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ESCOLIOSE
ESCOLIOSE
EscolioseDesvio lateral com rotação de uma série de
vértebras a partir da linha média do eixo vertebral normal na posição anatômica.
A escoliose é uma deformidade que pode ter sua gênese na vida fetal, na infância, na meninice ou na adolescência, embora a deformidade residual persista durante toda a vida adulta.
Escoliose
Escoliose Idiopática• Escoliose estrutural de etiologia
desconhecida
• Ocorre em 80% dos pacientes com escoliose estrutural (o desvio não pode ser corrigido)
• É um sinal físico e não um diagnóstico
• Quando as causas neurológicas, paralíticas e congênitas são afastadas, é feito o diagnóstico de ESCOLIOSE IDIOPÁTICA.
Escoliose Idiopática• Períodos de pico de
aparecimento: - no 1º ano de vida - de 5 a 6 anos de
idade - a partir do 11º ano
até o final do crescimento
• Subdividida em grupos etários cronológicos:
- infantil: do nascimento aos 3a
- juvenil: dos 4a ao início da puberdade
- adolescente: no ou próximo do início da puberdade e antes do fechamento das fises
Etiologia• A causa exata é desconhecida
• Escoliose idiopática: deformidade estrutural progressiva, produto do crescimento anormal e assimétrico da coluna vertebral
• Teorias: insuficiência dos ligamentos costovertebrais; fraqueza e desequilíbrio da musculatura paravertebral; distribuição desigual de fibras musculares Tipo 1 e 2; anomalias do colágeno e desequilíbrio vestibular.
Prevalência e História natural• Curvas > 10° - 0,5% a 3%
• Curvas > 30° - 1,5 a 3 por mil
• Curvas de menor magnitude são mais frequentes, podendo surgir e estacionar espontaneamente.
• Distribuição por faixa etária: - do adolescente – 89% - juvenil – 10,5% - infantil – 0,5%
Início precoce (antes dos 10 anos de idade) – potencial para evoluir com deformidade grave; comprometimento cardíaco e pulmonar.
História Clínica• Idade no momento do aparecimento da escoliose• História familiar• Velocidade de crescimento (aumento de 5 ou
mais graus em dois ou mais exames consecutivos)
• Sinais de puberdade• Menarca nas meninas• Dor (pequeno desconforto e mais relacionado a
fadiga) Escoliose idiopática ?• Curvas com rápida progressão e atípicas devem
ser investigadas (siringomielia com malformação de Arnold-Chiari, medula presa e tumor)
Exame Físico• Forma do tronco
• Compensação das curvas
• Exame neurológico
• Desenvolvimento puberal
Exame Físico• Pac. em pé,
avaliamos por trás e pela frente o nivelamento dos ombros, a posição das escápulas, a forma da cintura e a inclinação da pelve (discrepância de mmii)
Exame Físico• Teste de Adams Realizado com a flexão
da coluna, joelhos em extensão e as palmas das mãos juntas, verificando-se a rotação vertebral e a presença de gibosidade
• Incapacidade de realizar a flexão do tronco: dor lombar ou espasmos dos isquiostibiais; infecção ou tumor
Teste de Adams
As vértebras sempre rodam para convexidade da curva
na escoliose estrutural
Exame Neurológico• Equilíbrio durante a marcha normal,
na ponta dos pés e calcanhares
• O pac deve agachar e levantar sozinho
• Reflexos dos membros superiores, inferiores e cutâneo-abdominal (alt. intra-raquiana)
Avaliação radiográfica• Deve ser realizada
em pé (ortostática) em PA e Perfil expondo toda coluna em um único filme
• As radiografias de controle não devem incluir a incidência em perfil
Interpretação das radiografias• Alterações de partes moles e
ósseas (acunhamento vertebral, hemivértebras, barras óssea e indícios de disrafismos espinhais)
• Existência de todos os pedículos e distância interpedicular
• Nivelamento da pelve (discrepância do comprimento dos mmii) – convexidade da curva lombar será mesmo lado do encurtamento
• Método de Cobb – quantificação da magnitude da curva
• Índice de Risser – maturidade esquelética ( prognóstico, evolução e tratamento da escoliose)
Alterações ÓsseasEscoliose Congênita
Método de Cobb• Toma-se como referência
a superfície superior da vértebra superior e a superfície inferior da vértebra mais inferior da curva; desenha-se uma perpendicular a essas linhas medindo-se o ângulo com um transferidor.
• “A vértebra superior da curva é aquela mais alta, cuja superfície superior inclina-se para a concavidade da curva”
Índice de RisserMaturidade esquelética
• Ossificação da cartilagem de crescimento da apófise do osso ilíaco que se inicia e progride de anterior para posterior e é dividida em cinco graus. Todo o processo leva de 18 a 24 meses.
Escoliose Idiopática Infantil• 90% curva torácica E
• M:F- 3:2
• Pode estar associada à plagiocefalia, displasia do quadril, cardiopatia congênita e retardo mental
• HN: até 90% são autolomitadas e de resolução espontânea, as que progridem são de difícil manejo pela rápida evolução da deformidade relacionada ao primeiro estirão de crescimento
Escoliose Idiopática Juvenil• Aparece dos 4 aos 10 anos e
representa cerca de 8 a 16% dos casos
• As curvas, potencialmente, neste grupo podem acarretar alt cardíacas e pulmonares
• Distribuição qto ao sexo e padrão da curva:
< 6 anos – 1f:1,6m / D=E > 6 anos – 2,7f:1m / 3,9D:1E
• Qdo as curvas passam de 30°, quase sempre são progressivas se não tratadas
• Progressão: 1 a 3º/ano antes dos 10 anos, aumentando para 4 a 11°, acima dos 10 anos de idade
Escoliose Idiopática do Adolescente
• Forma mais comum de escoliose
• Incide em até 2% dos adolescentes, considerando-se curvas de 10° ou mais
• Somente 5% dos casos progridem até 30°
• Distribuição qto ao sexo: curvas de pequena
magnitude: f=m curvas > 20° 4f:1m curvas > 40° 8f:1m
Fatores de Risco de Progressão
• A menina é mais sujeita à progressão da doença (10 vezes mais)
• A segunda fase do estirão do crescimento, quando o adolescente cresce, em média de 6 a 10cm/ano, é um fator potencial de piora da deformidade
• Em meninas, a curva detectada antes da menarca é de maior risco de progressão (65%) que uma detectada após a menarca (35%)
• A magnitude da curva: qto maior for a curva no momento da detecção inicial, maior será o risco de progressão
• Padrão da curva: padrões de duplas curvas torácicas, têm maior risco de progressão que curva única
• Curvas com ápice acima de T12 são mais sujeitas à progressão do que curvas lombares isoladas
• Com o aumento da idade diminui a incidência de progressão
Tratamento
• Tratamento conservador
• Tratamento cirúrgico
Tratamento conservador• Prevalência e evolução das curvas <
20° - a minoria progride observação
• Curvas com menos de 25° devem ser reavaliadas a cada 4 a 12 meses
• Coletes crianças na fase de crescimento, com curvas de 25° a 30° que tenham demonstrado progressão
Coletes (Milwaukee)• Princípio de tratamento:
aplicação de forças externas modificando o crescimento vertebral
• É necessário que exista crescimento residual significativo (Risser < 3)
• O limite superior da curva passível de tratamento conservador é de 40°, no máximo 45°
• Objetivo: obtenção de uma curva semelhante à do início do tratamento
• Função do colete: PARADA DA PROGRESSÃO
Coletes (Milwaukee e Boston)
Tratamento cirúrgico • Indicação relacionada à magnitude da
curva, a deformidade clínica, ao padrão da curva, ao risco de progressão e a maturidade esquelética
• Em geral: curvas torácicas > 40 a 50°, em pac esqueleticamente imaturos
• Pac que já atingiram maturidade esquelética com menor risco de progressão – cirurgia para as curvas > 50°
Tratamento cirúrgicoOpções:• Artrodese via posterior com
instrumentação (Paul Harrington, déc. 60)
• Instrumentação e fusão anterior
Tratamento cirúrgico
Complicações• Lesão neurológica (1%) – lesão da raiz
até lesão medular completa. Fator de risco: hipotensão no ato anestésico para diminuir perdas sanguíneas – isquemia na medula
• Perda sanguínea e transfusão
• Complicações respiratórias (1%), infecção cirúrgica (2%) e lesão medular tardia (vascular ou mecânica)
E.S.F, 14 anos
Esoliose Idiopática
Escoliose idiopática