Estrutura Do Capítulo 2 Soasdjakdjrgo Sacarino

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Estrutura do capítulo 2 sorgo sacarino 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Gramíneas 2.1- As gramíneas são uma vasta família de angiospérmicas (plantas com flor), tecnicamente designada Poaceae (ou Gramineae), de distribuição cosmopolita. A diversidade de espécies que pertencem a este grupo é enorme, cerca de 10000 espécies distribuindo-se por cerca de 650 géneros, apenas superada pelas orquídeas (Orchidaceae) e as compostas (Asteraceae), no universo do reino vegetal. É uma família extremamente versátil pois, através desta miríade de espécies que contém, e não fugindo muito a uma morfologia padrão, conseguiu ocupar quase todos os tipos de habitat disponíveis, em todos os climas. Pertencem a esta família desde plantas muito pequenas, como a vulgar Poa annua que surge entre as pedras da calçada até aos bambus que podem exceder 30 metros de altura. Podem ser desde aquáticas, inclusivamente, de águas salgadas, até formar florestas ou viver nas fendas das rochas mais secas e desertos. No entanto, no nosso país, as gramíneas nativas (a enorme cana, Arundo donnax, é uma espécie cultivada que se assilvestrou tornando-se invasora) são bastante mais modestas, só por excepção tomando grandes dimensões como é o caso do caniço (Phragmites australis), que pode atingir quatro metros de altura e que habita lugares pantanosos por todo o país. Uma grande parte das gramíneas que se observam em Portugal optou por ser anual, em resposta ao clima mediterrânico que caracteriza boa parte do país, e, de certo modo consequentemente, de pequenas dimensões. A implementação desta estratégia, que aparece em muitas famílias de plantas no nosso país, permite a estas ocupar quer sítios muito secos no Verão, quer terrenos cultivados ou de qualquer outro modo frequentemente perturbados, como é grande parte do nosso território. As

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Estrutura do captulo 2 sorgo sacarino 2 REVISO DE LITERATURA 2.1 Gramneas2.1-As gramneas so uma vasta famlia de angiosprmicas (plantas com flor), tecnicamente designada Poaceae (ou Gramineae), de distribuio cosmopolita. A diversidade de espcies !ue pertencem a este grupo enorme, cerca de 1"""" espcies distribuindo-se por cerca de #$" gneros, apenas superada pelas or!udeas (Orchidaceae) e as compostas (Asteraceae), no universo do reino vegetal.% uma famlia e&tremamente vers'til pois, atravs desta mirade de espcies !ue contm, e no fugindo muito a uma morfologia padro, conseguiu ocupar !uase todos os tipos de (abitat disponveis, em todos os climas. )ertencem a esta famlia desde plantas muito pe!uenas, como a vulgar Poa annua !ue surge entre as pedras da calada at aos bambus !ue podem e&ceder *" metros de altura. )odem ser desdea!u'ticas, inclusivamente, de 'guas salgadas, at formar florestas ou viver nas fendas das roc(as mais secas e desertos.+o entanto, no nosso pas, as gramneas nativas (a enorme cana, Arundo donnax, uma espcie cultivada !ue se assilvestrou tornando-se invasora) so bastante mais modestas, s, por e&cepo tomando grandes dimens-es como o caso do canio (Phragmites australis), !ue pode atingir !uatro metros de altura e !ue (abita lugarespantanosos por todo o pas..ma grande parte das gramneas !ue se observam em )ortugal optou por ser anual, em resposta ao clima mediterr/nico !ue caracteri0a boa parte do pas, e, de certo modo conse!uentemente, de pe!uenas dimens-es. A implementao desta estratgia, !ue aparece em muitas famlias de plantas no nosso pas, permite a estas ocupar !uer stios muito secos no 1ero, !uer terrenos cultivados ou de !ual!uer outro modo fre!uentemente perturbados, como grande parte do nosso territ,rio. Asgramneas anuais sobrevivem sem nen(um esforo especiali0ado no sentido de resistir 2 secura por!ue se limitam a passar o 1ero na forma de semente. .ma estratgia to simples e de bai&o custo como esta, e ainda assim, to frutfera, facilmente se tornou 3popular4, pelo !ue in5meras espcies de gramneas a usam. )odemos citar como e&emplo as gramneas das pastagens secas do sul do pas 6 gneros Briza, Vulpia, Bromus, Stipa, Hordeum,Brachypodium, Taeniatherum, Gastridium, Aegilops, entre outros.)orm, (' uma consider'vel diversidade de gramneas perenes, !ue sobretudo not'vel em (abitats menos (ostis, onde a (umidade mais duradoura o permite. 7m 0onas pantanosas, o canio uma delas, mas tambm plantas dos gneros Cynodon, Holcus, Agrostis, Panicum, Molinia, Paspalum, !ue formam relvados especialmente verdes e densos no 1ero em 0onas (5midas8 e a morraa (Spartina) nos (abitats (5midos com influ9ncia marin(a. +os pin(ais arenosos, nas 0onas mais frias no inverno, pode geralmente ser encontrada Stipa gigantea, uma gramnea !ue no 1ero adorna o campo com as suas grandes infloresc9ncias douradas.Algumas gramneas perenes crescem de uma forma inusitada em locais muito secos, como o caso de Hyparrhenia hirta, !ue (abita vertentes roc(osas muito !uentes, e de Melica minuta, dos matagais &erofticos.Algumas espcies so muito fre!uentes mesmo em (abitat citadino. % o caso de Piptatherum miliaceum, uma gramnea perene com a forma de uma graciosa cana,Hordeum murinum, as vulgares 3espigas4 das brincadeiras de inf/ncia e Poa annua, (abitante fre!uente dos interstcios entre as pedras da calada.Hyparrhenia hirta, uma gramnea perene de (abitats muito secos e !uentes, a!ui crescendo num0ambu:al alente:ano.Mas afinal, o u! s"o as gra#n!as$A morfologia tpica de uma gramnea muito semel(ante em todas as espcies; um caule geralmente oco, com n,s engrossados, no !ual se inserem as fol(as com uma forma tendencialmente linear, e de nervao paralela (em todas as espcies portuguesas). 7stas fol(as t9m uma morfologia muito tpica; a parte pro&imal forma uma bain(a !ue envolve parte do caule, a !ual termina no limbo foliar. +a articulao entre estas duas partes e&iste um prolongamento 6 a lgula 6 em forma de membrana ou de uma fiada de p9los.)orm, a caracterstica mais marcante desta famlia reside na morfologia da flor. 7sta um e&emplo de reduo floral fant'stico. 7ntenda-se por 3reduo4, o processo evolutivo !ue condu0 2 perda de estruturas !ue, outrora funcionais, tero perdido a sua funo e, como tal, ra0o de e&istir.A sua aparente simplicidade estrutural fe0 com !ue se ten(am considerado as gramneas como plantas primitivas. 7ssa ideia est', contudo, ultrapassada.< diagrama resume de uma forma simplificada uma espigueta 6 a unidade b'sicada infloresc9ncia de uma gramnea e com muita import/ncia na identificao das espcies.Melica minuta, uma gramnea perene dos matagais secos, em florao. +ote os estames pendentes, aro&o.7s!uema geral de uma espigueta, neste caso com duas flores. )ara mel(or compreenso, as floresforam es!uemati0adas abertas, o !ue geralmente no se observa.=omo se observa e como o nome indica, a espigueta uma pe!uena espiga, geralmente com v'rias flores muito redu0idas. < e&emplo mais tpico de uma espigueta cada uma das unidades visveis na infloresc9ncia da aveia. +o entanto, a espigueta pode ser de identificao difcil em infloresc9ncias compactas e>ou pe!uenas. A espiga do trigo, por e&emplo, uma 3espiga de espiguetas4, :' menos ,bvias, cada uma com v'rias flores.As flores das gramneas, como :' referido, so especiais. +o e&istem ptalas nem spalas como estamos (abituados, :' !ue estas plantas no precisam delas para atraco de insectos; a polini0ao feita pelo vento (polini0ao anem,fila). ?udo o !ue resta destas peas florais, !ue tero e&istido num passado distante, resume-se a duas min5sculas escamas 6 as lodculas 6 !ue a:udam na abertura da flor (afastamento da lema e da p'lea), e&pondo assim os ,rgos reprodutores. ?odas as outras peas 6 lema, p'lea e glumas 6 so br'cteas, isto , fol(as modificadas !ue, para alm de servirem para a proteco das flores como geralmente acontece, a!ui t9m tambm uma funo bastante importante na disperso da semente. 7sta funo complementada pela presena, em muitos gneros, da arista 6 um prolongamento rgido da lema (ou das glumas) provido de diminutos 3ganc(os4 !ue se ancoram em !ual!uer superfcie minimamente rugosa ou pilosa.@isperso das sementes nas gramneas, ap,s uma tarde de campo num montado alente:ano. )rincipaisespcies presentes; Bromus diandrus, e Vulpia myurus.Auando a flor est' aberta (na /ntese), e dado !ue as ptalas esto ausentes, observam-se apenas os estames muito protuberantes e pendentes, libertando !uantidades copiosas de p,len, e os estigmas densamente plumosos, tambm protuberantes. 7sta morfologia e comportamento dos ,rgos reprodutores, !ue ma&imi0a a disperso e captura do p,len, tpica de plantas polini0adas pelo vento, e diferentes variantes so usadas por outras famlias nada aparentadas, como as agaceae (carval(os), Salicaceae (salgueiros, c(oupos) e Plantaginaceae (tanc(agens) 6 um dos in5meros casos de evoluo convergente.)ormenor das espiguetas de Glyceria declinata (es!uerda, m5ltiplas flores por espigueta) e Stipagigantea (direita, uma s, flor) mostrando os tr9s estames protuberantes por cada flor (a ro&o e amarelo,respectivamente) e os estigmas brancos plumosos (setas).E o u! n"o s"o as gra#n!as$A nvel mundial e&istem diversas famlias evolutivamente pr,&imas das gramneas, includas na ordem )oales. 7mbora algumas se:am de facto muito semel(antes, em )ortugal no (' motivos para muita d5vida, pois apenas e&istem !uatro destas famlias 6 Sparganiaceae, Typhaceae, !uncaceae e Cyperaceae 6 as !uais so suficientemente diferentes para no causar confuso ap,s uma observao cuidada da sua estrutura. As duas primeiras famlias constituem plantas de locais pantanosos,morfologicamente bem distintas das gramneas.7spigueta de Aira caryophyllea vista com ampliao de 2"&. +ote a presena de duas flores, cada umacom uma arista geniculada (isto , !ue tem uma dobra).As !uncaceae, pelo contr'rio, podem :' ter semel(anas apreci'veis. 7sta famlia compreende os :uncos (!uncus spp.) mas tambm um gnero menos con(ecido,"uzula, de aspecto gramin,ide. A principal diferena desta famlia reside nos caracteres florais 6 as flores, a!ui, no esto organi0adas em espiguetas e apresentam tr9s ptalas e tr9s spalas, ao contr'rio das gramneas, muito embora estas peas se:am pe!uenas e verdes. Alm disto, nos :uncos as fol(as so cilndricase no planas (ainda !ue por ve0es enroladas) como nas gramneas.As Cyperaceae so tecnicamente mais difceis de distinguir das gramneas 6 a diferena mais importante apenas o n5mero de br'cteas associadas a cada flor. +asgramneas, como :' foi visto, e&istem duas 6 a lema e a p'lea. +as Cyperaceae, apenas uma. 7sta diferena, contudo, nem sempre f'cil de observar.