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  • Full Dentistry in Science Vol. 9, n.34 - (Jan./Fev./Mar. 2018)So Jos dos Pinhais: Editora Plena 2009 - P. 144, 28 cm.Periodicidade Trimestral

    1. Odontologia. 2. Implantodontia. 3. Prtese. 4. Clnica. 5. Endodontia.6. Dentstica. 7. Odontopediatria. 8. Odontogeriatria. 9. Microbiologia Oral.10. Ortopedia. 11. Ortodontia. 12. Cirurgia. 13. Estomatologia. 14. Ocluso.15. Odontologia Legal. 16. Odontologia Social. 17. Periodontia. 18. Radiologia.19. Pacientes Especiais. 20. Patologia Bucal. 21. Fonoaudiologia.

    I. Editora Plena. II TtuloISSN 2175-7437CDD - 617.60CDU - 616.314

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    Literatura Latino-Americana

    em Cincias da Sade

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    Haline Drumond Nagem FOB/USP Jrg Erxleben SPNasser Hussein Fares MTRenato de Freitas FOB/USP

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    Conselho Editorial de Prtese Clnica e Laboratorial / Editorial Board Clinical and Laboratory Prosthesis

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    Conselho Cientfico Internacional / International Scientific Council

    Adan Yaez Larios MxicoFrancisco Omar Campos Chile

    Conselho Cientfico

    Full Dent. Sci. 2018; 9(34):2.

    Mrio Jorge Silva Porto PortugalMiguel Angel Muoz Prez Chile

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    Direo Editorial/Editorial DirectorJanete Moreira [email protected]

    Direo Comercial/Advertising DirectorJos Antnio Arajo [email protected]

    Administrativo/Administrative [email protected]

    Comercial/[email protected]

    Editora Adjunta/Area EditorAngela [email protected]

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    Diretor de Novos Projetos e Networking/New Projectsand Networking DirectorProf. Dr. Mauricio [email protected]

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    Produtos Editora Plena

    Publicao Trimestral da EDITORA PLENA LTDA.Rua Janipolis, 245 - Cidade Jardim - 83035-100So Jos dos Pinhais - PR | Fone: (41) 3081.4052www.editoraplena.com.brAssinatura anual: Brasil: R$ 750,00 - Exterior: U$ 350.00

    Os artigos publicados no refletem necessariamente a opinio da revista, sendo os mesmos de responsabilidade dos autores. A EDITORA PLENA no responsvel pelos produtos e/ou servios anunciados nesta revista, que so controlados pelo Cdigo de Defesa do Consumidor.

    pirataria crime!

    Full Dent. Sci. 2018; 9(34):3.

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    Editorial

    Full Dent. Sci. 2018; 9(34):4.

    Hugo NagemMaster Coach em PNLwww.facebook.com/hugonagemwww.instagram.com/hugonagem

    Por onde andam seus pensamentos?

    Segundo o Dr. Augusto Cury, escritor mais lido do planeta nessa rea, a construo do pensamento d-se pela interpretao de nosso inconsciente, atravs de nossas percepes de tudo o que vemos ouvimos e sentimos. De acordo com o contedo de seu inconsciente, voc d significado ao que est acontecendo com voc exatamente agora.

    Esse contedo a coletnea de tudo o que voc ouviu, sentiu e viu desde a sua concepo at essa ltima palavra que est lendo. Isso inclui seus traumas, aprendizados, vitrias, momentos de alegria e tristeza, enfim, tudo, tudo e tudo.

    E por esse motivo que somos nicos e diferentes dentre bilhes de seres humanos, pois cada um tem a sua percepo, o seu modo de construir seus pensamentos e dar significado s coisas. At mesmo irmos gmeos, cada um tem a sua forma de encarar os desafios, construir pensamentos e se comporta diferente diante das mesmas situaes, como se fosse uma marca registrada de cada pessoa.

    E dessa forma eu pergunto a voc: Por onde tm andado os seus pensamentos? Em telejornais que s transmitem contedos que nunca acontecem, em telenovelas que distorcem valores e princpios, em filmes de violncia, morte e terror? Tudo isso est, a cada dia que voc permite, fazendo parte do seu contedo inconsciente.

    Assim, se voc uma pessoa que adora assistir filmes violentos, as suas reaes em via de regra sero violentas. Se voc daquelas que adora ouvir aquelas msicas de sofrncia, com certeza tudo o que voc perceber sobre relacionamentos afetivos caminhar para pensamentos de traio, tristeza, angstia e sofri-mento. E se voc pensa que a culpa do governo corrupto ou da concorrncia desleal, que voc ouve por a, seu fracasso sempre ser culpa do outro em sua percepo.

    E por a vai...Voc o que Voc pensa. E seus pensamentos so construdos de acordo com o que voc se permite ver, ouvir e sentir.

    Mas Hugo, eu fao isso h anos, cresci numa famlia assim e assado, e como fao para limpar esses pensamentos, esse contedo? Simples, comece hoje a trilhar o caminho do resultado que voc quer. Nossos pensamentos so vibraes energticas que atraem as mesmas ondas energticas. Procure conviver com pes-soas que alcanaram aquilo que voc almeja e sonha.

    Passe a assistir programas que tem a ver com o que voc gosta e com o que voc quer conquistar na sua vida. Deixe de lado tudo o que te afasta de seus sonhos e objetivos. Utilize a prtica de meditao, oraes e afirmaes dirias positivas. Pois da mesma forma que pensamentos ruins so construdos a partir de contedo ruim, timos pensamentos so criados a partir de timos contedos.

    E a, por onde andam seus pensamentos exatamente agora?

    Um beijo enorme no corao, fique com Deus e #vidaquesesegue

    Seu Mundo Muda, Quando Voc Muda

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    www.businessdental.com.brwww.facebook.com/businessdental

    Full Dent. Sci. 2018; 9(34):6.

    Prof. Dr. Sandro Henrique Batista Santos

    Especialista em Ortodontia Uning/PR; Mestre em Odontologia / Ortodontia Uning/PR; Doutor em Odontologia / Materiais Dentrios UFPel/RS; Coordenador Especializao Ortodontia BIONEP/PR;

    Professor Ortodontia UNIPAR/PR e BIONEP/PR; Gestor Clnica Ideal Odontologia Pelotas/RS; Ministrador Ortodontia e Gesto de Negcios em Odontologia; 13 anos de experincia em Odontologia.

    Empreendedor. Quem? Eu?

    Amigos,

    Segundo algumas pesquisas, o brasileiro um povo empreendedor. Estudos apontam que 4 entre cada 10 brasileiros, demonstram uma caracterstica empreendedora, tomando a iniciativa e colocando em prtica a abertura de seu prprio negcio.

    Gostaria que pensassem comigo, se ter um esprito empreendedor s ser visto em pessoas que se arris-cam ou arriscam suas economias, dando incio a uma empresa inclusive sem a certeza do sucesso desse novo projeto?

    Segundo o dicionrio Aurlio, a definio para empreendedorismo atitude de quem, por iniciativa prpria, realiza aes ou idealiza novos mtodos com o objetivo de desenvolver e dinamizar servios, produtos ou quaisquer atividades de organizao e administra-o.

    Dentro desse conceito, a primeira palavra que me-rece destaque atitude. A descrio do dicionrio autoexplicativa, porm em uma leitura rpida, podem passar alguns detalhes despercebidos, e ao conjunto das caractersticas encontradas ns podemos chamar de esprito empreendedor.

    Vejo o quo importante termos em mente, que no uma condio nica, o empreendedor obrigato-riamente ser um empresrio. Vejamos algumas carac-tersticas de pessoas empreendedoras:

    Viso: o empreendedor constantemente idealiza, imagina, sonha e nesse primeiro momento ele j come-a a esboar mentalmente um planejamento para algo novo, inclusive determinando etapas e prazos.

    Atitude: ele no espera as coisas acontecerem ao acaso, sabe identificar o momento certo de decidir, tem atitude para iniciar no instante em que considera

    ser adequado comear um novo projeto.

    Foco: sabe exatamente o que quer e aonde quer chegar, procurar terminar tudo o que comeou. Sabe que se seguir o planejamento a que se props, ir al-canar o objetivo traado.

    Confiana: acredita no que se props a fazer, con-fia no seu instinto, faz com que seu objetivo final seja sua motivao para seguir no caminho traado.

    Sempre que realizo leituras sobre o tema, vejo que essas caractersticas so importantes, todos ns po-deramos us-las de forma positiva. Independente de sermos grandes empresrios, possuirmos consultrios particulares onde trabalhamos sozinhos, trabalharmos em clnicas privadas como funcionrios ou at mesmo quando trabalhamos no servio pblico.

    Todos somos capazes de identificar oportunidades para mudar e melhorar o meio onde estamos inseridos.

    Bons empreendedores sempre esto buscando inovao, coisas novas, pois o novo o que ir desper-tar o interesse da sociedade.

    No vamos ficar parados, esperando as coisas acontecerem ao acaso, no deixe as pessoas decidirem tudo por voc, seja o autor do seu prprio destino e para dar esse primeiro passo, o que pode estar faltan-do, apenas atitude.

    Gesto de Marketing

    Como citar este artigo: Santos SHB. Empreendedor. Quem? Eu? Full Dent. Sci. 2018; 9(34):6.DOI: 10.24077/2018;934-CGM6

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    Coluna Odontologia Legal

    Full Dent. Sci. 2018; 9(34):7.

    Prof. Roberley Arajo Assad MSc PhD, Cirurgio-Dentista CRO/PR-7497 Prof. de Graduao e Coord. de Ps-Graduao em Ortodontia Cescage/Ponta Grossa; Prof. de Graduao e Coord. de Ps-Graduao em Ortodontia Faculdade Herrero/Curitiba; Coord. de Ps-Graduao em Ortodontia Soepar/Curitiba; Prof. de Ps-Graduao em Ortodontia Ioa/Avantis/Curitiba Balnerio Cambori/Sc; Acadmico da Faculdade de Direito Dom Bosco/Curitiba; Revisor Cientfico da Orthoscience.

    Como citar este artigo: Assad RA. O que fazer quando um paciente diz que quer nos processar? Full Dent. Sci. 2018; 9(34):7.DOI: 10.24077/2018;934-OL7

    O que fazer quando um paciente diz que quer nos processar?

    E-mail do autor: [email protected]

    Estamos vivenciando uma poca em que servios prestados diretamente em pessoas esto aumentando e, consequentemente, riscos de conflitos e insatisfaes tambm. Decorridos 3 ou 4 anos de formado, dificil-mente alguns de ns j no receberam, em tons de ameaa, que seremos processados por algum paciente/cliente. Como nossos servios estticos so considerados pela justia como servios que devem comprovar resultados (Obrigao de Fim) favorveis aos pacientes (mudanas), cabe a ns empreendermos e nos dedi-carmos de forma total nossa atividade que foi contratada, alm de dar explicao detalhada verbal e escrita caso a caso (Contrato de Prestao de Servios). Porm, quando somos procurados para devolver bem-estar (alvio de dor) e funo (DTM, por exemplo), estaremos diante de uma obrigao de meio, pois no h como prever o sucesso pleno, por se tratar de uma rea biolgica, a qual no prev judicialmente qualquer garantia (denominadas de quirografrias). Sejamos claros agora, o que fazer quando um paciente diz que quer nos processar? Resposta: Cham-lo para entre quatro paredes e mostrar o contrato de prestao de servios que foi pontualmente acordado com ele.

    Por exemplo: durante a realizao de implantes dentrios, o paciente pode por opo e condies finan-ceiras ter escolhido as prteses dentrias em acrlico. Passado algum tempo, e aps ter visto na internet, o mesmo chega ao consultrio/clnica com tonalidade visualmente comprometida e alterada, exigindo o material cermico pelo qual afirma ter pago. nessa hora que a organizao e arquivamento de pronturios, constando precisamente, expresso (pontualmente) o material que foi contratado vai imperar (e valer).

    Continuando a responder o ttulo dessa coluna, o Cirurgio Dentista deve:

    Buscar o dilogo imediatamente com o outro polo.

    Mostrar que organizado e possui o contrato com o servio especificado.

    Dedicar o mximo de ateno ao reclamante, ouvindo-o e, num segundo momento, explicando que sem-pre oferece o melhor possvel de sua atividade profissional em todos os casos clnicos.

    Ao ficar sabendo de qualquer reclamao atravs da secretria, no se esquivar ou evitar o problema.

    Normalmente, a tentativa de intimidao que o paciente/cliente realiza em recepes de salas de espera fruto da falta de informao do mesmo ou de falta de respostas de nossa parte, o que condenvel, pois jamais podemos dar margem para contratempos onerosos no nosso cotidiano clnico.

    Acidente de trabalho: em caso de fratura de brocas, limas endodnticas ou tero de razes em cirurgias, essas devem ser comunicadas ao paciente e deve se oferecer total cobertura no caso, mesmo que sejam ne-cessrias outras intervenes para sanar a possibilidade de negligncia, impercia ou imprudncia dentro de uma conduta e postura tica.

    Alguns ditos populares so s vezes to valiosos como os Cdigos de Leis, tal como: tudo que tratado e por escrito, no caro, alm disso, estamos includos numa esfera em que os resultados de nossos tra-tamentos, quer estticos, funcionais ou de bem-estar, so muito subjetivos, pois a beleza para uns, muito diferente para outros.

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    1 Departamento de Prtese e Periodontia - Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Universidade Estadual de Campinas.2 Departamento de Odontologia Restauradora - Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Universidade Estadual de Campinas.

    E-mail do autor: [email protected]

    Como citar este artigo: Azevedo VLB, Giannini M, Rocha MG, Oliveira DCRS. Odontologia digital o futuro agora! Full Dent. Sci. 2018; 9(34):8-9.DOI: 10.24077/2018;934-89

    Fique por Dentro

    Odontologia digital o futuro agora!

    Veber Luiz Bomfim Azevedo1

    Marcelo Giannini2

    Mateus Garcia Rocha2

    Dayane Carvalho Ramos Salles de Oliveira2

    A qualidade de vida dos seres humanos nos pa-ses desenvolvidos e em desenvolvimento tem de-monstrado constante evoluo, que mensurada pela tecnologia em todos os setores.

    Fazendo uma retrospectiva do tempo da idade mdia at a atualidade, perceberemos o quanto evo-lumos e melhoramos o nosso cotidiano. Samos de seres que sobreviviam por extrativismo, depois por meio da agricultura de subsistncia, plantando so-mente o necessrio para o consumo, para atividades humanas pautadas no oferecimento de servios e na prtica do comrcio. E isso s foi possvel devido aos acontecimentos marcantes, como o desenvolvimento de novas tecnologias e as revolues industriais: 1 - inveno da mquina a vapor; 2 - desenvolvimento da indstria qumica e eltrica e 3 - surgimento da indstria robtica e de informao.

    Na Odontologia Restauradora, o processo no foi diferente. Tivemos a 1 revoluo da nossa profisso quando Buonocore2 (1955) demonstrou que o condi-cionamento com cido fosfrico em esmalte dent-rio proporcionava maior adeso para as restauraes de resina acrlica.2 A 2 revoluo aconteceu quando Nakabayashi et al.5 (1982) reportaram um novo me-canismo de adeso ao tecido dentinrio, denominado de hibridizao ou formao de camada hbrida5. Acompanhando essas evolues, surgiram os mate-riais fotopolimerizveis; restauraes sem a presena de metal (metal free); lupas de magnificao com luz prpria; cadeira combinada tela touch com acesso a softwares odontolgicos e internet; radiografias di-gitais; fotografias; tomografias e planejamentos digi-tais; entre outros avanos os quais passaramos horas e horas citando. So tantas inovaes que, caso o profissional no se atualize periodicamente, ficar fa-cilmente defasado em relao aquilo que ele poderia oferecer aos seus pacientes em termos de modernida-de, tratamentos mais efetivos e duradouros.

    Atualmente podemos considerar que o mundo

    vive uma 4 revoluo industrial evoluo da enge-nharia gentica e das neurotecnologias considerada uma transio em direo a novos sistemas que foram construdos sobre a infraestrutura da revoluo digital (3 revoluo industrial).3 A indstria, percebendo essa evoluo e procurando inovar o mercado odontol-gico, buscou desenvolver um mtodo de confeco de peas odontolgicas to boas ou melhores quanto s disponveis na atualidade. Objetivando o aumento da produtividade clnica, laboratorial, diminuir consi-deravelmente os custos e tempo dos tratamentos, as empresas odontolgicas tm desenvolvido sistemas denominados CAD/CAM, em que a sigla CAD cor-responde ao Desenho assistido por computador e CAM a fabricao assistida por computador.

    Entretanto, engana-se quem pensa que a ideia de produzir uma pea odontolgica por meio de computador recente ou surgiu com Mrmann na dcada de 80.4 Esta tecnologia teve seu incio ide-alizado por Young e Altschuler (1977),7 quando preconizaram a realizao de uma holografia a laser para fazer um mapeamento intraoral.1 E, atualmen-te, graas a esses visionrios, temos diversos sistemas CAD/CAM a nossa disposio, entre eles: 3Shape (3Shape, Dinamarca), Cerec (Sirona Dental Systems, Alemanha), Zirkonzahn (Zirkonzahn Worldwide, It-lia), Ceramill (Amann Girrbach, ustria), Lava (3M, Estados Unidos), Everest (Kavo Kerr, Estados Unidos) Wieland/Zenotec (Ivoclar Vivadent, Liechtenstein), Neoshape (Neodent, Brasil), iTero (Amsterd, Ho-landa). Estes so apenas alguns exemplos, mas exis-tem vrios, e podem ser classificados como abertos, quando disponibilizam dados para qualquer fresado-ra de diferentes sistemas, ou fechado por no permi-tir a exportao de seus dados para outros sistemas.

    Entretanto, qual a importncia disso na minha vida profissional? Por que tenho que ficar atento com tecnologia CAD/CAM e o que isso influenciar no meu cotidiano? Talvez voc no saiba, mas possivelmente

    Full Dent. Sci. 2018; 9(34):8-9.

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    o CAD/CAM faa parte do seu processo de tratamento restaurador. Talvez seu laboratrio j tenha e utilize-o como parte do processo na produo das suas restau-raes indiretas ou no planejamento digital. Tire a d-vida. Quando terminar a leitura dessa coluna, entre em contato com seu laboratrio, pergunte se eles tm o sistema CAD/CAM em seu ambiente. Caso a resposta seja positiva, pergunte como voc poder melhorar seu procedimento e ajudar no processo total do tratamento. Caso a resposta seja negativa, pergunte se h previso ou interesse em se tornar digital e lhe apresente essa coluna. A mesma pergunta pode ser feita para o dentis-ta, caso voc, leitor, seja um tcnico de prtese dental ou proprietrio do laboratrio. Contudo, sem delongas, iremos lhe apresentar algumas vantagens da tecnologia CAD/CAM e a Odontologia Digital.

    J imaginou reduzir as adaptaes das suas restau-raes indiretas de 120 m para at 20 m? Com o sistema CAD/CAM isso torna-se possvel. Alm disso, pesquisas demonstraram que 100% dos pacientes pre-ferem o fluxo de trabalho digital quando feita a com-parao dos procedimentos de moldagem anloga vs digital. H tambm reduo de 17% nos custos diretos do tratamento utilizando um fluxo de trabalho digital (School of Dental Medicine, Bern University); possibili-dade de aumentar at 80% do rendimento anual; re-duo em at 89% dos erros durante o procedimento de moldagem; obteno do molde e confeco dos modelos para prteses fixas (Harvard School of Dental Medicine); reduo do tempo de produo da prtese parcial removvel em at 70% e; finalmente, 70% dos laboratrios de prtese odontolgica tm oferecido restauraes fabricadas digitalmente. Alm disso, em 2015 houve um aumento de 44% das restauraes fresadas por CAD/CAM realizadas por laboratrios nos EUA comparado aos 4% em 2005. Imagine agora! (Re-vista LMT: Pesquisa Situao da Indstria 2015)6.

    Visualize todas essas possibilidades como ferra-menta para captao e comunicao com pacientes, reduo de custo e otimizao do processo. Fascinan-te, no?! Entretanto, como toda mudana, o processo de aprendizagem no algo simples, pois necessita de estudo, dedicao, tempo e custo. Ento est dizendo que no d para fazer essa transio de modo simples?! D sim, e devemos fazer o quanto antes! Porm, no

    to simplista e fcil como aparenta. Requer mudana de mentalidade, entendimento de todo processo, mu-dana no desenho do preparo para facilitar o projeto, conhecimento das propriedades e caractersticas dos materiais utilizados, enfim, vrios aspectos que sero abordados em futuras edies.

    H algum tempo, um texto interessante de um au-tor desconhecido circula na internet e acho oportuna a leitura para o momento de mudana que estamos vi-vendo em nossa profisso: O MP3 faliu vrias grava-doras. O Netflix faliu as locadoras. O Booking complicou as agncias de turismo. O Google faliu as listas telefni-cas, pginas amarelas e as enciclopdias. O Airbnb est complicando os hotis. O Whatsapp est complican-do as operadoras de telefonia. As mdias sociais esto complicando os veculos de comunicao. O Uber est complicando os taxistas. O Mercado Livre acabou com os classificados de jornal. O celular acabou com as reve-laes fotogrficas e com as cmeras amadoras. O Zip Car est complicando as locadoras de veculos. A Tesla est complicando a vida das companhias petrolferas. O e-mail e a m gesto complicaram os Correios. Os cursos online complicaram as Universidades. Os servios digitais complicaram as agncias de publicidade.

    E voc ainda acredita que a digitalizao no vai mudar completamente seu negcio?

    Referncias1. Azevedo VLB, Tonolli G. Odontologia CAD/CAM enten-

    dendo o virtual. In: Souza E Jr, Mello G. Detalhes Lamina-dos cermicos e lentes de contato dentais. 1 ed. So Jos dos Pinhais: Ed. Plena. 2016; 511-35.

    2. Buonocore MG. A simple method of increasing the adhe-sion of acrylic filling materials to enamel surfaces. J Dent Res. 1955 dec; 34(6):849-53.

    3. Klaus S, Miranda DM. A quarta revoluo industrial. So Paulo: EDIPRO. 2016.

    4. Mrmann WH, Brandestini M. The fundamental inventive principles of Cerec CAD/CAM. Mrmann, WH. (Ed.). State of the art of CAD/CAM restorations: 20 years of Cerec. New Malden: Quintessence, 2006.

    5. Nakabayashi N, Kojima K, Masuhara E. The promotion of adhesion by the infiltration of monomers into tooth substra-tes. J Biomed Mater Res. 1982; 16(3):265-73.

    6. Shull GF. Por que adotar a digitalizao com a 3Shape? Co-penhague: Copyright 3Shape [acessado em 20 de janeiro de 2018]. Disponvel em: https://www.3shape.com/disco-ver/dentist.

    7. Young JM, Altschuler BR. Laser holography in dentistry. J Prosthet Dent. 1977 Aug;38(2):216-25.

    Full Dent. Sci. 2018; 9(34):8-9.

  • 11

    1 Dr. em CTBMF UNICAMP, Prof. da rea de CBMF FOP/UNICAMP.2 Me. em Implantodontia Ilapeo, Coordenador da Especializao em Implantodontia - CIODONTO/RO.

    E-mail do autor: [email protected]

    Como citar este artigo: Nia CF, S BCM. Reconstruo ssea vertical com utilizao de malha de titnio customizada associada a rhBMP-2 e biomateriais. Full Dent. Sci. 2018; 9(34):11-18.DOI: 10.24077/2018;934-1118

    Resumo A readequao de rebordos alveolares que apresentam defeitos verticais representa um grande desafio

    aos profissionais da Implantodontia. Visando contornar tais desafios, o avano das tecnologias permite a uti-lizao de malhas de titnio customizadas, cujo processo de fabricao baseado na tomografia do paciente a que se destina tal malha, sendo produzida de forma especfica para corrigir o defeito daquele paciente. Nesse sentido, este trabalho apresenta um caso clnico que demonstra o protocolo cirrgico que nosso grupo adota para reconstruir os defeitos verticais dos rebordos alveolares, utilizando malha de titnio customizada associada a rhBMP-2 e biomateriais.

    Descritores: Materiais Biocompatveis; Enxerto sseo; Implante Dentrio.

    AbstractThe re-adaptation of alveolar ridges that present vertical defects poses a great challenge to Implantology

    professionals. In order to overcome these challenges, the advancement of technologies allows the use of custom titanium meshes, whose manufacturing process is based on the tomography of the patient to which this mesh is destined to, being produced in a specific way to correct the defect of that patient. So this work presents a clinical case that demonstrates the surgical protocol that our group adopts to reconstruct the verti-cal defects of the alveolar rims, using custom titanium mesh associated with rhBMP-2 and biomaterials.

    Descriptors: Biocompatible, bone graft, dental implant.

    Coluna Grois

    Reconstruo ssea vertical com utilizao de malha de titnio customizada associada a rhBMP-2 e biomateriaisVertical bone reconstruction using custom titanium mesh associated with rhBMP-2 and biomaterials

    Claudio Ferreira Nia1

    Bruno Costa Martins de S2

    Full Dent. Sci. 2018; 9(34):11-18.

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    IntroduoA instalao de implantes dentrios requer um re-

    bordo alveolar com altura e espessura ssea adequada, para que dessa forma as implantaes possam atingir e perdurar o processo de osseointegrao ao longo dos anos3,5. Entretanto, a presena de defeitos sseos, prin-cipalmente em altura, pode dificultar/inviabilizar a co-locao de implantes, tornando necessria uma reade-quao ssea prvia. Nesse sentido, vale ressaltar que o tratamento dos defeitos sseos em altura permanece como grande desafio aos cirurgies, mesmo nos dias atuais1,2,3,5 (Figura 1).

    Diversas abordagens podem ser utilizadas para a correo dos defeitos sseos verticais do leito recep-tor, e dentre essas opes se destacam o enxerto com bloco sseo, enxerto sseo interposicional, distrao osteognica alveolar, enxertos particulados associados s malhas/telas de titnio, entre outros3,4,5 (Figuras 2-5). O maior desafio para as reconstrues desse tipo de defeito, principalmente na regio posterior da mand-

    bula, o risco de exposio prematura do enxerto e a contaminao bacteriana, o que muitas vezes ocasiona a perda total do mesmo1,2,5.

    Em se tratando de enxertos particulados associa-dos malha de titnio, rotineiramente os profissionais esto acostumados a utilizar as chamadas malhas de estoque - so aquelas produzidas de forma padro, e que so modeladas (dobradas) no momento da cirurgia do paciente5 (Figura 6). Entretanto as tecnologias atuais permitem a confeco das chamadas malhas customi-zadas, cujo processo de fabricao baseado na tomo-grafia do paciente a que se destina tal malha, sendo produzida de forma especfica para corrigir o defeito daquele paciente5 (Figura 7).

    Diante do exposto, o caso clnico a seguir demons-tra o protocolo cirrgico que nosso grupo adota para reconstruir os defeitos verticais dos rebordos alveola-res, com a utilizao de malha de titnio customizada associada ao rhBMP-2 e biomateriais.

    Figura 1 Defeito sseo vertical em regio posterior de mandbula. Note que so duas peculiaridades: Perda ssea em altura (H) e remanescente sseo superior ao nervo alveolar inferior (X).

    Figura 2 Ilustrao de enxerto em bloco sseo em al-tura.

    Figura 3 Ilustrao de enxerto sseo interposicional para tratamento de defeito em altura.

    Full Dent. Sci. 2018; 9(34):11-18.

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    Figura 5 Ilustrao de enxerto sseo com malha de ti-tnio.

    Figura 4 Ilustrao de distrao osteognica alveolar.

    Figura 6 (A-B) Malha de estoque. Nesse caso necessrio dobrar a malha no momento da cirurgia, o que aumenta o tempo cirrgico e o resultado totalmente dependente da habilidade do cirurgio.

    Figura 7 (A-B) Malha customizada. Nesse caso a malha foi desenhada com as caractersticas ideias para correo do defeito sseo, o que diminui o tempo cirrgico e torna os resultados mais previsveis.

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    B

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    Caso ClnicoPaciente RJPR, gnero feminino, 50 anos de idade,

    procurou o curso de Especializao em Implantodon-tia para instalao de implantes dentrios na regio de ausncia dos dentes 35 e 36. Durante anamnese rela-tou que diversas tentativas de enxertia ssea j haviam

    sido realizadas sem obter sucesso. O exame clnico e tomogrfico revelou ausncia dos elementos 35 e 36, pequena faixa de gengiva queratinizada, grande perda em altura do rebordo alveolar, alm de proximidade com o forame mentual (Figuras 8 e 9).

    Figura 9 Exame tomogrfico mostrando a extenso do defeito vertical (perda vertical de aproximadamente 8 mm). Note a proximidade com o forame mentual, o que inviabiliza a instalao de qualquer implante dentrio.

    Figura 8 Vista clnica do defeito na regio de ausncia dos dentes 35 e 36.

    O planejamento e plano de tratamento pro-posto foi a realizao de reconstruo do defeito verti-cal atravs da utilizao de tela de titnio customizada e rhBMP-2 associada aos biomateriais.

    Sendo assim, o exame tomogrfico em formato DICOM foi enviado ao fabricante para confeco da malha de titnio customizada. Aps realizao do pro-jeto da malha de titnio personalizada por parte dos engenheiros da empresa, o mesmo foi enviado em ima-gem e arquivo STL para aprovao do cirurgio (Figuras 10 e 11). Observa-se no projeto caractersticas ideais como: distncia dos dentes adjacentes, adaptao ao

    rebordo remanescente, microperfuraes, local para fixao dos parafusos monocorticais, evitando contato com reas nobres. Aps o aval da equipe, a malha foi confeccionada por um processo de sinterizao laser e enviada pelo correio (Figura 12).

    A cirurgia foi iniciada com inciso crestal e desco-lamento total do peristeo, visando acesso para insta-lao da malha. Na sequncia, a malha foi carregada com uma mistura de rhBMP-2 associada com Bioma-terial osteocondutor e instalada na regio do defeito (Figuras 13 e 14).

    Full Dent. Sci. 2018; 9(34):11-18.

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    Figura 14 Malha de titnio fixada na regio do defeito. Note que para aumentar a nutrio na rea do defeito, foram realizadas perfuraes sseas para induo de san-gramento e para facilitar a penetrao do rhBMP-2.

    Figura 10 Vista vestibular do projeto da malha customizada sobre o rebordo da paciente. Note que o mesmo no atinge o forame mentual.

    Figura 11 Vista lingual do projeto da malha customizada sobre o rebordo da paciente. Observe a excelente adaptao do lado lingual, o que praticamente impossvel de se conseguir com as malhas de estoque e modelagem com as mos no momento da cirurgia.

    Figura 12 Vista interna da malha de titnio.

    Figura 13 Associao de rhBMP-2 e biomaterial utilizada no tratamento do defeito vertical.

    No ps-operatrio de 5 meses, o elemento 37 (dente vizinho) apresentou uma fstula e aps avaliao endodntica foi recomendada a remoo do mesmo. A partir da extrao deste dente iniciou-se um processo de exposio da malha de titnio que aumentou pro-gressivamente (Figura 15). Com 8 meses foi solicitada nova tomografia computadorizada, na qual se eviden-ciou ganho sseo satisfatrio para colocao dos im-plantes (Figura 16).

    Para instalao dos implantes uma inciso crestal foi realizada, seguida de um descolamento total do te-cido gengival para remoo da malha (Figuras 17 e 18). Aps isso, iniciou-se a fresagem conforme recomenda-o do fabricante dos implantes e os mesmos foram instalados (Figuras 19 e 20).

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    Figura 15 Vista clnica da ausncia do dente 37 e da exposio da malha no 8 ms ps-operatrio. Note que apesar da exposio, os tecidos moles apresentam aspecto de sade e ausncia de infeco. Nenhuma tentativa de fechamento da exposio foi realizada. Durante todo o perodo que a malha ficou exposta, a paciente utilizou gel de clorexidina a 1% para aplicar sobre a mesma (vrias vezes ao dia).

    Figura 16 Resultado da tomografia realizada com oito meses. Observe um ganho sseo vertical bastante satisfa-trio para colocao dos implantes.

    Figura 17 Aspecto do tecido sseo aps remoo da malha. Note o bom resultado obtido com a reconstruo.

    Figura 18 Comparao do tamanho do defeito inicial com o resultado clnico da reconstruo. Deste modo possvel observar que houve um ganho sseo vertical bas-tante satisfatrio.

    Figura 19 Pinos de paralelismo evidenciando a fresagem realizada.

    Figura 20 Implantes instalados na regio enxertada. Na regio do 35 foi instalado implante Cone morse de 3,5x9, na regio do 36 um implante cone morse 3,5x7 e no local do 37 um cone morse 5,0x5,0.

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    Aps 120 dias da colocao dos implantes, foi re-alizada radiografia panormica e se procedeu com a cirurgia de reabertura dos implantes, enxerto conjun-tivo removido do palato e provisionalizao (21 a 23).

    Visando finalizao do caso clnico, foi confeccio-nada uma prtese fixa dento-gengival cermica feruli-

    zada dos elementos 35, 36 e 37 (Figura 24). Foi solicita-do exame tomogrfico, onde se observou o excelente resultado obtido, com implantes bem posicionados e prtese adaptada com assentamento passivo, gerando um prognstico favorvel (Figuras 25 e 26).

    Figura 21 Aspecto dos implantes atravs de radiografia panormica em que possvel notar um excelente para-lelismo.

    Figura 22 Acesso aos implantes durante cirurgia de re-abertura.

    Figura 23 Provisrios e enxerto de conjuntivo em po-sio.

    Figura 24 Aspecto clnico da prtese aps instalao na cavidade oral.

    Figura 25 Aspecto tomogrfico aps finalizao da reabilitao.

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    Figura 26 Aspecto da estrutura ssea que rodeia os implantes. Note que todos os implantes foram inseridos dentro da estrutura ssea.

    ConclusoA utilizao de malha de titnio customizada as-

    sociada ao rhBMP-2 mostrou-se uma opo vivel e previsvel no presente caso, reconstruindo o defeito s-seo vertical e possibilitando a instalao dos implantes dentrios.

    Referncias1. Nia CF, Pinto JMV, S BCM, Moraes PH, Lopes RO. Clinical

    considerations for optimizing results in bone grafting: Part I. Dent Press Implantol. 2014; 8(3):96-108.

    2. Nia CF, S BCM, Pinto JMV, Moraes PH, Lopes RO. Clinical considerations for optimizing results in bone grafting: Part II. Dent Press Implantol. 2015; 9(1):88-103.

    3. Nia CF, Ortega-Lopes R, S BCM, Oliveira FAC, Olate S. Sandwich osteotomy with interposition of a bovine block bone graft for vertical ridge augmentation. Int J Med Surg Sci. 2015; 2(2):475-479.

    4. Nia CF, Silveira CS, Melo LF, Oliveira Jnior HC, S BCM. Segmental osteotomy with interpositional graft in the pos-terior mandible: a case report. Jomi. 2016; 13(3):77-83.

    5. Ortega-Lopes R, Chaves Netto HDM, Nascimento FFAO, Kluppel LE, Stabile GAV, Mazzonetto R. Reconstruo alve-olar com enxerto sseo autgeno e malha de titnio: anlise de 16 casos. Rev Implantnews. 2010; 7(1):73-80.

    Full Dent. Sci. 2018; 9(34):11-18.

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    Sumrio

    SEES

    4 Editorial 6 Coluna Marketing 7 Coluna Odontologia Legal 8-9 Fique por Dentro 11-18 Coluna Grois 24-142 Artigos 143-144 Normas de Publicao

    CADERNO DE IMPLANTODONTIA

    Relato de caso / Case report

    24-31 Tratamento cirrgico de fratura panfacial relato de casoJoo Pedro Miola Siqueira de Oliveira, Davani Latarullo Costa, Paulo Eduardo Przysiezny, Lourival Raimundo dos Santos Junior, Max Ernest Furlog.

    33-36 Fibroma ossificante perifrico relato de caso Paulo Bernardo de Oliveira Neto, Srgio Bartolomeu de Farias Martorelli, Rayane Costa da Silva, Thalles Gabriel Germano Lima, Fernando de Oliveira Martorelli, Carlos Gilberto Pacheco Pessa de Vasconcellos.

    38-45 Transplante autgeno de terceiro molar inferior associado a I-PRF relato de caso Matheus Fernandes Lasneau Moraes, Fabrcio Le Draper Vieira, Clovis Marzola, Nilton Gonalves de Oliveira Junior, Carla Minozo Mello, Carlos Roberto Teixeira Rodrigues.

    46-49 Cisto tireoglosso em assoalho bucal relato de casoSrgio Bartolomeu de Farias Martorelli, Thullio Gustavo Maciel de Moura, Felipe Bravo Machado de Andrade, Fernando de Oliveira Martorelli, Erica Passos de Medeiros Lacerda, Carlos Gilberto Pacheco Pessa de Vascon-cellos.

    51-56 Osteonecrose por medicamento em maxila relato de caso werton Daniel Rocha Rodrigues, Thalita Medeiros Melo, Alan Leandro Carvalho de Farias, Joo Marques Men-des Neto, Thais Cristina Araujo Moreira.

    57-60 Remoo de dente extranumerrio em vertente lingual de mandbula relato de casoJulio Cesar de Paulo Cravinhos, Iluska Castro dos Santos, Darklilson Pereira Santos, Ingrid Madeira de Barros Nunes.

    Artigo de reviso / Review

    62-67

    O uso do plasma rico em plaquetas para correo de defeitos sseos maxilares em Implan-todontiaMara Assef Leito Lotif, Lidia Audrey Rocha Valadas Marques, Edilson Martins Rodrigues Neto, Thinali Sousa Dantas, Carlos Ricardo de Queiroz Martiniano.

    CADERNO DE PRTESE

    Relato de caso / Case report

    70-78 ODEF o planejamento responsvel esttico e funcional na reabilitao oral relato de caso Renato de Freitas, Cinthya Isabela Teixeira Paranaiba Marques, Briza Letcia Almeida Silva, Camilla de Lima Malta.

    Full Dent. Sci. 2018; 9(34):20-21.

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    79-83 Simplificando o registro interoclusal de arcos parcialmente desdentados com extremidades livres Lucas Villaa Zogheib, Jefferson David Melo de Matos, Jozely Francisca Mello Lima, John Eversong Lucena de Vasconcelos, Daniel Sartorelli Marques de Castro.

    84-89 Tratamento Clnico para a reabilitao oral utilizando dois materiais cermicos para CAD-CAMCristina Maral Araujo Carneiro, Gildson Bueno Linhares, Gisele Maria Correr, Leonardo Fernandes da Cunha, Carla Castiglia Gonzaga.

    CADERNO DE ODONTOLOGIA CLNICA

    Artigo original / Original article

    92-99 Influncia da oleosidade resultante da lubrificao da caneta de alta rotao na adeso da resina composta ao esmalteAna Cristina Tvora de Albuquerque Lopes, Aparcio Fiza de Carvalho Dekon, Gisele da Silva Dalben, Solange de Oliveira Braga Franzolin.

    100-106 Avaliao das alteraes nas rugosidades palatinas por uso de prtese total e cigarroJennifer Marques Holanda, Amanda Fonseca Carvalho da Conceio, Mrio Moreira Tavares Jnior.

    108-113 Prevalncia de arcadas totalmente dentadas, totalmente edntulas e parcialmente dentadas segundo classificao de KennedyHugo Alberto Vidotti, Alan Cristian Volpato, Israel Bardini, Acccio Lins do Valle, Janaina Salomon Ghizoni, Jefferson Ricardo Pereira.

    114-120 Avaliao dos efeitos do complexo B no processo de cicatrizao de tecido mole em ratos WistarNewton Barbosa Parra, Thiago Schiavuzzo Cazelato, Rafael Silveira Faeda, Rosngela Gonalves Peccinini, Bruna Galdorfini Chiari-Andro, Thalita Pedroni Formariz Pilon.

    Relato de caso / Case report

    121-126 Benefcios da laserterapia nas leses bucais da Epidermlise BolhosaVanssa Cristina Pereira Lucas Ferreira, Marcus Vincius Lucas Ferreira, Lvio de Barros Silveira, Gerdal Roberto de Sousa, Betnia Maria Soares, Lus Cndido Pinto da Silva.

    127-131 Restaurao de Classe II em resina composta da anatomia ao ponto de contato ideaisAlexandre Tateyama, Sabrina Yamamura.

    Artigo de reviso / Review

    132-134 Utilizao de clulas-tronco mesenquimais visando o crescimento sseo maxilomandibular reviso de literaturaDario Paterno Junior, Franciane Souza Dresch Spier.

    135-142 Odontologia desportiva proposta de um protocolo de ateno sade bucal do atletaRoosevelt da Silva Bastos, Evanice Menezes Maral Vieira, Cintia Aparecida Damo Simes, Slvia Helena de Carva-lho Sales Peres, Jos Roberto de Magalhes Bastos.

    proibido, sob pena de direitos autorais, a impresso integral ou parcial desta revista.

    Full Dent. Sci. 2018; 9(34):20-21.

  • Programa de ensino avanado ministrado por renomadosprofessores, doutores e ps-doutores, referncias nacionais e internacionais.

    Prof. Dr.Bruno S

    Prof. Dr.Claudio Nia

    Prof. Dr.Hugo Nary

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    Prof. Dr.Mauricio Cardoso

    Prof. Dr.Renato de Freitas

    Prof. Dr.Ricardo Magini

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    Coordenador

    Prof. PhD.Srgio Bernardes

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    Incio: 11/05/2018

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    Local: Hotel Slaviero Slim, Rua Conselheiro Arajo, 435 Centro, Curitiba - PR

    Turma 1Curitiba

  • Implantodontia

    23

    Relato de caso / Case report

    24-31 Tratamento cirrgico de fratura panfacial relato de casoJoo Pedro Miola Siqueira de Oliveira, Davani Latarullo Costa, Paulo Eduardo Przysiezny, Louri-val Raimundo dos Santos Junior, Max Ernest Furlog.

    33-36 Fibroma ossificante perifrico relato de caso Paulo Bernardo de Oliveira Neto, Srgio Bartolomeu de Farias Martorelli, Rayane Costa da Silva, Thalles Gabriel Germano Lima, Fernando de Oliveira Martorelli, Carlos Gilberto Pacheco Pessa de Vasconcellos.

    38-45 Transplante autgeno de terceiro molar inferior associado a I-PRF relato de caso Matheus Fernandes Lasneau Moraes, Fabrcio Le Draper Vieira, Clovis Marzola, Nilton Gonal-ves de Oliveira Junior, Carla Minozo Mello, Carlos Roberto Teixeira Rodrigues.

    46-49 Cisto tireoglosso em assoalho bucal relato de casoSrgio Bartolomeu de Farias Martorelli, Thullio Gustavo Maciel de Moura, Felipe Bravo Ma-chado de Andrade, Fernando de Oliveira Martorelli, Erica Passos de Medeiros Lacerda, Carlos Gilberto Pacheco Pessa de Vasconcellos.

    51-56 Osteonecrose por medicamento em maxila relato de caso werton Daniel Rocha Rodrigues, Thalita Medeiros Melo, Alan Leandro Carvalho de Farias, Joo Marques Mendes Neto, Thais Cristina Araujo Moreira.

    57-60 Remoo de dente extranumerrio em vertente lingual de mandbula rela-to de casoJulio Cesar de Paulo Cravinhos, Iluska Castro dos Santos, Darklilson Pereira Santos, Ingrid Madeira de Barros Nunes.

    Artigo de reviso / Review

    62-67

    O uso do plasma rico em plaquetas para correo de defeitos sseos maxila-res em ImplantodontiaMara Assef Leito Lotif, Lidia Audrey Rocha Valadas Marques, Edilson Martins Rodrigues Neto, Thinali Sousa Dantas, Carlos Ricardo de Queiroz Martiniano.

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    Relato de casoCase report

    1 CD., Residente em CBMF UP.2 Cirurgio BMF UFPR, Cirurgio BMF Chefe Hospital Angelina Caron/PR, Doutorando CBMF PUCRS.3 Esp. em Otorrinolaringologia e Cirurgia Crnio-Maxilo-Facial, Me. em CBMF UNIMAR, Preceptor dos ps-graduandos em Otorrinolaringologia

    Hospital e Maternidade Angelina Caron e do Hospital de Clnicas UFPR. 4 CD., Esp. em CBMF Instituio ILAPEO.5 CD., Cirurgio BMF Instituio ILAPEO.

    E-mail do autor: [email protected] para publicao: 13/06/2017Aprovado para publicao: 11/01/2018

    Como citar este artigo: Oliveira JPMS, Costa DL, Przysiezny PE, Santos Jr LR, Furlog ME. Tratamento cirrgico de fratura panfacial relato de caso. Full Dent. Sci. 2018; 9(34):24-31.DOI: 10.24077/2018;934-2431

    Tratamento cirrgico de fratura panfacial relato de casoSurgical treatment for panfacial fracture case report

    Joo Pedro Miola Siqueira de Oliveira1

    Davani Latarullo Costa2

    Paulo Eduardo Przysiezny3

    Lourival Raimundo dos Santos Junior4

    Max Ernest Furlog5

    ResumoAcidentes automobilsticos so os principais responsveis pelas fraturas que acometem

    pelo menos dois dos teros da face, denominadas fraturas panfaciais ou complexas da face, trauma que necessita de tratamento cirrgico reabilitador esttico e funcional. Este trabalho tem como objetivo relatar um caso clnico de uma paciente vtima de acidente automobilstico com fraturas complexas no tero mdio e superior de face. Paciente encaminhada ao servio de urgncia da especialidade Bucomaxilofacial do Hospital Angelina Caron, na cidade de Cam-pina Grande do Sul/PR, para tratamento e conduta aps receber atendimento para suporte bsico de vida imediato no local do acidente. Atravs do exame clnico, fsico e radiogrfico na emergncia hospitalar, obteve-se o diagnstico de fratura complexa fronto-naso-orbitria, fratura dos ossos zigomticos e fratura tipo Le Fort I completa. Como conduta e tratamento, foram planejadas reduo e fixao das fraturas em uma nica etapa cirrgica. O acompanha-mento clnico e radiogrfico de longo prazo pode ser estabelecido. Concluiu-se que o correto atendimento primrio, preciso no diagnstico, planejamento para reduo e osteossntese dos segmentos fraturados e acompanhamento ps-operatrio tanto clnico quanto radiogr-fico so requisitos essenciais para o sucesso do tratamento das fraturas panfaciais.

    Descritores: Fraturas maxilomandibulares, acidentes de trnsito, fraturas cominutivas, traumatologia.

    AbstractAutomobile accidents are the main cause for fractures affecting at least two thirds of the

    face, called panfacial or complex fractures of the face, requiring surgical, aesthetic and func-tional rehabilitation. This study aims to present a case report of a patient victim of car accident with complex fractures of the middle and upper third of the face. Patient was referred to the emergency department of Bucomaxillofacial specialty of Angelina Caron Hospital in the city of Campina Grande do Sul/PR for treatment and procedures, after receiving assistance for basic immediate life support at the accident site. Through clinical, physical, radiographic examina-tions, it was obtained the diagnostic of complex fronto-naso-orbital fracture, zygomatic bones fractures, and complete Le Fort I fracture. The procedures and treatment were planned with reduction and fixation in a single surgical step. Clinical and radiographic long-term follow-up was established. It was concluded that correct primary care, diagnosis precision, planning for reduction and osteosynthesis of the fractured segments and clinical and radiographic moni-toring are essential requirements for the successful treatment of panfacial fractures.

    Descriptors: Maxillofacial fractures, traffic accidents, comminuted fractures, traumatology.

    Full Dent. Sci. 2018; 9(34):24-31.

  • 25

    Oliveira JPM

    S, Costa D

    L, Przysiezny PE, Santos Jr LR, Furlog ME.

    IntroduoEllis;Zide5 (2008) afirmaram que as fraturas pan-

    faciais so os traumas que envolvem o complexo zigo-mtico, maxila, mandbula e, geralmente, so acom-panhadas de fratura NOE (naso-orbito-etmoidal) e do osso frontal. Podem estar associadas a leses em teci-dos moles e perda de estruturas sseas gerando seve-ras deformidades ps-traumticas e deficincias, como m ocluso.

    Ellis;Zide5 (2008) mostraram que essas fraturas co-mumente so acompanhadas por trauma complexo em outras reas do corpo, como o crnio e trax, que ameaam a vida do paciente, sendo assim, o tratamen-to das leses faciais frequentemente adiado, dificul-tando o trabalho do cirurgio bucomaxilofacial.

    Correa et al.3 (2013) apresentaram duas aborda-gens clssicas que so adotadas como sequncia do tratamento desse tipo de fratura, sendo elas: de baixo para cima e de dentro para fora ou de cima para baixo e de fora para dentro, tendo como objetivo principal do tratamento dessas fraturas restabelecer a funo do sistema estomatogntico e esttica facial.

    A tcnica e a abordagem cirrgica para as fraturas complexas da face foram facilitadas com a utilizao das tomografias computadorizadas com reconstruo em trs dimenses, auxiliando o diagnstico e planeja-mento do caso, assim como a introduo dos materiais de fixao do tipo interna, como mini-placas, parafusos e telas de malha de titnio, o que diminui o acesso e o tempo cirrgico, minimizando o risco de complicaes ps-operatrias segundo Khader R 20147 e Sharma S 201511.

    Wei et al.14 afirmaram que a abordagem do tempo do acidente ao tempo cirrgico diretamente propor-cional ao resultado final do restabelecimento esttico funcional para o paciente. Assim, o tratamento deve ser realizado o mais breve possvel para a melhor ob-teno de resultados satisfatrios.

    ObjetivoEste trabalho tem como objetivo relatar um caso

    clnico de uma paciente vtima de acidente automobi-lstico com fraturas complexas no tero mdio e supe-rior de face.

    Relato de caso Paciente CH, sexo feminino, 35 anos, procedente

    da cidade de Curitiba/PR, foi vtima de capotamento de nibus em rodovia, apresentando traumatismo facial. Recebeu atendimento de suporte bsico de vida no local do acidente, sendo posteriormente encaminha-da para o Hospital Angelina Caron para tratamento e conduta.

    Como conduta, a equipe de clnica mdica, ini-cialmente, estabilizou o quadro clnico da paciente e

    solicitou avaliao imediata da equipe de Cirurgia Bu-comaxilofacial.

    Na avaliao clnica, foi observado edema em tero superior e mdio de face, rinorreia, e sem comprometi-mento da acuidade visual e dos movimentos do globo ocular. Paciente relatou pouca alterao na ocluso, no entanto, foram observados pilares caninos e zigo-mticos alterados bilateralmente. Com o auxlio da to-mografia computadorizada, observou-se fratura comi-nutiva em tero superior e fraturas mltiplas em tero mdio, confirmando o diagnstico de fratura panfacial envolvendo regio fronto-naso-orbitria, ossos zigo-mticos e fratura tipo Le Fort I (Figura 1).

    Figura 1 Tomografia computadorizada com reconstru-o 3D inicial.

    Procedeu-se ao internamento hospitalar para dimi-nuio do edema facial e controle do risco de infeco, sendo administrado antibitico, corticoide e analgsi-co. Aps 5 dias de hospitalizao e reduo significa-tiva do edema, foi dado sequncia ao planejamento cirrgico funcional e esttico.

    O planejamento cirrgico englobou anestesia geral com intubao via orotraqueal. Para otimizar a visuali-zao das fraturas, utilizou-se o acesso bicoronal, bem como acessos subciliares e intraorais vestibulares. Re-duo das fraturas e fixao interna com miniplacas, parafusos e tela de reconstruo foram ento realiza-dos.

    Antes das incises cutneas e mucosas, realizou-se anestesia infiltrativa nos traos propostos para inciso, com lidocana 2% e vasoconstritor 1:200.000, com se-ringa de 10 ml e agulha de insulina.

    Atravs do acesso bicoronal (Figura 2) reconstruiu--se a parede anterior do seio frontal e rebordos supra-orbitrios com fixao interna atravs de telas, minipla-cas e parafusos de titnio do sistema 1,6 mm (Figura

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    Figura 2 Exposio do seio frontal e segmentos sseos fraturados aps o acesso bicoronal.

    Figura 3 Osteossntese dos segmentos sseos fratura-dos cominudos com miniplacas e parafusos do sistema de fixao 1,6 mm.

    Figura 4 Estabilizao e fixao da tela de titnio 1,6 mm.

    3). Optou-se por uma tela (48 x 33,6 mm) para permitir a manuteno do contorno facial, impedindo sua de-formao por foras compressivas (Figura 4).

    Na sequncia, os acessos palpebrais subciliares bi-laterais foram empregados para reduo e fixao de rebordo infraorbitrio (Figura 5). Por este mesmo aces-so, avaliaram-se os assoalhos orbitrios, optando-se pela

    Figura 5 Osteossntese do complexo malar-zigoma--orbitrio direito com miniplacas e parafusos do sistema 1,6 mm.

    colocao de tela (38 x 45,4 mm) e uma membrana de colgeno sobre ela com a finalidade de reconstruir o assoalho da rbita e impedir a herniao do contedo orbital para o seio maxilar (Figura 6), uma vez que, nes-te lado, diagnosticou-se fratura do tipo blow-out. Para osteossntese dos complexos malar-zigoma-orbitrios, utilizaram-se miniplacas e parafusos do sistema 1,6 mm.

    Figura 6 Osteossntese do complexo malar-zigoma-or-bitrio esquerdo com miniplacas e parafusos do sistema 1,6 mm, tela de titnio do sistema 1,6 mm e membrana absorvvel.

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    Figuras 7-8 Osteossntese dos pilares caninos e zigomticos com miniplacas e parafusos do sistema 1,6 mm, lado di-reito (a) e lado esquerdo (b).

    Figura 9 Radiografia panormica com 07 dias de ps-operatrio mostrando ocluso favorvel.

    Em seguida, o acesso intraoral vestibular total foi realizado para visualizao da fratura do tipo Le Fort I bilateral. Procedeu-se reduo e fixao ssea em pilares caninos e zigomticos com miniplacas e parafu-sos do sistema 1,6 mm (Figuras 7 e 8), bilateralmente. Nesta etapa, no foi possvel a realizao do bloqueio maxilomandibular decorrente da presena da cnula intraoral para anestesia geral. A paciente no relatou alteraes significativas na ocluso aps o acidente, por isso, a deciso de realizao deste procedimento no mesmo tempo cirrgico.

    No ps-operatrio, a paciente apresentou boa evo-luo, com dor leve e bom aspecto cicatricial. A relao de ocluso foi preservada, sem queixas respiratrias, fonticas, mastigatrias e visuais. Nos exames de ima-gens ps-operatrios, observou-se bom posicionamen-to dos materiais de rtese utilizados para osteossntese (Figuras 10 e 11).

    Com follow-up de 5 anos, a paciente apresenta-se satisfeita com o resultado, sem queixas estticas e fun-cionais (Figura 12), sem necessidade de reinterveno cirrgica.

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    L, Przysiezny PE, Santos Jr LR, Furlog ME.

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    Figura 10 Vista frontal de imagem tomogrfica computadorizada com reconstruo em 3D, com 07 dias de ps--operatrio.

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    Figura 11 Vista frontal de imagem tomogrfica computadorizada com reconstruo em 3D, com 07 dias de ps--operatrio.

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    L, Przysiezny PE, Santos Jr LR, Furlog ME.

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    DiscussoO atendimento imediato e exames precisos como a

    TC no diagnstico dos traumas panfaciais so indispen-sveis, pois s assim conseguimos classificar o grau das fraturas e sua exata localizao para um posterior pla-nejamento cirrgico1,4,6,9,13. No caso acima, foi realizado TC que proporcionou real dimenso da cominuio da parede anterior do seio frontal, assim como as fraturas extensas do tero mdio da face.

    Asnani et al.1 (2012) mostraram que a teraputica medicamentosa no perodo ps-traumtico at a inter-veno cirrgica de extrema importncia para o con-trole do edema e infeces. No caso apresentado, foi administrado corticoide para controle de edema, de-xametasona 4 mg 12/12 horas por 3 dias e antibitico para controle de infeco, cefazolina 1g E.V. 8/8 horas at o ato cirrgico.

    De acordo com Shetty et al.12 (2011), a via de intu-bao uma etapa importante para a resoluo com xito das fraturas panfaciais. Apesar das dificuldades para a realizao do bloqueio maxilomandibular e con-sequente limitao do sucesso na reabilitao da oclu-so, no caso descrito, a intubao foi via orotraqueal, pois ela apresenta vantagens quando comparadas com a intubao submentual ou traqueostomia. No caso cl-nico deste artigo, pelo fato de a paciente j apresentar uma ocluso favorvel pr-trauma e ps-trauma, sem

    Figura 12 Vista frontal da paciente com 5 anos de follow-up.

    fratura de mandbula, foi optada pela intubao via orotraqueal e fixao das fraturas em regio de maxila sem a realizao do bloqueio maxilomandibular, mos-trando que possvel o xito no tratamento.

    Ellis;Zide5 (2008) relataram que o acesso bicoronal mostra-se como uma abordagem cirrgica verstil para as regies superior e mdia do esqueleto facial. Este aces-so permite completa visualizao dos traos de fratura e ampla manipulao dos tecidos acometidos, alm de esconder a maioria das cicatrizes cirrgicas do couro ca-beludo. No caso relatado, optou-se pelo acesso bicoronal no limite entre os ossos frontais e parietais contornando a margem capilar, proporcionando esttica favorvel do acesso e visualizao direta da rea comprometida.

    Lakhani et al.8 (2001) e Parker et al.10 (2001) afir-maram que o uso da malha de titnio apresenta vrias vantagens para reconstruir defeitos craniofaciais. O tit-nio possui excelente biocompatibilidade e gera mnima reao inflamatria. Alm disso, de fcil manipulao para proporcionar forma, contorno e estabilidade. Em fraturas do tipo cominutivas, os fragmentos sseos po-dem ser individualmente ligados malha de titnio ou fazer o uso apenas da malha para restabelecimento da anatomia e esttica facial, como no caso proposto.

    Becker et al.2 (2010) relataram que as fraturas do assoalho da rbita podem ser responsveis por compli-caes graves, tais como diplopia, exoftalmia, enoftal-mo, parestesia do nervo infraorbitrio e infeces. O uso da tela de titnio associado a uma membrana ab-sorvvel tem mostrado timos resultados para restaurar a anatomia do assoalho de rbita, evitando a herniao da gordura do globo ocular para o interior do seio ma-xilar. Tcnica utilizada para a paciente politraumatizada devido fratura do tipo blow-out na rbita esquerda. Aps acompanhamento de 5 anos, observa-se sucesso no procedimento utilizado. Constatou-se, na avaliao clnico-radiogrfica, a manuteno da anatomia resta-belecida, sem alteraes de movimentao do globo ocular e sem comprometimento na acuidade visual.

    Miloro et al.9 (2009) afirmaram que as fraturas do tipo Le fort I de maxila podem ser estabilizadas com uma placa de titnio no pilar canino e pilar zigomtico, bilate-ralmente, com possibilidade de tela de titnio em parede anterior de seio maxilar em casos especficos de defeito esttico facial. No caso descrito, optou-se apenas pelo uso das placas de titnio em pilar canino e zigomtico bilateral para estabilizao da fratura horizontal.

    ConclusoConcluiu-se que um correto atendimento primrio

    ao paciente politraumatizado, estabilizao do quadro clnico, exatido no diagnstico, protocolo medica-mentoso, correto planejamento e execuo dos proce-dimentos cirrgicos com osteossntese dos segmentos fraturados permitem o restabelecimento esttico e fun-

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    cional de pacientes acometidos por traumas severos. Rigoroso acompanhamento clnico e radiogrfico ps--operatrio e follow-up de 5 anos corroboram o suces-so obtido no tratamento desta paciente com fratura panfacial.

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    liveira JPMS, C

    osta DL, Przysiezny PE, Santos Jr LR, Furlog M

    E.

    Full Dent. Sci. 2018; 9(34):24-31.

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    Relato de casoCase report

    1 Especializando em CTBMF FACSET/CPGO, Cirurgio Dentista Clnica privada.2 Doutor em Odontologia UFPB, Coordenador do Curso de Especializao em CTBMF FACSET/CPGO.3 Acadmica de Odontologia do 9 Perodo FO/UNINASSAU.4 Acadmico de Odontologia do 6 Perodo FO/UNINASSAU.5 Especialista em CTBMF FACSET/CGPO, Preceptor da Clnica de Mdia Complexidade UNINASSAU.

    E-mail do autor: [email protected] Recebido para publicao: 13/09/2017Aprovado para publicao: 28/11/2017

    Como citar este artigo: Oliveira Neto PB, Martorelli SBF, Silva RC, Lima TGG, Martorelli FO, Vasconcellos CGPP. Fibroma ossificante perifrico relato de caso . Full Dent. Sci. 2018; 9(34):33-36.DOI: 10.24077/2018;934-3336

    Fibroma ossificante perifrico relato de caso Peripheral ossifying fibroma case report

    Paulo Bernardo de Oliveira Neto1

    Srgio Bartolomeu de Farias Martorelli2

    Rayane Costa da Silva3

    Thalles Gabriel Germano Lima4

    Fernando de Oliveira Martorelli5

    Carlos Gilberto Pacheco Pessa de Vasconcellos1

    ResumoO fibroma ossificante perifrico (FOP) um crescimento gengival de natureza tipicamente

    reacional e no neoplsico. Clinicamente tem aspecto nodular, sssil ou pedunculado, de colorao variante do vermelho ao rosa. Como caractersticas histopatolgicas, apresenta um epitlio escamoso estratificado com tecido fibroso rico em fibroblastos. O FOP tem predileo pelo gnero feminino, estando mais ocorrente entre a segunda e terceira dcada de vida. O objetivo deste trabalho foi apresentar um relato de caso clnico em paciente do gnero femi-nino e realizar breve reviso da literatura sobre o tema.

    Descritores: Neoplasias sseas, fibroma ossificante, cirurgia bucal.

    AbstractPeripheral ossifying fibroma (POF) is a gingival growth of reactive and non-neoplastic

    nature. Clinically it has nodular, sessile or pedunculate appearance, with a variant coloration from red to pink. As histopathological features, it presents a stratified squamous epithelium with fibrous tissue rich in fibroblasts. POF is prevalent in the female gender, being more fre-quent between the second and third decade of life. The objective of this study was to pres-ent a clinical case report of a female patient and to carry out a brief literature review on this subject.

    Descriptors: Bone neoplasms, ossifying friboma, oral surgery.

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    IntroduoO fibroma ossificante perifrico um crescimento

    gengival que considerado mais como uma leso rea-cional do que neoplsica2,3,9,12,14.

    Apresenta-se como uma leso composta de teci-do conectivo e tem associao a processos inflamat-rios. O fibroma ossificante/cementificante uma leso fibro-ssea benigna originada do ligamento periodon-tal. O termo fibroma ossificante usado se o tecido predominante sseo, j no fibroma cementificante encontramos estruturas trabeculares ou calcificaes esfricas2,4,7,11.

    uma leso com predileo pelo gnero femini-no, acometendo com frequncia entre a segunda e terceira dcada de vida, sendo sua principal localizao a regio anterior da maxila. Possui colorao que varia do vermelho ao rosa, com superfcie s vezes ulcerada, podendo apresentar-se de forma pedunculada ou sssil4,7,9,11.

    O fibroma ossificante perifrico pode apresentar radiograficamente pontos radiopacos difusos e, s ve-zes, eroso superficial do osso adjacente. Provavelmen-te, o produto mineralizado tem origem de clulas do peristeo ou do ligamento periodontal1,7,8,11.

    Histologicamente, apresenta epitlio escamoso es-tratificado e proliferao de fibroblastos com presena de material mineralizado formado por osso maduro ou calcificaes distrficas7,9,12.

    Menzel (1872) descreveu o fibroma ossificante central bem como a variante fibroma cemento-ossifi-cante e Montgomery (1927), pela primeira vez, usou o termo FO (fibroma ossificante) usado at hoje para des-crever tal leso6. A OMS (Organizao Mundial de Sa-de) catalogou os fibromas ossificante e cementificante com o mesmo termo (fibroma cemento-ossificante, em 1992). Somente em 2005, esta leso foi classificada pela OMS como fibroma ossificante5-8,13. Este artigo tem o objetivo de mostrar um caso clnico de fibroma

    ossificante perifrico em maxila, associado a resto radi-cular remanescente.

    Relato de casoPaciente do sexo feminino, parda, 56 anos, do-

    mstica, casada, natural de Amaraji (PE), procurou a clnica de Cirurgia Bucomaxilofacial (CPO-Recife) enca-minhada para avaliao pelo cirurgio dentista de um posto de sade da regio metropolitana. Na anam-nese referiu que apareceu um caroo na boca h aproximadamente 6 meses. Ao exame fsico, extraoral, apresentava face simtrica, esqueleto facial e cadeias ganglionares cervicofaciais dentro dos padres de nor-malidade palpao, abertura bucal dentro dos limites de normalidade. Presena dos elementos dentrios 18 e 17 e fragmentos radiculares dos 16, 12 e 22.

    Demais elementos da arcada superior ausentes. Observou-se presena de leso exofdica, pediculada, situada na regio de rebordo alveolar em maxila, que se estendia da regio do elemento dentrio 28 ao 15. A leso apresentava consistncia firme palpa-o, medindo aproximadamente 5 cm x 3 cm, tendo a colorao levemente esbranquiada comparada a mucosa circunvizinha. Importante ulcerao pde ser observada no centro da leso. Por vezes, foram ob-servados focos avermelhados por todo corpo lesional (Figura 1).

    Solicitou-se radiografia panormica dos maxilares que exibiu fragmento radicular do 26 e presena de pontos calcificados no interior da massa lesional (Figu-ra 2). Confrontando-se a anamnese, o exame fsico e o radiogrfico, firmou-se o diagnstico provisrio de fibroma ossificante perifrico. Como tratamento, foi proposta a exrese excisional da leso sob anestesia lo-cal e aps concordncia e assinatura do termo de con-sentimento livre e esclarecido (TCLE) foram solicitados os exames pr-operatrios rotineiros, cujos resultados encontravam-se dentro dos limites de normalidade.

    Figura 1 Aspecto inicial da leso exibindo sua caracte-rstica pediculada.

    Figura 2 Aspecto radiogrfico inicial em que observa-se calcificaes intralesionais.

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    Figura 6 Aspecto ps-operatrio com 09 meses da in-terveno.

    Aps antissepsia extra e intrabucal com soluo de clorexidina 2% e 0,12%, respectivamente, foi aposi-cionado o campo operatrio. A seguir, foi feita infil-trao anestsica com soluo de mepivacana a 2% associada epinefrina 1:100.000, vestibular e palati-na. Por intermdio do bisturi de Bard Parker municiado com lmina 15c, foi realizada uma inciso em torno do pedculo com margem de segurana de aproximada-mente 2 mm (Figura 3).

    Aps a divulso com descolador de Freer e tesou-ra Metzenbaum, pode ser realizada a exrese da leso (Figura 4). Em seguida, foi removido o fragmento ra-dicular do 26, debridamento, sutura com seda 3.0 a pontos isolados.

    A pea operatria foi acondicionada em soluo de formol a 10% e encaminhada para exame histopa-tolgico (Figura 5).

    Foi prescrita medicao antibitica (amoxicilina 875 mg + 125 mg de cido clavulnico de 12 em 12 horas, por 08 dias, e dipirona 500 mg, de 6 em 6 ho-ras), caso necessrio. Foram fornecidas todas as reco-mendaes ps-operatrias rotineiras por escrito.

    O ps-operatrio transcorreu sem qualquer anor-malidade, sendo a sutura removida aps 8 dias do ps--operatrio. A paciente foi reavaliada aps 60 dias e, posteriormente, com 09 meses do ato operatrio sem qualquer evidncia de recidiva (Figura 6).

    Figura 3 Inciso com fim excisional.

    Figura 5 Aspecto clnico aps remoo da leso.

    Figura 4 Aspecto histopatolgico evidenciando presen-a de fibroblastos e ostecitos no espcime.

    DiscussoO fibroma ossificante perifrico (FO) est associado

    a um processo inflamatrio crnico e tem localizao estritamente extra-ssea, sendo originado das clulas do ligamento periodontal. Tem como diagnsticos diferenciais as leses perifricas com clulas gigantes,

    hiperplasia fibrosa inflamatria, granuloma piognico e displasia fibrosa7,11,15.

    O fibroma ossificante deste caso clnico media aproximadamente 5 cm no seu maior dimetro, um pouco maior do que a literatura descreve, que varia

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    Oliveira N

    eto PB, Martorelli SBF, Silva RC

    , Lima TG

    G, M

    artorelli FO, Vasconcellos C

    GPP.

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    entre 0,4 cm a 4 cm. Tendo predileo pelo sexo femi-nino, predominando entre a segunda e terceira dcada de vida, corrobora este caso com a literatura por ser paciente do gnero feminino, apesar da faixa etria est situada acima da mdia citada na literatura4,7,11,15.

    No FO perifrico, temos proliferao de tecido conjuntivo como resposta a um agente agressor (cl-culo, trauma, corpo estranho) presente no sulco gengi-val4,7,11,15. Neste caso, identificamos a presena de resto radicular do elemento 26 sob a leso, sendo o possvel agente agressor responsvel pela sua formao.

    Radiograficamente, pode-se, semelhana do que relatado na literatura, observar-se focos radiopacos devido presena de calcificaes na leso1,2,10,14, o que foi identificado no presente caso, atravs da radiogra-fia panormica.

    Histologicamente, no FO perifrico temos a pre-sena de epitlio escamoso estratificado, tecido fibroso com presena marcante de fibroblastos, bem como de material mineralizado5,7,9. Achados histolgicos estes que foram concordes com o exame anatomopatolgi-co da leso.

    O tratamento usual para o FO perifrico, seria a exciso cirrgica local, com envolvimento do peristeo e ligamento periodontal, removendo os possveis agen-tes agressores3,4,9,11,15. No caso presente, seguimos os padres da literatura com exciso da leso, removendo o possvel agente agressor (resto radicular do 26) e uti-lizando rigorosa limagem em peristeo. Proservamos a paciente com 8 dias aps ato cirrgico, posteriormen-te, com 60 dias e, finalmente, com 09 meses.

    A paciente permanecer em controle ambulatorial peridico at exaurir o perodo protocolar de proserva-o de 05 anos.

    ConclusoO fibroma ossificante perifrico uma leso maxi-

    lofacial diagnosticada pela combinao de fatores cl-nicos, radiogrficos e histopatolgicos. Esta leso est associada a fatores irritantes locais que podem ser evi-tados com visitas regulares ao cirurgio dentista, sen-do este o profissional mais habilitado a dar um correto diagnstico e tratamento eficaz a este tipo de leso do complexo maxilofacial.

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    Full Dent. Sci. 2018; 9(34):33-36.

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    Relato de casoCase report

    1 Acadmico USS/RJ. 2 Dr. em Cincias Mdicas UERJ, Me. e Esp. em CTBMF UCCB/SP, Coord. do curso de Especializao em Implantodontia CEVO/RJ, Prof. das

    disciplinas de Cirurgia e Implantodontia USS/RJ.3 Doutorado em Odontologia UNESP, Prof. Titular FOB/USP.4 Me. e Esp. em Implantodontia SLMandic, Prof. da disciplina de Cirurgia do curso de Odontologia USS/RJ.5 M. em Reabilitao Oral UVA/RJ, Esp. em Implante ABO/RJ, Esp. em Prtese Dentria UVA/RJ, Prof. do curso de Graduao em Odontolo-gia

    USS/RJ.6 Me. em Prtese SLMandic, Prof. Assistente II USS/RJ.

    E-mail do autor: [email protected] Recebido para publicao: 22/05/2017Aprovado para publicao: 14/11/2017

    Como citar este artigo: Moraes FLM, Vieira FLD, Marzola C, Oliveira Jr NG, Mello CM, Rodrigues CRT. Transplante autgeno de terceiro molar inferior associado a I-PRF relato de caso. Full Dent. Sci. 2018; 9(34):38-45.DOI: 10.24077/2018;934-3845

    Transplante autgeno de terceiro molar inferior associado a I-PRF relato de caso Autogenous transplant of lower third molar associated with I-PRF case report

    Matheus Fernandes Lasneau Moraes1

    Fabrcio Le Draper Vieira2

    Clovis Marzola3

    Nilton Gonalves de Oliveira Junior4

    Carla Minozo Mello5

    Carlos Roberto Teixeira Rodrigues6

    ResumoTransplante dental autgeno consiste em reposicionar dente de uma regio para alvo-

    lo de outro dente recm-extrado, seja por injria traumtica, leso cariosa, fratura da raiz, doenas periodontais ou tratamento endodntico mal executado. Embora outros dentes pos-sam ser aproveitados como doadores, a utilizao do germe de terceiros molares para lugar de primeiros molares a mais habitual. uma tcnica de execuo complexa, mas demonstra resultados positivos, sendo alternativa a mais de tratamento reabilitador de dente perdido. A tcnica cirrgica deve ser menos traumtica possvel para melhor prognstico do dente a ser transplantado, uma vez que o ligamento periodontal no deve ser lesado, para ter-se repa-rao adequada dos tecidos periodontais de suporte. O objetivo deste trabalho descrever a tcnica cirrgica de transplante dental autgeno do germe de terceiro molar para alvolo de primeiro molar, a partir de caso clnico, demonstrar suas vantagens e desvantagens e os resultados obtidos. Alm disso, apresenta o protocolo de obteno de PRF em fase lquida (I-PRF), assim como sua utilizao na Odontologia, caractersticas e impactos no processo da reparao tecidual.

    Descritores: Transplante autlogo, dente molar, fibrina.

    AbstractAutogenous dental transplantation consists of repositioning a tooth from one region to the

    alveolus of another newly extracted tooth, either due to traumatic injury, carious lesion, root fracture, periodontal diseases or poorly executed endodontic treatment. Although other teeth can be used as donors, the use of third molars germ to the place of first molars is the most com-mon. It is a technique of complex execution, but shows positive results, being an alternative to over-treatment of a lost tooth rehabilitation. The surgical technique should be less traumatic as possible for a better prognosis of the tooth to be transplanted, as the periodontal ligament should not be injured, to have adequate repair of periodontal support tissues. The objective of this work is to describe autogenous dental transplantation surgical technique of the third molar germ to the first molar alveolus of a clinical case, to demonstrate its advantages and disadvantages, and also to present the results obtained. In addition, brief descriptions of the protocol to obtain PRF in liquid phase (I-PRF), as well as its use in Dentistry, characteristics and impacts in the tissue repair process.

    Descriptors: Autologous transplantation, molar tooth, fibrin.

    Full Dent. Sci. 2018; 9(34):38-45.

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    Moraes FLM

    , Vieira FLD

    , Marzola C

    , Oliveira Jr N

    G, M

    ello CM

    , Rodrigues CRT.

    IntroduoA Odontologia com passar dos anos sofreu signifi-

    cativo progresso ao tratar-se de reabilitar um ou mais dentes perdidos, seja por prteses removveis, fixas ou implantossuportadas. Quando reabilitaes convencio-nais no esto indicadas, pode-se efetuar autotrans-plante, til em pacientes jovens e com bom ndice de sucesso, desde que realizada de maneira correta e seguindo todos os passos operatrios com cautela e ateno. Consiste em reposicionar um dente de uma regio para alvolo de outro dente recm-extrado, seja por injria traumtica, leso cariosa, fratura da raiz, doenas periodontais ou por tratamento endodntico mal executado18,19,20,21,24.

    Em pacientes jovens, os dentes permanentes mais comumente extrados so primeiros molares17,20. A au-sncia dentria pode provocar alteraes de posio dos outros dentes e reabsoro ssea alveolar, trazendo, consequentemente, problemas de ocluso e reduzin-do as chances de reabilitao futura. Alternativa vivel transposio do germe do terceiro molar para regio de primeiro molar, mantendo osso alveolar e reduzindo risco de reabsoro8,11,30. A indicao mais comum de transplante dentrio autgeno tem sido de terceiro mo-lar inferior em desenvolvimento para alvolo do primeiro molar inferior, ou transplante do terceiro molar superior para lugar de um dos molares superiores13,14.

    Implantes osseointegrados denotam nveis eleva-dos de sucesso, porm, este tipo de tratamento perma-nece economicamente inacessvel para grande parcela da populao9. Desse modo, os transplantes autge-nos so uma alternativa a mais de tratamento5,9. No entanto, no deve ser de primeira escolha, devendo-se fazer devidas elucidaes ao paciente sobre diferentes alternativas de reabilitao e suas possveis consequn-cias e insucessos5,17.

    Historicamente, o transplante dental relatado desde o antigo Egito, onde eram removidos dentes de escravos e transplantados nos faras. A integridade e comunicao do ligamento periodontal devem ser mantidas, com intuito do transplante ou reimplante dentrio ter xito. Na dcada de 50 do sculo XX, a tcnica de autotransplante dentrio foi descrita de ma-neira semelhante ao usual atualmente24.

    Autotransplante dentrio pode ser dividido em trs grupos, transplante convencional, interalveolar e reim-plante intencional24. Transplante convencional refere-se ao reposicionamento de dente para alvolo diferente de sua origem. Transplante interalveolar refere-se movi-mentao do dente no seu prprio alvolo com objetivo de alterar sua posio. Reimplante intencional refere-se ao reimplante de dente extrado intencionalmente com finalidade de solucionar uma leso no pice24.

    Para este tratamento, observam-se alguns pr--requisitos importantes, tais como preservao do saco

    pericoronrio, ausncia de reao inflamatria no al-volo receptor, grau de desenvolvimento do germe dental e, dimenses compatveis entre alvolo receptor e dente a ser transplantado6,12,14. Alm disso, maturida-de da raiz do dente doador fator muito importante no que diz respeito ao prognstico de autotransplan-te6,7,11,21. Todos os dentes, sendo o pice de sua raiz aberto ou fechado, podem ser dentes doadores, mas aqueles com dois teros de desenvolvimento da raiz so os ideais15,23,26.

    Considera-se como principais contraindicaes ao autotransplante dentrio a possibilidade de trata-mento mais conservador como pontes fixas ou prtese removvel, viabilidade de tracionamento com Ortodon-tia, estgio de rizognese de at 1/3 de raiz formada, quando no houver possibilidade de estabilizar o dente no alvolo receptor, presena de infeco na cavidade bucal, necessidade de extrao por odontoseco do dente a ser transplantado e dimenses inadequadas entre dente doador e leito receptor16,22,25,29,30.

    Plaqueta rica em fibrina e leuccitos (L - PRF) um biomaterial de origem autgena, derivado do sangue do prprio paciente, representando a segunda gera-o de agregados plaquetrios utilizados na otimiza-o da reparao tecidual1-3,6. Funciona esti