1959

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4. Desarrollo de la relación puerto/ciudad

Como se puede deducir de lo descrito en los apartados anteriores la ciudad y el puerto de Valencia no han tenido hasta épocas relativamen-te recientes necesidad de relacionarse en el sentido físico/urbanístico, ya que constituían dos entidades físicas lo sufi cientemente alejadas como para no interaccionarse en el sentido antes citado.

Hasta los años 80 la zona portuaria está bastante defi nida y separada del núcleo urbano, el tráfi co portuario no es excesivamente importante y por tanto , el tráfi co terrestre asociado al mismo puede asumirse sin difi cultad por la red metropolitana y , en muchos casos, incluso por la red urbana, redes que, por otro lado, no recibían excesiva presión del tráfi co ciudadano.

Ahora bien, a partir de esos años todo empieza a cambiar -incremen-to de tráfi co portuario, incremento de tráfi co ciudadano, expansión de la ciudad hacia las zonas portuarias- obligando por tanto a la ciudad como al puerto a replantearse la situación, fundamentalmente en lo relacionado con el principal acceso del puerto que se había convertido ya en una vía urbana (incluso el cambio de denominación de esta vía es signifi cativo: de Camino al Grao a Avenida del Puerto).

En el anterior contexto es en el que se materializa el primer Convenio Puerto/Ciudad en 1.986 , en el que fundamentalmente se posibilita un nuevo acceso al Puerto por el Sur aprovechando las marginales del Nuevo Cauce del Turia; la ciudad a cambio se liberó de gran parte del tráfi co portuario, ya de una cierta importancia, y empieza a disponer con ciertas restricciones de espacios interiores del Puerto acondicio-nados por la Autoridad Portuaria para usos lúdicos.

Este Convenio de 1.986 también establece la normativa urbanística a aplicar a los espacios de interface Puerto/Ciudad en la Zona Sur de nueva creación.

Una década después del Convenio anterior, en 1.997, se fi rma un nuevo acuerdo entre el Ayuntamiento y el Puerto, si bien esta vez participan también en el mismo la Administración Central del Estado y el Gobierno Regional. De este Convenio lo interesante para los fi nes de este artículo es que la Autoridad Portuaria desafecta del uso portuario la zona terres-tre de la dársena interior para cederla a la ciudad, obviamente a cambio de unas contrapartidas a cumplir por el resto de fi rmantes del Convenio.

Este Convenio llamado “Balcón al Mar” permite la articulación del par-que del antiguo cauce del río que cruza la ciudad con el paseo marítimo de nueva construcción a través de la rótula que constituye la Dársena interior del Puerto.

5. La XXXII América’s Cup.

La desafectación de la Dársena interior del uso portuario ofreció una magnífi ca oportunidad a la ciudad para postularse como candidata a la celebración de la prueba ya que se contaba con unas instalaciones portuarias terrestres y marítimas llenas de posibilidades para los fi nes de la regata.

Si a lo anterior añadimos la climatología de la zona y el régimen de vien-tos, excelente a juicio de los expertos, no es de extrañar que Valencia y su puerto fueran elegidos sede de la XXXII edición de la América’s Cup.

Desde el momento de la elección la Autoridad Portuaria comprendió la trascendencia del acontecimiento para el puerto y lo integró en su estrategia de empresa , comenzando a trabajar de inmediato en la re-modelación de la dársena interior para acomodarla a las exigencias del evento; surge en estos momentos la posibilidad y conveniencia de co-nectar directamente la citada dársena interior con el mar abierto exca-vando un canal a través de uno de los muelles portuarios, para de este modo separar totalmente el tráfi co deportivo del comercial.

La necesaria bocana de acceso al canal desde el mar se diseñó de modo que pudiera dar lugar a una marina deportiva que tras la prueba diera servicio a la ciudad.

De este modo , y en tiempo record , se consiguió llegar a la confi gura-ción actual del puerto en el que han quedado claramente diferenciados la zona comercial y la de contacto con la ciudad constituida por las dos dársenas deportivas enlazadas por el nuevo canal.

Relación Puerto/Ciudad - Convenio 1986

Relación Puerto/Ciudad - Convenio 1997

Integración puerto - ciudad del Puerto de Valencia “Balcón al Mar“

Desarrollo Urbano - Valencia 2004

El puerto de Valencia El puerto de Valencia

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Entre 4 de Setembro e 18 de Outubro, estará em fase de discussão pública, o Plano de Or-denamento da Reserva Natural do Estuário do Tejo (PORNET). Vinte e seis anos de aplicação do Regulamento Geral da Reserva Natural do Estuário do Tejo e seis anos do Plano de Gestão da Zona de Protecção Especial (ZPE) dão lugar a um instrumento vocacionado para a gestão sustentável dos seus valores naturais e recur-sos, integrando nessa gestão os principais ac-tores sociais e económicos com interesses e competências neste território.

Norteou a elaboração deste Plano de Ordena-mento a necessidade de vincular uma estratégia de conservação e de gestão que permitisse a

concretização dos objectivos que levaram à clas-sifi cação do Estuário do Tejo, como reserva na-tural, com particular enfoque na conservação de habitats, fl ora e fauna selvagens protegidas. Para prossecução desses objectivos foram estabele-cidas regras sobre os usos no estuário, a ocupa-ção do solo e o desenvolvimento de actividades humanas como a agricultura, a agro-pecuária, as actividades aquícolas, a navegação fl uvial e por-tuária, e ainda as actividades culturais, de recreio e turismo, de forma a torná-las compatíveis com a conservação dos recursos naturais.

Os planos de ordenamento das áreas protegi-das, consignados como planos especiais de ordenamento, no quadro dos instrumentos de

gestão territorial, defi nem diferentes níveis de protecção consoante os valores a salvaguar-dar. Isto signifi ca que, quando determinada parcela de um território é abrangida por uma área protegida, terá obviamente de ter uma abordagem diferente na sua intervenção. É através de um plano de ordenamento, que podemos tornar transparentes, coerentes e objectivas as regras de protecção, utilização e ocupação de um território. Os estudos, a pon-deração, a discussão e auscultação, durante a elaboração de um plano, para além da realiza-ção de um trabalho transversal e sectorial com diferentes actores e em momentos diversos, são condições indispensáveis para se atingi-rem os objectivos atrás delineados.

PLANO DE ORDENAMENTO DA RESERVANATURAL DO ESTUÁRIO DO TEJO

UMA VISÃO ESTRATÉGICAE DE PARCERIA VIRADA PARA O FUTURO

Maria João Burnay, Directora do DGACZH, ICNB, I.P.

Plano de Ordenamento da RENT

Um grupo de trabalho, constituído pelos membros da Comissão Mista de Coordenação1, (CMC) nome-ada para acompanhar e coordenar os trabalhos de elaboração do Plano de Ordenamento, um conjun-to de técnicos dos serviços centrais do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, I.P. (ICNB), os técnicos e os vigilantes da natureza da Reserva Natural do Estuário do Tejo (RNET) e a equipa a quem o plano foi adjudicado, tornaram possível que ao fi m de aproximadamente 12 me-ses, num trabalho sem interrupções, o PORNET se encontrasse concluído tecnicamente.

Foi igualmente importante o papel das entidades convidadas2, que não fazendo parte da CMC, ac-tivamente colaboraram com os seus contributos durante todo este processo. Em paralelo reali-zaram-se reuniões sectoriais, com entidades da administração pública e privadas, para melhor se compatibilizarem e integrarem sempre que possí-vel, os seus contributos e visões distintas. Houve ainda lugar a uma prévia sessão de apresentação do início de elaboração do PORNET, que teve lugar em instalações cedidas pela Câmara Municipal de Benavente e ainda, uma sessão junto de represen-tantes do Sindicato Livre dos Pescadores e Profi s-sões Afi ns, realizada nas instalações da RNET.

É também muito importante para todos os in-tervenientes na gestão territorial e para todos os que usufruem deste espaço e nele partilham as suas vidas e dia-a-dia, a conclusão deste plano especial do ordenamento território. Esta-mos a falar de uma das primeiras áreas prote-gidas a ser classifi cada em Portugal, a Reserva Natural do Estuário do Tejo que com uma área de 14.416 ha, abrangendo os concelhos de Al-cochete, Benavente e Vila Franca de Xira.

A importância desta Reserva Natural está bem pa-tente nos diferentes estatutos de protecção que sobre ela recaem, realçando os de importância in-ternacional, comunitária e nacional. Sítio RAMSAR desde 1980, possui o estatuto de Zona Húmida de Importância Internacional, sendo considerada uma das mais importantes Zonas Húmidas da Europa. Incluída na Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo (ZPE) criada ao abrigo da Di-rectiva Aves e no Sítio da Lista Nacional de Sítios, ao abrigo da Directiva Habitats, fazendo parte da Rede Natura 2000. Faz parte da Rede Nacional de Áreas Protegidas, integrando com mais seis reser-vas naturais, o Departamento de Gestão de Áreas Classifi cadas Zonas Húmidas, do ICNB.3

Cerca de dois terços da área da RNET, são cons-tituídos por águas estuarinas, integrando ain-da o seu território, para além do plano de água e das zonas adjacentes às margens, os mou-chões do Lombo do Tejo, da Póvoa e de Alhan-dra, e uma parte da Lezíria Sul. Destaca-se a importância ecológica da área estuarina, onde zonas permanentemente submersas dão sua-vemente lugar a zonas de espraiados de maré e a zonas de sapal e caniçal, onde vamos en-

contrar as famosas salinas. As salinas são hoje áreas de grande importância para a avifauna selvagem, tendo sido outrora o suporte de uma complexa actividade económica e social, onde a produção e toda a faina ligada ao sal tiveram um papel importante na criação de emprego e na construção de uma cultura local ligada à salicultura, da qual ainda se encontram inte-ressantes testemunhos. Outro ecossistema de signifi cativo valor ecológico é a lezíria, forma-

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da por antigas áreas de sapal, artifi cialmente isoladas das marés e das cheias e transfor-madas em terrenos agrícolas, onde se incluem os mouchões, constituindo um ecossistema indissociável do todo que é o Estuário.

A Reserva Natural do Estuário do Tejo é um ver-dadeiro ex-libris numa área metropolitana, que muitos países gostariam de ter, dele usufruin-do e tirando o melhor partido.

Todo o Estuário do Tejo está incluído na área de jurisdição da Administração do Porto de Lisboa, desenvolvendo-se uma actividade portuária de relevante interesse socio-económico na área envolvente da RNET. Também outras entidades da administração pública têm jurisdição territo-rial ou competência em actividades que se de-senvolvem na área abrangida pelo PORNET, re-alçando-se a administração local autárquica, o que só demonstra a necessidade de articulação constante e aferição de objectivos comuns.

O PORNET pretende contribuir decisivamente para o estabelecimento de parcerias que con-greguem uma visão de compromisso para a conservação da natureza e da biodiversidade, promovendo condições para o desenvolvimen-to sustentável. Assume-se por isso ser tam-bém um instrumento privilegiado na gestão de confl itos e na procura de optimização de recursos e oportunidades de modo a imprimir uma gestão global e coerente em todo o Estu-ário do Tejo.

As principais linhas de acção do Plano visam manter as melhores condições para a avifau-na e para a riqueza ecológica que caracterizam este sistema estuarino, apostando no desen-volvimento de um modelo de gestão à altura das exigências e importância desta Zona Húmi-da, criando condições de visita e estada, com um especial enfoque para a oferta de turismo de natureza e turismo rural.

Os elementos do Plano de Ordenamento - Os elementos fundamentais que constituem este Plano de Ordenamento são o regulamento e a planta síntese, mas também devem ser consul-tados os restantes documentos que dele fazem parte, tais como os estudos que fundamentam a solução de ordenamento proposta, cartogra-fi a de suporte e ainda, entre outros, o programa de execução. Um plano de ordenamento carece sempre de uma leitura cruzada entre todos os artigos do seu regulamento e da consulta das cartas de síntese e de condicionantes, sendo a carta síntese a tradução gráfi ca das disposi-ções regulamentares do plano.

Os níveis de protecção - Para uma melhor leitura, interpretação e manuseamento do PORNET, distin-guiu-se a Área Estuarina da Área Terrestre de modo que o regulamento e a planta sínteses, assim o re-fl ectem, como se pode ver na carta aqui publicada.

Plano de Ordenamento da RENT Plano de Ordenamento da RENT

Na área estuarina distinguem-se os seguintes níveis de protecção:

A Protecção total recai em áreas destinadas a garantir a manutenção dos processos naturais em estado de perturbação mínima e a criação de áreas de refúgio para a avifauna, correspon-dendo grosso modo a áreas do sapal de Pancas e à zona entre-marés associada a este sistema ao longo de uma faixa com a largura de 1000 metros aproximadamente, como cartografado na planta síntese.

A Protecção parcial tipo I, em áreas destina-das a contribuir para a manutenção e valoriza-ção natural e paisagística, compreendendo as restantes áreas de sapal e os caniçais da zona entre-marés que se encontram nas margens.

A Protecção parcial tipo II, engloba as salinas, a lagoa do mouchão do Lombo do Tejo e as restantes zonas entre-marés do estuário, são áreas destinadas a contribuir para a manuten-ção e valorização naturais e paisagística e dos usos e actividades associadas.

E, por último, a Protecção complementar, cujo objectivo passa por assegurar a compatibiliza-ção das actividades humanas comos valores naturais e o amortecimento de impactes relati-vamente às áreas de protecção total e parcial. Estão abrangidas as zonas permanentemente submersas, como sejam os canais de navega-ção e restante plano de água.

Na área terrestre foram defi nidos dois níveis de protecção:

A Protecção parcial tipo II, que compreende as áreas agrícolas e de montado cartografa-das na planta síntese e conforme descritas no regulamento, onde são permitidas utilizações compatíveis com a preservação dos recursos naturais. São admitidas actividades de turis-mo de natureza, bem como utilizações para fi ns agrícolas, fl orestais ou mistos, desde que constituam suporte dos valores naturais.

A Protecção complementar, que engloba as restantes áreas agrícolas da Lezíria Sul e dos mouchões do Tejo, bem como outras áreas, devidamente cartografadas na planta sínte-se, sendo aqui o objectivo compatibilizar as actividades humanas necessárias ao desen-volvimento social e económico local com os objectivos de conservação da natureza e da biodiversidade.

Áreas de Intervenção Específi ca - O PORNET identifi cou dois grupos de situações que re-querem a aplicação da fi gura de Intervenção Específi ca. As Salinas e os Mouchões, por se-rem espaços com um valor natural e cultural, que carecem de valorização, de salvaguarda, de recuperação e de reconversão, necessitan-do de um conjunto de medidas para além dos regimes de protecção em que estão inseridos.

Os Mouchões - As áreas de intervenção espe-cífi ca dos mouchões de Alhandra, do Lombo do Tejo e da Póvoa incidem sobre toda a superfície dos mouchões desde as margens, diques de protecção, valas, comportas, património edifi -cado e área agrícola. O objectivo principal desta intervenção específi ca é manter a integridade física dos mouchões e dos seus habitats de-signadamente através da contenção da erosão nas margens e da promoção de actividades sustentáveis.

A intervenção específi ca em cada mouchão será feita de acordo com o programa global defi nido no regulamento do PORNET, que contempla, en-tre outras intervenções, a produção agrícola, limpeza das valas e matos, benefi ciação dos locais para a avifauna, actividades de animação ambiental e recuperação do edifi cado existente para turismo ou apoio à exploração agrícola.

As intervenções, dependendo da especifi cidade de cada acção, serão desenvolvidas pelos pro-prietários em colaboração com entidades públi-cas ou privadas, entre as quais o INCB, a APL, o INAG, e a CMVFX, quando e como adequado.

As Salinas - A área de intervenção específi -ca das salinas incide sobre todas as áreas da RNET onde actualmente existem tanques de salinas, designadamente, na Saragoça, em Vale de Frades, em Vasa Sacos e no viveiro Norte da Bela Vista. Verifi ca-se, por um lado o abandono destes sistemas, com a consequente degrada-ção dos habitats, e o por outro a sua utilização sem cobertura legal e sem regras de susten-tabilidade, através da apanha de camarinha e alguma aquicultura. Pretende-se valorizar as estruturas das salinas com base em usos sus-tentáveis que possibilitem a manutenção de condições ecológicas adequadas à conserva-ção das aves aquáticas, compatibilizando usos tradicionais com o potencial aproveitamento

O Sítio das Hortas

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Plano de Ordenamento da RENTPlano de Ordenamento da RENT

cas que melhoram as condições de habitat da avifauna principal objectivo da gestão das sa-linas. Este modelo será replicado às restantes áreas similares da ZPE do Estuário do Tejo e nas outras Zonas Húmidas, que integrem espa-ços com vocações similares.

Com esta abordagem pretende-se implementar um modelo de gestão sustentável das salinas e marinhas, com vista a criação de uma mar-ca que ateste não só a qualidade do produto a comercializar, como da visitação a promover, como ainda e sobretudo da adopção de práti-

para o turismo ornitológico. Das intervenções específi cas permitidas nas salinas destaca-se a exploração aquícola em regime extensivo ou semi-intensivo, com recurso à policultura in-tegrada com espécies naturais do estuário do Tejo, reservando-se toda a área dos cristaliza-dores para a avifauna. Não são permitidas alte-rações às cotas de fundo e níveis de água nos cristalizadores e condensadores. Sem prejuízo da legislação em vigor, o regulamento prevê a obrigatoriedade de elaboração de um plano de monitorização interna e externa de vários pa-râmetros químicos e biológicos que garantam a qualidade da água. Admite-se a instalação de infra-estruturas para efeitos de apoio às actividades aquícolas, de produção de sal e de visitação, vocacionadas para a observação de avifauna e interpretação ambiental.

Usos e actividades regulamentados no PORNET - São várias as actividades que têm como palco a área do PORNET e como tal carecem de um con-junto de regras de forma a acautelar os objecti-vos de conversação dos valores naturais desta Reserva Natural. A pesca e apanha comercial e a pesca lúdica, as culturas marinhas, a produ-ção de sal, a navegação, a fundeação e amar-ração, as dragagens, passando pela agricultura e pecuária, as edifi cações e infra-estruturas, o turismo de natureza, os trabalhos de inves-tigação científi ca e monitorização e por último a recolecção de espécies vegetais ou animais não sujeitas a medidas de protecção legal, são actividades e usos, que encontram nas disposi-ções do Regulamento e no Programa de Execu-ção, não só as regras e orientações pelas quais se devem guiar a partir da data da sua ratifi ca-

ção, mas também um conjunto de medidas e acções, que abrangem as diferentes áreas de intervenção científi ca, social e económica que permitirão concretizar no terreno o modelo de gestão sustentável e integrado preconizado neste Plano de Ordenamento.

Podemos desde já distinguir quatro projectos estruturantes em termos de visitação que se-rão o início de uma oferta em rede e de criação de massa crítica que se pretende imprimir a todo este território classifi cado, assente nas verdadeiras potencialidades para o ecoturis-mo, para o recreio e o lazer, ainda completa-mente por explorar.

Em Alcochete, embora fora, mas bem perto do limite da RNET, em plena ZPE, será inaugurada brevemente uma das portas da Reserva Na-

tural. Um espaço privilegiado para o recreio e actividades de turismo de natureza, o Sítio das Hortas, um Pólo de Animação Ambiental por ex-celência. Em Vila Franca de Xira, Lezíria Sul, irá nascer o EVOA, o Espaço de Visitação e Obser-vação de Aves, que concilia esta emergente ac-tividade ligada ao turismo de natureza, com a gestão de habitats favoráveis à avifauna. Ainda em Alcochete prevê-se a criação de um ambi-cioso projecto que será pioneiro em Portugal e nas áreas protegidas. O Espaço Tecno-Nature-za, onde entre actividades desporto de nature-za, poderá usufruir-se em tempo real da natu-reza através da tecnologia instalada. Não que-rendo agora adiantar mais nada. No concelho de Benavente, com Vale de Frades, irá nascer o primeiro projecto de gestão sustentável de uma salina, cujo modelo será replicado como

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Daqui a cinquenta anos, Lisboa à escala me-tropolitana pode voltar a ter o seu centro no estuário de um rio despoluído, intensamente habitado na suas margens, com actividades múltiplas e surpreendentes que agradem a todo o tipo de pessoas, como só uma grande metrópole pode tornar possível. Mas como é que se pode conseguir isso?

O programa proposto pelo Núcleo Universi-dades da primeira Trienal de Arquitectura de Lisboa (2007), lançou à discussão o tema, “Lugares em Espera”, dando o mote para o estudo de diversos vazios urbanos situados no perímetro do estuário do Tejo, quer na mar-gem Norte, quer na margem Sul.

A equipa constituída pelos alunos fi nalistas do curso de Mestrado em Arquitectura da UAL, pelos consultores convocados, a par dos do-centes das disciplinas de Projecto e de Estu-do da Paisagem, as duas constantes do actual plano de estudos do Departamento de Arqui-tectura da UAL, decidiu aceitar esse desafi o, optando por uma análise de Lisboa à escala da sua Área Metropolitana.

Procurou simular-se a sua transformação numa Metrópole que usasse e potenciasse os excelentes recursos que o Estuário do rio Tejo disponibiliza. Uma simulação para o ano de 2050, resultante de uma leitura concelho a concelho, sistematizando informações re-sultantes da aproximação real aos lugares, às suas especifi cidades, e ao entendimento do seu contexto na Área Metropolitana de Lis-boa (AML). Uma análise territorial a partir de persistentes deslocações e observações de campo, da consulta de cartografi a, do estudo de planos e documentos escritos e do contac-to directo com as populações.

Centralidade metropolitana - Ao contrário de outras áreas metropolitanas, que incluem cidades como São Paulo, Los Angeles ou Ma-drid, a AML (abrangendo um território desde Mafra a Setúbal, com cerca de três milhões de habitantes), tem as suas actividades e usos dispersos, desconexos uns dos outros. Cada concelho estrutura o seu tecido urbano iso-lado do outro, com as suas infra-estruturas e actividades económicas próprias. Por vezes, repetindo as mesmas situações e os mesmos erros.

Lisboa 2050

exemplo de gestão e onde será promovido o turismo de natureza com acesso universal.

Estes projectos são desenvolvidos em parceria com as autarquias respectivas, entidades pú-blicas e privadas e organizações não governa-mentais de ambiente, nomeadamente a Com-panhia das Lezírias e a Liga para a Protecção

da Natureza. Trata-se sem dúvida de um bom começo para o futuro sustentável do Estuário do Tejo, e uma forma de dará conhecer uma das mais importantes Zonas Húmidas da Europa, a “deux coups d’oiseaux” de Lisboa!

Uma síntese de beleza entre os elementos na-turais e as artes do homem!

1 Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, I.P. que preside; Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo; Instituto da Água; Direcção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano; Adminis-tração do Porto de Lisboa; Instituto de Desenvolvimento Rural e Hidráulica (actual Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimen-to Rural); Direcção-Geral das Pescas e Aquicultura; Direcção-Geral dos Recursos Florestais; Direcção-Geral do Turismo; Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico; Direcção-Geral dos Transportes Terrestres e Fluviais; EP - Estradas de Portugal, E. P. E.; Direcção-Geral de Infra-Estruturas do Ministério da Defesa Nacional; Câmara Municipal de Alcochete; Câmara Municipal de Benavente; Câmara Municipal de Vila Franca de Xira; Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), organização não governamental de ambiente designada pela Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente.

2 Câmara Municipal de Loures; Câmara Municipal da Moita; Câmara Municipal do Montijo; Direcção Regional de Agricultura e Pesca de Lisboa e Vale do Tejo; Junta Metropolitana de Lisboa; Companhia das Lezírias; Associação Benefi ciários da Lezíria Gran-de de Vila Franca de Xira; Associação dos Agricultores do Ribatejo; Associação de Produtores Florestais da Península de Setúbal.

3 De acordo com os novos estatutos do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, I.P. aprovados pela Portaria nº 530/2007, de 30 de Abril, as áreas protegidas foram agrupadas e integradas em 5 Departamentos de Gestão de Áreas Classifi cadas cujas competências são, entre outras, a gestão directa das áreas protegidas de interesse nacional.

Plano de Ordenamento da RENT

Este texto é baseado no livro “Lisboa 2050 – Estudo de possibilidades de intervenção no Estuário do Tejo”, que aprofunda os temas aqui tratados, e que foi escrito com base na informação reunida e elaborada por discentes e docentes da disciplina de Projecto do Curso de Mestrado em Arquitectu-ra da Universidade Autónoma de Lisboa (UAL): Arquitectos João Luís Carrilho da Graça, Inês Lobo e José Adrião. As propostas de projecto aqui apresentadas são da autoria de Sérgio Silva (Quinta do Almariz, Almada), Pedro Coelho (Quimiparque, Barreiro), Francisco Marques (Cais do Ginjal, Alma-da) e Bruno Henriques (Barreiro).

LISBOA 2050A Lisboa do século XXI pode ser uma cidade voltada para o seu estuário, ou esquecida da massa de água do rio Tejo e da biodiversidade que ladeia as suas margens. Este estudo procura ser uma parte importante na discussão e desenvolvimento de soluções.

Ruben P. Ferreira, Universidade Autonóma

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de divisão da forma estuarina por quatro áreas distinas: Atlântica, Metropolitana, Reserva, Lo-cal. Cada uma fazendo parte de um harmonio-so conjunto – a superfície líquida – defi nido por unidades (lugares a intervir) que resultaram do levantamento dos vazios urbanos. Conse-quência da proposta de relocalização das es-truturas portuárias, os lugares “expectantes”, por estarem devolutos, descaracterizados, ou serem reveladores de potencial por explorar.

Outra prioridade foi o desenvolvimento de no-vas centralidades metropolitanas e o comple-mento de uma estrutura de acessibilidade em rede que diminuísse as assimetrias pendula-

res persistentes, através de uma nova Linha de Transporte Ligeiro de Superfície (Tram-Train). O estudo dos percursos dessa linha concluiu que devem ser defi nidos entre Algés e Vila Franca de Xira, na travessia marítima nas duas pontes sobre o Tejo e na terceira, em estudo, entre Fonte da Telha e Cacilhas, Pra-gal e Brejos de Azeitão, Amora e Benavente, e, por fi m, Barreiro e Rio Frio. Bem como pela ampliação e reforço da capacidade do sistema de transportes fl uviais afectos ao estuário do Tejo. Uma reinvenção que constitui um reforço de urbanidade e um complemento às pontes existentes, contornando a tendência para a

centralização no fl uxo entre margens – no Ter-reiro do Paço e Cais do Sodré.

O lugar sugerido para a localização dos novos terminais fl uviais assiste ao princípio da coor-denação intermodal, que articula a sua função de comutação de fl uxos de passageiros com o comércio e os serviços, constituindo inter-faces entre os variados meios de transporte público, reforçando a capacidade de processa-mento de passageiros nos terminais existen-tes. Desde logo, no Montijo, Barreiro (Quimi-parque), Barreiro (Seixal), Corroios, Cacilhas, Porto Brandão, Trafaria, Algés, Belém, Alcânta-ra, Cais do Sodré, Terreiro do Paço, Xabregas e Parque das Nações.

Estratégia Global – Porto e Natural/Artifi cial - A localização do novo Porto de Cargas é suge-rida para a área Atlântica, a área de entrada do estuário, onde a profundidade é maior, facto que possibilita a atracagem de barcos de diferentes calados e um maior resguardo dos ventos, das ondas e das correntes.

A sua situação contém reunidas as áreas do porto actualmente existentes nos terminais de Granéis da Trafaria, de Líquidos do Porto de Buchos, de Porto Brandão e da Banática, de Gra-néis Alimentares de Palença; de Contentores, de Alcântara, no terminal “Multipropose” de Lisboa, nos terminais Multiusos e de Granéis Alimenta-res do Beato, e no terminal de Alhandra.

Os terminais de Cruzeiros deverão fi car locali-zados na área metropolitana, perto dos aces-sos que ligam a zonas que oferecem maior in-teresse turístico. É criado um novo na margem Sul do Tejo, e nos actuais terrenos da Lisnave são reformulados os Terminais de Cruzeiros de Alcântara e da Rocha Conde de Óbidos, sendo mantido o de Santa Apolónia.

As Docas de Recreio, principalmente destina-das ao lazer, são espalhadas pelas diferentes áreas, com maior incidência nas áreas locais, como as Docas do Bom Sucesso, de Belém e de Sto Amaro. São propostas novas docas, situ-ando-se a maioria na margem Sul do Tejo – no Barreiro e nos actuais terrenos da Lisnave.

A linha de costa constitui a fronteira entre a ter-ra e a água e deve ser valorizada. Tal limite re-veste-se de um carácter dinâmico, na medida em que vê a sua confi guração alterar-se com a passagem do tempo.

Lisboa 2050

Urge reconhecer qual a zona de infl uência da área da metropolitana e qual a sua actividade económica principal. Ao observar-se a totalida-de do rio, cerceada pela ocupação de algumas das suas margens com actividades afectas ao Porto de Lisboa, pois estão na sua jurisdição, considerou-se fundamental abordar o proble-ma da localização desse porto.

Percebeu-se que a transferência para outra zona do estuário, ou até para outro estuário ou zona costeira, seria menos lesiva para Lisboa do que a sua manutenção, pois assim liberta-ria muitos dos espaços actualmente ocupados, que oferecem uma relação privilegiada com o

rio. Simultaneamente, tornaria essa estrutura mais efi caz e precisa no desempenho das suas funções e nas conexões com as infra-estrutu-ras viárias e ferroviárias territoriais que lhe são vitais, e na relação fundamental com a Europa, África e os Estados Unidos da América.

Foram estudados cinco temas principais do que fi cou defi nido como uma Estratégia Glo-bal para o Estuário do Tejo, a saber: as Bacias Hidrográfi cas, a Mobilidade, o Porto de Lisboa (Porto de Pesados, Porto de Recreio e Porto de Cruzeiros – estruturas existentes e propostas), o Natural – Artifi cial, e as Zonas Agrícolas.

A proposta elaborada entregue a concurso na Trienal de Arquitectura de Lisboa, sintetizada na exposição por uma planta e desenvolvida no livro “Lisboa 2050 – Estudo de possibilidades de intervenção no Estuário do Tejo”, foi distin-guida pelo júri com o Primeiro Prémio Universi-dades (ex-equo).

Estratégia Global /Bacias Hidrográfi cas e Mo-bilidade - A interpretação levada a cabo teve como principal intenção a defi nição e sistema-tização de um limite marginal de intervenção correspondente a uma franja efectivamente ribeirinha. Isso refl ectiu-se na possibilidade

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Lisboa 2050

Planta síntese da estratégia global

Algés _terminal fl uvialAlgés _terminal fl uvialAlcântara_terminal de cruzeirosAlcântara_terminal de cruzeirosTerreiro do Paço_terminal fl uvialTerreiro do Paço_terminal fl uvialXabregas_programa mistoXabregas_programa mistoPonta da Erva_observatório de avesPonta da Erva_observatório de avesAlcochete_terminal fl uvialAlcochete_terminal fl uvialMontijo_programa mistoMontijo_programa mistoMoita_observatório de avesMoita_observatório de avesBarreiro_terminal fl uvial Barreiro_terminal fl uvial Barreiro_programa mistoBarreiro_programa mistoBarreiro_clube náuticoBarreiro_clube náuticoBarreiro_quinta pedagógicaBarreiro_quinta pedagógicaBarreiro / Seixal_parque tecnológicoBarreiro / Seixal_parque tecnológicoSeixal_parque tecnológicoSeixal_parque tecnológicoPonta dos Corvos_residência de artistasPonta dos Corvos_residência de artistasAlmada_terminal de cruzeirosAlmada_terminal de cruzeirosCacilhas_terminal fl uvialCacilhas_terminal fl uvialTrafaria_programa mistoTrafaria_programa mistoTrafaria__porto de cargasTrafaria__porto de cargas

Fotomontagem da proposta para o novo porto de Lisboa

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Lisboa 2050

A margem Norte tem hoje um limite perfeita-mente defi nido, resultado de sucessivos ater-ros. Aqui, a sua utilização relaciona-se com o lazer ou a prática náutica. A Sul, a margem alterna a intervenção artifi cial e a evolução natural. Praias, mouchões, sapais, canaviais vão pontuando a linha de costa, enquadrando superfícies economicamente activas, destina-das à prática agrícola, à piscicultura e à indús-tria transformadora, sob a forma de salinas e moinhos e maré, onde também se localizam plataformas artifi ciais que se foram instalando em função da presença de canais navegáveis, destinadas à ocupação industrial.

Com efeito, a ocupação da zona de contacto ter-ra-água acontece essencialmente através de dois processos evolutivos e transformadores da linha de costa: por aluvião (natural), depósi-to de areias, cascalho e/ou lamas nas margens do Estuário. Tais sedimentos têm origem no processo de erosão da bacia hidrográfi ca do rio Tejo. Por aterro (artifi cial), que corresponde à elevação do nível do terreno, mediante a cons-trução de plataformas horizontais em área mo-lhada protegidas por muros de retenção margi-nal. Interessa sobretudo o valor da mutabilida-de da linha de costa e a sua capacidade de gerar espaços entre a condição terrena e aquática.

Estratégia Global / Zonas agrícolas - A inte-gração de áreas agrícolas bem dimensionadas pode aumentar a competitividade económica e a diversidade paisagística de uma área metro-politana. A defi nição do desenho de zonas ver-des que acompanhem a morfologia estuarina, expandindo-se desses limites para o interior, integrando o ambiente urbano e o ambiente rural (e verde, planeado), também. Propõe-se, por isso, que a área da (antiga) Base Aérea do Montijo, lugar de terrenos férteis, seja um es-paço privilegiado para uma actividade agrícola de suporte à escala da metrópole, que pode ser repetida por toda a AML, inserida ao longo do

traçado da linha do Transporte Ligeiro de Su-perfície, introduzindo programas de mercados abastecedores de maior e menor dimensão no interior de zonas agrícolas ligadas a áreas ver-des que, por sua vez, estabelecem limites para o desenho do tecido urbano e o reestruturam.

Quinta do Almaraz, Almada - Da análise do ter-ritório resultou uma proposta de ordenamento. A escolha dos lugares foi evoluindo até centrar-se numa área de projecto ao longo de toda a margem do estuário, com programas específi -cos para cada sítio.

No caso da Quinta do Almaraz, situada entre Cacilhas e o Castelo de Almada, o lugar é fecha-do pela topografi a, plasmada nos muros e na encosta. Um palimpsesto de quatro mil anos sujeito às incertezas temporais dos trabalhos arqueológicos ali realizados.

A proposta é a transformação do vazio ruraliza-do, vagamente privatizado por alguns agriculto-res, numa estrutura viva e dinâmica de cidade, potenciando-o como sítio público e de estudos arqueológicos, infra estruturando-o através da defi nição dos seus limites, transformando-os em membranas permeáveis, aproveitando a preexistência dos muros e edifícios situados predominantemente no limite sul.

No perímetro, desenham-se outros muros que, por vezes, se transformam em edifícios, pro-montórios peninsulares que defi nem lugares e confi guram praças, espaços de transição e transumância entre a urbanidade construída da cidade e o vazio da Quinta do Almaraz.

O programa acontece nos espaços que o muro contínuo desenha, sendo sempre de carácter público, cultural, ligado ao estudo e mostragem da arqueologia, bem como comercial, permitin-do que a cidade escolha naturalmente as fun-ções a instalar.

Plataforma Artifi cial da Quimiparque, Barreiro - Vinte e três hectares de paisagem claramente industrial, marcada pela desactivação e degra-dação do edifi cado e por uma topografi a única, atribuindo-lhe uma identidade e um carácter cé-nico no meio de toda a extensão do aterro indus-trial, constituem esta área de intervenção.

As indústrias devolutas pontuam o local em dois núcleos separados visualmente pela topo-grafi a. A operação de organização passa pelo

prolongamento de um corredor verde, propos-to na estratégia geral para o Barreiro, que se estende desde a área urbana consolidada (1), atravessando a área urbana a consolidar (2), e pelo envolvimento dos dois núcleos construí-dos com este novo elemento da paisagem, que se estende até ao rio.

O objectivo é a transformação num grande cen-tro educativo direccionado para o ensino das Artes e dos Ofícios. Os dois núcleos propostos terão programas distintos mas complementa-res. O que se aproxima mais do estuário, como área residencial e de trabalho para estudantes e artistas. O núcleo abre-se em praça para o rio, tornando-se mais fechado, mais privado e im-permeável. O edifício das residências remata esta praça com espaços escondidos na topo-grafi a que dinamizam todo o complexo: ser-viços, ateliers, galerias, estúdios de música, ofi cinas, livrarias, restaurantes e cafés surgem redesenhando a topografi a existente.

A escola de Artes e Ofícios ocupa o segundo núcleo de forma oposta ao primeiro. Quebra com a ideia de uma topografi a permeável e ab-sorvente de todos os fl uxos, e funciona como espaço público de transição ou permanência temporária.

Banhos do Ginjal, Almada – Antigos armazéns Hugo Perry & Son - Em tempos de outrora (1860), antes ‘da construção do cais, já os banhos no Ginjal estavam ofi cializados no Co-valinho’ (in “Memórias do Ginjal”). O local da intervenção conhecido pela sua excepcional topografi a acidentada e pela possibilidade de defi nição de limites que podem originar per-cursos e acessos ao edifi cado, é caracterizado por uma arriba de betão totalmente construída como um grande muro de suporte. Esta arriba sofre constantes derrocadas e tem áreas vege-tais que a sustêm, denunciadas pelas camadas geológicas visíveis.

Lisboa 2050

Planta da proposta da Quimiparque - Barreiro

Maquete da proposta para a Quinta do Almaraz - Almada

Proposta para os banhos do Ginjal - Almada

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WATERFRONTLISBOA 2007WATERFRONT EXPO

5th year, 376 cities, 61 countries

Since its inception, delegates from 376 cities and 61 countries have taken part in WaterfrontExpo. In this period, the conference has addressed a broad spectrum of issues relating largely to the planning, design and development of waterfronts around the world.

What continues to make WaterfrontExpo unrivalled is the fact that it is hosted by a different waterfront city every year. This means that the conference in particular is able to draw content from each host city’s unique waterfront environment – thereby adding great value for the participants.

The mission of WaterfrontExpo is to make a positive difference to waterfront developments – both new and existing – around the world. This has been achieved by creating an annual platform where professionals involved in all aspects of waterfront development come together to share knowledge and promote best practice.

WaterfrontExpo 2007 conference

The now well-established WaterfrontExpo conference format is based around 12 diverse and fascinating case studies. These international case studies range from small, local-community waterfront developments to massive regional waterfront mega-projects. Some are new-build, others are regeneration based. There is also a broad mixture of development types: mixed use, leisure orientated, commercial, residential-only etc.

In short – something for everyone!

CONFERENCE THEMES AT WATERFRONTEXPO 2007:

Sustainable waterfront development

This is the main theme of the event. Every waterfront city in the world wants to be thought of as promoting sustainable development. But what does it actually mean? The Lisbon, Vienna and Vancouver case studies will focus on this, and in particular issues such as community development, ecology and energy effi ciency.

Design as a driver for development

Most of the world’s best known and commercially successful waterfronts exhibit cutting-edge architecture and planning. Waterfront design: substance or spin? The case studies from Bahrain, Vilamoura and Gdansk will go some way to answering this.

Capitalising on culture

Competition between waterfront cities is intense. How can culture and leisure be leveraged to attract tourists, investors and tenants? Delegates will fi nd the Valencia and Fremantle (both America’s Cup hosts 21 years apart) and Recife (Brazil) case studies illuminating in this respect.

Funding & infrastructure

This is the business-end of waterfront development. How should developers begin preparing projects for the investment market? How can large infrastructure projects with little or no return be fi nanced? Live examples from Middlesborough, Liverpool and Portland will illustrate these issues and put forward some solutions.

The case studies:

• Bahrain • Portland • Vienna

• Liverpool • Vancouver • Lisbon

• Valencia • Gdansk • Middlesborough

• Fremantle • Recife • Vilamoura

International exhibition

The WaterfrontExpo exhibition complements the conference perfectly. In practice, very few delegates attend all the conference sessions. Most fi nd the exhibition highly appealing and take time to meet the exhibitors in a relaxed and friendly setting. The exhibiting companies comprise representatives of waterfront cities from around the world, architects and urban planners, engineers, port authorities, marina designers, real estate fi rms, environmental consultants... to name but a few.

Waterfront Expo

O local teve funções relacionadas com a fábrica de óleo de fígado de bacalhau e com os estalei-ros de Hugo Perry & Son. A arriba de betão ti-nha dois acessos: por escada, a quinze metros, e por um funicular, de apoio à fabrica do Ginjal, situado a 30 metros de altura. Com o tempo, o quotidiano do cais foi diminuído pela desactiva-ção das unidades de armazenagem. O espaço de lazer ali abrigado sobre a vista privilegiada da cidade de Lisboa, seguiu semelhante caminho.

Propõe-se o aproveitamento das plataformas no terreno para encostar edifícios, usufruindo da pouca exposição solar aí existente. Na mesma condição, surgem também problemas no aces-so praticamente inexistente à cidade de Almada na cota mais elevada. O cais do Ginjal surge as-sim como uma plataforma no nível ribeirinho. O programa proposto insere-se no contexto deste cais, uma vez que contempla a continuidade

de percursos e acessos a uma área ampla de água, mantendo as relações visuais diversas com a cidade e com a escarpa. O limite defi nido pelo percurso contínuo fecha a área de banhos entre o passeio do cais e a escarpa.

Terninal Intermodal do Barreiro / Seixal - Na abordagem à escala do estuário, era importan-te entender a importância do ramal ferroviário do Barreiro e a sua organização ao longo dos anos, como ponto de ligação de Lisboa ao sul do país e de distribuição das matérias-primas pelas várias indústrias pesadas da região. Es-sas estruturas estão, hoje em dia, desmonta-das ou em vias de ser abandonadas.

O objectivo principal foi o de, ‘Ligar o que este-ve sempre ligado’, reformulando e integrando uma nova infra-estrutura num sistema de ra-mal preexistente, que proporcione ligações à escala urbana e regional.

A esta reformulação assistem uma vontade e objectivos que resultam em diversas inten-ções: retirar o último aterro construído para o terminal do Barreiro; retomar a ligação do bair-ro da Quinta Pequena ao resto do Barreiro; a in-tegração da ligação física com o Seixal, através de uma ponte; a resolução dos problemas de acesso ao terminal fl uvial mais próximo da ci-dade, com acessos rápidos e ligação à rede de Transporte Ligeiro de Superfície (via Almada-Setúbal); a construção de um silo automóvel com ligação ao terminal e de novas vias rodo-viárias e pedonais de ligação entre o bairro da Quinta Pequena e o resto da cidade; a inclusão de espaços comerciais, creche, centro de dia e cada de jovens, espaços de apoio local; e a abertura de uma via estruturante para a cidade do Barreiro.

Lisboa 2050

Maquete da proposta para o terminal intermodal do Barreiro - Seixal

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TOURS AND SITE VISITS

Tuesday 2 October

Lisbon walking tour

A walking tour of the city hosted by professional guides incorporating the waterfront and buildings of historic and architectural interest.

The Tagus River waterfront tour

A fascinating two hour tour in the Tagus estuary starting in Belem and ending at the Parque das Nações. Complete with expert commentary and refreshments.

Wednesday 3 October

Oeiras

This site visit focuses on Oeiras’ plans to develop tourism along the beautiful stretch of coast that the municipality occupies. There is an existing marina and there are plans for another. A boardwalk that will run the entire length of the Oeiras coastline is currently being constructed. Tourist-oriented enterprises will be developed along it.

Port of Lisbon

Delegates will be taken to the Vessel Traffi c Service Tower (with one of the best views in Lisbon) for a presentation and short fi lm about the Port of Lisbon. The tour will then return to the Congress Centre via the the Santo Amaro Dock (now a recreational dock) and the Alcântara/Rocha area.

Thursday 4 October

Almada

The Municipality of Almada has commissioned the world-renowned architects, Rogers Stirk Harbour + Partners, to devise a masterplan for a 115-hectare site encompassing extensive former dockyards and a part of Almada’s conurbation along a two-kilometre stretch of river frontage. This site visit will provide delegates with an excellent overview of the proposed scheme.

Parque das Nações

The Parque das Nações, covering 340 hectares, including 5km of river front property on the Tagus River estuary, is Lisbon’s leading tourist attraction and most impressive urban development project. It was the site of the 1998 World Exposition and includes many interesting features such as an aquarium and the Olivais Dock - a 1940’s airport for hydroplanes. The Parque das Nações has successfully re-established the link between the City and the River.

SOCIAL PROGRAMME

Networking has always been a key element of WaterfrontExpo – where else can you meet hundreds of high-level delegates all with an interest in waterfront development? The social programme in Lisbon will provide participants with plenty of opportunities to meet with colleagues in a relaxed environment:

Tuesday 2 October

5.00 – 7.00

Welcome reception at the Parque das Nações. The reception will take place in building that was the Portuguese Pavilion during World Expo ’98. Be prepared for a view from the balcony that will take your breath away!

Wednesday 3 October

5.15 – 6.00

Exhibition reception

7.30 – 10.30

Civic Reception will take place at Lisbon’s impressive City Hall. No visit to Lisbon is complete without visiting this magnifi cent building.

Thursday 4 October

5.15 – 6.30

Sponsored drinks and snacks in the exhibition at the end of the show.

The event will be of interest to:

Owners of waterfronts wishing to explore potential development options – including port and harbour authorities, municipalities, local and regional authorities/government, private fi rms and consortia

Real estate professionals – with retail, commercial, residential and leisure interests

Waterfront property developers – specialist development fi rms

Marina owners/operators, designers and developers

Tourism, hotel and leisure-related organisations

Banks and other sources of development funding

Professional fi rms – architects, landscape and urban designers, general and specialist construction fi rms, master-planners, contractors and engineers, specialist consultants

End-users – hotel, restaurant and retail chains, leisure facility developers and operators

Media – construction-related, retail, real estate, hotel and leisure, specialist (marinas etc) and tourism

Participants include:

architects

surveyors

civil engineers/specialist engineers

landscape architects

urban planners/master-planners

building/construction contractors

national government offi cials

municipal authorities and planners

the fi nancial and legal sector - banks

fi nance companies, insurance companies, specialist law fi rms

investors

port and harbour authorities

marina designers/developers

environmental consultants

conservation and heritage organisations andrestoration specialists

property developers: residential, commercial, retail, hotel and leisure

tourism promotion authorities

real estate fi rms

relevant international waterfront developments (case studies)

building material suppliers

computer software specialists

land reclamation contractors

dredging companies

harbour/waterfront management fi rms

Waterfront Expo Waterfront Expo

Who should attend?

OUR AIM IS TO ENSURE THAT A BROAD MIX OF INTERNATIONAL WATERFRONTS AND THEIR DESIGNERS, PLANNERS AND DEVELOPERS INVOLVED IN THE PLANNING, DEVELOPMENT, DESIGN, CONSTRUCTION AND MANAGEMENT OF WATERFRONTS ARE REPRESENTED.

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CONFERENCEPROGRAMMETUESDAY 2 OCTOBER

11.00 Walking tour of old Lisbon

12.00 Registration and buffet lunch

2.00 Tagus River waterfront tour introduction and briefi ng

2.30 Tagus river waterfront tour

5.00 Welcome reception

Portugal Pavilion, Parque das Nações Sponsored by Parque Expo SA

Waterfront Expo

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Waterfront ExpoWaterfront Expo

WEDNESDAY 3 OCTOBER

8.30 Registration, exhibition and coffee

9.20 Civic welcome

Theme: Sustainable waterfront development in Greater Lisbon

Chair, Charlie Hughes, CEO, Smart Futures, UK

9.45 The vision for the waterfronts of Greater Lisbon

Presented by Area Metropolitana Lisboa

10.15 Case study: Municipality of Almada

Almada Nascente – Cidade da Água

Lord Richard Rogers, Rogers Stirk Harbour and Partners, UK

10.40 Case study: Municipality of Oeiras

Presented by Municipality of Oeiras

11.05 Case study: Port of Lisbon

Presented by Port of Lisbon

11.30 Coffee and exhibition

12.00 Keynote presentation

Sustainable waterfront cities

Charlie Hughes, CEO, Smart Futures, UK

12.30 Case study: Vienna

Peter Klopf, Waterfront Coordinator, City of Vienna, Austria)

12.30 Tour preview and site visit – Oeiras (Returns 13.45)

12.30 Tour preview and site visit – Port of Lisbon (Returns 13.45)

1.00 Lunch and exhibition

Case studies: Design as a driver for waterfront development

Chair: David Beard, Director, Waterliving, UK

2.30 Case study: Bahrain Bay

Simon Harding-Roots, Principal - Real Estate Investment, ARCAPITA, Bahrain

3.00 Case study: The Lake Apartments, Vilamoura

Nicole Hammond, Project Manager, Wimberly Allison Tong & Goo, London

Graciano Garcia, Commercial Director, Chamartin Imobiliaria, Portugal

3.30 Case study: Young City, Gdansk

Phyllis Hjelmdal Larsen, Managing Director, BPTO Gdansk Development A/S, Poland

4.00 Panel discussion

4.00 Seminar 1

Panel members:

Energy effi ciency: Passive climate control

Speakers from

Professor Chris Short, Short & Associates, UK

previous session

4.30 Tea and exhibition

5.00 Case study: Vancouver

Brent Toderian, Director of Planning, City of Vancouver, Canada

5.30 Close of day two

5.35 Exhibition reception

8.00 Civic Reception at City Hall

THURSDAY 4 OCTOBER

8.30 Registration, exhibition and coffee

Case studies: Capitalising on culture and leisure

9.15 Case study: Valencia

Consorcio Valencia 2007

9.45 Case study: Fremantle

Bret White, Associate, Cox Howlett & Bailey Woodland,

Fremantle, Australia

10.15 Case study: City of Recife

Luis Miguel Rodrigues, Parque Expo, Portugal

10.45 Panel discussion 10.45 – 11.10 Seminar 2

Panel members: Climate change: what are the real risks for

Speakers from waterfront cities?

previous session Munich Re, UK

11.00 Coffee and exhibition

11.30 Keynote presentation

Developing historic buildings: New Holland Island, Saint Petersburg Foster & Partners, UK

12.00 Preparing projects for the investment market Philip Harcourt, Director, Colliers CRE

12.00 Tour preview and site visit – Almada

(Returns 1.15)

12.00 Tour preview – Parque das Nações

(Returns 1.15)

12.30 Lunch and exhibition

Case studies: Funding and Infrastructure

Chair: Mark Beaumont, Director, WaterfrontExpo Limited, UK

2.00 Chair’s address

2.15 Case study: Middlehaven, Middlesborough

Sean Egan, Project Director, Tees Valley Regeneration, UK

Pete Halsall, Managing Director, BioRegional Quintain, UK

2.45 Case study: The South Waterfront, Portland

Dennis Wilde, Principal, Gerding Edlen, USA

3.15 Case study: Liverpool

The Mersey Partnership, UK

3.45 Panel discussion

Panel members: Speakers from previous session

3.45 – 4.10 Seminar 3

Waterfront design: creating attractive destination Voon Fui Lai, Associate, Gensler, UK

4.00 Tea and exhibition

4.30 Keynote presentation

Creating leisure assets for the community:

Pittsburgh’s Three Rivers Park

Lisa Schroeder, Executive Director, Riverlife Task Force, USA

5.00 Closing remarks

5.15 Sponsored drinks reception

6.30 Close of conference

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Notícias dos portos

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A Administração do Porto de Lisboa lança Pré-mio “Inovação APL” - No âmbito das comemo-rações dos 100 anos, e enquadrado pelo docu-mento “Orientações Estratégicas para o Sector Marítimo-Portuário”, a Administração do Porto de Lisboa assinou, no passado dia 8 de Maio, um Protocolo de Cooperação com a Agência de Inovação, com vista à instituição do Prémio “Inovação APL”.

Desta forma, a APL pretende distinguir a reali-zação de trabalhos de investigação académica na área da logística e da gestão marítimo-por-tuária, que potenciem o desenvolvimento da importância do porto de Lisboa, contribuindo para o desenvolvimento de know-how nacional e de inovação nesta área. A este prémio po-derão ser candidatados trabalhos aprovados, originais ou publicados nos últimos 3 anos, no âmbito de Pós-graduações, Mestrados e/ou Doutoramentos que não tenham recebido qual-quer prémio ou distinção.

Espera-se que os trabalhos a serem desenvol-vidos por estudantes e investigadores venham a contribuir para o desenvolvimento da impor-tância e da afi rmação do porto de Lisboa, iden-tifi cando novas competências que permitirão obter novas vantagens competitivas.

Administração do Porto de Lisboa colabo-ra com a Universidade Itinerante do Mar - A Universidade Itinerante do Mar 2007, iniciativa promovida pela Universidade do Porto e pela Universidade de Oviedo, subordinada ao tema “O Mediterrâneo, um espaço de encontro en-tre culturas”, dando seguimento à experiên-cia piloto realizada em 2006, conta este ano com o apoio da APL. A UIM 2007 integrou um grupo de 84 jovens estudantes universitários, repartidos em dois cursos que terão uma com-

NOTÍCIASDOS PORTOS

ponente de formação em academia, uma com-ponente de navegação, a bordo do navio escola “Creoula” e uma componente de trabalho fi nal a desenvolver pelos alunos (Projectos de Mar), que servirá para avaliação. O primeiro curso compreendido entre 1 e 15 de Agosto, teve início em Lisboa, na Escola Naval do Alfeite, onde decorreu a componente de formação em academia, desenvolvendo-se posteriormente a formação em navegação, num itinerário que ligou Barcelona, Ajaccio, Mahón e Alicante.

O segundo curso compreendido entre 12 e 26 de Agosto, teve inicio em Oviedo, onde decor-reu a formação em academia, desenvolvendo-se a formação em navegação também a bordo do navio escola “Creoula”, num itinerário com-preendido entre Alicante e Lisboa, com escalas em Palma, Tânger e Portimão. Nos portos visi-tados foi efectuada uma apresentação do porto e da cidade.

As visitas da UIM 2007 ao Porto de Lisboa de-correram em duas ocasiões distintas, com pri-meiro grupo a ser recebido a 3 de Agosto, após formação em academia, e o segundo a 25 de Agosto, após formação em navegação.

APL adquire scanner móvel de raio x para contentores - No âmbito da CSI – Container Security Initiative, acordo celebrado entre as alfândegas dos EUA e de Portugal, a APL em parceria com a DGAIEC, desenvolveu em 2005 os esforços necessários para a aquisição de um equipamento de inspecção não intrusiva de contentores, que permitisse a inspecção das cargas sem ser necessária a abertura daquelas unidades de transporte. A titulo de empréstimo os EUA forneceram um scanner fi xo, que tem vindo a operar em Alcântara desde Janeiro de 2006. Tendo a APL como grande objectivo

a aquisição de um equipamento próprio, adjudicou à Siemens, o fornecimento de um modelo mais recente, o HCV-Mobile pelo valor de 1.598.800 euros.

Este equipamento totalmente móvel, permite inspeccionar o veículo e o contentor num só varrimento até 4,7 m de altura, sendo uma fer-ramenta muito efi caz para a detecção de estu-pefacientes, contrabando convencional, armas, explosivos, fontes radioactivas, bem como, a capacidade adicional de detecção de passagei-ros clandestinos. O HCV-Mobile permite a visu-alização de uma imagem radioscópica (raios x) de alta defi nição do conteúdo da carga, chassis e cabine. Esta imagem é captada lateralmente no veículo inspeccionado, através de um braço fi xado a um veículo standard Mercedes Benz que suporta todo o sistema radioscópico e que permite a deslocação do equipamento de um local para outro, sem qualquer restrição.

O equipamento agora adquirido, tem uma capa-cidade muito superior ao scanner fi xo fornecido a titulo de empréstimo pelos EUA, garantindo melhores condições operacionais para os condutores dos veículos que transportam os contentores, bem como, para os funcionários da alfandega.

A utilização desta tecnologia de vanguarda, posiciona o Porto de Lisboa como porto prefe-rencial nas trocas directas com os EUA e, à data da entrada em funcionamento do scanner fi xo, o Porto de Lisboa era o segundo porto ibérico a dispor deste tipo de equipamento. A APL con-gratula-se com o investimento realizado, numa área tão importante como é a segurança nacio-nal e comunitária.

A APL aderiu ao BCSD Portugal - É com satisfa-ção que anunciamos a entrada da APL - Admi-nistração do Porto de Lisboa, S.A. no Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Susten-tável, atendendo a que todos seremos poucos, para o desafi o do desenvolvimento sustentável no mundo dos negócios.

O BCSD Portugal – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável é uma asso-ciação sem fi ns lucrativos, foi criada em Ou-tubro de 2001, associadas ao WBCSD – World Business Council for Sustainable Development, tendo como missão transpor para o plano na-

cional os princípios orientadores do WBCSD. A missão principal do BCSD Portugal é fazer com que a liderança empresarial seja catalizadora de uma mudança rumo ao Desenvolvimento Sustentável e promover nas empresas a eco-efi ciência, a inovação e a responsabilidade social.

A missão principal do BCSD Portugal é:

• Divulgar os princípios que caracterizam o Desenvolvimento Sustentável;

• Articular a cooperação entre a comunidade empresarial, os governos e a sociedade civil com vista à promoção do Desenvolvimento Sustentável;

• Promover acções educacionais e de forma-ção para divulgação dos princípios do De-senvolvimento Sustentável;

• Executar projectos e estudos de casos que ilustrem e estimulem o Desenvolvimento Sustentável. Participar ou promover noutras iniciativas que contribuam para o Desenvol-vimento Sustentável do tecido empresarial português.

Com esta acção a APL, S.A. reconhece a impor-tância da implementação de práticas que se traduzam num desenvolvimento sustentável, dando o seu contributo para um mundo melhor para as gerações futuras.

APL colabora em acção de formação de qua-dros de municípios integrantes da AML - A Administração do Porto de Lisboa (APL) colabo-rou com a Área Metropolitana de Lisboa (AML) na organização do terceiro curso de Lisboa da RETE (Associação para a colaboração entre por-tos e cidades) sobre a relação porto-cidade su-bordinada ao tema “Potencialidades Turísticas das Frentes Ribeirinhas”, que decorreu na Gare Marítima da Rocha Conde D’Óbidos, nos passa-dos dias 21, 22, 28, 29 e 30 de Maio de 2007.

Com esta acção, inserida no seu Plano de For-mação para 2007, a AML procurou desenvolver as competências dos técnicos municipais no que diz respeito à concepção e promoção de actividades de lazer e culturais, vocacionados para o turismo. Para além disso, era também objectivo da AML melhorar as capacidades para conceber uma actividade de lazer ou cultural numa zona ribeirinha do município de prove-

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Notícias dos portos

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niência, fundamentada na promoção do rio como produto turístico bem como identifi car e descrever casos internacionais e nacionais na promoção turística das zonas ribeirinhas.

O curso foi destinado a técnicos superiores ou equiparados das Autarquias da Área Metropoli-tana de Lisboa, com funções na área do turis-mo, cultura e desporto, tendo nele participado também seis técnicos superiores da APL, da Direcção de Património e Obras e da Direcção de Segurança e Ambiente.

Esta acção de formação, que se integra já nas actividades do Nó Avançado de Lisboa da RETE, que inclui, para além da APL e AML, o Instituto de Dinâmica do Espaço da Universidade Nova de Lisboa, foi encerrada com a realização de um se-minário subordinado ao tema “Grandes Projectos e Eventos em Frentes de Água”. Este seminário foi aberto como uma intervenção do Dr. Manuel Frasquilho (Presidente da APL) abordando “O Pa-pel do Porto de Lisboa nos eventos desportivos no estuário do Tejo”, tendo sido encerrado pelo Eng.º Carlos Teixeira (Vice-Presidente da Junta Metropolitana de Lisboa e da RETE).

A APL é empresa CarbonoZero - A Administra-ção do Porto de Lisboa tornou-se numa organi-zação CarbonoZero, ao realizar a quantifi cação e compensação das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) nos edifícios e frota au-tomóvel da empresa, contabilizando as emis-sões verifi cadas através do consumo de com-bustíveis fosseis, electricidade nas suas insta-lações, o consumo de combustível na sua frota e a eliminação de resíduos produzidos nas instalações. Através da análise feita aos dados referidos concluiu-se que a APL é responsável pela emissão de um total de 977 toneladas de CO2/ ano, que vão ser compensadas através da aquisição de créditos de sequestro de carbono, provenientes da área fl orestal CarbonoZero, in-tegrada na Companhia das Lezírias. Para com-pensar o quantitativo estimado de emissões é necessária uma capacidade de sequestro de 3900 árvores ao longo de 30 anos.

Em todo o mundo, empresas e outras organi-zações estão a assumir voluntariamente a sua responsabilidade na protecção do clima e a transformar essa acção num poderoso instru-mento de comunicação. CarbonoZero é uma solução integrada, com serviços especializa-

dos de quantifi cação e gestão de emissões de CO2 e programas inovadores de comunicação, à medida das empresas. CarbonoZero é uma atitude, uma tendência e uma vantagem.

A APL tornou-se sócia da Associação Madrid Plataforma Logística - A Administração do Por-to de Lisboa é, desde o passado dia 26 de Abril, sócia da Associação Madrid Plataforma Logís-tica, entidade presidida por D. Fernando Merry del Val y Diez de Rivera.

Através da assinatura do acordo de colaboração entre a APL e a Associação Madrid Plataforma Logística (MPL), realizada em Junho do ano passado, foram estabelecidas as condições que regerão a colaboração entre ambas as entida-des, com vista à promoção e ao incentivo do de-senvolvimento de actividades empresariais vin-culadas ao sector do transporte e da logística.

Reconhecendo as vantagens mútuas na coo-peração das duas organizações bem como a importância que o porto de Lisboa poderá as-sumir para a região de Madrid e, tendo presen-te a importância que a parceria entre as duas entidades poderá contribuir para o aumento da notoriedade ibérica e para a dinamização comercial do porto de Lisboa, a APL aprovou a sua inscrição como sócia da MPL.

A Associação Madrid Plataforma Logística é uma associação sem fi ns lucrativos, constitu-ída em Fevereiro de 2005 e, de entre os seus sócios fundadores, contam-se empresas e instituições tão importantes como a Puertos del Estado, o Instituto Madrileno de Desenvol-vimento (IMADE), a Confederação Empresarial de Madrid, a Abertis e a Autoridade Portuária de Valência, para além de outros.

A Associação constitui um fórum de debate com a fi nalidade de promover o diálogo entre os sectores público e privado para a planifi ca-ção e optimização de recursos a longo prazo, com desenvolvimentos planifi cados e adequa-dos às necessidades de cada momento.

Os seus fundadores, conscientes da importân-cia estratégica de Madrid, criaram a Associação “Madrid Plataforma Logística” e fomentaram a participação de todos os agentes relevantes da comunidade logística da região, através desta en-tidade, que tem por missão coordenar e articular a plataforma logística da Comunidade de Madrid.

Evolução dos tráfegos - No primeiro semes-tre de 2007, a carga movimentada no porto de Lisboa registou um crescimento de 12,5% face a igual período de 2006, ultrapassando as 6,8 milhões de toneladas, para o qual contribuiu a evolução favorável da carga geral fraccionada (+18,1%), dos granéis sólidos (+18,5%), no-meadamente os agro-alimentares (+29,7%) e da carga contentorizada (+11%). No que diz respeito à movimentação de contentores no porto de Lisboa, quer em termos de TEU, quer do número de contentores, verifi cou-se um crescimento relevante de 8,2% e 7,7%, respec-tivamente.

Porto de Setúbal - Crescimento sustentado na 1ª metade do ano - No 1º semestre de 2007, o porto de Setúbal movimentou 3,6 milhões de toneladas de mercadorias, o que representou um crescimento de 16% face ao período homó-logo de 2006.

Este aumento no movimento portuário fi cou a dever-se, essencialmente, ao crescimento verifi cado nos produtos metalúrgicos (21%), cimento (4%), clínquer (96%), concentrado de cobre e zinco (32%), madeiras (100%) e pedras ornamentais (58%).

O movimento de contentores registou um cres-cimento de 28% em volume.

Os terminais de serviço público da SAPEC, TER-SADO e SADOPORT foram responsáveis pelos maiores aumentos: respectivamente, de 62%, 56% e 18%.

A manter-se este ritmo de crescimento neste semestre, o movimento do porto de Setúbal deverá superar os 6,5 milhões de toneladas de mercadorias.

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A Área Metropolitana de Lisboa, como um dos membros mais activos da RETE, respondeu positivamente ao desafi o de criação de um centro operativo local – Nó Local de Lisboa, que irá ter a seu encargo o desen-volvimento, a promoção e a divulgação local de actividades de carácter formativo, de investigação, e de estudos que contribuam a resolução da problemática da cidade portuária e a sua relação com o porto. Esta nova lógica de organização, pretende replicar e potenciar as sinergias decorrentes de uma sociedade em rede, de forma a intensifi car o ritmo e o alcance da troca de experiências e conhecimento.

O Nó de Lisboa é um centro operativo da RETE, que tem a seu encargo o desenvolvimento, a promoção e a divulgação local de actividades de carácter formativo, de investigação, e de estudos que contribuam para reforço os objectivos da Associação. Esta nova lógica de organização, pretende replicar e potenciar as sinergias decorrentes de uma socie-dade em rede, de forma a intensifi car o ritmo e o alcance da troca de experiências e conhecimento.

A Área Metropolitana de Lisboa está a operacionalizar o site de Internet do Nó local de Lisboa (www.aml.pt/rete), instrumento que ambiciona-mos que se torne, em breve, referencial da temática Porto/Cidade. Para além, do espaço dedicado à promoção da região, iremos contar com um espaço de divulgação das experiências, dos projectos e intenções para as frentes de água dos municípios da AML; um espaço de indicação, consulta e downloads de publicações temáticas e por fi m um espaço de divulgação das actividades desenvolvidas, como reuniões, congressos e outras actividades que se enquadrem na temática da rede.

A publicação da revista AML Estuarium veio ocupar um espaço editorial na política de comunicação da Área Metropolitana, nas questões mais directamente ligadas às frentes ribeirinhas, na dimensão da sua diversidade - intervenções urbanísticas, pa-trimónio, actividades económicas, sustentabilidade ambiental - antecipando um debate que conhece agora novos e decisivos desenvolvimentos.

O fim desse ciclo não significou nenhuma inversão nas nossas orientações estratégicas, mas antes uma reestruturação do pro-jecto, visando repensar o seu objecto comunicacional, dando-lhe uma imagem deliberadamente menos lúdica, e, ao mesmo tempo, concedendo mais espaço editorial para a exposição temática e uma maior especialização nas matérias tratadas.

Como poderão apreciar, através da leitura deste Caderno Especial da Estuarium, alusivo às frentes ribeirinhas, alargámos a refl exão sobre a gestão dos estuários do Tejo e do Sado, englobando os contributos que o conhecimento académico pode trazer a este debate civilizacional e o desenvolvimento portuário como factor de interactividade e comple-mentaridade com a envolvente urbana.

Não podia ser mais oportuna esta edição, em vésperas da realização em Lisboa, de 2 a 4 de Outubro, da WaterfrontExpo2007, uma confe-rência internacional de renome sobre a temática do desenvolvimento das frentes de água, que vai trazer a Lisboa Delegados de 36 Países e do “Open Days 2007”, no âmbito da Semana Europeia das Regiões e Cidades, que se realiza entre 8 e 11 de Outubro, com o objectivo de pro-mover uma mudança de paradigma para as cidades - a água como um factor de competitividade e valorização nas estratégias territoriais.

Editorial

Entre as actividades desenvolvidas mais recentemente pelo Nó de Lis-boa, destacamos também, o curso de formação profi ssional - “Poten-cialidades Turísticas das Frentes Ribeirinhas” que se realizou de 21 a 30 de Maio e que teve como público alvo os Técnicos Superiores das Autarquias da Área Metropolitana de Lisboa, com funções na área do turismo, da cultura e desporto. O curso de formação terminou com um seminário, aberto ao público, dedicado aos “Grandes Projectos e Even-tos”, onde podemos contar com oradores da Administração do Porto de Lisboa, da Federação Portuguesa de Vela e do Clube Naval de Cascais.

Como ambicionamos que o Nó Local de Lisboa, em breve, se torne num referencial de divulgação e ponto de encontro de todos aqueles que se interessam pela temática da requalifi cação das frentes de água e relação porto-cidade, criou-se para esse efeito o estatuto de Mem-bros Colaboradores do Nó Local de Lisboa.

Podem candidatar-se ao estatuto de Membros Colaboradores, entida-des públicas, privadas ou cidadãos a título individual que tenham inte-resse pela temática da relação porto-cidade e que estejam dispostos em fomentar a troca de ideias e projectos.

Para além de passarem a receber a malling list do Nó Local de Lis-boa, com divulgação das actividades sobre a temática, passaram a dispor de acesso a uma plataforma colaborava, onde poderão divulgar e promover dos seus trabalhos, estudos e refl exões, bem como fazer aceder a documentos que serão de acesso exclusivo aos Membros Colaboradores.

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Carlos Humberto de CarvalhoPresidente da JML

Uma estratégia sustentadapara as frentes ribeirinhas

ACONTECEU...

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Edição da Grande Área Metropolitana de Lisboa 1º Semestre 2007

ALMADA NASCENTE

ORLA RIBEIRINHA DE OEIRAS

EL PUERTO DE VALENCIA

PLANO DE ORDENAMENTO DA RENT

“LISBOA 2050”

WATERFRONT EXPO 2007

FRENTES RIBEIRINHAS

CADERNOS ESPECIAIS

Alcochete

Almada

Amadora

Barreiro

Cascais

Lisboa

Loures

Mafra

Moita

Montijo

Odivelas

Oeiras

Palmela

Seixal

Sesimbra

Setúbal

Sintra

Vila Franca de Xira

Rua Carlos Mayer, 2 - R/C, 1700 - 102 LISBOATel: 21 842 85 70 - Fax: 21 842 85 [email protected]