ESTAÇÃO DE AVISOS DE ENTRE DOURO E MINHO · DIVULGAÇÃO A mosca do Mediterrâneo ( Ceratitis...

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1978 2008 30 ANOS A APOIAR A PROTECÇÃO DAS CULTURAS ESTAÇÃO DE AVISOS DE ENTRE DOURO E MINHO Circular nº 15 07. 08. 08 VINHA MÍLDIO (SITUAÇÃO) A precipitação ocorrida nos dias 24 e 25 de Julho, foi favorável à ocorrência de infecções secundárias de míldio cujos efeitos nos cachos, foram visíveis a partir de 1 de Agosto. Esses sintomas são muito semelhantes aos provocados pelo escaldão do sol. A 31 de Julho e 1 de Agosto, as quantidades de precipitação ocorridas foram suficientes para provocar novas infecções prevendo-se o aparecimento de novos sintomas a partir de 6 de Agosto Nesta altura, em que as varas começam a atempar, as folhas velhas tornam-se novamente sensíveis ao míldio e quando atacadas, pode ocorrer uma queda bastante precoce o que prejudicará a acumulação dos açúcares nos bagos. (Preconizações) Recomenda-se que proteja de novo a vinha contra o míldio podendo dar preferência a um fungicida contendo cobre. OÍDIO O oídio pode atacar o cacho até ao estado fenológico L (Pintor). Deve estar atento ao aparecimento de sintomas no cacho. Na presença de ataque deve optar pela utilização de um fungicida com acção curativa. PODRIDÃO DOS CACHOS Nas vinhas onde economicamente se justificar, o próximo tratamento contra esta doença deve ser feito ao estado fenológico L ( Pintor) CIGARRINHA DA FLAVESCÊNCIA DOURADA (Scaphoideus titanus) Para as vinhas dos concelhos de Amares, Braga e Ponte de Lima, recomenda-se a realizaçao de um terceiro tratamento contra esta cigarrinha, na próxima semana. Nesta fase deve ser utilizado um insecticida com acção adulticida. Dentro da lista dos produtos autorizados apenas o CASCADE, SALERO e BINGO não são recomendados neste tratamento. © Reprodução sujeita a autorização Impresso na Estação de Avisos de Entre Douro e Minho Realização técnica: J. F. Guerner Moreira (Eng.º Agrónomo) Carlos Coutinho (Ag. Técnico Agrícola) Impressão e expedição: C. Coutinho, Licínio Monteiro, Maria da Fátima Santos

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1978 2008

30 ANOS A APOIAR A PROTECÇÃO DAS CULTURAS

ESTAÇÃO DE AVISOS DE ENTRE DOURO E MINHO

Circular nº 15 07. 08. 08

VINHA

MÍLDIO

(SITUAÇÃO)

A precipitação ocorrida nos dias 24 e 25 de Julho, foi favorável à ocorrência de infecções secundárias de míldio cujos efeitos nos cachos, foram visíveis a partir de 1 de Agosto. Esses sintomas são muito semelhantes aos provocados pelo escaldão do sol. A 31 de Julho e 1 de Agosto, as quantidades de precipitação ocorridas foram suficientes para provocar novas infecções prevendo-se o aparecimento de novos sintomas a partir de 6 de Agosto Nesta altura, em que as varas começam a atempar, as folhas velhas tornam-se novamente sensíveis ao míldio e quando atacadas, pode ocorrer uma queda bastante precoce o que prejudicará a acumulação dos açúcares nos bagos.

(Preconizações)

Recomenda-se que proteja de novo a vinha contra o míldio podendo dar preferência a um fungicida contendo cobre.

OÍDIO

O oídio pode atacar o cacho até ao

estado fenológico L (Pintor). Deve estar atento ao aparecimento de sintomas no cacho. Na presença de ataque deve optar pela utilização de um fungicida com acção curativa.

PODRIDÃO DOS CACHOS

Nas vinhas onde economicamente se

justificar, o próximo tratamento contra esta doença deve ser feito ao estado fenológico L ( Pintor)

CIGARRINHA DA FLAVESCÊNCIA DOURADA (Scaphoideus titanus)

Para as vinhas dos concelhos de

Amares, Braga e Ponte de Lima, recomenda-se a realizaçao de um terceiro tratamento contra esta cigarrinha, na próxima semana. Nesta fase deve ser utilizado um insecticida com acção adulticida.

Dentro da lista dos produtos autorizados apenas o CASCADE, SALERO e BINGO não são recomendados neste tratamento.

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Impresso na Estação de Avisos de Entre Douro e Minho

Realização técnica:

J. F. Guerner Moreira (Eng.º Agrónomo)

Carlos Coutinho (Ag. Técnico Agrícola)

Impressão e expedição:

C. Coutinho, Licínio Monteiro, Maria da Fátima Santos

JCosta
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POMÓIDEAS

BICHADO

Continuam a verificar-se condições favoráveis ao

desenvolvimenti desta praga. Recomenda-se que faça nova protecção no pamar mal termine a duração da acção do último tratamento realizado.

MOSCA DO MEDITERRÂNEO OU

MOSCA DA FRUTA

Em alguns postos de observação, as capturas têm aumentado, o que indica que existe risco de ataque para os frutos carnudos que evoluem para a maturação.

O combate a esta praga deve comportar diversos meios de luta, já divulgados en circulares anteriores, incluindo a luta química.

Recomenda-se que faça a monitorização desta praga, utilizando armadilhas específicas para avaliar a necessidade de proceder ao seu combate.

Para mais esclarecimentos consulte a ficha de divulgação que acompanha esta circular.

NOGUEIRA

BICHADO

Continuam a verificar-se condições favoráveis ao desenvolvimento desta praga.

deve tratar novamente o pomar, mal termine a

duração da acção do último tratamento.

OLIVEIRA

MOSCA DA AZEITONA Já se registaram captiras desta mosca nas armadilhas. Ainda não obsevamos frutos picados no entanto ao manterm-se as capturas e atendendo ao desenvolvimento dos frutos, será oportuna a realização de um tratamento, se o produto a utilizar se destinar unicamente ao combate dos adultos. Para aumentar a eficácia do produto, deve adicionar à calda um atractivo alimentar como por exemplo o ENDOMOSYL. Insecticidas autorisados para o combate à mosca da azeitona: Com efeito sobre os adultos: Deltametrina (DECIS) Com efeito sobre adultos e larvas: Dimetoato (DIMETAL, PERFEKTION, DANADIM PROGRESS,DAFENIL PROGRESS, DIMISTAR PROGRESS, DIMITEX ) Triclorfão (DIPTEREX) e Fosmete (IMIDAN 50 WP) apenas duas aplicações em azeitonas para conserva.

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AVISO: A Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte irá promover em Ponte de Lima, em Setembro, uma acção de divulgação sobre a doença da Flavescência Dourada da videira. A data e o local serão confirmados posteriormente.

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DIVULGAÇÃO

A mosca do Mediterrâneo ( Ceratitis capitata Wied. )

A mosca do Mediterrâneo ataca os frutos de variadíssimas espécies fruteiras - pêssegos, damascos, nectarinas, maçãs, peras,

laranjas, tangerinas, figos, diospiros, nêsperas, uvas e muitos outros - e pode causar a perda total da produção. O combate a uma praga deste tipo só tem sucesso se for organizado colectivamente pelos fruticultores, sobretudo através das suas

associações sócio-profissionais e contando com o apoio técnico-científico dos serviços públicos. O controlo da mosca do Mediterrâneo torna-se muito difícil se apenas um ou outro produtor isolado fizer os tratamentos necessários, pois a mosca passa muito facilmente e

com grande rapidez de uns pomares para os outros e mesmo de umas regiões para as outras.

Mosca do Mediterrâneo: imagem muito ampliada, mostrando o característico desenho das asas. No desenho sobreposto: a mesma mosca no seu tamanho natural.

A fêmea da Mosca do Mediterrâneo põe os ovos, perfurando a casca dos frutos.

Dos ovos nascem pequenas larvas brancas (morcões), que se desenvolvem no interior do fruto, destruindo-o por completo.

Os frutos atacados acabam por cair ao fim de alguns dias. A mosca, em anos cujas condições meteorológicas, de tempo quente, o permitam, pode causar enormes prejuízos. Depois de completado o seu desenvolvimento, as larvas abandonam o fruto, projectando-se para o solo, onde se enterram. Aí evoluem para pupas, de que nascerão novas moscas, iniciando-se outra geração. À aproximação do tempo frio, as pupas já não evoluem para a forma adulta e ficam enterradas até à Primavera-Verão seguinte, dando nessa altura origem a um novo ciclo da praga. Na Região de Entre Douro e Minho, a mosca do Mediterrâneo mantém-se activa entre o

Aspecto exterior de uma maçã atacada pelas larvas da mosca do Mediterrâneo

Destruição da polpa da maçã pelas larvas da mosca do Mediterrâneo

Laranja com o orifício de saída das larvas da mosca

Laranja aberta, vendo-se larva e aspecto dos estragos causados

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meio de Junho e o meio de Novembro, altura em que caem os últimos adultos na rede de armadilhas.

Meios de combate à mosca do Mediterrâneo

Para se estabelecer um plano de combate racional e escolher a altura mais oportuna para efectuar os tratamentos, é necessário obter dados sobre a precocidade e intensidade da praga. Para isso é preciso controlar o voo dos insectos adultos (as moscas

propriamente ditas). Neste controlo usa-se um dos diversos tipos de armadilhas existentes, que são colocadas nos pomares. Estes processos deverão ser sempre acompanhados por uma estreita vigilância do pomar, para detecção da presença de fruta picada pela mosca.

A Estação de Avisos de Entre Douro e Minho estabelece anualmente uma rede de locais para observação da evolução da mosca do Mediterrâneo, no sentido de poder emitir Avisos para o tratamento contra esta praga e de, a mais longo prazo, poderem vir a ser tomadas outras medidas de controlo.

Modo de realizar o tratamento

A luta química tem em vista sobretudo a destruição dos insectos adultos, embora alguns tenham acção larvicida.

Os insecticidas homologados são produtos à base de fosmete, lambda-cialotrina, malatião, lufenurão e triclorfão.

À calda insecticida pode adicionar-se um hidrolisado de proteínas, cuja função é atrair as moscas, aumentando a eficácia do tratamento. Neste caso, deverá

pulverizar-se apenas metade da copa da árvore - a mais exposta ao sol - pois os insectos são aí atraídos pelo hidrolisado adicionado à calda. Assim, poupa-se insecticida, tornando o tratamento mais económico e menos agressivo para o Ambiente.

Deve ser respeitado escrupulosamente o intervalo de segurança indicado no rótulo do produto insecticida, cumprindo, assim, uma norma legal que visa proteger a saúde dos consumidores.

Os frutos atacados devem ser apanhados e enterrados a mais de 60 cm de profundidade ou queimados. Desta forma, contribui-se para reduzir a população de mosca e os ataques no ano seguinte.

Luta biotécnica (captura massiva e Luta autocida)

A captura massiva consiste na colocação no pomar de um determinado número de armadilhas, contendo um atractivo. As moscas são atraídas a estas armadilhas, diminuindo assim a população. Estes dispositivos podem ser encontradas no mercado da especialidade.

Existe também a possibilidade técnica de introdução da luta autocida contra a mosca do Mediterrâneo Esta forma de controlo consiste no lançamento no ambiente de machos esterilizados da mosca que, ao acasalarem com as fêmeas existentes na natureza, dão origem a ovos estéreis, diminuindo gradualmente as populações da praga. A luta autocida já foi introduzida com êxito na ilha da Madeira, onde está em funcionamento uma fábrica biológica para a produção dos machos esterilizados.

Esta forma de luta biotécnica, devidamente conduzida, poderá vir a ser uma solução duradoura para o problema da mosca do Mediterrâneo na região de EDM.

INSECTICIDAS HOMOLOGADOS PARA O COMBATE À MOSCA DO MEDITERRÂNEO

Substância activa

Nome comercial Amei-xeira

Citri-nos

Damas-queiro

Dios-pireiro

Figuei-ra

Maciei-ra

Perei-ra

Pesse gueiro

lambda-cialotrina

KARATE with ZEON technology; NINJA with

ZEON technology

SIM

SIM

SIM

NÃO

NÃO

SIM

SIM

SIM

malatião MALATHANE;ACUAFIN SIM SIM NÃO (1) SIM SIM SIM SIM triclorfão (2) DIPTEREX 80 SIM SIM SIM (3) NÃO SIM SIM SIM

fosmete IMIDAN 50 WP NÃO SIM SIM NÃO NÃO SIM SIM NÃO lufenurão (4) ADRESS SIM SIM SIM SIM NÃO SIM SIM SIM

(1) autorizado unicamente o MALATHANE na lista de usos menores; (2) em esgotamento de existências até 21/11/2008; (3) autorizado na lista de usos menores; (4) insecticida na forma de iscos, a utilizar apenas em armadilhas de

atracção alimentar em luta biotécnica.

_________________________________________________________________________________________________________________________ Textos de divulgação técnica da Estação de Avisos de Entre Douro e Minho nº 6/ 2008 (II Série) ( Julho/ 08 )

Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas/ DRAP-Norte/ Divisão de Protecção e Controlo Fitossanitário/ Estação de Avisos de Entre Douro e Minho/ Rua da Restauração, 336 4050 - 501 PORTO/ Telefones: 22 606 24 48/ 22 606 22 17/ Fax 22 606 37 59 /

E-mail: [email protected] _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Fontes: Plagas Agricolas II, F. Garcia Mari e outros, Universidad Politecnica de Valencia, 1989. Texto e fotografias dos frutos: C. Coutinho (Julho de 2008).