ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL ESAB CURSO DE … · 2015-04-23 · estatística e bioestatística...
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ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL – ESAB
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM
EDUCAÇÃO MATEMÁTICA COMPARADA
LÍVIA NORDI DOVIGO
O ENSINO DA MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA NOS CURSOS DE
GRADUAÇÃO DA ÁREA DA SAÚDE
VILA VELHA – ES
2012
LÍVIA NORDI DOVIGO
O ENSINO DA MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA NOS CURSOS DE
GRADUAÇÃO DA ÁREA DA SAÚDE
Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Educação Matemática Comparada da Escola Superior Aberta do Brasil como requisito para obtenção do título de Especialista em Educação Matemática, sob orientação da Profa. Kéttini Upp Calvi.
VILA VELHA – ES
2012
LÍVIA NORDI DOVIGO
O ENSINO DA MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA NOS CURSOS DE
GRADUAÇÃO DA ÁREA DA SAÚDE
Monografia Aprovada em ... de ... de 2012.
Banca Examinadora
___________________________
___________________________
___________________________
VILA VELHA – ES
2012
DEDICATÓRIA
À Deus.
Estando dentro de mim, é meu conforto e paz.
Andando ao meu lado, me acompanha carinhosamente.
Passando a minha frente, vai abrindo os caminhos.
Estando acima de mim, derrama graças constantes.
Caminhando atrás de mim, segue me protegendo.
A Ele toda a honra, gloria e poder!
Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para
os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança.
(Cl 3.23-24)
AGRADECIMENTO
A minha querida família, pelo apoio e carinho.
À Escola Superior Aberta do Brasil – ESAB, agradeço pela oportunidade concedida.
À todos as instituições de ensino e aos professores que gentilmente cederam as
informações necessárias para a realização deste trabalho.
À professora Kéttini Upp Calvi pelas correções e sugestões que auxiliaram na
melhoria da qualidade deste trabalho.
RESUMO
Para que as universidades possam planejar o ensino de qualidade dos conceitos de estatística e bioestatística em cursos da área de saúde, como é o caso da odontologia, é importante se verificar como tais disciplinas estão presentes nas grades curriculares. Por essa razão este estudo teve como objetivo investigar o ensino da matemática, cálculo e bioestatística nos cursos de graduação em Odontologia do estado de São Paulo. Foi realizado um estudo observacional não analítico para avaliação das disciplinas matemática, cálculo e bioestatística que são oferecidas a alunos de cursos públicos de graduação em Odontologia do estado de São Paulo. Para possibilitar a discussão das questões teóricas sobre a importância e a metodologia de ensino, foi realizado levantamento bibliográfico. De acordo com a busca realizada na página do Ministério da Educação, foram selecionadas sete instituições de ensino públicas que continham cursos de graduação em Odontologia. A partir disso, foi possível levantar a grade curricular dos cursos selecionados, bem como o programa das disciplinas de interesse. Foi considerada oportuna a inclusão de disciplinas de metodologia científica e epidemiologia e a análise de seus programas, pois estas estavam presentes nas grades curriculares de algumas instituições. Os resultados mostraram que todas as instituições avaliadas oferecem disciplinas de bioestatística na grade curricular da graduação em odontologia. Por outro lado, nenhuma possui disciplinas de matemática, cálculo e estatística pura. Algumas disciplinas não incluem no seu programa tópicos de análise de dados por meio de inferência, o que pode levar o aluno a um despreparo para leitura de artigos científicos. Isto se justifica tendo em vista que o levantamento da bibliografia sugeriu que cada vez mais os trabalhos científicos publicados vêm utilizando análises estatísticas sofisticadas que exigem conhecimento prévio por parte do leitor. Um aspecto interessante foi que, em uma instituição, existe uma ênfase grande a leitura de artigos científicos, pois uma disciplina específica a este objetivo é ministrada após a disciplina inicial de bioestatística. Também foi notado que algumas instituições já incluíram em seu programa de ensino tópicos relacionados à utilização de softwares auxiliares para análise de dados. No entanto, a inclusão desses tópicos se restringe a poucas disciplinas, o provavelmente é devido à carga horária restrita em alguns casos.
Palavras-chave: Ensino. Interpretação Estatística de Dados. Bioestatística
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................... 7
2. QUESTÕES TEÓRICAS SOBRE A IMPORTÂNCIA E A
METODOLOGIA DE ENSINO DA MATEMÁTICA, CÁLCULO E
BIESTATÍSTICA NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO NA ÁREA
DA SAÚDE ................................................................................... 12
3. RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO: ANALISE DOS
PROGRAMAS E CONTEÚDOS DAS DISCIPLINAS EM
ESTUDO ................................................................................ 21
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................. 44
5. REFERÊNCIAS ................................................................... 46
ANEXOS ................................................................................. 49
7
1. INTRODUÇÃO
A estatística pode ser considerada uma ferramenta importante na tomada de
decisões clínicas pelos profissionais da área da saúde (WINDISH, 2011). Nas
especialidades relacionadas à área da saúde, como medicina, odontologia,
fisioterapia e farmácia, a qualidade de atendimentos depende do fundamento
propiciado pelo conhecimento científico no qual a prática clínica será embasada.
Berquó et al. (1981) sugere que o pensamento científico se dá inicialmente ao nível
de uma linguagem teórica sobre conceitos e hipóteses científicas, para cuja
comprovação é necessário a passagem a outro nível, o da linguagem operacional. É
neste segundo nível que se situam as hipóteses estatísticas. Formulada a hipótese
estatística, o passo seguinte consiste em testá-la. Para isso, devem ser delineados
os planos para a coleta, organização e análise dos dados, além das regras de
decisão. De forma geral, o processo lógico para a produção de conhecimento
científico envolve inferências tanto indutivas como dedutivas, e o papel da estatística
está em contribuir junto ao investigador na formulação das hipóteses estatísticas e
fixação de regras de decisão, no fornecimento de técnicas para um adequado
delineamento da pesquisa, na coleta, tabulação e análise dos dados e em prover
testes de hipóteses a serem realizados de tal modo que a incerteza da inferência
indutiva possa ser expressa em um nível probabilístico pré-fixado.
Nesta perspectiva, os métodos estatísticos são utilizados para a construção ativa do
conhecimento, já que possibilitam aos pesquisadores uma base metodológica para
planejamento de ensaios laboratoriais e clínicos, assim como a análise da
casualidade ou não dos resultados encontrados. Além disso, fornece aos
profissionais ferramentas para auxiliar a compreensão dos trabalhos de investigação
científica e analise crítica dos estudos publicados. Nos cursos da área da saúde, os
conceitos de estatística e os cálculos matemáticos associados a ela são
normalmente ministrados em disciplinas de biestatística (LIMA, 2010).
8
Segundo Berquó et al. (1981) o papel da estatística na pesquisa científica está em
contribuir para formulação de hipóteses, delineamento da pesquisa, coleta,
tabulação e análise dos dados empíricos, e prover testes de hipóteses. Neste
contexto, o ensino da bioestatística durante o curso de graduação é essencial para a
adequada formação do profissional, e deve contemplar o ensino de matemática e
cálculo associado ao pensamento da estatística que envolve a contextualização e o
significado dos dados oriundos de pesquisas odontológicas. No entanto, estudos
sugerem que profissionais da área médica possuem conhecimento limitado acerca
de técnicas estatísticas comuns e muitas vezes não são capazes de interpretar
resultados apresentados em artigos científicos (BERWICK, 1981; WEISS, 1980;
WINDISH, 2011; WULFF, 1987). O trabalho de Cassiani e Rodrigues (1998) mostra
que esta parece ser uma realidade em áreas como a enfermagem, e cita o estudo
de Rodrigues Mendes e Trevizan (1993) no qual os autores afirmavam que o
despreparo de um enfermeiro para a elaboração de um projeto de pesquisa, bem
como deficiência na aplicação dos resultados científicos na prática clínica pode ser
atribuída à pequena ênfase dada nos currículos dos cursos de graduação a temas
como metodologia de pesquisa.
A deficiência na formação do pensamento estatístico também parece se refletir na
qualidade das informações publicadas por pesquisadores, pois não parece incomum
que artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais apresentem
problemas no conteúdo estatístico apresentado (AMBROSANO, 2004).
Para que as universidades possam planejar o ensino de qualidade dos conceitos de
estatística e bioestatística em cursos da área de saúde, como é o caso da
odontologia, é importante se verificar como tais disciplinas estão presentes nas
grades curriculares. Por essa razão este estudo teve como objetivo geral investigar a
presença do ensino da matemática, cálculo e bioestatística nos cursos de graduação
em Odontologia do estado de São Paulo. Para isso, foi realizado um estudo
observacional não analítico para avaliação das disciplinas matemática, cálculo e
bioestatística que são oferecidas a alunos de cursos de graduação em Odontologia.
9
Quatro objetivos específicos foram delineados, a saber: 1. Abordar as questões
teóricas sobre a importância e a metodologia de ensino da matemática, cálculo e
biestatística nos cursos de graduação por meio de um levantamento da literatura
disponível; 2. Levantar os cursos de graduação existentes no estado de São Paulo,
em instituições de ensino superior públicas; 3. Levantar o currículo oficial existente
nas instituições selecionadas para verificação da presença das disciplinas em
estudo; 4. Analisar os programas e conteúdos das disciplinas em estudo.
Para possibilitar a discussão das questões teóricas sobre a importância e a
metodologia de ensino da matemática, cálculo e biestatística (objetivo específico de
número 1), foi realizado levantamento bibliográfico em nos portais da internet como
o Portal da Periódicos da CAPES, o Portal Biblioteca Virtual em Saúde e no Portal
do ‘National Center for Biotechnology Information – NCBI’. As palavras-chave
utilizadas para a busca de artigos pertinentes ao assunto foram estatística,
bioestatística, ensino (‘statistics’, ‘biostatistics’ e ‘teaching’, nos sites de língua
inglesa).
Para a pesquisa de campo, inicialmente foi realizado um levantamento dos cursos
de graduação que se enquadram nos critérios de interesse: cursos de graduação em
Odontologia, oferecidos por instituições públicas, do estado de São Paulo,
credenciadas ao Ministério da Educação (MEC). Esta busca foi realizada por meio
de consulta no MEC, disponível no endereço eletrônico
http://portal.mec.gov.br/index.php. Neste endereço eletrônico, foi utilizado o link
‘Instituições credenciadas’, seguido do link ‘Autorização’. A busca direcionada
(Consulta textual Curso Gratuidade do curso) gerou um relatório de consulta
pública com 8698 cursos de diversas áreas. Desses, 52 cursos eram de Odontologia
(Quadro A1, na seção Anexos), sendo que 7 cursos pertenciam ao estado de São
Paulo, os quais foram selecionados para compor a pesquisa de campo.
A partir disso, foi possível levantar a grade curricular dos cursos de Odontologia
selecionados, bem como o programa das disciplinas de interesse. Inicialmente,
buscou-se pelas disciplinas de Matemática, Cálculo e Bioestatística. No entanto, foi
10
considerada oportuna a inclusão de disciplinas de Metodologia Científica e
Epidemiologia e a análise de seus programas, pois estas estavam presentes nas
grades curriculares de algumas instituições. Esta decisão foi baseada nas
informações coletadas durante o levantamento da literatura, já que diversos autores
destacam que as técnicas pertinentes a Bioestatística, Metodologia Científica e
Epidemiologia complementam-se na formulação dos problemas de pesquisa, no
delineamento das investigações, na formulação e teste das hipóteses e na obtenção
de conclusões dos estudos (BADGLEY, 1961; LIMA, 2010). Além disso, em algumas
instituições os tópicos de bioestatística, metodologia científica e epidemiologia são
apresentados em uma única disciplina.
Algumas instituições disponibilizam todas as informações sobre a grade curricular e
programa das disciplinas na página da internet da faculdade. Nos casos em que as
informações não estavam disponíveis, foi realizado contato por ‘email’ para solicitar
a grade curricular e o programa das disciplinas. De posse dos documentos
coletados, uma ficha foi desenvolvida para o cadastramento das informações das
disciplinas avaliadas, como o nome da disciplina, seus objetivos, o programa de
ensino e a forma de avaliação. Estas estão apresentadas na seção Resultados da
Pesquisa de Campo, mais adiante nesta monografia.
12
2. QUESTÕES TEÓRICAS SOBRE A IMPORTÂNCIA E A
METODOLOGIA DE ENSINO DA MATEMÁTICA, CÁLCULO E
BIOESTATÍSTICA NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO NA ÁREA DA
SAÚDE
Com descrito na seção Introdução, o primeiro objetivo específico do presente
trabalho é abordar as questões teóricas sobre a importância e a metodologia de
ensino da matemática, cálculo e biestatística nos cursos de graduação. Isto pôde ser
executado após o levantamento da literatura disponível acerca do assunto de
interesse.
2.1 A MATEMÁTICA, A ESTATÍSTICA E A BIOESTATÍSTICA
Nos dias atuais ainda é comum observar uma grande dificuldade por parte dos
estudantes das áreas relacionadas a biologia e medicina na compreensão de
conceitos matemáticos. Segundo Valente (2000), uma grande ansiedade em relação
à matemática é frequentemente observada em alunos das áreas médicas. Este autor
afirma que alunos vivenciam muita ansiedade já que frequentemente antecipam as
possíveis dificuldades que poderão ser encontradas, sendo este obstáculo não da
matemática em si, mas criado pelos próprios alunos em resposta as experiências
passadas.
Especificamente nos cursos de graduação na área da saúde, o ensino da
matemática está frequentemente associado ao ensino da estatística. Silva et al.
(2002) mostraram que a atitude negativa relação à estatística por parte de
13
estudantes universitários pode estar relacionada à atitude em relação à matemática
desenvolvida durante a trajetória escolar do estudante. Por outro lado, o estudo de
Pimenta et al. (2010) mostraram que estudantes e profissionais da saúde em
formação apresentavam uma boa percepção das competências da estatística e
reconheciam o valor desta matéria, apesar de a considerarem difícil. Estes autores
avaliaram diferentes grupos de profissionais da saúde em formação, entre eles
medicina, enfermagem e farmácia, da região norte de Portugal (PIMENTA, 2010).
Um estudo conduzido em uma universidade de medicina na Malásia também
mostrou que os estudantes de graduação reconhecem a relevância de se estudar
bioestatística e epidemiologia para uma adequada formação como profissionais da
saúde (DAHER e AMIN, 2010). Entretanto, os estudantes apontaram a pouca
duração dos cursos e a falta de exercícios práticos como sendo as principais causas
do baixo interesse dos estudantes durante para essas disciplinas (DAHER e AMIN,
2010). No Brasil, Bonafé et al. (2010) avaliaram a atitude de discentes e docentes de
uma Faculdade de Ciências Farmacêuticas em relação à Bioestatística e verificaram
que a maioria dos participantes apresentou atitude positiva em relação à
Bioestatística. Foi descrito que os estudantes que relataram bom desempenho em
Bioestatística apresentaram proporção significativamente maior de atitude positiva
em relação aos demais (BONAFÉ, 2010).
Tendo em vista que, no contexto escolar, a estatística é uma parte da matemática,
poder-se-ia supor que ambas as disciplinas possuem similaridades em seu ensino.
Isto é apenas parcialmente verdadeiro uma vez que a estatística agrega em seu
conteúdo princípios de aleatoriedade e incerteza que não fazem parte do conteúdo
lógico ou determinístico da matemática. A estatística é uma área do conhecimento
que se encarrega de orientar a coleta, resumo, apresentação, análise e
interpretação dos dados (CALLEGARI-JACQUES, 2004). Já, a bioestatística, é a
aplicação dos métodos estatísticos às ciências que estudam aspectos vitais como
Medicina, Biologia, Nutrição, Fisioterapia, Odontologia, Farmácia, Psicologia,
Enfermagem, Veterinária, Agronomia, Engenharia Ambiental e outras (ARANGO,
2005). Assim, pode-se sugerir que os conteúdos matemáticos auxiliam na
compreensão, porém a estatística e a bioestatística trabalham com conteúdos e
valores distintos aos da matemática.
14
De acordo com Nelder (1986), o desenvolvimento teórico da estatística não poderia
ter ocorrido sem a matemática. No entanto, um aspecto que vem sendo alvo de
discussões é a simplificação da matemática quando o ensino é voltado para a
formação de profissionais de outras áreas que serão usuários da estatística, e não
estatísticos propriamente ditos (SILVA, 2002). A importância da matemática na
estatística deve ser destacada e quanto mais fundamento matemático o indivíduo
possuir, menor será a probabilidade de se cometer erros. Porém, com o advento de
programas estatísticos computadorizados, o conhecimento de matemática pelos
alunos não estatísticos pode ser mais superficial e o professor pode dar prioridade
ao ensino e desenvolvimento do pensamento estatístico.
2.2 A EDUCAÇÃO ESTATÍSTICA
Alguns autores defendem a existência de três competências fundamentais que
devem ser desenvolvidas na educação estatística: a literacia, o pensamento e o
raciocínio estatístico (CAMPOS, 2007; RUMSEY, 2002; CHANCE, 2002). De forma a
resumir e simplificar as três competências para educação estatística, delMas (2002)
sugeriu alguns itens essenciais como uma orientação para se desenvolver a
educação estatística (Quadro 1).
Schield (1999) sugeriu que a literacia estatística se refere à tomada de decisões
utilizando estatísticas como provas, assim como a capacidade de leitura centra-se
em usar palavras como evidência. A autora entende que literacia estatística é uma
competência como leitura, escrita ou fala, e envolve duas habilidades de comuns à
leitura: compreensão e interpretação (SHIELD, 1999). Além disso, segundo Gal
(2002) a educação para literacia estatística é baseada na ativação conjunta de cinco
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bases de conhecimento inter-relacionadas (alfabetização, estatística, contexto,
matemática e crítica), juntamente com um grupo de disposições e crenças.
Quadro 1. Itens essenciais ou tarefas que podem distinguir as três competências de
ensino estatístico.
LITERÁCIA RACIOCÍNIO PENSAMENTO
Identificar
Descrever
Reformular
Traduzir
Interpretar
Ler
Por que?
Como?
Explicar o processo
Aplicar
Criticar
Avaliar
Generalizar
Fonte: DelMAS, R. C. Statistical Literacy, Reasoning, and Learning: A Commentary. Journal of Statistics Education, v. 10, n. 3, 2002.
Rumsey (2002) destacou diversas definições sugeridas para literacia estatística,
publicadas em diferentes artigos científicos. No entanto, esta autora sugeriu que
este termo é muito amplo, e mesmo após uma vasta revisão da literatura pertinente,
não foi possível encontrar uma definição consistente ao termo. Por essa razão, a
autora propôs a utilização de dois termos que se referem aos objetivos da
aprendizagem com relação à literacia: a competência estatística e a cidadania
estatística (do inglês ‘statistical competence’ e ‘ statistical citizenship’,
respectivamente). A competência estatística se refere inicialmente a promoção de
conhecimento e consciência sobre os dados, e sugere que o professor se preocupe
em mostrar aos alunos o motivo pelo qual os dados foram coletados, qual o objetivo
do pesquisador para que fosse realizada esta coleta. Isso pode ser conseguido por
meio da contextualização dos dados e da utilização de exemplos relevantes para a
realidade dos estudantes (RUMSEY, 2002).
Como descrito anteriormente, a segunda competência fundamental para adequada
educação estatística é o desenvolvimento do pensamento estatístico nos alunos.
Snee, em 1999, sugeriu que o desenvolvimento do pensamento estatístico é uma
etapa importante na evolução da estatística como disciplina. Segundo Chance em
2002, muitos textos utilizam o termo ‘pensamento estatístico’, mas poucos
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conseguiram definir o significado destas palavras. Gigerenzer (1998) destacou que o
pensamento estatístico consiste em fazer uma escolha informada entre as várias
técnicas disponíveis, e por isso, pode ser considerado como uma arte ao invés de
um procedimento meramente mecânico. Um pensador estatístico é aquele que
questiona o que lhe é apresentado e procura extrair dos dados o seu significado real
dentro do contexto que se aplica (CHANCE, 2002).
Pela sua complexidade, o desenvolvimento do pensamento estatístico nos
estudantes se apresenta como um desafio aos professores. Campos (2007) propôs
que uma forma de encorajar o pensamento científico nos estudantes é ensiná-los a
não aceitar nenhum dado numérico sem que esse seja relacionado ao contexto,
remetendo sempre ao objetivo proposto e sua importância. Wild e Pfannkuch (1999)
identificaram cinco tipos de pensamento como elementos fundamentais do
pensamento estatístico: o reconhecimento da necessidade dos dados, a
transnumeração (CAMPOS, 2011), a consideração da variação, o raciocínio com
modelos estatísticos, e a integração da estatística com o contexto. Citando o
trabalho de Falk e Konold (1992), Campos et al. (2011) descreveram que é
necessária uma revolução interna nos modos de pensar dos estudantes, que devem
adotar uma visão do mundo na qual as ideias probabilísticas são centrais e
indispensáveis, em detrimento de uma visão determinística.
Finalmente, a terceira competência para educação estatística é o raciocínio
estatístico (CAMPOS, 2007). Com o objetivo de promover o raciocínio estatístico nos
estudantes, Garfiled (2008) comenta que os alunos devam experimentar inicialmente
o processo de coleta e exploração de dados. Segundo delMas em 2002, tais
experiências podem incluir discussões de como os dados são produzidos, como e
por que algumas medidas de resumo estatístico apropriadas são selecionadas, e
como as conclusões podem esboçadas e comprovadas. A fim de desenvolver o
pensamento estatístico, os alunos também precisam ter uma intensa experiência
com o reconhecimento das implicações dos dados e como saber tirar conclusões a
seu respeito. Vendramini em 2004 também destacou que a compreensão conceitual
de distribuição, centro, dispersão, associação, incerteza, aleatoriedade e
17
amostragem também está associada ao raciocínio estatístico (VENDRAMINI, 2004;
GARFIELD, 2002).
Campos (2007), em sua tese de doutorado, ressaltou trechos publicados por
Garfield e Gal (1999) que poderiam servir como orientação aos professores de
estatística. Tais trechos foram reproduzidos no Quadro 2. O mesmo autor também
citou as recomendações do ‘National Council of Teachers of Mathematics’ (NCTM)
para que os professores aprimorem o desenvolvimento das três capacidades. De
forma geral, estas recomendações incluem o trabalho com dados reais
contextualizados de acordo com o interesse dos alunos; proporcionar o raciocínio de
articulação (incluindo comunicação oral e escrita); exploração de todas a etapas da
pesquisa, incluindo a tomada de decisões; dar oportunidade de utilização de
tecnologia na exploração dos dados e introduzir a utilização de softwares que
ajudem os estudantes avaliarem o próprio raciocínio; e avaliar constantemente o
surgimento e desenvolvimento da literácia, pensamento e raciocínio estatístico.
Descrevendo de forma específica o ensino da estatística em cursos da área médica,
Lima (2010) sugere que a bioestatística auxilia na produção de um novo modelo de
profissional, que vem sendo exigido na medicina moderna. No artigo publicado em
2010 por esta autora, foi descrita uma experiência estratégica de ensino de
epidemiologia e bioestatística em um curso de Medicina. O procedimento educativo
baseou-se no educando como o agente dos conhecimentos adquiridos, por meio da
produção de informações e da pesquisa na comunidade ou nos serviços de saúde.
De acordo com a autora, esta estratégia resultou na integração e
interdisciplinaridade acadêmica, contribuindo para a compreensão de assuntos
clínicos considerando a abordagem epidemiológica e estatística. Os resultados
indicam que a epidemiologia e a bioestatística podem ser trabalhadas com o mesmo
sucesso de disciplinas clínicas, desde que seja favorecida a aprendizagem
significativa dos acadêmicos (LIMA, 2010).
O conhecimento e raciocínio estatístico também assumem papel fundamental
quando as escolas utilizam o método da Medicina Baseada em Evidência (MBE)
18
(ZANDONADE, 2009). Este método de aprendizagem defende o aprendizado por
meio de um processo de revisão sistemática, avaliação e uso das pesquisas clínicas
para a tomada de decisão clínica frente aos pacientes (BELSEY, 2009). A prática da
MBE implica em procurar, interpretar e aplicar os resultados de estudos científicos
clínicos e epidemiológicos aos problemas individuais dos pacientes. Alguns críticos
da MBE afirmam que esta já é uma prática realizada por muitos médicos. No
entanto, para que ela seja bem realizada, é necessário que os profissionais saibam
ler, interpretar e julgar a adequabilidade da estatística dos trabalhos, a fim de dar
credibilidade aos resultados publicados (ZANDONADE, 2009).
Quadro 2. Metas necessárias para orientar os objetivos dos professores de
Estatística, segundo Garfield e Gal (1999).
Entender... O propósito e a lógica das investigações estatísticas que se encontram por trás dos métodos aplicados.
A natureza de um processo de investigação estatística e o planejamento de obtenção de dados, incluindo como, quando e por que as ferramentas estatísticas podem ser usadas.
Os conceitos relacionados à probabilidade e incerteza que aparecem na vida cotidiana, especialmente na mídia.
Desenvolver... Habilidades para organizar dados, construir tabelas e gráficos e, inclusive, usar convenientemente as ferramentas informáticas disponíveis.
Habilidades de interpretação dos resultados, de postura crítica e reflexiva sobre argumentos estatísticos.
Habilidades de se comunicar estatisticamente, apresentando seus resultados e discutindo e argumentando sobre suas interpretações usando terminologia própria da Estatística.
Desenvolver e compreender...
De maneira formal e intuitiva, as principais ideias matemáticas envolvidas.
Fonte: CAMPOS, C. R.; JACOBINI, O. R.; WODEWOTZKI, M. L. L., FERREIRA, D. H. L.. Educação Estatística no Contexto da Educação Crítica. Boletim de Educação Matemática, v. 24, n. 39, 2011.
Em um recente estudo, Miles et al. (2010) empregaram um questionário a médicos
com o objetivo de avaliar a percepção sobre a importância do ensino da estatística
nos cursos médicos. Os resultados indicaram que a maioria dos participantes que
responderam ao questionário não reconhecia o valor do ensino de graduação em
estatística e probabilidade durante o curso, mas posteriormente, com a prática da
profissão, descobriram que as habilidades estatísticas eram relevantes para sua
carreira (MILES, 2010). Os profissionais sugeriram que o ensino na graduação inclua
19
a leitura e análise de pesquisas atuais e sua integração com a prática clínica
(MILES, 2010). Horton (2007) também chamou a atenção ao fato que o adequado
treinamento e aprendizagem em estatística é ainda mais importante para aqueles
alunos que não pretendem seguir uma pós-graduação em nível de mestrado após a
formatura. Isto porque para esses profissionais, a disciplina de estatística ou
bioestatística oferecida durante a graduação poderá ser a sua única oportunidade de
desenvolver literacia, pensamento e raciocínio estatístico (HORTON, 2007).
Windish em 2011 propôs um programa de ensino de bioestatística e planejamento
de estudos para alunos residentes de um curso de medicina. O currículo foi
composto de quatro setores que incluíam leituras, artigos de jornais, seminários e
apresentações feitas pelos alunos. Estes setores cobriam assuntos de análise
exploratória de dados, análise confirmatória e delineamento experimental. Ao final
do curso, os residentes foram avaliados com uma prova de múltipla escolha
contendo 20 questões. O programa foi considerado adequado, mas os alunos
sugeriram que houvesse a oportunidade de rever mais de uma vez os conceitos,
assim como mais oportunidades de colocar em prática os conhecimentos adquiridos
(WINDISH, 2011).
Neste contexto, o trabalho publicado há mais de 15 anos por Altman e Bland (1991)
ainda continua relevante, pois sugere que sejam oferecidas formas de educação
continuada, oficinas e trabalhos educacionais que proporcionem aos profissionais
um constante contato com conceitos básicos de estatística bem como uma
atualização dos conhecimentos já adquiridos. Os autores também sugeriram que o
programa das disciplinas seja sempre revisto e atualizado de forma a abranger os
conceitos estatísticos utilizados com maior frequência nos trabalhos científicos
publicados em sua área de atuação (ALTMAN E BLAND, 1991). Publicações como a
de Paes (1998), Smith (2004), Bastos (2007) e Jacobson (2011) devem ser
encorajadas e bem vistas, já que trazem conceitos estatísticos de forma simples e
informativa em revistas da área da saúde com o objetivo atualizar o clínico que é
leitor das revistas da área de sua profissão.
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Isto é particularmente relevante diante da realidade de que os métodos estatísticos
utilizados em estudos recentes apresentam aumento em sua complexidade
(HORTON, 2007). Ambrosano et al. (2004) realizaram um levantamento de 1000
artigos da área odontológica publicados entre 1970 e 2000 e observaram aumento
no número de artigos que utilizaram procedimentos estatísticos para avaliação dos
resultados, bem como avanço nos tipos de análises. Outro estudo (VÄHÄNIKKILÄ,
2009) investigou a evolução do uso dos métodos estatísticos em quadro revistas
odontológicas entre os anos de 1996 e 2006. Os resultados revelaram que houve
diferença entre as revistas selecionadas em relação ao métodos estatísticos
utilizados em razão das distintas áreas de interesse cobertas por cada publicação.
Os autores chamaram a atenção para o fato da necessidade da educação em
estatística e em métodos científicos, tanto para leitores como para os próprios
pesquisadores, como forma de se acompanhar a evolução e o crescimento da
utilização de diferentes formas de análises dos dados científicos.
Outro problema associado ao conhecimento deficiente na área de estatística pelos
profissionais e pesquisadores da área da saúde é o grande número de erros
cometidos em artigos publicados. Segundo Altman (1998), a principal razão para o
grande número de erros estatísticos é que a maioria das análises estatísticas é
realizada por indivíduos com um entendimento inadequado de métodos estatísticos.
Em seguida, os trabalhos passam por revisores que também não possuem
conhecimento adequado (ALTMAN, 1998). Com relação às pesquisas da área
odontológica, já foi mostrado que artigos nacionais e internacionais apresentam
erros tanto na estatística descritiva como na inferência (AMBROSANO, 2004).
Diante de todas as informações coletadas, torna-se evidente que o ensino dos
conceitos estatísticos possui grande importância dentro do currículo dos cursos na
área da saúde e que a forma como a aprendizagem ocorre está na dependência da
estrutura e organização do programa da disciplina.
21
3. RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO: ANALISE DOS
PROGRAMAS E CONTEÚDOS DAS DISCIPLINAS EM ESTUDO
O levantamento da literatura pertinente aponta para a importância do conhecimento
sobre métodos científicos e bioestatística entre os profissionais da área da saúde.
Este conhecimento deve vir, em primeira instância, durante os cursos de graduação
nos quais o profissional estará formando sua conduta clínica. Por essa razão,
justifica-se a importância de estudos observacionais que identifiquem como tais
assuntos vêm sendo abordados em curso de graduação, para que estratégias
possam ser delineadas a partir desses relatos. De acordo com objetivos específicos
deste trabalho, descritos na seção Introdução, foi realizado um levantamento dos
cursos de graduação existentes no estado de São Paulo, em instituições de ensino
superior públicas, e em seguida, foi verificado o currículo oficial existente nas
instituições selecionadas para verificação da presença das disciplinas em estudo e
para analise dos programas e conteúdos das disciplinas em estudo. A forma como
esta busca foi conduzida já foi descrita anteriormente neste trabalho e a seguir estão
sendo apresentados os resultados encontrados.
De acordo com a busca realizada na página do MEC, foram selecionadas as
Universidades e Faculdades que continham cursos de graduação em Odontologia
em instituições públicas (Quadro 3). A partir disso, foi possível levantar a grade
curricular dos cursos selecionados, bem como o programa das disciplinas de
interesse. Algumas instituições disponibilizam todas as informações na página da
internet da faculdade. Nos casos em que as informações não estavam disponíveis,
foi realizado contato por “email” para solicitar a grade curricular e o programa das
disciplinas. Em seguida, as informações sobre o programa das disciplinas foram
coletadas. Cada disciplina avaliada foi cadastrada e as fichas estão apresentadas a
seguir nesta seção.
22
Quadro 3. Universidades selecionadas para o levantamento das disciplinas de Bioestatística e forma de coleta das informações de
interesse. Araraquara, 2011.
Universidade Instituição Forma da Coleta das
Informações
Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) E-mail
Universidade de São Paulo - USP
Faculdade de Odontologia (FO) Página da internet
Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) Página da internet
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP) Página da internet
Universidade Estadual Paulista - UNESP
Faculdade de Odontologia de Araraquara (FOAr) E-mail
Faculdade de Odontologia de Araçatuba (FOA) E-mail
Faculdade de Odontologia de São José dos Campos (FOSJC) E-mail
23
Os resultados mostraram que todas as instituições avaliadas oferecem disciplinas de
bioestatística na grade curricular da graduação em odontologia. Por outro lado,
nenhuma possui disciplinas de matemática, cálculo e estatística pura.
Foi interessante notar que em apenas uma instituição a disciplina de Bioestatística
não é mesclada com outro assunto, como epidemiologia e metodologia científica.
Nesta instituição, os tópicos de Metodologia de Pesquisa são ensinados em
disciplina separada, porém não foi possível o acesso ao seu programa. Tópicos de
bioestatística e metodologia da pesquisa são ministrados juntos em 3 disciplinas
avaliadas. Já, os assuntos de bioestatística são ministrados juntamente com
epidemiologia em outras 3 disciplinas. Em uma instituição, a bioestatística e
informática são combinadas.
No curso da primeira instituição avaliada, os assuntos de bioestatística e
metodologia de pesquisa são ministrados em disciplina única (Quadro 4). A carga
horária da disciplina foi a menor encontrada neste levantamento, totalizando apenas
30 horas. Os objetivos da disciplina possuem maior enfoque para metodologia
científica e artigos científicos, pois 6 dos 8 itens do programa são dedicados a estes
assuntos. Também são tradados assuntos pertinentes ao trabalho de conclusão de
curso.
Os tópicos de bioestatística são ministrados no final da disciplina, abrangendo
principalmente estatística descritiva dos dados, como apresentação gráfica e tabular,
e medidas de resumo. Não foram observados assuntos como distribuição dos dados
e testes de hipóteses. Apesar do programa não revelar a presença de conteúdos
mais avançados em bioestatística, o currículo do curso mostra que também são
oferecidas outras duas disciplinas, possivelmente optativas, chamadas de Estatística
para Iniciação Científica I e Estatística para Iniciação Científica II. Portanto, pode-se
supor que nestas disciplinas sejam apresentados assuntos como distribuição de
dados, inferência estatística e testes de hipóteses. No entanto, nenhuma informação
sobre o programa destas disciplinas foi obtido.
24
Quadro 4. Ficha cadastral da disciplina de Bioestatística e Metodologia da Pesquisa, ministrada na primeira instituição avaliada.
Araraquara, 2011.
Instituição nº 1/ Disciplina nº 1
Curso: Odontologia Integral
Disciplina: Bioestatística e Metodologia da Pesquisa/ 30 horas/ 1º Ano
Objetivos
da
disciplina:
1- Incentivar a realização de pesquisas de iniciação científica.
2- Conceituar pesquisa e termos relacionados.
3- Conhecer tipos de pesquisa, os passos para a sua realização, os procedimentos éticos numa pesquisa e conhecimento sobre as características de uma monografia.
4- Introduzir os princípios básicos da pesquisa por amostragem e por experimentação.
5- Apresentar os princípios éticos na pesquisa envolvendo seres humanos.
6- Capacitar o aluno, quanto ao planejamento, execução, análise descritiva e a elaboração do relatório da pesquisa.
Programa: 1- Pesquisa: Conceituação - Conceituar pesquisa; Identificar os objetivos da pesquisa; Conceituar pesquisa básica, pesquisa aplicada e variável.
2- Tipos De Pesquisa: Descrever os tipos de pesquisa; Conceituar pesquisa histórica, descritiva e experimental; Identificar as características de cada tipo de pesquisa.
3- Passos de uma Pesquisa: Identificar os passos para a execução de uma pesquisa, descrevendo cada um deles.
4- A Ética na Pesquisa: Conceituar ética; Demonstrar conhecimento sobre o Código de Hamurabi, o Juramento de Hipócrates, o Código de Nuremberg, a Declaração de Helsinque II, o Código de Ética Médica, a Resolução 196, o Comitê de Ética da FOP/UNICAMP.
5- O Trabalho de Conclusão do Curso- Monografia: Conceituar monografia; Identificar as partes componentes de uma monografia; Identificar os elementos que constituem o pré-texto, o texto e o pós-texto da monografia.
6- Leitura e Discussão de Artigos Científicos na Área de Odontologia: Dado um artigo científico, avaliar a metodologia estatística; Avaliar a forma e o instrumento para a coleta de dados; Avaliar a apresentação dos dados em tabelas e/ou gráficos; Interpretar as medidas de tendência central e de dispersão.
continua
25
Programa: 7- Obtenção de Dados, Apresentação Tabular e Gráfica de Dados Coletados: Conceituar, dado um exemplo real, o que é população e o que é amostra; Descrever as principais técnicas de amostragem, identificando vantagens e inconveniências; De posse de um conjunto de dados, de origem especificada, organizar uma tabela de acordo com as normas técnicas; De posse de uma tabela de dados, traçar gráficos e interpretá-los.
8- Medidas de Tendência Central e de Dispersão: De posse de um conjunto de dados, calcular a média, a mediana, a moda e interpretá-las; De posse de um conjunto de dados, calcular a amplitude, a variância, o desvio padrão, o coeficiente de variação e interpretá-las.
Forma de
avaliação: Não divulgado
26
Na segunda instituição avaliada, a graduação em odontologia é oferecida em dois
cursos: Integral e Noturno. Como a grade curricular é semelhante nos dois cursos,
não foi feita distinção entre eles durante a análise dos programas. A disciplina
obrigatória que é oferecida aos alunos ingressantes na graduação é a de
Metodologia Científica, com carga horária de 60 horas (Quadro 5). De forma geral,
os objetivos da disciplina buscam proporcionar conhecimento sobre ciência,
pesquisa, e também desenvolver a crítica nos alunos, objetividade e
questionamento.
Apesar da palavra ‘bioestatística’ não aparecer no nome da disciplina, alguns tópicos
relacionados são ministrados como definição de hipóteses, variáveis, apresentação
de análise de dados. Mas este não é o objetivo principal da disciplina. Assuntos mais
avançados em estatística descritiva e inferencial são abordados em uma disciplina
optativa, oferecida no 3º semestre do curso (Quadro 6). O programa inclui tópicos
sobre distribuição de frequências, representação gráfica e tabular de dados,
medidas de resumo e testes de hipóteses. No entanto, não foi identificado no
programa item relacionado à probabilidade e distribuições de probabilidade. Nesta
mesma disciplina, também são abordados itens em epidemiologia específicos para a
área odontológica, como estatística vital, indicadores de cárie dentária, oclusopatias
e fluorose.
27
Quadro 5. Ficha cadastral da disciplina de Metodologia Científica ministrada na segunda instituição avaliada. Araraquara, 2011.
Instituição nº 2/ Disciplina nº 1
Curso: Odontologia Integral e Notruno
Disciplina: Metodologia Científica/ 60 horas/ 1º Sem
Objetivos
da
disciplina:
1- Fornecer aos alunos fundamentação teórico-científica para a realização de trabalhos de pesquisa.
2- Proporcionar informações relativas à conceituação de ciência e seus objetivos.
3- Dar conhecimento da relação da produção do conhecimento científico e o contexto histórico e social.
4- Desenvolver através de atividades práticas, habilidades para a pesquisa em geral e na área odontológica, em particular.
5- Desenvolver o sentido de crítica, objetividade e questionamento dos fatores.
6- Desenvolver conceitos de documentação.
Programa: 1. Introdução do curso. Objetivos.
2. A pesquisa como produção de conhecimento ou de respostas, através de procedimentos sistematizados.
3. Noções e importância do método.
4. Considerações sobre a elaboração e comunicação do conhecimento científico. Relação da produção do conhecimento científico e o contexto histórico.
5. A pesquisa. Noções gerais. Conceito. Etapas do processo de pesquisa.
6. Tipos de pesquisa.
7. Importância da delimitação e formulação do problema de pesquisa.
8. Importância do planejamento.
9. A definição de hipóteses.
10. Estudo das variáveis.
11. A coleta de dados.
continua
28
Programa: 12. Apresentação dos dados.
13. Análise dos dados.
14. Tratamento estatístico dos dados coletados.
15. Interpretação dos dados.
16. A divulgação da pesquisa.
17. Organização, funcionamento e uso da biblioteca.
18. Levantamento bibliográfico - fichamento bibliográfico.
19. O relatório de pesquisa - seções do relatório de pesquisa.
20. A pesquisa teórica X pesquisa empírica.
21. A determinação histórica na produção do conhecimento.
22. A neutralidade científica.
23. O papel da ciência na sociedade atual.
24. A Universidade e a pesquisa
25. A pesquisa na Odontologia
Forma de
avaliação: Avaliação permanente através de exercícios desenvolvidos em sala de aula; apresentação de trabalhos; seminários e provas
29
Quadro 6. Ficha cadastral da disciplina de Bioestatística e Epidemiologia da Saúde Bucal ministrada na segunda instituição
avaliada. Araraquara, 2011.
Instituição nº 2/ Disciplina nº 2: Optativa
Instituição: USP - Faculdade de Odontologia (FO)
Curso: Odontologia Integral e Noturno
Cidade: São Paulo
Disciplina: Bioestatística e Epidemiologia da Saúde Bucal/ 60 horas/ Opt 3º Sem
Objetivos
da
disciplina:
1- Introduzir aos alunos de graduação da FOUSP as medidas de saúde bucal coletiva (indicadores de cárie dentária, índices de fluorose, oclusopatias e doenças periodontais).
2- Capacitar os estudantes nas técnicas deanálise numérica de interesse para a saúde bucal coletiva.
Programa: 1- Estatística Vital – Coeficientes, Proporções e Indicadores de Saúde, com destaque para sua aplicação à saúde bucal.
2- Análise da distribuição de frequências das variáveis de interesse para a saúde bucal.
3- Gráficos: campo de aplicação e técnicas de utilização.
4- Tabelas: aplicação e análise.
5- Medidas de tendência central e dispersão.
6- Testes de hipótese para pesquisas em saúde bucal.
7- Indicadores de cárie dentária: CPO-D, CPO-S, CPC, ceo.
8- Indicadores de doenças periodontais.
9- Indicadores de oclusopatias.
10- Indicadores de fluorose.
11- Planejamento amostral dos Levantamentos Epidemiológicos.
Forma de
avaliação: Provas, arguições orais, exercícios, seminários, pesquisa e participação em trabalhos de campo.
30
No curso de graduação da terceira instituição avaliada, a disciplina aborda assuntos
de metodologia de pesquisa e estatística, totalizando a carga horária de 60 horas no
primeiro semestre (Quadro 7). Os objetivos da disciplina não foram divulgados no
programa. Pela análise dos itens abordados pode-se notar que a disciplina se inicia
com tópicos de metodologia científica, abrangendo inclusive noções de projeto de
pesquisa e relatório. Os tópicos de bioestatística são amplos e incluem análise
exploratória de dados, probabilidade e distribuições de probabilidade e testes de
hipóteses. A forma de avaliação do aproveitamento dos alunos também não foi
divulgada.
Na quarta instituição avaliada, o ensino de bioestatística é abordado conjuntamente
com tópicos de epidemiologia, e está distribuído em duas disciplinas, Epidemiologia
e Bioestatística I e II (Quadros 8 e 9), possibilitando uma carga horária total de 135
horas. De acordo com o objetivo divulgado no plano da disciplina Epidemiologia e
Bioestatística I, são ministrados tópicos que com o objetivo de proporcionar um
senso crítico nos alunos para planejamento de pesquisas, busca de informações,
interpretação com o julgamento da validade das mesmas, capacitando o aluno a
praticar odontologia baseada em evidências científicas. Entre os tópicos abordados
estão cálculo de medidas de frequência e de associação, julgamento das ameaças à
validade interna de um estudo - fatores de confusão e interação, controle de erro
sistemático na amostragem e coleta de informações, e aplicação apropriada da
estatística à análise de dados. Um considerável número de tópicos em bioestatística
é abordado incluindo análise de reprodutibilidade (concordância) intra e inter
examinador e a utilização de software estatístico.
Na segunda disciplina (Epidemiologia e Bioestatística II; Quadro 9), o aluno é levado
a aplicar os conhecimentos adquiridos na disciplina de Epidemiologia e
Bioestatística I na leitura crítica de artigos científicos, o que pode possibilitar então
um contato mais prático com todos os conteúdos aprendidos anteriormente. De
acordo com as informações disponíveis e levantadas neste trabalho, este foi o curso
de graduação que possuiu a maior carga horária para o ensino de bioestatística e
31
também o curso que apresenta uma disciplina exclusivamente voltada para a
aplicação prática dos conteúdos aprendidos.
32
Quadro 7. Ficha cadastral da disciplina de Metodologia de Pesquisa e Estatística ministrada na terceira instituição avaliada.
Araraquara, 2011.
Instituição nº 3/ Disciplina nº 1
Curso: Odontologia Integral
Disciplina: Metodologia de Pesquisa e Estatística/ 60 horas/ 1º Sem
Objetivos
da
disciplina:
Não divulgado.
Programa: 1- Ciência e conhecimento.
2- Método científico e suas etapas.
3- Pesquisa e suas etapas.
4- Tipos e instrumentos de pesquisa.
5- Levantamento de dados.
6- Levantamento bibliográfico.
7- Anteprojeto, projeto e relatório de pesquisa.
8- Amostragem.
9- O papel da estatística nas ciências biológicas.
10- Apresentação tabular.
11- Apresentação gráfica.
12- Medidas de tendência central e de variabilidade.
13- Medidas de associação e correlação.
14- Distribuição de probabilidade.
continua
33
Programa: 15- Distribuição normal.
16-Teste de hipótese. Testes estatísticos.
Forma de
avaliação: Não divulgado
Quadro 8. Ficha cadastral da disciplina de Epidemiologia e Bioestatística I ministrada na quarta instituição avaliada. Araraquara,
2011.
Instituição nº 4/ Disciplina nº 1
Curso: Odontologia Integral
Disciplina: Epidemiologia e Bioestatística I/ 60 horas/ 1º Sem
Objetivos
da
disciplina:
1- Capacitar o aluno no entendimento básico da estatística com utilização de programa estatístico SAS (com finalidade de estimular seu raciocínio lógico) para realização de testes como comparação de médias, de proporções e ANOVA.
2- Capacitar o aluno com instrumentos essenciais ao julgamento crítico de artigos científicos e planejamento de pesquisas em humanos tais como conhecimentos de tipos de estudos (experimentais e observacionais), cálculo de medidas de frequência e de associação, julgamento das ameaças a validade interna de um estudo - fatores de confusão e interação, controle de erro sistemático na amostragem e coleta de informações- e aplicação apropriada da estatística à análise de dados.
3- O conhecimento obtido na disciplina visa tornar o aluno pró-ativo na busca de informações, interpretação com o julgamento da validade das mesmas, e portanto capaz de praticar odontologia baseada em evidências científicas
Programa: 1- Amostragem (probabilística e não probabilística).
2- Inferência estatística (erro amostral, erro padrão e intervalo de confiança).
3- Teste de hipóteses, erro tipo I e tipo II.
4- Comparação de médias e de proporções por meio de simulações.
5- Correlação linear de variáveis.
continua
34
Programa: 6- Análise de regressão linear simples e multivariada com diagnóstico de pressupostos.
7- Analise de variância e diagnóstico de pressupostos.
8- Comparação de proporções – qui-quadrado.
9- Estudos experimentais e quasi-experimentos.
10- Estudos observacionais : estudos de coorte (prospectiva e retrospectiva), caso-controle e transversais – vantagens desvantagens e aplicações dos estudos.
11- Medidas de frequência de doenças (prevalência, incidência acumulada ou risco, taxa de incidência ou densidade de incidência).
12- Medidas de associação: odds ratio, risco relativo, razão de taxa.
13- Ameaças a validade de um estudo: fatores de confusão, erro sistemático de informação, acaso.
14- Sensibilidade e especificidade de testes diagnósticos.
15- Concordância intra e inter-examinadores: kappa
Forma de
avaliação:
Provas individuais devendo o aluno obter para a aprovação nota superior a 4.95 que será aproximada para 5 seguindo regras da Universidade de São Paulo.
35
Quadro 9. Ficha cadastral da disciplina de Epidemiologia e Bioestatística II ministrada na quarta instituição avaliada. Araraquara,
2011.
Instituição nº 4/ Disciplina nº 2
Curso: Odontologia Integral
Disciplina: Epidemiologia e Bioestatística II/ 75 horas/ 2º Sem
Objetivos
da
disciplina:
Aplicar os conhecimentos adquiridos na disciplina de Epidemiologia e Bioestatística I na crítica de artigos científicos.
Programa: O mesmo descrito no Quadro 8.
Forma de
avaliação:
Provas individuais devendo o aluno obter para a aprovação nota superior a 4.95 que será aproximada para 5 seguindo regras da Universidade de São Paulo.
36
No Quadro 10, encontra-se a ficha da disciplina de Bioestatística e Metodologia
Científica no curso de graduação oferecido pela quinta instituição avaliada. Como já
observado em outros programas, esta faculdade também possui uma disciplina que
mescla assuntos de bioestatística e metodologia de pesquisa, com o objetivo final de
possibilitar ao aluno aplicar o conhecimento na análise de dados oriundos de
pesquisas, bem como realizar a leitura crítica de trabalhos da área odontológica. A
carga horária da disciplina é de 60 horas e são abordados um grande número de
assuntos tópicos em bioestatística, como análise exploratória, probabilidade e
inferência. A avaliação dos alunos é realizada por meio de provas.
Na sexta instituição avaliada foi observado que a disciplina de bioestatística é
oferecida em conjunto com tópicos de informática (Quadro 11), sendo a única
instituição em que esta associação foi verificada. Pode-se notar que o conteúdo
estatístico abordado é relativamente amplo, assim como a carga horária (90 horas),
e que assuntos relacionados à área de atuação do estudante, como coeficientes
mais usados em Saúde Bucal, também são ministrados. Além disso, existe um item
que se destina ao ensino de delineamento de pesquisas e tipos de estudos. Nesta
disciplina também foram incluídos assuntos relacionados a tipos de softwares,
criação de banco de dados, processamento de dados, cálculo de parâmetros
estatísticos e gráficos utilizando o computador. Para isso, os alunos trabalham com
softwares aplicativos e específicos, o que possivelmente aproxima o aluno da
aplicação prática dos conteúdos abordados. A avaliação dos alunos é realizada por
meio de provas e exercícios práticos.
37
Quadro 10. Ficha cadastral da disciplina de Bioestatística e Metodologia Científica ministrada na quinta instituição avaliada.
Araraquara, 2011.
Instituição nº 5/ Disciplina nº 1
Instituição: UNESP - Faculdade de Odontologia de Araraquara (FOAr)
Curso: Odontologia Integral
Cidade: Araraquara
Disciplina: Bioestatística e Metodologia Científica/ 60 horas/ 1º Sem
Objetivos
da
disciplina:
1- Manipular dados, apresentando-os em tabelas e gráficos.
2- Resumir e interpretar dados efetuando o cálculo de medidas estatísticas.
3- Compreender e aplicar os conceitos de probabilidade como medida de risco em saúde.
4- Compreender e aplicar os conceitos de inferência estatística.
5- Realizar leitura, de artigos na área odontológica.
Programa: 1- Introdução: Metodologia Científica: conceitos; Bioestatística: conceitos e aplicações; Estatística Vital: indicadores mais usados na área da Saúde Pública
2- Levantamento E Apuração de Dados: Classificação da variável de análise; Tipos de levantamentos de dados; Técnicas de apuração
3- Amostragem: Tipos de amostragem; Técnicas de seleção de amostras; Precisão; Qualidade dos dados obtidos (confiabilidade e validade).
4- Análise Descritiva da Amostra: Representação tabular e gráfica; Medidas de tendência central; Medidas de variabilidade
5- Correlação e Regressão: Gráfico de dispersão, coeficiente de correlação, reta de regressão.
6- Probabilidade: Noções sobre a teoria das probabilidades; Probabilidade como medida de risco em saúde; Uso da probabilidade para avaliação de métodos diagnósticos; Distribuições de probabilidades: distribuição Binomial e Normal
7- Inferência Estatística: Testes de hipóteses: conceito e aplicação; Teste do Qui-quadrado, teste t-Student.
Forma de
avaliação: A nota final será a média aritmética entre as notas obtidas em duas avaliações.
38
Quadro 11. Ficha cadastral da disciplina de Bioestatística e Informática ministrada na sexta instituição avaliada. Araraquara, 2011.
Instituição nº 6/ Disciplina nº 1
Curso: Odontologia Integral
Disciplina: Bioestatística e Informática/ 90 horas/ 1º e 2º Sem
Objetivos
da
disciplina:
1- Perceber a importância da análise estatística em trabalhos científicos.
2- Organizar bancos de dados e calcular parâmetros sobre os mesmos, tanto manualmente como com o auxílio da informática.
3- Avaliar e analisar os artigos científicos publicados em periódicos.
4- Manusear alguns pacotes de informática direcionados à Bioestatística.
Programa: 1- Bioestatística e Epidemiologia: Conceito; Evolução; Levantamento de Dados; Recenseamento e Registros; Estimativa de população
2- Amostragem: Tipos de Amostragem Probabilística; Conceitos Básicos; Distribuições amostrais; Valores populacionais e Estimativas; Amostragem casual simples; Estimativas; Intervalo de Confiança; Amostragem aleatória Estratificada- Estimativa e Intervalo de Confiança; Amostragem por Conglomerado - Estimativa e Intervalo de Confiança; Tipos de Amostragem Não Probabilística.
3- Estatística Descritiva: Apuração de dados; Tipos de variáveis; Apresentação Tabular; Tabelas simples e compostas; Apresentação Gráfica; Normas Gerais para confecção de gráficos; Tipos Principais de Gráficos.
4- Análise de uma distribuição de frequência a uma variável de natureza quantitativa: Medidas de posição ou tendência central - Média Aritmética, Moda, Mediana; Medidas de variabilidade ou dispersão - Desvio médio – Desvio quadiótico, Variância, Desvio Padrão, Coeficiente de variação de Pearson, Quartis, Amplitude semi-quartil; Medidas de assimetria; Medidas de curtose.
5- Análise de uma distribuição de frequência a uma variável de natureza qualitativa: Coeficientes; Índices; padronização de coeficientes; Índices e Coeficientes mais usados em Saúde Bucal.
6- Probabilidade: Definição de Probabilidade; Probabilidade de um evento; Introdução à análise combinatória; Regras Básicas de Probabilidade.
7- Distribuições de Probabilidade: Definição de variável aleatória; Distribuições discretas e contínuas; Distribuição Binominal; Distribuição Normal; Distribuição Qui-quadrado.
8- Testes de Hipóteses: Formulação geral de um teste de hipótese; Teste de hipótese para média populacional.
9- Análise de dados: Teste de Associação qui-quadrado; Teste de correlação; Regressão Linear; Equação da reta; Representação gráfica; Análise de Variância
continua
39
Programa: 10- Metodologia Científica: Delineamento de pesquisa- Estudos observacionais, Pesquisa de campo – coleta de dados; Experimento - Noções sobre Experimentos, Princípios Básicos, Cuidados com tendenciosidade.
11- Introdução à Informática: Tipos de Softwares- básicos, aplicativos e específicos; Sistema de Processamento de Dados; Soft. Aplicativos: EPI INFO e EXCEL; Criação de banco de dados, processamento dos dados, cálculo de parâmetros estatísticos, confecção de gráficos; Soft. específico: ICADPLUS
Forma de
avaliação: Provas bimestrais e trabalhos de exercícios práticos realizados pelos alunos.
40
As informações da disciplina do último curso avaliado estão apresentadas no
Quadro 12. A disciplina oferecida é de bioestatística, não estando associada à
epidemiologia, metodologia científica ou informática. Apesar disso, um dos objetivos
da disciplina é delinear um projeto de pesquisa (iniciação científica) e itens de
desenhos de estudo aparecem no programa. Também possui como objetivo
capacitar os alunos para realização de análise e interpretação dos dados. A carga
horária é de 45 horas e um considerável número de assuntos estatísticos são
ministrados. Tópicos de análise exploratória são abordados, assim como
probabilidade e distribuições de probabilidade, teorema do limite central e testes
inferenciais. Não há informação se existem aulas práticas para aplicação dos
conhecimentos e a avaliação é realizada por meio de provas.
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Quadro 12. Ficha cadastral da disciplina de Bioestatística ministrada pela sétima instituição avaliada. Araraquara, 2011.
Instituição nº 7/ Disciplina nº 1
Curso: Odontologia Integral
Cidade: Araraquara
Disciplina: Bioestatística/ 45 horas/ 1º Sem
Objetivos
da
disciplina:
Objetivo Geral: Orientar os estudantes na compreensão dos princípios do pensamento científico. Fornecer-lhes instrumentos eficazes, quanto ao pensamento crítico, para poderem compreender a literatura técnica na área odontológica. Capacitá-los a se comunicarem com estatísticos profissionais, quando estiverem envolvidos na pesquisa odontológica.
Objetivos Específicos: 1-Identificar as bases do raciocínio que levam os indivíduos as conclusões explícitas ou implícitas no contexto analisado; 2-Conhecer métodos e técnicas de investigação e elaboração de trabalhos acadêmicos e científicos; 3-Analisar e interpretar os resultados de relevantes pesquisas experimentais, epidemiológicas e clínicas; 4-Participar de investigações científicas sobre doenças e saúde bucal e estar preparado para aplicar os resultados de pesquisas para os cuidados de saúde; 5-Delinear um projeto de pesquisa (iniciação científica) e capacitá-los na análise e interpretação dos dados.
Programa: 1- Objeto da estatística; noções sobre eventos e variáveis (qualitativas, quantitativas, ordinal).
2- Apuração de dados. População e Amostra. Técnicas de Amostragem.
3- Apresentação de dados em tabelas. Tabelas de distribuição de frequências.
4- Apresentação de dados em gráficos. Gráfico de barras, de setores. Histograma.
5- Medidas de tendência central para uma amostra. Média, Mediana, Moda.
6- Medidas de dispersão para uma amostra. Amplitude. Desvio Padrão. Variância. Coeficiente de Variação. Quartis (Box-Plot).
7- Noções sobre correlação entre duas variáveis. Coeficiente de correlação linear de Pearson.
8- Noções sobre regressão linear. Reta de regressão.
9- Noções sobre probabilidade frequêncial e Probabilidade condicional. Eventos independentes. Teorema do Produto. Teorema da Soma.
10- Distribuição Binomial de Probabilidades. Distribuição Normal.
11- Somas e Diferenças de Variáveis Aleatórias. Extensão para mais do que duas variáveis normais independentes.
continua
42
Programa: 12- Erro padrão da média. Teorema do Limite Central.
13- Intervalo de confiança para a média com desvio padrão populacional conhecido.
14- Distribuição t (Student). Intervalo de confiança para a média populacional com desvio padrão desconhecido.
15- Teste de hipótese. Teste t (amostras pareadas). Teste t (amostras não pa-readas).
16- Teste Qui-quadrado de Aderência.
17- Teste Qui-quadrado de Associação. Coeficiente de concordância Kappa.
18- Introdução à ciência experimental. Experimento. Princípios básicos: repetição e casualização.
19- Delineamentos Experimentais. Experimentos inteiramente ao acaso. Os experimentos em blocos ao acaso.
20- Estudos observacionais.
21- Análise de variância (1 e 2 fatores).
22- Teste de comparação múltipla de Tukey.
Forma de
avaliação: A nota final será a média aritmética entre as notas obtidas em duas avaliações.
43
De forma geral, o levantamento de todas estas informações possibilitou a verificação
de que o ensino de bioestatística está presente na grade curricular dos cursos
analisados. A inclusão de disciplinas como bioestatística e epidemiologia mostra que
as universidades estudadas concordam que os futuros profissionais da área da
saúde precisarão de conhecimento nesta área para compreender a literatura
científica existente. Segundo Lima (2010) a bioestatística auxilia na produção de um
novo modelo de profissional da saúde, o qual exige capacitação para a leitura crítica
dos trabalhos relacionados ao processo saúde-doença, bem como seleção e adoção
de novas tecnologias divulgadas em seu meio, tais como a formulação de novos
medicamentos, materiais e técnicas cirúrgicas, identificação de grupos ou de fatores
de risco para uma doença e aplicação de testes diagnósticos. A preocupação pela
formação desse novo modelo de profissional foi observada na maioria das
disciplinas avaliadas no presente estudo, pois a capacitação para leitura crítica de
artigos científicos esteve presente nos objetivos da maioria das disciplinas.
Além disso, de acordo com Sahai (1990) futuros pesquisadores das ciências da
saúde precisam ter domínio sobre bioestatística para planejar seus trabalhos
adequadamente e realizar a coleta, processamento e análise dos dados de forma
adequada. Este mesmo autor também sugere que a informática seja utilizada no
ensino da bioestatística como um recurso a mais para aproximar os alunos da
aplicação prática dos conhecimentos. Foi verificado que duas disciplinas
investigadas utilizam recursos computacionais para o ensino. Em uma delas, um
programa estatístico específico é utilizado. Na outra, a disciplina de bioestatística é
ministrada em conjunto com informática, o que possibilita um grande enfoque prático
dos conceitos ensinados.
44
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os tradicionais currículos dos cursos da área da saúde têm se mostrado
insuficientes para transmitir aos acadêmicos a relevância das ciências básicas para
a prática clínica. Integrando o conjunto dessas ciências, encontra-se a estatística,
ministrada como bioestatística nos cursos da área da saúde. Para que as
universidades possam planejar o ensino de qualidade dos conceitos de estatística e
bioestatística em cursos da área de saúde, como é o caso da odontologia, é
importante se verificar como tais disciplinas estão presentes nas grades curriculares.
Por essa razão este estudo teve como objetivo geral investigar a presença do ensino
da matemática, cálculo e bioestatística nos cursos de graduação em Odontologia do
estado de São Paulo.
De acordo com as informações levantadas e com a pesquisa de campo realizada,
pode-se concluir que, nas faculdades avaliadas, o ensino da matemática e cálculo
não é realizado em disciplinas específicas. No entanto, todos os cursos pesquisados
oferecem disciplinas obrigatórias de bioestatística. Como o ensino de determinados
assuntos de bioestatística requer conhecimento de conceitos matemáticos, é
provável que durante as aulas de bioestatística os alunos sejam lavados a revisar e
rever a matemática, porém de forma aplicada. Algumas disciplinas não incluem no
seu programa tópicos de análise de dados por meio de inferência, o que pode levar
o aluno a um despreparo para leitura de artigos científicos. O levantamento da
bibliografia sugeriu que cada vez mais os trabalhos científicos publicados vêm
utilizando análises estatísticas sofisticadas que exigem conhecimento prévio por
parte do leitor, e por isso, a ausência de tópicos de análise inferencial pode ser vista
como uma deficiência nos currículos.
Um aspecto interessante foi que, em uma instituição, existe uma ênfase grande a
leitura de artigos científicos, pois uma disciplina específica a este objetivo é
ministrada após a disciplina inicial de bioestatística. Também foi notado que algumas
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instituições já incluíram em seu programa de ensino tópicos relacionados à utilização
de softwares auxiliares para análise de dados. No entanto, a inclusão desses tópicos
se restringiu a apenas duas disciplinas.
De acordo com todas as informações levantadas e tendo em vista as limitações
deste estudo, pode-se concluir que embora os tópicos de bioestatística sejam
abordados em todos os cursos pesquisados, não existe uma uniformidade nos itens
dos programas e na associação com outras disciplinas como metodologia científica,
epidemiologia e informática. Estes achados podem ser utilizados para o
planejamento futuro das disciplinas nesta área.
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5. REFERÊNCIAS
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ANEXOS
Quadro A1- Relatório da consulta pública realizada no site do Ministério da
Educação (MEC) em Novembro de 2011.
Instituição(IES) Nome do Curso Grau Modalidade CC CPC ENADE
(2) UNB (141) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - 4 4
(3) UFS (304) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial 4 4 4
(4) UFAM (391) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial 4 4 4
(5) UFPI (485) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial 4 3 3
(9) UEL (760) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - 4 4
(17) UFU (1441) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial 4 4 4
(54) UNICAMP (2694) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - 5 4
(55) USP (2867) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - - -
(55) USP (2870) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - - -
(55) USP (2897) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - - -
(55) USP (46507) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - - -
(56) UNESP (3127) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - 5 4
(56) UNESP (3161) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - 4 4
(56) UNESP (3173) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - 5 4
(57) UEM (3417) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - 4 4
(71) UERN (100063) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - 4 4
(367) UNIMONTES (18404) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - 3 4
(409) UPE (8414) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - 4 4
(547) UERJ (11317) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - 4 4
(548) UFMA (11438) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial 4 3 4
(550) UEPB (11595) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - 3 3
(569) UFPA (12017) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial 4 3 3
(570) UFRN (12330) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial 5 4 5
(571) UFPR (12584) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial 4 4 4
(572) UFF (9709) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - 3 3
(572) UFF (12693) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial 3 3 3
(573) UFES (12814) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial 4 4 4
(575) UFMG (12972) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial 4 4 4
(576) UFJF (13104) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial 4 4 4
(577) UFAL (13202) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial 3 3 4
(578) UFBA (13289) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial 4 3 3
(579) UFPB (13426) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial 4 4 4
(580) UFPE (13611) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial 4 4 4
(581) UFRGS (13720) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial 5 4 5
(582) UFSM (13867) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - 4 5
(583) UFC (13997) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial 4 3 3
(583) UFC (99308) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - 4 5
(584) UFG (14096) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial 4 4 4
(585) UFSC (14236) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - 4 4
(586) UFRJ (14361) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial 4 4 4
(595) UNIFAL-MG (14607) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial 3 4 4
(596) UFVJM (14613) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial 4 4 4
(609) UNIOESTE (14726) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - 4 4
(634) UFPEL (14973) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial 4 4 4
(666) UEFS (15408) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - 2 2
(688) UESB (80010) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - 4 4
(694) UFMS (15841) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial 4 4 4
(730) UEPG (16390) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - 4 5
(756) UESPI (42963) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - 3 3
(2564) UFCG (122676) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - SC SC
(3172) UEA (60658) ODONTOLOGIA Bacharelado Presencial - 3 3