ESCOLA TRANSITÓRIA Modelo Rural

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PRESIDENTE DA REPÚBLICA João Baptista de Oliveira Figueiredo

MINISTRA DA EDUCAÇÃO E CULTURA Esther de Figueiredo Ferraz

SECRETÁRIO GERAL Sérgio Mário Pasquali

DIRETORA GERAL DO CEDATE Gilca Alves Wainstein

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ESCOLA TRANSITÓRIA Modelo Rural

EXPERIÊNCIA COM ARGAMASSA ARMADA

ÓRGÃOS FINANCIADORES

SG.CEDATE CENTRO DE DESENVOLVIMENTO E APOIO TÉCNICO À EDUCAÇÃO

Universidade Federal de Goiás Secretaria de Educação do Governo do Estado de Goiás

APOIO Prefeitura Municipal de Abadiânia

COORDENAÇÃO TÉCNICA DE PROJETO E EXECUÇÃO

João Filgueiras Lima

EXECUÇÃO DE FORMAS Mariano Delgado Casarias

Irmãos Gravia Ltda

EXECUÇÃO DA OBRA João Evangelista dos Santos

Operários da Prefeitura Municipal de Abadiânia

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DESENHOS E FOTOS: João Filgueiras Lima

PROJETO GRÁFICO E CAPA: Laerte Araújo Pereira

ARTE FINAL: Luiz Antônio de Melo

COORDENAÇÃO GRÁFICA: Friedrich Kothen

L732e Lima, João Filgueiras Escola transitória. Brasília, MEC/CEDATE, 1984. 116 p. il.

1. Escola Rural - Construções. I. Título

C.D.U. 371.62

© DIREITOS RESERVADOS PARA ESTA EDIÇÃO Ministério da Educação e Cultura SG-CEDATE Centro de Desenvolvimento e Apoio Técnico à Educação

IMPRESSO NO BRASIL PRINTED IN BRAZIL 1984

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0. Apresentação 9 1. Introdução .11 2. Escolas Transitórias . 19 3. Argamassa Armada . 23 4. Características do Modelo . . 25 5. Descrição do Projeto . 30 6. Escolha do Local • • 31 7. Módulo Construtivo e Módulo Estrutural . 33 8. Limpeza e Locação da Obra 35 9. Canaletas de Drenagem 42

10. Sapatas de Fundação 47 11. Placas de Piso 52 12. Instalações de Água e Esgoto - Ia Parte 55 13. Pilares 57 14. Vigas 63 / Sumário

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15. Telhas 73 16. Divisórias 82 17. Instalações Elétricas 89 18. Portas 92 19. Caixa d'água 96 20. Fossa séptica e Ligação final do Esgoto 99 21. Quadro Giz 100 22. Informações gerais sobre a execução do Modelo . 103

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0. Apresentação

O Centro de Desenvolvimento e Apoio Técnico à Educação - CEDATE - foi criado para, no âmbito do MEC, apoiar e estimular, entre outras, atividades relacio­nadas com o desenvolvimento de técnicas construtivas, âs pesquisas de materiais nacionais, intercâmbio de expe­riências e inovações sob aspectos arquitetônicos além de proceder à disseminação de informações técnicas.

Através desta publicação, destinada a ser distribuí­da âs Secretarias Estaduais de Educação, Cultura e Despor­tos, Secretarias Estaduais de Obras, Prefeituras Municipais, Universidades e Instituições de Pesquisas entre outros, o CEDATE apresenta os resultados de uma pesquisa em que se adotou a tecnologia de argamassa armada na construção de escolas rurais localizadas no município goiano de Aba­diania.

A Pesquisa em causa vem sendo desenvolvida pelo Arquiteto João Filgueiras Lima com a colaboração intensa da comunidade local e apoio do Ministério da Educação e Cultura, tendo-se demonstrado pelos protótipos já cons­truídos que é possível, utilizando-se mão-de-obra de baixa qualificação, adotar-se tecnologia avançada e obter-se pro­duto de alta qualidade.

O trabalho inclui um número considerável de especi­ficações técnicas, fotografias e informações outras que po­derão subsidiar os responsáveis pela implantação física de edificações criando uma nova alternativa que permitirá baixos custos e melhoria de qualidade.

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Esta publicação faz parte das atividades de Coopera­ção Técnica do CEDATE e constitui-se em um Projeto Es­pecial da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento - DPD - na busca de soluções construtivas visando a otimização dos recursos disponiVeis, sejam eles humanos, técnicos ou materiais.

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Os grandes investimentos realizados durante as três últimas décadas nos principais centros urbanos do país, es­pecialmente São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília possibili­taram, sem dúvida, um grande desenvolvimento da indús­tria da construção civil. Além disso, as importantes obras de arte realizadas no programa de expansão de rodovias e barragens colocaram o Brasil entre os países mais adian­tados do mundo na tecnologia do concreto armado aplica­da na execução de pontes e grandes estruturas.

Não obstante esse aprimoramento tecnológico es­pecífico, pouco se tem caminhado na solução dos proble­mas de infraestrutura das áreas de baixa renda da periferia dos grandes centros urbanos. A complexidade das inter­venções nessas áreas envolvendo aspectos econômicos, sociais e fundiários exige um posicionamento independen­te e desvinculado da ortodoxia técnica consagrada. No plano físico das favelas, por exemplo, a precariedade e singulariédade na organização dos assentamentos e a pe­culiaridade geográfica e topográfica de cada local inviabili­zam a priori a aplicação de métodos tradicionais de dre­nagem e saneamento básico quer pelos altos custos econô­micos, quer pelos problemas sociais gerados pelo próprio trânsito de equipamentos pesados que determina a remo­ção de um grande números de habitações.

Outra face da mesma questão ocorre no campo e em núcleos rurais do interior, quando os custos indiretos decorrentes do transporte de pessoal técnico, materiais e equipamentos são de tal ordem que se tornam incompa­tíveis com a natureza e valor dos investimentos.

1. Introdução

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Com o objetivo de obter algumas respostas para es­ses problemas realizamos experiências bem sucedidas na urbanização das favelas de Salvador-BA. Nessa oportuni­dade investigamos, através da tecnologia da argamassa ar­mada, o emprego de elementos prefabricados leves (máxi­mo 100 kg) para transporte e montagem manuais, dispen­sando mão-de-obra especializada. Com essas técnicas fo­ram executadas várias intervenções, recrutando grandes contigentes de pessoal nos próprios locais das obras.

Em experiências mais recentes, no município de Abadiânia-GO, retomamos essa investigação orientando o processo para que as prefeituras dos pequenos municípios possam criar uma competência própria na aplicação de tecnologias adequadas a cada tipo de problema e na es­cala de sua demanda. Esse enfoque abrange Não só as intervenções nos pequenos núcleos rurais (urbanização, infraestrutura, construção de edifícios, etc) mas também as do campo (cercas, mataburros, pontes das estradas vi-cinais, etc).

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FOTOS: 1, 2, 3 - Drenagens dos canais do fundo das va­las executadas em Salvador com peças de argamassa arma­da (peso inferior a lOOOkg) para o transporte manual.

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FOTOS: 4, 5, 6 - Drenagens das encostas também execu­tadas em Salvador com a mesma tecnologia.

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Contenções de encostas

As contenções destinadas a estabilização de encostas são formadas pela justaposição de peças de argamassa armada, retas ou em cantoneira, com 30cm de largura e secção em " T " utilizadas para desníveis variáveis de 50cm a 2,50m. A ligação entre elas, na parte superior, é feita por peças em " U " com comprimentos va­riáveis. As juntas verticais são tomadas com bid im.

1 - Armação da peça em cantoneira

2 - Peça em cantoneira 3 - Sucessão de peças 4 e 5 - Contenções concluídas

terreno natural

peças em cantoneira

FOTOS: 7, 8, - Contenções de encostas (muros de arri-mo) também executar em Salvador com a mesma tecno­logia.

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O sistema proposto, de in­dustrialização rudimentar tem as seguintes características funda­mentais: — Utilização de materiais básicos

abundantes na região. — Divisão da execução em duas

etapas distintas: a) execução em local com facili­

dade de energia elétrica e água de componentes prefabricados de argamassa armada, leves pa­ra o transporte manual e com controle rigoroso de acaba­mento e resistências mecâni­cas. Nessa fase concentra-se a mão-de-obra de melhor qualif i­cação que, no entanto, é redu­zida em função dos princípios de industrialização aplicados.

b) execução no canteiro com a utilização de técnicas simplif i­cadas que envolvam grande quantidade de mão-de-obra mas de pouca qualificação e que se extendam a todas as fases desde as fundações aos acabamentos.

A execução das fundações pode ser efetuada simultaneamen­te a dos componentes prefabrica­dos de argamassa armada, redu­zindo dessa forma sensivelmente o período de construção.

A estrutura constitue-se de um tabuleiro em módulos de 5.70 x 3.95 compostos de peças pre-fabricadas de argamassa armada com 30 cm de altura e 18mm de espessura com peso unitário de 180 kg suportando, em vôos de 5.30 m, a carga de camada de concreto que completa a altura f i ­nal de 45 cm. Esse conjunto se

apoia em vigamento de concreto transversal fundido no local com 19.5 cm de largura por 45 cm de altura e 395 m de comprimento e que, por sua vez, descarrega sobre apoios de neoprene nos topos dos pilares. Os pilares no leito do rio são fundidos em formas de arga­massa armada que se incorporam a peça e se engastam em blocos de fundação e tubulões com 0.90 m 0. Os pilares da margem de 30 x 30 cm de secção e altura variável se engastam em tubulões de 0.60m 0.

A escavação manual dos tubulões é protegida por tubos de aço em chapa n° 16 estrutura­da com a própria armação do con­creto. Meia secção dos pilares do

leito do rio se eleva lateralmente 25cm além da base de apoio de forma a impedir eventuais deslo­camentos horizontais do tabuleiro no caso de grandes enchentes que atinjam o seu nível.

forma do pilar em argamassa armada

nervura em argamassa armada

guarda corpo

tabuleiro com 1 módulo

tabuleiro com 3 módulos (protótipo executado)

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FOTOS: 11, 12, 13

Ponte em estrada vicinal executada no município de Aba-diània-Go com elementos prefabricados em argamassa ar­mada (vigas do tabuleiro e pilares).

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18 DESENHO 1

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2. Escolas transitórias

A instabilidade da política agrícola, aliada ao uso predatório da terra, determina a transitoriedade do domi­cilio familiar do trabalhador do campo e o funcionamen­to efêmero das escolas rurais.

O testemunho desse fato é a existência de escolas desativadas e abandonadas, o que representa um desgaste econômico para municípios carentes que siquer conse­guem manter a rede mínima de prédios para atendimento escolar.

Situações como esta precisam ser de algum modo corrigidas, pois anulam o penoso esforço dos pequenos municípios para investirem em educação de base, além de lançarem no comportamento da população sérias descon­fianças quanto ao emprego competente dos recursos pú­blicos.

Soluções capazes de enfrentar um quadro com este grau de complexidade terão sempre que partir de uma per­feita adequação à realidade local, recorrendo criativamen­te, sem preconceitos antigos ou modernos, a recursos tec­nológicos universais e contemporâneos, ou mesmo tradi­cionais, porém abordados de forma atual e eficiente.

Com esse espírito e dando seqüência às experiências que vimos realizando no município de Abadiânia-GO, cria­mos o modelo de escola que designamos de Escola Transi­tória totalmente extensível e demontável mas de industria­lização simples, (des. 1, 2 e 3).

Esta flexibilidade, que permite também um remane-jamento do espaço interno através da movimentação ime­diata de divisórias - quadros de giz, ajudará a minorar as deficiências impostas ao método de aprendizado, em virtu­de de, com freqüência, ter-se que superpor faixas etárias e níveis de instrução diferentes misturados num mesmo am­biente. Além disso, essa solução possibilita a eventual ob­tenção de um espaço amplo, polivalente, também utiliza­do pela própria-comunidade local. (des. 1)

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escola rural para 70alunos - protótipo executado

DESENHO 2

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escola rural para 120 alunos com posto de saúde integrado

DESENHO 3

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sala polivalente - divisória mo'vel com quadro de giz

DESENHO 4

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3. Argamassa armada

As experiências realizadas no Brasil com o material composto de argamassa de cimento e areia e malha de fer­ro são sucedâneas das primitivas pesquisas do francês Jean - Louis Lambot no século passado sobretudo na constru­ção de embarcações e das de Pier Luiggi Nervi na década de 40 que difundiu o material com o nome de ferro-ci-mento.

Nossas experiências que visam somente a ampliação do campo de aplicação do material foram iniciadas em Brasília e retomadas posteriormente em Salvador-BA com a colaboração do Engenheiro Frederico Schiel que nos repassou suas pesquisas realizadas durante sua permanên­cia na Universidade de São Carlos.

Assim, aproveitando sobretudo as características de levesa e flexibilidade do material, o que facilita seu trans­porte manual ou mecânico temos orientado o seu emprego na prefabricação e industrialização, a exemplo das aplica­ções realizadas na União Soviética.

Acreditamos, também, que a execução em usina possibilita a utilização de tecnologia de seleção de agrega­do, de controle do fator água-cimento e de "cura" mais aperfeiçoadas reduzindo em conseqüência os efeitos da forte retração que se verifica nas argamassas com alto teor de cimento.

Infelizmente, ainda não se fabricam no Brasil telas específicas que garantiriam a baixo custo uma distribuição eficiente das armaduras.

As armações de ferro soldado 2,5mm em malha es­paçada de 2,5 cm x 5 cm que temos utilizado não são tec­nicamente ideais, além de onerarem inutilmente os produ­tos.

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Em peças bem delgadas, com a expessura de 1 cm como no caso das placas de isolamento térmico do telhado da escola, usamos um sistema de arame recozido tecido e tenáonado na própria forma, com resultado econômico e técnico excelentes, utilizando-se taxa de ferro inferior a 150 kg/m3.

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4. Características do modelo

O modelo proposto, empregando tecnologia "de ponta", foi concebido para, de forma didática, ser cons­truído pelas próprias comunidades dos municípios do in­terior.

O protótipo executado em Abadiânia-GO, tem a área aberta de 285 m2 e os ambientes internos e exter­nos também exatamente iguais ao do modelo em ma­deira igualmente desmontável executado no mês de se­tembro de 1983. Assim, tornou-se possível estabelecer ri­gorosa comparação entre as duas experiências. (Foto 14)

As nossas conclusões são de que o modelo em arga-massa armada além de mais econômico, o que tenderá a se acentuar com a introdução de técnicas mais aprimoradas de fabricação, oferece ainda as seguintes vantagens:

- Melhor controle do conforto ambiental através de sistemas construtivos específicos mais elaborados;

- Maior resistência e durabilidade; - Baixíssimo custo de manutenção; - Menor incidência de produtos provenientes dos

grandes centros industriais do país, com o conseguinte e desejável aumento do emprego de matéria prima e mão-de-obra locais ou de regiões circunvizinhas no próprio estado;

- Utilização em maior escala de mão-de-obra não qualificada, o que facilita a indispensável participação co­munitária a nível local e municipal;

- Rapidez de execução (o prazo total da experiên­cia incluindo fabricação e montagem foi de 45 dias).

Além disso, devido sobretudo ás características de adaptalidade e extensibilidade dos espaços internos com recursos adicionais de iluminação e ventilação zenitais, o modelo em argamassa armada poderá ser utilizado na construção de escolas urbanas, creches, postos de saúde e pequenos hospitais, (des. 5)

O peso total dos elementos prefabricados do protó­tipo, incluindo pavimentação, é inferior a 45 toneladas com comprimentos menores que 5m, o que viabiliza seu transporte para distâncias consideráveis e a custos aces­síveis.

Com os resultados obtidos nessa experiência piloto, poderíamos afirmar que 5 pequenas usinas de prefabrica-ção um pouco mais aparelhadas do que a de Abadiânia, e localizadas em pontos estratégicos do território de Goiás (com raios de ação inferiores a 200 km) seriam suficientes para atualizar e manter a rede física de ensino básico do

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estado com recursos financeiros incomparavelmente me­nores àqueles que seriam destinados para o mesmo fim utilizando-se técnicas convencionais de construção, (des. 6. Fotos 15,16 e 17)

Evidentemente que, para essa afirmação, não leva­mos em conta os entraves administrativos e políticos que surgiriam para a implantação do sistema. Além disso, o caráter inovador da proposta suscitaria a natural reação dos espíritos mais conservadores.

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FOTO: 14

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escola urbana para 160 alunos

DESENHO 5

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Estado de GOIÁS

FOTOS: 15, 16, 17 Eventual distribuição de pequenas usinas

no território de Goiás

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Foi nossa intenção fugir da metodologia clássica das informações de projeto que não seria alcançada pelas co­munidades dos pequenos municípios que carecem de téc­nicos e oficiais da construção civil. Por outro lado, con­forme comprovou a experiência realizada em Abadiânia, o sistema proposto cria, através de modulação e dis­ciplina de montagem dos componentes prefabricados, uma grande facilidade para o treinamento a curto prazo de pes­soal não qualificado. Assim, organizamos um < esboço de um manual de instruções para a compreensão do proces­so construtivo e montagem das peças, que, se desenvol­vido por técnicos especializados da área de comunicação visual, poderia se constituir em instrumento eficiente para a execução dos prédios.

Posteriormente, quando a direção do CEDATE acei­tou a sugestão da Universidade Católica de Goiás de dirigir este trabalho também aos cursos de arquitetura, procura­mos introduzir nele algumas informações de caráter mais técnico sem, contudo, desvirtuar os objetivos de nossa proposta inicial.

Por isso, mantivemos como fio condutor da apresen­tação o cronograma da obra. A abordagem das informações técnicas mais relevantes de projeto e de construção ou das especificidades dos serviços, surgirão sempre em conse­qüência de sua importância em cada etapa da execução.

5. Descrição do projeto

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Sob o ponto de vista estritamente da construção do prédio é importante que o terreno seja sensivelmente pla­no, afim de evitar-se movimentos de terra onerosos, e que a direção do vigamento principal seja a Norte-Sul, de mo­do que os "sheds" fiquem voltados para o sul. Em con­seqüência as fachadas mais longas, nas quais se localizam a maioria das portas e aberturas dos ambientes internos es­tarão voltados para o norte ou para o sul. A proteção con­tra a insolação norte e das chuvas nessas fachadas são re­solvidos através de amplos beirais (2m) formados pelos balanços do vigamento principal, (des. 7)

6. Escolha do local

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32 DESENHO 7

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7. Módulo construtivo e

módulo estrutural

A escolha do módulo construtivo 114,5 cm x 114,5 m, resultou evidentemente do ajuste de fatores de ordem econômica relacionados com o aproveitamento máximo de materiais industrializados aos de ordem funcional so­bretudo no que diz respeito ao dimensionamento correto dos ambientes internos.

Entretanto, no desenvolvimento do projeto e em conseqüência principalmente do estabelecimento do peso ideal dos componentes prefabricados para atender âs me­lhores condições de transporte e montagem manuais, o submúltiplo 57,25 x 57,25cm, transformou-se pratica­mente na unidade básica de execução do prédio.

A fixação do módulo estrutural mínimo e a do pró­prio sistema de cobertura- com a drenagem das águas plu­viais decorreram sobretudo de fatores ligados á extensi-bilidade da construção, (des. 8)

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DESENHO 8

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8. Limpeza e locação da

obra

Após a limpeza do local e a remoção da camada superficial de terra com raízes e matéria orgânica, é feita a locação da obra, segundo sistema convencional, com ga­barito de madeira nos 4 cantos da construção e ligeira­mente afastada de seu perímetro, que, no caso, cor­responde ao da face interna das canaletas de drenagem. E importante que esse gabarito seja nivelado, de modo a facilitar as operações subsequentes de acerto final do terreno e assentamento das canaletas de drenagem, (des. 9)

Os quatro arames do contorno sa"o esticados no con­torno e o seu esquadrejamento poderá ser feito com o triângulo indicado no desenho. 10 (foto 18).

Os eventuais aterros efetuados na área de constru­ção devem ser bem apiloados com soquetes manuais.

Em seguida serão cravados, rigorosamente apru­mados nos 4 cantos do retángulo, referências (estacas de madeira) com os seus lados internos faceando o cruza­mento dos arames, (des. 11 e 12)

Poderão ser colocados nos lados mais longos da construção uma ou mais estacas intermediárias também aprumadas com o seu lado externo faceando os respecti­vos arames.

Uma vez estabelecido o nível dos passeios externos que contornam o prédio (1,5 cm abaixo dos pisos inter­nos) as referências são serradas no nível superior das cana­letas (4,5 cm abaixo dos passeios que contornam o pré­dio).

Convém proceder uma verificação da locação das referências com o auxilio de prumo de centro, e, como segurança, ao mesmo tempo lançar pequena camada de concreto em torno de cada uma, em nível 35 cm abaixo do seu topo superior (des. 13).

É bom ainda nessa fase fazer uma operação final do nivelamento do terreno (5cm abaixo do topo das re­ferências).

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nivelamento do gabarito 36 DESENHO 9

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DESENHO 10

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FOTO: 18

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DESENHO 11

Page 39: ESCOLA TRANSITÓRIA Modelo Rural

DESENHO 12

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DESENHO 13

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As canaletas de drenagem são peças com 2 cm de espessura e secção padronizada podendo ter ou náo aber­turas em uma das faces para receber tubos de drenagem. Sáo fabricados com os comprimentos de 114cme 228,5cm (1 ou 2 módulos respectivamente) e são assentados com espaçamento de 0,5 cm sobre camada de areia com­pactada de 5 cm de espessura, (des. 14 e 15. Foto 19)

Sáo posicionadas primeiramente as canaletas dos 4 cantos, (des. 16) O nivelamento das bordas superiores no sentido longitudinal é feito com linha de nylon estica­da nas referências e no sentido transversal com nível de pedreiro. É conveniente em seguida assentar as canaletas centrais dos lados maiores de modo a reduzir o risco do acúmulo de erros na distribuição das juntas entre elas. De qualquer forma deverá ser feita uma verificação final da rigorosa distribuição dessas juntas.

Todas as canaletas dos lados maiores serão de 2 mó­dulos, terão aberturas para receber tubos de drenagem vol­tadas para o interior da construção.

9. Canaletas de drenagem

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coloção das calhas de drenagem (assentamento sobre areia)

DESENHO 14

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eixos dos submddulos de 57,25cm impressos nos bordos superiores.

DESENHO 15

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FOTO: 19

Page 45: ESCOLA TRANSITÓRIA Modelo Rural

montagem de calhas de drenagem nos 4cantos da construtção

DESENHO 16

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10. Sapatas de fundação

A demarcação do centro das sapatas de fundação é feita através do cruzamento de linhas que passam no sentido transversal pelas referências impressas nas canale-tas e correspondentes aos rasgos de captação de drenagem, e, no sentido longitudinal nas juntas das canaletas mais próximas dos cantos.

Para estabelecer as dimensões da sapata deve ser fei­ta uma verificação da capacidade de suporte do terreno. É preciso levar em conta também a sua ancoragem no solo uma vez que as eventuais cargas de vento nas fachadas são assimiladas pelos pilares produzindo movimentos também nas fundações.

No caso do protótipo foi adotada para o terreno a taxa de resistência de 500 g/cm2 resultando sapatas de 85cm x 85 cm a uma profundidade de 60cm abaixo do nível das canaletas.

As excentricidades produzidas pelas cargas de vento e as pressões finais no terreno estão indicadas no desenho 17.

O cálice de fundação é uma peça de argamassa ar­mada com 4cm de espessura e cuja forma, em tronco de pirâmide foi estabelecida com a finalidade de facilitar sua fabricação (retirada das formas) ou de sua eventual remo­ção e reaproveitamento, no caso de transferência da esco­la. É fixado na sapata logo após o lançamento dó concre­to, cujo nível superior deve ficar lOcm abaixo do rasgo para encaixe das tubulações de águas pluviais (des. 18).

O alinhamento do cálice é feito com o auxilio das linhas de nylon esticadas nas duas direções e que deverão coincidir com referências impressas no centro dos 4 lados. O nível de sua borda superior é o mesmo do das canaletas de drenagem (des. 19).

Além do cálice e das peças básicas que compõem o módulo estrutural indicadas na figura, foram projetados conjuntos do tipo "shed" para ventilação e iluminação ze-nitais que poderão ocupar o lugar das telhas (des. 20).

No protótipo foram montados duas linhas contíguas totalizando 18 conjuntos nos trechos de cobertura cor­respondentes aos ambientes internos.

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48 DESENHO 17

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DESENHO 18

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concre tagem da sapata c o l o c a ç ã o do c á l i c e de fundação

DESENHO 19

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r

elementos da estrutura

-locas de cobertura para o isolamento térmico

telha capa

telha ti'pica

telha do beira

viga(meio .segmento)

pi lar-

cálice de fundação-

DESENHO 20

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As placas premoldadas de piso de 57cm x 57cm e 3,5cm de espessura são assentadas com juntas de 2,5mm sobre camada de 5cm de areia que deve ser previamente molhada, compactada e sarrafeada por trechos. O nivela­mento e alinhamento de cada fiada se fazem por meio de linhas de nylon esticadas no sentido transversal da construção e usando como referência as ranhuras impres­sas das canaletas de drenagem. As peças são comprimi­das na areia por meio de golpes efetuados com martelo de borracha, (des. 21)

As quatro placas externas que ficam entre os pilares e as canaletas de drenagem serão colocadas posteriormen­te.

As placas correspondentes aos pilares são de fabrica­ção especial com recortes de 8cm x 8cm em um de seus cantos.

As placas dos ambientes internos ficam l,5cm aci­ma das dos passeios e recreio coberto. (Foto 20).

11. Placas de piso

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DESENHO 21

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FOTO: 20

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12. Instalações de água e

esgoto 1? parte

As caixas de inspeção e tubulações de água e esgoto embutidos nos pisos devem ser executados logo após a execução das sapatas de fundação adjacentes, (des. 22).

O posicionamento dos ralos, subidas das tubulações nas paredes e joelhos dos vasos sanitários, levando em con­ta os caimentos, também será feito com linhas de nylon esticadas nas referências das canaletas de drenagem.

Uma vez executadas as tubulações, é lançada cama­da de concreto com 5cm de espessura, nivelada 3cm abai­xo das canaletas de drenagem, de modo a permitir poste­riormente o rebaixo de 2cm nos boxes e um acabamento final mínimo de 2cm de espessura.

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assentamento de placas de piso

montagem de pilares

DESENHO 22

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Os pilares são peças de argamassa armada com a secção externa de 15 x 15cm com ranhuras de 1,5 x 4cm em cada face (para encaixe das divisórias, marcos das por­tas, alimentação de interruptores e tomadas), ocos, com uma secção tubular interna de 6,3cm que serve para desci­da de águas pluviais. (Fotos 21 e 22).

A fixação dos pilares deverá ser feita de preferên­cia em 2 etapas. Na 1a etapa eles serão nivelados e apru­mados no cálice de fundação com auxilio de suportes es­peciais cravados nas juntas das placas contíguas. A arga­massa nessa fase ficará abaixo do furo inferior para águas pluviais. Na 2a etapa, após a montagem do tubo de plás­tico de 2" que faz a conexão entre o furo do pilar e a abertura respectiva da canaleta de drenagem, será lançada camada de argamassa até o nivel da face superior do cáli­ce, (des. 22, 23 e Foto 23)

Em seguida serão assentadas as 4 placas de piso en-Em seguida serão assentadas as 4 placas de piso en-P I L A R E S tre as canaletas de drenagem e os pilares. 57

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FOTOS: 21, 22

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assentamento de placas de piso

montagem de pilares

DESENHO 22

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f ixação do pilar - I a fase f i xação do pi lar - 20, fase

DESENHO 23

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FOTO: 23

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As vigas foram projetadas em dois segmentos iguais, com 4,86 cm de comprimento cada, para facilitar seu ma­nuseio e possibilitar seu transporte em caminhões conven­cionais, capazes de transitar nas precárias estradas vici-nais. (Fotos 24, 25, 26 e 27)

As duas peças são conectadas no meio do vão por um parafuso de 1" localizado na zona de tração e por uma lâmina vertical de argamassa de cimento e areia com lcm de espessura fundida na zona de compressão após o ajus­te do parafuso. A viga deve permanecer apoiada em cava-lete central durante um mínimo de 24 horas, quando se verificarem resistências á compressão da argamassa compa­tíveis com as tensões produzidas pelo seu peso próprio, (foto 28, des. 24 e 25, Fotos 29, 30, 31 e 32)

As situações mais características de carregamento estão indicadas no desenho 26.

As secções da peça embora esbeltas estão superdi-mensionadas para os esforços existentes, mesmo para as tensões de cizalhamento no carregamento máximo, que não ultrapassam 25kg/cm2 (a alma da peça, com 2,2cm de espessura tem duas telas fio 2,5mm e malha 2,5cm x 5cm) (des. 27).

A análise das deformações para os diversos carrega­mentos entretanto, em função da proposta de cobertura e solução dada para as águas pluviais, foi feita de forma muito minuciosa. Assim, além das peças serem confec­cionadas com contraflexas de 1,5cm no centro do vão e extremos dos balanços, qualquer flexa que ocorra superior a 0,5cm (a flexa máxima para a situação mais desfavorá­vel é de l,8cm no centro do vão) deverá ser sempre cor­rigida pelo reaperto do parafuso central, de modo a serem mantidos os caimentos convenientes para as águas pluviais, (des. 28)

Estruturalmente, as vigas trabalham simplesmen­te apoiadas. Os tubos de ferro galvanizado que fazem sua conexão com os pilares e que impedem seu eventual tom-bamento, têm uma folga de 3mm no estojo de ambas as peças. Assim, mesmo no caso das deformações mais acen­tuadas ou durante a operação de regulagem dos parafusos a viga gira livremente sobre o apoio.

Os parafusos e aparelhos de apoio aos quais são sol­dadas as armaduras de tração para os momentos positivos recebem tratamento de galvanização como proteção con­tra a oxidação. O uso de CA-24 nessas peças se justifica

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em função do custo e disponibilidade no mercado, e nas armações positivas pelas facilidades na execução das soldas.

Foram projetadas na parte inferior da viga cor­respondente à zona de apoio sobre os pilares rasgos de 1,5cm de profundidade no sentido transversal, longitudi­nal e contornando a área furada, e que se destinam á pas­sagem posterior de fiações elétricas. Além disso, nessa área sulcada encaixam-se aparelhos metálicos nos quais são aparafusados perfis de chapa dobrada secção "U" que não só proporcionam a necessária ligação longitudinal su­perior entre os pilares mas também servirão para a distri­buição das instalações elétricas, (des. 29 e 30)

Essa área sulcada determina o seccionamento do sis­tema de apoio viga-pilar em 4 áreas distintas. Embora os valores das tensões de compressão sejam muito baixos mesmo no caso da viga se assentar em apenas uma dessas áreas, para evitar excentricidades indesejáveis, são utiliza­das lâminas de chapa galvanizada de diversas espessuras que são selecionadas e introduzidas nos apoios durante a operação de montagem, de modo a garantir o posiciona­mento rigorosamente aprumado da viga sobre o pilar.

FOTOS: 24, 25 e 26

FOTOS: 27, 28 e 29

FOTOS: 30, 31 e 32

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f ixação dos pilares ligação das drenagens dos pilares montagem das vigas

6 DESENHO 24

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F

DESENHO 25

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DESENHO 26

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DESENHO 27

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DESENHO 28

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DESENHO 29

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DESENHO 30

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As telhas são de dois tipos: a telha padrão com 56,5cm x 223cm e nervura central, e a telha especial para os beirais com 28cm x 223cm sem nervura central, (des. 20).

Os extremos das telhas são providos de pingadeiras que ao mesmo tempo evitam seu eventual deslizamento longitudinal sobre as vigas.

São fabricadas com contraflexas de l,5cm para o escoamento das águas pluviais.

As capas de telha que fazem a conexão entre duas telhas consecutivas têm desempenho estrutural indepen­dente e nos cantos superiores são providas de pequenos encaixes de lcm aos quais poderão se ajustar as placas que formam o colchão de isolamento térmico. Estas últi­mas têm apenas lcm de espessura, e são executadas com malha de arame recozido n° 18 fixada em pinos nas late­rais das formas e tensionada por meio de parafusos an­tes do lançamento da argamassa. (des. 31 e 32, foto 33)

Os sheds, que opcionalmente poderão ocupar o lu­gar das telhas, são constituídos de duas peças denominadas SI e S2 que servem respectivamente para o escoamento das águas pluviais e para a formação de colchão de ar de isolamento térmico, e de duas outras, simétricas, denomi­nadas S3 que servem de apoio às duas primeiras e que por sua vez se encaixam nos bordos da viga. As peças S3 são fixadas com parafusos nas extremidades de perfis de ferro dobrado que também servem para fazer a conexão do con­junto com as telhas adjacentes, (des. 33, 34, fotos 34, 35 • 36).

Foram previstos ainda dois perfis adicionais também de chapa dobrada destinados a fixação superior a inferior de placas de plástico translúcido que lateralmente se en­caixam em rasgos previstos nas peças S3.

15. Telhas

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Os conjuntos de sheds, com as aberturas voltadas para Sul, possibilitam como já foi dito a entrada adicional de luz zenital, recurso extremamente eficiente sobretudo nas escolas rurais na maioria das vezes desprovidas de abas­tecimento de energia elétrica. Além disso, o efeito de suc­ção proporcionado pelos ventos dominantes que sopram do quadrante NO e através de uma abertura de 5cm pro­jetada entre a parte superior de peça S2 e o caixilho su­perior, promove a extração do ar quente que se aloja nas partes mais altas do espaço interno, (des. 32)

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DESENHO 20 75

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montagem das vigas montagem das telhas montagem dos "sheds"

DESENHO 31

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DESENHO 32

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DESENHO 33

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DESENHO 34

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FOTOS: 34, 35, 36

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As divisórias são sempre montadas sobre rodapés e podem formar paredes simples ou duplas com ou sem colchão de ar ventilado. Sáo encaixadas em canaletas me­tálicas especificas alojadas na parte inferior das vigas, ou entre pilares no sentido longitudinal e fixadas sempre jun­tamente com as canaletas destinadas a passagem de fia-ções elétricas. As paredes secundárias que não corres­pondem a essas direções principais são encaixadas em canaletas fixadas nos extremos nas próprias canaletas das vigas. (Des. 35, 36, Fotos 37 e 38).

A fixação inferior, juntamente com os respectivos rodapés, é feita com cruzetas de ferro galvanizado crava­das nas juntas de intersecção de 4 placas de piso. (des. 37e38).

As divisórias dos banheiros que formam parede du­pla são montadas após a execução dos ramais verticais das tubulações de água e esgoto, (des. 38).

16. Divisórias

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DESENHO 36

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FOTOS: 37,38

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DESENHO 37

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DESENHO 38 m o n t a g e m das divisór ias

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DESENHO 39

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17. Instalações elétricas

As instalações elétricas podem ser executadas após a construção da escola.

As fiações entram pelo piso em eletroduto e ganham a divisória externa na sala dos professores onde se localiza o quadro distribuidor. Dai seguem ainda em eletroduto convencional até a canaleta de instalações corresponden­te á essa divisória e a partir desse ponto seguem nas cana-letas existentes entre pilares e nas canaletas encaixadas nas vigas e que fazem a distribuição para as luminárias, to­madas e interruptores, (des. 39)

A alimentação das tomadas e interruptores desce das canaletas, nas juntas das divisórias, e são protegidas por "U" metálico de acordo com a indicação do desenho. Também podem eventualmente descer nas ranhuras dos pilares dos pátios cobertos, (des. 40)

As luminárias fluorescentes de 2 lâmpadas de 40 W são apoiadas nas vigas e conectadas á respectiva canaleta de alimentação. São constituídas de um perfil em chapa de ferro dobrada com 6 x 6 cm de secção e no interior do qual se aloja o reator. Lateralmente são fixados os soque-tes das lâmpadas e duas aletas de reflexão.

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DESENHO 40

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DESENHO 41

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As portas sao do tipo almofadado com estrutura de madeira fixada por espigas e com rebaixos para receber placas duplas de "eucaplac" ou "duraplac" fixadas com baguetes também de madeira, (des. 41)

Os batentes laterais conectados ás divisórias são compostos de 3 peças de madeira fixadas somente no piso (nas cruzetas das divisórias) e no teto (nas canaletas de fixação das divisórias). Os marcos nos pilares são metáli­cos em chapa dobrada e funcionam apenas como vedação.

As dobradiças são do tipo pivô fixadas no piso tam­bém por sistema de cravação. O conjunto superior é fixa­do em peça de madeira encaixada na canaleta metálica de fixação das divisórias, (des. 42, fotos 39,40 e 41).

18. Portas

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marco e porto de macieira

DESENHO 42

"eucaplac" 15 mm ou "duraplac

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DESENHO 43

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FOTOS: 39, 40, 41

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A caixa d'água é montada com 4 elementos básicos executados em argamassa armada: (des. 43)

- Pilar tubular com diâmetro externo de 20cm, e 3,50m de comprimento, fixado em sapata fundida no lo­cal;

- Anel cônico de transição aparafusado no pilar; - Anéis cilíndricos superpostos com 50 cm de altu­

ra. Cada anel corresponde a uma capacidade de armaze­nagem equivalente a 500 litros;

- Tampa circular com 2cm de espessura encaixada no último anel.

As juntas dos anéis são tomadas externamente com argamassa de cimento e areia, e internamente com mate­rial plástico de vedação.

O limite máximo de capacidade da caixa é de 3.200 litros (6 anéis).

Embora a elaboração técnica desse projeto tenha si­do concluída, o protótipo não foi executado porque a falta de expectativa quanto á construção de mais prédios sem repetição do uso das formas acarretaria um ônus ex­cessivo ao custo da escola.

Foi executado um reservatório metálico, em chapa galvanizada pintada. (Fotos 42,43 e 44).

19. Caixa d'água

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DESENHO 44

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FOTOS: 42, 43, 44

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20. Fossa séptica e ligação

final do esgoto

Tal como ocorreu na caixa d'água, também pela limitação de verbas para a execução de formas, desistimos de desenvolver os projetos de fossas sépticas, embora os consideramos de maior importância para a melhoria das condições de saneamento dos pequenos municípios, que na sua quase totalidade não possuem sistemas de coleta e tratamento dos esgotos.

Foi construída, em alvenaria de tijolos maciços, uma fossa do tipo convencional com 3 câmaras.

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Os quadros de giz móveis sobre quatro rodízios com acabamento em borracha maciça, sáo constituídos de perfis de chapa dobrada formando caixilhos nos quais são fixadas placas de "duraplac" ou "eucaplac" de 15mm de espessura pintadas na cor verde oliva específica (des

)0 44, fotos 45 e 46).

21. Quadro de giz

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22. Informações gerais sobre a

execução do modelo

1 - ÁREA DE CONSTRUÇÃO - Área de ensino - 2 ambientes divisiveis por dois

quadros de giz sobre rodízios totalizando 92m2 de cons­trução e com capacidade para 70 alunos.

- Sala da professora - 7,90m2

- Cozinha - 7,90m2

- 4 sanitários completos - 21,00m2

- Circulação e recreio cobertos - 155m2

- Área total coberta - 285m2

- Área total pavimentada — 420m2

2 - CONSUMO DE MATERIAIS BÁSICOS - Serviços executados no local (serviços prelimina­

res, fundações, caixas de inspeção para esgotos, ligações finais de drenagem, fossas, fixação da caixa d'água, etc).

- Cimento - 60 sacos. - Agregados - 6m3

- Tijolos maciços - 3.000 unidades - Pavimentações premoldadas

Agregado (areia) para assentamento - 18m3

Cimento - 100 sacos Tela (fio 2,5mm, malha 5x5cm) - 700kg Agregado para confecção - 15m3

Peso total das placas - 3.550kg - Argamassa armada

Agregado para confecção - 17m3

Cimento - 240 sacos Tela (malha 2,5cm x 5cm - fio 2,5mm) - 2.900kg Ferro para armações - 1,350kg Arame recozido n9 18 - 280kg

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Peso total dos elementos prefabricados - 41.500kg Formas de aço para confecção das peças - 2.200kg

- Perfis de chapa de ferro dobrada para fixação de painéis, canaletas de instalações, quadros de giz, etc. — 1.150kg

- Painéis de madeira (portas, etc.) - 25 unidades com 57m2

- Plástico translúcido dos sheds - 13m2

- Placas de "Eucaplac" ou "Duraplac" para execu­ção das portas - 72m2

3 - MÃO DE OBRA DE CONFECÇÃO E MONTAGEM (incluindo o treinamento de pessoal e excluída a con­fecção de formas)

- 7.100 Homens/Hora com emprego total de mao de obra da Prefeitura ou contratada no próprio município de Abadiânia.

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1 2 3 4 5

PRANCHA 1 PLANTA BAIXA

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SALA DE AULA

PROFESSARA-DEPÓSITO

-SANITÁRIO RECREIO COBERTO

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PRANCHA 2 CORTE TRANSVERSAL CORTE LONGITUDINAL ELEVAÇÕES

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PRANCHA 3 DETALHE HIDRO-SANITÁRIO

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PRANCHA 4 DETALHE SISTEMA PLUVIAL

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PRANCHA 5 DETALHES PLACAS/PILARES

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FICHA TÉCNICA

Composição do Texto: IBM-Composer Fonte: Corpo 10 Mancha: 19 Picas x 16.5 cm Uma coluna

FOTOLITO: Filme Du-Pont - traço Cronaline - CUF-4 Filme Kodak - fotos Kodalith-2556 Ortocromatica Tipo - 3

IMPRESSÃO: Sistema OFF-SET Máquina: Multil ith- 1850 Chapas: Hoechst - Kalle Ozazol - N21 Tinta: Supercor - Linha 6.000 Papel Interno: Chambril 90 G/m2

CHAMPION PAPEL E CELULOSE S.A./S.P. Papel Capa: Cartão Supremo 250 G/m2

SUZANOFEFFER - São Paulo

ESTA OBRA FOI EXECUTADA NA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS Vice-Reitoria Administrativa - Divisão Gráfica e Editorial Av. Universitária, 1440 - Fone: 225-1188 - Ramal 147 Goiânia - Goiás / BRASIL

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