ESTAÇÃO DE AVISOS DE ENTRE DOURO E MINHO

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ESTAÇÃO DE AVISOS DE ENTRE DOURO E MINHO Circular nº 7 20. 05. 2010 VINHA MÍLDIO (situação) A descida da temperatura verificada a partir de 12 de Maio não impediu o desenvolvimento da actividade do míldio. Com a subida da temperatura dos últimos dias a actividade intensificar-se-á. O instituto de meteorologia prevê novo período de instabilidade de tempo a partir do dia 25, com possibilidade de ocorrência de chuva. MÍLDIO (preconizações) As vinhas estão a aproximar-se da floração, estado de grande susceptibilidade de ataques ao cacho. Atendendo à grande severidade que o desenvolvimento do míldio está a apresentar, recomenda-se que tenha a vinha protegida no dia 25 de Maio e seguintes. Se a duração da acção do último tratamento estiver prestes a terminar, deverá fazer um novo tratamento. Recomenda-se que prefira fungicidas ou misturas de fungicidas, que devido à sua forma de aderência à videira, sejam menos arrastados pela chuva. OÍDIO Mantêm-se as recomendações feitas anteriormente de realizar o tratamento quando a Vinha se aproximar da floração. No caso de utilizar enxofre em pó, este tratamento pode ser feito à floração. BLACK ROT Temos observado o aparecimento de manchas nas folhas, em diversas castas e locais. Recomenda-se vigilância e se necessário a utilização de fungicidas contra o míldio e oídio, que combatam em simultâneo esta doença. TRAÇA DA UVA Continuamos a registar capturas na rede de armadilhas, em número muito variável de local para local. Deve manter a vigilância. Só haverá necessidade de tratar esta geração, se for atingido o nível económico de ataque (100 a 200 ninhos em 100 cachos – 2/cepa em 50 cepas). ÓI DEAS © Reprodução sujeita a autorização Impresso na Estação de Avisos de Entre Douro e Minho Realização técnica: J. F. Guerner Moreira (Eng.º Agrónomo) Carlos Coutinho (Ag. Técnico Agrícola) Impressão e expedição: C. Coutinho, Licínio Monteiro DIVISÃO DE PROTECÇÃO E CONTROLO FITOSSANITÁRIO ESTAÇÃO DE AVISOS DE ENTRE DOURO E MINHO Quinta de S. Gens Estrada Exterior da Circunvalação, 11 846 4460 – 281 SENHORA DA HORA Telefone: 229 574 010 Fax: 229 574 029 E-mail: [email protected]

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ESTAÇÃO DE AVISOS DE ENTRE DOURO E M INHO

Circular nº 7 20. 05. 2010

VINHA

MÍLDIO (situação)

A descida da temperatura verificada a partir de 12 de Maio não impediu o desenvolvimento da actividade do míldio. Com a subida da temperatura dos últimos dias a actividade intensificar-se-á.

O instituto de meteorologia prevê novo período de instabilidade de tempo a partir do dia 25, com possibilidade de ocorrência de chuva.

MÍLDIO (preconizações)

As vinhas estão a aproximar-se da floração, estado de grande susceptibilidade de ataques ao cacho.

Atendendo à grande severidade que o desenvolvimento do míldio está a apresentar, recomenda-se que tenha a vinha protegida no dia 25 de Maio e seguintes. Se a duração da acção do último tratamento estiver prestes a terminar, deverá fazer um novo tratamento. Recomenda-se que prefira fungicidas ou misturas de fungicidas, que devido à sua forma de aderência à videira, sejam menos arrastados pela chuva.

OÍDIO

Mantêm-se as recomendações feitas

anteriormente de realizar o tratamento quando a Vinha se aproximar da floração. No caso de utilizar enxofre em pó, este tratamento pode ser feito à floração.

BLACK ROT

Temos observado o aparecimento de manchas nas folhas, em diversas castas e locais. Recomenda-se vigilância e se necessário a utilização de fungicidas contra o míldio e oídio, que combatam em simultâneo esta doença.

TRAÇA DA UVA

Continuamos a registar capturas na

rede de armadilhas, em número muito variável de local para local. Deve manter a vigilância. Só haverá necessidade de tratar esta geração, se for atingido o nível económico de ataque (100 a 200 ninhos em 100 cachos – 2/cepa em 50 cepas).

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Impresso na Estação de Avisos de Entre Douro e Minho

Realização técnica:

J. F. Guerner Moreira (Eng.º Agrónomo)

Carlos Coutinho (Ag. Técnico Agrícola)

Impressão e expedição:

C. Coutinho, Licínio Monteiro

DIVISÃO DE PROTECÇÃO E CONTROLO FITOSSANITÁRIO ESTAÇÃO DE AVISOS DE ENTRE DOURO E MINHO Quinta de S. Gens Estrada Exterior da Circunvalação, 11 846 4460 – 281 SENHORA DA HORA Telefone: 229 574 010 Fax: 229 574 029 E-mail: [email protected]

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POMÓIDEAS PEDRADO

Recomenda-se que mantenha o pomar protegido , no novo período de tempo instável que se aproxima (25 a 27 de Maio).

ARANHIÇO VERMELHO

Recomenda-se a vigilância do pomar. Tratamentos precoces podem evitar a proliferação da praga durante o Verão.

Para avaliar a necessidade de um tratamento nesta fase, em macieiras, observe 100 folhas do terço médio dos ramos do ano (2 por árvore em 50 árvores). Deve tratar apenas se observar entre 50 e 65% das folhas ocupadas pelo aranhiço vermelho. Algumas variedades vermelhas são mais atacadas por esta praga.

BATATEIRA

MÍLDIO

Recomenda-se que tenha o batatal protegido, durante o próximo período de tempo chuvoso, previsto pelo Instituto de Meteorologia para os dias 25 a 27 de Maio.

CEREJEIRA

MONILIOSE

Os intensos ataques desta doença, ocorridos

durante a floração, produziram uma grande quantidade de inoculo, facilitando ataques aos frutos em desenvolvimento, nas variedades mais tardias. Nessas variedades pode ainda ser realizado um tratamento , desde que permita respeitar o intervalo de segurança. Estão homologados para este fim produtos à base de bitertanol (BAYCOR S), hidróxido de cobre, oxicloreto de cobre, sulfato de cobre, sulfato e cobre tribásico (diversas especialidades), enxofre, mancozebe (PENNCOZEB DG � DITHANE NEOTEC � NUFOSEBE 75 DG � MANFIL 75 WG � STEP 75 WG � DITHANE AZUL � FUNGITANE � MANCOZAN� NUFOZEBE 80 WP � MANCOZEBE SAPEC � PENNCOZEB 80 �MANGAZEB �DITHANE M-45� MANCOZEB 80 VALLÉS � NUTHANE �MANCOZEBE SELECTIS � FUNGITANE AZUL � CAIMAN WP � MANFIL 80 WP � MANZENE �

FUNGÉNE � PENNCOZEB FLOW � DITHANE M-45 FLO ); tirame (THIANOSAN � TIDORA G � TM - 80 POMARSOL ULTRA D. � FERNIDE WG � THIANOSAN � FERNIDE WP � TIDORA G � URAME 80 WG � POMARSOL ULTRA D.); zirame (THIONIC � WG ZIDORA AG � ZICO)

Perda de produção devida a ataque intenso de Monilia ��������

MOSCA DA CEREJA

Não trate ainda . Esteja atento a novas informações. ________________________________________

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DIVULGAÇÃO A cochonilha de S. José (Quadraspidiotus perniciosus Comst.)

A cochonilha de S. José, praga largamente expandida em pomares de macieiras, causa o enfraquecimento e decadência das árvores e a perda de valor dos frutos atacados. No combate a esta praga, é necessário ter em conta o valor das medidas preventivas e dos insectos auxiliares para o êxito na sua diminuição e manutenção

em níveis baixos que não causem prejuízos. _________________________________________________________________________________________________________________________

Macieira com ramos secos em consequência de um ataque não controlado de cochonilha de S. José

Tronco e ramos fortemente atacados, em que as cochonilhas formam uma camada quase contínua sobre a casca da árvore

Cochonilha de S. José em fruto jovem …

…e em desenvolvimento

Frutos desvalorizados à colheita

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Ciclo de vida da cochonilha de S. José

A cochonilha de S. José tem, no nosso país, três gerações anuais, uma das quais incompleta. A primeira geração tem início em meados de Maio, quando eclodem as larvas da 1ª geração, seguindo-se as outras duas a partir de Julho até fim de Outubro. Esta praga foi observada pela primeira vez em Portugal em 1931, perto de Aveiro.

Hospedeiros

Conhecem-se cerca de 200 espécies de árvores, arbustos e plantas herbáceas que são atacadas pela cochonilha de S. José – marmeleiro, nespereira, loureiro, nogueira, castanheiro, ameixeira, cerejeira, pessegueiro, oliveira, freixo, choupo, salgueiro, buxo, etc... No entanto, é a macieira o seu hospedeiro preferido , onde melhor se desenvolve, causando consideráveis prejuízos.

Estragos e prejuízos

Os prejuízos devem-se sobretudo à injecção de saliva tóxica nos tecidos da planta e em menor escala à extracção de seiva para se alimentarem. A cochonilha de S. José ataca troncos, ramos, ramos do ano, folhas e frutos. As árvores muito infestadas, não sendo cuidadosamente tratadas, vão enfraquecendo, diminuindo a produção e vão morrendo aos poucos, secando ramos inteiros e partes da árvore, até à morte da árvore. Os frutos ficam com pintas vermelhas, que os desvalorizam para a comercialização e impedem a exportação. Estas pintas podem confundir-se, à primeira vista, com outros problemas fitossanitários, como o pedrado lenticular.

Medidas preventivas

Na instalação de pomares novos, devem adoptar-se compassos de plantação e sistemas de condução das árvores que permitam uma boa entrada de luz e

circulação do ar na copa, para o que deve contribuir também a poda. As adubações devem ser feitas de acordo com as necessidades da planta, para o que é necessário proceder a análises periódicas do solo. A rega deve ser moderada, por exemplo, em sistema gota-a-gota. Tudo isto de forma a evitar um excessivo vigor das árvores, que favorece a progressão das populações de cochonilha.

Inimigos naturais da cochonilha de S. José

Entre os inimigos naturais da cochonilha de S. José destaca-se um insecto parasitóide da família dos himenópteros (Prospaltella perniciosi) e predadores coccinelídeos (joaninhas), sobretudo importantes pela sua acção combinada. A taxa de parasitismo de Prospaltella perniciosi pode atingir os 80%. Este insecto auxiliar pode ser introduzido nos pomares – 1 milhão de indivíduos por hectare – acabando por se aclimatar e adaptar definitivamente. Para que isso aconteça, é necessário reduzir e adaptar cuidadosamente todos os tratamentos realizados no pomar, sobretudo os insecticidas. São também comuns no Entre Douro e Minho fungos entomoparasitas que destroem a cochonilha de S. José. Em pomares equilibrados – com poucas ou nenhumas intervenções insecticidas – as populações de auxiliares ajudam a manter a praga em níveis toleráveis. A manutenção do solo revestido por uma vegetação herbácea controlada, natural ou semeada (enrelvamento), favorece o aumento de populações de insectos auxiliares.

Tratamentos químicos

Informações mais detalhadas para o combate à cochonilha de S. José são transmitidas pela Estação de Avisos na altura própria.

INSECTICIDAS HOMOLOGADOS PARA O COMBATE À COCHONILHA DE S. JOSÉ EM MACIEIRA

Geral/ Luta aconselhada Protecção Integrada Agricultura biológica óleo de Verão

GARBOL�TOLFIN�CITROLE�OLEOFIX�VEROL

POMOROL�SOLEOL�FITANOL� KLIK 80

fenoxicarbe INSEGAR 25 WG

clorpirifos PYRINEX 250 ME� DURSBAN 4� CORTILAN�CYREN 48 EC�

CICLONE 48 EC � RISBAN 48 EC � NUFOS 48 EC � CLORFOS

48�DESTROYER 480 EC� PIRIFOS 48� CICLONE 5G�RISBAN

5G�DURSBAN 5 G�PYRINEX 5 G�CYREN 5G �NUFOS 5 GR�

CLORFOS 5 G � RICOR 5G � DESTROYER 5G � PIRIFOS 5G �

PYRINEX 48 EC � CLORMAX

piriproxifena ADMIRAL 10 EC

óleo de Verão

GARBOL� CITROLE�OLEOFIX�VEROL

POMOROL�SOLEOL

fenoxicarbe INSEGAR 25 WG

clorpirifos

CICLONE 48 EC � CLORFOS 48 �

CORTILAN �CYREN 48 EC �

DESTROYER 480 EC � DURSBAN 4 �

NUFOS 48 EC � PIRIFOS 48 PYRINEX

48 EC � RISBAN 48 EC � PYRINEX 250

ME

óleo de Verão

GARBOL � TOLFIN � CITROLE �

OLEOFIX � VEROL �

POMOROL� SOLEOL � FITANOL

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Textos de divulgação técnica da Estação de Avisos de Entre Douro e Minho nº 4/ 2010 (II Série) Maio

Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas/ DRAP-Norte/ Divisão de Protecção e Controlo Fitossanitário/ Estação de Avisos de Entre Douro e Minho � Estrada Exterior da Circunvalação, 11846 4460–281 SENHORA DA HORA

℡ 22 957 40 10/ 22 957 40 16/ � 22 957 40 19 � [email protected]

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Fontes: Contrôles périodiques en verger-pommier, ACTA, Paris, 1977; Distribuição e hospedeiros da cochonilha-de-São-Jos é em Portugal Continental , Abel de Freitas, Agronomia Lusitana, Vol. XXIV, Tomo I, 1962; La defensa de las plantas cultivadas , R. Bovey, Barcelona, 1989; Guia dos produtos fitofarmacêuticos em Modo de Prod ução Biológico , DGADR, Lisboa, 2009; Informação sobre pesticidas http://www.dgadr.min-agricultura.pt;Texto e fotos : Carlos Coutinho